folha de macaíba - outubro de 2015

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www.folhademacaiba.com.br Outubro /2015 Exemplar:R$1,00 Nº10 Violência assume a condição de ser o grande problema social no município de Macaíba devido ao aumento da criminalidade e as deficiências da estrutura para enfrentar uma situação que piora as condições de vida da população . Páginas3 DIGA LÁ DA REDAÇÃO/Tadeu Oliveira A exposição sobre o centenário de Djalma Maranhão será realizada dia 5 de dezembro, às 20 h, na sede do Instituto Pró-Memória de Macaíba (Solar do Caxangá). Segundo o economista Roberto Monte, articulador da exposição, o mais famoso prefeito de Natal contava com correligionários macaibenses na tentativa de se eleger governador do RN. Página 3 POUCAS & BOAS/Valério Mesquita Para o colunista Valério Mesquita, o ponto alto das comemorações dos 138 anos da emancipação política e administrativa de Macaíba, em 27 de outubro, continua sendo o bicentenário de nascimento do seu fundador Fabrício Gomes Pedroza, cujas cinzas foram transladas do Rio de Janeiro para a matriz de Nossa Senhora da Conceição. Página 2 138 ANOS DE HISTÓRIA Segurança pública é o principal problema para o macaibense, atesta pesquisa da Smart Opinião MACAÍBA ARQUIVO MACAIBAagosto.qxd 22/10/2015 18:01 Page 1

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Page 1: Folha de Macaíba - Outubro de 2015

w w w . f o l h a d e m a c a i b a . c o m . b r Outubro /2015Exemplar:R$1,00Nº10

Violência assume a condição de ser o grande problema social no município de Macaíba devido ao aumento da

criminalidade e as deficiências da estrutura para enfrentar uma situação que piora as condições de vida da população .Páginas 3

DIGA LÁ DA REDAÇÃO/Tadeu Oliveira

A exposição sobre o centenário de Djalma Maranhão será realizada dia 5 de dezembro, às 20h, na sede do Instituto Pró-Memória de Macaíba (Solar do Caxangá). Segundo o economistaRoberto Monte, articulador da exposição, o mais famoso prefeito de Natal contava comcorreligionários macaibenses na tentativa de se eleger governador do RN. Página 3

POUCAS & BOAS/Valério Mesquita

Para o colunista Valério Mesquita, o ponto alto das comemorações dos 138 anos da emancipação política e administrativa de Macaíba, em 27 de outubro, continua sendo obicentenário de nascimento do seu fundador Fabrício Gomes Pedroza, cujas cinzas foramtransladas do Rio de Janeiro para a matriz de Nossa Senhora da Conceição. Página 2

138 ANOS DE HISTÓRIA

Segurança pública é o principal problema para o macaibense, atesta pesquisa da Smart Opinião

MACAÍBA

ARQUIVO

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Page 2: Folha de Macaíba - Outubro de 2015

V a l é r i o M e s q u i t a w w w . v a l e r i o m e s q u i t a . u b b i . c o m . b r

Macaíba:138 anos

Oponto alto das comemorações dos 138 anos da eman-cipação política e administrativa de Macaíba neste27 de outubro próximo, continua sendo o bicentená-rio de nascimento do seu fundador Fabrício GomesPedroza, cujas cinzas foram trasladadas do Rio de

Janeiro para a igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição. Ovinte e sete de outubro de 1877, pela lei nº 801, Macaíba – que an-tes se chamava Coité – desmembrou-se de São Gonçalo. Aí am-plia-se o período de esplendor comercial do porto de Guarapesque irradiou energia econômica a todos os quadrantes. Monopolizouo sal para o sertão, incentivou a indústria açucareira do vale doCeará-Mirim, financiou a produção adquirindo as safras das fa-zendas de algodão, cereais, couros e peles. Fundou a “Casa dosGuarapes” e do alto da colina comandou o seu mundo de trans-bordamentos, onde tudo era rumor, vida, agitação, atividade.

ARTIGO/Rubens Passos /Economista

E X P E D I E N T E D A F O L H A D E M A C A Í B A

DIREÇÃO E EDIÇÃOTadeu Oliveira

DiagramaçãoFrancisco Marrocos CONTATO COMERCIAL

Reginaldo VasconcelosFone 8732-1061

CONTATOS:(84) 8189.7739 email:[email protected] End:Espaço Profissional Artur Mesquita,Rua Dr. Francisco da Cruz, 102 - Centro - Macaíba (RN).

Este Jornal é produto da Smart Comunicação.CNPJ:04959873/000187

02 | Outubro/2015 /// OPINIÃO ///

Poucas &Boas

É nesse vácuo de duzentosanos que reside a minha perple-xidade. Um silêncio dominadopelo abandono e a indiferença.Ninguém coloca em cena a co-ragem de contemplar restituí-do o universo oculto de Fabrícioque fez brilhar o nome deMacaíba dentro e fora do RioGrande do Norte, na segundametade do século dezenove. Nãobastam, apenas, reprisá-lo comlendas e narrativas, como tives-se sido um mundo de ficção.Melhor que a dispersão da pa-lavra solta é ouvir o eco de suasparedes reerguidas, das vozestrazidas pelo vento das vidas quenão se pulverizaram mas renas-ceram pelas mãos das novas ge-rações. Esse universo semidesa-parecido, clamo por ele, aqui eagora, afirmando que a melhorimagem de um homem, após amorte, não são as cinzas, mas aobra que legou à posteridade, re-vivida e restaurada como recon-fortante e fiel fotografia de suahistória e vida.

Como guerreiro solitário, lu-to há mais de quinze anos pelarestauração dos escombros doempório dos Guarapes. Comomembro, àquela época, doConselho Estadual de Culturado Estado, consegui o tomba-mento. De imediato, no desem-penho do mandato parlamen-tar obtive do governo a desapro-priação da área adjacente.Batalhei, em alto e bom som, jun-to aos gestores públicos a elabo-ração do projeto arquitetônico,que, até hoje, dormita em armá-rio sonolento da burocracia. Foiuma agitação, apenas, que nãose moveu nem comoveu. Saí dosmovimentos da superfície oficial,para as janelas da imprensa e ou-tras vozes, em coro uníssono,oraram comigo pelas ruínas damais reluzente história da eco-nomia do Rio Grande do Norte:

os Guarapes. Todo esse conjun-to de verdades fixas foi ilusãoimaginar que a lucidez jamais sedisfarçaria em surdez. Como en-frentei e venci no passado, par-tindo de perspectivas débeis eprecárias, óbices quase intrans-poníveis para a restauração dasruínas do Solar do Ferreiro Tortoe da Capela de Cunhaú, sinto quenão perdi os laços entre a frag-mentação do sonho e a fé incon-dicional no meu pragmatismo,de que tudo, até aqui, nada foiem vão.

Reproduzir a realidade, talque se imagina que fosse, o bur-burinho comercial e empresarialdaquele tempo de Fabrício, faz-nos refletir e aprender para en-sinar aos jovens de hoje atravésde exemplos, imagens e ritmos,a saga de que vultos como o de-le iniciaram uma figuração, no-va, nítida e luminosa, pouco tem-po depois, numa Macaíba que co-meçava a nascer com Auta deSouza, Henrique Castriciano,Tavares de Lyra, AugustoSevero, Alberto Maranhão, JoãoChaves, Octacílio Alecrim e ou-tros que construíram em mode-los de vidas o prestigio da terranatal – que não se evapora, nemse desmancha. Essa realidadepara mim é tensa e inquieta, por-que cabe hoje revivê-la em to-dos nós. É imperioso que os nos-sos governantes tracem esboçospara uma saída, uma superação,criando-se fendas e passagens,para juntos, todos, respirarmoso oxigênio da convivência com osnossos antepassados. Se todosnós pensarmos assim, com ca-da palavra significando labare-da, lampejo, no centésimo tri-gésimo oitavo aniversário, der-rubem, pois, os obstáculos queimpedem as luzes da memóriados Guarapes refletirem sobrea posteridade. Se assim não agir-mos tudo será cinzas.

Entra em cena mais umagrande mentira. Com opropósito de aumentar osimpostos para pagar orombo nas contas publi-

cas, usa-se a máscara da reforma fis-cal para que os brasileiros menos es-clarecidos engulam mais impostos semreclamar. Mesmo que apenas algunssetores da economia sejam inicial ediretamente atingidos, os tributos se-rão repassados aos produtos e servi-ços e, no final, todos pagarão mais.

Em 1975, a carga tributária noBrasil era de 23% do PIB, passandoa 30% em 1990, 36% em 2004 e ca-minhando para 40%. Na maior po-tência econômica, os Estados Unidos,não passava de 24% em 2012. O au-mento dos impostos no Brasil resul-ta de politicas públicas assistencia-listas e populistas e do crescimentoexagerado dos quadros de pessoal,principalmente cargos em comissãopara apaniguados políticos. Assim,a máquina administrativa torna-se,cada vez mais, um parasita do siste-ma produtivo e a sociedade.

O mais grave é a baixa produti-vidade do Estado, bem como a pés-sima qualidade dos serviços públi-cos e o pífio retorno à sociedade dostributos pagos ao erário. A respon-sabilidade primordial de manter asegurança da população não é cum-prida. Os índices da criminalidadesão cada vez mais assustadores.Somos obrigados a viver quase em

jaulas, com muros altos e arame far-pado protegendo as casas. É isso ouficar à mercê do crime organizado.Temos medo ao sair de nossas resi-dências para ir ao trabalho.

Asaúde e a educação também sãoprecárias, assim como a infraestru-tura de transportes. E mais: no paíscom a maior reserva hídrica doPlaneta, estamos à beira de um co-lapso no fornecimento de água emSão Paulo e outros Estados e temosuma das energias mais caras domundo, apesar da abundância hi-drelétrica. Ou seja, pagamos mui-to e recebemos pouco do Estado.

Nossa jovem democracia, quecompleta 30 anos em 2015, conside-rando a posse, em 1985, do primeirogoverno civil após o golpe militar,foi um dos grandes avanços de nos-sa história, mas ainda não nos pro-porcionou crescimento econômicosustentado e desenvolvimento.

Seguimos premidos por um pensa-mento assistencialista, que permeiae domina a linha programática e po-lítica da maioria dos partidos. Acar-ga tributaria inibe e inibirá mais ain-da a economia e o progresso da so-ciedade. Na grande crise mundialde 2008, os países desenvolvidos ali-viaram os impostos e baixaram os ju-ros a zero para estimular a economia.

Com a maxidesvalorização do re-al e descontrole da inflação, somosobrigados a engolir a politica de ter-ra arrasada atual, e todos os brasi-leiros pagarão a conta da irrespon-sabilidade deste governo, menos osparasitas do sistema, pois seus car-gos e suas verbas continuam into-cados. Como mudar, se continuamoscom 25% de jovens que não termi-nam o Ensino Básico e acabam ser-vindo como massa de manobra apolíticos populistas?

Precisamos de governantes coma devida competência para condu-zir nosso país à ordem e ao progres-so basilares. Só existe futuro ondea segurança, boa educação, disponi-bilidade de trabalho e incentivo aoempreendedorismo, apoiados na li-vre iniciativa, são as alavancas deum país melhor e não o assisten-cialismo que manobra massas e in-fla o sistema publico (para o delei-te de seus parasitas). Que se apre-sentem os melhores brasileiros pa-ra que, nas urnas de 2016, tenha-mos esperança de dias melhores.

Os parasitas e a reforma fiscal

ARTIGO/Valéria Borges da Silveira /escritora e poetisa

Afamília e a escola são osdois primeiros ambien-tes sociais da criança,referência para suaconduta e são funda-

mentais no crescimento e desen-volvimento, desempenhando fun-ções e responsabilidades distintas.Contudo, o desempenho escolar po-de ser afetado por muitos fatores,tais como: competência e habilida-de do professor, ambiente da salade aula, condições econômicas da fa-mília, material didático.

Os pais precisam transmitir pa-ra os filhos, por meio de suas atitu-des, o quanto a escola é importan-te. E quanto mais ativos os pais navida escolar, maior a chance de o fi-lho tirar boas notas no boletim e con-cluir uma faculdade.

O envolvimento dos pais na es-cola ajuda a diminuir as diferençasde aprendizado entre os mais ricose os mais pobres, e é fator determi-nante do sucesso educativo.Melhora a qualidade da educação eo aproveitamento escolar dos alu-nos e influencia no comportamentogeral do aluno, como por exemplomaior concentração nos estudos enas aulas, disciplina, maior habili-dade para lidar com professores, co-legas e administração da escola.

Mas muitas vezes os pais não sa-bem como proceder para ajudar seusfilhos a serem bons alunos. Ainda

há alguns pais que se atrapalhamcom a lição de casa, outros traba-lham demais e acabam não partici-pando das atividades, reuniões eapresentações escolares.

A participação da família na vi-da escolar traz vantagens para aescola, pois aumenta as suas infor-mações para orientar os seus filhos,os docentes ficam com as tarefasmais facilitadas e bem-sucedidas,além de ficarem mais bem vistos ecompreendidos pelos pais. Os pro-fessores, além de informar os paissobre as notas dos seus filhos deveminformar da progressão dos filhos.E por outro lado, os pais devem re-conhecer que as tarefas da escolanão se limitam a pura transmissãode conhecimentos, mas também pro-porcionam um engajamento dos fi-lhos à vida.

Tanto a escola como a comuni-dade são espaços de socialização ede aprendizagem. Os pais devem in-teressar-se pelas aspirações, veri-ficar as dificuldades dos seus filhose conversarem sempre com eles, mo-tivando-os nos estudos. E essa “par-ceria” entre família e escola faz comque a criança se sinta mais integra-da e segura, apesar das múltiplasdiversidades que possam existir.

O papel da família é de extre-ma importância no processo de for-mação da criança e reflete em to-dos aspectos do seu desenvolvimen-

to, pois “a cultura familiar” incluitudo, desde comida, música, vestuá-rio e arte, estilo de vida, atividadesextras, hábitos sociais/familiares,saúde, história, férias, educação,atitudes, etc. Embora este proces-so de socialização varie de famíliapara família.

Os pais transmitem valores co-mo autoridade, disciplina, obe-diência e respeito. Ainda parti-lham conhecimentos. E devem or-ganizar uma rotina familiar diá-ria, elaborando um horário de for-ma a proporcionar tempo de sonosuficiente, uma hora e lugar ade-quado para o estudo, uma hora cer-ta para finalizar os trabalhos decasa, fixar o tempo passado emfrente à televisão e aparelhos ele-trônicos.

Uma boa colaboração, coopera-ção e interação entre a família e aescola traduz-se sempre em vanta-gens para as duas instituições. Ospais compreendem melhor o desem-penho dos professores. E a escolapassará a contar com mais recur-sos comunitários na materializaçãodas diversas atividades, pois o en-volvimento das famílias melhora aimagem da escola e aproxima a es-cola da comunidade. Portanto com-pete aos pais e à escola a tarefa detornar as crianças cidadãos parti-cipativos e conscientes dos seus de-veres e direitos.

Melhor desempenho escolar

FRASE

“O mais grave é a baixa produtividade do Estado, bemcomo a péssima qualidade dos

serviços públicos e o pífio retorno à sociedade dos tributos

pagos ao erário.”

RUBENS PASSOS

Economista

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Page 3: Folha de Macaíba - Outubro de 2015

Entre os variados proble-mas que se apresentamno cotidiano do macai-bense, a segurança pú-blica é o maior e o que

traz mais danos a população.67,57% dos macaibenses apontama segurança pública como o proble-ma crucial na vida das pessoas.31,07% apontam como maior pro-blema a saúde pública; 19,95%, osaneamento básico; 14,06%, a fal-ta de emprego; 11,79%, deficiênciasna infraestrutura da cidade; 8,84%,deficiências na educação públicamunicipal; 7,03%, deficiências notransporte urbano; 4,99%, faltad’água; e 3,17%, deficiências na lim-peza pública.

ASegurança assume a condiçãode ser o grande problema social a serenfrentado em Macaíba devido aoaumento da criminalidade e as de-ficiências da estrutura pública. ASegurança Pública é uma responsa-bilidade direta do Governo doEstado que requer da administra-ção municipal a necessária capaci-dade de articulação e o estabeleci-mento de parcerias para que sejaefetiva.

Contrariando qualquer tipo dedivulgação oficial, a Segurança é omaior problema do município, por-que traz danos diretos e indiretos à

população. Diretos porque afeta ascomunidades com roubos e assal-tos feitos ás famílias e às pessoas, eindiretos porque prejudica as em-presas comerciais e industriais ge-rando perdas nos negócios e, con-sequentemente, redução no núme-ro de empregos.

Saúde, Saneamento Básico eDesemprego vêm a seguir como pro-blemas que permanecem dificultan-do a vida do macaibense. A SaúdePública é tarefa fundamentalmen-te do município e cabe a este garan-tir sua efetividade. Saúde Públicaque pressupõe postos de atendimen-to em todas as comunidades, uni-dades hospitalares para o público

em geral e infantil, e maternidade.O Saneamento Básico é um com-

ponente duradouro nos discursospolíticos no município, mas que per-manece sem ser concretizado. E oDesemprego vai aparecer sempreem qualquer pesquisa de opinião fei-ta em Macaíba, já que o municípiose recente de encaminhamento deuma política própria voltada paraa geração de empregos no campo pri-vado com a atração de mais indús-trias e de empresas.

Apesquisa Smart ouviu tambéma população sobre como anda a gestãopública no município. Mais da meta-de dos entrevistados, 51,47%, mostra-ram insatisfação pelo andamento daadministração; 42,18% aprovaram; e6,35% preferiram não opinar.

Para a população, independen-te de quem seja a responsabilidadedireta pela área geradora do proble-ma, o importante é a ação para oseu enfrentamento. Nesse caso, aSegurança Pública, mesmo sendoda responsabilidade do Governo doEstado, pode sim estar prejudican-do a imagem da administração mu-nicipal junto ao povo.

ASmart Pesquisa e Opinião, fei-ta no período de 30 de setembro e01 de outubro, ouviu 441 macaiben-ses, em diversas setores urbano erural. A margem de erro é de 4%.

Outubro/2015 | 03

Diga lá daRedação

T a d e u O l i v e i r a - t a d e u o l i v e i r a @ d i g i . c o m . b r

Exposição sobre Djalma Maranhão

Opresidente do Centro de Direitos Humanos e MemóriaPopular, o economista Roberto Monte, confirma a ex-posição em comemoração ao centenário de um dosmaiores prefeitos de Natal, Djalma Maranhão, emMacaíba. A exposição será realizada, dia 5 de de-

zembro, às 20 h, no Solar do Caxangá, onde funciona o InstitutoPró-Memória de Macaíba, capitaneado pelo médico e atual vice-prefeito Olímpio Maciel. Segundo Roberto Monte, Macaíba temalgo em comum com a história de Djalma Maranhão porque nadécada dos anos 60, o autor do projeto de alfabetização popular“De pé no chão também se aprender a ler”, contava com lideran-ças macaibenses na tentativa de se eleger governador do Estadodo Rio Grande do Norte. O médico e ex-prefeito José Jorge Maciel,pai de Olimpio, foi um dos contemporâneos de Djalma emMacaíba. Maciel administrou o município entre os de 1953 a 1958,quando renunciou para ser Secretária Estadual de Saúde, nogoverno de Dinarte Mariz.

/// POLITÍCA ///

SMART /Instituto faz levantamento sobre cruciais problemas do município

O Ministério da Saúde come-ça a distribuir dois novos medi-camentos para hepatite C, o so-fosbuvir e daclatasvir. A novaterapia, que será ofertada peloSistema Único de Saúde (SUS),

aumenta as chances de cura e di-minui o tempo de tratamento aospacientes com hepatite C. Os me-dicamentos começam a chegarao Rio Grande do Norte em no-vembro, segundo informou o MS.

Medicamento para hepatite C

FAÇA AS CONTAS ASecretaria Municipal de Esportes, à frente o jorna-lista Roberto Medeiros, determinou que cada clube participantedo campeonato municipal pagasse a quantia de R$ 150,00 parainscrição ao certame. Ficou acertado também que o valor da pre-miação é de R$ 1.000,00. Participam do campeonato 10 equipes,entre eles o Santa Cruz, Rio Branco, Verdes Mares, Flamengo daVila, Palmeiras do Villar e o Treze da Lagoa Grande.

CRUZEIRO O Cruzeiro de Macaíba não participa do campeonato mu-nicipal promovido pela Secretaria Municipal de Esportes porqueatua na segunda divisão do campeonato estadual da Federaçãonorte-rio-grandense de Futebol, a FNF. Faz tempo que o Cruzeiroluta para chegar à primeira divisão do futebol profissional do RioGrande Norte, falta mais apoio, determinação e mais profissiona-lismo apesar do esforço de alguns desportistas da cidade.

Pesquisa de opinião apontasegurança pública comoprincipal problema de Macaiba

EM RITMO DE CRISEAuxiliares do prefeito Fernando Cunha tiveram seus salários rebaixados e alguns

cargos em comissão demitidos, tudo para ajustar a folha de pagamento dosservidores da prefeitura de Macaíba dentro da atual situação financeira do país.

SOBRE CUNHA Durante um evento que ocorreu recentemente na cidade,escutei, por mais de uma vez, conversa de duas figuras sobre perfil e co-mentários a respeito de um tal de Cunha do mundo político. “O Cunhadeve sair”, “Ele é reacionário”, “ou fica ele ou ela”, “a família dele tá en-volvida em jogadas”, “ele parece ser doido”... Com se comenta sobre Cunhaem qualquer esquina desta cidade, guardei reserva sobre o famoso so-brenome. Acho teria referência ao de Brasília. O que você acha?

Sucessão municipalNa cena política, até encerra-

mento desta edição desta coluna,contavam-se seis postulantes aocargo de prefeito nas eleições de2016, são eles: Normando Feitosa(PR), Fernando Cunha (PSD),Luizinho Soares (PSB), ValérioMesquita (PMDB), Marília Dias(PMDB) e Kátia Sena (PRB).

Acredita-se que até abril do pró-ximo ano os acordos serão concre-tizados e assim consolidados os no-mes da disputa. Pelos númerosapresentados nas pesquisas deopinião, a oposição tem certeza queseguirá unida contra o nome apre-sentado pela situação, que deve sero atual prefeito Fernando Cunha.

A pulseirinha da prefeitura...A prefeitura local publica li-

citação na modalidade pregãopresencial com o objetivo de re-gistro de preço para aquisiçãode pulseira de identificação. Oevento vai ocorrer em quatro denovembro, às 8h30, na sede da

prefeitura. Na publicação pa-ga em determinada página daTribuna do Norte não tem pa-ra que vão servir as pulseiri-nhas. Será que serão coloridas?Quem vai mesmo usar (exibir)e quando?

NÚMEROSDos macaibensesapontam a segurançapública como o

problema crucial na vida das pessoas.

67,57%

apontam comomaior problema asaúde pública

31,07%

o saneamento básico

19,95%

Fonte:Pesquisa SMART/201567,57% afirmaram que a segurança é o principal problema social vivenciado pela população de Macaíba - RN, seguido de saúde (31,07%), saneamento (19,95%), emprego (14,06%), infraestrutura (11,79%), educação (8,84%), transporte (7,03%), entre outras citações.

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Page 4: Folha de Macaíba - Outubro de 2015

04 | Outubro/2015 /// ESPECIAL ///

ENTRE RIQUEZA / Macaíba tem potencial para crescer, mas mesmo assim sua infraestrutura urbana não condiz com a realidade

ROSINALDO VIEIRA

Jornalista

Oque se pode esperarda cidade de Macaíbapara o futuro?Incrustrada dentroda região metropoli-

tana de Natal, fazendo fronteiraentre os municípios de Natal, SãoGonçalo do Amarante eParnamirim, os principais, o an-tigo Coité e atual Macaíba, nomeque recebeu do comercianteFabrício Gomes Pedroza em 26 deoutubro de 1855, a terra dos ma-caibenses tem um grande poten-cial para crescer, mas mesmo as-sim sua infraestrutura urbananão condiz com todas as condiçõesde que a população de cerca de 80mil habitantes mereceria.

É só dar um passeio rápido pe-las ruas e avenidas da cidade econstatar que Macaíba ainda temares de terra provinciana, commuitos problemas sociais nasáreas de saúde, educação e atual-mente, principalmente na segu-rança pública, com o aumento dotráfico de drogas, de assaltos e as-sassinatos.

Ainfraestrutura urbana aindarequer bem mais condições paramelhorar a acessibilidade da po-pulação no tocante ao trânsito, apavimentação das ruas, ao trans-porte público. São os mesmos pro-blemas também encontrados nosmunicípios próximos ao seu redor.

CONSÓRCIOS PÚBLICOSPara manter a máquina públi-

ca se requer uma grande quanti-dade de recursos financeiros, queos municípios, principalmenteaqueles de porte pequeno e médiocomo Macaíba não possuem em

quantidade suficiente.E no caso dos municípios da

Região Metropolitana de Natal,onde Macaíba se inclui, a reali-dade é praticamente a mesma,com dificuldades semelhantes.Uma das formas que poderia pelomenos amenizar estes problemasseria através dos chamadosConsórcios Públicos, projeto peloqual os municípios se unem pararealizar políticas públicas em par-ceria.

Através dos ConsórciosPúblicos os municípios, por exem-plo, podem criar um sistema detransporte urbano que melhore a

mobilidade para a população. Naárea da saúde as ações em con-junto podem contribuir, por exem-plo, para desafogar hospitais degrande porte como o WalfredoGurgel em Natal, que recebe pa-cientes vindos de cidades vizinhas,pela falta de uma melhor estru-tura dos hospitais municipais e is-so só para citar dois exemplos.

Mas no caso de Macaíba, aUnidade de Pronto Atendimentodo município (UPA), tem contri-buído para melhorar essa realida-de e muitos dos pacientes que an-tes precisavam ser levados parahospitais de Natal e Parnamirim,

são tratados na própria UPA.Macaíba até tem um Distrito

Industrial, dentro de sua área ter-ritorial de 512k m2, das mais di-versas áreas de processos tecnoló-gicos de controle e processos in-dustriais (compreende tecnologiasassociadas aos processos mecâni-cos, eletroeletrônicos m físico-químicos), infraestrutura (com-preende tecnologias relacionadasà construção civil e ao transpor-te) e produção industrial (com-preende tecnologias relacionadasaos processos de transformação dematéria-prima, substâncias purasou compostas, integrantes de li-nhas de produção específicas) eque geram milhares de empregosdiretos e indiretos.

Entretanto, os benefíciosoriundos com recursos arrecada-dos através de impostos precisamser melhores equalizados para darmais vitalidade à economia macai-bense e dessa forma gerar mais be-nefícios para população, enquan-to municípios vizinhos como SãoGonçalo do Amarante, com oAeroporto InternacionalGovernador Aluízio Alves,Parnamirim, considerada a tercei-ra economia do Rio Grande doNorte, sem falar de Natal que é acapital do Estado e naturalmen-te já é a maior economia potiguar.

Voltemos à indagação do iní-cio deste artigo. O que se pode es-perar da cidade de Macaíba parao futuro? Vai depender de comotodos, poder público, população eentidades da sociedade civil or-ganizada se unirem e pensarem ofuturo do município, não de acor-do com interesses pessoais, mascom projetos e ideias que levemMacaíba para um futuro cada vezmais promissor.

FUTURO PROXIMOVoltemos à indagação do início

deste artigo. O que se pode esperar da cidade de Macaíbapara o futuro? Vai depender de

como todos, poder público, população e entidades da

sociedade civil organizada se unirem e pensarem o futuro domunicípio, não de acordo com interesses pessoais, mas comprojetos e ideias que levem

Macaíba para um futuro cadavez mais promissor.

Antigo Coité e atual Macaíba, nome que recebeu do comerciante Fabrício Gomes Pedroza em 26 de outubro de 1855, a terra dos macaibenses tem um grande potencial para crescer

os motoristas parecem ignorar a lei municipal que ameaça multas e pontos naCarteira Nacional de Habilitação (CNH).

“Macaíba ainda tem ares de terra provinciana”

REGINALDO VASCONCELOS

Colaborador

Apesar da lei, em vigordeste agosto, queproíbe circulação deveículos de três eixosnas principais ruas de

Macaíba, das 7 às 20h, é comum ob-servar circulação de caminhões pe-sados e carretas durante toda sem-ana, principalmente pela AvenidaJundiaí e Rua Nossa Senhora daConceição, no Centro. A maior cir-culação de carros é em direção aSão Gonçalo do Amarante(Aeroporto internacional

Governador Aluizio Alves) e a cap-ital do estado.

multas

Com fiscalização aparentementefalha, sem a presença efetiva dosguardas, os motoristas parecem ig-norar a lei municipal que ameaçamultas e pontos na CarteiraNacional de Habilitação (CNH).

Acredita-se que a maioria dosmotoristas não toma conhecimen-to ou desconhece mesmo, por faltade orientação antecipada, sobre alei, embora que placas sejam vis-tas ao longo das margens das viasde acesso alertando as ruas inter-

ditadas. Os motoristas precisam ser

bem atenciosos, observando pla-cas de regulamentação e sinaliza-ção, para não serem multado. Casocontrario, a passagem pelo centrode Macaíba vai custar caro, com oaviso de multa chegando a suaresidência, alguns dias após o atoinflacionário.

Com olhos na fiscalização, os a-gentes de trânsito ficam circulan-do em viaturas e motos daSecretaria de Mobilidade (Semob)mais na intenção de multar que emorientar o motorista, portanto, todocuidado é pouco.

REGINALDO VASCONCELOS

ARQUIVO

Ignorando a lei, veículos de três eixos são vistos a qualquer hora circulando pelas ruas do Centro

OLHO NA CIDADE /Motoristas de carretas e caminhões precisam ser mais anteciosos no centro

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Page 5: Folha de Macaíba - Outubro de 2015

Outubro/2015 | 05/// CIDADE ///

Centenas de pessoas saí-ram às ruas de Macaíbana tarde no dia 18 de ou-tubro deste ano para pe-dir paz e clamar por jus-

tiça, na “IV Caminhada pela Paz –Macaíba não quer mais chorar”, rea-lizada por conta da violência que as-sola a cidade nos últimos tempos, comassassinatos, tráfico de drogas, ex-

plosões de caixas eletrônicos. Acabouo tempo em que a terra dos macai-benses era pacata e tranquila.

Postando cartazes com dizerespedindo paz, a caminhada se con-centrou inicialmente a partir das15h em frente a Igreja Mariz deNossa Senhora da Conceição e par-tiu em direção ao bairro Campo dasMangueiras, sob animação da can-

tora Thabata Medeiros, Mc Jack ebanda Pisada Santa e teve a orga-nização do grupo Anjos daMadrugada, que realiza diversostrabalhos sociais na cidade como adistribuição de alimentos a mora-dores de rua durante o período damadrugada, ações de cidadania co-mo esta caminhada pela paz, entrediversas outras ações.

O evento teve o apoio de órgãos pri-vados e públicos como a PrefeituraMunicipal de Macaíba. Alguns car-tazes levados pelas pessoas diziam:“Macaíba diz: é tempo de dizer basta”.Ou ainda: “Macaíba quer paz” e tam-bém: “Prefeito queremos a GuardaMunicipal", "Macaíba pede Paz", "Afamília é a base contra a violência","Macaíba está de luto”, "Macaíba não

quer mais chorar", entre outros.Muitas pessoas que foram víti-

mas de assaltos e famílias que cho-ram a dor de ter perdido um ente que-rido, vítima da violência tambémcompareceram na caminhada, as-sim como: o delegado do município,Normando Feitosa, o deputado es-tadual Kelps Lima, o vereador LuizGonzaga Soares, entre outros.

PAZ /Caminhada pela Paz – Macaíba não quer mais chorar”, realizada por conta da violência que assola a cidade nos últimos tempos

Caminhada pela paz e contra violência

Osair Vasconcelos: Personagens dos contos saíram de um tempo quenão existe mais, o que os tornam tão

interessantes

Postando cartazes com dizeres pedindo paz, a caminhada se concentrou inicialmente a partir das 15h em frente a Igreja Católica

Ojornalista e escritorOsair Vasconcelos lan-çou na quinta-feira, 22de outubro, no Clubede Rádio Amadores,

em Natal/RN, o livro “As pequenashistórias”, lembrando personagensde sua infância na terra em que nas-ceu: Macaíba/RN. Em recente en-trevista ao repórter do CadernoViver, jornalista Tádzio França, jor-nal Tribuna do Norte, o escritor ma-caibense contou que a maioria daspersonagens do livro existiu, mas ashistórias são fictícias, criadas a par-tir da personalidade dessas pessoas.

Osair disse que as sete narrati-vas – propositalmente, o número damentira – são reflexos de uma épo-ca em que personagens pitorescoseram fáceis de achar no cotidiano

das cidades, principalmente nas pe-quenas. O jornalista conta que sãopessoas de sua infância e adolescên-cia, entre os anos 60 e 70. Para rea-vivar a memória, ele chegou a as-suntar entre os mais antigos.

Alguns dos contos estão ligados àformação do autor. Caso de Zé Jipe,protagonista do texto que abre o livro.“O Zé era um engraxate, mestre depastoril, que costumava ler o jornaldo dia em voz alta para as pessoas,como se fosse um tipo de propagan-da. Todo mundo em volta parava praouvi-lo. Ele foi um dos responsáveispor eu ter vontade de estudar jorna-lismo. Eu imaginava que escreveriaos jornais para ele ler”, afirma.

Outra figura marcante está em “Oanjo negro”, o dono de uma bodega que,apesar de ter apenas algumas garra-

fas de cachaça pra vender, conseguiareunir todos os personagens interes-santes da cidade em torno dele.

Osair ressalta que, de certa forma,“As pequenas histórias” é um prolon-gamento de “Acidade que ninguém in-ventou”, livro que ele lançou em 2010como um relato de lembranças mar-cantes de sua Macaíba de meados do

século passado. “Prefiro chamar li-vro de lembranças do que de memó-rias, que considero muito pretensio-so. Mas aquelas pessoas já estavamde alguma forma no livro anterior, eagora eu pude dar outra dimensão aelas, criando novas histórias”, afirma.O primeiro livro, “Encontros passa-geiros com pessoas permanentes”(2008) era uma reunião de textos jor-nalísticos, entrevistas e crônicas, abor-dando pessoas de diferentes partes.

Vasconcelos criou a Z Editorahá quinze anos, mas só de cinco anospara cá passou a publicar seus pró-prios livros. Está no jornalismo des-de 1975, onde já escreveu para ARepública, Diário de Natal, Tribunado Norte, O Estado de São Paulo,Jornal da Tarde, e atuou na TVCabugi e BandTV.

CEDIDA

CEDIDA

Osair Vasconcelos lança livro sobre histórias de sua infância e adolescência em Macaíba/RN

FRASE

Prefiro chamar livro de lembranças do que de

memórias, que considero muito pretensioso.

OSAIR VASCONCELOS

Jornalista e Escritor

HISTÓRIA QUE CONTO /O livro ”As Pequenas Histórias”, editora Z, são contos de ficção foi lançado neste mês em Natal

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Page 6: Folha de Macaíba - Outubro de 2015

06 | Outubro/2015 /// ESPECIAL ///

ANDERSON TAVARES DE LYRA

Historiador.

Quando teve início aocupação territorialde Macaíba? Quandofoi fundado o povoa-do? Por que comemo-

rar o dia 27 de outubro como amaior data municipal? Esses e ou-tros elementos da história deMacaíba serão analisados no pre-sente artigo, no qual apresenta-remos subsídios demonstrandoque comemoramos erroneamentea data municipal.

O espaço territorial ocupadoatualmente pela cidade deMacaíba é antiguíssimo quanto àocupação, remontando ao ano de1614, data das distribuições dasprimeiras sesmarias que englo-bavam o espaço geográfico da cida-de. Contudo, por essa época, todaa terra fazia parte da cidade doNatal e não se possuía uma pers-pectiva, mesmo diminuta, de for-mação de um povoado.

Engenho PotengiCom a construção do antigo en-

genho Potengi, hoje Ferreiro Torto,não houve alteração dos planos re-lativos a um aglomerado urbano,ou seja, os fundadores do engenhoergueram tão somente um espaçode exploração da terra, sem pers-pectivas evolutivas para um po-voado.

Tempos mais tarde, precisa-mente após a decadência econômi-ca do engenho Potengi e o local játransformado em quartel do Terçodos Paulistas, cujos milicianos vi-nham combater na chamadaGuerra do Gentio Tapuia, que aofinal da batalha alguns não retor-naram aos seus locais de origem,espalhando-se pela ribeira doJundiaí e do Potengi, erguendo fa-zendas de criação e engenhos, co-mo foi o caso do sargento-mor Joséde Morais Navarro, que reestrutu-rou o antigo engenho Potengi.

SÍTIO COITÉOutro miliciano que não retor-

nou as suas terras foi o coronel demilícias Manoel Teixeira Casado,que juntamente com o alferes demilícias Roque da Costa, recebe-ram uma sesmaria margeando oRio Jundiaí a qual deram o nomede sítio Coité. Os sesmeiros nadafizeram para iniciar um povoado,limitando-se somente a criação degado e ao cultivo da terra, complantações de mandioca e com pou-cos escravos.

O sítio Coité foi sendo herdadopelos descendentes do coronel demilícias Manoel Teixeira Casadoaté sua neta Maria Angélica daConceição, casada com o coronel decavalaria miliciana Joaquim Josédo Rego Barros, senhor do enge-nho Ferreiro Torto e que depois departicipar da junta governativaprovincial de 1821, juntamentecom o capitão de milícia FranciscoPedro Bandeira de Melo, vendeua este a propriedade Coité com to-das as benfeitorias então existen-tes, recolhendo-se ao FerreiroTorto.

O capitão Francisco PedroBandeira de Melo prossegue crian-do gado e plantando no sítio Coité.No trabalho com a propriedadecontava com o auxílio do vaqueiroFélix José de Souza (avô de Autade Souza). Eis que surge o comer-ciante Fabrício Gomes Pedroza, se-nhor do engenho Jundiaí e após ocasamento com Damiana MariaBandeira de Melo, filha do capi-tão Francisco Pedro, herda a pro-priedade e imbuído de uma visãoeconômica mais ampla, teve o pio-neirismo de pensar e fazer uma fei-ra e depois abrir a propriedade emforma de povoado.

HISTÓRIA / A construção de um armazéns margeando o rio Jundiaí foi fundamental para o futuro da pequena Coité

Macaíba nasceu povoado, passou acondição de vila e tornou-se cidade

O espaço territorial ocupado atualmente pela cidade de Macaíba é antiguíssimo quanto à ocupação, remontando ao ano de 1614, data das distribuições das primeiras sesmarias que englobavam o espaço geográfico da cidade.

Tradicional feira regionalFabrício Pedroza não pensou pe-

queno como seus antecessores quan-to ao espaço de terra que herdou.Rapidamente, construiu armazénsmargeando o rio Jundiaí para rece-ber as mercadorias vindas do sertãocom destino a capital e atraiu para olugarejo várias pessoas de suas rela-ções comerciais para se fixarem nosítio, fundando uma feira com essescomerciantes e que rapidamente setornou tradicional em toda região,favorecendo a expansão urbana do po-voado da Macaíba. Assim, é bom des-tacar que nunca existiu um povoa-do, vila ou mesmo cidade de Coité, que,na verdade, era um sítio e nunca pas-sou disso. Macaíba nasceu povoado,passou a condição de vila e tronou-secidade com este nome.

Conforme o diário de notas fami-liar intitulado Aos Meus, de autoriade Maria Terceira da Silva Pedroza,naquele dia 26 de outubro de 1855,aniversário de papai, ele reuniu re-presentantes do clero, amigos e fami-liares, não para sua comemoração na-talícia, mas sim, para a fundação deum povoado pelo qual bateu-se comtodas as forças para ver prosperar.

Assim nasceu o povoado da Macaíba,margeando o Jundiaí.

ABERRAÇÃO HISTÓRICAO texto de D. Maria Terceira

Pedroza, até então desconhecido,nos fornece elementos suficientespara determinarmos a data precisade fundação de Macaíba. O queacontece atualmente é uma aberra-ção histórica. Todo ano comemora-se o dia 27 de outubro de 1877, quan-do o povoado foi elevado à catego-ria de vila e teve a sede adminis-trativa transferida de São Gonçalodo Amarante para Macaíba.

Macaíba não tem somente 138anos de história! É preciso reveressa data, sob pena de continuar-mos em um erro histórico, repas-sado de geração a geração.Comemorar o 27 de outubro de 1877,como a data municipal, é esquecero legado histórico da fundação da ci-dade em 26 de outubro de 1855. Énegar a existência da história ma-caibense quando ela se apresentamais rica e mais cheia de elemen-tos, práticas e representações for-madores de sua comunidade.

FRASE

Macaíba não tem somente 138anos de história! É preciso reveressa data, sob pena de contin-uarmos em um erro histórico,

repassado de geração ~a geração.

ANDERSON TAVARES DE LYRA

Historiador.

ARQUIVO

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Page 7: Folha de Macaíba - Outubro de 2015

Outubro/2015 | 07/// CIDADE ///

Um passeio turístico-fotográ-fico por Macaíba alusivo aos138 anos de emancipaçãopolítico-administrativa domunicípio foi realizado no

dia 18 de outubro deste ano e reuniu 12fotógrafos para visitar a cidade em váriospontos. O ônibus saiu da Praça PadreAmorim (Praça da Igreja Matriz de NossaSenhora da Conceição) em direção aoMuseu Solar Ferreiro Torto, onde se co-nheceu a história do espaço e fotografouas ruínas dos antigos engenhos “FerreiroTorto” e “Potengi”, além de uma caminha-da aventurando-se por trilhas ecológicas.

Outro ponto da visita foi a região dosGuarapes para conhecer a história do lo-cal e fotografar as ruínas do antigoEmpório dos Guarapes, além de ter umaexcelente visão dos rios Jundiaí e Potengido alto de uma colina. Ainda nos Guarapesocorreu um passeio de barco pelo rioJundiaí, conhecendo as suas estórias depescadores e histórias reais, observandoo Monumento aos Mártires de Uruaçu.

Também houve uma parada noCentro Histórico do Município para co-nhecer e fotografar seus principais pon-tos turísticos: o Monumento aos FilhosIlustres, Casarão do Porto, Solar daMadalena, Capela de Nossa Senhorada Soledade, Capela de São JoséOperário, Solar do Caxangá, Casa deCultura Popular, Paróquia de NossaSenhora da Conceição e o prédio-sede daprimeira Prefeitura Municipal.

Acomunidade rural Jundiaí foi a atra-ção seguinte, após o almoço, conhecen-do o prédio-sede da diretoria da EscolaAgrícola de Jundiaí (EAJ), construído em1912, e também a árvore Baobá. O ro-teiro foi finalizado na comunidade qui-lombola de Capoeiras para conhecer ascrendices e fatos do lugar. A caravana

fotográfica fez imagens do cruzeiro queé o marco da fundação da comunidade.

Macaíba aniversaria no dia 27 de ou-tubro e neste dia haverá uma mostra co-letiva destas fotos no Museu Solar FerreiroTorto, que apresentará todos os detalhesdo passeio para o público visitante.

EXPOR Das pessoas que participaram do pas-

seio, cinco fotógrafos (um alemão, umaitaliana, dois natalenses e ummacaibense) tiveram alguns registrosescolhidos pela organização do eventopara expor na Casa de Cultura Popularde Macaíba – um dos pontos históricosvisitados durante o passeio. Tudo indi-ca que durante a mostra fotográfica terácoffee break e música ao vivo para os con-vidados.Depois de Macaíba, a mostra fo-tográfica acontecerá em Natal (capitalpotiguar) e, em seguida, em outros mu-nicípios do Rio Grande do Norte, paraque o potencial turístico da Terra de Autade Souza e Augusto Severo seja divul-gado para o estado e, quem sabe, paramundo

Um dos pontos da visitos foi a região dos Guarapes para conhecer a história do local e fotografar as ruínas do antigo Empório dos Guarapes

Passeio turístico-fotográficocapta imagens de Macaíbapara comemorar 138 anos

TURISMO / Alusivo aos 138 anos de emancipação do município grupo de12 fotógrafos visita a cidade em vários pontos

FOTOS:ADROVANDO CLARO

138 ANOS DE HISTÓRIA

Também houve uma parada no CentroHistórico do Município para conhecer e

fotografar seus principais pontosturísticos: o Monumento aos FilhosIlustres, Casarão do Porto, Solar da

Madalena, Capela de Nossa Senhora da Soledade

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Page 8: Folha de Macaíba - Outubro de 2015

08 | Outubro/2015 /// INFORMATIVO ///

Com o objetivo de apre-sentar aos moradores deMacaíba a campanha“Operação ComércioSeguro”, a Casa do

Empresário da cidade reuniu na noi-te de 06 de outubro autoridades lo-cais e representantes de diversos se-tores da sociedade civil. Na ocasião,foram abordadas questões acercada segurança pública, e foi entregueum folder com dicas de como comer-ciantes e seus funcionários devemagir para contribuir com a diminui-ção de ocorrências no município.

O trabalho, encabeçado peloSindicato do Comércio Varejista deMacaíba (Sindivarejo) e pelaCâmara dos Dirigentes Logistas(CDL) da cidade, busca conscienti-zar os empresários locais na toma-da de decisões que possam somar-se às ações já desenvolvidas pelo po-der público no enfrentamento ao cri-me: “sua empresa com mais segu-rança para você e seus clientes”.

O presidente do Sindivarejo evice-presidente da Fecomércio RN,Luiz Lacerda, ressaltou que esse ésó o primeiro passo diante do que aCasa do Empresário pretende fa-zer para combater os assaltos recor-rentes que acontecem em Macaíba.“Iremos oferecer os meios para quetenhamos um fórum para mediar otema da segurança pública entreos diversos setores da sociedade ci-vil. Esta é nossa contribuição paramelhorar a segurança na cidade”.

Já o presidente da CDLMacaíba,Geovanne Montine, destacou quediscutir o tema da segurança públi-ca é uma atividade constante da Casado Empresário. ”Enquanto represen-tante da classe empresarial, preten-demos continuar este debate junto

ao poder público, e almejamos, coma soma de ações do estado, do comér-cio local, e da prefeitura do municí-pio, conseguir implantar o vídeo mo-nitoramento no centro da cidade”.

O comandante do 11º Batalhão daPolícia Militar de Macaíba, tenentecoronel Marlon de Góis Bay, e o dele-gado da Polícia Civil, NormandoFeitosa, apresentaram ao público pre-sente as ações que estão sendo reali-zadas para o enfrentamento ao crimeno município. A dificuldade de estru-tura e pessoal foi ponto comum nas ex-planações feitas pelos representantesda Polícia Militar e Civil, os quais con-cordaram também na importância do

debate constante acerca da segurançapública.Para o tenente coronel, a situa-ção de altos índices de criminalidadenão é algo que existe somente emMacaíba e que tomou forma recente-mente, “trata-se de uma questão queenvolve, necessariamente, a educação.As crianças e jovens precisam voltar ater a educação como referência; somen-te assim poderemos falar, no futuro, emprevenção à criminalidade, e não en-frentamento ou combate”.

O delegado Normando Feitosareafirmou a importância de debatescomo o que foi realizado pela Casado Empresário de Macaíba. Paraele, “faz-se necessário a existência

de uma parceria entre os poderespúblico e privado para que possamser amenizados os problemas da se-gurança no município. Temos quecontinuar nos reunindo, identifican-do as dificuldades, apresentando ascarências de cada poder e buscan-do formas de contornar tudo isso”.

Durante o evento, que contoucom a participação, também, de se-cretários municipais e representan-tes do poder executivo local, o Grupode Escoteiros Augusto Severo rece-beu o material impresso e assumiua responsabilidade de distribuir ofolder no comércio de Macaíba a par-tir desta quarta-feira (07.10).

FRASES

As crianças e jovens precisamvoltar a ter a educação como

referência; somente assimpoderemos falar, no futuro,

em prevenção à criminalidade,e não enfrentamento

ou combate”.

NORMANDO FEITOSA

Delegado de Macaíba

O delegado Normando Feitosa reafirmou a importância de debates como o que foi realizado pela Casa do Empresário de Macaíba.

O presidente do Sindivarejo e vice-presidente da Fecomércio RN, Luiz Lacerda, ressaltou que esse é só o primeiro passo diante do que a Casa

Na ocasião foi entregue um folder com dicas de como comerciantes e seus funcionários devem agir para contribuir com a diminuição de ocorrências no município

“Operação Comércio Seguro”Casa do Empresário de Macaíba apresenta à população

DIVULGAÇÃO

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