folha 341 phoma ascochyta retoma seu ataque em cafeeiros

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Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 Varginha, MG CEP: 37026-400 35 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br PHOMA ASCOCHYTA RETOMA SEU ATAQUE EM CAFEEIROS J.B. Matiello e S.R. de Almeida Engs Agrs Fundação Procafé O complexo de fungos Phoma/Ascochyta volta a atacar as lavouras de café, facilitado pela umidade, com a retomada das chuvas, agora em setembro/outubro. O ataque ocorre em 3 partes dos cafeeiros na folhagem, na ramagem e no sistema floral. Na folhagem a Phoma provoca lesões nas folhas mais novas e a Ascochyta em folhas mais velhas, especialmente no lado da linha de cafeeiros voltado para o poente, favorecendo a queda das folhas. Na ramagem o ataque tem inicio pela entrada dos fungos a partir da abertura provocada pela queda das folhas, no local onde havia a inserção do pecíolo no ramo, aí alastrando e secando a parte nova do ramo, os últimos 4-5 nós terminais. Na parte floral o ataque se dá no pedúnculo das gemas florais, a partir dos botões, depois nas flores e, especialmente, dos frutos chumbinhos. Os prejuízos ocorrem pela queda de folhas, pela seca de ramos e pela morte/seca de botões, flores e frutinhos, deixando as rosetas com menor numero de frutos, diminuindo, assim, a produtividade. As condições favoráveis à evolução da doença são a umidade, por chuvas finas, ventos e queda de temperatura, abertura por ação de lagartas, granizo etc, excesso de adubação nitrogenada e lavouras fechadas ou com plantas muito altas, que promovem sombra e umidade na lavoura. Assim, regiões ou épocas ou lavouras onde predominam essas condições têm o ataque aumentado, e, ali, o controle é prioritário. A proteção é indicada com o uso de fungicidas do grupo das carboxamidas (Boscalid Cantus a 160-200 ml/ha) , de combinações de Tebuconazole mais estrobilurinas (Nativo a 1,0 1,5 L/ha, Azimut a 0,75 L/ha) ou Priori Top (Azoxistrobina + Difenoconazole a 0,4-0,5 L/ha) ou Iprodione (Rovral a 0,6 1,0 L/ha) ou doses elevadas de estrobilurinas (Comet, Amistar etc). O ideal são 3 pulverizações no período de jul/ago a dezembro, no entanto o mais comum são 2 aplicações, na pré e pós-florada, priorizando as lavouras de carga alta. À esquerda lesões de Ascochyta em folhas velhas, no centro e à direita manchas de Phoma, em folhas novas.

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Page 1: Folha 341   phoma ascochyta retoma seu ataque em cafeeiros

Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400

35 – 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br

PHOMA ASCOCHYTA RETOMA SEU ATAQUE EM CAFEEIROS J.B. Matiello e S.R. de Almeida – Engs Agrs Fundação Procafé

O complexo de fungos Phoma/Ascochyta volta a atacar as lavouras de café, facilitado pela

umidade, com a retomada das chuvas, agora em setembro/outubro.

O ataque ocorre em 3 partes dos cafeeiros – na folhagem, na ramagem e no sistema floral.

Na folhagem a Phoma provoca lesões nas folhas mais novas e a Ascochyta em folhas mais velhas,

especialmente no lado da linha de cafeeiros voltado para o poente, favorecendo a queda das

folhas.

Na ramagem o ataque tem inicio pela entrada dos fungos a partir da abertura provocada

pela queda das folhas, no local onde havia a inserção do pecíolo no ramo, aí alastrando e secando

a parte nova do ramo, os últimos 4-5 nós terminais.

Na parte floral o ataque se dá no pedúnculo das gemas florais, a partir dos botões, depois

nas flores e, especialmente, dos frutos chumbinhos.

Os prejuízos ocorrem pela queda de folhas, pela seca de ramos e pela morte/seca de

botões, flores e frutinhos, deixando as rosetas com menor numero de frutos, diminuindo, assim, a

produtividade.

As condições favoráveis à evolução da doença são a umidade, por chuvas finas, ventos e

queda de temperatura, abertura por ação de lagartas, granizo etc, excesso de adubação nitrogenada

e lavouras fechadas ou com plantas muito altas, que promovem sombra e umidade na lavoura.

Assim, regiões ou épocas ou lavouras onde predominam essas condições têm o ataque aumentado,

e, ali, o controle é prioritário.

A proteção é indicada com o uso de fungicidas do grupo das carboxamidas (Boscalid –

Cantus a 160-200 ml/ha) , de combinações de Tebuconazole mais estrobilurinas (Nativo a 1,0 –

1,5 L/ha, Azimut a 0,75 L/ha) ou Priori Top (Azoxistrobina + Difenoconazole a 0,4-0,5 L/ha) ou

Iprodione (Rovral a 0,6 – 1,0 L/ha) ou doses elevadas de estrobilurinas (Comet, Amistar etc). O

ideal são 3 pulverizações no período de jul/ago a dezembro, no entanto o mais comum são 2

aplicações, na pré e pós-florada, priorizando as lavouras de carga alta.

À esquerda lesões de Ascochyta em folhas velhas, no centro e à direita manchas de Phoma, em folhas

novas.

Page 2: Folha 341   phoma ascochyta retoma seu ataque em cafeeiros

Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400

35 – 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br

Queda de folhas por efeito de ataque de Phoma/Ascochyta (esq) e ataque desses fungos em inflorescencia

sobre botões florais (dir).

Ferimento deixado no ramo pela queda da folha atacada, na inserção do peciolo no ramo (esq) por onde

entram os fungos e chegam a matar os últimos nós do ramos (dir.).