floyd e orwell tirado do facebook

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7/21/2019 Floyd e Orwell Tirado Do Facebook http://slidepdf.com/reader/full/floyd-e-orwell-tirado-do-facebook 1/4 OAlbum ANIMALSé baseado no livro ARevoluçãodos Bichos (AnimalFarm), deGeorgeOrwell, mais conhecido pelo seutrabalho1984. Ao longodas trêsmúsicas principais, todas elas com mais de10 minutosde duração Roger Waters equipara os humanos acada uma das três espécies de animais dolivro: cães (Dogs), porcos (Pigs) e carneiros (Sheep). Os cães sãousados para representar os homens de negócios, megalomaníacos que acabam por serem arrastados pela própria pedra que atiraram. Os porcos representamos políticos corruptos eos moralistas (comreferências diretas aMargaret Thatcher e aMary Whitehouse). Os que não se enquadramnestas duas categorias sãocarneiros, que sem pensamento próprio, cegamente seguem um líder. Waters conceitua“Dogs” como os burgueses que fazem qualquer coisa para subir navida, e quem sabeum dia tornarem-se “Pigs”. Trechos damúsica trazemclaramente aforma maquiavélica pela qual agem para alcançar seus objetivos sórdidos (“Acertain look in the eye, and an easy smile, You haveto be trusted, By the people that you lie to, So that when they turn their backs on you ,You'll get the chanceto put the knife in…”). Outra interpretação trataria os “Dogs” os repressores, aqueles que, pelas ordens de outros ("Pigs"), usamo poder para manter a ordem. Sobesse prisma, “Pigs” e “Dogs” seriam aliados. Emoutro trechoda música, Waters fala sobre o trágicofimdos “Dogs”: solitários, questionando-se sobre valores morais, e morrendodecâncer pelo remorso de seus atos. Curiosamente, mesmo após detonar os caninos, Waters, nasegundaparte de “Pigs on theWing”, refere-se asimesmo como um “Dog”. Apesar do fundo político-social, e da constante buscadas letras emevidenciar as desigualdades ea ganância, “Animals” tambémtem em suamusicalidadeum ponto muito forte. “Dogs”, apesar dos seus 17 minutos, está muito longe de ser cansativa. Talvez seja a mais “floydiana” das faixas: a harmonia dos solos deGilmour (ouça a músicae diga seela não vai preparando terreno para os solos), as distorçõesantes da parte final, a inigualável presençado baixo, os brilhantes questionamentos de Waters ao final... Animals foi gravado em Britannia Row, estúdio da banda, em Londres, mas asuaprodução foi marcada pelos primeiros sinais de discórdia que, posteriormente, viriamculminar na saída do tecladista Richard Wright da banda. Acapa doálbum, um porco flutuando entre duas chaminés daUsinaTermelétrica de Battersea, foi desenvolvida pelo Baixista e letrista Roger Waters, em conjunto comStormThorgerson e Hipgnosis, colaborador delongadata dogrupo. Oporco gigante cheio de hélio que aparecenafoto dacapa do álbum que foi posto a voar sobre a central eléctricade Battersea para a fotografia, ter-se-á supostamente solto. As fotos resultantes não foram julgadas adequadas, pelo que a imagem final foi criada nacâmera escura. Porcos insufláveis similaresforamusados apartir daí nos concertosdos Pink Floyd. No showdeRoger Waters no Brasil, em 2007, foramusadasmensagens deprotestos sobre a pele doPorco, escrito por brasileiros momentosantes do show. Oporcofoi solto seguindo o ritualdo primeiro showque oPorco participou antesdo lançamento do album Animals. MAIS http://polivocidade.blog.br/tag/a-revolucao-dos-bichos/ http://estantedasala.com/a-revolucao-dos-bichos/ https://www.youtube.com/watch?v=-El!mba"#$

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Estudo sobre a relação da obra Revolução dos Bichos e o album Animals de Pink Floyd.

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O Album ANIMALS é baseado no livro A Revolução dos Bichos (Animal Farm), de George Orwell, mais

conhecido pelo seu trabalho 1984. Ao longo das três músicas principais, todas elas com mais de 10 minutos de

duração Roger Waters equipara os humanos a cada uma das três espécies de animais do livro: cães (Dogs),

porcos (Pigs) e carneiros (Sheep). Os cães são usados para representar os homens de negócios,

megalomaníacos que acabam por serem arrastados pela própria pedra que atiraram. Os porcos representam os

políticos corruptos e os moralistas (com referências diretas a Margaret Thatcher e a Mary Whitehouse). Os que

não se enquadram nestas duas categorias são carneiros, que sem pensamento próprio, cegamente seguem umlíder.

Waters conceitua “Dogs” como os burgueses que fazem qualquer coisa para subir na vida, e quem sabe um dia

tornarem-se “Pigs”. Trechos da música trazem claramente a forma maquiavélica pela qual agem para alcançar

seus objetivos sórdidos (“A certain look in the eye, and an easy smile, You have to be trusted, By the people that

you lie to, So that when they turn their backs on you ,You'll get the chance to put the knife in…”). Outra

interpretação trataria os “Dogs” os repressores, aqueles que, pelas ordens de outros ("Pigs"), usam o poder

para manter a ordem. Sob esse prisma, “Pigs” e “Dogs” seriam aliados.

Em outro trecho da música, Waters fala sobre o trágico fim dos “Dogs”: solitários, questionando-se sobrevalores morais, e morrendo de câncer pelo remorso de seus atos. Curiosamente, mesmo após detonar os

caninos, Waters, na segunda parte de “Pigs on the Wing”, refere-se a si mesmo como um “Dog”.

Apesar do fundo político-social, e da constante busca das letras em evidenciar as desigualdades e a ganância,

“Animals” também tem em sua musicalidade um ponto muito forte. “Dogs”, apesar dos seus 17 minutos, está

muito longe de ser cansativa. Talvez seja a mais “floydiana” das faixas: a harmonia dos solos de Gilmour (ouça

a música e diga se ela não vai preparando terreno para os solos), as distorções antes da parte final, a

inigualável presença do baixo, os brilhantes questionamentos de Waters ao final...

Animals foi gravado em Britannia Row, estúdio da banda, em Londres, mas a sua produção foi marcada pelosprimeiros sinais de discórdia que, posteriormente, viriam culminar na saída do tecladista Richard Wright da

banda. A capa do álbum, um porco flutuando entre duas chaminés da Usina Termelétrica de Battersea, foi

desenvolvida pelo Baixista e letrista Roger Waters, em conjunto com Storm Thorgerson e Hipgnosis,

colaborador de longa data do grupo. O porco gigante cheio de hélio que aparece na foto da capa do álbum que

foi posto a voar sobre a central eléctrica de Battersea para a fotografia, ter-se-á supostamente solto. As fotos

resultantes não foram julgadas adequadas, pelo que a imagem final foi criada na câmera escura.

Porcos insufláveis similares foram usados a partir daí nos concertos dos Pink Floyd. No show de Roger Waters

no Brasil, em 2007, foram usadas mensagens de protestos sobre a pele do Porco, escrito por brasileiros

momentos antes do show. O porco foi solto seguindo o ritual do primeiro show que o Porco participou antes dolançamento do album Animals.

MAIS

http://polivocidade.blog.br/tag/a-revolucao-dos-bichos/

http://estantedasala.com/a-revolucao-dos-bichos/

https://www.youtube.com/watch?v=-El!mba"#$

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http://strangeishard.blogspot.com.br/%&'%/&(/pin$-)oyd-animals-analise-completa.html

https://paintbo*tal$s.wordpress.com/%&'%/&(/&+/pin$-)oyd-animals-',-pigs-on-the-wing/

http://progresenhas.blogspot.com.br/%&''/&/pin$-)oyd-animals.html

http://hangover-music.blogspot.com.br/%&'&/'%/resenha-album-pin$-)oyd-animals.html

Desde a sua fundação, por volta de 1966, até o final dos anos 60, a banda viveu um verdadeiropsicodelismo e experimentalismo musical. Com a saída do seu principal compositor, vocalista euitarrista, !"d #arrett, em 1969, passaram a procurar o seu estilo com o susbstituo de !"d,David $ilmour, trabal%ando em alo mais proressivo, um som minuncioso e diversificado. &sanos '0 foram sua explosão e seu (pice, sua verdadeira década de ouro. )m 19'* saiu o primeirorande estouro mundial em nome do +in -lo"d /%e Dar !ide of t%e oon. !eu sucessor, is%2ou ere 3ere, saiu em 19'4 e também não deixou a dese5ar em sua repercussão mundial. )stesforam os primeiros discos diretamente conceituais da banda ue, em 19'', lançou sua mais

explícita crítica social 7nimals.

Contudo, enuanto o sucesso comercial e midi(tico se expandia, o oposto se fa8ia noentendimento entre os membros.

ançado em 19'', 7nimals é um dos (lbuns mais aressivos da banda, talve8 uma resposta :crescente onda pun, o ue não interferiu muito em sua repercussão, ficando no topo das paradasem v(rios países por todo o mundo. 7 aressividade do disco se d( tanto em sua sonoridadeuanto em suas letras, letras essas ue criticam as condiç;es político<sociais da época,comparando as pessoas : animais, tal como o romance do escritor $eore &r=ell, 7 >evolução

dos #ic%os, tido como inspiração. & disco conta com 4 faixas +is on t%e in ?pt. 1 e pt. @A,Dos, +is ?/%ree Different &nesA e !%eep.

7 parte 1 de +is on t%e in abre o disco, enuanto a parte @ encerra<o. )ssa é uma peçaacBstica aonde, seundo diversos entrevistadores, o baixista e principal compositor desse disco,>oer aters, declara<se para sua compan%eira : época. )m uma versão especial lançada apenas

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em fita ', ambas faixas eram unidas por um solo de uitarra tocado por !no=" %ite, ue,futuramente, viria a acompan%ar a banda em suas prximas turns.

Eunto com a primeira parte desta peça, a seunda faixa, Dos, ocupa o lado 7 do disco. Dostrata das pessoas de alto escalão ue fa8iam ualuer coisa para subir na vida, ter mais poder edin%eiro, deixando de lado família e amios, apun%alando todos pelas costas para, no final, se

darem mal e caírem no esuecimento. F uma letra pesada e explícita, escrita por $ilmour, tendoa5ustes feitos por aters para encaixar<se perfeitamente no conceito. !ob o nome de 2ouGve $otta#e Cra8", Dos era tocada nos s%o=s do +in -lo"d desde 19'H, com vocais e solos levementediferentes dos da versão do (lbum.

E( no lado # do disco, temos +is ?/%ree Different &nesA, uma verdadeira esnobada de aters :políticos corruptos e pessoas de rande poder, ue dominam e controlam a sociedade cominteresses eoístas e imorais. & título di8 +orcos ?/rs /ipos DiferentesA porue em cada parte daletra, a palavra  pig tem um sinificado lieiramente diferente, sendo direcionado para aluém

diretamente. 3( muita especulação sobre pra uem os versos apontam, no entanto, até %o5e,nada foi claramente divulado, a não ser pela Bltima parte, onde a banda ataca diretamente aconservadora ativista ar" %ite%ouse, ue insistia ue a banda promovia droas e sexo em suasmBsicas. !ua melodia e sonoridade se remete : de 3ave a Ciar, faixa do is% 2ou ere 3ere,contando com risos irInicos, porcos rosnando etc.

!%eep é a uarta canção do (lbum, e também era tocada desde 19'H sob o nome de >avin andDroolin, com vocais e arran5os levemente diferentes. 7 letra foi modificada para casarperfeitamente com o propsito do disco. 7ui são criticadas as pessoas JcomunsJ, a massa

popular, sem uma opinião formada, conformada e acomodada, ue apenas seue os líderesceamente, sem uestionar suas decis;es. )ntretanto, diferente da %istria de $eore &r=ell, namBsica, os carneiros se rebelam contra os cães e os porcos, assumindo assim o controle e opoder, coisa ue se mostra na letra e na sonoridade da mBsica. )m sua letra %( uma versãomodificada do !almo @*, onde um !en%or ue J-a8<me pendurar em luares altos e ele meconverte a costeletas de cordeiroJ ?referindo<se aos carneiros do títuloA é celebrado. 7 melodia dacanção remete : uma canção do (lbum eddle de 19'1, &ne &f /%ese Da"s sendo, assim comoas outras, bem aressivamente proressiva.

& (lbum foi ravado de abril : de8embro de 19'6 no #ritannia >o= !tudios, propriedade doprprio +in -lo"d. >avin and Droolin ?!%eepA e 2ouGve $otta #e Cra8" ?DosA, como eramtocadas desde 19'H, entrariam no (lbum anterior, is% 2ou ere 3ere, no entanto, pordiverncias entre os mBsicos, as canç;es foram deixadas de lado para um possívelaproveitamento futuro, tendo acabado formando uma crítica tão forte e explosiva uanto a dois% 2ou ere 3ere.

Kma ve8 ue o (lbum fora finali8ado, era tempo de criar sua arte. 7luns pro5etos foramapresentados pelos repons(veis pelas artes dos (lbuns anteriores. Contudo, a ideia final foi deaters com a a5uda do 3ipnosis. aters sempre passava pela #attersea +o=er !tation, e uisus(<la como capa. Contraram uma indBstria alemã de bal;es ?ue antiamente construía 8epelinsApara criar um porco infl(vel de cerca de 10m ?con%ecido como 7lieA. & porco foi inflado com%élio e posicionado entre as duas c%aminés ao sul da usina no dia @ de de8embro de 19'6, e%avia um atirador de elite para derrubar o balão caso ele escapasse. as, devido ao mau tempo,a foto teve ue ser adiada e o aente da banda, !teve &G>oure, não reuisitou o atirador para a

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seunda bateria de fotos. & balão não estava inflado o suficiente, então enc%eram<no com aindamais %élio e o mesmo se soltou e simplesmente sumiu de vista. 7lumas %istrias di8em ue oporco fora avistado por aeronaves e comunicado : força aérea ue, supostamente, %aviamandado caças para derrubar o ob5eto voador não identificado. !eundo relatos, o porcoaterrissou num estado vi8in%o e foi recuperado por um fa8endeiro ue estava furioso peloacontecido. & balão foi levado para um terceiro dia de fotorafia, mas as fotos do dia anteriorforam classificadas como mel%ores e usadas na arte do (lbum, ue ficou assim

http://webcache.googleusercontent.com/search?=cache:%,#o!,%#b#:artedoserrados.blogspot.com/%&'(/&%/a-sociedade-dividida-em-caes-

porcos-e.html01cd=21hl=pt-!31ct=cln$1gl=br1lr=lang4pt