florianÓpolis, 19 de maio de 2005 nÚmero · 3ª sessÃo legislativa da 15ª legislatura realizada...

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15ª Legislatura ESTADO DE SANTA CATARINA 3ª Sessão Legislativa PALÁCIO BARRIGA-VERDE ANO LIV FLORIANÓPOLIS, 19 DE MAIO DE 2005 NÚMERO 5.426 15ª Legislatura 3ª Sessão Legislativa COMISSÕES PERMANENTES MESA Julio Cesar Garcia PRESIDENTE Herneus de Nadal 1º VICE-PRESIDENTE Djalma Berger 2º VICE-PRESIDENTE Lício Mauro da Silveira 1º SECRETÁRIO Pedro Baldissera 2º SECRETÁRIO Valmir Comin 3º SECRETÁRIO José Paulo Serafim 4º SECRETÁRIO LIDERANÇA DO GOVERNO João Henrique Blasi PARTIDOS POLÍTICOS (Lideranças) PARTIDO PROGRESSISTA Líder: Joares Ponticelli PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO Líder: Manoel Mota PARTIDO DA FRENTE LIBERAL Líder: Antônio Ceron PARTIDO DOS TRABALHADORES Líder: Paulo Eccel PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA Líder: Clésio Salvaro PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO Líder: Narcizo Parisotto PARTIDO LIBERAL Líder: Odete de Jesus COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA Jorginho Mello – Presidente Celestino Secco - Vice Presidente Onofre Santo Agostini Sérgio Godinho Romildo Titon Joares Ponticelli Vânio dos Santos Paulo Eccel João Henrique Blasi Terças-feiras, às 9:00 horas COMISSÃO DE TRANSPORTES E DESENVOLVIMENTO URBANO Rogério Mendonça – Presidente Reno Caramori - Vice Presidente Wilson Vieira – Dentinho Narcizo Parisotto Nelson Goetten Nilson Gonçalves Vânio dos Santos Terças-feiras às 18:00 horas COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA Francisco de Assis – Presidente Celestino Secco – Vice Presidente Antônio Aguiar Afrânio Boppré Francisco Küster Gelson Sorgato Narcizo Parisotto Quartas-feiras às 18:00 horas COMISSÃO DE AGRICULTURA, E POLÍTICA RURAL Reno Caramori – Presidente Dionei Walter da Silva - Vice Presidente Gelson Sorgato Afrânio Boppré Narcizo Parisotto Francisco Küster Gelson Merísio Quartas-feiras, às 18:00 horas COMISSÃO DE TRABALHO, ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO Afrânio Boppré – Presidente Antônio Carlos Vieira - Vice Presidente Sérgio Godinho Antônio Aguiar Paulo Eccel Francisco Küster João Henrique Blasi Terças-feiras, às 10:00 horas COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO Wilson Vieira – Dentinho Presidente Gelson Merísio - Vice Presidente Antônio Ceron Antônio Carlos Vieira Dionei W alter da Silva Rogério Mendonça Manoel Mota Francisco Küster Odete de Jesus Quartas-feiras, às 09:00 horas COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA Dionei Walter da Silva – Presidente Onofre Santo Agostini - Vice Presidente Wilson Vieira – Dentinho Manoel Mota Nilson Gonçalves Sérgio Godinho Antônio Carlos Vieira Quartas-feiras às 11:00 horas COMISSÃO DE ECONOMIA, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MINAS E ENERGIA Gelson Merísio – Presidente Paulo Eccel – Vice Presidente Joares Ponticelli Genésio Goulart Vânio dos Santos Jorginho Mello Sérgio Godinho Quartas-feiras às 18:00 horas COMISSÃO DE TURISMO E MEIO AMBIENTE Sérgio Godinho – Presidente Ana Paula Lima – Vice Presidente Jorginho Mello Nelson Goetten Afrânio Boppré Reno Caramori Simone Schramm Quartas-feiras, às 13:00 horas COMISSÃO DE SAÚDE Antônio Aguiar– Presidente Joares Ponticelli - Vice Presidente Clésio Salvaro Odete de Jesus Genésio Goulart Ana Paula Lima Dionei Walter da Silva Terças-feiras, às 11:00 horas COMISSÃO DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS, DE AMPARO À FAMILIA E À MULHER Nilson Gonçalves – Presidente Odete de Jesus – Vice Presidente Cesar Souza Simone Schramm Ana Paula Lima Reno Caramori Francisco de Assis Quartas-feiras às 10:00 horas COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO Paulo Eccel Ana Paula Lima Antônio Ceron Celestino Secco Odete de Jesus Romildo Titon Simone Schramm Quartas-feiras às 08:00 horas COMISSÃO DE RELACIONAMENTO INSTITUCIONAL, COMUNICAÇÃO, RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DO MERCOSUL Antônio Carlos Vieira – Presidente Franscico de Assis - Vice Presidente Gelson Merísio Romildo Titon Vânio dos Santos Nilson Gonçalves Narcizo Parisotto Terças-Feiras, às 18:00 horas COMISSÃO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR Clésio Salvaro – Presidente Franscico de Assis– Vice Presidente Celestino Secco Antônio Ceron Wilson Vieira – Dentinho Cesar Souza Joares Ponticelli Narcizo Parisotto João Henrique Blasi Terças-Feiras, às 18:00 horas

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15ªLegislatura ESTADO DE SANTA CATARINA 3ª Sessão

Legislativa

PALÁCIO BARRIGA-VERDE

ANO LIV FLORIANÓPOLIS, 19 DE MAIO DE 2005 NÚMERO 5.426

15ª Legislatura3ª Sessão Legislativa

COMISSÕES PERMANENTES

MESA

Julio Cesar GarciaPRESIDENTE

Herneus de Nadal1º VICE-PRESIDENTE

Djalma Berger2º VICE-PRESIDENTELício Mauro da Silveira

1º SECRETÁRIO Pedro Baldissera2º SECRETÁRIO

Valmir Comin3º SECRETÁRIOJosé Paulo Serafim4º SECRETÁRIO

LIDERANÇA DO GOVERNOJoão Henrique Blasi

PARTIDOS POLÍTICOS(Lideranças)

PARTIDO PROGRESSISTALíder: Joares Ponticelli

PARTIDO DO MOVIMENTODEMOCRÁTICO BRASILEIRO

Líder: Manoel Mota

PARTIDO DA FRENTELIBERAL

Líder: Antônio Ceron

PARTIDO DOSTRABALHADORESLíder: Paulo Eccel

PARTIDO DA SOCIALDEMOCRACIA BRASILEIRA

Líder: Clésio Salvaro

PARTIDO TRABALHISTABRASILEIRO

Líder: Narcizo Parisotto

PARTIDO LIBERALLíder: Odete de Jesus

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇAJorginho Mello – PresidenteCelestino Secco - Vice PresidenteOnofre Santo AgostiniSérgio GodinhoRomildo TitonJoares PonticelliVânio dos SantosPaulo EccelJoão Henrique BlasiTerças-feiras, às 9:00 horas

COMISSÃO DE TRANSPORTES EDESENVOLVIMENTO URBANORogério Mendonça – PresidenteReno Caramori - Vice PresidenteWilson Vieira – DentinhoNarcizo ParisottoNelson GoettenNilson GonçalvesVânio dos SantosTerças-feiras às 18:00 horas

COMISSÃO DE LEGISLAÇÃOPARTICIPATIVAFrancisco de Assis – PresidenteCelestino Secco – Vice PresidenteAntônio AguiarAfrânio BoppréFrancisco KüsterGelson SorgatoNarcizo ParisottoQuartas-feiras às 18:00 horas

COMISSÃO DE AGRICULTURA,E POLÍTICA RURALReno Caramori – PresidenteDionei Walter da Silva - Vice PresidenteGelson SorgatoAfrânio BoppréNarcizo ParisottoFrancisco KüsterGelson MerísioQuartas-feiras, às 18:00 horas

COMISSÃO DE TRABALHO,ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOPÚBLICOAfrânio Boppré – PresidenteAntônio Carlos Vieira - Vice PresidenteSérgio GodinhoAntônio AguiarPaulo EccelFrancisco KüsterJoão Henrique BlasiTerças-feiras, às 10:00 horas

COMISSÃO DE FINANÇAS ETRIBUTAÇÃOWilson Vieira – Dentinho – PresidenteGelson Merísio - Vice PresidenteAntônio CeronAntônio Carlos VieiraDionei Walter da SilvaRogério MendonçaManoel MotaFrancisco KüsterOdete de JesusQuartas-feiras, às 09:00 horas

COMISSÃO DE SEGURANÇAPÚBLICADionei Walter da Silva – PresidenteOnofre Santo Agostini - Vice PresidenteWilson Vieira – DentinhoManoel MotaNilson GonçalvesSérgio GodinhoAntônio Carlos VieiraQuartas-feiras às 11:00 horas

COMISSÃO DE ECONOMIA,CIÊNCIA, TECNOLOGIA EMINAS E ENERGIAGelson Merísio – PresidentePaulo Eccel – Vice PresidenteJoares PonticelliGenésio GoulartVânio dos SantosJorginho MelloSérgio GodinhoQuartas-feiras às 18:00 horas

COMISSÃO DE TURISMO EMEIO AMBIENTESérgio Godinho – PresidenteAna Paula Lima – Vice PresidenteJorginho MelloNelson GoettenAfrânio BoppréReno CaramoriSimone SchrammQuartas-feiras, às 13:00 horas

COMISSÃO DE SAÚDEAntônio Aguiar– PresidenteJoares Ponticelli - Vice PresidenteClésio SalvaroOdete de JesusGenésio GoulartAna Paula LimaDionei Walter da SilvaTerças-feiras, às 11:00 horas

COMISSÃO DE DIREITOS EGARANTIAS FUNDAMENTAIS,DE AMPARO À FAMILIA E ÀMULHERNilson Gonçalves – PresidenteOdete de Jesus – Vice PresidenteCesar SouzaSimone SchrammAna Paula LimaReno CaramoriFrancisco de AssisQuartas-feiras às 10:00 horas

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO,CULTURA E DESPORTOPaulo EccelAna Paula LimaAntônio CeronCelestino SeccoOdete de JesusRomildo TitonSimone SchrammQuartas-feiras às 08:00 horas

COMISSÃO DE RELACIONAMENTOINSTITUCIONAL, COMUNICAÇÃO,RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DOMERCOSULAntônio Carlos Vieira – PresidenteFranscico de Assis - Vice PresidenteGelson MerísioRomildo TitonVânio dos SantosNilson GonçalvesNarcizo ParisottoTerças-Feiras, às 18:00 horas

COMISSÃO DE ÉTICA EDECORO PARLAMENTARClésio Salvaro – PresidenteFranscico de Assis– Vice PresidenteCelestino SeccoAntônio CeronWilson Vieira – DentinhoCesar SouzaJoares PonticelliNarcizo ParisottoJoão Henrique BlasiTerças-Feiras, às 18:00 horas

2 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

DEPARTAMENTOPARLAMENTAR

Divisão de Anais:responsável pela digitação e/ourevisão dos Atos da Mesa Diretora ePublicações Diversas, diagramação,editoração, montagem e distribuição.Diretor: Eder de Quadra Salgado

Divisão de Taquigrafia:responsável pela digitação e revisãodas Atas das Sessões.Diretora: Lenita WendhausenCavallazzi

Divisão de Divulgação eServiços Gráficos:

responsável pela impressão.Diretor: Claudir José Martins

DIÁRIO DA ASSEMBLÉIAEXPEDIENTE

Assembléia Legislativa do Estado de Santa CatarinaPalácio Barriga-Verde - Centro Cívico Tancredo NevesRua Jorge Luz Fontes, nº 310 - Florianópolis - SCCEP 88020-900 - Telefone (PABX) (048) 221-2500

Internet: www.alesc.sc.gov.br

IMPRESSÃO PRÓPRIAANO XII - NÚMERO 1652

1ª EDIÇÃO - 110 EXEMPLARESEDIÇÃO DE HOJE: 48 PÁGINAS

ÍNDICE

PlenárioAta da 032ª Sessão Ordinária da15ª realizada em 11/05/2005.....2Ata da 009ª Sessão Solene da15ª realizada em 11/05/2005...21

Publicações Diversas

Atas das AudiênciasPúblicas................................27

P L E N Á R I O

ATA DA 032ª SESSÃO ORDINÁRIA DA3ª SESSÃO LEGISLATIVA DA 15ª LEGISLATURA

REALIZADA EM 12 DE MAIO DE 2005PRESIDÊNCIA DO SENHOR DEPUTADO JULIO GARCIA

Às quatorze horas, achavam-sepresentes os seguintes Srs. Deputados:Ana Paula Lima - Antônio Aguiar - AntônioCarlos Vieira - Antônio Ceron - CelestinoSecco - Cesar Souza - Dionei Walter da Silva- Francisco Küster - Genésio Goulart -Herneus de Nadal - João Henrique Blasi -Julio Garcia - Lício Silveira - Manoel Mota -Nilson Gonçalves - Nilson Machado - Odetede Jesus - Onofre Santo Agostini - PauloEccel - Reno Caramori - Rogério Mendonça -Romildo Titon - Sérgio Godinho - WilsonVieira.

DEPUTADO FRANCISCO KÜSTER -Homenageia a família Guidalli. Registra eventoem Lages sobre a BR-282 e seus problemas.

DEPUTADO DIONEI WALTER DA SILVA - Dizque o Governo Estadual usa os recursos dasubvenção social para fins eleitoreiros. Tececomentários a respeito da Cúpula Árabe daAmérica Latina. Elogia os investimentos doGoverno Federal no Estado.

DEPUTADO SÉRGIO GODINHO (aparte) -Comunica a liberação de verbas, por partedo Governo Estadual, para ajudar na con-clusão da obra da estrada Lages/São Josédo Cerrito.

DEPUTADO ANTÔNIO CARLOS VIEIRA (aparte)- Concorda que o Governo Estadual usa osauxílios e subvenções com fins eleitoreiros.DEPUTADO ANTÔNIO CERON (aparte) -

Confirma presença na audiência pública emLages sobre a BR-282.

DEPUTADO PAULO ECCEL (aparte) - Diz quemuitos Prefeitos não divulgam os recursosrecebidos do Governo Federal para obras.DEPUTADO ANTÔNIO CARLOS VIEIRA

(aparte) - Comenta a má conservação da BR-282.

DEPUTADO WILSON VIEIRA - Registra que oGoverno do Estado não divulgou os recursosrecebidos do Governo Federal para aconstrução de penitenciária em Joinville.

SUMÁRIOBREVES COMUNICAÇÕES PARTIDOS POLÍTICOS

DEPUTADO RENO CARAMORI - Registra apresença do Sr. Reomar Benoto. Criticaafirmações do Sr. João Paulo Capobianco,divulgadas no jornal A Notícia.

DEPUTADO MANOEL MOTA - Registra oacordo entre o Governador de SantaCatarina e o do Rio Grande do Sul para aligação entre os dois Estados, na ponte doRio Mampituba. Comenta a obra para aconstrução da Serra do Faxinal. Registra oinício das obras para a duplicação da BR-101 Sul. Comenta o problema da lei inter-nacional que proíbe a plantação de fumo.Registra o problema enfrentado pelos rizi-cultores.

DEPUTADO FRANCISCO KÜSTER - Registra oapoio que o Governo Luiz Henrique dá aoGoverno Federal.

DEPUTADO SÉRGIO GODINHO - Registra aelaboração de requerimento ao Ministério doMeio Ambiente, solicitando informações arespeito do roteiro básico para a criação dasUnidades de Conservação. Homenageia aempresa Café Guidalli, de Lages.

DEPUTADO DIONEI WALTER DA SILVA (aparte)- Lembra que em Jaraguá do Sul o GovernadorLuiz Henrique não teve nenhuma ação de apoioefetivo.DEPUTADO ANTÔNIO CERON - Diz que o povode Lages saberá reconhecer os investimentosdo Governo Federal. Elogia o Deputado FederalPaulo Bauer.

DEPUTADO ONOFRE SANTO AGOSTINI (aparte)- Parabeniza a empresa Café Guidalli. DEPUTADO SÉRGIO GODINHO (pela ordem) -

Registra a presença do empresário WilsonGraupner.

DEPUTADO FRANCISCO KÜSTER (aparte) -Parabeniza a empresa Café Guidalli.

DEPUTADA ANA PAULA LIMA (aparte) -Registra que o Governo Federal está realizandoobras prometidas por muitos políticos e quenunca foram feitas.

DEPUTADO ANTÔNIO CERON (aparte) -Cumprimenta a família Guidalli.

DEPUTADO ANTÔNIO CARLOS VIEIRA - Criticao Fundo Social e a origem dos recursos.

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 3

DEPUTADO RENO CARAMORI (aparte) -Solicita o comparecimento do DeputadoAntônio Ceron na audiência pública de Lages.

O SR. DEPUTADO RENO CARAMORI -Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras.Deputadas, primeiramente, quero aproveitarpara registrar a presença, nesta Casa, do Sr.Reomar Benoto, ex-Governador do Rotary.Residiu em Curitibanos por alguns anos, hojereside na Capital e faz parte do nosso Rotary,que fica no centro de Florianópolis.

mais uma reunião! Vejam os senhores ascontradições: o Capobianco disse que oDeputado Reno Caramori e o Secretário doMeio Ambiente, Bráulio Barboza, eramconiventes com o processo porqueparticiparam da audiência.

EXPLICAÇÃO PESSOALDEPUTADO PAULO ECCEL - Comenta a coli-gação entre o PT e o PMDB na cidade deBrusque, quando foi candidato a Prefeito. Dizque o PT decidiu em fazer oposição ao GovernoLuiz Henrique em função de posiçãocontraditória.

É óbvio que participamos, repito,mas contestamos. Inclusive, no dia 15 fuiagredido verbalmente por uma senhora queestava presente, e, devido à pressão que elafez quando expus a realidade de SantaCatarina, não superfluamente, mas comconhecimento de causa, com dados e cominformações, fui obrigado a responder-lhe,dizendo: “Deus disse aos seus discípulos‘Perdoai os ignorantes porque não sabem oque dizem’”. Por isso eu perdôo esta mulher! Etamanha foi a nossa discussão, que isso deveaté ter marcado a minha presença naquelareunião. E estava lá conosco o SecretárioBráulio Barboza.

Grande companheiro, lutador dascausas justas da nossa gente, daqueles quemais necessitam.DEPUTADO FRANCISCO KÜSTER (aparte) - Diz

que o PT não tem apoiado o Governador LuizHenrique.

Sinta-se à vontade em nossa Casa.Mas, Sr. Presidente e Srs.

Deputados, eu sou obrigado a voltar nova-mente a esta tribuna para dirimir e buscar averdade.

DEPUTADO NILSON MACHADO - Agradece orecebimento da Medalha Cruz e Sousa daCâmara Municipal de Florianópolis. Solicita àsautoridades convidadas para a sessão solenede entrega da Medalha Cruz e Sousa quecompareçam. Critica o racismo. Critica onúmero de radares nas ruas de Florianópolis.Pede que o Governo Estadual mantenha emdia os convênios com as creches.

A imprensa é um veículo muitoimportante, mas, na maioria das vezes, elaescreve o que mandam, o que sente e o quebuscou de informações. Por isso, venho a estatribuna, Sr. Presidente, para dirimir mais umadúvida, um mal-entendido ou uma tendenciosaafirmação por parte do nosso grande lutadorpelo meio ambiente, João Paulo Capobianco.

Vejam V.Exa. a convocação que nósrecebemos:DEPUTADO ANTÔNIO CARLOS VIEIRA - Diz que

a atual administração municipal quer culpar aadministração passada pela instalação dosradares nas ruas de Florianópolis.

(Passa a ler)No dia 7, o jornal A Notícia, num

artigo intitulado Guerra das Araucárias, trouxealgumas afirmações do Sr. Capobianco.Durante a nossa reunião do dia 6, na qualestavam presentes os Deputados AntônioCeron, Onofre Santo Agostini, Sérgio Godinho,Dionei Walter da Silva, Vânio dos Santos eoutros Srs. Deputados, com muita habilidade ejogando responsabilidades, o Capobiancotentou lavar as mãos com relação àsinformações, fornecidas principalmente atravésdas rádios de Ponte Serrada e de AbelardoLuz, de que estava tudo certo. Além disso,também fez declarações à imprensa escrita,dizendo que as audiências públicas haviamocorrido e que estava tudo aprovado, tudobem.

“Apresentação dos resultados dosestudos visando a criação de Unidades deConservação realizadas pela força-tarefa daaraucária, nos Estados do Paraná e SantaCatarina; (...)”

DEPUTADO RENO CARAMORI - Registra avitória do time do Kindermann/UNC Caçadorcomo Campeão Brasileiro de Futsal de 2005.

Quem ler isto aqui achará que estátudo certo, só que nós não participamos daforça-tarefa; participamos somente no dia daconsagração da falada força-tarefa. E daírecebemos, no fim do dia, este encarte bemconhecido, já com as Unidades deConservação do Parque Nacional dasAraucárias, com a estação ecológica, tudopredestinado, pré-marcado.

DEPUTADO FRANCISCO KÜSTER (aparte) -Comenta importância do jovem praticaresportes.DEPUTADO JOÃO HENRIQUE BLASI - Pederespeito ao PT com relação às posiçõespolíticas do Governador Luiz Henrique daSilveira.DEPUTADO FRANCISCO KÜSTER (aparte) - Diznão entender o porquê de tantas críticas aoGovernador por parte do PT e das Oposições. O que defendemos? Aqueles que

estavam lá na sexta-feira escutaram tanto osapelos do Governador, quanto o nossopronunciamento, no qual esclarecemos. ASenadora Ideli Salvati, em certo momento, quisnos responsabilizar, perguntando por que nãoavisamos toda a região, se participamos,juntamente com o Sr. Bráulio Barboza, detodas as reuniões.

DEPUTADO DIONEI WALTER DA SILVA - Dizque suas críticas são necessárias e fazemparte do papel da Oposição. Registra que nãorecebeu apoio do Governador do Estado na suacampanha em Jaraguá do Sul.

Na abertura da reunião, oCapobianco disse: “Mas o Deputado RenoCaramori participou de todas as audiências, detodas as reuniões do GT Araucária”!Realmente participei, mas em todas elas,Deputado Onofre Santo Agostini, eu contestei!Inclusive, contestei aqui em Florianópolis quenão faziam parte do GT Araucária asAssembléias Legislativas dos Estados deSanta Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.Tanto é que os Poderes Legislativos foramincluídos - está aqui neste programa.

O SR. PRESIDENTE (Deputado LícioSilveira) - Havendo quórum regimental einvocando a proteção de Deus, declaro abertaa presente sessão. Lamentavelmente, quem não

conhece a matéria, quem está mal-informada,avança o sinal e paga mico! E a Senadora, commuita irresponsabilidade, tentou res-ponsabilizar este Deputado e o SecretárioBráulio Barboza pela não informação.

Solicito à assessoria que distribua oexpediente aos Srs. Deputados.

Passaremos às BrevesComunicações.

Com a palavra o primeiro oradorinscrito, Sr. Deputado Reno Caramori, por dezminutos.

Contestei, com muita veemência, emBrasília, no dia 15, quando fomos convocadospelo Sr. Capobianco para comparecer lá para

Aqui está a listagem contendoendereço e nome de todas as pessoas quereceberam a comunicação do nosso gabinete:

NOME FUNÇÃO ENDEREÇO CIDADE EMAILSindicato dos Produtores RuraisRua Frei Silvano, 171 Água Doce - 89654-000 - SCSindicato dos Produtores RuraisRua José Martins, 55 Ponte Serrada - 89683-000 - SCSindicato dos Produtores RuraisAv. Pe. João Smedt, 1676 Abelardo Luz - 89830-000 - SCSindicato dos Produtores RuraisRua Pedro Brescani, s/nº 89687-000 - Passos Maia - SCSindicato dos Produtores RuraisRua José Martins, 55 88683-000 - Ponte Serrada - SCFAMPESC Rua Felipe Schmidt, 390 salas

901/90288010-001 - Florianópolis - SC [email protected]

AMPE - Assoc. Micro Peq.Empresas Alto Vale Contestado

Rua Benjamin Constant, 70 -sala 205

89500-000 - Caçador - SC [email protected]

AMPE - Assoc. Micro Peq.Empresas Campo Erê

Avenida Astor Scheninger, 275 89980-000 - Campo Erê - SC [email protected]

Sindicato Rural de Abelardo Luz Rua Padre João Smedt, 1560 89830-000 - Abelardo Luz - SC [email protected] Rural de SãoDomingos

Rua Benjamin Constant, 972 89835-000 - São Domingos - [email protected]

Sindicato Rural de Água Doce Rua Frei Silvano, 331 89654-000 - Água Doce - SC [email protected] Rural de Ipuaçu Rua Pagnocelli, 544 89832-000 - Ipuaçú - SCSindicato Rural de Faxinal dosGuedes

Av. São João, 461 89694-000 - Faxinal dosGuedes - SC

[email protected]

Sindicato Rural de Ouro Verde Av. Santa Catarina, s/n 8934-000 - Ouro Verde - SC [email protected] Rural de PonteSerrada

Rua Frei Rogério, 295 89683-000 - Ponte Serrada - [email protected]

AGROINDUSTRIAL SIMIONI LTDALinha Pinhal - Interior 89700-000 - Concórdia - SCERVATEIRA CATANDUVAS LTDA Rodovia BR - 282 - Km 412 89670-000 - Catanduvas - SCERVATEIRA MARCA Linha Encruzilhada Ouro, s/nº 89677-000 - Jaborá - SCMARCA & CIA LTDA - CHURRUA Distrito Santa Lucia 89664-000 - Ouro - SC

Processo Informatizado de Editoração - DIVISÃO DE ANAIS

4 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

ERVATEIRA N.Sª DA SALETELTDA

Vila José Fernandes - BR 89683-000 - Ponte Serrada - SC

ERVATEIRA N.Sª DE LOURDESLTDA

Avenida 21 de Abril, 533 89690-000 - Vargeão - SC

ERVATEIRA REGINA LTDA Rodovia BR 282 - Km 410 89670-000 - Catanduvas - SCERVATEIRA RIFFEL LTDA Vidal Ramos, s/nº 89665-000 - Capinzal - SCERVATEIRA TAURA LTDA Linha Alegre - 1 89683-000 - Ponte Serrada - SCESCOTEIRO MATE LTDA Rua Pedro A Cabral, 284 89900-000 - São Miguel Oeste -

SCIMPORT. E EXP. OURO VERDELTDA

Rua General Osório, 614 - E 89814-020 - Chapecó - SC

IND. DE ERVA-MATE ARAÇÁLTDA

Vila Araça 89830-000 - Abelardo Luz - SC

IND. DE ERVA-MATE SOCCOLLTDA

Rod. BR 282 - KM 517, s/nº V.Rondinha

89825-000 - Xaxim - SC

IND. DE ERVA-MATE TRÊSIRMÃOS LTDA

Rod. Três Pinheiro, Km 4 89820-000 - Xanxerê - SC

IND.COM. ERVA-MATE MARLILTDA

Linha Alegre, s/nº 89683-000 - Ponte Serrada - SC

IND. ERVA-MATE CERUTTI LTDA Dist. Passo das Antas 89830-000 - Abelardo Luz - SCIND. ERVATEIRA ANZOLIN LTDA Rod. BR 282 - Km 423 89675-000 - Vargem Bonita -

SCIND. JACUTINGA LTDA Vila Jacutinga, s/nº 89670-000 - Catanduvas - SCIRMÃOS FOLLE LTDA Vila Florindo Folle, s/n º 89825-000 - Xaxim - SCIRMÃOS PAGLIOSA & CIA LTDA Rincão Torcido 89830-000 - Abelardo Luz - SCIVO POYER & CIA LTDA Rua Lauro Rupp, 362 89677-000 - Jaborá - SCMATEVEL ERVA-MATE VERINHALTDA

Estr. Catanduvas - Pedra Lisa 89670-000 - Catanduvas - SC

SULMATE IND. COM. IMP./EXP.LTDA

Rua da Paz, 500 - Centro 89735-000 - Lindóia do Sul - SC

VEMATE VERDINHA IND. DOMATE LTDA

Rodovia BR 282 - Km 503 89820-000 - Xanxerê - SC

VERA CRUZ AGROMATE LTDA Estrada Vera Cruz - Km 3 89670-000 - Catanduvas - SCZAMPIERI IND. DE ERVA MATELTDA.

Linha Sertãozinho 89680-000 - Irani - SC

SEMENTES CRESTANI LTDA Rod. SC 471 - Km 13 - Trevo 89985-000 - Palma Sola - SCMACASIL Indústria MadeirasLtda.

Rodovia SC 467, s/nº - Km 285 89830-000 - Abelardo Luz - SC

MACRO Indústria e Com. MóveisLtda.

Rua Frei Bruno, 113 89830-000 - Abelardo Luz - SC

AGROCOMERCIAL Água DoceLtda.

Avenida Independência, s/nº 89654-000 - Água Doce - SC

Indústria Com. de MadeirasAbati Ltda.

Rua Tiradentes, 295 89654-000 - Água Doce - SC

JLD Indústria e Com. deMadeiras Ltda.

Avenida Independência, 01 89654-000 - Água Doce - SC

Comércio de Madeiras RodalLtda.

Rua Padre João Botero, s/nº 89687-000 - Passos Maia - SC

Indústria de Madeiras Tozzo Linha Bela Planície, s/nº 89687-000 - Passos Maia - SCMadeireira Lenar Rua Padre João Botero, s/nº 89687-000 - Passos Maia - SCMadeireira Passos Maia Ltda. Rua Padre João Botero, 240 89687-000 - Passos Maia - SCMadeireira Predileta Ltda. Rua Padre João Botero, 1370 89687-000 - Passos Maia - SCMadeireira Stella Ltda. Fazenda Taborda, s/nº 89687-000 - Passos Maia - SCMadeireira Tozzo Ltda. Rua Padre João Botero, s/nº 89687-000 - Passos Maia - SCMadeireira Tupi Ltda. Linha Caratuva, s/nº 89687-000 - Passos Maia - SCADAMI S/A Madeiras Linha Cantina Paulista, s/nº 89683-000 - Ponte Serrada - SCMadeireira Baía Ltda. Rodovia BR 282, s/nº - KM 465 89683-000 - Ponte Serrada - SCMadeireira Catapan Ltda. Rodovia BR 282, s/nº 89683-000 - Ponte Serrada - SCMadeireira Oltramari Ltda. Rua Madre Maria Teodora, 200 89683-000 - Ponte Serrada - SCCooperativa Regional ALFA Rodovia SC 480, 1 89824-000 - Bom Jesus - SCCooperativa de LeiteCOOPLAVALE

Avenida Padre João Botero,s/nº - Km 0,35 - Centro

89687-000 - Passos Maia - SC

Cooperativa de Produtos eConsumo Concórdia Ltda.

Avenida Padre João Botero, 620- Centro

89687-000 - Passos Maia - SC

Cooperativa Agrícola Mista SãoCristóvão CAMISC Ltda.

Distrito Vila Milani, s/nº 89835-000 - São Domingos - SC

COAMO AgroindustrialCooperativa

Estrada Geral Xanxerê, s/nº -Km 01

89835-000 - São Domingos - SC

Cooperativa Regional ALFA Distrito Maratá, s/nº 89835-000 - São Domingos - SCCooperativa de Crédito RuralSão Cristóvão

Rua Benjamin Constant, 1100 -Centro

89835-000 - São Domingos - SC

Cooperativa Regional ALFA Rua Lorenzoni, s/nº - Centro 89832-000 - Ipuaçu - SCCOAMO AgroindustrialCooperativa

Rua Pagnoncelli, s/nº - Centro 89832-000 - Ipuaçu - SC

Cooperativa Regional ALFA Linha Toldo Velho, s/nº 89832-000 - Ipuaçu - SCSICOOB/SC Valcred Cooperativade Crédito Rural

Rua 7 de Setembro, s/nº -Centro

89690-000 - Vargeão - SC

Cooperativa Agrícola RuralCatarinense

Rodovia BR 282, 2515 - Km479

89690-000 - Vargeão - SC

Cooperativa Triticola Rio doPeixe COOPERIO

Avenida 21 de Abril, s/nº -Centro

89690-000 - Vargeão - SC

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 5

C. VALE CooperativaAgroindustrial

Avenida Darcy SarmanhoVargas, 114 - Centro

89694-000 - Faxinal dosGuedes - SC

COOPERVALE Coop. AgrícolaMista Vale Piquiri Ltda.

Rua 20 de Janeiro, 1101 - Rosa 89694-000 - Faxinal dosGuedes - SC

COPERIO Cooperativa Rio doPeixe

Rua Santa Catarina, 292 - SãoCristóvão

89694-000 - Faxinal dosGuedes - SC

Coop. de Produtos de ConsumoConcórdia COPERDIA

Avenida 15 de Novembro, 30 -Centro

89683-000 - Ponte Serrada - SC

Cooperativa AgropecuáriaTangará COOTAN

Avenida da Independência, 931- Centro

89654-000 - Água Doce - SC

Cooperativa Rio do PeixeCOPERIO

Avenida da Independência, 165- Centro

89654-000 - Água Doce - SC

Cooperativa Tritícola Rio doPeixe Ltda. COPERIO

Rua 15 de Novembro, s/nº -Centro

89675-000 - Vargem Bonita -SC

COTRAPEL - Cooperativa dosTransp. de Papel Ltda.

Rua A, 20 - Centro 89675-000 - Vargem Bonita -SC

CREDILUZ Cooperativa deCrédito Rural de Ouro Verde

Rua Santa Catarina, 836 -Centro

89834-000 - Ouro Verde - SC

COAMO AgroindustrialCooperativa

Rua Maranhão, s/nº - Centro 89834-000 - Ouro Verde - SC

Cooperativa Regional ALFA Rua Santa Catarina, 420 -Centro

89834-000 - Ouro Verde - SC

Cooperativa Agropecuária e deAlimentos Boa Ventura

Av. Liberdade, s/nº Ipiranga 89830-000 - Abelardo Luz - SC

CRESOL Av. Presidente Castelo Branco,570

89830-000 - Abelardo Luz - SC

Cooperativa Terra Viva Rua Adelar Begnini, 701 89830-000 - Abelardo Luz - SCCooperativa Regional Alfa Rua Egídio Guerra, 1293 89830-000 - Abelardo Luz - SCCoamo - AgroindustrialCooperativa

Rodovia SC 467, nº 1932 89830-000 - Abelardo Luz - SC

Coopervale - CooperativaAgrícola Mista Vale Piquiri

Rod Abl, 040 s/nº ArthurAndreis

89830-000 - Abelardo Luz - SC

COPTAR - Coop. de Alim. eAgropecuária Terra Viva

Rua Adelar Begnini, 701 -Centro

89830-000 - Abelardo Luz - SC [email protected]

COOPERCANOINHAS - Coop.Agropecuária de CanoinhasLtda.

Rua Álvaro Soares Machado,456 - Indl. 01

88460-000 - Canoinhas - SC [email protected]

COOPERGRIL - CooperativaAgropecuária Irineópolis

89440-000 - Irineópolis - SC [email protected]

COOPERJUPIÁ - CooperativaAgropecuária Jupiá

89839-000 - Jupiá - SC [email protected]

CASLO - CooperativaAgropecuária São Lourenço

89990-000 - São Lourenço doOeste - SC

[email protected]

COOPERXANXERÊ - CooperativaAgrária Xanxerê

Rua Santos Dumont, 858 -Bairro Veneza

89820-000 - Xanxerê - SC [email protected]

COPERURAL - Coop. AgrícolaRural Catarinense

Rua Olavo Bilac, 54 89820-000 - Xanxerê - SC [email protected]

Cooperativa de Crédito Rural doVale do Chapecozinho

Av. Padre João Botero, 478 89687-000 - Passos Maia - SC [email protected]

Cooperativa de Crédito Rural doMeio Oeste Catarinense

Rua Cel. Passos Maia, 442 89820-000 - Xanxerê - SC [email protected]

ADÃOFERNANDES

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Botero, 95489687-000 - Passo Maia - SC

ADÃO JOSÉSOARES DEJESUS

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Rio Grande do Sul, 500 89694-000 - Faxinal dosGuedes - SC

ADELAR ROQUERODRIGUESDOS SANTOS

Câmara Municipal deVereadores

Rua Coronel Vitório - s/nº - Sala5

89675-000 - Vargem Bonita -SC

ADEMIRIOSELIG

Câmara Municipal deVereadores

Rua Santa Catarina, 508 89834-000 - Ouro Verde - SC

ADOLARKOHLER

Adolar Hohler Localidade Fartura, s/nº 89460-000 - Canoinhas - SC

AGENOR JOSÉNICHETTI

Câmara Municipal deVereadores

Praça João Macagnan, 322 - Cx.P D 41

89654-000 - ÁGUA DOCE - SC

AIRTOMODANESE

Câmara Municipal deVereadores

Rua 7 de Setembro, 301 -Cxp.03

89683-000 - Ponte Serrada - SC

ALCEUALBERTOWRUBEL

Câmara Municipal deVereadores

Rua 7 de Setembro, 301 -Cxp.03

89683-000 - Ponte Serrada - SC

ALCIDES TOZZOPres. Grupo Ind. MadeirasTozzo S/A

Rodovia SC 765 - Km 1,5 89687-000 - Passos Maia - SC

ALDAIRANTONIOARCONTI

Câmara Municipal deVereadores

Rua José Augusto Royer, s/nº 89518-000 - Macieira - SC

ALEXANDROTISCZKA

Antônio Tisczka Rua Estanislau Shurmann, s/nº 89478-000 - Bela Vista doToldo - SC

ALMIR JOSÉROSSI ARCONTI

Câmara Municipal deVereadores

Rua José Augusto Royer, s/nº 89518-000 - Macieira - SC

ALTAIRBALVEDI

SINCOL Indústria e Comércio Rua Alemanha, 197 89500-000 - Caçador - SC

Processo Informatizado de Editoração - DIVISÃO DE ANAIS

6 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

ALVEAR ROQUEDE FABRIS

Coordenação Sala AgronegóciosAv. Getúlio Vargas, 1041 89830 - 000 - Abelardo Luz - SC

AMARILDOPOGGERE

Câmara Municipal deVereadores

Rua Machado, 531 89832-000 - Ipuaçu - SC

ANSELMOZANELATTO

SIND IND DO MATE DECATANDUVAS

Rua Felipe Schmidt nº S/N -CX.P: 13

89670-000 - Catanduvas - SC [email protected]

ANTONINHOCOSTA

A/C: VILMAR WOLFF General Carneiro - SC

ANTONINHOROVARIS

Federação Trab. Agricultura SC Rua Leoberto Leal, 976 88117-000 - São José - SC [email protected]

ANTÔNIO ERONBERNARDINO

Câmara Municipal deVereadores

Rua José Augusto Royer, s/nº 89518-000 - Macieira - SC

ANTÔNIO JOSÉBISSANI

Prefeito Municipal Praça João Macagnan, 322 - cx.p 41

89654 - 000 - Água Doce - SC

ANTONIOTSUNODA

Rigesa Av. Rigesa, 2400 - Km 2 89490-000 - Três Barras - SC

ARDELINOGRANDO

MADEPINUS Ind. e Com. deMadeiras

Rua Henrique Julio Berger, 855 89500-000 - Caçador - SC

ARMI MªCARAMORICORADIM

A/C: VILMAR WOLFF 89400-000 - Porto União - SC

ARMINDOANDREIS

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Smedt,1605

89830-000 - Abelardo Luz - SC

ARSENIOTARCISIOMENDES

Câmara Municipal deVereadores

Praça João Macagnan, 322 - Cx.P D 41

89654-000 - ÁGUA DOCE - SC

AUGUSTOFRANCIO

FRAME Madeiras EspeciaisLtda.

SC-303 - s/nº 89500-000 - Caçador - SC

ÁUREA DOSSANTOSGUBERT

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Botero, 95489687-000 - Passo Maia - SC

CARLOSALBERTOCASAGRANDE

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Rio Grande do Sul, 500 89694-000 - Faxinal dosGuedes - SC

CARLOS DESENNES PINTO

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Smedt,1605

89830-000 - Abelardo Luz - SC

CELSO CARLOSIZOTTON

Câmara Municipal deVereadores

Rua Vicente Sponchiado, 97 89690-000 - Vargeão - SC

CELSO GUBERT Câmara Municipal deVereadores

Rua Vicente Sponchiado, 97 89690-000 - Vargeão - SC

CLARICERODIGHERISCHNEIDER

Prefeito Municipal Rua Manoel Narciso, 464 89824 - 000 - Bom Jesus - SC

CLAUDIOOTTONI

Câmara Municipal deVereadores

Rua São Cristovão, 380 - cx. p24

89835-000 - São Domingos - SC

CLÁUDIOTIECHER

Câmara Municipal deVereadores

Rua Vicente Sponchiado, 97 89690-000 - Vargeão - SC

CLAUDIRFAVERO

Sindicato dos Produtores RuraisAv. Pe. João Smedt, 1676 89830 - 000 - Abelardo Luz - SC

CLEORY JOSÉVIZOLLI

Câmara Municipal deVereadores

Rua Machado, 531 89832-000 - Ipuaçu - SC

DANIELAROMAN

Câmara Municipal deVereadores

Rua Coronel Vitório - s/nº - Sala5

89675-000 - Vargem Bonita -SC

DANILOANTÔNIO BEAL

Câmara Municipal deVereadores

Rua Vergílio Sabino da Silva, 67 89824-000 - Bom Jesus - SC

DANÚNCIOADRIANOBITTENCOURT ESILVA

Prefeito Municipal Rua Getúlio Vargas, 750 89835 - 000 - São Domingos -SC

DARLEI BONAI Câmara Municipal deVereadores

Rua Vicente Sponchiado, 97 89690-000 - Vargeão - SC

DELBYMACHADO

Ind. Com. Exportação Erva Mate Rua Coronel Albuquerque, 850 -Centro

89460-000 - Canoinhas - SC

DENÍLSON LUIZRODIGHERO

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Smedt,1605

89830-000 - Abelardo Luz - SC

DILMARANTÔNIOFANTINELLI

Vice-Prefeito Municipal Av. Padre João Smedt, 1605 -CP 81

89830 - 000 - Abelardo Luz - SC

DILMAR ROQUEPIAIA

Câmara Municipal deVereadores

Praça João Macagnan, 322 - Cx.P D 41

89654-000 - ÁGUA DOCE - SC

DINARTEHONORIO DOSSANTOS

Câmara Municipal deVereadores

Rua José Augusto Royer, s/nº 89518-000 - Macieira - SC

DIRCOROGOFSKI

Câmara Municipal deVereadores

Rua Vergílio Sabino da Silva, 67 89824-000 - Bom Jesus - SC

DOMINGOSSANTO SANTIN

Vice-Prefeito Municipal Rua Madre Maria Theodora,264

89683 - 000 - Ponte Serrada -SC

EDGARDFARINON

Câmara Municipal deVereadores

Rua José Augusto Royer, s/nº 89518-000 - Macieira - SC

EDILSON DARIZ Câmara Municipal deVereadores

Rua Vergílio Sabino da Silva, 67 89824-000 - Bom Jesus - SC

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 7

EDSONMARSON

Diretor Florestal da CeluloseIrani

Vila da Alegria, BR 153 - KM 47- C.P. 87

89657-000 - Vargem Bonita -SC

[email protected]

EDSONCASAGRANDE

Gerente Florestal da CeluloseIrani

Vila da Alegria, BR 153 - KM 47- C.P. 87

89657-000 - Vargem Bonita -SC

[email protected]

EDSON VIZOLLI Prefeito Municipal Avenida Rio Grande do Sul, 500 89694 - 000 - Faxinal dosGuedes - SC

EGÍDIOCECCATTO

Presidente da ACIC Rua Barão do Rio Branco, 327 89500-000 - Caçador - SC

ELCI GUERRA Coordenação Sala AgronegóciosAv. Getúlio Vargas, 1041 89830 - 000 - Abelardo Luz - SCELISANDROCASAL

Câmara Municipal deVereadores

Rua Machado, 531 89832-000 - Ipuaçu - SC

ELVANDRO ACARNIEL

Rua Nossa Senhora dasGraças, 1321 - Centro

89830-000 - Abelardo Luz - SC

EMERSONZANELLA

Câmara Municipal deVereadores

Rua José Augusto Royer, s/nº 89518-000 - Macieira - SC

ENIO JOSÉGIRARDI

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Botero, 95489687-000 - Passo Maia - SC

EVALDORODRIGUESDOS SANTOS

Câmara Municipal deVereadores

Rua Santa Catarina, 508 89834-000 - Ouro Verde - SC

FABRÍCIOSTEFANI

Coordenação Sala AgronegóciosAv. Getúlio Vargas, 1041 89830 - 000 - Abelardo Luz - SC

FLADEMIRANTONIOCADORE

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Rio Grande do Sul, 500 89694-000 - Faxinal dosGuedes - SC

FLÁVIOHENRIQUE FETT

SIND IND EXTRAÇÃO MADEIRAEST. STA CATARINA

Rua Almirante Alvim nº 583 -apto 202

88015-380 - Florianópolis - SC [email protected]

FLÁVIO JOSÉMARTINS

Pres. Sind. Ind. Celulose ePapel SC

Rua João de Castro, 68 - sala801

88501-160 - Lages - SC [email protected]

FLÁVIOTRICHES -PRESIDENTE

Câmara Municipal deVereadores

Rua São Cristovão, 380 - cx. p24

89835-000 - São Domingos - SC

FLORECI DASILVASIZINANDE

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Botero, 95489687-000 - Passo Maia - SC

GECIR LUIZSUTIL

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Botero, 95489687-000 - Passo Maia - SC

GERALDO LUIZPIAIA

Câmara Municipal deVereadores

Praça João Macagnan, 322 - Cx.P D 41

89654-000 - ÁGUA DOCE - SC

GERMANOKOHLS

Câmara Municipal deVereadores

Rua 7 de Setembro, 301 -Cxp.03

89683-000 - Ponte Serrada - SC

GILBERTOANGELOLAZZARI

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Rio Grande do Sul, 500 89694-000 - Faxinal dosGuedes - SC

GILBERTOBRINGHENTI

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Rio Grande do Sul, 500 89694-000 - Faxinal dosGuedes - SC

GILBERTOSELEME

Madeireira Seleme Ltda. SC-302 - s/nº 89500-000 - Caçador - SC

GILMARANTÔNIOSARTORI

Câmara Municipal deVereadores

Rua Vergílio Sabino da Silva, 67 89824-000 - Bom Jesus - SC

GILMAR DOSSANTOS LARA

Vice-Prefeito Municipal Rua Santa Catarina, 877 89834 - 000 - Ouro Verde - SC

GIOVANI LUIZBRANDALISE

Câmara Municipal deVereadores

Praça João Macagnan, 322 - Cx.P D 41

89654-000 - ÁGUA DOCE - SC

HELIOBERTOMARCELRAMOS

Câmara Municipal deVereadores

Praça João Macagnan, 322 - Cx.P D 41

89654-000 - ÁGUA DOCE - SC

ILTON ROTTA Indústria de Móveis Rotta Rua Pascoal Rotta, s/nº 89500-000 - Caçador - SCILUIR JOSÉWILMSEN

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Rio Grande do Sul, 500 89694-000 - Faxinal dosGuedes - SC

ISRAEL JOSÉMARCON

SIND INDS SERRARIAS CARP.TANOARIAS LAGES

Rua Pres. Nereu Ramos nº 738º andar sls 01 a 04

88502-170 - Lages - SC [email protected]

ITAMAR PASINI Câmara Municipal deVereadores

Rua Santa Catarina, 508 89834-000 - Ouro Verde - SC

IVAIRBRANDALIZE

Câmara Municipal deVereadores

Rua Vergílio Sabino da Silva, 67 89824-000 - Bom Jesus - SC

IVAN PEREIRA Ind. Canoinhense Chá MateLtda.

Rua Fco De Paula Pereira, s/nº 89460-000 - Canoinhas - SC

IVANIRDOMINGOSCANTELLI

Câmara Municipal deVereadores

Rua São Cristovão, 380 - cx p24

89835-000 - São Domingos - SC

IVO BIAZZOLO Vice-Prefeito Municipal Avenida Rio das Antas, 185 89580 - 000 - Fraiburgo - SCIVO DE FREITASCâmara Municipal de

VereadoresRua Machado, 531 89832-000 - Ipuaçu - SC

JACÓ RIBEIRO Câmara Municipal deVereadores

Rua 7 de Setembro, 301 -Cxp.03

89683-000 - Ponte Serrada - SC

JAIRO CASARA Prefeito Municipal Rua Coronel Vitório, 966 89675 - 000 - Vargem Bonita -SC

JANDIR LUIZCARMIGNAN

Vice-Prefeito Municipal Avenida Rio Grande do Sul, 500 89694 - 000 - Faxinal dosGuedes - SC

Processo Informatizado de Editoração - DIVISÃO DE ANAIS

8 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

JÂNIO WAGNERCONSTANTE

Diretor Geral da FATMA Rua Felipe Schmidt,485 - 7oAndar

88010-001 Florianópolis - SC

JEAN KELLYDALL’AGNOL

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Rio Grande do Sul, 500 89694-000 - Faxinal dosGuedes - SC

JOÃO ALBERTOCHIOT

Câmara Municipal deVereadores

Rua Coronel Vitório - s/nº - Sala5

89675-000 - Vargem Bonita -SC

JOÃO CANTONE Câmara Municipal deVereadores

Rua Santa Catarina, 508 89834-000 - Ouro Verde - SC

JOÃO CARLOSZANETTI

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Rio Grande do Sul, 500 89694-000 - Faxinal dosGuedes - SC

JOÃO PAULOLAJUSSTRAPAZZON

DD. Superintendente Regionaldo INCRA

Rua Jerônimo Coelho, 185 88010-030 - Florianópolis - SC

JOÃO RADAELSILVA OLIVEIRA

Ind. Ervateira Bonetes Ltda. Rua Wiegando Wiese, Cohab II 89460-000 - Canoinhas - SC

JOCIMAR LUISNARZETTI

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Smedt,1605

89830-000 - Abelardo Luz - SC

JOEL JOSÉTOMAZI

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Smedt,1605

89830-000 - Abelardo Luz - SC

JOSÉ ADAMI ADAMI S/A Madeiras Rua Nereu Ramos, 196 - Centro 89500-000 - Caçador - SCJOSÉ ALCEMARDA SILVA

Câmara Municipal deVereadores

Rua Coronel Vitório - s/nº - Sala5

89675-000 - Vargem Bonita -SC

JOSÉ ÂNGELOPAGLIA

Vice-Prefeito Municipal Rua 7 de Setembro, 477 89690 - 000 - Vargeão - SC

JOSÉ AUGUSTONASCIMENTO

Vice-Prefeito Municipal Rua Coronel Vitório, 966 89675 - 000 - Vargem Bonita -SC

JOSÉ LUIZVIRMES

Câmara Municipal deVereadores

Rua Coronel Vitório - s/nº - Sala5

89675-000 - Vargem Bonita -SC

JOSÉ NELSONDISSENHA

A/C: VILMAR WOLFF Rua Ermínio Kroni, 558 89400-000 - União da Vitória -PR

JOSÉ PEDROBORTOLUZZI

Vice-Prefeito Municipal Rua Manoel Narciso, 464 89824 - 000 - Bom Jesus - SC

JOSÉSCHREINERMIRI

SIND IND SERRARIA EMADEIRAS CURITIBANOS

Av. Salomão Carneiro deAlmeida nº 388 - sala 56

89520-000 - Curitibanos - SC [email protected]

JOSÉ ZEFERINOPEDROSO

Pres. FAESC e do Cons. Adm.SENAR

Rua Delminda Silveira, 200 88025-500 - Florianópolis - SC [email protected]

JOSÉ ZEFERINOPEDROSO

Presidente da FAESC Rua Deominda Silveira, 200 88025-500 - Florianópolis - SC

JURACI MARIANÉRVISPAGAZZA

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Botero, 95489687-000 - Passo Maia - SC

JUSEMARANSELMOPEROZA

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Botero, 95489687-000 - Passo Maia - SC

LAIR NOGUEIRADA SILVA

Câmara Municipal deVereadores

Rua Coronel Vitório - s/nº - Sala5

89675-000 - Vargem Bonita -SC

LECIO LUIZPANISSON

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Smedt,1605

89830-000 - Abelardo Luz - SC

LELIS CAMILOFIORIO

Câmara Municipal deVereadores

Rua Coronel Vitório - s/nº - Sala5

89675-000 - Vargem Bonita -SC

LEONIR BISON Mademate Ind. Erva Mate Ltda. Rod. Br 116 Km 41 s/nº 89340-000 - Itaiópolis - SCLEONIR JOSÉMACETTI

Prefeito Municipal Rua Pagnonceli,331 89832 - 000 - Ipuaçu - SC

LEOZIRBARRETA

Coordenação Sala AgronegóciosAv. Getúlio Vargas, 1041 89830 - 000 - Abelardo Luz - SC

LOLITA MAFRAALVES

Câmara Municipal deVereadores

Rua Coronel Vitório - s/nº - Sala5

89675-000 - Vargem Bonita -SC

LORECI ALBINODA SILVA DELINHARES

Câmara Municipal deVereadores

Rua Vergílio Sabino da Silva, 67 89824-000 - Bom Jesus - SC

LÚCIAMICHELONTHOMAZZONI

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Botero, 95489687-000 - Passo Maia - SC

LUCINDO MICK Câmara Municipal deVereadores

Rua Machado, 531 89832-000 - Ipuaçu - SC

LUI FETT Specht Prod.Alimentos Ltda. Rua Luiz Specht, 50 89600-000 - Joaçaba - SCLUIS MARIODRANKA

Mario Francisco Dranka Rod. SC 280 , s/n - C.P. 101 89460-000 - Canoinhas - SC

LUIS MÁRIODRANKA

SIND IND DO MATE NO ESTADODE SANTA CATARINA

Rua 3 de maio nº 248 - CX.P:143

89460-000 - Canoinhas - SC [email protected]

LUIZ ALBERTOPICCININ

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Smedt,1605

89830-000 - Abelardo Luz - SC

LUIZ CARLOSBONAN

Câmara Municipal deVereadores

Rua Vicente Sponchiado, 97 89690-000 - Vargeão - SC

LUIZ ERNESTOTREIN

DD.Gerente Executivo do Ibama Av. Mauro Ramos, Nº 1113 -C.P. 660

88.020-301 - Florianópolis - SC [email protected]

MARCILIOCARON NETO

Ass.Cat.Reflorestadores/Ass.Sul Brasileira Empresas Florestais

Rua Pedro Dalla Stella, 199 -Sta Felicidade

82020-610 - CURITIBA - PR

MARCIOKOSHINSKI

Câmara Municipal deVereadores

Rua Santa Catarina, 508 89834-000 - Ouro Verde - SC

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 9

MARCOSANTÔNIOZORDAN

Pres. da FECOAGRO Rua Tiradentes, 158 - 2º e 3ºandar

88010-430 - Florianópolis - SC [email protected]

MARCOSBALDISSERA

Câmara Municipal deVereadores

Rua São Cristovão, 380 - cx p24

89835-000 - São Domingos - SC

MARCOSTEDESCO

Fábrica de Papel Primo Tedesco Bairro Bom Sucesso, 65 89500-000 - Caçador - SC

MARCOSZIPPERER

Ind. Ervateira Ewqldo ZippererLtda.

Rua Reneau Cubas, 1718 89460-000 - Canoinhas - SC

MARIA HELENACERINO DOSSANTOS

Câmara Municipal deVereadores

Praça João Macagnan, 322 - CxP D 41

89654-000 - ÁGUA DOCE - SC

MÁRIO PRUST Ind. Erva Mate Prust Ltda. Estrada Geral Fartura, s/nº 89460-000 - Canoinhas - SCMÁRIO WAESS Câmara Municipal de

VereadoresRua Vicente Sponchiado, 97 89690-000 - Vargeão - SC

MARIVONESALETEBORGES

Câmara Municipal deVereadores

Rua São Cristovão, 380 - cx p24

89835-000 - São Domingos - SC

MARLENEAGHETAPICCININ

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Smedt,1605

89830-000 - Abelardo Luz - SC

MARLITERESINHAWEBER

Câmara Municipal deVereadores

Rua Santa Catarina, 508 89834-000 - Ouro Verde - SC

MAURÍCIOBATISTELLA

Vice-Prefeito Municipal Rua Getúlio Vargas, 750 89835 - 000 - São Domingos -SC

MAURÍCIOBUSATO

Laminados AB SC-302 - s/nº 89500-000 - Caçador - SC

MAURÍCIOGRANDO

MADEPINUS Ind. e Com. deMadeiras

Rua Henrique Julio Berger, 855 89500-000 - Caçador - SC

MAURÍCIOZANDAVALI

MADECAL Agro Industrial SC-302 - 05 89500-000 - Caçador - SC

MOACIRSOPELSA

Secretário de Estado Des. RuralAgricultura

Rodovia SC-404 - Km 3 88034-000 - Florianópolis - SC

NARCISOROTTA

Madeireira Narciso Rotta Rua Amazonas, 101 89500-000 - Caçador - SC

NEIVORCANTON

DD. Presidente da OCESC Rua Vidal Ramos, 224 Ed.Jaime Linhares

88010-320 - Florianópolis - SC

NELSI FÁTIMATRENTOBORTOLINI

Vice-Prefeito Municipal Praça João Macagnan, 322 - cxp 41

89654 - 000 - Água Doce - SC

NELSO ALVESROCHA

Câmara Municipal deVereadores

Rua 7 de Setembro, 301 -Cxp.03

89683-000 - Ponte Serrada - SC

NELSONFRANCISCOMARTINI

Coordenação Sala AgronegóciosAv. Getúlio Vargas, 1041 89830 - 000 - Abelardo Luz - SC

NELSONZAFERARI

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Rio Grande do Sul, 500 89694-000 - Faxinal dosGuedes - SC

NELTONROGERIO DESOUZA

FAESC Rua Deominda Silveira, nº 200 88025-500 - Florianópolis - SC [email protected]

NERCI SANTIN Prefeito Municipal Av. Padre João Smedt, 1605 -CP 81

89830 - 000 - Abelardo Luz - SC

NILSORAMELLA

Rua São Pio X, 40 Florianópolis - SC [email protected]

NILSON JOSÉPREZOTTO

Vice-Prefeito Municipal Rua Pagnonceli,331 89832 - 000 - Ipuaçu - SC

NOELMACHADO DASILVA

Câmara Municipal deVereadores

Rua Vergílio Sabino da Silva, 67 89824-000 - Bom Jesus - SC

NORBERTOLINZMEIER

Soc. Indl. Coml. Exp. Extra MateLtda.

Rua Vila Parado, s/nº 89460-000 - Canoinhas - SC

NORINONÉRVIS

Vice-Prefeito Municipal Av. Padre João Botero, 485 89687 - 000 - Passos Maia - SC

ODELIRBETINELLI

Câmara Municipal deVereadores

Rua José Augusto Royer, s/nº 89518-000 - Macieira - SC

ODEMARLINZMEIER

Ind. Com. Erva Mate LinzmeierLtda.

Estrada Três Barras, s/nº Km06

89490-000 - Três Barras - SC

ODILONSGANZERLA

Câmara Municipal deVereadores

Praça João Macagnan, 322 - CxP D 41

89654-000 - ÁGUA DOCE - SC

ODIVANCARLOSCARGNIN

Diretor Administrativo eFinanceiro da Celulose Irani

Vila da Alegria, BR 153 - KM 47-C.P. 87

89657-000 - Vargem Bonita -SC

[email protected]

OLINTOFRANCISCOHENERICHE

Câmara Municipal deVereadores

Rua São Cristovão, 380 - cx p24

89835-000 - São Domingos - SC

OLIVOCORTELINI

Câmara Municipal deVereadores

Rua 7 de Setembro, 301 -Cxp.03

89683-000 - Ponte Serrada - SC

ORLANDOWOSNIAK

Câmara Municipal deVereadores

Rua José Augusto Royer, s/nº 89518-000 - Macieira - SC

OSMARBARBOSA

Câmara Municipal deVereadores

Rua Machado, 531 89832-000 - Ipuaçu - SC

Processo Informatizado de Editoração - DIVISÃO DE ANAIS

10 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

OSMAR TOZZO Prefeito Municipal Av. Padre João Botero, 485 89687 - 000 - Passos Maia - SCOSVALDOPEDRO VIEIRA

Câmara Municipal deVereadores

Rua São Cristovão, 380 - cx p24

89835-000 - São Domingos - SC

PATRICKLINZMEIER

Benedito Leomar Linzmeier Rua Geral Parado S/Nº 89460-000 - Canoinhas - SC

PAULO BALDO Baldo S/A Com. Ind. ExportaçãoRua Sérgio Gapski, s/nº 89460-000 - Canoinhas - SCPAULO CÉSARMENEGOTTO

Câmara Municipal deVereadores

Rua Vergílio Sabino da Silva, 67 89824-000 - Bom Jesus - SC

PAULOROBERTO BRAZFIORESE

Câmara Municipal deVereadores

Rua São Cristovão, 380 - cx p24

89835-000 - São Domingos - SC

PAULOROBERTO SILVA

Diretor Industrial da CeluloseIrani

Vila da Alegria, BR 153 - KM 47- C.P. 87

89657-000 - Vargem Bonita -SC

[email protected]

PEDRO JOÃOCHINATTO

Câmara Municipal deVereadores

Rua 7 de Setembro, 301 -Cxp.03

89683-000 - Ponte Serrada - SC

RENATOMARINS

FAQUIBRÁS Agro Industrial SC-302 - s/nº 89500-000 - Caçador - SC

REYNALDOSALAMONI

Madeiras Salamoni SC-451 - s/nº 89500-000 - Caçador - SC

RODIMAR LUIZCERON

Câmara Municipal deVereadores

Rua Machado, 531 89832-000 - Ipuaçu - SC

ROSALVOROLIM DEMOURA

Rua Duque de Caxias, s/nº 89980-000 - Campo Erê - SC

RUDIMARBERGOSSA

Câmara Municipal deVereadores

Praça João Macagnan, 322 - CxP D 41

89654-000 - ÁGUA DOCE - SC

SALETE Empresa Indl. Coml. Fuck S/A Rua Ivo D´Aquino, m 1020 -C.P. 331

89460-000 - Canoinhas - SC

SANDRA MARADE ABREU

Câmara Municipal deVereadores

Rua Santa Catarina, 508 89834-000 - Ouro Verde - SC

SANDRA MARALOREGIAN

Câmara Municipal deVereadores

Rua Vicente Sponchiado, 97 89690-000 - Vargeão - SC

SANDROFIGUEIRO

Câmara Municipal deVereadores

Rua São Cristovão, 380 - cx p24

89835-000 - São Domingos - SC

SANDRO LUIZFAVERO

Prefeito Municipal Rua Madre Maria Theodora,264

89683 - 000 - Ponte Serrada -SC

SÉRGIO Cooperativa Prod. MateCanoinhas

Rua Francisco de Paula, 698 89460-000 - Canoinhas - SC

SIDINEY PINOGOMES

Câmara Municipal deVereadores

Rua 7 de Setembro, 301 -Cxp.03

89683-000 - Ponte Serrada - SC

SIDNEI BACCIN Câmara Municipal deVereadores

Rua Machado, 531 89832-000 - Ipuaçu - SC

TEN. CEL.ADILSON ALVES

Comandante da Polícia deProteção Ambiental

Av. Gov. Ivo Silveira, 2320 -Capoeiras

88085-001 - Florianópolis - SC

THALESZUGMANN

SIND IND SERRARIASMADEIRAS CANOINHAS, TRÊSBARRAS E MAJOR VIEIRA

Rua Três de Maio - CX. Postal1568 000

89460-000 - Canoinhas - SC [email protected]

TITO Ervateira Cachoeirinha Ltda. Localidade Cachoeirinha, s/nºDistrito Paula Pereira

89460-000 - Canoinhas - SC

VALDECIR DOSSANTOS

Câmara Municipal deVereadores

Rua Vergílio Sabino da Silva, 67 89824-000 - Bom Jesus - SC

VALDEMARLORENZETTI

Prefeito Municipal Rua 7 de Setembro, 477 89690 - 000 - Vargeão - SC

VALDIR LUIZROSSANI -Dep.Estadual PR

A/C: VILMAR WOLFF Bituruna - PR

VALDIR MÁRIOBOIANI

Câmara Municipal deVereadores

Rua Machado, 531 89832-000 - Ipuaçu - SC

VALDIRMARQUES DEOLIVEIRA

Prefeito Municipal Rua José Augusto Royer, 133 89518 - 000 - Macieira - SC

VALDOMIROACUNHA

Câmara Municipal deVereadores

Rua 7 de Setembro, 301 -Cxp.03

89683-000 - Ponte Serrada - SC

VANOLI DALBEM

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Botero, 95489687-000 - Passo Maia - SC

Vanoli Dal Bem Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Botero, 95489687-000 - Passo Maia - SC

VILMAR JOSÉMAFFIOLETTI

Câmara Municipal deVereadores

Rua José Augusto Royer, s/nº 89518-000 - Macieira - SC

VILMAR LEMESDE SOUZA

Câmara Municipal deVereadores

Avenida Padre João Smedt,1605

89830-000 - Abelardo Luz - SC

VILMAR LUIZABATTI

Câmara Municipal deVereadores

Rua Coronel Vitório - s/nº - Sala5

89675-000 - Vargem Bonita -SC

VILSON MIGUELBIOTTO

Câmara Municipal deVereadores

Rua Santa Catarina, 508 89834-000 - Ouro Verde - SC

VITO GUBERT Câmara Municipal deVereadores

Rua Vicente Sponchiado, 97 89690-000 - Vargeão - SC

VOLMIR FACCIO Câmara Municipal deVereadores

Rua Santa Catarina, 508 89834-000 - Ouro Verde - SC

VOLNEI LANDO Câmara Municipal deVereadores

Rua Vicente Sponchiado, 97 89690-000 - Vargeão - SC

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 11

WALDEMARANTONIOSCHMITZ

SIND IND SERRARIAS CHAPECÓ Rua Mascarenhas de Moraes nº444-E -CX.P: 93

89808-100 - Chapecó - SC [email protected]

WALDEMARFRANZEN

Reunidas 89935-000 - Ponte Serrada - SC

WALDOMIRO ADE SOUZA

Assessor Parlamentar doDeputado Airton Roveda

Rua Prudente de Moraes, 485 89400-000 - União da Vitória -PR

[email protected]

WILSONSELEME

Seleme & Seleme Cia Rua Adão Tyska 89460-000 - Canoinhas - SC

ZELI DA LUZ Prefeito Municipal Rua Santa Catarina, 877 89834 - 000 - Ouro Verde - SCZELIR CITADIN Vice-Prefeito Municipal Rua José Augusto Royer, 133 89518 - 000 - Macieira - SC

Vejam V.Exas. que o Ministério doMeio Ambiente realmente não haviacomunicado. Tanto é que no dia 11 xerocamose ampliamos este convite - e é bom que a TVALmostre-o bem. O que nós recebemos, e queestava no Diário Oficial, foi um encarte de 6 x10, lá no meio dos anúncios, convidando paraa audiência pública. Daí, para colaborar com oMinistério do Meio Ambiente, é óbvio, deacordo com a minha função, que resolvideterminar que o meu gabinete expedisse acomunicação. São 307 correspondências,além dos e-mails, dos fax e dos telefonemasque fizemos para a nossa região!

fosse sacramentada essa modalidade depreservação, de conservação, digo mais umavez, de perpetuação da espécie. Aí eu acredito.

O Sr. Deputado Onofre SantoAgostini - Deputado Sérgio Godinho, eu souconsumidor do Café Guidalli e como aqui emFlorianópolis não é vendido eu vou na minhaterra comprá-lo, não só pela amizade que tivecom o seu dono, que foi meu companheiro dedominó. Foi com o Sr. Ernesto Guidalli queaprendi a jogar dominó. Ele era freqüentadordo Hotel Montebeller, em Curitibanos, queV.Exa. tanto conheceu, e lá nós fazíamos onosso joguinho de dominó.

Eu faço esse registro para queaqueles que nos ouvem, aqueles que lêem,que acompanham a imprensa tenham certezade que nós não podemos admitir que secometa injustiça e que não se fale a verdadepara fugir de uma responsabilidade, que todo ocatarinense está vendo...

(Discurso interrompido por términodo horário regimental.) O Café Guidalli é importante para a

nossa região, mas, infelizmente, emFlorianópolis não o encontramos, DeputadoFrancisco Küster, e por isso temos que ir aCuritibanos para comprá-lo para o nossoconsumo pessoal, pois é um excelente café.

(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Lício

Silveira) - Inscrito para falar o Sr. DeputadoSérgio Godinho, a quem concedemos apalavra, por até dez minutos.

Por isso, a Senadora Ideli Salvattideve cuidar quando for acusar alguém, porqueisso é muito ruim! E quem assistiu àquelareunião, sentiu que ela se sentiu retraída,constrangida pelo que havia dito.

O SR. DEPUTADO SÉRGIO GODINHO -Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs.Deputados, quero parabenizar o DeputadoReno Caramori pelo pronunciamento e dizerque esta Casa aprovou ontem umrequerimento a ser enviado ao Ministério doMeio Ambiente, pedindo que remeta a estePoder o que o Secretário Capobianco falou, ouseja, o roteiro básico para a criação dasUnidades de Conservação. Vamos aguardarpara ver se eles fizeram o dever de casa, mastenho certeza de que não foi feito.

Comungo com o pensamento de V.Exa.,Deputado Sérgio Godinho. Toda a Região Serranasaboreia o delicioso Café Guidalli.Quem diz o que quer, escuta o que

não quer. Esse é o provérbio na nossa terra,Getúlio Vargas, não é, Deputado Celestino?Porque é verdade! Nós comunicamos a todos,participamos das consultas públicas, que nãohouve, eu da de Ponte Serrada, juntamentecom os Srs. Parlamentares. Não houveconsulta pública em Ponte Serrada, nem emAbelardo Luz, porque a própria autoridadecompetente julgou que o momento não erapropício por falta de segurança.

O SR. DEPUTADO SÉRGIO GODINHO -Mas segundo informações, Sr. DeputadoOnofre Santo Agostini, já existe esse café emFlorianópolis. Então, eu queria passar aoPresidente da sessão, Deputado Lício Silveira,uma caixa do Café Guidalli. E igual caixaservirá, Srs. Deputados, para que o café doBrasil seja levado para fora do País. Essa é aembalagem oficial que será levada peloPresidente da República e sua comitiva quandoforem a outros países.

Quero aproveitar, Sr. Presidente, odia de hoje para fazer uma homenagem a umaempresa da minha cidade de Lages.Homenagear empresa de uma cidade,Deputado Antônio Ceron, talvez pareça eu-femismo em defesa de algo que é apenasnosso. Mas é um prazer homenagear umaempresa como a Café Guidalli, que há 53 anosestá no mercado e conquistou, ao longo desseperíodo, centenas de prêmios - oito vezesconsecutivos o prêmio Top of Mind -, comsendo um dos melhores cafés da RegiãoSerrana.

Então, é bom que se diga que nem aSenadora Ideli Salvatti nem o SecretárioCapobianco têm o direito de nos penalizar ouquerer jogar à opinião pública que tudo o quefoi aprovado nós endossamos. Bem pelocontrário, em todas elas eu contestei, e comveemência. Inclusive, não concordo com otermo: de conservação. Repito aqui queconservar é conservar pepino em vidro! Issoaqui é perpetuar a espécie, e nãosimplesmente conservar nossas florestas. Nóstemos que conservar, preservar e perpetuar aespécie plantando, ampliando o plantio, e nãoacabando com a araucária, como estáacontecendo.

O Sr. Deputado Francisco Küster -V.Exa. me concede um aparte?

O SR. DEPUTADO SÉRGIO GODINHO -Concedo um aparte ao Deputado FranciscoKüster.

O Sr. Deputado Francisco Küster -Deputado Sérgio Godinho, acompanho hádécadas e décadas a evolução do Café Guidallino campo da qualidade, as suas atividades, aexpansão do seu produto. E agora, bemrecentemente, ficamos muito orgulhososquando vimos, de uma forma surpreendente, onosso Presidente da República setransformando em um garoto propaganda deum produto lageano, do nosso Café Guidalli.

Hoje temos a satisfação e o prazerde saudar essa empresa da cidade de Lagespor mais uma conquista alcançada. Ela estáentre os dez melhores cafés do Brasil, honrariaessa conferida no primeiro concurso nacionalda Associação Brasileira da Indústria do Café -Abic -, realizado em Brasília, onde a empresaCafé Guidalli foi homenageada pelo Presidenteda República.

O que nós queremos, DeputadoVânio dos Santos, é cumprir o acordo feito nasexta-feira. Vamos retirar dessas reservas,tanto dos Parques como da mata preta, osreflorestamentos, as áreas agricultáveis e depecuária, as áreas de pequenas hidrelétricas,enfim, retirar todas as áreas produtivas. Nósprecisamos produzir e não simplesmentepassar uma cerca e não deixar acontecer maisnada. Vamos, sim, criar parques na área demata de araucária, que tem que serconservada, perpetuada para que sobreviva, enão simplesmente dizer que não pode maismexer, plantar ou colher.

Cumprimento V.Exa. pela iniciativada justa homenagem que presta a esseempresário que acreditou no seu produto. E deigual forma cumprimento o empresário e todaa sua equipe.

A empresa Café Guidalli tem 53anos, é produtora atual de um excelente café,com cerca de cem mil quilos/ano, conta com acolaboração de 40 empregados e comercializasomente no mercado interno.

Muito obrigado!O Sr. Deputado Antônio Ceron -

V.Exa. me concede um aparte?O SR. DEPUTADO SÉRGIO GODINHO -

Pois não!Essa empresa, Sr. Presidente, tem

uma ação muito forte entre as comunidadesmais carentes e entidades assistenciais, poisauxilia com doações de café.

O Sr. Deputado Antônio Ceron -Quero cumprimentar V.Exa., Deputado SérgioGodinho, pela iniciativa, e quero cumprimentarespecialmente o nosso amigo Jaci Guidalli, aJane, e em seu nome os demais familiares, osseus filhos. Registro também a saudosalembrança do Ernesto Guidalli, pai de JaciGuidalli, que tivemos o prazer de conhecer.Tivemos ao longo do tempo uma amizadefraterna, uma convivência próxima do Guidalli ede toda a sua família, até pela nossa atividadeprofissional como supermercadista. De fato,para nós, serranos, é um orgulho ter marcasmuito fortes na nossa região. E o Café Guidallicom certeza é uma das marcas fortes que anossa Região Serrana tem.

Perpetuar a espécie é reproduzir. Aí,sim, eu acredito que nós podemos bater no peitoe dizer que somos ecologistas, que somosfavoráveis ao meio ambiente, como eu sou. Agora,da maneira como estão fazendo, não!

É uma empresa genuinamentecatarinense, e traz para nós, agora, essegrande prêmio conferido pela Abic, em Brasília.

Gostaríamos que se fizessempresentes no Plenário o Sr. Jaci Guidalli,proprietário da empresa e sua filha, JaneGuidalli, para que os Deputados da RegiãoSerrana pudessem homenageá-los.

Nós temos ainda alguns dias paraapresentar a documentação, pelo que foiacordado na reunião de sexta-feira. Inclusiveas empresas se propuseram a fazer as RPPNs.Algumas já protocolaram em cartório ocompromisso de manter as florestas a seuscuidados. O Secretário Capobianco concordouque apresentassem os documentos para que

O Sr. Deputado Onofre SantoAgostini - V.Exa. nos concede um aparte?

O SR. DEPUTADO SÉRGIO GODINHO -Pois não!

Processo Informatizado de Editoração - DIVISÃO DE ANAIS

12 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

Assim, cumprimento os Guidalli pelotrabalho, não só profissional, empresarial, mastambém pelo trabalho e pela participaçãocomunitária que a família Guidalli sempre tevena nossa cidade de Lages. Esse prêmio comcerteza é meritório, e nós queremoscompartilhar a alegria de termos na marcaGuidalli uma marca muito forte na nossacidade de Lages.

O SR. DEPUTADO FRANCISCOKÜSTER - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.Deputados, senhores que nos honram com suapresença, principalmente o nosso conterrâneoempresário Guidalli, seus familiares ecolaboradores que dão presença nesta manhã,nesta Casa, e pessoas que nos acompanhamatravés da TVAL.

3 - Trecho Vargem - Entroncamentocom a BR-470, e Trecho São Miguel do Oeste -Rio Peperi-Guaçu, com a participação doTribunal de Contas; da empresa ARG Ltda.; doDnit, com um representante do Ministério dosTransportes, Sr. João José dos Santos.

Às 16h20min - Soluções paraadequação e manutenção da BR-282, com aparticipação, mais uma vez, do Ministério dosTransportes/Dnit, na pessoa do coordenadorJoão José do Santos; da Polícia RodoviáriaFederal, na pessoa do Sr. Luis Ademar Paes;da SC Parcerias, com a participação do Sr.Vinícius Lummertz; da Fetrancesc, com aparticipação do Secretário Executivo, Sr. PedroLopes, e da Facisc, com a participação do Sr.Antônio Rebelatto.

Quero, Sr. Presidente, rapidamente,aproveitando uma carona na iniciativa doDeputado Sérgio Godinho, fazer mais umrápido comentário a respeito da empresalageana Café Guidalli, que hoje está entre osmelhores cafés produzidos no Brasil. Essaempresa é um orgulho e uma satisfação paratodos nós, catarinenses, em especial paranós, serranos, lageanos que somos. Portanto,uma vez mais, os nossos cumprimentos aoempresário, à sua equipe, aos seuscolaboradores e de igual forma ao DeputadoSérgio Godinho pela iniciativa.

Parabéns, Deputado Sérgio Godinho,pela iniciativa.

O SR. DEPUTADO SÉRGIO GODINHO -Eu queria mais uma vez nessa simpleshomenagem, Sr. Presidente, em nome do CaféGuidalli, da família Guidalli, passar às mãos decada Deputado uma embalagem do CaféGuidalli, que como citei será a embalagemlevada pelo Presidente da República e suacomitiva quando visitarem outros Países.

Após os debates finais, teremos ospronunciamentos.”

Então, a assessoria da Casa fará aentrega a cada Deputado de um exemplardessa caixa, agora, Sr. Presidente.

Portanto, é esta a pauta que foielaborada. Como já dissemos, não tivemosparticipação na sua elaboração, mas apro-vamo-la. Quero crer que os outros a quem essaagenda foi submetida tenham-na, de igualforma, aprovado.

Ato contínuo, quero uma vez maisdivulgar, difundir o evento que vai ocorreramanhã, em Lages, ou seja, a audiênciapública que vai tratar da BR-282 e seusproblemas. Será amanhã, no dia 13 de maio,no auditório da Associação Comercial eIndustrial de Lages - ACIL. A abertura dostrabalhos será às 9h.

O SR. PRESIDENTE (Deputado LícioSilveira) - Dentro do espaço do DeputadoSérgio Godinho, permitimos que a devidahomenagem seja feita ao Sr. Jaci Guidalli e àsua filha Jane Guidalli. Deputado SérgioGodinho, fique à vontade.

Mas quero dizer o seguinte: não viaqui elencado o debate em torno da res-tauração do trecho Florianópolis-Lages, trechoque se encontra em péssimas condições,principalmente entre Águas Mornas e AlfredoWagner. Haveremos de nos debruçar e encararos debates em torno da necessidade e daurgência do reinício da restauração dessetrecho entre Águas Mornas e RanchoQueimado. Em Altos da Boa Vista, por ondetrafegamos, Deputado Sérgio Godinho,semanalmente, duas, três ou quatro vezes,principalmente à noite, corremos risco de vida,porque nem sinalização sequer existe. E outrasobras complementares se fazem necessárias.

(Procede-se à entrega da placa.)(Palmas) Vou fazer a leitura aqui da pauta

da agenda que elaboraram. Não tive aparticipação na elaboração da pauta, masaprovamos. Passarei à leitura para quetodos tomem conhecimento e ao final convi-darei os colegas Parlamentares, para quepossam dar presença em Lages, porque aBR-282 não se resume ao interesse daRegião Serrana. Há necessidade para aRegião Serrana, mas é de interesse detodos os catarinenses, de todo o Estado deSanta Catarina e, vamos além-fronteira, elainteressa também a vários países doMercosul, àqueles que buscam no turismoas praias do litoral catarinense.

O SR. PRESIDENTE (Deputado LícioSilveira) - Da mesma forma que o Deputado SérgioGodinho homenageia o Sr. Jaci Guidalli e a D. JaneGuidalli, esta Casa parabeniza esse empresário esua filha, pois são motivo de grande orgulho parao Estado de Santa Catarina.

O SR. DEPUTADO SÉRGIO GODINHO -Sr. Presidente, muito obrigado pela especialdeferência. Para mim, para a Região Serrana,para a cidade de Lages, para a família Guidallié muito importante essa compreensão, essacolaboração, de permitir que possamos nesseespaço aqui fazer essa homenagem.

O Sr. Deputado Sérgio Godinho -V.Exa. me concede um aparte?

O SR. DEPUTADO FRANCISCOKÜSTER - Com muito prazer.Essa homenagem vai a todos os

empresários da Região Serrana, a todos osempresários do Estado de Santa Catarina, quetrazem o progresso, o sucesso e o desenvol-vimento.

(Passa a ler) O Sr. Deputado Sérgio Godinho -Deputado Francisco Küster, parabenizo V.Exa.pelo belíssimo pronunciamento e pelabelíssima ação.

“A partir das 9h falará um repre-sentante do Presidente da AssembléiaLegislativa, Deputado Julio Garcia, oPresidente da Comissão de Transporte daAssembléia Legislativa, Deputado RogérioMendonça, este Deputado que vos fala, oproponente, com o apoiamento dos DeputadosReno Caramori, Antônio Ceron e SérgioGodinho. E terá uma participação inicial do Dr.Nazareno Jorgealém Wolff, Promotor PúblicoFederal.

Tenho uma velha mensagem que dizassim: a empresa, quer concordemos ou não,é a instituição mais importante de uma cidade.Através de uma empresa conseguimos gerarbenefícios, progresso, modernidade, desenvol-vimento tecnológico. Através da existência deuma empresa, ousaria dizer, garantiríamos atéa vida, porque a geração de empregos permiteque as pessoas possam viver melhor, possamter a sua renda.

O SR. DEPUTADO FRANCISCOKÜSTER - De todos nós!

O Sr. Deputado Sérgio Godinho -Sim, de todos nós. Mas eu queria comuni-car que estava, agora, ao telefone, com oCoronel Dantas, do Batalhão de Lages, eele me disse que o dinheiro foi depositadona sexta-feira, sendo liberado, ontem, naconta do Batalhão. Foram depositados R$500 mil que fazem parte da primeira parcelade doação do Governo do Estado, atravésda verba da Cide, para ajudar na conclusãoda obra Lages/São José do Cerrito. Então, oGoverno Estadual está fazendo a sua parte,conforme o prometido, a fim de queacabemos urgentemente com essa ce-leuma.

Às 9h30min - Manifestações delideranças e comunidades, manifestações dePrefeitos da própria Associação Comercial eIndustrial de Lages, de Deputados eSenadores - e esperamos contar com apresença valiosa dessas pessoas, principal-mente de federais, de Senadores, já quetemos três Senadores -, do Ministério Público eda comunidade, com intervalo para o almoçoàs 12h.

A melhor política social que podeexistir no mundo é a geração de trabalho, ageração de renda, através da geração deemprego. Através disso, homenageio tambémas empresas deste Estado que têm lutadodiuturnamente para conquistar espaços, paramelhorar os seus produtos, para fazer com queo nosso Estado seja reconhecido, e já o é. Parabenizo V.Exa. e comungo com a

dificuldade que nós passamos na BR-282, dasua conservação, que está horrível. E onúmero de mortes que têm ocorridosemanalmente nos dá mostras de que não ésó culpa do motorista. Os acidentes têmocorrido também devido à péssima qualidadede conservação da BR-282.

Mundialmente, Santa Catarina é umdos maiores Estados em exportação e emqualidade de produtos, dentre eles estão os dosetor alimentício. No setor alimentício temosgrandes contribuições para o mundo, como aprodução de frangos, de suínos e de café. E,agora, esse prêmio do Café Guidalli como umdos dez melhores do Brasil, para nós, é umahonra. É uma honra dizer que esse prêmio nãofoi dado por Santa Catarina mas, sim, peloPaís. O Brasil conferiu, e o Café Guidalli estáentre os dez melhores do País.

Às 14h - Apresentação de soluçõespara os trechos inconclusos.

1 - Trecho Lages - São José doCerrito, com a participação do Secretário deInfra-estrutura, Sr. Mauro Mariani; doPresidente do Deinfra, Sr. Romualdo FrançaJunior; do Deputado Sérgio Godinho e doCoordenador da 16ª Dnit, Sr. João José dosSantos.

O SR. DEPUTADO FRANCISCOKÜSTER - Agradeço a V.Exa. pelo aparte.

2 - Trecho São José do Cerrito -Vargem, com a participação do Tribunal deContas da União, com a presença já con-firmada do Sr. João Manoel da Silva Dionísio;da empresa ARG Ltda., na pessoa de NewtonRoquete Filho, e, mais vez, do Dnit, com umrepresentante do Ministério dos Transportes,Sr. João José dos Santos.

Quero dizer, também, a V.Exa. quesou sabedor da angústia que passa oGovernador Luiz Henrique da Silveira; dodesejo de ver a retomada das obras da BR-282; do desejo de ver sua conclusão e do seuesforço empreendido.

Muito obrigado!(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Lício

Silveira) - Com a palavra o Deputado FranciscoKüster, por até dez minutos.

O Sr. Deputado Antônio Ceron -V.Exa. me concede um aparte?

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 13

O SR. DEPUTADO FRANCISCOKÜSTER - Pois não!

O SR. DEPUTADO MANOEL MOTA -Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.Deputados, visitantes que nos dão a honra departicipar desta sessão, gostaria de dizer daalegria que tivemos, ontem, ao conseguirmosrealizar um pleito importante para uma regiãoque nos deixa cheio de entusiasmo, devontade de cada vez trabalharmos mais, poissão pleitos que se vêm arrastando há muitotempo. É uma luta de vários anos para quefosse realizada a ligação da ponte do RioMampituba, que liga Passo de Torres a Torresou que liga o Rio Grande do Sul a SantaCatarina/Santa Catarina ao Rio Grande do Sul.

Na estrada que liga minha regiãoaté Caxias do Sul temos 15 quilômetros deserra. Por Porto Alegre, são 420 quilôme-tros; por Praia Grande, são 200 quilôme-tros. Então, futuramente irá se diminuir 220quilômetros numa estrada. Depois de muitaluta deste tal de Prodetur, que está maispara o “enrolatur” porque esse contratovem-se arrastando de um Governo para ooutro e não se consegue assiná-lo,conseguimos colocar essa obra no BID, eagora vamos ter a Serra do Faxinal tambémrealizada, que será uma obra importantepara o turismo, já que ligará Canela,Gramado, Caxias do Sul e Bento Gonçalvescom menos de 200 quilômetros. Portanto,será uma obra que trará o desenvolvimentotambém para a minha região, o Vale doAraranguá.

O Sr. Deputado Antônio Ceron -Deputado Francisco Küster, parabéns pelotema. Estaremos, com certeza, amanhãtambém, participando dessa audiênciapública. Quem sabe, a partir dessaaudiência, nós tenhamos condições dedesvendar esse problema da paralisaçãodas obras de São José do Cerrito a CamposNovos. Entendo que o trecho de cá, mesmolentamente, está andando e a questão estáequacionada. O problema começou a partirda intervenção do Tribunal de Contas daUnião, pois não tivemos mais o reinício dasobras.

Ontem de manhã estava nesteParlamento quando fui convidado peloGovernador do Estado de Santa Catarina parair até a sede do Governo receber o GovernadorGermano Rigotto, uma pessoa jovem,dinâmica, trabalhadora e que vem fazendo umtrabalho muito importante no Rio Grande doSul. Desloquei-me rapidamente para lá e,através de conversas - porque quando chegaum Governador, sempre penso, DeputadoAntônio Ceron, o que se pode conquistar -,levantei a questão da obra importante para odesenvolvimento e o turismo, que será aligação de Passos de Torres a Torres, o inícioda Interpraias. Ele também se entusiasmou,dizendo que encararia e assumiria este pleito,e que não iria demorar. Aguardamos a chegadado Governador Luiz Henrique e, juntamentecom os dois Governadores, conseguimos fazercom que a obra fosse assumida.

Só quero registrar esse fato por-que gosto de jogar no coletivo.Evidentemente que não quero fazernenhum reparo a V.Exa., mas eu não vios nomes dos Deputados Onofre SantoAgostini, Romildo Titon, dos DeputadosFernando Coruja e Ivan Ranzolin, que sãoParlamentares com mandato, na agenda.Independentes de outros Deputados quesão da região, mas esses, especifica-mente, por serem da região e que aolongo de muitos anos vêm batalhandonessa bandeira. Porque senão vai dar aimpressão de que a questão da bandeiraé um projeto momentâneo e pontualdeste ano, desta época. Mas eu não vi,não sei se por descuido, o nome denenhum desses quatro Parlamentares naprogramação que foi elaborada. Então,houve um descuido, com certeza,Deputado.

Então, estas são obras importantese pelas quais estamos lutando muito, porqueassim haverá um desenvolvimento muitogrande no turismo da região.

Com a Serra do Faxinal estandopronta, quem for de Araranguá a Gramado nãolevará duas horas para chegar até lá. Portanto,será realmente uma obra muito importante.

Hoje, quase 50% dos veranistasdos nossos balneários vêm do Rio Grandedo Sul. Com essa obra realizada, esse nú-mero passará para 80%, trazendo, assim,mais recursos para a nossa região. Isso éimportante para o desenvolvimento turísticoe para a geração de emprego e renda detoda a região, já que as indústrias deCaxias do Sul vão se instalar também na-quela região.

Esta obra será o início da Interpraiase também será fundamental para SantaCatarina, pois ligará o grande Município deTorres com Passos de Torres, que é umMunicípio pequeno. O rio faz com que Passosde Torres não cresça, mas agora, com a ponte,é evidente que vai se desenvolver e crescer.Aquela região, que tem um potencial muitogrande de turismo, vai gerar renda, emprego,desenvolvimento e uma indústria importante,que é a indústria sem chaminé.

O SR. DEPUATADO FRANCISCOKÜSTER - V.Exa. faz uma colocação, masaqui tem espaço para Parlamentares.Com certeza absoluta os Parlamentaresasseguraram que irão participar,principalmente os Deputados OnofreSanto Agostini e Ivan Ranzolin, e todosos que lá comparecerem.

Então, devagarinho, depois de 13anos de luta, conquistamos a obra da BR-101,e agora, em agosto, começará a da Serra doFaxinal, outra obra importante da região. Eontem tivemos a alegria de ouvir dosGovernadores Germano Rigotto e Luiz Henriqueda Silveira que vão fazer a Ponte de Passo deTorres.

O Sr. Deputado Antônio Carlos Vieira- V.Exa. me concede um aparte?

Às vezes, nós tentamos muitoviabilizar uma indústria para que gere em-prego e renda, mas, de repente, vemos quetemos um potencial enorme em SantaCatarina. Mas ainda falta muito para serinvestido nesta indústria sem chaminé, semfumaça, que é o desenvolvimento turísticodo nosso Estado.

Pensamos que vivemos um momentode algumas dificuldades na região, mas, poroutro lado, estamos conquistando obrasimportantíssimas. Por esta razão, é importanteque a região esteja unida e que osParlamentares estejam juntos em sua defesa.

O SR. DEPUTADO FRANCISCOKÜSTER - Pois não!

O Sr. Deputado Antônio CarlosVieira - Deputado Francisco Küster, V.Exa.colocou como má conservação a BR-282, notrecho Águas Mornas/Alfredo Wagner. Masisso me preocupa muito, porque nós, quetrafegamos por aquela rodovia, sabemoscomo está o seu estado. Em 2003, numasessão da Comissão de Transportes destaCasa, o engenheiro João José disse,naquela oportunidade, que os estudos jáestavam sendo feitos para a recuperação dotrecho. E esta semana, em nova repor-tagem, o mesmo engenheiro novamente dizque os projetos estão sendo elaborados.Que projeto demorado para elaborar! Doisanos para elaborar um projeto!

Há pouco o Deputado FranciscoKüster disse desta tribuna que haverá umaaudiência pública para a questão da BR-282.Se não começarmos a nos movimentar, essaobra não sairá nunca!

Esta ponte será fundamental, poisserá um elo entre os dois Estados. Iremosiniciar uma obra que tem um peso muito forte,e já no Governo Paulo Afonso, lutamos,batalhamos e conquistamos um projeto deengenharia de Primeiro Mundo, um projetomuito lindo. E como já há o projeto, temoscomo lutar por esta obra!

O Deputado Romildo Titon disse,antes de começarem as obras da BR-101, queiria começar primeiro pela da BR-282 paradepois eles nos ensinarem como deveria serfeita a da BR-101. Infelizmente, as obras daBR-282 não começaram e as máquinas jáestão roncando na BR-101. Então, devido anossa luta, estamos disparados na frente! Eforam 13 anos de mobilização, de luta, com ofechamento da estrada, com várias encrencasarrumadas - estamos respondendo a quatroprocessos na Polícia Federal - até conquistar aobra.

A obra da BR-101 no trecho Sularrastou-se por tanto tempo porque não havianem o projeto de engenharia! Quer dizer, ogrande problema que encontramos foi para quehouvesse o projeto, além da questãoambiental. Mas o projeto da Interpraias já estáaprovado, inclusive a questão ambiental, peloIbama e pela Fatma.

O SR. DEPUTADO FRANCISCOKÜSTER - Agradeço aos nobres Deputadospelos apartes e espero contar com a presençade V.Exas. lá. Mas os Parlamentares queestiverem lá presentes terão, com certeza,participação, principalmente esse que V.Exa.,Deputado Antônio Ceron, elencou, que vembatalhando, há muitos e muitos anos, por essaobra.

Então, creio que os políticos pre-cisam trabalhar em cima de grandes pleitos,em cima daquilo que vai gerar emprego erenda e trazer o desenvolvimento para aregião. Deputado Antônio Ceron, ouvi V.Exa.falar há pouco sobre a BR-282 e lembrei-medos 13 anos de luta pela duplicação da BR-101, com uma comissão permanente criadaindo sempre a Brasília. Finalmente, a BR-101,mesmo devagar, arrastando-se, porque aindanão foi assinado o contrato com o BID, estáacontecendo. Em vários pontos a máquinasestão roncando e isso era tudo o quequeríamos.

Por isso, a importância tambémdesta audiência pública, lá em Lages, paraa obra da BR-282. Agora, isto é Brasil! Aquisó se conquista as coisas com pressão,com luta, com trabalho e com mobilização!No Brasil sempre foi assim, e ainda serápor muitos anos: só se consegue as coisasna base da pressão, da luta, do trabalho,da mobilização! E é assim que nóstrabalhamos!

Muito obrigado!(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Lício

Silveira) - Passaremos ao horário reservadoaos Partidos Políticos. Hoje, quinta-feira, osprimeiros minutos são destinados ao Partidodo PMDB.

Por isso, podemos registrar as trêsobras fundamentais da região Sul que estão-sedesenvolvendo e que ainda vão se desenvolver:a da BR-101, conquistada depois de 13 anos

Com a palavra o Sr. DeputadoManoel Mota, por até 15 minutos.

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de luta deste Parlamentar e de outros queevidentemente também acompanharam; a daSerra do Faxinal, que está definida paracomeçar em agosto, com 15 quilômetros deSerra, sendo uma obra de fundamentalimportância para a ligação dos dois Estados; eagora a Ponte do Rio Mampituba, que tambémirá ligar Torres a Passo de Torres.

terras, deixando de produzir, porque hojeagricultor não compra mais terra de agricultor,quem compra é o pessoal da cidade para fazeruma casa bonita para passar o final desemana. E a área produtiva vai morrendo.

na época da discussão do Fundo Social diziaque só da Celesc seriam R$ 3 milhões/mês (láatrás, e agora vem confirmando). Em março R$3 milhões, em abril R$ 3 milhões.

E V.Exa. sabe de onde está sendoretirado? Da Receita! Como a Receita vaicrescer se ele está tirando dela?

Precisamos reverter esse processo.E como vamos fazê-lo? Com pressão, sim, paraque o Governo compre 30% da produção parafazer estoque regulador. O Brasil precisa disso,porque devemos lá fora, mas temos comopagar. Agora, aquele que produz precisa servalorizado, porque do contrário ele vai quebrar.E quebrando, a área produtiva morre, e se aárea produtiva morre, arrebenta este País.

Então, as duas têm de ser lidasjuntas. Aumenta a receita do Fundo Socialporque ela vem da Receita! O contribuinte,como a empresa Café Guidalli, que foi hojehomenageada, ao pagar o ICMS, o Estadosepara 5% e coloca no Fundo Social, e écomputado como pagamento de ICMS. Alémdisso, ele tem mais 10% sobre os 5% que eledepositou no Fundo Social. Então, ele vai termais 0,5%. E isso vai fazer falta no Orçamentodo Estado, vai fazer falta ao dar reajuste paraos servidores.

Então, creio que para a região elassão importantes, fundamentais e dignas deelogios.

Agora, quero me ater a um outroproblema: a minha região está sendo pena-lizada por alguns Deputados da CâmaraFederal que, devido a um acordo deLideranças, aprovaram um projeto sem ouvir abase, sem fazer audiência pública, que é aquestão desta lei internacional que impede aplantação de fumo.

Eu acredito que o Brasil vai pagarsuas contas através de terras férteis e daagricultura. Mas, infelizmente, ainda faltamuito para termos quem acredite que ohomem do campo precisa ser valorizado, quenão pode ser penalizado. A lei é a da oferta eda procura. Então não precisa de ninguém?Precisa, sim, para haver um equilíbrio. Quandotem estoque demais o Governo deve compraruma parte para fazer um estoque regulador,mantendo o preço razoável para não prejudicara área produtiva.

Creio que isso foi uma irresponsabi-lidade da Câmara de Deputados, pois eles nãopoderiam ter aprovado um projeto sem queprimeiro fossem feitas audiências públicas emSanta Catarina, no Rio Grande do Sul eParaná, que são os três Estados que maisplantam fumo.

Não adianta o Secretário daAdministração vir, como bom mocinho, dizerque a Receita tende a aumentar, se o próprioGoverno evita que a arrecadação aumente,distorcendo ou desviando a Receitaorçamentária para a receita do Fundo.

Veja, Deputado Sérgio Godinho, essaé uma situação ímpar. Diz o Secretário MarcosVieira que não se arrecadou mais porque faltapublicidade. Vão gastar dinheiro público parafazer publicidade do Fundo Social, para que ocontribuinte do ICMS, ao invés de recolherICMS como Receita, recolha para o Fundo.

A minha região será diretamentepenalizada, pois lá existem 200 mil fumi-cultores que ficarão desempregados. Comotrata-se de mão-de-obra não qualificada,eles vão para a cidade fazer o quê? E sãopessoas que têm cinco ou seis hectares deterras, e lá elas trabalham e criam suasfamílias!

É assim que se tem de trabalhar,mas, infelizmente, ainda não alcançamos essepatamar. Mas nós vamos lutar muito para isso.E vamos começar mobilizando o Sul de SantaCatarina. Se fechamos muitas vezes a BR-101,ela pode ser fechada outras tantas paramostrar ao Brasil inteiro que essa áreaprodutiva não pode ser penalizada. E não é sóno Sul, não! A área produtiva de arroz no Nortecom certeza está sendo penalizada também.

V.Exa. analisa o absurdo em que oGoverno se colocou. Ele cria o Fundo Social esimplesmente vai buscar na receita do ICMS,daquela receita que faz frente ao pagamentoda despesa de pessoal, e joga para o FundoSocial, cujo dinheiro não pode pagar despesade pessoal.

E digo mais, o fumo de SantaCatarina, o fumo do Brasil é de ótima qua-lidade. Mais de 90% é exportado, e para cávêm dólares. Mas se parar de plantar o fumo,além de deixar mais ou menos 400 mildesempregados em Santa Catarina, o nossodinheiro vai para o Paraguai porque de lá vai viro fumo. Quem fuma vai deixar de fumar? Não!Por isso vai haver o corredor de tráfico docigarro. Entra cigarro e sai o nosso dinheiropara o Paraguai.

Na terça-feira estaremos entrandocom um requerimento a ser enviado aoCongresso Nacional, pedindo parceria emdefesa daqueles que produzem a riqueza donosso País, que são os nossos agricultores.

Fica difícil, Deputada Ana PaulaLima. Por exemplo, nós, que temos o nossosalário e temos uma empregada em casa,tirarmos “X” por cento, que era para fazer opagamento a ela, evidentemente que semprevamos dizer que está faltando dinheiro para opagamento! Essa é a verdade que precisa serdiscutida.

Muito obrigado!(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Lício

Silveira) - Ainda dentro do horário reservado aoPartidos Políticos, os próximos minutos sãodestinados ao Partido Progressista.

Eu acho que faltou responsabilidadeaos Parlamentares, pois fizeram acordo deLiderança e aprovaram o projeto, e hoje ele seencontra no Senado. Nós temos que lutarcontra, porque em Santa Catarina e no RioGrande do Sul são pequenos fumicultores enão sobreviverão com outro plantio imediato.Tem-se que fazer um projeto, de no mínimo 10,15 anos, para manter esse pessoaltrabalhando, produzindo.

O Sr. Deputado Sérgio Godinho - Pelaordem, Sr. Presidente.

Como o meu tempo é curto e nãoquero me ater somente a isso, na terça-feiravoltarei a falar sobre o assunto.O SR. PRESIDENTE (Deputado Lício

Silveira) - Com a palavra, pela ordem, oDeputado Sérgio Godinho.

Caros Colegas, quero continuarfalando sobre o Fundo Social, sobre a pra-ticabilidade desse Fundo, Deputado DioneiWalter da Silva.

O SR. DEPUTADO SÉRGIO GODINHO -Sr. Presidente, apenas para registrar apresença do grande amigo e empresárioWilson Graupner, juntamente com seu filho. Elepossui lá dois jornais: O Momento, de Lages,que é o terceiro jornal do Estado em tiragem, eo Diário da Noite. Sejam bem-vindos!

Veja V.Exa. que até hoje o Fundooficialmente não tem orçamento e não temdotação orçamentária, nos termos da decisãodo Tribunal de Justiça do Estado. Mas oGoverno já empenhou até o dia 2 de maio, emsubvenção, R$ 2.415.706,40, dos quais jápagou R$ 2.050.686,40 em auxílio, e eu vouincluir até um clube de futebol. Deve ser osocial do social. Um clube de futebol em SantaCatarina recebeu, Deputado Francisco Küster,R$ 300.000,00. Foi assinado o empenho nodia 26 de abril, e ele já recebeu os R$300.000,00. Em auxílio foram empenhados R$1.468.538,83, dos quais já foram pagos R$1.317.308,83. E o orçamento está aqui, paraanalisarmos nos termos da decisão da Justiça.

Se isso não bastasse, temos umoutro problema mais grave. A nossa regiãode Santa Catarina produz 35% de arroz irri-gado. Esse arroz custa R$ 40,00 a sacadesde o ano retrasado, e seu custo é de R$23,00. O Governo importou uma quantidademonstruosa de arroz, e agora o estásoltando. E o arroz que era de R$ 40,00 asaca veio para R$ 30,00, para R$ 28,00,para R$ 25,00. E quando está baixandoninguém compra! Depois veio para R$20,00, para R$ 18,00, mas o seu custo éde R$ 23,00! Isso vai acabar com os arro-zeiros de Santa Catarina.

O SR. PRESIDENTE (Deputado LícioSilveira) - Da mesma forma cumprimentamos oempresário e jornalista, assim como o seufilho.

Com a palavra o Deputado AntônioCarlos Vieira, por até cinco minutos.

O SR. DEPUTADO ANTÔNIO CARLOSVIEIRA - Sr. Presidente, Sra. Deputada, Srs.Deputados, “Governo tem dificuldades paraconceder reajustes”. Essa é a manchete dojornal A Notícia, do dia 8 de maio.O Governo Federal precisa com-

prar 30% da produção para criar um esto-que regulador. Eu acho que o Brasil nãoacredita nos agricultores, naqueles queproduzem.

(Passa a ler) E o nosso Governador, a quem eupreso como pessoa, diz que gosta muito doParlamento, que o respeita muito. Mas naminha modesta avaliação ele não respeita nemo Parlamento nem o Judiciário, porque oJudiciário disse que aquele decreto criando oPPA e o orçamento é irregular, que tem queser aprovado por lei. Só que ele manda a leipara cá, mas executa o decreto. Então, ele nãorespeita este Parlamento tampouco oJudiciário.

“’A folha cresce vegetativamente 5%ao ano. Significa que se todos os servidoresficarem em casa por um ano a folha vai crescerigual. Portanto, a receita também deveriacrescer na mesma proporção. O problema éque já estamos com um pé no limite prudencialcom o gasto com pessoal,’ argumenta oSecretário.”

Essa é a razão principal para reverteresse processo. Alguma mobilização precisa serfeita. Parece-me que hoje os arrozeiros do AltoVale, em Itajaí, estão fazendo um movimento.E Santa Catarina, o Sul, que abastece todo oBrasil, precisa parar para reverter esseprocesso de penalização, porque essa gentenão vai poder pagar ao banco. E se não puderpagar, vai quebrar e terá que vender suas

Ontem, 11 de maio: “Celesc é aprincipal doadora”. Sobre o Fundo Social,dando conta que o Fundo já recebeu R$ 13,3milhões. E note, Deputado Sérgio Godinho, que

E a vida continua.Muito obrigado!

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

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(SEM REVISÃO DO ORADOR) de um desenvolvimento contextualizado, de umdesenvolvimento homogêneo para toda umaregião e também para a região árabe, regiãoonde queremos buscar negócios, mas nãonegócios imperialistas que sugam aquelespovos, mas negócios bilaterais, através dosquais todos ganhem.

compromissos do Governo Federal comaquele recurso que começou a vir a mais. Enaquele momento os que hoje criticam, osque hoje vêm aqui anunciar os R$ 500 milque o Governador vai doar para o trecho deSão José do Cerrito... De onde vêm osrecursos? Vêm da Cide, que o Governo Lulacomeçou a distribuir.

O SR. PRESIDENTE (DeputadoLício Silveira) - Visitam-nos neste momentoos alunos e docentes da Escola PadreMartinho Stein, de Timbó. Essa vista estásob a coordenação da Professora RoseAgostini.

Ainda dentro do horário reservadoaos Partidos Políticos, os próximos minutossão destinados ao PT.

E dizia muito bem o Ministro doDesenvolvimento Econômico que apenas 1%das importações árabes, Deputado Presidente,são oriundas da América Latina. Apenas 1% detudo o que os árabes importam provém daAmérica Latina.

Então, começamos a fazer estadistribuição e vamos fazê-la, este é umcompromisso na medida da reestruturação doEstado, na medida do desenvolvimentoeconômico. Não vamos fazer irresponsa-velmente, para daqui a pouco vamos ter quefazer novamente um reajuste para fazerconcentração. A descentralização tem que serpaulatina, tem que ser sustentável e tem queprever o desenvolvimento de toda a nossaNação.

Com a palavra o Deputado DioneiWalter da Silva, por até 15 minutos.

O SR. DEPUTADO DIONEI WALTER DASILVA - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras.Deputadas, alunos que nos acompanham etelespectadores.

Então, imaginem o potencial decrescimento e desenvolvimento que temospela frente, ao tentar disputar mercados deprodutos com a União Européia, com osEstados Unidos, com a China, com a Índia ecom tantos outros países.

Na verdade, Deputado AntônioCarlos Vieira, eu presenciei ontem, aqui, naAssembléia Legislativa, uma cena inte-ressante: um Vereador que veio solicitar umauxílio para um Deputado, que trouxe umpedido de R$ 3.000,00 para um hospital,disse que o Deputado falou para ele aumentaro valor, ou seja, para oficializar de R$6.000,00 para cima.

Por isso, é importante esse pensa-mento, essa política adotada pelo GovernoLula de ampliar os horizontes do comérciointernacional e de não ficarmos submissos,subalternos às normas ditadas pelos EstadosUnidos, através de seus organismosinternacionais. Todos nós já acompanhamosas sucessivas vitórias que o Governo Lula tevena organização mundial do comércio, ovitorioso enfrentamento feito à Alca. Todomundo sabe que a Área de Livre Comércio dasAméricas estava para ser implementada já apartir de janeiro de 2005. Seria como foi oNafta, que transformou o México em umquintal dos Estados Unidos.

Aqueles que hoje se arvoram nadefesa da descentralização, e não os condenopor isso, condeno-os porque no momento devotar o FEF, que eram os 20% para levar para aUnião, foram favoráveis e naquele momentonão se preocuparam com os Estados e com osMunicípios.Então, entendemos para onde

estão indo os recursos da subvenção social.A base do Governo tem uma facilidademuito grande para encaminhar, para distri-buir a subvenção social por toda SantaCatarina, de acordo com os seus interessese de acordo com o interesse, prova-velmente, eleitoral do Governo.

Lembro de uma cena na minhacidade, Deputado Antônio Carlos Vieira,quando o Prefeito da cidade, que era do PFL, ojá falecido Geraldo Werninhaus, fez um outdoore colocou o nome do Deputado Paulo Bauer,que é do seu Partido, por enquanto, e quevotou a favor do FEF, prejudicando osMunicípios.As primeiras liberações, que

deveriam ser para o fundo de combate àpobreza, infelizmente estão sendo para essetipo de subvenção social.

O PIB do México aumentouabruptamente, só que é um PIB passageiro,porque eles importam toda a matéria-primados Estados Unidos, montam e vendemnovamente. Esse PIB não se distribui, nãoserve para a população mexicana. E é o quefariam com toda a América Latina, se nãofosse a atuação forte e firme do Governo Lula,no sentido de abrir esses mercados, essasnegociações com outros países, formandonovos blocos, investindo no Mercosul,investindo em acordos com a União Européia,com os países asiáticos e, agora, com aprimeira grande cúpula árabe latino-americana.

O Prefeito da época colocou a listade todos os Deputados que votaram a favordaquele Fundo de Estabilização Fiscal,inclusive temos fotos desse outdoor, nosentido de denunciar aqueles queprejudicaram, na visão dele, os Municípios. Eesses mesmos hoje estão na imprensacriticando a concentração de receita da União,mas esquecem que foram os que criaram essasituação que estamos tentando aos poucosdissolver.

O Sr. Deputado Antônio Carlos Vieira- V.Exa. nos concede um aparte?

O SR. DEPUTADO DIONEI WALTER DASILVA - Pois não!

O Sr. Deputado Antônio Carlos Vieira- Deputado Dionei Walter da Silva, realmente,as primeiras ações são para clubes de futebol,inclusive, existe uma imensidão de auxílio esubvenção a entidades, e eu tenho a relação,de valores que vão de R$ 1.000,00 até R$300.000,00.

Uma outra questão que nós pre-cisamos refletir, quando falamos em GovernoFederal, em desenvolvimento, é que nuncativemos na história de Santa Catarina tamanhovolume de recursos investidos no Estado.Temos a duplicação da BR-101 Sul, que estásendo feita; temos, na minha região, o projetode duplicação da BR-280, para ser concluídaainda este ano; temos os recursos que estãochegando para os portos, para a Expressa Sul,para os aeroportos de Joinville e deNavegantes, que já foram concluídos, e agoraestá sendo feito o de Jaguaruna. Todos essesinvestimentos foram feitos com recursos doGoverno Federal, mas o nosso Governador, emseu discurso, fala como se ele tivesse feito.

E aí vamos olhar o aspecto do social,como diz muito bem aqui e várias vezes citou oDeputado Manoel Mota. Nós temos queexaminar a expressão “social”, porque o socialdo Governo e o do Deputado Manoel Motadivergem, não são os mesmos.

Acho que é importante frisar isso,porque existe muita maldade em algumascríticas, em algumas comparações, e existesempre um sentimento ideológico por trás,principalmente das críticas que a nós sãofeitas.

O SR. DEPUTADO DIONEI WALTER DASILVA - Não só divergem, porque a lógica doinvestimento no desenvolvimento social, doinverso do IDH, que era também propagado,também já se viu que não são as mesmas.Existem cidades com IDH muito alto, rece-bendo promessas de milhões e milhões,através do chamado Fundo Social.

Os defensores do direcionamento danossa submissão aos Estados Unidoscontinuam por aí, nos Congressos Nacionais,em alguns Partidos Políticos, e fazem a críticano sentido de que preferem ver o Brasil e asua população submissa, no sofrimento, naexclusão, do que ter perspectiva para a própriapopulação, para a América Latina, de umdesenvolvimento mais aberto e maisharmonioso.

Em Tubarão, ocorreu um debateacerca da ampliação do aeroporto, sendodestinados pelo Governo Federal para essaampliação um valor de R$ 8 milhões e doGoverno do Estado R$ 300 mil. Só quetodos os agradecimentos e louvores erampara o Governador do Estado. E aí oDeputado Vânio dos Santos, ironizando naplatéia, perguntou se seria construído umaeroporto de aeromodelos, porque R$ 300mil não dariam para fazer um aeroporto esim somente aqueles aviõezinhos de con-trole remoto. Aí que o pessoal se ligou eperguntou de onde estavam vindo os outrosrecursos e responderam dizendo que os R$8 milhões tinham sido destinados peloGoverno Federal.

Mas o que eu quero falar hoje ésobre a discussão que está acontecendo eaconteceu em Brasília com a primeira cúpulaárabe da América Latina, sob todos osaspectos. Esse primeiro grande encontro dospaíses árabes e os países da América Latinatem um potencial de futuros negócios para odesenvolvimento dos países, principalmente daAmérica Latina. E a preocupação externadapelo Presidente Lula e os demais integrantes éem preservar principalmente o que diz nanossa Constituição: a autodeterminação dospovos.

Nós temos também para come-morar o crescimento sustentável da nossaeconomia, em diversos aspectos. Nósacompanhamos, pela imprensa, as críticasque fazem à proposta da reforma tributáriaque se encontra no Congresso, porque osGovernadores querem a distribuição detodos os recursos do Governo Federal. Ésonho, é desejo e deve ser objeto de pres-são, de negociação essa distribuição. O quenós precisamos lembrar é que quando o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso fez ochamado FEF, Fundo de Estabilização Fiscal,Deputado Lício Silveira, 20% praticamentedos recursos que já eram distribuídos foramconcentrados na União.

Não podemos querer que um paísimponha o seu pensamento internamente aoutros países. A preservação daautodeterminação é uma preocupação nosentido de que não adianta o Brasil estar sedesenvolvendo, crescendo, se estiver cercadode pobreza e miséria em outros países daAmérica Latina. Então essa é a preocupação

Então, Deputada Ana Paula Lima,precisamos fazer sempre este registro. ASenadora Ideli Salvatti, inclusive, usa outdoor,para fazer essas afirmações freqüentemente.O que nós vemos, como diz o Deputado

Aquele movimento teria que serbarrado, porque a partir daquela concentraçãocriou-se todo um arcabouço de despesas, de

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Antônio Carlos Vieira, é muita ingratidão comquem realmente está patrocinando osinvestimentos.

O SR. DEPUTADO DIONEI WALTER DASILVA - Muito obrigado!

O Sr. Deputado Dionei Walter daSilva - Quero ser bastante breve, Deputado. Porfalar em ingratidão, não sei se este é o termocorreto para Jaraguá do Sul porque V.Exa.talvez não tenha participado, mas oGovernador fez discursos apenas; não houvenenhuma ação de apoio efetivo, tanto é quedeixou toda a estrutura da Secretaria Regionaltrabalhando contra a nossa candidatura, queera do seu Partido, inclusive, adversáriosferrenhos na cidade dentro do campo dapolítica.

(SEM REVISÃO DO ORADOR)Nós temos muitas obras sendo

realizadas com recursos federais, DeputadoPaulo Eccel, mas a propaganda, em SantaCatarina, é como se fosse o Rei Luiz XVfazendo tudo, multiplicando recursos, como sefosse o fazedor de todas as coisas. E agora,recentemente, foram destinados recursos doMinistério das Cidades ao Governador, paraque ele faça 30 mil casas.

O SR. PRESIDENTE (Deputado LícioSilveira) - Ainda dentro do horário reservadoaos Partidos Políticos, os próximos minutossão destinados ao PSDB.

Com a palavra o Sr. DeputadoFrancisco Küster, por até cinco minutos.

O SR. DEPUTADO FRANCISCOKÜSTER - Sr. Presidente, Sras. Deputadas,Srs. Deputados, senhores que nos assis-tem, o meu propósito era fazer um discursopolítico voltado às reformas que agoraafloram por interesses que não são bem osinteresses da Nação brasileira, umremendinho de reforma que é a derrubadada verticalização (parece-me que vai aconte-cer, Deputado Antônio Carlos Vieira), mas odiscurso do inteligente Deputado DioneiWalter da Silva ensejou a que eu pegasseuma carona. Vou fazê-la iniciando pelaafirmação que ele fez sobre o sentimentodas ingratidões. É realmente neste campoque quero nortear a minha falação.

O Sr. Deputado Paulo Eccel - V.Exa.me concede um aparte?

E também é ingratidão, se é que é, acoligação do Luiz Henrique da Silveira com oSerra?O SR. DEPUTADO DIONEI WALTER DA

SILVA - Ouço, com prazer, o nosso LíderDeputado Paulo Eccel.

O SR. DEPUTADO FRANCISCOKÜSTER - Não, a coligação do Governador LuizHenrique com o PSDB. E depois houve umadecisão pragmática, que compreendemos, deapoio ao Presidente Luiz Inácio da Silva.

O Sr. Deputado Paulo Eccel -Deputado Dionei Walter da Silva, na realidade,não é só o Governo do Estado que vemescondendo os recursos que estão chegandodo Governo Federal. Muitos Prefeitos tambémestão indo à mesma esteira, e um exemplodisso é o Prefeito da minha cidade.Recentemente, foi inaugurada uma obra quenós consideramos importante, o terminalrodoviário, no centro da cidade, que nós, doPT, já defendíamos há muito tempo, há muitosanos, desde 2000, quando fui candidato aPrefeito pela primeira vez. E agora a obra foirealizada com recursos do BNDES, sendodestinados R$ 20 milhões, mas simplesmentea administração municipal procurou esconderda população de onde tinha vindo esserecurso.

Agora, há que se analisar, e travarum debate, se for o caso, para clarearmos oque é ingratidão, efetivamente. Ingratidão é teruma pessoa que se empenha para assegurar agovernabilidade, para dar sustentação a umGoverno que é frágil - apresenta-se como forte,mas é frágil porque não tem uma maioriaconfiável no Congresso Nacional. E um aliadoempenha-se em lhes assegurar isso. Emcontrapartida, aqui ele é duramentebombardeado, quase que diariamente, peloPartido que recebe os benefícios do empenhodo Governador que lhes ajuda no planonacional. Isso é ingratidão!

Ingratidão é uma coisa que pesa,que cala profundo. E o Sr. Governador LuizHenrique da Silveira tem muito ressenti-mento, e como tem, por algumas ingrati-dões: do esforço que fez, das parcerias queorientou, das ajudas que deu, do parceiroque tem sido do Governo Federal, emalguns momentos, para orientar o seuPartido a dar apoio para assegurar a go-vernabilidade, Deputado Paulo Eccel, doPresidente Lula, porque V.Exa. sabe muitobem que no Presidencialismo o Presidenteostenta uma figura imperial, mas é tão frá-gil quanto é, muitas vezes, a sua base deapoio e de sustentação, e que lhe asseguraa governabilidade.

Mas, posteriormente haverei detravar um debate neste campo, pois agrada-memuito esta discussão.

E quando a obra foi inaugurada, oPartido dos Trabalhadores pôs outdoor nacidade informando à população da existênciadesse recurso e, para nossa surpresa, foramduas semanas de saraivadas na CâmaraMunicipal de Vereadores contra esteDeputado, contra o Partido dos Trabalhadores,justamente por termos informado à população.

Muito obrigado!(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Lício

Silveira) - Ainda dentro do horário reservadoaos Partidos Políticos, os próximos minutossão destinados ao PFL.

E o Governador Luiz Henrique daSilveira tem sido uma peça fundamentalpara assegurar a governabilidade doGoverno Federal - e não apenas ele, mastambém o Governador do Rio Grande doSul, Germano Rigotto, e também opolêmico, mas atuante, Governador doParaná.

Então, lamentavelmente, isso ocorrecom o Governo do Estado, como também commuitos Prefeitos do nosso Estado.

Com a palavra o Deputado AntônioCeron, por até dez minutos.

O SR. DEPUTADO ANTÔNIO CERON -Sr. Presidente e Srs. Deputados...Obrigado, Deputado, pelo aparte.

O SR. DEPUTADO DIONEI WALTER DASILVA - É verdade, Deputado. E dirigentes daCaixa Econômica, em algumas regiões, quandoparticipam dessas inaugurações, têm que ouvirtambém essas barbaridades, sabendo que orecurso é federal, mas têm de fazer boca-de-siri.

O Sr. Antônio Carlos Vieira - V.Exa.me concede um aparte?

Por isso é que a ingratidão dói e calaprofundo. Não vamos nos reportar aosembates eleitorais pretéritos, principalmenteao mais recente nas eleições municipais, emque o Governador orientou apoios em Jaraguádo Sul e também em Brusque. A ingratidão dói,e como dói.

O SR. DEPUTADO ANTÔNIO CERON -Pois não!

O Sr. Deputado Antônio Carlos Vieira- Com relação a esta discussão dos doisDeputados anteriores, penso que deveríamoscolocar uma peninha para marcar quandocomeça e quando termina uma ingratidão.

Então, acredito que aos poucos nósvamos fazendo as discussões, DeputadoFrancisco Küster, e vamos com certeza desejara V.Exa. sucesso, amanhã, em Lages, naaudiência pública da BR-282.

O Sr. Deputado Dionei Walter daSilva - V.Exa. me concede um aparte, já que fuicitado?

O SR. DEPUTADO ANTÔNIO CERON- Quando começa e quando termina! Tudobem!

Estamos fazendo um esforço muitogrande para que um Deputado do PTacompanhe aquela audiência, mas, comcerteza, o engenheiro João José, de umacapacidade, de uma simplicidade e de umasinceridade muito grande, vai falar tudo aquiloque está sendo e que será feito, e a suapalavra, com certeza, será cumprida.

O SR. DEPUTADO FRANCISCOKÜSTER - Citei e tenho muito respeito porV.Exa. Mas eu o peguei como mote, desvi-ando o foco do pronunciamento que pre-tendia fazer, por conta das colocações aquifeitas. E antes de ouvir V.Exa., quero fazerum registro: sinto um certo orgulho pelastratativas que o Governo Federal vemfazendo no campo da aproximação comoutros povos - dessa aproximação com oOriente Médio e com a Europa. Nós temosque nos desvincular o máximo possível doimpério americano.

Deputados Dionei Walter da Silvae Paulo Eccel, vou fazer uma sugestão: queo Governo Federal invista bastante na nossaRegião Serrana. Como lá o povo é muitoagradecido, vai saber reconhecer, vaicolocar placa e fazer festa em todas asobras. Assim como o Aeroporto Regionalestá sendo realizado, hoje, Deputada AnaPaula Lima, com recursos do GovernoFederal, vamos torcer que recursos para aBR-282 surjam imediatamente.

O Sr. Deputado Wilson Vieira - V.Exa.me concede um aparte?

O SR. DEPUTADO DIONEI WALTER DASILVA - Pois não, Deputado! O Sr. Deputado Dionei Walter da

Silva (Intervindo) - O luz para todos! Lá érecurso federal...

O Sr. Deputado Wilson Vieira -Deputado Dionei Walter da Silva, só queroreforçar o seu discurso e comprovar o queV.Exa. está dizendo: o Governo do Estadoandou publicando, em Joinville, outdoor sobrea penitenciária que está sendo instalada lá.Em momento algum, mencionou o percentualque o Governo Federal colocou naquela obra,que é de 76%, ou seja, omitiu totalmente esserecurso, omitiu totalmente a participação doGoverno Federal na execução dessa obra.

Reconhecemos no Governo Lula,nesta política que vem desenvolvendo, mé-ritos dignos de elogios, mas, por outro lado,também reconhecemos equívocos edevaneios que só são justificados quandorepresentantes do Governo Federal ousamdizer que só estão fazendo porque oGoverno passado fazia.

O SR. DEPUTADO ANTÔNIO CERON -Não, mas este só está no jornal. Por enquanto,o luz ainda não chegou lá. Este é ocompromisso para 2008. O Presidente Lulafalou que é para o segundo mandato, para2008!

A Sra. Deputada Ana Paula Lima -V.Exa. me concede um aparte?Mas ouço respeitosamente V.Exa.,

Deputado Dionei Walter da Silva, porque ocitei.

O SR. DEPUTADO ANTÔNIO CERON -Pois não, Deputada.Obrigado, Deputado.

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 17

A Sra. Deputada Ana Paula Lima -Deputado, ele falou que até 2008 irá ter luzpara todos no Brasil. Inclusive, em São José doCerrito, que deve ser na sua região, lá já temluz que está sendo colocada pelo GovernoFederal!

obra é oficial desde 1770 - ela foi iniciadaantes, mas em 1770 foi reconhecida como aligação da Ilha do Desterro com os Camposdas Lages.

Eu entendo que não se podeatribuir ao PFL a sua não-recondução comocandidato a vice-Governador. Talvez oDeputado Paulo Bauer devesse fazer umaprofunda reflexão para saber por que quatroanos depois não teve o mesmo respaldo.Mas mesmo assim ele foi candidato aDeputado Federal, e foi eleito com a impor-tante ajuda da legenda, e está fazendo emBrasília um brilhante trabalho. Torcemospara que ele continue a fazê-lo.

O Sr. Deputado Francisco Küster -V.Exa. me concede um aparte?

Mas, se me permite, eu gostaria defalar sobre a audiência pública marcada paraamanhã, dia 13 - este é bom número -, paradiscutir a questão da BR-282. Assim como aBR-101 está sendo duplicada com o dinheirodo Governo Federal, e o Presidente Lula teve acoragem -, na BR-282 as obras estãoacontecendo, Deputado Francisco Küster. Amanutenção e a pavimentação de algunstrechos, que sempre foram prometidas porvários Deputados, vários Governadores, váriosPresidentes e nunca aconteceram, agora estãoacontecendo!

O SR. DEPUTADO ANTÔNIO CERON -Pois não!

O Sr. Deputado Francisco Küster -Serei breve, Deputado. Quero apenasassegurar à competente Deputada Ana PaulaLima que o Dr. João José terá o tempo quenecessitar.

Então, quero dizer de público, emnome do meu Partido, em nome da minhaBancada, o respeito que temos peloDeputado Paulo Bauer, mas o mesmo res-peito ele deve ter pela sigla que o abrigou eestá abrigando. Se depender dela o teremoscomo companheiro na próxima eleição, masse é um problema de espaço, que não useartifícios, como o de falta de convite paraalmoço, etc., para justificar sua saída. Elenão precisa disso. O Deputado Paulo Bauertem uma grandiosidade política e muitainteligência para encontrar outrajustificativa para encontrar o caminho quelhe seja melhor, e nós vamos respeitar.

O sistema ainda é presidencialista, equem vai presidir o evento amanhã será umParlamentar, que se não for o DeputadoRogério Mendonça, será o Deputado RenoCaramori ou o Deputado Romildo Titon, mas apalavra será assegurada. Nós estaremos lá ehaveremos de promover condições para queele tenha o tempo que precisar para fazer ascolocações.

Mas quero fazer um apelo a V.Exa.,que vai estar lá, assim como o DeputadoFrancisco Küster.

O SR. DEPUTADO ANTÔNIO CERON -Com certeza, se Deus quiser estaremos lá!

O SR. DEPUTADO ANTÔNIO CERON -Com certeza, Deputado Francisco Küster. Eagradeço aos nobres Deputados e Deputadaspelo aparte.

A Sra. Deputada Ana Paula Lima -Infelizmente, eu não vou poder estar presente,mas gostaria de que fosse dado um poucomais de espaço para a falação do repre-sentante do DNIT, Sr. João José dos Santos,que é a pessoa mais interessada e que meparece que terá apenas cinco minutos.

Quero utilizar estes quatro minutosque me restam para fazer um registro, atéporque foram usadas há pouco as palavrasgratidão e ingratidão. Não sei se cabe, maseu, como Líder da Bancada do PFL, vejo-me naobrigação de falar sobre as matérias que háquatro ou cinco meses estão pipocando naimprensa, e tiveram no dia de hoje umarepercussão um pouco maior, com relação aonosso dileto amigo Deputado Federal PauloBauer.

Então, em nome da Bancada doPFL, quero fazer o registro a respeito dessasituação política, em que a imprensa estáno seu papel, mas está todo dia a registrarque ele vai sair, que vai desembarcar, quevai ficar. É um direito que o Deputado tem,mas contra a nossa vontade. E eu falo aquiem nome do Partido, em nome doPresidente do PFL, Raimundo Colombo, quetem mantido diversos contatos com oDeputado. Inclusive ontem o Presidenteestaria com ele em Brasília, em função daAgenda de Brasília, que foi alterada, paraconversar, em nome do Partido, para queessas questões fossem resolvidas dentrodo Partido.

Quero também agradecer aoComando do Batalhão de Lages, que estáexecutando as obras lá, e dizer que o pessoal,pelo menos, está contente!

Muito obrigada!O SR. DEPUTADO ANTÔNIO CERON -

Deputada Ana Paula lima, V.Exa. tinha mefalado sobre esta questão, e foi muito bemobservada.

Quero falar de gratidão e dereconhecimento que este Deputado e o Partidoda Frente Liberal têm pelo que fez, que faz e,com certeza, por tudo aquilo que o DeputadoFederal Paulo Bauer ainda poderá fazer emfavor da política de Santa Catarina.

Fiz a observação, através de umaparte há pouco ao eminente DeputadoFrancisco Küster, de que na programação nãoconstam, por exemplo, os seguintes nomes: doPresidente do Fórum da BR-282, que é oDeputado Romildo Titon; do Deputado OnofreSanto Agostini, que há quatro mandatos vemlutando por essa questão; do Deputado IvanRanzolin, que tem sete mandatos de DeputadoEstadual, que hoje é Deputado Federal e quesempre lutou pela BR-282; do DeputadoFernando Coruja, que, no seu segundomandato como Deputado Federal, é um doslutadores pela BR-282. Portanto, estes nomesnão estão na lista como oradores de amanhã.

O Sr. Deputado Reno Caramori -V.Exa. me concede um aparte?Deputado Paulo Eccel, o Deputado

Paulo Bauer é um Deputado da mais altaqualidade, comprometido com as causas deSanta Catarina, mas tem, de uns tempos paracá, dentro da questão de acomodação deespaço político, deixado vazar à imprensaalgumas coisas um pouco pesadas sobre oPFL, uma atitude que nunca teve do PFL,exatamente pelo respeito, Deputado LícioSilveira, que sempre tivemos e vamoscontinuar tendo por esse Parlamentar,independente de continuar na nossa sigla, queé o nosso desejo, ou, se resolver - a liberdadee a lei permitem - procurar um espaço, umabrigo em outro Partido, nós viremos aqui natribuna desejar sucesso, tranqüilidade e umaboa caminhada.

O SR. DEPUTADO ANTÔNIO CERON -Pois não!

O Sr. Deputado Reno Caramori -Deputado Antônio Ceron, escutava atenta-mente o seu pronunciamento inicial, a res-peito da audiência pública de amanhã, emLages, e peço um reforço, como vice-Presidente da Comissão, para prestigiarmosaquela audiência pública, que será muitoimportante para dirimirmos algumasdúvidas.

Eu não tinha observado a questãolevantada por V.Exa., Deputada. O tempo decinco minutos para o Diretor do DNITefetivamente é muito curto. Nós vamossugerir, Deputado Francisco Küster - eV.Exa. foi, em nível de Assembléia, o pro-ponente inicial desta reunião -, que se abraum espaço, até porque ela começará às 9h,sem horário para terminar. Temos que ir àexaustão, utilizando todo tempo possível,porque imagino a reunião de amanhã comomuito importante.

O Promotor Federal, Dr. Nazareno,encarecidamente, fez um apelo para que lácomparecêssemos para auxiliar noprocesso.

O SR. DEPUTADO ANTÔNIO CERON -Muito obrigado! Era o que tinha a dizer, Sr.Presidente.

Numa das notas na imprensa dehoje S.Exa. coloca que foi almoçar ontemcom a Bancada do PSDB porque nunca foiconvidado pela Bancada do PFL. E isso nãoé verdade. Sou Líder desta Bancada há doisanos e pouco, Deputado Antônio CarlosVieira, e nós o convidamos, pessoalmenteou por telefone, para que viesse almoçar econversar conosco, mas ele sempre alegoumotivos de viagens ou de agenda ou atéquestões pontuais para discutir naBancada. E nós o respeitamos por não viralmoçar conosco

(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Lício

Silveira) - Passaremos à Ordem do Dia.Esta Presidência comunica ainda

que serão encaminhadas aos destinatáriosas Indicações nºs 0142/2005, de autoriado Sr. Deputado Antônio Aguiar;0143/2005, de autoria do Sr. DeputadoFrancisco de Assis; 0144/2005, de proce-dência da Comissão de Constituição eJustiça; 0145/2005 e 0146/2005, de au-toria do Sr. Deputado Genésio Goulart, con-forme determina o art. 206 do RegimentoInterno.

Vou repetir aqui aquilo que já disse:a entrada no processo do Procurador-Geral daRepública, Dr. Nazareno Wolff, é importante,Deputado Antônio Carlos Vieira - e V.Exa. queconhece muito bem o caso -, tendo em vista oproblema do Tribunal de Contas da União etodo o imbróglio criado com a decisão e a não-retomada dessas questões.

Quero, rapidamente, fazer algunsregistros. Na eleição em que S.Exa. foicandidato a vice-Governador, o candidato pelacúpula do PFL não era O Deputado Paulo Bauere sim Pedro Bittencourt. E a base, o Partido doPFL, numa convenção, por 7 ou 8 votos,derrotou o candidato da cúpula e o elegeucomo candidato do PFL a vice-Governador doEstado. E quatro anos depois não teve omesmo encaminhamento.

Existem alguns órgãos condenadospelo Tribunal de Contas. Portanto, que aJustiça efetue a cobrança dos débitos queexistem, mas que o pagador desta conta nãoseja a região! Acho que, hoje, quem estápagando a conta não são o DER, o DNIT e aARG. Quem está pagando é a região! É claroque já estamos acostumados, porque esta

Requerimento de autoria doDeputado Nilson Gonçalves, que solicita oenvio de mensagem telegráfica ao Sr. JoséManoel Ramos, cumprimentando-o pela possena Diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistasde Joinville.

A Presidência defere de plano.

Processo Informatizado de Editoração - DIVISÃO DE ANAIS

18 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

Requerimento de autoria doDeputado Nilson Gonçalves, que solicita oenvio de mensagem telegráfica ao Sr. AloísioSedrez, cumprimentando-o pela posse naDiretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas deBarra Velha.

Em todos os instantes das nego-ciações realizadas com o PMDB, no Municípiode Brusque, sempre houve muita lealdade porparte deste Parlamentar, no sentido de dizerque a nossa relação, a nossa discussão éaqui, em âmbito local, referindo-me à cidade,às questões, ao PMDB e ao PT locais. A nossaaliança não significa em momento algummudança do meu comportamento, ou mudançado meu voto na Assembléia, no que se refereàs questões decididas ou discutidas pelaminha Bancada.

de PMDB para o Governo Federal, quando naprática nem os votos da própria BancadaFederal consegue para as votações federais.

Se é para cobrar fatura, então,vamos cobrar fatura. O PMDB é GovernoFederal, o PMDB tem Ministérios, o PMDB temcargos no Governo Federal, embora, muitasvezes, no dia-a-dia das relações políticasparece que isso não acontece, parece que issonão é verdadeiro. Mas se é para cobrar fatura,vamos cobrar.

A Presidência defere de plano.Requerimento de autoria da

Deputada Simone Schramm, que solicita oenvio de mensagem telegráfica ao Presidenteda Ajorpeme, de Joinville, cumprimentando-opela passagem dos 21 anos de fundaçãodaquela Associação.

O Sr. Deputado Francisco Küster -V.Exa. me concede um aparte?Graças a Deus sou um político que

prezo o Partido, na realidade sou filiado aoPartido desde 1986, a um único Partido desdeaquela época. Não fiquei trocando de Partido,de lá para cá, ao sabor da sorte ou de acordocom o vento, dependendo do sopro do vento.Mantive-me fiel, sou uma pessoa, sou umpolítico partidário que segue as orientações doPartido.

A Presidência defere de plano. O SR. DEPUTADO PAULO ECCEL -Pois não!Requerimento de autoria da

Deputada Simone Schramm, que solicita oenvio de mensagem telegráfica ao Sr. ManoelArlindo Zaroni Torres, Diretor-Presidente daTractebel Energia S/A, cumprimentando-o pelorecebimento do prêmio Personalidade deVendas ADVB 2005.

O Sr. Deputado Francisco Küster - Sr.Deputado, com relação à sua colocação, à suapostura, à sua forma elegante até mesmo noacalorado dos debates de se dirigir aos seusColegas, tudo é irrepreensível. V.Exa. tem essaformação.

A Presidência defere de plano. Fui cobrado pelo vice-Governador, emvisita feita por ele na semana passada, queestou sendo desleal ao Governo, que narealidade tenho um comportamento pessoalmuito bom, um comportamento amigável,afetuoso e que a minha crítica ao Governo, àsações do Governo, são via imprensa.

Com relação à questão doGovernador Luiz Henrique, ele nunca negouque tenha sido importante o apoio doPresidente Lula no segundo turno da suaeleição. Eu não estava na coligação à época,mas ele nunca negou isso.

Requerimento de autoria doDeputado Cesar Souza, que solicita o envio demensagem telegráfica ao Prefeito e aoPresidente da Câmara Municipal de Treze deMaio, parabenizando-os pelo aniversário doMunicípio. A história do Governador Luiz

Henrique eu conheço há 36 anos. Ele tem noseu currículo, na sua história, um passadomuito limpo nesse particular. Agora,indiscutivelmente V.Exa. há de convir conosco,que nos confrontos, nos debates, nos últimostempos, recrudesceu toda uma investidaviolenta do PT contra o Governador, que euacho que é injusto pelo que o Governador vemfazendo para ajudar a armar a base desustentação nessa complicada engenharia queo sistema presidencialista precisa para dar agovernabilidade ao Presidente Lula. Ninguémpode negar que o Governador Luiz Henriquetem sido importante nesse particular.

A Presidência defere de plano. Certamente, o vice-Governador estásendo muito mal informado, ou quem sabe eleprecisava, de certa forma, dizer alguma coisa,falar alguma coisa sobre a minha pessoa,quando ele esteve no meu Município.

Requerimento de autoria doDeputado Cesar Souza, que solicita o envio demensagem telegráfica ao Prefeito e aoPresidente da Câmara Municipal de MonteCastelo, parabenizando-os pelo aniversário doMunicípio.

Eu prezo, Deputado Reno Caramori,e isso eu prezo com cada um dosParlamentares aqui, com cada um dosservidores desta Casa e com as pessoas quevamos tendo relação, eu prezo muito,Deputado Francisco Küster, a relação pessoal.Este é um dos nossos locais de trabalho, alémdo trabalho na rua, e se não nos relacionarmosbem aqui dentro, isso aqui seria um inferno. Epode ser o maior adversário ou o menoradversário, mas a cordialidade e a boaeducação a minha família me ensinou e eucostumo levar isso para as minhas relações.

A Presidência defere de plano.Requerimento de autoria do

Deputado Cesar Souza, que solicita o envio demensagem telegráfica ao Prefeito e aoPresidente da Câmara Municipal de Biguaçu,parabenizando-os pelo aniversário doMunicípio.

A Presidência defere de plano. Com relação à questão do PMDB, eunão tenho a procuração para defender oPMDB, mas para defender o Governador LuizHenrique eu tenho, porque conheço o seupassado, a sua história.

Requerimento de autoria doDeputado Cesar Souza, que solicita o envio demensagem telegráfica à Presidenta do CentroEspírita Fé, Esperança e Caridade, de Biguaçu,cumprimentando-a pelos 64 anos de fundaçãoda entidade.

Srs. Deputados, logicamente que umembate político é feito desta tribuna e é feitonas Comissões, e nunca escondi nada deninguém, sempre as minhas posições forammuito claras a todo instante. Mas naquilo quea nossa posição partidária define como votofavorável, é voto favorável, mesmo que seja ovoto favorável às ações do Governo do Estado.E em muitas das Comissões vários projetosestão tendo, sim, o nosso voto favorável.Agora, aquilo que a nossa Bancada discute edefine como voto contrário, a minha posiçãovai ser voto contrário em todos os instantes.

O SR. DEPUTADO PAULO ECCEL -Deputado Francisco Küster, nós temos umaposição partidária muito bem definida emSanta Catarina, desde novembro do anopassado. De fato o PT demorou muito paratomar essa decisão, porque nos dois primeirosanos do nosso mandato, nos dois primeirosanos do Governo Luiz Henrique, do próprioGoverno Lula, nós estávamos aqui naAssembléia Legislativa com uma posição deindependência. E de fato na posição deindependência cabe tudo, cabem todas asposições. Cada um podia defender a posiçãoque julgasse pessoal, que cabia, dentro daposição de independência.

A Presidência defere de plano.Requerimento de autoria do

Deputado Genésio Goulart, que solicita o enviode mensagem telegráfica à Sociedade RádioTubá, felicitando pelos 58 anos de fundação.

A Presidência defere de plano.Não havendo mais matéria na pauta da

Ordem do Dia, passaremos à Explicação Pessoal.Inscrito o Deputado Paulo Eccel, a

quem concedemos a palavra por até dez minutos.O SR. DEPUTADO PAULO ECCEL - Sr.

Presidente, Srs. Deputados, cidadãos que nosacompanham em suas casas, existe umassunto que vez por outra vem sendo trazido aesta tribuna. Esse assunto já foi trazido peloGovernador do Estado, e o Deputado JoãoHenrique Blasi já o trouxe em outras ocasiões.Hoje, o Deputado Francisco Küster volta àcarga com esse assunto, e ontem ainda eucomunicava no microfone de apartes que nasemana passada o vice-Governador também semanifestou a respeito disso. Então, acreditoque chegou a hora da minha manifestação arespeito dessa questão.

Não devo fatura nenhuma ao PMDBde Santa Catarina. Tenho muitos amigos, sim,no PMDB de Brusque. Se existe alguémdevendo fatura nessa história, DeputadoFrancisco Küster, não sou eu. E seriaimportante que o PMDB de Santa Catarinaprocurasse saber dessas questões dasfaturas, na realidade.

De novembro para cá o nossoPartido, na sua instância de decisão, deliberoupela oposição ao Governo Luiz Henrique, emfunção da posição contraditória, da posição,muitas vezes, dúbia do próprio Governo doEstado em relação ao Governo Federal. De lápara a cá a nossa Bancada vem seguindo aorientação partidária. Se somos um Partido deOposição, logicamente que temos queaumentar ainda mais a obrigação de cadaParlamentar no que se refere à fiscalização eno que se refere também às contradições quemuitas vezes estão nos próprios projetos de leiencaminhados pelo Executivo.

Então, espero que cada Partidoesteja preocupado com as suas ações,preocupado com o momento, porque, de fato,se é para cobrar lealdade, temos que cobrarlealdade, sim, do Governador Luiz Henrique. Seele é Governador do Estado, é graças, sim, aoapoio do PT, é graças ao apoio do Partido dosTrabalhadores. Senão, certamente seria outroo Governador do Estado.

De certa forma, a todo instante,Deputado Reno Caramori, cada uma dessaspessoas, dessas autoridades que mencionei,tentaram vir aqui e cobrar uma fatura desteParlamentar pela aliança, pela coligação quefoi feita no ano passado, no Município deBrusque, entre o Partido dos Trabalhadores e oPMDB, tendo este Parlamentar sido candidatoa Prefeito e o integrante do PMDB candidato avice-Prefeito.

Em vários momentos quando oGoverno Federal precisou do voto dospeemedebistas federais de Santa Catarina, noano passado, em muitas votações da reforma,esse voto não existiu. Então, é muito fácil falarque é aliado ao Governo Federal, que é oarticulador, que é o canal inclusive em termos

A nossa posição, a posição da nossaBancada, de forma alguma, é contraditória. Anossa posição na Bancada segue uma decisãopartidária. Até novembro éramos um Partidoindependente em Santa Catarina. A partir denovembro, começamos a fazer oposição aoGoverno do Estado.

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19

Muito obrigado! no mundo público, ele tem colaborado com ovoto e na hora do retorno, na hora de fazer adivisão dos cargos públicos, é-lhes negadoesse direito.

O SR. DEPUTADO NILSON MACHADO- Sim, Deputado Antônio Carlos Vieira.(SEM REVISÃO DO ORADOR)

O SR. PRESIDENTE (Deputado LícioSilveira) - Com a palavra o próximo oradorinscrito, Deputado Manoel Mota.

Sr. Presidente, eu gostaria deprocurar buscar mais informações, não voudeixar passar em branco esse assunto porqueestá sendo muito comentado, e vamoscontinuar batendo em cima dessa situação.Florianópolis está tomada de radares e o quevemos é o intuito de arrecadação, tipo essasblitz que vêm sendo feitas na cabeceira daPonte Colombo Salles, uma blitz de poucasignificância, de pouco uso, que é só paraarrecadar tributos. Na verdade, nunca ouvidizer que tivessem conseguido prender alguémcom armamentos ou com drogas. O que eupude perceber é fulano que está com o carrocom a multa vencida, sicrano que está comIPVA vencido, e haja tributos a seremarrecadados. Mas isso é muito bom para osGovernos que dizem estar endividados, poisnada melhor do que arrumar essa fonte derecursos também.

Santa Catarina, quando fala deetnias, esquece de citar a raça negra; faladas outras raças e a raça negra muitopouco é divulgada. Dá a impressão de queem Santa Catarina nós não temos negros eque essa população não existe, mas elaexiste, sim, e é muito bem representada. Oque está faltando é dar ao negro aquilo queé dele por direito, como cargos públicos,por exemplo.

(Pausa)Na ausência do Deputado Manoel

Mota, com a palavra o próximo orador inscrito,Deputado Nilson Machado, por até dezminutos.

O SR. DEPUTADO NILSON MACHADO- Sr. Presidente, Srs. Deputados, público quenos acompanha através da TVAL, gostaria deiniciar a minha fala agradecendo à CâmaraMunicipal de Florianópolis por ter-mehomenageado na noite de ontem com umaplaca alusiva ao Dia 13 de Maio, Dia daAbolição da Escravatura, com a placa Cruz eSousa.

O negro levou 40 Deputados brancosà Assembléia Legislativa, 15 Vereadoresbrancos à Câmara Municipal de Florianópolis,mas na hora de lhe dar a contribuição comdignidade e com direitos assegurados atravésde cargos públicos, é-lhe negada. ApenasFlorianópolis, que conhecemos, tem umSecretário negro, mas no Estado estamoscarentes também.

A Câmara Municipal de Florianópolis,em especial o Presidente da Casa, que foi oautor, o mentor da indicação, deixou-meemocionado pelo fato de eu ter recebido essaplaca, essa homenagem.

Sr. Presidente, gostaria também defazer um apelo ao Governo de Estado para,através da Secretaria de DesenvolvimentoSocial, continuar a ajudar as creches, atravésda manutenção dos convênios em dia. Queropedir que possa ajudar os centroscomunitários que têm convênios com estaSecretaria, porque eles recebem a subvençãoe uma certa parcela dela é destinada àscreches, mas parece-me que esses convêniosnão vêm sendo mantidos.

Há muito tempo que eu venhosolicitando isso, fazendo um apelo ao ex-Governador Esperidião Amin e ao atualGovernador Luiz Henrique da Silveira, masSanta Catarina ainda não mostrou ao Brasil,ainda não cumpriu com o direito da raçanegra de ter um Secretário negro no Estado.

Eu gostaria de agradecer de públicoe, ao mesmo tempo, convidar e lembrar atodas as pessoas, como também as Sras.Deputadas e os Srs. Deputados, que napróxima segunda-feira estaremos aquirealizando a sessão solene de entrega daMedalha Cruz e Sousa, a partir das 19h,através dos 40 Srs. Deputados, às pessoasque prestam relevantes serviços à raça negra.

Mas, Sr. Presidente, mudando deassunto, quando eu li no jornal de hoje sobre oque nós estávamos comentando, na semanapassada, a respeito dos radares que estãosendo instalados em Florianópolis, soube, poralgumas informações, que o atual PrefeitoDário Berger tem culpabilidade nessainstalação, mas me parece que a ex-Prefeita éque deixou praticamente todo o processopronto com uma empresa de São Paulo e querealmente o atual Prefeito não tinha comorecuar.

Gostaria também de já fazer umapelo a todas as autoridades do Estado deSanta Catarina que foram convidadas paracompor a mesa, o Sr. Governador do Estado, oSr. Prefeito Municipal de Florianópolis, entreoutras autoridades, para que não faltem aessa sessão solene, porque, ontem, naCâmara Municipal de Florianópolis, nenhumadas autoridades convidadas compareceu nasessão alusiva à passagem da Abolição daEscravatura.

Em nível federal, parece que hátambém algumas pendências. Os recursos quevêm do Governo Federal e são repassadospara as Prefeituras Municipais também estãoatrasados. Como sempre, a criança é quemsofre e precisamos dar um basta nisso! Vamosapertar o cinto de outra maneira, DeputadoWilson Vieira, vamos procurar outro meio paraenxugar a máquina, mas não com a criança,tirando o leite da creche e o pão dascriancinhas! Isso não é justo! Penso que elespoderiam começar a apertar o cinto de umaoutra maneira, em outra área, mas não com aárea social, porque ela é muita atingida.

Eu vou dar uma olhada nesseassunto, vou especular, para que semana quevem eu possa vir à tribuna, Deputado AntônioCarlos Vieira, para esclarecer de onderealmente veio essa informação.

Fiquei surpreso com a ausência doPrefeito Municipal e de Secretários doMunicípio. Ficamos muito tristes com essaatitude, ou seja, pelo fato de não vermos lápresentes essas lideranças, esses grandesrepresentantes do nosso Estado, inclusive dorepresentante do Governo do Estado. Pratica-mente a sessão aconteceu somente com apresença dos Vereadores.

Não que sejamos contra os rada-res em alguns lugares desta cidade, porqueas pessoas passam com uma velocidade umpouco avançada, mas no caso da Av. MauroRamos nós estranhamos bastante o fatodela ter sido premiada e presenteada comdois ou três radares, o que realmente noscausou bastante surpresa. A cidade estátoda tomada de radares e não sabemos emque isso vai colaborar com o trânsito. Damaneira como estou analisando, dá aimpressão de que isso é mais paraarrecadação de tributos.

A área social no País é muitocarente. O Brasil não tem capacidade paradiscutir lá fora o social, de tão jogado eabandonado que ele está! Então, por queapertar o cinto em cima do social, em cima dacriança, em cima do idoso, em cima dasentidades filantrópicas que fazem um trabalhosocial? Por que temos que estar totalmentedependentes da população para manter essasentidades de portas abertas? Por que oGoverno não assume o seu papel, não cumprecom o Estatuto da Criança e do Adolescente,não cumpre com as legislações federais? Porque na hora das eleições todos queremabraçar essa causa e, ou seja, abandonam acausa, abandonam as crianças, abandonam ascreches e as instituições de caridade? E daíeles vêm bater nas portas dos Deputados eVereadores para pedir ajuda para que essasinstituições possam ficar com as portasabertas.

Espero que isso não ocorra nasessão solene desta Casa, para não carre-garmos essa decepção de não termos apresença das autoridades convidadas paracompor a mesa.

Faço um apelo ao Sr. Governador,aos representantes da raça negra, do Núcleodos Estudos Negros (NEN), ao Sr. Prefeito, aosSecretários de Estado, enfim, a todos os queforam convidados, para que, por favor, se nãopuderem comparecer, mandem um repre-sentante.

O Sr. Deputado Antônio Carlos Vieira- V.Exa. nos concede um aparte?

O SR. DEPUTADO NILSON MACHADO- Pois não!

O Sr. Deputado Antônio Carlos Vieira- Deputado Nilson Machado, eu também agoraestou começando a saber pelos jornais que aatual administração quer jogar para a antigaadministração a responsabilidade sobre osradares, os pardais.

Quero dizer que o Dia 13 de Maio,Dia da Abolição da Escravatura, é apenas umdia de reflexão. A raça negra não tem esse diacomo um dia de glória, porque na verdadeessa liberdade não existe, é uma falsaliberdade que foi dada até hoje. Isso vemacontecendo no dia-a-dia com a raça negra, acomeçar pelas cotas que ainda são muitodiscutidas.

Fico muito triste em saber quetodos os dias recebo no meu gabinetediversos líderes comunitários, presidentesde associações comunitárias e presidentesde creches pedindo socorro para as cre-ches. É expressivo o número de creches quevêm fechando as suas portas por faltaassistência, por esses convênios nãoestarem em dia.

Concordo que foi na administraçãopassada que se projetou a instalação dospardais, mas é nessa que se está ins-talando-os. O atual Prefeito, a atual admi-nistração pública é que pode, sim, sus-pender essa instalação. Agora, é evidenteque ele quer atacar a gestão passada, masquer usufruir também do bônus pela arre-cadação das multas. Este, infelizmente, é oprocedimento adotado pela atual admi-nistração, mas entendo que V.Exa. vai pro-curar investigar e vai chegar a um bomtermo.

Há pessoas que ainda não entendemnem aceitam as cotas, e esse é um exemplode quanto existe racismo em nosso País, umPaís com mais de 50% da população negra oudescendente de negros, mas que se atrevem afalar de racismo e não abrem o discurso arespeito do racismo, mostrando quanto onegro é importante, quanto o negro colaboroue quanto o negro é digno de espaço. Inclusive

Então, faço este apelo, Sr.Presidente, para que, pelo amor de Deus,respeitem as nossas crianças e o Estatuto daCriança e do Adolescente!

Muito obrigado!(SEM REVISÃO DO ORADOR)

Processo Informatizado de Editoração - DIVISÃO DE ANAIS

20 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

O SR. PRESIDENTE (Deputado LícioSilveira) - Com a palavra o próximo oradorinscrito, Deputado Reno Caramori, por até dezminutos.

V.Exa. está fazendo, incentivando o esporteao registrar este grande feito dos times deCaçador e de Chapecó. Devemos fazer detudo para manter os jovens na prática doesporte, porque com isso estaremosfazendo com que eles não ocupem o seutempo em outras atividades nãorecomendáveis.

Da mesma forma, é preciso que hajarespeito às posições políticas do Governador,que sempre teve na franqueza, natransparência, na clareza de propósitos osatributos fundamentais e característicos dasua atuação política, da sua biografia - que éinvejável a qualquer homem público, desde ostempos de Prefeito, e passou, ainda querapidamente, por esta Casa Legislativa, comoDeputado Estadual, como Deputado Federalpor muitos mandatos, como Presidente doPMDB, como Ministro de Estado e agora comoGovernador -, uma carreira pública retilínea eascendente.

O SR. DEPUTADO RENO CARAMORI -Sr. Presidente e Srs. Deputados, volto a estatribuna no dia hoje para fazer um registromuito importante. Deputado Francisco Küster,em 1977, Caçador teve a oportunidade desediar os Jogos Regionais e em 1978 os JogosAbertos de Santa Catarina, quando fomosPrefeito daquela cidade. Sempre fomosamantes do esporte, principalmente doesporte amador, já que para lá levamos anossa juventude.

Cumprimento V.Exa. e, por extensão,também o bravo povo de Caçador!

O SR. DEPUTADO RENO CARAMORI -Deputado, incorporo o aparte de V.Exa. ao meupronunciamento.

Gostaria de aproveitar o momentopara cumprimentar toda a sociedadecatarinense que, de uma maneira ou outra,tem colaborado para que Caçador possamanter a sua equipe, através doKindermann, da UNC e da própria FundaçãoMunicipal de Esporte, que tem dedicado umcarinho muito especial pelo esporte danossa querida terra.

Por isso, do mesmo modo como nósrespeitamos as posições partidárias, é precisoque se respeite a posição do Governador doEstado e, em especial, eu já disse aqui emoutras oportunidades, de sacrifícios que oGovernador impôs ao seu Partido, ao meuPartido, ao PMDB, em determinadas cidadesdo Estado na eleição municipal que se aferiuno ano passado, Deputado Francisco Küster,onde, arrostando incompreensão e resignaçãode seus companheiros correligionários dePartido, o Governador defendeu e manteveapoio a candidatos a Prefeito de outrosPartidos, como uma forma que ele entendiaser a mais adequada para aqueles Municípios,num contexto de composições.

Sempre levamos os nossos pra-ticantes do esporte amador para as can-chas de esporte e para o lazer desinteres-sadamente, mostrando o quanto é impor-tante a prática do esporte. Mas também oslevamos para o esporte profissional, querseja para o vôlei, o basquete, o futebol desalão, o futebol masculino e o futebolfeminino.

Por isso, a mulher caçadorense estáde parabéns por trazer para Santa Catarina aconquista do Campeonato Brasileiro de FutsalFeminino. Isso é muito importante para anossa juventude, que sempre busca o exemplonessas atletas.

Para nossa felicidade, DeputadoJoão Henrique Blasi, o time doKindermann/UNC Caçador/ FundaçãoMunicipal de Esportes sagrou-se campeãobrasileiro de 2005, neste domingo, dia 1ºde maio de 2005, na 14ª Taça Brasil deFutsal Feminino, realizada na cidade deCampo Grande (Mato Grosso do Sul). O timefez sete jogos, sendo seis vitórias e umaderrota.

Temos lá uma escolinha de futsalfeminino, junto com o Kindermann e maisalguns amigos. Inclusive, tivemos a honrade adotar duas atletas para que pudessemser mantidas na equipe. São pessoashumildes, trabalhadoras, com um poderaquisitivo bastante baixo e que têmdificuldades para a compra deequipamentos e para se deslocarem. Eoutros tantos companheiros tambémadotaram uma ou duas atletas paraincentivar essas meninas a praticarem oesporte.

Afastou o possível candidato do PMDB,ou os possíveis candidatos do PMDB, e apoioucandidatos de outras greis partidárias, como aquimenciono, e por estar falando anteriormente doPT, do Partido dos Trabalhadores.Inclusive, Deputado Antônio Carlos

Vieira, o jogo de domingo foi transmitidopela Rede TV, com uma audiência de 5.5.Portanto, cinco milhões e meio deespectadores assistiram à Rede TV, natransmissão da finalíssima. E a final foi coma equipe de Chapecó, duas grandesequipes, Deputado Francisco Küster. Quemassistiu ao jogo, mesmo pela televisão, fezum comentário positivo pela categoria epelo nível técnico das nossas jogadorascatarinenses, quer da equipe de Chapecó,quer da equipe de Caçador. Disseram que apartida foi espetacular e que o futebolfeminino realmente vem despontando muitono Brasil.

Então, a única observação que eupenso deva ser feita aqui de maneira clara, éque o mesmo respeito que nós devotamos àposição soberana assumida pelo DiretórioEstadual do PT - que não nos cabe de formaalguma contestar -, é preciso que haja areciprocidade do respeito à posição política doGovernador.

Os nossos amigos da equipe daKindermann/UNC/Fundação Municipal deEsporte fazem um trabalho abnegado emantêm, hoje, várias modalidades no esportefeminino - o juvenil, o infanto-juvenil, o Sub 20e as nossas grandes profissionais. Parabénspara vocês!

O Sr. Deputado Francisco Küster -V.Exa. me concede um aparte?

O SR. DEPUTADO JOÃO HENRIQUEBLASI - Ouço V.Exa. Deputado FranciscoKüster.

Muito obrigado! O SR. DEPUTADO FRANCISCOKÜSTER - Deputado João Henrique Blasi, nomomento em que V.Exa. discorre sobre oseventos discursivos e as posições expressasnas ações mais recentes desencadeadas porParlamentares do PT e pelo próprio PT emrelação ao Governador Luiz Henrique daSilveira, ou as Oposições em relação aoGovernador Luiz Henrique, eu devo acrescentarduas questões: em primeiro lugar, V.Exa. foimuito feliz ao falar da história do GovernadorLuiz Henrique da Silveira. Ele tem um passadode lutas e de ações, e ninguém nunca levantouum desvio de conduta do Governador. E agora, oque acontece? Parece que no discursoidentificamos, sim, uma carga muito forte derancor, de raiva, sei lá, parece-me até de ódio.Isso não é normal; é anormal; é absolutamente,diria até, quase que inadmissível.

(SEM REVISÃO DO ORADOR)Também tivemos a felicidade, no ano

de 2004, de o Time de Futsal Feminino Sub 20- menos de 20 anos - de Caçador conquistar ocampeonato brasileiro.

O SR. PRESIDENTE (Deputado LícioSilveira) - Com a palavra o próximo oradorinscrito, Deputado João Henrique Blasi, por atédez minutos.

Portanto, na verdade, atletas devários Estados compõem a nossa equipe.Temos um grande número de atletas deSanta Catarina que participam desta moda-lidade de futebol de salão e que têm umnível técnico muito alto. Com isso, estamoslevando às nossas atletas locais umaprendizado e uma técnica bastante apri-morados.

O SR. DEPUTADO JOÃO HENRIQUEBLASI - Sr. Presidente, Srs. Deputados, temsido assunto recorrente nesta tribuna, de partede Deputados que fazem oposição aoGovernador, muito mais do que ao Governo doEstado, criticar posições políticas assumidaspor Sua Excelência. E eu tenho e devoto omaior respeito a todas as instituiçõespartidárias, e defendo, de forma atéintransigente, que os Partidos tenham apossibilidade de, soberanamente, definir o queentendem melhor para o desenvolvimento dassuas atividades.

O Sr. Deputado Francisco Küster -V.Exa. nos concede um aparte?

O SR. DEPUTADO RENO CARAMORI -Pois não!

O Sr. Deputado Francisco Küster -Quero me congratular com V.Exa. e com abrava gente de Caçador, que tem hoje umtucano a lhe governar: o jovem Prefeito SauloSperotto.

Por isso que no dia seguinte àqueleem que o Diretório Estadual do PT, Partido dosTrabalhadores, decidiu mudar a sua posiçãoanterior para uma posição de oposição aoGoverno do Estado, assomei e utilizei estatribuna para defender a liberdade e o direito doPartido em definir a posição que entende amais adequada.

Quando faço algumas incursões nodebate contra o Partido dos Trabalhadores,principalmente contra o Governo Federal, etenho razões de sobra para isso, respeito afigura do Presidente Luiz Inácio da Silva,porque é a instituição mater maior, é oPresidente do Brasil. Não votei nele nessaeleição, mas votei nele contra o Collor deMello. Sempre preservo a figura do Presidenteda República. Não sei por que essa raiva aoGovernador Luiz Henrique da Silveira. Que malfez o Governador Luiz Henrique, que vem seesforçando para fazer o melhor por todos oscatarinenses? Trabalha, diuturnamente, portodos os catarinenses, e é um político polido,de fino trato.

Gostaria de dizer também que oesporte feminino deslancha acentuadamenteem Santa Catarina. Inclusive, o futebol decampo teve uma lageana participando daseleção mundial.

E trouxe aqui à colação nesta tri-buna, a manifestação do Governador doEstado nos jornais, na mídia do dia seguinte,pedindo calma ao PMDB, pedindo calma aoscompanheiros do PMDB para quecompreendessem o gesto, a atitude e adecisão que houvera sido adotada na vésperapelo Partido dos Trabalhadores.

Veja que a atividade esportiva evitaque o jovem ocupe o seu tempo com outrasatividades, inclusive aquelas perigosas. Porisso, tudo que pudermos fazer para incentivar,para estimular, para propagar a prática doesporte será bom! Temos que fazer o que

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 21

Não entendo isso. Sinceramente,não entendo por que esse rancor contra oGovernador. Contra o Governo, tudo bem,vamos travar o debate, apontar os equívocos,vamos criticá-lo, agora, descarregar toda umaira, toda uma indignação contra o Governadoré incompreensível, até porque o Governadornão merece.

O SR. PRESIDENTE (Deputado LícioSilveira) - Com a palavra o próximo oradorinscrito, Deputado Dionei Walter da Silva.

Antônio Carlos Vieira, que declarou publica-mente que, independentementeda posição doPartido, ele apoiaria o candidato do PSDB.Essa era a articulação.O SR. DEPUTADO DIONEI WALTER DA

SILVA - Sr. Presidente e Srs. Deputados, queroser bastante breve, não usarei todo o tempo, ecumprimento o Deputado João Henrique Blasipela forma elegante com que fez o seupronunciamento.

Graças a uma articulação dodiretório do PMDB local, fizeram um ensaio deque poderiam apoiar o PSDB, só que fizeram aeleição interna de um novo presidente,inclusive, presidenta, a Delegada FedraKonnel, e aí conseguiram a maioria eaprovaram então a coligação com o PT.

O SR. DEPUTADO JOÃO HENRIQUEBLASI - Sem dúvida, Deputado FranciscoKüster.

Só quero dizer ao DeputadoFrancisco Küster que aprendi, há bastantetempo, que o ódio, o rancor e a raiva nãopodem fazer parte do cotidiano de um serhumano, sob pena de o próprio que sente essesentimento se prejudicar. É o único sentimentoque não faz mal nenhum ao objeto dosentimento, e sim ao autor, a quem senteódio, rancor e raiva.

Por falar no Presidente Lula, emquem votei inúmeras vezes, e não mearrependo do que fiz, é preciso ser dito que,embora dentro daquilo que é essencial a umPartido, que é aspirar ao poder, o PMDB temum projeto seu, próprio, na próxima eleição aPresidência da República. Em momento algumo Governador Luiz Henrique da Silveiradescurou ou tomou qualquer atitude quepudesse colocar em cheque ou em perigo agovernabilidade do Presidente Lula.

Fizemos a campanha de formabastante altiva, de forma parceira e, infe-lizmente, quero insistir, não tivemos o apoio,com exceção do Deputado Mauro Mariani,temos que registrar, que inclusive feztrabalhos, visitas, emprestou equipamentos desom para a nossa campanha. Do Governo,muito pelo contrário, todas as tentativas deconversas para tirarmos aquela oposiçãoarraigada dentro da Secretaria Regional, queera do PSDB, e ainda é, continuam. Quer dizer,a estrutura do Governo do Estado, na nossacidade, trabalhando contra a candidatura doGovernador, entre aspas...

Essa expressão não faz parte dovocabulário da minha vida, pelo contrário,sempre tive, tenho e terei o maior respeitopelas autoridades constituídas, peloGovernador do Estado, pela figura humanado Governador Luiz Henrique da Silveira,agora no papel de Oposição, é lógico.Apenas faço as críticas que entendonecessárias e porque entendo ser o papelda Oposição.

De forma pública ou nas reuniõesprivadas do Partido, o Governador sempre foitaxativo, sempre foi peremptório em assinalarque o PMDB deveria manter a governabilidade,que o PMDB tinha por obrigação e por dever deofício dar o apoio parlamentar para que osgrandes projetos que interessam ao País,trazidos pelo Presidente da República, tenhamviabilidade, que efetivamente vinguem.

Dessa forma isso é só paraestabelecer e não querer cobrar desteDeputado uma fatura que não recebeu.

Na Inglaterra nós temos, inclusive, ochamado gabinete das sombras, financiadopelo governo, para dar estrutura à oposição,porque isso na democracia é e sempre foiassim. Quanto mais forte e combativa aoposição, maior será a altivez e as ações doGoverno, porque terá alguém ali cobrando,fiscalizando, denunciando e mostrando, àsvezes, caminhos que as pessoas possam estareventualmente desviando.

Muito obrigado!(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Lício

Silveira) - Srs. Deputados, convidamos todospara hoje à noite participarem da sessãosolene em comemoração ao aniversário de 50anos do Sindicato dos Jornalistas Profissionaisde Santa Catarina, às 18h, neste Plenário,proposta pelo Sr. Deputado Afrânio Boppré.

Então, se há um grande defensor dagovernabilidade federal em Santa Catarina, eleatende pelo nome de Governador Luiz Henriqueda Silveira.

Sr. Presidente, penso que essasconsiderações tranqüilas deveriam ser feitasaqui, nesta oportunidade, para mais uma vezreconhecer a independência do Partido dosTrabalhadores, reconhecer a independência dequalquer agremiação partidária de definir osseus próprios destinos, mas também de nãopermitir, ao menos sem resposta, que hajauma acusação, que a meu juízo éextremamente injusta contra o Governador LuizHenrique da Silveira.

Não havendo mais oradores ins-critos, livre a palavra em Explicação Pessoal atodos os Srs. Deputados.

Há uma questão que precisamosdeixar bastante clara: eu já ouvi diversasvezes, houve essa insinuação, que oGovernador teria movido mundos pela minhaeleição em Jaraguá do Sul. Acredito serimportante deixar registrado que foi muito pelocontrário, as ações do Governo do Estado, emJaraguá do Sul, foram para nomear uminterventor no PMDB, que era sócio docandidato do PSDB naquela cidade, Deputado

(Pausa)Não havendo mais quem queira fazer

uso da palavra, esta Presidência solicita que aassessoria distribua a pauta das matérias emcondições de figurar nas próximas trêssessões e encerra a presente sessão,convocando outra, solene, para hoje, às 18h.Muito obrigado!

(SEM REVISÃO DO ORADOR) Está encerrada a presente sessão.

ATA DA 009ª SESSÃO SOLENE DA3ª SESSÃO LEGISLATIVA DA 15ª LEGISLATURA

REALIZADA EM 12 DE MAIO DE 2005PRESIDÊNCIA DO SENHOR DEPUTADO JULIO GARCIA

Às dezoito horas, achavam-sepresentes os seguintes Srs. Deputados:Afrânio Boppré - Altair Guidi - Djalma Berger -Gelson Merísio - João Henrique Blasi - JoséSerafim - Julio Garcia - Onofre Santo Agostini -Pedro Baldissera - Reno Caramori - Vânio dosSantos - Wilson Vieira.

Excelentíssimo jornalista MoacirPereira, Presidente em exercício da AssociaçãoCatarinense de Imprensa;

O Sr. jornalista Carlos dos Santos,assessor de comunicação, representandoneste ato o Presidente da SCGás;

Excelentíssimo ex-DeputadoRaimundo Colombo, Prefeito do Município deLages;

O professor Áureo Moraes que,neste ato, representa o magnífico Reitor daUniversidade Federal, professor Lúcio Botelho;

Excelentíssimo jornalista LuísFernando Assunção, Presidente do Sindicatodos Jornalistas de Santa Catarina;

O Sr. Ariel Bottaro Filho, assessor decomunicação da Prefeitura, neste ato repre-sentando o Prefeito Municipal de Florianópolis,Dário Berger;

O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Havendo quórum regimental einvocando a proteção de Deus, declaro abertaa presente sessão solene.

Excelentíssimo Sr. Sérgio Murillo deAndrade, Presidente da Federação Nacional deJornalismo;

O Sr. Moacir G. Thomazi, Presidentedo jornal a Notícia e Presidente do Sindicatodas Empresas Proprietárias de Jornais eRevistas do Estado de Santa Catarina;

Convido o Sr. Deputado AfrânioBoppré para conduzir à mesa as excelen-tíssimas autoridades que serão nomina-das:

Excelentíssimo Sr. Deputado AltairGuidi, ao qual justificamos, por ofício recebido,a ausência do Deputado Wilson Vieira; A Sra. Ana Paula Barreto, assessora,

neste ato representando a Senadora Ideli Salvatti;Excelentíssimo ex-Governador, ex-Deputado Estadual, ex-Presidente daAssembléia Legislativa, Dr. Ivo Silveira;

Demais autoridades presentes,senhores homenageados, senhores convi-dados e imprensa.

O Tenente Tiago Santana, que repre-senta, neste ato, a Escola de AprendizesMarinheiros;Excelentíssimo Sr. José Augusto

Gayoso, Diretor de Comunicação do Governodo Estado, que neste ato representa oGovernador Luiz Henrique da Silveira;

Registramos a presença do Sr. OscarJuvêncio Borges Neto, que neste ato repre-senta a Ordem dos Advogados do Brasil,secção de Santa Catarina;

O Sr. Coronel Adilson de Oliveira,Comandante do Corpo de Bombeiros do Estadode Santa Catarina;

Processo Informatizado de Editoração - DIVISÃO DE ANAIS

22 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

O Sr. Adélcio Machado dos Santos,Presidente do Conselho Estadual de Educação;

comemoração. E, mais ainda, porque a históriadesse sindicato demonstra que foi, gradativa-mente, conduzido de forma a dar o verdadeirosentido da atuação sindical.

“Conheço o jornalista Nei Maniquedesde os anos 70. Nos anos 80, quandovoltei à Prefeitura de Criciúma, o Nei eraPresidente de uma Associação de Bairro.Certo dia, o Nei, liderando uma comissão demoradores de bairro, procurou-me paraapresentar-me um projeto voltado àmelhoria da qualidade de vida do seu bairro.O projeto que me foi apresentado eratotalmente diferente dos inúmeros projetosque eu recebia semanalmente voltados aidêntico objetivo. Desde a primeira leitura epelo posterior debate com o Nei e seuscompanheiros compreendi que se tratava dealgo novo: tratava-se de uma proposta deparceria - e naquela época da ditadura estetermo ainda não era comum no serviçopúblico - que tinha como objetivo unir osesforços dos moradores, da sua associaçãoe do Poder Público, com vistas a promoveruma melhor convivência comunitária,através da melhoria da infra-estruturabásica daquele bairro.” Naquela época,tinha problemas de toda natureza, comoainda tem até hoje, pois não havia umacancha de esportes, uma rua pavimentada eescolas em situações muito difíceis.

O Sr. João Ari dos Santos Dutra,membro do Conselho Superior da Casa doJornalista; Certamente nós lemos os jornais

diariamente, nós assistimos à televisão,ouvimos o rádio e, muitas vezes, a matériaquando vai assinada no jornal vai apenas comas iniciais do jornalista que assina, mas nóssabemos que por detrás de todo esse esforçode comunicação que é feito temostrabalhadores da comunicação.

A Sra. Valci Zucollato, Diretora doFórum Nacional de Professores de Jornalismo;

O Sr. Lourival Pereira Amorim, vice-Presidente de Administração do ConselhoRegional de Contabilidade;

A Sra. Carolina dos Reis Madeira,representando neste ato a Sra. Eliane Schmitt,Superintendente do INSS para o Estado deSanta Catarina;

O sindicato é, sem sombra dedúvida, um dos elementos que configuram acondição de assalariado de todos aquelesque produzem a notícia, a informação, quediariamente serve-nos. Inclusive, DeputadoJulio Garcia, quantas vezes vemosDeputados estampando aqui desta tribunaos jornais, as notícias e as colunas, deforma a fomentar também, Deputados AltairGuidi e João Henrique Blasi, os nossosdebates que são, muitas vezes, bastanteacalorados.

A Sra. Fabiana Vieira, assessora deimprensa, neste ato representando o DeputadoFederal Carlito Merss;

O Sr. Marcelo Sato Rosa, neste atorepresentando a Deputada Ana Paula Lima, ematividades parlamentares no Município deBlumenau;

O Sr. jornalista Roger AlexandreOliveira da Rosa, representando neste ato oDeputado Wilson Vieira, cuja ausência jájustificamos; Então, para mim é um motivo de

comemoração e de alegria poder partilhar estadata com todos vocês.

O Sr. jornalista Gastão Cassel, repre-sentando neste ato o curso de ComunicaçãoSocial do Instituto Bom Jesus, de Joinville; Gostaria de desejar ao Sindicato dos

Jornalistas vida longa e muita luta paraassegurar a dignidade da profissão, o debatecom relação à defesa da profissão dejornalista, o sentido ético da sua atuação, assuas remunerações e as suas condições detrabalho. Portanto, vida longa ao sindicato, queeu tenho absoluta certeza de que, na ponta,quem ganha é a cidadania.

(Continua lendo)O Sr. jornalista Francisco Karan,

Diretor da Sociedade Brasileira dePesquisadores em Jornalismo.

“Daquele primeiro contato, surgiuuma enorme empatia que, de minha parte,persiste até hoje, malgrado militarmos emdiferentes posições políticas.Excelentíssimas autoridades, Srs.

Deputados, senhoras e senhores, a presentesessão solene foi convocada por requerimentodo Deputado Afrânio Boppré, a qual visahomenagear o Sindicato dos JornalistasProfissionais do Estado de Santa Catarina pelapassagem dos seus 50 anos de fundação,como também promover o lançamento do livroJornalismo em Perspectiva, organizado pelosprofessores Rogério Christofoletti e Maria JoséBaldessar.

O projeto foi implementado nosmoldes imaginados pelo Nei e seus com-panheiros. Graças ao trabalho de todos,conseguimos transformar aquele bairro numdos mais agradáveis de toda a cidade deCriciúma, sendo que hoje também lá moro.

Muito obrigado!(Palmas)(SEM REVISÃO DO ORADOR) A partir daquela iniciativa, con-

venci-me de que a experiência e a criativi-dade do Nei não deveriam permanecer res-tritas ao seu bairro e àquele projeto; elasprecisavam ser estendidas a toda a cidade.Convidei o Nei para trabalharmos juntos naPrefeitura e, para minha satisfação, eleaceitou. Durante algum tempo trabalhamoslado a lado, contribuindo para que a nossacidade fosse cada vez mais humana e cadavez mais solidária com os seus moradores.

O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Convido o Sr. Deputado Altair Guidipara fazer uso da palavra.

Convido a todos para, de pé,ouvirmos o Hino Nacional que será interpre-tado pelo Coral da Assembléia Legislativa, soba regência do Maestro André Silveira deAlmeida.

O SR. DEPUTADO ALTAIR GUIDI -Sr. Presidente, Deputado Julio Garcia; Sr.José Augusto Gaioso, representando nesteato o nosso Governador; Dr. Ivo Silveira, ex-Governador e amigo que conhecemos delonga data, já que entrei no serviço públicoatravés de um ato deste ex-Governador;jornalista Moacir Pereira, Presidente emexercício da Associação Catarinense deImprensa; excelentíssimo Sr. RaimundoColombo, ex-Colega desta Casa e hojePrefeito de Lages; jornalista Luiz FernandoAssunção, Presidente do Sindicato dosJornalistas de Santa Catarina; e Sr. SérgioMurilo de Andrade, Presidente da FederaçãoNacional de Jornalismo.

(Procede-se à interpretação do HinoNacional.)

Convido o Sr. Deputado AfrânioBoppré, Autor do requerimento que ensejou apresente sessão solene, para fazer uso dapalavra.

O tempo passou, eu deixei aPrefeitura de Criciúma, mas o Nei continuoucom a sua missão de espalhar o bem,ajudando sempre quem a ele recorria, seja nabusca de novas idéias, seja até na busca deum ombro amigo para se reconfortar pelasdificuldades da vida.

O SR. DEPUTADO AFRÂNIO BOPPRÉ -Inicialmente, boa-noite a todos.

Quero, especialmente, cumpri-mentar o Deputado Presidente desta Casa,Sr. Julio Garcia; o ex-Governador do Estado,Sr. Ivo Silveira; o excelentíssimo Sr. JoséAugusto Gaioso, que representa oGovernador do Estado; o jornalista MoacirPereira, Presidente em exercício daAssociação Catarinense de Imprensa; oexcelentíssimo Sr. Prefeito de Lages,Raimundo Colombo; o companheiro jorna-lista Luis Fernando Assunção, Presidente doSindicato dos Jornalistas de Santa Catarina,objeto desta sessão solene, e ocompanheiro e jornalista Sérgio Murillo deAndrade, Presidente da Federação Nacionalde Jornalistas, que também foi Presidentedo Sindicato.

Hoje, através da RádioTransamérica, o jornalista Nei continua oseu trabalho, sempre comprometido comaquilo que há de melhor na vida comunitá-ria: a busca da verdade, a difusão dacorreta informação, a abertura daoportunidade para que lados opostosexponham as suas idéias, deixando sempreao arbítrio de cada cidadão a escolha damelhor mensagem.

Gostaria de dizer, principalmente àsSras. jornalistas e aos Srs. jornalistas, que nãohavia a intenção de eu prestar umahomenagem a todos os jornalistas, mas quefui convidado neste momento. Em especial, euvim aqui para fazer uma homenagem a umjornalista que eu conheço, pois tive aoportunidade de conviver com ele como meuAssessor de Imprensa no segundo mandato dePrefeito de Criciúma, o Sr. Nei Manique.

Caro Nei Manique, neste momentoem que a sociedade catarinense, através doseu Parlamento, reverencia o jornalismocatarinense, eu não poderia deixar deexpressar o meu orgulho e a minha satisfaçãopelo fato de poder relacionar, dentre os meusamigos, o exemplar jornalista Nei Manique.Continue assim, pois Santa Catarina e,especialmente, a nossa cidade precisam deprofissionais e de cidadãos com a estaturamoral e profissional do jornalista NeiManique.”

(Passa a ler)“Neste momento em que a

Assembléia Legislativa do Estado homena-geia o Sindicato dos JornalistasProfissionais de Santa Catarina, desta-cando, dentre seus quadros, o jornalista NeiManique, não posso deixar de registrar aminha satisfação pela deferência oradispensada a este grande jornalista e meuconterrâneo que hoje também está sendohomenageado.” Isso satisfaz a todos nós,do Sul de Santa Catarina - apesar de tam-bém conhecermos o Ciro e tantos outrosjornalistas aqui presentes.

Vou fazer aqui uma breve saudaçãoe uma referência ao jornalista Celso Vicenzi,ex-Presidente do Sindicato, presente nestasessão solene, e a todos os jornalistaspresentes.

Para mim é uma honra poder tertomado a iniciativa de solicitar à AssembléiaLegislativa a realização desta sessão, porquenão é sempre que comemoramos, em funçãoda história do nosso País, meio século de umaentidade sindical. Isso por si só é motivo de

Gostaria de dizer coisas seme-lhantes a várias outras pessoas, mas nomomento muito pouco posso falar. Convivi como Ciro e com outros jornalistas e por isso seique o jornalismo é uma força que proporciona(Continua lendo)

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

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o melhor de si, o seu conteúdo de melhordivulgar e de melhor levar a notícia a todas ascomunidades. E esses jornalistas que exercema profissão como o Nei Manique a exercemerecem os meus cumprimentos!

positivamente aquilo que se passa nasociedade catarinense. De igual modo tantosoutros, como o jornalista Ciro Barreto, o nossojornalista e colega aqui da AssembléiaLegislativa; João Ari Dutra, a quem eu melembro de seus programas antigos na rádioAnita Garibaldi, e tantos outros. Sempreincorremos em perigo em mencionar alguns edeixar de mencionar outros.

A minha saudação, Sr. Presidente eSrs. Deputados, em primeiro lugar vem emforma de regozijo da Associação Catarinensede Imprensa a todos os diretores, associados,ex-dirigentes do Sindicato dos Jornalistas deSanta Catarina pela comemoração dos seus50 anos de longa, profícua e brava luta emdefesa da cidadania, da liberdade da infor-mação aqui em nosso Estado, e, ao mesmotempo, cabe-me, em nome da Associação, doseu conselho, da sua direção, cumprimentar ailustre augusta Assembléia Legislativa deSanta Catarina.

Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs.jornalistas.

(Palmas)(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Julio

Garcia) - Convido, neste momento, oDeputado João Henrique Blasi para fazeruso da palavra.

Mas eu quero, na pessoa dojornalista Moacir Pereira, que é e que carregaconsigo o perfil do jornalista que imaginamosdeva ser o ideal, pela sua competência, pelasua capacidade, pela sua honestidadeintelectual, e muitas vezes eu já assistireconhecer erros em notas que forampublicadas e registros que foram feitos, e quese refletidos, de outra forma deveriam ter sidofeitos.

O SR. DEPUTADO JOÃO HENRIQUEBLASI - Excelentíssimo Sr. Presidente,Deputado Julio Garcia;

Sr. Presidente Deputado Julio Garcia,peço que V.Exa. transmita a todos os seusPares o nosso agradecimento, o nossoreconhecimento por essa iniciativa, porquealém de uma comemoração justíssima - eugostaria de destacar esse aspecto, meusqueridos companheiros e ilustres autoridades -ela está unindo os novos jornalistas, quesaíram ontem da faculdade, os antigosjornalistas (Doralécio Soares, com 90 anos deidade, Zuri Machado, com mais de 50 anos deatividade profissional), bravos companheirosdas antigas gerações, das novas gerações,das mais diversas regiões de Santa Catarina,das diferentes correntes ideológicas, queestão todos aqui unidos, convidados pelaAssembléia, para trazer o abraço decumprimento, de congratulação à direção e aocorpo associativo de nosso Sindicato.

Ilustríssimo Sr. jornalista JoséAugusto Gaioso, representando o GovernadorLuiz Henrique da Silveira;

Excelentíssimo Sr. ex-Governador, Dr.Ivo Silveira;

Dessa forma, Sr. Presidente, euquero cumprimentar a todos os jornalistas deSanta Catarina, em especial o DeputadoAfrânio Boppré, pela lembrança de homenageá-los nesta oportunidade, e dizer também, quemsabe até roubando um pedaço do discurso queo nosso Presidente haverá de fazer, que aCasa, também cumprindo com o seu papel,agindo com transparência, dando amplapublicidade a sua atuação, à atuação de qualdos Parlamentares que integram esta Casa,quer seja através do seu jornal, quer sejaatravés da Rádio Assembléia, quer seja atravésda TVAL e, agora, a partir de ontem, também,com o sinal da TV Assembléia, através daInternet pelo mundo afora. Significando dizerque a população, significando dizer que oseleitores podem, em tempo real, acompanhare averiguar e aferir e controlar o desempenhode todos os Deputados. E por outro lado osDeputados têm a possibilidade de prestarcontas, diariamente, a toda a população deSanta Catarina.

Excelentíssimo Sr. RaimundoColombo, Prefeito Municipal de Lages;

Ilustríssimo jornalista Luís FernandoAssunção, Presidente do Sindicato dosJornalistas de Santa Catarina;

Ilustríssimo Sr. Sérgio Murilo deAndrade, Presidente da Federação Nacionaldos Jornalistas;

Ilustríssimo Presidente em exercícioda Associação Catarinense de Imprensa,jornalista Moacir Pereira;

Excelentíssimo Deputado AfrânioBoppré;

Um abraço muito especial aoDeputado Afrânio Boppré, que já tem umaparceria antiga, até pela condição de jornalistaprofissional, e que honra a AssembléiaLegislativa do Estado de Santa Catarina, porter a iniciativa desse requerimento. Eu tive oprazer, inclusive, de constatar o momento emque S.Exa., pois já esgotara as cotas paraproposta de sessão solene, sensibilizou oDeputado Julio Garcia para que esta iniciativa,que foi do Deputado Afrânio Boppré, afinalrecebesse o respaldo de todos os DeputadosEstaduais de Santa Catarina.

Excelentíssimo Deputado Altair Guidi;Excelentíssimo Deputado Vânio dos

Santos;Excelentíssimo Deputado Reno

Caramori;Senhoras e senhores.Não pretendia e nem imaginava,

tanto quanto o Deputado Altair Guidi, fazer usoda palavra nesta solenidade. Cumprimento o Deputado Julio

Garcia e aos seus predecessores naPresidência desta Casa por esses avanços queforam conquistados, e a todos os jornalistasnesta justa homenagem que, através doDeputado Afrânio Boppré, é prestada a todosvocês.

Devo confessar que há pouco meencontrava distraidamente em meu gabinetequando fui advertido pelo assessor deimprensa da nossa Bancada, jornalista EvoryPedro Schmitt, de que a sessão solene jáhouvera se iniciado. Apressei-me em descerpara poder compartilhar junto com o DeputadoAfrânio Boppré e com os demais Colegasdessa justíssima homenagem à classejornalística de Santa Catarina.

Essa saudação bem simples, bemsincera, bem displicente, Sr. Presidente, vemtambém em forma de cumprimentos aoscompanheiros Maria José Baldessar e RogérioChristofoletti, que hoje estão entregando àsociedade catarinense o livro, que em seguidaserá lançado, e todos sabem das dificuldadesque temos hoje de lançamento de um trabalhoeditorial. E ao que me consta, pelas leiturasque possuo, é a primeira vez que o Sindicatoedita uma obra desse gabarito, contendotrabalho de todos os profissionais de SantaCatarina, fazendo as abordagens das maisdiferentes sobre a nossa atividade profissional.

Muito obrigado!(Palmas)(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Julio

Garcia) - Convido o jornalista Moacir Pereirapara fazer uso da palavra, em nome daAssociação Catarinense de Imprensa.

E o que me ocorre dizer nestaoportunidade é reportar uma parábola,segundo a qual no além conversavam Aníbal, ocartaginês, que foi um grande guerreiro na suaépoca, e Napoleão Bonaparte.

O SR. JORNALISTA MOACIR PEREIRA- Excelentíssimo Deputado Julio Garcia,digníssimo Presidente da egrégia AssembléiaLegislativa de Santa Catarina;

Aníbal disse à Napoleão: “Se eutivesse uma dessas tantas armas de fogoque hoje existem por aí, eu teria dizimadotodos os meus adversários”. Ao queNapoleão Bonaparte redargüiu, dizendo: “Ese eu tivesse a imprensa ao meu lado, ahumanidade jamais teria sabido da minhaderrota em Waterloo”.

Não posso deixar passar, osfranceses tem uma expressão muito conhecidanoblesse oblige, de registrar, de coração, omeu carinho ao Deputado João Henrique Blasi,pelas generosas palavras que me dirigiu.

Excelentíssimo ex-Governador IvoSilveira;

Excelentíssimo Deputado AfrânioBoppré, Autor do requerimento;

Ilustríssimo companheiro LuizFernando Assunção.

Eu me orgulho apenas de ter o prazerde diariamente me encontrar na Assembléia hámais de 40 anos, fazendo a cobertura do PoderLegislativo de Santa Catarina e levar ao nossoEstado as informações sobre as atividades queaqui são desenvolvidas.

Isso evidencia a importância daimprensa no regime democrático; o quanto asliberdades públicas devem a uma imprensalivre, a uma imprensa que cumpre a suamissão institucional de levar a cada qual oconhecimento daquilo que se passa ao seuredor.

Citando V.Exas., peço licença paraestender esse cumprimento, a saudação maiscalorosa a todos os integrantes da mesadessa sessão solene, igualmente às ilustresautoridades civis, militares e eclesiásticas queparticipam desta sessão.

Gostaria, para completar, de pedirlicença aos ilustres companheiros do Sindicatodos Jornalistas para dois rápidos registros. Oprimeiro é que nesta semana tivemos o prazerde desfrutar da convivência de um bravocompanheiro, decano da crônica esportiva, oícone da crônica esportiva de Santa Catarina, ocompanheiro Fernando Linhares da Silva, queno último dia 9 comemorou 50 anos deatividade profissional permanente no Estadode Santa Catarina. Ele tem uma história que émais antiga do que a do próprio Sindicato dosJornalistas.

Transmito minha saudação aosilustres Deputados Estaduais que nos honramcom a presença, aos convidados especiais,dirigentes de associações e, de maneira muitocarinhosa, ao coral da Assembléia Legislativa,aos servidores da Assembléia, e,especialmente, aos dignos companheirosdiretores do Sindicato dos Jornalistas de SantaCatarina e a todos os queridos companheiros,homens e mulheres da terra, que fazem o dia adia da comunicação no nosso Estado.

E a imprensa catarinense é privi-legiada pela presença e pela integração detantos e tão importantes dos seus membros,como, por exemplo, o colunista Zuri Machado,pela sua elegância, por uma vida inteiradedicada diariamente no jornal mais longevodo Estado, jornal O Estado, em que a suacoluna é ali apresentada a tantos e tantosanos, repito, sempre com muita elegância,registrando auspiciosamente, registrando

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24 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

A Segunda é um fato tambémmuito pouco conhecido da população cata-rinense, especialmente dos próprios jorna-listas. Encontra-se entre nós, Sr.Presidente, um companheiro que goza docarinho, da amizade e do respeito de todosos profissionais. Estou-me referindo aOsmar Antônio Schlindwein, atual DiretorRegional do jornal A Notícia. Eu só fuiPresidente do Sindicato dos Jornalistas emfunção de um veto oposto ao companheiroOsmar Antônio Schlindwein. Nós fomoseleitos, eu, Osmar Antônio Schlindwein eAntônio Kowalski Sobrinho, para compor adiretoria do Sindicato dos Jornalistas em1972. Na semana da posse ele foi comu-nicado, pelo Delegado Regional do Ministériodo Trabalho, que estava vetado pelos órgãosde segurança porque seria um jornalista demilitância comunista, pelo fato de ser o repre-sentante aqui em Santa Catarina de umaagência da União Soviética.

O SR. LUÍS FERNANDO ASSUNÇÃO -Excelentíssimo Sr. Presidente da AssembléiaLegislativa, Deputado Julio Garcia, autoridadesjá nominadas, senhoras e senhores, jornalistasde todo o Estado.

contribuíram para o estabelecimento decondições mínimas de exercício profissional.No decorrer desses 50 anos, o jornalistacatarinense lutou ao lado dos colegas deoutros Estados para a criação de instrumentosjurídicos que garantissem a dignidade naprofissão, sinalizassem limites na sua atuaçãoe assegurassem a integridade de seuexercício. Assim, garantimos uma legislaçãoque regulamenta a profissão, lutamos pelasaprovações das leis de TV a Cabo, de RádiosComunitárias e Geral das Telecomunicações,acompanhamos de perto a criação da lei dedireitos autorais, do Conselho Nacional deComunicação Social e do capítulo daComunicação na Constituição Federal de 1988.Fomos além: discutimos e aprovamos umCódigo de Ética do Jornalista Brasileiro, quevigora até hoje.

(Passa a ler)“Em nome do Sindicato dos

Jornalistas de Santa Catarina quero agradecerpor esta noite, por esta sessão solene emhomenagem ao cinqüentenário de nossaentidade.

Quero agradecer especialmente aoPresidente desta Casa e ao Deputado AfrânioBoppré, propositor desta realização. Agradeçoainda pela presença de autoridades, defamiliares, de amigos e dos colegas jornalistasque aqui estão e celebram esta data quemarca meio século de realizações do Sindicatodos Jornalistas.

Quando uma entidade completa 50anos de existência é mesmo um momentoespecial. As dificuldades são tantas que asimples sobrevivência se torna motivo decomemoração. Entretanto, quando umaentidade chega ao seu cinqüentenário comhistória e com conquistas claras para acategoria que representa é um aconteci-mento especial. E este, Sr. Presidente, é ocaso do Sindicato dos Jornalistas de SantaCatarina.

Ao mesmo tempo em que lutava pormarcos regulatórios, o Sindicato dosJornalistas levantou bandeiras pelo Estado,manifestando posições e defendendo osinteresses não apenas dos jornalistas, masdos setores democráticos da sociedade.Prestamos serviços à categoria, assessoramose orientamos os profissionais, dando amparojurídico e político para muitos colegas.

Muito bem, até hoje Osmar AntônioSchlindwein, na história da imprensa e dosindicalismo jornalístico do Brasil, eu creio, é oúnico jornalista que foi eleito Presidente, masnão assumiu essa condição, porque aqueleveto jamais foi levantado pelos órgãos desegurança. E Osmar Schlindwein hoje recebe,então, o nosso carinho, porque, estando eleimpedido, tivemos que promover uma reuniãode emergência com a categoria, e AntônioKowalski Sobrinho, que era o Secretário, foielevado à condição de Presidente e eu passei,então, à Presidência. E na seqüência,participei do processo eleitoral.

Em meio século da história, esseSindicato sempre lutou pela liberdade deexpressão, pelos direitos da mulher, pelademocratização dos veículos de comunicação,por eleições diretas, pela moralidade, pelaética na política e por um direito do qual ocidadão não pode abrir mão, o de serinformado com qualidade, respeito e ética.

No dia 13 de maio de 1955recebíamos o documento que convertia umaassociação de amigos, um grupo de pro-fissionais preocupados, em uma entidadede representação efetiva no mundo de tra-balho. A Carta Sindical chegava trazendonão só uma nova condição burocrática paraaquele grupo de jornalistas, mas traziatambém uma série de desafios, dedemandas. Desde 1952, já existia emnosso Estado uma associação de jornalistasprofissionais, mas as condições dessestrabalhadores eram muito difíceis. Aregulamentação profissional erainsuficiente, a categoria estava dispersa,não havia um piso salarial para osjornalistas nem um mercado com regrasmuito claras. Para muitos, o jornalismoainda era uma segunda ocupação, um bico,uma forma de se conseguir um dinheirinhoextra.

E nos três anos em que tive oprivilégio, a honra de presidir o Sindicatodos Jornalistas de Santa Catarina - digoisso aqui em forma de testemunho, onde eutive juntamente com a minha longa atuaçãona Universidade Federal de Santa Catarinaas melhores escolas de jornalismo ecidadania, sobretudo de cidadania, daminha vida pessoal e profissional -, foinesta Casa, Deputado Julio Garcia,Deputado Afrânio Boppré e Deputado JoãoHenrique Blasi, que o Sindicato dosJornalistas de Santa Catarina, entre osanos de 75 e 78, encontrou o único e prin-cipal instrumento para se manifestar contraa censura prévia que presidia a atuação dosveículos de comunicação em todo oterritório nacional.

Nesses 50 anos, batalhamos pormelhores condições de trabalho para osjornalistas, pelo reconhecimento dos seusdireitos e por avanços. Exigimos o cumpri-mento das leis trabalhistas, demonstramos anossa insatisfação e resistimos ao arrochosalarial, à precarização do emprego, àflexibilização dos direitos e à degradação dadignidade dos jornalistas.

Foi um tempo em que ganhamoscausas na Justiça, em que discutimos osrumos da profissão e que sofremos derrotastambém. Algumas feridas cicatrizadas, outrasainda não. Mas o fato é que o Sindicatocontribuiu para que os jornalistas catarinensesprojetassem para a sociedade uma imagem decredibilidade, de compromisso com o interessepúblico e de reconhecida capacidade técnica.

Os jornalistas se formavam no calordas redações; as empresas ainda eram muitoamadoras; e o pior: não havia uma identidadeprofissional que desse rosto, corpo edignidade para quem atuava nessa área. Nadécada de 50, o Brasil e Santa Catarina aindase preparavam para enfrentar a segundametade do século XX. O jornalismo tambémdefinia suas técnicas e ficavam mais claros osvalores para uma orientação ética dosprofissionais.

Foi nesta Assembléia que selançaram os principais manifestos dosjornalistas catarinenses contra a censuraprévia aplicada naquela época à imprensabrasileira. Santa Catarina se aliou a São Paulo,a Brasília e a outras unidades da Federaçãonaquela que foi a grande luta que acabouresultando no processo de redemocratizaçãodo Brasil.

Uma entidade de classe funcionacomo um pólo de aglutinação de forças, comoum núcleo organizador de ações e idéias. Umsindicato é um coletivo, uma reunião decidadãos, de profissionais que têm lutascomuns, dificuldades semelhantes e umamesma entidade profissional. Isso nos permitelembrar que os jornalistas catarinenses têmmuito do que se orgulhar de sua história, desua condição e de seu presente derealizações.

Em cinqüenta anos é fácil perceberque o jornalismo catarinense evoluiu,estruturou-se e, hoje, caminha com passoslargos para patamares mais destacados dequalidade; seus produtos se diversificaram,chegando a novos públicos; os cursosuniversitários de jornalismo se disseminarampor todas as regiões do Estado, e a formaçãoem nível superior tornou-se um imperativo nacategoria; as empresas passaram a buscar aprofissionalização de suas gestões e amodernização tecnológica; a própria sociedadeamadureceu e tornou-se mais exigente noconsumo de informações.

Congratulando-me, mais uma vez,com os companheiros do Sindicato dosJornalistas, especialmente com o nossobravo Presidente Luís Fernando Assunção,também com o Presidente que tem sido oefetivo nos últimos meses, em função doscompromissos acadêmicos do colegaRogério Cristofoletti, e com todos os seuscolaboradores. Transmitimos aos nossoscompanheiros o nosso abraço, os nossoscumprimentos.

No alto da maturidade que os 50anos nos permitem, rendemos homenagens atodos os companheiros que estiveram epermanecem conosco na luta. Os antigos e osmais recentes, os dedicados e os operosos, osesforçados e os generosos.

Por isso, Sr. Presidente e demaisautoridades, em nome desta entidade quetanto nos orgulha, gostaríamos de lembrar onome dos nossos ex-Presidentes, dos queainda permanecem entre nós, pedindo que selevantem, para que possamos fazer a entregade placa comemorativa.

Muito obrigado a todos e uma boa-noite!

(Palmas) Há muito a ser lembrado nesses 50anos do Sindicato dos Jornalistas! Nesteperíodo, a categoria que estava dispersa peloterritório catarinense unificou-se, coletivizandosuas lutas e fortalecendo um projeto classista.Nesse período, os jornalistas conseguiram fixarpisos salariais e jornadas de trabalho e

(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Julio

Garcia) - Convido o jornalista Luís FernandoAssunção, Presidente do Sindicato dosJornalistas de Santa Catarina, para fazer usoda palavra.

Convido o nosso Colega RubensLunge, Diretor do Sindicato, para fazer aentrega de placa comemorativa ao ex-Presidente, Sr. Moacir Pereira.

(Procede-se à entrega de placa.)

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19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 25

(Palmas) (Procede-se à entrega de placa.) Como o nosso Presidente LuizFernando já fez referência aqui, o Sindicato deSanta Catarina faz 50 anos num momentoemblemático para a nossa profissão, para aimprensa e, em particular, para os jornalistasbrasileiros.

Convido o jornalista João Ari Dutrapara fazer a entrega de placa comemorativa aoex-Presidente, Sr. José Valério Medeiros, aquirepresentado pelo jornalista Osmar Teixeira.

(Palmas)É preciso reconhecer. É preciso

agradecer. É preciso lembrar. Mas énecessário também olhar para frente.

(Procede-se à entrega de placa.) Sr. Presidente, senhoras e senhores,o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarinacompleta seus 50 anos num momento decisivopara a prática jornalística e para a suaafirmação como atividade profissionalautônoma. O marco de cinco décadas de lutase conquistas se dá justamente num tempo emque a regulamentação profissional sofreataques, em que uma proposta de auto-relaçãoé rechaçada e num momento em que osprojetos coletivos parecem se dissolver diantede nossos olhos.

(Palmas) São diversos os ataques à categoriae à profissão de um modo geral. Cito, porexemplo, uma articulação que acontece, nestemomento, de um punhado de doutoresencastelados com o pós, com proteção oficiale com o conluio de diretores de escolasprivadas de jornalismo, que articulam umaação que praticamente suprime o estudo dejornalismo no Brasil. E são doutores que, nasua maioria, nunca exerceram a profissão dejornalista.

Convido o jornalista Osmar Teixeirapara fazer a entrega de placa comemorativa aoex-Presidente, Sr. Cyro Barreto.

(Procede-se à entrega de placa.)(Palmas)Convido a jornalista Eliane Borges

para fazer a entrega de placa comemorativa aoex-Presidente, Sr. Saint-Clair Monteiro.

(Procede-se à entrega de placa.)(Palmas)Convido o jornalista José Gayoso

para fazer a entrega de placa comemorativa aoex-Presidente Celso Vicenzi.

Ainda existem muitos obstáculospara que a nossa profissão seja efetivamentereconhecida. As condições de trabalho estãolonge do ideal; os salários são baixos e hápouca valorização profissional. Precisamoscontinuar a caminhada, mantendo oscompromissos com a categoria de alcançar asmelhores condições de trabalho. Precisamoscontinuar a caminhada, estabelecendorelações com a sociedade, prestando serviçose contribuindo para o desenvolvimento social ehumano.

Cito outro grande ataque vindo doPoder Judiciário Brasileiro. A nossa profissãovive, hoje, o que podemos chamar de umverdadeiro assédio judicial. O site consultorjurídico, no ano passado, fez um levantamentoem cinco grandes grupos jornalísticosbrasileiros, envolvendo um universo de 2.783jornalistas. Entre esse universo, havia 3.342ações judiciais por danos morais. É umaverdadeira indústria da indenização que temcomo objetivo, é bom que se diga, que muitospolíticos, que muitos juízes, inclusive, quemuitos empresários recorram sistemática ediariamente ao Poder Judiciário para omitir oupara esconder da sociedade os seus delitos,os seus crimes. A ponta desse processo é quetodas as principais redações, hoje, no Brasiltêm assessoria jurídica, ou seja, os repórteresescrevem as matérias com advogados do lado.

(Procede-se à entrega de placa.)(Palmas)Convido a jornalista Jamille Machado

para fazer a entrega de placa comemorativa aoex-Presidente e hoje Presidente da FederaçãoNacional dos Jornalistas, Sr. Sérgio Murillo deAndrade.

(Procede-se à entrega de placa.)(Palmas)Sr. Presidente, já que, de certa

forma, o protocolo está quebrado, eu nãopoderia deixar de lembrar de nossos asso-ciados, aqueles que dão legitimidade, repre-sentatividade, sustentação política einspiração moral para que trabalhemos todosos dias.

Ao completar meio século deexistência, reafirmamos o nosso papel dedefensores intransigentes dos interessesdos jornalistas. Renovamos a nossacondição de uma entidade que acredita nademocracia e luta pelos valores que susten-tam o estado democrático de direito. Enfim,recomeçamos a cada dia os esforços derepresentar uma categoria, de crescer comela e de viver para ela. Viva o jornalismocatarinense! Vivam os jornalistascatarinenses!

Hoje, nossa entidade cobre todo oEstado e reúne cerca de 1.200 associados. Naimpossibilidade de mencionar cada um deles,queremos homenagear dois: um dos maisantigos, dos primeiros a se filiar ao sindicato;e outro, dos que mais recentemente vieram ànossa sede para reforçar o nosso quadro deassociados. Peço que se levantem para querecebam sua homenagem.

Também vieram do PoderJudiciário, mais recentemente, sérias ame-aças ao princípio constitucional da liberda-de de imprensa, ao direito de expressão e àliberdade de imprensa. Juízes estão sim-plesmente proibindo os jornalistas de semanifestarem. É o caso recente, porexemplo, do comentarista esportivo JorgeCajuru, que está há mais de três anos sobprisão domiciliar, a pedido, o que é maisabsurdo, de um dono de empresa decomunicação no Estado de Goiás, vice-Presidente da Associação Nacional dosJornais.

Muito obrigado!”(Palmas)(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Julio

Garcia) - Esta Presidência registra apresença do Tenente Jean Carlo Trevisan,neste ato representando o comando do 63ºBatalhão de Infantaria do ExércitoBrasileiro; do Tenente Coronel Moredson,representando o Comandante da 14ºBrigada de Infantaria Motorizada; doProfessor Alcides Buss, Diretor da Editorada Universidade Federal de Santa Catarina -Edufsc -; do jornalista Mário Luiz Fernandes,professor do Curso de Jornalismo da Univali;e também, com muita satisfação, doDeputado Federal Mauro Passos.

Convido o Sr. Osmar Shilindwein parafazer a entrega de placa comemorativa aojornalista Zury Machado.

(Procede-se à entrega de placa.)(Palmas)Convido a professora e jornalista

Márcia Estela Barentin da Costa para fazer aentrega de placa comemorativa a DéboraFrança, aqui representada por EmanoelaTorres.

É o caso mais recente também dojornalista e escritor Fernando Morais, que teveo seu livro mais recente, na Toca dos Leões,apreendido por determinação de um Juiz deGoiânia. E o que é mais grave é que ele foiliteralmente amordaçado: Fernando Morais nãopode se manifestar sobre o caso e não podecitar o nome do Deputado Ronaldo Caiado.Aliás, ontem ele praticou uma desobediênciacivil dando uma coletiva - e fez muito bem.Provavelmente vai pagar uma multa de R$ 5mil, se essa decisão absurda não for revogada.E o jornalista disse que fez aquilo por não sercovarde.

(Procede-se à entrega de placa.)(Palmas)Na verdade, Sr. Presidente, penso

que a noite de hoje não pertence à nossaentidade de classe, mas à categoria dosjornalistas. No ano do seu cinqüentenário,esse Sindicato também quer marcar o seureconhecimento ao talento, à inteligência, àética e ao trabalho profissional dos jornalistascatarinenses. Por isso, convido os jornalistasAristheu Formiga, Aline Bertoli Amin eFrancisco Karam para fazerem a entrega deplaca comemorativa aos jornalistas NeiManique, Elaine Borges e Sérgio Murillo deAndrade.

Convido o Sr. Sérgio Murilo deAndrade, Presidente da Federação Nacional deJornalismo, para receber das mãos dos Srs.Deputados Afrânio Boppré, Reno Caramori eVânio dos Santos, em nome do PoderLegislativo, uma placa em homenagem aoSindicato dos Jornalistas Profissionais deSanta Catarina pela passagem dos seus 50Anos de fundação.

Vem da Justiça também uma sériaameaça à nossa profissão, provocada poralguns grupos empresariais na área dacomunicação, que é a sustação da nossaregulamentação profissional. Como falou aindahá pouco o nosso Presidente aqui em SantaCatarina, é uma séria ameaça, porque é umaameaça também à sociedade.

(Procede-se à entrega de placa.)(Palmas)Neste momento, convido para fazer

uso da palavra o jornalista Sérgio Murilo deAndrade.

(Procede-se à entrega de placa.)(Palmas)Por fim, Sr. Presidente e demais

autoridades, queremos ainda reconhecer adedicação, a competência e o trabalho de umaprofissional que não é jornalista, mas queacompanha a rotina e os desafios de ser umdesses profissionais. Referimo-nos a nossaSecretária Luciana Simas, que há doze anoscontribui para que o sindicato preste bem osseus serviços e funcione interinamente. E parafazer a entrega da placa, convido a jornalistaMylene Margarida.

O SR. SÉRGIO MURILO DE ANDRADE- Sr. Presidente da Assembléia Legislativa deSanta Catarina, Deputado Julio Garcia;

A Juíza Carla Rister, em outubro de2001, rasgou a regulamentação dosjornalistas, porque simplesmente eliminou anecessidade de formação específica. Ela nãosó ameaça a nossa profissão, num ato isoladoe inconseqüente, e até leviano, diria; não sóameaça a categoria de 50 a 60 mil jornalistasem atuação no Brasil, como ameaça o direitode a sociedade ser bem informada porprofissionais, preparados em escolas e comprofessores capacitados.

Companheiro Deputado AfrânioBoppré, que teve a iniciativa de convocar estasessão comemorativa aos 50 anos doSindicato dos Jornalistas de Santa Catarina;

Autoridades na mesa, autoridadesno Plenário, Parlamentares, companheirosjornalistas e amigos do Sindicato dosJornalistas de Santa Catarina.

Processo Informatizado de Editoração - DIVISÃO DE ANAIS

26 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

Outra grande frente contra anossa profissão vem, lamentavelmente, degrandes empresas de comunicação, e nãosó delas, mas de grupos regionais também.Hoje, podemos encontrar Redações, como,por exemplo, da Gazeta Mercantil,companheiro Moacir Pereira, com mais de200 jornalistas, sem carteira assinada;todos terceirizados, todo mundo PJ. Umacoisa é o Sr. Alexandre Garcia, porque paraele pode ser até vantajoso, outra coisa éuma pessoa que acabou de se formar, quenão ganha nem R$ 2 mil e já tem queconstituir uma empresa, sem qualquerdireito trabalhista - não tem férias, décimoterceiro e nenhuma proteção social. Isso éuma praga! A precariedade das relações detrabalho na área do jornalismo é, infeliz-mente, um dos grandes dramas que osnossos 31 Sindicatos filiados ao Fenaj e aprópria Federação enfrentam hoje. Alémdisso, lamentavelmente, há intransigênciadas empresas nas negociações salariais.

associação do Papa Bento XVI com onazismo. Isso é uma responsabilidade quedeve ser dos profissionais que estão namídia. Ninguém falou que na França tem umgrupo autoritário, muito pelo contrário, asociedade francesa encontra naqueleConselho de Mídia um instrumento dedefesa dos seus direitos e também daprópria liberdade de imprensa.

Para encerrar, quero fazer umconvite a todos: a Fenaj comemora no ano quevem 60 anos, e vamos ter diversas atividadese comemorações no Brasil inteiro eevidentemente também aqui em SantaCatarina. E já estou fazendo aqui, publica-mente, um convite aos colegas jornalistas, aosamigos do sindicato e a todos que acreditamque é fundamental a luta e a combatividadedos sindicatos dos jornalistas e da FederaçãoNacional dos Jornalistas, que tenho a honra depresidir.

É isso que nós queremos criar noBrasil. Foi por isso que nós lutamos há maisde 40 anos pela constituição de um ConselhoFederal. E vocês podem ter certeza de que aFenaj e os Sindicatos dos Jornalistas não vãodesistir dessa luta.

Vida longa ao Sindicato dosJornalistas de Santa Catarina!

Muito obrigado!Mas hoje é um dia de festa, e este

Sindicato tem uma importância estratégicapara a Federação Nacional dos Jornalistas.Não é à toa que eu estou hoje na presidênciada Fenaj. Eu não estou lá por méritospessoais, eu estou lá porque represento oesforço e reflito uma categoria organizada noEstado por um Sindicato forte e combativo,como é o Sindicato que hoje completa 50 anosde história.

(Palmas)(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Julio

Garcia) - Convido, neste momento, para sepronunciar e proceder ao lançamento do livroJornalismo em Perspectiva, organizado pelosprofessores Maria José Baldessar e RogérioChristofoletti, a jornalista Maria JoséBaldessar.Eu tenho viajado pelo Brasil, visitado

os Sindicatos e participado de negociaçõessalariais, e vemos absurdos, como, porexemplo, o piso salarial em Alagoas que nãochega a R$ 600,00, e as empresas nãoquerem nem praticar o reajuste da inflação.Não é nem discussão do aumento real ourecomposição da perda, mas o reajusteobrigatório, que deveria ser obrigatório, a umsalário corroído pela inflação. O companheiroAfrânio Boppré sabe disso porque assessorouo nosso Sindicato durante anos, na direção doDieese.

A SRA. JORNALISTA MARIA JOSÉBALDESSAR - Boa-noite, Sr. Presidente, boa-noite a todos. É com enorme prazer que oSindicato dos Jornalistas Profissionais deSanta Catarina apresenta para a sociedadecatarinense esse Jornalismo em Perspectiva,um livro que nos deu muita satisfação emorganizar. E deu-nos muita alegria tê-lo pronto.

Uma coisa sempre me chamou aatenção. Nós tivemos uma mudança em 1987no Sindicato, no tipo de gestão, com a eleiçãodo companheiro Celso Vicenzi, que encabeçavaa chapa do movimento de oposição sindical.Vários estão aqui presentes, como aprofessora Maria José, por exemplo, foisecretária-geral do Celso Vicenzi, o JamesTavares, o Moacir Lot, Cesar Valente, que viainda há pouco, Nei Manique, José Gaioso,Airton Canes, nosso primeiro candidato. Houveuma mudança importante porque existia umnovo grupo e era natural que essa mudançaacontecesse.

Como em todo trabalho coletivo ouindividual, um projeto como esse demandouparcerias dos nossos 19 autores, quefizeram a gentileza de dedicar horas detrabalho, horas de pesquisa, horas deescrita para textos inéditos, e doschargistas, que nos ofereceram o humor docotidiano, o seu traço do cotidiano.

Por causa dessas diversas frentesde ataques à nossa profissão, a Fenajresolveu lançar, no Dia do Jornalista, 7 deabril, a campanha pela valorização da pro-fissão. É uma campanha sustentada pordois grandes pilares. O primeiro, é a defesada nossa regulamentação, da formaçãoespecífica em jornalismo, ou seja, da neces-sidade de alguém, para exercer essaprofissão tão importante para a sociedade,ter de passar por uma escola preparada, ouseja, tem que fazer uma universidade, temque se capacitar para exercer a profissão,que tem uma responsabilidade social muitogrande, sob o ponto de vista dacomplexidade das relações humanas nomundo de hoje.

Logo depois disso, uma coisa mechamou a atenção. Na reeleição do Celso,as pessoas que participavam anteriormente,a quem chamávamos de cabelos branco,faziam questão de ir no Sindicato para votarno Celso. Eu comecei a prestar atenção,principalmente depois da minha eleição ena minha reeleição. Iam lá, faziam questão,ficavam, às vezes, esperando para votar,como fizeram na eleição de Luiz Fernando, ecomo vão fazer também na sua eleição,Rubens.

Tivemos também parcerias como ada Eletrosul e a da Universidade Federal deSanta Catarina, as quais permitiram a ediçãodesse livro.

O Jornalismo em Perspectiva, esselivro que apresentamos hoje, traz históriaspessoais, relatos profissionais, humor, mostraonde está o jornalismo em Santa Catarina ecomo ele é feito.

Gostaria de apresentar os autorespara os senhores, para, em seguida, quemquiser buscar os autores para os autógrafospossam falar com eles. São eles: AndressaBraun, Apolinário Ternens, Aureo Mafra deMoraes, Bonson, Celso Martins, Cesar Valente,Elaine Borges, Fabio Abreu, Francisco Karam,Frank Maia, Gastão Cassel, Jaques Mick, MariaElizabeth Nogueira, Maria José Baldessar,Maria José Coelho, Mário Luiz Fernandes,Mário Xavier, Marli Cristina Scomazzon, MoacirPereira, Paulo Ramos Derengoski, ReginaZandomenico, Roger Bitencourt, RogérioChristofoletti, Rubens Lunge, Samuel Casal,Sandra Werle, Sandro Luiz Schmidt e Zé daSilva.

Isso me chamou a atenção, ecomecei a perceber que essas pessoastinham um respeito, e mais do que isso,tinham orgulho de ter integrado e deintegrar um sindicato de trabalhadores. Emais do que orgulho, eu identificava ali,como comecei a desenvolver, uma espéciede instinto de sobrevivência, de que se nãonos uníssemos, se não constituíssemosuma categoria forte, iríamos sucumbirporque as pressões e as vontades que searticulam contra entidades de trabalhadoressão muito poderosas.

O outro grande pilar é, sim, vamosinsistir, não vamos desistir, a criação doConselho Federal de Jornalistas. Temos aconvicção de que será através de um Conselhoque vamos poder ter condições de fiscalizarcom mais estrutura o exercício da nossaprofissão. Temos certeza de que será atravésde um Conselho Federal de Jornalistas quevamos poder acompanhar a qualidade deformação dos futuros jornalistas, comotambém a nossa profissão e a sociedadeprecisam de um Conselho para regrar suasrelações com a imprensa.

E isso, companheiro Luiz Fernando,companheiro Rogério Christofoletti,companheiro Rubens, companheiro Formiga,companheiros que vão assumir o Sindicato,pois provavelmente vão disputar uma eleição evão assumi-lo, eu penso que é um legado, queé tarefa de vocês, como é a minha também,evidentemente, deixar um legado para asnovas gerações, às pessoas que vão nossubstituir.

O livro hoje vai estar à disposiçãodos associados do sindicato e dosconvidados do sindicato aqui fora, no hall.Faremos a entrega, e os associados podembuscar o livro gratuitamente. Para osdemais interessados, o livro está a umpreço simbólico de R$ 10,00.

Esse regramento, que hoje é feitono Poder Judiciário, não é o local maisadequado. O local, o espaço adequado paramediar essa relação cotidiana que asociedade tem com a mídia e com seusprofissionais, deve ser o Conselho Federaldos Jornalistas. O Conselho, hoje, é, nonosso modo de entender, uma forma dereverter esse processo de extinção dojornalismo no Brasil e de prestar um serviçopúblico, como prestam os Conselhos namaioria dos países democráticos.

Para finalizar o lançamento do livro,gostaria de fazer o convite para que nasegunda-feira os senhores e as senhorasvisitem a exposição fotográfica “Cinqüentaolhares de Santa Catarina”, no ShoppingBeiramar. É uma exposição fotográfica quereúne o melhor dos trabalhos dos repórteresfotográficos catarinenses.

Essa juventude que hoje está naescola depende da nossa luta para que tenhauma profissão. E esse orgulho, esse instintode sobrevivência, essa luta diária que elesfizeram e que nós fazemos para constituir umaidentidade profissional, é o nosso principallegado, a nossa principal contribuição para asgerações que vão assumir esse Sindicato nospróximos 50 anos.

Hoje mesmo há uma notícia naimprensa mundial de que o Conselho de Mídiada França está censurando, não no sentido deimpedir, mas de cobrar uma explicação de umaempresa de televisão que está fazendo

A abertura será na segunda-feira, às20h, e estará no shopping até o dia 22 demaio.

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 27

Para finalizar, gostaria de convidartodos para um coquetel de confraternização aotérmino desta sessão, que o Sindicato estaráoferecendo para os seus convidados, para acategoria e para todos os que vieram nosprestigiar.

protocolo quebrado, com o Deputado AltairGuidi fazendo confissões numa homenagemmuito justa prestada ao jornalista Nei Manique,e tivemos até o beijo de um comunista na facedo mais experiente Zuri Machado.

As modernas tecnologias levaram ainformação à rede mundial de computadores -a Internet -, permitindo o rompimento defronteiras e consolidando os veículos decomunicação como pontes entre os povos,porque mostram a milhões de pessoas asmúltiplas culturas e costumes.

(Passa a ler)Muito obrigada! “As palavras têm um poder

imensurável, podem unir ou dividir pessoas,agregar ou provocar hostilidade entreNações.

(Palmas) Através do Sindicato dos Jornalistasde SC, no seu cinqüentenário, a AssembléiaLegislativa cumprimenta todos os profissionaisda comunicação do Estado comprometidoscom a ética e a neutralidade.”

(SEM REVISÃO DA ORADORA)(A jornalista Maria José Baldessar

faz a entrega de um livro ao Sr. Presidente,Deputado Julio Garcia.)

Na era da comunicação, os jorna-listas se fortaleceram como porta-vozes dosacontecimentos e do conhecimento, pela suacapacidade de relatar os fatos, de dar forma agrandes debates de idéias, analisá-los eproporcionar àquele que busca a informação aoportunidade de avaliar e tecer sua própriaopinião sobre os temas em pauta.

(Palmas) Convido todos para, de pé, ouvirmos aexecução do Hino de Santa Catarina, inter-pretada pelo Coral da Assembléia Legislativa.

O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Excelentíssimo ex-Governador deSanta Catarina, Ivo Silveira; (Procede-se à execução do Hino.)

Excelentíssimo Prefeito de Lages,Raimundo Colombo;

Esta Presidência agradece a todas asautoridades, com assento à mesa, pela presença,a todos que nos honraram com o seu compareci-mento e também ao Coral da AssembléiaLegislativa, convidando todos para o coquetel e oautógrafo do livro no hall deste Poder.

Excelentíssimas autoridades presentes,senhores homenageados e seus familiares,convidados, imprensa de um modo geral,jornalistas, Sr. Deputado Afrânio Boppré, autor dorequerimento que originou esta sessão solene,Srs. Deputados Altair Guidi, Vânio dos Santos,Reno Caramori e João Henrique Blasi.

Os meios de comunicação são osprincipais instrumentos informativos eformativos de orientação e inspiração para oscomportamentos individuais, familiares esociais. Antes de encerrar a presente sessão

convocamos outra, solene, para a outorga deMedalha Cruz e Sousa, no próximo dia 16 docorrente mês, às 19h.

A abordagem adequada dosassuntos promove a compreensão, elimina opreconceito e estimula o desejo de buscarmais conteúdo para aprimorar o saber.

Vivemos, caro jornalista MoacirPereira, uma sessão descontraída, com o Está encerrada a presente sessão.

P U B L I C A Ç Õ E S D I V E R S A S

ATAS DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICASO SR. DEPUTADO PAULO ECCEL - Inicialmente, cumprimento o

Sr. Presidente, os Srs. Deputados, os integrantes da mesa, os nossosconvidados, as entidades aqui representadas e o grupo da terceiraidade que hoje nos visita. Sejam todos bem-vindos.

ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO EJUSTIÇA PARA DISCUTIR SOBRE A DEFENSORIA PÚBLICA,REALIZADA NO DIA 10 DE MAIO DE 2005, ÀS 9H.

Sr. Presidente, espero não utilizar os dez minutos disponibili-zados por V.Exa., apesar de reconhecer a relevância e importância dotema que motivou a aprovação, por unanimidade, na Comissão deConstituição e Justiça, da realização desse debate para tratarmos desensibilizar Santa Catarina a respeito desse tema, já esgotado emmuitos Estados porque a Defensoria Pública já existe na prática, sãopoucos os Estados da Federação que ainda não a criaram.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Encerrada areunião ordinária da Comissão de Constituição e Justiça, damos início àaudiência pública sobre a criação de Defensoria Pública no Estado deSanta Catarina.

Convidamos para que façam parte da mesa o Dr. LeopoldoPortela Júnior, Presidente da Associação Nacional de DefensoresPúblicos de Brasília; o Deputado Paulo Eccel, autor do requerimento; oVice-Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, DeputadoCelestino Secco; o Dr. Marcelo Micheloti, representando a DefensoriaPública da União; a Vereadora Ângela Albino, representando a CâmaraMunicipal de Florianópolis; o Dr. Giovani Rodrigues Mariot, repre-sentando a Ordem dos Advogados do Brasil, seção de Santa Catarina; oSr. Paulo Henrique Moritz Martins da Silva, representando o Corregedor-Geral de Justiça; o professor Alceu de Oliveira Pinto Júnior, repre-sentando a Univali em Biguaçu; o Sr. VoInei Rosalen, Presidente doSindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Santa Catarina -Sinjusc.

Essa reivindicação da criação de Defensoria Pública é semprepautada nas assembléias, nos congressos do movimento popular deSanta Catarina, que se ressente da falta de um defensor na hora de umencaminhamento de alguma demanda comunitária.

Temos hoje no Estado Santa Catarina uma experiência suigeneris, que é a Defensoria Dativa prestada pela OAB. Sou advogado, ecomo advogado também presto a Defensoria Dativa como exercício daadvocacia, mas sabemos das limitações no que se refere ao atendi-mento do movimento popular.

Então, para que nós pudéssemos discutir essa questão trazendo asexperiências dos outros Estados, verificando concretamente na prática comoisso funciona e ouvindo, logicamente, a posição de lideranças e autoridadescatarinenses ligadas ao Ministério Público, à Corregedoria, ao próprioJudiciário, ao Sindicato dos Servidores e à própria OAB, fizemos umrequerimento solicitando essa audiência pública, o qual foi aprovado porunanimidade pela Comissão de Constituição e Justiça.

Esta Presidência registra a presença do Dr. Glauco David deOliveira Souza, Presidente da Associação de Defensoria Pública deMinas Gerais; do Sr. Antônio Mafezzoli, do Movimento pela DefensoriaPública em São Paulo; da Sra. Simone Lolatto, da CoordenaçãoEstadual da União Brasileira de Mulheres (UBM); do Sr. WoIney Chucre,representando a CUT de Santa Catarina; da Sra. Maria Estela daConceição, representando a RNP+Brasil - Rede Nacional de PessoasVivendo com HIV - de Florianópolis; do Sr. Vereador Paulinho da Silva(PC do B), da Câmara Municipal de Chapecó; do Sr. Sandro Ricardo daSilva, representando a Câmara Municipal de Itajaí; do Sr. ModestoAzevedo, Presidente da União Florianopolitana de EntidadesComunitárias; da Sra. Sônia Maria Piardi, Promotora de Justiça eCoordenadora do Centro de Apoio Operacional da Cidadania eFundações; da Sra. Cláudia Silva, representando o Vereador JoãoBatista Nunes, de Florianópolis; da Sra. Ticiana de Oliveira Alvares,Presidente da União da Juventude Socialista (UJS); do Grupo Renascer,da terceira idade, do Município de Timbó.

Espero que saiamos daqui sensibilizados a respeito dessetema para que, a partir desta audiência pública, possamos encaminharconcretamente tudo aquilo que for apontado aqui.

Desde já, eu quero agradecer a todos os nossos convidados,que, gentilmente, aceitaram o convite para debater esse assunto namanhã de hoje, e faço votos que nós tenhamos um bom debate. Sópelo fato de estarmos realizando esta audiência pública na manhã dehoje e iniciando esse debate, Santa Catarina ganha, com certeza. Sailucrando, como se diz popularmente.

Muito obrigado, e um bom debate a todos.O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Esta Presidência

gostaria de registrar as seguintes correspondências: (Passa a ler.)“Ofício nº 129/05“Em resposta ao ofício CCJ nº 0109/05, exarado por esta

Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa de SantaCatarina, honra-me comunicar a Vossa Excelência a impossibilidade denosso comparecimento à audiência pública na qual se discutirá anecessidade da implantação da Defensoria Pública Estadual”.

Cumprimentamos todos e agradecemos a presença nestePlenário.

O Deputado Paulo Eccel solicita que esta Presidência convidepara tomarem assento à mesa o Dr. Glauco David de Oliveira Souza,Presidente da Associação de Defensores Públicos de Minas Gerais, oSr. Antônio Mafezzoli, do Movimento de Defensoria Pública de SãoPaulo, e a Sra. Sônia Maria Piardi, que representa o Ministério Público.

Outrossim, enfatizamos que a Magistratura catarinense estádividida em relação ao tema, não havendo, portanto, uma posiçãooficial a respeito. A questão será debatida no âmbito da Associaçãodos Magistrados Catarinenses (AMC), e, tão logo tivermos umposicionamento oficial, comunicaremos a esta Casa. (...)

Com a palavra, por dez minutos, o Deputado Paulo Eccel,autor do requerimento.

Processo Informatizado de Editoração - DIVISÃO DE ANAIS

28 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

(a)Dr. Ricardo Roesler - Presidente.” Não há o que se falar em um estado democrático de direito,não há o que se falar em direitos humanos, em direitos sociais, não háo que se falar em cidadania se não se falar em Defensoria Pública nummodelo constitucional que é exemplo hoje para a América Latina. Nóstemos duas entidades internacionais, a Associação Interamericana deDefensorias Públicas e o Bloco dos Defensores Públicos do Mercosul,pelos quais temos, como defensores públicos, condição de mostrar elevar aos colegas internacionais o modelo estatal público de acesso àJustiça pela população carente.

O professor Paulo Ivo Koehntopp, da Univille, comunica a suanão-participação por estar participando de uma reunião do Conselho deDesenvolvimento Regional.

O Dr. Eládio Torret Rocha, Corregedor-Geral da Justiça, solicitaque o Dr. Paulo Henrique Moritz Martins da Silva o represente nestaaudiência pública.

Com a palavra o Dr. Leopoldo Portela Júnior, Presidente daAssociação Nacional dos Defensores Públicos de Brasília, por cincominutos. Agradeço a oportunidade, Sr. Presidente.

O SR. LEOPOLDO PORTELA JÚNIOR - Bom-dia a todos. Écom muita satisfação que estou hoje em Santa Catarinadeflagrando o movimento pela criação da Defensoria Pública doEstado de Santa Catarina, organizado pelo Sindicato dosServidores do Judiciário, na pessoa do seu Presidente, VoIneiRosalen.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Esta Presidênciaregistra a presença do professor Rogério Duarte da Silva, coordenadordo curso de Direito do Cesusc.

Com a palavra a Dra. Sônia Maria Piardi, Promotora de Justiça ecoordenadora do Centro de Apoio Operacional da Cidadania eFundações, por cinco minutos.

Desde já, também agradeço ao Deputado Paulo Eccel, autordo requerimento para esta audiência pública, que é a oportunidadeque a gente tem de discutir Defensoria Pública aqui em SantaCatarina.

A SRA. SÔNIA MARIA PIARDI - Bom-dia a todos. Quero agradecero convite feito a mim pelo Dr. Marcelo, Procurador da União em SantaCatarina, para aqui apresentar a minha posição pessoal sobre esseassunto. Aliás, eu fui defensora pública, antes da Constituição Federalde 1988, no Estado do Rio Grande do Sul, quando já tinha uma carreiraorganizada, que depois sofreu a transformação exigida pelaConstituição Federal.

Fui surpreendido por ser o primeiro a se manifestar,gostaria de ficar para uma segunda fase. Como defensorpúblico do Estado de Minas Gerais e Presidente da AssociaçãoNacional dos Defensores Públicos, e, nessa condição, fazendoum trabalho em todo o Brasil pela divulgação e fortalecimentoda Defensoria Pública, tenho a dizer que Santa Catarina estána contramão.

Dr. Leopoldo, Santa Catarina não é só o último Estado quedeverá criar a sua Defensoria Pública, este Estado tem uma situaçãomuito peculiar. Nós precisamos é mudar a nossa Constituição Estadualpara que possa ser implementada aqui a Defensoria. Há necessidadede ajuizamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra oartigo 104 da Constituição do Estado de Santa Catarina, que preconizaque a Defensoria Pública será exercida pela Defensoria Dativa eassistência judiciária gratuita, nos termos da lei complementar. E a LeiComplementar nº 155 atribui essa função à assistência judiciária daOAB. Então, numa distorção completa, afrontando o artigo 134 daConstituição Federal, bem como os artigos 5º e 75.

O Deputado Paulo Eccel falava que Santa Catarina é hoje, comabsoluta certeza, o último Estado da Federação que não tem umaDefensoria Pública nos moldes constitucionais, conforme determina oartigo 134 da Constituição Federal. Por quê? Porque em Goiás, e numaatuação muito importante do Ministério Público daquele Estado, foicriada agora em abril e foi sancionada a Lei Orgânica da DefensoriaPública.

Em São Paulo, o organizador do Movimento pela DefensoriaPública é o Antônio Mafezzoli, Presidente do Sindicato dosProcuradores dos Estados, Procurador na Procuradoria deAssistência Jurídica (PAJ) e futuro colega defensor público noEstado de São Paulo. E já está nas mãos do Governador Alckmin oanteprojeto de lei para ser encaminhado à Assembléia nospróximos dias. São Paulo, então, vai criar também a suaDefensoria Pública.

Então, a nossa Defensoria aqui atua só na fase judicial, nãoestá atuando na fase extrajudicial, como prevê a Constituição Federal.Então não são só problemas da população os direitos individuais, quedevem ser perseguidos judicialmente, e muitos deles podem serresolvidos administrativamente, extrajudicialmente, mas a nossaDefensoria não permite porque o advogado que for consultado, se vier aatuar extra-oficialmente, não terá remuneração, ele fará uma caridade àpessoa carente que não pode acessar a Justiça.

O sistema hoje em Santa Catarina não é o modelo maislegal, não é o mais viável, é o mais oneroso, sabemos disso,se fizermos a comparação com os números dos outrosEstados. Eu vou deixar essa parte para o Mafezzoli, para eledar o exemplo só de São Paulo. Poderia falar do meu Estado,Minas Gerais, onde temos 420 defensores públicos, e nasemana que vem, vamos empossar 160 defensores públicos.Seremos a segunda maior Defensoria Pública do Brasil, e jáfomos a maior, porque em dezembro de 1998 nós éramos 728,hoje somos 420.

Da maneira como está redigido o artigo 104 da ConstituiçãoEstadual, ela está cerceando o direito de acesso à Justiça de um modogeral, no sentido lato, a toda população catarinense. Existem muitosadvogados abnegados em Santa Catarina que trabalham pela justiçajudiciária. Esse é um modelo que não pode ser extinto de pronto, comcerteza, ele deve permanecer, mas para possibilitar que aos poucos,revogado esse artigo da Constituição Estadual... E espero que saiadesta Casa e desta audiência pública a decisão de encaminhamento deuma representação ao Procurador-Geral de Justiça da República, paraque esse artigo seja revogado e para que haja Defensoria. Enquantonão fizermos isso, estamos “chovendo no molhado”.Por que um êxodo de 45% do nosso efetivo? Por falta de

condições de trabalho e remuneração digna, porque a autoridadeconstituída não está preocupada com a questão do acesso do pobre àjustiça e não faz a política destinada ao fortalecimento da DefensoriaPública.

Essa iniciativa da Associação Nacional é muito importante,bem como a acolhida aqui por parte da Assembléia Legislativa - oDeputado Paulo Eccel foi quem fez o requerimento -, para que pudés-semos trazer à lume da sociedade catarinense o que ela está deixandode ter, o que ela está perdendo como modelo, que a nossaConstituição Estadual preconizou.

Hoje a situação em Minas Gerais é diferente, nós temoshoje um Governador preocupado, sensível. No plano federal... Efalo isso com a maior propriedade porque, atuando em Brasíliacomo agente político da Defensoria Pública, representando a Casados Defensores Públicos, vemos como o Governo Federal estásensível à causa da Defensoria Pública. Está aqui o nosso colegadefensor público da União, que tem ciência disso, e a nossapreocupação e a do Ministério da Justiça é que a DefensoriaPública não seja implementada.

Quer dizer, além de a população carente não ter assistênciana área administrativa, na área extrajudicial, porque não se permite queo advogado que assim trabalhe seja remunerado (como eu disse antes,se o fizer, será caridade), ainda por cima ela tem dificuldade às vezesde, em municípios pequenos, acessar à Justiça, porque ou não háadvogados ou há apenas um ou dois. E quando o advogado já foicontratado pela parte contrária, ela não tem como acessar o Judiciárioou a assistência de que necessita.A maior prova disso é a reforma do Judiciário, é a Emenda

Constitucional 45, recém-aprovada no Senado Federal, que deuautonomia orçamentária, financeira, administrativa e funcional àsDefensorias Públicas. Em outras palavras, isso coloca a Defensoria nomesmo patamar do Ministério Público.

Quanto aos custos, com certeza os colegas quetrabalham na Defensoria já têm o levantamento, e eu tive aoportunidade de ver o levantamento que o Dr. Marcelo fez. SantaCatarina está muito atrasada. A Lei Complementar nº 80 é de1994, e quanto mais Santa Catarina esperar, mais oneroso e maisdifícil será instituir esse serviço, que é essencial à prestação dajustiça. Está escrito no artigo 134 da Constituição Federal: (Passaa ler.): "A Defensoria Pública é instituição essencial à funçãojurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e adefesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do artigo5º, LXXV.”

Por que no mesmo patamar? Porque nós precisamos ter amesma estrutura. A nossa carreira tem que ser tão prestigiada quantoas demais carreiras jurídicas. Quando a gente faz um comparativo como Ministério Público é porque fazemos o contraponto a ele. E a genteprecisa ter uma boa remuneração, boas condições de trabalho, umacarreira que realmente motive o defensor a ficar no quadro, e nãosermos só um berço de formação de mão-de-obra qualificada paraoutras Defensorias. Então, proponho que o nosso direcionamento seja no sentido

de representarmos pela inconstitucionalidade do artigo 104 da nossaConstituição Estadual, e, por via de conseqüência, vai cair também aLei Complementar 155, que o regulamentou.

Meu tempo é muito curto para dizer tudo o que gostaria,mas a idéia principal é motivar neste Parlamento, na Casa do Povo,essa discussão, que é o direito de acesso à Justiça pela populaçãocarente. Obrigada.

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 29

O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Muito obriga-do, Dra. Sônia.

Com a palavra o Dr. Glauco David de Oliveira Souza,Presidente da Associação dos Defensores Públicos do Estado de MinasGerais.Convidamos para fazer uso da palavra o Dr. Antônio Mafezzoli, do

Movimento pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo. O SR. GLAUCO DAVID DE OLIVEIRA SOUZA - Sr.Presidente, é uma honra estar aqui falando neste Plenário para opovo catarinense.

O SR. ANTÔNIO MAFEZZOLI - Bom-dia a todos. Cumprimento oSr. Presidente da mesa e os demais Deputados desta Casa.

Agradecemos o convite. É uma honra estar aqui no Estado deSanta Catarina discutindo esse assunto que nós, em São Paulo,iniciamos há três anos.

O assunto que nos traz aqui é um assunto que nos tem moti-vado e feito participar de eventos semelhantes ao longo do País,porque nós temos a convicção de que estabelecer, instalar aDefensoria Pública segundo o modelo constitucional preconizado é umademanda da sociedade, já que é um instrumento de participação social,uma forma de remissão de conflitos, uma forma de minimização daviolência. E não fosse o ordenamento constitucional, já haveria aíbastantes elementos para atrair a atenção necessária para esseinstituto tão relevante para o cidadão.

Eu participo da coordenação do movimento pela criação daDefensoria Pública em São Paulo, que congrega 434 entidades dasociedade civil. Como foi dito pelo Leopoldo, São Paulo é o penúltimoEstado a criar a sua Defensoria Pública, o que almejamos que aconteçabrevemente - o Governador tem dito reiteradas vezes que enviará oprojeto em poucos dias à Assembléia de São Paulo.

Eu gostaria de dar umas pincelas rápidas em alguns temas.Primeiro, na linha do que disse a ilustre Promotora de Justiça, aConstituição Federal define o modelo de prestação de assistênciajurídica a pessoas carentes no Brasil. Ela diz que é direito de todas aspessoas o acesso à Justiça e que o Estado patrocinará, efetivará essedireito através da Defensoria Pública.

Já foi dito aqui que o modelo preconizado da assistênciajurídica - e vale dizer aquela assistência integral que diz respeitonão só ao contencioso judicial mas ao acesso à ordem jurídica -deve-se dar por meio do Estado, segundo uma instituição moldadaem carreira, com ingresso através de mérito de profissionaisservidores que estão dotados de garantias e prerrogativas, visandojustamente estabelecer a igualdade jurídica que a Constituiçãoassegura.

A assistência jurídica à pessoa carente pode ser feita porqualquer pessoa, por qualquer entidade: faculdades, ONGs, movimen-tos sociais etc. Não há monopólio disso. Mas o Estado só pode fazerde uma maneira, que é através da Defensoria Pública. Em outraspalavras, o Estado só pode gastar dinheiro público com o modelo cons-titucional. Ou se muda a Constituição Federal, e não é difícil hoje emdia, ou se cumpre o que está nela, que é cada Estado e a Uniãoinstalarem a sua Defensoria Pública.

Essa igualdade não pode se dar meramente no plano formal,designando um profissional que vai incumbir da defesa dos direitoscomo autor-réu num processo judicial, ela deve se dar de fato dandomeios para que essa defesa possa ser exercida da forma plena, damelhor forma que pode ser exercida por aqueles que têm recursoseconômicos e contratam grandes escritórios, profissionais qualificadose com a infra-estrutura necessária.A Defensoria Pública, como já foi dito, não cuida só da assis-

tência judiciária como é prestada hoje. O acesso à Justiça, que significaacesso a uma decisão justa à solução dos conflitos que envolvempessoas, não é meramente a chegada ao Fórum e ter um advogado queapresente uma ação ou que defenda uma ação. O acesso à Justiçacompreende muito mais que isso, e a Defensoria Pública é a únicainstituição que pode fazer isso, através de orientação extrajudicial, deeducação em direitos, ensinando os direitos às pessoas carentes.Primeiro porque é um requisito da cidadania, que também é um direitoconstitucional; segundo, porque conscientes dos seus direitos, elaspodem transitar melhor no mundo, serem menos vitimizadas nas suasrelações.

Então, o fundamento desse modelo é afirmar na prática aisonomia jurídica, que é um princípio da nossa Constituição: o princípioda igualdade. E temos a convicção de que isso só pode se dar por meioda assistência jurídica prestada pelo Estado.

Falo aqui na condição de Presidente da Associação deDefensores Públicos de Minas Gerais; estou imbuído nessa tarefa já hábastante tempo, e não só em Minas Gerais, mas também (e é oaspecto que eu quero me deter nessa minha breve intervenção) emrelação ao modelo que é praticado aqui.

Eu sou, também, Conselheiro da Ordem dos Advogados doBrasil, seção de Minas Gerais, onde presido a Comissão da AdvocaciaPública, uma comissão permanente que tem justamente a incumbênciade zelar por esse segmento da advocacia, aí compreendida também aadvocacia pública, aquela que estabelece a defesa do erário e dosinteresses jurídicos do Poder Público.

A Defensoria Pública também pode contar com um serviçomultidisciplinar de atendimento, agregando outros saberes, como depsicólogos e assistentes sociais, para buscar a melhor saída para osconflitos que as pessoas estão envolvidas, que não se resolvemsimplesmente com uma decisão judicial, como é o caso de ações deseparação, de cobrança de alimentos, enfim.

Temos uma visão bastante crítica em relação a essemodelo. Nós tivemos esse modelo em Minas Gerais, que aindaexiste de forma residual, meramente supletivo, e tende aacabar, porque a Defensoria Pública está se estruturando deforma adequada.

A Defensoria Pública, para exercer esse mister, tem que seruma instituição autônoma, independente, transparente, aberta para aparticipação e o controle da sociedade civil, que é a destinatária finaldas suas funções. Também pode prestar um serviço melhor organizado,nem se discutindo a eficiência comparativamente aos modelos hojeexistentes, por três motivos: primeiro, porque permite que se selecio-nem bons profissionais, os melhores profissionais naquele momento,por concurso público; segundo, porque permite que esses defensoressejam treinados no momento do ingresso e, posteriormente, através deum treinamento continuado; terceiro, porque se permite fiscalizar aatuação desses profissionais como servidores públicos que são, osquais têm que cumprir com suas tarefas. Não cumprindo, podem serpenalizados por isso.

O meu colega defensor público de Minas Gerais, LeopoldoPortela, meu dileto amigo, diz que vamos agora empossar na semanaque vem 160 novos defensores públicos. Isso é fruto de uma luta árduada classe e da compreensão da sociedade, e o Governador do Estadoincorporou que tem que estruturar esse serviço. Em parte, essaestruturação demorou pelo fato de existir esse sistema de dativos, queestá fenecendo, como eu disse.

Então, sou bastante crítico, na qualidade de advogado,Conselheiro e membro dessa Comissão, porque falo também interpre-tando o sentimento da própria seccional mineira.

Em termos de custos, que é uma grande preocupação, e temque ser uma grande preocupação hoje em dia. Nossos estudos em SãoPaulo demonstram que é mais barato manter-se a Defensoria Públicado que outros serviços alternativos. O Estado de São Paulo tambémpossui um convênio com a Ordem dos Advogados, que no ano passadoconsumiu 120 milhões de reais, que dividido pelo número de atendi-mento que os advogados conveniados de São Paulo fizeram, vai dar umcusto por atendimento de 230 reais. Comparando à Defensoria Públicado Rio de Janeiro, que é a mais bem organizada no Brasil, que fez 2milhões e 200 mil atendimentos no ano passado, com 699 defensores,cada atendimento no Estado do Rio custou 50 reais.

É um modelo falido por vários aspectos: primeiro, porqueele não assegura a necessária independência do advogadodesignado para exercer por inteiro suas prerrogativas, os seusencargos, exaurir o direito de defesa. Aquele advogado quedepende, numa Comarca do interior, da nomeação de um juiz, oueventualmente (eu não sei exatamente como é o processo aqui) deuma nomeação, de uma estrutura qualquer, ele fica manietado nasua independência no sentido de fazer valer os interesses, osdireitos que lhe foram submetidos, porque isso pode inviabilizar asua própria manutenção nesse sistema.

Ele não assegura qualidade na medida em que não estásujeito a controle, porque os atos praticados não estão sob o crivo denenhuma ordem. E pelo fato de ser um cidadão pobre, que não temquem zele por seus interesses, ele fica bastante enfraquecido emrelação ao trabalho que está sendo feito.

Portanto, nós estamos gastando em São Paulo mais dequatro vezes do que gastaríamos se houvesse em São Paulo umaDefensoria Pública instalada nos moldes da instalada no Rio de Janeiro.Então é mais barato, é mais bem organizado e é, por final, ocumprimento à Constituição, que só por isso já seria motivo suficientepara a criação da Defensoria Pública.

Esse modelo fere também o princípio da impessoalidadeà medida que, em função da complexidade da ação, em função dabaixa remuneração pelo serviço, não motiva o profissional a aceitaraquele encargo. E o cidadão que estiver numa situação dessanatureza, principalmente quando tem que enfrentar interessespoderosos como bancos, seguradoras e o próprio Poder Público,vai ter dificuldade de encontrar quem lhe assegure esse direito dedefesa.

Era isso, e agradeço mais uma vez a oportunidade de estarcontribuindo para esse debate aqui no Estado de Santa Catarina.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - EstaPresidência comunica às pessoas que estão fazendo uso da palavraque, caso ainda queiram aditar mais alguma coisa, ao final serápermitido que o façam.

Processo Informatizado de Editoração - DIVISÃO DE ANAIS

30 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

Ele não assegura também o princípio da moralidade na medi-da em que não está sujeito a controle, e sendo um serviço malremunerado, é perfeitamente legítimo entender-se que em algumasvezes, senão várias vezes, o cidadão tenha que desembolsar recursosou para fazer com que a defesa seja da forma como deve ser ou comoforma de subsidiar uma remuneração insuficiente, sendo que o modelopreconizado diz que a assistência deve ser integral e gratuita.

Quero destacar um dado novo desta semana, trazido pelarevista Veja, no relatório feito pelo Supremo Tribunal. Diz o relatório quena Defensoria Pública do Estado do Mato Grosso do Sul o custo poratendimento é de 53 reais. Portanto, como disse o colega de SãoPaulo, é mais econômico o sistema da Constituição, e não bastasseisso, é o determinado pela Constituição.

Para encerrar, gostaria apenas de ressaltar que esse atendi-mento que é prestado também extraprocessual faz com que desafogueo Judiciário. Muitos e muitos casos são resolvidos administrativamentee também perante a Defensoria Pública, evitando que se ajuízem açõesindevidamente e congestionando ainda mais o Judiciário.

Ele não assegura, ainda, o princípio da universalidade, namedida em que não é estendido a todos, não está disponível para aefetividade de cidadãos pobres nem é integral, abrangendo também ocontencioso administrativo, o consultivo e a mediação de conflitos, quesão inerentes à atividade do Estado por meio da Defensoria Pública eque são, como eu já disse, fatores de pacificação social, minimizaçãode conflitos.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Com a palavra

o Dr. Paulo Henrique Moritz Martins da Silva, representado neste ato aCorregedoria-Geral de Justiça.Ele não assegura também o princípio da igualdade, na medi-

da em que, pelo que eu vi, é uma tabela sub-remunerada, que, a meuver, motivará muito poucos profissionais qualificados a assumir aquelesencargos, os quais, ganhando ou perdendo, vão ter direito de receber.

O SR. PAULO HENRIQUE MORITZ MARTINS DA SILVA - Sr.Presidente, diante da exigüidade do tempo, concederia o meu tempopara que os nobres integrantes da mesa pudessem fazer uso dapalavra de forma muito mais qualificada, porque têm muito mais aagregar ao debate do que a posição pessoal que eu possa trazer.

Por último, não assegura a isonomia jurídica, porque são pro-fissionais que não têm as garantias e prerrogativas que o defensor temjustamente para justapor essa isonomia formal que não existe. Obrigado.

Então, para nós é um modelo fadado ao insucesso, ele nãoserve ao cidadão pobre, e o cidadão pobre não pode ser tratado deuma forma subalterna, ele tem que ter assegurado, e por meio doEstado, a garantia de igualdade jurídica.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Muito bem.Concedo a palavra à Vereadora Ângela Albino, da Câmara Municipal deFlorianópolis, por cinco minutos.

A SRA. VEREADORA ÂNGELA ALBINO - Obrigada, Sr.Presidente, em nome de quem cumprimento toda a mesa e as autori-dades aqui presentes.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Com a palavra

o Dr. Marcelo Micheloti, representado a Defensoria Pública da União. A abordagem do tema pode ter dois enfoques, um enfoqueconstitucional, legal, e um enfoque social, mas, dado o brilhantismojurídico da mesa, vou ater-me à discussão social.

O SR. MARCELO MICHELOTI - Exmo. Deputado Jorginho Melo,Presidente desta Comissão; Srs. Deputados; meu único colega em SantaCatarina, Dr. André; defensores públicos; autoridades e demais presentes. Nós temos uma brincadeira aqui na cidade de dizer que em

função da quantidade de cursos de Direito que temos no entorno, acada esquina que se vai, esbarra-se num profissional de Direito. Eu soubacharel, e isso às vezes se torna um constrangimento.

A questão constitucional da matéria foi muito bem abordadapelos oradores que me antecederam, e vou tentar modificar um pouco oenfoque da explanação.

Gostaria de contar um fato que presenciei, apesar da minhapouca idade, antes de ser defensor público, cargo que exerço há maisde três anos - eu atuei na atividade privada. Uma pessoa, para sedefender de um processo criminal perante a Justiça estadual no Estadode São Paulo, teve que vender a própria casa para ter um atendimentojurídico de qualidade.

Aprendi recentemente que na periferia da cidade um advoga-do vale tanto quanto um médico, por exemplo. Em nosso Estado, noslugares onde o Poder Público ainda não esteve presente, a funçãojurisdicional, a função que todo o corpo jurídico pode dar é extrema-mente relevante, e tem sido um grande entrave no pleno exercício dosdireitos humanos (sic).

Aí a pergunta: o sistema em São Paulo é idêntico ao de SantaCatarina, como já foi dito, e esses modelos cumprem os princípios daConstituição Federal, que garante ao nosso cidadão o direito decidadania e a dignidade da pessoa humana? A pessoa que tem quevender seu próprio lar, a sua humilde casa, para obter um atendimentojurídico, que é devido pelo Estado, não tem respeitado seu princípio dadignidade, o Estado não está cumprindo esses princípios fundamentais.

Na verdade, estamos falando na possibilidade de cidadãos ecidadãs exercerem plenamente os seus direitos humanos. Não é à toaque nesta audiência pública estão presentes a União Brasileira deMulheres, o Movimento de Livre Orientação Sexual, a União daJuventude Socialista, a União Florianopolitana das EntidadesComunitárias e o Fórum da Cidade.

Essa é uma reivindicação enorme do movimento social, etenho absoluta convicção de que a história vai saber reconhecer opapel que o Deputado Estadual Paulo Eccel vai ter nessedesdobramento - porque esperamos ver constituída a DefensoriaPública -, provocado que foi pelo Sindicato do Judiciário Estadual aquide Santa Catarina.

A Defensoria Pública da União foi instalada aqui emFlorianópolis no início de 2002. O primeiro concurso da categoria foifeito no ano de 2001, apesar da previsão constitucional de 1988 e daLei Complementar nº 80, de 1994. No ano passado houve o segundoconcurso, mas, para o conhecimento de todos, no Brasil há apenas 94defensores públicos da União, enquanto que o Governo Federal, parasua defesa, tem em torno de cinco mil advogados da União,Procuradores Federais. E o Ministério Público Federal, o órgão acusadorno âmbito federal, tem em torno de 900 integrantes.

Nós estamos numa quadra mundial de defensiva do movi-mento popular, e lamento ver que nós temos que fazer uma grandemovimentação apenas para pedir o cumprimento de uma determinaçãoconstitucional que já está regulamentada por lei complementar, que jáestá implantada em praticamente todo o País.Então, há disparidade: para a acusação no processo criminal

no âmbito federal, 900, e para a defesa do pobre, 94. Por isso que nascadeias deste Brasil só se vê pobre, infelizmente.

Estou ouvindo as falas aqui e fico convencida de que o quenos falta agora é irmos em frente e constituirmos efetivamente aDefensoria Pública em Santa Catarina. Não há mais argumentospossíveis, nem o de custo, porque o grande entrave quando se coloca otema em discussão é que a Defensoria Pública é cara. Os defensorespúblicos que estão na mesa já nos demonstraram que a realidade écompletamente diferente.

É importante destacar que no ano passado foi feito um rela-tório pela ONU a respeito do Judiciário brasileiro, que foi divulgado noinício do mês de março. O interessante é que esse relatório que tratado Judiciário disse que o grande problema do Brasil é a falta de acessoda população marginalizada à Justiça. Relatório da ONU! E recomendouque a União, no âmbito federal, e os Estados-membros instituam eimplementem a Defensoria Pública.

Portanto, guardo a esperança de que depois de hoje aqui, econsiderando que o Líder do Governo nesta Casa é um jurista respeita-díssimo, um amante das leis deste País, nós vamos conseguirfinalmente sensibilizar o Governo do Estado, para que possamosgarantir aos cidadãos deste Estado o pleno exercício dos seus direitoshumanos, o pleno exercício dos seus direitos constitucionais.

Esse relatório por si basta para mostrar que os modelos exis-tentes ainda em Santa Catarina e em São Paulo são totalmentedesprovidos da qualidade jurídica, do atendimento à necessidade dopobre, que é o acesso à jurisdição.

Quero destacar que aqui em Santa Catarina há apenas umnúcleo da Defensoria Pública da União, instalado em Florianópolis ecomposto apenas de dois defensores públicos, sem nenhumfuncionário de apoio. Temos apenas estagiários no atendimento.Mesmo assim, com a dedicação exclusiva que o defensor público tempor determinação constitucional, conseguimos no mês de marçoatender cerca de 300 pessoas. E por uma iniciativa inovadora, acredito,conseguimos convênio com uma universidade local, e temos também oserviço social implementado em nosso núcleo.

Agradeço profundamente ao Deputado Paulo Eccel e aoSinjusc, que está oportunizando essa discussão e colocando na ordemdo dia esse tema de grande relevância para o movimento social. Tive oprazer, como Vereadora de Florianópolis, de ter recebido pleitosemelhante do Fórum da Cidade, na pessoa do nosso companheiroaqui presente, e também da Ufeco, para que nós também iniciássemosa discussão de Defensoria Pública no âmbito municipal. Com certezaagora, na oportunidade do PPA, vamos discutir esse avanço, pois oscidadãos de Santa Catarina precisam emergencialmente que o Estadolhes garanta o pleno exercício de seus direitos.Portanto, a pessoa vai até a Defensoria buscar um atendi-

mento jurídico e acaba tendo um serviço social, um encaminhamento aalguns programas dos quais ela pode se valer na sua condição decarente.

Obrigada. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Agradeço à

Vereadora Ângela Albino.

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 31

Esta Presidência registra a presença de WashingtonCampos, coordenador do Grupo New Floripa de adolescentes ejovens gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e aliados daGrande Florianópolis.

Sei que alguns Deputados ou alguns dos senhores poderãosuscitar o segundo aspecto, que é como montar, como fazer e quantoisso custa. Agora, é preciso que não se tenha dúvidas sobre o primeiro.O Estado de Santa Catarina não cumpre a Constituição Federal, epermita-me, Dra. Sônia, o artigo 104 da Constituição Estadual perantea Carta Federal não tem a menor validade, certo?

A SRA. VEREADORA ÂNGELA ALBINO - Pela ordem, Sr.Presidente. Eu gostaria de pedir desculpas, mas a Câmara deVereadores está vivendo um momento muito turbulento e vou precisarme ausentar.

(A Sra. Sônia Piardi manifesta-se fora do microfone: “Por issoque tem que entrar com uma ADIn (inaudível))”.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Muito obriga-do pela sua participação.

Portanto, aqui a questão fundamental é essa.Se me permite, Deputado Blasi, Líder do Governo, essa ques-

tão precisa estar assente entre nós, daí poderemos, sim, passar àsquestões polêmicas de quanto custa, como se implanta e como se faz.

Com a palavra o Sr. VoInei Rosalen, Presidente do Sindicatodos Servidores do Judiciário de Santa Catarina, por cinco minutos.

O SR. VOLNEI ROSALEN - Sr. Presidente da Comissão,Deputado Jorginho Mello, em nome de quem, pela brevidade do tempo,saúdo os demais componentes da mesa, especialmente os defensorespúblicos, que se deslocaram de outras partes do País para aquidiscutirem conosco.

A outra questão sobre a qual não há dúvida, Sr. Deputados, éque o sistema da Defensoria Pública é uma necessidade da nossasociedade. Digo isso porque temos uma parcela significativa da nossapopulação que é empobrecida, com quase nenhum ou pouco acesso adireitos básicos, elementares, e entre esses está a possibilidade de terdireitos e de reivindicá-los através do sistema do Judiciário ou atravésde qualquer outra forma que seja possível.

Se me permite, Deputado Jorginho, vou ler um documentoque me foi encaminhado para que fosse lido a V.Exa.(Passa a ler.)“Brasília, 9 de maio de 2005. Esse é um direito básico do cidadão que está garantido na

Constituição Federal. Se não concedemos ao cidadão o direito depleitear juridicamente, de pleitear no Judiciário ou fora dele o seudireito, estamos negando a esse cidadão a essência de seus direitos. Equalquer outro direito que lhe for negado continuará sendo negado,porque ele não tem possibilidade de acessar por ser pobre, carente esem condições.

Senhor Deputado, sirvo-me do presente para externar agrande satisfação com que recebi o convite que me foi endereçado paraparticipar de audiência pública para tratar da instalação da DefensoriaPública no Estado de Santa Catarina.

Em virtude de agendamentos previamente confirmados,minha presença não será possível, mas gostaria de fazer algunsregistros que me parecem pertinentes. Sabemos mais do que ninguém, como membros e servidores

do Judiciário, que o acesso à Justiça também se condiciona pelascondições materiais dos cidadãos. (Palmas.)

A Defensoria Pública, alçada pela Constituição de 1988 àcondição de função essencial ao sistema de justiça, tem poratribuição prover a assistência jurídica integral e gratuita em favordos economicamente necessitados. Relatório publicado pelaSecretaria de Reforma do Judiciário, intitulado Estudo Diagnóstico -Defensoria Pública no Brasil, atesta que o desenvolvimento eestruturação das diversas instituições da Defensoria Pública noPaís ainda é incipiente, estando aquém da relevante missão quelhe foi confiada.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Melo) - Concedo apalavra ao professor Alceu de Oliveira Pinto Júnior, representando nesteato a Univali.

O SR. ALCEU DE OLIVEIRA PINTO JÚNIOR - Sr. Presidente,membros da mesa, Promotora Sônia, caríssimos presentes, antesdesta audiência, comentava com alguns colegas, o Gustavo Wiggers e oFrederico Gondim(?), que eu não tinha efetivamente uma opiniãoformada sobre a necessidade ou não da Defensoria Pública e queesperava que nesta audiência pública, ouvindo diversas posições, eupudesse me esclarecer. E me surpreende que estejamos ouvindo sóuma posição, estou ouvindo só a posição da Defensoria Pública, nãovejo nenhuma posição da Defensoria Dativa. Isso pode representar queé uma unanimidade a necessidade da Defensoria Pública ou uma totaldesarticulação e desinteresse da Defensoria Dativa.

Deste modo, firmes no propósito de avançar no aprimora-mento e ampliação dos instrumentos de acesso à Justiça, apoiamosintransigentemente a alteração na Constituição Federal, que, inserindoo parágrafo 2º ao artigo 134, concedeu autonomia funcional,administrativa e orçamentária à instituição nos moldes do que égarantido ao Ministério Público de há muito.

Entendemos que, assim agindo estaremos contribuindo paradotar a instituição de meios para se recolocar na administraçãopública, ocupando o espaço que lhe é devido, como ocorreu em outrospaíses que procederam dessa forma.

Alguns pontos colocados pelos que me precederam deixaram-me preocupado, e nesse momento, até pela falta de uma repre-sentação, passarei a relatar algumas dúvidas, porque se é umaaudiência pública, é necessário esse tipo de debate.Nesse contexto, a inexistência de Defensoria Pública em al-

guns Estados da Federação, além de contrariar a vontade do consti-tuinte, se assoma medida diametralmente oposta à tendência atual dese buscar meios para garantir o avanço no sentido da consolidação dosinúmeros direitos proclamados na Constituição Cidadã.

Primeiramente, quero dizer que Santa Catarina age incons-titucionalmente, está ilegal, está na contramão da história. Fico nãoofendido, mas receoso, até por ser catarinense, de estar escutandoisso, quando foi demonstrado que há um artigo na ConstituiçãoEstadual que autoriza a forma que hoje está acontecendo no Estado.Se nós fizermos alguma coisa errada, como bem disse a Dr. Sônia, énecessário uma ADIn para resolver isso aí, e não simplesmente aargumentação de que estamos errados, porque errados não podemosficar.

Observe-se que o Estado de Goiás recentemente aprovou acriação de sua Defensoria Pública, e temos notícia de que o Governadordo Estado de São Paulo irá remeter em breve anteprojeto de criaçãopara o Parlamento daquele Estado.

Assim, não se concebe que o Estado de Santa Catarina, queinegavelmente ocupa posição de destaque no cenário político,econômico e jurídico nacional, não tenha adotado as medidas necessá-rias à instalação da Defensoria.

Outra preocupação é sobre todos os argumentos, muito bemcolocados pelo Presidente de Minas Gerais, e entre eles me deixapreocupado também o fato de que Minas Gerais iniciou com 700defensores e hoje está com 400, uma evasão devido à da falta deapoio.

Entendemos que a melhor prestação de serviço imprescindea formação de quadros públicos, criteriosamente selecionados,submetidos a controle institucional e integrante de um corpo dotado deplanejamento estratégico no sentido da melhor prestação de suaatividade-fim, o que se perfaz com a adoção do modelo constitucionalda Defensoria Pública.

Será que com a implantação também terão os defensorespúblicos apoio necessário? Nessas comarcas, conforme exemplo citadoaqui, em que ninguém tem interesse na assistência judiciária, vai terum defensor público? Teremos a mesma estrutura que tem o MinistérioPúblico?Por essas razões, parabenizo S.Exa. pela iniciativa extrema-

mente adequada e oportuna e manifesto o meu apoio a todas asmedidas tendentes à criação de uma Defensoria Pública catarinenseforte, bem estruturada e autônoma.

E outra: se um defensor público está atendendo 300 pessoaslá, como foi colocado aqui como exemplo, ou vários defensores, e se aassistência judiciária atender 300 também, não terá qualidadenenhuma! Se não há o atendimento para as causas sociais ou até paraexecuções penais, o que me preocupa ainda mais, pois efetivamentenão há atendimento... E não há porque não tem pagamento. Se não sepagar o defensor público para fazer isso, ele também não fará esseatendimento.

Disponibilizo-me, outrossim, para quaisquer esclareci-mentos necessários, desejando pleno sucesso nessa relevanteempreitada.

(a) Dr. Sérgio Rabello Tamm Renault - Secretário Nacional deReforma do Judiciário do Ministério da Justiça.”

Passo informalmente esse documento, que virá com omesmo conteúdo assinado, para V.Exa.

A minha dúvida é se há necessidade de desmontar umsistema histórico que nunca foi apoiado ou se vai ser suficienteimplantar um sistema novo, estatal, para resolver o problema defalta de acesso à Justiça aqui. Imagino que é necessário ainda oaprofundamento da discussão para verificar se o problema quehoje é apontado no nosso Estado é em razão ou da incompetênciadaqueles que o adotaram, ou da falta de qualidade, ou da falta deincentivo, ou se não está sendo subsidiado suficientemente paraque ele possa acontecer a contento.

Com isso, Deputado Jorginho e Sr. Deputados, gostariade dizer que estamos tratando de uma questão que precisa estarassente entre nós num sentido: o Estado de Santa Catarina nãocumpre a Constituição Federal no que tange a sistema deDefensoria Pública. Precisamos de uma vez por todas limpar oterreno sobre essa questão, porque se nos entendermos sobre ela,fica mais fácil.

Processo Informatizado de Editoração - DIVISÃO DE ANAIS

32 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

E outra: acho que é complicado dizer que é simples mudar aConstituição e depois ver quais são os problemas. Ninguém constrói abase da casa e depois vê o jeito que ela vai ser feita. Acho que oestudo tem que ser um pouquinho maior, até para que pessoas comoeu, que ainda não têm opinião formada sobre o assunto, possam ter asegurança de dizer: eu concordo com a Defensoria Pública por causados motivos que foram elencados.

Então, acho que é um tema extremamente relevante. Eu fizesse artigo, que foi publicado, e vou passar depois à Presidência. Eu jávenho trabalhando isso, juntamente com o Azevedo, no Fórum daCidade, há três, quatro anos aqui em Florianópolis. Nós fizemos umdocumento que entregamos aos candidatos a Prefeito em um debatena OAB pedindo a criação da assessoria jurídica gratuita, que é umdebate que passa por política estadual mas que os municípiosprecisam estar juntos também. É um debate que não é simples, talvezseja um dos mais relevantes que esta Casa pode fazer para darefetividade, eficácia social ao artigo 134 da Constituição. E aí nãodefendo a extinção da Defensoria Dativa, não. Acho que dá paraconviver com os três sistemas, mas o resultado da Defensoria PúblicaDativa está aí pela omissão de quem poderia estar se fazendoapresentar, até mesmo para discutir isso.

Mas, hoje, acho que esse fato merece mais discussões, atépara que se ouça outros setores da sociedade, especialmente a OAB.

Obrigado, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Melo) - Agradecemos

ao professor Alceu.Esta Presidência convida para fazer uso da palavra, por cinco

minutos, o Dr. Osvaldo Agripino de Castro Júnior, advogado, professor eCoordenador do Instituto Brasileiro de Direito e Desenvolvimento. Então, fica aqui o meu pedido, que eu vou passar depois à

Presidência.O SR. OSVALDO AGRIPINO DE CASTRO JÚNIOR - Bom-dia atodos. Agradeço pela oportunidade e pela iniciativa.

Agradeço a iniciativa da Assembléia Legislativa, na pessoa doDeputado Jorginho, de convocar esse tema para discussão, um temaque merece reflexão por envolver o problema da Federação brasileira.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Convidamospara fazer uso da palavra, conforme inscrição, o Sr. Modesto Azevedo,Presidente da União Florianopolitana de Entidades Comunitárias(Ufeco).No meu doutorado, tive a oportunidade de comparar o siste-

ma judicial brasileiro com o norte-americano e o impacto no desenvol-vimento. Fiquei um ano nos Estados Unidos, na Universidade deStanford, pesquisando o sistema norte-americano, e um dos elementosque eu comparei foi o sistema do acesso à Justiça via JuizadosEspeciais. Descobri que lá o primeiro Juizado foi criado em 1651, enasceu municipal, na cidade de Boston. Há uma difusão imensa dasSmall Claims Court, principalmente para os Estados e municípios. Porquê? Porque o político lá sabe que a legitimidade dele depende daimpressão que o cidadão tem quando ele toma contato com o Estado.E a maioria das vezes (está explicado), dá-se em função da violação deum pequeno direito. Ele vai ao Judiciário, via Small Claims Court, e seele não tem esse amplo acesso à Justiça, vai questionar aquelepolítico.

O SR. MODESTO AZEVEDO - Meu bom-dia a todos. Ao cum-primentar o Presidente, Deputado Jorginho Mello, cumprimento todasas autoridades presentes, os nossos companheiros do MovimentoSocial Popular, enfim, os companheiros que estão no dia-a-dia.

Sr. Presidente, a União Florianopolitana de EntidadesComunitárias tem vivido os reclames das entidades filiadas com relaçãoao acesso ao Judiciário, ao acesso a essa garantia que nós temos naConstituição.

No ano passado, por ocasião do momento eleitoral, fizemosum documento e entregamos aos candidatos, conforme relatou o Dr.Agripino, na possibilidade de se construir uma Defensoria PúblicaMunicipal aqui em Florianópolis, onde temos uma atuação e umademanda muito grande das entidades comunitárias que dia-a-diasolicitam à Ufeco a possibilidade de ter acesso a um advogado nascausas individuais e coletivas. E é um drama para essas entidadescomunitárias.

Então, os políticos fazem o possível para que haja essa dis-seminação do acesso à Justiça, seja através de Juizados Especiais,seja pela possibilidade de o advogado não ser obrigatório para oacesso à Justiça lá. Aqui nesta audiência pública, a qual achamos de fundamental

relevância, queremos de público assumir a campanha em defesa dacriação de uma assessoria pública no Estado e no Município paraatender a população organizada, principalmente para garantir o acessoà Justiça.

Portanto, acho que esse é um tema que envolve discussão. Anossa Constituição de 1988 trata da Defensoria Pública, mas essetema não pode ficar apenas a cargo dos Estados, os Municípios têmque se envolver na descentralização desse Poder.

Fiz um artigo em fevereiro deste ano sobre a reforma admi-nistrativa e acesso à Justiça, no qual elogiei a iniciativa do Governadorem descentralizar o Governo. Porém, no projeto que ele mandou, de160 páginas, a palavra “justiça” foi citada apenas seis vezes e nãotratou do tema da Defensoria Pública, que poderia estar no bojo doprojeto que foi encaminhado e aprovado aqui por esta Casa, nemmencionou a possibilidade de, subsidiariamente, os Municípioscolaborarem através da assistência jurídica gratuita.

Quero dizer também que vamos fazer o que o movimentosocial sabe fazer, que é mobilizar as comunidades, a sociedade, nosentido de garantir de uma vez por todas o cumprimento daConstituição, que, como falou aqui o Dr. Agripino, é muito linda. Agora,é preciso, na prática, colocá-la em funcionamento, senão não passa deletra morta.

Portanto, a União Florianopolitana de Entidades Comunitárias,desde já, engaja-se nessa luta juntamente com aqueles que defendemo acesso à Justiça a todo cidadão brasileiro, porque estamos sentindona pele, na carne, a dificuldade de garantir, no mínimo, a consulta, queaté é cobrada.

Srs. Deputados, eu costumo falar para os meus alunos quese um marciano caísse na terra e tivesse que escolher um país paramorar, ele leria todas as Constituições e descobriria que a melhorConstituição, ou uma das melhores, é a brasileira. Depois de um mês,ele veria o erro que cometeu, porque entre o texto formal e a aplicação,eficácia social, concretude e efetividade há um abismo enorme.

A OAB tem feito um papel na OAB Cidadã, mas, apesar detodo o esforço, não tem conseguido dar conta do papel que achamosque deveria, porque uma consulta muitas vezes é simples. Agora, o seudesdobramento, como fica? As pessoas voltam para a casa e dizem: “Eagora?” O Presidente lá da associação, quando chega a demanda, diz:“O que vou fazer?”

Em 1998 o Iser, junto com a FGV, fez uma pesquisa noRio de Janeiro em oito municípios da Região Metropolitana edescobriu que 57% da população não sabe citar um direito cons-titucional, ou não respondeu. Quase 60%, e dez anos após apromulgação da Constituição de 1988. Esse e o primeiro dado. Osegundo dado é que, mesmo tendo uma Constituição e sabendodos seus direitos, na maior parte das vezes... Sou advogado há 13anos, estou há seis anos em Santa Catarina, advoguei no Rio, emuitas vezes vi o acusado ser condenado porque não tinhadinheiro para pagar um advogado criminalista. E mesmo comDefensoria Pública estadual! Imaginem sem!

É por isso que achamos importante essa caminhada e essaluta, e não vamos parar enquanto não conseguirmos.

Tem uma solicitação de audiência com o atual Prefeito desdefevereiro, e está lá na pauta: queremos debater, vamos agora para oorçamento, para o PPA, incluir recursos para a constituição de umaDefensoria Pública aqui no Município de Florianópolis e expandir issopara todos os municípios. E aí, sim, cabe o papel aqui destaAssembléia Legislativa, deste Poder Legislativo: implementar aDefensoria Pública Estadual para que possamos avançar na garantiados direitos do cidadão e do exercício pleno.

Então, acho que a reforma do Judiciário... Porque ela ficou naretórica judicial, a Emenda 45 está muito aquém do que a sociedadeprecisa. Antes da reforma já era importante ter Defensorias Públicasmunicipais e assessorias jurídicas nos municípios; depois da reforma ecom a Emenda 45, onde a retórica judicial deixou para fora umapossibilidade de melhorar, de arejar mais o Judiciário, vai ser maisnecessário ainda.

Era esta a minha mensagem de hoje. E queria assinar odocumento promovido aqui pelo Presidente do Sindicato doJudiciário, assumindo essa campanha em defesa da Justiça paraquem precisa.

Muito Obrigado. (Palmas.)E eu faço esse apelo: nas discussões os senhores levem em

consideração a legitimidade que o Poder precisa. Ela depende muito doacesso à Justiça. Um estado democrático de direito só é democrático ede direito se tiver acesso à Justiça.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Com a palavrao Deputado João Henrique Blasi.

O SR. DEPUTADO JOÃO HENRIQUE BLASI - Sr. Presidente,senhoras e senhores, desejo, em primeiro lugar, cumprimentar oDeputado Paulo Eccel, que nos está propiciando esta oportunidadeímpar de exercer um dos misteres mais importantes desta Casa, que éo do debate. E debate para ser debate, como disse há pouco o profes-sor Alceu, é preciso que haja a dialética da afirmação e da negação deum fato.

Essas leis que estão aqui, editadas pela AssembléiaLegislativa, são muito bonitas, mas se não puderem ter a possibilidadede efetividade serão letras mortas. O papel dos senhores fica muitoreduzido, e isso depende do acesso à Justiça, só que a maioria dapopulação não tem dinheiro para acessar o Judiciário.

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Por isso que me desvestindo da condição de Líder doGoverno, falando como Deputado e como advogado, quero ter aliberdade de poder contrapor todas as manifestações até agora feitasaqui com relação à implantação de Defensoria Pública em SantaCatarina. E me valho dos seguintes argumentos: até admito que frentea atual redação da Constituição Federal pode-se, por uma ação diretade inconstitucionalidade, questionar o artigo 104 da Carta Magna deSanta Catarina, mas penso que neste mesmo ensejo se poderiatambém questionar a constitucionalidade do parágrafo único do artigo134 da Constituição Federal, que determina de forma imperativa aosEstados Federados que também tenham uma Defensoria Dativaestruturada em carreira.

Fiz questão de registrar esses fatos porque espelham a reali-dade do que nós hoje vivemos. Muitas das afirmações aqui feitas, comelas eu concordo, mas essas que mencionei, delas divirjo e não poderiasilenciar, sob pena de deixar que se consuma uma rematada injustiçacontra muitos advogados de Santa Catarina.

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Com a palavra

o Sr. Márcio Porto, que representa o Fórum da Cidade de Florianópolis.O SR. MÁRCIO PORTO - Bom-dia a todos. Cumprimentando o

Presidente desta audiência pública, cumprimento todos os membros damesa.

Inicialmente quero parabenizar o Deputado Paulo Eccel e oSinjusc pela iniciativa.Pergunto-lhes: e onde fica o princípio federativo? Onde fica o

princípio da autonomia dos Estados? Deve a União dizer como umEstado tem que regulamentar ou operacionalizar a sua DefensoriaDativa, ou isso fulmina o princípio hierático da Federação, em que sedeva reconhecer a autonomia dos Estados Federados e também dosMunicípios? Questione-se, sim, o artigo 104 da Carta MagnaCatarinense, mas também se questione o parágrafo único do artigo134 da Constituição Federal.

É costumeiro ouvirmos dizer que a Justiça é para rico e desi-gual. Não é verdade, a Justiça é igual a todos, o seu acesso é que édesigual. E para diminuir essa desigualdade da Justiça é que pedimosao Governo do Estado e à Assembléia Legislativa que criem aDefensoria Pública. Essa Defensoria Pública vai diminuir a distânciaentre a Justiça e os excluídos da Justiça.

Defendemos, também, a Defensoria Pública Municipal. Comofalou aqui o professor da Univali, todos os serviços públicos do nossoPaís são precários. Nós não temos a eficiência do serviço público, sejana saúde, na educação, em qualquer esfera nacional, estadual oumunicipal. Portanto, se formos discutir a criação de uma DefensoriaPública perfeita, nunca teremos uma Defensoria Pública. Nós temos,sim, que lutar pela criação da Defensoria Pública e tirar Santa Catarinacomo o único Estado que não tem a Defensoria Pública. E, senecessário for, vamos fazer várias audiências públicas para, apóscriada a Defensoria Pública, melhorar as suas condições de atendi-mento.

Foram feitas aqui algumas afirmações que, a meu juízo,são mitos e são erronias. Uma delas: que o sistema da DefensoriaPública é menos dispendioso ou mais barato do que o sistema deDefensoria Dativa e Assistência Judiciária de Santa Catarina. Emabsoluto! Quem faz essa afirmação desconhece a realidade deSanta Catarina! E me sirvo do que aqui foi dito pelos que usaramda palavra anteriormente. Todos eles, ou quase todos, afirmamque uma Defensoria Pública tem que ter uma estruturaassemelhada a do Ministério Público.

Tomando-se os dados do duodécimo do Ministério Público emSanta Catarina e do dispêndio mensal com a Defensoria Dativa, nósvamos ver que o primeiro onera o Estado em dez vezes mais do que osegundo. Então, é um mito, pelo menos em Santa Catarina, falar-se quea estruturação de uma Defensoria Pública vai implicar economia derecursos em época de insuficiência de dinheiro para toda a máquinapública.

Nós sabemos que a Defensoria Dativa - e aqui não vainenhuma crítica - é insuficiente, não chega na comunidade, nãochega no cidadão. Nós, dos movimentos sociais da sociedade civil,não agüentamos mais bater à porta do Ministério Público Federal edo Ministério Público Estadual, que é o que a gente conta hoje.Somos muito bem atendidos pelo Ministério Público Federal e peloMinistério Público Estadual, para onde vão nossos agradecimentos,mas é pouco. Nós queremos uma Defensoria Pública, sim, paraatender aos anseios do cidadão, da sociedade organizada e dosmovimentos sociais, sobretudo, na defesa dos excluídos e do meioambiente.

Segundo, questionou-se a questão da universalidade, que osistema catarinense não teria universalidade. Eu lhes pergunto: com aatuação de três a quatro mil advogados, com capilaridade por todas asComarcas de Santa Catarina, em todos os 293 municípios, que sistemapode ser mais universal do que esse que vem sendo adotado há tantotempo aqui em Santa Catarina? Nós somos aqui de Florianópolis, do Fórum da Cidade, e a

todo momento vemos desrespeito à nossa Constituição, agressão aomeio ambiente e agressão aos direitos daquelas pessoas excluídas dacidade. Não contamos com a institucionalidade do nosso município,que são a Câmara de Vereadores e o Poder Público Municipal, excetocom honrosas exceções na Câmara de Vereadores. Portanto, é a nossapreocupação a criação da Defensoria Pública.

Falou-se da falta de controle. Mas é preciso ser dito que háum controle exercido pela seccional catarinense da Ordem dosAdvogados do Brasil com relação à atuação de todos e de cada um dosdefensores dativos que operam em nosso Estado.

Falou-se, também, e aqui eu entendo que com uma carga deofensividade aos advogados de Santa Catarina, questionando,eventualmente, a qualidade do serviço prestado pelos defensoresdativos de Santa Catarina. O que é inaceitável, porque representa umaofensa aos advogados que militam nessa atuação. E falou-se, ainda,que é questionável a independência da atuação desse profissional. Porque razão? Onde não haverá independência para ele atuar, senão que odefensor dativo atua da mesma forma que atua em relação a um seucliente?

Eu faço uma pergunta ao Deputado Blasi: V.Exa. é contra aDefensoria Pública? Isso tem de ficar claro: quem é contra e quem é afavor! (Palmas.) Nós, dos movimentos sociais, somos a favor! Epedimos que o Deputado Blasi também incorpore a Defensoria Pública,para que possamos levar justiça àqueles que não têm, que sãoexcluídos. E há uma exclusão da Justiça, no nosso Município, no nossoEstado e no nosso País, e entendemos que a Defensoria Pública vaidiminuir isso.Sr. Presidente, eu entendo que a oportunidade é

relevante, penso que esse assunto deva ser levado à frente, paradiscussão, para que possamos aprimorar o modelo de SantaCatarina, para que possamos, e aqui o que é importante, fazervaler, na prática, o princípio maior que determina: que o Estadodeva prestar assistência judiciária aos hipossuficientes finan-ceiramente. Agora, a forma como isso deve ser feito é algo quecada Estado deve, à luz do modelo federativo, entender como vaifazer melhor, e não a União, num modelo centralista, querer dizerque cada Estado tem que fazer como ela entende que deva serfeito. E faz mal, ou faz com dificuldade!

Portanto, defendemos a criação da Defensoria Pública tantoestadual como municipal já!

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Concedo a

palavra a Jair Batista, do Fórum da Cidade e militante dos movimentossociais de Florianópolis.

O SR. JAIR BATISTA RAMON - Sr. Presidente, demais membrosda mesa, autoridades aqui presentes, senhoras e senhores, gostariade enfatizar aqui a necessidade da criação da Defensoria PúblicaEstadual e Municipal, principalmente

Portanto, se uma crítica nós podemos fazer ao modelo deSanta Catarina, essa crítica é aos Governos, que, histórica e cronica-mente, não têm reembolsado com a assiduidade necessária osmilhares de profissionais que em todos os recantos de Santa Catarinaatuam nessa área, mas ir para além disso e querer dizer que pelainexistência de uma Defensoria Pública há a deficiência da atuação doEstado na prestação dos serviços de assistência judiciária aoshipossuficientes financeiramente, vai uma grande distância.

Eu relato aqui que somos cidadãos pagadores dos nossosimpostos, mantenedores do Poder Público mas também reféns dessePoder Público.

Gostaria de citar aqui um exemplo na questão da saúde.Recentemente, meu filho teve um problema de saúde e foi na emer-gência para ser atendido (ele precisava de um exame médico cardioló-gico) mas simplesmente foi encaminhado ao posto de saúde, porque oHospital Infantil não tem esse encaminhamento de consulta cardioló-gica. O posto de saúde disse que pode demorar, que não tem previsãode atendimento, de marcação de consulta; que pode demorar trêsmeses, um ano, ou seja, depois de a pessoa perder a vida é queconsegue uma consulta.

Por isso, Sr. Presidente, repito, desvestido da condição deLíder do Governo, falando como Deputado, falando como advogado,expresso essa minha posição para que possamos aprofundar o debate,ouvir todos os segmentos interessados e, ser for o caso, e a prevalecero entendimento majoritário do Plenário desta Casa, propor ao Governodo Estado, porque se tratará de uma lei de iniciativa do Governo, porforça do que determina a Constituição de Santa Catarina, o aprimora-mento do nosso modelo na forma que esta Assembléia entender a maisadequada.

Gostaria de enfatizar aqui que somos reféns do Poder Públicoem relação à Câmara de Vereadores. Nós temos acompanhado asúltimas ações da Câmara de Vereadores, que tem atentado contra avida, contra a preservação da natureza, está aí a mando daespeculação imobiliária.

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Gostaria ainda de enfatizar a questão da AssembléiaLegislativa, que também é uma instância que se diz a Casa do Povo,que mantém alguns Deputados (peço permissão para citá-los) que selimitam a homenagear algumas autoridades ou então se mantêm nopoder através de programas de televisão, através da mídia, nemaparecem aqui para trabalhar, para legislar na causa pela qual forameleitos.

Talvez num modelo de transição tenhamos que conviverainda com a Defensoria Pública, com os modelos dativos e com ossócio-jurídicos das universidades, que são muito importantes. Pelomenos na região Oeste, a universidade atende milhares depessoas durante o mês, no caso sócio-jurídico da universidade, queatende as pessoas mais carentes nas questões cíveis etrabalhistas, mas a OAB, num determinado momento não muitolonge do momento em que estamos, suspendeu os atendimentos àpopulação mais carente por conta do não-repasse do Governo doEstado à Ordem dos Advogados do Brasil. Fez uma espécie degreve, enquanto isso a população mais humilde ficou sem qualquerdefensoria, não teve a quem recorrer.

E quando nós solicitamos algumas informações em relação aalguma posição, como esses Srs. Deputados justificam a sua ausênciaaqui, a Casa que se diz do povo nos nega essa informação, não temosacesso à informação livre. O Deputado Eccel, com certeza, sabe dequem estou falando.

Gostaria também de citar um exemplo do tratamento diferen-ciado que se dá à vida, em relação ao Superior Tribunal Federal, que,recentemente, para os seus Ministros, comprou carros possantes novalor de 145 mil reais, modelo Ômega, enquanto a população é tratadacom descaso, com tratamento diferenciado, contrariando aquilo queestá na Constituição, inclusive.

Então é preciso, neste momento, levantar essa questão edizer que a população catarinense ficou, em determinado momento,sem o atendimento da Ordem dos Advogados do Brasil por falta derepasse. O acesso à Justiça ficou prejudicado para milhares decidadãos catarinenses.

Quem tem banca e quem militou sabe que diante do clienteque está lhe pagando e do cliente que muitas vezes está ali e oadvogado não sabe se vai receber o repasse do Governo do Estado,muitas vezes acaba priorizando o cliente que está pagando, é isso quenormalmente acontece.

O SR. DEPUTADO PAULO ECCEL - Peço a palavra, pela ordem,Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Com a pala-vra, pela ordem, o Deputado Paulo Eccel.

O SR. DEPUTADO PAULO ECCEL - Sr. Presidente, emboratenha sido o proponente desta audiência pública, preciso me ausentarneste instante, pois tenho um compromisso às 13h15min em BaIneárioCamboriú.

Eu também defendo a Defensoria Pública porque vai serdedicação exclusiva. Eu acho que essa questão é pertinente: adedicação exclusiva que esses cidadãos vão ter com a população, deestarem ali para ouvir, assessorar e advogar nos seus pleitos. Eu achoque essa é a questão mais importante do defensor público, e isso épreciso ressaltar, porque ele vai ter que tratar aquele cidadão damesma forma que trata todos os demais que procuram a DefensoriaPública.

De qualquer forma, quero reafirmar o meu compromisso decontinuar na discussão. Como afirmei no princípio, creio que SantaCatarina, só pelo fato de ter iniciado essa discussão, já sai da estacazero, já estamos lucrando, já estamos ganhando.

Ao mesmo tempo em que reafirmo o compromisso de conti-nuar a discussão em busca de uma solução concreta para essaquestão, peço licença a V.Exa. e aos demais participantes destaaudiência pública para me retirar, em função de compromisso anterior-mente assumido. (Palmas.)

A discussão é exatamente a seguinte: se há vontade políticado Governo do Estado de Santa Catarina para implantar a DefensoriaPública. É esse o debate e é isso que deve permear toda a nossadiscussão aqui.

Dessa forma, gostaria de fazer uma pergunta ao colega deSão Paulo, a quem peço desculpas por não lembrar o nome agora:como foi o posicionamento da Ordem dos Advogados do Brasil de SãoPaulo, que é o Estado que mais ou menos convive com a nossarealidade, diante da implantação da Defensoria Pública e dessaquestão da Defensoria Dativa?

O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Muito obriga-do pela presença.

Esta Presidência registra a presença do advogado MathiasNaganuma.

Por uma questão de justiça, quero dizer que o Dr. GiovaniRodrigues Mariot, que representa a Ordem dos Advogados, esteveaqui mas teve que se ausentar por motivo de força maior.Inclusive, a Presidência está tentando se informar, pois não sesabe o que ocorreu.

Parece-me que a Ordem dos Advogados do Brasil de SantaCatarina foi convidada para esse debate. Dada a magnitude destaaudiência pública e não se fazer presente nenhum conselheiro, a gentetem que ressaltar que é, no mínimo, indiferença da Ordem dosAdvogados do Brasil com relação a esse tema. Se aqui não está sendoproduzido o contraditório entre a Defensoria Dativa, a defesa dacontinuidade do modelo que nós temos e a Defensoria Pública, é pelaausência dos representantes da Ordem dos Advogados do Brasil. Comoadvogado, sinto-me um pouco constrangido por não ter aqui um repre-sentante da Ordem.

Também registro a presença do Deputado Antônio CarlosVieira.

Com a palavra o Vereador Paulinho da Silva, do Município deChapecó.

O SR. VEREADOR PAULINHO DA SILVA - Cumprimentando oDeputado Jorginho Mello, cumprimento os componentes da mesa, osdemais Deputados e presentes. Muito obrigado.

Perece que o nosso principal debate não pode ser se oartigo 104 da Constituição Estadual é inconstitucional ou não ouse o artigo 134, parágrafo 1º, da Constituição Federal, também éinconstitucional. Acho que essa seara também é importante, dalegalidade, da constitucionalidade das leis, enfim, das normasjurídicas deste País, mas neste momento parece que o queprecede a essa discussão é se nós queremos ou não a DefensoriaPública no Estado de Santa Catarina.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - EstaPresidência já fez o registro da presença de Giovani Rodrigues Mariot,que se ausentou por motivo de força maior. Não sabemos o porquê,mas a Ordem dos Advogados foi oficialmente convidada.

Como o Dr. Antônio Mafezzoli foi citado, consulto se desejaresponder o questionamento do Vereador Paulinho da Silva.

O SR. ANTÔNIO MAFEZZOLI - Quando fiz uso da palavraesqueci de dizer que a OAB de São Paulo apóia a criação da DefensoriaPública. Ela faz apenas a ressalva de que no seu processo de implan-tação não vai poder dispensar os convênios, o que é evidente.

Se entrarmos na seara do debate da constitucionalidade,como quis o Deputado Blasi, acho que estaremos criando uma falsapolêmica, que não é, para nós, o principal. Neste momento, o principalé discutirmos a necessidade disso.

Quero dizer também que a OAB federal apóia a criação daDefensoria Pública em São Paulo há bem mais tempo.

Como Vereador da cidade de Chapecó, gostaria de dizerque tivemos na semana passada uma reunião envolvendouniversidade, servidores públicos, sindicatos, entidadescomunitárias, enfim, no sentido de provocar esse debate no meioda população e, ao mesmo tempo, levar a eles o que seriaDefensoria Pública, o que, para muitos, é o advogado do Estado.Pelo menos na nossa região, se falarmos em Defensoria Públicapoucos vão saber do que se trata, mas se falarmos do advogadodo Estado, seguramente todo mundo saberá. Quem já foi servidorda Justiça, assim como eu (fiz parte do quadro do Poder Judiciário),sabe que normalmente o oficial de Justiça, quando de boa vontade,acabava se fazendo às vezes de advogado e orientando o cidadãomais humilde que é intimado. E o cidadão mais humilde temdificuldade de acesso à Justiça.

Quero aproveitar a oportunidade para discordar do DeputadoLíder do Governo, que a União impõe um modelo de Defensoria Públicaviolando o pacto federativo. A Constituição Federal dispõe sobre todasas esferas de poder, é o poder constituinte, não é federal, estadual oumunicipal, nesse caso é sobre a nação brasileira. E se fosse assim,não poderia dispor a Constituição Federal também sobre a organizaçãodos Ministérios Públicos dos Estados, do Poder Judiciário dos Estados,enfim.

Era isso.O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Com a palavra

o Sr. Alexandre Martins, representando a região Sul na ComissãoNacional de DST/Aids e do Fórum Catarinense de ONGs/Aids, por cincominutos.

O SR. ALEXANDRE MARTINS - Gostaria de cumprimentar todasas senhoras e senhores aqui presentes e dizer que realmente concordocom o nosso defensor à medida que coloca que o Estado de SantaCatarina se sente ofendido. O cidadão catarinense tem que se sentirofendido, ao passo que tem, na sua Casa Legislativa, indicação decidadão catarinense para pessoas que vivem à margem da lei, mas nãoà margem que vemos a maioria das pessoas com as quais

Eu acredito que nós não podemos continuar no Estado deSanta Catarina à mercê meramente dessa questão da DefensoriaDativa nos moldes que se tem hoje. Ela cumpre o seu papel nomomento histórico pela falta da Defensoria Pública, mas, enfim,não pode continuar, não pode prosperar como sendo a única formade acesso à Justiça das pessoas mais humildes.

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trabalhamos, mas naquela margem da impunidade, do mesmo ladoonde estão aqueles que violam os nossos direitos e que não temosDefensoria Pública à medida que percorremos o Estado de SantaCatarina e trabalhamos com profissionais do sexo, com a populaçãohomossexual, com a população de usuários de drogas e usuários dedrogas injetáveis, que estão completamente desamparados de justiça,de condições e de acesso à Justiça, daqueles que estão ameaçadospelo principal violador de direitos que nós temos constatado empirica-mente, que é o Estado, nos seus serviços de segurança e de saúde,pela falta de acesso, pela violência e pelas condições em que secoloca.

Eu faço um desafio, o qual já fiz para a OAB, para dizerquanto custa a Defensoria Dativa. E não sabe, porque vai depender dosrelatórios mensais. O Poder Público não sabe.

Eu, como Secretário da Fazenda, todo mês reclamava daépoca do Secretário de Justiça, que era o Secretário de Governoque recebia as informações da OAB, com o valor que o Governodeveria passar, mas não havia controle nenhum, o controle era daOAB, que passava esse valor para o Estado porque recebia dosadvogados, isso é óbvio. Mas eu sempre indagava, e indagueitambém na audiência pública aqui durante a discussão dosatrasados e o futuro da Defensoria Dativa, com a OAB, que naquelaépoca participou, reivindicando os pagamentos: por que nãoDefensoria Pública? “Ah, porque sai muito caro.” Mas eu sousincero, eu gosto de números, sempre fui uma pessoa muitochegada a números, muito pouco chegado a palavras, nunca tive oprazer de um advogado ou a OAB me trazer uma situação comDefensoria Pública e uma situação com Defensoria Dativa, porqueeu gostaria de analisar. Acho que o próprio setor público gostariade analisar, porque quer saber quanto vai botar no orçamento porano e que aquele orçamento vai ser honrado, meu Deus! ADefensoria Dativa, quero dizer desde já, pode botar o valor que vaiter que suplementar. Pode botar o valor que for que se pagaraquele valor vai ter que suplementar ou não vai ter o serviço. Eaqui não estou acusando os advogados, não, eles estão fazendo oseu papel. Eu tranqüilamente digo que se amanhã ou depois abrira Defensoria Pública muitos dos advogados que fazem hojeDefensoria Dativa serão os possíveis defensores públicos, meuDeus! Isso é o óbvio.

Então eu gostaria de colocar que efetivamente necessitamos,sim, de uma Defensoria Pública que seja universal, que supere,inclusive, esse conceito de carência, porque tem que considerar acondição de vuInerabilidade dos cidadãos para que haja realmenteuniversalidade.

Que o Parlamento catarinense assuma uma posição e venhapara o outro lado do rio, para a outra margem, onde está a maioriadesse contingente de pessoas que está em situação de sofrimento.

Outro motivo que teríamos para nos sentir ofendidos noEstado de Santa Catarina é a situação de desabastecimento que existena saúde com relação aos insumos básicos para a vida das pessoasque vivem com HIV, que são os medicamentos na área de assistência,e os insumos de prevenção, seringas, agulhas e preservativos, bemcomo outros tantos exemplos que poderíamos dar de violação dedireitos por parte do Estado. O cidadão está sendo, lá na sua comuni-dade, no seu cotidiano, aviltado nos seus direitos e não tem a quemrecorrer, não tem uma Defensoria Pública.

Nós temos uma Defensoria Pública Dativa? Onde está? Ondeestá para esses cidadãos, para aquela prostituta, para aquelaspessoas que estão sendo torturadas dentro das delegacias de políciado Estado? Ela não existe! Não existe sequer um telefonema, quiçá,uma Defensoria Pública!

Agora, acho que a sociedade não pode ficar... e isso aquitambém não é discurso de político, não, porque não sou afeito a isso,não vim aqui para ser simpático a quem quer que seja, porque na OABeu já disse isso, durante o Governo que participei já disse isso e nuncafui ouvido, porque, infelizmente, sempre vinham com aquela lengalenga:sai mais caro.Então o desafio é que este Parlamento assuma o seu papel,

cumpra a Constituição brasileira e dê condições. Que não fiquebuscando subterfúgios e discussões de que é oneroso ou deixa de seroneroso, porque se a gente for observar a situação dos edifíciospúblicos, para fazer um paralelo, ao longo dos últimos 20 anos, pelomenos, de muda para cá, muda para lá, bota vidro, tira vidro, reforma, éo que está acontecendo aqui nesta Casa hoje, nós vamos ver o quesignifica isso em termos de recurso.

Eu gostaria de saber se realmente sai mais caro. E aí eudiria: sai mais caro para quem? Para a sociedade, para quemprecisa efetivamente, para o advogado ou para o serviço público?Eu não sei para quem vai sair mais caro. Eu também não sei comoé que vai funcionar, se é no mesmo nível de hoje, que temos 293Municípios... Botar um defensor público em cada município eutambém acho que não é assim, mas que tenha alguém paradefender, e aí, sim, defender do início ao fim aquela ação e nãoficar aguardando a decisão do pagamento ou não. Infelizmente nóssabemos disso.

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Concedo a

palavra ao Deputado Antônio Carlos Vieira.O SR. DEPUTADO ANTÔNIO CARLOS VIEIRA - Sr. Presidente,

demais integrantes da mesa, senhores e senhoras participantes destaaudiência pública, em 1999, quando assumimos a Secretária daFazenda do Governo passado, deparamo-nos com uma situação.Primeiro, a Defensoria Dativa reclamava um volume apreciável decréditos não pagos e, por outro lado, a Defensoria Dativa estavaparada, não exercia o seu trabalho porque não recebia.

Por isso, Sr. Presidente, eu quero dizer que terá o meu estritoapoio qualquer proposta do Governo do Estado que venha para estaCasa propondo a criação ou o estabelecimento da Defensoria Públicano Estado de Santa Catarina, porque acho que isso vai resolver muitosproblemas que temos.

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Com a palavra

o Sr. Gustavo Heinz S. Wiggers, advogado da Defensoria Dativa, por atécinco minutos.

Durante todo o período de 1998 praticamente não existia aDefensoria Dativa em Santa Catarina porque eles não recebiam, equem não recebe não trabalha, isso é lógico. E também não recebiamdo trabalho anterior.

O SR. GUSTAVO HEINZ S. WIGGERS - Sr. Deputado JorginhoMello, Presidente desta ilustre Comissão de Constituição e Justiça,demais Deputados e autoridades e representantes do MovimentoPopular.

A nossa preocupação como Secretário foi estabelecer valoresmensais que eram atribuídos para trás, pagamento do passado, evalores que eram para pagamentos para a frente, quer dizer, tentáva-mos pagar a dívida passada e ao mesmo tempo incentivando aDefensoria Dativa para a frente.

Eu advogo há cinco anos na Defensoria Dativa. Já vi “causos”e “causos”, como dizemos na área jurídica. Eu atuo na área criminal esei que quando chega uma pessoa presa, algemada, o funcionário daVara diz: “O senhor tem como pagar advogado?” “Não tenho”. “Ah,então em sua pena (olhem a palavra!) será nomeado um DefensorDativo.” Que qualidade você pode esperar disso? É óbvio que não vougeneralizar que o trabalho dos defensores dativos é de todo ruim, masé constitucionalmente prevista a carreira da Defensoria Pública. Nãovamos esquecer disso.

Quando nós assumimos aqui o mandato do DeputadoEstadual, deparamo-nos novamente com nova situação. Houve aquiuma audiência pública tratando da Defensoria Dativa em que a situaçãonão era de paralisação dos serviços da Defensoria Dativa mas, sim, decobrança de dívida passada e aumento de valores futuros.

Então, sou sincero em dizer que sempre me preocupou, ena época em que era Secretário dizia que era um saco sem fundo,porque ninguém sabia a quantas chegaria a Defensoria Dativa se oPoder Público honrasse com os pagamentos. Então, uma forma defrear essa enxurrada de despesas da Defensoria Dativa era nãopagar. Não paga, alivia. E eu sempre digo que o serviço mais caroé aquele que não é feito, sempre que se precisa de alguma coisa enão é feito, aquele serviço vai ficando cada vez mais caro. Setivermos em casa um problema de defeito e não quisermos pagarum valor x para um torneiro mecânico ou um técnico qualquer,porque achamos que é caro, se deixarmos passar um mês, doismeses, três meses, aquele problema passa a ser um problemão ea despesa será muito maior.

Que capilaridade, Deputado Blasi? Nós podemos falar dotrabalho da Defensoria Dativa quando a revista da OAB que receboregularmente diz que oito Comarcas não têm serviço de DefensoriaDativa. Por quê? Ou porque recebem atrasado, ou porque nãorecebem, ou porque recebem pouco. Como regra (eu fiz umparâmetro de estudo), o anexo da Lei Complementar 155/97 tratacom uma base mínima da tabela da OAB geral, uma média de 1/4do valor mínimo que o advogado deveria cobrar de um clienteparticular. Então, eu pergunto: sem receber, recebendo pouco, ou,no caso, como um Vereador de Chapecó falou, vem um cliente quelhe paga naquela hora e vem um cliente dativo, para quem você vaidar preferência? Obviamente que é para aquele que lhe paga nahora.Quero dizer que o que é caro é aquilo que não é pago, o ser-

viço não realizado. E naquela época eu já dizia: por que não DefensoriaPública? Porque pelo menos um Poder Público vai saber quantorealmente é! Porque hoje o Poder Público não sabe, não, senhor,quanto custa a Defensoria Dativa.

É uma carreira vocacional. Não se pode esquecer isso! É umacarreira que a maioria dos países civilizados tem. Agora, SantaCatarina, a potência que é, com a cidade de Florianópolis tendo oquarto ou quinto melhor aeroporto do Brasil em termos de

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movimentação; um Estado com potências como a Sadia, aPerdigão, a Artex, a Hering, com empresários de renome, enfim,com o poder que tem, esquece isso aí, o pobre é esquecido; umEstado em que 52% (e me corrija o Dr. Marcelo se estou errado)ganham acima de três salários mínimos, que é, salvo melhor juízo,o padrão da Defensoria Pública para atendimento, e 48% ganhamabaixo de dois salários mínimos, e nós vamos esquecer dessacarreira?! Vamos tratar com vontade política! O Deputado Vieirãofalou, sempre suplementar, sempre suplementar. Nos diagnósticosda Defensoria Pública está dito que no Rio Grande do Sul só umaparte do Estado não tem Defensoria Pública. Eles têm um orça-mento de 30 milhões por ano. O Rio de Janeiro, que é o Estadoque tem a melhor Defensoria Pública do Brasil e é parâmetro paratoda a América Latina, tem um orçamento, salvo melhor juízo, decem milhões de reais por ano. São Paulo, não sei, o Dr. Mafezzolipode me corrigir, cem milhões por ano ou algo assim.

E no momento em que o Deputado Vieira coloca que aDefensoria Pública esteve suspensa, esse serviço, e foi um longoperíodo, e ainda hoje, apesar de não estar suspenso, muitaspessoas não têm acesso à Justiça porque se dirigem a advogadosdependendo da complexidade da causa, do tipo de causa, eles nãoos patrocinam porque não está na esfera de trabalho deles, elesnão são (ininteligível) àquela área. O Ministério Público tem feitoesse papel, que não é do Ministério Público a defesa do interesseindividual, e vezes ainda com o ônus de sermos consideradospartes ilegítimas na contenda, porque nos apiedamos, queremosservir a população.

Então, na parte de medicamentos - até esteve aqui umsenhor de camisa branca que falou - nós temos entrado com ações,mas o nosso entendimento (sou coordenadora do Centro de ApoioOperacional da Cidadania) é que competência é um direito individual,embora a vida seja um direito individual indisponível e a saúde também,mas tem que ser patrocinado por advogado.Contaram-me que um determinado evento um certo magistra-

do falou assim: “É, eu acho que Defensoria Pública tem que ter nascidades maiores, nas cidades menores não precisa”. E a pessoa queme contou isso disse que questionou: “Sim, mas então Magistratura,Ministério Público não é um gasto? Defensoria Pública é um gasto?”

Nós estamos fazendo esse papel de entrar com as açõesquando necessário e quando esgotada toda a via de negociação porfalta de quem entre com essas ações.

Então, esse modelo de Santa Catarina é bom? É bom atécerto ponto. Ele não vai poder ser abandonado? Não vai poder, porquea Defensoria Dativa vai ter que continuar existindo. Agora, temos queter o nosso quadro, sim. E como diz o Deputado Vieira, não acreditoque seja mais oneroso, e haveria muita transparência.

Nós estamos num país de pobres, de carentes, onde mais de70% da população, salvo melhor juízo, ganha até três salários mínimos.Vamos ser coerentes!

Deputado Blasi, eu votei no senhor e não acredito que sejacontra a Defensoria Pública, sinceramente! Não vou criticar ninguém, mas vou dizer o que me foi coloca-

do: muitos advogados do interior dizem que não conseguem receberpelos serviços que prestam, mas os da Capital, sim. Então não sei,também, quais são os critérios de remuneração que tem. Isso não é dehoje, não é desta administração da OAB, é coisa muito antiga. Há 22anos sou Promotora e tenho acompanhando há bastante tempo essetipo de trabalho. (Palmas.)

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Não havendo

mais ninguém inscrito para fazer uso da palavra, esta Presidência quercumprimentar e agradecer todas as pessoas...

A SRA. SÔNIA MARIA PIARDI - Sr. Presidente, V.Exa. me con-cede a palavra?

O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Pois não! Muito obrigada.A SRA. SÔNIA MARIA PIARDI - Eu só queria pontuar duas

questões. Primeiro, é desejável a Defensoria Pública Municipal, masnão é constitucionalmente possível. Por quê? O artigo 134 daConstituição tem um parágrafo único que diz que lei complementarorganizará a Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e dosTerritórios e prescreverá normas gerais para sua organização nosEstados, em cargos de carreira providos na classe inicial medianteconcurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes agarantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora dasatribuições institucionais.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Com a palavrao Dr. Leopoldo Portela Jr., Presidente da Associação Nacional deDefensores Públicos.

O SR. LEOPOLDO PORTELA JR. - Gostaria de fazer umregistro aproveitando o que a Dra. Sônia colocou. Quando se falaem Defensoria Pública Municipal é tão inconstitucional quanto osistema de prestação de serviço jurídico ao carente adotado peloEstado de Santa Catarina. Falar em Defensoria Pública Municipal éa mesma coisa que falar em Juiz Municipal ou Promotor Municipal,o que é inconcebível.

Então eu acho que Santa Catarina - esta é minha posiçãopessoal - não tem que indagar se tem que ter ou não DefensoriaPública. Ela tem que ter. É uma norma constitucional que precisa sercumprida. É evidente que tem que ter um momento de transição e quea assistência judiciária deve permanecer, e ela vai permanecer sempre,porque a Lei 1.060, de 1950, que institui a gratuidade da Justiça, aassistência judiciária permanece. Porque não teremos, com certeza,defensores públicos para atender toda a população que precisa eporque ninguém na área criminal pode ser processado sem umdefensor.

E se lamentávamos a ausência do representante da OAB parafazer o contraponto ou enriquecer o nosso debate, acho que oDeputado Blasi nos brindou fazendo esse contraponto, colocandoassuntos importantes em discussão.

Tenho a dizer, Deputado, que as observações que V.Exa.colocou são passíveis de discussão e nós nos dispomos a discuti-las.

Eu até ia propor ao professor Alceu, que já deixou o recinto,na qualidade de representante da Univali, segundo me consta, a maiorentidade de ensino de Santa Catarina, que organizasse um grandeseminário para podermos de uma forma mais concreta, com maistempo, com mais propriedade trazer várias personalidades eautoridades de todo o Brasil para discutir e tentar convencer V.Exadesses números que foram colocados aqui.

Portanto, se não tivermos um defensor público naquela... OJuiz, sim, que vai nomear, e essa pessoa tem que receber pelosserviços que prestar.

Não é possível a Defensoria Pública Municipal. Aliás, nósjá tínhamos isso em Goiás e foi alegada a inconstitucionalidade -agora eles regularizaram com relação a isso. E a medida práticaque pleiteio que saia desta audiência pública é que seja uma repre-sentação ao Procurador-Geral da União, que é o caminho certo,sim, Sr. Vereador. Nós não podemos esquecer que existe umaCarta Magna que deve ser seguida pelo Distrito Federal, pelosEstados e pelos Municípios. É ela que comanda o nosso sistemalegislativo, e lá diz a maneira como têm que ser organizadas asnormas gerais, e a Lei Complementar 80 deu as normas geraispara os Estados organizarem. Se Santa Catarina previu no seuordenamento constitucional equivocadamente a organização dessesserviços, depende, sim, de uma ação direta de inconstitucionalidadejulgada procedente, porque enquanto não for revogado o artigo 104 daConstituição, ele é vigente, tem que ser praticado.

Nesse sentido, vou tomar a liberdade de passar às mãosde V.Exa o estudo, o diagnóstico da Defensoria Pública do Brasil,elaborado pelo Ministério da Justiça em parceria com a AssociaçãoNacional dos Defensores Públicos, no qual o senhor poderá colhervários dados que vão mostrar que o que se falou aquiabsolutamente não é mito.

Quando comparamos esse atendimento hoje, o dinheirogasto, com o números de pessoas atendidas, que verdadeiramente têmacesso à Justiça, é muito mais oneroso para o Estado. Os númerosestão aqui e o senhor vai poder verificar.

Gostaria de passar às mãos do Presidente um exemplar.Quero dizer que fiquei satisfeito quando o senhor veio à tri-

buna e se manifestou despido da liderança de Governo.Tenho certeza absoluta de que depois deste debate o senhor,

Deputado Blasi, vai ocupar a tribuna como Líder do Governo e vaidefender a implementação da Defensoria Pública no Estado de SantaCatarina nos moldes constitucionais.

Então como nós temos que atacar? Vamos atacarlegalmente. Agora, esse movimento é extremamente válido para que apopulação se conscientize do que é a Defensoria Pública, o relevanteserviço que presta, porque a Defensoria Pública, com certeza, seorganizada, vai ter as suas teses, vai ter um trabalho concatenado. Nãoé como hoje - e não vai aí nenhum demérito ao advogado, mas ele vaitrabalhar segundo o seu convencimento pessoal. Não vai ter diretrizes,por exemplo, para trabalhar na questão do Movimento dos Sem-terra.Eu conheço alguns defensores públicos do Norte do País que têm traba-lhos belíssimos nessa área, com discussões, com estudos, para quehaja um corpo, como eu acredito que deve ter também em outrosEstados esse tipo de trabalho.

Estou sempre à disposição, assim como os nossos colegas,associações regionais, o Colégio de Defensores Públicos-Gerais,entidade que congrega os Defensores Públicos-Gerais, que são oschefes da Defensoria, para encaminhar esse debate em SantaCatarina.

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Muito obriga-

do, Dr. Leopoldo.Com a palavra o Sr. Jorge Krieger, professor da Univali do

Vale do Itajaí.

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19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 37

O SR. JORGE KRIEGER - Na condição de professor da Univali,vou tomar a liberdade de levar a sugestão do Dr. Leopoldo à nossacoordenação do curso de Direito para implementar esse debate que jávem sendo implementado naquela universidade há bastante tempo,com relação à Defensoria Pública.

O SR. OSWALDO AGRIPINO DE CASTRO - Gostaria de fazeruma consideração com relação ao documento que entregamos.Não falamos ali na Defensoria Pública Municipal, que até seriainconstitucional, mas numa assessoria jurídica prestada pelomunicípio. Eu dou aula pela FGV pelo Brasil e vários municípios jácriaram cargos concursados pelo princípio da autonomia municipale do interesse local, Procuradores, advogados pagos com orça-mento do município para prestar assessoria gratuita. O nome nãointeressa, mas não é defensor público municipal, é assessoriajurídica municipal. Campos é um belo exemplo disso.

Até porque estou acompanhando a audiência deste o início,entendo que essa discussão que foi feita aqui hoje tem muitos pontosque ficaram em aberto mormente pela ausência da OAB e de outrossetores que também têm interesse nesta discussão. Com certeza hánecessidade e a Univali vai também procurar cumprir seu papel nodebate. O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Com a palavra

o Vereador Paulinho da Silva.Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Com a palavra

o Sr. Glauco David de Oliveira Souza, da Associação dos DefensoresPúblicos de Minas Gerais, para as suas considerações finais.

O SR. VEREADOR PAULINHO DA SILVA - Sr. Presidente, a pro-fessora Maria Caovilla, da coordenação do curso de Direito daUnoChapecó, que provavelmente está assistindo à audiência pública láem Chapecó, convida todos os senhores, no dia 21 de junho, para umgrande debate sobre esse tema naquela universidade, para discutir aDefensoria Pública .

O SR. GLAUCO DAVID DE OLIVEIRA SOUZA - Sr. Presidente,agradeço pela oportunidade de estar presente nesta audiência, aprendimais um pouco.

Espero ter cumprindo também para trazer a luz em relação aoque deve ser feito em Santa Catarina sobre essa questão que é cara aoexercício da cidadania.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - EstaPresidência agradece pela participação de cada um que aqui esteve,pela forma harmônica e construtiva que se realizou esta audiênciapública.Queria também fazer uma observação ao que entendi como

sendo um mau entendimento em relação a algumas palavras minhas.Não fiz qualquer alusão em relação à qualidade e à competência doadvogado catarinense. Seria leviandade, temerário, fazer tal afirmativa,até porque não tenho elementos fáticos para fazer. O que fiz foi umacrítica em tese do modelo. Ela não é nova. Socorro-me até das notastaquigráficas dos debates constituintes que precederam à votação doartigo 134 da Constituição, onde essa crítica já estava preconizada.Socorro-me também, na nossa visão prática, de onde houve a concomi-tância do sistema, onde ressalto de forma clara, soberana, não fosse oordenamento constitucional, a qualidade do trabalho prestado direta-mente pelo Estado.

A Assembléia Legislativa trava e inicia um debate importante,tanto é que somos aqui a caixa de ressonância de toda a sociedade. AComissão de Justiça sente-se honrada por ter proporcionado esse iníciode debate. Estaremos sempre à disposição para debater nas universi-dades, enfim, junto com a sociedade, para encontrar o caminho.

Está encerrada a audiência pública. DEPUTADO JORGINHO MELLO

PRESIDENTE*** X X X ***

ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE TURISMO E MEIOAMBIENTE PARA DISCUTIR SOBRE A ESTAÇÃO DE TRATAMENTODE EFLUENTES, REALIZADA NO DIA 28 DE ABRIL DE 2005, ÀS10H, NO MUNICíPIO DE BRUSQUE.

Finalmente, espero que aqui haja desdobramento no sentidode sensibilizar o Poder Executivo a se voltar para a questão e comodetentor da iniciativa legislativa da matéria vir uma lei complementardispondo a respeito no Estado de Santa Catarina. O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) -

Invocando a proteção de Deus declaro aberta esta audiência públicarogando a Ele que façamos uma audiência em que os objetivospossam ser contemplados e atingidos.

Queria falar, finalmente, em relação à nossa experiência dediversas iniciativas dos Poderes constituídos visando suprir essascarências ou moldá-la ao ordenamento constitucional.

Nos termos do Regimento Interno da AssembléiaLegislativa do Estado de Santa Catarina, artigo 162 e seguintes,damos início a esta audiência, constituída através de requerimentode autoria do Sr. Deputado Paulo Eccel, para tratar dos temasrelacionados à estação de efluentes industriais de Brusque.

Temos várias ações civis públicas de iniciativa do MinistérioPúblico em relação à omissão do Estado; temos exemplos no País,também, de ações diretas de constitucionalidade em face à omissão doEstado em fazer aquilo que é preconizado, e todos, de alguma forma,andam na direção de estabelecer o modelo que estamos aqui defen-dendo. Convidamos para tomar assento à mesa o autor desse

requerimento, meu colega Deputado Estadual Paulo Eccel; o Sr.Marcos Aurélio Habitzreuter, Coordenador de Tecnologia daInformação, representando o Secretário Regional de Brusque; o Sr.Luiz Ernesto Trein, Gerente Regional do Ibama; o Sr. Júlio CezarCoelho, Gerente de Planejamento Ambiental da Fatma emBlumenau; o Sr. Jorge Luiz Bonamente, Diretor-Presidente daFundação do Meio Ambiente de Brusque; o Vereador MarcosBernhardt, representando a Câmara Municipal de Brusque; o Sr.Clóvis Helebrando, engenheiro responsável da Anglian WaterBrusque; o Sr. José Francisco dos Santos, chefe-de-gabinete, repre-sentando a Reitoria da Unifebe; e a Sra. Norma Morsch Duarte,Vice-Presidente do Conselho Comunitário do Bairro Steffen.(Palmas.)

Em Minas Gerais os problemas que tínhamos estãosuperados; é uma exigência da sociedade e um compromisso doGoverno de agora. A nossa Constituição estabelece que é obrigatória ainstalação de órgão da Defensoria Pública em todas as Comarcas eisso, inclusive, superar eventual lacuna da assistência desse serviçotambém no plano municipal, e finalmente, a meu ver, a (ininteligível)dessa questão, a autonomia que foi estabelecida agora pela EmendaConstitucional 45 vai assegurar às Defensorias Públicas, a exemplo doMinistério Público, condições para prestar esse serviço de formaregular, contínua, permanente e eficiente, uma carreira exclusiva deEstado em caráter de dedicação exclusiva, porque acho que é o modeloque atende a sociedade e que vai fazer justiça a essa populaçãocarente do nosso País.

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Com a palavra

o Dr. Marcelo Micheloti, representando a Defensoria Pública da União,para as suas considerações finais.

Registramos a presença da Sra. Marli Gamba, Presidenteda Associação dos Moradores do Jardim Maluche e Souza Cruz; doSr. Eder Gonçalves, advogado da Anglian Water Brusque; do Sr.Primeiro-Tenente José Gamba Júnior, Comandante do Corpo deBombeiros Militar de Brusque; do Sr. Francisco Allein, Coordenadordo Conselho Pastoral Comunitário (CPC); do Sr. Valter Bartelt,supervisor de manutenção da empresa Büettner; do Sr. GilbertoRau, engenheiro químico, representando a fábrica de tecidos CarlosRenaux e o Sindicato Patronal; da Sra. Elizabeth De Gennari,advogada da Anglian Water Brusque; do Sr. Sérgio Luiz Gamba,coordenador-geral da Urbam - União Brusquense de Associações deMoradores -; do Sr. Rodrigo Ferreira Barros, engenheiro têxtil daCompanhia Industrial Schloesser; e do Sr. Jucélio Paladini, Vice-Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto deSanta Catarina.

O SR. MARCELO MICHELOTI - Sr. Presidente e demais pre-sentes até este momento, uma única consideração final que faço écom relação ao número que passei da quantidade de atendimentosfeitos no mês de março pela Defensoria Pública da União aqui emFlorianópolis, que foi em torno de 300 pessoas.

É claro que esse número é extremamente acima da nossacapacidade e os casos vão se acumulando, infelizmente, mas coma ponderação que houve do professor da Univali, que não se fazpresente, apenas remeto a um também professor da Univali, JuizFederal recém-aposentado da Vara Criminal aqui de Florianópolis,que em muitas oportunidades não se furtou de dizer a diferençaexistente do atendimento que era prestado antes e depois daDefensoria Pública.

Então, para não ficar advogando em causa própria daDefensoria Pública, peço, a quem tiver interesse, que entre em contatocom esse Juiz Federal, que poderá passar detalhes do que é a atuaçãoda Defensoria Pública .

O meu discurso inicial seria mais formal, mas dado oadiantado da hora o deixarei para o final, a fim de que possamoster a maior parte do tempo disponível desta audiência, objetivandoalcançar um efetivo resultado. Penso que quanto menos burocracia,quanto mais formos direto ao assunto, quanto mais estivermosdispostos a trabalhar, mais a audiência pública será positiva.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado Jorginho Mello) - Com a palavra

o Sr. Oswaldo Agripino.

Processo Informatizado de Editoração - DIVISÃO DE ANAIS

38 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

Mais uma vez cito a importância desta reunião para quepossamos ter aqui efetivos resultados, para que não saiamos daquifrustrados em debater, bater, acusar, criticar ou pontuar fatosnegativos ou positivos e, no final, a comunidade ficar à espera de,quiçá, uma solução. E talvez não seja dada a solução nestaaudiência, mas aqui poderemos ter encaminhamentos muitopositivos, muito bons, para que em breve consigamos ter umasolução plausível para o caso. Temos aqui pessoasimportantíssimas do Ibama, da Fatma, da comunidade, além detécnicos do próprio Ibama, da própria Fatma e de outros órgãos, ecom isso poderemos, sem dúvida nenhuma, chegar a um consenso.

Então, para que se possa encontrar uma alternativa paraesse problema, porque continuando a fazer isso com a nossa água,com o nosso rio, vamos estar acabando com o futuro, e certamentenão o nosso futuro, porque todos aqui somos adultos, mas comcerteza vamos estar prejudicando o futuro das nossas crianças.Hoje em dia, a quantidade de produto químico despejado nos riosde Brusque é assustadora.

Nesta semana tivemos uma audiência pública naAssembléia Legislativa, da qual o Deputado Sérgio Godinho teve apossibilidade de também participar, em que o próprio Presidente daCasan alertou para os autos níveis de dejetos industriais que sãolançados no rio de Brusque e que recentemente numa viagemaérea, de helicóptero, que fez sobre a cidade ele pôde constataresse tipo de problema.

Senhoras e senhores, primeiramente, passarei a palavraao meu colega Deputado Estadual Paulo Eccel, proponente destaaudiência pública, para que faça a abertura dos trabalhos.

O SR. DEPUTADO PAULO ECCEL - Meu caro colegaDeputado Sérgio Godinho, Presidente da Comissão de Turismo eMeio Ambiente da Assembléia Legislativa, agradeço imensamentepor ter acolhido o nosso requerimento, assim como a todos osmembros da Comissão de Turismo e Meio Ambiente pelo referidoacolhimento e pelo imediato acatamento do pedido de realização daaudiência pública da Assembléia Legislativa de Santa Catarina aquiem Brusque. O problema que isso vem causando à nossacomunidade e a presença maciça da população e de lideranças nodia de hoje mostram a extensão dessa problemática.

Então, certamente, Deputado Sérgio Godinho, o problemaé muito mais grave e muito mais amplo do que aquilo que eu leveipara a Comissão, presidida por V.Exa., há um mês e meio. Mas oque nos anima no dia de hoje é a presença de importantes figuras,de importantes autoridades fiscalizadoras - hoje temos aqui repre-sentados o Ibama, a Fatma e a Fundação Municipal de MeioAmbiente. A grande dificuldade que a população sempre tem nahora da solução de um problema é qual o órgão responsável pelafiscalização. Nós temos uma dificuldade muito grande no País comos órgãos de fiscalização. Muitas vezes, com todo o respeito aosórgãos de fiscalização, o que ocorre? Um órgão atribui a culpa ou aresponsabilidade da fiscalização para outro órgão. E no final fica umcorrendo atrás do outro e ninguém sabe quem é quem, quem temque fazer a fiscalização.

Quero cumprimentar todos os demais membros da mesa;de forma especial, quero saudar a Sra. Norma, Vice-Presidente doConselho Comunitário da comunidade do Steffen, representandoaqui as comunidades de Brusque e também as mulheres, não é?Esta é uma mesa eminentemente machista, vocês podem perceberque a Sra. Norma está aqui representando também a forçafeminina. (Passa a ler)

Por isso, agradeço a presença da Fundação Municipal deMeio Ambiente, do Ibama e da Fatma, porque, com certeza, vamoshoje sair daqui efetivamente sabendo qual é o órgão responsávelpela fiscalização e para ajudar a nossa população, ajudar-nos aresolver o problema.

“O Rio Itajaí-Mirim, em Brusque, não tem sido vivenciadopelo homem sob a ótica do conhecimento específico ou dapreservação, mas sim com a ótica do descaso e da destruição. Para finalizar, Presidente, a audiência pública, como o

nome já diz, é para ouvir, audir. Então, logicamente vamos ouvir osconvidados, mas vamos ouvir também, na fase seguinte, os repre-sentantes aqui presentes, pois vai ser aberto um espaço para acomunidade. Mas além de ouvir, como deixou muito bem claro oPresidente no início, queremos a solução para esse tipo deproblema. Só discutir, só escrever, só reunir, não resolve, temosque sair daqui com um encaminhamento concreto para esse tipo deproblema. Essa comunidade não agüenta mais os problemas quehoje vem enfrentando. Esperamos poder chegar coletivamente, enum clima tranqüilo, ao final desta audiência com soluçõesconcretas para esse tipo de problema.

Desmatamentos irregulares, despejo de efluentesquímicos na calada da noite ou à luz do dia, esgoto doméstico, lixo,enfim. Poderíamos ficar horas e horas relacionando os males a queestamos submetidos. E evidenciaríamos a contrapartida do bemque estamos deixando de fazer. O homem tem sido estúpido.Consigo mesmo. Com seus semelhantes. Com a natureza. Com anossa cidade.” Com a nossa região.

“Precisaríamos deixar de tanto egoísmo. De tanta vaidade.De tanta arrogância. De tanta obsessão. De tanto apego às coisasde ordem material e econômica, em detrimento da própria vida.

Afinal, que mundo queremos construir para nossosfilhos?” Agradeço a todos os presentes.

Na realidade, o que acabei de ler é o editorial do dia deontem do jornal Município, que relata um pouco do espírito destaaudiência pública.

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Quero

parabenizar a comunidade de Brusque e o Deputado Paulo Eccelpela sua belíssima explanação.Deputado Sérgio Godinho, autoridades presentes à

mesa, população que nos visita, recentemente fui procuradopelo Conselho Comunitário da comunidade do Steffen, quepediu que o Poder Legislativo catarinense estendesse a mão eolhasse o problema que a comunidade vinha e vemdenunciando e que, na visão da comunidade, de toda região, éem decorrência da empresa instalada nessa comunidade. Emdecorrência desse pedido de ajuda, dessa intervenção nossa,do Poder Legislativo catarinense, levei o assunto para aComissão presidida pelo Deputado Sérgio Godinho, que repre-senta a região de Lages, e imediatamente a Comissão decidiupela realização desta audiência pública.

Rapidamente, desejo fazer só umas colocações, paraenriquecer esta audiência. Conheço diversas estações detratamento de efluentes domésticos e industriais. Brusque está deparabéns por ter essa grande estação aqui. Depois, no final,poderei dar os números pesquisados por mim, porque, como oDeputado citou, o rio ainda tem problemas gravíssimos, mas játivemos melhora, tendo como parâmetro outros locais que não têmsequer uma usina de tratamento de efluentes.

Passo a palavra à Sra. Norma Morsch Duarte, Vice-Presidentedo Conselho Comunitário do Bairro Steffen, representando a comuni-dade, lembrando que o prazo é de até oito minutos.

Após termos marcado esta audiência pública, após acomunidade ter feito a mobilização, após a empresa ter sidocomunicada, após os órgãos ambientais terem sido convidados,passamos a receber uma porção de reclamações vindas também devárias outras partes, de outros bairros do Município, vindas tanto dolado de lá do rio como lá de cima do rio, reclamações que vêmdesde Dom Joaquim, passam pelo Maluche, aqui pelo Steffen eque vão adiante.

A SRA. NORMA MORSCH DUARTE - Ao cumprimentar oDeputado Estadual Sérgio Godinho, Presidente da mesa, e o Dr.Marcos, que está representando o Secretário, saúdo todos osdemais presentes.

Desde já agradeço a todos da comunidade, que vierammaciçamente, principalmente quem realmente tem sentido o problema.

Sentimo-nos privilegiados em ver que as autoridades estãoaqui nos auxiliando e que daqui sairão, como disse o nosso DeputadoPaulo Eccel, as previdências relacionadas ao nosso problema.Então, o que nos chamou atenção é que é um problema

que estamos sentindo com bastante incidência aqui nesta região,mas que é um problema que temos focos em várias regiões donosso Município. E as denúncias não pararam por aí, começaram achegar denúncias de que o rio passou a ter várias cores (e nóstodos que moramos aqui já presenciamos isso em outrasocasiões), o rio de Brusque passou a ser colorido em váriaslocalidades da nossa cidade.

Nós, da nossa comunidade, sentimos o problema, que é ocheiro. Não queremos causar nenhum mal à empresa aquiinstalada, nem é nossa intenção que a empresa saia daqui.Gostaríamos de esclarecer bem que queremos que a empresa levea sério esse nosso manifesto, que repense a questão dotratamento e veja que temos este problema do cheiro e que oqueremos ver solucionado.

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 39

Nós queremos que a empresa progrida, mas é muitoimportante para nós e para o nosso meio ambiente que hajatratamento dos dejetos e resíduos industriais, porque,consequentemente, toda a comunidade será prejudicada com essesdanos, se não houver um tratamento adequado.

Eu gostaria de falar um pouco mais, mas como sópodemos dispor de oito minutos, o meu boa-noite a todos.

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - A

realização de audiências públicas sobre as mais diversas questõesligadas às áreas de turismo e meio ambiente deverá ser a tônicaque pretendemos empregar enquanto estivermos à frente destaimportante Comissão de Turismo e Meio Ambiente da AssembléiaLegislativa, acatando solicitações como esta formulada pelo nobreDeputado Paulo Eccel para discutirmos questões ligadas aofuncionamento da estação de tratamento de efluentes industriaisde Brusque, operada pela empresa Anglian Water.

Por isso, em uma reunião do nosso Conselho Comunitário,pedimos a realização desta audiência pública. E o que está aconte-cendo aqui é muito importante para nós, porque esperamos tirardaqui esses encaminhamentos.

Também queremos agradecer ao Deputado Paulo Eccelpor ter providenciado sermos ouvidos pelos membros destaComissão.

Obrigada a todos. (Palmas.) Impossível adentrar nesse tema sem antes tecer algunscomentários sobre o importante tema saneamento ambiental, aindade reduzida aplicação neste País, particularmente em nossoEstado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Queroregistrar a presença do Sr. Marcos Antônio Silveira, CoordenadorTécnico das Comissões, que proporciona a realização dessasaudiências públicas; e do Sr. WoIney Chucre, Secretário de PolíticasSociais da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Vamos ser bem objetivos: Santa Catarina é um dos pioresEstados em relação ao tratamento do esgoto, só ganhamos doPiauí. Talvez Brusque não tenha nem tratamento de esgoto. Alémdos efluentes industrias, que são altamente nocivos, o tratamentode esgoto deveria ser também altamente relevante. Até, ao finaldesta audiência eu gostaria de me posicionar dando o meu parecerfinal com relação ao meu entendimento sobre isso.

Com a palavra o Vereador Marcos Bernhardt, repre-sentando a Câmara de Vereadores de Brusque.

O SR. VEREADOR MARCOS BERNHARDT - Boa-noite,senhores, senhoras, Deputados Paulo Eccel e Sérgio Godinho eVereadores Vendelin Bosi e Alessandro Simas, que também estãoaqui representando a Câmara de Vereadores e que conosco estãoengajados nesta batalha contra o mau cheiro.

Portanto, as questões de tratamento dos efluentes noPaís, particularmente no nosso Estado, é uma vergonha! Éinsipiente, é muito pouco. Temos problemas seriíssimos de saúdeem todo o Estado, tem locais em que não temos nem 0,01% detratamento.

Confesso a vocês que eu gostaria de estar aqui falandode coisas boas, como de obras realizadas no nosso Município,porque na verdade é muito constrangedor falar de uma coisa queatrapalha a vida de tantas pessoas que residem nos nossosbairros, principalmente daqueles que residem não só no bairroSteffen, mas nos bairros Santa Terezinha, onde tenho umaempresa, Santa Rita, onde resido, São Luiz e na outra parte daRodovia Antônio Heil.

Fiz esse breve comentário só para mostrar que Brusquenão é um Município predestinado a ter problemas ambientais. OEstado de Santa Catarina passa por desregulamentações. E oIbama e a Fatma são órgãos incansáveis, trabalham diuturnamentepara tentar reverter esse quadro lastimável.

Como já foi dito, não queremos só criticar, porquesabemos que a Anglian também faz coisas boas, pois o tratamentode esgoto é uma realidade e a água que sai é até limpa. E sobreisso já me pronunciei na Câmara de Vereadores.

Agora, confesso a vocês que conheci essa estação - econheço estações de doze países - e a considero uma dasmelhores do mundo, não me referindo à questão do cheiro, que épertinente. Nós estamos aqui para discutir a questão do cheiro.Porém, particularmente, fiz pesquisas e cheguei ao número de2.707.029 metros cúbicos de elementos tóxicos provenientes deindústrias têxteis que não estão mais sendo jogados nos rios.Então, acho que esse dado é altamente relevante, mas não justificae não coloca de lado o cheiro, que é o tema que estamos tratandoaqui.

Mas a minha grande preocupação, senhores, e a de vocêstambém, com certeza, e por isso estão aqui maciçamente, é quantoao mau cheiro, é a respeito da nossa saúde, é em relação à saúdedaquelas pessoas que já estão doentes, que já têm problemas nospulmões, e principalmente das crianças. Até, a há alguns dias eu liuma reportagem sobre Cubatão, e lá falava a respeito dos fetosdeformados nascidos naquela região devido à poluição causadaatravés dos anos. Por isso, Srs. Deputados, o meudescontentamento é com relação ao mau cheiro.

Devido à importância do tema, que é altamente relevante,peço que possamos ouvir as partes e discutir, para que possamoschegar a um bom senso.

Na visita que o Sr. Clóvis fez à Câmara Municipal ele falouque na Inglaterra a Anglian faz tratamento de esgoto doméstico eaqui em Brusque ela faz tratamento de esgoto industrial. Então, eupergunto: será que ela está preparada para isso?

Com a palavra o Sr. Clóvis Helebrando, GerenteOperacional da Anglian Water Brusque, por vinte minutos, para quepossa fazer a sua explanação.

O SR. CLÓVIS HELEBRANDO - Quero agradecer pelaoportunidade de estar aqui falando a todos vocês.(Orador não identificado manifesta-se fora do microfone:

“Não”.) Sei que aqui tem bastante pessoas muito brabas, masgostaria de procurar tentar clarear um pouco essa situação, aquestão do cheiro, o que acontece e porque acontece.

Talvez mais tarde tenhamos uma explicação do Sr. Clóvisquanto a isso.

Mas quero dizer que me sinto honrado em estarparticipando desta audiência, em estar representando os bairrosque acabei de citar. E gostaria que aqueles que tiverem perguntas afazer que as façam, para que ele responda todos os questiona-mentos, a fim de que todos possam sair daqui satisfeitos.Confesso a vocês que quero sair daqui satisfeito, porque de nadaadianta ficarmos lá na Câmara Municipal martelando numa tecla senada se faz. Como o Deputado Paulo Eccel falou, vamos sair daquicom uma definição do que poderá ser feito para melhorar isso.

Primeiramente, vou mostrar um filme a respeito do funciona-mento da estação, para todos entenderem o que se passa lá.

(Procede-se à projeção de filme sobre a Anglian WaterBrusque.)

Essa foi a apresentação do que fazemos tentando, real-mente, trabalhar em prol da melhoria da qualidade do Rio Itajaí-Mirim.

Foi dito uma coisa aqui pelo Vereador Marcos com relaçãoaos dejetos dessa comunidade, que não são tratados pela AnglianWater. Isso é um outro problema que talvez não caiba ser discutidonesta oportunidade, até porque quando foi concebido todo esseprojeto a Anglian Water era participante de um consórcio deempresas, juntamente com mais dois outros sócios. Na época foifeita uma licitação para que tivesse uma estação de tratamento dosefluentes domésticos, juntamente com o esgoto industrial. Quinzeempresas industriais assinaram isso e foi feito um projetocapacitando a estação para tratar disso.

Muitos de vocês que estão aqui nunca tiveram o privilégiode sentir esse cheiro que a gente sente constantemente, dia a dia.E vou confessar para vocês que é horrível o cheiro! É insuportável!Até aproveito para lançar um desafio: vou lá em casa e preparouma baita churrascada para todos vocês que estão aqui, e vamosver o que vai acontecer ao longo da noite.

(Manifestação da plenária. Palmas.)Aí nós vamos ver qual cheiro vai prevalecer, se é o cheiro

gostoso do churrasco ou se é o cheiro que está no ar. Todavia, sobre o esgoto doméstico, não me competediscutir agora. E deixo a pergunta ao nobre Vereador, até porque anossa vontade é que vá para lá, é que se faça uma nova licitação.A Anglian só participa como operadora da estação. O que aconteceulá atrás? É uma boa pergunta para se deixar no ar. Por que não foiconcluído o negócio?

Então, pessoal, o meu posicionamento é para que hojesaiamos daqui satisfeitos e para que toda a comunidade tenha osseus questionamentos respondidos, a fim de que possamos sairdaqui mais felizes, porque dia a dia eu noto que vocês não estãocontentes.

Processo Informatizado de Editoração - DIVISÃO DE ANAIS

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Portanto, foi investido nesta cidade em torno de U$5milhões em uma rede que foi construída com manilhas(esburacaram toda uma cidade) - fazia parte disso. E a própriacidade ficou inadimplente com o Governo Federal porque nãocumpriu a parte que seria a sua contrapartida, que era ter umaestação de tratamento de efluentes. Mas a estação está ali, sófalta a vontade da Casa para que seja realmente decidido.

biota, a bactéria que é utilizada exatamente para que não dê cheiro.Todo o lodo neutralizado com ácido sulfúrico vai ter pH ácido e issocria problema. A Anglian, já no segundo ano, para evitar maioresproblemas, passou a neutralizar seus efluentes com gás carbônico -esse que a gente aspira, esse que a gente toma na coca-cola etudo mais. Isso forma bicarbonato de sódio, que deixa o lodo numpH 8,5, quer dizer, um pH básico. E bicarbonato nós botamos nobolo, a mamãe põe no bolo, lá na cozinha, para fazer ele crescer. Éisso que nós temos lá. Portanto, o lodo produzido é de menor odordo que o lodo convencional. E até estamos construindo ao redor doadensador de lodo, que seria o lugar pior, um sistema de paredespara poder botar sprinklers e diminuir todo o cheiro. Só que é o queeu digo: não vai resolver o problema dos outros. O meu problemaestá sendo resolvido; eu procuro fazer e resolver.

Acho interessante estar havendo uma grande pressãopara tentar desmoralizar o nosso trabalho. Esse trabalho vemsendo feito ao longo de oito anos. E ouvi aqui pessoas falandoem doenças e não sei mais o quê. Estou há oito anos - acabeide fazer 60 anos - firme, sem poder sequer sair dessa estaçãopara tirar umas férias dignas que se possa ter. Tudo porque,senhores, sempre que saio para alguma coisa vem umapedrada do outro lado para tentar atrapalhar a minha vida, ou avida da empresa.

(Intervenção da plenária. Inaudível.)Não tem problema de dinheiro no bolso, senhor! A Anglian

investiu 17 milhões nessa estação e até hoje não voltou um tostãopara a Inglaterra. Isso o senhor pode confirmar através do BancoCentral e de quem mais o senhor quiser. A Anglian simplesmentereinveste 100% do que ela está...

Então, não sei o que está acontecendo, mas estão aquifalando do Steffen, de Santa Terezinha, de Santa Rita, do JardimMaluche, do Guarani - até lá no Zantão -, de Águas Claras.Telefonam para mim dizendo: quando o senhor vai acabar com essacatinga? (Intervenção da plenária. Inaudível.)

A Anglian é uma empresa da qual, quando os efluenteschegam, exala algum tipo de odor, mas de efluente fresco. O lodoproduzido nessa estação é drenado, passado em centrífugas elevado para um tratamento no aterro industrial classe II, aprovado,como disseram, pela Fatma, sob controle, e praticamente não temcheiro, para um aterro dessa natureza.

Bom, eu acho que fui bem claro naquilo que está lá.Hoje o nobre Deputado Godinho esteve lá visitando, assim

como o Deputado Paulo Eccel também esteve e outras pessoas quelá estiveram. E estendo, aqui, o convite a todos que quiseremvisitar ordeiramente, não com baderna na porta da minha estação,que não é minha, sou apenas e simplesmente um gerenteoperacional. Agora, não vou deixar que, através de baderna,queiram imputar a nós uma coisa que estamos fazendoordeiramente.

(Intervenção simultânea ininteligível.)É, fede mesmo. Mas olhem aqui (mostra fotos) o que tam-

bém pode estar fedendo. Estão nos acusando de um monte decoisas, no entanto, temos aqui uma vista do Rio Itajaí-Mirim, nasaída do Rio Ribeirão do Moritz. São diversas fotos, em diversosdias, e em plena luz do dia sai isso. A água está correndo limpa porcima, mas por baixo temos uma situação em que o capim está todoimpregnado. Isso acontece praticamente todos os dias. E o queestão fazendo com isso? Quem será? O problema é que se eu abriraquele tanque de lodo que está lá, onde passo a acumular o lodopara adensar e passar na centrífuga, se eu abrir isso para dentrorio, saiam de baixo. A minha empresa não faz esse tipo de coisa.

(Intervenção da plenária. Inaudível.)Enfim, de novo, enfatizo: as comunidades que quiserem

nos visitar, estamos às ordens. Temos, aqui nas laterais, fotos deescolas de engenharia que estiveram lá nos visitando, de escolasdaqui, da comunidade do Steffen, de crianças que vão lá nosvisitar. Estamos fazendo um trabalho social o maior possível eenvidamos todos os esforços para que as coisas saiam direito.

E temos a grata satisfação de estar recebendo prêmios ereconhecimentos por isso, principalmente da cidade de Itajaí,através de trabalhos científicos que comprovam que o Rio Itajaí-Mirim, dentro da Bacia do Rio Itajaí-Açu, ao longo dos anos que nósiniciamos o trabalho, é o único que melhorou a qualidade das suaságuas. Para nós, é muito gratificante termos ali, na nossa saída,pescadores.

Nós trabalhamos 24h por dia...(Intervenção da plenária. Inaudível.)Dá licença, senhor, depois o senhor fala.(Intervenção da plenária. Inaudível.)Eu moro, senhor; eu moro aqui em Brusque. Fui desafiado

pelo nobre Vereador Vendelin Bosi... Enfim, é bonito o que estamos fazendo. É pena quealguém não esteja compreendendo e não esteja indo buscar asrespostas nos lugares onde elas devem estar.

(Intervenção da plenária. Inaudível.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Por favor,

gostaria de pedir que respeitemos e sejamos os maiscompreensíveis possível, para escutarmos...

Agradecemos pela oportunidade que nos foi dada.Obrigado. (Palmas.)

(Intervenção da plenária. Inaudível.) O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Com apalavra o Sr. Jorge Luiz Bonamente, Diretor-Presidente da FundaçãoMunicipal de Meio Ambiente, por cinco minutos.

Meu senhor, eu gostaria de pedir ao senhor queaguardasse sua vez, por favor.

O SR. CLÓVIS HELEBRANDO - A pergunta foi da onde vema catinga. A catinga que estou acabando de falar vem de lodosendo jogado no rio durante à noite. Lamentavelmente, é isso queocorre. Por uma questão econômica, certas empresas têmdificuldades econômicas de poder manipular isso e levar para oaterro industrial adequado, porque os custos são altos.

O SR. JORGE LUIZ BONAMENTE - Boa-noite a todos. Vouprocurar ser rápido. Saudando o Deputado Godinho cumprimento osdemais componentes da mesa.

Às vezes nos sentimos participando de uma torre-de-babel, porque ouvimos a empresa falar, ouvimos as razões de umaempresa que está situada numa zona industrial, vemos osparâmetros (a Fatma expediu a licença ambiental de operação), eos parâmetros parecem que estão corretos; ouvimos os reclamesda população, mas aí não tem parâmetro, é o nariz - e são pleitoslegítimos, não dá para dizer que não há cheiro, é evidente, a gentepassa por ali e sente -; e ouvimos os reclames dos órgãos quecompõem o Sisnama: o Ibama pelo lado federal, a Fatma pelo ladoestadual e nós pelo lado municipal.

Somente para terem uma idéia, gasto por ano, para fazeruma vala que comporta 6 mil metros cúbicos de lodo, cerca deR$200 mil. Se eu fosse mandar isso para um aterro autorizado,alguma coisa disso eu gastaria por mês. Então, isso já teriainviabilizado a minha estação.

Portanto, arrumamos essa solução, e está sendo tratado,está até sendo feito pesquisa para poder, depois, no futuro resolvero problema do lodo. Enfim, nós não jogamos lodo no rio eestamos aqui com uma evidência clara. Temos problemas noJardim Maluche, no Guarani, e todos com o mesmo problema decheiro.

Também, muitas vezes nos ressentimos de quadro técnicoaté para tentar dar uma resposta à população. E talvez uma saída,não só para esse problema localizado aqui na região de vocês, poistemos outros inúmeros problemas, seria um pleito, e estendo aosVereadores que estão aqui, para tentar aparelhar os órgãosmunicipais com mais técnicos, a fim de que possamos fazer umacobrança e uma fiscalização melhor.

Além disso, ao redor da nossa estação temos diversasestações de menor volume de empresas que estão tratando, enfim,todas elas com seus problemas.

Estação de tratamento de efluentes não é uma coisa quepode em algum momento não dar problema de cheiro. A Anglianvem envidando todos os esforços no sentido de conter todo o gásformado, se é que existe gás formado, de várias maneiras. Temosuma empresa que nos dá assistência no sentido de melhorarmos a

Entendo que esses problemas ocorrem, não há comonegar, vemos isso em todo o município. Agora, tem que haver umasolução técnica para o cheiro. Não há como não concordar. Seformos ver à luz dos parâmetros técnicos, a empresa está correta.Estou aqui com a cópia das licenças, que estão disponibilizadas.

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Porém, voltando à figura que usei da torre-de-babel, secontinuarmos falando e cada um só ouvir apenas o que estádizendo, não ouvir o que os outros estão falando, não vamoschegar a nenhuma solução de consenso.

presta. Ela recebe o efluente de outras grandes empresas e cobradelas pela quantidade de tratamento que faz. Ou seja, não haveriainteresse nenhum em fazer o desvio diretamente para o rio.

Estou fazendo aqui uma análise, senhores, sem conhecera realidade local. Estou falando em tese e baseado na minhaexperiência de dez anos na área de meio ambiente. O problemaexiste. A questão do odor, do mau cheiro é inegável; agora, asolução... E vou falar com sinceridade, sem querer defender aempresa, mas enquanto existir essa realidade aqui, qual a moralque alguém vai ter para acusar essa empresa especificamente?

Como uma moção à mesa, já que é impossível discutircom essa quantidade de pessoas, proponho que tenhamos umrepresentante de cada membro da mesa para se tentar umasolução negociada. Não vamos conseguir resolver integralmente oproblema do cheiro, mas acredito que é possível minimizar.

Era isso que eu tinha a dizer, Presidente. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Quero

esclarecer que no início desta audiência não foram citados osVereadores porque não estavam registrados nas fichas pertinentes.Estão aqui dois Vereadores que nos honram muito com suaspresenças; perdoem-nos pelo lapso.

Como falou o representante da Fundação Municipal doMeio Ambiente, as licenças do órgão ambiental do Estado estão emdia, e vejo aqui que há exigência de apresentações de relatóriosmensais com laudos laboratoriais de análise dos efluentestratados, e perece-me que isso tem sido apresentado.

Parabenizo o Sr. Jorge Luiz, Presidente da FundaçãoMunicipal de Meio Ambiente, pelas colocações que fez.

Segundo o que está sendo dito para mim aqui pelaFundação Municipal do Meio Ambiente, em princípio está tudodentro dos parâmetros aceitáveis pela legislação. Então, realmentefica difícil apontar um único culpado por esse problema. A soluçãodo problema seria muito mais simples se pudéssemos apontar umúnico culpado, mas a evidência está nos demonstrando que existeaqui uma questão difusa, fontes difusas e não localizadas, e issotem que ser apurado.

Comunico que em seguida ouviremos os representantesda Fatma e do Ibama, para depois fazermos os encaminhamentos.

Quero enfatizar, mais uma vez, que existe um problema,mas vamos achar uma solução. Não é o pior problema do mundo,mas é um problema gravíssimo para quem mora lá. Por exemplo, naregião de Florianópolis temos o problema da estação de tratamentode esgoto, que tem um cheiro insuportável. Então, temos umproblema no todo.

É muito fácil: existe uma estação de tratamento e a culpaé deles então, enquanto que está aqui a evidência de que há umlançamento indevido em diversos corpos hídricos da região.Mas a idéia é que possamos (no final darei um exemplo

disto que estou falando) pegar esse limão e fazer uma grandelimonada, para que todos saiam daqui contentes. Essa é a idéia, éno final termos isso.

Digo mais uma coisa aos senhores: essa mobilizaçãoaqui, essa cobrança por soluções do Poder Público é o que vaimodificar essa situação. Eu sempre digo que, nós, que trabalhamosna área do meio ambiente, e meio ambiente normalmente... E issotem uma explicação: num país com a dificuldade econômica quetem o nosso, num país subdesenvolvido em processo de desenvol-vimento (graças a Deus, parece que agora estamos alavancandopara um futuro bem melhor), em nenhum Governo as questõesambientais são prioridades, porque temos problemas sociais,problemas de saúde e de segurança pública que, em princípio,afetam mais diretamente a população.

Por isso, peço compreensão, peço que cada um quedefenda a sua parte seja totalmente respeitado, para quepossamos achar uma saída.

Temos problemas gravíssimos no Brasil, e citei oproblema de Brusque. Por que não tem tratamento de esgoto emBrusque? Então, acho que tudo tem o seu tempo; temos governosnovos, mudanças novas, as audiências públicas são coisas novas,e tudo isso vai propiciar ajustarmos as coisas. O mundo nunca seráperfeito, pois quando tudo for perfeito, acho que o mundo seacabará. Portanto, a idéia é ter essa compreensão, essa tolerância,essa passividade para escutar e achar uma saída. Já foi achadauma saída com relação ao lançamento desses dois milhões demetros cúbicos por ano, agora temos que achar a saída para ocheiro, e é o que vamos fazer. Então, peço paciência,compreensão e tolerância.

Ocorre que aqui há um caso especial, justamente o domau cheiro. Mas eu sempre digo que o político, o gestor público fazaquilo que o eleitorado dele está cobrando. Existe uma baseeleitoral, e o interesse do político para se manter na sua postura derepresentante do povo e ser reeleito é fazer o que a população, queé a base eleitoral dele, cobra. Portanto, o conselho que eu tenho adar aos senhores é o seguinte: continuem cobrando, exigindo dasautoridades e do Poder Público a solução para o problema.Passo a palavra agora ao Dr. Luiz Ernesto Trein, Gerente

Regional do Ibama, por dez minutos, para que possa fazer as suasconsiderações.

Acredito que em havendo essa cobrança intensiva, comcerteza as autoridades vão se sensibilizar no sentido de estruturar aFundação Municipal do Meio Ambiente, a Fatma e o próprio Ibama.O SR. LUIZ ERNESTO TREIN - Boa-noite a todos. Em

primeiro lugar, gostaria de parabenizar a Comissão de Turismo eMeio Ambiente da Assembléia Legislativa de Santa Catarina porestar sensível ao problema da comunidade brusquense, a qualcumprimentamos pela mobilização popular que estamospresenciando aqui hoje.

Seria esse o recado que eu teria para dar aos senhores.Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Passo a

palavra ao Sr. Júlio César Coelho, Gerente de PlanejamentoAmbiental da Fatma, de Blumenau, por cinco minutos.

Vou procurar ser bastante breve nas minhas colocações,porque esse tipo de problema se repete. Como já foi muito bemcolocado tanto pelo Deputado Sérgio Godinho quanto peloDeputado Paulo Eccel, é um problema que se repete pelo Brasil epelo mundo afora, especialmente no processo de retomada docrescimento econômico que o Brasil vem sofrendo nos últimospoucos anos. Se se aumenta a produção industrial,conseqüentemente aumenta-se também a produção de efluentes, enormalmente as estações de tratamento das empresas estãodimensionadas para receber um determinado volume de efluentes,mas quando o mercado passa a consumir mais e as empresaspassam a aumentar a produção e, conseqüentemente, a produzirmais efluentes, essas estações de tratamento muitas vezes nãodão conta, e a solução mais fácil para elas num primeiro momentoé fazer esse tipo de coisa aqui: lançar os efluentes em riachos ounos rios na calada da noite.

O SR. JÚLIO CÉSAR COELHO - Boa-noite a todos.Inicialmente, gostaria de agradecer ao Presidente da Comissão,Deputado Sérgio Godinho, pelo convite formulado... (Manifestaçãoda platéia.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Silêncio,por favor.

(Manifestação fora do microfone: “É que todo mundo estárevoltado!”)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Revoltadocom o quê? Diga-me: com o quê?

O SR. JÚLIO CÉSAR COELHO - Eu vou ser breve. Eu vouser breve...

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Por favor,eu gostaria da compreensão dos senhores!

(Intervenções simultâneas ininteligíveis.)Fecha-se a indústria, então?

Há um sistema muito conhecido por quem trabalha naárea do meio ambiente que é chamado bypass, ou seja, umatubulação que algumas empresas utilizam para fazer o desvio doefluente quando ele está em excesso, e em vez de passar naestação, normalmente ele vai direto para um corpo hídrico. Possoadiantar aos senhores que para uma empresa como a AnglianWater Brusque, pelo compromisso que ela tem, não seria de seuinteresse fazer esse desvio porque ela cobra pelo serviço que

(Intervenções simultâneas ininteligíveis.)Por favor, pessoal, as explicações técnicas são

importantes para depois fazermos os questionamentos.(Intervenções simultâneas ininteligíveis.)Pessoal, ele vai falar por cinco minutos, e depois

abriremos a palavra para quem quiser falar.Agradeço a compreensão. Se nós não ouvirmos a

explicação técnica sobre o assunto, até para vocês terem embasa-

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mento para criticar e para cobrar... É importante! Senão ficará umpingue-pongue: uns falam, outros criticam. Se eles expuserem asexplicações técnicas, será muito mais fácil para nós cobrarmos.

Queríamos fazer muitas colocações, até para esclareci-mento da comunidade, só que o nosso tempo é curto, e estáterminando, mas gostaria que a empresa e os órgãos competentesque estão aqui continuem, por favor. Vamos tentar eliminar essecheiro que está prejudicando o bem-estar dessa comunidade. Nãosei se isso poderá trazer problemas de saúde lá na frente, mas nomomento está incomodando.

Então, gostaria de mais uma vez contar com acolaboração de todos, por favor.

O SR. JÚLIO CÉSAR COELHO - Continuando, acho quequase tudo já foi dito, por isso não vou me alongar.

A Fatma está de portas abertas para atender. Nós vamosrespeitar a definição dessa audiência, e o que não ficar definidohoje, que o seja na próxima audiência, mas a Fatma acatará adecisão, não tenho dúvida disso.

Agradeço a oportunidade, e gostaria que a comunidadecontinuasse. (Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Gostariade ouvir agora o Sr. Alessandro Simas, Vereador da CâmaraMunicipal de Brusque, por três minutos.Desde 1998, se não me engano, uma das condicionantes

principais que a Fatma exige para poder dar início ao processo é umadeclaração da Prefeitura Municipal dizendo que aquele tipo de atividadea ser exercida é viável nesse local. Se a Fatma não receber essadeclaração, ela nem dá continuação ao projeto em si. Mas tudo bem.

O SR. VEREADOR ALESSANDRO SIMAS - Boa-noite a todos.Em primeiro lugar, gostaria de dizer que tomei parte dessa situaçãoatravés do Vereador Vendelin Bosio, quando assumi na Câmara.

A questão é importante, tem que ser discutida, e anoteialgumas coisinhas aqui, até porque hoje fiz uma visita a umatinturaria chamada Staak, no bairro Santa Terezinha, que possui asua própria estação de tratamento, e lá pude observar algumassituações que gostaria de deixar até como indagação para se teruma explicação técnica, porque não entendo do assunto. Se depoiso Sr. Clóvis puder dar uma orientação em relação a isso...

Deputado Godinho, gostaria que a questão dareestruturação da Fatma fosse levada mais uma vez ao nossoGovernador, pois somos em cinco técnicos, a nossa Regionalcompreende 50 municípios e é humanamente impossível darmosconta dos problemas atuais.

No mais, e com sua licença, Deputado, gostaria deconvidar o engenheiro Ronald, da Fatma, para que daqui em dianteresponda a alguns questionamentos.

Em primeiro lugar, eu vi o primeiro tanque onde serecebem os efluentes, e o senhor falou o nome do tanque...

Muito obrigado. (Palmas) O SR. CLÓVIS HELEBRANDO - De equalização.O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) -Com a palavra o Vereador Vendelin Bosio, da Câmara

Municipal de Brusque, por três minutos. (Palmas.)

O SR. VEREADOR ALESSANDRO SIMAS - Lá houvealgumas reclamações até em relação ao cheiro, que também nãoera de lá, mas para sanar o problema, para não haver maisreclamações, a tinturaria colocou um toldo em cima e fez umachaminé com uns 20, 30 metros de altura, para que esse ar, quesai quente, vá para a atmosfera e não retorne para baixo. E lávimos que não havia cheiro nenhum. Em vários momentos, não sóhoje, não há esse cheiro, não há esse odor.

O SR. VEREADOR VENDELIN BOSIO - Primeiramente, queroagradecer o esforço e o interesse do Deputado Paulo Eccel, deBrusque, que acatou a reclamação da nossa comunidade, e o donosso amigo Deputado Godinho. Na semana passada estive emseu gabinete, mas, infelizmente, o senhor não estava. Fomosprocurá-lo lá por interesses políticos. É uma satisfação tê-los aqui. Em relação a um outro questionamento, gostaria de

informar que eles têm alguns... Como é que se fala, Vereador Bosi,aquele oxigênio que fica girando o tempo todo dentro dos tanques?

Também gostaria de agradecer a presença dos senhorese à mesa, que hoje está aqui representando esse bairro. Há muitotempo nós residimos nessa região, e gostaríamos de agradecer aoportunidade que temos hoje de, em público, fazer as nossascolocações e as reivindicações da comunidade.

O SR. CLÓVIS HELEBRANDO - Aeração.O SR. VEREADOR ALESSANDRO SIMAS - Aeração. Então,

essa situação, eu não sei se isso aqui também é feito, mas achoque eles fazem um tratamento bioquímico.Como o meu nome foi citado pelo nosso gerente técnico,

o Sr. Clóvis, quero dizer que acho que é um direito do cidadãopúblico defender a sua comunidade. Não é que a gente atinja osenhor ou qualquer um, mas sim o interesse comunitário, peloproblema causado dentro da comunidade. E nós queríamos ser bemclaros, até pelo conhecimento que temos, pois fui funcionário deempresa de tinturaria por 20 anos, conheço o que é tinturaria, oque é produto químico, talvez não o suficiente, mas conheço grandeparte. Então, sabemos qual é o odor de esgoto e qual é o odor deproduto químico, quanto a isso não tenho dúvida.

O SR. CLÓVIS HELEBRANDO - Quanto à aeração, nóspossuímos um poço de 60 metros de profundidade, ou seja, sãodois reatores aeróbicos nos quais injetam-se 1.300 metros cúbicosde ar por cada compressor, que ali empurra. Trabalho com doiscompressores, portanto são injetados 2.600 metros cúbicos de arpara poder oxigenar todo esse processo.

Eu gostaria de convidá-lo a fazer uma visita para entenderrealmente o que se passa e o que nós estamos fazendo comrelação ao tal tanque de chaminé que você mencionou da Staak.

Mas o questionamento que nos traz a esta audiênciapública não é sobre o tratamento de efluentes que está ali e quevai para o rio, no qual eu tive a oportunidade de pescar. Claro quenão tem como comer o peixe, pesca-se simplesmente por prazer,mas nós não estamos acusando, e tenho certeza de que ascomunidades de Santa Terezinha, Steffen, Santa Rita e São Luísnão têm a intenção de condenar a empresa pelo tratamento. O quenós estamos questionando é o odor, é o ar que puxamos dia a diapara o nosso pulmão, é o ar que nos dá vida, porque, infelizmente,para quem reside próximo... A minha mãe mora a mais ou menosuns 150 metros de distância, e quando se chega à casa dela,quando se chega aqui ao meu bairro (porque isso aqui eu consideroo meu bairro eleitoral), o odor é insuportável (não são todos osdias), mas não podemos acusar somente a empresa.

O SR. VEREADOR ALESSANDRO SIMAS - Só para concluir,Sr. Presidente, gostaria de dizer, em relação à questão que foilevantada, que nós, políticos, às vezes estamos em busca da nossabase eleitoral, mas, como bem disse o Deputado Paulo Eccel, apopulação simples não sabe aonde ir, ela não sabe se vai aoIbama, à Fatma ou à Fundação do Meio Ambiente e se resguardanas pessoas que estão na sua comunidade - eu nem tanto, mas noVereador Bosio, que é daqui do bairro.

Então, eles não sabem aonde ir. Por isso hoje temos quesair daqui com uma definição, pelo menos, de quem vai fiscalizar ede quem vai punir esses erros. (Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Concedoa palavra o Sr. Francisco Allein, coordenador do Conselho PastoralComunitário (CPC).

Nós tivemos a oportunidade, ainda hoje, de visitaralgumas empresas que têm esse tratamento de tinturarias; vocêfica próximo daquilo ali e não tem esse cheiro tão forte.

O SR. FRANCISCO ALLEIN - Eu gostaria neste momento deesclarecer com um pouco do meu conhecimento, já que a minhaformação é técnico em segurança e meio ambiente. Então, tenhoconhecimento do que é produto químico, do que é tratar. Trabalheiem empresas têxteis, e depois de aposentado fui agorarecontratado em outra empresa têxtil, portanto conheço muito bemo embasamento técnico de como deve funcionar a legislação domeio ambiente dentro da empresa e também fora dela.

Em relação ao tratamento, parabéns, nós não temosnada, e não temos nem capacidade de julgar; agora, os gases doar nós estamos questionando e vamos continuar a questionar atéque se resolva. Esperamos que esta audiência seja a continuidadedo trabalho que esses Vereadores estão fazendo na Câmara emdefesa dessas comunidades. Nós não queremos que a empresa seextinga, e sim que ela cresça, porque Brusque precisa.

Os senhores e senhoras que têm em casa Internet,computador, pesquisem a legislação, aí vocês também podem teresse conhecimento do que é fazer prevenção.Falaram Brusque tem 80 mil habitantes, mas já tem mais,

está girando em torno de 100 mil habitantes, e a empresa que temali hoje é para um tratamento de mais de 150 mil habitantes, comcerteza, porque eu também já estive visitando-a.

Eu vou ler para vocês aqui um pedacinho da NBR ISO9.014, para termos uma idéia da responsabilidade da empresa comos efluentes: (Passa a ler)

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19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 43

“Meio ambiente: circunvizinhança em que umaorganização opera, incluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora,fauna, seres humanos e suas inter-relações.

Eu não conhecia o Clóvis, estou conhecendo hoje, então,prazer. Não tenho nada contra a empresa instalada aí, não, seuClóvis, eu tenho é contra o odor, contra esse mau cheiro horrível. Aminha esposa tem de fechar o salão de beleza às vezes porque nãodá para atender o cliente. Essa é a revolta da população.

Política ambientalA alta administração deve definir a política ambiental da

organização, assegurar que ela seja apropriada à natureza, escala eimpactos ambientais de suas atividades, produtos e serviços, bemcomo inclua o cumprimento com a melhoria contínua e com aprevenção de poluição; o comprometimento com o atendimento àlegislação e a normas ambientais aplicáveis e demais requisitossubscritos pela organização; forneça a estrutura para o estabeleci-mento e revisão dos objetos e metas ambientais; sejadocumentada, implementada, mantida e comunicada ao público emgeral. Ela também tem responsabilidade desde o processo até foradela, atingindo globalmente a comunidade.

Eu encabecei esse manifesto a pedido de algunsmembros da comunidade, e isso que está acontecendo aí, pessoaldo Steffen, é graças ao nosso manifesto. Chega de oba-oba, defalar! Nós resolvemos tomar a frente e fazer um manifesto, e querodizer que se providências não forem tomadas - não temos nadacontra a empresa -, outros manifestos faremos, sim, senhor!

Estamos fazendo um abaixo-assinado. Hoje vocês podem verque não existe cheiro; nem segunda, nem terça, nem quarta, nemquinta. Parabéns para a empresa. Tomara que acontecesse assim!

Li no jornal uma reportagem de que houve sabotagem.(Manifestação fora do microfone inaudível.) Eu gostaria, seu Clóvis,que a empresa tomasse as providências e buscasse a pessoa quefez sabotagem. Porque ela não fez sabotagem contra a empresa,se ela fez sabotagem para dar cheiro, foi contra a comunidade!Essa pessoa deveria estar presa. Com toda a certeza, se fez isso,deveria estar presa.

E nós aqui temos quase 30 mil pessoas com umproblema em comum, que é o mau cheiro. Talvez um projeto dereengenharia, Sr. Clóvis, seja interessante.

Não estamos condenando o tratamento de esgoto,estamos, sim, pedindo para que eliminem o cheiro, para que nóspossamos, então, receber visitas em nossa casa.

Muito obrigado. (Palmas.) Aqui mora um monte de gente, são pessoas que estãoestabelecidas aqui há mais de 30 anos, e pergunto a essaspessoas: tinha cheiro antes da Anglian ou tem agora?(Manifestação da platéia.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Com apalavra a Sra. Roselis Zirke.

A SRA. ROSELIS ZIRKE - Boa-noite a todos. Eu gostaria sóde fazer uma ressalva ao que um senhor da mesa disse comrelação aos rios que ainda continuam poluídos devido aos dejetosque ainda são colocados. Eu já moro aqui há 35 anos e por váriasvezes tive a oportunidade de passar perto de rios que estavam comcoloração preta, verde, praticamente mortos devido a essasempresas (uma, inclusive esta, que hoje tem tratamento), e possocolocar para o senhor, com toda a certeza, que o cheiro que esserio tem é diferente do cheiro que nós estamos sentindo hoje. Aspessoas que estão aqui têm certeza absoluta de que o cheiro queestá sendo exalado é pela empresa, que, no caso, é a Anglian.

Esse é o meu comunicado.Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Com a

palavra a advogada Elizabeth De Gennari, por três minutos.A SRA. ELIZABETH DE GENNARI - Em primeiro lugar, eu só

gostaria de prestar alguns esclarecimentos técnicos e da minhaárea, que não é a área de saneamento básico, mas a área legal.

Gostaria só de ressaltar que a empresa Anglian Watertrata de efluentes industriais predominantemente, embora estejapreparada para tratar dos domésticos também. Infelizmente, aestação foi montada para essa finalidade. Apenas o Poder Públicopode aprovar para onde vão os esgotos domésticos, e não vão paraa planta da Anglian.

Algum problema existe com relação ao tratamento queestá sendo feito. Ninguém discute a importância dela com relação atratamento de água, mas sim a poluição que ela está causando aoar e às pessoas que aqui residem. Por outro lado, gostaria de deixar claro que a empresa tem

um certificado expedido pela Fatma atestando, mensalmente, aregularidade de toda a sua atividade, exatamente como prevê a leibrasileira. Portanto, não há na legislação nenhum impedimento paraas atividades da Anglian.

Eu também gostaria de fazer umas perguntas para o Sr.Clóvis. Primeiro, gostaria de saber se todas as empresas que sãoclientes da Anglian são empresas 100% aqui de Brusque.

O SR. CLÓVIS HELEBRANDO - São. Com exceção dealguns pequenos caminhões, que podem trazer algum efluente.(Manifestação da platéia.)

Em terceiro lugar, se o cheiro que a cidade inteira sente vierda Anglian, nós temos um problema físico, porque o vento sopra dolitoral para o interior, e se a Anglian consegue fazer com que o seucheiro chegue do outro lado, depois de Santa Terezinha, onde(ininteligível), é sinal de que só em Brusque o vento corre ao contrário doque nos outros lugares. (Vaias.) Porque é impossível... (Vaias.)

A SRA. ROSELIS ZIRKE - E esses dejetos que vêm docaminhão pra cá...

O SR. CLÓVIS HELEBRANDO - São efluentes industriaisanalisados com análises... (Manifestação da platéia.)

A SRA. ROSELIS ZIRKE - Como o senhor colocou antes:frescos?

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Por favor,pessoal! Gostaria de pedir silêncio. (Manifestação da platéia.)

O SR. CLÓVIS HELEBRANDO - Efluentes frescos,exatamente.

A SRA. ELIZABETH DE GENNARI - O senhor vai deixar euterminar?

A SRA. ROSELIS ZIRKE - Certo. (Manifestação da platéia.) O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Pessoal,silêncio, por favor!O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Por favor,

responda depois, Clóvis, senão... Se a resposta for agora, daí... A SRA. ELIZABETH DE GENNARI - Eu gostaria de saberquais as providências que as autoridades de Brusque estãotomando para tratar os efluentes domésticos de 110 milhabitantes.

A SRA. ROSELIS ZIRKE - Também gostaria de saber quaisseriam os produtos químicos usados nesse processo de tratamentoda Anglian.

Muito obrigada. (Palmas.) Muito obrigada. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Com a

palavra o Sr. Francisco de Souza, suplente de Vereador.(Manifestações simultâneas ininteligíveis.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Com apalavra o Sr. Marco Aurélio.

O SR. MARCO AURÉLIO HABITZREUTER - Boa-noite a todos.As respostas serão dadas no final, senão pára tudo! É

melhor para todos, é melhor. Se for responder agora, tem réplica,tréplica, tem tudo, daí...

Assim como vocês, estou aqui para ouvir, mas tambémpara discutir esse assunto, afinal de contas, sou de Brusque, nasciaqui, vivo aqui e aqui pretendo ficar. Agora, não estou aqui paradizer que a empresa é problemática no sentido de tratar da água.Eu reconheço que a água sai com qualidade; reconheço que oesgoto sanitário residencial também tem problemas, mas tambémreconheço - e peço que a empresa me perdoe - o cheiro que exalaaqui nesta região.

Sr. Francisco de Souza, o senhor tem a palavra por trêsminutos.

O SR. FRANCISCO DE SOUZA - Meu boa-noite a todos.Eu só queria aqui cumprimentar os Deputados Godinho e PauloEccel por essa iniciativa. Isso está acontecendo hoje, Paulo,porque houve um manifesto da comunidade, e o manifesto dacomunidade de Steffen, da região, não é de bagunça, não, é desolicitação. O povo de Steffen não é bagunceiro, o povo deSteffen é trabalhador, é um povo honesto e quer reivindicaraqui o direito deles de não mais cheirar aquilo que estãocheirando. É insuportável!

Eu não gosto de coisa mal explicada nem por parte de umnem por parte de outro, não estou aqui para defender nem um nemoutro, estou aqui para discutir o assunto. Só que tem um assuntoaqui que se discute que é de onde vem esse cheiro. É daqui, é delá? Tem fotos aqui alertando para certos pontos, tem a comunidadeinteira dizendo que parte daqui.

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44 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

Eu até pedi a palavra para sugerir, já que essa é adiscussão e as coisas devem ficar bem esclarecidas, que acomunidade constituísse uma comissão, da qual gostaria departicipar, porque é um assunto que interessa ao nosso município.Gostaria que em diversos dias da semana fizéssemos umafiscalização em cima disso. Será que o cheiro sai do buracodaqueles poços ou será que sai do rio? (Palmas.)

O SR. CLÓVIS HELEBRANDO - De forma objetiva, não.(Manifestação da platéia.)

O SR. LEÔNIDAS PEREIRA - Muito bem. Se não é aestação, então que se faça uma comissão, como foi sugerido pelomeu colega, o Dr. Marco, para avaliar isso aí ou então que oMinistério Público investigue. Se o problema é na estação, ela vaiter que resolver; se o problema não é na estação, alguém vai terque ser penalizado por isso.Eu não sei se o canal do rio aqui é diferente dos outros,

mas costumo passar em muitos lugares do município e sinto quena maioria deles não tem esse cheiro. Perdoem-me.

São essas as minhas palavras. Coloco-me à disposição equero sugerir que seja feita uma ata do que está sendo relatadohoje para ser encaminhada ao Ministério Público. Nós temos ocurador do meio ambiente, que, inclusive, deveria estar presentehoje aqui. Talvez ele tivesse algum outro compromisso, como já tiveprévio conhecimento, mas quem deveria estar à frente disso era oMinistério Público. Não quero culpar ninguém, mas, sem dúvidanenhuma, uma solução deve ser dada.

Por isso, a sugestão seria esta: fiscalizar de perto. Achoque se ficarmos em cima, ficarmos fiscalizando... já que agüentoude segunda até quinta sem cheiro, se a gente ficar fiscalizandotalvez o cheiro não retorne.

Eu já estive aqui, inclusive na casa da D. Norma, e pudesentir um cheiro muito forte, e é muito desagradável. Então, sugiroque se faça essa comissão, da qual gostaria de participar, se acomunidade permitisse. (Palmas.)

Muito obrigado. (Palmas)O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Com a

palavra o Sr. Valério Schumacher.O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) -Passamos a palavra ao Sr. Valmir Ludvig, representando o CDH. O SR. VALÉRIO SCHUMACHER - Boa-noite a todos.

O SR. VALMIR LUDVIG - Boa-noite a todos. Eu só vou fazer três perguntas: qual é a finalidade da Fatma?Qual é a finalidade do Município de Brusque, do Meio Ambiente?Quando eu estava na Câmara de Vereadores - e não estou

aqui acusando todo mundo, mas para que a gente preste atençãonessas coisas que podem acontecer na Prefeitura, na Fatma eassim por diante -, dois cidadãos chegaram para mim e disseramque foram lá e ouviram o seguinte: “Vocês vão fazendo as coisas,se a fiscalização não pegar, vocês terminam”.

A outra pergunta é para o Sr. Valter: há quanto tempo sãocolocados nesses tanques os dejetos que são trazidos nos caminhões?

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Com a

palavra o Sr. Valério Totti.Tem um negócio aqui que foi reconhecido pela Prefeitura, foi

reconhecido pela Fatma, que é a falta de pessoal. Se falta gente, nóstemos que colocar mais. Isso é uma coisa, não é uma acusação parasimplesmente estar aqui. Na época, a gente até tentou resolver, masnão vou entrar em detalhes agora. Isso é uma coisa.

O SR. VALÉRIO TOTTI - Como o tempo é curto, quero falarpoucas palavras, mas quero falar a realidade. Não sou um cidadãoque tem cultura, não sou vereador, não sou coisa nenhuma. Onegócio é o seguinte: fala-se em tratamento, mas ele tem queexistir! Ele não existe ou falta qualidade!

Segundo, está muito claro que tem problemas. NaCâmara, de vez em quando, chegava a relação das empresas quetinham problemas em Brusque que resolviam pagando multasirrisórias. Se é o problema da Anglian... e o Clóvis sabe o meuposicionamento, porque já fiz isso na Câmara quando disse quetinha que trazer a Anglian e todas as empresas para discutir e veronde estava o problema.

O Clóvis falou há pouco que acabou de fazer 60 anos. Eu nãotenho nada contra ele, mas ele é o responsável por esse tratamento. Euestou falando por mim, pela juventude e pelos idosos. Eu olho paraessas crianças e penso que quando elas tiverem 20 anos, do jeito queestá, não terão mais fígado, vesícula e pulmão, porque você semprefalou que as coisas vêm das fontes e coisa e tal.

Para começar, o leito do nosso rio é pequeno, ele não temcapacidade para esse tratamento. Deveriam fazer lá embaixo, quetem mais fonte, mais reforço de água. Nós estamos com umamiséria de água. Foram fazer uma porcaria aqui porque alguémembolsou ou está embolsando alguma coisa! Ali tem qualidade!Falta capacidade e conhecimento para fazer um bom tratamento.

Eu estou aqui - e quero respeitar o pessoal que sente ocheiro - porque duas pessoas de comunidades diferentes mefalaram o seguinte: “Olha, esta cidade toda está fedendo”. Então, oproblema não é só aqui. Até há solidariedade do pessoal do Steffenem relação a outras comunidades que estão tendo problemassemelhantes, e aí eu não sei se é da tinta, se é do lodo, se é dodiabo que for, a gente não sabe! Agora, o problema existe!

Eu sou burro, mas se botarem dinheiro no meu bolso, me-lhoro essa porcaria 100%, porque isso não é uma empresa, isso éuma desgraça para a população de Brusque! Doa a quem doer. Nãotenho nada contra ninguém.

É essa a sugestão que eu gostaria de dar, porqueestamos cansados, por quatro anos ficamos falando sobre isso. Asugestão é que se pegue a Fundação Municipal do Meio Ambiente ea Fatma para que destaquem um técnico para vir aqui em Brusquepara ver o que está acontecendo, porque a cidade fede, isso éverdade!

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Obrigado.Faremos agora as perguntas para o Sr. Clóvis, a quem

solicito que seja bem objetivo, para que possamos dar seqüência eencerrar a reunião, para que ela não seja... (Manifestação fora domicrofone. Inaudível.) Daí jogam os efluentes no rio...(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Com a

palavra o Sr. Leônidas Pereira.O SR. LEÔNIDAS PEREIRA - Quero cumprimentar o

Deputado Godinho e os demais participantes da mesa e dizer oseguinte: concordo com V.Exa. quando elogiou a Anglian e aestação de tratamento, que, aliás, é uma tecnologia de ponta, maso foco do problema hoje é o fedor. Aqui todo mundo fala em cheiro,mas não é cheiro, é fedor! Até um cego, se sair de Itajaí para vir aBrusque e passar pela rodovia, ou de Blumenau pela outra rodovia,vai saber que está chegando em Brusque só pelo mau cheiro. Dissonão se tem dúvida! (Palmas.)

Pessoal, para o Sr. Clóvis: quais os produtos químicosutilizados no tratamento?

O SR. CLÓVIS HELEBRANDO - Os produtos químicosutilizados no tratamento são, primeiramente, gás carbônico, cercade 150 a 180 toneladas por mês... é um gás que não tem cheiro,mas, deixando de ir para a atmosfera... é aplicado na estação,deixando de poluir a atmosfera. Nós temos muitos problemas como lançamento de gás carbônico. O porquê disso foi exatamente paraevitar e substituir o ácido sulfúrico, que, esse sim, gera umproblema de cheiro muito grande pela formação de sulfato e outroscomponentes carregados de enxofre, como sulfeto e sulfitos. Nofinal do tratamento, usa-se sulfato de alumínio, que também já estásendo substituído, até porque... mas o sulfato de alumínio é o quese usa para o tratamento de água nos Samaes de todo o Brasil, é oprincipal componente para a preparação da nossa água potável.Além disso, usamos também cloreto de alumínio, chamado cloretode polialumínio ou PAC. Todos esses produtos não têm cheiro enada que possa comprometer qualquer qualidade. Nós temostécnicos aqui que depois eu gostaria de ouvir. O Pedro é um técnicoque, fora dessa história toda, pode nos falar... O Pedro estátrabalhando nos Estados Unidos, está aqui hoje nos visitando paraconferir aquilo que estamos falando.

O Ibama e a Fatma levantaram o problema sobre asquestões do rio, que a água realmente está poluída, mas eupercebi que a comunidade aqui hoje não está muito interessada.Ela quer resolver um problema local, o problema do fedor.

A estação deve estar sendo muito bem conduzida, a tecnolo-gia é de ponta, mas o problema existe. E eu acredito que o problemaestá aqui. (Aponta para uma foto.) Isso aqui é um tanque, é umreservatório. Eu não sou técnico, sou advogado, mas estou aqui nacondição de munícipe e quero saber se o problema não é dali.

Se me permite, Sr. Clóvis, vou fazer uma pergunta: afinal,esse mau cheiro exala da estação ou não? (O Sr. Clóvis Helebrandomanifesta-se fora do microfone. Inaudível.) De forma objetiva, porfavor!

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O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Sr. Clóvis,a segunda pergunta: há quanto tempo os dejetos são trazidos deoutras localidades em caminhões aqui para a usina de tratamento?

Está todo mundo falando e não estou entendendo, mas aminha sugestão é a seguinte: para resolver isso, para o bichotrabalhar melhor ali e ter melhor eficiência, ele tem que receber osefluentes do município, o esgoto tem que ser tratado aí, que vaimelhorar muito a eficiência da bicharada que trabalha aí dentro.

O SR. CLÓVIS HELEBRANDO - Desde o início da estação,praticamente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Agorafaremos uma pergunta para a Fundação do Meio Ambiente: quaisas providências para tratar os efluentes domésticos em Brusque?Quais as providências que a Fundação Municipal do Meio Ambientetoma, quais as providências que trata... (Manifestação fora domicrofone. Inaudível) Ah! Os efluentes domésticos. Agora entendi.

Essas áreas aqui do lado, tinha que ser uma faixasanitária, 500 metros para cada lado, uma faixa somenteindústrias, a comunidade tinha que ter oportunidade de... sei lá,agora já estão instalados mas... (Manifestação da platéia.) É issoque estou dizendo: seria o ideal que na época isso aqui, quando foiinstalado... (Manifestação da platéia.)

O SR. JORGE LUIZ BONAMENTE - Na verdade, esseassunto está destinado ao engenheiro Roberto Bolomini, do Samae,que está elaborando um pré-projeto para o tratamento dosefluentes domésticos.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Pessoal,por favor, calma! (Manifestação da platéia.)

O SR. RONALD SOTSCHNIG - Não, já que a turma está aí,não tem mais jeito! Eu estou falando que o ideal era que tivesse sóindústrias aqui, não morasse ninguém. Já que está aí, ninguém temo direito de poluir. Agora, vai ter que ser feito um planejamento, umplano de ação para que parem de fazer esse tipo de contaminação.Não tem mais solução! (Manifestação da platéia.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - A segundapergunta: qual a função da Fundação Municipal do Meio Ambiente?

O SR. JORGE LUIZ BONAMENTE - A Fundação Municipal doMeio Ambiente, como órgão do Sisnama, que é o Sistema Nacionaldo Meio Ambiente, supre o licenciamento que lhe é de uma certaforma repassado pelos órgãos que estão acima dela. Quer dizer, oIbama repassa competências para a Fatma e a Fatma repassaformas de licenciamento para o Município que tem um impacto localou um impacto reduzido, que não é o caso aqui.

Em poucas palavras, era isso que eu queria dizer, é o meusentimento. Eu acho que a comunidade está com plena razão, oproblema existe e a gente tem que buscar agora uma alternativa.(Manifestação da platéia.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Pessoal,eu gostaria de esclarecer mais uma vez que o objetivo destareunião é tentar achar uma saída para isso.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Obrigado.Agora uma pergunta para a Fatma: qual a função da

Fatma com relação a tudo isso, com relação ao meio ambiente,com relação aos efluentes domésticos e industriais?

Vamos ouvir agora o Sr. Pedro Springmann, representanteda Intech Engenharia e Meio Ambiente.

O SR. RONALD SOTSCHNIG - Poderia repetir a pergunta? O SR. PEDRO SPRINGMANN - Estamos trabalhando com amicrobiologia da Estação de Tratamento Anglian e o que tenho parafalar é complementando as palavras do engenheiro Ronald: quempromove odor são bactérias, decompondo o material que adentrana estação ou em qualquer outro ambiente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Apergunta foi no sentido de saber que função a Fatma tem diante detudo isso, se há poluição do ar; o que a Fatma está fazendo, doque está participando. Qual a função dela? Para que serve a Fatmaou coisa parecida dentro desse contexto todo, haja vista quecompete a ela essa fiscalização e essa observação?

Na Estação Anglian, a microbiologia é perfeitamenteregulada, é induzida através de análises laboratoriais, ou seja,pode-se definir exatamente que bactéria atua dentro da estação. Éobvio que se procuram bactérias que não promovam odor, tentandofazer com que predominem no meio eliminando aquelas queporventura geram algum tipo de odor. É claro que um efluenteestritamente químico é sempre bem mais complexo e mais difícil deser degradado por uma atividade natural de microorganismos doque um efluente mais orgânico, aquele proveniente do esgotamentodoméstico.

O SR. RONALD SOTSCHNIG - Particularmente, sou um dosfiscais destacados para fazer a fiscalização da região de Brusque,já estou trabalhando há seis anos nesta região. Como são poucostécnicos para fazer esse serviço, a gente passa aqui periodica-mente. E eu tenho conhecimento e tenho uma opinião própria sobretudo isso que está acontecendo aqui.

Estou muito satisfeito com a mobilização da comunidade,estou sentindo reforçado todo o meu trabalho, porque às vezes ànoite ou durante o fim-de-semana, que todos sabem que não temninguém fiscalizando, a turma abusa e faz lançamentos indevidos,na calada da noite... (Palmas) Tomei conhecimento de que colocamaté válvulas e tanques para que esses materiais fiquem guardadosde uma forma bem escondida, que não precisam gastar essedinheiro mandando aqui para tratamento da Anglian ou que o seulodo, que tem que ser mandado para Blumenau, que custa umdinheiro respeitável, também é lançado à noite nos rios, e aí nóstemos esse cenário: rios com cores, todo tipo de poluição na SãoLeopoldo, na Varginha, na Santa Terezinha, lá na saída paraBotuverá, e isso é uma prática corriqueira, vamos falar o portuguêsclaro, todo o mundo sabe quem faz e por que faz. O que se precisarealmente é que a comunidade fique atuando. Eu gostei muito dagalera do Steffen, estão aí com o meu apoio.

A gente tem falado aqui, todo mundo tem reclamado, enão se falou até agora em possíveis soluções para o problema. Nomeu ponto de vista, nos meus 15 anos de experiência profissional,atuando na América do Norte, no México, no Brasil, tenho umavisão bastante clara desse problema especificamente. O próprioengenheiro Clóvis citou que a estação vem operando com 1/3 dacapacidade nominal, ou seja, Brusque é um dos únicos municípiosdo País que poderia ter da noite para o dia o tratamento integral detodos os efluentes gerados no município.

Eu não sei se aí é uma questão de vontade política ou devontade técnica em se levar o assunto para essa direção. Comcerteza a Estação Anglian, recebendo também os efluentesdomésticos do município, poderia operar de uma maneira muitomais estável, com a minimização drástica de eventuais cheiros.Para que isso fosse implementado, bastaria fazer uma rede decoleta, que havia sido montada para essa finalidade e degradou-se.

No caso específico, o que a Fatma, o que eu,particularmente, que tenho 30 anos de Fátima... a minha formaçãoé Engenharia Mecânica e tenho pós-graduação em EngenhariaSanitária e Ambiental. Eu não tenho trabalho de escritório, nãogosto de trabalhar com papel, gosto de trabalhar em campo, porqueé lá que a gente aprende, com os acertos e os erros das pessoas.É isso que dá experiência.

Eu simplesmente coloco esse meu ponto de vista, é asolução do problema, é alimentar essa Estação também com oesgoto doméstico. (Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Não, não fica pior, ela melhora. (Manifestação fora do microfone.Inaudível.) Veja, lançando todo o esgoto para dentro da estação, elapassa a operar com a capacidade nominal, tratando uma qualidadede esgoto muito mais compatível com o desenho da estação. Ocusto por metro cúbico tratado cairia abruptamente, permitindo,inclusive, investimentos adicionais à estação, que poderia tornar-sesimplesmente um exemplo a ser seguido no País inteiro.

A minha opinião particular sobre a Anglian é a seguinte: éum tratamento biológico. Aquilo ali é como se fosse um aquário. Oefluente é a comida desse aquário. Por que fede? Determinadascomidas ou a bactéria não absolve, entra em colapso, e aí cheira.Cheira, sim, porque toda atividade biológica, seja ela em qualquerlagoa de estabilização, se tiver a bactéria com problema, o sistemaentra em colapso e há esse tipo de cheiro.

Era só isso que eu tinha a falar. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Queria

agradecer...E o que acontecia antes? Tínhamos uma empresa semvizinhança, vegetação, nenhum vizinho, nada do lado, aí acomunidade começou a construir... (Manifestação da platéia.) Ocheiro já existe... (Manifestação da platéia.) As fotos estão aí.! Hojeestá cheio de casas aqui do lado, está cheio de casas ali...(Manifestação da platéia.)

O SR. JACKSON LUIZ SOUZA - Peço a palavra.O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Bem

rapidinho então, a última participação, porque senão fica muitolonga a reunião, começa a cansar e ainda temos as consideraçõesfinais.

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46 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 19/05/2005

O SR. JACKSON LUIZ SOUZA - Boa-noite a todos. Criticar, repito, é fácil. Fechar a empresa? Não se podefechar a empresa, pois ela presta um serviço inestimável!(Intervenção da plenária fora do microfone: “E a catinga?(Inaudível.) E o imposto que eu pago todo mês?”)

Eu queria perguntar a você se jogar todo o esgoto das casasdentro do tratamento da Anglian iria resolver o mau odor que fica no ar.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Elerespondeu que sim. Já respondeu. O que você quer que se faça? (Intervenção da plenária fora do

microfone. Inaudível.) Como, sem fazer estudos?! Como você quer? Dêa solução que o Clóvis faz! (Intervenções simultâneas ininteligíveis.)

O SR. JACKSON LUIZ SOUZA - O cheiro no ar iria acabar?(Manifestação fora do microfone. Inaudível.) Bastante minimizado.Não iria... (Manifestação da platéia.) Então, pessoal, pelo amor de Deus, não é assim que se

discute. (A plenária continua manifestando-se fora do microfone.Inaudível.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Pessoal, va-mos evitar polemizar, para que se possa fazer as considerações finais.

O SR. JACKSON LUIZ SOUZA - Respondendo para você, eusou aqui da comunidade, conheço tudo ao redor da empresa. Essafoto foi tirada dentro da empresa e do pasto que fica ao redor.Daqui para lá não foi tirado, porque passa a margem do rio e dooutro lado é uma comunidade forte, que é o Bairro de SantaTerezinha. Voltando para o lado de cá, aqui já mostra um poucomelhor o que eu estava querendo explicar ali, daqui para lá passa orio e a grande comunidade, mas mostraram um pedacinho só dacomunidade. Eu morava aqui no Steffen, hoje moro no lado de lá dorio, no Bairro Barreiros, a dois quilômetros e meio da Anglian, e omau odor é insuportável. (Manifestação da platéia.)

Eu parabenizo a comunidade de Brusque pela compreensão ecolaboração. Todos nós sabemos do problema vivido pela comunidade,e nós vamos buscar uma solução através de parcerias com aAssembléia Legislativa, com a Prefeitura, com o Ibama, com a Fatma.Vamos tentar achar as respostas para essas perguntas que foramcolocadas aqui, porque ninguém tem uma resposta de pronto. Aempresa até consegue mostrar, por meio de fotos, que existem outraspoluições mais graves acontecendo, e que não são de responsabilidadedela. Então temos que acreditar nisso, e fazer estudos.

Portanto, a minha recomendação é no sentido de se fazerestudos para buscar soluções que minimizem o problema. Muitassugestões foram colocadas aqui, todas taquigrafadas e gravadas,como a captação desses gases, como o desenvolvimento de umamata no entorno do local para que se forme uma cortina verdeevitando a saída desse odor. E depois definiríamos um prazo paraque fossem apresentadas, em mais uma audiência pública, assoluções encontradas.

Eu estive falando aqui com o soldado Rodrigues, daPolícia Militar, que me disse que dentro do quartel da Policia Militarnão dá para agüentar, que eles não vêem a hora de o Capitãomandá-los para a rua trabalhar, porque a catinga é insuportável.

Estamos aqui não para falar do tratamento da empresa, maspara que seja solucionada essa catinga que fica no nariz do povo!

Obrigado. (Palmas.) Passamos a palavra ao Deputado Paulo Eccel.O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Pessoal,

eu pediria agora a compreensão de todos para que pudéssemosencerrar, porque senão as colocações vão se tornando repetitivas.(Manifestação da platéia.)

O SR. DEPUTADO PAULO ECCEL - Gente, quando iniciamosesta audiência pública falamos que íamos conversar, discutir etentar encontrar uma alternativa para o problema. Nós estamosconvivendo com esse problema há muito tempo, mas certamentenão existe nada na face da terra que faça com que saiamos daqui,agora, com o problema resolvido! Mas nós temos que encaminharuma solução para esse problema.

Eu acho que já se falou tudo, já foram colocados todos ospontos. Agora as considerações finais são para dar uma soluçãopara o caso, o que vai ser feito.

Então, eu gostaria... (Manifestação fora do microfone.Inaudível.) Não, ele falou que com a colocação do esgoto domésticodiminuiria o cheiro. (Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Não, ele colocou!

Eu tenho uma dúvida que precisa de respostas objetivas daFundação Municipal de Meio Ambiente, da Fatma e do Ibama.Inicialmente pergunto à Fatma se essa questão é de sua responsabi-lidade.

Por favor, não estou defendendo. Nem conheço o cidadão.Respeito a opinião dele!

O SR. RONALD SOTSCHNIG - Sim, é.O SR. DEPUTADO PAULO ECCEL - Ao representante do

Ibama: essa questão é de responsabilidade do Ibama?Pessoal, o princípio da democracia é escutar, respeitar,até que se prove o contrário, até que estudos consigam mostrar ooutro lado da moeda.

O SR. LUIZ ERNESTO TREIN - Em princípio o licenciamento e ocontrole ambiental desse tipo de empreendimento é função do Estado,com o Ibama podendo atuar em caráter supletivo. Pelo que estou vendoaqui, acredito que o Estado de Santa Catarina e o Município de Brusquetêm perfeitas condições de resolver esse problema sem a intervençãodo Ibama, que eu considero um ato de maturidade por parte dacomunidade brusquense e da comunidade catarinense.

Então, para que se saia daqui com a solução, gostaria quecada um de nós, principalmente os órgãos especialistas em meioambiente, dessem sua opinião para o caso, e começo por mim.

E repito, pessoal, peço a compreensão, a colaboração detodos, para que possamos achar uma saída. Acusar é fácil, gritar,chiar, reclamar é fácil. Temos é que achar uma saída. Por isso estáacontecendo esta audiência pública. Muitas vezes achamos quesomos os donos da verdade mas, se formos ver pontualmente,podemos estar equivocados, errados. (Manifestação da platéia.)

O SR. DEPUTADO PAULO ECCEL - Então a função doIbama seria complementar. É função da Fatma, porque a do Ibamaé complementar, é auxiliar, e não de intervenção imediata.

O SR. LUIZ ERNESTO TREIN - Exatamente!Pessoal, silêncio, por favor! O SR. DEPUTADO PAULO ECCEL - Fundação Municipal de

Meio Ambiente: é função da Fundação essa questão?A minha primeira sugestão é que possamos solicitarmedidas e estudos para minimizar o odor na Estação Anglian ouque esses estudos comprovem que o cheiro não é só dela. Temmaneira de se fazer isso. (Manifestação da platéia.)

O SR. JORGE LUIZ BONAMENTE - A resposta foi dada pelorepresentante do Ibama. Agora o Município não pode se furtar emajudar a encontrar saídas. Então se a Fatma precisar do nossoauxílio, até por conhecer a realidade local, nós ajudaremos.Por favor, pessoal!

Segundo, indicar medida que podemos até acenar comopaliativa, mas poderia dar exemplo de diversos tratamentos deefluentes no mundo que fazem isso, poderia se chamar de paliativaessa solução, como a introdução de uma cortina verde de árvoresou coisa parecida para minimizar o odor. É uma medida paliativa,mas que funciona.

O SR. DEPUTADO PAULO ECCEL - Com todo o respeito aosrepresentantes presentes, nós estamos aqui tentando encontrarquem é o pai da criança. Porque nós, como cidadãos, e tambémme coloco nessa situação, não sabemos a quem recorrer.

O que foi dito aqui é que a responsabilidade é da Fatma.Tanto a Fundação Municipal de Meio Ambiente quanto o Ibamainformaram que a responsabilidade desses órgãos é secundária. AFatma concorda com essa visão?

Em terceiro lugar, definir o prazo de 60 dias para quesejam apresentados estudos mostrando como minimizar oproblema. Se de repente se chegar à conclusão que não existemmeios de minimizar o problema, a comunidade parte para algumaação, mas não podemos ficar alheios ao benefício gerado pelaempresa, que consegue evitar que 2,7 milhões de metros cúbicosde dejetos sejam jogados no rio. E o maior problema do mundo nãoé o cheiro, é a poluição das águas - se bem que aqui o problema éo cheiro. (Manifestação da plenária. Inaudível.) Até solicitamos quea empresa seja o órgão gestor desses estudos, para que junto comuma comissão de moradores e da Câmara Municipal ache umasolução.

O SR. RONALD SOTSCHNIG - Eu concordo plenamentecom a visão do licenciamento ambiental, do documento chamadoLicença Ambiental de Operação. Agora, compete às três esferas afiscalização de parâmetros do meio ambiente. (Palmas da plenária.)(Manifestação da plenária fora do microfone. Inaudível.)

O SR. DEPUTADO PAULO ECCEL - À Fatma compete aexpedição das licenças, e as licenças já existem. Então afiscalização é do órgão municipal ou é do órgão... Com todo orespeito, gente, nós temos que falar o português aqui para quetodos possam entender!

DIVISÃO DE ANAIS - Processo Informatizado de Editoração

19/05/2005 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.426 47

Nós temos um problema quanto à fiscalização, e por issoestamos propondo uma comissão formada por representantes dacomunidade, da Câmara de Vereadores, que foi quem iniciou essadiscussão em Brusque, da Assembléia Legislativa, da SecretariaRegional, mas quem participa como órgão fiscalizador nessa comis-são? Os três órgãos, o Ibama, a Fatma e a Fundação Municipal deMeio Ambiente? É isso?

Então o que se pode fazer quando há necessidade dessetipo de intervenção? Normalmente chamamos a nossa equipe deBrasília. Isso é possível, mas aí vem a pergunta: é necessário?Será que o Estado de Santa Catarina não tem condição de resolveresse problema? Eu deixo essa pergunta no ar.

Volto a dizer que se for necessário o Ibama intervém, como caráter supletivo que a legislação apregoa e garante. Mas esperoe faço votos que o Estado de Santa Catarina consiga resolver esseproblema. (Palmas.)

Desculpem a insistência, mas nós queremos entender!Nós temos que falar o português para que esse povo e nós tambémpossamos entender! Muito obrigado!

O SR. RONALD SOTSCHNIG - Para o entendimento detodos, a competência legal de autorização de licença é da Fatma.Agora, se existe uma agressão ambiental, cabe a quem chegarprimeiro. Isto é, pode ser a Prefeitura, pode ser a Fatma, pode sero Ibama, pode ser a Polícia Ambiental, quem tiver a credencial deautoridade pública no meio ambiente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Com apalavra o Sr. João Guilherme Wegner, geólogo e servidor daAssembléia Legislativa.

O SR. JOÃO GUILHERME WEGNER - Na verdade eu nãodeveria falar, mas na condição de quem tem um avô que dá nome auma rua deste bairro, Guilherme Wegner, e por ter tido um filho quenasceu nesta cidade...O SR. DEPUTADO PAULO ECCEL - Está respondido. Então

os três órgãos têm responsabilidade, e quando forem instados,quando forem chamados, têm que responder. É essa a conclusão?(A mesa manifesta-se com a cabeça que sim.) É bom que deixemosisso bem claro para que evitemos dúvidas daqui para frente.

Quando vejo as pessoas falarem do artigo 23 daConstituição, podemos tirar daqui uma lição. A vergonha dissotudo que está aqui hoje, por incrível que pareça, deve-se aporcaria de um artigo dessa Constituição chamado artigo 23,que desde 1988 deveria ter sido regulamentado. Se assimfosse não estaríamos aqui hoje nesse empurra-empurra debarriga para saber quem vai resolver o problema de vocês quesentem o cheiro todos os dias.

O SR. LUIZ ERNESTO TREIN - Em teoria, a posição daFatma está correta. Agora, na prática... O problema é que essaexplicação é um pouco profunda, senhoras e senhores.

Vamos partir do seguinte raciocínio: no Brasil existem trêsesferas de poder, porque ele é uma República Federativa, entãodentro dessa ótica existem a União, os Estados e os Municípios,sendo cada um responsável por uma esfera de competência dagestão pública. Agora imaginem os senhores se o Estado brasileirotivesse que se estruturar para atender questões pontuais, locais,para que existiriam Estados e Municípios?! Então existe umarepartição de competências. Existe, sim, uma responsabilidadecomum, mas existe uma repartição de competências, e por issoexiste o Município, que é para resolver as questões locais, asquestões da comunidade.

Antes de vir para cá eu tive o prazer de visitar essaempresa e lá encontrei uma placa na parede que dizia: empresaregistrada no cadastro técnico federal de atividades potencialmentepoluidoras, o que faz com que essa empresa, a cada três meses,pague uma taxa a um órgão chamado Ibama, que tem porfinalidade fazer a fiscalização.

Então não vamos empurrar com a barriga esse problema equestionar se o problema é da Fatma, é da Prefeitura. O problema étodos os órgãos ambientais e, fundamentalmente, de vocês queaqui moram!

O Estado deve agir e fazer a gestão pública emconsonância com os Municípios, cabendo à União justamente opapel de articulação desse processo. É óbvio que o Ibama tem eexerce atividades de fiscalização, agora é como eu falei antes, euacredito que o Estado...

Foi apresentada uma solução pelo Deputado SérgioGodinho, a qual eu gostaria que a comunidade acatasse, nosentido de que seja dado um prazo de sessenta dias para aempresa desenvolver um projeto, contratando os técnicosnecessários as suas custas, para quem sabe estarmosnovamente neste local tentando ver uma solução. Agora, nãoacreditem que em sessenta dias o cheiro vai parar, porque nãovai. Mas precisamos ter uma definição do que vai ser feito apartir dos sessenta dias.

E eu assumo aqui o compromisso que caso o Estado deSanta Catarina não consiga solucionar esse problema, o Ibama vaiintervir, sim, como tem feito em diversos outros processos,inclusive de licenciamento industrial, em que a Fatma, infelizmente,por falta de estrutura, acaba virando ré em diversos processosjudiciais. Aí o Ibama é chamado a assumir a questão para colocar otrem que descarrilou nos trilhos, digamos assim: ele intervém, oproblema ambiental é resolvido, a Fatma acaba adequando a suaestrutura para atender um determinado problema e o Ibama retira-se do processo.

E os senhores, se não tiverem um cronograma deatividades definido, ou seja, que daqui a sessenta ou talveznoventa dias tenhamos um projeto para ser implementado,tendo a compreensão de que teremos um prazo para que esseprojeto seja passo a passo aplicado... Acredito que seja asolução para que daqui a algum tempo os senhores, que hojepagam o pato de morarem ao lado da solução da falta detratamento de efluentes e esgotos deste Município, possam teruma vida mais digna.

Eu não gostaria que se chegasse a esse ponto comrelação a esse problema vivido aqui. Que me desculpe a Fatma,mas quem tocou nesse assunto foram vocês e eu sou obrigadoagora a externar uma questão que infelizmente é a realidade. Era só isso o que eu tinha para colocar. (Palmas.)

Uma outra realidade que existe no Estado de SantaCatarina, infelizmente, é que efetivamente quem tem feito afiscalização no Estado, principalmente na área florestal, que é ondeo Ibama tem procurado atuar com mais prontidão, digamos assim,é o Ibama e a Polícia de Proteção Ambiental. A equipe defiscalização da Fatma, se não me engano, é composta de seisfiscais para o Estado inteiro. E os técnicos, claro, como é o caso doRonald, trabalham de uma forma também supletiva nesseprocesso, que é muito mais de fazer a análise ambiental, a partetécnica.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Antes deencerrar esta audiência pública, gostaria que fosse elaborado umdocumento, uma ata, para constar essas medidas que seriam asmais importantes - elas não seriam conclusivas na solução doproblema, mas o início para se achar uma solução para o problema.

O primeiro ponto seria definir estudos para minimizar oodor, se tem ou não como diminuir o cheiro, se o cheiro é só daempresa, dando à empresa esse prazo de sessenta dias. Aempresa apresenta os estudos, mostra se o cheiro é dela, se temcomo minimizar esse cheiro ou se o cheiro não é oriundo somenteda indústria que estamos citando.Efetivamente a Fatma não tem um corpo de fiscalização,

infelizmente. E o que acontece? Em função disso o Ibama fez umconvênio com a Polícia de Proteção Ambiental, já há alguns anos, eatualmente quem exerce praticamente 100% das atividades defiscalização na área florestal do Estado de Santa Catarina é oIbama e a Polícia de Proteção Ambiental.

Clóvis, o que você acha, há condições de fazer isso paranós?

O SR. CLÓVIS HELEBRANDO - O que eu penso é oseguinte: se a Anglian tem realmente que fazer esse estudo, estedeve envolver todos os órgãos, de forma a que cada empresa quetenha o tratamento de efluentes também participe, a fim de quepossa ser analisado, por exemplo, onde cada empresa estácolocando o lodo gerado na sua estação. Acho isso de sumaimportância.

O efetivo da Polícia de Proteção Ambiental obviamente quenão é especializado na área de efluentes industriais, assim como oefetivo de fiscalização do Ibama não é. Mas como a competênciapara o licenciamento é do Estado, o Ibama realmente não se sentena obrigação de ter um efetivo de fiscalização especializado na áreaindustrial, uma vez que a obrigação pelo licenciamento ambiental epor esse controle é do Estado.

No caso da nossa empresa, cada caçamba que sai éregistrada, só não é pesada, mas é um volume controlado porcaçambas. Temos produção de quatro caçambas para uma

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produção de quatrocentos metros cúbicos/hora de água - quemtrabalha com 100 metros cúbicos tem que gerar no mínimo umacaçamba por dia. E temos informações que algumas empresas (nãovou citar o nome porque não quero acusar ninguém, não é o meunegócio) estão colocando quatro caçambas por mês com 100metros cúbicos acima desse volume de tratamento de água porhora, quando deveria ter, no mínimo, uma por dia. Onde foi parar oresto? É uma forma fácil de se fiscalizar, desde que ele tenha aobrigação de apresentar... Os aterros controlados que nós temosaqui no Estado são poucos, nós temos dois e o nosso é o terceiro,pelo menos aqui na região Norte do Estado. Mas cada um tem queapresentar o que está fazendo, com nota fiscal e tudo o mais. Issocom certeza!

vem de cá, se vem de lá, qual o problema existente. E depois dissoa Fatma, como é o órgão competente, apesar de ter poucostécnicos - mas ela pode contratar -, pode remeter um socorro àEpagri ou a outro órgão do Estado para que a população possa teruma resposta. O que se quer é que a população tenha umaresposta.

(Manifestações da plenária fora do microfone. Inaudível.)O SR. RONALD SOTSCHNIG - Posso falar pela Fatma,

Deputado?O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Então eu

pediria à Fatma que se unisse ao Conselho Municipal do MeioAmbiente, à Fundação Municipal do Meio Ambiente, ao Ibama e queesses órgãos ambientais juntos se reunissem amanhã emFlorianópolis para discutir o que fazer, e pediria à população queaguardasse não 60 dias, mas 30 dias, no máximo, para ter umaexplicação da Fatma. (Palmas.)

Foi dito aqui há pouco que há quatro dias que não temoscheiro. Ótimo! Parabéns à Anglian. Só que nesse mesmo local queapontei aqui, que é o Ribeirão Moritz, há quatro dias temos o riosaindo limpo. Estão inclusive fazendo um pouco mais de tubulação,atravessando já a Rua Sete de Setembro, para realmente talvezcolocar alguma coisa mais embaixo do tapete.

Então, pessoal, diante do exposto agradeço pelacompreensão de todos neste tema polêmico e, de forma bastantegentil e educada, àquelas pessoas que muitas vezes estavam aquinervosas. Realmente muitas vezes a pessoa fica nervosa e amaneira de se expressar é essa, ficar brava. Então ninguém ficouchateado com ninguém, todos que se expressaram aquibravamente têm o nosso respeito, até porque vivemos num Paísdemocrático.

Eu gostaria de agradecer a todos que puderam entenderaquilo que nós estamos fazendo e reitero o convite para quemquiser formar um grupo e trabalhar com a gente, estamos abertos!

Obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado Sérgio Godinho) - Eu

gostaria de sugerir - e não sei se o Deputado Paulo concorda - oenvio de uma moção à Fatma para que ela, numa força-tarefa coma Fundação Municipal do Meio Ambiente e o Ibama, dê umasolução para esse caso, analise essas denúncias e veja se outrasempresas estão ou não tratando dos seus efluentes, até para queuma empresa não pague o pato. É preciso que a Fatma, mesmocom suas limitações, se responsabilize em dizer de onde vem essecheiro, porque a comunidade precisa saber. À Fatma, por ser aFundação de Amparo à Tecnologia e Meio Ambiente do Estado deSanta Catarina, compete resolver esse problema, a princípio. Nãoestou, de forma nenhuma, tirando a responsabilidade de outrosórgãos, mas a Fatma, como Fundação Estadual, talvez tenha essacompetência: fazer uma inspeção na indústria, rever essa licençaambiental e fiscalizar outras empresas no entorno ou na região parasaber se essas empresas não estavam poluindo e só uma empresapagando o pato.

Estamos aqui para ouvir, estamos aqui para achar umasolução e queremos trazer aqui não uma solução do DeputadoGodinho, não do Deputado Paulo Eccel, não do Ibama ou da Fatma,mas uma solução ambientalista correta, uma solução que possacontemplar a exigência do povo. Quem mora aqui sabe a dificuldadeem que vive, sabe o problema existente, e nós queremoscontemplar vocês com essa resposta da Fatma, que sem dúvida vaiachar uma saída, vai remeter à sua diretoria esse problema que foiaqui tão bem exposto e tão bem repudiado por todos: nãoqueremos o cheiro aqui, não podemos conviver com isso. Então nãopodemos ter contemplações...

(Manifestação da plenária fora do microfone. Inaudível.)Concordo com a falação desse senhor, pois muitas vezes

uma coisa pequena é fiscalizada e punida, quando uma ação dessanatureza... Mas, amigo, encontraremos a solução!

Eu e o Deputado Paulo Eccel agradecemos a todos, decoração, pela participação, bem como agradecemos pelo auxílio dosservidores da Assembléia Legislativa que aqui conosco seencontram. Esta audiência pública foi filmada pela TV AL e vai ser,repetidas vezes, reprisada na TV da Assembléia Legislativa, sendo otema acompanhado pelos quarenta Deputados, o jornal daAssembléia está aqui para dar divulgação ao assunto e tudo o quefoi falado foi taquigrafado e gravado. Então, tudo o que foiexternado vai ser colocado de forma democrática, o repúdio a essecheiro vai ser colocado, todas as colocações dos moradores foramregistradas e vão ser colocadas no jornal. O Deputado Paulo Eccelvai trazer o jornal para vocês.

Nós temos também informações, não tentando defendernenhum lado... Mas se pudéssemos pegar esse limão e fazer umalimonada, viabilizando e aproveitando essa grande empresa paratratar os efluentes domésticos, o nosso esgoto de cada dia.Segundo estudos, tendo mais dejetos, tendo mais efluentes, vocêteria um tratamento mais rápido, evitando mais cheiro. Houve até acolocação de alguém no sentido de que a empresa tem queaguardar ter uma quantidade x de efluentes para depois começar atratar, e que no aguardo dessa quantidade isso poderia provocar ocheiro. Mas essas são colocações feitas por alguém que não quisse identificar, e que talvez não sejam nem pertinentes falar aqui.

O importante é que a Fatma se responsabilize por isso,que ela diga se o cheiro vem da indústria e o que tem que se fazer?Porque senão vai ficar... Acho que a primeira instância é a Fatma -não querendo jogar para a Fatma a responsabilidade total -, mas éo órgão estadual, a Fundação do Meio Ambiente do Estado deSanta Catarina, a quem compete dar o licenciamento. Se ela deu olicenciamento à empresa, se a empresa está devidamentelicenciada, é porque tem motivo para estar licenciada. Mas se apopulação detectou esse problema e não está satisfeita, isso temque ser verificado. Por isso estamos fazendo um apelo, estamosfazendo um requerimento à Fatma para que ela explique para acomunidade o que está ocorrendo, para que ela mostre àcomunidade que o licenciamento é legal, que a empresa está deacordo com a legislação e que esta poluição do ar não vem daempresa, porque se vem a Fatma não pode dar o licenciamentoambiental para a empresa.

Agradecemos a participação da imprensa local que cobriuesta audiência, agradecemos a todos aqueles que semanifestaram, agradecemos àqueles que tinham vontade de semanifestar mas não o fizeram porque não houve tempo e mesmoassim ficaram aqui sentados, e ficando aqui mostraram a suaindignação, mostraram a sua preocupação com relação à saúde detoda a população. Muito obrigado a todos!

Agradecemos também à empresa que esteve aqui comtoda a sua diretoria, passivamente, escutando, ouvindo coisas,muitas vezes contrariando os seus princípios, porque sabe queestá fazendo um trabalho correto. Mas queremos que aharmonia e a paz voltem a reinar aqui. Vocês moram aqui, têmque conviver juntos e conviver juntos é ter que achar soluçõesjuntos. Vamos achar uma solução para poder ter aqui essaempresa que presta um serviço maravilhoso com relação aotratamento dos efluentes e que eu fui lá conhecer. Há esseproblema do cheiro que todo mundo salientou, mas vamosachar uma saída, se Deus quiser.

Então acho que é uma questão de visão prática, objetiva,clara, e compete a nós cobrar da Fatma uma explicação, talvez nemdê agora... Eu apresentarei uma moção na Assembléia Legislativapara que os demais 39 Deputados assinem, pedindo umaexplicação técnica da Fatma do porquê desse cheiro aqui nacomunidade.

Agradeço a Deus pela oportunidade de estar aqui e por tervocês aqui nos ouvindo e confiando na nossa palavra. Vamos acharuma solução.

O nosso muito-obrigado e damos por encerrada estaaudiência pública.Esse é o encaminhamento, na minha visão: remeter à

Fatma a responsabilidade de uma resposta. Daí a Fatma virá aquina empresa, fiscalizará a empresa novamente, ouvirá acomunidade, ficará dois ou três dias, verá de onde vem o cheiro, se

DEPUTADO SÉRGIO GODINHOPRESIDENTE

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