flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

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FLORA MARINHA BENTÔNICA DAS ILHAS OCEÂNICAS BRASILEIRAS ( 8 Ilustrações) VILLAÇA,R. 1 , PEDRINI,A.G. 2 , PEREIRA,S.M.B. 3 e FIGUEIREDO, M.A. de O. 4 BENTHIC MARINE FLORA OF THE BRAZILIAN OCEANIC ISLANDS TITULO RESUMIDO: FLORAMARINHA DAS ILHAS OCEÂNICAS 1 Depto de Biologia Marinha, Universidade Federal Fluminense, Caixa Postal 100644, Niterói,RJ 24001-970 [email protected] 2 Depto de Biologia Vegetal, Universidade do Estado do Rio de Janeiro,Rua São Francisco Xavier, 524, Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha, sala 525/1, Rio de Janeiro,RJ, CEP 20550-013 [email protected] 3 Depto de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Av. D. Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, CEP 52171-900, Recife,PE [email protected] 4 Programa Zona Costeira Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rua Pacheco Leão 915,Rio de Janeiro,RJ,CEP 22460-030 [email protected]

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Page 1: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

FLORA MARINHA BENTÔNICA DAS ILHAS OCEÂNICAS BRASILEIRAS( 8 Ilustrações)

VILLAÇA,R.1, PEDRINI,A.G.2, PEREIRA,S.M.B.3 e FIGUEIREDO, M.A. de O.4

BENTHIC MARINE FLORA OF THE BRAZILIAN OCEANIC ISLANDS

TITULO RESUMIDO: FLORAMARINHA DAS ILHAS OCEÂNICAS

1 Depto de Biologia Marinha, Universidade Federal Fluminense, Caixa Postal 100644, Niterói,RJ 24001-970 [email protected] Depto de Biologia Vegetal, Universidade do Estado do Rio de Janeiro,Rua São Francisco Xavier, 524, Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha, sala 525/1, Rio de Janeiro,RJ, CEP 20550-013 [email protected] Depto de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Av. D. Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, CEP 52171-900, Recife,PE [email protected] Programa Zona Costeira Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rua Pacheco Leão 915,Rio de Janeiro,RJ,CEP 22460-030 [email protected]

Page 2: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

RESUMO

O conhecimento atual e perspectivas futuras das pesquisas sobre a flora marinha

bentônica de Ilhas Oceânicas (incluindo o Banco dos Abrolhos) são abordados no presente

capítulo. Este se divide em quatro partes correspondendo ao Atol das Rocas, Fernando de

Noronha, Arquipélago São Pedro São Paulo, Complexo Insular de Trindade e Martim Vaz

e Abrolhos. Cada parte do capitulo é constituída por uma introdução onde é relatado um

breve histórico dos trabalhos já realizados em cada local. Em seguida é feita uma síntese

atual dos conhecimentos obtidos até agora, do ponto de vista taxonômico e ecológico. Ao

final, a infra-estrutura existente é abordada sendo fornecidas com sugestões para o

direcionamento de novas pesquisas. Comparando-se as ilhas fica bastante claro que há um

nível desigual de conhecimento e que o Complexo Insular de Trindade e Martins Vaz é o

que menos recebeu atenção até o momento. Por sinal, é também o mais carente em termos

de infra-estrutura para pesquisa. Fernando de Noronha, ao contrário, tem recebido mais

atenção tendo em vista o maior número de trabalhos aí desenvolvidos além de razoável

infra-estrutura. As demais ilhas ainda que apresentando um desenvolvimento recente de

estudos de natureza taxonômica e ecológica, é reconhecido que ainda resta muito a se fazer

para se obter um panorama mais realista da composição e importância da flora marinha das

ilhas oceânicas brasileiras.

PALAVRAS-CHAVE

FLORA MARINHA; ESFORÇO AMOSTRAL; ATOL DAS ROCAS; FERNANDO DE NORONHA; BANCO DOS ABROLHOS; ARQUIPELAGO SÃO PEDRO SÃO PAULO; ILHAS DE TRINDADE E MARTIM VAZ;

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ABSTRACT

In the present chapter the current knowledge and perspectives for future of research on the

benthic marine flora of Brazilian oceanic islands (including the Abrolhos Archipelago) is

analyzed. This study was separated in four sections corresponding to Atol das Rocas Reef,

Arquipélagos de Fernando de Noronha and São Pedro e São Paulo, the islands of Trindade

and Martim Vaz, and the Abrolhos Bank. Each is composed of an introduction which

briefly describes the studies already done at each place. An updated synthesis of the

taxonomic and ecological status follows. Finally, the available infrastructure is considered ,

and includes suggestions for further research. Comparing the islands, it is very clear that

our knowledge is unbalanced and that the islands of Trindade and Martins Vaz are the ones

that have received less attention until now. In fact, these islands are also the ones that most

lack infrastructure for research. Fernando de Noronha, on the other hand, has received more

attention, considering that a large number of studies have been developed because of

reasonable infrastructure available. Even though the other islands have been subjected to

recent taxonomic and ecological studies, it is recognized that there still remains a lot of

work to be done in order to achieve a more complete perspective of the composition and

importance of the marine flora of the Brazilian oceanic islands.

KEYWORDS

MARINE FLORA; SAMPLING EFFORT; ATOL DAS ROCAS; FERNANDO DE NORONHA; ABROLHOS BANK; ARQUIPELAGO SÃO PEDRO SÃO PAULO; ILHAS DE TRINDADE E MARTIM VAZ;

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1a PARTE – ALGAS MARINHAS BENTÔNICAS DO ATOL DAS ROCAS

(ROBERTO VILLAÇA)

INTRODUÇÃO

A Reserva Biológica do Atol das Rocas foi a primeira unidade de conservação

marinha criada no Brasil. O sistema recifal de Rocas, apesar de não ter dimensões

comparáveis às formações típicas de Atol do Oceano Pacífico, tem sido considerado como

o único Atol do Atlântico Sul (KIKUCHI & LEÃO 1996;. A trama recifal do Atol das

Rocas é majoritariamente constituída por algas coralinas incrustantes e em proporção muito

menor por foraminíferos e conchas de moluscos gastrópodes (.

A flora marinha bentônica do Atol das Rocas foi primeiramente estudada em

detalhe no início dos anos 70 por , apesar de algumas referências esporádicas a algumas

espécies, serem encontradas em literatura anterior. Depois dos estudos acima citados, um

trabalho referente a geologia do Atol das Rocas, descreveu 5 táxons de algas coralináceas

incrustantes e outros apresentaram a importância destes táxons para a estrutura do Atol .

Mas recentemente, trabalhos desenvolvidos sobre aspectos ecológicos e taxonômicos das

macroalgas apresentaram novas ocorrências para o Atol e para o Brasil (VILLAÇA et al.

2002; BARBOSA et al. 2003; FUJI & VILLAÇA 2003; VILLAÇA & JENSEN,

submetido; VILAS-BÔAS, FIGUEIREDO & VILLAÇA no prelo).

Os trabalhos que tem sido realizados no Atol das Rocas foram geralmente

localizados na zona entre-marés e, mais recentemente, também foram realizadas coletas em

mergulho autônomo como parte de um projeto do Departamento de Biologia Marinha da

UFF,. Com essa técnica e apoio de embarcação, é possível estudar o banco de algas em

torno deste atol que apresenta diversidade muito pouco conhecida. A presente seção tem

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por objetivo agrupar as informações atuais e passadas e propor novos passos para o

desenvolvimento de pesquisas com macroalgas no Atol das Rocas.

SITUAÇÃO ATUAL DE CONHECIMENTO DA FLORA

Os estudos desenvolvidos por OLIVEIRA FILHO & UGADIM (1974;1976)

resultaram em uma listagem de 93 taxa sendo 53 rodofíceas, 18 feofíceas e 22 clorofíceas).

Destas espécies, foram relacionadas 20 novas ocorrências para o Brasil, sendo 9 rodofíceas,

3 feofíceas e 8 clorofíceas (OLIVEIRA FILHO & UGADIM 1976). Foram adicionados

posteriormente para o Atol, 11 clorofíceas, 10 feofíceas e 13 rodofíceas, totalizando 131

taxa até o momento referidos para este recife, incluindo também 4 táxons de coralináceas

incrustantes da ordem Corallinales (GUERARDI 1996; VILLAÇA et al. 2002; ; ;

VILLAÇA & JENSEN, submetido; VILAS-BÔAS, FIGUEIREDO & VILLAÇA no prelo).

A Tabela 3, ao final desta seção, mostra a listagem dos táxons de algas bentônicas referidos

para o Atol. As rodofíceas representam o grupo com mais táxons (Figura 1).

Figura 1: Percentual de táxons de macroalgas por divisão nas Classes de algas bentônicas do Atol

Chlorophyceae25%

Phaeophyceae21%

Rodophyceae54%

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Dentre as clorofíceas, as ordens melhor representadas no Atol são as Cladophorales

(40% dos taxa), Bryopsidales (30%) e as Ulvales (18%). Destaca-se o fato de que entre as

Bryopsidales não está representada a Familia Udoteacea (Halimeda, Penicillus etc...) tão

comuns em área recifais no Brasil e Caribe. Entre as feofíceas, as Dictyotales são as mais

representativas em termos de taxa com 61 % do total relacionado para o Atol. Ectocarpales

com 21%, Fucales 11% e Sphacelariales com 7% completam a lista. Destaca-se a ampla

maioria de táxons ligados a ordem Dictyotales apesar da ausência do gênero Padina,

comum em vários recifes brasileiros. Em relação às rodofíceas, 60% dos táxons descritos

pertencem a ordem Ceramiales, sendo esta a de maior riqueza. Outras ordens aparecem

com importância secundária em relação ao percentual de táxons relacionados a ela:

Corallinales, 10%; Rhodymeniales 9%; Gigartinales 7% e Acrochetiales 6%. Duas ordens

presentes em muitas áreas coralineas no Brasil não tem representantes até o momento

identificados para o Atol: Halymeniales e Gracilariales. Em relação as coralináceas,

GUERARDI (1996) descreveu Porolithon cf. pachydermum, Porolithon sp., Lithophyllum

sp., Lithoporella sp. e Sporolithon sp. VILAS-BÔAS, FIGUEIREDO & VILLAÇA (no

prelo) confirmaram somente uma espécie de Porolithon (Porolithon pachydermum), com

duas formas distintas de crescimento, que podem ter sido interpretada por GUERARDI

(1996) como 2 espécies distintas.

A distribuição das espécies varia em alguns locais em termos espaciais, porém a

alga Digenea simplex se mostrou a mais importante em recobrimento de área do anel

recifal e platô. Poucas espécies em geral são dominantes no platô e a distribuição horizontal

é predominantemente em manchas. Temporalmente, as populações de macroalgas não

mostraram diferenças sazonais importantes apesar de inicialmente ter sido encontrado uma

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variação que mais tarde mostrou ser mais reflexo de distribuição descontínua.

Contrariamente a outros organismos como tartarugas, tubarões e aves em que a reprodução

(e a própria presença) se mostra mais localizada numa parte do ano, dados obtidos não

evidenciaram semelhante situação para as macroalgas.

A Figura 2 mostra o dendrograma formado quando se compara sete diferentes

setores do Atol, com as respectivas listas de espécies presentes (sem os elementos

duvidosos).

Figura 2: Análise de similaridade com dados de presença e ausência de espécies de macroalgas em diferentes setores do recife do Atoldas Rocas.

Existe uma clara distinção entre os compartimentos internos (crista interna e platô) e

os outros no lado externo ou próximo a ele. As piscinas internas são muito distintas dos

dois grupos parecendo se constituir de um sistema um pouco mais isolado. Alguns fatores

ambientais certamente diferem de uma seção para a outra, porém durante as marés altas

todos os compartimentos ficam submersos e portanto ligados pela água.

A Tabela 1 explica muito dessa diferença entre os setores do recife. A exceção da

crista interna, os setores internos do recife são bem pobres em macroalgas quando

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comparados aos setores no lado externo. As condições ambientais são extremas para os

setores da região entre marés, porém surpreendentemente as piscinas internas são mais

pobres ainda, apesar de reterem água durante a maré baixa e ter profundidade média de 2 a

3 metros.

Tabela 1 : Número de taxa de macroalgas por cada setor do recife do Atol das Rocascrista platô platô piscina piscina fendas frente

interna abrigado exposto interna externa da crista recifal28 11 13 8 38 32 40

A relação das macroalgas com herbívoros mostrou que a alga D. simplex é um

recurso muito utilizado, sendo complementado por outras algas com distribuição espacial

bem mais restrita porém com características de crescimento rápido. A pastagem no anel

recifal é predominantemente feita por peixes sendo a população de ouriços com distribuição

muito restrita no recife. No lado externo do recife é clara a dominância de macroalgas que

não são apreciadas por peixes herbívoros, o que aponta o anel recifal como um possível

estoque de alimento mais apreciável onde a pastagem só é possível nos períodos de maré

alta, impedindo assim um esgotamento de recursos. Segundo MARQUES (2003), A alga

D. simplex é a alga mais palatável do Atol das Rocas, sendo a mais consumida em quase

todos os experimentos realizados pelo autor. Estudos de conteúdo estomacal de um dos

principais peixes herbívoros do Atol (Acanthurus coeruleus) confirmaram que D. simplex é

a alga mais consumida (ARAGÃO 2003), porém uma outra alga, Gelidium sp também

apareceu com freqüência (ARAGÃO 2003) apesar de ainda não ter sido relatada nenhuma

espécie de Gelidium para o Atol. As algas pardas encontradas no lado externo como

diversas espécies da ordem Dictyotales são menos palatáveis, pois em diversos

experimentos estas apresentaram baixo consumo (MARQUES 2003).

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A flora marinha do Atol que Rocas tem características peculiares sendo por exemplo

pouco relacionada com o Arquipélago de Fernando Noronha onde só aproximadamente

40% dos táxons do Atol das Rocas foram encontrados. Quase 80% dos táxons deste recife

estão presentes na costa brasileira mas quando comparados separadamente com algumas

regiões há espécies menos comuns relativamente (Tabela 2).

Tabela 2: Táxons do Atol das Rocas encontrados em regiões próximas Estados e/ou regiões % Arq. São Pedro São Paulo 9Fernando de Noronha 39,8Ceará 49,6Rio Grande do Norte 28,3Paraíba 41,6Pernambuco 38,1Bahia 43,7Espirito Santo 50,8

Deve ser levado em conta, que algumas regiões estão melhor estudadas que outras

mas os dados atuais sugerem uma combinação muito original de táxons de macroalgas que

reforçam a singularidade destes local. Além disso, há espécies mais representativas do

Caribe (63,7%) que a costa ocidental de África (51,3%) o que é consistente com a natureza

coralina do Atol das Rocas.

DEMANDAS CIENTÍFICAS

Apesar dos estudos já realizados é clara ainda a necessidade de estudos mais aprofundados

em taxonomia e ecologia das macroalgas. Em relação as algas calcárias incrustantes

(Corallinales) há muito ainda por fazer em relação à taxonomia sendo provável novas

ocorrências de várias espécies. Outro grupo onde nada ainda se conhece são as

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Page 10: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

cianobactérias. Observações pessoais deste autor indicam que são inúmeras as espécies de

cianobactérias presentes em pequenos pedaços da estrutura recifal ou mesmo no sedimento

calcário. Se no platô recifal e nas piscinas não se deve esperar um aumento significativo de

espécies descritas para o Atol, o fundo em torno do recife sugere que o número de espécies

deve ser ampliado. O fundo calcário em torno do Atol é um aspecto que pode ser destacado

por sua importância, já que dá suporte a um exuberante banco de macroalgas cuja troca de

material com o anel recifal principal é visível. Neste local foram encontradas muitas novas

ocorrências, praticamente todas com potencial para a pesquisa de produtos naturais. Esse

campo de estudo pode dar uma grande visibilidade também para a Reserva Biológica do

Atol das Rocas e deveria ser incentivado esse tipo de pesquisa já que haveria possibilidade

inclusive de receber subsídios oriundos de patenteamento de novas substâncias.

INFRA-ESTRUTURA

A Reserva Biológica do Atol das Rocas conta hoje com uma infra-estrutura básica

para o desenvolvimento de pesquisas no local. O transporte desde Natal é fornecido pelo

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA,

assim como a alimentação. A casa no recife dispõe de dois cômodos podendo abrigar até 5

pesquisadores. Há um bote inflável com motor, que pode ser utilizado pelos pesquisadores

durante os 22 a 25 dias da temporada. Não há disponibilidade de compressor para apoiar

mergulho autônomo, o que dificulta as coletas do lado externo do Atol. Há dificuldades

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para se trazer material fresco ou congelado devido à distância da costa e a casa não dispõe

de energia elétrica suficiente para fazer funcionar qualquer tipo de equipamento. Os

recursos para chegar até Natal também dependem dos pesquisadores o que dificulta a ida

dos mesmos quando não são ligados às universidades de estados próximos como Rio

Grande do Norte,Ceará, Paraíba e Pernambuco.

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Page 12: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Tabela 3: Lista das algas marinhas bentônicas do Atol das RocasOliveira Atol

Filho (1976)

(99/2002)

Chlorophyta Anadyomene saldanhae* A. B. Joly & E. C. Oliveira 1Anadyomene stellata (Wulfen in Jacq.) C. Agardh 1Blastophysa rhizopus Reinke 1Bryopsis pennata J.V. Lamouroux f. pennata 1 1Bryopsis pennata J.V. Lamouroux f. secunda 1 1Bryopsis plumosa* (Hudson) C. Agardh 1Caulerpa cupressoides var. cupressoides* (H.West in Vahl C. Agardh) 1Caulerpa cupressoides var. lycopodium Weber Bosse 1 1Caulerpa mexicana* Sond. ex Kütz 1Caulerpa verticillata* J. Agardh 1Cladophora brasiliana G. Martens 1Cladophora dalmatica* Kützing 1Cladophora vagabunda* (L.) C. Hoek 1Cladophoropsis membranacea (C. Agardh) Børgesen 1 1Codium intertextum Collins & Herv. 1 1Codium repens* P. Crouan & H. Crouan ex Vickers 1Dictyosphaeria ocellata (M. Howe) J.L. Olsen 1 1Dictyosphaeria versluysii Weber Bosse 1 1Enteromorpha lingulata J. Agardh 1Enteromorpha multiramosa Bliding 1 1Entocladia viridis Reinke 1 1Neomeris annulata* Dickie 1Petrosiphon adhaerens M. Howe 1Phaeophila dendroides (P. Crouan & H. Crouan) Batters 1Phyllodictyon anastomosans (Harv.) Kraft & M.J. Wynne 1 1Pringsheimiella scutata (Reinke) Höhn. ex Marchew. 1Rhizoclonium sp.* 1Ulothrix sp. 1Ulva fasciata Delile 1Ulva lactuca Linnaeus 1 1Urospora penicilliformis (Roth) Aresch 1Valonia macrophysa* Kützing 1Ventricaria ventricosa J.L. Olsen & J.A. West 1 1 Phaeophyta Bachelotia antillarum (Grunov) Gerloff 1Dictyopteris delicatula J.V. Lamouroux 1 1Dictyopteris jamaicensis W.R. Taylor* 1

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Dictyopteris justii J.V. Lamouroux 1 1Dictyota bartayresiana J.V. Lamouroux 1 1Dictyota cervicornis* Kützing 1Dictyota ciliolata Sond. ex Kütz. 1 1Dictyota crispata* J.V. Lamouroux 1Dictyota guineensis* (Kützing) P.Crouan & H.Crouan 1Dictyota jamaicensis W.R. Taylor 1Dictyota menstrualis (Hoyt) Schnetter, Hörnig & Weber-Peukert 1 1Dictyota mertensii* (Martius) Kützing 1Dictyota pfaffi* Schnetter 1Dictyota pinnatifida* Kützing 1Dictyota pulchella Hörnig & Schnetter 1 1Ectocarpus elachistaeformis Heydr. 1Ectocarpus variabilis Vickers 1Feldmannia caespitula (J. Agardh) Knoepffler-Pèguy 1Feldmannia indica (Sond.) Womersley & A. Bailey 1Hincksia breviarticulata (J. Agardh) P.C. Silva 1 1Lobophora variegata (J.V. Lamouroux) Womersley ex E.C. Oliveira 1 1Sargassum hystrix* J. Agardh 1Sargassum polyceratium Mont. 1 1Sargassum vulgare C. Agardh 1Spatoglossum schroederi* (C. Agardh) Kützing 1Sphacelaria brachygonia Mont. 1Sphacelaria rigidula Kütz. 1Stypopodium zonale (Lamouroux) Papenf. 1 1 Rhodophyta Acrochaetium hypneae Børgesen 1Acrochaetium microscopicum (Nägeli ex Kütz.) Nägeli 1Acrochaetium phacelorhizum Børgesen 1Acrochaetium unipes Børgesen 1Acrothamnion butleriae(Collins) Kylin 1Anotrichium tenue (C. Agardh) Nägeli 1 1Antithamnion antillanum* Boergesen 1Antithamnionella breviramosa (Dawson) 1

Wollaston in Womersley & BaileyAsparagopsis taxiformis (Delile) Trevis.(fase Falkenbergia hillebrandi) 1Botryocladia pyriformis* (Børgesen) Kylin 1Bryothamnion triquetrum (S.G. Gmel.) M. Howe 1 1Centroceras clavulatum (C.Agardh in Kunth) Mont. in Maisonneuve 1 1Centrocerocolax ubatubensis A.B. Joly 1Ceramium brasiliense A.B. Joly 1Ceramium brevizonatum var. caraibicum H.E. Petersen in Børgesen 1 1

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Continuação da Tabela 3

Ceramium codii (H. Richards) Maz. 1Ceramium dawsonii A.B. Joly 1Ceramium flaccidum (Kütz.) Ardiss. 1Ceramium luetzelburgii O.C. Schmidt 1 1Ceramium vagans P.C. Silva 1Champia minuscula A.B. Joly & Ugadim 1 1Champia parvula* (C. Agardh) Harv. 1Chondracanthus acicularis* (Roth) Frederiq 1Crouania attenuata (C. Agardh) J. Agardh 1 1Dasya rigidula (Kütz.) Ardiss. 1Digenea simplex (Wulfen) C. Agardh 1 1Dipterosiphonia dendritica (C. Agardh) 1

F. Schmitz in Engler & Prantl Erythrotrichia carnea (Dillwyn) J. Agardh 1Galaxaura rugosa (J. Ellis & Sol.) J.V. Taylor 1 1Gelidiella acerosa (Forssk.) Feldmann & Hamel 1 1Gelidiella setacea (Feldmann) Feldmann & Hamel 1 1Gelidiopsis intricata (C. Agardh) Vickers 1 1Gelidiopsis planicaulis (W.R. Taylor) W.R. Taylor 1 1Gelidiopsis variabilis(Greville ex J. Agardh) F. Schmitz 1Griffithsia caribaea Feldm.-Maz. 1Griffithsia schousboei Mont. var. shousboei 1 1Haliptilon cubense* (Mont. Ex Kütz) Garbary & H.W. Johans. 1Haliptilon subulatum (J. Ellis & Sol.) H.W. Johans. 1Herposiphonia secunda (C. Agardh) Ambronn f. secunda 1 1Herposiphonia secunda (C. Agardh) Ambronn f. tenella 1 1Heterosiphonia crispella var. laxa (Børgesen) Wynne 1Hypnea musciformis (Wulfen in Jacqu.) J.V. Lamouroux 1 1Hypnea spinella (C. Agardh) Kützing 1 1Hypnea sp. 1Jania adhaerens* J.V. Lamour. 1Jania capillacea Harv. 1 1Jania pumila J.V. Lamouroux 1 1Jania rubens (L.) J.V. Lamouroux 1Laurencia caraibica P.C. Silva 1Laurencia decumbens Kütz. 1Laurencia flagellifera* J. Agardh 1Laurencia intricata* J. V. Lamouroux 1Laurencia papillosa (C. Agardh) Grev. 1Laurencia sp. 1

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Page 15: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Lithophyllum sp.**Lithoporella sp**Lophosiphonia obscura (C. Agardh) Falkenb. in Engler & Prantl 1Nitophyllum punctatum* (Stackhouse) Greville 1Polysiphonia atlantica Kapraun & J.N. Norris 1Polysiphonia exilis Harv. 1Polysiphonia havanensis Mont. 1Polysiphonia saccorhiza (Collin & Herv.) Hollenb. 1Polysiphonia scopulorum Harv. var. scopulorum 1Polysiphonia subtilissima Mont. 1Polysiphonia tepida Hollenberg (h) 1 1Pneophyllum fragile Kützing 1Porolithon pachydermum (Foslie) Foslie ***Porolithon sp**Sahlingia subintegra (Rosenvinge) Kornmann 1 1Spermothamnion investiens 1

(Crouan & Crouan in Schramm & Mazé) VickersSporolithon sp.**Taenioma nanum (Kützing) Papenf. 1Wrangelia argus (Mont.) Mont. 1 1Wurdemannia miniata (Spreng.) Feldmann & Hamel 1* novas ocorrencias para o local** Guerardi (1996)*** Villas-Bôas, Figueiredo e Villaça (2005)

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2a PARTE - ALGAS MARINHAS BENTÔNICAS DO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA (PE) E ARQUIPÉLAGO SÃO PEDRO E SÃO PAULO

(SONIA MARIA BARRETO PEREIRA)

INTRODUÇÃO

O conhecimento sobre a flora ficológica brasileira está baseado, principalmente, nas

comunidades que ocorrem na zona entre-marés necessitando, portanto, se conhecer melhor

os componentes da flora de profundidade e destas ilhas oceânicas. Este último aspecto é

preocupante tendo em vista a fragilidade das comunidades algais em ecossistemas

insulares, devido à área restrita desses ambientes e a distância entre a ilha e o continente e

ilhas vizinhas, levando a um isolamento geográfico que pode dificultar a reposição por

parte de comunidades vizinhas de eventuais lacunas nas cadeias energéticas.

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma síntese dos estudos desenvolvidos

com as algas bentônicas nos arquipélagos de Fernando de Noronha e São Pedro e São

Paulo, com recomendações sobre ações futuras visando um melhor conhecimento das

respectivas floras e sua preservação.

ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA

O Arquipélago de Fernando de Noronha é de origem vulcânica e está situado no

Atlântico Sul equatorial a 3º 51' S e 32º 25' W, distando 345 km do Cabo de São Roque

(RN) e 545 km da cidade de Recife (PE). É formado por uma ilha principal que lhe dá o

nome, com cerca de 16,4 km², representando 91% da área do arquipélago. Ao seu redor se

encontram 20 ilhotas das quais Rata, a maior, tem 81 ha. Elevam-se de uma plataforma de

erosão com cerca de 3 a 4 km de largura e até uns 100 m de profundidade. O clima é

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tropical do tipo Awi do sistema de Koppen de classificação. A média anual de temperatura

fica em torno de 25ºC com a ocorrência de ventos alíseos e a de precipitação em torno de

1.400mm. Durante o ano ocorrem duas estações bem definidas, a chuvosa de fevereiro a

julho e a seca de agosto a janeiro.A umidade relativa do ar apresenta valores entre 85%

(período chuvoso) e 81% (período seco). Desde 1988 este arquipélago está ligado,

politicamente, ao Estado de Pernambuco, tendo sido criado, nessa época, o Parque Nacional

Marinho de Fernando de Noronha.

Se comparado com as outras ilhas oceânicas do Brasil no referido arquipélago foi

desenvolvido o maior número de trabalhos sobre a flora de algas bentônicas. Estes estudos

se iniciaram no século XIX por pesquisadores estrangeiros como DICKIE (1875),

HEMSLEY (1885) e MURRAY (1891) que listaram várias espécies. Atualmente, muitas

dessas citações são sinônimos ou foram colocadas por OLIVEIRA FILHO (1974; 1977)

como duvidosas. No século passado merece destaque o trabalho de WILLIAMS &

BLOMQUIST (1947) sobre as algas do Brasil onde listaram algumas para Fernando de

Noronha com os primeiros comentários ecológicos. A partir daí foram realizados trabalho

de inventário florístico de áreas mais abrangentes onde foram citadas algas de Fernando de

Noronha (TAYLOR 1931; SILVA 1960; FERREIRA-CORREIA & PINHEIRO-VIEIRA

1969 e PINHEIRO-VIEIRA & FERREIRA-CORREIA 1970), do arquipélago (SZÉCHY et

al 1987; 1989; PEDRINI et al 1992), revisões de material de herbário (OLIVEIRA FILHO,

1974) e se iniciaram as pesquisas ecológicas (ESTON et al 1986; PEREIRA et al 1996). Os

trabalhos referidos enfocaram, principalmente, a flora ficológica da região entre-marés com

algumas referências para as algas do infralitoral. ESTON et al (1986) trabalharam com a

distribuição vertical dos organismos bênticos desde o supralitoral até a profundidade de

17

Page 18: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

30m demonstrando que as algas apresentaram ocorrência mais freqüente nas maiores

profundidades.

SITUAÇÃO ATUAL DE CONHECIMENTO DA FLORA

Atualmente estão citados para Fernando de Noronha 171 taxons infragenéricos

entre clorofíceas (57), feofíceas (28) e rodofíceas (86) (tabelas 4), correspondendo a 54,63

% do total de taxons referenciados para o estado de Pernambuco (PEREIRA et al 2002,

TORRES et al 2004). Para a apresentação dos táxons foi seguido WYNNE (1998)

complementado pelos trabalhos de HOEK (1982) e GUIMARÃES et al (2004).

Com relação ao percentual de número de táxons as rodofíceas apresentaram a maior

ocorrência com 49% dos táxons encontrados enquanto que as clorofíceas e feofíceas estão

representadas, respectivamente, por 35% e 16 % (Figura 3).

A - Chlorophyta

18

34%

14%

52%

ChlorophytaPhaeophytaRhodophyta

35%

16%

49%

Chlorophyta

PhaeophytaRhodophyta

Figura 3 – Percentual de táxons de macroalgas por divisões, (A) – no Estado de Pernambuco e (B) no Arquipélago de Fernando de Noronha.

A – Estado de Pernambuco B – Arquipélago de Fernando de Noronha

Page 19: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Com relação às ordens mais representativas de macroalgas, destacam-se entre as

clorofíceas as Bryopsidales (28 taxons) e Cladophorales (24 taxons) (Figura 4). O gênero

Caulerpa apresentou a maior ocorrência com 15 táxons representantes. Caulerpa

verticilata é a clorofícea mais comum (SZECHY et al, 1989) Entre as feofíceas e

rodofíceas se destacam, respectivamente, as Dictyotales (23 táxons) e Ceramiales (34

taxons), indicando o caráter tropical da flora desse arquipélago e a sua afinidade com a

19

Figura 4 – Número de táxons infragenéricos por ordens nas divisões, (A) – Chlorophyta, (B) – Phaeophyta e (C) – Rhodophyta no Arquipélago de Fernando de Noronha

1

34

15

2

5

7

3

1

1

7

8

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Bonnemaisoniales

Ceramiales

Corallinales

Erythropeltidales

Gelidiales

Gigartinales

Gracilariales

Halymeniales

Hildenbrandiales

Nemaliales

Rhodymeniales

Ord

ens

Número de taxa

28

24

1

6

0 5 10 15 20 25 30

Bryopsidales

Cladophorales

Dasycladales

Ulvales

orde

ns

Número de taxa

A - Chlorophyta

C - Rhodophyta

B - Phaeophyta

14

4

5

3

3

0 10 20

Dictyotales

Ectocarpales

Fucales

Scytosiphonales

Sphacelariales

Ord

ens

Número de taxa

Page 20: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

flora da região do Caribe. O gênero Dictyota está bem representado com a ocorrência de 6

espécies. Entre as Ceramiales o gênero Ceramium apresentou o maior número de espécies.

Ocorreram alguns táxons considerados raros para a flora brasileira como a feofícia

Turbinaria turbinata e a rodofícea Liagora dendroidea.

DEMANDAS CIENTÍFICAS

Apesar do número representativo de trabalhos com a flora ficológica do

Arquipélago ainda falta muito para o seu real conhecimento. Os levantamentos florísticos,

até então realizados estão concentrados, principalmente, na Ilha de Fernando de Noronha

pouco se conhecendo sobre as outras ilhas, inclusive a Ilha Rata. São necessários estudos

planejados sobre a flora entre-marés e de infralitoral com coletas periódicas em um maior

espaço de tempo.

Sensível ao problema referido a Secretaria de Ciências e Tecnologia de Pernambuco

publicou o Atlas da Biodiversidade do Estado, onde foi incluído o Arquipélago

demonstrando que sua flora ficológica, apesar da grande importância biológica, encontra-se

ainda insuficientemente conhecida (Fig.5). A equipe de Ficologia da Universidade Federal

Rural de Pernambuco, em colaboração com outras instituições (UFPB e USP) está

iniciando um projeto sobre a flora de clorofíceas do Arquipélago, financiado pelo Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ao lado da continuidade

dos levantamentos florísticos deve ser dando ênfase entre outras pesquisas aquelas sobre a

estrutura das comunidades, extração de produtos naturais em gêneros promissores como

Laurencia, Digenea, Dictyota e Codium. Os trabalhos de monitoramento devem ser feitos

periodicamente evitando-se, desta maneira, possíveis danos ao ecossistema.

20

Page 21: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Figura 5 – Mapa do Arquipélago de Fernando de Noronha com as áreas prioritárias de conservação das macroalgas (modificado do Atlas de Biodiversidade de Pernambuco, 2004)

INFRA-ESTRUTURA

O Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha é considerado como a mais

bela Ilha do Brasil e por este motivo tem sido bastante visitada por turistas. Estes ao

chegarem na ilha pagam uma taxa de permanência que é administrada pelo governo de

Pernambuco para a preservação do Arquipélago. Devido à atuação do IBAMA, através dos

seus fiscais e o desenvolvimento de alguns projetos ambientais, a Ilha vem tendo a

preservação ecológica adequada. Alguns projetos auxiliam neste aspecto como o Projeto

Golfinhos Rotadores (pesquisas sobre cetáceos) e o Projeto Tamar (proteção a desova de

tartarugas).

21

Page 22: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

O IBAMA oferece alojamento para os pesquisadores que têm projetos de pesquisa

na ilha, além do que é oferecido desconto no trecho aéreo. Para se ter direito a estas regalias

o pesquisador deve ter seu projeto aprovado pelo IBAMA (Brasília) e programar suas

atividades com antecedência com o responsável pelo alojamento. Portanto Fernando de

Noronha é exemplo de preservação nacional em convívio direto com a atividade turística.

22

Page 23: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Tabela 4 – Algas bentônicas do Arquipélago de Fernando de Noronha (a= Dickie 1874; b= Hemsley 1885; c= Murray 1891; d= Williams & Blonquist 1947; e=Taylor 1931; f= Ferreira-Correia & Pinheiro–Vieira 1969; g= Pinheiro-Vieira & Ferreira-Correia 1970; h= Oliveira Filho 1974, 1977, i= Eston et al.1986; j= Szechy et al.(1987, 1989); k= Pedrini et al. 1992; l= Pereira et al. 1996; m= Bandeira-Pedrosa et al. 2004).

TAXONS a b c d e f g h i j k l mCHLOROPHYTAAcetabularia myriospora Joly & Cord.-Mar.] 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0Boodleopsis pusilla (Collins) Taylor, Joly & Bernatowicz

0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0

Bryopsis pennata J.V. Lamour. 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0B. plumosa (Huds.) C. Agardh 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0Caulerpa ambigua Okamura 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0C. fastigiata Mont. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0C. cupressoides (H. West in Vahl) C. Agardh var. cupressoides

0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0

C. cupressoides (H. West in Vahl) C. Agardh var. lycopodium Weber Bosse

0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0

C. kempfii A. B. Joly & S. Pereira 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0C. mexicana Sonder ex Kütz. 1 1 0 0 0 1 0 1 1 0 1 1 0C. prolifera (Förssk.) J. V. Lamour. 0 0 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1 0C. pusilla (Kütz.) J. Agardh 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0C. racemosa (Försskal) C. Agardh var. racemosa

1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0

C. racemosa(Försskall) J. Agardhvar. occidentalis (J. Agardh) Börgensen

0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0

C. racemosa (Försskal) J. Agardhvar peltata (J. V. Lamour.)Eubank

0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0

C. sertularioides (S. G Gmelin) M Howe 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 1 0C. taxifolia ( H. West inVahl) C. Agardh 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0C. verticillata J. Agardh 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0Chaetomorpha antennina (Bory) Kütz. 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0C. brachygona Harv. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0* C. gracilis Kützing 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0C. linum (O. F. Muller) Kütz 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0C. nodosa Kütz. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0C. ? spiralis 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0Chamaedoris peniculum (Sol.) Endl. 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0Cladophora vagabunda ( L.) C. Hoek 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0C. montagneana Kütz. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0C. flexuosa (O. F. Mull) Kützing 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0* C. morrisiae ? Harvey 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Cladophoropsis macromeres W. R. Taylor 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0C. membranacea (C. Agardh) Börgesen 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0Codium intertextum Collins & Herv. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0C. isthmocladum Vickers 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0C . repens P. Crouan & H. Crouan ex Vickers 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0C. tomentosum Stackhouse 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0Derbesia sp 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0Dictyosphaeria cavernosa (Forssk.) Börgesen 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0D. versluysii Weber Bosse 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0Enteromorpha chaetomorphoides Börgesen 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0E. flexuosa (Wulfen) J. Agardh 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0

23

Page 24: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Entocladia viridis Reinke 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0Halimeda discoidea Decaisne 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0H. opuntuia (L.) J. V. Lamour. 1 1 1 1 1 0 0 1 0 1 1 0 0H. simulans M. Howe 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0* Halimeda gracilis Harv. ex J. Agardh 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1H. .tuna (J.Ellis & Sol.) J. V. Lamour. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0Microdictyon sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0Neomeris annulata Dickie 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0Phyllodictyon anastomosans (Harv.) Kraft & M. J. Wynne

0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0

Rhizoclonium riparium (Roth) Kütz. ex Harv. 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0Siphonocladus sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0Udotea flabellum ( J. Ellis & Sol.) J. V. Lamour. 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0Ulva fasciata Delile 1 0 0 1 1 0 0 1 0 1 1 0 0 U. lactuca L. 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 U. rígida C. Agardh 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0Valonia aegagropila C. Agardh 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0Valonia macrophysa Kutz. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0V. utricularis (Roth) C. Agardh 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0Ventricaria ventricosa (J. Agardh) Olsen & J. West 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0PHAEOPHYTA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Bachelotia antillarum (Grunov) Gerloff 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0Chnoopora minima ( K.Hering) Papenf. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0Colpomenia sinuosa (Roth) Derbes & Solier 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0Dictyopteris delicatula J. V. Lamour. 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 1 0D. jolyana E. C. Oliveira &R.P. Furtado 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0D. justii J. V. Lamour. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0D. plagiogramma (Mont.) Vickers 1 1 0 1 0 0 0 1 0 1 1 0 0Dictyota bartayresiana J. V. Lamour. 1 0 1 1 0 0 0 1 1 1 1 0 0D. cerviconis Kütz. 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 0 0D. cilliolata Sonder ex Kütz. 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0D. menstrualis (Hoyt) Schnetter, Hornig & Weber-Peukert

1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0

D. mertensii (Mart.) Kütz. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0D. pulchella Hörnig & Schnetter 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0Hincksia breviarticulata (J. Agardh) P. C. Silva 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0H. mitchelliae (Harv.) P. C. Silva 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0Feldmannia irregularis (Kütz.) Hamel 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0Lobophora variegata ( J. V. Lamour.) Womersley ex oliveira Filho

0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0

Padina gymnospora (Kütz.) Sonder 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 0Rosenvingea intricata (J. Agardh) Börgesen 1 0 1 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0Sargassum filipendula C. Agardh 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0S. hystrix J. Agardh 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0S. platycarpum Mont. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0S. vulgare C. Agardh 1 1 1 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0Spatoglossum schroederi (C.Agardh) Kütz. 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0Sphacelaria rigidula Kütz. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0S. tribuloides Menegh. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0Stypopodium zonale (J. V.Lamour.) Papenf. 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0Turbinaria turbinata (L.) Kütz. 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0RHODOPHYTAAcanthophora spicifera (Vahl) Borgesen 1 1 1 1 1 0 0 1 0 0 1 0 0Aglaothamnion cordatum (Borgesen) Feldm.-Maz 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0Amansia multifida J. V. Lamour. 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0Amphiroa beauvoisii J. V. Lamour. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0

24

Page 25: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

A. brasiliana Decaisne 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0A. fragilissima (L.) J. V.Lamour. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0A. rigida J. V.Lamour. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0Anotrichium tenue (C. Agardh) Naegeli 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0Asparagopsis taxiformis (Delile) 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0Bostrichia tenella (J. V. Lamour.) J. Agardh 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0Botryocladia occidentalis (Borgesen) Kylin 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0B. pyriformis (Börgesen) Kylin 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0Bryotamnion triquetrum (S. G. Gmelin) M. Howe 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 0 0Centroceras clavulatum (C. Agardh in Kunth) Mont. in Durieu de Maisonneuve

0 0 1 1 0 0 0 0 1 1 1 0 0

Ceramium brasiliense A. B. Joly 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0C. comptum Börgesen 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0C. dawsonii A. B.Joly 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0C. flaccidum (Kütz.) Ardiss 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0C. luetzelburgii O. C. Schmidt 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0* C. rubrum C. Agardh 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0Champia vieillardii Kütz. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0Chrysymenia enteromorpha Harv. 1 0 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0Chondracanthus acicularis (Roth) Fredereq 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0C. teedii (Mertens ex Roth) Fredereq 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0Chondria polyrhiza Collins & Herv. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0Corallina officinalis L. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0Coelarthrum cliftonii(Harv.) Kylin 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0Crouania attenuata (C. Agardh) J. Agardh 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0Cruoriella armorica P. Crouan & H. Crouan 1 1 1 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0Cryptonemia crenulata (J. Agardh) J. Agardh 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0Dasya brasiliensis E. C. Oliveira & Y. Braga 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0Dictyurus occidentalis J. Agardh 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0Digenea simplex (Wulfen) C. Agardh 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 0 0Enatiocladia duperreyi (C. Agardh) Falkenb. 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0Erythrotrichia carnea (Dillwyn) J. Agardh 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0Gelidiopsis variabilis (Grev. Ex J. Agardh) F. Schmitz 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0Galaxaura lapedescens (J. Ellis & Sol.) J. V. Lamour. 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0G. marginata (J. Ellis & Sol.) J. V. Lamour. 1 1 0 1 1 0 0 1 1 1 1 0 0G. obtusata (J. Ellis & Sol.) J. V. Lamour. 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0G. rugosa (J. Ellis & Sol.) J. V. Lamour. 1 1 0 1 1 0 0 1 0 1 1 0 0Gelidiella acerosa (Forssk.) Feldman & Hamel 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 1 0G. trinitatensis W. R. Taylor 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0Geliopsis variabilis (Grev. ex J. Agardh) F. Schmitz 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0G. planicaulis (W. R. Taylor) W. R. Taylor 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0Gelidium spinosum (S. Gmel.)P. C. Silva 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0G. crinale (Turner) Gaillon 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0G. pusillum (Stackh) Le Jolis 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 1 0Chondracanthus acicularis (Roth) Fredereq 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0C. teedii (Mertens ex Roth) Fredereq 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0* • Gracillaria armata (C. Agardh) J. Agardh 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0Gracillaria cervicornis (Turner) J. Agardh 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0G. lacinulata (H. West in Vahl) M. Howe 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0Haliptilon cubense (Mont. ex Kütz.) Garbary & H. W. Johans.

1 0 0 0 1 0 0 1 0 1 1 0 0

H. subulatum (J. Ellis & Sol.) H. W. Johans. 1 0 1 0 1 0 0 1 1 0 1 0 0Herposiphonia secunda (C. Agardh) Ambronn f. secunda

0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0

H. secunda (C. Agardh) Ambronn f. tenella (C. Agardh) M. J. Wynne

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

25

Page 26: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Heterosiphonia crispela (C. Agardh) M. J. Wynne 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0Hildenbrandia rubra (Sommerf.) Menegh. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0Hypnea musciformis (Wulfen in Jacqu.) J. V. Lamour. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0H. spinella (C. Agardh) Kütz. 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 0 0Hypoglossum hypoglossoides Collins & Herv. 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0Jania adhaerens J. V.Lamour. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0J. capillacea Harv. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0J. pumilla J. V. Lamour. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0Laurencia flagellifera J. Agardh 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0L. papillosa (C. Agardh) Grev. 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0L. perforata (Bory) Mont. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0Liagora dendroidea (P. & H. Crouan in Mazé & Schramn) I. A. Abbott

0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0

* L. valida Harv. 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0Lithothamnion sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0Melobesia membranacea (Esper) J. V. Lamour. 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0* • Mesophyllum erubescens (Foslie) Lemoine 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0Murrayella periclados (C. Agardh) F. Schmitz 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0Neogoniolithon mamillare (Harv.) Setch. & L. R. Mason

1 1 1 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0

Neosiphonia ferulacea ( Suhr ex J. Agardh) S. M. Guim. &M.T. Fujii

0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0

Neosiphonia tepida( Hollenb.) S. M. Guim. & M. T. Fujii

0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0

Nitophyllum wilkinsoniae Collins & Harvey 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0Peyssonnelia rosenvingii F. Schmitz 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0P. bondouresquii Yonesh. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0Pneophyllum fragile Kütz. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0Polysiphonia howei Hollenb. in W. R. Taylor 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0P. subtilissima Mont. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0Sahlingia subintegra (Rosena) Kornmann 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0Spyridia sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0Tricleocarpa fragilis (L.) Huisman & R. A. Towns. 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0 1 0 0Wrangelia argus (Mont.) Mont. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0

• Espécie duvidosa (Oliveira Filho 1974)* Espécie duvidosa (Oliveira Filho 1977)

26

Page 27: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

ARQUIPÉLAGO DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO (ASPSP)

Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP), está localizado entre as

coordenadas 0o55’10”N - 29o20’33”W, é formado por um pequeno grupo de ilhas isoladas

situadas ao norte do Equador sobre a cadeia Dorsal Meso Atlântica, distando

aproximadamente, 960 km da costa NE brasileira e 330 milhas náuticas do Arquipélago de

Fernando de Noronha.

Apresenta uma extensão de área emersa em torno de 17.000m2, sendo que

Belmonte, São Paulo, São Pedro e Barão de Teffé constituem suas maiores ilhotas. O

conjunto de ilhotas é considerado como o menor e mais isolado entre as ilhas oceânicas do

mundo. Outro fato interessante é que ASPSP é a única ilha oceânica de origem não

vulcânica (EDWARDS & LUBBOCK 1983). Ocorrem duas estações anuais, uma chuvosa

com temperatura em torno de 24oC e outra seca com temperatura em torno de 28oC. Suas

rochas são banhadas pelas águas da corrente Sul Equatorial.

Tanto a flora como a fauna do referido Arquipélago são de grande importância para

os especialistas tendo em vista o isolamento de suas ilhas, sua posição intermediária entre a

costa oeste da África e América do Sul e seu reduzido tamanho (EDWARDS &

LUBBOCK 1983). Ao contrário de Fernando de Noronha esse Arquipélago tem poucas

pesquisas sobre a flora de algas marinhas bentônicas. As primeiras referências foram feitas

por DICKIE (1875), com base no material coletado por MOSELEY, citando para o

Arquipélago 11 espécies entre clorofíceas (3), feofíceas (3), rodofíceas (4) e cianofíceas

(1). Este material foi novamente publicado por HEMSLEY (1885) num relatório de viagem

do Challenger. Posteriormente OLIVEIRA FILHO (1974) teve acesso ao material

27

Page 28: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

identificado por Dickie fazendo uma avaliação da identificação, confirmou alguns táxons e

considerou outros como registros duvidosos. EDWARDS & LUBBOCK (1983) abordando

a ecologia do Arquipélago citaram 11 espécies entre as algas verdes (4), pardas (3) e

vermelhas (4). PEREIRA et al (2005) fizeram o registro de 10 clorofíceas, 8 feofíceas e 12

rodofíceas, totalizando 41 representantes (Tabela 5).

Nos estudos realizados no arquipélago, até o momento, as coletas foram feitas tanto

nas regiões eulitorânea como infralitorânea, através de apnéia em menores profundidades e

em mergulho autônomo e dragagem nas maiores profundidades.

SITUAÇÃO ATUAL DE CONHECIMENTO DA FLORA

Atualmente estão registradas para o Arquipélago 38 táxons de algas bentônicas,

entre clorofíceas (11), feofíceas (8) e rodofíceas (19). O maior percentual está representado

pelas rodofíceas (50%), seguido pelas clorofíceas (29%) e feofíceas (21%) (Fig. 6).

29%

21%

50%Chlorophyta

Phaeophyta

Rhodophyta

Figura 6 – Percentual de táxons de macroalgas por divisão no Arquipélago de São Pedro e São Paulo.

28

Page 29: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Entre as rodofíceas as Ceramiales (10 táxons) e Corallinales (6 representantes)

foram as ordens mais representativas (Figura 7). Os gêneros Laurencia (4 táxons) e Jania

(4 táxons) foram os mais numerosos. Apesar da ordem Bryopsidales, entre as clorofíceas,

ter sido a mais representativa não houve registro da ocorrência dos gêneros característicos

de águas tropicais como Avrainvillea, Codium, Halimeda, Udotea entre outros. Observou-

se também o número reduzido de espécies de Caulerpa (3). No lado oeste das rochas, no

sublitoral ocorre uma zona bem definida formada por Caulerpa racemosa indo até 60m de

profundidade. Várias outras algas ocorrem nesta zona de Caulerpa como Bryopsis pennata,

Valonia macrophysa, Dictyota menstrualis e calcárias incrustantes. Entre as feofíceas a

ordem com maior número de representantes é Ectocarpales. As espécies Chnoospora

minima e Asteronema breviarticulatum ocorreram sempre sobre as rochas em lugares mais

altos. Várias espécies ocorreram como epífitas de Chnoospora minima. Entre os locais

possíveis de coleta de macroalgas, a enseada, local relativamente protegido, apresentou a

maior diversidade de espécies. Em outros locais como nas poças de marés as rochas

apresentam-se desnudas devido a aparente herbivoria representada, principalmente, pela

presença de aratu (Crustáceo). Outro exemplo de possível influencia da herbivoria no

Arquipélago é o encontrado no Cabeço da Tartaruga devido a uma grande ocorrência de

peixes.

29

Page 30: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

4

1

2

1

0 1 2 3 4 5

Ectocarpales

Sphacelariales

Dictyotales

Scytosiphonales

Ord

ens

Número de taxa

8

2

1

0 2 4 6 8 10

Bryopsidales

Cladophorales

Ulvales

Ord

ens

Número de taxa

A - Chlorophyta B - Phaeophyta

6

1 0

2

1

0 2 4 6 8 1 0 1 2

Cora llina les

Ceramia les

Rhody men ia les

Hildenbrand ia les

Ord

en

s

N ú m e ro d e ta xa

C- Rhodophyta

30

Figura 7: Número de táxons infragenéricos por ordens nas divisões, (A) – Chlorophyta, (B) – Phaeophyta e (C) – Rhodophyta no Arquipélago São Pedro e São Paulo..

Page 31: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

DEMANDAS CIENTÍFICAS

Para que sejam desenvolvidos outros trabalhos é necessário concluir o

levantamento florístico não só na região entre-marés mas, principalmente, no infralitoral. É

necessário, também, que seja dimensionado o estoque das principais algas para fins de

utilização em estudos aplicados. Ao lado desses aspectos devem ser incentivadas pesquisas

sobre a estrutura das comunidades e suas alterações sazonais. A equipe de ficologia da

Universidade Federal Rural de Pernambuco desenvolve trabalhos no Arquipélago sobre

levantamento florístico das macroalgas desde 2002, recebendo auxílio financeiro do

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Secretaria da

Comissão Interministerial para Recursos do Mar (SECIRM).

INFRA-ESTRUTURA

Em junho de 1996, pela Resolução no 001/96, a Comissão Interministerial para os

Recursos do Mar (CIRM) aprovou o Programa Arquipélago de São Pedro e São Paulo

(PROARQUIPÈLAGO) e criou o Grupo de Trabalho Permanente para sua ocupação e

pesquisa (GT Arquipélago). Para desenvolver pesquisas com as macroalgas é necessário

que se tenha um projeto aprovado pelo CNPq (PROGRAMA ARQUIPÉLAGO), que os

pesquisadores integrantes realizem o treinamento pré-Arquipélago e tenham feito cursos de

mergulho básico, avançado, primeiros socorros e resgate. A viagem de pesquisa

compreende 28 dias. Destes 15 dias são de permanência no Arquipélago e o restante para o

deslocamento de ida e volta. Os custos financeiros da viagem são de responsabilidade da

SECIRM e CNPq .

31

Page 32: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

No Arquipélago a Marinha disponibiliza uma Estação Científica com 4

cômodos, podendo abrigar de 3 a 4 pesquisadores. Há disponibilidade de equipamentos

básicos para a pesquisa.. A cada 15 dias a equipe é substituída de modo que o local fique

permanentemente habitado.

32

Page 33: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Tabela 5 – Algas bentônicas do Arquipélago de São Pedro e São Paulo (a = Dickie 1874; b= Hemsley 1885; c= Oliveira-Filho 1974; d= Edwards & Lubbock 1983; e= Pereira et al 2005).

TÁXONS a b c d e

CHLOROPHYTA

Bryopsis plumosa (Huds.) C. Agardh 0 0 0 0 1Bryopsis pennata J. V. Lamour. 0 0 0 1 1Caulerpa racemosa (Forsskal) J. Agardh var. racemosa 1 1 1 0 0Caulerpa racemosa var. peltata (J.V. Lamour.) Eubank 0 0 0 0 1Caulerpa webbiana Mont 1 1 1 0 0C. verticillata J. Agardh 0 0 0 1 1Caulerpella ambigua (Okamura) Prud’homme & Lokhorst 0 0 0 0 1Chaetomorpha antennina (Bory) Kütz. 0 0 0 0 1Derbesia marina (Lyngb.) Solier 0 0 0 0 1Ulva lactuca L.. 0 0 0 1 1Valonia macrophysa Kütz. 0 0 0 1 1

PHAEOPHYTA

Asteronema breviarticulatum (J. Agardh) Ouriques & Bouzon 1 1 1 1 0Asteronema rhodochortonoides (Börgesen)D.G. Müller & Parodi 0 0 0 0 1Bachelotia antillarum (Grunov) Gerloff 0 0 0 0 1Chnoospora minima (K. Hering) Papenf. (like C. atlantica J. Agardh) 1 1 0 1 0Dictyota menstrualis (Hoyt) Schnetter, Hörnig & Weber-Peukert 0 0 0 1 1Lobophora variegata (J. V. Lamour.) Womersley ex E. C. Oliveira 0 0 0 0 1Feldmania irregularis (Kütz.) Hamel 0 0 0 0 1Sphacellaria rigidula Kutz 0 0 0 0 1

RHODOPHYTA

Antithamnion antillanum Börgesen 0 0 0 0 1Ceramium sp 0 0 0 0 1Champia parvula (C. Agardh) Harv. 0 0 0 0 1Gelidiopsis planicaulis (W. R. Taylor) W. R. Taylor 0 0 0 1 0Hildenbrandia rubra (Sommerf.) Menegh. (like H. expansa Dickie) 1 1 1 0 0Hypoglossum hypoglossoides (Stackh.) Collins & Herv. 1 1 1 0 1Jania adhaerens J.V. Lamour 0 0 0 0 1J. capillacea Harv. 0 0 0 0 1J. pumila J. V. Lamour. 0 0 0 1 0J. rubens (L.) J.V. Lamour. 0 0 0 0 1Laurencia caraibica P. C. Silva 0 0 0 1 0L. filiformis (C. Agardh) Mont 0 0 0 0 1L. microcladia Kütz. 0 0 0 1 0Laurencia sp 0 0 0 0 1Mesophyllum lichenoides (Ellis) Lemoine 1 1 1 0 0Neosiphonia ferulacea (Suhr ex J. Agardh) S. M. Guim. & M.T. Fujii 0 0 0 0 1Nitophyllum wilkinsoniae Collins & Herv. 0 0 0 0 1Phymatolithon purpureum (P. Crouan & H. Crouan) Woek. & L. M. Irvine

1 1 1 0 0

Polysiphonia subtilissima Mont. 0 0 0 0 1

33

Page 34: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

3A PARTE - ALGAS MARINHAS BENTÔNICAS DO COMPLEXO INSULAR DE TRINDADE E MARTIM VAZ, ESPÍRITO SANTO, BRASIL. UMA SÍNTESE.

(ALEXANDRE DE GUSMÃO PEDRINI)

INTRODUÇÃO

Na região estudada o conhecimento da flora marinha bentônica é escasso,

possuindo apenas trabalhos taxonômicos, sendo dois de superfície e três de profundidade.O

estudo de maior quantitativo de espécies que se conhece na área é derivado de um trabalho

de inventário taxonômico oriundo de coletas em seis praias em um só dia na Ilha Trindade.

Essa pesquisa foi realizada por PEDRINI et al. (1989) que encontrou 61 táxons nem todos

determinados e que abrangeu apenas o supra e o médio-litorais. O infra-litoral não foi

devidamente explorado, face ao tempo restritíssimo disponível para coleta.

Posteriormente, NASSAR (1994) visitou Trindade também em uma só visita em

junho de 1989 e aumentou o total de táxons locais para 104. Considerou que a flora da ilha

de Trindade tinha 56% da flora constituída por espécies de ampla distribuição no litoral

brasileiro e 80% do total presentes no litoral do estado do Espírito Santo. Observou a

escassez de algas bentônicas nos costões de quatro praias visitadas e em uma estimativa

visual identificou o predomínio de apenas formas filamentosas. A explicação para essa

questão só será possível com um estudo taxonômico, abrangendo as quatro estações do ano

e com um esforço de coleta maior em outros costões da ilha. Além disso, estudos

ecológicos é uma demanda urgente para investigar esse aparente deserto de algas nos

costões nesse período do ano.

34

Page 35: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Em termos de estudos de inventário taxonômico de profundidade foram feitos três

trabalhos. Dois deles, realizados por JOLY (1950;1953) foram sobre algas de profundidade

obtidas por dragagens. Seus estudos revelaram a ocorrência de apenas 32 táxons. Mesmo

assim, o outro trabalho feito cerca de 50 anos depois por YONESHIGUE-VALENTIN et

al. (2005) encontraram 31 táxons derivados de três pontos de coleta, sendo um em Trindade

e dois em Martim Vaz. O baixo esforço de coleta por dragagens também evidencia uma

provável subestimação da flora de profundidade local que deveria receber atenção por

mergulhadores para se ter certeza de que existe essa flora pobre mostrada pelos três

trabalhos.

Assim, o presente trabalho tem como objetivo fazer uma síntese resumida do

conhecimento taxonômico disponível na literatura especializada, tentando mostrar o que

deve ser implementado para o complexo insular poder ser minimamente conhecido e

preservado, tanto no nível taxonômico como ecológico.

SITUAÇÃO ATUAL DE CONHECIMENTO DA FLORA

Os inventários taxonômicos mostraram que em termos de riqueza de espécies para a

ilha de Trindade ocorreram 84 táxons para os costões superficiais e 49 para o assoalho

profundo, totalizando 122 táxons. Para Martim Vaz foram encontrados 22 táxons em

profundidade, totalizando 132 táxons para o complexo insular, já que 12 táxons ocorreram

também na ilha de Trindade (Tabela 6).

Ocorrem no complexo insular de Trindade e Martim Vaz: a) 57 clorófitas,

predominando as ordens Bryopsidales com 65% e Cladophorales com 19% dos táxons

identificados; b) 20 feófitas, predominando as ordens Dictyotales com 55% e Ectocarpales

35

Page 36: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

com 15% dos táxons e c) 54 rodófitas, predominando Ceramiales com 48% e Corallinales

e Rhodymeniales com 11% cada uma. As Bacillariophyta e Cyanophyta bentônicas não

foram estudadas, apesar de sua ocorrência. Foi adotada a atualização nomenclatural de

WYNNE (1998). Do material estudado, cerca de 18% dos táxons não foram determinados

talvez devido à falta de características reprodutivas nos espécimes ou por serem apenas

fragmentos de talo.

Foram notáveis, dentre outros táxons, as ausências de microalgas epífitas como

Myrionema e de algas de interesse humano como Porphyra, Pterocladiella e Gracilaria.

NASSAR (1994) mostrou que a flora de Trindade se assemelha em cerca de 80%

com a flora do estado do Espírito Santo (ES) o que sugere que a flora do complexo insular

possa ser uma extensão da flora da costa capixaba. Tal hipótese precisa ser testada, embora

a flora de todo o litoral do ES, tanto na parte superficial como de profundidade ainda não

seja totalmente conhecida, bem como, o litoral sul baiano.

A espécie Rhipiliopsis peltata (J. Agardh) A & E. Gepp foi encontrada, no Atlântico

Sul, apenas em Martim Vaz por YONESHIGUE-VALENTIN et al. (2005). Nesse caso

pode ser que ela seja rara no litoral brasileiro. Porém, mais estudos de profundidade

também na costa do estado do Espírito Santo e Trindade também deverão ser feitos para

testar essa hipótese.

DEMANDAS CIENTÍFICAS

Como já comentado, é necessário que um estudo taxonômico, abrangendo as quatro

estações do ano e os costões de outras regiões da ilha de Trindade e do arquipélago de

Martim Vaz. O estudo deve ser realizado com o auxílio de mergulho autônomo para que a

36

Page 37: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

coleta seja minuciosa e cuidadosa, incluindo o infralitoral. Na parte de profundidade deverá

haver coletas, também abrangendo as quatro estações do ano e com pontos amostrais

definidos numa malha com diferentes isóbatas em todo o complexo insular.

Sem os estudos sugeridos é precoce e temerário se fazer mais considerações

taxonômicas, bem como, explicar determinadas presenças ou ausências de espécies.

Estudos ecológicos deverão ser feitos, inclusive, para se testar a hipótese de NASSAR

(1994) de que a flora bentônica é escassa face à intensa predação por animais herbívoros.

Obviamente, estudos mais completos sobre a ecologia da comunidade são cruciais para

entendermos a estrutura e a dinâmica da comunidade bentônica dos costões e suas

interações com outros ecossistemas..

INFRA-ESTRUTURA

O estudo da flora bentônica dos costões precisa de apoio local não só para as coletas

superficiais como para as de infra-litoral e as poucas pessoas que lá vivem não ajudam.

Assim, é necessário que se construa, pelo menos, um abrigo para que uma equipe de

mergulho possa pernoitar por uma semana para coletas mensais ou trimestrais na Ilha de

Trindade, já que em Martim Vaz não há possibilidade de acesso a parte terrestre da ilha

próxima ao mar. Considerando o estado ainda conservado do ambiente marinho dessa

região e sua importância estratégica para a soberania brasileira sugere-se que seja criado

um parque nacional marinho nessa região.

37

Page 38: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Tabela 6 : Lista dos táxons de algas marinhas bentônicas referidos para o complexo insular de Trindade e Martim Vaz

Táxons TrindadeCostão Supeficial Profundidade

Pedrini et al. 1989;

Nassar, 1994;

Joly, 1950, 1953;

Yoneshigue-Valentin

et al, 2005;

Martim Vaz; profundidade

Yoneshigue-Valentin et al. 2005;

Enteromorpha sp X XUlva lactuca L. XPringsheimiella scutata (Reinke)Höhn. ex Marchew.

X

Ulvella lens P. Crouan & H. Crouan XAnadyomene lacerata D. Littler & Littler XA.saldanhae A.B.Joly & E. C. Oliveira X X XA. stellata(Wulfen in Jacq.) C. Agardh X X X XChaetomorpha aerea (Dillwyn)Kütz. X XC. antennina (Bory) Kütz. X XC. nodosa Kütz. X XChaetomorpha spCladophora sp1 XCladophora sp2 XCladophora sp3 XValonia utricularis (Roth) C. Agardh XBryopsis pennata J. V. Lamouroux X XB. plumosa (Hudson) C. Agardh XCodium decorticatum (Woodw) M. Howe

X

Phyllodictyon anastomosans (Harv.) Kraft & M. J. Wynne

X

Chamaedoris peniculum (Sol.) Endl. X XDictyosphaeria cavernosa (Forrsk.) Boergesen

X

Cladophoropsis membranacea (C. Agardh) Boergesen

X X

D. ocellata (M. Howe) J. L. Olsen XD.verlusyii Weber Bosse XSiphonocladus tropicus (P. Crouan & H. Crouan in Schramm & Mazé) J. Agardh

X

Ventricaria ventricosa (J. Agardh) J. L. Olsen & J.A. West

X

Caulerpa fastigiata Montagne XC. kempfi A.B. Joly & S. Pereira XC. mexicana Sond. ex Kütz. XC. murrayi Weber Bosse XC. prolifera(Forrsska.) J. Agardh XC. pusilla (Kützing) J. Agardh XC.pusilla var. mucronata A. B. Joly & Sazima

X

C. racemosa (Forrssk.) J. Agardh XC. verticillata J. Agardh X XC. verticillata f. charoides Weber Bosse XC. webbiana Montagne X X

38

Page 39: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Caulerpa sp. XCaulerpella ambígua (Okanura) Pru’homme &Lokhorst

X X

Avrainvillea nigricans Decne. X XBoodleopsis pusilla (Collins) W. R. Taylor, A. B. Joly & Bernat.

X

Halimeda discoidea Decne. X XH. incrassata (J. Ellis) J. V. Lamouroux XH. tuna (J. Ellis & Sol.) J. V. Lamouroux XHalimeda sp X XPenicillus capitatus Lamouroux X X XRhipilia sp XRhipiliopsis peltata XUdotea cyathiformis var. cyathiformis Decne

X X

Udotea cyathiformis var. cyathiformis f. Sublittoralis (W. R. Taylor) D. Littler & Littler

X

Udotea flabellum (J. Ellis & Solander) J. V. Lamouroux

X

Udotea sp XDasycladus vermicularis (Scop.) Krasser X X XNeomeris annulata Dickie X

Acetabularia sp1. XAcetabularia sp2 XBachelotia antillarum (Grunow) Gerloff X XHincksia breviarticulata (J. Agardh) P. C. Silva

X X

H. mitchelliae(Harvey) P. C. Silva X XRalfsia expansa (J. Agardh) J. Agardh XChnoopora mínima (K. Hering) Papenfuss

X

Colpomenia sinuosa (Roth) Derbès & Solier

X

Sphacelaria rigidula Kutzing XS. tribuloides Meneghini XDictyopteris delicatula J. V. Lamouroux XD. plagiogramma (Montagne) Vickers XDictyota bartayresiana J. V. Lamouroux X X XD.cervicornis Kützing XD. mertensi(Martius) Kützing XD. menstrualis(Hoyt) Schnetter & Horning

X X

Dictyota sp X XLobophora variegata ( J. V. Lamourux)Womersley ex E. C. Oliveira

X X X

Padina gymnospora (Kützing) Sonder XP. sanctae-crucis Boegersen XStypopodium zonale (Lamouroux) Papenfuss

X

Sargassum vulgare v. nanum E. de Paula XSahlingea subintegra (Rosenv.) Kornman

X

Erythrotrichia carnea (Dillwyn) J. Agardh

X

39

Page 40: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Acrochaetium microscopicum (Näegeli ex Kützing) Nägeli

X

Acrochaetium sp XPneophyllum sp XArthrocardia flabellata(Kützing) Manza XHaliptilon cubense (Mont. ex Kützing) Garbary & H. W. Johans

X X X

Jania adhaerens J. V. Lamouroux X X XJania rubens (L.) J. V. Lamour. XAmphiroa fragilissima(L.) J. V. Lamouroux

X

Gelidium floridanum W. R. Taylor XG. pusillum(Stackhouse)Le Jolis X XGelidiella trinitatensis W. R. Taylor X XLiagora ceranoides J. V. Lamouroux XTricleocarpa fragilis(L.) Huisman & R. A. Towns.

X

Asparagopsis taxiformis (Delile) Trevis. XChondracanthus acicularis (Roth) Fredericq.

X

Condracanthus sp XHypnea spinella (C. Agardh) Kützing XPeyssonelia sp XGrateloupia filicina (J.V. Lamouroux) C. Agardh

X X

Hidropuntia cornea (J. Agardh) M. J. Wynne

X

Champia sp1 XChampia sp2 XBotryocladia pyriformis (Boergesen) Kylin

X

Chrsymenia sp XGelidiopsis variabilis (Greville ex J. Agardh) F. Schmitz

X X

Leptofauchea rhodymenioides W. R. Taylor

X

Aglaothamnion uruguaiense(W.R.Taylor) Aponte, D.L. Ballantime & J. N. Norris

X

Aglaothamnion sp. XCentroceras clavulatum (C. Agardh in Kunth.)Mont. in Duieu de maisonneuve

X X

Ceramium brasiliense A. B. Joly X XC. comptum Boergesen XC. dawsonii A. B. Joly X XC. flaccidum (Kützing) Ardissone XCeramium sp. XGrifffihsia sp. XGymnothamnion elegans (Schousb. ex C. Agardh) J. Agardh

X

Dasya sp. XHeterosiphonia crispella (C. Agardh) M. J. Wynne

X

Taenioma nanum (Kützing) Papenfuss XBryocladia thyrsigera (J. Agardh) F. Scmitz in Falkenberg

X

40

Page 41: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Chondria polyrhisa Collins & Hervey XChondria sp. XDigenea simplex (Wulfen) C. Agardh XHerposiphonia secunda (C. Agardh) Ambronm f.secunda

X X

Herposiphonia secunda f. tenella (C. Agardh) M. J. Wynne

X X

Laurencia flagellifera J. Agardh XLaurencia papillosa(C. Agardh) Greville XLaurencia sp. XOphidocladus simpliciusculus (P. Crouan & H. Crouan) Falkenberg

X

Polysiphonia ferulacea Suhr ex J. Agardh

X

P. howei Hollenberg in W. R. Taylor X XP. subtilissima Montagne X X

41

Page 42: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

4a PARTE – ALGAS E MACRÓFITAS MARINHAS BENTÔNICAS DO ARQUIPÉLAGO DOS ABROLHOS E ARREDORES, BA

(MARCIA A. DE O. FIGUEIREDO)

INTRODUÇÃO

O Arquipélago dos Abrolhos, localizado no sul do Estado da Bahia, é formado por

cinco ilhas que fazem parte do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. Estudos geológicos

atribuem um importante papel para as algas calcárias incrustantes, isto é, servem como

cimento firmando a estrutura dos recifes na região (LEÃO 1982; LEÃO & KIKUCHI 2001;

LEÃO et al., 2003). No arquipélago, o primeiro inventário da flora marinha bentônica

serviu à proposta para criação de uma unidade de conservação. Este listou um total de 113

táxons infra-genérico de algas clorofíceas, feoficeas e rodofíceas (JOLY et al. 1969).

Posteriormente, o inventário base para o plano de manejo do Parque Nacional Marinho dos

Abrolhos acrescentou três novas ocorrências de macroalgas, além de descrever a

distribuição das macrófitas mais abundantes no arquipélago (IBAMA-FUNATURA 1990).

Poucos foram os levantamentos quantitativos que demonstraram a contribuição das

macroalgas para a estrutura das comunidades vivas nos recifes do parque (VILLAÇA &

PITOMBO 1997; FIGUEIREDO 1997; 2000). Contudo um estudo mais amplo analisou a

fisionomia das comunidades em 43 pontos no Banco dos Abrolhos, através de um protocolo

de levantamento rápido da diversidade marinha, que listou 100 táxons de macrófitas, sendo

15 novas ocorrências para a região e três novas ocorrências para o Brasil (FIGUEIREDO

no prelo).

42

Page 43: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Estudos geológicos na região atribuíram um importante papel para as algas calcárias

incrustantes, que atuam como cimento na estrutura dos recifes (LEÃO 1982; LEÃO &

KIKUCHI 2001; LEÃO et al., 2003). Neste grupo de algas calcárias, um único inventário

listou 11 táxons entre Corallinaceae e Sporolithaceae, com 7 novas ocorrências para o

Brasil (FIGUEIREDO & STENECK 2002). As algas calcárias incrustantes foram ainda

estudadas quanto à colonização, crescimento e produtividade em relação aos níveis de

irradiância e pressão de herbivoria (FIGUEIREDO 1997; TÂMEGA 2002). Duas espécies

de fanerógamas marinhas existem na região Halodule wrightii Ascherson e Halophila

decipiens Ostenf. (CREED 2005). O estudo da estrutura da comunidade associada a um

banco de H. wrightii identificou mais quatro novas ocorrências de macroalgas para o

parque e descreveu a afinidade de macroalgas pelos substratos (PAULA et al., 2003).

Padrões de distribuição de algas calcárias incrustantes epífitas em relação à forma dos

hospedeiros foram estudados para a macroalga Sargassum spp. e a fanerógama H. wrightii

(MUNIZ 2002).

Em relação aos estudos voltados para a conservação das macrófitas do parque,

existe um trabalho experimental sobre a recuperação de um banco das fanerógamas

marinhas após o impacto de âncoras (CREED & AMADO FILHO 1999), que serviu de

alerta para a o dano causado pelo fundeio de embarcações na região. O recente

monitoramento de um banco de fanerógamas marinhas tem demonstrado que existe uma

dinâmica intra-anual na composição e abundância de macroalgas e de H. wrightii na região

(J. C. CREED, comunicação pessoal). Em outro estudo, baixos níveis de contaminação por

metais pesados foram detectados em macroalgas no sul do Banco dos Abrolhos (AMADO

FILHO et al. 1997). O monitoramento de um evento do El Nino no Arquipélago dos

Abrolhos detectou uma recuperação rápida após branqueamento das algas calcárias, quando

43

Page 44: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

comparadas a corais pétreos (J. C. CREED, M. A. DE O. FIGUEIREDO; D. O. PIRES; &

C. B. CASTRO, dados não publicados).

A presente parte do capítulo tem por objetivo brevemente o atual conhecimento da

flora marinha, analisar os resultados sobre os estudos até então realizados e listar as

perspectivas para futuras pesquisas sobre as macrófitas no Arquipélago dos Abrolhos e

arredores.

SITUAÇÃO ATUAL DO CONHECIMENTO DA FLORA

Os inventários de macrófitas na região do Banco dos Abrolhos totalizam 163 taxons

de macroalgas e 2 taxons de fanerógamas marinhas (Tabela 8). Dentre as macroalgas

existem, até o momento, 54 clorofíceas, 35 feofíceas e 74 rodofíceas, que representam

cerca de 70 % dos taxons listados para o Estado da Bahia (HORTA 2002). Somente no

Parque Nacional Marinho dos Abrolhos existem 85% dos taxons encontrados no Banco dos

Abrolhos. Neste parque, o grupo de macroalgas mais rico em espécies é o das rodofíceas,

seguido pelo das clorofíceas, assim como o observado para o Banco dos Abrolhos e o

litoral da Bahia (Figura 8a-c). Entre as clorofíceas, a ordem mais representativa é a das

Bryopsidales (65%) seguido de Cladophorales (24%). As famílias da ordem Bryopsidales

mais ricas em espécies são Caulerpaceae e Udoteaceae. Em relação às feófitas, As

Dicyotales com 51% dos táxons, é a ordem mais bem representada, destacando-se a família

Dictyotaceae, seguida pelas Ordens Fucales (17%) e Scytosiphonales. As rodofíceas tem

sua maior variedade em táxons, pertencendo às ordens Ceramiales (39 %) e Corallinales

(27%), o sendo o restante distribuído entre outras ordens. De um modo geral, as espécies de

macroalgas que ocorrem no Banco dos Abrolhos também são encontradas na região do

Caribe (LITTLER & LITTLER 2000).

44

Page 45: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Figura 8: Percentual de táxons de macroalgas por divisão no (A) Arquipélago dos Abrolhos, (B) Banco dos Abrolhos e (C) litoral do Estado da Bahia

Os estudos que descrevem a estrutura de comunidades recifais na região dos

Abrolhos apontam as macroalgas frondosas como os grupos com maior área coberta nos

recifes costeiros, enquanto que as algas formadoras de turfos são mais comuns nos recifes

do arquipélago e distantes da costa (AMADO FILHO et al. 1997; VILLAÇA & PITOMBO

1997; FIGUEIREDO 1997; 2000; FIGUEIREDO no prelo). São comuns no primeiro grupo

espécies das algas pardas Dictyopteris, Dictyota, Lobophora, Padina, Stypopodium e

Sargassum. O segundo grupo é formado principalmente por espécies de Cladophora,

Caulerpa, Sphacelaria, Ceramium, Gelidiella, Gelidium, Gelidiopsis, Amphiroa e Jania.

Nos bancos formados por fanerógamas marinhas são comuns espécies de Avrainvillea,

Caulerpa, Penicillus, Rhipocephallus e Udotea. Nos bancos formados pelas algas

rodofíceas calcárias na forma de vida livre (rodolitos), no arquipélago e arredores, são

comuns espécies de algas pardas frondosas. Os rodolitos de menor tamanho (maerls),

formados por Mesophyllum erubescens (Foslie) Lemoine, que formam depósitos favoráveis à

infauna, principalmente para espécies de anfípodas (Crustacea) e poliquetas (Annelida).

45

A - Arquipélago dos Abrolhos

49%

29%

22%

ChlorophytaPhaeophytaRhodophyta

B - Banco dos Abrolhos

33%

21%

46%

C - Estado da Bahia

28%

17%

55%

Page 46: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Estudos experimentais têm sido realizados no Arquipélago dos Abrolhos voltados

para o conhecimento da ecologia das macroalgas. A alga calcária incrustante comum na

superfície dos recifes rasos é Porolithon pachydermum, provavelmente pelo seu

crescimento e produtividade serem favorecidos em elevados níveis de irradiância

(TÂMEGA 2002). O crescimento e colonização destas algas também são beneficiados pela

herbivoria por peixes budiões (Scaridae), que ao escavarem as superfícies de seus talos

removem as algas epífitas mais competitivas (FIGUEIREDO 1997). No platô dos recifes

estas algas calcárias são menos abundantes, quando são substituídas por turfos formados

por cianobactérias, algas filamentosas e calcárias articuladas, provavelmente mais

resistentes aos distúrbios ambientais, como a dessecação e elevadas temperaturas (C. B.

PEREIRA, R. P. REIS & M. A. O. FIGUEIREDO, DADOS NÃO PUBLICADOS). Na

base de partes dos recifes, espécies das macroalgas pardas Sargassum e Dictyotales formam

densas coberturas, provavelmente por estas encontrarem refúgio dos herbívoros

(FIGUEIREDO & STENECK 2002). Como conseqüência do sombreamento pelas

macroalgas, o crescimento de P. pachydermum é limitado, sendo substituído por crostas

mais finas de Peyssonnelia (S. M. RIBEIRO & M. A. O. FIGUEIREDO, dados não

publicados).

DEMANDAS CIENTÍFICAS

De um modo geral, o maior esforço amostral na região do Banco dos Abrolhos tem

sido no eulitoral e nas regiões rasas do infra-litoral, exceto pelos levantamentos recentes da

flora marinha que atingiu cerca de 20 m de profundidade ((FIGUEIREDO NO PRELO;

YONESHIGUE VALENTIN ET AL. NO PRELO). Em suma, os inventários realizados até

46

Page 47: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

o momento na região dos Abrolhos apontam a necessidade de um maior investimento na

taxonomia de certos grupos taxonômicos de macroalgas. As rodofíceas aparentemente têm

sido pouco exploradas nos inventários, visto que representam somente a metade dos táxons

atualmente citados para o litoral da Bahia (comparando dados atuais com HORTA, 2000).

Também devem ser investidos mais esforços no estudo das algas filamentosas, já que estas

passam despercebidas devido ao seu menor porte. Outro grupo pouco explorado em

inventários é o das algas crostosas, principalmente as calcárias incrustantes da ordem

Corallinales, visto a sua complexa e difícil identificação.

Estudos de processos que influenciam as estruturas das comunidades vivas também

são necessários na região dos Abrolhos. A cobertura viva de corais é relativamente mais

baixa que a de algas calcárias incrustante, o que aponta a necessidade de estudos sobre a

contribuição das algas calcárias na atual construção dos recifes. Neste sentido também é

interessante incluir estudos sobre a conectividade entre os sistemas recifais, bancos de

rodolitos e bancos de fanerógamas e verificar a construção e expansão dos mesmos. O

papel de espécies chaves na estruturação das comunidades também deve ser testado para

definir a função de possíveis agentes biológicos erosivos e dispersores. Estudos sobre o

ciclo de vida de macroalgas e a competição entre espécies que dominam nestes bancos

também são necessários para caracterizar as oscilações naturais nas populações.

Finalmente, o monitoramento das comunidades é fundamental para distinguir mudanças

naturais de possíveis ameaças aos sistemas recifais, como a proliferação de macroalgas,

doenças, branqueamento e contaminação por metais e óleos.

47

Page 48: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

INFRAESTRUTURA

O Parque Nacional marinho dos Abrolhos conta com uma infra-estrutura razoável

na Ilha Santa Bárbara. A Marinha do Brasil tem uma de suas casa cedida ao IBAMA, onde

são alojados os pesquisadores, estagiários e guarda-parques, no máximo em um grupo de

seis pessoas. Este número limitado no alojamento não comporta mais do que uma equipe de

pesquisadores por vez, geralmente reduzida a duas pessoas. Não existem facilidades

laboratoriais, como bancadas para triagem de amostras, equipamentos de microscopia e de

filtragem de água do mar, freezer e geladeira para armazenar amostras biológicas, estufas

para secar material botânico e tanques com circulação de água do mar para manter amostras

vivas. Em relação à logística para o mergulho autônomo seria necessário um compressor

para carregar os cilindros de mergulho com ar comprimido e inflável com motor de popa

dedicado ao transporte das equipes no arquipélago. Uma embarcação maior adaptada para a

pesquisa a bordo, com equipamentos oceanográficos, local para acondicionar as amostras e

alojamento é fundamental para viabilizar o trabalho nos recifes e planícies distantes do

arquipélago. No continente seria importante contar com alojamento e alimentação para as

equipes de pesquisa, além de transporte regular até o arquipélago.

48

Page 49: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Tabela 7: Algas Bentônicas do Banco dos Abrolhos (a=Joly et al. 1969; b=IBAMA-FUNATURA 1990; c=Figueiredo 1997; d=Villaça & Pitombo 1997; e=Figueiredo & Steneck 2002; f=Paula et al. 2003; g=Figueiredo no prelo).

Taxons a b c d e f gChlorophytaAnadyomene saldanhae A. B. Joly & E. C. Oliveira 0 1 0 0 0 0 1A. stellata (Wulfen in Jacq.) C. Agardh 1 0 0 0 0 0 1Avrainvillea elliottii A. Gepp & E. Gepp 0 1 0 0 0 1 1Bolbocoleon jolyi Yam.-Tomita 1 0 0 0 0 0 0Bryopsis pennata J. V. Lamour. 1 1 0 1 0 1 1B. plumosa (Huds.) C. Agardh 1 0 0 0 0 0 0Caulerpa brachypus Harv. 1 1 0 0 0 0 0C. cupressoides (H. West in Vahl) C. Agardh 1 1 0 0 0 1 1C. fastigiata Mont. 1 1 0 0 0 0 0C. lanuginosa J. Agardh 1 1 0 0 0 0 1C. mexicana Sond. ex Kütz. 1 1 0 0 0 1 1C. prolifera (Forssk.) J. V. Lamour. 1 1 0 0 0 1 1C. racemosa (Forsskal) J. Agardh 1 1 0 0 0 0 1C. racemosa var. peltata (J. V. Lamour.) Eubank 0 1 0 0 0 0 1C. serrulata (Forssk.) J. Agardh 0 0 0 0 0 0 1C. sertularioides (S.G. Gmel.) M. Howe 0 0 0 0 0 0 1C. taxifolia (H. West in Vahl) C. Agardh 1 0 0 0 0 0 1C. verticillata J. Agardh 1 1 0 0 0 0 1C. webbiana Mont. 1 1 0 0 0 0 0Caulerpella ambigua (Okamura) Prud'homme & Lokhorst 1 1 0 0 0 0 0Chaetomorpha brachygona Harv. 1 1 0 0 0 0 0C. clavata Kütz. 1 0 0 0 0 0 0C. linum (O. F. Muell.) Kütz. 0 0 0 0 0 0 1Chamaedoris peniculum (Sol.) Endl. 1 0 0 0 0 0 0Cladophoropsis membranacea (C. Agardh) Boergesen 1 1 0 0 0 0 1Codium decorticatum (Woodw.) M. Howe 0 0 0 0 0 0 1C. intertextum Collins & Herv. 0 0 0 0 0 0 1C. isthmocladum Vickers 0 0 0 0 0 0 1Codium sp. 0 0 0 0 0 0 1Dasycladus vermicularis (Scop.) Krasser 0 0 0 0 0 0 1Dictyosphaeria cavernosa (Forrsk.) Boergesen 1 0 0 0 0 0 1D. versluysii Weber Bosse 1 1 0 0 0 0 1Enteromorpha flexuosa (Wulfen) J. Agardh 1 0 0 0 0 0 1E. lingulata J. Agardh 1 0 0 0 0 0 0Halimeda discoidea Decne. 1 0 0 0 0 0 1H. incrassata (J. Ellis) J. V. Lamour. 0 0 0 0 0 0 1H. opuntia (L.) J. V. Lamour. 1 1 0 0 0 1 1H. tuna (J. Ellis & Sol.) J. V. Lamour. 1 1 0 0 0 1 1Neomeris annulata Dickie 1 1 0 0 0 0 1Penicillus capitatus Lam. 1 1 0 0 0 1 1Penicillus sp. 0 0 0 0 0 0 1Rhipilia sp. 0 0 0 0 0 0 1Rhipilia tomentosa Kütz. 0 0 0 0 0 0 1Rhipocephalus sp. 0 0 0 0 0 0 1

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Page 50: Flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras2006

Rhizoclonium riparium (Roth) Kütz. ex Harv. 1 0 0 0 0 0 0Udotea cyathiformis Decne. 1 1 0 1 0 0 1U. flabellum (J. Ellis & Sol.) J. V. Lamour. 1 1 0 0 0 1 1Ulva lactuca L. 1 0 0 0 0 0 1Valonia aegagropila C. Agardh 1 0 0 0 0 0 1V. macrophysa Kütz. 1 0 0 0 0 0 1Ventricaria ventricosa (J. Agardh) J. L. Olsen & J. A. West 1 0 0 0 0 0 1PhaeophytaChnoospora minima (K. Hering) Papenf. 0 0 0 0 0 0 1Colpomenia sinuosa (Roth) Derbès & Solier 1 1 0 0 0 1 1Dictyopteris delicatula J. V. Lamour. 1 1 0 0 0 1 1D. jolyana E. C. Oliveira & R. P. Furtado 0 0 0 0 0 0 1D. justii J. V. Lamour. 1 0 0 1 0 1 1D. plagiogramma (Mont.) Vickers 1 1 1 1 0 1 1Dictyota bartayresiana J. V. Lamour. 1 0 0 0 0 0 1D. cervicornis Kütz. 1 1 1 1 0 1 1D. ciliolata Sond. ex Kütz. 1 1 0 0 0 0 1D. jamaicensis W. R. Taylor 1 0 0 0 0 0 0D. menstrualis (Hoyt) Schnetter, Horning & Weber-Peukert 1 1 0 0 0 0 0D. mertensii (Mart.) Kütz. 1 1 0 1 0 1 1D. pulchella Horning & Schnetter 1 0 0 0 0 0 0Dictyota sp. 0 0 0 0 0 1 1Feldmannia irregularis (Kütz.) Hamel 1 0 0 0 0 0 0Hecatonema floridanum (W. R. Taylor) W. R. Taylor 1 0 0 0 0 0 0Hincksia breviarticulata (J. Agardh) P. C. Silva 1 0 0 0 0 0 0Hydroclathrus clathratus (C. Agardh) M. Howe 1 1 0 0 0 0 1Lobophora variegata (J. V. Lamour.) Womersley ex E. C. Oliveira 1 1 1 1 0 1 1Padina gymnospora (Kütz.) Sond. 1 1 0 0 0 1 1P. sanctae-crucis Boergesen 1 1 1 1 0 1 1Padina sp. 0 0 0 0 0 0 1Rosenvingea sanctae-crucis Boergesen 0 0 0 0 0 0 1R. intricata (J. Agardh) Boergesen 1 0 0 0 0 0 1Sargassum acinarium (L.) Setch. 1 0 0 0 0 0 0S. furcatum Kützing 1 1 0 0 0 0 1S. hystrix J. Agardh 1 0 0 0 0 0 0S. hystrix var. buxifolium Chauvin in J. Agardh 0 0 0 0 0 0 1S. platycarpum Mont. 1 0 0 0 0 0 1S. vulgare C. Agardh 1 0 0 0 0 0 1Sphacelaria rigidula Kütz. 1 0 0 0 0 0 0S. tribuloides Menegh. 0 0 1 0 0 1 0Sporochnus bolleanus Mont. 1 0 0 0 0 0 0Stypopodium zonale (Lamour.) Papenf. 1 1 0 1 0 1 1Zonaria tournefortii (J. V. Lamour.) Mont. 1 0 0 0 0 0 0RhodophytaAcanthophora spicifera (Vahl) Boergesen 0 0 0 0 0 1 1Amphiroa beauvoisii J. V. Lamour. 1 1 0 0 0 0 1A. brasiliana Decne. 1 1 0 0 0 0 1A. fragilissima (L.) J. V. Lamour. 1 1 0 0 0 0 1Amphiroa sp. 0 0 0 0 0 0 1Anotrichium tenue (C. Agardh) Nägeli 1 0 0 0 0 0 0

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Antithamnion antillarum Boergesen 1 0 0 0 0 0 0Asparagopsis taxiformis (Delile) Trevis. 1 0 0 0 0 0 1Bostrychia radicans (Mont.) Mont. In Orbigny 1 0 0 0 0 0 0B. scorpioides (Hudson) Montagne 1 0 0 0 0 0 0B. tenella (J. V. Lamour.) J. Agardh 1 1 0 0 0 0 0Botryocladia occidentalis (Boergesen) Kylin 0 0 0 0 0 0 1Bryothamnion seaforthii (Turner) Küetz. 1 1 0 0 0 0 0Centroceras clavulatum (C. Agardh in Kunth) Mont. in Durieu de Maisonneuve 1 1 0 0 0 0 0Ceramium deslongchampii Chauv. ex Duby 1 0 0 0 0 0 0C. diaphanum (Lightf.) Roth 1 0 0 0 0 0 0C. tenerrimum (G. Martens) Okamura 1 0 0 0 0 0 0Champia parvula (C. Agardh) Harv. 1 0 0 0 0 1 1C. vieillardii Kütz. 0 0 0 0 0 0 1Corallina officinalis L. 1 0 0 0 0 1 1Cottoniella filamentosa (M. Howe) Boergesen 1 0 0 0 0 0 0Dasya sp. 0 1 0 0 0 0 0Dictyurus occidentalis J. Agardh 0 0 0 0 0 0 1Dohrniella antillarum (W. R. Taylor) Feldm.-Mas. 1 0 0 0 0 0 0Galaxaura obtusata (J. Ellis & Sol.) J. V. Lamour. 1 0 0 0 0 0 1G. rugosa (J. Ellis & Sol.) J. V. Lamour. 1 0 0 0 0 0 1Gelidiella acerosa (Forssk.) Feldmann & Hamel 1 1 0 0 0 1 1Gelidium crinale (turner) Gaillon 0 0 0 0 0 1 0G. pusillum (Stackh.) Le Jolis 1 1 0 1 0 1 1Gracilaria caudata J. Agardh 1 0 0 0 0 0 0G. cervicornis (Turner) J. Agardh 1 0 0 0 0 0 1G. domingensis (Kütz.) Sond. ex Dickie 0 0 0 0 0 0 1G. mammilaris (Mont.) M. Howe 1 0 0 0 0 0 1Halymenia floresia (Clemente) C. Agardh 1 0 0 0 0 0 0Herposiphonia secunda (C. Agardh) Ambronn 1 1 0 0 0 0 0Heterosiphonia crispella (C. Agardh) M. J. Wynne 1 0 0 0 0 0 0Hydrolithon boergesenii (Foslie) Foslie 0 0 0 0 1 0 0Hypnea musciformis (Wulfen in Jacqu.) J. V. Lamour. 1 1 0 0 0 1 1H. spinella (C. Agardh) Kütz. 1 1 0 1 0 1 1Jania adhaerens J. V. Lamour. 1 0 0 1 0 0 1J. capillacea Harv. 1 1 0 0 0 1 1J. pumila J. V. Lamour. 1 0 0 0 0 1 0J. rubens (L.) J. V. Lamour. 0 0 0 0 0 0 1Laurencia obtusa (Huds.) J. V. Lamour. 1 0 0 0 0 0 1L. papillosa (C. Agardh) Grev. 1 0 0 0 0 0 1Lithophyllum congestum (Foslie) Foslie 0 0 0 0 1 0 0Lithothamnion occidentale (Foslie) Foslie 0 0 0 0 1 0 0L. sejunctum Foslie 0 0 0 0 1 0 0Meristiella gelidium (J. Agardh) D. P. Cheney & P. W. Gabrielson 0 0 0 0 0 0 1Mesophyllum erubescens (Foslie) Lemoine 0 0 0 0 1 0 0Mesophyllum sp. 0 0 0 0 1 0 0Micropeuce mucronata (Harv.) Kylin ex E. C. Oliveira 1 0 0 0 0 0 0Murrayela periclados (C. Agardh) F. Schmitz 0 0 0 0 0 1 0Neogoniolithon acretum (Foslie & Howe) Setch & Mason 0 0 0 0 1 0 0Ochtodes secundiramea (Mont.) M. Howe 1 1 0 1 0 0 1

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Peyssonelia sp. 0 1 0 0 0 0 0Polysiphonia ferulacea Surh ex Agardh 1 0 0 0 0 0 0P. havanensis Mont. 1 0 0 0 0 0 0P. howei Hollenb. in W. R. Taylor 1 0 0 0 0 0 0P. subtilissima Mont. 1 1 0 0 0 0 0Porolithon pachydermum (Foslie) Foslie 0 0 1 0 1 0 0Pterocladiella capillacea (S. G. Gmel) Santel. & Hommers. 1 0 0 0 0 0 0Solieria filiformis (Kütz.) P. W. Gabrielson 1 0 0 0 0 0 0Sporolithon dimotum (Foslie & Howe) Tomita 0 0 0 0 1 0 0S. episporum (Howe) Dawson 0 0 0 0 1 0 0Spyridia clavata Kützing 1 0 0 0 0 0 0S. filamentosa (Wulfen) Harv. in Hook. 1 0 0 0 0 1 1Stylonema alsidii (Zanardini) K. M. Drew 1 0 0 0 0 0 0Titanoderma bermudense (Foslie & Howe) Woelkerling et al. 0 0 0 0 1 0 0Tiffaniella gorgonea (Mont.) Doty & Meñez 1 1 0 0 0 0 0Trichogloea sp. 0 0 0 0 0 0 1Tricleocarpa cylindrica (J. Ellis & Sol.) Huisman & Borow. 1 1 0 0 0 0 1Wrangelia argus (Mont.) Mont. 1 1 0 0 0 0 1MagnoliophytaHalodule wrightii Ascherson 0 0 0 0 0 0 1Halophila decipiens Ostenfeld 0 0 0 0 0 0 1

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CONCLUSÕES

A flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras, incluindo o Arquipélago dos

Abrolhos, pode ser caracterizada pelo predomínio das algas rodofíceas, seguido pelas

clorofíceas e feofíceas. As regiões com maior riqueza específica são o Arquipélago de

Fernando de Noronha (171 táxons), seguido pelo Arquipélago dos Abrolhos e arredores

(163 táxons) e o Complexo Insular de Trindade e Martin Vaz (132 táxons). Estas três

regiões representam, 55, 70 e 80% dos táxons listados para os seus respectivos estados. Ao

compará-las fica bastante claro que há um nível desigual de conhecimento. Determinados

grupos de macrófitas marinhas são carentes em estudos taxonômicos nestas regiões. A

contribuição das macroalgas e fanerógamas marinhas para a estrutura destas comunidades

ainda é pouco explorada em estudos de cunho ecológico. O Complexo Insular de Trindade

e Martins Vaz é o que menos recebeu atenção, até o momento, e é também o mais carente

em termos de infra-estrutura para pesquisa. Fernando de Noronha, ao contrário, tem

recebido mais atenção tendo em vista o maior número de estudos aí desenvolvidos, devido

à razoável infra-estrutura disponível. Nas demais ilhas, ainda que apresentando um

desenvolvimento recente de estudos de natureza taxonômica e ecológica, é reconhecido que

ainda resta muito a se fazer para se obter um panorama mais completo da composição e

importância da flora marinha das ilhas oceânicas brasileiras.

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