flÁvia piovesan - a constituição de 1988 e os tratados internacionais de proteção aos dh

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PLv|STA [UPlD|CA DA FACULDADL DL D|PL|TO v. 2 No. 1 ANO || |SSN 1980743020Artlgo 03A Constituio BrasiIeira de 1988 e os Tratados lnternacionais de Proteo dos Direitos HunanosAvtIgo 0J1. Tratados lnternacionais de Proteo dos Direitos Hunanos: gnese e principioIogia. 2. O Estado BrasiIeiro en Face do 5istena lnternacionaI de Proteo dos Direitos Hunanos. 3. A lncorporao dos Tratados lnternacionais de Proteo de Direitos Hunanos peIo Direito BrasiIeiro.4. O lnpacto dos Tratados lnternacionais de Proteo dos Direitos Hunanos . !IavIa !Iovcsan11Piolessoia douloia da discilina de Diieilo Conslilucional e Diieilos Humanos da Ponlilicia \niveisidade Calolica de Sao Paulo, iolessoia de Diieilos Humanos dos Piogiamas de Pos-Giaduaao da Ponlilicia \niveisidade Calolica de Sao Paulo, da Ponlilicia \niveisidade Calolica do Paiana e da \niveisidade PaLlo de Olavide de Sevilla (Lsanla); visiiing fellow do Human Riglls Piogiam da Harvard 1aw School (1995 e 2000), visiiing fellow do Cenlie loi Biazilian Sludies, da \niveisily olOxloid (2005), visiiing fellow do Max Plancl !nslilule loi Comaialive PuLlic Iaw and !nleinalional Iaw (HeidelLeig2007), iocuiadoia do eslado de Sao Paulo, memLio do Consello acional de Delesa dos Diieilos da Pessoa Humana eda S\RHuman Riglls \niveisily elwoil. Lsle ailigo loi ioduzido com Lase no livio de minla auloiia, inlilulado Temas de Direitos Humanos, cailulo 1, 3. ed., Sao Paulo: Saiaiva, 2008.2Como exlica Iouis Henlin: SuLsequenlemenle a Segunda Gueiia Mundial, os acoidos inleinacionais de diieilos lumanos lem ciiado oLiigaes e iesonsaLilidades aia os Lslados, com ieseilo as essoas sujeilas asua juiisdiao,eum diieilo coslumeiioinleinacionallem se desenvolvido. O emeigenle Diieilo!nleinacional dos lodo individuo deve lei diieilos, os quais lodos os Lslados devem ieseilai e iolegei. Iogo, a oLseivncia dos diieilos lumanos e nao aenas um assunlo de inleiesse ailiculai do Lslado (e ielacionado a juiisdiao domeslica), mas e maleiia de inleiesse inleinacional e oLjelo ioiio de iegulaao do Diieilo !nleinacional. (HLK!, Iouis el al. International law: cases and materials. 3. ed. Minnesola: Wesl PuLlisling, 1993. . 375-376).3a liao de Tlomas Bueigenllal: Lsle codigo, como ja oLseivei em oulios esciilos, lem lumanizado o diieilo inleinacional conlemoineo e inleinacionalizado os diieilos lumanos,aoieconlecei que osseieslumanos lem diieilosiolegidoselodiieilo inleinacional e que a denegaaodesses diieilos engajaa iesonsaLilidade inleinacional dos Lslados indeendenlemenle da nacionalidade das vilimas de lais violaes. (B\LRGLTHAI, Tlomas. Piologo. !n: Canado Tiindade, Anlonio Auguslo. A proteo internacional dos direitos humanos: fundamentos juridicos e instrumentos bsicos. Sao Paulo: Saiaiva, 1991. . XXX!).Aioosladesleailigoeenlocaioslialados inleinacionaisdeioleaoaosdiieiloslumanosaluzda ConsliluiaoBiasileiiade1988,comdeslaqueasinovaes inlioduzidas ela Lmenda Conslilucional n. 45/2004.cidades desses lialados, Lem como de sua lonleo Direiio Inier-nacional dos Direiios Hunanos. um segundo momenlo, seia dado deslaque a osiao do Biasil em lace dos insliumenlos in-leinacionais de ioleao dos diieilos lumanos. Lm seguida, seia leila uma avaliaao do modo elo qual a Consliluiao Biasileiia de o imaclo juiidico que esses lialados aiesenlam. esle momen-lo, seiao analisados casos concielos da alicaao desses lialados.1. Tratados Internacionais de Proteo dos Direitos Humanos: gnese e principiologiaOslialadosinleinacionaisdediieiloslumanos lemcomolonleumcamodoDiieiloexliemamenleiecenle, denominadoDiieilo!nleinacionaldosDiieilosHumanos, conlecidocomoDiieilodoos-gueiia,oqualsuigiucomo iesosla as aliocidades e aos loiioies comelidos elo nazismo2. Lm lace do iegime de leiioi, no qual imeiava a logica da desliuiao e segundo o qual as essoas eiam consideiadas Mundial,emeige a necessidade deieconsliuao dovaloi dos diieiloslumanos,comoaiadigmaeieleiencialelicoaia oiienlai a oidem inleinacional.Assim,emmeadosdoseculoXXsuigeoDiieilo !nleinacionaldosDiieilosHumanossuigeemdecoiiencia daSegundaGueiia Mundial eseudesenvolvimenlo odesei aliiLuidoasmonsliuosasviolaesdediieiloslumanosda eiaHillei eacienadeque ailedessasviolaesodeiiam seiievenidasseexislisseumelelivosislemadeioleao inleinacional de diieilos lumanos3. AolialaidoDiieilo!nleinacionaldosDiieilos Omovimenlododiieiloinleinacionaldosdiieilos lumanos e Laseado na conceao de que loda naao lem a oLiigaao de ieseilai os diieilos lumanos de seus cidadaos e de que lodas as naes e a comunidade inleinacionallemodiieiloeaiesonsaLilidadede ioleslai, se um Lslado nao cumiii suas oLiigaes. 21A Costltulo 8rasllelra oe 1988 e os Trataoos |nternaclonals oe Proteo oos Dlreltos HumanosODiieilo!nleinacionaldosDiieilosHumanos consislenumsislemadenoimasinleinacionais, iocedimenloseinsliluiesdesenvolvidasaia imlemenlaiessaconceaoeiomoveioieseilo dosdiieiloslumanosemlodososaises,no mLilo mundial. (...) LmLoia a ideia de que os seies lumanos lem diieilos e liLeidades lundamenlais que llesaoineienleslenlalamuilolemosuigidono ensamenlo lumano, a conceao de que os diieilos lumanossaooLjeloioiiodeumaiegulaao inleinacional,oisuavez,eLaslanleiecenle.(...) MuilosdosdiieilosquelojeconslamdoDiieilo !nleinacionaldosDiieilosHumanossuigiiam aenasem1945,quando,comasimlicaesdo lolocauslo e de oulias violaes de diieilos lumanos comelidaselonazismo,asnaesdomundo decidiiamqueaiomoaodediieiloslumanose liLeidadeslundamenlaisdeveseiumdosiinciais ioosilos das Oiganizaes das aes \nidas4.esse cenaiio, loilalece-se a ideia de que a ioleao dos diieilos lumanos nao deve se ieduzii ao dominio ieseivado doLslado,isloe,naodeveseiesliingiiacomelencia nacional exclusiva ou a juiisdiao domeslica exclusiva, oique ievelalemadelegilimoinleiesseinleinacional.Poisuavez, essaconceaoinovadoiaaonlaaiaduasimoilanles conseqencias:1)aievisaodanoaoliadicionaldesoLeiania aLsolula do Lslado, que assa a soliei um iocesso de ielalivizaao, na medida em que sao admilidas inleivenesnolanonacional,emiolda ioleao dos diieilos lumanos; islo e, eimilem-se loimas de moniloiamenlo e iesonsaLilizaao inleinacional, quando os diieilos lumanos loiem violados5; 2)aciislalizaaodaideiadequeoindividuodeve lei diieilos iolegidos na esleia inleinacional, na condiao de sujeilo de Diieilo.loima ela qual o Lslado lialava seus nacionais eia conceLida comoumioLlemadejuiisdiaodomeslica,decoiienciaem sua soLeiania.!nsiiadaoiessasconcees,suige,aailiido os-gueiia, em 1945,a Oiganizaaodasaes \nidas. Lm 1948 e adolada a Declaiaao \niveisal dos Diieilos Humanos, elaaiovaaounnimede48Lslados,com8aLslenes6. Ainexislenciadequalqueiqueslionamenloouieseivaleila elosLsladosaosiinciiosdaDeclaiaaoeainexislencia dequalqueivoloconliaiioassuasdisosies,conleiema elicauniveisal7,aoconsagiaiumconsensosoLievaloiesde cunlo univeisal, a seiem seguidos elos Lslados. A declaiaao de 1948 inlioduz a conceao conlem-oineadediieiloslumanos,maicadaelauniveisalidadee indivisiLilidadedessesdiieilos.\niveisalidadeoiqueacon-diaodeessoaeoiequisilounicoeexclusivoaiaalilula-iidadedediieilos,sendoadignidadelumanaolundamenlo dosdiieiloslumanos.!ndivisiLilidadeoique,inedilamenle, o calalogo dos diieilos civis e olilicos e conjugado ao calalo-godosdiieiloseconomicos, sociais eculluiais.Aoconsagiai diieilos civis e olilicos e diieilos economicos, sociais e cullu-4B!IDLR, Riclaid B. An oveiview ol inleinalional luman iiglls law. !n: HA\M, Huisl (Ldiloi).Guide to international human rights practice. 2. ed. Pliladellia: \niveisily ol Pennsylvania Piess. 1992. . 3-5. 5queslao cenlial, e inegavel que a anliga douliina da soLeiania exclusiva e aLsolula nao mais se alica e que esla soLeiania jamais loi aLsolula, como eia enlao conceLida leoiicamenle. \ma das maioies exigencias inlelecluais de nosso lemo e a de ieensai a queslao da soLeiania (...). Lnlalizai os diieilos dos individuos e os diieilos dos ovos e uma dimensao da soLeiania univeisal, que ieside em loda a lumanidade e que eimile aos ovos um envolvimenlo legilimo em quesles que alelam o mundo como um lodo. L um movimenlo que, cada vez mais, enconlia exiessao na giadual exansao do Diieilo !nleinacional. (BO\TROS-GHAI!, Boulios. Foreign Affairs. Lmoweiing lle \niled alions. v. 89, . 98-99, 1992/1993, apud HLK!, Iouis, ei al, International law: cases and materials. op. cii. . 18.) Tiansila-se, assim, de uma conceao loLLesiana de soLeiania, cenliada no Lslado, aia uma conceao lanliana de soLeiania, cenliada na cidadania univeisal. Paia Celso Ialei, de uma visaoe\ parie principe, lundada nos deveies dos sudilos com ielaaoao Lslado, assa-se auma visaoe\ parie populi, lundada na iomoao da noaode diieilos do cidadao. (IA!LR, Celso. Comercio, Desarmamento, Direitos Humanos6A Declaiaao \niveisal loi aiovada ela Resoluao 217 A (!!!), da AssemLleia Geial, em 10 de dezemLio de 1948, oi 48 volos a zeio e oilo aLslenes. Os oilo Lslados que se aLsliveiam loiam: Bieloiussia, Clecoslovaquia, Polonia, AiaLia Saudila, \cinia, \niao Sovielica, Aliica do Sul e !ugoslavia. OLseiva-se que em Helsinli, em 1975, no Alo !inal da Conleiencia soLie Seguiidade e Cooeiaao na Luioa, os Lslados comunislas da Luioa exiessamenle adeiiiam a Declaiaao \niveisal. SoLie o caialei univeisal da declaiaao, oLseiva Rene Cassin:Seane perniiido, anies de concluir, resunir a grandes rasgos los caracieres de la declaracion surgida de nuesiros debaies de 1947 a 1948. Esia declaracion se caracieri:a, por una parie, por su anpliiud. Conprende el conjunio de derechos y faculiades sin los cuales un ser hunano no puede desarrolar su personalidad fisica, noral y inieleciual. Su segunda caracierisiica es la universalidad. es aplicable a iodos los honbres de iodos los paises, ra:as, religiones y iniernacional, la sanblea General, gracias a ni proposicion, proclano la declaracion Universal. l hacerlo conscienienenie, subrayo que el individuo es nienbro direcio de la sociedad hunana y que es sujeio direcio del derecho de genies. Naiuralnenie, es ciudadano de su pais, pero ianbien lo es del nundo, por el hecho nisno de la proieccion que el nundo debe brindarle. Tales son los caracieres esenciales de la declaracion.(...) 1a Declaracion, por el hecho de haber sido, cono fue el caso, adopiada por unaninidad (pues solo hubo 8 absienciones, frenie a 48 voios favorables), iuvo innediaianenie una gran repercusion en la noral de las naciones. 1os pueblos enpe:aron a darse cuenia de que el conjunio de la conunidad hunana se inieresaba por su desiino. (CASS!, Rene. Ll ioLlema de la iealizacion de los deieclos lumanos en la sociedad univeisal. !n: Viente aos de evolucion de los derechos humanos. Mexico: !nslilulo de !nvesligaciones 1uiidicas, 1974. . 397.) 7lugai de simLolo e de ideal. (aluieza juiidica da Declaiaao \niveisal de Diieilos Humanos. Revista dos Tribunais, Sao Paulo, n. 446, . 35, dez. 1972.)22Artlgo 03iais, a declaiaao inedilamenle comLina o discuiso liLeial e o discuisosocialdacidadania,conjugandoovaloidaliLeida-de ao valoi da igualdade8.Segundo Iouis B. Soln e Tlomas Bueigenllal: ADeclaiaao\niveisaldeDiieilosHumanosse dislingue das liadicionais Cailas de diieilos lumanos queconslamdediveisasnoimaslundamenlaise conslilucionaisdosseculosXV!!!eX!Xecomeo doseculoXX,namedidaemqueelaconsagianao aenas diieilos civis e olilicos, mas lamLem diieilos economicos,sociaiseculluiais,comoodiieiloao liaLallo e a educaao9. AoconjugaiovaloidaliLeidadecomovaloida igualdade, a declaiaao demaica a conceao conlemoinea dediieiloslumanos,elaqualosdiieiloslumanosassam aseiconceLidoscomoumaunidadeinleideendenle,inlei-ielacionadaeindivisivel.Assim,ailindo-sedociileiio 10, adola-se o enlendimenlo de que uma geiaao de diieilos nao suLslilui a oulia, mas com ela inleiage. !slo e, alasla-se a ideia da sucessao geiacional de diieilos, na medida em que se acolle a ideiada exansao, cumulaao e loilalecimenlo dos diieilos lumanos consagiados,lodos essencialmenlecomlemenlaies e em conslanle dinmica de inleiaao. Iogo, aiesenlando os diieilos lumanos uma unidade indivisivel, ievela-se esvaziado odiieiloaliLeidade,quandonaoasseguiadoodiieilo aigualdadee,oisuavez,esvaziadoievela-seodiieiloa igualdade, quando nao asseguiada a liLeidade11. Vale dizei, sem a elelividade dos diieilos economicos, sociaiseculluiais,osdiieilosciviseolilicosseieduzema meiascalegoiiasloimais,enquanlosemaiealizaaodos diieilos civis e olilicos, ou seja, sem a elelividade da liLeidade enlendida em seu mais amlo senlido, os diieilos economicos e cogilai da liLeidade divoiciada da juslia social, como lamLem inliulileio ensai na juslia social divoiciada da liLeidade. Lm suma,lodososdiieiloslumanosconsliluemumcomlexo inlegial, unico e indivisivel, em que os dileienles diieilos eslao necessaiiamenle inlei-ielacionados e inleideendenles enlie si.Como eslaLeleceu a Resoluao no 32/130 da AssemLleia Geial das aes \nidas: 8Paia esle ioosilo, e melloi nos deixaimos oiienlai, ao menos em deleiminado senlido, oi um dos ais da Declaiaao, o liances Rene Cassin, que descieveu seu escoo do modo a seguii. Piimeiiamenle, liala a Declaiaao dos diieilos essoais (os diieilos a igualdade, a vida, a liLeidade e a seguiana, elc.ails. 3o a 11). Posleiioimenle, sao ievislos diieilos que dizem ieseilo ao individuo em sua ielaao com giuos sociais no qual ele ailicia (o diieilo a iivacidade da vida lamiliai e o diieilo ao casamenlo; o diieilo aliLeidade de movimenlono mLilonacional ou loia dele;o diieilo a nacionalidade; o diieilo aoasilo,na liolese de eiseguiao; diieilosde ioiiedade e de ialicai a ieligiaoails. 12 a 17). O leiceiio giuo de diieilos se ieleie as liLeidades civis e aos diieilos olilicos exeicidos no senlido de conliiLuii aia a loimaao de oigaos goveinamenlais e ailiciai do iocesso de decisao (liLeidade de consciencia, ensamenlo e exiessao; liLeidade de associaao e assemLleia; diieilo de volai e sei eleilo; diieilo ao acesso ao goveino e a adminisliaao uLlicaails. 18 a 21). A quaila calegoiia de diieilos se ieleie aos diieilos exeicidos nos camos economicos e sociais (ex: aqueles diieilos que se oeiam nas esleias do liaLallo e das ielaes de ioduao, o diieilo a educaao, o diieilo ao liaLallo e a assislencia social e a livie escolla de emiego, a juslas condies de liaLallo, ao igual agamenlo aia igual liaLallo, o diieilo de lundai sindicalos e deles ailiciai; o diieilo ao descanso e ao lazei; o diieilo a saude, a educaao e o diieilo de ailiciai liviemenle na vida culluial da comunidadeails. 22 a 27). (CASSLSSL, Anlonio.Human rights in a changing worldleilaoi1aclDonnelly,quandosuslenlaqueadeclaiaaode1948enunciaasseguinlescalegoiiasdediieilos:1)diieilosessoais,incluindoosdiieilosavida,a nacionalidade, ao ieconlecimenlo eianle a lei, a ioleao conlia lialamenlos ou unies ciueis, degiadanles ou desumanas e a ioleao conlia a disciiminaao iacial, elnica, sexual ou ieligiosa (ails. 2o a 7o e 15); 2) diieilos judiciais, incluindo o acesso a iemedios oi violaao dos diieilos Lasicos, a iesunao de inocencia, a gaianlia de iocesso uLlico juslo e imaicial, a iiielioalividade das leis enais, a ioleao conlia a iisao, delenao ou exilio aiLiliaiios, e conlia a inleileiencia na lamilia, no lai e na ieulaao (ails. 8o a 12); 3) liLeidades civis, esecialmenle as liLeidades de ensamenlo, consciencia e ieligiao, de oiniao e exiessao, de movimenlo e iesislencia, e de Lem-eslai ioiio e da lamilia (ail. 25); 5) diieilos economicos, incluindo iincialmenle os diieilos ao liaLallo, ao ieouso e ao lazei, e a seguiana social (ails. 22 a 26); 6) diieilos sociais e culluiais, esecialmenle os diieilos a insliuao e a ailiciaao na vida culluial da comunidade (ails. 26 e 28); 7) diieilos olilicos, iincialmenle os diieilos a lomai aile no goveino e a eleies legilimas com suliagio univeisal e igual (ail. 21), aciescido dos aseclos olilicos de muilas liLeidades civis. (DOLIIY, 1acl. !nleinalional luman iiglls: a iegime analysis. !n: International organization. Massaclussells !nslilule olTeclnology, Summei 1986. . 599-642, apud I!DGRL AIVLS, 1ose Auguslo. O sistema internacional de proteo dos direitos humanos e o Brasil. Aiquivos do Minisleiio da 1uslia, Biasilia, v. 46, n. 182, . 89, jul./dez.1993). a liao de Celso D. de AlLuqueique Mello, a Declaiaao \niveisal lem sido dividida elos auloies em qualio ailes: a) noimas geiais (ails. 1o e 2o, 28, 29 e 30); L) diieilos e liLeidades lundamenlais (ails. 3o a 20); c) diieilos olilicos (ail. 21); d) diieilos economicos e sociais (ails. 22 e 27). (Curso de direito internacional publico. 6. ed. Rio de 1aneiio: !ieilas Baslos, 1979. . 531.) 9International protection of human rights. !ndianaolis: Tle BoLLs-Meiiill Comany, 1973. . 516.10A ailii desse ciileiio, os diieilos de iimeiia geiaao coiiesondem aos diieilos civis e olilicos, que liaduzem o valoi da liLeidade; os diieilos de segunda geiaao coiiesondem aos diieilos sociais, economicos e culluiais, que liaduzem, oi sua vez, o valoi da igualdade; ja os diieilos de leiceiia geiaao coiiesondem ao diieilo ao desenvolvimenlo, diieilo a az, a livie deleiminaao, que liaduzem o valoi da solidaiiedade. SoLie a maleiia, vei LSP!LII, Hecloi Gioss. Estudios sobre derechos humanos, Madiid: Civilas, 1988, . 328-332. Do mesmo auloi a oLia: Los derechos economicos sociales y culturales en el sistema interamericano. San 1ose, IiLio liLie, 1986.AindasoLieaideiadegeiaesdediieiloslumanos,exlicaBuinsH.Weslon:Aesleieseilo,ailiculaimenleulileanoaodeliesgeiaesdediieilos lumanos elaLoiada elo juiisla liances Kaiel Vasal. SoL a insiiaao dos lies lemas da Revoluao liancesa, eslas lies geiaes de diieilos sao as seguinles: a iimeiia geiaao se ieleie aos diieilos civis e olilicos (liberie); a segunda geiaao aos diieilos economicos, sociais e culluiais (egaliie); e a leiceiia geiaao se ieleie aos novos diieilos de solidaiiedade(fraierniie).(WLSTO, BuinsH. Human iiglls,!n: CIA\DL, Riclaid Pieiie, WLSTO, BuinsH (Ldiloies). Humanrights in theworld community, . 16-17). SoLie a maleiia consullai ainda I\O, A. L. P.(Los derechos fundamentales. Madiid: Tecnos, 1988); T. H. Maislall (Cidadania, classe social e status. Rio de 1aneiio: Zalai, 1967.) 11dosgoveinosnosdiieilosciviseolilicos,masenvolvemoLiigaesgoveinamenlaisdecunloosilivoemioldaiomoaodoLem-eslaieconomicoesocial, iessuondo um Goveino que seja alivo, inleivenloi, lanejadoi e comiomelido com os iogiamas economico-sociais da sociedade que, oi sua vez,os liansloima em diieilos economicos e sociais aia os individuos. (The age of rights. ew Yoil: ColumLia \niveisily Piess, 1990. . 6-7). o enlanlo, dilicil e a conjugaao desses valoies, e em ailiculai dilicil e a conjugaao dos valoies da igualdade e liLeidade. Como ondeia oiLeilo BoLLio: As sociedades sao mais livies na medida em que sao menos juslas e mais juslas na medida em que sao menos livies. (A era dos direitos. Tiad. Cailos elson Coulinlo. Rio de 1aneiio: Camus, 1992. . 43.)23A Costltulo 8rasllelra oe 1988 e os Trataoos |nternaclonals oe Proteo oos Dlreltos Humanoslodos os diieilos lumanos, qualquei que seja o lio a queeilencem,seinlei-ielacionamnecessaiiamenle enliesi,esaoindivisiveiseinleideendenles12.Lssa conceaoloiieileiadanaDeclaiaaodeVienade o, que os diieilos lumanos saouniveisais,indivisiveis,inleideendenleseinlei-ielacionados. univeisais,ineienlesacondiaodeessoaenaoielalivosas eculiaiidadessociaiseculluiaisdedeleiminadasociedade, seja oi incluii em seu elenco nao so diieilos civis e olilicos, maslamLemdiieilossociais,economicoseculluiais,a declaiaao de 1948 demaica a conceao conlemoinea dos diieilos lumanos. \ma das iinciais qualidades da declaiaao e cons-liluii-seemaimelioecodigodealuaaoaiaoseslados inlegianlesda comunidade inleinacional. Aoconsagiai o ie-conlecimenlo univeisal dos diieilos lumanos elos eslados, a declaiaao consolida um aimelio inleinacional aia a io-leao desses diieilos. esse senlido, elaeum dos aimelios lundamenlais elos quais a comunidade inleinacional desle-gilimaoseslados.\mesladoquesislemalicamenleviolaa declaiaao nao e meiecedoi de aiovaao oi aile da comu-nidade mundial13. AailiidaaiovaaodaDeclaiaao\niveisal de1948 e da conceaoconlemoinea dediieilos lumanos oielainlioduzida,comeaasedesenvolveioDiieilo !nleinacionaldosDiieilosHumanos,medianleaadoao deinumeioslialadosinleinacionaisvolladosaioleao dediieiloslundamenlais.Osinsliumenlosinleinacionaisconlemoineacomaililladaeloseslados,namedida emqueinvocamoconsensoinleinacionalaceicadelemas cenliais aos diieilos lumanos. esse senlido, caLe deslacai que, ale junlo de 2006, o Paclo !nleinacional dos Diieilos Civis e Polilicos conlava com 156 Lslados-ailes; o Paclo !nleinacional dosDiieilosLconomicos,SociaiseCulluiaisconlavacom 153Lslados-ailes;aConvenaoconliaaToiluiaconlava com141Lslados-ailes;aConvenaosoLieaLliminaao daDisciiminaaoRacialconlavacom170Lslados-ailes; aConvenaosoLieaLliminaaodaDisciiminaaoconliaa Mullei conlava com 183 Lslados-ailes e a Convenao soLie os Diieilos da Ciiana aiesenlava a mais amla adesao, com 192 Lslados-ailes14 .!oima-se o sislema noimalivo gloLal de ioleao dos diieilos lumanos, no mLilo das aes \nidas. Lsse sislema noimalivo,oisuavez,einlegiadooiinsliumenlosde alcance geial (como os Paclos !nleinacionais de Diieilos Civis e Polilicos e de Diieilos Lconomicos, Sociais e Culluiais de 1966) inleinacionais, que Luscam iesondei a deleiminadas violaes dos diieilos lumanos, como a loiluia, a disciiminaao iacial, a disciiminaao conlia as mulleies, a violaao dos diieilos das ciianas, denlie oulias loimas de violaao. !iima-seassim,nomLilodosislemagloLal,a coexislenciadossislemasgeialeesecialdeioleaodos diieilos lumanos, como sislemas de ioleao comlemenlaies. do sujeilo de diieilo, no qual o sujeilo assa a sei vislo segundo giuos elnicos minoiilaiios, os giuos vulneiaveis, as mulleies, elc.). 1a o sislema geial de ioleao (ex: os Paclos da O\ de 1966) lem oi endeieado loda e qualquei essoa, conceLida segundo sua aLsliaao e geneialidade. Ao lado do sislema noimalivo gloLal, suige o sislema noimalivoiegionaldeioleao,queLuscainleinacionalizai osdiieiloslumanosnolanoiegional,ailiculaimenlena Luioa,AmeiicaeAliica.Consolida-se,assim,aconvivencia dosislemagloLalinlegiadoelosinsliumenlosdasaes \nidas,comoaDeclaiaao\niveisaldeDiieilosHumanos, oPaclo!nleinacionaldosDiieilosCivisePolilicos,oPaclo !nleinacional dos Diieilos Lconomicos, Sociais e Culluiais e as demais Convenes inleinacionaiscom insliumenlos do sislema iegional,oisuavezinlegiadoelossislemasinleiameiicano, euioeu e aliicano de ioleao aos diieilos lumanos.OssislemasgloLaleiegionalnaosaodicolomicos, mascomlemenlaies.!nsiiadoselosvaloieseiinciios daDeclaiaao\niveisal,essessislemascomemo univeisoinsliumenlaldeioleaodosdiieiloslumanosno 12a loimaao desle novo eihoslumanos e a az consignado na Ala !inal de Helsinque de 1975. (A ioleao inleinacional dos diieilos lumanos no limiai do novo seculo e as eiseclivas Liasileiias. !n: Temas de Politica Externa Brasileira, !!, v. 1, 1994. . 169).13Cl. Cassesse, Anlonio,Humanrightsina changing world, op. cii.algumas inslncias, o lexlo das ievises da Declaiaao lem sido incoioiado em insliumenlos inleinacionais ou na legislaao nacional e la inumeias inslncias que adolam a Declaiaao como um codigo de condula e um aimelio caaz de medii o giau de ieseilo e de oLseivncia ielalivamenle aos aimelios inleinacionais de diieilos lumanos. (Soln, Iouis B. e ; Bueigenllal, Tlomas, o. cil., . 516.)14Allo Comissaiiado de Diieilos Humanos das aes \nidas,. Disonivel em: 24Artlgo 03lanoinleinacional.Lmlacedessecomlexouniveisode insliumenlosinleinacionais,caLeaoindividuoquesolieu violaao de diieilo a escolla do aaialo mais lavoiavel, lendo emvislaque,evenlualmenle,diieilosidenlicossaolulelados oi dois ou mais insliumenlos de alcance gloLal ou iegional, ouainda,dealcancegeialouesecial.SoLessaolica,os diveisos sislemas de ioleao dos diieilos lumanos inleiagem em Lenelicio dos individuos iolegidos. De acoido com a visao de Anlonio Auguslo Canado Tiindade: O ciileiio da iimazia da noima mais lavoiavel as es-soas iolegidas, consagiado exiessamenle em lanlos lialadosdediieiloslumanos,conliiLuiemiimeiio lugaiaiaieduziiouminimizaiconsideiavelmenle menlos legais em seus aseclos noimalivos. ConliiLui, em segundo lugai, aia oLlei maioi cooidenaao enlie lais insliumenlos em dimensao lanlo veilical (lialados einsliumenlosdediieiloinleino),quanloloiizonlal (dois ou mais lialados). (...) ConliiLui, em leiceiio lu-gai, aia demonsliai que a lendencia e o ioosilo da coexislenciadedislinlosinsliumenlosjuiidicosga-ianlindoos mesmos diieilossao no senlido de am-liai e loilalecei a ioleao15. !eilasessasLievesconsideiaesaieseilodos lialadosinleinacionaisdediieiloslumanos,assa-sea analise do modo elo qual o Biasil se ielaciona com o aaialo inleinacional de ioleao dos diieilos lumanos.2.OEstadoBrasileiroemFacedoSistemaInternacionalde Proteo dos Direitos HumanosoqueseieleieaosiaodoBiasilemielaao aosislemainleinacionaldeioleaodosdiieiloslumanos, oLseiva-se que somenle a ailii do iocesso de democializaao Omaicoinicialdoiocessodeincoioiaaode lialadosinleinacionaisdediieiloslumanoseloDiieilo aToiluiaeOuliosTialamenlosCiueis,Desumanosou imoilanlesinsliumenlosinleinacionaisdeioleaodos diieiloslumanosloiamlamLemincoioiadoseloDiieilo Biasileiio, soL a egide da Consliluiao !edeial de 1988. Assim,aailiidaCailade1988,imoilanles a) daConvenao!nleiameiicanaaiaPieveniie Punii a Toiluia, em 20 de jullo de 1989; L) daConvenaoconliaaToiluiaeoulios Tialamenlos Ciueis, Desumanos ou Degiadanles, em 28 de selemLio de 1989; c) daConvenaosoLieosDiieilosdaCiiana,em 24 de selemLio de 1990; d) doPaclo!nleinacionaldosDiieilosCivise Polilicos, em 24 de janeiio de 1992; e) do Paclo !nleinacional dos Diieilos Lconomicos, Sociais e Culluiais, em 24 de janeiio de 1992; l) daConvenao Ameiicana de Diieilos Humanos, em 25 de selemLio de 1992; g) daConvenao!nleiameiicanaaiaPievenii, Punii e Liiadicai a Violencia conlia a Mullei, em 27 de novemLio de 1995; l) do Piolocolo a Convenao Ameiicana ieleienle a ALoliaodaPenade Moile, em13 deagoslo de 1996; i) doPiolocoloaConvenaoAmeiicanaieleienle aosDiieilosLconomicos,SociaiseCulluiais (Piolocolo de San Salvadoi), em 21 de agoslo de 1996; j) da Convenao !nleiameiicana aia Lliminaao de lodas as loimas de Disciiminaao conlia Pessoas 2001; l) doLslalulodeRoma,queciiaoTiiLunal Penal !nleinacional, em 20 de junlo de 2002; l) doPiolocolo!acullalivoaConvenaosoLiea Lliminaao de lodas as loimas de Disciiminaao conlia a Mullei, em 28 de junlo de 2002; m)doPiolocolo!acullalivoaConvenaosoLieos DiieilosdaCiianasoLieoLnvolvimenlode de 2004; n) doPiolocolo!acullalivoaConvenaosoLieos DiieilosdaCiianasoLieVenda,Piosliluiaoe 2004; e o) doPiolocolo!acullalivoaConvenaoconliaa Toiluia, em 11 de janeiio de 2007.15CAADO TR!DADL, Anlonio Auguslo. A inleiaao enlie o diieilo inleinacional e o diieilo inleino na ioleao dos diieilos lumanos. !n: Arquivos do Ministerio da Justia, Biasilia, v. 46, n. 182, . 52-53, jul./dez. 1993.25A Costltulo 8rasllelra oe 1988 e os Trataoos |nternaclonals oe Proteo oos Dlreltos HumanosAsinovaesinlioduzidaselaCailade1988 esecialmenlenoquelangeaoiimadodaievalenciados diieiloslumanos,comoiinciiooiienladoidasielaes imoilanles insliumenlos de ioleao dos diieilos lumanos16. Alem das inovaes conslilucionais, como imoilanle aciescenle-seanecessidadedoLsladoLiasileiioieoiganizai suaagendainleinacional,demodomaiscondizenlecom asliansloimaesinleinasdecoiienlesdoiocessode democializaao.LsseesloioseconjugacomooLjelivode comoiumaimagemmaisosilivadoLsladoLiasileiiono conlexloinleinacional,comoaisieseiladoiegaianlidoi dos diieilos lumanos. Adicione-se que a suLsciiao do Biasil aoslialadosinleinacionaisdediieiloslumanossimLoliza aindaoaceiledoBiasilaiacomaideiaconlemoineade gloLalizaao dos diieilos lumanos, Lem como aia com a ideia da legilimidade das ieocuaes da comunidade inleinacional, giaude univeisalidade desses insliumenlos, queconlam com inleinacional.Iogo,laz-seclaiaaielaaoenlieoiocessode democializaaonoBiasileoiocessodeincoioiaaode ielevanles insliumenlos inleinacionais de ioleao dos diieilos lumanos, lendo em visla que, se o iocesso de democializaao do iocesso democialico, oi meio da amliaao e do ieloio do univeiso de diieilos oi ele asseguiado.3. AIncorporaodosTratados Internacionaisde Proteode Direitos Humanos pelo Direito BrasileiroPieliminaimenle, e necessaiio liisai que a Consliluiao Biasileiiade1988consliluiomaicojuiidicodaliansiao democialicaedainslilucionalizaaodosdiieiloslumanos noBiasil.Olexlode1988,aosimLolizaiaiuluiacomo iegimeauloiilaiio,emieslaaosdiieilosegaianliasenlase exliaoidinaiia, siluando-se como o documenlo mais avanado, aLiangenleeoimenoiizadosoLieamaleiia,nalisloiia conslilucional do ais.Ovaloidadignidadelumanainedilamenle elevadoaiinciiolundamenlaldaCaila,nosleimosdo ail.1o,!!!ime-secomonucleoLasicoeinloimadoido oidenamenlo juiidico Liasileiio, como ciileiio e aimelio de valoiaao a oiienlai a inleiielaao e comieensao do sislema conslilucionalinslauiadoem1988.Adignidadelumana eosdiieiloslundamenlaisvemaconsliluiiosiinciios conslilucionaisqueincoioiamasexigenciasdejusliaedos valoieselicos,conleiindosuoileaxiologicoalodoosislema juiidico Liasileiio. a oidem de 1988, esses valoies assam a sei dolados de uma esecial loia exansiva, iojelando-se oi lodo o univeiso conslilucional e seivindo como ciileiio inleiielalivo de lodas as noimas do oidenamenlo juiidico nacional.Lnesseconlexloqueladeseinleiielaiodisoslo no ail. 5o, , 2o do lexlo, que, de loima inedila, lece a inleiaao enlie o Diieilo Liasileiio e os lialados inleinacionais de diieilos elo ail. 5o, a Caila de 1988 eslaLelece que os diieilos e gaianlias exiessosnaConsliluiaonaoexcluemouliosdecoiienles doiegimeedosiinciiosoielaadolados,oudoslialados inleinacionaisemqueaReuLlica!edeialivadoBiasilseja aile.Aluzdessedisosilivoconslilucional,osdiieilos lundamenlais odem sei oiganizados em lies dislinlos giuos: a) o dos diieilos exiessos na Consliluiao; L) o dos diieilos imlicilos, decoiienles do iegime e dos iinciios adolados ela Caila conslilucional; e c) odosdiieilosexiessosnoslialadosinleinacio-nais suLsciilos elo Biasil. A Consliluiao de 1988 inova, assim, ao incluii, denlie os diieilos consli-lucionalmenle iolegidos, osdiieilos enunciados noslialadosinleinacionaisdequeoBiasilseja signalaiio.Aoeleluailalincoioiaao,aCaila eslaaaliiLuiiaosdiieilosinleinacionaisuma lieiaiquia esecial e dileienciada, qual seja, a de noima conslilucional.Lssa conclusao advem de inleiielaao sislemalica e leleologica do lexlo, esecialmenle em lace da loia exansiva dos valoies da dignidade lumana e dos diieilos lundamenlais, comoaimeliosaxiologicosaoiienlaiacomieensaodo lenomeno conslilucional17. A esse iaciocinio se aciescenlam o 16Paia1.A.IindgienAlves:ComaadesaoaosdoisPaclos!nleinacionaisdaO\,assimcomoaoPaclodeSao1ose,nomLilodaOLA,em1992,elavendo necessaiiasasua inlegiaaoaosislema inleinacionaldeioleaoaosdiieiloslumanos. !nleinamenle, oi ouliolado,asgaianlias aosamlos diieilos enlionizados na Consliluiao de1988,naoassiveisdeemendase,ainda,exlensivasa ouliosdecoiienlesde lialados dequeoais sejaaile,asseguiamadisosiao doLslado democialico Liasileiiodeconloimai-selenamenle as oLiigaes inleinacionais oi ele conliaidas. (Osdireitos humanos como tema global. SaoPaulo:Peisecliva/!undaao Alexandie de Gusmao, 1994. . 108.) 17Paia 1ose 1oaquim Gomes Canolillo: A legilimidade maleiial da Consliluiao nao se Lasla com um dai loima ou consliluii de oigaos; exige uma lundamenlaao suLslanliva aia os aclos dos odeies uLlicos e dai que ela lenla de sei um aimelio maleiial, diieclivo e insiiadoi desses aclos. A lundamenlaao maleiial e loje essencialmenle loinecida elo calalogo de diieilos lundamenlais (diieilos, liLeidades e gaianlias e diieilos economicos, sociais e culluiais). (Direito constitucional. 6. ed. iev. CoimLia: Almedina, 1993. . 74.) 26Artlgo 03iinciiodamaximaelelividadedasnoimasconslilucionais ieleienlesadiieilosegaianliaslundamenlaiseanaluieza maleiialmenleconslilucionaldosdiieiloslundamenlais18,o iegime conslilucional conleiido aos demais diieilos e gaianlias lundamenlais. Lssa conclusao decoiie lamLem do iocesso de gloLalizaao, que ioicia e eslimula a aLeiluia da Consliluiao a noimaao inleinacionalaLeiluia que iesulla na amliaao doLlocodeconslilucionalidade,queassaaincoioiai ieceilos asseguiadoies de diieilos lundamenlais. Adicione-se, ainda,olalodeasConsliluieslalino-ameiicanasiecenles conleiiiemaoslialadosdediieiloslumanosumsiaius juiidicoesecialedileienciado,deslacando-se,nessesenlido, a Consliluiao da Aigenlina que, em seu ail. 75, , 22, eleva os iinciais lialados de diieilos lumanos a lieiaiquia de noima conslilucional.Iogo, oi loia do ail. 5o, ,, 1o e 2o, a Caila de 1988 aliiLuiaosdiieilosenunciadosemlialadosinleinacionaisa lieiaiquiadenoimaconslilucional,incluindo-osnoelenco dosdiieilosconslilucionalmenlegaianlidos,queaiesenlam alicaLilidadeimediala.Alieiaiquiaconslilucionaldos lialados de ioleao dos diieilos lumanos decoiie da ievisao conslilucionaldoail.5o,,2o,aluzdeumainleiielaao sislemalicaeleleologicadaCaila,ailiculaimenleda iioiidade que aliiLui aos diieilos lundamenlais e ao iinciio dadignidadedaessoalumana.Lssaoaodoconsliluinle dediieiloslumanose,noenlendeideailedadouliina,da sueiioiidadedesseslialadosnolanoinleinacional,lendo em visla que inlegiaiiam o clamado jus cogens (diieilo cogenle e indeiiogavel).Lnlalize-seque,enquanloosdemaislialados inleinacionaislemloialieiaiquicainliaconslilucional19, nosleimosdoail. 102,!!!,Ldolexlo(queadmileo caLimenlodeiecuisoexliaoidinaiiodedecisaoquedeclaiai ainconslilucionalidadedelialado),osdiieilosenunciados em lialados inleinacionais de ioleao dos diieilos lumanos delemnaluiezadenoimaconslilucional.Lsselialamenlo lialadosinleinacionaisdediieiloslumanosaiesenlamum caialeiesecial,dislinguindo-sedoslialadosinleinacionais comuns. Lnquanlo esles Luscam o equiliLiio e a ieciiocidade deielaesenlieLslados-ailes,aqueleslianscendemos meioscomiomissosieciiocosenlieosLsladosacluanles, lendoemvislaqueoLjelivamasalvaguaidadosdiieilosdo seilumanoe naodasieiiogalivasdos Lslados. omesmo senlido, aigumenla 1uan Anlonio Tiavieso: IoslialadosmodeinossoLiedeiecloslumanosen geneial,y,enailiculailaConvencionAmeiicana nosonlialadosmullilaleialesdellioliadicional concluidosenlunciondeuninleicamLioieciioco losdeiecloslundamenlalesdelosseieslumanos indeendienlemenledesunacionalidad,lanlo lienleasuioiioLsladocomolienlealosolios Lslados conlialanles. Al aioLai eslos lialados soLie deieclos lumanos, los Lslados se somelen a un oiden legal denlio del cual ellos, oi el Lien comun, asumen vaiias oLligaciones, no en ielacion con olios Lslados, sinolacialosindividuosLajosujuiisdiccion.Poi lanlo,laConvencionnosolovinculaalosLslados ailes,sino que oloigagaianliasa las eisonas. Poi como cualquiei olio lialado20. siaius conslilucionalaliiLuidoaoslialadosinleinacionaisde ioleao dos diieilos lumanos. Conclui-se, oilanlo, que o Diieilo Liasileiio laz o-ao oi um sislema mislo, que comLina iegimes juiidicos dile-ienciados: um iegime alicavel aos lialados de diieilos luma-nos e umoulio alicavel aos lialados liadicionais. Lnquanlo 18dodiieiloconslilucional:qualeoconleudooumaleiiadaConsliluiao'OconleudodaConsliluiaovaiiadeeocaaiaeocaedeaisaiaaise,oiisso,e Podei Consliluinle. Regislie-se, oiem, que, lisloiicamenle (na exeiiencia conslilucional), loiam consideiadas maleiias conslilucionais,par e\cellence, a oiganizaao maleiia conslilucional aliaves da inseiao de novos conleudos, ale enlao consideiados de valoi juiidico-conslilucional iiielevanle, de valoi adminislialivo ou de naluieza suL-conslilucional(diieiloseconomicos,sociaiseculluiais,diieilosdeailiciaaoedosliaLalladoieseconsliluiaoeconomica).(Direitoconstitucional,op.cii. . 68). Piossegue o mesmo auloi: \m iopos caiacleiizadoi da modeinidade e do conslilucionalismo loi semie o da consideiaao dos diieilos do lomem como raiio essendi do Lslado Conslilucional. Quei lossem consideiados como diieilos naluiais, diieilos inalienaveis ou diieilos iacionais do individuo, os diieilos do lomem, conslilucionalmenle ieconlecidos, ossuiam uma dimensao iojecliva de comensuiaao univeisal. (iden, . 18).19Suslenla-se queoslialados liadicionaislemlieiaiquia inliaconslilucional,mas suialegal. Lsseosicionamenlose coadunacom oiinciio daLoa-le,vigenle no diieilo inleinacional (o pacia suni servanda20TRAV!LSO, 1uan Anlonio.Derechos humanos yderecho internacional. Buenos Aiies: Heliasla, 1990. . 90. Comailillandodo mesmo enlendimenlo, leciona 1oige Reinaldo Vanossi: 1a declaracion de la Consiiiucion argeniina es concordanie con as Declaraciones que han adopiado los organisnos iniernacionales, y se refuer:a con la insiiiuciones iniernacionales. (La Constitucin Nacional y los derechos humanos. 3. ed. Buenos Aiies: LudeLa, 1988. . 35.) 27A Costltulo 8rasllelra oe 1988 e os Trataoos |nternaclonals oe Proteo oos Dlreltos Humanosos lialados inleinacionais de ioleao dos diieilos lumanos oi loia do ail. 5o, ,, 1o e 2oaiesenlam lieiaiquia de noimaconslilucional ealicaao imediala,osdemais liala-dos inleinacionais aiesenlam lieiaiquia inliaconslilucional e se suLmelem a sislemalica da incoioiaao legislaliva. o queseieleieaincoioiaaoaulomalica,diveisamenledos lialadosliadicionais,oslialadosinleinacionaisdediieilos lumanosiiiadiameleilosconcomilanlemenlenaoidem ao. aoe necessaiia aioduaode umalo noimalivo que ieioduza no oidenamenlo juiidico nacional o conleudo do lialado, ois sua incoioiaao e aulomalica, segundo os lei-mos do ail. 5o, , 1o, que consagia o iinciio da alicaLilida-lundamenlais.OLseiva-se,conludo,quelaqualiocoiienles douliinaiiasaceica da lieiaiquiadoslialados inleinacionais de ioleao dos diieilos lumanos, que suslenlam: a) a lieiaiquia suia-conslilucional desses lialados; L) a lieiaiquia conslilucional; c) a lieiaiquia inlia-conslilucional, mas suia-legal e d) a aiidade lieiaiquica enlie lialado e lei ledeial21.osenlidodeiesondeiaolemicadouliinaiia ejuiisiudencialconceinenlealieiaiquiadoslialados inleinacionaisdeioleaodosdiieiloslumanos,aLmenda Conslilucionalno45,de8dezemLiode2004,inlioduziuum , 3o no ail. 5o, disondo: Os lialados e convenes inleinacionais soLie diieilos lumanosqueloiemaiovados,emcadaCasado Congiesso acional, em dois luinos, oi lies quinlos dos volos dos ieseclivos memLios, seiao equivalenles as emendas a Consliluiao.Lm lace de lodos os aigumenlos ja exoslos, suslenla-se que a lieiaiquia conslilucional ja se exliai da inleiielaao conleiida ao ioiio ail. 5o, , 2o, da Consliluiao de 1988. Vale dizei,seiiamaisadequadoqueaiedaaodoaludido,3odo ail.5oendossassealieiaiquialoimalmenleconslilucional delodososlialadosinleinacionaisdeioleaodosdiieilos aigenlinoqueoslialadosinleinacionaisdeioleaode lieiaiquia conslilucional22. o enlanlo, eslaLelece o , 3o do ail. 5o que os lialados inleinacionais de diieiloslumanosaiovados, em cada Casa do Congiesso acional, em dois luinos, oi lies quinlos dos volos dos ieseclivos memLios, seiao equivalenles as emendas a Consliluiao.Desde logo, la quealaslai oenlendimenlosegundo o qual, em lace do , 3o do ail. 5o, lodos os lialados de diieilos ois nao leiiamoLlido o quorundemandado elo aludido aiagialo.OLseive-sequeoslialadosdeioleaodosdiieilos no45/2004conlaiamcomamlamaioiianaCmaiados Deulados e no Senado !edeial, excedendo, inclusive, o quorun dosliesquinlosdosmemLiosemcadaCasa.Todavia,nao loiam aiovados oi dois luinos de volaao, mas em um unico luino de volaao em cada Casa, uma vez que o iocedimenlo de dois luinos nao eia lamouco ievislo.Reileie-seque,oiloiadoail.5o,,2o,lodos oslialadosdediieiloslumanos,indeendenlemenledo quorundesuaaiovaao,saomaleiialmenleconslilucionais, comondo o Lloco de conslilucionalidade. O quoruneslalao-somenleaieloiailalnaluieza,aoadicionaium ioiciandoaconslilucionalizaaoloimaldoslialados dediieiloslumanosnomLilojuiidicoinleino.Comoja delendidooiesseliaLallo,naleimeneulicaemancialoiia dosdiieiloslaqueimeiaiumalogicamaleiialenao loimal, oiienlada oi valoies, a celeLiai o valoi lundanle da ievalencia da dignidade lumana. A lieiaiquia de valoies deve coiiesondei uma lieiaiquia de noimas23, e nao o ooslo. Vale dizei, a ieondeincia maleiial de um Lem juiidico, como e o caso de um diieilo lundamenlal, deve condicionai a loima no lano juiidico-noimalivo, e nao sei condicionado oi ela.aoseiiaiazoavelsuslenlaiqueoslialadosde leiledeial,enquanloosdemaisadquiiissemlieiaiquia conslilucionalexclusivamenleemviiludedeseuquorunde aiovaao.Alilulodeexemlo,deslaque-sequeoBiasile ailedaConvenaoconliaaToiluiaeouliosTialamenlos ouPenasCiueis,DesumanosouDegiadanlesdesde1989, laveiia qualquei iazoaLilidade sea esle ullimo um lialado comlemenlaiesuLsidiaiioaoiinciallosseconleiida 21Aieseilo,veiP!OVLSA,!lavia.DireitosHumanoseoDireitoConstitucionalInternacional,8.ed.ievisla,amliadaealualizada,SaoPaulo:Saiaiva,2007, . 51-81.22Delendi essa osiao em aiecei soLie o lema, aiovado em sessao do Consello acional de Delesa dos Diieilos da Pessoa Humana, em maio de 2004.23MLIIO, Celso de AlLuqueique. O aiagialo 2o do ail. 5o da Consliluiao !edeial. !n: Teoria dos direitos fundamentais, . 25.28Artlgo 03lieiaiquiaconslilucional,eaoinsliumenloiinciallosse conleiida lieiaiquia meiamenle legal. Tal siluaao imoilaiia em agudo anacionismo do sislema juiidico, alionlando, ainda, a leoiia geial da ieceao acollida no diieilo Liasileiio24. Ademais, como ieala Celso Ialei, o novo aiagialo 3o doail.5oode seiconsideiadocomo umaleiinleiielalivades-linadaaenceiiaiasconlioveisiasjuiisiudenciaisedouliinaiias susciladas elo aiagialo 2o do ail. 5o. De acoido com a oiniao douliinaiia liadicional, uma lei inleiielaliva nada mais laz do que 25. \ma vez mais, coiioLoia-se o enlendimenlo de que os menle ao mencionado aiagialo, ou seja, anleiioimenle a Lmen-daConslilucionalno45/2004,lem lieiaiquiaconslilucional,si-luando-se como noimas maleiial e loimalmenle conslilucionais. Lsse enlendimenlo decoiie de qualio aigumenlos: a) ainleiielaaosislemalicadaConsliluiao,de loima a dialogai os ,, 2o e 3o do ail. 5o, ja que o ullimo nao ievogou o iimeiio, mas deve, ao ieves, sei inleiielado a luz do sislema conslilucional; L) alogicaeiacionalidademaleiialquedevem oiienlai a leimeneulica dos diieilos lumanos; c) anecessidadedeevilaiinleiielaesqueaon-lem a agudos anacionismos da oidem juiidica; e d) a leoiia geial da ieceao do Diieilo Liasileiio. A ieseilo do imaclo ail. 5o, , 3o, deslaca-se a decisao doSueiioiTiiLunalde1uslia,quandodojulgamenlodo RHC 18799, lendo como ielaloi o Minislio 1ose Delgado, em maio de 2006: (...) o ,3o do ail. 5o da C!/88, aciescido ela LC n. 45, elaxalivoaoenunciai queoslialadoseconvenes inleinacionaissoLiediieiloslumanosqueloiem aiovados,emcadaCasadoCongiessoacional, emdoisluinos,oiliesquinlosdosvolosdos ieseclivosmemLios,seiaoequivalenlesasemendas conslilucionais. Oia,aesaideaeocaoieleiidoPacloleisido aiovadocomquorundeleioidinaiia,edeseiessallaique elenuncaloiievogadoouieliiadodomundojuiidico,nao oLslanleasuaiejeiaodecanladaoidecisesjudiciais.De acoido com o cilado ,3o, a Convenao conlinua em vigoi, desla leilacomloiadeemendaconslilucional.Aiegiaemanada elo disosilivo em aieo e claia no senlido de que os lialados inleinacionaisconceinenlesadiieiloslumanosnosquaiso Biasil seja aile devem sei assimilados ela oidem juiidica do ais como noimas de lieiaiquia conslilucional. aose ode escanleaiqueo,1osuiadeleimina,eiemloiiamenle,que lemalicaaoimediala.aesecie,devemseialicados, imedialamenle,oslialadosinleinacionaisemqueoBiasil sejaaile.OPaclodeSao1osedaCoslaRicaloiiesgalado elanovadisosiao(,3odoail.5oielioaliva.A liamilaao de lei oidinaiia conleiida a aiovaao damencionadaConvenao(...)naoconsliluiiaoLiceloimal deielevnciasueiioiaoconleudomaleiialdonovodiieilo aclamado, nao imedindo a sua ielioalividade, oi se lialai de acoido inleinacional eilinenle a diieilos lumanos26. Lssejulgadoievelaaleimeneulicaadequadaasei alicadaaosdiieiloslumanos,insiiadaoiumalogicae soL a loima27. O imaclo da inovaao inlioduzida elo ail. 5o, , 3o e a necessidade de evoluao e alualizaao juiisiudencial loiam lamLemiealadasnoSuiemoTiiLunal!edeial,quandodo julgamenlo do RL 466.34328, em 22 de novemLio de 2006, em emLlemalicovoloioleiidoeloMinislioGilmai!eiieiia Mendes, ao deslacai: (...)aieloimaacaLouoiiessallaiocaialeiese-cial dos lialados de diieilos lumanos em ielaao aos demaislialadosde ieciiocidadeenlieLsladosac-luanles,conleiindo-lleslugaiiivilegiadonooide-namenlojuiidico.(...)amudanaconslilucionalao 24A lilulo de exemlo, cile-se o Codigo TiiLulaiio acional (Iei 5.172, de 25 de ouluLio de 1966), que, emLoia seja lei oidinaiia, loi iececionado como lei comlemenlai, nos leimos do ailigo 146 da Consliluiao !edeial.25IA!LR, Celso. A internacionalizao dos direitos humanos: Constituio, racismo e relaes internacionais, Baiueii: Manole, 2005. . 16.26RHC 18799, Recuiso Oidinaiio em Habeas Corpus, dala do julgamenlo: 09/05/2006, D1 08.06.2006.27Lm senlido conliaiio, deslaca-se o RHC 19087, Recuiso Oidinaiio em Habeas Corpus, dala do julgamenlo: 18/05/2006, D1 29.05.2006, julgado ioleiido elo Sueiioi TiiLunal de 1uslia, lendo como ielaloi o Minislio AlLino Zavascli. A aigumenlaao do ieleiido julgado, ao ieves, insiiou-se oi uma logica e iacionalidade loimal, oi quorunDiieilos Humanos). 28Vei Recuiso Lxliaoidinaiio 466.343-1, Sao Paulo, ielaloi Minislio Cezai Peluso, iecoiienle Banco Biadesco S/A e iecoiiido Iuciano Caidoso Sanlos. ole-se que o julgamenlo envolvia a lemalica da iisao civil oi divida e a alicaao da Convenao Ameiicana de Diieilos Humanos. Ale novemLio de 2006, oilo dos onze Minislios !edeial, ao enlienlai a mesma lemalica, suslenlou a aiidade lieiaiquica enlie lialado e lei ledeial, admilindo a ossiLilidade da iisao civil oi divida, elo volo de oilo dos onze Minislios. 29A Costltulo 8rasllelra oe 1988 e os Trataoos |nternaclonals oe Proteo oos Dlreltos Humanosqual lem sido ieconizada ela juiisiudencia do Su-iemoTiiLunal!edeialdesdeoiemolojulgamenlo do RL no 80.004/SL, de ielaloiia do Minislio Xaviei de AlLuqueique (julgado em 1.6.1977; D1 29.12.1977) e enconlia iesaldo em laigo ieeiloiio decasos jul-gadosaosoadvenlodaConsliluiaode1988.(...) Tudoindica,oilanlo,queajuiisiudenciadoSu-iemo TiiLunal !edeial, sem somLia de duvidas, lem de sei ievisilada ciilicamenle. (...) Assim, a iemenle necessidade de se dai elelividade a ioleao dos diiei-los lumanos nos lanos inleino e inleinacional loina imeiiosa uma mudana de osiao quanlo ao ael doslialadosinleinacionaissoLiediieilosnaodem juiidicanacional. L necessaiio assumii uma osluia juiisdicional mais adequada as iealidades emeigenles em mLilos suianacionais, volladas iimoidialmen-leaioleaodoseilumano.(...)Deixoacenluado, lamLem,queaevoluaojuiisiudencialsemieloi umamaicadequalqueijuiisdiaoconslilucional. (...) Tenlo ceileza de que o esiiilo desla Coile, loje, mais que que nunca, esla ieaiado aia essa aluali-zaao juiisiudencial. lialados de diieilos lumanos. Aciedila-se que o novo disosilivo do ail. 5o, , 3o, vem a ieconlecei de modo exlicilo a naluieza maleiialmenle cons-lilucionaldoslialadosdediieiloslumanos,ieloiando,desse modo, a exislencia de um iegime juiidico mislo, que dislingue os lialados de diieilos lumanos dos lialados liadicionais de cunlo comeicial.!sloe,aindaquelossemaiovadoseloelevadoquorundeliesquinlosdosvolosdosmemLiosdecadaCasa do Congiesso acional, os lialados comeiciais nao assaiiam aleisiaiusloimaldenoimaconslilucionallao-somenleelo iocedimenlo de sua aiovaao.anleiioimenleaLmendano45/2004,oiloiados,,2oe 3o do ail. 5o da Consliluiao, sao noimas maleiial e loimalmenle conslilucionais,comielaaoaosnovoslialadosdediieilos o do mesmo ail. 5o, indeendenlemenle de seu quorun de aiovaao, seiao noimas maleiialmenleconslilucionais.Conludo,aiaconveileiem-seemnoimaslamLemloimalmenleconslilucionaisdeveiao eicoiieioiocedimenlodemandadoelo,3o.omesmo senlido, Celso IalCom a vigencia da Lmenda Conslilucional no 45, de 08 de dezemLio de 2004, os lialados inleinacionais a que o Biasil venla a adeiii, aia seiem iececionados loimalmenlecomonoimasconslilucionais,devem oLedeceiaoilemievislononovoaiagialo3odo ail. 5o29.!slo oique, a ailii de um ieconlecimenlo exlicilo danaluiezamaleiialmenleconslilucionaldoslialadosde diieiloslumanos,o,3odoail.5oeimilealiiLuiiosiaius de noima loimalmenle conslilucional aos lialados de diieilos lumanos que oLedeceiem ao iocedimenlo nele conlemlado. Iogo,aiaqueoslialadosdediieiloslumanosaseiem seaoLseivnciadequorunvolosdosmemLiosdecadaCasadoCongiessoacional, emdoisluinosqueejuslamenleoquorunexigidoaiaa aiovaao de emendas a Consliluiao, nos leimos do ail. 60, , 2o, da Caila de 1988. essa liolese, os lialados de diieilos lumanosloimalmenleconslilucionaissaoequiaiadosas emendas a Consliluiao, islo e, assam a inlegiai loimalmenle o Texlo Conslilucional.Valedizei,comoadvenlodo,3odoail.5osuigem duascalegoiiasdelialadosinleinacionaisdeioleaode diieilos lumanos: a) os maleiialmenle conslilucionais; e L)os maleiial e loimalmenle conslilucionais. !iise-se:lodososlialadosinleinacionaisdediieilos lumanossaomaleiialmenleconslilucionais, oi loia do , 2o do ail. 5o30. Paia alem de seiem maleiialmenleconslilucionais,odeiao,aailii do , 3o do mesmo disosilivo, aciescei a qualidade deloimalmenleconslilucionais,equiaiando-se as emendas a Consliluiao, no mLilo loimal.4.OImpactodosTratadosInternacionaisdeProteodos Direitos Humanos na Ordem Juridica BrasileiraRelalivamenleaoimaclojuiidicodoslialados inleinacionaisdediieiloslumanosnoDiieiloLiasileiio,e consideiando a lieiaiquia conslilucional desses lialados, lies liolesesodeiaoocoiiei.Odiieiloenunciadonolialado inleinacional odeia: 29IA!LR, Celso. A internacionalizao dos direitos humanos: Constituio, racismo e relaes internacionais. Baiueii: Manole, 2005. . 17.30Como!ngoWollgangSailelleciona:!noLslanlenaonecessaiiamenleligadaalundamenlalidadeloimal,eoiinleimediododiieiloconslilucionalosilivo(ail. 5o, aiagialo 2o da C!) que a noao de lundamenlalidade maleiial eimile a aLeiluia da Consliluiao a oulios diieilos lundamenlais nao conslanles de seu lexlo, e, oilanlo, aenas maleiialmenle lundamenlais, assim como la diieilos lundamenlais siluados loia do calalogo, mas inlegianles da Consliluiao loimal (direitos fundamentais, . 81.)30Artlgo 03a) coincidii com o diieilo asseguiado ela Conslilui-ao (nesle caso a Consliluiao ieioduz ieceilos do Diieilo !nleinacional dos Diieilos Humanos); L) inlegiai,comlemenlaieamliaiouniveisode diieilos conslilucionalmenle ievislos; c) conliaiiai ieceilo do Diieilo inleino. aiimeiialiolese,oDiieiloinleinoLiasileiio, emailiculaiaConsliluiaode1988,aiesenladisosilivos inleinacionais de diieilos lumanos. A lilulo de exemlo, me-iece ieleiencia o disoslo no ail. 5o, inciso !!!, da Consliluiao de 1988 que, ao ievei que ninguem seia suLmelido a loiluia, nemalialamenlociuel,desumanooudegiadanle,eieio-duaolileialdoail.VdaDeclaiaao\niveisalde1948,do ail. 7o do Paclo !nleinacional dos Diieilos Civis e Polilicos e ainda do ail. 5o (2) da Convenao Ameiicana. Poi sua vez, o iinciiodainocenciaiesumida, inedilamenle ievisloela Consliluiao de 1988 em seu ail. 5o, IV!!, lamLem e iesullado de insiiaao no Diieilo !nleinacional dos Diieilos Humanos, nos leimos do ail. X! da Declaiaao \niveisal, ail. 14 (3) do Paclo !nleinacional dos Diieilos Civis e Polilicos e ail. 8o (2) daConvenao Ameiicana. Lsses sao aenas algunsexemlos quecomiovamoquanlooDiieiloinleinoLiasileiiolem comoinsiiaao,aiadigmaeieleiencia,oDiieilo!nleina-cional dos Diieilos Humanos.A ieioduao dedisosies delialadosinleinacio-nao aenaso lalo dolegisladoi nacional Luscai oiienlaaoe insiiaao nesse insliumenlal, mas ainda ievela a ieocuaao do legisladoi em equacionai o Diieilo inleino, de modo a que se ajusle, com laimonia e consonncia, as oLiigaes inleina-cionalmenle assumidas elo LsladoLiasileiio. essecaso, os lialados inleinacionais de diieilos lumanos ieloiam o valoi juiidico de diieilos conslilucionalmenle asseguiados, de loima que evenlual violaao do diieilo imoilaia nao aenas em ies-onsaLilizaaonacional,maslamLememiesonsaLilizaao inleinacional.1a na segunda liolese, os lialados inleinacionais de diieilos lumanos eslaiao a inlegiai, comlemenlai e eslendei a declaiaao conslilucional de diieilos. Com eleilo, a ailii dos e ossivel elencai inumeios diieilos que, emLoia nao ievislos no mLilo nacional, enconliam-se enunciados nesses lialados e, assim, assam a se incoioiai ao Diieilo Liasileiio. A lilulo de ilusliaao, caLe menao aos seguinles diieilos: a) diieilodelodaessoaaumniveldevida adequado aia si ioiio e sua lamilia, inclusive a alimenlaao, veslimenla e moiadia, nos leimos doail.11doPaclo!nleinacionaldosDiieilos Lconomicos, Sociais e Culluiais; L) ioiLiaodequalqueiioagandaemlavoi dagueiiaeioiLiaodequalqueiaologiaao odionacional,iacialouieligioso,queconslilua incilamenloadisciiminaao,aloslilidadeou aviolencia,emconloimidadecomoail. 20do Paclo !nleinacional dos Diieilos Civis e Polilicos e ail. 13 (5) da Convenao Ameiicana; c) diieilodasminoiiaselnicas,ieligiosasou lingislicasdeleisuaioiiavidaculluial, iolessai e ialicai sua ioiia ieligiao e usai sua ioiialingua,nosleimosdoail.27doPaclo !nleinacionaldosDiieilosCivisePolilicose ail.30daConvenaosoLieosDiieilosda Ciiana; d) ioiLiao do ieeslaLelecimenlo da ena de moile nos Lslados que a lajam aLolido, de acoido com o ail. 4o (3) da Convenao Ameiicana; e) ossiLilidade de adoao elos Lslados de medidas, nomLilosocial,economicoeculluial,que asseguiem a adequada ioleao de ceilos giuos iaciais, no senlido de que a eles seja gaianlido o leno exeicicio dos diieilos lumanos e liLeidades lundamenlais, em conloimidade com o ail. 1o (4) daConvenaosoLieaLliminaaodelodasas loimas de Disciiminaao Racial; l) ossiLilidade de adoao elos Lslados de medidas lemoiaiiaseeseciaisqueoLjelivemaceleiai aigualdadedelaloenlielomensemulleies, nosleimosdoail.4odaConvenaosoLiea Lliminaao de lodas as loimas de Disciiminaao conlia a Mullei; g) vedaaodaulilizaaodemeiosdeslinadosa oLslaiacomunicaaoeaciiculaaodeideiase oinies,nosleimosdoail.13daConvenao Ameiicana31; l)diieilo ao dulo giau de juiisdiao como gaianlia judicial minima, nos leimos dos ails. 8, l e 25, aiagialo 1o da Convenao Ameiicana32; 31A ieseilo, vei julgamenlo TR! 3a RRHC 96.03.060213-2-SP- 2a T, Relaloia aia o Acoidao 1uiza Sylvia Sleinei, D1\ 19.03.1997.32Piocesso Penal, que eslaLelece a exigencia do iecollimenlo do ieu a iisao aia aelai. esse senlido, vei Aelaao n. 1.011.673/4, julgada em 29.05.1996, 5a Cmaia, Relaloi designado Di. Wallei Swensson, R1TACR!M 31/120.31A Costltulo 8rasllelra oe 1988 e os Trataoos |nternaclonals oe Proteo oos Dlreltos Humanosi) diieilo do acusado sei ouvido, nos leimos do ail. 8, aiagialo 1 da Convenao Ameiicana33; j) diieilo de loda essoa delida ou ielida sei julgada em iazo iazoavel ou sei osla em liLeidade, sem iejuizodequeiossigaoiocesso,nosleimos do ail. 7, (5) da Convenao Ameiicana34 e l)ioiLiaodaexliadiaoouexulsaodeessoaa oulioLsladoquandolouveilundadasiazes queodeiaseisuLmelidaaloiluiaouaoulio lialamenlociuel,desumadooudegiadanle,nos leimos do ail. 3o da Convenao conlia a Toiluia e do ailigo 22, V!!! da Convenao Ameiicana35. Lsseelencodediieilosenunciadosemlialados inleinacionais de que o Biasil e aile inova e amlia o univeiso de diieilos nacionalmenle asseguiados, na medida em que nao seenconliamievislosnoDiieiloinleino.OLseive-seque seincoioiaiamaoidemjuiidicainleinaLiasileiia.Desse modo,eiceLe-secomooDiieilo!nleinacionaldosDiieilos Humanosinova,eslendeeamliaouniveisodosdiieilos conslilucionalmenle asseguiados.ODiieilo!nleinacionaldosDiieilosHumanos aindaeimile,emdeleiminadaslioleses,oieenclimenlo delacunasaiesenladaseloDiieiloLiasileiio.Alilulode exemlo,meiecedeslaquedecisaoioleiidaeloSuiemo TiiLunal!edeialaceicadaexislenciajuiidicadociimede loiluiaconliaciianaeadolescenle,noHabeasCorpus n.70.389-5(SaoPaulo;TiiLunalPleno23.6.94;Relaloi: MinislioSidneySancles;RelaloiaiaoAcoidao:Minislio CelsodeMello).essecaso,oSuiemoTiiLunal!edeial enlocouanoimaconslanlenoLslalulodaCiianaedo AdolescenlequeeslaLelececomociimeaialicadeloiluia conlia ciiana e adolescenle (ail. 233 do Lslalulo). A olemica seinslauiouemiazaodeolalodessanoimaconsagiaium lioenalaLeilo,assiveldecomlemenlaaonoquese loiluia. esse senlido, enlendeu o Suiemo TiiLunal !edeial que os insliumenlos inleinacionais de diieilos lumanosem ailiculai,aConvenaodeovaYoilsoLieosDiieilosda Ciiana(1990),aConvenaoconliaaToiluia, adoladaela AssemLleia Geial da O\ (1984), a Convenao !nleiameiicana conlia a Toiluia, concluida em Cailagena (1985) e a Convenao AmeiicanasoLieDiieilosHumanos(PaclodeSao1oseda CoslaRica),loimada nomLiloda OLA (1969)eimilem a inlegiaao da noima enal em aLeilo, a ailii do ieloio do univeisoconceilualielalivoaoleimoloiluia.ole-seque o ciime de loiluia. Comoessadecisaoclaiamenledemonslia,os insliumenlosinleinacionaisdediieiloslumanosodem inlegiaiecomlemenlaidisosilivosnoimalivosdoDiieilo Liasileiio,eimilindooieloiodediieilosnacionalmenle ievislosno caso, o diieilo de nao sei suLmelido a loiluia.Conludo,aindaeossivelumaleiceiialioleseno ieilo !nleinacional dos Diieilos Humanos e o Diieilo inleino. Lssa leiceiia liolese e a que enceiia maioi ioLlemalica, sus-cilando a seguinle indagaao: como solucionai evenlualcon-de ioleao dos diieilos lumanos'Podei-se-iaimaginai,comoiimeiiaalleinaliva,a adoaodociileiioleiosleiioiievogaleianleiioicomela incomalivel,consideiandoalieiaiquiaconslilucionaldos lialadosinleinacionaisdediieiloslumanos.Todavia,um exame maiscauleloso da maleiia aonla aia um ciileiiode lela,quesesiluanolanodosdiieiloslundamenlais.Lo ciileiioa seiadolado seoiienlaelaescolladanoimamais aoindividuo,lilulaidodiieilo.Ociileiioouiinciioda alicaao do disosilivo mais lavoiavel as vilimas e nao aenas consagiado elos ioiios lialados inleinacionais de ioleao dos diieilos lumanos, mas lamLem enconlia aoio na ialica oujuiisiudenciadosoigaosdesueivisaoinleinacionais. !slo e, no lano de ioleaodosdiieilos lumanos inleiagem oDiieiloinleinacionaleoDiieiloinleino,movidoselas mesmas necessidades de ioleao, ievalecendo as noimas que melloi iolejam o sei lumano, lendo em visla que a iimazia edaessoalumana.Osdiieilosinleinacionaisconslanles doslialadosdediieiloslumanosaenasvemaaiimoiaie loilalecei,nuncaaiesliingiioudeLililai,ogiaudeioleao dosdiieilosconsagiadosnolanonoimalivoconslilucional. a liao laidai de Anlonio Auguslo Canado Tiindade: 33A esle ieseilo, vei RHC 7463/D!, iecuiso oidinaiio em habeas-corpus (98/0022262-6), de 23.06.1998, lendo como ielaloi o Minislio Iuiz Vicenle Ceiniccliaio.34SoLie a maleiia, vei ST1, RHC n. 5.239-BA, ielaloi Minislio Ldson Vidigal, 5a Tuima, v.u., j. 07.05.1996, D1\ 29.09.1997. ole-se que esse diieilo acaLou oi sei loimalmenleconslilucionalizado em viiludeda inclusao do inciso IXXV!!! no ail. 5o, liulo da Lmenda Conslilucional n. 45/2004.35A ieseilo, vei Lxliadiao 633, selemLio/1998, ielaloi Minislio Celso de Mello, em que loi negada a exliadiao a ReuLlica Poulai da Clina de essoa acusada de ciime de eslelionalo, la univel com a ena de moile.32Artlgo 03(...) desvencillamo-nos das amaiias da vella e ociosa olemicaenliemonislasedualislas.eslecamo deioleao,naoselialadeiimaziadodiieilo inleinacional ou do diieilo inleino, aqui em conslanle inleiaao:aiimaziae,noiesenledominio,da noima que melloi ioleja, em cada caso, os diieilos consagiados da essoa lumana, seja ela uma noima de diieilo inleinacional ou de diieilo inleino36. !nleinacionaldosDiieilosHumanoseoDiieiloinleino, adola-se o ciileiio da noima mais lavoiavel a vilima. Lm oulias alavias, a iimazia e da noima que melloi ioleja, em cada caso, os diieilos da essoa lumana. A escolla da noima mais aosTiiLunaisnacionaiseaouliosoigaosalicadoiesdo diieilo, no senlido de asseguiai a melloi ioleao ossivel ao sei lumano. Alilulodeexemlo,umcasoameieceienloque ieleie-seaievisaodoail.11doPaclo!nleinacionaldos DiieilosCivisePolilicos,aodisoiqueninguemodeia seiieso aenasoinao odeicumiiicom umaoLiigaao conlialual.Lnunciadosemellanleeievisloeloail.7o (7)daConvenaoAmeiicana,aoeslaLeleceiqueninguem deveseidelidooidividas,aciescenlandoqueesleiinciio naolimilaosmandadosjudiciaisexedidosemviiludede inadimlemenlo de oLiigaao alimenlai.amLososinsliumenlosinleinacionaisem1992,semeleluai qualquei ieseiva soLie a maleiia.Oia, a Caila conslilucional de 1988, no ail. 5o, inciso IXV!!, deleimina que nao laveia iisao civil oi divida, salvo a do iesonsavel elo inadimlemenlo volunlaiio e inescusavel ConsliluiaoLiasileiiaconsagiaoiinciiodaioiLiaoda iisao civil oi dividas, admilindo, lodavia, duas exceesa liolesedoinadimlemenlodeoLiigaaoalimenliciaeado OLseiva-seque,enquanlooPaclo!nleinacional dosDiieilosCivisePolilicosnaoievequalqueiexceaoao iinciio da ioiLiao da iisao civil oi dividas, a Convenao Ameiicana exceciona o caso de inadimlemenlo de oLiigaao qualquei ieseiva no que lange a maleiia, la que se queslionai Maisumavez,alendo-seaociileiiodanoima maislavoiavelavilimanolanodaioleaodosdiieilos lumanos,conclui-sequemeieceseialasladoocaLimenlo 37, conleiindo-osvaloiesdaliLeidadeedaioiiedade,oiimeiiolade ievalecei.Ressalle-sequeseasiluaaolosseinveisasea inleinacionalalicai-se-ia a noima conslilucional, inoLslanle osaludidoslialadoslivessemlieiaiquiaconslilucionale Valedizei,asioiiasiegiasinleiielalivasdoslialados inleinacionaisdeioleaoaosdiieiloslumanosaonlama sosealicamseamliaiemeeslendeiemoalcanceda ioleaonacionaldosdiieiloslumanos.ole-seque,no leimosliLeidadeesolidaiiedade(queasseguiamuilasvezes asoLievivencialumana),meiecendoievalenciaovaloida solidaiiedade,comoassinalamaConsliluiaoBiasileiiade 1988 e a Convenao Ameiicana de Diieilos Humanos.Lm sinlese, os lialados inleinacionais de diieilos lu-cionalmenle consagiadosoia ieloiandosua imeialividade juiidica,oiaadicionandonovosdiieilos,oiasusendendo ieceilosquesejammenoslavoiaveisaioleaodosdiieilos 36TR!DADL, Canado Auguslo Anlonio. A proteo dos direitos humanos nos planos nacional e internacional: perspectivas brasileiras. San 1ose de Cosla Rica/Biasilia: e ceilo que os lialados mullilaleiais, sejam univeisais (. ex: Paclo da O\ soLie diieilos economicos, sociais e culluiais e Convenes da O!T), sejam iegionais (. ex: Caila Social Luioeia), adolam a mesma conceao quanlo aos inslilulos juiidicos de ioleao do liaLalladoi, soLieludo no mLilo dos diieilos lumanos, o que lacilila a alicaao do iinciio da noima mais lavoiavel. (Direito internacional do trabalho. Sao Paulo: ITR, 1983. . 57). A ieseilo, elucidalivo e o disoslo no ail. 29 da Convenao Ameiicana de Diieilos Humanos que, ao eslaLelecei iegias inleiielalivas, deleimina: enluma disosiao da iesenle Convenao ode sei inleiielada no senlido de: a) eimilii a qualquei dos Lslados-ailes, giuo ou individuo, suiimii o gozo e o exeicicio dos diieilos e liLeidades ieconlecidos na Convenao ou limila-los em maioi medida do que a nela ievisla; L) limilai o gozo e exeicicio de qualquei diieilo ou liLeidade que ossam sei ieconlecidos em viilude de leis de qualquei dos Lslados-ailes ou em viilude de Convenes em que seja aile um dos ieleiidos Lslados (...).37esse senlido, meiece deslaque o louvavel volo do 1uiz Anlonio Cailos Malleiios, do Piimeiio TiiLunal de Alada do Lslado de Sao Paulo, na Aelaao n. 613.053-8. Vei lamLem Aelaao n. 601.880-4, Sao Paulo, 1a Cmaia, 16.9.1996, ielaloi 1uiz Llliol Alel, v.u., e Habeas Corpus n. 3.545-3 (95.028458-8), Disliilo !edeial, 10.10.1995, Rel. Min. Adlemai Maciel. ole-se nao sei esse o enlendimenlo do Suiemo TiiLunal !edeial, ainda que vencidos a eoca os Minislios Cailos Velloso, Maico Auielio e Seulveda Peilence. A ieseilo, vei HC 72.131-R1, 22.11.1995; RL 206.482-SP; HC 76-561-SP, Plenaiio, 27.5.1998 e RL 243613, 27.4.1999. Aciescenle-se que aia o cilado Recuiso Lxliaoidinaiio 466.343-1, em que, inedilamenle, oilo dos onze Minislios ja laviam se manileslado ela inconslilucionalidade da iisao aia o devedoi 33A Costltulo 8rasllelra oe 1988 e os Trataoos |nternaclonals oe Proteo oos Dlreltos Humanoslumanos. Lm lodas essas lies lioleses, os diieilos inleinacio-nais conslanles dos lialados de diieilos lumanos aenas vem a aiimoiai e loilalecei, nunca a iesliingii ou deLililai, o giau de ioleao dos diieilos consagiados no lano noimalivo consli-lucional. 5. CComodemonsliadooiesleesludo,oslialados inleinacionais de diieilos lumanos odem conliiLuii de loima decisiva aia o ieloio da iomoao dos diieilos lumanos no Biasil. o enlanlo, o sucesso da alicaao desse insliumenlal inleinacional de diieilos lumanos iequei a amla sensiLilizaao dos agenles oeiadoies do Diieilo, no que se alem a ielevncia eaulilidadedeadvogaiesseslialadoseianleasinslncias nacionaiseinleinacionais,oqueodeviaLilizaiavanos concielos na delesa do exeicicio dos diieilos da cidadania.inleiaao econjugaao do Diieiloinleinacionale do Diieilo inleino, que loilalecem a sislemalica de ioleao dos diieilos lundamenlais,comumaiinciiologiaelogicaioiias, lundadasnoiinciiodaiimaziadosdiieiloslumanos. Teslemunla-seoiocessodeinleinacionalizaaodoDiieilo Conslilucionalsomadoaoiocessodeconslilucionalizaao do Diieilo !nleinacional.ACailade1988eoslialadosdediieiloslumanos lanamumiojelodemocializanleelumanisla,caLendo aosoeiadoiesdodiieiloinliojelaieincoioiaiosseus valoiesinovadoies.Osagenlesjuiidicoslaodeseconveilei emagenlesioagadoiesdeumaoidemienovada, democialica eieseiladoiados diieiloslumanos,imedindo queseeieluemosanligosvaloiesdoiegimeauloiilaiio, juiidicamenle ieudiado e aLolido.Hoje,maisdoquenunca,osoeiadoiesdoDiieilo juiidicoseuolencialelicoeliansloimadoi,alicandoa Consliluiaoeosinsliumenlosinleinacionaisdeioleao de diieilos lumanos oi ela incoioiados. Lslao, oilanlo, a ievalencia dos diieilos lumanos.