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  • INFLUNCIA DAS TCNICAS DE

    INSTRUMENTAO NO DESVIO APICAL DOS

    CANAIS RADICULARES

    FLVIA MOREIRA TESTA

    Dissertao apresentada Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de So Paulo, como parte dos requisitos para obteno do ttulo de Mestre em Odontologia na rea de Endodontia.

    BAURU

    2003

  • INFLUNCIA DAS TCNICAS DE

    INSTRUMENTAO NO DESVIO APICAL DOS

    CANAIS RADICULARES

    FLVIA MOREIRA TESTA

    Dissertao apresentada Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de So Paulo, como parte dos requisitos para obteno do ttulo de Mestre em Odontologia na rea de Endodontia. Orientador:Prof. Norberti Bernardineli

    BAURU

    2003

  • Testa, Flvia Moreira T286i Influncia das tcnicas de instrumentao no desvio apical

    dos canais radiculares / Flvia Moreira Testa. Bauru, 2003.

    101p.: il.; 31 cm.

    Dissertao (Mestrado) Faculdade de Odontologia de Bauru. Universidade de So Paulo.

    Orientador: Prof. Dr. Norberti Bernardineli

    Autorizo, exclusivamente para fins acadmicos e cientficos, a reproduo total ou parcial desta dissertao/tese, por processos fotocopiadores e outros meios eletrnicos. Assinatura:

  • ii

    FLVIA MOREIRA TESTA

    Nascimento 19 de novembro de 1977 Londrina-PR

    Filiao Jackson Proena Testa Maria Claudete Moreira Testa Graduao 2000 Curso de Odontologia da Universidade

    Norte do Paran UNOPAR - Londrina PR Especializao 2001 Curso de Especializao em Endodontia UNOPAR- Londrina PR

  • iii

    DEDICATRIA Aos meus pais

    Jackson e Claudete, Por ter me dado a vida, os ensinamentos e os incentivos necessrios para ser algum digno. Amo Vocs.

    Ao meu esposo Andr, Pela compreenso nas ausncias e carinho com que tem me tratado estes momentos de minha vida.Sempre te amarei.

    minha irm Bruna, O tempo jamais conseguir remover da minha mente os momentos de infncia que compartilhamos juntas. Amo-te.

  • iv

    AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

    Ao meu orientador, Prof. Dr. Norberti Bernardineli, pelo apoio e

    conhecimento que foram concedidos, sem os quais a realizao deste trabalho no

    seria possvel.

    A Dra. Maria Fidela Navarro, que muito mais do que coordenadora deste

    Mestrado Interinstitucional, foi um exemplo de luta e dedicao para que este projeto

    se torna-se realidade.

    Ao Dr. Newton Expedito de Moraes, que com sua presena constante,

    determinao, dinamismo e exemplo de vida, mostram que a persistncia e a f so

    os pilares fundamentais para a construo e realizao de qualquer projeto.

    Aos professores do Departamento de Endodontia da FOB-USP-Bauru, Prof.

    Dr. Ivaldo Gomes de Moraes, Prof. Dr. Roberto Brando Garcia e Prof. D. Clvis

    Bramante, pelas sugestes que sempre me foram passadas.

    Ao Dr. Carlos Alberto Spironelli Ramos, grande incentivador e responsvel

    por despertar em mim o interesse pela Endodontia, meu eterno agradecimento.

    Ao amigo Professor Alfredo Franco Queiroz, pela amizade e companhia nas

    idas e vindas.

  • v

    Aos meus colegas de Mestrado, Adelmo, Aline, Bruno, Daniela, Dirce,

    Fernando, Roberto e Tadeu, pela amizade conquistada.

    Ao colega Victor Hugo Brochado, pelas orientaes sempre bem-vindas.

    Aos funcionrios e amigos Ricardo, Edymauro Andrade, Suely Bettio e Neide

    Leandro, pelo carinho e esprito de cooperao com que me receberam.

    A todos aqueles que de alguma forma contriburam para a realizao deste

    trabalho.

  • vi

    AGRADECIMENTOS INSTITUCIONAIS

    A Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade So Paulo na pessoa de

    Diretora Dra. Maria Fidela Navarro.

    A Comisso de Ps-Graduao da Faculdade de Odontologia de Bauru, na

    pessoa de presidente Jose Carlos Pereira.

    Universidade Norte do Paran, pelo incentivo e permisso de licena para

    realizao deste trabalho.

    A Dra. Maria Celeste Morita, Coordenadora do Curso de Odontologia da

    Unopar, pelo apoio e incentivo.

    Aos Professores do Departamento de Endodontia da Unopar; Mauro Celso

    Ber, Douglas Giordani, meus sinceros agradecimentos.

  • vii

    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS.........................................................................................vii

    LISTA DE TABELAS.......................................................................................viii

    RESUMO..............................................................................................................ix

    1 INTRODUO...............................................................................................2

    2 REVISO DA LITERATURA......................................................................5

    2.1 Quanto tcnica manual...................................................................................5

    2.2 Quanto s peas automatizadas......................................................... ..............23

    3 PROPOSIO..............................................................................................33

    4 MATERIAL E MTODOS.........................................................................35

    4.1 Material...........................................................................................................35

    4.2 Mtodos...........................................................................................................39

    4.2.1 Seleo dos grupos....................................................................................42

    4.2.2 Preparo do prvio canal radicular.............................................................43

    5. RESULTADOS.............................................................................................53

    6. DISCUSSO..................................................................................................58

    6.1 Quanto metodologia.....................................................................................59

    6.2 Quanto aos resultados.....................................................................................65

    7. CONCLUSO...............................................................................................73

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..............................................................75

    ABSTRACT.........................................................................................................92

    ANEXOS..............................................................................................................94

  • viii

    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 - Incluso dos dentes na resina, mostrando a fixao do dente...............40

    FIGURA 2 - Plataforma radiogrfica acoplada ao cilindro localizador do aparelho de

    Raios X................................................................................................41

    FIGURA 3 - Mtodo de Schneider. .........................................................................42

    FIGURA 4 - Aparelho eltrico ENDOMATE II (NSK)..........................................44

    FIGURA 5 - (Grupo I), tcnica manual com limas Flexofile...................................45

    FIGURA 6 -(Grupo II), tcnica mecnico-oscilatria com limas Nitiflex................46

    FIGURA 7 - (Grupo III), tcnica mecnico-rotatria instrumento Profile0.4...........47

    FIGURA 8A - (Grupo IV), tcnica associada, mecnico-oscilatria........................49

    FIGURA 8B - (Grupo IV), tcnica associada, e mecnica- rotatria........................49

    FIGURA 9 Radiografia com instrumento correspondente ao dimetro cirrgico

    posicionado no comprimento de trabalho..............................................50

    FIGURA 10 Radiografia com instrumento memria..............................................50

    FIGURA 11 Sobreposio das radiografias, inicial e final.....................................50

    FIGURA 12 - Sobreposio das radiografias............................................................51

    FIGURA 13- Valores mdios de desvio apical observados nos canais radiculares, em

    funo dos diferentes grupos experimentai (em mm)..............................55

  • ix

    LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 - Valores dos desvios apicais (em mm) e mdias encontrados aps o

    preparo dos canais radiculares de acordo com os dentes e os grupos

    experimentais utilizados: Grupo I (manual/Flexofile); Grupo II

    (mecnico-oscitatrio/Nitiflex); Grupo III (mecnico-rotatrio/Profile

    0.4) e Grupo IV(mecnico-oscitatrio/Nitiflex e mecnico-

    rotatrio/Profile 0.4)............................................................................54

    TABELA 2 - Desvio mdio de cada grupo com os respectivos desvios padro,

    desvios mnimo e mximo, e amplitude de cada grupo....................55

    TABELA 3 - Dados referentes ao resultado aplicado da aplicao do teste estatstico

    ANOVA..............................................................................................56

  • RESUMO

    O propsito deste estudo foi verificar, in vitro, quatro tipos de tcnicas de

    instrumentao analisando a presena do desvio apical. Sessenta razes msio-

    vestibular, de molares superiores humanos extrados, foram selecionadas,

    padronizadas quanto ao tamanho e grau de curvatura e distribudas aleatoriamente

    em quatro grupos distintos de quinze dentes cada. Foram feitos os acessos

    coronrios, desgastes compensatrios e odontometria. Foi realizada uma tomada

    radiogrfica de cada dente, utilizando-se um dispositivo especial, com finalidade de

    manter o dente e a pelcula radiogrfica na mesma posio. A seguir os dentes foram

    instrumentados de acorda com as condies experimentais, ou seja, grupo I foi

    utilizada a tcnica progressiva manual com limas tipo Flexofile. O grupo II utilizou

    apenas a tcnica mecnico-oscilatria com limas Nitiflex; no grupo III utilizou-se

    apenas a tcnica mecnico-rotatria com Profile 0.4 e no grupo IV a associao das

    tcnicas mecnico-oscilatria inicialmente seguida pela mecnico-rotatria. Ao final

    das tcnicas de preparo de cada um dos grupos, uma nova tomada radiogrfica foi

    realizada, na mesma posio da primeira, inserindo o instrumento memria no canal

    para que se pudesse analisar comparativamente o ndice de desvio apical ocorrido. O

    resultado demonstrou a eficinc ia das tcnicas de instrumentao no preparo de

    canais curvos, sendo que o menor desvio ocorreu em relao ao grupo IV seguido

    pelo grupo II e III numericamente iguais e o maior desvio para o grupo I sem, no

    entanto, existir entre eles diferena estatisticamente significante.

  • INTRODUO

  • Introduo

    2

    1 INTRODUO

    No contexto atual a Endodontia se resume em um tratamento complexo onde

    alm daquele relacionamento cordial entre paciente e profissional, o preparo do

    dente, desde a sua abertura at a obturao definitiva do canal, se constitui em fatores

    extremamente importantes que, corretamente executado, traduzem em inevitvel

    sucesso.

    Dentro desta seqncia, o preparo mecnico do conduto radicular

    desempenha um papel fundamental na limpeza e desinfeco do sistema criando

    condies ideais a uma obturao hermtica do canal.

    A garantia de qualidade no preparo se traduz na manuteno da forma cnica

    do canal e principalmente do forame, em sua posio original, tanto quanto possvel

    na forma e tamanho.

    Segundo SCHILDER99 (1974) alm da desinfeco, o sucesso do tratamento

    depende do correto preparo do canal radicular.

    A presena de razes curvas anatomicamente uma constante nos grupos

    dentais.

    O preparo destes canais curvos associados resistncia metlica dos

    instrumentos, que mesmo pr-curvados, nem sempre acompanham o grau de

    curvatura do canal podem levar a algumas irregularidades em seu preparo.

    A formao dos degraus de uma freqncia muito grande, assim como

    desvio de forame que j foi evidenciado em diversas pesquisas, mesmo que se

    procure instrumentar da melhor maneira possvel.

    Procurando sanar essas dificuldades os instrumentos foram padronizados.

    Metais de boa qualidade e mais flexveis foram usados e junto a isso se procurou

    aperfeioar as tcnicas de manipulao destes instrumentos com movimentos de

    preparo mais cuidadosos e especficos a cada anatomia radicular.

    Em princpio nos parecia que limas mais flexveis se desviariam menos do

    conduto radicular. Com base nesta observao, uma das primeiras a surgir no

    mercado, foi a lima K-Flex que, segundo KRUPP, BRANTLEY, GERSTEIN61

    (1995) mostrou ser mais flexivel que as limas tipo Kerr. Logo depois, surgiu a lima

  • Introduo

    3

    Flexofile, tambm bastante flexvel, que demonstrou ser mais eficiente no preparo de

    canais do que as limas tipo Kerr e K-Flex .

    Seguindo esta mesma idia surgiram novos instrumentos, alguns como o de

    ROANE92 (1985) com guia de penetrao sem arestas cortantes, assim como outros

    instrumentos cuja principal alterao eram as modificaes no guia de penetrao.

    Os instrumentos fabricados de ao inoxidvel e ao carbono vm sendo

    usados por muitos anos sendo que mais recentemente surgiram os instrumentos de

    nquel-titnio, talvez com intuito de suprir as possveis deficincias que os atuais

    instrumentos possuam.

    Segundo SERENE, ADAMS E SAXENA102 (1995), estas ligas tm alta

    elasticidade e so mais resistente fadiga que as ligas de ao inoxidvel.

    A tcnica de uso de um instrumento extremamente importante e tem uma

    parcela significativa na preveno de acidentes e no sucesso do tratamento.

    Em 1985, ROANE92 introduziu o uso de foras balanceadas aos

    instrumentos, enfatizando com isso a aplicao do movimento de rotao no interior

    do conduto radicular, que, somado ao emprego das ligas de nquel-titnio,

    apresentavam novos rumos ao uso de instrumentos acionados mecanicamente no

    preparo dos condutos radiculares.

    No suficiente utilizar bons instrumentos, mas garantir tambm a melhor

    utilizao. A maneira como se usa, assim como movimentos adequados aos mesmos

    garantem uma melhor eficincia do seu emprego. As tcnicas clssicas de

    instrumentao sobreviveram por muitos anos, possivelmente muitos ainda o usem

    nos dias de hoje.

    Novos conceitos com formas diferentes de aplicao de foras so algumas

    das caractersticas das novas tcnicas que tm surgido nos ltimos anos. Tcnicas

    manuais escalonadas, manuais progressivas ou coroa pice, tcnica mecnico-

    manuais, mecnicas e ultra-snicas so algumas formas de preparo de canais com

    todas suas variveis, largamente aplicadas nos dias de hoje.

    Baseando-se nestas observaes, e nos novos conceitos no uso dos

    instrumentos endodnticos, procurou-se avaliar neste trabalho as tcnica manual,

    mecnico-oscilatrio, mecnico-rotatrio e seu possveis efeitos na curvatura do

    canal radicular no preparo do conduto radicular.

  • REVISO DE LITERATURA

  • Reviso de Literatura

    5

    2 REVISO DE LITERATURA

    2.1 Quanto Tcnica Manual

    Na busca do resultado final do tratamento endodntico, que representado

    pela obturao hermtica e tridimensional de todo o espao do canal radicular,

    depende dentre outros fatores, da qualidade da limpeza e modelagem.

    Algumas variveis como os tipos de curvaturas radiculares, o tipo de

    instrumento utilizado e a interao destes com as paredes dos canais radiculares so

    os grandes obstculos. Neste aspecto, o conhecimento da anatomia interna merece

    especial considerao, a qual pode alterar-se como conseqncia da reao de defesa

    do tecido pulpar frente perda tecidual.

    SCHNEIDER100 (1971) realizou trabalho para verificar a freqncia que

    preparos circulares podem ser produzidos pela instrumentao manual no tero

    apical de canais retos e curvos. Foram utilizados 29 dentes, empregando metodologia

    para determinar a curvatura radicular, que consiste nos seguintes passos: uma linha

    reta traada passando pelo longo eixo do canal radicular, seguindo de outra,

    iniciando no forame apical at interceptar a primeira no ponto em que o canal

    comea a desviar do longo eixo do dente. O ngulo formado pela interseco destas

    duas retas considerado o ngulo da curvatura radicular. Em seguida, os dentes

    foram divididos em trs grupos, sendo: 10 dentes com canais retos (5 ou menos de

    curvatura), 10 com curvatura moderada (10 a 20), e 9 com curvatura severa (25 a

    70). Os canais foram instrumentados com lima tipo K (Kerr), com ao de

    alargamento e tcnica seriada. Aps o preparo, seces transversais a 1 mm e 5mm

    do pice radicular foram realizadas e examinadas em microscpio com aumento de

    25 vezes. Os resultados mostraram que canais retos apresentaram preparos mais

    circulares que os curvos, sendo encontrado com forma circular em 51% dos casos no

    nvel de 1mm, e somente em 17% no nvel de 5mm.

  • Reviso de Literatura

    6

    ABOU-RASS et al.1 (1980) enfatizaram a necessidade de direcionamento do

    corte dos instrumentos para as regies mais volumosas das razes dentrias,

    denominado de limagem em anticurvatura, a preocupao com a qualidade do

    preparo do canal radicular sempre esteve presente, principalmente quando existem

    curvaturas acentuadas, pois os instrumentos endodnticos, por maior que seja a

    flexibilidade, tendem a cortar a dentina de maneira desordenada, isto, para evitar

    corte em reas de menor espessura radicular dos dentes.

    No trabalho de GOERING47 et al. (1982) a etapa mais importante introduzida

    foi o acesso radicular, permitindo melhor condio de acessar a rea apical. LEEB65

    (1983) confirmou a importncia desta manobra ao analisar o efeito do alargamento

    do orifcio de entrada dos canais previamente ao preparo da regio apical, utilizando

    dentes molares, superiores e inferiores extrados, que apresentavam razes curvas e

    pice fechado. Para tal, injetou tinta nanquim no interior dos canais radiculares e

    introduziu limas tipo K at sentir o momento em que esta encontrava resistncia. As

    limas eram removidas e os locais apresentavam impregnaes de tinta nanquim

    analisado. Em seguida, o orifcio de entradas dos canais foi alargado com brocas

    G.G. #2,#3 e#4, ou com brocas de Peeso #1,#2 e #3 e as limas eram novamente

    introduzidas e analisados os locais com impregnaes de tinta nanquim. Os

    resultados evidenciaram que, quando o alargamento do orifcio de entrada dos canais

    no foi realizado, as impregnaes estavam aderidas distantemente da ponta das

    limas. Quando o alargamento com brocas G.G. e brocas Peeso foi utilizado, as

    impregnaes foram observadas somente na ponta destas, necessitando de lima de

    maior dimetro para sentir resistncia ao penetrar.

    Tradicionalmente, a determinao da curvatura do canal radicular realizada

    pelo mtodo de SCHNEIDER100 (1971), mas WEINE128 (1982) descreve uma

    variao deste mtodo. Cita que deva ser traada uma reta iniciando pela entrada do

    canal radicular estendendo-se pelos teros cervical e mdio da raiz, e outra saindo do

    pice radicular estendendo-se retilineamente pelo tero apical. A interseco destas

    formam quatro ngulos, sendo o interior desta interseco o ngulo da curvatura do

    canal radicular.

  • Reviso de Literatura

    7

    Para avaliar a efetividade de tcnicas de instrumentao, MORGAN &

    MONTGOMERY80 (1984), utilizaram 45 dentes unirradiculares extrados,

    apresentando curvaturas radiculares entre 10 e 35 e instrumentados utilizando a

    tcnica crow-down sem presso apical. Vinte dentes foram preparados pela tcnica

    de limagem circunferencial, vinte dentes pela tcnica convencional e cinco dentes

    serviram como controle. Aps, o preparo os canais foram preenchidos com material

    de moldagem e os dentes diafanizados. Todos os espcimes foram observados por

    cinco examinadores independentes, utilizando parmetros de instrumentao nos

    quais se fez uma avaliao total da eficcia. A anlise estatstica mostrou uma

    diferena significativa somente na avaliao final. A tcnica crow-down sem presso

    apical recebeu significantemente as melhores avaliaes que a tcnica convencional

    e mostrou ser um mtodo efetivo na instrumentao de canais curvos.

    ROANE et al. 92 (1985) propuseram cinemtica baseada numa associao de

    movimentos rotacionais direita e esquerda, denominando de fora balanceada.

    A base para a introduo deste conceito teve origem na lei da fsica, a qual afirma

    que toda ao teria reao de mesma intensidade, mas em sentido contrrio. Assim,

    uma vez o instrumento inserido no interior do canal radicular e aplicando

    movimentos rotacionais direita e esquerda, criar -se- ia uma interao de foras

    entre este e s paredes dentinrias, tendendo a manter o instrumento centralizado no

    eixo do canal radicular, anulando a fora de restaurao da curvatura do canal sobre

    o instrumento. Propem a utilizao de instrumentos de seco transversal triangular

    por serem mais flexveis em 37,5% em relao aos de seco quadrangular, gerando

    menor tenso deste na parede do canal radicular. Importante modificao na forma

    dos instrumentos foi remoo das arestas cortantes da guia de penetrao com a

    finalidade de anular a fora gerada na ponta do instrumento, diminuindo virtualmente

    a possibilidade de deformaes na rea apical.

    Demonstrando preocupao com a eficincia de corte dos instrumentos em

    funo da sua guia de penetrao, MISERENDINO et al. 77, em 1985, compararam

    sete diferentes tipos de instrumentos adaptados a um contra ngulo que

    proporcionava movimentos oscilatrios de um quarto de volta direita e esquerda.,

  • Reviso de Literatura

    8

    Utilizando para tanto canais artificiais confeccionados em osso bovino. O intuito era

    correlacionar o ngulo e o comprimento da guia de penetrao com as diferenas na

    capacidade de corte dos instrumentos. Concluram os autores que o desenho da ponta

    do instrumento influenciou significativamente sua capacidade de dilatar esses canais

    artificiais. Observaram, ainda, que na maior parte dos instrumentos testados, a ponta

    foi significativamente mais influente na capacidade de corte do que o restante da

    parte ativa dos instrumentos.

    Dentro da proposta de ROANE et al. 92 (1985) no somente introduziu-se

    nova cinemtica, mas tambm instrumentos com ponta inativa para evitar o

    transporte do canal radicular, sendo ressaltado por MISERENDINO et al. 77 (1985),

    mostrando que estas apresentam grande potencial de corte. Neste aspecto,

    POWEELL et al. 90 (1986) compararam o efeito de limas com e sem modificao da

    ponta ativa na qualidade do preparo da regio apical. Foram utilizados 40 canais

    simulados, confeccionados em resina, apresentando 30 de curvatura. Injetou-se

    corante no interior dos canais, foram fotografados no sentido msio-distal e

    vestbulo-lingual divididos em 5 grupos e instrumentados com as seguintes tcnicas:

    automatizada com o sistema Dynatrak, Fora Balanceada, alargamento e limagem

    seriada e tcnica escalonada. Utilizou limas tipo K de seco triangular com pontas

    convencionais e modificadas para as tcnicas de instrumentao manual e sistema

    Dynatrak. Para a tcnica escalonada o alargamento apical foi at lima #35 entre

    0,5mm e 1mm do forame apical, com recuo de 0,5mm pra as limas #40 e #45. Nas

    outras tcnicas foi utilizada lima #45 entre 0,5mm e 1mm aqum do forame apical.

    Em nenhuma tcnica foi utilizado instrumento rotatrio auxiliar. Aps a

    instrumentao, os canais foram fotografados novamente nas mesmas posies, e

    atravs de sobreposio das imagens, determinou-se o desvio do canal original. A

    anlise estatstica mostrou que a instrumentao manual com limas de ponta

    modificada foi expressivamente melhor que as no modificadas. No havia

    diferenas significativas no preparo dos canais entre limas com ponta modificada e

    no modificada no sistema automatizado. Em todos os grupos houve alterao da

    anatomia original dos canais.

  • Reviso de Literatura

    9

    STADLER et al. 110 (1986) avaliaram a qualidade do preparo do canal

    radicular atravs de duas tcnicas, utilizando cinemtica de alargamento e de

    limagem. Os tratamentos foram realizados por estudantes de graduao, e

    compreenderam dentes incisivos laterais superiores, razes mesiais dos molares

    inferiores e razes msio-vestibulares dos molares superiores, com curvaturas entre 5

    e 35, num total de 520 razes em 439 pacientes. Nos dentes que foram preparados

    com movimentos de alargamento, utilizou alargadores para preparar a regio apical e

    limas Hedstrem para preparar a regio cervical. Nos dentes que foram preparados

    com movimentos de limagem, utilizaram somente limas Hedstrem. Os resultados

    indicaram que as complicaes do tratamento endodntico crescem com o aumento

    do grau de curvatura dos dentes molares. Fraturas de instrumentos e desvios laterais

    da curvatura original dos canais foram mais freqentes com tcnica de alargamento,

    enquanto que sobre-instrumentao e perfurao radicular com a tcnica de limagem.

    Perda do comprimento de trabalho ocorreu em ambas as tcnicas. Isto sugere que as

    complicaes mais freqentes durante a instrumentao dos canais radiculares curvos

    podem ser diminudas se limas forem utilizadas para o alargamento dos canais e

    alargadores para modelagem final da parte apical.

    Avaliando o risco de perfurao em canais curvos, LIM & STOCK68 (1987)

    utilizaram tcnica de preparo anticurvatura comparando com tcnica step-back.

    Foram utilizados 30 canais mesiais dos primeiros e segundos molares inferiores,

    instrumentados com tcnica anticurvatura step-back utilizando limas tipo K pr

    curvadas. A tcnica step-back foi realizada at o instrumento #25 a 1mm do vrtice

    e escalonamento at a lima #60 com recuos de 1mm a cada instrumento. Os dentes

    foram seccionados a 5mm e 8mm do pice e determinado a espessura mnima

    remanescente na parede mesial e distal para cada canal. A limagem anticurvatura

    mostrou reduzir o risco de perfurao da superfcie da furca, sendo que este foi maior

    no nvel de 8mm que no nvel de 5mm do pice.

    A manuteno da curvatura original do canal radicular um objetivo difcil

    de ser conseguido. Com esta finalidade, SOUTHARD108 et al. (1987) investigaram a

  • Reviso de Literatura

    10

    capacidade de manter o canal radicular em sua posio original quantificando a

    ocorrncia de desvio. Foram utilizados canais msio-vestibulares dos molares

    superiores e canais mesiais dos molares inferiores de molares extrados, divididos em

    dois grupos: O grupo A consistiu de 25 canais que apresentavam curvatura

    unidirecional de 15 no sentido msio-distal e o grupo B 25 canais nos planos msio-

    distal e vestbulo- lingual. Os dentes foram includos em blocos de resina e os canais

    explorados com lima tipo K #08 at o forame apical. Um dispositivo que permitia a

    obteno de radiografias na mesma posio foi confeccionado, radiografando-se nos

    dois planos com os instrumentos #10 e #15. Os canais foram preparados com

    tcnicas proposta por ROANE et al. (1985) utilizando limas tipo K Unitek sem pr-

    curvaturas. Brocas de G.G. #2 a #6 foram utilizadas aps a lima #35 para auxiliar o

    preparo da parte reta do canal radicular. Radiografias com instrumentos #20 a #45

    foram realizadas e comparadas com as iniciais. Os resultados mostraram que a

    utilizao da lima #45 manteve a posio do canal sem alterao em 40% dos casos.

    Entretanto, com a lima #40 foi mantido em 80%. Com estes resultados, sugere-se que

    uma instrumentao efetiva de canais curvos pode ser realizada com instrumentos de

    grandes nmeros sem pr-curvatura, no apresentando diferenas significativas na

    alterao da posio original do canal radicular.

    CALHOUN & MONTGOMERY22 (1988) utilizaram canais mesiais de 24

    primeiros e segundos molares inferiores, e analisaram a capacidade de manter o canal

    radicular centralizado em relao posio original, a quantidade de dentina

    removida, a direo, quantidade de transporte do canal e a forma final da modelagem

    de quatro tcnicas de instrumentao. Montaram os dentes em sistemas propostos por

    BRAMANTE et al. 19 (1987), seccionando-os transversalmente em 3 nveis (apical,

    mdio e cervical) divididos em 3 grupos. O grupo A foi instrumentado com limas K

    Flex e movimentos circunferenciais at a lima #30. Nas quais foram eliminadas as

    espiras do lado oposto da curvatura. O escalonamento foi realizado at a lima #45, e

    uma lima Hedstrem #50 foi utilizada para preparar o tero mdio e cervical atravs

    de movimentos circunferenciais. O grupo B foi instrumentado com limas Flex-R e

    movimentos de fora balanceada, sendo que aps a explorao do canal com lima

    #15 at o forame apical, broca G.G. #2 foi utilizada para preparar a entrada do canal.

  • Reviso de Literatura

    11

    A regio apical foi preparada at a lima #35, e limas #40, #45, #50 e #55 com recuos

    a cada 0,5mm do forame apical. O grupo C foi instrumentado utilizando o Sistema

    Ultra Snico Enac com limas Flex R at a lima #40 e escalonamento at a lima

    #50 com recuos de 0,5mm. O grupo D foi preparado de maneira similar ao grupo C,

    exceto que limas Zipperer foram utilizadas em substituio s limas Flex-R. Os

    dentes foram analisados atravs de fotografias pr e ps-instrumentao. Os

    resultados mostraram que a tcnica que utilizou a Fora Balanceada manteve os

    canais mais centrados, mas com diferenas no significantes em relao tcnica

    escalonada, a lima Flex-R e a lima Zipperer no sistema ultra-snico. Havia menor

    quantidade de dentina removida com a tcnica escalonada. Com todas as tcnicas, o

    canal original foi transportado na mesma direo em todos os nveis. A maioria dos

    canais do grupo da tcnica da Fora Balanceada apresentou-se circular, ao passo que

    os outros grupos apresentaram canais ovais.

    A liga metlica para a confeco dos instrumentos endodnticos iniciou com

    o ao carbono, aumentando a qualidade com a utilizao do ao inoxidvel, sendo

    corroso e flexibilidade as grandes melhorias ocorridas. Mesmo com a flexibilidade

    aumentada, curvaturas acentuadas ainda continuam difceis de serem vencidas, pois

    quanto maior o alargamento da rea apical, maior ser a possibilidade de ocorrer

    desvio. Constatando que a liga nquel-titnio utilizada em ortodontia malevel e

    flexvel, WALIA et al. 125 (1988), em trabalho pioneiro de introduo desta liga

    metlica em endodontia, investigou as propriedades de toro e flexibilidade da liga

    nitinol, confeccionando prottipos de limas com seco triangular #15, comparando

    com limas tipo K confeccionadas de mesma forma, calibre e seco transversal.

    Estas foram avaliadas em testes mecnicos da flexibilidade e resistncia toro no

    sentido horrio e anti-horrio. Avaliaes em MEV tambm foram realizadas para

    verificar os efeitos do processo de fabricao sobre a superfcie e a morfologia destes

    locais aps fratura por toro. Os resultados mostraram que as lima nquel-titnio

    so de 2 a 3 vezes mais flexveis que as limas de ao inoxidvel, bem como

    apresenta superior resistncia fratura em movimentos de toro nos sentidos

    horrio e anti-horrio. Observou-se tambm que a extraordinria flexibilidade destas

    limas resultado do baixo mdulo de elasticidade da liga nitinol em tenso e

  • Reviso de Literatura

    12

    cisalhamento. A superior resistncia fratura foi atribuda a ductibilidade da liga

    nquel-titnio observada no movimento horrio e na anlise da superfcie atravs da

    MEV.

    Em 1989, SEPIC et. al. 101 Compararam atravs de tcnica de dupla exposio

    radiogrfica, a quantidade de transporte apical que ocorre quando do emprego de

    tcnica step-back utilizando limas tipo K e fora balanceada com o emprego de limas

    Flex-R. Em ambos os casos utilizaram brocas G.G. #2 e #3, sendo que, a mxima

    lima apical para a tcnica step-back foi a #30 e para a Fora Balanceada a #35.

    Foram utilizados 80 canais msio-vestibulares de molares com curvaturas entre 30 e

    73, divididos em dois grupos de 40 dentes. A posio da lima na viso proximal e

    clnica com a lima #15 e com a ltima utilizada foi analisada atravs de digitalizao

    computadorizada das imagens. A anlise estatstica mostrou significativamente

    menor transporte apical com a utilizao da tcnica de fora balanceada quando

    comparada com tcnica step-back em canais que exibiam curvatura maior ou menor

    que 45. Na viso clnica a tcnica step-back transportou nos 3mm apicais o

    equivalente a 0,232mm e 0,141mm na viso proximal e a tcnica de fora balanceada

    transportaram 0,05mm e 0,049mm nas vises clnica e proximal respectivamente.

    Comparando a modelagem do canal radicular recorrendo a tcnica com

    movimentos de limagem e com movimentos rotacionais, CIUCCHI et al. 31 (1990),

    utilizaram 40 dentes molares inferiores preparados por duas tcnicas com cinemtica

    de limagem (seriada com limas tipo K, e escalonada com limas Flexofile), e duas

    tcnicas com cinemtica de alargamento (fora balanceada com limas Flex-R, e

    tcnica experimental com movimentos de alargamento somente no sentido horrio

    com limas Flexofile). Em nenhuma tcnica foi utilizado instrumento rotatrio

    auxiliar para preparar o tero cervical. Os limites apicais de ala rgamento para a

    tcnica seriada e escalonada foram instrumentos #30 e #35, fora balanceada

    instrumentos entre #40 e #60, e para tcnica experimental instrumentos entre #35 e

    #40. A anlise foi realizada atravs de radiografias pr e ps-operatrias e tambm

    com MEV em hemiseces longitudinais das razes. Cada preparo foi analisado

    qualitativamente no que respeita centralizao, conicidade, desenho apical e

  • Reviso de Literatura

    13

    aparncia da superfcie da parede do canal. A tcnica escalonada apresentou o

    melhor afunilamento, desenho do stop apical e paredes sem ranhuras. A tcnica

    seriada promoveu a melhor centralizao e definio do preparo apical. As tcnicas

    com movimentos rotacionais produziram os resultados menos confiveis. Com

    exceo de alguns espcimes que foram retificados, a tcnica de fora balanceada

    provou ser efetiva para a modelagem de canais com curvaturas moderadas. A falta de

    afunilamento, assim como a ausncia de matriz apical foi comum na tcnica da fora

    balanceada. A tcnica experimental com preparo rotacional somente direita

    mostrou pouca preciso apesar de propiciar melhor afunilamento e desenho apical,

    mas com ranhuras visveis nas paredes.

    FIGUEIREDO44 (1990) estudou comparativamente a formao do desvio

    apical quando dos preparos realizados pela tcnica seriada e escalonada, utilizando

    50 canais artificiais com curvatura de 40, divididos em dois grupos. No grupo 1 os

    canais foram preparados com tcnica manual convencional seriada, e no grupo 2,

    tcnica escalonada. Os resultados apontaram para uma maior incidncia de desvio

    apical quando do preparo pela tcnica convencional seriada.

    Comparando atravs de radiografias a capacidade de duas tcnicas de

    instrumentao em promover desvio do canal, BACKMAN et al. 9 (1992) fazendo

    uso dos canais msio-vestibulares dos molares superiores e os mesiais dos molares

    inferiores de 50 dentes extrados, apresentando curvaturas unidirecionais e

    bidirecionais. Um grupo foi instrumentado com tcnica denominada de alargamento

    progressivo empregando limas Hedstrem e limas tipo K, e outro grupo utilizando

    tcnica de fora balanceada com limas modificadas especialmente para este

    experimento. Radiografias foram feitas, com os instrumentos #30 e #35 para a

    tcnica de alargamento progressivo, e #45 para a fora balanceada e foram projetadas

    em um anteparo, comparando-se com a posio inicial da lima #15. Os resultados

    que as limas # 30 e # 35 utilizadas na tcnica de fora balanceada produziram

    significante menor desvio do canal original quando comparada com limas de

    dimetro similares com a tcnica de alargamento progressivo.

  • Reviso de Literatura

    14

    Com o objetivo de verificar a presena de desvio apical em funo do nmero

    do instrumento memria, ESTRELA et al.43 (1993), valendo-se de 75 canais

    artificiais confeccionados com resina epxica com curvatura de 40. O preparo do

    canal foi realizado com limas K-Flex pr curvada, renovada aps o preparo de trs

    canais. Os canais foram divididos em trs grupos, variando-se o dimetro do

    instrumento memria empregado, a saber: Grupo 1, #25, Grupo 2, #30 e Grupo 3,

    #35. Verificaram que quanto maior o nmero do instrumento memria maior a

    incidncia de desvios, cujos percentuais foram de 32%, 56% e 76% respectivamente

    para os grupos 1,2,e 3.

    CAMPS; PERTOT24, em 1995, compararam a dureza e resistncia fratura de

    quatro marcas de limas tipo Kerr de liga nquel-titnio, a saber: Maillefer nquel-

    titnio, Brasseler nquel- titnio, JS Dental nquel-titnio e Mac Spadden nquel-

    titnio, tendo como grupo de controle limas tipo Kerr de ao inoxidvel.

    Instrumentos de nmero 15 a 40, 10 de cada nmero, foram testados de acordo com

    as especificaes nmero 28 da ANSI/ADA. Concluram que:

    as limas tipo Kerr de nquel- titnio satisfizeram s

    especificaes da ANSI/ADA para os valores de momento de

    fratura, exceto o nmero 40 Maillefer nquel-titnio e o

    nmero 30 Mac Spadden nquel-titnio.

    satisfizeram tambm s especificaes para rotao at a

    fratura e momento de flexo a um ngulo de 45 graus.

    as limas nquel-titnio apresentaram menor torque at a

    fratura do que as limas Kerr de ao inoxidvel e igual rotao

    at a fratura.

    as limas nquel-titnio apresentaram um momento de

    flexibilidade cinco vezes menor que as limas de ao inoxidvel

    e uma desprezvel deformao angular.

    CAMPS; PERTOT25, em 1995, avaliaram a relao existente entre o dimetro

    e a dureza de trs limas endodnticas tipo Kerr (Maillefer) confeccionadas em liga

    nquel-titnio, com diferentes sees transversais: seo transversal triangular,

  • Reviso de Literatura

    15

    quadrangular e seo triangular modificada. A modificao foi encontrada nos

    instrumentos de maior calibre, no caso 45 a 60, e consistiu num desgaste de duas das

    trs faces do instrumento, tornando-as progressivamente mais cncavas medida que

    se aumenta o dimetro; o objetivo diminuir a massa do metal e, conseqentemente,

    o momento de flexibilidade. Os instrumentos testados foram dos dimetros 15 ao 40

    ou 60 de acordo com a especificao nmero 28 da ANSI/ADA, para o momento de

    flexo. Os resultados apresentaram diferenas estatisticamente significativas: as

    limas Kerr de seo quadrangular apresentaram maior momento de flexo que as de

    seo triangular, e estas, por sua vez, maior momento de flexo que as limas de seo

    triangular modificada.

    A eficincia de corte de quatro marcas de limas tipo Kerr confeccionadas em

    liga nquel- titnio, tendo como controle as limas Flexofile e Kerr (Maillefer)

    confeccionadas em ao inoxidvel, em movimento linear, foi o propsito do estudo

    de CAMPS; PERTOT 26em 1995. Instrumentos do nmero 15 ao 40 foram testados

    em movimento linear simulado o movimento clnico para remover a lima do canal.

    As pontas dos instrumentos eram movimentadas at fazerem contato com um bloco

    de resina. A fora aplicada aumentou com o tamanho da lima. As profundidades dos

    sulcos formados no bloco de resina aps 100 movimentos de vaivm foram

    mensurados atravs de um compasso de calibre. A concluso foi de que os

    instrumentos de ao inoxidvel e seo triangular foram mais eficientes que os

    instrumentos de seo quadrangular, sendo tal resultado explicado pela maior

    capacidade de corte dos instrumentos de seo triangular. Observou-se ainda, uma

    discrepncia na capacidade de corte entre os instrumentos de liga nquel-titnio.

    Segundo os autores, isto pode ser explicado por dois fatores: diferenas entre as

    sees transversais dos instrumentos e diferenas na constituio da liga. Os

    instrumentos da Maillefer mostraram ser mais eficientes, o que se explica por sua

    seo triangular, que mais agressiva que as demais.

    A eficincia de corte e o efeito da instrumentao nas paredes de canais

    curvos produzidos por limas tipo Kerr e alargadores de diferentes fabricantes,

    comparados aos instrumentos flexveis Flexicut, K-Flex, Flexoreamer, Flexoreamer

    Batt-tip, Flexofile e Flexofile Batt-tip, foram investigados sob condies

  • Reviso de Literatura

    16

    padronizadas mediante o uso de um aparelho de teste automatizado, por TEPEL;

    SCHFER; HOPPE119, em 1995. A avaliao foi feita por meio de fotografias

    tomadas antes e depois do preparo dos canais e mensuraes feitas nas paredes

    interna e externa da curvatura, de 1 em 1mm at 7mm a partir do pice , totalizando

    14 pontos de mediao. A concluso tirada do presente trabalho foi que os

    instrumentos flexveis, especialmente os que apresentam guia de penetrao

    modificada, foram claramente superiores s limas e alargadores convencionais no

    que diz respeito eficincia de corte e instrumentao de canais curvos.

    SCHFER97 em 1996 comparou quatro tcnicas de preparo dos canais

    radiculares utilizando canais artificiais confeccionados em blocos de resina de

    polister, com curvaturas de 42 graus e raio de 5,5mm. Os canais foram

    instrumentados com as tcnicas de WILDEY; SENIA130, que empregam movimentos

    de introduo do instrumento seguidos de movimento de horrio de 90 graus, anti-

    horrio, tambm 90 graus , e remoo sem nenhuma rotao, tcnica de fora

    balanceada; tcnica escalonada atravs de movimento de alargamento, rotao de

    110 graus no sentido horrio, presso contra umas das paredes e remoo, e uma

    tcnica combinando movimentos de alargamento, conforme descrito para a tcnica

    escalonada, empregado nos instrumentos de dimetro 15 e 20 e movimento de fora

    balanceada para os instrumentos 25 a 35. Cada uma das tcnicas foi realizada com

    trs diferentes tipos de instrumentos, a saber: Flexoreamer Batt-tip, Flex-R e

    Flexofile Batt-Tip. As mudanas da forma do canal foram investigadas sob

    condies padronizadas por meio de dispositivo dirigido por computador. Os

    resultados revelaram diferenas estatisticamente significativas entre as quatro

    tcnicas e os trs instrumentos empregados. Melhores resultados foram obtidos

    quando se empregou primeiro alargamento com Flexoreamer Batt-Tip ou limas Flex-

    R nos dimetros 15 e 20, seguido de movimento de fora balanceada com os

    dimetros 25 a 35.

    Em 1995, ESPOSITO & CUNNINGHAM42 preocupados com a habilidade

    de manuteno do caminho original do canal radicular das limas de liga nquel-

    titnio, tanto manual como acionadas a motor, realizaram um estudo comparativo

    com as limas de ao inoxidvel, K-Flex. Para tal, 45 dentes humanos com curvaturas

  • Reviso de Literatura

    17

    entre 20 e 45 graus foram empregados, e a anlise feita por sobreposio de

    radiografias realizadas com as limas de nmero 25 a 45, com a de odontometria (lima

    15), atravs de limagem digitalizada e avaliada por programa de computador

    (Macintosh). O grupo 1 foi preparado com limas K-Flex, o grupo 2 com nquel-

    titnio manual e o grupo 3 com nquel-titnio Matic. Todos os dentes foram

    preparados at o instrumento de nmero 45 sem a realizao de preparo cervical

    prvio. Os resultados mostraramm que os instrumentos de ao inox apresentaram os

    maiores desvios da forma original. medida que se aumentava o nmero do

    instrumento memria, maior o nmero de casos que apresentavam desvio (1 desvio

    em 15 dentes tendo o instrumento 25 como memria; 4 desvios em 15 dentes tendo o

    35 como memria e 7 desvios em 15 tendo o 45 como memria). As limas de nquel

    titnio , tanto manual como acionadas a motor, mantiveram o caminho original do

    canal radicular em todos os casos, permitindo, inclusive, levar o preparo a dimetros

    maiores, e nenhum desvio apical foi detectado em qualquer dos instrumentos

    memria testados (25, 30, 35, 40 e 45).

    LUITEN et al.71 (1995) apresentaram estudos em que compararam quatro

    tcnicas de instrumentao (escalonada com lima tipo K, escalonada reversa com

    lima tipo K, snica com limas Shaper-Sonic e sistema Nitimatic) aplicadas em

    cinqenta e um dos canais radiculares curvos avaliados radiograficamente. O

    transporte do canal foi registrado em nmeros estatisticamente no significante.

    A tcnica escalonada utilizando limas Flex-R em movimento de limagem,

    fora balanceada e Canal Mster foi comparada em 75 canais de primeiros e

    segundos molares inferiores com curvaturas acima de 15 graus por HANKIS;

    ELDEEB50, em 1996. As mensuraes do grau de curvatura dos canais foram

    realizadas antes do preparo, aps o uso de instrumentos rotatrios e no final da

    instrumentao, atravs do mtodo de SCHINEIDER100, e o mtodo denominado

    pelos autores de longo eixo, tambm fo i aplicado nesse estudo. Este mtodo mede o

    ngulo formado pela intercesso de uma linha traada de uma extremidade a outra do

    tero apical da lima com outra linha que representa o longo eixo do dente. Esta

    medida no afetada pelo prvio desgaste do tero cervical executado com

  • Reviso de Literatura

    18

    instrumentos rotatrios. As razes foram seccionadas a 1, 3 e 5mm do pice e foram

    mensurados a estrutura remanescente de raiz mesial e distal e o dimetro msio-distal

    do canal. Os resultados revelaram que o uso de instrumentos rotatrios diminui em

    2,37 graus a curvatura da raiz. Revelaram, tambm, mudanas no grau de curvatura

    da raiz entre os grupos Canal Mster (-7,74 graus) e tcnica escalonada (-5,28graus).

    A tcnica de medida do longo eixo mostrou mudanas entre o Canal Mster e as

    tcnicas de fora balanceada e escalonada, com mudanas mdias de angulao de

    7,69graus, -1,68 e +0,1 graus respectivamente. A tcnica de fora balanceada foi

    mais rpida que as demais. Quanto estrutura radicular msio-distal remanescente,

    os resultados foram similares entre os grupos em todos os nveis.

    SAMYN; NICHOLLS; STEINER96, em 1996, compararam limas tipo Kerr

    em ao inoxidvel e em liga nquel-titnio utilizando 40 razes mesiais de molares,

    extrados de humanos, com curvaturas entre 20 e 35 graus, que foram seccionadas

    em dois nveis, remontadas e ento instrumentadas. A anlise foi feita atravs da

    sobreposio de imagens pr e ps-operatrias que foram projetadas, seu traado

    copiado e, atravs de um scanner, transferidas para anlise em um computador.

    Foram analisadas, as centralizaes do canal e as suas formas finais. Os resultados

    no mostraram diferenas entre os grupos ao se considerar a centralizao do canal.

    Todos os canais desviaram para a regio da furca na parte mais alta da curvatura e

    para o lado oposto na seo apical. No encontraram relao entre o grau de

    curvatura do canal e as alteraes por ele sofridas. Quanto forma final do preparo

    53% dos canais preparados com limas de ao inoxidvel e 68% dos preparados com

    limas nquel-titnio foram classificados como ovais.

    A propriedade de toro de limas de ao inoxidvel (Flexofile) e de nquel-

    titnio foi estudada em 1996 por ROWAN; NICHOLLS; STEINER93. Instrumentos

    dos dimetros 15, 25, 35, 45 e 55 foram submetidos a esforo de toro nos sentidos

    horrio e anti-horrio, independentemente. Os resultados mostraram que as limas de

    ao inoxidvel apresentaram maior rotao at a fratura no sentido horrio, enquanto

    as limas nquel-titnio superam as de ao inoxidvel quando giradas no sentido anti-

    horrio. O teste que mede o esforo empregado para causar a fratura do instrumento

  • Reviso de Literatura

    19

    no apresentou diferenas essenciais entre os dois grupos, tanto em movimento no

    sentido horrio quanto no anti-horrio. O nmero de rotaes at a fratura no sentido

    horrio significativamente maior em comparao ao anti-horrio para todos os

    dimetros nos dois tipos de instrumentos.

    COLEMAN et al. 35, em 1996, compararam os preparos realizados atravs da

    tcnica escalonada em canais curvos usando limas tipo Kerr fabricadas em ao

    inoxidvel e liga nquel titnio. Foram utilizados 40 canais mesiais de molares

    inferiores com curvaturas mdias de 30 graus. O mtodo de avaliao de

    instrumentao de canais introduzido por BRAMANTE; BERBERT; BORGES19 foi

    utilizado, sendo os cortes transversais feitos 1 a 2 mm aqum do forame, no meio da

    curvatura e no tero cervical. Imagens digitais das seces tomadas antes e depois da

    instrumentao foram sobrepostas, e um programa de subtrao de imagens permitiu

    a mensurao da rea instrumentada, mensurao da intensidade do transporte do

    canal e anlise da forma. Os resultados evidenciaram que as limas nquel-titnio

    causam, no tero apical, significativamente menor transporte, mantendo-o mais

    centralizado. A rea de dentina removida, bem como o tempo de instrumentao, no

    foi significativamente diferente entre as limas nquel-titnio e as de ao inoxidvel.

    As formas do canal nas seces transversais aps a instrumentao no apresentaram

    diferenas. No entanto, houve uma diferena ao se comparar o tero apical com o

    tero mdio e cervical. Os canais apresentaram-se menos circulares na seo apical

    em comparao a sua conformao neste nvel.

    Cientes da superflexibilidade que os instrumentos nquel-titnio apresentam,

    BRAMANTE & BETTI20(1997) analisaram comparativamente a qualidade do

    preparo em canais curvos quando comparando a utilizao destes instrumentos com

    os de ao inoxidvel na manuteno da curvatura original. Utilizaram o canal msio-

    vestibular de 20 dentes molares superiores preparada com a tcnica escalonada

    regressiva e recuo programado, sendo o instrumento memria #30 e o final #40. Dez

    dentes foram instrumentados com limas tipo K de ao-inoxidvel (Maillefer) e dez

    dentes com a lima Nitiflex de nquel- titnio (Maillefer). Radiografias antes do

    preparo (#15) e aps o preparo (#30) foram realizadas em aparato especfico que

  • Reviso de Literatura

    20

    mantinha o mesmo padro de posicionamento do dente, avaliando-se o grau de

    desvio ocorrido durante a instrumentao nos teros cervical, mdio a apical. Os

    resultados mostraram que houve diferenas estatisticamente significativas nos teros

    cervical e apical, quando da utilizao das limas nquel-titnio, acompanhando

    melhor a curvaturas radiculares. Em nvel de tero mdio houve uma tendncia de

    desvio para o lado interno da curvatura, entretanto, sem diferenas estatisticamente

    significativas entre os grupos.

    Canais mesiais de 53 molares inferiores foram preparados com tcnica

    escalonada com limas Flexofile, escalonada com limas Nitiflex, ultra-snica com

    limas tipo K, fora balanceada com limas Flex-R e Canal Mster; por SIQUEIRA

    JNIOR et al.106 (1997), foram analisadas atravs de cortes histolgicos, as

    efetividades de limpeza do tero apicais de canais curvos promovido por cinco

    tcnicas de instrumentao. Na tcnica escalonada com limas Flexofile, efetuou-se o

    alargamento da regio apical at o instrumento #25, e brocas G.G. #2 e #3 efetuaram

    o preparo do tero cervical. Na tcnica escalonada com limas Nitiflex, o alargamento

    da regio apical foi realizado at a lima #35 e brocas G.G. #2 e #3 auxiliaram o

    preparo do tero cervical. Na tcnica ultra-snica, utilizou-se lima #15 ativada por 1

    minuto, em seguida o tero cervical foi preparado com brocas G.G. #2 e #3,

    intercalaram-se uma lima #15 manualmente com lima #15 ativada pelo sistema ultra-

    snico at que a lima #30 penetrasse livremente no comprimento de trabalho. Para a

    tcnica com Canal Mster, o tero cervical e mdio foram preparados com

    instrumentos rotatrios Cana l Mster #50 e #60, e instrumentos manuais #20 ao #35

    prepararam a regio apical, escalonando-se at o instrumento #50. A regio dos

    canais foi seccionada e analisada atravs de cortes histolgicos, verificando a

    presena de tecido pulpar, pr-dentina e debrs. Os resultados mostraram que no

    houve diferenas significativas entre as tcnicas. Apesar das cinco tcnicas terem

    sido efetivas na capacidade de remoo da maior quantidade de tecido dos canais

    radiculares, nenhuma limpou a totalidade do sistema de canais radiculares,

    especialmente quando estavam presentes algumas variaes da anatomia interna.

  • Reviso de Literatura

    21

    A comparao das limas de ao inox (Flexofile) e as nquel- titnio (Nitiflex)

    no preparo de canais simulados foram realizado por BISHOP & DUMMER17 (1997).

    Oitenta canais com ngulos e curvaturas variadas foram preparados com tcnica

    biescalonada e com tcnica de Fora Balanceada. A modelagem foi avaliada em dois

    momentos diferentes, um aps o preparo com lima #30, e outro aps a lima #45,

    brocas de G.G. #1, #2 e #3 foram utilizadas para preparar a parte reta dos canais

    antes do preparo da regio apical. Imagens pr e ps-operatria dos canais foram

    tomadas com vdeo-cmara e analisadas em programa computadorizado. A presena

    de desvio e a quantidade de material removida durante o preparo foram determinadas

    pela sobreposio das imagens pr e psoperatrias. Concluiu-se que o preparo dos

    canais realizado com limas Nitiflex foi mais efetivo que os com limas Flexofile.

    COLEMAN; SVEC34, compararam em 1997, o preparo realizado em canais

    artificiais confeccionados em blocos de resina atravs da tcnica escalonada com

    limas tipo Kerr de liga nquel-titnio e ao inoxidvel. Os quarenta canais foram

    secionados transversalmente a 2mm do pice, no meio da curvatura e no tero

    cervical. As imagens pr e ps-operatrias foram digitalizadas e um programa de

    subtrao permitiu a mensurao da rea instrumentada, da distncia do transporte e

    anlise da forma. As limas nquel-titnio mostraram menor transporte e canais mais

    centralizados no tero apical. No meio da curvatura as limas de ao inoxidvel

    desgastaram mais. As formas dos canais instrumentados no foram diferentes. O

    tempo gasto no preparo dos canais em blocos de resina foi maior no grupo das limas

    nquel-titnio.

    Avaliao da freqncia de desvio apical em canais msio-vestibulares dos

    molares superiores quando da utilizao de limas Flexofile, Flex-R, nix-R e o

    sistema mecnico rotatrio Profile srie 29 foi realizado por HECK52 (1997).

    Utilizou a tcnica seriada com movimentos oscilatrios, com instrumentos #15 ao

    #35 sem auxlio de qualquer instrumento rotatrio para o preparo cervical. A anlise

    do desvio apical foi realizada com a plataforma radiogrfica, na qual obtinha-se a

    radiografia do primeiro instrumento (#15) e do ltimo (#35). Os resultados

    mostraram que houve desvio apical em todos os grupos, e que as limas nix-R foram

  • Reviso de Literatura

    22

    mais efetivas, seguidas das limas Flex-R, o sistema Profile e as limas Flexofile, com

    desvios apicais de 0,0175mm, 01125mm, 0,1225mm e 0,215mm respectivamente.

    PRUETT; CLEMENT; CARNES91 testaram em 1997 o ciclo de fadiga dos

    instrumentos de liga nquel-titnio utilizados no Sistema mecnico-rotatrio Light-

    Speed. Avaliaram a influncia do grau, nvel da curvatura e velocidade na fratura

    desses instrumentos. Observaram que: a fratura no foi influenciada pela velocidade;

    que os instrumentos fraturaram no ponto de mxima flexo da haste, correspondente

    ao centro da curvatura; que os instrumentos de maior calibre #40 quebraram aps um

    menor nmero de voltas que os de menor dimetro #30, debaixo de idnticas

    condies; e que a diminuio do raio de 5mm para 2mm e aumento do ngulo das

    curvaturas para cima de 30 graus diminuem o ciclo de fadiga. Estes resultados

    indicam que para os instrumentos de nquel- titnio usados em sistemas mecnicos-

    rotatrios, o raio, o ngulo e o dimetro dos instrumentos, tm maior influncia na

    predisposio do instrumento a fratura do que a velocidade em que operado.

    Com objetivo de analisar a efetividade da tcnica de fora balanceada e a

    manuteno da curvatura do canal radicular em nvel apical BERGER & SILVA

    JNIOR15 (1998) empregando limas de ao inoxidvel e de nquel-titnio. Utilizaram

    30 razes msio-vestibulares de molares superiores com curvatura mdia de 26,5

    divididos em dois grupos de 15 dentes, sendo que em um grupo utilizou-se lima de

    ao-inoxidvel (Flex-R), e no outro limas nquel-titnio (nix-R). Os preparos foram

    realizados manualmente da lima #15 a #30 com movimentos rotacionais recproco e

    presso sustentada da tcnica de Fora Balanceada, mantendo-se a patncia do canal

    com lima #30. A anlise da presena ou no de desvio apical foi realizada atravs da

    plataforma radiogrfica, utilizando se dupla exposio radiogrfica, com limas #15

    e #30 respectivamente. Os resultados mostraram que ambas as limas propiciaram

    bons preparos com poucos desvios, mas os instrumentos nquel-titnio desviaram

    menos.

    PETTIETTE et al. 88 (1999) analisara as possibilidades de complicaes, que

    ocorrem com estudantes de Odontologia, quando da utilizao de limas manuais de

    ao inoxidvel tipo K e nquel-titnio no preparo do canal radicular curvo. Sessenta

  • Reviso de Literatura

    23

    primeiros e segundos molares, superiores e inferiores, foram utilizados, nos quais

    uma radiografia pr-operatria de odontometria e outra aps a obturao foi realizada

    com um dispositivo que permitia a obteno da mesma angulao. O preparo dos

    canais foi realizado atravs de tcnica step-back. As radiografias processadas e

    analisadas cujas imagens foram sobrepostas, permitiram determinar o grau de

    desvio do tero apical do canal radicular. Os resultados mostraram que os desvios

    que ocorreram com a utilizao de instrumentos de aoinoxidvel foi de 14,44, e os

    preparos realizados com instrumentos de nquel-titnio, foi de 4,39.

    PALLOTTA et al. 84 (1999) avaliaram e compararam o poder de corte das

    limas Nitiflex e Flexofile em dentes naturais. As amostras eram pesadas antes e aps

    o preparo, obtendo-se assim as diferenas de peso. Os resultados mostraram que

    limas Nitiflex apresentaram menor poder de corte que limas Flexofile para #25, #30

    e #35, e no significante para os demais. Na comparao total dos valores, havia uma

    diferena de aproximadamente 69,88% entre o poder de corte dos dois instrumentos.

    Utilizando 54 molares inferiores includos em resina e seccionados em dois

    nveis, CARVALHO et al. 28 (1999) compararam a instrumentao utilizando limas

    de ao inoxidvel e nquel-titnio. Os canais mesiais foram preparados com limas

    Flexofile, Nitiflex e Mity nquel- titnio manuais, utilizando tcnica de limagem

    anticurvatura. Imagens das seces pr e psinstrumentao foram capturadas

    atravs de um estereomicroscpico e transferidos para um computador para a

    avaliao da qualidade dos preparos. Avaliou-se extenso e o transporte do canal.

    Nas seces apicais, as limas Nitiflex produziram o menor desvio. Foi surpresa ter

    ocorrido movimentao do centro do canal para o lado disto- lingual em virtude de

    se ter utilizado tcnica de preparo anticurvatura.

    Em 2000, BATISTA & SYDNEY13 apresentam uma nova viso do preparo

    do canal radicular baseada nos conceitos que foram introduzidos na endodontia nos

    ltimos ano. Sugere-se que o preparo dos canais seja dividido em etapas e, se bem

    ordenadas, propiciaro qualidade ao preparo sem a presena de defeitos. Destacam,

    dentre as etapas que compem a tcnica , a fase de acesso radicular e de alargamento

  • Reviso de Literatura

    24

    reverso com a finalidade de diminuir as tenses que os instrumentos ficam sujeitos,

    e fazer que a ao de corte do instrumento seja limitada a pequenas pores da ponta,

    permitindo o preparo de maneira suave. Citam que os movimentos impostos aos

    instrumentos devero ser diversificados em funo da rea do canal radicular que

    esto trabalhando, evitando-se na rea apical o movimento de limagem.

    CONTRERAS et al.36 (2001), utilizaram canais mesiais de 100 dentes

    molares inferiores, e compararam qual dimetro de lima adaptasse na rea apical

    antes e aps o acesso radicular. Dividiram os dentes em dois grupos iguais, inserindo

    limas em ordem crescente de dimetro at verificar qual adaptasse a 1mm aqum do

    vrtice dental. Em seguida, prepararam o tero cervical com brocas de G.G ou com

    alargadores RBS (Rapid Body Shaper) e inseriram novamente as limas para verificar

    se havia diferenas no dimetro daquelas que adaptaram na rea apical passaram de

    14,46mm e 17,2mm antes do acesso radicular, para 23,3mm e 25,6mm aps o acesso

    radicular respectivamente para os grupos 1 e 2. Concluram que o acesso radicular

    permitiu melhor correlao entre o dimetro do canal com a lima que se adaptava na

    rea apical, criando condio de estabelecer, com maior preciso, o alargamento final

    para a correta modelagem do canal radicular.

    BATISTA et al.12, (2002) verificaram em dentes molares superiores e

    inferiores, atravs de cortes transversais, o dimetro anatmico nos nveis apical,

    mdio, cervical e de entrada do canal radicular. Utilizaram 50 dentes molares

    superiores e 50 inferiores, que aps os cortes, inseriram limas em ordem crescente de

    dimetro at observar qual apresentava adaptao. Constataram que o dimetro dos

    canais radiculares no apresenta afunilamento homogneo como so os instrumentos

    endodnticos e que o nvel de entrada de canal apresenta dimetro inferior ao do

    nvel cervical. Observaram tambm que o dimetro mdio no nvel apical, 1mm

    aqum do vrtice dental do canal msio-vestibular, msio- lingual e distal do molar

    inferior foram de 27,0mm, 23,6mm e 36,66mm respectivamente. Para os molares

    superiores os valores encontrados foram 21,5mm, 22,5mm e 39,40mm para os canais

    msio-vestibular, distovestibular e palatino respectivamente.

  • Reviso de Literatura

    25

    2.2 Quanto s Peas Automatizadas

    A endodontia tem buscado atravs de diferentes mtodos automatizados,

    maneiras de reproduzir o complexo de movimentos realizados durante a

    instrumentao manual para melhorar a qualidade, diminuir o tempo de trabalho e

    intensificar o potencial de limpeza. Nesta tentativa, o sistema Giromatic

    (Micromega), baseado em cinemtica de alargamento a direita e esquerda fo i o

    pioneiro, seguido pela Dynatrac, W e H, Endolift e Endo-Angle.

    O sistema Giromatic consiste de um contra-ngulo em que so acoplados

    instrumentos especficos , o qual realizava movimentos de de volta alternadamente

    a direita e esquerda. FRANK45 (1967) o avaliou, ressaltando que, para a correta

    utilizao, alguns aspectos devem ser analisados: 1) ao explorar o canal radicular,

    utilizar um instrumento de pequeno dimetro, equivalente ao de uma lima manual;

    2) descartar os alargadores aps cada uso; 3) no tentar passar por instrumentos

    fraturados com os alargadores montados no sistema Giromatic, pois o risco de fratura

    ser iminente; 4) manter os instrumentos trabalhando livremente no interior do canal

    radicular com amplitude entre 2mm e 4mm em movimentos suaves; 5) manter o

    contra-ngulo trabalhando em baixa velocidade; 6) utilizar um lubrificante durante a

    fase de preparo do canal radicular. Destaca que no dever ser a nica ferramenta

    para a instrumentao do canal radicular.

    Uma comparao do preparo de canal realizado com duas peas

    automatizadas, o Giromatic e W + H com a instrumentao manual convencional, foi

    feita por OCONNELL; STEPHAN82, em 1975. Os autores avaliaram os preparos

    atravs da injeo de silicone mediante os critrios forma, lisura das paredes,

    eliminao de aberraes morfolgicas e preparo do tero apical. Concluram que a

    instrumentao manual convencional foi superior e requereu aproximadamente o

    mesmo tempo para ser realizada que a instrumentao automatizada.

  • Reviso de Literatura

    26

    Em 1982, ABOU-RASS & JASTRAB2 analisando os resultados conseguidos

    com o uso das brocas GG e Peeso como auxiliares do preparo do canal radicular,

    observaram aspectos mais favorveis em relao aos achados decorrentes de

    preparaes exclusivamente realizadas com instrumentos digitais.

    Avaliao da qualidade do preparo do canal radicular , quando da utilizao

    de quatro tcnicas de instrumentao foi realizada por JUNGMANN et al. 57 (1975),

    que utilizaram razes mesiais de 150 dentes molares inferiores com canais separados,

    divididos em trs grupos iguais. Um grupo no foi instrumentado, servindo de

    controle. No segundo grupo, um canal foi preparado com limas tipo K e ao de

    limagem e outro canal com alargadores e ao de alargamento. No grupo 3 um canal

    foi preparado com limas tipo K e ao de alargamento e o outro canal com sistema

    Giromatic associado a alargadores. A instrumentao foi considerada completa,

    quando cada canal apresentasse alargamento equivalente a duas limas acima daquela

    que estivesse adaptada no comprimento de trabalho. Aps o preparo, todos os dentes

    foram seccionados a 1,5mm, 3mm, 4,5mm e 6mm do pice, medindo-se o menor e o

    maior dimetro do preparo. Os resultados mostraram que nenhuma tcnica produziu

    preparos circulares no nvel apical e quanto mais distante do pice, mais irregular

    estes apresentavam. Ao de alargamento com limas tipo K produziram os preparos

    mais circulares seguido pelo Giromatic com ao de alargamento. As maiores

    irregularidades foram produzidas pelas limas com ao de limagem.

    Comparando a efetividade da qualidade do preparo do canal radicular

    realizado com a tcnica escalonada e com o sistema automatizado Giromatic, quanto

    capacidade de remoo de tecido pulpar, pr dentina e debrs foi realizado por

    TUREK & LANGELAND123 (1982). O preparo foi desenvolvido em trs etapas: na

    primeira, utilizaram dentes humanos que apresentavam indicao de extrao por

    motivos endodnticos ou protticos; na segunda, dentes naturais extrados e na

    terceira, in vivo em dentes de macacos. Os dentes foram preparados para exame

    histolgico, seccionando-os transversalmente. Os resultados mostraram que a tcnica

    escalonada foi superior ao sistema Giromatic em todos os critrios de avaliao, mas

    nenhuma foi totalmente efetiva na remoo do tecido pulpar. Constataram que as

  • Reviso de Literatura

    27

    deficincias estavam relacionadas com as irregularidades anatmicas dos canais

    radiculares. Verificaram que o sistema Giromatic foi capaz de ultrapassar curvaturas

    acentuadas como preconizado pelo fabricante, ocorrendo fraturas em canais com

    curvaturas severas. Os instrumentos Giromatic no foram capazes em preparar canais

    curvos sem a presena e degraus, retificao do canal e perda da medida de trabalho.

    LEHMAN & GERSTEIN66 (1982) utilizando-se de canais simulados e dentes

    naturais, testaram 4 mtodos para avaliar a qualidade do preparo do canal radicular, a

    saber: instrumentao manual escalonada com preparo cervical e os aparelhos

    automatizados Giromatic (1/4 de volta alternadamente), Endo Angle Union Broach

    (rotao alternada de de volta) e Endolift Kerr (entrada e sada com pequeno

    movimento rotacional alternado). Para tcnica manual, Endo Angle e Endolift,

    utilizaram limas tipo K (union Broach) e para o Giromatic limas Hedstrem. Trs

    canais simulados foram preparados com cada tcnica, num total de 12 amostras. Em

    outros 13 canais simulados, variou-se a velocidade de utilizao dos sistemas, em

    baixa e alta velocidade. E outra fase, 20 dentes humanos com curvaturas moderadas

    foram instrumentados com os quatro mtodos, sendo 5 dentes com cada mtodo.

    Aps o preparo injetaram contraste radiogrfico no interior dos canais radiculares,

    radiografando-se nos sentidos msio-distal e vestbulo- lingual para verificar a forma

    do canal e do tero apical, que atravs de scores (0 a 4) , avaliou-se a qualidade da

    modelagem. Os resultados mostraram que a tcnica manual escalonada com preparo

    cervical mostrou-se mais eficiente que qualquer um dos aparelhos mecnicos

    avaliados, com pouco acmulo de debrs e maior rapidez de preparo. Quando

    utilizaram baixa velocidade, Giromatic e Endolift produziram um preparo de

    qualidade aceitvel. O sistema Endo Angle consumiu significativamente mais tempo

    para sua utilizao e mais material foi forado para fora do pice que com outros

    mtodos.

    ABOU-RASS & ELLIS3 (1996) compararam a instrumentao manual e

    automatizada com os sistemas Canal Finder e M4 de maneira isolada e quando de

    sua associao, em canais simulados com curvaturas entre 50 e 70. Para a tcnica

    manual utilizou-se limas Flexofile, para o sistema M4 limas Safety Hedstrem, e

  • Reviso de Literatura

    28

    para o sistema Canal Finder limas Mster.Verificaram que ambos os sistemas

    automatizados apresentam bons resultados quando empregados como auxiliares de

    preparo, facilitando o preparo manual, resultando em poucos casos na formao de

    desvio apical. Entretanto, quando utilizados isoladamente, a freqncia de desvio foi

    muito superior e perda de comprimento de trabalho, impaco de raspas de dentina

    em nvel apical e perfuraes foram freqentes.

    CORDERO et al. 37 (1997) utilizando 44 canais de 35 dentes molares e pr-

    molares com curvatura aproximada de 30 determinado pelo mtodo de

    SCHNEIDER, dividindo-os em dois grupos, analisaram a efetividade do sistema M4

    e limas Flexofile e o grupo B instrumentado com limas Safety Hedstrem. Quatro

    operadores diferentes realizaram a instrumentao, sendo que no grupo A (22 canais)

    instrumentou-se da lima #10 at #40 e com limas Golden Mdiuns #12 a #37. no

    grupo B instrumentou-se com limas Safety Hedstrem #20 a #40. Em ambos os

    grupos aps o uso da lima #30 fez-se uso das brocas G.G. na seqncia #2,#3,#4,#2

    realizou-se radiografias durante a instrumentao em aparato que permitia

    padronizao das radiografias, com as limas #15, #20, #25, #30, #35 e #40. As

    radiografias foram projetadas e comparadas com uma da lima #10, avaliando-se em

    qual instante comeava a ocorrer os problemas. Analisou-se o transporte apical, a

    retificao do canal na parte interna da curvatura, perda do comprimento de trabalho

    e fratura dos instrumentos. Os resultados mostraram que tanto as limas Flexofile

    quanto as Safety Hedstrem apresentaram maior freqncia de comprometimento da

    parte interna da curvatura a partir da lima #30 e #25 respectivamente. O transporte

    apical comeou a ser mais freqente a partir da lima #30 para a Flexofile e somente

    em dois casos com limas #20 e #30 para a Safety Hedstrem. Em 40% dos casos

    houve fratura das limas Safety Hedstrem de pequeno dimetro, mas nenhuma

    Flexofile, sendo que o trabalho com estas fo i mais cmodo e seguro que as limas

    Safety Hedstrem. O uso de pea M4 mostrou-se vantajoso por ser rpido, reduzindo

    a fadiga do operador.

    NAGY et al. 81 (1997) avaliaram as caractersticas da modelagem dos canais

    radiculares com diferentes tipos de instrumentos em diferentes configuraes

  • Reviso de Literatura

    29

    anatmicas. Um total de 420 dentes humanos extrados com canais nicos foram

    includos em resina e divididos em trs grupos: razes retas, razes com curvatura

    apical e razes com curvatura continua. Cada um dos trs grupos continha 140 razes

    que foram divididas em 7 subgrupos. Os canais foram preparados com limas

    manuais (alargadores, limas Hedstrem, limas K-Flex), trs diferentes instrumentos

    automatizados ( 3-LDSY, 3-LD, Excalibur), instrumento snico (MM1400) e ultra-

    snico (Cavi Endo). As falhas dos sete diferentes mtodos de preparo foram

    avaliados atravs da sobreposio de radiografias tomadas nos sentidos msio-distal

    e vestilo- lingual, antes e aps o preparo. Os resultados mostraram que perfuraes

    incidncia de Elbow e preparo assimtrico dos canais dependem da configurao

    inicial do canal radicular. O transporte apical, as irregularidades das paredes de

    contorno, a formao de degrau e a incidncia zip foi independente da morfologia

    dos canais radiculares. Assimetria dos preparos foi a mais freqente aberrao

    encontrada. As caractersticas da modelagem por instrumentos manuais e mecnicos

    foram modificadas pela anatomia dos canais radiculares, mas instrumentos snicos e

    ultra-snicos foram menos dependentes da anatomia dos canais radiculares.

    Em 1999, CAMPOS & PASTORA23 analisaram, atravs de imagens

    computadorizadas, a qualidade do preparo do canal radicular realizado com o

    sistema automatizado M4. utilizaram 5 razes mesiais de molares inferiores, e 5

    razes msio-vestibulares de molares superiores, as quais foram montadas em

    aparato proposto por BRAMANTE et al. 19 (1987). Foi utilizada lima tipo K da #15

    a #25 acoplada no sistema automatizado M4, e em seguida realizado o preparo

    cervical com brocas G.G #1 e #2. Em seguida, as seces foram fotografadas,

    sobrepostas as imagens pr e psinstrumentao, analisando-as em sistema

    computadorizado. Os resultados mostraram um significativo desgaste na parede dos

    canais radiculares na rea da furca em nvel cervical, e apicalmente para o lado

    mesial.

    Comparando o transporte do canal na modelagem da curvatura empregada

    tcnica de instrumentao mecnica, KOSA et al. 59 (1999) utilizaram 54 razes com

    73 canais mesiais de primeiros e segundos molares superiores com ngulo de

  • Reviso de Literatura

    30

    curvatura entre 20 e 50, montados em resina, usando o sistema proposto

    BRAMANTE et al. 20 (1997), dividindo-o em quatro grupos. Cortes transversais a

    2mm do comprimento de trabalho e a 2 mm antes da curvatura foram realizados e

    fotografados antes e aps o preparo. Os instrumentos empregados foram: Profile

    srie 29, Quantec 2000, limas Flex-R na pea de mo Endo-Gripper e lima Safety

    Hedstrem no contrangulo M4. Transporte ocorreu com todos os sistemas, porm

    o Quantec 2000 apresentou incidncia superior em relao ao Profile srie 29, no

    ocorrendo diferenas significativas entre os demais. Quanto ao tempo de preparo

    este foi mais curto com o Profile srie 29, seguido pelo Endo-Gripper com limas

    Flex-R, Quantec 2000 e M4 com limas Safety Hedstrem.

    SYDNEY et al. 116 (2000) compararam o preparo realizado manualmente

    empregando a tcnica de BERGER15 (1998) com o sistema de rotao alternada da

    Kavo composto de contrangulo redutor 3624 e cabea 3 LD com amplitude

    oscilatria de 90. Utilizaram 30 dentes molares superiores humanos extrados,

    montados em blocos de resina, divididos em dois grupos com 15 dentes cada, os

    quais apresentavam de aproximadamente 27. Verificaram a ocorrncia de desvio

    apical em 13,3% das razes preparadas pela tcnica manual e em 26,6% das razes

    preparadas pelo sistema da Kavo. Supem os autores que o movimento rotacional

    alternado de 90 possa ser a razo deste maior ndice.

    Comparando a efetividade do sistema snico MM 1400, Lightspeed e M4

    Safety Hedstrem, MACIAS et al. 72 (2000), utilizaram 36 razes mesiais de

    molares inferiores com curvaturas entre 15 e 30, divididos em 3 grupos de 12

    dentes cada. Aps o preparo as razes foram seccionadas a 2, 5 e 8mm aqum do

    pice e observados em lupa estereoscpica. Os resultados mostraram que o sistema

    Lightspeed foi mais eficaz e mais rpido com menor possibilidade de alterao da

    anatomia do canal radicular. Houve fratura da lima Safety Hedstrem de pequeno

    dimetro e perda da sensibilidade tctil durante a instrumentao.

  • Reviso de Literatura

    31

    SYDNEY et al. 114 (2000) apontam os sistemas automatizados de rotao

    alternada, M4 (Kerr), Endo Gripper (Moyco Union Broach) e Duratec (Kavo),

    como uma boa opo para o preparo do canal radicular, desde que utilizados como

    auxiliares, sugerindo duas maneiras de trabalho, ambas tendo como nfase o preparo

    cervical previamente a sua utilizao.Estes sistemas apresentam variaes de

    angulao de oscilao , sendo de 30 para o M4 e de 45 para o Endo-Gripper e

    Duratec.

    SYDNEY et al. 117 (2001) avaliaram a ocorrncia de desvio apical entre os

    diferentes sistemas de rotao alternada M4, Endo-Gripper e Kavo

    comparativamente tcnica manual atravs do sistema da plataforma radiogrfica.

    Utilizaram canais msio-vestibulares de molares superiores com curva turas

    moderadas, os quais foram instrumentados com tcnicas crown-down auxiliados

    com brocas de G.G para a realizao do acesso radicular. Todos mostraram bons

    resultados, no havendo diferenas entre os sistemas.

  • PROPOSIO

  • Proposio

    33

    3 PROPOSIO:

    O objetivo desta pesquisa foi avaliar in vitro a efetividade de alguns

    sistemas de instrumentao na manuteno da forma original do canal radicular,

    analisando-se a ocorrncia ou no de desvio apical de instrumentao.

  • MATERIAL E MTODOS

  • Material e Mtodos

    35

    4 MATERIAL E MTODOS:

    MATERIAIS:

    Cnula hipodrmica B-D 25X6 para irrigao (Becton Dickinson Ind.

    Cirrgicas Ltda- Curitiba-PR-Brasil)

    Cnula hipodrmica para aspirao 40X20

    Aparelho de Raios- X Heliodent 60B(Siemens Rio de Janeiro- Brasil)

    Brocas esfricas carbide n o 2 e n o 4 para alta rotao (JET Bavers Dental-

    Ontrio- Canad)

    Pontas diamantadas esfricas n o 1014 e n o 1016 HL para alta rotao (KG-

    Sorense Ind. Com. Ltda-Barueri-SP-Brasil)

    Brocas Gates-Gliden n o 1 e n o 2 ( Maillefer-Ballaigues-Sua)

    Pontas diamantadas tronco-cnica n o 3082 para alta rotao (KG-Sorense

    Ind. Com. Ltda-Barueri-SP-Brasil)

    Brocas Endo Z (Maillefer, Ballaigues, Sua)

    Cmara escura em acrlico (Manoel Pereira Gonalves-Diadema-SP)

    Caneta de alta rotao (Kavo do Brasil- Joinvile- SC)

    Cnula metlica para aspirao

    Colgaduras

  • Material e Mtodos

    36

    Soluo de Milton (Hipoclorito de Sdio a 1%, Biodinmica- Ibipor-PR-

    Brasil)

    Cimento base de xido de zinco e eugenol de presa rpida (IRM)

    Computador com processador Pentium III

    Cone de guta-percha FM (Dentisply Petrpolis - RJ)

    Contra-ngulo Endomate II, Torque Jnior Plus (Adiel comercial-Ribeiro

    Preto-Brasil)

    Contra-ngulo de reduo TEP-10R (Nakanishi- Japo)

    Curetas para dentina haste longa n 15-16 (Maillefer-Ballaigues-Sua)

    Cursores de silicone

    Dentes humanos molares superiores, primeiros e segundos (Coleo de

    dentes do Departamento de Dentstica, Endodontia e Materiais Dentrios da

    Faculdade de Odontologia de Bauru FOB-USP)

    Disco diamantado Ref.273

    Disco removvel ZIP Drive 100Mhz

    Esptula de madeira

    Esptula LeCron

    Filme radiogrfico AGFA DENTUS M2 (Agfa Gevaert NV, Blgica)

  • Material e Mtodos

    37

    Fixador para radiografia (Kodak Brasileira Com. e Ind. Ltda.- SP)

    Guta-percha em basto

    Limas FlexoFile 1a srie n os 15-40 ( Maillefer-Ballaigues-Sua)

    Limas NiTiFlex 1a srie n os 15-40 (Maillefer-Ballaigues-Suia)

    Instrumentos Profile 0.4 1a srie n os 15-40 (Maillefer-Ballaigues-Suia)

    Limas tipo Kerr n os 10 e15 (Maillefer-Ballaigues-Suia)

    Mandril para pea de mo

    Micro-motor e contra-ngulo (Kavo do Brasil- Joinvile- SC)

    Micro-motor eltrico Endomate II

    Pea de mo reta (Kavo do Brasil- Joinvile- SC)

    Placas de cera rosa n o 7 Wilson (Polidental Ind. E Com. Ltda- So Paulo-SP-

    Brasil)

    Plataforma radiogrfica

    Pregador de roupa

    Rgua de metal milimetrada de 15mm com graduao de 0,5mm (Kawasa-

    Japan)

    Rgua plstica milimetrada de 15cm

  • Material e Mtodos

    38

    Resina Acrlica Dencr

    Resina Acrlica Jet

    Revelador para radiografia (Kodak Brasileira Com. e Ind. Ltda.- SP)

    Scanner

    Seringa plstica descartvel B-D 10ml (Becton Dickinson Ind. Cirrgicas

    Ltda- Curitiba-PR-Brasil)

    Software Corel Draw 9.0

    Soluo de hipoclorito de sdio 1% (Biodinmica- Ibipor-PR)

    Soluo fisiolgica

    Vaselina lquida

  • Material e Mtodos

    39

    Mtodos:

    Seleo dos dentes, confeco e montagem da plataforma radiogrfica:

    Sessenta dentes, primeiro e segundo molares superiores humanos extrados,

    pice completamente formado, coroas ntegras, restauradas ou com pequena

    destruio. Os referidos dentes j se apresentavam hidratados, necessitando apenas

    fazer remoo de trtaro e tecido cariado, para posterior reconstruo coronria, caso

    houvesse necessidade.

    Como nesta pesquisa foram utilizadas raiz msio-vestibulare, foi feita a

    remoo das razes disto-vestibulares e palatina na regio da trifurcao com disco

    diamantado, montado em uma pea de mo reta acoplada a um micro-motor. O

    remanescentes dos respectivos condutos do lado coronrio foram vedados com resina

    dencr e esmalte incolor e numerados.

    A seguir, iniciou-se o acesso cmara pulpar, para o qual foi empregado

    ponta diamantada esfrica n o 1012 de alta rotao, para trepanao e confeco da

    forma de contorno. A forma de convenincia e desgaste compensatrio na parede

    msio-vestibular foi executada com ponta diamantada tronco-cnica de ponta inativa

    n o 2082, para permitir melhor visualizao da embocadura do canal radicular.

    Na seqncia, com a cmara pulpar inundada com hipoclorito de sdio a 1%,

    procedeu-se explorao dos canais msio -vestibulares, com auxlio de limas tipo K

    # 10 ou # 15, dependendo do dimetro do canal. Em seguida, o mesmo instrumento

    era levado ao canal at que este nivelasse ao forame apical a partir do qual recuou-se

    1mm, definindo com isso a odontometria e o conseqente comprimento de trabalho

    usado no preparo do canal; os dentes foram previamente identificados com os

    respectivos comprimentos de trabalho.

    Determinado o comprimento de trabalho,os dentes tiveram sua cavidade

    coronria seladas com cimento a base de xido de zinco e eugenol de presa rpida

    (IRM), e uma bolinha de cera utilidade foi colocada no pice da raiz msio-

    vestibular, para, ento, os dentes serem includos em blocos de resina. A incluso dos

    dentes foi realizada em um recipiente de teflon acoplado na plataforma radiogrfica.

  • Material e Mtodos

    40

    Para incluso dos dentes na resina, as paredes do recipiente de teflon foram

    untadas com vaselina lquida, a fim de que os blocos de resina, ali confeccionados,

    pudessem ser removidos. Os dentes foram presos por um prendedor de roupas,

    adaptado para segurar o dente pela coroa. Vertia-se a resina na cavidade e inclua-se

    a parte radicular dos dentes presos ao prendedor, que ficava apoiado nas bordas

    laterais da cavidade at a polimerizao final da resina, obtendo-se assim o bloco de

    resina de cada dente(Fig. 3).

    FIGURA 1 Incluso dos dentes na resina, mostrando a fixao do dente

    Para que pudssemos realizar as tomadas radiogrficas sempre na mesma

    posio, na determinao do grau de curvatura da raiz msio-vestibulare e tambm

    como parmetro para determinao do desvio, contamos com o auxlio da Plataforma

    Radiogrfica, desenvolvida para estes fins.

    A Plataforma Radiogrfica foi confeccionada da seguinte forma:

    1. Tubo em PVC (polietileno vulcanizado) de 7,7 cm de raio e 3,0 cm de

    comprimento. Neste tubo foi anexado uma matriz de teflon com 8,0 cm de

    comprimento por 3,0 cm de profundidade.

  • Material e Mtodos

    41

    2. Para fixar a matriz de teflon no tubo de PVC, foram parafusadas duas

    chapas de ao inox ligando-os entre si de forma a no permitir jogo entre

    as peas, tornando o conjunto coeso.

    3. Foi feito um sulco na parede interna do recipiente para servir como guia

    de orientao e para que os blocos de resina com o respectivo dente

    penetrassem sempre na mesma posio.

    4. O conjunto montado foi encaixado e posteriormente fixado ao aparelho de

    raios X por regulagem de um parafuso de 2,8 cm transpassado no PVC.

    FIGURA 2- Plataforma radiogrfica acoplada ao cilindro localizador do aparelho

    de Raios X

    Matriz de Teflon

    Tubo de PVC

    Chapa de ao inox

    Suporte para

    radiografia

    Matriz de Teflon

    Tubo de PVC

    Chapa de ao inox

    Suporte para

    radiografia

  • Material e Mtodos

    42

    Na seqncia de posse da odontometria previamente definida, determinou-se

    o dimetro anatmico, estando este entre as limas #10 e #15. Quando o dimetro

    anatmico era a lima 10, o canal foi dilatado at que a lima #15 penetrasse.

    Para a tomada radiogrfica, inseriu-se o bloco de resina na plataforma,

    posicionou-se a lima #15 no comprimento pr-estabelecido, e definiu-se um tempo

    de exposio de 0,8 seg. As radiografias reveladas, processadas, previamente

    identificadas e escaniadas, foram importadas para rea de programa Corel Draw 9.0.

    Escaneou-se tambm uma rgua endodntica milimetrada com escala de 1mm X

    1mm, obedecendo-se os mesmos padres adotados para as radiografias dos dentes.

    Seleo dos grupos:

    Para a diviso dos dentes em grupos as radiografias obtidas foram trabalhadas

    no programa Corel Draw 9.0, onde pudemos aplicar o mtodo de SCHNEIDER

    (1971), para avaliar o grau de curvatura das razes. De acordo com SCHNEIDER

    (1971), traa-se uma linha paralela ao longo eixo do canal e outra partindo do forame

    apical at a in