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FIZ 60 ANOS E AGORA No mês de março, completei 60 anos, na oportunidade tive a presença de muitos familiares e também de muitos amigos queridos, sendo alguns mais recentes e outros de muito longa data. Enquanto estava participando da reunião eu fiquei pensando o que seria da minha vida após os bem festejados 60 anos. Quando eu era bem pequeno e morava em uma rua de paralelepipedos na tijuca, se ouvia dizer que o mundo iria se acabar no ano 2000, e eu comentava com os meus botões de galalite ou de coquinho; e daí, no ano 2000 eu já teria exatos 50 anos, portanto teria vivido o bastante e ficava até mesmo feliz de poder estar vivo em 2000 para presenciar o fim do mundo. Naquela época qualquer pessoa com 50 anos ou mais era considerado um senhor de respeito, ou seja um velho, que deveria estar aposentado. Passei pelos anos como todos os meus contemporâneos, vivemos muitas transformações e mudanças, sendo que a mais importante de todas foram as mudanças tecnológicas na área da eletrônica e consequentemente da informática. Como eu me interesso por mecânica de automóveis, nos anos 60 e 70 eu já pensava como eram complicados e sensíveis os sistemas de distribuição e carburação dos veículos, tudo dependendo de um pequeno carvãozinho ou de um pequeno parafuso, que tinhamos de apertar totalmente para depois voltar 3 voltas e meia exatamente, nem mais ou menos, sob pena do carro não andar corretamente ou então desperdiçar combustível (gasolina azul). Então, já no final dos anos 80, surgem as ignições e injeções eletrônicas, portanto desde essa época nunca mais soubemos como esses sistemas funcionam ou até mesmo onde eles se encontram localizados nos veículos. Que bom. Eu e toda a minha geração tivemos de aprender com os nossos filhos sobre esse novo mundo informatizado, a nossa “vingança” é que eles provavelmente terão de aprender também muitas coisas com os seus filhos e assim por diante. Quando eu cheguei aos 50 anos acordei normalmente como seu tivesse os mesmos 40, 30 anos não senti qualquer mudança tanto física como espiritual, e passei todos os meus anos dessa década normalmente, trabalhando cada vêz mais, pois agora estava exercendo atividades de consultoria e assessoria, passando a levar uma vida muito mais intensa de viagens à trabalho em locais remotos e distântes. Nesse meu novo papel de consultor tive e tenho que estar sempre muitíssimo atualizado, diria até mesmo um dos mais atualizado dentre os meus pares, senão não terei qualquer chance de ser convidado ou contratado para prestar os serviços que me proponho. Uma coisa e ser um bom empregado de um empresa com poucos competidores, outra muito diferente e ter de concorer no mercado global com todos os profissionais disponíveis, se você não for um dos melhores, esqueça, a aposentadoria de fato chegou.

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FIZ 60 ANOS E AGORA

No mês de março, completei 60 anos, na oportunidade tive a presença de muitos familiares e também de muitos amigos queridos, sendo alguns mais recentes e outros de muito longa data. Enquanto estava participando da reunião eu fiquei pensando o que seria da minha vida após os bem festejados 60 anos.

Quando eu era bem pequeno e morava em uma rua de paralelepipedos na tijuca, se ouvia dizer que o mundo iria se acabar no ano 2000, e eu comentava com os meus botões de galalite ou de coquinho; e daí, no ano 2000 eu já teria exatos 50 anos, portanto teria vivido o bastante e ficava até mesmo feliz de poder estar vivo em 2000 para presenciar o fim do mundo.

Naquela época qualquer pessoa com 50 anos ou mais era considerado um senhor de respeito, ou seja um velho, que deveria estar aposentado.

Passei pelos anos como todos os meus contemporâneos, vivemos muitas transformações e mudanças, sendo que a mais importante de todas foram as mudanças tecnológicas na área da eletrônica e consequentemente da informática.

Como eu me interesso por mecânica de automóveis, nos anos 60 e 70 eu já pensava como eram complicados e sensíveis os sistemas de distribuição e carburação dos veículos, tudo dependendo de um pequeno carvãozinho ou de um pequeno parafuso, que tinhamos de apertar totalmente para depois voltar 3 voltas e meia exatamente, nem mais ou menos, sob pena do carro não andar corretamente ou então desperdiçar combustível (gasolina azul).

Então, já no final dos anos 80, surgem as ignições e injeções eletrônicas, portanto desde essa época nunca mais soubemos como esses sistemas funcionam ou até mesmo onde eles se encontram localizados nos veículos. Que bom.

Eu e toda a minha geração tivemos de aprender com os nossos filhos sobre esse novo mundo informatizado, a nossa “vingança” é que eles provavelmente terão de aprender também muitas coisas com os seus filhos e assim por diante.

Quando eu cheguei aos 50 anos acordei normalmente como seu tivesse os mesmos 40, 30 anos não senti qualquer mudança tanto física como espiritual, e passei todos os meus anos dessa década normalmente, trabalhando cada vêz mais, pois agora estava exercendo atividades de consultoria e assessoria, passando a levar uma vida muito mais intensa de viagens à trabalho em locais remotos e distântes.

Nesse meu novo papel de consultor tive e tenho que estar sempre muitíssimo atualizado, diria até mesmo um dos mais atualizado dentre os meus pares, senão não terei qualquer chance de ser convidado ou contratado para prestar os serviços que me proponho. Uma coisa e ser um bom empregado de um empresa com poucos competidores, outra muito diferente e ter de concorer no mercado global com todos os profissionais disponíveis, se você não for um dos melhores, esqueça, a aposentadoria de fato chegou.

Então chegou os meus 60 anos, com os filhos casados e encaminhados e eu me perguntando o que fazer da vida, não sei se devo parar totalmente, parar parcialmente ou continuar trabalhando enlouquecidamente, como atualmente, devido as demandas do mercado.

Ocorre que cada vêz que você fica mais velho, você vai ficando melhor na sua especialidade e mais “sabido”, então cada vêz mais você recebe convites para cursos, palestras e trabalhos desafiadores onde poucos conseguem caminhar.

Eu ainda não sei o que devo fazer, estou igual aquele acidentado que caiu do 20º andar e ao passar pelo 10 º andar alguém da janela lhe pergunta, e aí como está indo, e o acidentado responde: até agora todo bem, ainda não me aconteceu nada.

Sei que no mundo modermo as expectativas de vida são cada vêz maiores, e como quando eu tinha 50 anos, e me achava normal, hoje com 60 anos me sinto a mesma pessoa, achando que a idade na qual ficamos realmente velho deve ser aos 70 anos.

Mas eu sei que ao chegar aos 70 anos vou dizer a mesma coisa, que a velhice começa realmente aos 80 anos e assim por diante, até que uma doença possa te pegar e você não aproveitou nada da sua vida tendo trabalhado e trabalhado a vida toda até ter que parar por causa de alguma ocorrência grave.

Mas do que ser um profissional competente, temos que também ser uma pessoa competente para nós mesmo e para o mundo, penso não na aposentadoria, mas em apenas fazer aqueles trabalhos que me dão prazer e satisfação, não esquecendo de aproveitar um pouco da vida normal que tenho para fazer viagens de lazer, sem levar o laptop e sem checar os seus emails a todo instante.

Também não me esqueço de participar de todas as entidades e associações que sou convidado, procurando atualmente não assumir as posições pricipais para realmente não ter de me envolver completamente na administração da entidade.

Penso sempre em fazer as atividade que mais gosto, mesmo que não me proporcionem grandes lucros, pois o lucro nem sempre é finaceiro e sim emocional.

Outro dia durante um almoço um colega de mesa, disse que “velho”, são as pessoas com mais de 10 anos que você. Portanto se você aparentar menos idade que tem ou mesmo aparentar apenas a idade que realmente tem e não ter a aprência de uns 10 anos a mais, realmente você nunca será velho, para os seus ôlhos e para os que te conhecem.

Em tempo, atualmente, tenho alguns carros antigos, que eu faço questão de fazer a sua manutenção pessoalmente, sendo que todos sem exceção tem aqueles carburadores e distribuidores, frágeis e complexos, sendo que sem estes componentes não entendo o carro sendo de Hobby.

Jaques Sherique