fisioterapia em individuos queimados

16
1 Abordagem fisioterapêutica e os cuidados específicos da pele no indivíduo queimado Cristiane Cardoso de Oliveira Andrade 1 [email protected] Soraya Leonidia de França Cunha 2 Pós-graduação em Fisioterapia Dermato-Funcional Faculdade Ávila Resumo As queimaduras são lesões traumáticas causadas por agentes térmicos, químicos, radioativos ou elétricos. Este estudo teve como objetivo evidenciar a abordagem fisioterapêutica e os cuidados específicos da pele no indivíduo queimado. No desenvolvimento do trabalho em questão, ainda serão abordados também a estrutura da pele, definição de queimadura, e fisiopatologia da queimadura. A pesquisa é uma revisão bibliográfica, baseada nos livros, nas publicações e produções científicas em bancos de dados oficiais, como Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), MEDLINE, SciELO. Essa revisão evidencia que na abordagem fisioterapêutica é realizada a avaliação sucessiva do paciente queimado para dirigir de forma específica a escolha das modalidades terapêuticas para o tratamento. Os principais recursos incluídos na abordagem são: a cinesioterapia, a massoterapia, a eletroterapia e a técnica de dessensibilização. A desidratação epidérmica da pele queimada deve ser corrigida com o uso de cosméticos que associem propriedades emolientes e princípios ativos eficazes como uréia, óleos (amêndoas doces, semente de uva). Além disso, para melhorar a estética da pele queimada, deve-se atentar para fotoproteção, hidratação, emoliência; aumento na elasticidade; redução de aderências. As metas e resultados da fisioterapia precisam ser cuidadosamente individualizados e dependem do prognóstico do paciente e seu estado médico atual. Palavras-chave: Pele, Queimaduras, Abordagem Fisioterapêutica. 1. Introdução As queimaduras se tornaram um grande problema em relação à gravidade de suas lesões e as importantes sequelas que marcam para sempre o paciente queimado.Atualmente, os recursos para a reabilitação do paciente queimado estão mais modernos,visando a prevenção de sequelas e diminuição do tempo de internação. Buscando alcançar esse objetivo faz parte da equipe multidisciplinar, o profissional fisioterapeuta. Este estudo teve como objetivo evidenciar a abordagem fisioterapêutica e os cuidados específicos da pele no indivíduo queimado. No desenvolvimento do trabalho em questão, ainda serão abordados também a estrutura da pele, definição de queimadura, fisiopatologia da queimadura. E os cuidados da pele do paciente queimados, pois esses cuidados são importantes para o resultado final funcional e estético que têm uma relação direta com a reabilitação (DELISA, 1994). Silva e Castilhos (2010) salientaram que o corpo queimado tem sujeito e história, mas ainda sofre uma injúria na sua interface com o mundo, no seu eu-pele o que gera implicações psicológicas e posturais distintas de outras lesões. Para Gomes, Serra, Junior (2001), os constantes avanços tecnológicos e da ciência médica reduziram expressivamente a morbidade e a mortalidade ocasionada pelas queimaduras e o processo de reabilitação também se 1 Pós - graduação em Fisioterapia Dermato - Funcional. 2 Fisioterapeuta Mestre em Clinica Médica pela Universidade Lusíada Santos - SP.

Upload: nay-ribeiro

Post on 01-Nov-2014

3.471 views

Category:

Documents


16 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Fisioterapia em individuos queimados

1

Abordagem fisioterapêutica e os cuidados específicos da pele no

indivíduo queimado

Cristiane Cardoso de Oliveira Andrade 1

[email protected]

Soraya Leonidia de França Cunha2

Pós-graduação em Fisioterapia Dermato-Funcional – Faculdade Ávila

Resumo

As queimaduras são lesões traumáticas causadas por agentes térmicos, químicos, radioativos

ou elétricos. Este estudo teve como objetivo evidenciar a abordagem fisioterapêutica e os

cuidados específicos da pele no indivíduo queimado. No desenvolvimento do trabalho em

questão, ainda serão abordados também a estrutura da pele, definição de queimadura, e

fisiopatologia da queimadura. A pesquisa é uma revisão bibliográfica, baseada nos livros,

nas publicações e produções científicas em bancos de dados oficiais, como Biblioteca Virtual

em Saúde (BVS), MEDLINE, SciELO. Essa revisão evidencia que na abordagem

fisioterapêutica é realizada a avaliação sucessiva do paciente queimado para dirigir de

forma específica a escolha das modalidades terapêuticas para o tratamento. Os principais

recursos incluídos na abordagem são: a cinesioterapia, a massoterapia, a eletroterapia e a

técnica de dessensibilização. A desidratação epidérmica da pele queimada deve ser corrigida

com o uso de cosméticos que associem propriedades emolientes e princípios ativos eficazes

como uréia, óleos (amêndoas doces, semente de uva). Além disso, para melhorar a estética da

pele queimada, deve-se atentar para fotoproteção, hidratação, emoliência; aumento na

elasticidade; redução de aderências. As metas e resultados da fisioterapia precisam ser

cuidadosamente individualizados e dependem do prognóstico do paciente e seu estado

médico atual.

Palavras-chave: Pele, Queimaduras, Abordagem Fisioterapêutica.

1. Introdução

As queimaduras se tornaram um grande problema em relação à gravidade de suas lesões e as

importantes sequelas que marcam para sempre o paciente queimado.Atualmente, os recursos

para a reabilitação do paciente queimado estão mais modernos,visando a prevenção de

sequelas e diminuição do tempo de internação. Buscando alcançar esse objetivo faz parte da

equipe multidisciplinar, o profissional fisioterapeuta.

Este estudo teve como objetivo evidenciar a abordagem fisioterapêutica e os cuidados

específicos da pele no indivíduo queimado. No desenvolvimento do trabalho em questão,

ainda serão abordados também a estrutura da pele, definição de queimadura, fisiopatologia da

queimadura. E os cuidados da pele do paciente queimados, pois esses cuidados são

importantes para o resultado final funcional e estético que têm uma relação direta com a

reabilitação (DELISA, 1994).

Silva e Castilhos (2010) salientaram que o corpo queimado tem sujeito e história, mas ainda

sofre uma injúria na sua interface com o mundo, no seu eu-pele o que gera implicações

psicológicas e posturais distintas de outras lesões. Para Gomes, Serra, Junior (2001), os

constantes avanços tecnológicos e da ciência médica reduziram expressivamente a morbidade

e a mortalidade ocasionada pelas queimaduras e o processo de reabilitação também se

1 Pós - graduação em Fisioterapia Dermato - Funcional.

2 Fisioterapeuta Mestre em Clinica Médica pela Universidade Lusíada – Santos - SP.

Page 2: Fisioterapia em individuos queimados

2

modernizou, há pouco tempo, a fisioterapia só poderia começar sua abordagem terapêutica

após a alta hospitalar. Atualmente, inicia sua intervenção na fase aguda da injúria térmica e

continua até quase dois anos após a alta hospitalar, ambulatorialmente. Esse fato nos levou a

iniciar o estudo sobre a Abordagem fisioterapêutica e os cuidados específicos da pele no

indivíduo queimado. Definiu-se como o problema da pesquisa o seguinte: Quais os principais

recursos utilizados na abordagem fisioterapêutica e os cuidados específicos da pele no

indivíduo queimado?

2. Estrutura da pele

Para Azulay e Azulay (2006), a pele do homem corresponde a 15% de seu peso corporal, é

um órgão que reveste e delimita o organismo, protegendo-o e interagindo com o meio

externo. A pele apresenta alterações constantes,sendo dotada de grande capacidade

renovadora e de reparação, e de certo grau de impermeabilidade.

A pele é uma cobertura impermeável resistente e flexível do corpo que se funde com as

membranas de revestimento. É considerada o maior órgão isolado do corpo e não somente

proporciona uma cobertura de superfícíe, mas também é um órgão sensitivo dotado de uma

infinidade de terminações nervosas que fornecem sensbilidade ao tato e pressão, alterações de

temperatura e estímulo dolorosos.No que diz respeito a sensibilidade geral, a pele é sua fonte

principal (PALASTANGA, FIELD, SOAMES, 2000).

Estruturalmente, segundo Silva (2010), a pele consistem em epiderme - camada mais externa

e que serve como proteção ao meio ambiente e é avascular; e a derme a camada mais interna

onde se encontram vasos sanguíneos, glândulas sebáceas e nervos. Sob a derme, há também, o

tecido subcutâneo, formado por tecidos fibrosos, elásticos e gordurosos. A pele tem como

principais funções: revestimento de toda superfície corporal, proteção contra diversos tipos de

agentes, regulação da temperatura corporal e sensibilidade.

De modo geral, é conveniente considerar a epiderme como sendo dividida em várias camadas

que são de dentro para fora, conhecidas como camada basal, camada espinhosa, camada

granulosa, camada lúcida e, finalmente, camada córnea. Já a derme é a malha entrelaçada

mais profunda de colágeno e fibras elásticas e geralmente compreende a maior parte da

espessura total da pele e pode ser dividida em uma camada papilar superficial de textura

delicada, a qual, embora claramente separada, interdigita-se com a epiderme, e uma grosseira

que se funde gradualmente com o tecido conjuntivo subcutâneo (PALASTANGA, FIELD,

SOAMES, 2010).

O conhecimento das intercorrências locais e sistêmicas produzidas pelas queimaduras mostra

a grande importância da pele e consequentemente de suas funções protetoras do organismo

contra agentes externos (GUIRRO E GUIRRO, 2002).

Kede e Sabatovich (2004) explicam que o tegmento comum é uma complexa túnica que

reveste toda a superfície do corpo e compreende a pele, seus anexos cutâneos e a tela

subcutânea.A espessura da pele varia de 0,5 a 4mm; esta maior espessura é geralmente

encontrada na palma da mão e planta dos pés. A pele da criança é menos espessa que a do

adulto.O tegumento, mesmo sem restringir a maleabilidade do corpo humano, constitui uma

barreira eficiente contra agressões exógenas, de natureza química ou biológica e impede a

perda de água e de proteínas para o exterior. A pele também age como órgão sensorial,

participa do sistema imonológico e exerce outras funções, como a regulação da temperatura

corpórea, a produção da vitamina D, a excreção de eletrólitos e outras substâncias e confere

uma proteção relativa contra insultos físicos. Embora a pele represente menos de 15% do peso

Page 3: Fisioterapia em individuos queimados

3

corporal, ela é considerada o maior órgão do humano, pois a sua extensão corresponde a uma

área de dois metros quadrados.

3. Queimaduras

Uma queimadura é a lesão tecidual causada por excesso de calor, eletricidade, radioatividade

ou por produtos químicos corrosivos que desnaturam as proteínas das células da pele. As

queimaduras extingui algumas das importantes contribuição da pele para a homeostase – a

proteção contra a invasão microbiana e a desidratação, bem como a regulação da temperatura

corporal (TORTORA, 2006).

Conforme relata Silva e Neta (2010), as queimaduras são lesões frequentes em nosso meio.

Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde mostra que dos 1.040 atendimentos de

emergência por queimaduras, a maioria, 285 (27,4%), foi em crianças de zero a nove anos, e,

dentro dessa faixa-etária, 91,6% (261 crianças) das queimaduras ocorreram dentro da

residência das vítimas.

Ainda segundo a base do autor acima, entre as principais causas de queimaduras em crianças

estão as provocadas por contato com substâncias quentes (líquidos, alimentos ou água

quente), responsáveis por 168 (58,9%) ocorrências. Em seguida, as queimaduras causadas por

fogo ou chama (16,8%) e objetos quentes (13,7%). Apesar de ser a quarta causa de

atendimentos a crianças de zero a nove anos nas unidades de urgência e emergência do

Sistema Único de Saúde (SUS), o dado é relevante, devido ao alto índice de crianças que se

queimam, e dos cuidados que se deve ter em razão da gravidade das sequelas deixadas na vida

delas.

Borges (2006) conceitua queimadura como um trauma de origem térmica capaz de causar

lesões diversas nos tecidos orgânicos. Essas lesões seguem desde hiperemia restrita à área

queimada, alterações celulares e imunológicas, envolvimento das vias aéreas e ocorrências de

traumatismo associados, podendo evoluir até o óbito.

Para Ferreira et al. (2003), a lesão provocada pela queimadura pode ser descrita com base na

sua profundidade, sendo classificada como de primeiro grau, quando é comprometida apenas

a epiderme, apresentando eritema e dor; de segundo grau, quando atinge a epiderme e parte da

derme, provocando a formação de flictenas; e de terceiro grau, quando envolve todas as

estruturas da pele, apresentando-se esbranquiçada ou negra, pouco dolorosa e seca. Na

escolha do tratamento, deve-se considerar não só a profundidade da lesão, mas também a sua

fase evolutiva.

4. Fisiopatologia da queimadura

A destruição tecidual resulta da coagulação, desnaturação da proteína ou ionização do

conteúdo celular. A ruptura da pele pode levar a complicações como perda aumentada de

líquidos, infecção, hipotermia, cicatrização, imunidade comprometida e alterações na função,

aparência e imagem corpórea, edema, hipovolemia, problemas respiratórios e dor, entre outras

complicações (SILVA E CASTILHOS, 2010).

Tortora (2006) afirma que não haverá regeneração de uma nova pele, se um dano destruir a

camada basal e suas células-tronco.Os ferimentos tegumentares dessa magnitude requerem

transplante de pele para cicatrizarem.Um transplante de pele envolve cobertura do ferimento

com um retalho de pele saudável extraída de um sítio doador.

Page 4: Fisioterapia em individuos queimados

4

Fato importante segundo Toledo (2003) é que na fisiopatologia das queimaduras se considera

o aumento da permeabilidade capilar e o edema com as ocorrências maiores e fundamentais.

Imediatamente após a queimadura, ocorre interrupção do fluxo sanguíneo provocando uma

exposição do colágeno e liberação de histamina pelos mastócitos. A histamina provoca um

aumento da permeabilidade capilar permitindo extravazamento de plasma para o espaço

instersticial, provocando importante edema tecidual e significativa hipovolemia.Este aumento

da permeabilidade capilar é passageiro, durando em média de 18 a 24 horas e tem início logo

após o trauma e seu pico máximo ocorre após 8 horas, regredindo progressivamente.

Outro fato a ser considerado, ainda segundo o autor supracitado é o aumento da

permeabilidade capilar decorrente da queimadura e permite a passagem, através dos poros

muito aumentados das soluções cristalóides e das soluções colóides.Consequentemente, há

importante edema dos tecidos afetados e a passagem dos colóides acarreta um aumento da

pressão osmótica destes tecidos, agravando a retenção hídrica. A ativação do sistema

tromboxame-plasmina-trombina provoca depósito nas paredes capilares, determinando

aumento da pressão hidrostática capilar, coadjuvando a formação do edema. O início da

migração celular nas bordas da ferida dá-se nas 24 horas. O calor excessivo provoca

alterações como a competência imunológica deprimida, hipovolemia aguda por perda de

líquidos para o compartimento extravascular , o subsequente choque por queimadura,

hiperventilação causando alteração pulmonar e acentuado consumo de O2.

A lesão provocada por trauma térmico promove alterações em diversos órgãos, sendo a pele

sempre acometida em diversos graus. O mecanismo de cura das lesões térmicas se inicia na

fase inflamatória como a eliminação dos tecidos desvitalizados, devido à lise enzimática e

fagocitose desse tecido. À medida que o processo inflamatório se intensifica, aumenta a

clivagem entre os tecidos vivos e necróticos, o processo de regeneração vascular e conjuntivo

se inicia, dando formação ao tecido de granulação que preenche o vazio resultante do tecido

eliminado. O processo de reparo cutâneo dependerá de vários fatores, como a profundidade e

localização da lesão, dentre outros. A cura de uma lesão térmica se processa em quatro fases

principais: eliminação dos tecidos desvitalizados; regeneração do tecido vascular e

conjuntivo; epitelização e retração (GUIRRO E GUIRRO, 2002).

Conforme afirmam Júnior e Serra (2006), a queimadura é uma lesão cuja evolução cicatricial

se faz de forma rápida com grande potencial de sequela, assim o principal objetivo da

fisioterapia é tratar essas sequelas antes de sua instalação, fixação e transformação em

retrações.

A cicatrização e regeneração da pele em queimaduras de espessura parcial ocorrem a partir

dos revestimentos epiteliais incluindo os folículos pilosos e glândulas sudoríparas.

Dependendo da profundidade, a cicatrização se completa de 14 a 21 dias (DELISA, 2002).

Os principais tipos de cicatrização no indivíduo queimado são cordões fibrosos, bridas e

placas cicatriciais. A brida se distingui por formar uma dobra ou plicatura em sua extensão e

pela alta resistência tênsil. Os cordões fibrosos, as bridas e as placas cicatriciais resultam das

constantes remodelações do tecido de granulação, incitadas pela lise e síntese do colágeno,

fibroblastos e substâncias enzimáticas do local. Esse fenômeno, próprio das queimaduras

profundas, é denominado cicatrização anárquica, pela forma com que as camadas celulares se

dispõem, desordenadamente, e tendendo a aproximação dos segmentos corporais (BORGES,

2006).

5. Abordagem fisioterapêutica

Page 5: Fisioterapia em individuos queimados

5

Abordagem fisioterapêutica envolve terapias locais e sistêmicas para prevenir e/ou tratar as

sequelas locais(GUIRRO E GUIRRO, 2002).

O tratamento fisioterapêutico deve ser iniciado precocemente após o acidente, com raras

exceções. O principal objetivo da intervenção fisioterapêutica em pacientes queimados é

prevenir a perda de movimento, minimizar e evitar as deformidades anatômicas, diminuir a

perda de massa corporal. O papel do fisioterapeuta envolve, também, a elaboração de um

programa de tratamento adequado a cada tipo de paciente, as atividades devem ser planejadas

e com assistência diária, avaliando as condutas diariamente de acordo com a evolução do

paciente, visto que as necessidades de reabilitação se modificam com frequência (ROCHA,

2010).

A fase de reabilitação começa ainda na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Corresponde à

reabilitação física, como a dieta hiperproteica para melhorar a cicatrização e o posicionamento

dos membros inferiores estendidos, evitando-se cicatrizes hipertróficas e contraturas

articulares. Outra questão é o suporte emocional, já que a queimadura gera alterações na auto-

imagem, além de sentimentos como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático (SILVA E

CASTILHOS, 2010).

O`Sullivan e Schimitz (2004) relataram que as metas previstas e resultados esperados são

baseadas na avaliação, na extensão e na profundidade da queimadura, no estado de saúde

atual, na idade e nas condições físicas e mental do paciente, o prognóstico pode ser estimado

pela equipe de queimados.

Para Gomes; Serra; Junior (2001), o processo de reabilitação compreende várias etapas onde a

meta é o restabelecimento funcional e social do paciente. Durante este processo de

recuperação, a Fisioterapia utiliza-se de vários métodos e técnicas terapêuticas, sendo as

principais condutas: a cinesioterapia, que faz uso do movimento e de exercícios terapêuticos,

e a massoterapia, que utiliza como recurso terapêutico as técnicas de massagens.

As metas e resultados da fisioterapia precisam ser cuidadosamente individualizados e

dependem do prognóstico do paciente e seu estado médico atual e são: favorecer a

cicatrização da ferida e dos tecidos moles; reduzir o risco de infecção e complicações; reduzir

o risco de comprometimentos secundários; obter a amplitude de movimento máxima;

restaurar o nível pré-lesão de resistência carviovascular; obter força boa a normal; obter

deambulação independete; aumentar a função independente; minimizar a formação de

cicatrizes; aumentar a compreensão do paciente, da família e dos cuidadores acerca da

perspectiva, metas e resultados; aumentar a capacidade aeróbia; melhorar a capacidade do

paciente e cuidar de seus sintomas.O resultado ideal da reabilitação é o retorno do paciente à

função e ao estilo de vida anteriores à lesão (O`SULLIVAN E SCHIMITZ, 2004).

O tratamento envolve uma equipe multiprofissional. A conduta inicial a qualquer intervenção

deve ser conduzida por uma anamnese efetiva cuja finalidade é direcionar as condutas a

serem realizadas, visando resultados eficientes(GUIRRO E GUIRRO, 2002).

Borges (2006) diz que é importante que tenhamos conhecimento das informações contidas na

história clínica do paciente queimado, pois dela dependem um bom tratamento

fisioterapêutico. Algumas das informações que podem ser obtidas através da anamnese deste

tipo de paciente são: agente causal, tipo de acidente, data e hora do acidente, data e hora da

internação e da alta; assinalar sim ou não quanto a inalação de fumaça, gases e traumatismos

associados; cálculo do percentual de superfícies corporal queimada e profundidade; pesquisar

intervenções cirúrgicas; se faz uso de malha compressiva, qual tipo, data de início, número de

hora/dia de uso e intercorrências; presença de mudanças de rotina e/ou comportamento como

indícios da necessidade de abordagem terapêutica e/ou psiquiátrica.

Page 6: Fisioterapia em individuos queimados

6

De acordo com Guirro e Guirro (2002), alguns itens fazem parte da avaliação física do

paciente queimado: avaliação respiratória; avaliação articular e funcional; avaliação postural;

avaliação das parestesias; avaliação do tônus e força muscular; avaliação das feridas não

cicatrizadas; avaliação do tipo de enxerto; avaliação das cicatrizes;verificar intercorrências

como prurido, dor, câimbras e formigamentos.

Diante dos sinais e sintomas clínicos da primeira fase após a queimadura, devem-se definir as

metas e os recursos para a intervenção no processo de reparação. Se houve cirurgia, o

fisioterapeuta deve atuar com cautela. Dentre alguns cuidados, destacam-se: evitar manobras

de massagem clássica ou drenagem com movimentos de deslizamentos durante o período de

pelo menos 20 dias (esse período pode variar de acordo com as características da cicatriz);

restringir o uso de radiação ultravioleta, pelo perigo de hiperpigmentação; projetar órteses e

planejar posicionamento dos segmentos acometidos visando a prevenção de contraturas

secundárias; proporcionar um programa de exercícios para prevenir complicações como

flebite, pneumonia e contraturas; orientar o paciente sobre a aparência dos enxertos (violáceo

no início e róseo posteriormente); posicionamento correto dos segmentos; mudanças nos

diferentes decúbitos a cada duas horas; membro queimado deve ser elevado com a finalidade

de melhorar o retorno venosos e linfático, prevenindo a formação de edemas (GUIRRO E

GUIRRO, 2002).

Para DeLisa (2002), no período de assistência aguda, a prevenção de contratura através do

posicionamento apropriado é fundamental para o programa geral. O paciente queimado de

modo óbvio se acha muito desconfortável e busca alívio movendo os membros e o tronco para

uma posição relaxada de modo a remover o estiramento do tecido queimado. Para isso, ele

primariamente flexiona e faz adução dos membros em uma posição de conforto.

Segundo Borges (2006), a fisioterapia articular, funcional e postural envolve exercícios

passivos que auxiliam no retorno venosos e linfático, preservação ou recuperação da

integridade articular, prevenindo a rigidez articular e o encurtamento de tecidos moles,

impedindo aderências e dificultando a atração tecidual: exercícios ativos assistidos; exercícios

ativos: o paciente é estimulado a executar sozinho os movimentos, vencendo a força da

gravidade; exercícios resistidos que atuam no sentido de recuperar e/ou aumentar a força e o

volume muscular, a resistência deve ser progressiva: exercícios isométrico cuja finalidade é

manter massa muscular nesse paciente e é utilizada em regiões enxertadas do 5º ao 8º dia de

pós-cirúrgico; estiramento: técnica utilizada para alongamento de fibras musculares e

estruturas tendinosas com base em fixação do segmento, colaboração do paciente e utilização

de padrões funcionais de movimentos: exercícios de equilíbrio, coordenação e propriocepção;

exercícios para correção postural.

Embora a atividade física possa ser dolorosa para o queimado, o início do exercício deve ser

precoce, pois além da importância da manutenção da amplitude articular, auxilia na sua auto-

estima. A deambulação deve ser iniciada assim que possível. A massagem prévia com

substâncias lubrificantes (parafina ou glicerina) que promovam um aumento da mobilidade

tecidual pode facilitar a execução dos exercícios, que inicialmente são passivos, passando a

ativo assistido e finalmente com resistência progressiva. As órteses para queimados

usualmente visam aplicações estáticas como na prevenção de contraturas, manutenção dos

ganhos obtidos pela cinesioterapia e conservação do segmento em repouso após enxertia

(GUIRRO E GUIRRO, 2002).

Durante a convalescência, um alongamento delicado e constante é mais eficaz do que

movimento múltiplos para alongar o tecido queimado. Antes que o terapeuta inicie um

programa de exercícios, a região a receber o tratamento necessita ser vista após a limpeza:

Page 7: Fisioterapia em individuos queimados

7

caso contrário uma lesão não identificada afetando estruturas poderia ser agravada pelo

programa de exercícios (DELISA, 2002).

Ainda o autor supracitado afirma que existe certa modalidade comumente usada na clínica da

reabilitação que têm se mostrado úteis no tratamento de complicações específicas de

queimaduras.

Conforme Borges (2006) a massagem tem papel fundamental na reabilitação do paciente

queimado. Embora controversa, pode ser utilizada em regiões cicatrizadas, enxertadas ou

áreas doadoras, desde que observado o tipo de cicatriz. Ela tem a finalidade de melhorar a

aparência do plano cicatricial e liberar aderências, tornando-o mais elástico e uniforme. Por

vezes é utilizado corticóide tópico para inibir a hipertrofias segundo prescrição médica, junto

com manobras de pressão, deslizamento e técnicas de liberação miofascial. A existência de

bridas contra-indica o uso destas técnicas, devendo ser corrigidas pelo cirurgião plástico.

As modalidades de massagem utilizadas mais indicadas são: massagem clássica – melhora a

circulação e facilita a penetração de agentes lubrificantes; drenagem linfática –atenua edemas

e linfedemas, principais problemas apontados por ocasião da lesão térmica e / ou nas cirurgias

reparadoras; massagem transversa profunda- rompe as aderências, possibilitando um aumento

na maleabilidade tecidual; massagem reflexa-especificamente as manobras propostas por

Félix Wetterwald que têm como objetivo principal a liberação de aderências, aumento da

circulação e analgesia; a utilização de curativos de silicone gel pode complementar os efeitos

produzidos pela massagem, produzindo uma melhora no aspecto das cicatrizes hipertróficas e

queloideanas; a vacuoterapia também pode completar a massoterapia, pois apresenta uma

ação desfibrosante de grande interesse em cicatrizes aderentes, promovendo seu

remodelamento (GUIRRO E GUIRRO, 2002).

Acredita-se que a massagem transversa descola o tecido cicatricial, mobilizando o tecido

cutâneo do tecido subjacente e agindo para quebrar as aderências. Quando a massagem é

usada junto a exercícios, a cicatriz imatura pode ser alongada com mais facilidade e a

contratura pode ser corrigida. Embora nenhum estudo tenha validado seu uso em pacientes

com lesões por queimaduras, a longo prazo a maleabilidade e a textura da pele parecem

melhorar com o uso da massagem. Cicatrizes firmes rotineiramente massageadas tendem a

amolecer. As beiras ou costuras dos enxertos ou qualquer área que esteja elevada e rígida

podem se beneficiar da massagem. As cicatrizes devem ser massageadas de maneira lenta e

firme, por 5 a 10 minutos, 3 a 6 vezes por dia (O`SULLIVAN E SCHIMITZ, 2004).

DeLisa (2002), afirma que a massagem das feridas cicatrizadas pode melhorar a lubrificação

da pele, diminuir a sensibilidade aumentar a maleabilidade da pele.

Outro ponto importante é que a remodelagem da cicatriz é possível enquanto esta se acha

passando por mudanças internas ativas, como degradação e deposição de colágeno e atividade

mio-fibroblásticas. Assim que a cicatiz da queimadura amadurece, o alongamento da

contratura da pele traz menos benefícios. Em relação a eletroterapia, na estimulação elétrica

se usa uma corrente alternada,pois é útil para tratar aderências de tendões ao tecido cicatricial

subjacente.A corrente alternada bipolar, pulsada ou oscilante, ajudar a reduzir o edema e

aumentar a amplitude de movimento (DELISA, 2002).

A eletroestimulação tem se mostrado eficaz para a regeneração tecidual. Em estudo

comparativo, a microcorrente e o laser (AsGa) se mostraram recursos extremamente eficazes

para a cura de feridas, podendo, portanto serem utilizados para a regeneração tecidual das

feridas causadas pelas queimaduras de primeiro grau. Segundo alguns autores, a

eletroestimulação em alta voltagem também pode ser utilizada em processos cicatriciais,

inclusive de queimaduras superficiais (BORGES, 2006).

Page 8: Fisioterapia em individuos queimados

8

Guirro e Guirro (2002), afirma que na corrente excitomotoras, a ativação elétrica do sistema

neuromuscular produz efeitos terapêuticos, sendo bastante utilizada na recuperação da função

motora perdida ou diminuída. A estimulação elétrica possibilidade um aumento na atividade

muscular, por influenciar as propriedades morfológicas, fisiológicas e bioquímicas,as quais

resultam no aumento de força em indivíduos e são importante para recuperação de músculos

hipotrofiados pelo desuso.

Para DeLisa (2002) o estimulador elétrico transcutâneo é útil para o tratamento de vários

problemas de dor, particularmente aqueles que envolvem o ombro devido ao posicionamento

prolongado ou defeituoso. Sobre a estimulação elétrica transcutânea (TENS), Guirro e Guirro

(2002), propõe a aplicação da TENS durante 20 a 30 minutos,com o objetivo de diminuir a

dor e a tensão dos pacientes com programação de trocas de curativos.

A radiação laser, pode ser utilizada em queimaduras superficiais ou de lesão restrita a derme,

principalmente os laser HeNe (638,8nm) e o InGaIP(670nm), pois apresentam alto poder

regenerativo e podem ser usados em feridas abertas sem que haja contato da caneta laser e o

tecido em regeneração (BORGES, 2006).

Para Andrade e Albuquerque (2010), os primeiros trabalhos com laser de baixa intensidade

foram conduzidos pelo professor Mester, que observou que o laser é capaz de modular

processos biológicos, em particular, estimular processo de regeneração tecidual.

Mello et al. apud Andrade e Albuquerque (2010) confirmam os efeitos positivos da irradiação

com o laser terapêutico, observando que as queimaduras do seu grupo experimental tratadas

pelo método varredura estavam cicatrizadas ao 14° dia, enquanto que as do grupo

experimental tratadas pelo método pontual e as do grupo controle não estavam cicatrizadas.

O ultra-som pode ser utilizado na fase ambulatorial, na dosagem de 1 a 2W/cm2, modo

contínuo, objetivando efeito lítico, atuando na modelagem das fibras colágenas subjacentes à

lesão cicatricial e possui alto poder de regeneração (BORGES, 2006).

Na prática clínica, em pacientes vítimas de queimaduras, a aplicação de ultra-som

normalmente é feita após epitelização completa da lesão com o objetivo de adquirir ou

favorecer um realinhamento do colágeno. Se for usado o ultra-som continuamente em

dosagens de 1 a 2w/cm2, e diretamente sobre a cicatriz durante seis a oito minutos, tal

processo poderá facilitar aumentos na amplitude de movimentos e poderá reduzir a dor

associada à cicatriz. O ultra-som trabalha mais efetivamente se for usado nas cicatrizes com

menos de um ano de idade (JÚNIOR E SERRA, 2006).

6. Cuidados específicos relacionados à pele do indivíduo queimado

A pele queimada apresenta uma gama enorme de alterações, desde comprometimentos

superficiais até os profundos. Quando a camada epidérmica é destruída, nos casos de

queimaduras de 1º grau, a regeneração formará um epitélio idêntico à pele normal, porém,até

a formação de toda as camadas da epiderme e do estrato córneo, esta pele se apresentará

ressecada, com perda transdérmica de água elevada e manto lipídico insuficiente.

Queimaduras mais profundas formarão um tecido morfologicamente e funcionalmente

diferente da pele não-queimada. E apresentará alterações na perda transepidérmica de água,

conteúdo sebáceo e propriedades físicas da pele (JÚNIOR E SERRA, 2006).

A descamação da pele, a desidratação epidérmica deve ser corrigida com o uso de cosméticos

que associem propriedades emolientes a princípios ativos eficazes como uréia, óleos (

amêndoas doces, semente de uva) em proporções de 2 a 10%, segundo alterações observadas

(BORGES, 2006).

Page 9: Fisioterapia em individuos queimados

9

Os princípios de terapia tópica estética em pacientes com sequelas de queimaduras tende a

cresce. A seguir, podemos verificar os fundamentos deste tipo de procedimento que visa à

melhora estética da pele queimada: fotoproteção, redução nos processos

cicatriciais/queloidianos; esfoliação; hidratação/emoliência; aumento na elasticidade; redução

de aderências; melhor textura cutânea. Além disso, deve-se higienizar e tonificar a pele

utilizando produtos que preparam a pele para a aplicação dos princípios ativos, remoção de

células mortas, oleosidade, maquiagem, leve esfoliação para regulagem do pH (JÚNIOR E

SERRA, 2006).

Os cuidados apropriados com a pele requerem a especificação do tipo de sabonete e creme

que o paciente usará. Em geral,o sabonete deve ser suave, sem perfumes ou outros irritantes.

Um sabonete hidratante poderá se usado depois que todas as áreas abertas tiverem

cicatrizadas. Os cremes hidratantes devem ser aplicados 2 a 3 vezes ao dia e não devem conter

perfumes ou uma quantidade significativa de álcool. Os pacientes devem ser instruídos a

espalhar o creme completamente na pele para evitar o acúmulo na superfície. Caso o paciente

se exponha ao sol, um protetor solar fator 15 no mínimo deverá ser usado e reaplicado com

frequência (O`SULLIVAN E SCHIMITZ, 2004).

Pode-se encontrar várias loções que não são irritantes, como hidratantes de aloe

vera,unguento de vitamina E, manteiga de cacau e hidratantes cosméticos tipo base facial (DE

LISA, 2002).

A fotoproteção é indispensável, sendo seu objetivo primordial: minimizar a ocorrência de

interação/efeito pele e radiação ultravioleta, pigmentante direta ou

indireta,eritemática,inflamatória,imunossupressora,alterações microcirculatórias e degerações

oxidativas, sobretudo de membrana celular com comprometimento dérmico acentuado,

carcinogêncio e relacionados ao fotoenvelhecimento (JÚNIOR E SERRA, 2006).

Os pacientes devem ser alertados para evitar o sol o máximo possível e usar chapéus ou

roupas para ajudar a proteger sua pele contra os raios solares.Áreas abertas pequenas e

superficiais podem incomodar o paciente por muitos meses depois do fechamento da ferida

por causa da sua fragilidade após a cicatrização. O paciente deve se instruído a lavar essas

áreas duas vezes ao dia, aplicar uma pequena quantidade de pomada antibiótica e cobrir a

área com curativo antiaderente. Deve-se prevenir irritação ou maceração adicional evitando

forças de cisalhamento, ajuste impróprio das roupas, limpar de forma brusca, ficar tempo

demais dentro da água ou aplicar creme em excesso. O prurido pode se intensificar enquanto

as feridas cicatrizam. O paciente deve ser instruído a dar pequenos tapinhas na área irritada,

ao invés de coçá-la. A aplicação de creme pode ajudar a diminuir o prurido; contudo, alguns

pacientes talvez precisem de um medicamento via oral para ajudar a controlar esse problema

prescrito pelo médico (O`SULLIVAN E SCHIMITZ, 2004).

6.1 Problemas após cicatrização no paciente queimado

Diversos problemas adicionais podem ocorrer após a cicatrização, tais como rachadura na

pele, bolhas, ulceração e reações alérgicas. A pele recém-formada é especialmente frágil, e

mesmo o trauma mais leve, como o que poderia ocorrer com exercícios de alongamento,

pressão das talas e roupas podem causar abrasões e bolhas.

As principais sequelas desenvolvidas durante o período hospitalar são as cicatrizes

hipertróficas, queloides, rigidez articular, contraturas de tecidos moles e/ou articulares. A

cicatrização hipertrófica é a resposta exagerada do tecido de granulação, conduzindo à

reparação tecidual alterada com deposição colagenosa exacerbada. Forma-se a partir daí um

feixe colagenoso rígido e avermelhado de tecido conjuntivo que cresce sobre a superfície de

Page 10: Fisioterapia em individuos queimados

10

uma lesão por queimadura. A contratura é observada após queimaduras graves, podendo

limitar a amplitude dos movimentos das articulações envolvidas. Isso se deve à tendência do

colágeno de se contrair e de reter seu menor comprimento possível ( ALBUQUERQUE E

SILVA, 2010).

No início a cicatriz hipertrófica é prontamente influenciada pelas força compressivas e,

portanto respondem a terapia empregando compressão. Quanto mais cedo o tecido cicatricial

é exposto a pressão, melhor o resultado. Em geral,se a cicatriz tem menos de 6 meses, ela

responderá à terapia compressiva se adequando à pressão, permanecendo plana e na

superfície e não desenvolvendo uma cicatriz hipertrófica. Contudo, se a cicatriz ainda estiver

ativa ou mostrar sinais de vascularização (cor vermelha), a terapia compressiva poderá ter

sucesso mesmo se a cicatriz já tiver 1 ano de idade. Em geral, quando as feridas de um

paciente cicatrizam em menos de 10 a 14 dias, uma indicação de queimadura superficial de

espessura parcial, a pressão talvez não seja necessária. Quanto a cicatrização leva mais de 10

a 14 dias (como em queimaduras profunda de espessura parcial) ou quando é feito enxerto de

pele, a pressão em geral é indicada (O`SULLIVAN E SCHIMITZ, 2004).

A pele queimada, tratando-se de injúrias de 2º e 3º graus requer observação continuada para

que complicações como cicatrização hipertrófica e limitações funcionais sejam avaliadas

conjuntamente com o cirurgião plástico tão logo se manifestem. A hipersensibilidade é queixa

frequente e está relacionada aos processos aos quais esses pacientes foram submetidos como

os desbridamentos, as enxertias, os banhos e curativos diários com retirada dos tecidos

desvitalizados e a fisioterapia contínua, associada ao uso de malha que comprimem o tecido

causa sensações associadas ao desconforto, tipo câimbras, formigamento, prurido e mesmo

dor. Abordagem fisioterapêutica envolve técnicas de dessensibilização com texturas variadas.

Hiposensibilidade é usual em sítios enxertados por um período entre seis a dezoito meses. O

grau de diminuição das sensações pode oscilar, sendo que as bordas têm sua sensibilidade

restaurada antes do epicentro. Esse fenômeno pode ser minimizado com técnicas de

sensibilização por contato de superfícies térmicas e texturas variadas. Os fatos como a

aderências cicatriciais ou dos planos enxertados são corrigidos com a combinação de técnicas

de massoterapia, como deslizamento e liberação miofascial e também com exercícios de

estiramento para alongamento (BORGES, 2006).

O exercício é essencial durante a cicatrização de lesões por dois motivos: primeiro pelo fato

de estimular a circulação e, portanto, aumentar o fornecimento de oxigênio. Segundo, o

exercício promove tensão no tecido, direcionando assim a reestruturação do colágeno. Apesar

dos benefícios, o exercício deve ser controlado, com atenção especial, sendo seu excesso

prejudicial à cicatrização. A tensão excessiva no tecido neoformado pode promover o

rompimento das novas fibras até mesmo sua proliferação em excesso (GUIRRO E GUIRRO,

2002).

Para Urk, Oliveira, Gragnani (2010), o tratamento cirúrgico da queimadura inclui

desbridamentos e cobertura cutânea por autoenxertia de pele parcial das áreas queimadas de

segundo grau profundo e terceiro grau. O desbridamento precoce aparentemente reduz a taxa

de mortalidade em pacientes sem lesão inalatória .

Depois do fechamento da ferida, o enxerto de pele ou a ferida cicatrizada é avascular, plano e

macio. Durante os 3 a 6 meses seguintes, podem ocorrer mudanças notáveis. As áreas recém-

cicatrizadas podem tonar-se elevadas e endurecidas. A pressão tem sido usada com sucesso

para acelerar a maturação da cicatriz e minimizar a formação de cicatriz hipertrófica.Contudo,

nenhum estudo valida o mecanismo pelo qual a pressão altera o tecido cicatricial. A pressão

pode exercer controle sobre a formação de cicatriz hipertrófica por (1) afinamento da derme,

(2) alteração da estrutura bioquímica do tecido cicatricial, (3) diminuição do fluxo sanguíneo

Page 11: Fisioterapia em individuos queimados

11

para a área, (4) reorganização dos feixes de colágeno para a área, (5) diminuição do conteúdo

de água no tecido. Curativo com pressão constante ou peças de vestuários que exercem

pressão acima de 25mmHg diminuirão a vascularização, a quantidade de

muscopolissacarideos e a deposição de colágeno, além de amenizar de forma significativa o

edema localizado (O`SULLIVAN E SCHIMITZ, 2004).

6.2 Vestes compressivas e placa de silicone gel

Podem ser usadas faixas elásticas para prover suporte vascular ao enxertos de pele e aos sítios

doadores, assim como controlar o edema e a formação de cicatrizes. As faixas elásticas devem

ser usadas até que a pele do paciente ou as cicatrizes possam tolerar as forças de cisalhamento

da aplicação de malhar compressivas e as áreas abertas sejam mínimas. As faixas elásticas são

aplicadas em padrão de “8” sobre os membros inferiores. Uma faixa espiral pode ser usada

nos membros superiores e uma faixa circular, no tronco. Uma bandagem elástica autoaderente

pode ser usada para as mãos e os dedos do pé. Essa bandagem adere apenas nela mesma e

pode ser usadas sobre o curativo antes das feridas terem cicatrizado e ajuda a minimizar o

edema e a controlar a formação de cicatrizes, podendo ser usada antes da aplicação de uma

luva (O`SULLIVAN E SCHIMITZ, 2004).

As vestes compressivas são parte do tratamento ambulatorial das queimaduras profundas de

2º e 3º graus, têm por finalidades exercer pressão contínua sobre as áreas cicatrizadas e

enxertadas, de forma a manter o tecido cicatricial elástico e homogêneo, prevenindo a

hipertrofia cicatricial (BORGES, 2006).

Várias empresas fabricam malhas compressivas. Algumas estão disponíveis em pronta entrega

e vêm diversos tamanhos que servem para a maioria do pacientes; outras são feitas sob

medida para cada paciente. Para as malhas sob medida, o fisioterapeuta usa uma fita métrica

para determinar a circunferência do membro a cada 38mm de extensão para que cada malha

fique justa no membro e com a pressão apropriada. É feita a medição para a fabricação das

malhas quando o paciente tem apenas poucas áreas abertas remanecescentes.Elas são bem

apertadas e difíceis de colocar, mas a pressão é necessária para prevenir a formação de

cicatrizes hipertróficas. Podem ser encomendadas malhas para qualquer parte do corpo, ou

para todas elas, incluindo a face e a cabeça,e podem se encontradas em muitos estilos,opções

e cores. As malhas podem ser vestidas quando a pele ou cicatriz puderem tolerar a força de

cisalhamento da aplicação. Uma meia-calça pode ser usada sob malhas compressivas na altura

da cintura para ajudar na colocação (O`SULLIVAN E SCHIMITZ, 2004).

A atuação do fisioterapeuta deverá se direcionar para prescrever, quando necessário o tipo e

modelo de vestes compressivas, checar tamanho, modelo, ajustamentos e compressão; vestir

junto com o paciente ou acompanhante, orientando quanto à melhor maneira de fazê-lo;

orientar e observar o aspecto da higiene do cliente e da malha, orientar quanto à necessidade

de uso contínuo, observar ganhos ou estabilização da área cicatricial, prescrever placas de

silicone, observar estabilização dos ganhos, planejar alta do uso da veste compressiva junto

com o cirurgião plástico (BORGES,2006).

As malhas em geral são usadas 23 horas por dia (removidas para o banho) por até 12 a 18

meses para assistir no remodelamento da cicatriz. Essas peças podem se lavadas diariamente a

fim de impedir o acúmulo de suor e cremes hidratantes que podem levar a maceração da

cicatriz. Em geral, o paciente recebe dois conjuntos de malhas, um para usar enquanto o outro

está sendo lavado após o uso. Em superfícies côncavas, como o esterno e as axilas, a pressão

adequada pode ser difícil de produzir com faixas elásticas ou malhas compressivas, podendo

se necessário o uso de um calço. Os calços podem ser feitos de muitos materiais incluindo

Page 12: Fisioterapia em individuos queimados

12

espuma, elastômero de silicone, massa de elastômero e bolsas de gel. Esses itens precisam se

removidos e limpos regularmente para prevenir a maceração do tecido subjacente. A

aplicação precoce e consistente de pressão resulta em cicatrizes planas, maleáveis,

dessensibilizadas e protegidas, produzindo alívio do prurido. A pressão necessária até a

maturação da cicatriz, quando apresenta uma aparência pálida, plana e macia (O`SULLIVAN

E SCHIMITZ, 2004).

O silicone utilizado para o tratamento das cicatrizes de queimaduras se apresenta como gel

sólido e constitui produto não-medicamentoso, atóxico, hipoalérgico e lavável. Dispostos em

placas, puras ou revestidas com tecido, recortáveis para melhor adaptção. Tem-se visto que o

contato do gel sólido com a pele lesada (após cicatrização) prevenir a formação fibrótica e

acelera a reabsorção das cicatrizes hipertróficas quando conciliado ao tratamento pressórico,

sob malha compressiva. O tempo de uso recomendado é de seis a oito horas por dia, podendo

chegar a 12 horas por dia. Alguns cuidados específicos devem ser tomados, tais como não

perfurar o silicone, lavá-lo com água corrente e sabão neutro, e polvilhar talco despois de

seco.O ideal é começar o tratamento com um plano de horas de uso progressivo para evitar

reações cutâneas como dermatite de contato ( JÚNIOR E SERRA, 2006).

6.3 Maquiagem para camuflagem

Para cicatrizes de face, pescoço e mãos pode ser usada maquiagem de camuflagem. Esse tipo

de maquiagem pode ser útil quando uma pessoa tem hiperpigmentação ou hipopigmentação

da pele decorrente da lesão por queimaduras. Além disso, a maquiagem pode ser usada antes

da maturação da cicatriz,quando ela ainda está vermelha e o paciente deseja sair em público

sem as malhas ou dispositivos compressivos por curtos períodos de tempo. Os cosméticos

são opacos, corrigem a cor das cicatrizes e estão disponíveis em múltiplas tonalidades para

acomodar várias cores de pele. São também à prova d’água e podem se usados durante todas

as atividades. Esses produtos podem ser comprados em lojas de departamento ou em lojas que

vendem artigos para teatro (O`SULLIVAN E SCHIMITZ, 2004).

6.4 Produtos naturais no tratamento de queimaduras

Segundo Ferreira et al. (2003) no tratamento de queimaduras, utiliza-se o mel e a papaína.O

mel promove a cicatrização. As substâncias contendo açúcar, como mel e derivados da cana-

de-açúcar, vêm sendo usadas há vários anos no tratamento de lesões de pele com excelentes

resultados clínicos. Considera-se que propicia os seguintes efeitos: rápida diminuição da

congestão passiva e do edema locais, estímulo da epitelização e granulação tissular e ação

antibacteriana. O mel inibe o crescimento de cepas gram-negativas e gram-positivas, devido

ao baixo pH, e promove uma barreira viscosa que impede a invasão de microorganismos, bem

como a perda de fluidos das lesões. Também, contém enzimas como a catalase, que auxilia no

processo de cicatrização. Promove efeito osmótico suficiente para inibir o crescimento

microbiano e, quando diluído, produz peróxido de hidrogênio, que é um agente

antimicrobiano.

Outro agente tópico utilizado é a papaína, que é um complexo de enzimas proteolíticas,

retirado do látex do mamão papaia (Carica papaya), cujo sítio ativo é portador de um radical

sulfidrila (SH), tornando-se difícil sua associação com outro recurso terapêutico, visto que ela

sofre oxidação pela substituição do enxofre, por derivados de ferro, oxigênio e iodo. Seu

mecanismo de ação ocorre através da dissociação das moléculas de proteína, resultando em

desbridamento químico, por ser uma enzima de fácil deterioração, deve ser sempre mantida

em lugar fresco, seco, ventilado e protegido da luz. O carvão ativado, outro agente muito

Page 13: Fisioterapia em individuos queimados

13

utilizado em feridas infectadas, tem a ação de absorver o exsudato da lesão e diminuir seu

odor fétido (FERREIRA et al. 2003).

7. Acompanhamento do paciente queimado

Antes que o paciente receba alta hospitalar o fisioterapeuta deve fornecer informações sobre

um programa de exercícios domiciliares (PED), uso de órteses e programa de posicionamento,

assim como os cuidados com a pele. O PED deve continuar salientando exercícios frequentes

de amplitude de movimento em combinação com massagem. Além disso, os pacientes devem

ser encorajados a fazer as atividades de vida diária do modo mais independente possível

(O`SULLIVAN E SCHIMITZ,2004).

Ainda segundo o autor citado acima, o fisioterapeuta pode filmar o programa de exercícios

do paciente para que ele, sua família e o terapeuta que fará o atendimento ambulatorial vejam

o padrão atual de amplitude de movimento e os movimentos usados em cada exercício.Um

vídeo facilita a educação das pessoas envolvidas no programa de reabilitação do paciente e

ajuda a assegurar um tratamento coerente após a alta. O esquema de uso de órteses e o

programa de compressão no hospital um pouco antes da alta do paciente devem ser

continuados em casa. Antes da alta, o paciente, os membros da família e/ou cuidadores devem

ser capazes de aplicar e remover todas as órteses e dispositivos de compressão de modo

independente.

8. Prevenção de queimaduras

Queimadura é um trauma de grande complexidade, de difícil tratamento, com alta taxa de

morbidade e mortalidade em todo o mundo, afetando mais de um milhão de pacientes ao ano,

e que poderia ser evitado por campanhas de prevenção e divulgação de informações à

população (GRAGNANI E FERREIRA, 2009).

A prevenção é a arma mais importante para diminuir o número de acidentes e mortes

relacionados às queimaduras. A divulgação de medidas preventivas e orientação da população

por meio de campanhas educacionais é fundamental e de responsabilidade das equipes de

saúde e do poder público (TAKEJIMA, 2011).

Para Rossi (2003), algumas situações que oferecem riscos para acidentes por queimaduras são

conhecidas, como, por exemplo, a manipulação de líquidos superaquecidos, produtos

químicos e/ou inflamáveis, metais aquecidos, o uso de fogões improvisados na presença de

crianças, e a manipulação de panelas no fogão, com o cabo para fora, de tomadas elétricas, e

de fios desencapados ao alcance de crianças. Entretanto, necessitamos conhecer como os

acidentes ocorrem para que os programas possam ser elaborados a partir da perspectiva dos

pacientes portadores de queimaduras e de seus familiares. Acreditamos que a implementação

de programas educativos poderia reduzir a incidência de queimaduras.

Para VALE (2005) as campanhas educativas para serem mais eficazes devem se focar em

dados epidemiológicos seguros que identifiquem causas específicas de queimaduras e

respectivas populações de risco, as quais devem ser periodicamente dirigidas.

9. Metodologia

A pesquisa realizada é uma revisão bibliográfica, baseada nos livros, nas publicação e

produção científica em bancos de dados oficiais,como Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),

MEDLINE, SciELO.

Page 14: Fisioterapia em individuos queimados

14

10. Discussão

Como observado no levantamento apresentado a destruição dérmica da pele causa uma

cadeia de eventos que podem ser classificadas como locais e sistêmicos. A quantidade de

tecido destruído depende das relações locais e sistêmicas causadas pelos calor, duração,

intensidade da exposição térmica e pelas características da área queimada (TOLEDO, 2003).

A literatura pesquisada aponta que é essencial intervir precocemente no processo cicatricial

do paciente queimado, de modo a evitar complicações inerentes de uma hospitalização

prolongada e diminuir o comprometimento estético e funcional.

Ainda os autores Guirro e Guirro (2002) e Borges (2006) afirmam que através da avaliação

consegue-se coletar informações acerca do estado geral e particular do paciente queimado e

que irão dirigir,de forma específica,as modalidades terapêuticas implementadas.

Na visão de Borges (2006), a abordagem fisioterapêutica do paciente queimado tem dois

fundamentos primordiais: avaliação do potencial de sequela da injúria térmica e avaliação da

condição psicossocial do indivíduo.Esses dois pólos são necessários para que se estabeleça

uma relação terapêutica de colaboração e envolvimento do paciente em sua reabilitação.

O fisioterapeuta gastará um bom tempo com cada paciente durante cada sessão de

exercícios.As recompensas de um programa de tratamento bem-sucedido são enormes quando

um paciente que sofreu uma queimadura potencialmente fatal é capaz de sair andando do

hospital e retornar para um desenvolvimento produtivo na comunidade.Sendo assim na

abordagem fisioterapeutica,o processo de reabilitação compreende várias etapas onde a meta é

o restabelecimento funcional e social do paciente.

Sobre os cuidados com a pele, Junior e Serra (2006), O`Sullivan e Schimitz(2004),explicam

que para melhorar a estética da pele queimada a fotoproteção é indispensável. Deve-se

hidratar a pele, melhorar a elasticidade,diminuir as aderências e melhorar a textura cutânea.

Além disso, deve-se higienizar e tonificar a pele utilizando produtos que preparam a pele para

a aplicação dos princípios ativos, remoção de células mortas, oleosidade, maquiagem, leve

esfoliação para regulagem do pH. O sabonete deve ser suave, sem perfumes ou outros

irritantes. Um sabonete hidratante poderá se usado depois que todas as áreas abertas tiverem

cicatrizadas.Os cremes hidratantes devem ser aplicados 2 a 3 vezes ao dia e não devem conter

perfumes ou uma quantidade significativa de álcool.

A abordagem fisioterapêutica do paciente queimado envolve desde a fase de internação e

deve ser precoce e contínua. A atuação de uma equipe multidisciplinar se faz necessária para

alcançar os melhores resultados.

11. Conclusão

A abordagem fisioterapêutica ao paciente queimado é essencial para a reabilitação mais

rápidas e com mínimas sequelas. Neste estudo, percebeu-se que a avaliação por meio da

fisioterapia visa direcionar as decisões para que seja determinado os recursos que podem ser

utilizados. Durante este processo de recuperação, a Fisioterapia utiliza-se de vários métodos e

técnicas terapêuticas, sendo as principais condutas a cinesioterapia, que faz uso do movimento

e de exercícios terapêuticos, e a massoterapia, que utiliza como recurso terapêutico técnicas

de massagem.

As metas e resultados da fisioterapia precisam ser cuidadosamente individualizados para

favorecer a cicatrização da ferida e dos tecidos moles;reduzir o risco de infecção e

Page 15: Fisioterapia em individuos queimados

15

complicações;reduzir o risco de comprometimentos secundários;obter a amplitude de

movimento máxima;resturar o nível pré-lesão de resistência carviovascular;obter força boa a

normal;obter deambulação independete;aumentar a função independente;minimizar a

formação de cicatrizes;aumentar a compreensão do paciente,da família e dos cuidadores

acerca da perspectiva,metas e resultados.

Espera-se que esse trabalho estimule a elaboração de mais pesquisas sobre atuação do

fisioterapeuta em pacientes queimados.

Referências

ANDRADE, Alexsandre G; LIMA, Cláudia F; ALBUQUERQUE, Ana Karlla B. Efeitos do

laser terapêutico no processo de cicatrização das queimaduras: uma revisão

bibliográfica. Rev Bras Queimaduras. 2010.

ALBUQUERQUE, Monique Lannes L; SILVA, Guilherme F; DINIZ, Denise

SM;FIGUEIREDO, Alessandra MF; CÂMARA Teresa MS; BASTOS, Vasco PD. Análise

dos pacientes queimados com sequelas motoras em um hospital de referência na cidade

de Fortaleza-CE. Rev Bras Queimaduras.

AZULAY, Rubem David; AZULAY, David Rubem. Dermatologia. 4.ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan,2006.

BORGES, Fábio dos Santos. Dermato-Funcional: modalidades terapêuticas nas

disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006.

DELISA, Joel A. Tratado de medicina de reabilitação. Princípios e Práticas. 3. ed. São

Paulo: Manole, 2002.v.2.

FERREIRA, Enéas et al . Curativo do paciente queimado: uma revisão de literatura. Rev.

esc. enferm. USP, São Paulo, v. 37, n. 1, mar. 2003 . Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-

62342003000100006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 03 dez. 2011.

GOMES, Dino Roberto; SERRA, Maria Cristina; JUNIOR, Luiz Macieira Guimarães.

Condutas Atuais em Queimaduras. Rio de Janeiro: Revinter, 2001.

GRAGNANI, Alfredo; FERREIRA, Lydia Massaco. Pesquisa em queimaduras. Rev Bras

Queimaduras. 2009.

JÚNIOR, Edmar Maciel Lima; SERRA,Maria Cristina do Valle Freitas.Tratado de

Queimaduras. São Paulo: Atheneu, 2006.

KEDE, Maria Paulina Vilarejo; SABATOVICH, Oleg. Dermatologia estética.São Paulo:

Atheneu, 2004).

PALASTANGA, Nigel; FIELD, Derek.; SOAMES, Roger. Anatomia e Movimento

Humano. Estrutura e Função.3.ed.São Paulo:Manole, 2000.

Page 16: Fisioterapia em individuos queimados

16

O`SULLIVAN, Susan B, SCHIMITZ, Thomas J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 4ed.

São Paulo: Manole,2004.

ROCHA, Carolina de Lourdes J. V. Abordagem Fisioterapêutica do Paciente Queimado.

Revista Interdisciplinar de Estudos Experimentais, v. 2, n. 2, p. 52- 56, 2010.

ROSSI, Lídia Aparecida et al . Prevenção de queimaduras: percepção de pacientes e de

seus familiares. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 11, n. 1, Feb. 2003 .

Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

11692003000100006&lng=en&nrm=iso>. access on 5 Dec. 2011.

SILVA, Regina Maria Araújo; CASTILHOS, Ana Paula Lourenço. A identificação de

diagnósticos de enfermagem em paciente considerado grande queimado: um facilitador

para implementação das ações de enfermagem. Rev Bras Queimaduras. 2010.

SILVA, Ana Karoline C; NETA, Francelina Cunha A; BESSA, Milla Soanérgenes H. O

brincar como meio de intervenção terapêutica ocupacional na preparação de crianças

para a balneoterapia. Rev Bras Queimaduras. 2010.

TOLEDO, Paula Nunes. Queimados. Coleção CEFAC.Centro de Especialização em

fonoaudiologia clínica. Conhecimentos essenciais para atender bem os paciente. Editora

Pulso. São José dos Campos: Pulso, 2003.

TORTORA,Gerard J.Corpo Humano:fundamentos de anatomia e fisiologia.6.ed.Porto

Alegre: Artmed,2006.

URK, Lauren K; OLIVEIRA, Andréa F; GRAGNANI, Alfredo; FERREIRA,Lydia M.

Evidências no tratamento de queimaduras. Rev Bras Queimaduras. 2010.

TAKEJIMA, Milka L, et al. Prevenção de queimaduras: avaliação do conhecimento sobre

prevenção de queimaduras em usuários das unidades de saúde de Curitiba. Rev Bras

Queimaduras. 2011.

VALE, Everton. Primeiro atendimento em queimaduras: a abordagem do

dermatologista. An Bras Dermatol. 2005.