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  • FISIOLOGIA VEGETAL E MANEJO DAS PASTAGENS

    Prof.: Domicio do Nascimento Jr.

    Aluna: Fernanda Cipriano Rocha

    INTRODUO

    A produo forrageira se baseia na transformao de energia solar em compostos orgnicospela fotossntese, onde o carbono do dixido de carbono (CO2) na atmosfera combinado

    com gua e convertido em carboidratos com a utilizao da energia solar. Segundo PEREIRAet al. (1998), as plantas forrageiras so extremamente responsivas s variaes ambientais,componentes do clima, solo, e at mesmo do manejo a elas imposto, uma vez que o manejopode ser entendido como a manipulao do meio atravs do emprego de um conjunto detcnicas agronmicas.

    H uma grande paradoxo no manejo das pastagens: atender as exigncias nutricionais dosanimais e as exigncias fisiolgicas das plantas, para que a produo no seja afetada. Issoquer dizer que os animais precisam consumir forragem de alta qualidade para atingir osnveis de produo desejados e as plantas dependem dessas folhas para manter sua eficinciafotossinttica, j que as folhas novas so mais nutritivas e mais ativas fotossinteticamente.

    Segundo NASCIMENTO JNIOR (1986), os fracassos quanto persistncia de plantasforrageiras so possivelmente, devido a no observncia do comportamento fisiolgico dasespcies em uso.

    Trabalhos citados por CORSI e NASCIMENTO JNIOR, 1994, demostram que seconsiderarmos a pastagem como uma comunidade onde a produtividade depende de umequilbrio entre a fonte fotossinttica (dimenso de IAF e eficincia fotossinttica dos estratosfoliares) e a existncia de drenos metablicos (perfilhamento, extenso de rea foliar,alongamento de folhas e de haste), h condies para se explorar maior produtividadeatravs do manejo e do melhoramento gentico.

    FOTOSSNTESE

    A produo fotossinttica bruta dos vegetais dependem de fatores externos como:concentrao de CO2 e O2, disponibilidade de gua e de nutrientes, temperatura e luz e

    internos: dimenso, forma, disposio arquitetnica, idade e contedo de pigmentos dasfolhas e tipo de ciclo de fixao de CO2.

    Gramneas tropicais possuem ciclo de fixao de CO2 conhecido como C4, j as gramneas

    temperadas, leguminosas tropicais e temperadas possuem ciclo C3. Em ambas o local de

    fixao do CO2 nos cloroplastos das clulas do mesfilo foliar.

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  • O quadro 1 ilustra algumas diferenas entre plantas C3 e C4:

    Caracterstica Plantas "C3" Plantas "C4"

    1 produto c. 3-fosfoglicrico - 3 carb c. oxaloactico 4 carb

    Pto compensao CO2 Alto Baixo

    T tima para fotos. 20-25 30-35

    Anatomia Kranz Ausente Presente

    Efeito do O2 na fotos. Inibio sem efeito

    Eficincia no uso H2O Baixa Alta

    Fotos. vs intensidade deluminosa

    Satura em 1/3 da luz solarmxima

    no atinge a saturaocom aumento daintensidade luminosa

    LUZ

    O efeito de radiao o determinante bsico do crescimento das plantas atravs dos seusefeitos sobre a fotossntese e outros processos fisiolgicos, como a transpirao e a absorode nutrientes.

    A absoro e a utilizao fotossinttica da energia radiante pela comunidade vegetal estorelacionadas com a quantidade de energia recebida pelas folhas de forma individual, e pelasplantas como um todo. Num determinado instante os elementos fotossintticos dacomunidade de plantas compreendem uma srie de estruturas de diferentes idades que estosujeitas no somente aos efeitos do clima, mas tambm a outras restries do ambiente,como o sombreamento, que aumenta com o desenvolvimento da pastagem. Muito emboraaltas taxas de fotossntese possam ser observadas numa folha individualmente, o uso maiseficiente da energia atingido pela planta como um todo (RODRIGUES el al., 1987).

    Espcies C3 saturam-se de luz em intensidades luminosas mais baixas do que espcies C4.

    Respostas de plantas radiao podem ser divididas entre aquelas relativas qualidade,densidade ou durao.

    A radiao solar interfere no crescimento ainda pela variao estacional que ocorre durante oano.

    Em competio por luz haver tolerncia ao sombreamento ou maior capacidade emsombrear plantas vizinhas. A maioria das plantas forrageiras tropicais, so plantas de sol eno apresentam tolerncia desenvolvida ao sombreamento, devendo apresentar reduo nocrescimento nessas condies.

    A fotossntese pode ser vista em funo do tamanho do sistema fotossinttico e da eficinciada unidade de superfcie verde. Assim, na pastagem, as caractersticas da arquitetura foliar da

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  • comunidade vegetal determinam a quantidade de luz interceptada por unidade de rea foliar,o que resulta em coeficiente de extino em condies de sombreamento (RODRIGUES et al.,1993).

    A capacidade fotossinttica de folhas sombreadas menor que a observada em folhas ao sol;plantas C4 tem sua capacidade fotossinttica reduzida nessas condies.

    TEMPERATURA

    As vias metablicas so catalisadas por enzimas, que tem sua ao afetada pela temperatura.Com isso taxas de crescimento e acmulo de matria seca, alm de diversos outros processosiro variar com a variao da temperatura durante o dia.

    Segundo PEDREIRA et al. (1998), idealmente, as temperaturas durante o dia devem sertimas para fotossntese e o acmulo lquido de forragem enquanto que, noite, astemperaturas mais baixas conservariam energia atravs da reduo do metabolismorespiratrio. A temperatura "tima" depende do estdio de desenvolvimento da planta (maisbaixa para crescimento vegetativo do que para reprodutivo) bem como da parte da plantaconsiderada (mais baixa para sistema radicular do que para parte area.

    A temperatura afeta a produo de forragem atravs de seu efeito sobre os processos dediviso (mitose) e expanso celular. Esse efeito varia com a espcie e o hbito decrescimento.

    O crescimento , em geral, mais sensvel s temperaturas baixas do que a fotossntese, o quepode permitir o acmulo de fotoassimilados em rgos de reserva quando o crescimento reduzido. A respirao extremamente responsiva temperatura e temperaturas altas podemrestringir o acmulo de reservas, taxas de crescimento, acmulo de forragem e a prpriasobrevivncia da planta forrageira (PEDREIRA et al., 1998).

    A baixa capacidade de aclimatao em gramneas tropicais pode ser devida suaincapacidade de produzir novas folhas em baixas temperaturas. Na verdade, o potencial deproduo mais elevado apresentado pelas espcies C4 em baixa latitude praticamente

    eliminado entre 40 e 50 de latitude (RODRIGUES & RODRIGUES, 1989).

    GUA

    Uma grande quantidade de gua passa pela planta durante a estao de crescimento esomente uma frao muito pequena usada no processo metablico. A gua perdida pelatranspirao para a atmosfera, atravs dos estmatos (SMITH, 1975).

    A necessidade de gua varia entre as espcies e de acordo com as condies climticas eedficas. Radiao solar, temperatura do ar, umidade relativa e velocidade do vento sofatores que afetam a perda de gua pela planta.

    A produo de carboidratos solveis pela fotossntese e a translocao desses carboidratos naplanta sob estresse hdrico esto na dependncia, respectivamente, da abertura e fechamentodos estmatos e da atividade dos drenos metablicos (NASCIMENTO JNIOR el al, 1986).

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  • Numa situao de recursos escassos (gua e nitrognio), a limitao do crescimento areoconstitui uma "economia" que, traduzindo-se por maior utilizao do carbono o crescimentoradical, permite e a populao realizar melhor explorao dos recursos mais limitastes domeio.

    NDICE DE REA FOLIAR

    A taxa de crescimento forrageiro uma funo do ndice de rea Foliar e a eficinciafotossinttica das folhas. Ele aumenta com a idade da planta, que ter maior capacidade deinterceptar a luz incidente.

    A fotossntese e o potencial de crescimento mximo so atingidos quando h folhas emnmero suficiente para interceptar cerca de 90% da luz incidente (menos de 10% da energiaradiante alcana a superfcie do solo), mas levando-se em conta que todos os outros fatoresde crescimento para planta so favorveis. Neste caso considera-se o ndice de rea Foliar"timo".

    O ndice de rea Foliar "crtico", quando 95% da luz incidente interceptada. No ndice derea Foliar "teto", a taxa de formao de folhas novas igual a de morte das folhas inferiores(GOMIDE, 1994).

    Se o ndice de rea Foliar aumentar muito, a produo de matria seca no acompanharporque haver grande quantidade de folhas basais sombreadas e folhas velhas que seromenos eficiente fotossinteticamente, com isso a produo animal ser afetada. Com issov-se a importncia do pastejo, retirando folhas velhas, perfilhos maduros e material mortopara melhorar a penetrao de luz at a superfcie do solo, estimulando o aparecimento denovos perfilhos.

    O nvel de eficincia fotossinttica de folhas novas est na dependncia do ambiente em queelas se desenvolvem. Se a pastagem constituda de espcie forrageira com hbito decrescimento prostrado, o desenvolvimento de folhas novas ocorrer em um ambiente debaixa intensidade luminosa, o mesmo acontecendo para as folhas de perfilhos que iniciam ocrescimento da base de touceiras de espcie com hbito de crescimento cespitoso.

    RESERVAS ORGNICAS x IAF

    Segundo CARNEIRO, 1997, os determinantes fisiolgicos do crescimento de plantas eacmulo de forragem em pastagens, onde rea foliar removida a intervalos, contrasta comos das culturas anuais onde rgos especficos (na maioria dos casos o "dreno" principal) socolhidas ao final do ciclo da planta. Em pastagens, devido ao fato de que folhas operam tantocom "fontes" como "drenos", a desfolha resulta num perodo onde o crescimento e acmuloso limitados pelo suprimento de fotoassimilados, embora a severidade dessa limitaodependa da espcie e da intensidade de desfolhao.

    Os responsveis pelo incio da rebrotao aps o corte so as reservas orgnicas e o ndicede rea Foliar remanescente. Para gramneas tropicais os efeitos das reservas maisimportante quando os cortes so mais drsticos, com a conseqente reduo da rea foliarremanescente. De modo geral, logo que a planta inicia a rebrotao e h aumento do IAF, asreservas no atuam mais como energia de rebrotao e passam novamente a ser

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  • acumuladas.

    Nas gramneas tropicais o amido o principal constituinte dos carboidratos solveis ou dasreservas orgnicas

    Para ZIMMER et al., 1988, o efeito das reservas orgnicas na rebrotao pode, em parte, sercompensada por uma boa rea foliar remanescente, resultante de cortes ou pastejos menosdrsticos que possibilitaro o reinicio de crescimento da pastagem.

    O ndice de rea Foliar que a relao entre a superfcie de todas as folhas presentes emuma determinada rea da pastagem, segundo PETERSON, 1970, um atributo estreitamenterelacionado com o manejo da pastagem e com a capacidade potencial de rebrotao daforrageira. Cabe ressaltar que valores baixos de IAF indicam uma relvado pouco densoenquanto que, alto indicam um relvado denso. Para cada espcie forrageira e condies decrescimento existe um ndice de rea Foliar que promove um nvel timo de crescimento,pois este possibilita um mxima interceptao da luz e uma melhor taxa de fotossntese.

    O progressivo aumento de folhas por perfilho e de perfilhos por planta determina o aumentodo ndice de rea Foliar do relvado e, ento, o rendimento forrageiro, via crescentepercentual de intercepo e captura de energia luminosa (BROUGHAM citado por GOMIDE,1997).

    RELAO FOLHA/CAULE

    O consumo de forragem pelo animal em pastejo depende no apenas da composiobromatolgica do pasto, mas tambm das caractersticas estruturais da vegetao comorelao folha : caule, altura, densidade, disponibilidade de pasto.

    A relao folha : caule uma varivel de grande importncia para a nutrio animal e para omanejo das plantas forrageiras. A alta relao folha : caule representa forragem de maiorteor de protena, digestibilidade e consumo. Tambm confere a gramnea melhor adaptaoao pastejo ou tolerncia ao corte, por representar um momento de desenvolvimentofenolgica, em que os meristemas apicais se apresentam mais prximos ao solo, e portanto,menos vulnerveis `a destruio (PINTO et al., 1994).

    DEINUM et al., citados por ZIMMER et al. (1988), observaram que a percentagem de folhas,em B. ruziziensis est relacionada com o peso e idade dos perfilhos. Perfilhos mais velhos edesenvolvidos possuem menor percentagem de folhas, ou seja, a relao F/C diminui medida que a rebrotao envelhece. Perfilhos jovens apresentam cerca de 8% mais folhas doque os perfilhos velhos. A percentagem de folhas variou de 73% para 47% quando arebrotao passava de 2 para 5 semanas de idade, bem como havia uma reduo no teor dePB e aumento no teor de fibra bruta.

    Os mesmos autores observaram que temperaturas mais elevadas tambm tendem a reduzir apercentagem de folhas. A intensidade luminosa por si s no afetou a percentagem de folhas,mas esta interage com a idade da planta. A alta intensidade luminosa proporcionou maiorpercentagem de folhas com rebrote de 2 semanas do que a rebrota de 5 semanas. Tambmocorre um interao entre intensidade luminosa e temperatura. A maior intensidade luminosacom o menor temperatura resulta em menor percentagem de folhas, j a mentor intensidade

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  • luminosa associada a maior temperatura resulta em maior percentagem de folhas.

    PERFILHAMENTO

    A produo contnua de novos perfilhos, para reposio daqueles que morreram, um fatorchave na persistncia de gramneas perenes. Gramneas anuais revelam menor persistnciaporque no apresentam perfilhamento aps o florescimento (FAVORETTO, 1993).

    Um elevado nmero de gemas de rebrota prximas ao solo assegura maior capacidade derebrotao da planta tanto sob cortes quanto de manejo intenso. Plantas com as gemas maisprximas ao solo toleram utilizao mais intensa e se recuperam com facilidade. Por outrolado, plantas com gemas situadas mais longe do solo devem ser utilizadas com mismoderao pois cortes ou pastejos intensivos podero comprometer sua capacidade derebrotao (ZIMMER et al., 1988).

    Segundo GOMIDE, o perfilhamento da forrageira favorecido sob condies de altaintensidade luminosa e temperaturas no elevadas favorecem o acmulo de fotoassimiladosnas plantas disponibilidade de nitrognio, assim como por fatores de manejo, como cortesaltos, que preservem o rgo de reserva da planta e o momento mais adequado para corte.

    Para ZIMMER et al., 1993, a presena de gemas no , por si s garantia para a rebrotao ecrescimento da planta; faz-se necessrio que estas gemas tenham condies de sedesenvolver, produzir perfilhos e consequentemente, boa massa de forragem.

    Se a pastagem manejada de forma que haja competio entre os perfilhos, o peso doperfilho que determinar a produo da planta. Peso e nmero de perfilhos por planta socorrelacionados negativamente.

    Segundo BROUGHAM citado por GOMIDE, 1997, o progressivo aumento de folhas porperfilho e de perfilhos por planta determina o aumento do ndice de rea Foliar do relvado e,ento, o rendimento forrageiro, via crescente percentual de intercepo e captura da radiaoluminosa.

    medida que avana a idade, h tendncia de aumentar o nmero de perfilhos.

    Para GOMIDE (1997), o nmero de folhas verdes por perfilho razoavelmente constante,conforme o gentipo, condies de meio e manejo. A estabilizao do nmero de folhas porperfilhos e de perfilhos por plantas constitui-se em ndice objetivo para orientar o manejo dasforrageiras com vistas a maximizar a eficincia de colheita sob sistema de corte ou pastejorotacionado, prevenido perdas de folhas por senescncia.

    O comportamento da planta forrageira com relao ao perfilhamento pode explicar a respostadas plantas a nveis de adubaes, efeito da poca, da freqncia e intervalo entre corte(CORSI e NASCIMENTO JNIOR, 1994)

    O manejo utilizado influncia a produtividade da planta forrageira. Segundo CORSI eNASCIMENTO JNIOR (1994), quando os cortes so freqentes e baixos, as plantas devemapresentar perfilhamento abundante, hbito prostado de crescimento e elevado ritmo deexpanso de rea foliar a fim de que, logo aps o corte, ocorra a maior interceptao de luz.

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  • Essas caractersticas proporcionariam rpidos aumento na fotossntese e ofereceriamresistncia `invaso de plantas indesejveis atravs de competio por luz e outros fatores decrescimento, como gua e nutrientes. A densidade de perfilhamento aumenta em decorrnciade cortes freqentes mas no severos, e a seleo de plantas para combinar elevadadensidade e peso de perfilhamento tem sido possvel permitindo aumentos na produtividade.

    O aparecimento e alongamento de folhas so dois processos fisiolgicos determinantes dopeso do perfilho.

    As taxas de aparecimento e alongamento de folha e a durao de vida das folhas constituemos fatores morfognicos do perfilho que, sob a ao do ambiente, com luz, temperatura,gua e nutrientes determinam as caractersticas estruturais do relvado, nmero e tamanhodas folhas e densidade de perfilhos, responsveis pelo ndice de rea foliar do relvado,(GOMIDE, 1997). O IAF influenciado pelo manejo influncia o nmero de perfilhos e oalongamento foliar.

    DESFOLHAO

    Os efeitos da desfolhao podem variar de acordo com a freqncia, intensidade,uniformidade e poca em que ocorre. O estgio de desenvolvimento que a planta forrageiraencontra-se tambm importante.

    Os carboidratos que so produzidos so armazenados na base do colmo ou na raiz, quandoh excesso de produo fotossinttica. Esse carboidrato ser utilizado pela planta aps adesfolhao para reconstituir a rea foliar.

    A rea foliar remanescente aps a desfolhao assume importncia para aumentar o vigor darebrotao devido imediata produo de carboidratos pela fotossntese, proporcionando planta menor tempo de dependncia sobre o nvel de carboidratos de reserva para suarecuperao (CORSI e NASCIMENTO JNIOR, 1994).

    Aps a desfolha, a capacidade fotossinttica do dossel depende da quantidade e do potencialfotossinttica do tecido remanescente. Aps a desfolha de um dossel com alto ndice de reaFoliar, esse potencial reduzido devido s baixas intensidades luminosas experimentadaspelas folhas remanescentes, antes da desfolha (WOLEDGE, citados por SILVA et al., 1997). Oque se segue um perodo em que a fotossntese por unidade de IAF aumenta, emdecorrncia da adaptao das folhas velhas e da produo de novas folhas (PARSONS,citados por SILVA et al., 1997). Isso demostra que uma relao simples entre IAF efotossntese do dossel no existe.

    Para SILVA et al. (1997), sob lotao contnua, mxima produtividade animal requer amanuteno de baixos valores de IAF, nos quais uma grande proporo do tecido produzido efetivamente colhida, embora as taxas de fotossntese e de produo bruta de parte areasejam menores que seus mximos. A quantidade de tecido perdido por senescncia e morteode ser menor sob lotao contnua do que sob desfolha intermitente.

    Diferenas em resposta desfolha ocorrem em funo de diferenas na emoo de reafotossinttica e meristema, regenerao de gemas, florescimento, produo de sementes,reservas de sementes, reservas de sementes no solo e regenerao de plntulas. O efeito dedesfolhas mais freqentes e intensas tem sido atribudo a interceptao luminosa reduzida

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  • pelos tecido fotossintticos, esgotamento das reservas metablicas das plantas, absororeduzida de nutrientes e gua e danos causados nos meristemas apicais ou esgotamento dareserva de sementes (SILVA et al. 1997).

    A taxa de crescimento das pastagens aumenta com o aumento do IAF das plantas, porque ainterceptao da radiao solar maior. Se a desfolhas so freqentes as plantas tero seucrescimento reduzido, porque com a constante remoo de tecido fotossinttico ainterceptao luminosa ser menor.

    Para BROUGHAM, citado por SILVA et al., 1997, aps a desfolha, metablitos para aproduo de novos perfilhos e estrutura de razes so originados da fotossntese existente oudas reservas metablicas acumuladas nas razes e pontos de crescimento durante perodosanteriores de rebrotao. Se a rea foliar remanescente pequena ou de baixa eficinciafotossinttica, as reservas orgnicas sero mais necessrias.

    Quando a desfolha freqente e intensa, as reservas orgnicas diminuem na planta e arebrotao ser mais lenta.

    Quando a pastagem utilizada de forma contnua, sem que haja tempo para orestabelecimento de um nvel mnimo de reservas atravs da fotossntese, as plantasdesfolhadas debilitam-se e acabam por desaparecer, cedendo lugar s espcies indesejveis(RODRIGUES et al., 1987).

    MANEJO DE PASTAGENS

    O objetivo do manejo das pastagens assegurar a longevidade e a produtividade da plantaforrageira alm de fornecer alimento em quantidade e qualidade para suprir as exignciasnutricionais dos animais, garantido a maior produtividade (leite, carne).

    Para NASCIMENTO JNIOR (1998) o pastejo provoca dois impactos principais na planta, umnegativo e outro positivo. De forma negativa, ele reduz a rea foliar da planta pela remoodos meristemas apicais, reduz a reserva de nutrientes da planta e promove mudana naalocao de energia e nutrientes da raiz para a parte area a fim de compensar as perdas detecido fotossinttico. Mas de forma positiva ele beneficia as plantas pelo aumento napenetrao de luz no dossel, alterando a proporo de folhas novas, mais ativasfotossinteticamente, pela remoo de folhas velhas e ativao dos meristemas dormentes nabase do caule e rizoma.

    A produo de matria seca nada mais que o resultado final, lquido e efetivo de uma sriede eventos ecofisiolgicos na comunidade de plantas forrageiras, e que no representaproduo animal potencial alguma se no for relacionada varivel consumo (somentepossvel quando o animal se faz presente), principal determinante da qualidade e/ou valoralimentcio de uma dada forragem (SILVA et al., 1997).

    Manejar reas de pastagem significa propiciar condies para rebrotao rpida e vigorosa daplanta forrageira de forma a se restabelecer a rea foliar da comunidade de plantas.

    Segundo SILVA et al.(1997), o conceito de manejo racional de pastagens passaobrigatoriamente, pelo reconhecimento, compreenso e aceitao do fato de que existe anecessidade de se conhecer aspectos relacionados com os constituintes individuais dapastagem alm dos aspectos dinmicos relacionados com a comunidade de plantas e suas

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  • interaes. O manejo assim idealizado, com base nas exigncias e caractersticasecofisiolgicas das plantas em pastagens, permitir a produo de quantidade elevada deforragem com valor nutritivo satisfatrio para a produo de quantidade elevada de forragemcom valor nutritivo satisfatrio para a produo animal se, comprometer a sustentabilidadedo sistema com um todo.

    Se relacionarmos presso de pastejo com a reao da pastagem podemos agora analisar oque acontece com as plantas ou seja qual a sua resposta intensidade de desfolhao. Emoutras palavras, o que acontece com o IAF e seus reflexos sobre a captao de luz econsequentemente sobre a taxa de crescimento e senescncia da pastagem. Pode-se entoutilizar de um parmetro que relaciona diretamente a fisiologia vegetal e que permitecontrolar a oferta e regular a resposta da pastagem eficincia de consumo desta oferta peloanimal.

    Diferenas nas taxas de aparecimento e de alongamento de folhas determinam a rea foliardo perfilho. O nmero de folhas verdes por perfilho razoavelmente constante, conforme ogentipo, condies de meio e manejo. A estabilizao do nmero de folhas por perfilho e deperfilhos por planta constitui-se em ndice objetivo para orientar o manejo das forrageirascom vistas a maximizar a eficincia de colheita sob sistema de corte ou pastejo rotacionado,prevenindo perdas de folhas por senescncia e morte (GOMIDE, 1997).

    O conhecimento das taxas de aparecimento, alongamento e senescncia foliares e deperfilhamento se reveste de fundamental importncia para a interpretao do acmulo deforragem sob um especificado sistema de manejo e do efeito do clima sobre o rendimentoforrageiro (GRANT e MARRIOT, citados por GOMIDE, 1997).

    Segundo NABINGER, a velocidade de surgimento das folhas o parmetro morfolgico maisdeterminante das caractersticas estruturais de uma pastagem. A durao de vida das folhasdetermina o nmero mximo de folhas vivas sobre uma haste, o que permite determinarsuas caractersticas essenciais da dinmica de crescimento de uma pastagem aps o corte.

    Ao se analisar diferentes sistemas de manejo importante enfatizar a diferena entre aproduo potencial e a produo colheitvel, em que a primeira estimada pela fotossnteselquida do relva, enquanto a Segunda decorre da primeira, aps descontadas as perdas porsenescncia e a alocao de assimilados para o crescimento de colmos e razes (PARSONS etal., citado por GOMIDE, 1997).

    Hoje, preconiza-se que o manejo da pastagem (poca e perodo de desfolha) seja feita emfuno do nmero de folhas do perfilho, e no mas baseando-se no IAF ou pela preservaodos meristemas apicais.

    ALLDEN e WHITAKER citados por GOMIDE (1997), mostram que as caractersticas estruturaisdo relvado, condicionam o comportamento do animal sob pastejo, caracterizado pelo tempode pastejo, ritmo de bocados e tamanho de cada bocado, variveis intrnsecas do ruminante edeterminantes do consumo de forragem.

    CONSIDERAES FINAIS

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  • O ponto chave no manejo de pastagens , conseguir equilibrar a conflitante demanda deplantas por rea foliar (fotossntese) e a remoo de tecidos para o consumo animal, que predominantemente constitudo por folhas. Assim, torna-se importante conhecer no s ocomportamento dos animais mas a planta forrageira. Maiores pesquisas devem se concentrarno fluxo de tecidos, para que as pastagem tenham sua produtividade assegurada.

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

    BERNARDES, M.S., Fotossntese no Dossel das Plantas Cultivadas. In: Ecofisiologiada Produo Agrcola. p.13-48, 1987

    CORSI, M.; NASCIMENTO JNIOR, D. do. Princpios de Fisiologia e Morfologia dePlantas Forrageiras Aplicados no Manejo das Pastagens. In: Pastagens -Fundamentos da Explorao Racional. FEALQ. p. 15-47, 1994

    GOMIDE, J.A.. Fisiologia do Crescimento Livre de Plantas Forrageiras. In: Pastagens Fundamentos da Explorao Racional. FEALQ. p. 1-14, 1994

    GOMIDE, J.A. Morfogenese e Anlise de Crescimento de Gramneas Tropicais. In:Simpsio Internacional sobre Produo Animal em Pastejo. p. 411-430, 1997

    GOMIDE, J. A. Fisiologia das Plantas Forrageiras e Manejo das Pastagens. In: InformeAgropecurio, v.13, n.153/154. p. 11-18,1988

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