fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

39
Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude Medicina do Esporte HC- FMUSP Residente: Gustavo Orrico Oreintador:Paulo Sérgio Martino Zogaib

Upload: joshua-fischer

Post on 03-Jan-2016

48 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude. Medicina do Esporte HC-FMUSP Residente: Gustavo Orrico Oreintador: Paulo Sérgio Martino Zogaib. Altitude. Década de 50 Realizados primeiros estudos com hipóxia artificial ( J.Counsilman,EUA : Retencão artificial da respiracão ) - PowerPoint PPT Presentation

TRANSCRIPT

Page 1: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Medicina do Esporte HC-FMUSPResidente: Gustavo Orrico

Oreintador:Paulo Sérgio Martino Zogaib

Page 2: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Altitude

• Década de 50 Realizados primeiros estudos com hipóxia artificial

( J.Counsilman,EUA: Retencão artificial da respiracão)

• Década de 60:1968 - XIX Jogos Olímpicos, México (2240 m)1970 – Copa do Mundo de Futebol• Década de 80: Transfusões sanguíneas• Década de 90: EPO artificial

Page 3: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Altitude

• Altitude moderada: 1500 a 3500m

• Alitude elevada: 3500 a 5500m

• Altitude extrema: acima de 5500mEfeitos sensíveis ao repouso

Page 4: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Altitude

• Ambiente físico:Menor pressão atmosférica(Hipobárico)Aumento da radiacão solar (raios UV)Diminuicão da umidade (seco)Diminuicão da temperatura (frio)Diminuicão da densidade do ar (rarefeito)

Page 5: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Altitude

• Pressão atmosférica:Embora o oxigênio apresente os mesmos 21% ,

na altitude ocorre uma menor pressão atmosférica. As moléculas de O2 estão mais ”separadas”, o que dificulta a respiracão (Hipóxia hipobárica)

”Separadas” → maior volumePressão atmosférica é menor que

1 atm(<760mmHg) ( Hipobárico)

Page 6: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Altitude

• Lei de Boyle-Mariotte: O produto entre P e V de um gás é constante,

sendo inversamente proporcionais. ρ1 . V1 = ρ2 . V2

• Lei de Dalton: A pressão total de um gás é igual a soma das

pressões parciais de cada gás na mistura.Pressão total = PO2 + PCO2 + PN2... + Pn

Page 7: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Altitude

Garrafa – 3600m Garrafa – nível do mar

Chegada de um desodorante a altitude extrema

Page 8: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Altitude

• Respostas à hipóxia hipobárica:Corpo carotídeo( quimioreceptores) acarreta

uma resposta ventilatória (↑ FR), podendo ocorrer alcalose respiratória

Vascularizacão pulmonar responde à hipóxia com uma vasoconstriccão (melhor V/Q)

Inducão renal de aumento na producão de EPO(↑ massa de glóbulos vermelhos) e angiogênese

Page 9: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Altitude• Efeitos agudos da altitude sobre o organismo:

↑FRPerda de CO2 devido a hiperventilacão, causando uma alcalose respiratória.Ocorre também uma vasoconstriccão pulmonar.

Pulmão normal Vasoconstriccão hipóxica

Page 10: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Altitude• Efeitos agudos da altitude sobre o organismo:Aumento na quantidade de hemoglobinas, aumento da

secrecão de EPO renal, aumentando a capacidade de transporte de O2.

Aumenta a viscosidade sanguínea( ↑ Ht) com reducão do volume de ejecão(plasmático)

Aumento da FC ( aumento da atividade simpática),aumento da secrecão de EPO renal

Tentativa de manutencão do DC, manter oxigenacão pulmonar

Page 11: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Altitude

• Hemoglobina apresenta 4 subunidades, se uma molécula de O2 se junta a uma subunidade,as outras tornam-se mais acessíveis/aderentes ao O2.

• Essa funcão dá a característica em ”S” da curva de dissociacão de hemoglobina

• Variáveis fisiológicas alteram a afinidade da hemoglobina por O2:

Temperatura, CO2, H+, 2-3 DPG(difosfoglicerato)

Page 12: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Altitude• Curva de dissociacão

Page 13: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Altitude

• Desvio para direita demonstra uma menor capacidade de ligacão ao O2, menor oxigenacão pulmonar porém com liberacão aos músculos mais fácil.

• Ao se elevar muito rápido a curva desvia para direita (devido ao 2-3 DPG).Em altitudes extremas ela desvia para a esquerda devido a diminuicão do CO2 sanguíneo.

Page 14: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Altitude

• Para amenizar tais efeitos deve-se realizar um período de aclimatacão prévio(ideal 1-3 semanas, 500m ao dia, com subidas diurnas e retorno noturnos)

Aclimatizacão:exposicão intermitente do indivíduo a condicões ambientais artificiais

Aclimatacão: resposta do indivíduo a alteracões ambientais naturais

• Em altitudes extremas o ideal gira em torno de 90 dias

Page 15: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Tipos de hipóxia

• Hipóxia hipobárica natural (altitude)• Hipóxia hipobárica artificial (câmaras

barométricas e tendas hipobáricas)• Hipóxia normobárica por re-inspiracão• Hipóxia normobárica (extracão de O2 ou

adicão de N2)

Page 16: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Tipos de treinamento

Exposicão permanente:• Live High – Train High: máxima exposicão,sem

evidências de efeitos benéficos ao nível do mar

• Live low – Train low: treino com suplmento de oxigênio. Dados

demonstram que o treino com hiperoxigenacão pode aumentar

a performance??

Page 17: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Tipos de treinamento

Page 18: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Tipos de treinamento

Exposicão intermitente:• Live low- Train high: uso esporádico de hipóxia

associado a sessões de treino. Treinos com intensidades menores, alguns atletas relatam sensacão de perda de condicionamento.

• Live high – Train low: Teoria da aclimatacão do corpo levando a manutencão ou aumento do treino ao nível do mar. Altitude >12 h ao dia e no mínimo 3 semanas

Page 19: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Equipamentos

• Live high – Train low: (sleep high – train low)

1. Câmara de altitude:Tubo cilíndrico hipobáricoSimula altitudes de 4575m

Page 20: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Equipamentos

2. Sistema hipóxico de tendas:Pode ser instalada sobre a camaSimula altitudes aproximadas de 4270m

Page 21: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Treinamento

• Nível do mar permite o uso de cargas maiores

• Uso de equipamentos: custo muito elevado

• Verificar a individualidade:Alguns atletas podem sentir ou não tais

alteracões (responders x nonresponders)

Page 22: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Reportagem Globo Esporte Absolutamente tudo sobre esporte!Atualizado em 28/09/09 - 14h25

Adriano está preparado para a altitude:‘Ele é um animal’, diz fisiologista

Físico privilegiado faz comissão do Fla dispensar tratamento especial Dia 11 de outubro, Adriano terá de encarar os 3.200 metros de altitude de La

Paz na partida contra a Bolívia pelas eliminatórias da Copa do Mundo. No Flamengo, a preocupação com os efeitos da altitude sobre o jogador é mínima. Tudo por causa do físico privilegiado.

- Ele é um animal. Por isso, o trabalho é normal – explicou o fisiologista Paulo Figueiredo.

A parte cardiológica fica sob responsabilidade de Serafim Borges, médico do Fla e da seleção. Ele ministra o uso de vitaminas que facilitam a adaptação ao ar rarefeito. Por causa da convocação, Adriano perderá as partidas contra Vitória (dia 7, no Barradão) e São Paulo (dia 10, no Maracanã).

Eduardo Peixoto Rio de Janeiro

Page 23: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Fla busca empate heróico na altitude na estréia na Libertadores

O Flamengo se salvou da derrota no início de sua caminhada rumo ao sonhado bicampeonato da Libertadores. Nesta quarta-feira, na Bolívia, numa altitude recorde de quase 4.000 metros, o time sofreu com o ar rarefeito, levou dois gols, mas se superou no segundo tempo e arrancou um empate heróico por 2 a 2 com o Real Potosí-BOL, na sua estréia no torneio.

Altitude recordeConsiderada uma das cidades mais altas do mundo, Potosí chega a ter mais de 4.000 metros de altitude, mas o estádio onde foi realizada a partida - que mais parecia um canteiro de obras por reformas inacabadas e tem um gramado muito ruim - fica a 3.850.

De qualquer forma,nenhum time brasileiro jamais havia jogado tão alto. O que chegou mais perto foi o São Paulo, que enfrentou o também boliviano San José, em Oruro, a 3.700 metros de altitude, na Libertadores de 1992.

Redação-Rio de Janeiro 14/02/2007 - 23h43

Page 24: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude
Page 25: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude
Page 26: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Treinamento

Recurso ergogênico??Doping??

Page 27: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Doenca das altitudes elevadas• Fatores de risco: Velocidade de ascensãoAltitude alcancadaTempo de permanênciaAclimatacão incompleta

• Mal Agudo das montanhas(AMS)• Edema pulmonar de altitudes elevadas (HAPE)• Edema Cerebral das altitudes elevadas (HACE)

Page 28: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

AMS

• Pessoa não aclimatada,acima de 2500m,subidas muito rápidas,etiologia inconclusiva

• Inevitável acima de 4000m• Sintomas:Cefaléia,ataxia ,desidratacão,dor de dente nas

alturas,náusea,vômitos,flatulência,cegueira , letargia,tonturas,queimaduras,hipotermia, congelamento, alteracão do sono

Page 29: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

AMS

• Prevencão com aclimatacão• Uso de acetazolamida,iniciar 1 dia antes

subida 250-500mg/diaAcetazolamida (inibidor da anidrase carbônica),

acarretar uma bicarbonatúria (acidose metabólica) e consequentemente diminuicão da alcalose respiratória

Page 30: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

AMS

Page 31: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

AMS

Pode diminuir a respiracão periódica

Cheyne-Stokes

Page 32: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

AMS

”EM CERTOS VALES MONTANHOSOS CRESCEUMA PLANTA DENOMINADA COCA, QUE OS ÍNDIOSAPRECIAM MAIS QUE O OURO OU A PRATA.A PROPRIEDADE ÍMPAR DESTA PLANTA, PELOQUE MOSTRA A EXPERIÊNCIA, RESIDE NO FATO DEQUE TODOS AQUELES QUE MASCAM SUAS FOLHAS,DEIXAM DE SENTIR FRIO, FOME E SONO.”

Dr. De Zarte 1555

Page 33: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

• Fisiologista explica efeitos do 'chá de coca‘

São-paulino Turíbio Leite acredita em descuido da delegação santista

O doutor Turíbio Leite de Barros, fisiologista do São Paulo,

explicou à reportagem sobre os efeitos causados pelo "chá de coca", supostamente consumido pelo volante Rodrigo Souto, do Santos, flagrado no exame antidoping da partida contra o San José (BOL), em Oruro, na primeira fase da Copa Libertadores.

- Na Bolívia é muito comum e hábito cultural do boliviano o chá produzido com folhas de coca. Eles vendem em tudo quanto é lugar. Você pode até comprar no aeroporto. O "chá de coca" alivia a sensação de desconforto causada pela altitude. Diminui os efeitos causados por ela, como a cefaléia e a tontura. A folha de coca dá um efeito de dilatação no cébebro. Alivia um pouco o desconforto.

- 24/06/2008 14:28:46

Page 34: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

AMS

• Uso de AAS??• Uso de sildenafil,tadalafil:Inibidores da 5-fosfodiesterase, tratamento de

disfuncão erétil e usado em altitude.Inibem a vasoconstriccão pulmonar hipóxica,

diminuindo a hipertensão pulmonar e um possível edema intersticial

Evitar uso frequente, pelos montanhistas, para aumento de performance.(cefaléia?)

Page 35: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

HAPE

• Edema pulmonar: vasoconstriccão pulmonar excessiva, aumento na pressão capilar pulmonar não-homogênea com extravazamento de líquido para meio intersticial

• Tosse com expectoracão: pode ocorrer fratura de costelas (tosse ”Khumbu”)

• Pneumonia• Retorno e tratamento em câmaras

hiperbáricas e oxigenacão

Page 36: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

AMS / HAPE

• Uso de dexametasona:Melhora a disfuncão endotelial (artérias

pulmonares), estimula vasodilatacão, aumenta a atividade da óxido nitríco sintetase e da concentracão de NO.

Inibe uma aumento da PCReativa, possívelmente evitando uma maior reacão inflamatória

Page 37: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

HACE

• Forma mais grave do AMS• Perda de consciência,ataxia,alucinacões,coma• Raramente abaixo dos 4000m• Retorno ao menor nível, uso de O2 e

dexametasona

Page 38: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude
Page 39: Fisiologia e adaptações à treinamento em altitude

Bibliografia

• Cohen,M: Medicina do Esporte:22,313-319;2008.• Zogaib,PSM:Doping. Cemafe,2004• J.Stray-Gundersen, B.D. Levine: Positive effects of

intermitent hypoxia. J Appl Physiol 199:2053-58;2005.• J.Stray-Gundersen, B.D. Levine:Living high-training

low. J Appl Physiol,91:1113-1120;2001.• Rubin L.J, Naejie R: Sildenafil at high altitude. Annals of

Internal Medicine:141,3;2004.• Mazzeo,R.S: Physiological responses to exercise at high

altitude. Sports Med:38,1-8;2008.• Leaf,D.E, Goldfarb,D.S: Mechanisms of action of

acetazolamide.J Appl Physiol:102,1313-1322;2007