fiscalização cgu - são raimundo das mangabeiras-ma

103
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO NO ESTADO MARANHÃO RELATO GERENCIAL MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA) 1. Trata o presente Relato dos resultados gerenciais dos exames realizados sobre os 31 Programas de Governo executados na base municipal de SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA), em decorrência do 11º Evento do Projeto de Fiscalização a partir de Sorteios Públicos. 2. As fiscalizações tiveram por objetivo analisar a aplicação dos recursos federais no Município sob a responsabilidade de órgãos federais, estaduais, municipais ou entidades legalmente habilitadas. 3. Os trabalhos foram realizados “in loco” no Município, por técnicos da Controladoria-Geral da União – CGU em parceria com servidores do Ministério da Saúde, sob a Coordenação da CGU, no período de 26 a 30 de julho de 2004. Foram utilizadas em sua execução as técnicas e os procedimentos: inspeções físicas, confirmação, exame de documentos originais, conferência de cálculos, exame de escrituração, cotejamento de dados, entrevistas, aplicação de questionários, registros fotográficos e circularizações. 4. Os Programas de Governo, que foram objeto das ações de fiscalização, estão apresentados no quadro a seguir, por Ministério Supervisor, que discrimina a quantidade de fiscalizações realizadas e os recursos aproximados aplicados, por Programa. 4.1 Recursos recebidos e quantidade de fiscalizações realizadas. Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” SAS Q. 1 Bl “A”, Ed. Darcy Ribeiro, 9º andar, Brasília - DF - CEP: 70070-905 (61) 412-7115 - Fax (61) 322-1672

Upload: joao-passos

Post on 13-Mar-2016

275 views

Category:

Documents


42 download

DESCRIPTION

Fiscalização realizada pela CGU (Controladoria Geral da União) em 2004 em São Raimundo das Mangabeiras,MA.

TRANSCRIPT

Page 1: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO NO ESTADO MARANHÃO

RELATO GERENCIAL

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA) 1. Trata o presente Relato dos resultados gerenciais dos exames realizados sobre os 31 Programas de Governo executados na base municipal de SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA), em decorrência do 11º Evento do Projeto de Fiscalização a partir de Sorteios Públicos. 2. As fiscalizações tiveram por objetivo analisar a aplicação dos recursos federais no Município sob a responsabilidade de órgãos federais, estaduais, municipais ou entidades legalmente habilitadas.

3. Os trabalhos foram realizados “in loco” no Município, por técnicos da Controladoria-Geral da União – CGU em parceria com servidores do Ministério da Saúde, sob a Coordenação da CGU, no período de 26 a 30 de julho de 2004. Foram utilizadas em sua execução as técnicas e os procedimentos: inspeções físicas, confirmação, exame de documentos originais, conferência de cálculos, exame de escrituração, cotejamento de dados, entrevistas, aplicação de questionários, registros fotográficos e circularizações. 4. Os Programas de Governo, que foram objeto das ações de fiscalização, estão apresentados no quadro a seguir, por Ministério Supervisor, que discrimina a quantidade de fiscalizações realizadas e os recursos aproximados aplicados, por Programa. 4.1 Recursos recebidos e quantidade de fiscalizações realizadas.

Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” SAS Q. 1 Bl “A”, Ed. Darcy Ribeiro, 9º andar, Brasília - DF - CEP: 70070-905 (61) 412-7115 - Fax (61) 322-1672

Page 2: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

___________________________________________________________________________________________________ Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Ministério Supervisor

Programa/Ação Quant. Fiscalizações

Valores envolvidos

Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento

Estímulo à Produção Agropecuária 7 414.250,00

Ministério do Desenvolvimento

Agrário

Financiamento e Eqüalização de Juros paraAgricultura Familiar. 4

82.207,00

Melhoria das Condições de Habitabilidade 2 123.649,97 Ministério das Cidades

Implantação, Ampliação ou Melhoria deObras de Infra-Estrutura Urbana –Maranhão.

1 100.093,28

Fiscalização da Prestação de Serviços deTelecomunicações - Nacional 1 Não se aplica Ministério das

Comunicações Fiscalização da Universalização dosServiços de Telecomunicações - Nacional 1 Não se aplica

Transferência de Renda Diretamente às Famílias em Situação de Pobreza e Extrema Pobreza – (Bolsa Família).

1 52.280,00

Transferência de Renda Diretamente às Famílias em Situação de Pobreza e Extrema Pobreza – (Bolsa Escola).

1 24.675,00

Atendimento à Criança em Creche e outrasAlternativas Comunitárias 1 25.500,00

Capacitação de Conselheiros, Gestores e Técnicos de Assistência Social 1 Não se aplica

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate

à Fome

Implantação de Centros da Juventude 1 75.502,85 Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica 1 80.449,20

Alimentação Escolar - Maranhão 1 46.210,00

Expansão e Melhoria da Rede Escolar Estadual do Ensino Médio 1 425.624,27

Apoio à Ampliação da Oferta de Vagas do Ensino Fundamental a Jovens e Adultos 1 25.255,20

Dinheiro Direto na Escola (Fundescola Nordeste) 1 4.400,10

Garantia de Padrão Mínimo de Qualidade Complementação da União. (FUNDEF) 1 1.314.848,63

Garantia de Padrão Mínimo de Qualidade para o Ensino de Jovens e Adultos (Recomeço)

1 4.250,00

Ministério da Educação

Veículos para Transporte Escolar - Nacional 1 67.700,00 Ministério do

Esporte Implantação de Núcleos de Esporte – Nacional 1 143.000,00

Page 3: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

___________________________________________________________________________________________________ Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Ministério Supervisor

Programa/Ação Quant. Fiscalizações

Valores envolvidos

Ministério da Integração Nacional

Construção de Obras de Contenção de Enchentes – Maranhão 1 105.000,00

Incentivo Financeiro a Municípios Habilitados à Parte Variável do Piso de Atenção Básica – PAB Para Assistência Farmacêutica Básica

1 15.022,21

Atendimento Assistencial Básico nos municípios brasileiros 1 84.564,69 PAB-ECD 1 64.334,82 Implantação, Aparelhamento e Adequação Unidade Saúde SUS 1 97.512,00

Aquisição Unidade Móvel de Saúde 1 88.000,00 Implantação, Ampliação ou Melhoria de Sistema Público de Abastecimento de Água para a Prevenção e Controle de Agravos em municípios de até 30.000 Habitantes

1 34.084,21

Ministério da Saúde

Implantação, Ampliação ou Melhoria de Sistema Público de Abastecimento de Água para a Prevenção e Controle de Agravos em municípios de até 30.000 Habitantes

1 84.210,52

Fiscalização do recolhimento das contribuições previdenciárias 1 323.526,37 Ministério da

Previdência Social Pagamento de aposentadorias e pensões 1 Não se aplica Ministério do

Trabalho e Emprego

Estudos e Pesquisas na Área do Trabalho 1 Não se aplica

TOTAL 41 3.906.150,32 5. Os resultados das fiscalizações realizadas, sempre que os trabalhos tenham evidenciado fatos relevantes que indiquem impropriedades/irregularidades na aplicação dos recursos federais examinados, são demonstrados a seguir, em fascículos específicos por Ministério. Assim sendo, não foram preparados fascículos sobre os recursos oriundos do Ministério do Trabalho e Emprego. 6. Os fascículos a seguir contemplam um detalhamento das seguintes constatações:

Ministério Agricultura, Pecuária e Abastecimento: 1.1) Não-conformidades física e financeira; 2.1) Não-conformidade do processo licitatório; 2.2) Não-conformidade dos comprovantes de despesa; 2.3) Ausência de valores de contrapartida; 3.1) Não-conformidade do processo licitatório; 3.2) Não-conformidade dos comprovantes de despesa. 3.3) Divergência entre valores de despesa comprovados e valores medidos; 3.4) Ausência de valores de contrapartida; 4.1) Não-conformidade do processo licitatório; 4.2) Falta de correspondência entre execução física e financeira do contrato (cronograma do plano de trabalho); 5.1) Falta de execução físico-financeira.

Page 4: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

___________________________________________________________________________________________________ Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Ministério do Desenvolvimento Agrário:

1.1) Deficiências de acompanhamento; 1.2) Falta de regularidade formal nas declarações de aptidão (DAP´s); 1.3) Falta de aplicação dos recursos no objeto do contrato; 1.4) Cobrança de reciprocidade dos mutuários; 1.5) Ausência de documentos na composição dos dossiês apresentados pelo Banco do Brasil - Agência de São Raimundo das Mangabeiras/MA; 2.1) Ausência de documentos na composição dos dossiês apresentados pelo Banco BNB – Agência de Balsas/MA; 2.2) Declarações de Aptidão (DAP´s) em desacordo com o art. 6º da Portaria MDA nº 75, de 25/07/2003; 2.3) Ausência de homologação, por parte do Banco, da(s) assinatura(s) apresentadas nas DAP’s.

Ministério das Cidades:

1.1) Utilização de critérios incompatíveis com os previstos pelo Programa Morar Melhor. 2.1) Execução de obra em desacordo com o projeto básico.

Ministério das Comunicações:

1.1) Ausência de Postos Telefônicos.

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome:

1.1) Cinqüenta e cinco cartões Bolsa Família distribuídos com a senha bloqueada; 1.2) Benefícios pagos a famílias que não se enquadram nas exigências do Programa Bolsa Família; 1.3) Recebimento do benefício com ônus para os contemplados com o Programa; 2.1) Relatório de Freqüência com dados desatualizados; 2.2. Dificuldades na operacionalização do Programa Bolsa Escola em 2004; 3.1. Irregularidades na Movimentação Financeira do Programa no exercício de 2003; 3.2. Inexistência de procedimento licitatório para a execução das despesas relativas ao exercício de 2003, tendo sido realizada tais despesas, somente, por meio de dispensa de licitação, caracterizando o fracionamento de despesa; 3.3) Aplicação indevida dos recursos do PAC/ASEF; 4.1) Inoperância do Conselho Municipal de Assistência Social; 5.1) Pagamento integral da obra sem que a mesma tenha sido concluída.

Ministério da Educação:

1.1) Despesas efetuadas não previstas no Programa; 1.2) Não aplicação dos recursos financeiros em caderneta de poupança; 2.1) Pagamento de profissionais que não atuaram na educação de jovens e adultos; 2.2) Não aplicação dos recursos financeiros em caderneta de poupança; 3.1) Irregularidades na formalização dos procedimentos licitatórios e pagamentos à empresa estranha ao procedimento; 3.2) Irregularidades nos pagamentos efetuados em 2003 e 2004; 4.1) Mora na destinação dos bens adquiridos com recursos do Programa; 5.1) Irregularidade na realização de licitação; 5.2) Aquisição de produtos e serviços com recursos do FUNDEF sem a realização de licitação; 5.3) Desvio de finalidade na aplicação dos recursos do FUNDEF;

Page 5: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

___________________________________________________________________________________________________ Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

5.4) Falta de pagamento de 1/3 de férias aos servidores da Educação; 5.5) Atuação irregular do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEF; 5.6) Inexistência de plano de carreira e remuneração do Magistério.

Ministério dos Esportes:

1.1) Irregularidades na formalização de processos licitatórios; 1.2) Ausência de documentação comprobatória de despesa; 1.3) Obra iniciada há dois anos, encontra-se paralisada.

Ministério da Integração Nacional:

1.1) Pagamento Antecipado; 1.2) Prestação de Contas intempestiva; 1.3) Irregularidades em obras realizadas no Município.

Ministério da Saúde:

1.1) Irregularidade na execução de obras; 1.2) Obra executada em desacordo com o projeto básico e plano de trabalho no povoado Descanso; 1.3) Execução de empreendimento com mão-de-obra da sociedade; 2.1) Irregularidade na execução de obras; 3.1) Plano Municipal de Saúde não aprovado pelo Conselho; 3.2) Ausência de Relatório de Gestão; 3.3) Precariedade na estrutura física de unidades de saúde e número limitado de profissionais da Saúde; 3.4) Despesas não comprovadas; 3.5) Descumprimento à Lei Municipal de Saúde; 4.1) Armazenagem inadequada e fragilidades nos controles de estoque; 4.2) Despesas não comprovadas e impropriedades na execução financeira; 4.3) Descumprimento da Lei Municipal de Saúde; 5.1) Falhas formais na comprovação das despesas; 6.1) Falhas formais na aquisição e recebimento dos bens.

Ministério da Previdência Social:

1.1) Contribuições previdenciárias dos contratos mediante empreitada: omissão de destaque pelas empresas contratadas e ausência de retenção e recolhimento pela Prefeitura; 2.1) Divergência Entre os Registros de Informações Existentes no SISOBI e os do Livro “C”, do Cartório do 2º Ofício – Comarca de São Raimundo das Mangabeiras/MA; 2.2) Diferença do Quantitativo da Relação do comprovante encaminhado pelo Cartório ao INSS e aqueles registros constantes no Livro “C”; 2.3) Falha na Seqüência de Registro de Óbitos; 2.4) Divergências Decorrentes de Erros de Digitação e/ou Ausência de Informações.

São Luís (MA), 10 de agosto de 2004.

Page 6: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO NO ESTADO DO MARANHÃO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA)

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

11ºsorteio do Projeto de Fiscalização a Partir de Sorteios Públicos

30/JUNHO/2004

Page 7: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA)

Na Fiscalização realizada a partir de Sorteios Públicos de Municípios dos Programas de Governo financiados com recursos federais foram examinadas, no período de 26 a 30 de julho de 2004, a seguinte Ação sob responsabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento:

Estímulo à Produção Agropecuária

Este relatório, de caráter preliminar, destinado aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, gestores centrais dos programas de execução descentralizada, contempla, em princípio, constatações de campo que apontam para o possível descumprimento de dispositivos legais e contratuais estabelecidos para esse tipo de execução.

Esclarecemos que os Executores Municipais dos Programas, quanto àqueles sob sua responsabilidade, já foram previamente informados sobre os fatos relatados. Cabe ao Ministério supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas com vistas à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades. Constatações da Fiscalização 1 – Programa: Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Setor Agropecuário – PRODESA. Ação: Estímulo à Produção Agropecuária. Objetivo da Ação de Governo: Apoio financeiro às Prefeituras com vistas à implementação, à modernização, à ampliação, à racionalização e realocação da infra-estrutura necessária ao desenvolvimento da agricultura no município. Ordens de Serviço: 148987 e 148988. Objeto Fiscalizado: Aquisição de uma patrulha mecanizada. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras/MA. Qualificação do Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse nº 0131123-38/2001/MAPA/CAIXA (SIAFI nº 436209). Montante de Recursos Financeiros: R$ 50.000,00 (cinqüenta e cinco mil reais), relativos ao repasse federal, e R$ 5.000,00 (cinco mil reais), relativos à contrapartida da Prefeitura. Extensão dos exames: R$ 54.900,00 (cinqüenta mil e novecentos reais). 1.1) Não-conformidades física e financeira Fato(s):

O Contrato de Repasse, celebrado entre a Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras (MA) e a União, por intermédio da Caixa Econômica Federal, em 28/12/2001, teve prazo de vigência iniciado em 28/12/2001, terminando em 30/12/2002.

Da execução do Contrato foi detectado o que segue:

a) ao confrontar a documentação fornecida pela Caixa Econômica Federal (CAIXA) com documentos exibidos pela Prefeitura, não detectamos impropriedades/irregularidades no que tange à instrução do processo licitatório, cujo objeto foi adjudicado à Empresa COMARIVE – Máquinas Agrícolas Maranhão Ltda, CNPJ 06.651.616/0001-09, no valor de R$ 54.900,00 (cinqüenta e quatro mil reais), discriminado em: Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 1

Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 8: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

1(um) trator agrícola sobre rodas, marca VALTRA, mod. 785C 4x4, c/ 75cv de potência, N. Série: 07854175079 – Ano: 2001 1(uma) grade aradora controlada remotamente, marca BALDAN, mod. CRSG – 14x26” x 6,00mm, N. Série: 034082001020 – Ano: 2002 1(uma) carreta agrícola c/ carroceria de madeira de lei, marca CEMAG, mod. FLECHA-4000, N. Série: A6329/01 – Ano: 2001

b) a nota fiscal apresentada pela Empresa, datada de 17/01/2003 (data retificada, anteriormente 17/01/2002), corresponde ao valor total contratado. No entanto, apesar de verificado o depósito referente à quantia de contrapartida, não há identificação na nota da origem dos recursos, nem a devida certificação pela Administração; c) a Prestação de Contas só foi enviada pela Prefeitura em 12/08/2003, data posterior à vigência do Convênio e após os 60 dias seguintes ao último repasse efetuado (07/04/2003). Por meio do Ofício nº 1351/ENI/GIDUR/SL, de 01/09/2003, a CAIXA comunicou ao Prefeito a aprovação da Prestação de Contas; d) na vistoria in loco, os equipamentos apresentados mostravam conformidade com as descrições técnicas, à exceção do trator, que apresentava número de série 07854393533 e registro de fabricação em 14/02/2003 (posterior inclusive à data de emissão da nota), discordantes da nota fiscal, conforme fotos 1 e 2 abaixo; e) observou-se também in loco que a tinta preta com o nome da Prefeitura colocada na lateral do trator denotava estado recente de aplicação, a considerar-se o cheiro característico de tinta fresca (foto 3) e a aparência visual.

Foto 1 Foto 2

Foto 3 Evidência: Documentação disponibilizada pela CAIXA (Volume Principal e Volume Documentação Técnica) e vistoria in loco. Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 2

Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 9: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Manifestação do Prefeito: “Subitem 3.1. Letras “b” e “c” - Trata-se de meras formalidades que não causaram danos e

nem prejuízos ao erário. Falhas próprias dos pequenos municípios detentores das maiores limitações estruturais e financeiras.

“Subitem 3.1. Letra “d” - Para que a CAIXA efetuasse o pagamento foi obrigatória a

emissão da Nota Fiscal, todavia o trator só seria entregue mediante pagamento da fatura. Daí o fornecedor não mais podendo permanecer com a máquina empatada no estoque à espera da boa vontade de CAIXA, fez uso do mesmo, fornecendo outra máquina após o pagamento da fatura, porém, com a mesma marca, modelo, série.

“Subitem 3.1. Letra “e” - Como o trabalho da máquina é grosseiro, o nome estava apagado,

de forma que simplesmente renovou-se a pintura do nome que já existia no mencionado trator, no intuito de melhor apresentá-lo para a fiscalização.”

Análise da Equipe: No que tange à alegação de falhas meramente formais, lembramos que à forma, no âmbito da gestão administrativa, deve ser dada a devida importância, pois consubstancia a materialidade e a verdade das coisas. De fato, tomadas isoladamente, a ausência de atesto e discriminação da fonte de recursos no corpo de notas fiscais e os fato descrito na letra “e” podem-se afigurar como mero erro formal ou circunstancial, tendente a não descaracterizar a regularidade das ações do Gestor. Todavia, a evidência contida na letra “d”, combinada com as anteriores demonstra erro material grave, na perspectiva de impossibilitar a ilação de que o trator fornecido pelo fornecedor tenha sido aquele que fora apresentado à Equipe de Auditoria. Ademais, pela dissonância encontrada entre a documentação que deveria ser comprobatória da despesa e o objeto supostamente adquirido, percebe-se conduta violadora de norma geral de direito financeiro estatuída na Lei 4.320, de 17 de março de 1964, precipuamente nos art. 62, 63 e parágrafos, visto que não se pode dizer ter havido a regular liquidação da despesa incorrida, na forma do art. 63, § 1º da mencionada Lei.

2 – Programa: Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Setor Agropecuário – PRODESA. Ação: Estímulo à Produção Agropecuária. Objetivo da Ação de Governo: Apoio financeiro às Prefeituras com vistas à implementação, à modernização, à ampliação, à racionalização e realocação da infra-estrutura necessária ao desenvolvimento da agricultura no município. Ordens de serviço: 148989 e 148990. Objeto Fiscalizado: Implantação de 8.875m rede elétrica trifásica (alta tensão) até o Povoado Alegrete, a partir de uma derivação na linha que atende ao Povoado Bela Vista, bem como de 360m de rede elétrica trifásica (baixa tensão) dentro do Povoado Alegrete. Também a montagem de uma subestação de 30 kVA 13,8 kV/380/220V no Povoado Alegrete. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras/MA. Qualificação do Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse nº 0097195-60/1999/MAPA/CAIXA (SIAFI nº 470149). Montante de Recursos Financeiros: R$ 110.000,00 (cento e dez mil reais): R$ 100.000,00 (cem mil reais) relativos ao repasse federal e R$ 10.000,00 (dez mil reais) relativos à contrapartida da Prefeitura. Extensão dos exames: R$ 73.761,56 (setenta e três mil, setecentos e sessenta e um reais e cinqüenta e seis centavos). 2.1) Não-conformidade do processo licitatório Fato(s):

O Contrato de Repasse, celebrado entre a Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras (MA) e a União, por intermédio da Caixa Econômica Federal, em 30/12/1999, teve

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 3Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 10: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

prazo de vigência iniciado na mesma data e finalizado em 30/12/2001. A vigência foi prorrogada por meio de Cartas Reversais até 31/12/2004.

O objeto de análise constituiu um dos itens da Tomada de Preços n. 01/2001, a ser

suportada pelos recursos financeiros oriundos de três contratos de repasse (o presente e mais dois, 0097200-81 e 00977206-12, também analisados doravante), que totalizariam juntos o valor de R$ 280.500,00 (duzentos e oitenta mil e quinhentos reais). A empresa vencedora, CV Engenharia (Balsas/MA, CNPJ 12.140.885/0001-03), apresentou proposta de R$ 279.088,62 (duzentos e setenta e nove mil, oitenta e oito reais e sessenta e dois centavos).

Do exame do referido processo, foi detectado o que segue:

a) não foi encontrada cópia do edital da licitação; b) não foi encontrado documento em que constasse mapa das propostas dos três participantes; e c) não constou do termo do contrato de prestação de serviços o prazo de vigência do referido instrumento. Evidência: Análise dos dossiês na CAIXA e na Prefeitura. Manifestação do Prefeito:

“Subitem 4.1. Letras “a”, “b” e “c” - Neste item tem-se a falar que a licitação foi efetuada em 1999, quando o gestor municipal era [outra pessoa], que não deixou arquivo organizado, entretanto, foi encontrada com a Empresa vencedora, uma via do contrato da obra bem como uma via do Edital, dos quais encaminhamos cópias em anexo. Ressalte-se que a liberação de recursos, bem como o pagamento de parcelas da obra, só se concretizam mediante apresentação de toda documentação pertinente junto à CAIXA ECONÔMICA FEDERAL.” Análise da Equipe:

O Contrato de Repasse, como já enfatizado, iniciou-se em dezembro de 1999 e, após prorrogações, alcançou o presente exercício. O procedimento licitatório em que se teceram as pressupostas desconformidades diz do ano de 2000, na forma da Tomada de Preços nº 001/2000 e seu Contrato de Empreitada, datado de 10 de maio do mesmo ano. Assim, em princípio, tem-se que as impropriedades apontadas ocorreram na Gestão anterior. Entretanto, cabe à contabilidade do Município evidenciar a situação de todos quantos efetuarem despesas, na forma do art. 83 da Lei no

4.320 de 17/3/1964. Por outro lado, a Súmula no 230 do Tribunal de Contas da União determina que “compete ao prefeito sucessor apresentar as contas referentes aos recursos federais recebidos por seu antecessor, quando este não o tiver feito ou, na impossibilidade de fazê-lo, adotar as medidas legais visando o resguardo do patrimônio público com a instauração da competente Tomada de Contas Especial, sob pena de co-responsabilidade.” 2.2) Não-conformidade dos comprovantes de despesa Fato(s):

Foram apresentadas as notas fiscais nº 1216, no valor R$ 18.838,14 (dezoito mil, oitocentos e trinta e oito reais e quatorze centavos), nº 0929, no valor R$ 49.930,38 (quarenta e nove mil, novecentos e trinta reais e trinta e oito centavos), e nº 0924, no valor de R$ 4.993,04 (quatro mil, novecentos e noventa e três reais e quatro centavos), da empresa CV Engenharia, total de R$ 73.761,56 (setenta e três mil, setecentos e sessenta e um reais e cinqüenta e seis centavos). Nenhuma das notas fiscais citada possuía certificação, e só a última indicava a origem de recursos (contrapartida da Prefeitura).

Evidência: Documentos de despesa apresentados.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 4Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 11: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Manifestação do Prefeito: “A formalidade de não haver indicado a fonte dos recursos nas Notas Fiscais é suprida

quando da indicação dos mesmos serem movimentados em conta específica, cujo número consta do Contrato de Repasse e da Ordem de Pagamento. Quanto à certificação, é também uma inobservância que não traz prejuízos ao erário, todavia estamos procedendo triagem em toda a documentação para reparar essa pequenas falhas.” Análise da Equipe:

Apesar da ausência de dano pela desconformidade apontada, mantém-se as constatações como fato relevante, em respeito à obrigatoriedade de o Gestor de atender a todos os comandos normativos que regulam sua conduta. No caso, as regras específicas do Contrato de Repasse assinado e as normas gerais já mencionadas e expressas na Lei 4.320/1964. 2.3) Ausência de valores de contrapartida Fato(s):

Não foi possível identificar, nos extratos solicitados à CAIXA da conta relativa ao contrato de repasse (Ag. 0765, conta-corrente nº 006.033-6), o depósito da parcela de contrapartida da Prefeitura. Evidência: Extrato de conta-corrente fornecido pela CAIXA. Manifestação do Prefeito:

“O fato da contrapartida do Município não estar registrado nos extratos bancários não significa dizer que tal não ocorreu, haja vista a contrapartida não é prestada somente em dinheiro, pode muitas das vezes ser dada através do emprego de mãe-de-obra de pessoal da própria administração municipal, utilização de veículos, etc. Porém a contrapartida foi depositada na conta convênio na Caixa Econômica, mas a própria Caixa Econômica fez o estorno alegado que a contrapartida não seria via deposito bancário (conta convênio). Neste caso, não há que falar em ausência de contrapartida, a mesma foi aplicada sem que fosse efetuado o depósito na conta-pagamento direto ao fornecedor. O fato não descaracteriza a execução da obra ou a realização do serviço, até mesmo porque os pagamentos comprovam a aludida aplicação dos recursos.” Análise da Equipe:

Apesar de consistente a justificativa, o Gestor não fez a juntada necessária de documentação que pudesse comprovar suas alegações, razão pela qual mantém-se a constatação.

3 - Programa: Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Setor Agropecuário – PRODESA. Ação: Estímulo à Produção Agropecuária Objetivo da Ação de Governo: Apoio financeiro às Prefeituras com vistas à implementação, à modernização, à ampliação, à racionalização e realocação da infra-estrutura necessária ao desenvolvimento da agricultura no município. Ordens de serviço: 148989 e 148991. Objeto Fiscalizado: Implantação de 7.475m rede elétrica trifásica (alta tensão) até o Povoado União, a partir de uma derivação na linha que atende ao Povoado Alegrete, bem como de 440m de rede elétrica trifásica (baixa tensão) dentro do Povoado União. Também a montagem de uma subestação de 45 kVA 13,8 kV/380/220V no Povoado União. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras (MA). Qualificação do Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse nº 0097200-81/1999/MAPA/CAIXA (SIAFI nº 470151).

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 5Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 12: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Montante de Recursos Financeiros: R$ 88.000,00 (oitenta a oito mil reais): R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) relativos ao repasse federal e R$ 8.000,00 (oito mil reais) relativos à contrapartida da Prefeitura Extensão dos exames: R$ 70.006,55 (setenta e mil e seis reais e cinqüenta e cinco centavos) 3.1) Não-conformidade do processo licitatório Fato(s):

Foi realizada uma licitação (Tomada de Preços nº 01/2000) por preço global para três trechos de eletrificação. O contrato ora sob exame corresponde à execução do segundo trecho, objeto do contrato de repasse referenciado acima. Sobre o processo licitatório, vide o subitem 2.1 supra. Evidência: Vide item 2.1. Manifestação do Prefeito:

“O processo licitatório acima tratado foi realizado no ano 2000, quando o gestor municipal era [outra pessoa]. Em janeiro de 2001 o [atual prefeito] tomou posse no cargo de prefeito e não encontrou nos arquivos da Prefeitura nenhum registro do exercício financeiro de. 2000. Inclusive, o TCE também não tomou conhecimento dos gastos e processos administrativos referentes aquele exercício, razão pela qual não há em nossos arquivos os documentos solicitados, e os documentos existentes são os que se encontram na Caixa Econômica Federal.” Análise da Equipe:

O procedimento licitatório em que se verificaram as pressupostas desconformidades diz do ano de 2000, na forma da Tomada de Preços nº 001/2000 e seu Contrato de Empreitada, datado de 10 de maio do mesmo ano. Assim, em princípio, tem-se que as impropriedades apontadas ocorreram na Gestão anterior. Entretanto, cabe à contabilidade do Município evidenciar a situação de todos quantos efetuarem despesas, na forma do art. 83 da Lei no 4.320 de 17/3/1964. Por outro lado, a Súmula no 230 do Tribunal de Contas da União determina que “compete ao prefeito sucessor apresentar as contas referentes aos recursos federais recebidos por seu antecessor, quando este não o tiver feito ou, na impossibilidade de fazê-lo, adotar as medidas legais visando o resguardo do patrimônio público com a instauração da competente Tomada de Contas Especial, sob pena de co-responsabilidade.” 3.2) Não-conformidade dos comprovantes de despesa Fato(s):

Foram apresentadas as notas fiscais: nº 1217, no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), nº 1223, no valor R$ 13.158,22 (treze mil, cento e cinqüenta e oito reais e vinte e dois centavos), e nº 0936, no valor de R$ 52.848,33 (cinqüenta e dois mil, oitocentos e quarenta e oito reais e trinta e três centavos), da empresa CV Engenharia, total de R$ 70.006,55 (setenta mil, seis reais e cinqüenta e cinco centavos). Nenhuma das notas supracitadas possuía certificação/atesto de recebimento, nem indicação da origem de recursos (se da União ou de contrapartida da Prefeitura). Evidência: Documentos de despesa apresentados. Manifestação do Prefeito:

“A formalidade de não haver indicado a fonte dos recursos nas Notas Fiscais é suprida quando a indicação dos mesmos constarem da Ordem de Pagamento e serem movimentados em conta específica, cujo número consta do Contrato de Repasse. Tal omissão é mera formalidade que não casa nenhum prejuízo ao erário público.”

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 6Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 13: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Análise da Equipe: Apesar da ausência de dano pela desconformidade apontada, mantém-se as constatações como fato relevante, em respeito à obrigatoriedade de o Gestor atender a todos os comandos normativos que regulam sua conduta. No caso, as regras específicas do Contrato de Repasse assinado e as normas gerais já mencionadas e estatuídas na Lei 4.320/1964.

3.3) Divergência entre valores de despesa comprovados e valores medidos Fato(s):

A última medição da CAIXA, constante em relatório de acompanhamento daquela empresa, prevê um quantitativo financeiro de R$ 77.007,21 (setenta e sete mil e sete reais e vinte e um centavos), em desacordo, portanto, com a soma das três notas fiscais fornecidas (vide item 2.2). Evidência: Dossiês da CAIXA. Manifestação do Prefeito:

“Divergência de R$ 0,66 (sessenta e seis centavos) entre o lançado nas Notas Fiscais e o valor lançado pela Caixa Econômica Federal, é tão irrisório que dispensa até comentários, pois consiste tão somente em erro somatório que nada altera objeto do mesmo.” Análise da Equipe:

O subitem de que trata a divergência (item 2.2) demonstra que os valores das notas fiscais avultaram-se em R$ 70.006,55 (setenta mil e seis reais e cinqüenta e cinco centavos). A diferença, portanto, chega a R$ 7.000,66 (sete mil reais e sessenta e seis centavos) e não a R$ 0,66 (sessenta e seis centavos), como quis assinalar o Gestor.

3.4) Ausência de valores de contrapartida Fato(s):

Não foi possível identificar, nos extratos da conta corrente relativa ao contrato de repasse (CAIXA Ag. 0765, conta-corrente nº 006.034-4), nenhum depósito a que pudesse se atribuir a característica de contrapartida da Prefeitura de S. R. das Mangabeiras (MA).

Além disso, apesar de a prestação de contas ter sido aprovada sem ressalvas pela CAIXA, o cálculo constante na mesma, na parte da comprovação de pagamentos, apresenta item que designa como credor “CONTRAPARTIDA DA PREFEITURA”(R$ 7.000,66), ou seja, sugere que tal valor seja independente das despesas executadas. Somada com a despesa total comprovada, tal parcela perfaz os R$ 77.007,21, medidos pela CAIXA (sic!). Evidência: Dossiês da CAIXA. Manifestação do Prefeito:

“O Município fez o depósito da contrapartida na conta convênio, porém o mesmo foi estornado sob a alegação que a contrapartida não deveria ser depositada naquela conta, mas prestada de forma direta mediante o fornecimento de mão- de-obra, transporte, etc.

“Portanto, justificada fica esta alegação. Note-se que neste mesmo item constata-se a

aprovação sem restrições da Prestação de Contas por parte da CAIXA ECONOMICA FEDERAL, que aliás, como se sabe, só aprova as contas após vistoria minuciosa.” Análise da Equipe:

Apesar de consistente a justificativa, o Gestor não fez a juntada necessária de documentação que pudesse comprovar suas alegações, razão pela qual mantém-se a constatação.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 7Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 14: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

4 – Programa: Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Setor Agropecuário – PRODESA. Ação: Estímulo à Produção Agropecuária Objetivo da Ação de Governo: Apoio financeiro às Prefeituras com vistas à implementação, à modernização, à ampliação, à racionalização e realocação da infra-estrutura necessária ao desenvolvimento da agricultura no município. Ordens de serviço: 148989 e 148992. Objeto Fiscalizado: Implantação de 6.040m rede elétrica trifásica (alta tensão) até o Povoado Canto Grande, a partir de uma derivação na linha que atende ao Povoado União, bem como de 1080m de rede elétrica trifásica (baixa tensão) dentro do Povoado União. Também a montagem de uma subestação de 75 kVA 13,8 kV/380/220V no Povoado União Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras/MA Qualificação do Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse nº 0097206-12/1999/MAPA/CAIXA (SIAFI nº 470152) Montante de Recursos Financeiros: R$ 82.500,00 (oitenta a dois mil e quinhentos reais): R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais) relativos ao repasse federal e R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais) relativos à contrapartida da Prefeitura Extensão dos exames: R$ 59.459,34 (cinqüenta e nove mil, quatrocentos e cinqüenta e nove reais e trinta e quatro centavos), conforme relatório de acompanhamento da CAIXA. 4.1) Não-conformidade do processo licitatório Fato(s):

Foi realizada uma licitação (Tomada de Preços nº 01/2000) por preço global para três trechos de eletrificação. O contrato ora sob exame corresponde à execução do terceiro trecho, objeto do contrato de repasse acima referido. Sobre o processo licitatório, vide o subitem 2.1 supra. Evidência: Vide item 2.1. Manifestação do Prefeito:

“No presente caso, temos que a parcela referente ao terceiro trecho obra objeto do convênio, ou seja, a implantação de rede elétrica entre os Povoados União e o Povoado Canto Grande, embora previsto no processo licitatório, não foi realizado com os recursos do Governo Federal por conta da grande demora na liberação dos recursos e da grande burocracia. A obra foi realizada com recursos de outras fontes, e a parcela prevista para o mesmo foi estornada ao Tesouro.” Análise da Equipe:

O objeto do ponto se atém a aspectos do procedimento licitatório – Tomada de Preços nº 01/2000 – já referenciado diversas vezes neste relatório. De empréstimo, portanto, tomam-se as observações relatadas no subitem 3.1, para se manter a constatação. 4.2) Falta de correspondência entre execução física e a execução financeira do contrato (cronograma do plano de trabalho) Fato(s):

Em resposta a uma solicitação de fiscalização, a Prefeitura sinalizou a ausência de documentos fiscais comprobatórios das despesas realizadas, o que é coerente com o atraso na liberação dos recursos, que, segundo registros do SIAFI, é nula. Também os extratos bancários não denunciam nenhuma movimentação na conta específica do contrato. Entretanto, as obras foram totalmente realizadas, inclusive a rede elétrica trifásica chega até ao Povoado Canto Grande, onde já alimenta boa parte das residências. Evidência: Análise dos documentos da Prefeitura, da CAIXA, e inspeção in loco das obras.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 8Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 15: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Manifestação do Prefeito: “Os fatos já estão relatados no próprio relatório da fiscalização como se segue: Em

resposta a uma solicitação de fiscalização a Prefeitura sinalizou a ausência de documentos fiscais com probatórios das despesas realizadas, o que é coerente com o atraso na liberação dos recursos, que, segundo registros do SIAFI, é nula. Também os extratos bancários não denunciam nenhuma movimentação na conta específica do contrato. Entretanto as obras foram totalmente realizadas inclusive a rede elétrica trifásica chega até ao Povoado Canto Grande onde já alimenta boa parte das residências. Vê-se que esta divergência entre o físico e financeiro não gerou irregularidade para causar prejuízo ao erário, pelo contrário beneficiou a comunidade destinatária.” Análise da Equipe:

Ainda que o objeto tenha sido executado com recursos do tesouro municipal, este, no âmbito do Contrato de Repasse firmado, não poderia se olvidar de comprovar todas as despesas executadas, razão pela qual se mantém a constatação.

5 - Programa: Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Setor Agropecuário – PRODESA. Ação: Estímulo à Produção Agropecuária Objetivo da Ação de Governo: Apoio financeiro às Prefeituras com vistas à implementação, à modernização, à ampliação, à racionalização e realocação da infra-estrutura necessária ao desenvolvimento da agricultura no município. Ordens de serviço: 148989 e 148993. Objeto Fiscalizado: Construção de 1,63km de rede primária de média tensão (7,95kV) e 1,72km de rede secundária de baixa tensão (440/220V), atendendo ao Povoado de Roncadeira, Fazenda Torre, Fazenda Catapora, Povoado Riachão, Povoado Sucupira e Povoado Cantos. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras/MA. Qualificação do Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse nº 0158449-31/2003/MAPA/CAIXA (SIAFI nº 491757). Montante de Recursos Financeiros: R$ 78.750,00 (setenta e oito mil, setecentos e cinqüenta reais): R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais) relativos ao repasse federal e R$ 3.750,00 (três mil, setecentos e cinqüenta reais) relativos à contrapartida da Prefeitura. Extensão dos exames: Não se aplica, pois não houve liberação financeira para o projeto. 5.1) Falta de execução físico-financeira Fato(s):

Apesar de o contrato ter eleito as comunidades de Roncadeira, Fazenda Torre, Fazenda Catapora, Povoado Riachão, Povoado Sucupira e Povoado Cantos, não houve, até o momento, formalização de nenhum projeto que viabilizasse as execuções. O contrato se encontra sob condição suspensiva, inclusive, o prazo dado pela CAIXA para a apresentação dos documentos faltantes (22 de abril de 2004, segundo o Ofício n. 2190/2003/ENI/GIDUR/SL) já expirado. Evidência: Dossiê da CAIXA. Manifestação do Prefeito:

“O projeto a que se refere este item foi apresentado em tempo hábil, porém, a Caixa Econômica exigiu a retificação de alguns documentos os quais estão sendo retificados pelo Setor Técnico das Empresas Licitantes.” Análise da Equipe:

Objetivamente o Gestor não apresenta as razões da mora em atender às exigências feitas pela Caixa Econômica Federal. Não se pode descuidar, de outra parte, que projetos da natureza em que se revestem os de eletrificação rural guardam enormes impactos sócio-econômicos nas comunidades da Zona Rural, fato que demanda ações imediatas a viabilizar as execuções. Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 9

Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 16: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO NO ESTADO DO MARANHÃO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA)

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

11º Sorteio do Projeto de Fiscalização a Partir de Sorteios Públicos

30/JUNHO/2004

Page 17: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

1

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA) Na Fiscalização realizada a partir de Sorteios Públicos de Municípios, dos Programas de Governo financiados com recursos federais, foram examinadas, no período de 26 a 30 de julho de 2004, a seguinte Ação sob responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Agrário:

Financiamento e Eqüalização de Juros para a Agricultura Familiar – PRONAF (Lei N. 8427, de 1992) – Nacional.

Este relatório, de caráter preliminar, destinado aos órgãos e entidades da Administração

Pública Federal, gestores centrais dos programas de execução descentralizada, contempla, em princípio, constatações de campo que apontam para o possível descumprimento de dispositivos legais e contratuais estabelecidos para esse tipo de execução. Esclarecemos que os Executores Municipais dos Programas, quanto àqueles sob sua responsabilidade, já foram previamente informados sobre os fatos relatados. Assim, cabe ao Ministério Supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas com vistas à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades. Constatações da Fiscalização 1 – Programa: Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. Ação: Financiamento e Eqüalização de Juros para a Agricultura Familiar – PRONAF (Lei nº 8.427, de 1992). Objetivo da Ação de Governo: Fortalecer a agricultura familiar, promovendo sua inserção competitiva nos mercados de produtos e fatores. Ordens de Serviço: 149415 e 149268. Objeto Fiscalizado: Crédito fornecido para investimentos rurais, tais como: formações de pasto, construções/reformas de cerca, aquisição de gado. Agente Executor Local: Banco do Brasil (Agência n. 3626-9 / São Raimundo das Mangabeiras). Qualificação do Instrumento de Transferência: Contratos de Repasse. Montante de Recursos Financeiros: R$ 72.913,40 (setenta e dois mil, novecentos e treze reais e quarenta centavos). Extensão dos exames: Análise dos dossiês dos mutuários arrolados na amostra enviada à CGUMA e entrevista com cinco deles. 1.1) Deficiências de acompanhamento Fato(s):

Da análise dos dossiês dos dez beneficiários definidos em amostra, não se evidenciaram ações de acompanhamento técnico junto aos beneficiários. Os entrevistados foram unânimes em afirmar que nunca receberam nenhum tipo de esclarecimento sobre a utilização efetiva dos recursos que lhes foram disponibilizados. Também não registraram nenhum tipo de acompanhamento técnico por parte da GDR (Gerência de Desenvolvimento Regional), entidade que apoiou o estudo de viabilidade de todos os mutuários.

Evidência: Análise documental dos dossiês de dez mutuários e realização de entrevistas com cinco deles, conforme mostrado mo quadro a seguir:

Page 18: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

2

N.º da Operação Valor (R$)2135128 13.991,602130029* 13.736,002130059 11.435,002130042* 9.840,002135118 3.996,202130017* 3.988,002130041 3.988,002135121 3.985,802135106* 3.976,402135115* 3.976,40

Total 72.913,40 * Beneficiários entrevistados. 1.2) Falta de regularidade formal nas declarações de aptidão (DAP´s) Fato(s):

Todas as DAP’s apresentavam somente a assinatura do representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, ou seja, faltava a assinatura de um dos representantes de uma das entidades relacionadas no art. 5º, incisos I e II, da Portaria MDA nº 75, de 25/07/2003, em desacordo com o previsto no art. 6º do referido regulamento.

Além disso, não havia homologação, por parte do Banco, da(s) assinatura(s) apresentadas nas DAP’s. O art. 5º, § 8º, da Portaria MDA n.º 75/2003, determina às entidades credenciadas a emissão de DAP’s e o fornecimento aos agentes financeiros, até o dia 30 de maio de cada ano, dos cartões de autógrafo de seus representantes, para os habilitar a assinar tais documentos. Evidência: Todos os dossiês apresentados pelo banco, conforme tabela constante do item 1.1. 1.3) Falta de aplicação dos recursos no objeto do contrato Fato(s):

Um dos mutuários entrevistados (Operação 2135106), declarou não ter aplicado os recursos que recebeu e que não possui mais nenhum resíduo do financiamento adquirido - o valor recebido foi R$ 3.976,40 (três mil, novecentos e setenta e seis reais e quarenta centavos). Evidência: Entrevista realizada com o mutuário. 1.4) Cobrança de reciprocidade dos mutuários Fato(s): Um dos mutuários entrevistados (Operação 2130042) declarou ter recebido proposta do Banco para fazer um seguro de vida associado ao contrato. O referido seguro serviria, segundo lhe foi informado, para cobrir eventuais riscos com a inadimplência do contrato. Evidência: Entrevista realizada com o mutuário. 1.5) Ausência de documentos na composição dos dossiês apresentados pelo Banco do Brasil - Agência de São Raimundo das Mangabeiras/MA. Fato(s):

Da análise procedida em todos os dossiês disponibilizados pelo Banco (vide tabela do item 1.1), recursos para investimento, constatou-se ausência dos seguintes documentos exigidos para e espécie de financiamento em questão: a) comprovantes de despesa;

b) ficha financeira do contrato;

Page 19: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

3

c) declaração de dívida junto a outros bancos; d) declaração de dívida com a agência; e) relatório de fiscalização; e f)declaração do agricultor dando ciência de que contará com apenas mais um financiamento de custeio.

Evidência: Dossiês apresentados pelo Banco, constantes da amostra selecionada nas Ordens de Serviço. 2 - Programa: Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. Ação: Financiamento e eqüalização de juros para a agricultura familiar – PRONAF (Lei nº 8.427, de 1992). Objetivo da Ação de Governo: Fortalecer a agricultura familiar, promovendo sua inserção competitiva nos mercados de produtos e fatores. Ordens de Serviço: 149342 e 149404. Objeto Fiscalizado: Crédito deferido para realização de investimentos relacionados principalmente com a aquisição de gado (bovino, ovino, suíno) e aves. Também houve aquisição de um engenho de cana. Agente Executor Local: Banco do Nordeste do Brasil (Ag. n. 139 – Balsas/MA). Qualificação do Instrumento de Transferência: Operação de crédito. Montante de Recursos Financeiros: R$ 9.293,60 (nove mil, duzentos e noventa e três reais e sessenta centavos). Extensão dos exames: Totalidade dos dez dossiês propostos na amostra e verificação in loco do objeto de cinco deles, inclusive com entrevista aos mutuários. 2.1) Ausência de documentos na composição dos dossiês apresentados pelo Banco BNB – Agência de Balsas/MA. Fato(s):

Da análise dos dossiês apresentados, constatou-se ausência de documentos exigidos pelo regulamento do Programa, tais como: a) comprovantes de despesa (Operações 0139A100040401001, 0139A100041101001, 0139A100041201001); b) projeto técnico simplificado (todos as operações); c) declaração do agricultor de suas dívidas junto a outros bancos (todos as operações); d) declaração do agricultor dando ciência de que só poderá contar com mais um financiamento de custeio (todos as operações); e e) declaração do agricultor dando ciência de que não poderá mais receber crédito de investimento (todos as operações). Evidência: Dossiês apresentados pelo Banco, referentes à amostra solicitada pela CGUMA .

N.º Operação Valor (R$)0139A100016501001* 4.793,600139A100040101001 500,000139A100040201001* 500,000139A100040301001* 500,000139A100040401001* 500,000139A100040501001 500,000139A100040801001 500,000139A100040901001 500,000139A100041101001* 500,000139A100041201001 500,00

Total 9.293,60* Beneficiários entrevistados.

Page 20: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

4

2.2) Declarações de Aptidão (DAP´s) em desacordo com o art. 6º da Portaria MDA nº 75, de 25/07/2003 Fato(s):

Da análise de todos os dossiês disponibilizados, constatou-se que as DAP’s apresentavam somente a assinatura do representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, ou seja, faltava a assinatura de um dos representantes de uma das entidades relacionadas no art. 5º, incisos I e II, da citada Portaria, em desacordo com o previsto no art. 6º. Evidência: Todos os dossiês apresentados pelo Banco, conforme tabela apresentada no item 2.1. 2.3) Ausência de homologação, por parte do Banco, da(s) assinatura(s) apresentadas nas DAP’s Fato(s):

Da análise procedida em todas as DAP’s, verificou-se que as assinaturas não estavam devidamente homologadas, haja vista a ausência de carimbo de homologação. O art. 5º, § 8º, da Portaria MDA n.º 75/2003 determina às entidades credenciadas a emissão de DAP’s e o fornecimento aos agentes financeiros, até o dia 30 de maio de cada ano, dos cartões de autógrafo de seus representantes, para os habilitar a assinar tais documentos. Evidência: Dossiês constantes da tabela do item 2.1.

Page 21: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO NO ESTADO DO MARANHÃO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA)

MINISTÉRIO DAS CIDADES

11º Sorteio do Projeto de Fiscalização a Partir de Sorteios Públicos

30/JUNHO/2004

Page 22: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

1

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA)

Na Fiscalização realizada a partir de Sorteios Públicos de Municípios, dos Programas de Governo financiados com recursos federais foram examinadas no período de 26 a 30 de julho de 2004 as seguintes Ações sob responsabilidade do Ministério das Cidades:

Melhoria das Condições de Habitabilidade. Implantação, Ampliação ou Melhoria de Obras de Infra-Estrutura Urbana.

Este relatório, de caráter preliminar, destinado aos órgãos e entidades da Administração

Pública Federal, gestores centrais dos programas de execução descentralizada, contempla, em princípio, constatações de campo que apontam para o possível descumprimento de dispositivos legais e contratuais estabelecidos para esse tipo de execução.

Esclarecemos que os Executores Municipais dos Programas, quanto àqueles sob suap responsabilidade, já foram previamente informados sobre os fatos relatados. Assim, cabe ao Ministério Supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas com vistas à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades. Constatações da Fiscalização 1 – Programa: Morar Melhor. Ação: Melhoria das Condições de Habitabilidade. Objetivo da Ação de Governo: Elevar as condições de habitabilidade em áreas minimamente urbanizadas e/ou melhorias das unidades habitacionais. Ordem de Serviço: 150329. Objeto Fiscalizado: Construção de 17 unidades habitacionais. Agente Executor Local: Prefeitura de São Raimundo das Mangabeiras (MA). Qualificação do Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse n.º 0129432-39/2001. Montante de Recursos Financeiros: R$ 123.649,97 ( cento e vinte e três mil, seiscentos e quarenta e nove reais e noventa e sete centavos). Extensão dos exames: Foram analisados o processo licitatório (Prefeitura), os comprovantes de despesa, os extratos bancários da conta específica do contrato, a documentação existente na Caixa Econômica Federal e os Relatórios de Acompanhamento do Empreendimento – RAE. Houve ainda apuração de uma denúncia, entrevistas com moradores e inspeção física nas unidades. 1.1) Utilização, na distribuição das casas populares, de critérios incompatíveis com os previstos pelo Programa Morar Melhor Fato(s):

O contrato de Repasse n.º 129.432-39, celebrado entre a Caixa Econômica Federal (CAIXA) e a Prefeitura de São Raimundo das Mangabeiras (MA), destinava-se à construção de 17 (dezessete) casas populares para famílias com renda média de até um salário mínimo (Plano de Trabalho). Sua vigência compreendeu o período de 28/12/2001 a 29/08/2003 e movimentou R$ 118.175,35 (cento e dezoito mil, cento e setenta e cinco reais e trinta e cinco centavos), transferidos

Page 23: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

2

pelo Ministério das Cidades, mais R$ 5.908,77 (cinco mil, novecentos e oito reais e setenta e sete centavos), a título de contrapartida.

As casas foram edificadas em conformidade com as especificações do projeto e encontram-se devidamente habitadas. A Prestação de Contas Final foi aprovada em 11 de março de 2004, conforme Ofício n.º 209/GIDUR/CAIXA, de 18 de março do corrente ano. Atesta-se, portanto, o cumprimento do objeto do presente ajuste.

Para fim de verificação dos procedimentos de distribuição de moradias, foram ouvidos 09 (nove) moradores beneficiados, um Vereador e o Prefeito. Os resultados da aplicação desses procedimentos evidenciaram que: a) um Vereador e uma moradora da Vila confirmaram a utilização de critérios políticos na distribuição das moradias e firmaram declarações formais nesse sentido; b) um morador informou que recebeu a casa por indicação de seu irmão, que é Vereador no Município; c) o Termo de Aforamento registrado no Livro 17, folhas 147, lavrado em 26 de junho do corrente ano, indica que a casa n.º 05 pertence a um Vereador local. Essa evidência documental foi confirmada pelos vizinhos e por um outro Vereador de S. R. das Mangabeiras (MA).

Questionado sobre os critérios adotados para distribuir as unidades habitacionais, o Prefeito formalmente declarou que “ o critério para escolha dos beneficiados foi o seguinte: entre as pessoas cadastradas escolheu-se (sic) as que não possuíam nem lotes nem casas no município e entre estas últimas as que tinham maior necessidade.” (Carta enviada à Coordenação do 11.º Sorteio dos Municípios em 30/07/2004).

Assim, em face dos fatos expostos e considerando que o Plano de Trabalho do ajuste em análise fixou como público-alvo famílias com até 01 (um) salário mínimo de renda média, conclui-se que os critérios utilizados pela Prefeitura para distribuir as casas populares são incompatíveis com aqueles estabelecidos no contrato de repasse sob comento. Ademais, ferem os princípios constitucionais que regem a Administração Pública, especialmente o da impessoalidade (artigo 37, caput da Constituição Federal). Evidência: Termos de Aforamento; Relação de Vereadores do Município; Declarações por escrito de um Vereador, de moradora e do Prefeito; entrevistas com moradores. Manifestação do Prefeito:

“As informações prestadas por terceiros aos senhores Auditores sobre possíveis irregularidades nos critérios usados para a distribuição das casas populares da Vila Ceci, são improcedentes. Na verdade foram construídas naquela Vila 18 casas sendo 17 por conta do convênio 1 uma com recursos do município.

“A casa cedida a Vereador [...] foi exatamente aquela construída com recursos municipais, pois o mesmo era residente na zona rural e não tinha casa na sede do município.

“Por último é de dizer que as 17 casas objeto do convênio foram distribuídas obedecendo-

se o critério da renda mínima e respeitando-se os princípios constitucionais do art. 37, caput, da CF. Isso é provado posto que nenhum dos beneficiários são proprietários de outro imóvel nesta cidade.” Análise da Equipe:

A justificativa não alcançou todos os pontos da constatação. Tentou, sem sucesso, elidir o pressuposto desvio de finalidade no ato de destinar casa construída com recurso do convênio a pessoa não elegível pelo critério da renda mínima. Ademais, no que tange à casa que teria sido

Page 24: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

3

construída com recursos próprios, deve-se lembrar que esse fato de per si não autoriza conduta desta natureza, pois como ente federativo e afeto a toda carga normativa e principiológica que rege a conduta da Administração Pública, não poderia o Gestor descuidar de obedecer à referida base principiológica estatuída na Constituição Federal, mercê do art. 37, caput. 2 – Programa: Infra-estrutura Urbana. Ação: Implantação, Ampliação ou Melhoria de Obras de Infra-Estrutura Urbana. Objetivo da Ação de Governo: Urbanização de áreas habitadas por população de baixa renda, prioritariamente os municípios integrantes do Programa Comunidade Solidária. Ordem de Serviço: 150304. Objeto Fiscalizado: Calçamento das ruas Sargento Cardoso e Gomes de Souza. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras - MA. Qualificação do Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse nº 129.433-43, SIAFI nº 446987. Montante de Recursos Financeiros: R$ 100.093,28 (cem mil, noventa e três reais e vinte e oito centavos). Extensão dos exames: Verificação “in loco” e licitações. 2.1) Execução de obra em desacordo com o projeto básico Fato(s): Para a execução da obra, o Prefeito de São Raimundo das Mangabeiras (MA) instruiu o Convite nº 013/2002. Teriam participado da licitação três empresas, a saber: Milenar Construções e Comércio Ltda. CNPJ n.º 04.407.924/0001-68, Construtora Meridional Ltda., CNPJ n.º 04.180.503/0001-47 e Poly Engenharia Ltda., CNPJ n.º 00.494.917/0001-90. Foi declarada vencedora a primeira empresa, com proposta no valor de R$ 99.633,68 (noventa e nove mil, seiscentos e trinta e três reais e sessenta e oito centavos).

O projeto básico previa a execução de pavimentação de 3.360m² com bloco sextavado de concreto de e=8cm, 874,14m de meio fio de concreto moldado e 384m de sarjeta (7cm x 40cm) na Rua Sargento Cardoso.

Foi executada uma pavimentação na citada rua. Porém, com blocos sextavados de e=6cm,

meio-fios pré-moldados e sem sarjetas. Essas constatações também foram identificadas pela CAIXA. Diante disso, houve um novo projeto para remanejamento de serviços, tendo em vista que os custos dos serviços executados se tornaram menores que os contratados, assim, foi prevista a pavimentação na rua da saúde, o que beneficiaria o hospital municipal.

Em verificação “in loco”, constatamos que os serviços foram executados na rua Gomes de

Souza numa extensão de 108m, com meio-fio e sem sarjeta. Como não há obras de drenagem nestas ruas e o meio-fio não permite as saídas laterais das

águas pluviais, as pavimentações estão sendo cobertas por resíduos e areia, conforme demonstrado na Foto 01 adiante. A rua da Saúde, onde se localiza o hospital, ficou prejudicada, tendo em vista que as águas pluviais para lá se deslocam, dada a impermeabilidade das pavimentações e a ausência de drenagem. Conforme informações dos servidores da Secretaria de Saúde, em época de chuvas o hospital fica isolado e os referidos servidores encontram dificuldades para chegar ao local de trabalho.

Desse modo, verifica-se que o Gestor Municipal vem executando os serviços para posterior

adequação de projetos básicos, planilhas orçamentárias e memoriais descritivos, em desobediência ao previsto no Plano de Trabalho do referido Contrato de Repasse.

Page 25: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Foto 01 – Pista tomada pela areia. Foto 02 - Rua da Saúde. À direita hospital municipal.

Evidência: Verificação “in loco” da obra, relatório fotográfico e análise do processo licitatório.

Manifestação do Prefeito: Não apresentada para este item. Análise da Equipe:

Não se aplica.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 4Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 26: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO NO ESTADO DO MARANHÃO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA)

MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES

11º Sorteio do Projeto de Fiscalização a Partir de Sorteios Públicos

30/JUNHO/2004

Page 27: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

1

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA)

Na Fiscalização realizada a partir de Sorteios Públicos de Municípios, dos Programas de Governo financiados com recursos federais foram examinadas no período de 26 a 30 de julho de 2004, as seguintes Ações sob responsabilidade do Ministério das Comunicações:

Fiscalização da Prestação de Serviços de Telecomunicações. Fiscalização da Universalização dos Serviços de Telecomunicações.

Este relatório, de caráter preliminar, destinado aos órgãos e entidades da Administração

Pública Federal, gestores centrais dos programas de execução descentralizada, contempla, em princípio, constatações de campo que apontam para o possível descumprimento de dispositivos legais e contratuais estabelecidos para esse tipo de execução.

Esclarecemos que os Executores Municipais dos Programas, quanto àqueles sob sua responsabilidade, já foram previamente informados sobre os fatos relatados. Assim, cabe ao Ministério Supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas com vistas à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades. Constatações da Fiscalização 1 – Programa: Oferta de Serviços de Telecomunicações. Ação: Fiscalização da Prestação de Serviços de Telecomunicações. Objetivo da Ação de Governo: Garantir o atendimento pessoal ao usuário do Serviço Fixo Comutado (PGMQ). Ordem de Serviço: 148904. Objeto Fiscalizado: Existência de posto de atendimento pessoal ao usuário. Agente Executor Local: Concessionário dos Serviços de Telecomunicações. Qualificação do Instrumento de Transferência: Não se aplica. Montante de Recursos Financeiros: Não se aplica. Extensão dos exames: 01/01/2000 a 30/04/2004. 1.1) Ausência de Postos Telefônicos Fato(s): Entrevistas com o Prefeito de São Raimundo das Mangabeiras (MA) e com a Comunidade dão conta de que não há Posto Telefônico de atendimento ao público situado no Município, tampouco outros meios de atendimento ao usuário. Segundo o Gestor Municipal, o escritório mais próximo da concessionária de telecomunicações localiza-se na Cidade de Balsas (MA), que fica a uma distância de noventa quilômetros da base municipal ora fiscalizada. Evidência: Entrevistas com o Prefeito e com alguns moradores; declaração formal da Prefeitura de São Raimundo das Mangabeiras, assinada pelo Prefeito.

Page 28: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO NO ESTADO DO MARANHÃO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA)

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME

11º Sorteio do Projeto de Fiscalização a Partir de Sorteios Públicos

30/JUNHO/2004

Page 29: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

1

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA) Na Fiscalização realizada a partir de Sorteios Públicos de Municípios dos Programas de Governo financiados com recursos federais, foram examinadas, no período de 26 a 30 de julho de 2004, as seguintes Ações sob responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome:

Transferência de Renda Diretamente às Famílias em Situação de Pobreza e Extrema Pobreza – Bolsa Família. Transferência de Renda Diretamente às Famílias em Situação de Pobreza e Extrema Pobreza – (Bolsa Escola). Atendimento à Criança em Creche e outras Alternativas Comunitárias. Capacitação de Conselheiros, Gestores e Técnicos de Assistência Social. Implantação de Centros da Juventude.

Este relatório, de caráter preliminar, destinado aos órgãos e entidades da Administração

Pública Federal, gestores centrais dos programas de execução descentralizada, contempla, em princípio, constatações de campo que apontam para o possível descumprimento de dispositivos legais e contratuais estabelecidos para esse tipo de execução.

Esclarecemos que os Executores Municipais dos Programas, quanto àqueles sob sua responsabilidade, já foram previamente informados sobre os fatos relatados. Assim, cabe ao Ministério Supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas com vistas à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades. Constatações da Fiscalização 1 – Programa: Transferência de Renda com condicionalidades - Bolsa Família. Ação: Transferência de Renda diretamente às famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Objetivo da Ação de Governo: Transferência de renda às famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, com renda "per capita" até R$ 100,00 mensais que visa combater a fome, a pobreza e outras formas de privação das famílias e promover a segurança alimentar e nutricional e o acesso à rede de serviços públicos de saúde, educação e assistência social, criando possibilidades de emancipação sustentada dos grupos familiares e de desenvolvimento local. Ordem de Serviço: 148534. Objeto Fiscalizado: Não se aplica. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras/MA. Qualificação do Instrumento de Transferência: Repasse direto à Prefeitura (Fundo a Fundo). Montante de Recursos Financeiros Aplicados: R$ 52.280,00 (cinqüenta e dois mil, duzentos e oitenta reais). Extensão dos exames: Analisado o enquadramento dos beneficiários, cadastros, verificações “in loco” da situação sócio-econômica das famílias beneficiárias. O período abrangido pelos exames vai de 01de janeiro até 31 de maio de 2004.

Page 30: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

2

1.1) Cinqüenta e cinco cartões Bolsa Família distribuídos com a senha bloqueada. Fato(s): Consoante informações da coordenação local do Bolsa Escola, que também faz parte do Comitê Gestor do Programa Fome Zero no Município, das 624 famílias beneficiadas, somente 83 não possuíam cartão para recebimento dos seus benefícios. A CAIXA entregou esses cartões às famílias com o status de bloqueados. O Gestor Municipal declarou ter efetuado vários contatos telefônicos com a CAIXA com vistas ao desbloqueio dos cartões. Tais incursões não redundaram no êxito esperado, o que levou os beneficiários e a coordenação a pedirem a intermediação da Promotoria de Justiça para conseguir a liberação das senhas. Esse procedimento resultou na liberação de apenas 28 das 83 senhas bloqueadas.

Conforme relação disponibilizada, são os seguintes os cartões bloqueados: NIS NIS

01 16028900185 33 16419272387 02 16118039071 34 16420232490 03 16118092355 35 16420287406 04 16418061573 36 16720276358 05 16118061425 37 16421108912 06 16117147407 38 16420292833 07 16420134022 39 16420292442 08 16420259879 40 16420262276 09 16118209546 41 16420233276 10 16118241873 42 16419292620 11 16118241156 43 16420339430 12 16246566996 44 16596092721 13 12718838371 45 16594193768 14 16245607362 46 12653109370 15 16246592407 47 16596131786 16 16118201634 48 16599472703 17 16117240385 49 16595180813 18 16246621245 50 16596153518 19 16245649200 51 16586233279 20 16245755744 52 16595280176 21 16245740860 53 16413324032 22 16245806217 54 16598163030 23 16419235414 55 16588969261 24 16419217793 25 16420254699 26 16420280908 27 16419304661 28 16419299684 29 16420277435 30 16420229619 31 16419286388 32 16420259879 Fonte: Relação de cartões bloqueados (cadastro único). Fornecido pela Prefeitura municipal. Evidência: Entrevistas realizadas com beneficiários residentes na zona rural e urbana, entrevista com membros do Comitê Gestor Municipal, cópia da lista de cartões bloqueados informados pela Prefeitura . Manifestação do Prefeito: “Quanto à distribuição de cartões do programa Bolsa Família com senhas bloqueadas, não cabe à Prefeitura qualquer responsabilidade, pois esses cartões foram distribuídos pela Caixa

Page 31: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

3

Econômica Federal. Se bloqueados ou não é bem sabido que o Conselho ou a Coordenação não tem poderes para tal. Evidentemente que, como o órgão pagador do bolsa escola é a CAIXA, fica claro que a ele compete dar explicações sobre o fato reclamado. Análise da Equipe: Não se trata de encontrar responsáveis pelo fato, mas sim de tomada de decisões que possibilitem resolver um problema que atinge diretamente dezenas de famílias, que são objeto de um programa de governo nacional e cujo sucesso possibilitará, ainda que de forma incipiente, um relativo resgate na dignidade dos beneficiados.

1.2) Benefícios pagos a famílias que não se enquadram nas exigências do Programa Bolsa Família Fato(s): O objetivo do Programa Bolsa Família é combater a fome, a pobreza e as desigualdades por meio de transferência de benefício financeiro a famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. A finalidade é a unificação de outros programas de transferência de renda do Governo Federal, especialmente o Bolsa Escola, Vale-gás e o Bolsa Alimentação. O benefício é destinado às famílias em situação de pobreza, com renda “per capita” de até R$100,00 (cem reais) mensais. O valor dos benefícios variam de R$15,00 (quinze reais) a R$95,00 (noventa e cinco).

O Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar (MESA) enviou ao Município listagem com 624 famílias que seriam beneficiadas. O Comitê Gestor do Programa FOME ZERO Municipal analisou e avaliou as condições da situação alimentar real e a adequação dessas famílias às exigências do Programa e repassou essas informações ao Ministério para que fossem excluídas aquelas que não preencheram os critérios definidos para a percepção do benefício.

Segundo informações da coordenação local, esta, conjuntamente com os Agentes Comunitários de Saúde e os membros do Comitê Gestor, realizaram as avaliações junto às residências dos beneficiários e constataram que 111 famílias não poderiam receber os valores dos benefícios. Da relação dos impugnados, evidenciaram-se treze funcionários municipais (professores e outros cargos) comerciantes, diretora de escola, fazendeira e esposa do diretor da Vigilância Sanitária. Indagados a respeito, o Comitê, por meio do Ofício S/N, datado de 29/07/2004, declarou ter encaminhado uma relação nominal dessas 111 famílias ao digitador, membro do Comitê, único que possuía a senha de acesso ao Programa no Município para confirmar as exclusões junto ao MESA via INTERNET. Informa ainda que apesar das exclusões, o sistema, por razões que não souberam explicar, continuou validando aqueles cadastrados, razão pela qual continuam a perceber os benefícios. Segue abaixo a lista com as famílias a serem excluídas:

ENDEREÇO OBSERVAÇÃO 1. Rua Rio Branco Esposa de pedreiro 2. Rua Rio Branco, 123 – Centro 3. Rua Rio Branco, 123 – Vila Cardoso Professora 4. Vale Verde – Povoado 5. Barracão Comerciante 6. Rua Tenente Rosa nº 123 – Centro Funcionária pública 7. Rua São Francisco – São Francisco Funcionária pública 8. [NÃO INFORMADO] 9. Rua Rio Branco, nº 130 - Centro 10. Rua Joaquim Tavares 11. Av. Rodoviária s/n Várias casas de aluguel 12. Aquiles de Lisboa – Centro 13. Pov. Canto Grande A.C.S 14. Vale Verde Comerciante 15. João Paulo II – São Francisco Filhas em Portugal

Page 32: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

4

ENDEREÇO OBSERVAÇÃO 16. Vila Cardoso Pai Fazendeiro 17. Antônio Dino, 64 – São Francisco Comerciante 18. Antônio Dino, 61 – São Francisco 19. Morro do Chupé – Povoado 20. Daniel Comboní, 38 – São Francisco 21. Vale Verde, s/n – Povoado 22. Rua Francisco das Chagas, 168 Professora 23. Rua Paulo Ramos, nº 145 – Centro Professora 24. Rua Paissandú – Bairro Conceição 25. Rua Tenente Rosa nº 128 – Centro Marido Comerciante 26. Daniel Comboní, 84 – São Francisco 27. Vila Cardoso 28. Rua Gonçalves Dias nº 123 – Centro Cabeleireira 29. Vale Verde – Zona Rural Funcionário e 1 aposentado 30. Vale Verde – Zona Rural Açougueira 31. Caminho Velho – Zona Rural 2 Aposentadorias 32. Rua Paissandu, s/n – Conceição 33. Canto Grande – Povoado Professora 34. Rua Antônio Dino, 300 – S. Francisco Não precisa 35. Vale Verde Povoado A.C.S 36. Pov. Vale Verde 37. Rua Joaquim Tavares A.C.S 38. Nova Descoberta Pequena Fazendeira 39. Daniel Comboní, 33 – S. Francisco 40. Rua Rio Branco nº 35 – Centro Professor 41. Rua Paulo Ramos s/n – Centro 42. Rua Paissandu – Nazaré Marido trabalha na serra 43. Av. Rodoviária – Bairro de Nazaré 44. Bairro São José Trabalha outro Município(Fort. dos Nogueiras) 45. Rua Tenente Rosa 46. Rua Joaquim Tavares s/n Func. Pública/Esposo grande projetos 47. Bairro São José Pensionista DNER 48. Nova Descoberta – Faz. Nova 50 Bairro de Nazaré Pensionista DNER 51 Sítio Novo – Zona Rural Professora 52 Vila Cardoso 53 Rua Bendito Maia nº 05 – Centro Professora Aposentada 54 Rua José do Egito s/n Chácara Zona Rural 55 Rua Caititu, s/n – Zona Rural 56 Rua Gonçalves Dias nº 132 – Centro Funcionária Pública/Marido aposentado 57 Rua Antônio Dino, 89 – S. Francisco 58 Rua Tenente Rosa s/n – Centro Comerciante 59 Curralinho – Zona Rural Fazendeira 60 Bairro São Francisco 61 R. João Paulo III, 62 – S. Francisco 62 R. São Pedro s/n – Bairro Nazaré 63 Joaquim Tavares – Bairro de Nazaré Ag. De Saúde/Esposo Aposentado 64 Santo Dumont, s/n – S. Francisco 65 Mato do coco, s/n – Povoado 66 Rua Rio Branco nº 36 – Centro Marido Pedreiro 67 Braz, s/n – Zona Rural 68 Vila Cardoso Professora

Page 33: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

5

ENDEREÇO OBSERVAÇÃO 69 Rua Tenente Rosa s/n – Centro Marido Comerciante 70 Olavo Bilac, s/n – São José Marido tem moto 71 R. Daniel Comboni, 67 – S. Francisco 72 Joaquim Tavares – Bairro de Nazaré Marido oficina de bicicleta 73 Juá – Zona Rural Mudou – se p/ Balsas 74 Vila Cardoso 75 Santos Dumont, 26 – São Francisco Pai tem Restaurante 76 Rua Rio Branco Mudou-se p/ Estados Unidos 77 Bairro São José Mudou-se p/ Araguaína – To 78 Bairro São José Pensionista R$ 350,00 79 R. Serra Costa – São Francisco Diretora de Escola 80 R. Rio Branco nº 110 – Centro Marido mestre de obras 81 Macaúba / Zona Rural Balsas 82 [NÃO INFORMADO] 83 Av. Rodoviária – Centro Marido Fazendeiro 84 Joaquim Tavares 85 Vila Cardoso 86 R. Urbano Santos, nº 88 – Centro Funcionária Pública 87 R. São João – Bairro de Nazaré Func. Pública/Esposo trabalha em grandes

projetos 88 R. São Pedro nº 186 – Centro Fazendeira 89 Av. Rodoviária Pensão Alimentícia – Mãe Pensionista 90 Rua São Pedro s/n Professora/Marido tem um conjunto 91 Xxxx do Egito, 88 – Centro Irmã nos Estados Unidos 92 Bairro São Francisco Professora 93 Pov. Sucupira Mudou-se 94 Corrente dos Bezerra – Fazenda 95 Rua Rio Branco Professora e Diretora 96 Rua Passandu nº 82 – Centro Funcionária Pública 97 Rua Tenente Rosa nº 187 98 Vila Cardoso 99 Daniel Comboni, 26 – São Francisco 100 Bairro São José Falecida 101 Bairro São Francisco Mudou-se p/ Goiânia 102 [NÃO INFORMADO] 103 Antônio Dino, s/n – São Francisco 104 Rua João, nº 69 Marido Vigilante do Banco do Brasil 105 Nova Descoberta, s/n – Zona Rural 106 Nova Descoberta Esposa Pres. Do Sindicato dos Trab. Rurais 107 R. Urbano Santos nº 129 – Centro Professora 108 Vila Cardoso 109 Coelho Neto – São Francisco 110 R. São Francisco – São Francisco 111 R. São João Bairro de Nazaré Esposo Diretor da Vigilância Sanitária 112. Sítio Novo – Zona Rural Fonte: Relação de NIS para exclusão no Programa “Fome Zero”, do Comitê Gestor do Programa Fome Zero, Município de São Raimundo das Mangabeiras

Além das verificações apontadas pelo Comitê Gestor Municipal, citadas acima, foram

constatadas pela Equipe de Fiscalização casos de beneficiários que não atendem às condições do Programa e casos em que famílias recebem benefícios em duplicidade, conforme a seguir:

Page 34: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

NIS Constatação 16247615389 Recebe benefícios em duplicidade. Além de ser beneficiária do bolsa família,

Recebe também à bolsa escola pelo cartão NIS 16190226443-01 e também possui uma pensão mensal de R$ 260,00.

16588969261 Possui um chaveiro, dormitório e um bar. (Foto 01 e 02). 16543924153 Pequeno comércio de mercearia que rende 500 reais mensais. 16411077674 Recebe benefícios em duplicidade. Além de ser beneficiária do bolsa família,

recebe recursos da bolsa escola, pelo cartão NIS 16199297750-01, e possui renda média de R$ 400,00.

Evidência: Entrevistas realizadas com beneficiários residentes na zona rural e urbana, entrevista com membros do comitê gestor municipal, relação nominal para exclusão do programa fome zero do município, Ofício s/nº de 29/07/2004 do município assinado por três membros do comitê gestor, cópias das atas das reuniões de n.º 3, 4, 7, 5, 6, 8, 9, 11, 13, 15 do comitê gestor do programa fome zero no município e fotos tiradas no local. Manifestação doPrefeito: “O Comitê Gestor Municipal do programa Bolsa Família cumpriu seu papel procedendo a triagem das famílias e posteriormente enviando a lista para a MESA -via internet, para as devida exclusões e/ou correções. Caso a MESA não tenha processado as aludidas exclusões, cabem a ela as devidas explicações. “Com relação a duplicidade de cinco cadastros, apontados no relatório, os mesmos foram selecionados pelo Ministério da Educação e Cultura -MEC. Sendo a entrega dos Cartões a cargo de funcionário da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, em visita in loco. Caso tenha ocorrido algum erro ou equivoco no cadastramento isso não pode ser debitado ao Município e não a Coordenação local, até porque esta detectou o fato e o denunciou para o MEC e para a própria CAIXA, entretanto nenhuma providência foi tomada. Análise da Equipe:

Mantemos a constatação, pois faltou ao Gestor comprovar suas alegações, mormente as que disseram ter comunicado o fato aos Ministérios envolvidos.

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

Foto 01) Vista frontal da residência dobeneficiário 16588969261

Foto 02) Vista lateral do Dormitório onde se destaca a quantidade de quartos.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 6

Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 35: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

7

1.3) Recebimento do benefício com ônus para os contemplados no Programa Fato(s):

Oito famílias, dentre as que foram entrevistadas (beneficiários residentes na Zona Rural), chegam a desembolsar de R$ 6,00 a R$ 8,00 no deslocamento de suas residências até o estabelecimento credenciado pela Caixa Econômica Federal, localizada na Sede do Município, para receberem a quantia estipulada pelo Programa Bolsa Família. Evidência: Entrevistas realizadas com beneficiários residentes na zona rural. Manifestação do Prefeito: “São muitas as queixas que recebemos diariamente com relação a "senhas bloqueadas". Com certeza o auditor que realizou as entrevistas com as famílias, pode dimensionar a dificuldade vivida pelos participantes. Lamentavelmente a Comissão ou Comitê local não dispõem de alçada para solucionar tais problemas. Veja-se o que foi relatado sobre o item 1.1 do relatório em tela.” Análise da Equipe: De empréstimo, toma-se a análise feita e contida no subitem 1.1. 2 – Programa:Transferência de Renda com Condicionalidades – Bolsa Escola. Ação: Transferência de Renda diretamente às famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Objetivo da Ação de Governo: Incentivar, financeiramente, o progresso educacional das crianças de famílias de menor renda, com renda mensal per capta de ate ½ salário mínimo, estimulando a universalização do ensino e contribuindo para a redução da evasão escolar e da repetência. A família terá direito receber R$ 15,00 por mês, até o máximo de três crianças. O benefício máximo por família será de R$ 45,00. Objeto Fiscalizado: Cadastramento, recebimento e execução do programa Bolsa Escola. Ordem de Serviço: 148349. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras (MA). Qualificação do Instrumento de Transferência: Transferência direta para o beneficiário. Montante de Recursos Financeiros Aplicados: R$ 24.675,00 (vinte e quatro mil seiscentos e setenta e cinco reais ). Extensão dos exames: Análise dos beneficiários constantes nos relatórios de freqüência referentes ao 4º trimestre de 2003 enviados pela Caixa Econômica Federal ao Município São Raimundo das Mangabeiras (MA). 2.1) Relatório de Freqüência com dados desatualizados Fato(s):

Consoante informações prestadas pela Coordenação do Programa Bolsa Escola do Município, existem 1.270 (um mil duzentos e setenta) beneficiários recebendo bolsa escola no Município de São Raimundo das Mangabeiras (MA), o que corresponde à quantia de R$ 24.675,00 (vinte e quatro mil seiscentos e setenta e cinco reais ) .

Um dos critérios para o recebimento dos recursos do Programa e que as crianças, filhos dos

beneficiários estejam matriculados no Ensino Fundamental (1ª a 8ª série) e com idade entre 06 (seis) e 15 (quinze) anos, com freqüência escolar conferida trimestralmente pela Secretaria Municipal e enviada a Caixa Econômica Federal. Para tal a CAIXA envia ao município, os Relatórios de Controle de Freqüência Escolar para serem atualizados e registradas as informações referentes aos alunos.

Do exame dos relatórios de freqüência, constatou-se que as informações sobre a série e

sobre as transferências não vem sendo atualizados pela CAIXA, apesar de serem repassados pela Prefeitura. Conforme verificado, existem 6 (seis) alunos que já estão na 3ª Série e ainda não foram modificados nos relatórios e 6 (seis) alunos que estavam matriculados na São Luiz Gonzaga estão

Page 36: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

8

matriculados na Santo Agostinho. Sete alunos constam no cadastro como INEP inválido. Porém, foram localizados UE Silvino Costa Fumeiro.

Para corroborar as informações constantes nos Relatórios de Freqüências da CAIXA do 4º

trimestre de 2003 foi enviada pela CGU/PR uma amostra de 6 (seis) escolas para serem visitadas, porém não foi possível realizar as visitas as escolas porque as mesmas estavam em recesso escolar.

Evidência: Entrevista com a coordenadora do programa, Análise dos Controles de freqüência das seis escolas da amostra enviada pela CGU/PR, Consulta ao cadastro via CD na sede do município. Manifestação do Prefeito:

“Por parte do município todas alterações são feitas via Coordenação do Município e enviadas à CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, porém à sua revelia continuam sem serem observadas. Constata-se no próprio relatório da CGU que as informações não vem sendo atualizadas pela CAIXA, embora a Coordenação Municipal esteja encaminhando-as regularmente.” Análise da Equipe:

De fato, a evidenciação sinaliza e a diligência do Gestor no envio das informações à Caixa Econômica Federal. Para efeito de informação ao Órgão Gestor do Programa, quanto à evidência de inadequação por parte da CAIXA, permanece o ponto.

2.2) Dificuldades na operacionalização do Programa Bolsa Escola em 2004 Fato(s):

Conforme relato da Coordenação Municipal, a operacionalização do Programa, à partir da implantação do Bolsa Família, vem sofrendo com a falta de informações e o envio dos relatórios de freqüências da CAIXA. Atualmente, não se está realizando nem cadastro de novas famílias nem o devido controle das freqüências das crianças, pode ocorrer até mesmo que famílias estejam recebendo o benefício e as crianças não estarem estudando.

Outro fato mencionado pela Coordenação, que colabora para essa dificuldade de

operacionalização, diz respeito à pouca atenção e à falta de comunicação entre a CAIXA e o Gestor Municipal. Segundo declara, sempre a CAIXA é procurada não há atendimento satisfatório, inclusive não são repassadas as informações sobre os problemas que ocorrem no Programa. Evidência: Entrevista com a coordenadora do programa, Análise dos Controles de freqüência das seis escolas da amostra enviada pela CGU/PR Manifestação do Prefeito:

“Ultimamente nenhum relatório está chegando ao Município o que o impossibilita a realização de novos cadastro, o controle de freqüência das crianças nas escolas e comprometendo a própria segurança do programa.” Análise da Equipe:

Ver análise contida no subitem 2.1 acima. 3 – Programa: Atenção à Criança. Ação: Atendimento à Criança em Creche ou Outras Alternativas Comunitárias. Objetivo da Ação de Governo: Assegurar o atendimento a crianças carentes de até seis anos em creche, pré-escolas ou outras alternativas comunitárias. Ordem de Serviço: 148048. Objeto Fiscalizado: Compra de Gêneros Alimentícios.

Page 37: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

9

Agente Executor Local: Prefeito Municipal. Qualificação do Instrumento de Transferência: Repasse direto à prefeitura (Fundo a Fundo). Montante de Recursos Financeiros: R$ 25.500,00 (vinte e cinco mil e quinhentos reais). Extensão dos exames: período de 01/01/2003 a 31/05/2004. 3.1) Irregularidades na Movimentação Financeira do Programa no exercício de 2003 Fato(s):

O Gestor movimentou os recursos financeiros do Programa na conta nº 5.439-9, Agência 3626-9 do Banco do Brasil. Foram creditados, no período de 01/01/03 a 31/05/04, o montante de 25.500,00 (vinte e cinco mil e quinhentos reais).

A movimentação bancária dos recursos ocorreu exclusivamente por meio de cheques,

emitidos, inclusive, sem a devida provisão de fundos, conforme constatado em extratos bancários disponibilizados e discriminados a seguir:

DATA DA

COMPENSAÇÃO

CHEQUE DATA DA 1ª DEVOLUÇÃO

VALOR

04/02/03 850006 04/02/03 2.000,0004/02/03 850007 04/02/03 7.000,0005/02/03 850008 05/02/03 9.900,0005/02/03 850009 05/02/03 5.500,0005/02/03 850016 05/02/03 2.000,0005/02/03 850017 05/02/03 3.000,0006/02/03 850010 06/02/03 7.500,0006/02/03 850018 06/02/03 3.185,0006/02/03 850019 06/02/03 3.000,0025/03/03 850014 25/03/03 600,0022/04/03 850020 22/04/03 1.070,0002/05/03 850011 02/05/03 300,00

TOTAL 45.055,00

Conforme se aduziu dos extratos, houve a cobrança de taxas de devolução de cheques, tarifa de extratos e taxas do BACEN, os quais foram pagos com recursos do Programa, em valores demonstrados abaixo.

DESCRIÇÃO VALOR

Tarifa Extrato 3,00Taxa BACEN 5,95Taxa de cheque devolvido 72,00TOTAL 80,95

Relativamente aos cheques de nº 850004, 850013, 850015, 850029 e 850030, nos valores

de 135,00 (cento e trinta e cinco reais), R$ 400,00 (quatrocentos reais), R$ 660,00 (seiscentos e sessenta reais), R$ 3.331,00 (três mil, trezentos e trinta e um reais) e R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais) respectivamente, não houve comprovação da despesa que teria sido efetuada. Ressalte-se, que, embora solicitado por meio do Ofício nº 17301/2004 – CGUMA/CGU/PR, não foram apresentados os extratos bancários relativos ao período de outubro/2003 a maio/2004, bem como os processos de pagamentos relativos aos meses de setembro/2003, outubro/2003, dezembro/2003 e de janeiro a maio de 2004.

Evidência: Extratos Bancários dos meses de Fevereiro a Setembro de 2003 e Processos de Pagamentos de Agosto e Novembro de 2003.

Page 38: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

10

Manifestação do Prefeito: “Não tem sustentação a afirmativa de que o Gestor emitiu cheques sem a devida provisão de fundos, haja vista que, um talonário de cheques numerados de 850.001 a 850.020, fora parar em mãos estranhas, se por culpa do Banco ou se por perda ou furto do mesmo. E diante de tal fato, inicialmente, verbalmente foi requerido ao Banco do Brasil cópia dos cheques retrocitados para averiguar a assinatura e o emitente dos mesmos. Sem resposta até 19/08/2004, então formalizou-se o requerimento que fora respondido conforme cópia de expediente em anexo. E dessa forma, de logo requeremos o prazo de pelo 30 dias para juntar o documento do Banco do Brasil sobre a série numeradas dos referidos cheques. “Com relação às tarifas no valor de R$ 80,95, geradas pela movimentação irregular, já foram estornadas, levando-se à crédito na conta de origem, conforme consta dos estratos de contas em anexo. “Relativamente aos cheques 850.004, 850.013 e 850.015, pertencentes ao talonário retrocitado, estes foram pagos pelo Banco e posteriormente estornados em favor da municipalidade por haverem sido emitidos irregularmente conforme já relatamos.

“Ainda quanto aos cheques, 850.029, 850.030 e 850.031, se vê que os mesmos referem-se às despesas de R$ 3.331,00, R$ 3.200,00, e R$ 2.783,35, relativas aos meses de setembro, outubro e novembro de 2003, inclusive auditados pela fiscalização da CGUMA, nada há de irregular como demonstram os documentos ora juntados -cópias em anexo NF, NE, OP e recibos.”

Análise da Equipe:

Anote-se que diante de fato reputado grave – utilização de talonário de cheques do município por pessoa estranha –, somente agora noticia-se investigações por parte da Prefeitura, consoante se infere das alegações.

Os extratos enviados apresentaram dois estornos, conforme abaixo;

Data contábil Histórico Valor 16/12/03Estorno débito 1.275,95 C 16/12/03Estorno 1.590,30 D Saldo 314,35 C

Fonte: Extrato conta corrente dezembro/2003. Do cotejo entre os estornos crédito x débito, avultou-se saldo de apenas R$ 314,35

(trezentos e quatorze reais e trinta e cinco centavos), valor aquém dos cheques 850.004, 850.013 e 850.015, cujo somatório atingiu a monta de R$ 1.195,00 (mil, cento e noventa e cinco reais). Permanecem sem comprovação, portanto, R$ 880,65 (oitocentos e oitenta reais e sessenta e cinco centavos).

Quanto à comprovação das despesas relativas aos cheques 850029, 850030 e 850031,

considere-se: a) a documentação contábil (cópias de nota de empenho e ordem de pagamento), em cotejo

com as notas fiscais 0001, de R$ 3.331,00 e 0002, de R$ 3.200,00, permite fazer vinculação direta com os dois primeiros cheques, razão pela qual se afasta a impropriedade.

b) ao cheque 850031, foram juntadas a Nota Fiscal nº 446, no valor de 2.783,35, cópia do cheque, recibo respectivo, e ordem de pagamento. Tanto a ordem de pagamento, quanto a cópia do cheque e, ainda, o recibo citado autorizam vincular que a despesa ocorreu no âmbito do Programa: o cheque fora nominado em favor de pessoa física não-titular da empresa – A. de M. A. de Oliveira; da mesma forma o recibo, dado que inexiste aposição de assinatura para confirmar o devido recebimento; e, por último a ordem de pagamento, que ao contrário das outras, não demonstra o número do cheque emitido. Logo, persiste a impropriedade quanto a este cheque.

Page 39: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

11

3.2) Inexistência de procedimento licitatório para a execução das despesas relativas ao exercício de 2003, tendo sido realizada tais despesas, somente, por meio de dispensa de licitação, caracterizando o fracionamento de despesa. Fato(s):

Não se evidenciou a formalização de Processo Licitatório na execução das despesas relativas ao exercício de 2003. Instado a apresentar os processos licitatórios, por meio do Ofício nº 17301/2004 – CGUMA/CGU/PR, o Gestor não apresentou as peças que comprovassem a existência dos referidos processos. Evidência: Extratos Bancários dos meses de fevereiro a setembro de 2003 e Processos de Pagamentos de agosto e novembro de 2003. Manifestação do Prefeito: “Aqui se repete as alegações constantes na resposta ao item 15.3 do relatório Informativo ao Prefeito (acréscimo nosso) , pois as despesas foram realizadas ao longo do exercício financeiro, onde os serviços ou compras não poderiam ser prestados ao mesmo tempo. Note-se que, com relação à periodicidade, relativamente aos dispositivos legais, existe uma discussão doutrinária pela qual é o período (se anual ou mensal) que deve ser observado para utilização do limite permitido para dispensa de licitação, sem que haja burla da Lei de Licitações. Como se vê já existem julgados tais como a decisão do Tribunal de Contas do Estado do Pernambuco, que tem o seguinte teor: "É casuística a análise para caracterização de fracionamento de despesa, inexistido previsão! legal quanto ao número de dispensas que deverá ocorrer no mês ou no exercício financeiro. É mister que se observe o disposto nos incisos I e II do art. 24 da Lei Federal n°. 8.666/93 com alteração dada pela Lei n°. 8.883/94, de modo que se fique claramente demonstrado a impossibilidade de se realizar a aquisição de bens ou serviços de uma única vez".” Análise da Equipe: De empréstimo, toma-se análise feita anteriormente, a saber: as alegações se mostraram genéricas, não atacaram às particularidades, circunstâncias e contingências que levaram o Gestor a executá-las da forma reputada. A simples asserção de que os objetos não poderiam ser prestados ao mesmo tempo não é causa suficiente a afastar a adoção do regular procedimento licitatório. O dever de zelo e acuidade com a coisa pública obriga os gestores a adotar rotinas de planejamento acerca de suas ações, principalmente em relação a ações tidas e havidas como previsíveis ao longo de um determinado exercício financeiro. Quanto à caracterização de fracionamento, o entendimento do Tribunal de Contas da União está assentado no princípio da anualidade do orçamento, a teor dos seguintes Acórdãos 79/2000-Plenário; 76/2002-Segunda Câmara; 73/2003-Segunda Câmara; e 66/1999-Plenário. 3.3) Aplicação indevida dos recursos do PAC/ASEF Fato(s):

Conforme Ata do Conselho Municipal de Assistência Social, datado de 13/11/2002, aquele colegiado, tendo em vista a inexistência de creche no Município fiscalizado e a possibilidade de se atender, com recursos do Programa, crianças na idade pré-escolar, decidiu utilizar os recursos do PAC/ASSEF para atendimento das crianças matriculadas na Escolinha “Terezinha do Menino Jesus”, localizada à Rua do Egito s/n. Os recursos foram utilizados na aquisição de gêneros alimentícios para consumo naquele estabelecimento de ensino. Em que pese a boa-fé, ressalte-se a utilização indevida dos recursos do Programa, pois o PAC/ASEF se destina à realização de ações sócio-educativas de apoio às famílias, cujos filhos estejam matriculados em creches do Município beneficiadas pelo Programa Atendimento à Criança em Creche. Desta forma, os recursos deveriam ser utilizados para o desenvolvimento de atividades com vistas à geração de renda para os pais e não para o atendimento às crianças. Não obstante isso, a escola beneficiada com os recursos do PAC/ASEF também recebe recursos do PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Page 40: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

12

Assim, em face dos objetivos do Programa, considera-se ilegítima as despesas realizadas na referida escola, cujo montante avultou-se em R$ 4.283,35 (quatro mil, duzentos e oitenta e três reais e trinta e cinco centavos), relativos aos cheques 850028, no valor de R$ 1.500,00 ( um mil e quinhentos reais) e 850031, no valor de R$ 2.783,35 (dois mil, setecentos e oitenta e três reais e trinta e cinco centavos). o Secretário Municipal de Assistência Social esclareceu que não houve movimentação bancária específica. Entretanto, repise-se, não disponibilizou os extratos respectivos.

Evidência: Ata da Reunião do Conselho Municipal de Assistência Social de 13/11/2002; correspondência encaminhada em 27/07/2004 pelo Secretário de Ação Social Manifestação do Prefeito: “Alegou-se a ausência de extratos de forma generalizada no tocante ao item 18 do relatório de fiscalização, o que não é verdade, pois como foi possível identificar toda a movimentação fmanceira, se não pelos extratos. O certo é que os extratos foram fornecidos aos Auditores, porém não nos foi devolvido. Então, atender a este item solicitamos novamente do Banco do Brasil e os anexamos a esta. Note-se ainda que diversas despesas dadas como não comprovadas -item 18.2 constata-se que foram inclusive auditados pela fiscalização da CGU/MA.

“O Sr. Secretário de Assistência Social disse que no mês que não houve movimento não foi emitido extrato, e o contrário seria impossível.

“Por fim, com relação à afirmativa de que os recursos do PAC/ ASEF foram aplicados indevidamente na aquisição de gêneros alimentícios para atendimento de crianças da Pré-Escola "Terezinha do Menino Jesus", não é procedente, pois a liberação deu-se após deliberação unânime do Conselho Municipal de Assistência Social, conforme cópia da ATA em anexo, datada de 13 de novembro de 2002. A decisão do Conselho arrimou-se no fato da inexistência de "Creches" em nosso Município.” Análise da Equipe: O cerne do ponto diz da aplicação indevida de recursos recebidos à conta do Programa. A deliberação unânime dos membros do Conselho Municipal de Assistência Social não tem o condão de legitimar atos reputados de ilegais.

4 – Programa: Gestão da Política de Assistência Social. Ação: Capacitação de Conselheiros, Gestores e Técnicos de Assistência Social. Objetivo da Ação de Governo: Capacitar 15 mil pessoas em todo o País, entre conselheiros, gestores e técnicos da assistência social, visando reforçar a necessidade de acompanhamento da execução dos programas assistenciais, além de destacar a importância da sensibilização/mobilização da sociedade civil. Ordem de Serviço: 148636. Objeto Fiscalizado: Não se aplica. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras (MA). Qualificação do Instrumento de Transferência: Não se aplica. Montante de Recursos Financeiros Aplicados: Não há. Extensão dos exames: Não se aplica. 4.1) Inoperância do Conselho Municipal de Assistência Social Fato(s):

Não constatamos ações de supervisão ou acompanhamento, tampouco relatórios sobre a execução do Programa. Ressalte-se que o CMAS é presidido pelo Secretário Municipal de Assistência Social, responsável pelo gerenciamento dos recursos no Município.

Page 41: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

13

Evidência: O fato foi evidenciado por meio de inspeção “in loco” do conselho, de registros no livro de atas. Manifestação do Prefeito:

O conselho existe e é reunido sempre que há decisão importante a ser tomada. Análise da Equipe:

A justificativa não traz fato novo a elidir a constatação. 5 – Programa: Brasil Jovem Ação: Implantação de Centro de Juventude. Objetivo da Ação de Governo: Possibilitar ao jovem o acesso a atividades culturais e desportivas, fornecendo um ponto de referência e apoiando a formação de lideranças comunitárias, na expectativa de contribuir para o enriquecimento do processo de aprendizagem, canalizando-os para sua inserção no mundo produtivo e estimulando a auto-gestão do Centro da Juventude, através da administração direta do Grupo Gestor Juvenil. Ordem de Serviço: 148372. Objeto Fiscalizado: Edificação com 196,20 m², conforme especificações do projeto básico e aquisição de equipamentos. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras (MA). Qualificação do Instrumento de Transferência: Convênio n.º 1.126/2001. Montante de Recursos Financeiros: R$ 75.502,85 (setenta e cinco mil, quinhentos e dois reais e oitenta e cinco centavos). Extensão dos exames: Foram analisados o processo licitatório, os comprovantes de despesa, os extratos bancários da conta corrente específica do convênio, além da inspeção “in loco” e, ainda, a aplicação da contrapartida. 5.1) Pagamento integral da obra sem que a mesma tenha sido concluída Fato(s):

Com o objetivo de implantar um Centro da Juventude em São Raimundo das Mangabeiras (MA), o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome descentralizou R$ 68.000,00 (sessenta e oito mil reais), via Convênio n.º 1.126/2001, adicionada de uma contrapartida de R$ 7.502,85 (sete mil, quinhentos e dois reais e oitenta e cinco centavos) integralizada pela Prefeitura.

O objeto consiste numa obra de 196,20 m² de área construída, totalmente paga e com termo de recebimento no processo licitatório da contratante (Prefeitura), cuja inspeção “in loco” revelou que alguns itens da planilha orçamentária não foram executados - vide quadro e fotografias a seguir: ITEM DESCRIÇÃO VALOR EXECUÇÃO DIFERENÇA

11.3 Luminária fluorescente 2x40 1.860,00 1.140,00 720,0013.5 Conjunto cromado PPD (2 unids.) 330,00 Zero 330,0013.6 Espelho cristal 6 mm (2 unids.) 172,00 Zero 172,0013.9 Mictório completo (louça) 163,00 Zero 163,0013.10 Cuba inox 330,00 Zero 330,00 - Total - - 1.715,00

Assim, a não conclusão da obra nos termos especificados no projeto básico sinaliza a necessidade de aplicação do disposto na Instrução Normativa n.º 01/1997 da Secretaria do Tesouro Nacional, artigo 38, II, “a”.

Page 42: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Evidência: Planilha orçamentária contratada, fotografias. Ressalte-se que nesta inspeção contamos com o auxílio de um engenheiro da FUNASA. Manifestação do Prefeito:

“A Empresa vencedora compromete-se junto à Prefeitura à executar o serviço relacionado neste relatório conforme o projeto da obra.” Análise da Equipe:

Inobstante as considerações do Gestor, demonstrativas em resolver as impropriedades, mantemos o teor das constatações, pois: de início, dar-se a obra por concluída, inclusive, com emissão de termo de recebimento definitivo das obras, grafado com a afirmação “em conformidade com o projeto e plano de trabalho do referido convênio”. Entretanto, motivado pelas ações de fiscalização da CGUMA, o Gestor admite os problemas, chama ao caso a empresa executora que, prontamente, enfatiza o caráter irregular das execuções em contexto com o Plano de Trabalho.

WC para deficientes sem a barra de apoio Salão sem a cuba inox prevista na planilhaorçamentária.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 14Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 43: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO NO ESTADO DO MARANHÃO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

11.º Sorteio do Projeto de Fiscalização a Partir de Sorteios Públicos

30/JUNHO/2004

Page 44: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA)

Na Fiscalização realizada a partir de Sorteios Públicos de Municípios, dos Programas de Governo financiados com recursos federais, foram examinadas no período de 26 a 30 de julho de 2004, as seguintes Ações sob responsabilidade do Ministério da Educação:

Garantia de Padrão Mínimo de Qualidade para o Ensino Fundamental de Jovens e Adultos (RECOMEÇO). Apoio a Ampliação da Oferta de Vagas do Ensino Fundamental a Jovens e Adultos - Fazendo Escola. Programa Nacional de Alimentação Escolar. Projeto Alvorada. Garantia do Padrão Mínimo de Qualidade – Complementação da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental. Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE. Veículos para Transporte Escolar.

Este relatório, de caráter preliminar, destinado aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, gestores centrais dos programas de execução descentralizada, contempla, em princípio, constatações de campo que apontam para o possível descumprimento de dispositivos legais e contratuais estabelecidos para esse tipo de execução.

Esclarecemos que os Executores Municipais dos Programas, quanto àqueles sob sua responsabilidade, já foram previamente informados sobre os fatos relatados. Assim, cabe ao Ministério Supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas com vistas à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades. Constatações da Fiscalização 1 – Programa: Educação de Jovens e Adultos. Ação: Garantia de Padrão Mínimo de Qualidade para o Ensino Fundamental de Jovens e Adultos – Recomeço. Objetivo da Ação de Governo: Ampliar a oferta de vagas na educação de jovens e adultos que foram excluídos precocemente da escola. Ordem de Serviço: 149969. Objeto Fiscalizado: Funcionamento do Programa e execução das despesas do Programa Recomeço. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras/MA. Qualificação do Instrumento de Transferência: repasse direto à Prefeitura (Fundo a Fundo). Montante de Recursos Financeiros: R$ 4.250,00 (quatro mil e duzentos e cinqüenta reais).

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 1Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 45: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Extensão dos exames: Processo de despesas realizadas entre o período de janeiro a dezembro de 2003.

1.1) Despesas efetuadas não previstas no Programa Fato:

A Prefeitura de São Raimundo das Mangabeiras/MA recebeu mensalmente, durante o exercício de 2003, a quantia de R$ 354,16 (trezentos e cinqüenta e quatro reais e dezesseis centavos) para o atendimento de 17 (dezessete) alunos do Ensino de Jovens e Adultos – EJA – Supletivo Fundamental - na modalidade Supletivo Presencial. Entretanto, no exercício de 2003, foram matriculados 337 (trezentos e trinta e sete) alunos no Programa, o que suplanta a meta prevista, devido em grande parte, à incorporação de alunos do Programa do Estado do Maranhão intitulado Vamos Ler.

Durante a execução do “RECOMEÇO”, foram realizadas compra de 198 (cento e noventa

e oito) carteiras escolares com recursos do Programa. Entrementes, conforme o art. 5º da Resolução/CD/FNDE n.º 009, de 13 de março de 2002, que estabelece os critérios de utilização dos recursos do referido Programa, essas despesas não são previstas. Segue abaixo tabela com os valores utilizados e as aquisições:

N.º NF DATA VALOR (R$) OBJETO

158 28/11/2003 4.424,00 (*)Aquisição de cento e cinqüenta e oito carteiras escolares

18 11/12/2003 1.200,00Aquisição de quarenta carteiras escolares TOTAL R$ 1.924,00 (R$ 724,00 (*) + 1.200,00)

(*) Este valor inclui R$ 3.700,00 pagos com recursos da Prefeitura e R$ 724,00 utilizados do Programa RECOMEÇO.

A Comissão Municipal do FUNDEF aprovou a Prestação de Contas do Programa referente

ao exercício de 2003. Não foi possível entrevistar os alunos e professores do Programa devido ao recesso escolar

neste período do ano. Evidência: Análise de 100% das despesas efetuadas com recursos do programa no exercício de 2003, consulta ao site www.inep.gov.br e Formulário de Prestação de Contas do programa. Manifestação do Prefeito:

“O Município não teria alternativa de funcionar as escolas sem adquirir equipamentos, tamanha a demanda conforme frisou o próprio relatório que no lugar de 17 alunos foram atendidos 337. O número mais do que se multiplicou. Entende-se que, sendo permitido comprar material didático, porque não a carteira se sem ela não seria possível o uso do material didático e conseqüentemente estaria prejudicado o programa. O Gestor simplesmente agiu de boa fé, procurando dar soluções viáveis e econômicas para os problemas existentes, próprios das nossas limitações físicas estruturais e financeiras, outrossim, o relatório não identificou a ausência de material didático na rede de ensino municipal, de modo que não se constatou prejuízos aos alunos da rede municipal”.

Análise da Equipe:

Justificativa não acatada, pois a resolução citada na evidenciação é enfática em detalhar as despesas elegíveis no âmbito do Programa. Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 2

Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 46: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

1.2) Não aplicação dos recursos financeiros em caderneta de poupança Fato(s):

Conforme extrato bancário do exercício de 2003, referente à conta corrente 7.261-3, Agência 3626-9, Banco do Brasil, em nome da Prefeitura Municipal de S. R. das Mangabeiras – EJA, os recursos repassados à conta do Programa, computando-se cumulativamente os meses de maio/2003 a setembro/2003, chegaram ao montante de R$ 3.187,44 (três mil, cento e oitenta e sete reais e quarenta e quatro centavos). A primeira despesa efetuada ocorreu apenas em outubro do mesmo exercício e, nesse ínterim, não houve aplicação dos recursos, conforme determina o art. 4º, inciso IV, das Resoluções FNDE n.º 009, de 13 de março de 2002, e 005, de 02 de abril de 2003.

Restou um saldo de R$ 66,00 (sessenta e seis reais) no final da execução do Programa, que

não foi reprogramado para o exercício de 2004, conforme estatui o art. 4º, inciso VII, das normas supracitadas.

Evidência: Extratos bancários dos exercícios de 2003 e 2004 referente à conta-corrente nº 7.261-3, agência 3626-9 – BANCO DO BRASIL. Manifestação do Prefeito:

“Quanto a não aplicação em caderneta de poupança deve-se ao fato de sempre haver previsão de gastos em períodos inferiores a 30 dias, todavia os entraves burocráticos e/ou o descumprimento de cronograma ocasionado por qualquer outro acontecimento, alheio à vontade do Gestor, fez com que isso viesse a acontecer. Vale ressaltar que os recursos permaneceram intocáveis na conta bancária de origem. Procedeu-se a transferência do saldo de R$ 66,00 para a conta 8.514 -6 -recursos do PEJA e realizou-se a aplicação do saldo existente na caderneta de poupança para reparara a irregularidade apontada.”

Análise da Equipe:

O comando normativo que disciplina o assunto é aplicável, também, nas hipóteses em que os recursos fiquem sem movimentação em período inferior a 30 dias. Logo, não acatamos a justificativa.

2 – Programa: Brasil Escolarizado. Ação: Apoio a Ampliação da Oferta de Vagas do Ensino Fundamental a Jovens e Adultos - Fazendo Escola. Objetivo da Ação de Governo: Ampliar a oferta de vagas na educação fundamental pública de jovens e adultos e propiciar o atendimento educacional, com qualidade e aproveitamento aos alunos matriculados, por meio de transferência, em caráter suplementar, de recursos financeiros em favor de estados, DF e municípios. Ordem de Serviço: 150000. Objeto Fiscalizado: Recebimento e execução das despesas do Programa Fazendo Escola. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras/MA Qualificação do Instrumento de Transferência: repasse direto à prefeitura (Fundo a Fundo) Montante de Recursos Financeiros Aplicados: R$ 25.255,20 (vinte e cinco mil, duzentos e cinqüenta e cinco reais e vinte centavos). Extensão dos exames: amostra de 02 escolas selecionadas pela Equipe de Fiscalização, correspondente a 33,33 % do quantitativo de escolas executoras do Programa no Município, e processo de despesas realizadas entre o período de janeiro a junho de 2004.

2.1) Pagamento de profissionais que não atuaram na educação de jovens e adultos Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 3

Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 47: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Fato(s): A Prefeitura efetuou a quitação da folha salarial de 07 (sete) auxiliares de serviços gerais

referente à competência maio/2004, com recursos oriundos do Programa “Fazendo Escola”. Os valores destinados ao pagamento desses funcionários totalizam R$ 1.246,73 (mil duzentos e quarenta e seis reais e setenta e três centavos), conforme quadro abaixo:

Folha de Pagamento – Maio/2004

Função Valor Bruto (R$) Previdência (R$) Valor Líquido (R$) Aux. de serviços gerais 1.350,00 103,28 1.246,73(*)

(*) Valor efetivamente pago com recursos do Programa

Tal fato contraria o disposto no art.5º, inciso V, da Resolução/CD/FNDE n.º 17, de 22 de abril de 2004, segundo o qual os recursos do Programa podem ser utilizados para pagamento da remuneração dos profissionais do Magistério, do Quadro Permanente que atuam nas classes presenciais de jovens e adultos, atendido o limite máximo de até 50% dos recursos financeiros repassados ao órgão executor.

Evidência: Análise das despesas efetuadas referente ao mês de maio/2004, cheque emitido para pagamento dos funcionários e extrato bancário da conta Banco do Brasil - agência 3626-9 - c/c 8.514-6, utilizada para movimentação dos recursos do programa. Manifestação do Prefeito: No que dispõe o art. 5°. da CD/FNDEE °. 17 de 22 de abril de 2004, a utilização desses recursos podem ser usados na contratação de docentes de até 50% do valor dos mesmos. Diante da escassez de recursos, a fim de não deixar nenhum dos funcionários sem recebimento, complementou-se o pagamento da folha no valor de R$ 1.246,73. Entretanto para que não haja prejuízo quanto à norma de aplicação, a administração promoverá a compensação do referido valor utilizando recursos próprios nos pagamentos dos meses seguintes, sanando assim a irregularidade apontada.

Análise da Equipe:

A abstenção futura de ações de natureza destacada na evidenciação não elide o problema atual. As despesas incorridas fora dos parâmetros definidos na Resolução citada devem ser ressarcidas ou utilizadas como compensação em aportes futuros do Governo Federal.

2.2) Não aplicação dos recursos financeiros em caderneta de poupança Fato(s):

Conforme extrato bancário da conta corrente 8.514-6, agência 3626-9, Banco do Brasil, referente ao exercício de 2004, utilizada para movimentar os recursos financeiros do programa, não houve a devida aplicação dos recursos, a considerar-se que no mês de junho/2004 o montante de R$ 16.179,46 (dezesseis mil, cento e setenta e nove reais e quarenta e seis centavos) não sofreu movimentação. A Prefeitura não aplica os recursos que ficam paralisados na conta corrente quando a previsão de uso for igual ou superior a 01(um) mês, conforme determina o inciso VIII do art. 4º da RESOLUÇÃO/CD/FNDE n.º 17, de 22 de abril de 2004, ou em fundo de aplicação de aplicação financeira de curto prazo, quando inferior a este prazo, de acordo com o inciso IX art. 4º da mesma norma.

Evidência: Extratos bancários dos exercícios 2004 referente à conta corrente 8.514-6, agência 3626-9 – BANCO DO BRASIL.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 4Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 48: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Manifestação do Prefeito:

“Quanto a não aplicação em caderneta de poupança deve-se ao fato de sempre haver previsão de gastos em períodos inferiores a 30 dias, todavia os entraves burocráticos e/ou o descumprimento de cronograma ocasionado por qualquer outro acontecimento, alheio à vontade do Gestor, fez com que isso viesse a acontecer. Vale ressaltar que os recursos permaneceram intocáveis na conta bancária de origem. Procedeu-se a transferência do saldo de R$ 66,00 para a conta 8.514 -6 -recursos do PEJA e realizou-se a aplicação do saldo existente na caderneta de poupança para cumprimento da norma, conforme cópia do extrato de contas em anexo.”

Análise da Equipe:

A aplicação de recursos não movimentados em caderneta de poupança ou fundo de aplicação financeira de curto prazo é regra cogente, não afeta à discricionaridade do Gestor, e tais medidas não impedem a movimentação normal dos recursos, uma vez que com elas não se cria obrigação para o depositante de cumprimento de prazo mínimos para os desembolsos.

3 – Programa: Toda Criança na Escola. Ação: Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE. Objetivo da Ação de Governo: Suprir parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos, com vistas a contribuir para a melhoria do desempenho escolar, para a redução da evasão e da repetência, e, para formar bons hábitos alimentares. Ordem de Serviço: 150120 e 150146. Objeto Fiscalizado: Aquisição de Gêneros Alimentícios. Agente Executor Local: Prefeito Municipal. Qualificação do Instrumento de Transferência: Repasse direto à prefeitura (Fundo a Fundo). Montante de Recursos Financeiros: R$ 126.659,20 (Cento e vinte e seis mil, seiscentos e cinqüenta e nove reais e vinte centavos), sendo, R$ 80.449,20 (oitenta mil, quatrocentos e quarenta e nove reais e vinte centavos), no exercício de 2003 e R$ 46.210,00 (quarenta e seis mil e duzentos e dez reais), no exercício de 2004. Extensão dos exames: R$ 126.659,20 (Cento e vinte e seis mil, seiscentos e cinqüenta e nove reais e vinte centavos). 3.1) Irregularidades na formalização dos procedimentos licitatórios e pagamentos à empresa estranha ao procedimento Fato(s):

Foram formalizados, no período objeto dos exames, Carta Convite nº 006/2003 e Carta Convite 005/2004. Relativamente à primeira, temos que: a) O Edital de Licitação não guarda conformidade com o disposto no Art. 40, caput da Lei 8.666/93, especialmente no que tange à falta de:

- descrição do objeto da licitação de forma clara e sucinta; - sanções para o caso de inadimplemento; - condições para a participação na licitação, de acordo com os arts. 27 a 31 da lei 8666/93; - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos; - critério de reajuste; - condições de pagamento: prazo para pagamento; cronograma de desembolso; compensações financeiras e penalizações por eventuais atrasos e, descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 5Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 49: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

- rubrica das folhas do Edital, bem como a assinatura do Presidente da CPL;

b) O valor do convite supramencionado foi de R$ 44.680,80 (quarenta e quatro mil, seiscentos e oitenta reais e oitenta centavos), conforme processo licitatório, entretanto, os valores recebidos no período em análise foi de R$ 80.449,20 (oitenta mil, quatrocentos e quarenta e nove reais e vinte centavos), ou seja, deixaram de ser licitados R$ 35.768,40 (trinta e cinco mil, setecentos e sessenta e oito reais e quarenta centavos); c) Não há comprovação da retirada do Edital pelas Empresas participantes do certame; d) Não há no processo licitatório indicação da fonte de recursos na qual ocorreria a despesa; e) De acordo com o mapa de apuração de propostas, foram habilitadas as seguintes empresas: P.E. COMERCIAL LTDA no valor de R$ 20.432,50 (vinte mil, quatrocentos e trinta e dois reais e cinqüenta centavos) e S.S. COMERCIAL LTDA, no valor de R$ 24.248,30 ( vinte e quatro mil, duzentos e quarenta e oito reais e trinta centavos). Entretanto, na análise dos pagamentos efetuados, constatamos os valores de R$ 23.388,40 (vinte e três mil, trezentos e oitenta e oito reais e quarenta centavos) e R$ 54.106,30 (cinqüenta e quatro mil, cento e seis reais e trinta centavos), pagos respectivamente para as empresas P.E. COMERCIAL LTDA e S.S. COMERCIAL LTDA. Ainda, constatamos pagamentos no valor de R$ 11.895,00 (onze mil, oitocentos e noventa e cinco reais), à empresa T.J. COMERCIAL LTDA, que não constava dentre as vencedoras do certame licitatório.

Na análise do Convite 005/2004, constatamos: a) Não houve comprovação da retirado do Edital pelas empresas participantes do Certame; b) Não há comprovação de que as empresas participaram do certame, uma vez que os representantes legais não assinaram as propostas; c) Não há, no edital, descrição do objeto da licitação; d) A Ata do julgamento das propostas, datada de 27/02/2004, não estava rubricada pelos licitantes; e) Foi acostado ao procedimento licitatório Contrato s/n, de 02/03/2004, entre a Prefeitura o Supermercado Bom Vizinho, Supermercado S. S. Comercial Ltda. E Supermercado Marinho no qual não constava a assinatura dos licitantes; f) Aquisição de Gêneros Alimentícios nas Empresas Celeiro Ind. e Comércio, e Fazenda Cajuapara, as quais não participaram do certame licitatório. Os valores envolvidos, no caso, foram de R$ 7.700,00 (sete mil e setecentos reais) e R$ 1.170,00 (um mil, cento e setenta reais), respectivamente. Evidência: Convites nº 006/2003 e 005/2004. Manifestação do Prefeito:

“Constatou-se irregularidades de ordem formal, conforme afirma o próprio relatório de fiscalização. Já com relação ao valor licitado, o Município realizou um segundo Convite para complementação da compra dos gêneros alimentícios, conforme anexa cópia do mesmo.

“Com referência à letra "f”' deste sub-item, explica-se que a falta dos produtos no fornecedor vencedor do certame, fez-se necessário a compra dos produtos em terceiros fornecedores, até mesmo porque o programa é contínuo, e com isso preveniu-se da falta de merenda escolar nas escolas.”

Análise da Equipe:

A Constituição Federal, no art. 37, inciso XXI, informa sobre a obrigatoriedade de adoção de processo licitatório nos casos, dentre outros, de compras e aquisições, assegurando-se a igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas das propostas. Portanto, a afirmação de que constatações acima

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 6Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 50: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

destacadas são meras falhas formais não possui base principiológica insculpida na Magna Carta, nem base legal. O Gestor, no caso, descumpriu preceitos básicos contidos na Lei 8.666/93, ao contratar sem o procedimento licitatório prévio, como também ao exorbitar dos limites de procedimento estabelecido. Destaque-se que, com relação à alegada falta de produtos para aquisição junto ao fornecedor que teria vencido a licitação, o Gestor não demonstrou ter adotado as medidas legais cabíveis quando do descumprimento dos termos avençados por parte do contratado (aplicação de sanções).

3.2) Irregularidades nos pagamentos efetuados em 2003 e 2004 Fato(s):

Não constam dos processos de pagamentos de 2003 os documentos de despesas relativos aos cheques 850099 e 850100 das empresa S.S. Comercial Ltda., nos valores de R$ 5.945,00 ( cinco mil, novecentos e quarenta e cinco reais) e R$ 2.947,50 ( dois mil, novecentos e quarenta e sete reais e cinqüenta centavos), respectivamente.

No exercício de 2004, foram efetivadas despesas por meio do cheque 850105, no valor de

R$ 977,00 (novecentos e setenta e sete reais). Todavia, não foram apresentados documentos hábeis a comprovar a execução das mesmas. Manifestação do Prefeito:

“Todas as despesas -Ordem de Pagamento e Recibo de Quitação, relacionados, neste item foram auditados pela CGU/MA, com exceção das Notas de Empenho e Notas Fiscais que haviam sido empenhadas em meses anteriores ao mês do pagamento, para tanto anexamos cópias das respectivas N.E'.S e N.F's e mais dos documentos já auditados.” Análise da Equipe:

A documentação acostada, além de outras peças, disse das seguintes notas fiscais:

Empresa N. Fiscal Emissão Valor Cheque T.J. Comercial Ltda 110 16/10/03 2.947,50 850097J. Marinho de Oliveira 131 23/03/04 977,00 850105S. S. Comercial Ltda 101 16/10/03 5.945,00 850098

Fonte: Ordens de Pagamento respectivas, nº 3004/2003; 902/2004; e 2980/2003 A referência na evidenciação acima, por outro lado, destacou as despesas incorridas com

os cheques 850099, 850100 e 850105, como pendentes de comprovação. A justificativa apresentada, e conforme documentos contábeis juntados, só elide a falta de comprovação das despesas vinculadas ao cheque 850105, uma vez que as demais notas fiscais vinculam-se a outros cheques, consoante demonstrado na tabela acima. Portanto, permanece a consideração de glosa das despesas sem comprovação. Evidência: Processos de Pagamentos efetuados nos exercícios de 2003 e 2004. 4 – Programa: Desenvolvimento do Ensino Médio. Ação: Projeto Alvorada. Objetivo da Ação de Governo: Apoiar projetos estaduais, no âmbito do ensino médio, de forma a garantir o atendimento integral dos egressos do Ensino Fundamental, além de reduzir as

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 7Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 51: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

desigualdades regionais por intermédio da melhoria das condições de vida das áreas mais carentes do Brasil. Ordem de Serviço: 149757. Objeto Fiscalizado: Aquisição de material esportivo, acervo bibliográfico, construção e ampliação da rede escolar de ensino médio, capacitação de professores. Agente Executor Local: Gerência de Desenvolvimento Humano. Qualificação do Instrumento de Transferência: Convênio 147/2001 (SIAFI 427317). Montante de Recursos Financeiros: R$ 10.766.898,00 - total do convênio firmado com o Governo do Estado por intermédio da Gerência de Estado de Desenvolvimento Humano – GDH, sendo o valor destinado ao município de São Raimundo das Mangabeiras é de R$ 425.624,27 (quatrocentos e vinte e cinco mil, seiscentos e vinte e quatro reais e vinte e sete centavos). Extensão dos exames: 01/01/03 a 30/06/04. 4.1) Mora na destinação dos bens adquiridos com recursos do Programa Fato(s): Os recursos destinados a ações diretas no Município totalizaram R$ 425.624,27 (quatrocentos e vinte e cinco mil, seiscentos e vinte e quatro reais e vinte e sete centavos), que deveriam ser utilizados no Centro de Ensino Médio Rosário Nina Costa, na consecução dos seguintes objetivos, conforme plano de trabalho do Convênio 147/2001: a) Reforma, com serviços de cobertura, forro, instalações hidro-sanitárias e elétricas, piso, revestimentos e urbanização; b) Ampliação: 01 secretaria. 01 sala de professor e 04 salas de aula; c) Aquisição de acervo bibliográfico; d) Aquisição de Equipamentos e Mobiliário: 01 kit tecnológico composto de: 01 televisor 20”, 01 vídeo, 01 antena parabólica, 01 suporte para TV e vídeo, 720 carteiras universitárias, 16 cadeiras para professor e 16 armários; e) Aquisição de material esportivo. f) Implantação e implementação da TV Escola e PROINFO; g) Apoio a Projetos Escolares, com a capacitação sobre procedimentos de programação, aplicação de recursos financeiros e prestação de contas.

Constatou-se que a reforma e ampliação da Escola fiscalizada encontrava-se em andamento. A SEEDUC/MA – Secretaria Estadual de Educação do Estado do Maranhão, informou que todos os demais itens foram executados. Da análise documental, observou-se que os materiais descritos nas alíneas “c”, “d” e “e” , acima, foram recebidos por Diretores de Educação no Município de Balsas/MA, Marilene Lopes de Carvalho (acervo bibliográfico e Kit tecnológico) e Bernadete Tesser Toniazzo (material esportivo), mas não há comprovação da transferência dos mesmos à Escola beneficiada pelo Programa. Relativamente ao mobiliário, os mesmos encontram-se no Almoxarifado da Secretaria, tendo em vista que a Escola encontra-se em reforma.

Evidência: Verificação “in loco” no Centro de Ensino Médio Rosário Nina Costa e Ofício 378/2004 – GS/SEEDUC/MA. 5 – Programa: Toda Criança na Escola. Ação: Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Remuneração do Magistério - FUNDEF. Objetivo da Ação de Governo: Manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental público e, particularmente, na valorização do seu magistério.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 8Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 52: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Ordem de Serviço: 150172. Objeto Fiscalizado: Aplicação de recursos do Fundef na remuneração de profissionais do magistério e na manutenção da rede de Ensino Fundamental do Município. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras (MA). Qualificação do Instrumento de Transferência: repasse direto à Prefeitura (Fundo a Fundo). Montante de Recursos Financeiros: R$ 1.314.848,63 (um milhão trezentos e quatorze mil, oitocentos e quarenta e oito reais e sessenta e três centavos). Extensão dos exames: análise da totalidade da documentação comprobatória das despesas realizadas de janeiro a dezembro de 2003. 5.1) Irregularidade na realização de licitação Fato(s): O Gestor apresentou peças que comporiam um processos licitatório (Convite 007/2003) referente à contratação de dois ônibus para transporte escolar, cujas empresas participantes teriam sido M. N. dos S. Oliveira (CNPJ: 06.706.765/0001-04) – prestadora do serviço; T M. Neto (CNPJ: 04161711/0001-07); e G. Construções e Serviços (CNPJ: 04219802/0001-48). Da análise da documentação apresentada, e conforme consulta realizada ao Sistema “CNPJ” da Receita federal, verificamos que a empresa prestadora dos serviços possui situação cadastral como ativa não regular desde 03/02/2001 e que as duas empresas que teriam participado da licitação estão cadastradas para exercício de atividades de Edificações (residenciais, industriais, comerciais), diferente, portanto, do objeto licitado.

Ainda, de acordo com a documentação apresentada, verificamos as seguintes

irregularidades: ausência de portaria de designação da comissão de licitação; ausência de comprovante de entrega dos convites, conforme determina o art. 38, inciso II, da Lei nº 8.666/1993; ausência de documentação referente à regularidade fiscal; ausência de assinatura dos participantes na ata de abertura das propostas; e ausência de comprovante de publicação do extrato do contrato no DOU; inexistência de parecer jurídico sobre a licitação; e ausência de pesquisa de preços para estabelecimento do valor referencial da licitação.

De acordo com o Edital do Convite nº 007/2003, com a proposta da empresa vencedora e

com o Contrato 032, assinado entre a Prefeitura e a Empresa vencedora, o objeto do serviço seria a locação de dois ônibus com a Empresa M. N. dos S. Oliveira, CNPJ 06.706.765/0001-04, no valor mensal de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais) cada, total R$ 27.000,00 (vinte e sete mil reais), cujo prazo de vigência era de abril a dezembro de 2003. Contudo, constam da prestação de contas do FUNDEF referente ao exercício de 2003 dois contratos: Termo de Contrato de locação celebrado entre a Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras (MA) e M. N. dos S. Oliveira, CNPJ 06.706.765/0001-04, em 06 de janeiro de 2003, no valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais) mensais, com vigência de 06/01/2003 a 06/07/2003; e Termo contratual assinado em 02 de abril de 2003 no valor de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais) mensais, cujo prazo de vigência era de seis meses, até dezembro de 2003.

Evidência: Prestação de contas do FUNDEF referente ao exercício de 2003; processo licitatório apresentado pelo Gestor Municipal; consulta ao Sistema “CNPJ” da Receita Federal. Manifestação do Prefeito:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 9

“Licitação para contratação de transporte escolar. Quanto ao cadastro das empresas que participaram estarem com atividade principal -edificações residenciais, não significa dizer que as mesmas não possam tem outra atividade e serem impedidas de participar do certame. O fato da empresa prestadora de serviços constar como ativa não regular deste 03/02/2001 junto à Receita

Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 53: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Federal não a impede de participar do certame licitatório, pois para isso basta a documentação exigida para habilitação fiscal certidões negativas CDN -INSS e CRF -FGTS, esteja em dia, e foi isso que ocorreu, como provam as anexas cópias das certidões.”

Análise da Equipe: À justificativa foram acostadas as certidões negativas – FGTS e INSS – das empresas CNPJ 06.706.765/0001-04; G. A. Brito; e T. M. Neto, CNPJ- 04.161.711/0001-07 Quanto a última, foram acrescidas Certidão Negativa de Débitos de Tributos e Contribuições Federais, assim como Certidão Negativa Quanto à Dívida Ativa da União. Em que pese a autenticidade das citadas certidões, conferida junto às entidades/órgãos emitentes, não se pode, neste momento, fazer a devida vinculação entre elas e aquilo que deveria estar presente no procedimento licitatório: materialmente, inclusive, não se encontram traços de terem sido as certidões objeto de análise por parte dos concorrentes, dada a inexistência de rubricas ou assinaturas. É dizer, apesar de constante nas regras editalícias, a comprovação da regularidade fiscal das licitantes, no âmbito do procedimento licitatório, não foi exigida. Lembre-se, a propósito, que tais peças deveriam constar do processo licitatório, a teor do art. 43, §§ 2º e 3º da Lei nº 8.666/1993. Demais disso, restou pendente a situação de regularidade fiscal em face das empresas M. N. dos S. Oliveira e G. A. Brito, que supostamente participaram do certame.

Quanto à incompatibilidade entre o CNAE – Cadastro Nacional de Atividade Empresarial

– da empresa T. Martins Neto e o objeto contrato, locação de transporte escolar, não assiste razão na justificativa. O CNAE Fiscal constante em seu cadastro, junto à base de dados da Receita Federal, qualifica sua atividade com a codificação 4521-7-00 Edificacões (residenciais, industriais, comerciais e de serviços). Esclareça-se, por último, que tal registro, junto à base de dados referida, toma como parâmetro o contrato social da empresa e, portanto, expressam a real vocação de suas atividades.

5.2) Aquisição de produtos e serviços com recursos do FUNDEF sem a realização de licitação Fato(s):

O Gestor Municipal realizou, no exercício de 2003, no âmbito do FUNDEF (fonte 40%), despesas no montante de R$ 83.680,60 (oitenta e três mil seiscentos e oitenta reais e sessenta centavos), conforme descrito no quadro abaixo, sem o devido processo administrativo licitatório, assim como não formalizou processos que justificassem dispensas ou inexigibilidades de licitação. Ademais, quanto às despesas citadas no item 02 do quadro abaixo, ainda que houvesse tais processos de dispensa de licitação por valor, com base no art. 24, incisos I e II, os gastos em referência configurariam fracionamento de despesa, visto que ultrapassam o limite de dispensa de licitação. Por sua vez as irregularidade tratadas no item 1.2 anulam a pretensa carta convite que sustentariam os gastos referidos no item “01” do referido quadro.

Por conseqüência, tem-se que houve infringência do art. 10, inciso VII, da Lei nº

8.429/1992, pois ficou caracterizada a execução de despesas sem prévio processo licitatório, ou seja, afronta ao art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, ao princípio da isonomia e à Lei 8.666, de 21.6.1993, mormente art. 2º.

Quadro Item Despesa Valor (R$)

01 Locação de ônibus - transporte escolar 28.600,00 02 Aquisição de material didático 22.097,95 03 Material permanente 3.090,00

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 10Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 54: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

04 Locação de veículos - capacitação de professores

18.913,00

05 Locação e manutenção de máquina xerox

4.520,00

06 Material de expediente 2.265,80 07 Material de informática 572,50 08 Material de limpeza 1216,35 09 Material gráfico 2.405,00

Total 83.680,60 Fonte: Prestação de Contas do FUNDEF – 2003. Evidência: Prestação de contas do FUNDEF referente ao exercício de 2003. Manifestação do Prefeito:

“O quadro apresenta um total de despesas no valor de R$ 83.680,60, sendo que R$ 27.000,00 deste montante foi objeto de licitação -transporte escolar constantes do item 15.1. As demais despesas refere-se àquelas realizadas ao longo do exercício financeiro, onde os serviços ou compras não poderiam ser prestados ao mesmo tempo. A exemplo, despesas com transporte de professores para participação de cursos de capacitação, onde para o município seria economicamente inviável, dado a periodicidade desse serviço.

“Com relação à periodicidade, relativamente aos dispositivos legais, existe uma discussão doutrinária a respeito de qual é o período (se anual ou mensal) que deve ser observado para utilização do limite permitido para dispensa de licitação, sem que haja burla da Lei de Licitações. Como se vê já existem julgados tais como a decisão do Tribunal de Contas do Estado do Pernambuco no seguinte teor: "É casuística a análise para caracterização de fracionamento de despesa, inexistido previsão legal quanto ao número de dispensas que deverá ocorrer no mês ou no exercício financeiro. É mister que se observe o disposto nos incisos I e 11 do art. 24 da Lei Federal no. 8.666/93 com alteração dada pela Lei no. 8.883/94, de modo que se fique claramente demonstrado a impossibilidade de se realizar a aquisição de bens ou serviços de uma única vez".

“Além do que, as despesas listadas tais como: Material Permanente R$ 3.090,00; locação

de Máquina de xerox R$ 4.520,00; Material de expediente R$ 2.265,80; Material de informática R$ 572,50; Material de Limpeza R$ 1.216,35 e Material Gráfico R$ 2.405,00 estão todas dentro do limite de dispensa de licitação previsto no Art. 24 da Lei Federal 8.666/93.” Análise da Equipe: As alegações se mostraram genéricas, não atacaram as particularidades, circunstâncias e contingências que levaram o Gestor a executá-las da forma reputada. A simples asserção de que os objetos não poderiam ser prestados ao mesmo tempo não é causa suficiente a afastar a adoção do regular procedimento licitatório. O dever de zelo e acuidade com a coisa pública obriga os gestores a adotar rotinas de planejamento acerca de suas ações, principalmente em relação a ações tidas e havidas como previsíveis ao longo de um determinado exercício financeiro. Quanto à caracterização de fracionamento de despesa, o entendimento do Tribunal de Contas da União está assentado no princípio da anualidade do orçamento, a teor dos seguintes Acórdãos 79/2000-Plenário; 76/2002-Segunda Câmara; 73/2003-Segunda Câmara; e 66/1999-Plenário. Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 11

Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 55: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

5.3) Desvio de finalidade na aplicação dos recursos do FUNDEF Fato(s): Os servidores relacionados no quadro abaixo constam das folhas de pagamento do FUNDEF/2003 (fonte 60%) e foram apresentados pela Secretaria Municipal de Educação como sendo professores que teriam atuado em 2003 nas escolas do Ensino Fundamental no âmbito do Município. Entrementes, tais servidores não possuem diários de classe que evidenciem o exercício da função de professor no referido exercício, ou, exerceram suas atividades exclusivamente na Educação Infantil.

Assim, os pagamentos, no total de R$ 142.459,56 (cento e quarenta e dois mil quatrocentos e cinqüenta e nove reais e cinqüenta e seis centavos) não podem ser custeados com recursos do FUNDEF.

Quadro

Professor Escola Valor pago em 2003

6*** U.E. “Pe. Dino” 1.380,002.3.08.199.059** U.I. “José Pinto de Menezes” 3.480,002.3.08.199.198** U.E. Miguel de Sousa Maia 4.420,002.3.08.199.198** U.E. “Dep. Francisco Coelho” 3.220,002.3.08.199.297** U.E. “Pe. Dino” 2.960,002.3.08.199.425** U.E. “Nascimento de Moraes” 3.434,994*** U.I. D. JOÃO BOSCO 2.960,002.3.08.199.220** U.I. D. “São Luís Gonzaga” 3.480,002.3.08.199.221** U.I. D. “São Luís Gonzaga” 3.480,002.3.08.199.019** U.I. “D. Rino Carlesi” 3.480,002.3.08.199.235** U.I. D. “São Luís Gonzaga” 3.480,002.3.08.199.123** U.E. “Dep. Francisco Coelho” 2.873,332.3.08.199.143** U.I. D. JOÃO BOSCO 3.480,002.3.08.199.359** U.I. D. “São Luís Gonzaga” 3.420,002*** U.I. D. JOÃO BOSCO 3.560,002.3.08.199.856** U.I. D. “São Luís Gonzaga” 3.480,002.3.08.199.856** U.I. D. “São Luís Gonzaga” 3.480,002.3.08.199.046** U.E. PROF. “Ceci Teixeira" 3.480,002.3.08.199.663** U.E. “Nascimento de Moraes” 3.480,001*** U.E. São Vicente de Paulo 3.480,002.3.08.199.166** U.I. D. “São Luís Gonzaga” 3.480,002.3.08.199.167** U.I. D. “São Luís Gonzaga” 3.480,002.3.08.199.451** E M Pe. Fábio Bertagnolli 3.434,992.3.08.199.574** U I Mons. Barros 3.480,002.3.08.199.075 ** E M Mário Andreazza 3.480,005*** U.E. PROF. “Ceci Teixeira" 2.320,002.3.08.199.258** Stª Terezinha do Menino Jesus 2.700,002.3.08.199.081** U.E. “Pe. Dino” 3.480,0019*** U.E. São Vicente de Paulo 3.480,00

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 12Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 56: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

2.3.08.199.024** U.E. Sebastião Acher 3.480,002.3.08.199.117 ** U.E. Miguel de Sousa Maia 3.491,262.3.08.199.085** U.E. “Nascimento de Moraes” 3.480,002.3.08.199.394** U.I. “José Pinto de Menezes” 1.200,002.3.08.199.008** U.E. “Nascimento de Moraes” 3.480,002.3.08.199.894** E M Cristo Rey 3.480,002.3.08.199.527** U.I. D. JOÃO BOSCO 3.600,002.3.08.199.568** U.I. “José Pinto de Menezes” 3.480,002.3.08.199.125** U.E. “Dep. Francisco Coelho” 3.480,002.3.08.199.991** U.E. “Dep. Francisco Coelho” 3.480,002.3.08.199.325** E M Cid de Carvalho 2.640,0007* U.I. D. “São Luís Gonzaga” 4.410,0010* U.I. D. “São Luís Gonzaga” 3.434,992.3.08.199.469** U.I. “D. Rino Carlesi” 3.480,00

TOTAL 142.459,56 * Relação de Diários de Classe- 2003, enviados à CGUMA em 28/08/2004. ** Código do funcionário na Folha de Pagamento, mês de referência: 05/2004. *** Declaração com Resumo de Pontos, enviado à CGUMA em 28/08/2004 Evidência: Folhas de pagamento de janeiro a dezembro de 2003; relação de servidores por escola; diários de classe de todas as disciplinas ministradas no Ensino Fundamental de 5ª à 8ª série e de todas as turmas de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental. Manifestação do Prefeito:

“A alegação de que os professores listados neste item não pertencem ao ensino fundamental por ausência de Diário de Classe, é improcedente, pois todos possuem seus respectivos diários ou fichas, bem como constam dos resumos de pontos, conforme cópias em anexo. Assim sana-se a irregularidade apontada no item 15.1 e 15.4 do Relatório. Análise da Equipe: Foram acostados à justificativa acima os diários de classe dos seguintes docentes:

Tabela I.

Docentes Unidade de Ensino Séries07* U. I. São Luís Gonzaga 5ª - 8ª 08* U. E. Dom Rino Carlesi 3ª 2.3.08.199.527** U. E. Dom João Bosco 5ª - 6ª 2.3.08.199.991** U. E. Dep. Francisco Coelho 4ª 2.3.08.199.059** U. E. José Pinto de Menezes 5ª - 8ª 2.3.08.199.198** U. E. Dep. Francisco Coelho AlfabetizaçãoD.da S. S. U. E. Padre Fábio Bertagnolli 1ª - 2ª 10* U. I. São Luís Gonzaga 5ª - 8ª 2.3.08.199.166 e 2.3.08.199.167** U. I. São Luís Gonzaga 4ª - 8ª 2.3.08.199.856** U. I. São Luís Gonzaga 3ª/5ª - 8ª 2.3.08.199.235** U. I. São Luís Gonzaga 5ª – 8ª 2.3.08.199.359** U. I. São Luís Gonzaga 5ª – 8ª 2.3.08.199.220 e 2.3.08.199.221** U. I. São Luís Gonzaga 6ª – 8ª 2.3.08.199.469** U. E. Rino Carlesi 5ª-6ª

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 13Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 57: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 14

Docentes Unidade de Ensino Séries40* U. E. Rino Carlesi 6ª D.de C. P. F. U. E. Miguel de Sousa Maia 1ª T. J. S. L. U. E. José Pinto de Menezes Alfabetização17* U. I. Sebastião Archer 1ª – 4ª 2.3.08.199.258** E. M. Santa T. Menino Jesus 1ª J. R.G. U. E. Dom Rino Carlesi 4ª 2.3.08.199.081** U. E. Dom Rino Carlesi 4ª 2.3.08.199.568** U. E. José Pinto de Menezes 4ª A Mª de J. R. U. E. José Pinto de Menezes 4ª 2.3.08.199.297** U. E. Padre Dino Alfabetização22* U. E. Nascimento de Morais Jardim II 2.3.08.199.663** U. E. Nascimento de Morais 2ª 2.3.08.199.008** U. E. Nascimento de Morais 2ª 2.3.08.199.143** U. E. Dom João Bosco 1ª 2.3.08.199.085** U. E. Nascimento de Morais 1ª – 4ª (III Período)L. G. M. U. E. Dom Rino Carlesi Alfabetização2.3.08.199.019** U. E. Dom Rino Carlesi Alfabetização2.3.08.199.325** E. Cid Carvalho 2ª – 4ª 2.3.08.199.125** U. E. Dep. Francisco Coelho 1ª 2.3.08.199.075** U. E. Mário Andreaza 1ª – 2ª 2.3.08.199.856** U. I. Sebastião Archer 3ª – 4ª 2.3.08.199.123** U. E. Dep. Francisco Coelho 3ª 38* U. E. N. Senhora Aparecida 1ª – 4ª 2.3.08.199.894** U. E. Cristo Rey 1ª – 4ª 2.3.08.199.574** U. I. Monsenhor Barros EJA – II – 2ª Etapa02* 1ª – 2ª 2.3.08.199.451** U. E. Padre Fábio Bertagnoli 1ª – 2ª 2.3.08.199.117** U. E. Miguel de Sousa Maia 1ª 2.3.08.199.394** U. E. José Pinto de Menezes Alfabetização2.3.08.199.081** U. E. Dom Rino Carlesi 4ª * Relação de Diários de Classe- 2003, enviados à CGUMA. ** Código do funcionário na Folha de Pagamento, mês de referência: 05/2004. ***: Código do funcionário na Declaração com Resumo de Pontos, apresentada à CGUMA em 23/8/2004. Além disso, apresentou declarações nas quais se consignaram que os professores nela citados desempenharam função docente, conforme resumos de pontos, a saber:

Tabela II. Docente Unidade de Ensino

6 U. E. Padre Dino 5 U. E. Prof. Ceci Teixeira Lima e Silva 7 U. E. Prof. Ceci Teixeira Lima e Silva 4 U. E. Dom João Bosco 2 U. E. Dom João Bosco 1 U. E. São Vicente de Paulo

Fonte : Declaração com Resumo de Pontos, apresentada à CGUMA em 23/8/2004. Pela materialidade das comprovações, inclusive pela ausência de indícios que pudessem suscitar dúvidas quanto a sua veracidade, tem-se afastada a pressuposta impropriedade para os docentes listados na tabela I supra. Todavia, para aqueles relacionados na tabela II, persiste a

Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 58: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

inadequação, a se considerar que a documentação apresentada – declarações e cópias de registro de pontos – não carrega consigo legitimidade suficiente a comprovar que aqueles professores de fato atuaram no Ensino Fundamental.

5.4) Falta de pagamento de 1/3 de férias aos servidores da Educação Fato(s): De acordo com as prestações de contas das aplicações dos Recursos do FUNDEF, exercício de 2003, os profissionais da educação, cuja folha corre à conta do FUNDEF, não receberam a parcela referente a um terço a mais quando do gozo de suas férias anuais, conforme determina o artigo 7º, inciso XVII, da Constituição da República Federativa do Brasil.

Evidência: Folhas de pagamentos do FUNDEF constante de prestação de contas do execício de 2003. Manifestação do Prefeito:

“Deixou de ser pago por insuficiência de recursos financeiros, entretanto é uma obrigação que o município tem a cumprir. Tal fato deu-se em virtude de nesse exercício o Governo Federal não haver repassado integralmente os recursos devidos ao município. Isso, portanto, é mais do que suficiente para justificar o não pagamento.”

Análise da Equipe:

O abono de férias é direito consagrado constitucionalmente, inderrogável e de aplicação imediata. Sob as escusas de falta de recursos, o Gestor não pode ser afastado da responsabilidade que lhe cabe diante desse fato.

5.5) Atuação irregular do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEF Fato(s):

O Conselho de Acompanhamento e Controle e Social do Fundo – CACS/FUNDEF, de que trata o art. 4º da Lei nº 9.424, de 24/12/1996, foi instituído no âmbito municipal pela Lei nº Lei no 07/97, de 24 de junho de 1997, composto por quatro membros representantes dos segmentos: Secretaria Municipal de Educação, Professores e Diretores de Escolas Públicas do Ensino Fundamental; Pais de Alunos e Servidores de Escolas Públicas do Ensino Fundamental.

Os membros do Conselho foram inicialmente nomeados pela Portaria nº 022/2001 GPMSRM, de 29 de março de 2001, e reconduzidos aos cargos para o biênio subseqüente 2003/2004. Esse ato contraria o que determina o art. 2º, § 2º, da lei de criação do conselho, que veda a recondução de membros para mandatos subseqüentes. Ademais, houve escolhas, pelos seus pares, dos representantes do segmento dos professores e diretores, bem como, dos representantes das escolas do Ensino Fundamental. Entretanto, alheio a esse fato, o Gestor Municipal reconduziu os membros anteriores.

Com vistas a verificar a eficácia dos resultados do acompanhamento e controle social sobre

as transferências e a aplicação dos recursos do Fundo, bem como o atendimento às disposições legais, procedeu-se à leitura das Atas das Reuniões do Conselho e realizou-se entrevista com os seus membros titulares. Como resultado, destaca-se:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 15

a) as atas, embora escritas com clareza, são vagas no que concerne aos documentos probantes das receitas e despesas analisadas pelo Conselho. Não informam sobre a conciliação bancária, montante das despesas executas por programa/categoria, procedimentos licitatórios realizados à conta do Fundo;

Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 59: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

b) segundo o livro de atas apresentado, houve, em 2003, reuniões no final de cada mês, em cujas atas constam assinaturas dos quatro representantes titulares. Contudo, dois dos três conselheiros entrevistados apresentaram informações incongruentes quanto ao local das reuniões e a quanto a periodicidade de realização das mesmas; c) o Presidente do Conselho é irmão do Vice-Prefeito, e Secretário de Ação Social do Município.

Evidência: Livro de atas do conselho; entrevista com os membros do Conselho: Representante da Secretaria Municipal de Educação, Representantes do segmento dos professores (titular), Representantes do segmento dos pais de alunos (titular); Edital de convocação, convites e ata da reunião para eleição dos representantes dos professores e diretores e demais servidores das escolas do ensino fundamental. Manifestação do Prefeito: “Nesta reside um equivoco, pois pela simples leitura dos sub-itens "a" e "b" do relatório de fiscalização, colhe-se que: as ATAS foram escritas com clareza, inclusive contendo assinaturas dos Conselheiros; que houve reuniões no final de cada mês; que foram entrevistados os Conselheiros.

“O fato de nas ATAS não estar consignados os valores e/ou detalhes no tocante a documentos probantes de receitas e despesas, não caracteriza inoperância do Conselho, alias, a documentação foi apresenta na forma da Instrução Normativa 004/99 do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, e acrescentada de algumas peças analíticas que visam possibilitam melhor análise e averiguação das contas.

“Quanto ao fato de o Presidente do Conselho ser irmão do Vice Prefeito e Secretário de Ação Social, não encontramos nada que o impeça, até porque o mesmo foi indicado como representante da Administração Pública, tudo em conformidade com a Lei n° 9.424/96, cuja legislação não fustiga tal indicação. E, no caso, o Presidente do Conselho foi indicado pelo segmento Poder Público.

“O fato de um determinado conselheiro ter exercido dois mandatos consecutivos não pode constituir irregularidade do gestor municipal, pois embora trate-se de pessoa que já exerce mandato de conselheiro, é de fato uma nova indicação da entidade.” Análise da Equipe:

A recondução de membros do Conselho é fato inadmitido pela Portaria nº 022/2001 GPMSRM, de 29 de março de 2001.

De fato, a clareza da conteúdo das atas não foi suficiente em demonstrar a participação efetiva dos membros do Conselho. Aliás, os indícios levantados – letra “b” e parte final da letra “a” - reforçam esta consideração. 5.6) Inexistência de plano de carreira e remuneração do Magistério Fato(s):

De acordo com entrevistas realizadas junto a professores do Ensino Fundamental do Município, e de acordo com os dados constantes das folhas de pagamento do FUNDEF – exercício 2003, não houve a criação/implantação de plano de carreira e remuneração do Magistério, obrigatoriedade esta prevista no artigo 9º da Lei nº 9.424/1996, cujo propósito é assegurar o necessário ordenamento da carreira de magistério, com estímulo ao trabalho em sala de aula, para

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 16Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 60: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

promover a melhoria da qualidade do ensino e remuneração condigna dos profissionais do Magistério, na qual deve-se incorporar os recursos do FUNDEF, inclusive os eventuais ganhos financeiros destes eventualmente decorrentes.

Vale destacar que, embora solicitado por meio do Ofício nº 17301/2004, de 20 de julho de 2004, com reiteração constante da Solicitação de Fiscalização – 11º Sorteio dos Municípios, de 29 de julho de 2004, o Gestor Municipal não apresentou a legislação que teria aprovado o referido plano, após a instituição do FUNDEF, nem apresentou justificativas. Evidência: Dados constantes das folhas de pagamento dos servidores do FUNDEF – exercício 2003; entrevista com os dirigentes do Sindicato dos Professores do Município de São Raimundo das Mangabeiras. Manifestação do Prefeito:

“Para sanar esta falta encaminhamos em anexo cópia da Lei de Carreira e Remuneração do Magistério e cópia do Projeto de Lei propondo a atualização e adequação do mesmo à realidade.” Análise da Equipe:

Não resta sanada a impropriedade, uma vez que não se comprovou, ainda, a criação do Plano de Cargos e Salários. A Lei referenciado pelo Gestor dispôs, realmente, sobre a estruturação da carreira do magistério municipal e sobre o plano de classificação. Todavia, data de 1983.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 17Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 61: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO NO ESTADO DO MARANHÃO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MAGABEIRAS (MA)

MINISTÉRIO DO ESPORTE

11º Sorteio do Projeto de Fiscalização a Partir de Sorteios Públicos

30/JUNHO/2004

Page 62: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

1

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA)

Na Fiscalização realizada a partir de Sorteios Públicos de Municípios, dos Programas de Governo financiados com recursos federais, foi examinada, no período de 26 a 30 de julho de 2004, a seguinte Ação sob responsabilidade do Ministério do Esportes:

Implantação de Núcleos de Esportes – Nacional.

Este relatório, de caráter preliminar, destinado aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, gestores centrais dos programas de execução descentralizada, contempla, em princípio, constatações de campo que apontam para o possível descumprimento de dispositivos legais e contratuais estabelecidos para esse tipo de execução.

Esclarecemos que os Executores Municipais dos Programas, quanto àqueles sob sua

responsabilidade, já foram previamente informados sobre os fatos relatados. Assim, cabe ao Ministério Supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas com vistas à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades. Constatações da Fiscalização 1 – Programa: Esporte Direito de Todos. Ação: Implantação de Núcleo de Esporte. Objetivo da Ação de Governo: Contribuir para a inclusão social, a melhoria da qualidade de vida e a formação da cidadania, por meio da ampliação de prática esportiva do lazer, considerando as dimensões culturais e educacionais. Ordem de Serviço: 148741. Objeto Fiscalizado: Construção de uma quadra poliesportiva coberta. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras - MA. Qualificação do Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse nº 123.303-42, SIAFI nº 445751. Montante de Recursos Financeiros: R$ 143.000,00 (cento e quarenta e três mil reais). Extensão dos exames: Verificação “in loco” e documentos licitatórios. 1.1) Irregularidades na formalização de processos licitatórios Fato(s):

Para a construção do módulo esportivo a Prefeitura Municipal realizou licitação na modalidade Convite nº 019/2002, com data de abertura em 22/05/2002, do qual teriam participado três empresas: H. De Sousa Filho & Cia Ltda., Construtora Rio Ouro Ltda. e Ananda Construções e Comércio Ltda., CNPJ nº 04.894.615/0001-60, esta última, como vencedora do certame, cujo valor alcançou R$ 142.985,97 (cento e quarenta e dois mil, novecentos e oitenta e cinco reais e noventa e sete centavos).

O contrato com a empresa foi assinado em 25 de maio de 2002, emitida no mesmo dia a

Ordem de Serviço para autorizar o início dos trabalhos. Em 29 de maio de 2002, a Prefeitura Municipal distratou com a empresa, devido discordâncias contratuais, as quais não foram especificadas.

Page 63: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Assim, foi instruído o Convite nº 20, de 01 de junho de 2002, do qual teriam participado

três empresas, a saber: Milenar Construções Ltda., Construtora Meridional e Érika Construções Ltda.. Desse certame, teria a primeira Empresa sagrado-se vencedora, com proposta no valor de R$ 142.985,97 (cento e quarenta e dois mil, novecentos e oitenta e cinco reais e noventa e sete centavos). Cabe ressaltar que esse valor é exatamente igual ao da proposta vencedora do Convite nº 19/2002, acima referido (contrato rescindido).

O suposto processo que teria instruído o Convite n.º 20/2002, não foi apresentado à Equipe

de Fiscalização, foram disponibilizadas apenas cinco peças dispersas numa pasta. Os processos licitatórios da Prefeitura não estão sendo mantidos em boa ordem, as folhas

se encontravam soltas, sem numeração e fora de ordem, conforme se pode observar na Foto 01 abaixo. Cabe destacar que os processos referentes aos Convênios n.º 0608/2001, 3070/2001, 2274/01 e Contratos de Repasse n.º 123.303-42, nº 129.433-43, encontram-se na mesma situação.

Folha 01 – situação da formalização de processos na Prefeitura Municipal de S. R das Mangabeiras.

Evidência: Peças de processo licitatório e relatório fotográfico. Manifestação do Prefeito:

“A empresa vencedora não demonstrou capacidade e confiabilidade necessárias à execução da obra em questão, e mesmo manifestou verbalmente seu desinteresse pela execução, daí outra alternativa não restou à Administração senão o distrato. “Ao convidar três empresas para participar de nova licitação, deu-se conhecimento a todas, do valor anteriormente contratado e, conseqüentemente, uma delas resolveu propor o mesmo valor usando como estratégia não elevar preços já conhecidos. Portanto, isso por si só, como demonstrado não caracteriza irregularidade em desfavor do gestor.” Análise da Equipe: A evidenciação se firma, principalmente, na falta de comprovação da realização do Convite 020/2002 e, nesse passo, o Gestor não demonstrou sua efetiva existência. A contratação por mesmo preço de empresa que veio a suceder a vencedora do certame anterior não é suficiente a afastar a inadequação, principalmente por ter sido alegado a feitura de novo procedimento licitatório sem, contudo, ter-se apresentado suas peças.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 2Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 64: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

3

1.2) Ausência de documentação comprobatória de despesa Fato (s):

A obra de construção do módulo esportivo, iniciada em 2002, à época de realização desta ação fiscalizadora, contava com aproximadamente trinta por cento dos serviços executados, conforme medição feita pela Equipe de Fiscalização, em confronto com a planilha orçamentária. A Caixa Econômica Federal – CAIXA, efetuou o pagamento de R$ 51.483,28 (cinqüenta e um mil, quatrocentos e oitenta e três reais e vinte e oito centavos) consoante informações obtidas no processo disponibilizado pela CEF, sendo solicitados os desbloqueios de R$ 25.578,02 (vinte e cinco mil, quinhentos e setenta e oito reais e dois centavos) em 29/04/2003 e de R$ 25.905,26 (vinte e cinco mil, novecentos e cinco reais e vinte e seis centavos) em 25/09/2004 em favor de Milenar Construções e Comércio Ltda. Foi encontrada, nos processos da CAIXA e da Prefeitura Municipal, apenas a Nota Fiscal nº 043, de 08 de outubro de 2003, no valor de R$ 25.905,26 (vinte e cinco mil, novecentos e cinco reais e vinte e seis centavos), referente à primeira medição.

Evidência: Análise do processo licitatório e processo do contrato de repasse com a Caixa Econômica Federal. Manifestação do Prefeito:

“Para dirimir dúvida e suprir omissão anexa-se a esta cópia das Notas Fiscais, Empenhos, Ordens de Pagamento, totalizando R$ 51.483,28, pagos com recursos da CAIXA e contrapartida.”

Análise da Equipe:

Os anexos acostados à justificativa consistiram em ordem de pagamento, Nota Fiscal nº 043, no valor de R$ 25.905,26 (vinte e cinco mil, novecentos e cinco reais e vinte e seis centavos), recibo de pagamento, do mesmo valor e relação de comprovação de pagamento – OGU. A nota fiscal juntada já foi objeto de análise por parte da Equipe, conforme se observa na evidenciação, que, no caso, permanece, tendo em vista a falta de comprovação das despesas no valor de R$ 25.578,02 (vinte e cinco mil, quinhentos e setenta e oito reais e dois centavos).

1.3) Obra paralisada, já iniciada há dois anos Fato(s) :

Constatamos, no dia 27 de julho de 2004, que a obra encontrava-se paralisada, com apenas um funcionário da empresa no local da obra e sem receber salário a três meses. No dia 28 de julho, haviam quatro funcionários no canteiro executando o piso da quadra. Porém, como havia um volume muito pequeno de material para dar continuidade aos serviços, consideramos que a obra permanece paralisada.

A CAIXA vem prorrogando o prazo para término desse Contrato de Repasse por meio de

várias cartas reversais. O contrato previa que os serviços seriam realizados em 120 dias após a data da Ordem de Serviço, expedida em 25/06/2002, ou seja, terminaria em 25/10/2002. Nota-se que essas prorrogações sistemáticas vem procrastinando a solução dos problemas, leva a depredação dos empreendimentos pelos usuários e deterioração pelos fenômenos naturais, antes mesmo dos serviços serem concluídos.

Page 65: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Obra do módulo esportivo de S. R. das Mangabeiras, paralisada.

Evidência: Verificação “in loco” da obra, informações do mestre de obras, relatório fotográfico e análise documental. Manifestação do Prefeito:

“A obra sob comento não está parada, pois encontra-se em fase de conclusão, inclusive, o teto, a parte mais cara da obra já está pronto e em breve estará instalado no devido lugar. O possível atraso na execução da obra deve-se ao fato do município de São Raimundo das Mangabeiras ficar distante dos centros que fornecem o material de cobertura da obra, não estando alternativa senão adquirir o material em outra cidade, e isso demanda tempo.” Análise da Equipe:

A se considerar o termo final para conclusão do empreendimento – outubro de 2002 – incontestável a caracterização da mora, até por que a alegação do Gestor prende-se tão-somente na necessidade de tempo para aquisição de material de cobertura. Caso não proceda às execuções necessárias, incorrerá no risco de ter em sua sede obra pública rotulada como inacabada.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 4Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 66: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO NO ESTADO DO MARANHÃO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MAGABEIRAS (MA)

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL

11º Sorteio do Projeto de Fiscalização a Partir de Sorteios Públicos

30/JUNHO/2004

Page 67: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

1

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA)

Na Fiscalização realizada a partir de Sorteios Públicos de Municípios, dos Programas de Governo financiados com recursos federais, foram examinadas, no período de 26 a 30 de julho de 2004, a seguinte Ação sob responsabilidade do Ministério da Integração Nacional:

Construção de Obras de Contenção de Enchentes.

Este relatório, de caráter preliminar, destinado aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, gestores centrais dos programas de execução descentralizada, contempla, em princípio, constatações de campo que apontam para o possível descumprimento de dispositivos legais e contratuais estabelecidos para esse tipo de execução.

Esclarecemos que os Executores Municipais dos Programas, quanto àqueles sob sua

responsabilidade, já foram previamente informados sobre os fatos relatados. Assim, cabe ao Ministério Supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas com vistas à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades. Constatações da Fiscalização 1 – Programa: Construção de Obras de Contenção de Enchentes. Ação: Construção de obras de contenção de enchentes. Objetivo da Ação de Governo: Construir Obras de Contenção de Enchentes. Ordem de Serviço: 148463. Objeto Fiscalizado: Construção de barragens de terras para armazenamento de água (açudes). Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras - MA. Qualificação do Instrumento de Transferência: Convênio nº 2274/01, SIAFI nº 450146. Montante de Recursos Financeiros: R$ 105.000,00 (cento e cinco mil reais). Extensão dos exames: Verificação “in loco” e documentos licitatórios. 1.1) Pagamento Antecipado Fato(s):

Para a execução da obra a Prefeitura de São Raimundo das Mangabeiras (MA) realizou o Convite nº 026/2002, do qual teriam participado três empresas, a saber: Allison Ayres Construções e Comércio Ltda.(CNPJ 23.614.670/0001-01), Érika Construção Ltda. e Milenar Construção Ltda. (CNPJ 04407924/0001-68) Foi declarada vencedora a Empresa Érika Construções Ltda., CNPJ n.º 02.452.113/0001-53, com proposta de R$ 104.978,25 (cento e quatro mil, novecentos e setenta e oito reais e vinte e cinco centavos).

O certame licitatório ocorreu em 17 de julho de 2002, conforme ata da Comissão de

Licitação. No mesmo dia foi assinado o Contrato s/n.º com a empresa vencedora e emitida a Ordem de Serviço pelo Prefeito Municipal, na qual não consta comprovação de recebimento, por parte da empresa.

Page 68: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

2

No dia 19 de julho de 2002, dois dias após a assinatura do contrato e emissão da Ordem de Serviço, foi efetuado, à empresa contratada, o pagamento de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), correspondente à 57,15% do contrato, sem o acostamento de planilhas de medições ou outros documentos que comprovassem a execução destes serviços. Conforme relação de pagamentos, o último ocorreu em 20 de novembro de 2002, vide quadro abaixo:

CHEQUE DATA NF Nº DATA VALOR 850001 19/07/02 163 19/07/02 60.000,00850002 26/07/02 164 26/07/02 10.000,00850003 23/08/02 166 23/08/02 15.000,00850004 10/09/02 170 10/09/02 10.000,00850005 24/09/02 173 24/09/02 4.950,00850033 20/11/02 264 20/11/02 5.037,75

Evidência: Extratos bancários, processos de pagamento e procedimento licitatório referenciado. Manifestação do Prefeito:

“Não houve pagamento antecipado das obras relacionadas o que houve foi a conclusão da parte útil do projeto e a conseqüente aprovação pelo engenheiro do Ministério da Integração Nacional. Quanto ao que foi alegado, ou seja, as ausências de detalhes, estes constituem um valor ínfimo do convênio e já foram solucionados.

“Houve o envio da ordem de serviço para a empresa, e a mesma foi recebida, ao contrário

do que afirma o relatório (ver documento anexo).

“Quanto ao repasse antecipado, o mesmo ocorreu com perfeita legalidade, e foi efetuado no tempo alegado por conta da dificuldade de locação de máquinas em nossa região, o que obriga à empresa empreiteira alugar ou transportar máquinas de grandes distâncias, razão pela qual se fez necessário à liberação de recursos para que a obra fosse prontamente executada, como de fato fora.” Análise da Equipe: As alegações apresentadas não afastam a impropriedade. Não é comum que em período de 02 dias a licitante contratada tenha tido condições de executar 56% de uma obra de engenharia que se reveste de relativa complexidade, prevista para ser executada em 180 dias, a menos que os serviços tenham sido iniciados antes mesmo da conclusão do procedimento licitatório. Ademais, não se comporta “com a perfeita legalidade” a realização de despesas sem a devida contraprestação dos serviços.

Cabe ressaltar, ainda, que em circularizações realizadas junto à Empresa Érika Construções

Ltda., referente às Notas fiscais 163, 164, 166, 170, 173 e 264, foi detectado o que segue:

Notas Fiscais apresentadas pela Prefeitura

Notas Fiscais apresentadas pela empresa Nota Fiscal

Data Valor Divergências apresentadas 163 19/07/2002 60.000,00 Valor: R$ 30.000,00, lay-out e grafia

divergente. 164 26/07/2002 10.000,00 Divergência de data (18/07/2004) e de grafia 166 23/08/2002 15.000,00 Grafia divergente 170 10/09/2002 10.000,00 Grafia divergente 173 24/09/2002 4.950,00 Grafia divergente 264 20/11/2002 5.023,75 Prejudicado. Não apresentada pela empresa

Page 69: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

3

Outras observações: a) as Notas Fiscais apresentadas pela Prefeitura apresentam como endereço da empresa: Av. do Contorno, 03 Quadra 15, sala 104- Cohatrac- São Luís, enquanto que as Notas Fiscais apresentadas pela empresa tem como endereço Rua dos Afogados, nº 580- Centro- São Luís (MA), mesmo endereço existente no cadastro CNPJ; b) as notas fiscais apresentadas pela Prefeitura pertencem a bloco de notas fiscais que tem autorização de n.º 0659/01, de 23/09/2001, numeração de 151 a 250, confeccionadas pela Gráfica Brasil (CNPJ –00.243.682/0001-02) enquanto que as apresentadas pela empresa tem autorização de n.º 68/03-97, de 10/01/2003, numeração de 101 a 250, confeccionadas pela NORTOGRAF Serviços e Comércio Ltda., evidenciando a existência de dois blocos de notas Fiscais com parte da numeração coincidente. Note-se que as Notas fiscais apresentadas pela empresa tem data de emissão (vide quadro acima) anterior a data de autorização da mesma; c) as notas fiscais apresentadas pela empresa estão todas preenchidas com letra de forma, apresentando grafia diferente das Notas fiscais 163 e 164 apresentadas pela Prefeitura, bem como as demais Notas fiscais (166, 170 e 173) apresentadas pela Prefeitura estão preenchidas à máquina; d) em consulta ao sistema CNPJ constatou-se que a empresa citada tem como atividade principal “Comércio varejista de máquinas, equipamentos e materiais de informática”.

1.2) Prestação de Contas intempestiva Fato(s):

Não há comprovantes de que o Convenente tenha notificado os partidos políticos, os sindicatos de trabalhadores e as entidades empresariais, conforme determina a Lei nº 9.452, de 20 de março de 1997.

A prestação de contas foi enviada ao Ministério da Integração Nacional em 30 de

novembro de 2003, por meio do Ofício n.º 079, de mesma data. A vigência do convênio se estendeu até 10 de janeiro de 2003 e o prazo final para prestação de contas ficou estipulado em 11 de março de 2003. Não há no processo documento emitido pelo Concedente para notificar essa irregularidade (atraso na apresentação da prestação de contas), assim como não há registros no SIAFI da situação de inadimplência do Convenente.

A Prefeitura não vem mantendo em boa ordem a documentação referente a execução do

referido convênio; os documentos são colocados em pastas, sem se efetuar a numeração seqüencial, e permanecem soltos, o que facilita o extravio da documentação e descumprindo da Cláusula Décima-Primeira do Termo do Convênio, bem como do art. 30 da Instrução Normativa nº 01, de 15 janeiro de 1997, da Secretaria do Tesouro Nacional/Ministério da Fazenda. Evidência: Autos da Prestação de Contas do convênio. Manifestação do Prefeito:

“Não é cabível a alegação que a Município descumpriu a Lei n° 9.452/97, uma vez que através de ofícios n° 003/2002, 67/2002, 68/2002, 69/2002, 70/2002, 078/2002 e 079/2002 (cópias anexas) enviados à Câmara Municipal, deu conhecimento ao Poder Legislativo Municipal dos recursos recebidos pelo Município através de convênio. Dito isto, basta para ter a satisfação do objetivo da lei, pois ali naquela Casa Legislativa todas as entidades e Partidos Políticos, estão representados pelos seus Vereadores. “A apresentação da Prestação de Contas fora do prazo não restou nenhum prejuízo ao erário nem tão pouco influenciou o cumprimento do objeto do contrato. O próprio Relatório afirma não haver notificação por parte do Cedente nem registro no SIAFI da situação de inadimplência do

Page 70: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

4

Convenente. E sobre a numeração de páginas e arquivamento em pastas da documentação em questão, já foi providenciada sua guarda em conformidade com o recomendado.” Análise da Equipe:

De fato, os ofícios citados comprovam, ainda que de forma precária, comunicação do recebimento de recursos ao presidente da Câmara Municipal de São Raimundo das Mangabeiras (MA). Entretanto, o art. 2º da Lei nº 9.452/1997 determina que “a prefeitura do município beneficiário de recursos liberados por órgãos e entidades da administração federal direta, autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista federais, notificará da respectiva liberação os partidos políticos, os sindicatos de trabalhadores e as entidades empresariais com sede na localidade, no prazo de dois dias úteis contados da data da liberação” (grifamos).

Já a intempestividade na apresentação de prestação de contas não deve ser tida como fato de menor importância. O regramento que disciplina a matéria, mormente a Instrução Normativa nº 01/1997-STN/MF, não existe por mero diletantismo do Executivo Federal. Trata-se de preceito de cumprimento obrigatório, sob pena de sanção. Registre-se também que o concedente, em preliminares, mostrou-se pouco diligente, ao não zelar pelo cumprimento das regras que cuidam do assunto. 1.3) Irregularidades em obras realizadas no Município Fato(s):

As barragens de terra de pequeno porte foram construídas nos povoados de Bacuri, Buritizinho e Laranjeiras, as quais tinham por objetivo o abastecimento de água das populações envolvidas no desenvolvimento da agricultura irrigada, na pecuária e no melhoramento substancial da qualidade de vida das famílias residentes nas proximidades das localidades.

Conforme informações do Secretário Municipal de Infra-Estrutura, em maio de 2004,

houve a fiscalização da obra por um engenheiro do Ministério da Integração Nacional, quando teria recomendado que apenas se executasse os sangradouros. Porém, não foi apresentado à Equipe de Fiscalização nenhum documento que comprovasse a visita do aludido fiscal, ou relatório por ele emitido.

Na vistoria “in loco”, constatamos: a) em todas as execuções, não foram colocadas placas nas obras, apesar de ter sido pago

por estes serviços o valor de R$ 1.197,00 (um mil, cento e noventa e sete reais). Item também exigido pela cláusula segunda, item II, alínea “g”, do Termo do Convênio;

b) Barragem de Bacuri. - barragem com água, porém, não foi executado a compactação de material argiloso na

barragem e fundação (foto 01); - não foi executado o cascalhamento e plantio de grama no talude jusante e coroamento

para evitar erosões; - não foi identificada a executado do muro de proteção do vertedouro - o projeto visava à

captação de águas pluviais; - o sangradouro executado foi de 9,0m de comprimento por 3,70m de largura (foto 02),

enquanto era previsto, conforme projeto básico, 30m de comprimento por 10m de largura. Além disso, a obra (sangradouro) foi executada em junho de 2004, fora da vigência do convênio, o que caracteriza pagamento antecipado por parte da Prefeitura Municipal e transgressão do art. 8º, inciso V, da IN nº 01/1997-STN/MF;

Page 71: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

5

- a barragem está dentro de uma propriedade totalmente fechada, com cerca de arame farpado, e serve apenas para a proprietária do imóvel, ou seja não atende ao objetivo visado, que é a disponibilização à sociedade;

- o aterro apresentava pequenas erosões, o que pode ocasionar rompimento; c) Barragem de Buritizinho: - barragem com água, porém, não foi possível identificar a execução de compactação de

material argiloso na barragem e fundação; - não foi feito o plantio de grama no talude jusante e coroamento para evitar erosões; - não foi identificada a execução do muro de proteção do vertedouro - o projeto visava à

captação de águas pluviais; - o sangradouro executado foi de 9,50m de comprimento por 3m de largura, enquanto era

previsto, conforme projeto básico, 30m de comprimento por 10m de largura. Além disso, a obra (sangradouro) foi executada em junho de 2004, fora da vigência do convênio, o que caracteriza pagamento antecipado por parte da Prefeitura Municipal (foto 03) e transgressão da cláusula segunda, II, a do Convênio e do art. 8º, inciso V, da IN nº 01/1997-STN/MF;

- não foi efetuado o cascalhamento do talude; - devido a não execução de diversos serviços e problemas de compactação do talude, a

estrutura da barragem está comprometida, apresenta diversas erosões e rachaduras profundas no aterro (fotos 4, 5 e 6);

d) Barragem de Laranjeiras: - barragem sem água nem serviços de escavação de grande porte, executados

provavelmente há uns dois meses antes desta ação fiscalizadora (fotos 7 e 8); - não foi feito o plantio de grama no talude jusante e coroamento para evitar erosões; - o sangradouro executado foi de 9,0m de comprimento por 4m de largura, enquanto era

previsto, conforme projeto básico, 30m de comprimento por 10m de largura. Além disso, a obra (sangradouro) foi executada em junho de 2004, fora da vigência do convênio, o que caracteriza pagamento antecipado por parte da Prefeitura Municipal e transgressão da cláusula Sétima do Convênio e do art. 8º, inciso V, da IN nº 01/1997-STN/MF;

- não foi executado o muro de proteção do vertedouro, tendo em vista que o projeto visava à captação de águas pluviais;

- não foi executado o espalhamento, umedecido e compactação de material argiloso na barragem e fundação;

- foi executado apenas 16m de cascalhamento no talude, numa extensão de 106 metros; - foi executado um barramento de 106m, porém, era previsto de 150m; - apresenta erosões no aterro, o que compromete a estrutura da barragem; e) as obras foram recebidas por meio de Termo de Recebimento Definitivo de Obra, em 30

de novembro de 2002, pelo Prefeito e pelo Secretário Municipal de Infra-Estrutura, os quais declararam que tudo ocorreu em conformidade com o projeto e plano de trabalho do referido convênio.

Diante das irregularidades acima apontadas, a viabilidade do empreendimento fica

comprometida, em descumprimento do art. 38, “caput”e inciso II, alíneas “a” e “b”, da Instrução Normativa STN, nº 01, de 15 de janeiro de 1997.

Page 72: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

6

Foto 01 Foto 02

Foto 03 Foto 04

Foto 05 Foto 06

Page 73: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

7

Foto 07 Foto 08

Evidência: Verificação “in loco” da obra, relatório fotográfico, informações da população beneficiada e análise do processo licitatório. Manifestação do Prefeito: “Neste item há de se dizer que a empresa responsável pela obra assinou contrato com esta administração para prestar assistência por dois anos à obra, sendo que, quaisquer danos provenientes da falta, ou má colocação de material, o ônus será da empresa. Quanto aos sangradores, estes foram feitos nas medidas vistoriadas por necessidade da região, uma vez que a vazão d'água é pequena e o sangrador em grande tamanho dificultaria o armazenamento. No mais, vale dizer que não houve prejuízo para o erário, prova disso foi o recebimento por parte do ministério competente, da obra realizada. “O objetivo básico da construção dos três açudes foi atendido de maneira clara nas obras dos povoados de Bacuri, Laranjeiras e Buritizinho, município de São Raimundo das Mangabeiras/MA, onde para efeito de conclusão das execuções de serviços dos projetos; serão executados os seguintes serviços no prazo de 120 dias a contar desta data. “01. Açude do Bacuri -serviços: “1.1 Será executada a compactação da crista da barragem com equipamento tipo rolo compactador pé-de-carneiro (proctor normal 95%); “1.2 Será executado o cascalhamento com material argilo-rochoso no pé do talude e feita aplicação de terra preta com grama na altura de 12cm no talude jusante e no coroamento da barragem. “1.3 Será executado um muro em pedra argamassada (0,30 X 0,80 X 30,00m), para proteção do vertedouro; “1.4 Após análise e conferência dos índices de precipitação pluviométrica média anual do local, foi constatado pelo engenheiro executor que a melhor e suficiente dimensão seria a que foi executada (0,50 X 3,00m), pois satisfaz a vazão oriunda da área de influência do terreno; “1.5 Pelo motivo do trânsito de máquina e equipamentos no período de execução da terraplanagem, não foi feito o acabamento definitivo (reboco) do sangradouro; serviço este executado após conclusão de todos os serviços em terra. E através de Notas Fiscais emitidas pela empresa executora pode ser constatado o cumprimento do prazo de entrega da obra. “1.6 A disponibilização do uso coletivo do açude foi decidida em reunião entre a Administração Municipal, o proprietário do terreno e os beneficiários direitos da obra. “2.0 Barragem do Povoado Buritizinho.

Page 74: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

8

“2.1 O engenheiro executor que os serviços de terraplanagem foi executado dentro dos padrões da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas); “2.2 Será executado o cascalhamento com material argilo-rochoso no pé do talude e feita aplicação de terra preta com grama na altura de 12cm no talude jusante e no coroamento da barragem. “2.3 Será executado um muro em pedra argamassada (0,30 X 0,80 X 30,00m), para proteção do vertedouro; “2.4 Após análise e conferência dos índices de precipitação pluviométrica média anual do local, foi constatado pelo engenheiro executor que a melhor e suficiente dimensão seria a que foi executada (0,50 X 3,00m), pois satisfaz a vazão oriunda da área de influência do terreno; “2.5 Será executado o cascalhamento do Talude da barragem conforme o projeto. “2.6 As dimensões de execuções dos serviços foram aplicadas com valores acima das referidas no projeto, o que leva a afirmar, que o produzido possui um super dimensionamento da estrutura de terra, e esta, foi devidamente compactada e terá reparos nas trincas fruto das erosões oriundas do fluxo d' água pluviométrico. “3.0 Barragem do Povoado Laranjeiras. 3.1 O engenheiro executor da obra afirma que os serviços de terraplanagem foram feitos de acordo com os projetos, com as normas da ABNT e em cumprimento ao cronograma fisico-financeiro da obra, conforme podemos constatar com o fato da presença de arvores de idade média entre 2 (dois) anos na crista e no talude da barragem. “3.2 O local de execução da obra foi definido em reunião entre a Administração Municipal e os moradores do local, onde foi escolhido um terreno que possui um solo de propriedade "arenosa" o que obriga a firma contratada a executar um lastro compactado com material argilo-calcáreo na altura de 30 cm, para impermeabilizar o fundo do açude e com isto reter a água, conforme objetivo do projeto e em conformidade com este documento. “3.3 Será executado o cascalhamento com material argilo-rochoso no pé do talude e feita aplicação de terra preta com grama na altura de 12cm no talude jusante e no coroamento da barragem. “3.4 Após análise e conferência dos índices de precipitação pluviométrica média anual do local, foi constatado pelo engenheiro executor que a melhor e suficiente dimensão seria a que foi executada (0,50 X 3,00m), pois satisfaz a vazão oriunda da área de influência do terreno; “3.5 Pelo motivo do trânsito de máquina e equipamentos no período de execução da terraplanagem, não foi feito o acabamento definitivo (reboco) do sangradouro; serviço este executado após conclusão de todos os serviços em terra. E através de Notas Fiscais emitidas pela empresa executora pode ser constatado o cumprimento do prazo de entrega da obra. “3.6 Será executado um muro em pedra argamassada (0,30 X 0,80 X 30,00m), para proteção do vertedouro; “3.7 Será executada a compactação da crista da barragem com equipamento tipo rolo compactador pé-de-cameiro (proctor normal 95%); “3.8 Será executado o serviço de cascalhamento no talude e recuperação de áreas com erosão. “3.9 A barragem foi implantada in":loco, portanto a diferença de comprimento é devido a padronização do projeto. “O município de São Raimundo das Mangabeiras já está diligenciando junto às Empresas Construtoras das obras em destaque, para que façam as devidas correções e adequações das mesmas conforme os respectivos planos de trabalho, como demonstra a anexa cópia de correspondência.” Análise da Equipe: Em síntese, o Gestor confirma as inadequações e sinaliza, inclusive, com adoção de medidas corretivas e complementares tendentes a elidir os problemas. Suscitou, também, por meio dos Ofício nº 115/2004, de 13 de agosto de 2004, à Empresa Érika Construção Ltda., pedido de informações acerca da conclusão das obras de construção de 03 barragens de terra nas localidades Bacuri, Buritizinho e Laranjeiras, com pedido de envio de cópia das guias de recolhimento das

Page 75: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

9

contribuições previdenciárias. Como resposta, a citada empresa informou, mediante expediente sem número e datado de 17 de agosto de 2004, verbis: “(...) parte das obras de construções das barragens situadas nas localidades Bacuri, Burtizinho e Laranjeiras não está conforme o plano de trabalho. Todavia, por força contratual esta empresa está viabilizando a adequação das obras em referência.” Inobstante as considerações feitas, demonstrativas em resolver as impropriedades, o fato causa espécie e tende para não afastar as constatações: de início, dar-se a obra por concluída, inclusive, com emissão de termo de recebimento definitivo com a afirmação: “em conformidade com o projeto e plano de trabalho do referido convênio”; motivado pelas ações de fiscalização da CGUMA, o Gestor ratifica os problemas, chama ao caso a empresa executora que, prontamente, enfatiza o caráter irregular das execuções em contexto com o Plano de Trabalho. Sendo assim, mantemos as constatações.

Page 76: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO NO ESTADO DO MARANHÃO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MAGABEIRAS (MA)

MINISTÉRIO DA SAÚDE

11º Sorteio do Projeto de Fiscalização a Partir de Sorteios Públicos

30/JUNHO/2004

Page 77: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

1

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA)

Na Fiscalização realizada a partir de Sorteios Públicos de Municípios, dos Programas de Governo financiados com recursos federais foram examinadas no período de 26 a 30 de julho de 2004 as seguintes Ações sob responsabilidade do Ministério da Saúde - MS:

Implantação, Ampliação ou Melhoria de Sistema Público de Abastecimento de Água para a Prevenção e Controle de Agravos em municípios de até 30.000 Habitantes Implementação de Melhorias Sanitárias Domiciliares para Controle de Agravos. Atendimento Assistencial Básico nos Municípios Brasileiros. Construção e Ampliação ou Melhoria dos Serviços de Abastecimento de Água Controle de Agravos. Incentivo Financeiro a Municípios Habilitados à Parte Variável do Piso de Atenção Básica – PAB para Assistência Farmacêutica Básica. Aquisição de Unidade Móvel de Saúde. Implantação, Aparelhamento e Adequação de Unidades de Saúde do SUS. Incentivo Financeiro a Municípios Habilitados à Parte Variável do Piso de Atenção Básica – PAB, para Ações de Epidemiologia e Controle de Doenças

Este relatório, de caráter preliminar, destinado aos órgãos e entidades da Administração

Pública Federal, gestores centrais dos programas de execução descentralizada, contempla, em princípio, constatações de campo que apontam para o possível descumprimento de dispositivos legais e contratuais estabelecidos para esse tipo de execução.

Esclarecemos que os Executores Municipais dos Programas, quanto àqueles Programas sob sua responsabilidade, já foram previamente informados sobre os fatos relatados. Assim, cabe ao Ministério Supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas com vistas à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades Constatações da Fiscalização 1 – Programa: Saneamento Básico – Água. Ação: Implantação, Ampliação ou Melhoria de Sistema Público de Abastecimento de Água para a Prevenção e Controle de Agravos em municípios de até 30.000 Habitantes. Objetivo da Ação de Governo: Dotar os domicílios e estabelecimentos coletivos de condições sanitárias adequadas visando à prevenção e o controle de doenças e agravos. Ordem de Serviço: 148504. Objeto Fiscalizado: Construção de sistema de abastecimento de água nos povoados Canto Grande e Descanso. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras - MA.

Page 78: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

2

Qualificação do Instrumento de Transferência: Convênio nº 3070/2001, SIAFI nº 443293. Montante de Recursos Financeiros: R$ 84.210,52 (oitenta e quatro mil, duzentos e dez reais e cinqüenta e dois centavos): R$ 80.000,00 (oitenta mil) da concedente e R$ 4.210,52 (quatro mil, duzentos e dez reais e cinqüenta e dois centavos) da convenente, a título de contrapartida. Extensão dos exames: Verificação do objeto “in loco” e exame dos documentos licitatórios. 1.1) Irregularidade na execução de obras. Fato(s):

O projeto previa a execução de poços artesianos e redes de distribuição de água nos povoados de Canto Grande e Descanso. Para a execução da obra, a Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras (MA) instruiu o Convite nº 016/2002. Teriam participaram da licitação três empresas: Milenar Construções e Comércio Ltda., Construção e Comércio Ltda. e Érika Construções Ltda., CNPJ nº 02.452.113/0001-53. Esta última foi declarada vencedora com proposta no valor de R$ 84.085,61 (oitenta e quatro mil, oitenta e cinco reais e sessenta e um centavos).

A obra foi recebida definitivamente pela Prefeitura Municipal, por meio do Termo de

Recebimento Definitivo de Obra, em 31 de maio de 2003. Foi emitido pelo Prefeito, em 30 de outubro de 2003, o Ofício nº 082/2003, para enviar a

prestação de contas à FUNASA. Porém, o processo foi recebido, em 04 de dezembro de 2003, pela DICON – Divisão de Convênios do Ministério da Saúde, e encaminhado à Divisão de Engenharia de FUNASA em 06 de janeiro de 2004. Cabe ressaltar que a vigência do convênio, conforme informações no SIAFI, se estendia até 12 de julho de 2003 e o prazo para prestação de contas esgotava-se em 10 de setembro de 2003.

Da verificações “in loco”, Povoado de Canto Grande: O poço perfurado não possui capacidade suficiente para abastecer o reservatório de 10.000

litros. Segundo informações dos moradores, após abastecer, aproximadamente, 3.000 litros o poço seca e a bomba precisa ser desligada para não correr o risco de queimá-la, conseqüentemente, a água não é suficiente para abastecer as residências e, assim, estão sendo instalados registros para o racionamento.

As duas primeiras casas da comunidade, localizadas numa região mais elevada, não estão recebendo água em suas caixas elevadas. Essas famílias vêm depositando água em baldes e tambores para o consumo doméstico, o que aumenta o risco de doenças entéricas de veiculação hídrica. Para essas duas residências, para aproximadamente 150m, foram colocados canos de 20mm onde era previsto canos de DN 50. (Foto 01).

A empresa não efetuou a limpeza e desenvolvimento do poço tubular, não fez o teste de vazão, a proteção sanitária (Foto 02), a cerca de proteção, a limpeza final da obra e deixou de colocar a tampa em ferro galvanizado.

Estava previsto na planilha orçamentária a instalação de motor elétrico trifásico de 10CV com compressor de 40 PCM. Porém, foi instalada bomba elétrica submersa.

O chafariz construído é de baixa qualidade, não vem sendo utilizado pela população e apresenta rachaduras em sua estrutura.

Os cavaletes do poço foram executados em PVC em vez de ferro galvanizado.

Page 79: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Foto 01 – Cano de 20mm para abastecer duas residências. Foto 02 - Ausência de proteção sanitária no poço. Povoado de Descanso: Não foi executada a cerca no terreno, apesar de constar na planilha orçamentária um

cercado de 20m x 20m de arame farpado, no valor de R$ 960,00 (novecentos e sessenta reais). (Foto 03).

Não foi executada a proteção sanitária do poço, limpeza, tampa, teste de vazão e análise da

qualidade da água. (Foto 04). Foi instalado um motor estacionário à Diesel (Foto 05), enquanto era previsto um motor

elétrico de 10CV. A uma distância de 15m do sistema, existe uma rede de energia elétrica com um transformador de 25KVA (Foto 06). O motor apresenta problemas de arrefecimento e só é utilizado quando os moradores têm recursos para a aquisição de óleo diesel. Portanto, a instalação do sistema não vem atingindo o seu objetivo, pois se trata de uma população carente, as quais não dispõem de recursos para a aquisição do combustível e, conseqüentemente, não utilizam plenamente o sistema.

A construção da estrutura de concreto para o reservatório de 10.000 litros está

comprometida, conforme opinião do Engenheiro da FUNASA que integrou a Equipe de Fiscalização, e oferece riscos à sociedade, tendo em vista que está fora de prumo e esquadro e poderá cair quando for utilizada a capacidade total do reservatório.

A canalização da rede foi executada com canos de D=32mm, enquanto foi orçado canos de

D=50mm. Estava previsto na planilha orçamentária uma rede de 600m e foi executado aproximadamente 800m de rede.

Foto 03 – Cerca não executada Foto 04– Ausência de proteção sanitária, cavaletes e tampa.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 3Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 80: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Foto 05 – Motor com problema de aquecimento. Foto 06 – Transformador a 15m do sistema.

Evidência: Verificação “in loco” da obra, informações do mestre de obras, análise do processo licitatório, visitas domiciliares e relatório fotográfico.

Manifestação do Prefeito: “O objeto do contrato foi satisfeito com a construção de um poço artesiano para abastecer as residências do Povoado Canto Grande, e feita e respectiva rede de distribuição. O fato de após algum tempo de funcionamento da bomba d' água apresentar deficiência de vazão não indica irregularidade na execução, uma vez que a vazão do poço é satisfatória. O que poderá está ocorrendo é que, a bomba esteja a um limite superior de altura do nível estático do poço. Porém considerando-se que o poço tem capacidade de 10.000 litros de água por hora, basta descer o nível da bomba. “A alegação da falta de limpeza final do poço tubular é um equivoco, pois a própria lógica induz que, caso não tivesse sido feito a limpeza dos resíduos estes obstruiriam o funcionamento da bomba. “O teste de vazão do poço foi realizado para aferir a capacidade do mesmo, sem o qual seria impossível dimensionar os 10.000 litros d'água p/h. “1.0 Povoado Canto Grande: “1.1 Data: Foi pedido aditivo do prazo da obra e feito um acordo entre Prefeitura Municipal e Empresa Executora, na qual foi fornecido, antecipadamente um atestado de capacidade técnica. “1.2 Capacidade do Poço: É afirmado que será resolvido este problema após ampliação da tubulação de sucção do poço pela firma vencedora da licitação. “1.3 Área de Abrangência: O problema da falta de abastecimento da água é devido à má operacionalização da manobra no registro de gaveta da rede de distribuição (diâmetro 50mm). “1.4 Limpeza do Poço: Após entrega da obra foram executados os testes de limpeza sanitária, de vazão d' água e químico-biológico do poço tubular. “1.5 Será ampliada a proteção sanitária do poço de 0,50m para 1m e recolocada a sua tampa em ferro galvanizado, conforme especificações técnicas do projeto.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno

4Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 81: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

5

.6 A troca da bomba foi executada em comum acordo da administração pública com a população

1.7 será feito revisão no chafariz e na tubulação da rede, do poço e da caixa d' água conforme

1.8 Foi executado o serviço de: Discriminação

“1local, devido a precariedade da rede elétrica. “projeto. “

Quantidade 1 Casa de compressor (torre) 1 Poço tubular com bomba (diâmetro 150mm) 1 Caixa D´água em fibra com barrilhete PVC (10.000 ls) 1 Rede de abastecimento (PVC diâmetro 50mm) (1050m) 1 Rede de abastecimento (PVC diâmetro 32mm) (250m)

O item acima foi executado como serviço excedente. 2.0 Povoado Descanso:

2.1 A cerca será executada conforme projeto.

2.2 Limpeza do Poço: Após entrega da obra foram executados os testes de limpeza sanitária, de

Será ampliada a proteção sanitária do poço de 0,50m para 1m e recolocada a sua tampa em

2.3 Na época da execução dos serviços não existia rede de energia elétrica no povoado.

2.4 A má operacionalização do equipamento e a falta de organização comunitária são os fatos que

.5 O engenheiro executor do serviço declara que não existe comprometimento estrutural da base

2.6 Foram executados os serviços de:”

“ “ “vazão d'água e químico-biológico do poço tubular. ferro galvanizado, conforme especificações técnicas do projeto. “ “levam a população a ficarem sem o combustível pelo simples motivo do não deslocamento do representante do povoado para a sede da prefeitura para a devida aquisição do óleo diesel. “2da caixa d'água, e que resolverá o problema de ordem estética do reboco da mesma. “

Quantidade Discriminação 1 Casa de compressor (torre) 1 Poço tubular com bomba (diâmetro 150mm) 1 Caixa D´água em fibra com barrilhete PVC (10.000 ls)

Obs.: O erviço s s s restantes (2 banheiro, 1 lavanderia, 1 chafariz, 1 fossa e1 sumidouro), foram trocados em comum acordo com a população por: (2

chafarizes e 918m de rede de abastecimento PVC – diâmetro 32mm.

nálise da Equipe: erações acerca do que foi executado e se posiciona no

1.2) Obra executada em desacordo com o projeto básico e plano de trabalho no povoado Descanso.

o estão de acordo com o projeto básico e plano de trabalho do referido convênio, tendo em vista que era prevista a construção de dois

A Em síntese, o Gestor tece considsentido de implementar as execuções dadas por inexistentes. Sendo assim, em que pese a manifestação do Prefeito no sentido de sanar os problemas, mantemos as constatações.

Fato(s): As obras executadas no Povoado de Descanso nã

Page 82: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

6

banheiro

stribuição foram executados em propriedades particulares.

de Educação Saúde e Mobilidade Social – PESMS na Comunidade, apesar de estar previsto no Plano de Trabalho do Convênio.

nto com o projeto básico planilha orçamentária.

o: er 2.0 da manifestação anterior (Povoado Descanso).

A teor da remissão do Gestor, aplique-se a análise exposta no subitem anterior.

1.3) Execução de empreendimento com mão-de-obra da sociedade. Fato(s):

do Canto Grande, a vala da rede uição de água, numa extensão de 1.250m, foi executada pela população. Os serviços foram

de rede de distribuição, os serviços executados pela população local, segundo declaração de quatro moradores, entre os

domiciliares e entrevista com 26 famílias das comunidades.

er item 2.0 da manifestação anterior (Povoado Descanso) e item 1.0 da manifestação rande.

os serviços podemos afirmar que a mão de obra foi contratada ncedora da licitação.”

O Gestor não trouxe elementos probantes a descaracterizar a evidenciação. Mantém-se o

grama: Implementação de Melhorias Sanitárias Domiciliares para Controle de Agravos. Ação: Im entação de Melhorias Sanitárias Domiciliares para Controle de Agravos.

s, lavanderia, chafariz, fossa e sumidouro, e foi executada uma rede de distribuição de água com a participação da população. Assunto relatado no subitem 1.3 deste relatório.

Ademais, o poço artesiano, suas estruturas elevadas e a rede de di

Não foi executado o Programa

Evidência: Verificação “in loco” da obra e relatório fotográfico em confroe

Manifestação do Prefeit

V Análise da Equipe:

Consoante entrevistas com 26 famílias residentes no Povoade distribexecutados a pedido do mestre de obras da empresa contratada, interpondo que, caso não houvesse a participação, os serviços seriam removidos para o Povoado de Descanso. Agrava saber que a empresa recebeu por esses serviços e colocação de canos, o valor de R$ 18.125,00 (dezoito mil, cento e vinte e cinco reais), ou seja, R$ 14,50 (catorze reais e cinqüenta centavos) por metro, preços apresentados em planilhas orçamentárias da própria empresa. No Povoado de Descanso, onde foram licitados 600mtambém foram seis beneficiados. Além disso, o s moradores informaram que a empresa apenas forneceu os canos, ficou, pois, sob a responsabilidade dos moradores, o assentamento e interligações. Ressalte-se que tais serviços foram orçados pela empresa e pagos pela Prefeitura, valor de R$ 8.700,00 (oito mil e setecentos reais).

Evidência: Visitas

Manifestação do Prefeito:

Vreferente a Povoado Canto G “Com relação a execução dpela empresa ve Análise da Equipe: ponto.

2 – Pro

plem

Page 83: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

7

de critérios

: 148588 ção de módulos sanitários compostos de privada com vaso sanitário,

Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras - MA. 32.

ais e

: Verificação “in loco” do objeto e exame dos documentos licitatórios.

.1) Irregularidade na execução de obras.

onstrução de 26 módulos sanitários compostos de privada com vas

oi emitido pelo Prefeito, em 16 de outubro de 2003, o Ofício nº 065/2003, para encamin

a verificação “in loco” de todos os 26 módulos construídos, encontramos irregularidades em quat

Objetivo da Ação de Governo: Fomentar as ações de saneamento a partir epidemiológicos para prevenção e controle de agravos, bem assim atender municípios com até 30.000 habitantes Ordem de ServiçoObjeto Fiscalizado: Construbanheiro, fossa séptica, sumidouro, reservatório elevado de 310 litros e lavatório de PVC no Povoado Canto Grande. Agente Executor Local:Qualificação do Instrumento de Transferência: Convênio nº 0608/2001, SIAFI nº 4392Montante de Recursos Financeiros: R$ 34.084,21 (trinta e quatro mil, oitenta e quatro revinte e um centavos). Extensão dos exames 2Fato(s):

O presente convênio visava à co sanitário, banheiro, fossa séptica, sumidouro, reservatório elevado de 310 litros e

lavatório de PVC no Povoado Canto Grande. Para execução da obra a Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras realizou o Convite nº 014/2002, segundo o qual sagrou-se vencedora a Empresa Milenar Construções e Comércio Ltda., CNPJ nº 04.407.924/0001-68, com proposta de R$ 33.108,14 (trinta e três mil, cento e oito reais e catorze centavos).

Fhar a prestação de contas à FUNASA. Porém, o processo foi recebido em 04 de dezembro

de 2003 pela DICON – Divisão de Convênios do Ministério da Saúde e encaminhado à Divisão de Engenharia de FUNASA em 06 de janeiro de 2004. Cabe ressaltar que a vigência do convênio, consoante registros no SIAFI, era até 29 de junho de 2003, com prazo para prestação de contas até 28 de agosto de 2003.

Dorze deles, ou seja, em 53,84% do total, consoante discriminado no quadro abaixo e

retratado em fotos:

Nº DE ORDEM

*

OBSERVAÇÃO

1 Banheiro nunca foi utilizado devido a inexistência de água 2 Calçada e piso quebrados. Falta torneira e chicote, água não sobe para o reservatório. 3 Pia não assentada. Chuveiro não colocado. 6 Desnível. Ralo errado com infiltração pela parede. 9 Água não sobe na descarga. 11 Não há água na descarga nem no chuveiro. 14 Faltou lavatório e chuveiro, ramal sem profundidade. 16 Vazamento de água na parede. 20 Não há rabicho para caixa de descarga. Desnível para o rolo. 21 Calçada quebrada. Faltou ramal de água. 22 Calçada quebrada. Defeito na caixa d'água. 23 Calçada quebrada. 25 Obstrução no esgoto do vaso. 26 Porta quebrada.

*Nú de rol da amostra. mero ordem referente ao

Page 84: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Foto 01 - Lavatório e outras instalações ainda não executadas. Foto 02 - Calçadas quebradas.

Foto 03 - Ausência de chuveiro Foto 04 – Infiltrações devido execução de baixa qualidade.

Ademais, a empreiteira colocou pedras nas bases das fossas, enquanto deveriam ser

revestidas - as pedras deveriam ser colocadas nas bases dos sumidouros. Não foram colocados os ferrolhos nas portas e os tubos de alimentação e distribuição dos reservatórios ficaram externos e afastados das paredes.

Do acima exposto, tem-se que o objetivo não foi atingido plenamente, o que fere o art. 38,

incido II, alíneas “a” e “b”, da Instrução Normativa nº 01, de 15 de janeiro de 1997, da Secretaria do Tesouro Nacional/Ministério da Fazenda. Evidência: Verificação “in loco” da obra, informações do mestre de obras, análise do processo licitatório, visitas domiciliares e relatório fotográfico. Manifestação do Prefeito: “Da intempestividade da entrega da prestação de contas: O objeto do convênio foi no seu todo satisfeito de acordo com o projeto, somente a entrega da prestação contas deu-se em prazo posterior à data de 28 de agosto de 2003. Isso por si só, data venia, não causa prejuízo material ao erário. “Diz que da verificação in loco foram constatadas algumas incorreções na execução das obras. Este gestor informa que já manteve contato com a Empresa Construtora e a mesma está providenciado as devidas correções e adequações da parte física com o projeto plano de trabalho, conforme demonstra a anexa cópia de correspondência.” Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 8

Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

Page 85: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

9

Análise da Equipe: Em que pesem as considerações do Gestor, no sentido de resolver as impropriedades, mantemos o teor das constatações, pois: de início, dar-se a obra por concluída, inclusive, com emissão de termo de recebimento definitivo das obras, grafado com a afirmação “em conformidade com o projeto e plano de trabalho do referido convênio”. Entretanto, motivado pelas ações de fiscalização da CGUMA, o Gestor admite os problemas, chama ao caso a empresa executora que, prontamente, enfatiza o caráter irregular das execuções em contexto com o Plano de Trabalho. 3 – Programa: PAB-Fixo. Ação: Atendimento Assistencial Básico nos Municípios Brasileiros. Objetivo da Ação de Governo: Ampliar o acesso da população rural e urbana à atenção básica, por meio da transferência de recursos federais, com base em um valor “per capita”, para a prestação da assistência básica, de caráter individual ou coletivo, para a prevenção de agravos, tratamento e reabilitação, levando em consideração as disparidades regionais. Ordem de Serviço: nº 148094. Objeto fiscalizado: Adequação na utilização dos recursos do PAB, nas ações específicas de saúde. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras (MA). Qualificação do Instrumento de Transferência: Transferência Fundo a Fundo. Montante de Recursos Financeiros: R$ 84.564,69 (oitenta e quatro mil, quinhentos e sessenta quatro reais e sessenta e nove centavos). Extensão dos exames: A análise técnico-financeira se estendeu de janeiro/2004 a junho/2004. 3.1) Plano Municipal de Saúde não aprovado pelo Conselho. Fato(s):

O Município de São Raimundo das Mangabeiras (MA) está habilitado na condição de Gestão Plena de Atenção Básica.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) elaborou Plano Municipal de Saúde para o

exercício 2002/2005, mas não consta no livro de Atas do Conselho reunião com aprovação do Plano pelo Conselho. O Plano apresenta metas, objetivos e o demonstrativo orçamentário e financeiro para sua execução. Evidência: Portaria de Habilitação do Município; Plano Municipal de Saúde 2003 – 2005; e Atas do Conselho Municipal de Saúde. Manifestação do Prefeito: “Equivocadamente, aprovação do Plano Municipal de Saúde, deixou de constar em ATA, entretanto o mesmo foi apreciado e devidamente aprovado. Para tanto realizou-se reunião do conselho na data de 17 de agosto deste ano, na qual foi apresentado o mencionado Plano Municipal -de Saúde e o Relatório de Gestão, conforme cópia da A TA, em anexo.” Análise da Equipe: Permanece o ponto, pois, a aprovação do Plano Municipal de Saúde, pelo Conselho Municipal, deve ser tempestiva e realizada em face de análises, discussões e debates entre seus componentes, em sessão pública e com registros em ata, situação inocorrida no presente caso. 3.2) Ausência de Relatório de Gestão. Fato(s): O Gestor não conseguiu provar que o Relatório de Gestão referente a 2003 tenha sido elaborado, o que caracteriza afronta ao determinado na Norma Operacional de Assistência à Saúde

Page 86: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

10

– NOAS-SUS n°01, de 27.02.2002, em seu item III.1.1 - 54-Responsabilidades do Município- letra “q” - Elaboração do relatório anual de gestão e aprovação pelo Conselho Municipal de Saúde/CMS. A Secretária de Saúde, por meio de documento datado de 28.07.2004, deu notícia de que o Relatório de gestão se encontra em fase de elaboração. Evidência: Documento da Secretária de Saúde com data de 28.07.2004.

Manifestação do Prefeito: “A irregularidade apontada neste item, evidencia-se sanada ante a realização em 17 de agosto deste ano, de reunião do Conselho Municipal de Saúde, oportunidade em que foram apreciados o Plano Municipal de Saúde e o Relatório de Gestão, conforme cópia da ATA, em anexo.” Análise da Equipe: Não acatamos a justificativa, pois a aprovação do Plano Municipal de Saúde, pelo Conselho Municipal, deve ser tempestiva e realizada em face de análises, discussões e debates entre seus componentes, em sessão pública e com registros em ata, situação inocorrida no presente caso. 3.3) Precariedade na estrutura física de unidades de saúde e número limitado de profissionais da Saúde. Fato(s): A Rede Municipal de Saúde é formada por cinco unidades: um Hospital Municipal, uma Unidade Mista e três Postos de Saúde. Realizamos visitas a todas as unidades de saúde cadastradas para prestar serviços ao usuários do SUS. A assistência básica de saúde no Município é realizada predominantemente na Unidade Mista São Raimundo Nonato. Nos postos de saúde, são desenvolvidas apenas atividades elementares de enfermagem. Na Unidade Mista São Raimundo Nonato são realizados atendimentos básicos referentes aos programas Saúde da Mulher, Hipertensão/Diabetes, Tuberculose/Hanseníase, Imunização, Consultas Médicas e de Enfermagem e os procedimentos odontológicos, como extrações dentárias. O Posto de Saúde São Francisco no Povoado Canto Grande estava fechado e, segundo informações da Comunidade, a funcionária responsável pelo posto está sob tratamento de saúde em outro Estado, motivo pelo qual deixou o filho em seu lugar, que na ocasião estava para São Raimundo das Mangabeiras (Sede). O referido posto apresentava condições precárias de funcionamento, carência de mobiliário, equipamentos e estrutura física em estado de conservação e higiene insatisfatórios. A enfermeira instrutora/supervisora do PACS exerce também a função de Coordenadora da Vigilância Epidemiológica e Sanitária na Secretaria Municipal de Saúde, além de outras atividades na Unidade Mista, que compromete a atuação e as ações pertinentes ao Programa, bem como contraria a Portaria nº 1886/GM, de 18.12.1997- Responsabilidades do Município subitem 4.4 – Garantir a existência de profissional enfermeiro, com dedicação integral na unidade básica de referência, para exercer a função de instrutor supervisor, na proporção de no Máximo 30 agentes para 01 enfermeiro. Existe um só enfermeiro no quadro de recursos humanos do Município.

Page 87: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

11

Conforme quadro de recursos humanos disponibilizado pela SMS, para prestar assistência de saúde, os usuários do SUS contam com os seguintes profissionais:

Profissionais Quant.

Médicos 2Enfermeiro 1Odontólogos 3Bioquímico/Farmacêutico 2Pessoal de Enfermagem 22Auxiliar de Dentista 1Técnico em Laboratório 1Operador de Raio X 1Agentes Comunitários 37Outros profissionais 23Total 93

Evidência: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde; de Recursos Humanos da Secretaria Municipal de Saúde; e documentos apresentados pela Secretaria municipal de Saúde. Manifestação do Prefeito: “Quanto a questão relacionada ao estado físico dos prédios onde funcionam os postos e unidades mistas de saúde, nada de grave pode ser alegado, haja vista que a estrutura dos mesmos não oferecem riscos aos pacientes e servidores. Também, estão prestes de serem reformados, inclusive com dotação orçamentária disponível e processos licitatórios em fase de conclusão. No tocante a questão do número de enfermeira (o) existente no município tem-se a dizer que por falta de recursos financeiros e mesmo, devido à legislação eleitoral, ainda não foi viabilizada a contratação.” Análise da Equipe: As verificações foram realizadas por técnicos ligados diretamente ao Ministério da Saúde e com conhecimentos suficientes a emitir adequado juízo de valor acerca das condições de higidez dos ambientes citados. Quanto à deficiência de pessoal, enfatize-se que o problema não é recente. Assim, alegação de falta de recursos e impedimentos da legislação eleitoral, sem a apresentação de provas documentais não são suficientes para elidir o ponto.

3.4) Despesas não comprovadas. Fato(s): A SMS não apresentou comprovação das despesas realizadas com recursos do PAB-Fixo referentes a cheques emitidos para a débito da conta corrente nº 5814-9, no montante de R$ 29.316,47 (vinte nove mil trezentos e dezesseis reais e quarenta e sete centavos), a saber:

Cheque Data Valor(R$) 850371 24.03.2004 8.417,84 850372 24.04.2004 8.000,00 850380 16.04.2004 600,00 850390 12.05.2004 3.000,00 850396 31.05.2004 300,00 850401 04.06.2004 1.558,63 850406 15.06.2004 2.000,00 850408 21.06.2004 5.000,00 850411 28.06.2004 440,00

Total 29.316,47

Page 88: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

12

Evidência: Processos de pagamentos disponibilizados. Manifestação do Prefeito: “Para atender a irregularidade apontada neste item, de logo junta-se cópias de todas as N.E's, OP's, N.F's e Recibos relativos às despesas supra citadas, sanando assim a irregularidade apontada.” Análise da Equipe: A documentação acostada à justificativa, com o desiderato de comprovar as despesas, apresentou-se da seguinte forma: a) Cheques 850371 e 850372. Cópias de fac-símile de dois recibos, supostamente assinados por gerente da empresa V. M. Barros Comércio Representação, no total de R$ 16.417,84; cópia da Nota Fiscal 0508, emitida em 15/03/2004, no valor acima; nota de empenho 880/2004 e ordens de pagamento 880/2004, R$ 8.417,84 e 1175/2004, de R$ 8.000,00. À evidência flagrante, não se pode deixar de considerar: i) os recibos juntados, como já se disse, tomaram a forma de cópia de fac-símile o que impossibilita a aferição da sua veracidade; aliás, tais documentos deveriam estar materializados e constantes nos arquivos da contabilidade da Prefeitura por ocasião dos trabalhos de campo; ii) a empresa supostamente fornecedora dos bens – artigos médicos e ortopédicos – estava e ainda está domiciliada no Município de São Luís (MA), distante aproximadamente 700 Km da Sede do Município de São Raimundo das Mangabeiras (MA). É do conhecimento de todos que em determinados trechos das rodovias as Secretarias da Receita Estadual têm e mantêm diversos pontos de controle e fiscalização de mercadorias, denominados Postos Fiscais. No Maranhão, em consulta ao site da Secretaria da Receita Estadual, destacou-se a existência de 25 daquelas unidades. Uma, inclusive, é passagem obrigatória a toda e qualquer saída tomando-se como via a BR 135 que, no caso, inicia o trajeto para aquela municipalidade. Certo é que esperado o registro de fiscalização dos postos fiscais em mercadorias que transitam pelo Interior do Estado. No caso, a cópia ofertada não trazia consigo indícios de referido controle. Ademais, apresentou-se rasurada na linha inicial de descrição de produtos, o que impede leitura inteligível. Também, não se tem indícios de que referida despesa fora efetivamente liquidada. Afora a coincidência de valores, entre o somatório dos cheques citados e o total na nota fiscal objeto de análise, nada mais vincula a execução da despesa com os objetivos do Programa. Por fim, e ainda que se considere válida, para efeito de comprovação das despesas, estar-se-ia diante da prática de sobrepreço, dada a enorme variação encontrada entre os preços consignados no documento fiscal e a base de preços do Ministério da Saúde, conforme se demonstra a seguir:

Item* Data (R$)unit. (R$)MS Variação % 4 Esparadrapo 10 x 4,5 cm (rolo) 7,50 4,62 62,335 Seringa descartável 3 ml, sem agulha 0,21 0,13 61,536 Seringa descartável 5 ml, sem agulha 0,22 0,10 1207 Seringa descartável 10 ml, sem agulha 0,41 0,28 46,428 Seringa descartável 20 ml, sem agulha 0,59 0,39 51,28

Total Fonte: Nota Fiscal 508 e pesquisa Banco de Preços Ministério da Saúde. * Conforme seqüência da nota fiscal. b) Cheques 850396 e 850380. Cópias de recibos de pagamento referente a parcelas de contrato firmado para elaboração de programas de saúde junto à SMS nos valores de R$ 300,00 (trezentos reais), de 28/05/2004; e R$ 600,00 (seiscentos reais), de 16/04/2004, respectivamente, em favor de Aurino Pacheco Gonçalves, CPF 242.711.953-9. A despesa executada teve por

Page 89: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

13

pressuposto autorizativo contrato de prestação de serviços pessoa jurídica firmado em 16/04/2004. Como fundamento legal, exaltou o art. 25, inciso II, c/c art. 13, inciso I, da Lei 8.666/1993, para enquadrar a situação fática como inexigibilidade de licitação. O objeto do contrato assim descreveu: Processo de Habilitação na Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada (GPABA); Elaboração do Plano Municipal de Saúde e Relatório de gestão; Processo de Certificação na Vigilância Sanitária. Configura-se fragilidade do procedimento administrativo adotado – inexigibilidade de licitação – na contratação, precipuamente por não se ter demonstrado a motivação e as circunstâncias que o levaram a adotar tal rotina. Os recibos não guardaram indícios de ilegitimidade, todavia, o Gestor não logrou em demonstrar a devida liquidação da despesa, muito menos os resultados dela decorrentes, pois, por se tratar de objeto materializável em relatórios e a se considerar a extemporaneidade das comprovações, minimamente há de se esperar a comprovação material das despesas. c) Cheques 850390, 850406 e 850401. Cópias das Notas Fiscais 126, de 12/05/2004, no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) e 129, de 30/06/2004, no valor de 3.558,63 (três mil, quinhentos e cinqüenta e oito reais e sessenta e três centavos). As notas fiscais se apresentaram sem rasuras ou outros elementos que pudessem suscitar-lhes a legitimidade. Todavia, o Gestor não demonstrou a efetiva liquidação das despesas. Não é possível, portanto, se de fato os serviços foram executados. d) Cheque 850408. Cópias da Nota Fiscal 0317, de 21/06/2004, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) decorrentes de despesas com 1.785,13 litros de óleo diesel e 1.003,40 litros de gasolina. Refere-se a despesas de caráter continuado, visto que inadmissível ter aquela unidade administrativa recebido a quantidade anotada de combustível em um único momento. Não se evidenciou, por outro lado, a devida liquidação da despesa, muito menos a justificativa se fez acompanhar de elementos adicionais e complementares, como por exemplo fichas/relatórios de controle de uso e abastecimento de veículos. Fato: não se pode afirmar que as despesas incorridas tenham sido de fato utilizadas no objeto do Programa. A toda evidência, mantém-se as constatações. 3.5) Descumprimento à Lei Municipal de Saúde. Fato(s): As notas fiscais apresentadas pela SMS não indicam a fonte de recursos e não possuem atesto, em descompasso com os artigos 62 e 63 da Lei nº 4320 de 17.03.1964.

Os cheques emitidos para realização de despesas da Parte Fixa do PAB são assinados pelo

Prefeito Municipal em conjunto com a Tesoureira da Prefeitura, em desobediência ao art. 3º, inciso VII, da Lei Municipal nº 15, de 11.10.1993, que instituiu o Fundo Municipal de Saúde de São Raimundo das Mangabeiras/MA: “... é atribuição do Secretário Municipal de Saúde, assinar cheques com o responsável pela Tesouraria, quando for o caso.” Evidência: Extratos bancários da conta corrente nº 58042-2; extratos bancários da conta-corrente nº 5814-9; notas fiscais; Lei nº 4320 de 17.03.1964; e Lei Municipal nº 15/93, de 11.10.1993. Manifestação do Prefeito:

“Aqui se vê mais uma vez que a irregularidade é apenas mera falha formal - falta indicação de fonte de recursos nas Notas Fiscais, a qual é suprida quando da indicação dos mesmos nas respectivas Ordens de Pagamento, que consta o número da conta e o número dos respectivos cheques.”

Page 90: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

14

Análise da Equipe: À forma, no âmbito da gestão administrativa, deve ser dada a devida importância, pois consubstancia a materialidade e a verdade das coisas. De fato, tomadas isoladamente, a ausência de atesto e discriminação da fonte de recursos no corpo de notas fiscais (...) podem-se afigurar como mero erro formal ou circunstancial, tendente a não descaracterizar a regularidade das ações do Gestor. Entretanto, a idéia básica de não se reputar importante o respeito às normas que regem a conduta dos administradores públicos é fato condenável que não pode ganhar espaço num ambiente de respeito à ordem jurídica vigente. 4 – Programa: Farmácia Básica. Ação: Incentivo Financeiro a Municípios Habilitados à Parte Variável do Piso de Atenção Básica – PAB Para Assistência Farmacêutica Básica. Objetivo da Ação do Governo: Ampliação do acesso aos medicamentos e à assistência farmacêutica. Ordem de Serviço: nº: 148239. Objeto fiscalizado: Avaliação da coerência entre a programação pactuada na CIB e a aquisição e distribuição de medicamentos; sistemática de aquisição e distribuição dos medicamentos básicos; e execução do Programa nas Unidades de Saúde. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras (MA); Qualificação do Instrumento de Transferência: Transferência Fundo a Fundo. Montante dos recursos financeiros R$ 15.022,01 (quinze mil e vinte e dois reais e um centavo) Extensão dos exames: A análise técnico-financeira se estendeu de janeiro/2004 a junho/2004.

4.1) Armazenagem inadequada e fragilidades nos controles de estoque. Fato(s): O Município foi qualificado para receber os recursos do Incentivo de Assistência Farmacêutica Básica, por intermédio da Portaria nº 2205/GM, de 05.12.2001, com recurso federal correspondente a R$ 14.776,00 (quatorze mil, setecentos e setenta e seis reais).

A estocagem dos medicamentos é realizada em local sem área para recepção, estrutura

física em desacordo com as normas estabelecidas no Manual de Boas Práticas para Estocagem de Medicamentos do Ministério da Saúde. Observamos caixas de medicamentos armazenadas diretamente sobre o piso, inclusive com exposição direta dos raios solares e ao alcance de roedores. O controle do estoque é ineficiente, não existe fichas de prateleira, livros, ou sistema informatizado para registros de entrada e saída dos medicamentos, que são recebidos por meio de notas fiscais não atestadas, não existe distribuição de medicamentos para as unidades de saúde.

Evidência: Portaria de Qualificação do Município ao Incentivo de Assistência Farmacêutica Básica; Visita a Central de Abastecimento Farmacêutico e Unidades de Saúde; Documentos fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde; e Entrevistas ao Usuários em visitas domiciliares. Manifestação do Prefeito:

“Tomando-se em conta o tempo de armazenamento dos produtos até o seu consumo, não há que se falar em inadequação ou fragilidade no controle de estoque, uma vez que os recurso repassados pelo governo federal para aquisição dos mesmos pelo Município não é de grande monta, razão pela qual não há acúmulo de produtos armazenados. Também não existe falta de controle dos estoques, posto que a demanda dos remédios é instável, e por isso, talvez, no dia da fiscalização não se pode precisar os dados, entretanto, a Secretaria de Saúde é vigilante e cobrada pela Administração no sentido de manter o controle de estoque para evitar quaisquer desvio.”

Page 91: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

15

Análise da Equipe: A justificativa não elide a constatação, que cuidou de aspectos de higidez de ambientes e da ineficiência dos controles, materializada pela inexistência de fichas de prateleiras, livros ou sistemas informatizados que pudessem expressar uma rotina mínima de controles circunstâncias não esclarecidas ou justificadas pelo Gestor.

4.2) Despesas não comprovadas e impropriedades na execução financeira. Fato(s):

Os recursos financeiros oriundos do Fundo Nacional de Saúde destinados a Assistência Farmacêutica Básica, no período de janeiro a junho/2004, foram depositados na conta corrente nº 58042-2-PAB, transferidos para a conta corrente nº 5814-9-FMS e, em seguida, movimentados na conta corrente nº 5815-7-Assistência Farmacêutica, na agência 3626-9, do Banco do Brasil, em São Raimundo das Mangabeiras/MA.

A Secretaria Municipal de Saúde não apresentou comprovação das despesas realizadas com recursos movimentados na conta corrente nº 5815-7, referente ao cheque nº 850029, compensado em 28.04.2004, no valor de R$ 1.923,34 (hum mil novecentos e vinte três reais e trinta e quatro centavos).

No período de janeiro a junho de 2004, foram adquiridos medicamentos para a Assistência Farmacêutica Básica, no montante de R$ 7.993,93 (sete mil novecentos e noventa e três reais e noventa e três centavos), correspondentes a 53,21% dos recursos recebidos dos Fundo Nacional de Saúde. Não foi demonstrada a integralização de contrapartida municipal e somente parte dos recursos federais destinados à Farmácia Básica foram utilizados, o que contraria o estabelecidos nas Portarias nº 3916/GM, de 30.10.1998, nº 176/GM, de 08.03.99, bem como nº 956/GM, de 25.08.2000.

Evidência: Extratos bancários da conta corrente nº 58042-2; Extratos bancários da conta corrente nº 5814-9; Extratos bancários da conta corrente nº 5815-7.

Manifestação do Prefeito: “A não aplicação dos recursos no mercado financeiro, deu-se em função da utilização dos mesmos em períodos inferiores a trinta dias. Quanto à não comprovação da despesa relativa ao cheque 850029 de R$ 1.923,34, segue em anexo cópia da Nota Fiscal, NE, O.P, recibo e cópia do cheque. Com referência a integralização da contrapartida do município, levantou-se a diferença e integralizou-se totalmente no mês de julho, conforme comprovação através do extrato da conta 5.815-7, Banco do Brasil, Agência 3626-9, em anexo e demonstração a seguir:”

DATA REFERÊNCIA R$ 06/07/04 Diferença de meses anteriores 7.227,9309/07/04 Diferença de meses anteriores 300,0016/07/04 Recursos da Farmácia Básica + Contrapartida 3.755,00

Análise da Equipe: Conforme mencionado pelo Gestor, foram juntadas cópias da Nota Fiscal nº10136, de 24/04/2004, no valor de R$ 1.923,34 (mil, novecentos e vinte e três reais e trinta e quatro centavos); cheque 850029 e respectivo recibo. Como as análises anteriores, esta se pautará em decorrência da falta de comprovação de liquidação da despesa, procedimento revestido de caráter formal, mas com conotações importantes, em face de ser ação que consubstancia o recebimento do material. Logo, pela ausência de elementos novos que pudessem comprometer a idoneidade dos documentos

Page 92: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

16

oferecidos, tem-se descaracterizada a não comprovação das despesas, mas mantém-se o ponto na parte relativa à execução financeira.

4.3) Descumprimento da Lei Municipal de Saúde. Fato(s):

Os cheques emitidos para realização de despesas da Farmácia Básica, são assinados pelo Prefeito Municipal em conjunto com a Tesoureira da Prefeitura, em desacordo com o art., 3º, inciso VII, da Lei Municipal nº 15, de 11.10.1993, que instituiu o Fundo Municipal de Saúde de São Raimundo das Mangabeiras/MA: “... é atribuição do Secretário Municipal de Saúde, assinar cheques com o responsável pela Tesouraria, quando for o caso.” Evidência: Lei Municipal nº 15/93, 11.10.1993. Portarias nº 3916/GM, de 30.10.1998, 176/GM, de 08.03.99 e 956/GM, de 25.08.2000. Manifestação do Prefeito: “Na realidade o que há em São Raimundo das Mangabeiras -MA é um efetivo controle dos recursos públicos pelo gestor. E nada de prejuízo pode ser alegado em desfavor do erário, se o gestor é firmatário dos cheques e ordens de pagamentos uma vez que ele é o único responsável pela gestão financeira.” Análise da Equipe: O fato tomou como parâmetro preceito normativo da própria entidade político-administrativa municipal. A ausência de prejuízo não é suficiente, portanto, para afastar o ponto, por se tratar de acontecimento que colide e afronta norma legal. 5 -Programa: Unidade Móvel. Ação: Aquisição de Unidade Móvel de Saúde. Objetivo da Ação de Governo: Elevar o padrão de qualidade e eficiência do atendimento prestado à população por meio da modernização gerencial, física e tecnológica do Sistema Único de Saúde – SUS. Ordem de Serviço: n° 147981. Objeto Fiscalizado: Verificar a aquisição de Unidade Móvel de Saúde e sua utilização. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras(MA). Qualificação do Instrumento de Transferência: Convênio. Montante de Recursos Financeiros: R$ 88.000,00 (oitenta e oito mil) Extensão dos exames: Analise da documentação relativa a execução físico-financeira do Convênio SIAFI nº.424409. 5.1 – Falhas formais na comprovação das despesas. Fato(s)

O Ministério da Saúde celebrou Convênio com a Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras/MA, assinado em 19/11/2001 e publicado no DOU nº 222E, Seção 3, de 21/11/2001, cujo objetivo era dar apoio técnico e financeiro à Aquisição de Duas Unidades Móveis de Saúde para o Hospital Unidade Mista São Raimundo Nonato e Hospital Alice Farias.

Os recursos financeiros para execução do Convênio alcançaram o montante de R$

88.000,00 (oitenta e oito mil reais), em que R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) foram aportados pelo Concedente e R$ 8.000,00(oito mil reais) como contrapartida do convenente.

Page 93: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

17

Os recursos foram depositados e movimentados na conta corrente nº 6026-7, Agência 3626-9 do Banco do Brasil em São Raimundo das Mangabeiras (MA). Não houve aplicados no mercado financeiro, em que pese os recursos financeiros terem permanecido durante 13 dias sem movimentação, o que contraria cláusulas tais e tais do termo do convênio, bem como art. 20 da IN nº 01/1997-STN/MF.

Como documentação comprobatórias das despesas, o Gestor Municipal apresentou notas fiscais sem indicação da fonte de recursos nem atesto de recebimento (liquidação da despesa), em desconformidade com os artigos 62 e 63 da Lei 4.320/1964 Ademais, os veículos adquiridos não foram inventariados. pela Prefeitura Municipal. Em face do procedimento licitatório deflagrado, destacamos: a) ausência de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contrariando o art. 38 da Lei nº 8666/93; b) ausência da rubrica dos licitantes, nas propostas, apesar de constatar na Ata que todos os licitantes estavam presentes, contrariando o § 1º, art. 43 da Lei nº 8.666/93. Evidência: Termo de Convênio nº 905/2001; Verificação “in loco”; extratos bancários da conta corrente nº 6026-7; notas fiscais. Manifestação do Prefeito: “Conforme relatado no próprio relatório da fiscalização, foram encontradas falhas formais. Como podemos ver estas não trouxeram prejuízos ao erário nem tão pouco influenciaram no cumprimento do objeto do programa, mesmo assim a Administração está providenciando uma triagem geral em toda a documentação, para corrigir essa pequenas falhas, aprimorando assim nosso trabalho e conseqüentemente satisfazendo as exigências da lei.” Análises da Equipe: Já se disse anteriormente, e esta CGUMA tem-se pautado pela importância do atendimento a todos os comandos normativos que orientam a conduta dos agentes e gestores públicos. A bem da verdade, sabe-se que não é tarefa fácil para os gestores municipais, principalmente diante da escassez de pessoas qualificadas, seguir com rigor todos os preceitos normativos. Contudo, existem ações, como as referenciadas acima – procedimento licitatório e liquidação de despesas – que por serem comezinhas, de prática comum das unidades, deveriam, sem dificuldades, estar envoltas com o atendimento aos aspectos formais disciplinados principalmente na Lei 8.666/1993 e Lei 4.320/1964. Sendo assim, mantemos a constatação. 6-Programa: Unidades de Saúde do SUS. Ação: Implantação, Aparelhamento e Adequação de Unidades de Saúde do SUS. Objetivo da Ação de Governo: Elevar o padrão de qualidade e eficiência do atendimento prestado à população por meio da modernização gerencial, física e tecnológica do Sistema Único de Saúde – SUS. Ordem de Serviço: n° 147933 Objeto Fiscalizado: Verificar a aquisição de equipamentos e materiais permanentes destinados para Unidades de Saúde no âmbito do Convênio 493/2001. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras/MA Qualificação do Instrumento de Transferência: Convênio. Montante de Recursos Financeiros: R$ 97.512,00 (noventa e sete mil, quinhentos e doze reais) Extensão dos exames: Analisada a documentação relativa a execução físico-financeira do Convênio SIAFI nº 42317.

Page 94: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

18

6.1) Falhas formais na aquisição e recebimento dos bens. Fato(s)

O Ministério da Saúde celebrou Convênio com a Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras(MA) em 26/10/2001, com publicação veiculada no DOU de 29/10/2001. Teve por objeto dar apoio técnico e financeiro para Aquisição de Equipamentos e Materiais Permanentes para implantação, aparelhamento e adequação do Hospital Unidade Mista São Raimundo Nonato.

Do montante de R$ 96.800,00 (noventa e seis mil e oitocentos reais), R$ 88.000,00

(oitenta e oito mil reais) foram provenientes do Ministério da Saúde. A Contrapartida alcançou o valor de R$ 8.800,00(oito mil e oitocentos reais).

Os recursos foram depositados e movimentados na conta corrente nº 5.991-9, Agência

3626-9 do Banco do Brasil em São Raimundo das Mangabeiras (MA), inclusive com aplicação no mercado financeiro, com rendimento de R$ 712,00(setecentos e doze reais).

Inobstante a sua regular destinação, os equipamentos adquiridos não foram inventariados. Ademais, da análise da documentação licitatória, constatamos: a) ausência de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, em desalinho com o art. 38 da Lei nº 8666/1993; b) ausência da rubrica dos licitantes, nas propostas, apesar de constatar na Ata que todos os licitantes estavam presentes ( art. 43, § 1º, da Lei nº 8.666/1993); c) as notas fiscais apresentadas não indicavam a fonte de recursos e não possuíam atesto, em afronta aos artigos 62 e 63 da Lei nº 4.320, de 17/03/1964. Evidência: Termo de Convênio nº 493/2001; verificação “in loco”; extratos bancários da conta corrente nº 5991-9; procedimento licitatório; e notas fiscais. Manifestação do Prefeito: Repete-se o que se descreve no item anterior. Conforme relatado no próprio relatório da fiscalização, foram encontradas falhas formais. Como podemos ver estas não trouxeram prejuízos ao erário nem tão pouco influenciaram no cumprimento do objeto do programa, mesmo assim a Administração está providenciando uma triagem geral em toda a documentação, para corrigir essa pequenas falhas, aprimorando assim nosso trabalho e conseqüentemente satisfazendo as exigências da lei. Análise da Equipe: A teor da manifestação do Gestor, aplique-se a análise do subitem anterior.

Page 95: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO NO ESTADO DO MARANHÃO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA)

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

11.º Sorteio do Projeto de Fiscalização a Partir de Sorteios Públicos

30/JUNHO/2004

Page 96: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

1

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 175

MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS (MA)

Na Fiscalização realizada a partir de Sorteios Públicos de Municípios, dos Programas de Governo financiados com recursos federais, foram examinadas no período de 26 a 30 de julho de 2004, as seguintes Ações sob responsabilidade do Ministério da Previdência Social:

Fiscalização do Recolhimento das Contribuições Previdenciárias. Pagamento de Aposentadorias e Pensões.

Este relatório, de caráter preliminar, destinado aos órgãos e entidades da

Administração Pública Federal, gestores centrais dos programas de execução descentralizada, contempla, em princípio, constatações de campo que apontam para o possível descumprimento de dispositivos legais e contratuais estabelecidos para esse tipo de execução.

Esclarecemos que os Executores Municipais dos Programas, quanto àqueles sob sua responsabilidade, já foram previamente informados sobre os fatos relatados. Assim, cabe ao Ministério Supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas com vistas à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades. Constatações da Fiscalização 1 – Programa: Arrecadação de Receitas Previdenciárias. Ação: Fiscalização do Recolhimento das Contribuições Previdenciárias. Objetivo da Ação de Governo: Aumentar a arrecadação da Previdência Social, mediante ação eficaz de fiscalização e cobrança de créditos previdenciários. Ordem de Serviço: 149164. Objeto Fiscalizado: Contrato de Prestação de Serviços de mão-de-obra, faturas ou notas fiscais emitidas por empresas contratadas pela Prefeitura. Agente Executor Local: Prefeitura Municipal de São Raimundo das Mangabeiras/MA. Qualificação do Instrumento de Transferência: Não se aplica Montante de Recursos Financeiros: R$ 323.516,37 (trezentos e vinte e três mil, quinhentos e dezesseis reais e trinta e sete centavos). Extensão dos exames: foram analisadas as liquidações de despesas com contratos de obras e serviços de engenharia, em regime de empreitada, no montante de R$ 323.516,37 (trezentos e vinte e três mil, quinhentos e dezesseis reais e trinta e sete centavos), referentes ao período de 01/01/2003 a 30/06/2004. 1.1) Contribuições previdenciárias dos contratos mediante empreitada: omissão de destaque pelas empresas contratadas e ausência de retenção e recolhimento pela Prefeitura. Fato(s):

De acordo com a legislação previdenciária, como regra geral, nos contratos de prestação de serviços de empreitada e mão-de-obra, há a obrigatoriedade da empresa contratada destacar o percentual de 11% a ser pago a título de contribuição previdenciária para a Previdência Social, e a contratante reter tal percentual e recolhê-lo mediante Guia de

Page 97: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

2

Recolhimento Previdenciário(GPS) em nome da empresa contratada ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Ao proceder à verificação das notas fiscais/faturas emitidas por empresas contratadas

pela Prefeitura de São Raimundo das Mangabeiras (MA), mediante empreitada no período de 01/01/2003 a 30/06/2004, as quais totalizam R$ 323.516,37 (trezentos e vinte e três mil, quinhentos e dezesseis reais e trinta e sete centavos), constatamos que não há nenhum destaque a título de contribuição para a Previdência Social, conforme determina o art. 1º, parágrafo único, da Portaria Interministerial n. 5.402/99 MF/MPS e, conseqüentemente, não houve retenção e recolhimento pela Prefeitura Municipal como órgão contratante, de acordo com a obrigatoriedade constante nos arts. 1º e 2º da Portaria Interministerial n. 5.402/1999 MF/MPS e art. 31 da Lei 8.212/1991.

A Prefeitura quando da liquidação das despesas referentes a contratos de empreitada

para a execução de obras e serviços de engenharia, não exige dos contratados a discriminação dos valores, com indicação de mão-de-obra, material e/ou equipamento, se necessário. Ressaltamos que, neste caso, nos termos do disposto no art. 30, inciso VI, da Lei 8.212/1991, a Prefeitura torna-se solidária em relação à obrigação legal.

Para melhor visualização, demonstramos abaixo a discriminação dos contratos e os

valores constantes nas notas fiscais:

Contratada – CNPJ (*) Obra NF Data Valor(R$)12.140.885/0001-03 Serviço de Eletrificação Rural 936 30/05/03 52.848,3304.407.924/0001-68 Construção de quadra poliesportiva

coberta 43 08/10/03 25.905,26

04.407.924/0001-68 Construção do Centro da Juventude 34 02/05/03 4.902,8542 30/10/03 52.363,3844 13/11/03 33.779,46

04.407.924/0001-68

Execução de obras de pavimentação

70 01/06/04 13.476,6841 16/01/03 18.053,4704.407.924/0001-68 Construção de 17 unidades

habitacionais 24 16/01/03 58.177,91929 30/05/03 49.930,3812.140.885/0001-03 Serviço de Eletrificação Rural 924 02/06/03 4.993,04

02.452.113/0001-53 Perfuração de poços artesianos einstalação de rede de abastecimento deágua.

258

02/05/03 9.085,61TOTAL 323.516,37

(*) Empresas Contratadas:

CNPJ Empresa 12.140.885/0001-03 CV ENGENHARIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. 04.407.924/0001-68 MILENAR CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA 02.452.113/0001-53 ERIKA CONSTRUÇÃO LTDA

Desta forma, considerando-se que as notas fiscais/faturas não discriminam os serviços

prestados, o valor não retido e não comprovado de recolhimento aos cofres do INSS é de R$ 35.586,80 (trinta e cinco mil, quinhentos e oitenta e seis reais e oitenta centavos), conforme se verifica abaixo:

Page 98: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

3

NF Valor Valor devido referente a retenção(11%)

936 52.848,33 5.813,32 43 25.905,26 2.849,58 34 4.902,85 539,31 42 52.363,38 5.759,97 44 33.779,46 3.715,74 70 13.476,68 1.482,43 41 18.053,47 1.985,88 24 58.177,91 6.399,57 929 49.930,38 5.492,34 924 4.993,04 549,23 258 9.085,51 999,42

TOTAL 323.516,37 35.586,80

Para melhor fundamentar a constatação, circularizamos o INSS através do Ofício 18567/2004 – CGUMA/CGU/PR visando comprovar as irregularidades apontadas. O INSS, através do Ofício GEXSLZ n.º 536 de 05 de agosto de 2004 informou que as empresas Milenar Construções e Comércio Ltda. e Érika Construção Ltda. não estão recolhendo contribuições previdenciárias e também não estão apresentando GFIP, fato este que só vem corroborar as evidências da equipe de fiscalização. Evidência: Notas fiscais emitidas por empresas contratadas pela Prefeitura para prestação de serviços de mão-de-obra no período de 01/01/2003 a 30/06/2004 e ofício expedido pelo Prefeito. Manifestação do Prefeito:

“A obrigação de recolhimento de contribuições previdenciárias é da empresa prestadora de serviços, entretanto, consta do relatório a falta de comprovante do recolhimento. Em contato com as empresas contratantes fomos informados que parte das contribuições foram recolhidas tempestivamente e a diferença está negociada por parcelamento junto ao INSS, conforme cópia de expediente enviado a esta prefeitura pelas referidas empresas, documentos juntos.” Análise da Equipe:

A obrigatoriedade dos destaques e recolhimentos nos casos que se menciona encontram guarida nos art. 1º e 2º da Portaria Interministerial nº 5.402/1999-MF/MPS e art. 31 da Lei 8.212/1991, conforme já se mencionou anteriormente. Portanto, a responsabilidade do Gestor não pode ser afastada.

2 – Programa: Previdência Social Básica. Ação: Pagamento de Aposentadorias e Pensões. Objetivo da Ação de Governo: Garantir o Reconhecimento e o Pagamento de Direitos Previdenciários Previstos em Lei. Ordens de Serviço: 149445. Objeto Fiscalizado: Informações de Óbitos registrados no livro “C” em confronto com as informações do SISOBI. Agente Executor Local: Cartório de Registro Civil do 2º Ofício – Comarca de São Raimundo das Mangabeiras/MA. Qualificação do Instrumento de Transferência: Não se aplica Montante de Recursos Financeiros: Não se aplica.

Page 99: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

4

Extensão dos exames: Comparativo dos registros verificados em cartório com os constantes na base de dados do SISOBI. 2.1) Divergência Entre os Registros de Informações Existentes no SISOBI e os do Livro “C”, do Cartório do 2º Ofício – Comarca de São Raimundo das Mangabeiras/MA. Fato(s):

Segundo as análises junto ao Cartório de Registro Civil do 2º Ofício, Comarca de São Raimundo das Mangabeiras/MA, as fichas dos registros de óbitos para cadastro no sistema SISOBI são enviadas via correio, com recibo de postagem, endereçado ao Instituto Nacional do Seguro Social. Do cotejamento entre os óbitos registrados do Livro “C” e aqueles lançados no SISOBI, constatou-se divergências de informações, conforme demonstrado a seguir:

EXERCÍCIO SISOBI LIVRO “C” DIFERENÇA

2002 0 45 45 2003 23 72 49 2004 17 26 09

TOTAL 40 143 103

Com vistas a detectar o motivo da diferença existente entre o SISOB e o Livro “C”, verificamos os ofícios de envio dos registros constantes no cartório e certificamos que apenas um registro não foi enviado ao INSS. Portanto, o problema deve ter ocorrido quando do recebimento dos dados pela autarquia federal.

A relação dos registros que constam no Livro “C”, e que não constam no SISOB,

estão elencados na tabela abaixo:

SEQ.

N.º TERMO

N.º FOLH

A

LIVRO

BENEFÍCIO DATA DE NASCIME

NTO

C.P.F. DATA DO ÓBITO

DATA DA LAVRATUR

A

1 1256 17-V 07-A 01092817593-6 19/06/1914 000.000.000-00 13/12/1997 03/01/2002 2 1257 17-V 07-A 00000000000-0 26/05/1982 000.000.000-00 26/08/2000 09/01/2002 3 1258 18 07-A 098599704.4 19/02/1920 563.276.503-25 21/12/2001 15/01/2002 4 1259 18 07-A 1101332927-3 15/10/1929 217.290.501-15 04/12/2001 15/01/2002 5 1260 18-V 07-A 090576682-2 10/04/1910 000.000.000-00 16/11/2001 22/01/2002 6 1261 18-V 07-A 098806223-2 21/12/1920 000.000.000-00 11/01/2002 25/01/2002 7 1262 19 07-A 134706474-X 16/08/1928 157.132.612-04 25/01/2002 28/01/2002 8 1263 19 07-A 54358528-0 16/08/1930 499.508.353-72 26/01/2002 14/02/2002 9 1264 19-V 07-A 00000000000-0 00/00/0000 000.000.000-00 20/07/2001 18/02/2002 10 1265 19-V 07-A 054357893-5 11/05/1933 531.507.913-91 14/02/2002 21/02/2002 11 1266 20 07-A 00000000000-0 13/05/1942 032.553.363-68 24/02/2002 28/02/2002 12 1267 20 07-A 054357927.1 23/06/1927 000.000.000-00 01/03/2002 15/03/2002 13 1268 20-V 07-A 090.580.745-6 02/09/1911 531.509.613-00 23/03/2002 27/03/2002 14 1269 20-V 07-A 954.534.85-9 21/10/1917 127.590.313-49 15/04/2002 16/04/2002 15 1270 21 07-A 00000000000-0 25/05/1941 597.344.851-72 24/04/2002 25/04/2002 16 1271 21 07-A 00000000000-0 20/07/1963 000.000.000-00 08/04/2002 02/05/2002 17 1272 21-V 07-A 00000000000-0 07/07/1936 278.262.013-49 04/05/2002 08/05/2002 18 1273 21-V 07-A 00000000000-0 08/10/1996 000.000.000-00 12/05/2002 15/05/2002

Page 100: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

5

19 1274 22 07-A 090.577.426-4 09/09/1910 079.596.483-87 27/05/2002 05/06/2002 20 1275 22 07-A 00000000000-0 18/02/1945 987.687.433-00 22/05/2002 07/06/2002 21 1276 22-V 07-A 00000000000-0 15/02/1953 000.000.000-00 16/06/2019 21/06/2002 22 1277 22-V 07-A 051.084.357-3 16/07/1918 000.000.000-00 19/06/2002 01/07/2002 23 1278 23 07-A 054.357.917-4 18/07/1932 984.883.923-20 07/07/2002 09/07/2002 24 1279 23 07-A 1.139.359.990-1 06/12/1940 364.135.933-34 12/07/2002 15/07/2002 25 1280 23-V 07-A 051.084.609.2 17/08/1922 055.101.553-53 06/07/2002 15/07/2002 26 1281 23-V 07-A 236.207.917-0 15/10/1924 044.651.053-04 14/07/2002 18/07/2002 27 1282 24 07-A 097.473.093-9 02/01/1918 897.869.123-49 10/07/2002 19/07/2002 28 1283 24 07-A 051.084.404-9 21/04/1926 127.595.703-04 19/07/2002 22/07/2002 29 1284 24-V 07-A 027.002.063-1 02/10/1924 563.276.633-72 15/07/2002 23/07/2002 30 1285 24-V 07-A 056.147.289-0 31/01/1934 401.409.543-68 26/07/2002 29/07/2002 31 1286 25 07-A 099.081.858-6 24/09/1922 000.000.000-00 02/08/2002 15/08/2002 32 1287 25 07-A 054.357.964-6 15/08/1927 676.529.133-49 14/08/2002 21/08/2002 33 1288 25-V 07-A 00000000000-0 23/11/1958 002.796.833-24 17/06/2002 22/08/2002 34 1289 25-V 07-A 054.358.822-0 24/04/1934 563.273.073-53 20/08/2002 03/09/2002 35 1290 26 07-A 1.133.397.592-3 30/05/1920 000.000.000-00 08/07/2002 09/09/2002 36 1291 26 07-A 072.785.544-1 27/08/1924 062.179.073-72 11/07/2002 23/09/2002 37 1292 26-V 07-A 00000000000-0 27/09/1912 401.387.123-87 20/09/2002 04/10/2002 38 1293 26-V 07-A 056.147.300-5 10/06/1930 859.509.633-34 19/10/2002 23/10/2002 39 1294 27 07-A 00000000000-0 24/06/1963 007.202.973-03 31/10/2002 04/11/2002 40 1295 27 07-A 74.916.484-0 07/09/1916 020.875.703-10 11/11/2002 14/11/2002 41 1296 27-V 07-A 092.976.628-8 12/05/1916 531.511.433-34 16/11/2001 14/11/2002 42 1297 27-V 07-A 00000000000-0 24/06/1917 000.000.000-00 05/05/1998 18/11/2002 43 1298 28 07-A 1.133.397.645-8 20/09/1934 000.000.000-00 21/11/2002 25/11/2002 44 1299 28 07-A 00000000000-0 02/01/1953 148.473.103-49 01/12/2002 04/12/2002 45 1300 28-V 07-A 905.807.030-01 27/01/1918 000.000.000-00 04/10/2002 10/12/2002 46 1301 28-V 07-A 523096674 24/01/1937 498.515.193-91 16/12/2002 13/01/2003 47 1302 29 07-A 098.599.721-4 20/01/1920 859.626.003-04 18/12/2002 15/01/2003 48 1303 29 07-A 051.091.706-2 25/12/1932 736.837.603-20 31/12/2002 17/01/2003 49 1304 29-V 07-A 00000000000-0 05/03/1936 760.385.213-72 21/01/2003 29/01/2003 50 1305 29-V 07-A 00000000000-0 19/10/1971 482.915.523-04 29/01/2003 31/01/2003 51 1306 30 07-A 00000000000-0 06/02/1973 621.322.613-34 07/11/2002 05/02/2003 52 1307 30 07-A 099.081.787-3 04/12/1916 000.000.000-00 30/01/2003 11/02/2003 53 1308 30-V 07-A 00000000000-0 31/12/1958 057.994.158-25 12/02/2003 12/02/2003 54 1309 30-V 07-A 498.496.60 19/11/1934 775.781.633-53 08/02/2003 13/02/2003 55 1310 31 07-A 054.358.046-6 26/12/1926 531.503.763-00 16/02/2003 18/02/2003 56 1311 31 07-A 090.578.559-2 06/07/1902 127.599.963-87 12/01/2001 21/02/2003 57 1312 31-V 07-A 00000000000-0 07/09/1982 000.000.000-00 16/02/2003 26/02/2003 58 1313 31-V 07-A 00000000000-0 16/07/1920 522.945.103-30 23/08/2002 10/03/2003 59 1314 32 07-A 00000000000-0 16/04/1950 144.032.421-20 03/03/2003 10/03/2003 60 1315 32 07-A 092.271.501.07 05/04/1912 054.660.913-91 26/02/2003 11/03/2003 61 1316 32-V 07-A 090.576.274-6 29/09/1905 000.000.000-00 05/03/2003 13/03/2003 62 1317 32-V 07-A 00000000000-0 15/08/1940 000.000.000-00 31/10/1999 18/03/2003 63 1318 33 07-A 095.453.475-1 04/08/1927 401.475.413-87 25/03/2003 28/03/2003 64 1319 33 07-A 00000000000-0 21/05/1906 000.000.000-00 22/11/1995 31/03/2003 65 1320 33-V 07-A 1.153.076.461-5 01/01/1929 558.520.173-53 29/03/2003 31/03/2003 66 1321 33-V 07-A 00000000000-0 24/02/1904 000.000.000-00 05/02/1998 02/04/2003 67 1322 34 07-A 00000000000-0 07/09/1917 522.945.103-30 25/10/2002 08/04/2003

Page 101: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

6

68 1323 34 07-A 00000000000-0 05/08/2000 000.000.000-00 05/04/2003 07/04/2003 69 1324 34-V 07-A 1.137.246.322-9 05/10/1918 861.760.053-53 06/04/2003 09/04/2003 70 1325 34-V 07-A 1.153.100.917-9 30/09/1920 032.546.743-91 09/04/2003 11/04/2003 71 1326 35 07-A 929.523.08-3 21/03/1921 831.641.893-20 11/04/2003 15/04/2003 72 1327 35 07-A 095.453.538-3 31/03/1917 000.000.000-00 10/04/2003 16/04/2003 73 1328 35-V 07-A 093.923.936-1 08/07/1925 067.362.703-91 14/04/2003 24/04/2003 74 1329 35-V 07-A 075.667.912-5 30/01/1927 000.000.000-00 07/05/2003 09/05/2003 75 1330 36 07-A 090.576.662-8 11/12/1946 573.196.773-34 07/05/2003 13/05/2003 76 1331 36 07-A 00000000000-0 24/10/1940 000.000.000-00 05/08/1977 20/05/2003 77 1332 36-V 07-A 00000000000-0 20/01/1925 000.000.000-00 05/06/1998 20/05/2003 78 1333 36-V 07-A 056.147.221-1 07/11/1915 634.506.821-72 07/01/2003 20/05/2003 79 1334 37 07-A 054.358.061-0 31/12/1932 676.450.383-49 22/05/2003 26/05/2003 80 1335 37 07-A 073.151.419-0 16/06/1927 269.959.563-20 20/05/2003 28/05/2003 81 1336 37-V 07-A 00000000000-0 00/00/0000 124.305.443-34 27/05/2003 03/06/2003 82 1337 37-V 07-A 098.599.758-3 11/02/1919 531.512.403-72 08/05/2000 05/06/2003 83 1338 38 07-A 1.227.347.345-3 09/12/1957 435.756.503-06 09/04/2003 05/06/2003 84 1339 38 07-A 00000000000-0 31/06/1926 000.000.000-00 10/10/1974 06/06/2003 85 1340 38-V 07-A 054.357.713-9 15/06/1928 531.500.153-91 06/06/2003 11/06/2003 86 1341 38-V 07-A 00000000000-0 24/10/1977 000.000.000-00 12/06/2003 17/06/2003 87 1342 39 07-A 00000000000-0 01/09/1951 987.667.323-87 09/06/2003 17/06/2003 88 1343 39 07-A 054.357.989.1 08/09/1925 000.000.000-00 26/06/2003 03/07/2003 89 1344 39-V 07-A 092.814.504-2 12/09/1956 651.100.723-53 03/07/2003 10/07/2003 90 1345 39-V 07-A 00000000000-0 23/07/1918 000.000.000-00 01/06/1986 15/07/2003 91 1346 40 07-A 00000000000-0 09/09/1925 673.955.703-91 20/08/1999 15/07/2003 92 1347 40 07-A 00000000000-0 10/10/1936 136.884.053-15 05/07/2003 17/07/2003 93 1348 40-V 07-A 056.147.277-7 05/08/1933 000.000.000-00 21/07/2003 23/07/2003 94 1349 40-V 07-A 097.473.114-5 10/05/1919 146.819.513-15 05/07/2003 23/07/2003 95 1391 51 07-A 056.147.294-7 10/09/1933 000.000.000-00 29/02/2004 02/03/2004 96 1392 51-V 07-A 974.737.36 18/10/1931 896.583.963-72 10/03/2004 11/03/2004 97 1393 51-V 07-A 00000000000-0 02/03/1977 000.000.000-00 08/02/2004 17/03/2004 98 1394 52 07-A 1.153.100.937-3 15/07/1915 000.000.000-00 01/04/2004 13/04/2004 99 1395 52 07-A 00000000000-0 13/05/1927 000.000.000-00 09/01/1965 14/04/2004 100 1396 52-V 07-A 00000000000-0 15/01/1981 921.612.603-59 08/04/2004 19/04/2004 101 1397 52-V 07-A 115.587.465-7 31/05/1939 794.467.103-59 16/04/2004 20/04/2004 102 1398 53 07-A 00000000000-0 03/11/1984 012.609.483-74 25/04/2004 29/04/2004

Evidência: Conferência de dados da amostra encaminhada via “e-mail” para a CGU/MA, com os dados existentes no Livro “C”, do Cartório 2º Ofício de São Raimundo das Mangabeiras/MA. 2.2) Diferença do Quantitativo da Relação do Comprovante Encaminhado pelo Cartório ao INSS e aqueles registros constantes no Livro “C” Fato(s):

Da conferência entre os óbitos registrados do Livro “C” e aqueles constantes nos comprovantes de envio do cartório ao INSS, verificou-se divergência de apenas um registro, conforme demonstrado a seguir:

Page 102: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

7

QUANTITATIVO DE COMPROVANTES

ENCAMINHADOS PELO CARTÓRIO AO INSS

EXERCÍCIO 0fício de envio pelo cartório

Registro no livro “C” DIFERENÇA OBSERVAÇÃO

2003 71 72 01(*) (*)O registro refere-se ao termo n. 1.382.

O registro faltante encontra-se na tabela abaixo: IDENTIFICAÇÃO DO FALECIDO

SEQ. N.º Termo

N.º Folha

Livro Benefício Data de Nascimento

C.P.F. Data do óbito

Data da lavratura

1 1382 00049 07-A 0510846670 07/05/1924 290385373-87 20/01/2004 23/01/2004 Ressaltamos, entretanto, que do cotejo entre os registros enviados pelo cartório com

aqueles recebidos pelo INSS, detectamos uma diferença no quantitativo apresentado nos anos de 2003 e 2004. Não foi possível identificar quais os registros que apresentaram falhas de recebimento pelo INSS, pois sua autenticação ocorre pela Internet, em que consta apenas a quantidade recebida. Abaixo, apresentamos a diferença apurada pela equipe de fiscalização.

Ano Registros enviados pelo cartório Registros recebidos pelo INSS 2003 71 70 2004 26 22 Total 97 92

Evidência: Conferência de dados dos ofícios de envio dos óbitos pelo cartório ao INSS, com os dados existentes no Livro “C”, do Cartório do 2º Ofício do município de São Raimundo das Mangabeiras(MA), e com as autenticações de recebimento pelo INSS. 2.3) Falha na Seqüência de Registro de Óbitos Fato(s):

Conforme descrito no ponto anterior, a omissão do cartório em não enviar ao INSS um registro de óbito, implicou ausência na base de dados SISOBI referentes ao exercício de 2004. O registro faltante corresponde ao termo de n. 1382.

Nesse caso, a falha não se deve à existência de indigentes, pois decorre um óbito não

informado. Evidência: Planilha de amostra disponibilizada a esta CGUMA, visita ao Cartório de 2º Ofício na Comarca de São Raimundo das Mangabeiras/MA, Livro “C”. 2.4) Divergências Decorrentes de Erros de Digitação e/ou Ausência de Informações Fato(s):

Dos óbitos registrados do Livro “C” e aqueles lançados no SISOBI, constatou-se divergências, tais como erro de digitação e/ou ausência de informações, conforme demonstrado a seguir:

Page 103: Fiscalização CGU - São Raimundo das Mangabeiras-MA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”

8

Óbitos Lançados com Erro de Digitação e/ou Ausência de Informações no SISOBI

Nº do TERMO Nº da FOLHA

Data LAVRATURA Nº do Benefício TIPO DE OCORRÊNCIA

0000001353 0041V 03/09/2003 Não informado Erro no campo: data do nascimento. Lançado no SISOBI: 01/01/1932. O correto é 02/01/1932.

0000001355 00042 16/09/2003 Não informado Erro no campo: n. do benefício. Lançado no SISOBI: s/n. O correto é 098132366.

0000001358 00043 30/09/2003 Não informado

Erro no n. do benefício. Lançado no SISOBI: s/n. Existem dois benefícios – 1109136886 e 0543577503. Erro no campo: n. do C.P.F. Lançado no SISOBI: s/n. O correto é 671.530.203-06

0000001359 00043 07/10/2003 Não informado Erro no campo: n. do benefício. Lançado no SISOBI: s/n. O correto é 05435580539.

0000001365 0044V 07/11/2003 0969151373 Erro no campo: nome da mãe. Lançado no SISOBI: Pulqueira. O correto é Pulquéria.

0000001366 00045 13/11/2003 Não informado Erro no campo: n. do C.P.F. Lançado no SISOBI: s/n. O correto é 531.489.083-68.

0000001370 00046 09/12/2003 Não informado Erro no campo: n. do benefício. Lançado no SISOBI: s/n. O correto é 871085101131.

0000001373 0046V 05/01/2004 054357760 Erro no campo: n. da folha. Lançado no SISOBI: 0047V. O correto é 0046V.

0000001375 00047 13/01/2004 Não informado Erro no campo: nome da mãe. Lançado no SISOBI: Manoel. O correto é Manuela.

0000001379 00048 21/01/2004 Não informado Erro no campo: n. do C.P.F. Lançado no SISOBI: s/n. O correto é 647.834.133-04.

0000001385 0049V 13/02/2004 098599110 Erro no campo: n. do benefício. Lançado no SISOBI:0985999110. O correto é 070985999110.

0000001388 0050V 19/02/2004 Não informado Erro no campo: data do nascimento. Lançado no SISOBI: s/n. O correto é 16/05/1912.

0000001389 0050V 19/02/2004 Não informado Erro no campo: data do nascimento. Lançado no SISOBI: s/n. O correto é 05/12/1939.

Evidência: Visita ao Cartório de 2º Ofício, análise no Livro “C” e amostra disponibilizada a esta CGUMA.