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FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO E VALORIZAÇÃO DO

MAGISTÉRIO PÚBLICO: A POLÍTICA DE FUNDOS E A

REMUNERAÇÃO DOCENTE NA REDE ESTADUAL DE ENSINO DE

SANTA CATARINA

BASSI, Marcos Edgar – UNISUL/SC

[email protected]

LOURENÇO, Priscilla Dinah Costa - UNISUL/SC [email protected]

SCHLICKMANN, Rúbia UNISUL/SC

[email protected]

Eixo Temático: 1. Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação Agência Financiadora: Observatório da Educação/MEC

Resumo A remuneração do magistério público da educação básica vem adquirindo crescente importância na política de financiamento da educação desde meados dos anos 1990. Sucessivas medidas de política pública de âmbito nacional, como a política de fundos e o piso salarial profissional nacional, ratificam essa importância (BRASIL, 1996a; 1996c; 2006; 2007; 2008). No que tange aos estudos sobre o financiamento da educação no estado de Santa Catarina, há poucas análises dedicadas ao assunto, nenhuma delas em torno da remuneração docente (VALLE; MIZUKI; CASTRO, 2004; PENSIN; REBELATTO; NARDI, 2006; VIEGAS; BASSI, 2009). Este artigo examina as receitas disponíveis para o financiamento da educação e sua aplicação no ensino e na remuneração do magistério da rede pública estadual de Santa Catarina entre 1998 e 2009. São focalizadas especificamente as receitas geradas pelo Fundef e pelo Fundeb e sua aplicação na remuneração do magistério dessa rede. O estudo requereu a compreensão dos mecanismos de financiamento da educação estabelecidos na legislação brasileira desde a Constituição Federal de 1988 (CF/88) e as alterações legais posteriores que introduziram na trajetória das receitas a determinação de aplicação de um percentual mínimo na remuneração docente. Os dados orçamentário-financeiros que serviram à análise foram extraídos dos Relatórios e Pareceres Prévios sobre as Contas do Governo do Estado de Santa Catarina emitidos pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina e publicados entre 1999 e 2010. A análise evidenciou a disponibilidade crescente de receita para a educação estadual, a despeito da transferência também crescente de recursos aos governos municipais, decorrente do processo de municipalização do ensino fundamental. Em contrapartida, identificou o não cumprimento pelo governo estadual dos dispositivos legais estabelecidos pela política de fundos quanto a aplicação de percentuais mínimos de receita

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proveniente dessa fonte no ensino fundamental e na remuneração do magistério. Palavras-chave: Financiamento da educação. Valorização do magistério. Remuneração docente. Fundef/Fundeb. Educação básica.

Introdução

A remuneração do magistério público da educação básica vem adquirindo crescente

importância na política de financiamento da educação pública desde meados dos anos 1990,

reconhecendo o histórico processo de desvalorização vivido pela categoria docente em

período anterior. Sucessivas medidas de política pública a partir da esfera federal vêm

tentando reverter esse processo, como a política de fundos e o piso salarial profissional

nacional (BRASIL, 1996a; 1996c; 2006; 2007; 2008). A proposta mais recente, em tramitação

no Congresso Nacional, delineia-se na meta nº 17 do projeto de lei nº 8035/10 do novo Plano

Nacional de Educação para o decênio 2011- 2020, de “aproximar o rendimento médio do

profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade do rendimento médio dos

demais profissionais com escolaridade equivalente” (BRASIL, 2010).

No que tange as investigações sobre o financiamento da educação no âmbito do estado

de Santa Catarina, há poucos estudos que se dedicaram ao assunto, sem se deterem na

remuneração docente. Tais estudos se dedicaram, por exemplo, ou aos efeitos da política de

fundos, nesse contexto histórico, sobre a municipalização do atendimento do ensino

fundamental ou sobre a gestão da educação especial no estado (VALLE; MIZUKI; CASTRO,

2004; PENSIN; REBELATTO; NARDI, 2006; VIEGAS; BASSI, 2009).

Este artigo1 aproxima-se do tema da remuneração docente ao examinar as receitas

disponíveis para o financiamento da educação e à valorização do magistério da rede pública

estadual de ensino de Santa Catarina entre 1998 e 2009. Nesse sentido, são focalizadas as

receitas geradas pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorização do Magistério (FUNDEF) e pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da

Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e sua aplicação

na remuneração do magistério dessa rede.

O estudo requereu a compreensão dos mecanismos de financiamento da educação

1 O artigo faz parte das atividades desenvolvidas no âmbito da pesquisa Remuneração de professores de escolas

públicas da educação básica: configurações, impactos, impasses e perspectivas (CEPPPE, 2008), financiada pelo Observatório da Educação/CAPES/INEP/SECAD. Em Santa Catarina, vem sendo desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação/Mestrado da Unisul.

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estabelecidos na legislação brasileira desde a Constituição Federal de 1988 (CF/88) e as

alterações posteriores que introduziram na trajetória das receitas a determinação de aplicação

de um percentual mínimo na remuneração docente. Os dados orçamentário-financeiros que

serviram à análise das receitas públicas destinadas à educação e sua aplicação na remuneração

foram extraídos dos Relatórios e Pareceres Prévios sobre as Contas do Governo do Estado de

Santa Catarina publicados entre 1998 e 2009, emitidos pelo Tribunal de Contas do Estado de

Santa Catarina e disponibilizados por meio impresso e digital (SANTA CATARINA, 1999;

2000; 2001; 2002; 2003; 2004; 2005; 2006; 2007; 2008; 2009; 2010). Foram então

organizados em séries históricas, em tabelas e gráficos, e seus valores deflacionados e

equiparados a reais correntes em dezembro de 2010 pelo Índice Nacional de Preços ao

Consumidor, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC/IBGE). Dessa

forma foi possível comparar e analisar o volume e a tendência dos montantes envolvidos.

O artigo divide-se em três seções além dessa introdução. A próxima seção discorre

sobre os marcos legais a respeito do financiamento da educação e sobre a política de fundos e

a valorização do magistério. A seção seguinte apresenta a análise dos dados sobre as receitas

públicas estaduais e a aplicação dos recursos do Fundef e do Fundeb pelo governo de Santa

Catarina, com foco na remuneração docente. A última seção, por fim, traz as considerações

finais.

Fundamentos legais do financiamento da educação e da valorização do magistério

A maior parte dos recursos financeiros que viabilizam o funcionamento administrativo

do setor público brasileiro, o financiamento das políticas públicas sociais como saúde e

educação, os investimentos em equipamentos como hospitais e escolas, e a infra-estrutura

nacional como rodovias, portos, aeroportos e hidroelétricas provêm da tributação compulsória

incidente sobre a economia e sobre a renda dos cidadãos. Impostos, contribuições e taxas são

as categorias tributárias que geram as receitas e atendem a essas necessidades dos governos

em seus três níveis, o federal, o estadual e o municipal. A CF/88 e legislação específica

estabelecem o tipo de arrecadação de cada um, bem como a partilha da arrecadação do nível

de governo mais abrangente para o menos abrangente. No âmbito dos estados e dos

municípios a categoria tributária dos impostos gera, de longe, o maior volume de recursos

financeiros.

No que tange especificamente da política social da educação pública, a CF/88

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determina a vinculação de percentuais mínimos da receita de impostos para o seu

financiamento. A vinculação, estabelecida no artigo 212, determina que a União tem de

aplicar anualmente 18%, no mínimo, da sua receita de impostos em despesas de manutenção e

desenvolvimento do ensino (MDE). Aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, por sua

vez, cabe a aplicação de, pelo menos, 25% da sua receita de impostos em despesas de MDE, o

que compreende a partilha de arrecadação de impostos (as transferências) acima mencionada.

Convém neste ponto acrescentar um parêntese, tendo em vista o contexto estadual

deste artigo. A Constituição Estadual de Santa Catarina de 1989, no artigo 167, reproduziu o

ordenamento nacional da vinculação mínima de 25% em despesas de MDE, definindo, porém,

no artigo 170, que 5% desse total (20% dos 25%), devessem ser destinados aos alunos

matriculados nas instituições de Educação Superior de Santa Catarina.

Além da vinculação outra importante fonte de recursos foi definida pela CF/88 para o

financiamento da educação, especificamente para o financiamento do ensino fundamental: a

da contribuição social do Salário-Educação (SE), embora tenha sido criado por lei ainda em

1964. Segundo Pinto e Adrião (2006, p. 29), o SE “foi idealizado como alternativa para as

empresas que não cumpriam o preceito da CF de 1946 de oferecer escola primária aos seus

empregados ou a seus filhos”. Cabe assinalar que a legislação do SE não permite sua

aplicação na remuneração docente. O SE é recolhido junto à empresas pelo governo federal e

sua receita é gerenciada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)

dividida em duas cotas. A cota estadual, constituída por 2/3 do total volta para o estado de

origem. A cota federal constituída com os outros 1/3 permanece com FNDE para o

desenvolvimento de programas federais como o Programa Nacional de Alimentação Escolar

(PNAE), Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE), Programa

Nacional do Livro Didático (PNLD), entre outros, que também beneficiam as redes de ensino

estaduais e municipais2.

Os anos 1990 marcaram um contexto de profundas reformas na educação brasileira. A

legislação então promulgada trouxe significativas alterações em aspectos ligados ao

financiamento da educação. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)

promulgada em 1996, por exemplo, ao regulamentar a educação escolar, detalhou com mais

2 Atualmente, em nova legislação, o FNDE subtrai 10% da arrecadação total de cada estado antes de dividi-la na cota federal e na cota estadual e municipal. A partilha desta última cota ocorre segundo a matrícula da educação básica das redes estadual e municipal de educação básica e não mais apenas para o ensino fundamental da rede estadual.

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precisão os dispositivos do financiamento da educação. Em especial, a aplicação efetiva da

vinculação da receita de impostos contou com artigos que especificam o que são e o que não

são itens de despesas de MDE. A propósito do tema aqui abordado, um dos incisos do artigo

70 define que os recursos da vinculação podem ser aplicados em despesas que compreendem

a “remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profissionais da educação”.

Contudo, o inciso VI do artigo 71, complementa que o “pessoal docente e demais

trabalhadores da educação, quando em desvio de função ou em atividade alheia” à educação

não constituem despesa de MDE. No conjunto, esses artigos estabeleceram regras que

estancaram parte dos desvios que até então consumiam os recursos da vinculação de sua

aplicação precípua na educação pública.

No mesmo ano da promulgação da LDB, alterações na CF/88 de iniciativa do governo

federal introduziram importantes mudanças no financiamento da educação, entre elas

inaugurou uma política de fundos que alterara a trajetória e o destino dos recursos da

vinculação de impostos para a educação dos governos estaduais e municipais. Outras

alterações subvincularam uma parte substancial da receita redistribuída pelos fundos para a

remuneração do magistério.

Nesse contexto, a Emenda Constitucional nº 14 (EC14), de 1996 (BRASIL, 1996a),

introduziu alterações importante que priorizaram o financiamento do ensino fundamental.

Estados e municípios passaram, a partir de então, a terem de aplicar, pelo menos, 60% da sua

receita da vinculação nesse nível de ensino. Em cada unidade federativa, a maior parte dessa

subvinculação3 passou a ser automaticamente recolhida e redistribuída equitativamente, por

intermédio de fundos contábeis, aos governos municipais e estadual proporcionalmente ao

número de matrículas de ensino fundamental atendidas pela suas redes. Esse mecanismo

constitucional, conhecido como Fundef, que esteve em vigência de 1998 a 2006, foi

regulamentado pela lei nº 9.424 (BRASIL, 1996c).

A União também participou dessa política com parcela bem menor de sua receita

vinculada com a função de complementar financeiramente os fundos estaduais cujo valor por

aluno estivesse abaixo de um valor mínimo definido nacionalmente. Porém, a definição desse

valor mínimo nacional que foi realizada por decreto presidencial ao longo de toda a vigência

3 O fundo passou a capturar e redistribuir em cada unidade federativa 15% (o que equivale a 60% dos 25%) da receita dos impostos transferida pela União aos estados e aos municípios - Fundo de Participação dos Estados (FPE); Fundo de Participação dos Municípios (FPM); Desoneração das exportações prevista na Lei Complementar nº 87/96 (Lei Kandir) – e pelos estados aos municípios - Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Produtos Industrializados proporcional às Exportações (IPI exp.).

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do Fundef esteve sempre aquém da fórmula estabelecida na sua legislação. Esse procedimento

justificou a pífia participação do governo federal e praticamente anulou o efeito redistributivo

e de redução das desigualdades entre os estados brasileiros, já bastante tímidos na formulação

original.

No que se refere especificamente a remuneração docente, um dos objetivos explícitos

na política de fundos sugerida na própria denominação do Fundef, a EC14 ressaltou a

valorização do magistério do ensino público com implicações também para a

institucionalização de planos de carreira. De modo mais claro, a legislação determinou que

pelo menos 60% da receita que estados e municípios recebessem do Fundef, de acordo com as

matrículas em suas redes, fossem aplicados na remuneração dos docentes em efetivo

exercício. Esse dispositivo implicou forte expectativa do professorado quanto à uma

necessária melhoria salarial.

Contudo, na medida em que os recursos redistribuídos eram praticamente os mesmos

já gerados pela vinculação, associados ao fato do não cumprimento da lei do valor mínimo

pela União, o não acréscimo de recursos novos colocou em questão aquela expectativa

(DAVIES, 2001, p. 29-38). A tímida melhoria salarial constatada resumiu-se as redes

municipais mais pobres que sequer pagavam o salário mínimo aos seus professores. Segundo

Arelaro (2007),

Os Prefeitos passaram, a partir de 1999, a pagar o salário mínimo. Mas para isso, não era necessário o FUNDEF, bastava o cumprimento dos dispositivos da Constituição Federal de 1988, que proíbe qualquer trabalhador de ganhar menos que um salário mínimo por jornada de trabalho.

Nos municípios maiores com redes estruturadas, o que se observou foi um acerto de

contas de modo a cumprir os 60% por meio de gratificações e abonos (ARELARO, 2007).

Ao final de sua vigência o Fundef foi substituído pelo Fundeb por meio de nova

legislação. A Emenda Constitucional nº 53 (EC53), aprovada em 2006, regulamentada pela

Medida Provisória nº 339, por sua vez convertida na Lei 11.494, em 2007 manteve a

operacionalidade do mecanismo antecessor, capturando e redistribuindo receita do governo

estadual e dos seus municípios em fundos contábeis em cada unidade federativa com

referência a um valor por aluno/ano definido nacionalmente e lastreados nas matrículas.

Ampliou, porém, a abrangência de cobertura do ensino fundamental para toda a educação

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básica e elevou o percentual de subvinculação de receita e o número de impostos envolvidos4.

A redistribuição dos recursos passou a ocorrer de acordo com diferentes fatores de

ponderação e valores por aluno para cada etapa, modalidade e tipo de estabelecimento da

educação básica. A complementação financeira da União foi substancialmente ampliada e

fixada em lei.

O Fundeb, com vigência estabelecida de 2007 a 2020, foi implantado

progressivamente nos seus primeiros 4 anos, abarcando 1/3 dos novos recursos e de novas

matrículas anualmente nos três primeiros e a complementação financeira da União, cujos

valores foram fixados na lei. A partir do 4º ano, em 2010, portanto, a União passou a

acrescentar um volume de recursos equivalente a 10% da soma das receitas capturadas pelo

conjunto dos fundos estaduais.

No tocante à valorização e remuneração do magistério, o Fundeb manteve a

determinação de aplicação do percentual mínimo de 60% da receita que estados e municípios

dele passaram a receber. A novidade trazida pela EC53 foi a determinação para o governo

federal instituir legislação estabelecendo um piso salarial profissional nacional (PSPN),

concretizado na lei nº 11.738 em 2008 (BRASIL, 2008). A abrangência e o volume

financeiros alcançados pelo Fundeb teriam possibilitado as condições necessárias e suficientes

para a implementação e viabilização do PSPN (ABICALIL, 2008, p. 72).

O PSPN foi estabelecido inicialmente em R$ 950 para professores em início de

carreira formados em nível médio na modalidade normal com jornada de no máximo 40 horas

semanais, valor que deveria ser corrigido anualmente. Sua integralização, progressiva e

proporcional, segundo a lei, deveria ter ocorrido em 2010. Um limite máximo de 2/3 da

jornada deveria ser destinado a atividades de interação com os educandos em sala de aula.

Contudo, no mesmo ano de aprovação da lei do piso, alguns governos estaduais5

apresentaram uma Ação de Inconstitucionalidade (ADI) junto ao Supremo Tribunal Federal

que num primeiro julgamento confirmou o valor do piso, mas suspendeu a aplicação o inciso

referente ao limite máximo de horas em sala de aula6. Quanto ao valor do PSPN, o seu

cumprimento pelos governos pode ser alcançado pela soma do vencimento básico e das

4 Os Fundebs estaduais passaram a reter 20% da receita dos impostos antes alcançados pelo Fundef somada aos do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD), e do Imposto Territorial Rural (ITR). 5 Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Ceará e, entre eles, Santa Catarina. 6 Em duas seções de julgamento em 2011, o STN ratificaria a constitucionalidade do PSPN, definindo-o como vencimento básico, e do limite máximo de 2/3 da jornada em atividades de interação com os alunos.

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vantagens pecuniárias, como abonos e gratificações.

As receitas e a política de fundos na educação básica estadual catarinense

Os efeitos dessas medidas legais e de políticas públicas sobre o financiamento da

educação e a valorização do magistério podem ser constatados junto às receitas para educação

e sua aplicação na remuneração dos professores de educação básica do Governo do Estado de

Santa Catarina.

O Gráfico 1 dispõe em série histórica as principais receitas angariadas pelo governo

estadual catarinense especificamente para a educação entre 1998 e 2009, com valores

deflacionados para reais de dezembro de 2010.

Gráfico 1 – Receitas destinadas a educação pelo Governo do Estado de Santa Catarina - 1998 - 2009

597 625 685 721 723 728 757 796 7901.010

1.220 1.348529 525

588 623 668 702 725 791 844788

670 510

115 60126

151146 137 127 93

136139 133 204

-13 -29 -58 -70 -94 -147 -156 -171 -204 -169 -210 -268-500

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

(R$

em

mil

es)

Receita do Fundef/Fundeb VINCULAÇÃO (sem a contribuição ao Fundef/Fundeb)

Receita do Salário-Educação, de Auxílios e Convênios Montante retido no Fundef/Fundeb

Valores em Reais de Dez/10 (INPC/IBGE) Fonte: SANTA CATARINA, 1998 a 2009. (elaboração nossa)

É notável, a partir de 2000, o crescimento anual do montante de receita disponível

total para aplicação na educação estadual (receitas da vinculação somadas às do Fundef e

depois do Fundeb e às do Salário-Educação) que alcançou pouco mais de R$ 2 bilhões em

2009, mais de 60% do valor de 1998. No mesmo passo, também cresce substancialmente a

receita transferida aos municípios por intermédio dos fundos contábeis Fundef e Fundeb,

decorrente da municipalização do ensino fundamental. No último ano da série histórica foram

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transferidos R$ 268 milhões, o equivalente a 19% da receita total vinculada.

Como pode ser verificado ainda no Gráfico 1, a parcela de receita dos fundos foi a que

mais cresceu no período, pouco acima dos 125%, passando de R$ 597 milhões para R$ 1.348

milhões. Resultado não só do crescimento total da receita quanto do aumento do percentual de

subvinculação com o Fundeb e da extensão do financiamento para toda a educação básica, a

partir de 2007. Cabe destacar que sobre aquela parcela incide o dispositivo do percentual

mínimo de 60% a ser aplicado na remuneração do magistério do ensino fundamental e dos

profissionais da educação básica.

O Gráfico 2 coloca lado a lado as receitas provenientes especificamente dos fundos e o

quanto efetivamente foi aplicado prioritariamente no ensino fundamental de 1998 a 2006 e em

toda a educação básica a partir do ano seguinte. Os valores mostram que o governo estadual,

exceto em 1999, não cumpriu esse dispositivo estabelecido na legislação. Ou seja, a receita

aplicada foi anualmente inferior à receita obtida dos fundos.

Gráfico 2 – Receita do Fundef/Fundeb aplicada no ensino fundamental e na educação básica – 1998 - 2009

597

625 68

5 721

723

728

757 79

6

790

1.01

0

1.22

0 1.34

8

546 64

3

651 69

2

648

613

743 79

1

732

935

1.20

7 1.32

3

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

(R$

em m

ilhõe

s)

Receita do Fundef/Fundeb Receita aplicados no ens. Fundamental/na Ed. Básica

Valores em Reais de Dez/10 (INPC/IBGE) Fonte: SANTA CATARINA, 1998 a 2009. (elaboração nossa)

O dispositivo que determina a aplicação de pelo menos 60% da receita recebida dos

fundos contábeis na remuneração do magistério do ensino fundamental e da educação básica

pode ser visualizado no Gráfico 3. Essa informação foi encontrada nos relatórios e pareceres

do TCE a partir de 2000. Desse ano até 2005 o governo estadual também não cumpriu o

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estabelecido em lei, quer dizer não aplicou o montante correspondente ao percentual mínimo

em remuneração. Somente no último ano de vigência do Fundef e, em seguida, com o

Fundeb, quando se amplia a abrangência da cobertura de remuneração ao quadro de

profissionais da educação além apenas dos professores do ensino fundamental, é que o valor

relativo ao percentual mínimo será ultrapassado. É provável que, nesse anos, a folha de

pagamentos de um número mais elevado de profissionais do magistério tenha sido

proporcionalmente muito superior ao mínimo estabelecido para remuneração, justificando por

si só o cumprimento da aplicação mínima.

Gráfico 3 – Receita do Fundef/Fundeb aplicada na remuneração do magistério - 1998 - 2009. Valores em Reais de Dez/10 (INPC/IBGE) Fonte: SANTA CATARINA, 1998 a 2009. (elaboração nossa)

Por fim, é importante verificar como esses recursos e esses dispositivos se traduziram

em remuneração7. O Gráfico 4 mostra os valores do vencimento básico8 para professores com

jornada de 40 horas semanais com formação de ensino médio, de graduação e com

especialização que atuavam na educação básica entre 1995 e 2009, período que abrangeu

7 A remuneração dos professores e profissionais da educação pública, bem como dos servidores públicos, em geral, é composta pelo vencimento básico e por vantagens pecuniárias como auxílios, gratificações, abonos, licenças, prêmios, entre outros itens. 8 Não foram obtidas informações sobre os montantes relativos a gratificações, bonificações e outras vantagens pecuniárias que compuseram a remuneração dos professores no período.

411 43

3

434

437 454 47

8

474

606

732

809

386

383 41

5

422

408

476

552

664

881

986

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

(R$

em m

ilhõe

s)

Valor mínimo a ser aplicado (60%) Total Aplicado

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quatro mandatos governamentais9.

Gráfico 4 – Vencimento básico dos profissionais do magistério público estadual com jornada de 40 horas semanais, por tipo de formação – 1995 – 2009

Valores em Reais de Dez/10 (INPC/IBGE) Fonte: Governo do Estado de Santa Catarina. Tabelas salariais do magistério 1995 a 2009. (elaboração nossa)

Em todo o período é notável como o vencimento básico do magistério e dos

profissionais da educação desvalorizou-se e permaneceu muito inferior ao patamar alcançado

em 1995. Desse ano seguiu desvalorizando-se, se nenhuma reposição, até 2001. Nenhuma das

três referências de formação, seja dos professores com ensino médio, com graduação ou com

especialização, sustentam uma recuperação efetiva e crescente, permanecendo bem abaixo

daquele patamar inicial. Convém chamar atenção para o valor do vencimento dos professores

com formação de ensino médio que em agosto 2009 encontrava-se ainda abaixo do piso

salarial profissional nacional fixado em R$ 950 naquele ano. O vencimento básico dos

professores com graduação encontrava-se ligeiramente acima dessa referência salarial.

Considerações finais

O artigo elencou as principais políticas públicas e medidas legais voltadas à

valorização e remuneração do magistério postas em prática, sobretudo a partir de meados dos

9 Paulo Afonso Evangelista da Silveira (1995-1998), Esperidião Amin Helou Filho (1999 – 2002), Luiz Henrique da Silveira (2003 – 2006), este último reeleito para o mandato seguinte (2007 - 2010)

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6

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7

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1995 Jul 2001 dez 2002 nov 2003 ago 2005 ago 2006 jun 2007 set 2009 ago

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Ensino Médio Graduação Especialização

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anos 1990. Possibilitou também a verificação das receitas disponíveis para a educação do

governo do estado de Santa Catarina, bem como a análise da aplicação de uma parcela

importante dessas receitas na manutenção de sua rede de ensino, com base em dados oficiais

disponibilizados pelo TCE/SC.

Observou-se o crescimento progressivo e expressivo das receitas do Governo do

Estado de Santa Catarina destinadas à educação, especialmente aquelas movimentados pelo

Fundef e Fundeb. Contudo, uma parcela crescente da vinculação estadual foi sendo

transferida aos municípios por intermédio dos fundos, em um processo de municipalização do

ensino fundamental, na medida em que os recursos acompanham a realização de matrículas.

Não obstante, o Governo Estadual teve compensada a diferença a menor entre a receita e a

contribuição com o desempenho positivo da arrecadação tributária.

No que se refere a aplicação das receitas dos fundos no ensino fundamental e na

educação básica e ao atendimento aos dispositivos percentuais na remuneração do magistério

e dos profissionais da educação, o Governo Estadual deixou de cumprir as exigências legais

na maior parte do período. Somente a partir de 2006, e apenas na remuneração dos

profissionais da educação, o governo passou a aplicar valores ligeiramente acima do mínimo

de 60%, atendendo assim parcialmente à lei.

Diante desse comportamento, pode-se concluir que a efetiva valorização do magistério

no caso específico de uma remuneração condizente com a importância de suas funções sociais

e profissionais necessita não só de políticas públicas mais efetivas e de recursos mais

volumosos como também de dispositivos e sanções que obriguem os governos a cumprirem a

legislação e a aplicarem os recursos disponibilizados.

Por fim, esse esforço investigativo traz a necessidade de estudos mais refinados que

examinem, por exemplo, a composição da remuneração dos profissionais da educação além

do vencimento básico e a remuneração do magistério que atua nas diferentes etapa da

educação básica.

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