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DIREITO
FINANCEIRO
Prof. Thamiris Felizardo
O Orçamento: Aspectos Gerais
Orçamento e Planejamento
Orçamento e Planejamento
A Lei no 4.320/64 corporificou o orçamento-programa ao estabelecer no seu Art. 2° Lei 4.320/64 “A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.” Mas foi a Constituição Federal de 1988 a primeira entre todas as Constituições até hoje promulgadas no Brasil a evidenciar que a ação governamental deve obedecer a um planejamento, com vistas a promover o desenvolvimento econômico social do país.
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A CF, tendo previsto a elaboração do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e dos orçamentos anuais, estabeleceu uma sistemática de planejamento orçamentário. No orçamento-programa as ações são identificadas em termos de funções, subfunções, programas, projetos, atividades e operações especiais. Trata-se de verdadeiro instrumento de planejamento da ação do governo, por meio de programas de trabalho, projeto e atividades, estabelecendo, assim, objetivos e metas a serem implementados.
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Dentre os dispositivos que tratam da programação, encontra-se o art. 174, CF que dispõe que ao Estado, como agente normativo e regulador da atividade econômica, caberá exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. Ademais, a lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.
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A competência para elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social é da União (art. 21, IX, CF), cabendo privativamente ao Presidente da República remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias (art. 84, XI).
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-Prestação dos Direitos Fundamentais X Limites orçamentários Em que pese as vedações constitucionais acerca da execução orçamentária, o STF consolidou o entendimento de que, em havendo colisão entre as disposições de finanças públicas com os direitos à saúde e educação por exemplo, estes último, por serem considerados direitos fundamentais, devem prevalecer. Portanto, ainda que os recursos disponíveis sejam escassos, entende o STF que o Poder Judiciário pode intervir, para o fim de satisfazer o “mínimo existencial” cujo fundamento está no princípio da dignidade da pessoa humana.
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Além disso entende-se que, entre reconhecer o interesse secundário do Estado, em matéria de finanças públicas, e o interesse fundamental da pessoa, que é o direito à vida, não haveria opção possível para o Judiciário, senão de dar primazia ao último. Em contrapartida ao “mínimo existencial” existe o que se denomina de reserva do possível também chamada de “reserva do financeiramente possível” ou ainda “reserva da consistência”. Nasceu na Alemanha, com o julgamento do caso “Numerus Clausus I”, julgado pelo Tribunal Constitucional da Alemanha, pois em 1960, no qual firmou-se o posicionamento de que o indivíduo somente poderá requerer do Estado prestação que seja no limite do razoável.
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Segundo essa doutrina, as prestações materiais por parte do Poder Público está sujeita à condição de disponibilidade dos respectivos recursos. Nesse entender, a decisão sobre a disponibilidade, ou não, desses recursos, é discricionária, governamental e parlamentar, através da composição dos orçamentos públicos.
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-Vedações Orçamentárias (art. 167, CF) 1) Vedações relacionadas a execução orçamentária Art. 167. São vedados: I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei
orçamentária anual; V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem
prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
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VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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2) Vedações relacionadas a discriminação de receitas e despesas
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde,
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para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. ****