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10 | internacional Janeiro 2011 Folha Universal O astrónomo ame- ricano de origem britânica Brian Marsden, reconhecido Morreu o astrónomo Brian Marsden, caçador de cometas mundialmente por seu ta- lento de caçador de cometas e por ter contribuído para degradar Plutão ao ranking Nos estados unidos C elebra-se a 10 de De- zembro, o Dia In- ternacional dos Di- reitos Humanos, data em que foi aprovada, em 1948, pela Assembleia-geral das Nações Unidas, a Declaração Uni- versal dos Direitos Humanos. Por ser o primeiro docu- mento internacional que afirma a universalidade dos direitos fundamentais e a igualdade entre todos os se- res humanos. É um marco para a protecção e respeito dos direitos humanos. Ela foi instituída em res- posta à barbárie praticada pelo nazismo contra judeus, comunistas, ciganos e ho- mossexuais e também as bombas atómicas lançadas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagazaki (Ja- pão), matando milhares de inocentes. Os direitos humanos são os direitos e liberdades bási- EFEMÉRIDE DEZ de Dezembro Dia Internacional dos Direitos Humanos de planeta anão, morreu no dia 18 de Novembro, aos 73 anos, anunciou nesta terça- feira o Centro Harvard- Smithsonian de Astrofísica. “Brian era um dos astróno- mos mais ouvidos do século XX, sem nenhuma dúvida”, destacou Charles Alcock, di- rector deste centro ligado à Universidade Harvard (Mas- sachusetts, nordeste). Brian Marsden era especialista em mecânica celeste e astrome- tria. Possuía dons particula- res para encontrar cometas e asteróides que se acreditava perdidos. Previu a volta do cometa Swift-Tuttle, que originou o célebre espectáculo de estrelas cadentes, as Per- seidas, em Agosto passado. Numerosos outros cometas foram objecto de seus cál- culos, como o Ikeya-Zhang em 2002. Em 1978, Brian Marsden foi para a direcção do Minor Planet Center (MPC), o organismo oficial da União Astronómica In- ternacional – encarregado de colher dados de observa- ção de asteróides e cometas. Demitiu-se em 2006, no mesmo dia em que anunciou a desclassificação de Plutão, permanecendo como direc- tor honorário até sua mor- te. O astrónomo, vítima de uma longa doença, foi tam- bém vice-director do Cen- tro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, de 1987 a 2003. Nascido em 5 de Agosto de 1937 em Cambridge, Inglaterra, Brian Marsden era diplomado em mate- mática pela Universidade de Oxford (Grã-Breta- nha) e possuía um douto- rado na Universidade Yale (Connecticut, nordeste americano). cos de todos os seres huma- nos. O conceito de direitos humanos tem a ideia tam- bém de liberdade de pen- samento e de expressão, e a igualdade perante a lei. Segundo o documento (De- claração Universal dos Direi- tos Humanos da Organização das Nações Unidas), todos os seres humanos nascem li- vres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de ra- zão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. Eis alguns direitos previs- tos na Declaração Universal dos Direitos Humanos: - Direito à vida. -Direito a não ser submeti- do a tortura nem a penas ou tratamentos desumanos ou degradantes. – Direito a não ser mantido em escravidão ou servidão, nem constrangido a realizar traba- lho forçado ou obrigatório. - Direito à liberdade e se- gurança, não podendo ser privado da sua liberdade a não ser nos casos e nos ter- mos previstos na Convenção. - Direito a um processo equitativo, designadamen- te, a que a sua queixa seja examinada por um tribunal independente e imparcial, num prazo razoável e com julgamento público. - Direito a não ser condena- do por acto que não cons- tituísse uma infracção no momento em que foi come- tido ou a sofrer pena mais grave do que a aplicável no momento em que a infrac- ção foi cometida. - Direito ao respeito da vida privada, do domicílio e da correspondência. - Direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião. - Direito à liberdade de reunião e de associação, in- cluindo o direito de fundar ou de se filiar em sindicatos. - Direito ao respeito dos seus bens. - Direito à instrução e direi- to dos pais a que a educação e o ensino dos seus filhos respeitem as suas convicções religiosas e filosóficas. - Direito a eleições livres. - Direito a não poder ser priva- do de liberdade por não cum- prir uma obrigação contratual. -Direito de circulação no ter- ritório do Estado e de escolher livremente a sua residência. - Direito a não ser expulso do território do Estado de que é cidadão e de não ser priva- do de entrar nesse território. - Direito à existência de um recurso, perante as ins- tâncias nacionais, de actos violadores dos direitos e liberdades reconhecidos na Convenção, quer esses actos sejam da responsabilidade de particulares quer do Estado.

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Janeiro 2011 privada, do domicílio e da correspondência. - Direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião. -Direito a não ser submeti- do a tortura nem a penas ou tratamentos desumanos ou degradantes. - Direito a um processo equitativo, designadamen- te, a que a sua queixa seja examinada por um tribunal independente e imparcial, num prazo razoável e com julgamento público. - Direito ao respeito da vida - Direito à vida. – Direito a não ser mantido em

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10 | internacionalJaneiro 2011

Folha Universal

O astrónomo ame-ricano de origem br itân ica Br ian

Ma r sden , reconhec ido

Morreu o astrónomo Brian Marsden, caçador de cometas

mundialmente por seu ta-lento de caçador de cometas e por ter contribuído para degradar Plutão ao ranking

Nos estados unidos

C elebra-se a 10 de De-zembro, o Dia In-ternacional dos Di-

reitos Humanos, data em que foi aprovada, em 1948, pela Assembleia-geral das Nações Unidas, a Declaração Uni-versal dos Direitos Humanos.

Por ser o primeiro docu-mento internacional que afirma a universalidade dos direitos fundamentais e a igualdade entre todos os se-res humanos. É um marco para a protecção e respeito dos direitos humanos.

Ela foi instituída em res-posta à barbárie praticada pelo nazismo contra judeus, comunistas, ciganos e ho-mossexuais e também as bombas atómicas lançadas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagazaki ( Ja-pão), matando milhares de inocentes.

Os direitos humanos são os direitos e liberdades bási-

EFEMÉRIDE

DEZ de Dezembro Dia Internacionaldos Direitos Humanos

de planeta anão, morreu no dia 18 de Novembro, aos 73 anos, anunciou nesta terça-feira o Centro Harvard-

Smithsonian de Astrofísica.“Brian era um dos astróno-

mos mais ouvidos do século XX, sem nenhuma dúvida”, destacou Charles Alcock, di-rector deste centro ligado à Universidade Harvard (Mas-sachusetts, nordeste). Brian Marsden era especialista em mecânica celeste e astrome-tria. Possuía dons particula-res para encontrar cometas e asteróides que se acreditava perdidos.

Previu a volta do cometa Swift-Tuttle, que originou o célebre espectáculo de estrelas cadentes, as Per-seidas, em Agosto passado. Numerosos outros cometas foram objecto de seus cál-culos, como o Ikeya-Zhang em 2002. Em 1978, Brian Marsden foi para a direcção do Minor Planet Center

(MPC), o organismo oficial da União Astronómica In-ternacional – encarregado de colher dados de observa-ção de asteróides e cometas.

Demitiu-se em 2006, no mesmo dia em que anunciou a desclassificação de Plutão, permanecendo como direc-tor honorário até sua mor-te. O astrónomo, vítima de uma longa doença, foi tam-bém vice-director do Cen-tro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, de 1987 a 2003.

Nascido em 5 de Agosto de 1937 em Cambridge, Inglaterra, Brian Marsden era diplomado em mate-mática pela Universidade de Ox ford (Grã-Breta-nha) e possuía um douto-rado na Universidade Yale (Connect icut , nordeste americano).

cos de todos os seres huma-nos. O conceito de direitos humanos tem a ideia tam-bém de liberdade de pen-samento e de expressão, e a igualdade perante a lei.

Segundo o documento (De-claração Universal dos Direi-tos Humanos da Organização das Nações Unidas), todos os seres humanos nascem li-vres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de ra-zão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Eis alguns direitos previs-tos na Declaração Universal dos Direitos Humanos:

- Direito à vida.

-Direito a não ser submeti-do a tortura nem a penas ou tratamentos desumanos ou degradantes.

– Direito a não ser mantido em

escravidão ou servidão, nem constrangido a realizar traba-lho forçado ou obrigatório.

- Direito à liberdade e se-gurança, não podendo ser privado da sua liberdade a não ser nos casos e nos ter-mos previstos na Convenção. - Direito a um processo equitativo, designadamen-te, a que a sua queixa seja examinada por um tribunal independente e imparcial, num prazo razoável e com julgamento público. - Direito a não ser condena-do por acto que não cons-tituísse uma infracção no momento em que foi come-tido ou a sofrer pena mais grave do que a aplicável no momento em que a infrac-ção foi cometida.

- Direito ao respeito da vida

privada, do domicílio e da correspondência. - Direito à l iberdade de pensamento, de consciência e de religião. - Direito à l iberdade de reunião e de associação, in-cluindo o direito de fundar ou de se filiar em sindicatos. - Direito ao respeito dos seus bens. - Direito à instrução e direi-to dos pais a que a educação e o ensino dos seus f ilhos respeitem as suas convicções religiosas e filosóficas. - Direito a eleições livres.

- Direito a não poder ser priva-do de liberdade por não cum-prir uma obrigação contratual. -Direito de circulação no ter-ritório do Estado e de escolher livremente a sua residência. - Direito a não ser expulso do território do Estado de que é cidadão e de não ser priva-do de entrar nesse território. - Direito à existência de um recurso, perante as ins-tâncias nacionais, de actos violadores dos direitos e liberdades reconhecidos na Convenção, quer esses actos sejam da responsabilidade de particulares quer do Estado.

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| 11desportoJaneiro 2011

Folha Universal

Q uem teve a sua vida, positi-vamente ocupada, ao atingir o final de ano, geralmente

exclama “o ano não custou a passar, já estamos nos últimos dias do ano?!”.

“Já?! parece ter sido ontem, que come-moramos a transição do ano anterior”.

O que acontece é que o mundo evoluiu de forma acelerada. A Tec-nologia e muitos dos nossos equi-pamentos electrodoméstico facili-taram, sobremaneira a nossa vida, Hoje, mais do que outrora, conse-guimos nos desdobrar para muitas tarefas. Isso dá-nos a sensação de que tudo é mais rápido.

Os transportes levam-nos aos lo-cais mais longínquos. Com os “can-dongueiros” a “furarem”, mesmo quando o engarrafamento é “pesa-do”, no caso de não termos trans-porte pessoal. Tudo ficou mais rápi-do e ágil. Nós globalizamos.

Esse apontamento serve para aler-tar os dirigentes desportivos ango-lanos, que a próxima COPA DO NUMDO FIFA BRASIL 2014 está aí “num piscar de olhos”.

É preciso “fazer os trabalhos de casa” agora. Para que a selecção angolana, possa atingir um lugar “na maior montra do futebol mundial” bem como venha ter um bom desempenho.

urgente definir a filosofia do fute-bol de Angola. Tracemos objectivos claros e nos liguemos ao destino. Esse tem de ser de vitórias.

Acordem! o próximo mundiAl de futebol está Aí “num piscAr de olhos”

Repare que um dos nossos pro-vérbios em línguas nacionais, Ki-kongo, assinala “o morto enterra-se a noite”, o que quer dizer, que as várias comissões digitadas para que o falecido tenha um enterro con-

digno, devem funcionar, sem falhas.Exemplif iquemos: os que fazem

o registo de óbito no Cartório do Registo Civil, os que tratam do es-paço no cemitério, os indigitados na compra do caixão, etc., etc. Não adianta apenas chorar de dor, pela perda do nosso ente-querido.

Veja um exemplo concreto de como se planifica o futuro: “a FIFA cogita adiar para Julho o início da Copa de 2014” lê-se numa notícia da REUTEUR.

Leia o despacho noticioso na ín-tegra: “A Fifa cogita adiar para Julho o início da Copa de 2014, no Brasil, como medida para melhorar o rendi-mento dos atletas e incentivar jogos melhores, segundo uma fonte ouvida pela agência “Reuters”.

Começar o Mundial algumas se-manas mais tarde permitiria aos jo-gadores das ligas europeias um pe-ríodo maior de descanso depois do término da temporada.

O presidente da FIFA, Joseph Blatter, anunciou que vai criar uma força-tarefa com o objectivo de tor-nar as Copas mais atraentes. A deci-

são de Blatter foi anunciada depois que diversos jogadores importantes, incluindo Wayne Rooney, Cristia-no Ronaldo e Didier Drogba, tive-ram autuações apagadas na Copa do Mundo da África do Sul deste ano.

A FIFA também ficou desconten-te com as estratégias defensivas de várias equipes na primeira fase do Mundial, que resultaram em muitos jogos desanimados. Blatter disse que gostaria de ter soluções para essas questões antes da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

Blatter disse em Outubro que o medo de uma derrota nos primeiros jogos da Copa levou muitos países a jogarem excessivamente na defe-sa, o que prejudicou a qualidade do futebol exibido nas rodadas iniciais do Mundial

“Ninguém quer perder esses jogos (da primeira rodada). Tivemos cinco ou seis empates na África do Sul, en-tão vamos ver como podemos tornar o futebol mais atractivo”, disse ele após uma reunião do comité executivo da FIFA durante o Mundial.

Então! É hora de nos mexermos.

DANIEL SILVA [email protected]

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entrevistaJaneiro 2011

Folha Universal12 |Bonga, um nome sonante do nosso modus vivendi!

DIAS DOS SANTOS [email protected]

Continuação da edição anterior

Folha Universal – O semba tem estado a sofrer melhorias técnicas com novas sonorida-des e o Bonga mantém-se fiel às raízes. Como é que explica esse fenómeno?

Bonga – Explico pela vivência dos primeiros 23 anos, que era o tempo co-lonial, período caracterizado pela resis-tência e oposição ao sistema, fazendo de mim o artista que sou hoje, que sempre se empenhou na recolha, no acompa-nhamento, na ligação com os nossos mais velhos, que eram grandes enciclo-pédias de informação, coisa que já não existe hoje – temos que dizer. Por con-seguinte viver lá fora, onde ainda há preconceito, contribuiu para a sua dimi-nuição. Por isso é que me acompanho com a dikanza, com o hungo, o kissanje e o batuque, a enfim, a tónica funda-mental da cadência rítmica que é o con-certo, faz de mim um artista singular.

FU – Pelos espectáculos que faz pelo mundo nota-se também que o semba é bastante viajado. Tem porém menos força que o kuduro. Não o assusta o ascen-dente desta corrente artística?

B – Não, de maneira nenhuma. O tango está vivo na Argentina! Mes-mo com outras tónicas modernas, do rithm and blues. O samba brasilei-ro está em força, mesmo existindo os oloduns, o samba reggae, o trio eléctrico, etc. Não podemos de forma nenhuma enveredar por este tipo de pensamento porque vai criar divergên-cias entre nós. O semba tem o seu lugar, a sua história, a sua pulsação, os seus adeptos. Não vamos de for-ma nenhuma estar a fazer competi-ções. Desgraçado de mim que fizesse hoje em dia competição com o kuduro. Que brincadeira é esta? Eu nem se-quer estaria a ser o kota que sou, de referência, a todos esses miúdos, que mesmo fazendo kuduro, me procuram para cantar semba! Imagine!

FU – Já agora diga-nos uma

coisa: como é que compõe as suas canções? Quem é o seu precioso auxiliar na concepção melódica?

B – Sou eu mesmo. Tenho um ins-trumento melódico que eu “gratino”, nas minhas composições, que é a nga-eta. Este é o meu precioso auxiliar.

Mas é preciso informar,

Normalmente é dado a um intelectual dizer que faz poesia. Esquecem-se dos letristas das músicas, que são poemas de parte inteira. Por conseguinte aí é preciso não termos complexos. Se há coisa que eu afastei, são os complexos.

FU – Como é que podemos en-

tender a sua carreira, depois do lançamento do álbum Angola 72?

B – Nesta altura ninguém pensa que o Bonga vai ser artista, - nem mesmo eu. O certo é que foi o Ango-la 72, que despoletou tudo e me ca-tapultou para os palcos do mundo. E daí nunca mais parei.

Este disco foi essencialmente político e de informação. Depois daí, tive de continuar a carreira porque houve in-centivos. Apareceu muita gente – na-cionais e estrangeiros – a encorajar, dizendo-me que você tem uma linda voz. “Essa voz rouca aí, cuidado”...

FU – Não quer explicar como é que deu os primeiros passos para a gravação. Não há segre-dos, pois não?

B – Não há segredo nenhum. Os primeiros passos são dados porque al-guém proporciona as aberturas para as gravações; os espectáculos vão sur-gindo, os contactos, etc. etc.

FU – Portanto, isso foi com músicos estrangeiros?

B – Foi com os meus amigos, que tocavam instrumentos. O Sebastião Rocha do Prado, o Humberto Betten-court e o angolano Mário Rui Silva.

FU – Afinal são quase quatro

décadas de canções de diver-sas índoles que marcam etapas de uma bem sucedida carreira artística. Como resiste ao am-biente pouco receptivo da músi-ca africana, como é o europeu?

B – Damos neles, como dizem os outros. Damos-lhes música! Efecti-vamente foi um pouco complicado no princípio, mas o que é certo é que é lá onde trabalhamos. É de lá que nós vive-mos. Estou a falar de mim, profissional com 38 anos de carreira profissional. Vivo essencialmente da música. Não faço outra coisa. Com isso quero dizer que é lá na Europa, que eu trabalho...

Agora pergunto aos artistas que estão cá na terra: onde é que estão os locais de trabalho para assumir os profissionais?

Para venderem os seus discos nas lojas, com impacto, e, sobretudo para terem as casas, as boites, os cabarets, as salas de concerto? As salas de con-

certos são necessárias. E é lá no es-trangeiro que nós – mesmo com o pre-conceito, com o racismo se quisermos, e com algumas portas fechadas, con-seguimos abrir essas portas – impor-mo-nos, como o fizeram nomes como Manu Dibango, Salif Keita, Cesária Évora, no tempo da Miriam Makeba – eu também estava lá - , faço parte desta plêiade de artistas que vingou no mundo da música!

FU – Há artistas de vários países que interpretaram temas seus. En-tre eles o Martinho da Vila, Alcio-ne, Elza Soares e Mariza Monte e os Vaya con Dios e o guitarrista chileno Fernando Gonzalez. Não quer fazer um retrato de todo este aproveitamento da sua obra?

B – Isso é bom! É salutar. Valoriza o nosso esforço. Eu louvo isso e estou disponível para dar outros contributos. Isso representa mais valia para a nossa obra, e automaticamente serve para ca-tapultar Angola para outros patamares.

FU– Sente-se recompensado por isso?

B - Tremendamente. Pela amizade que fica, pelo conhecimento, pelo rela-cionamento artístico e cultural, etc.

FU - E isso tem-no ajudado nos seus espectáculos?

B – Claro, os contactos, os convites,

isso é bom, as portas que se abrem.

FU – E qual é o país do mun-do, que o marcou em termos artísticos?

B - Eu acho que foi a França, es-pecificamente, Paris. A França tem esse privilégio, de relacionamento com a francofonia (os livros que saem de França, os quadros de artes plásticas, que se vendem, os discos, a música que se faz aí, as actividades artísti-cas em todo o território francês, isso é óptimo. É a França, aliás que reedita uma data de discos do Bonga).

FU – Já que falou de França e de Paris, nomeadamente, há uma canção africana muito co-nhecida que interpretou com Manu Dibango, que dizem ser das melhores conseguidas até hoje. O Yarabi ouve-se pouco na Lusofonia. Já pensou integrá-la num dos seus trabalhos pessoais?

B – Não sei! Porque o produtor ainda não se interessou com isso. A gente quando tem uma casa de discos, tem contratos assinados, há toda uma engrenagem a levar a cabo, mas isso ainda não se pensou. Essa como ou-tras músicas. Músicas para filmes por exemplo, foram feitas especificamen-te para determinados filmes, também ainda não se pensou nisso...

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cultura | 13Janeiro 2011

Folha Universal

o museu do dundoO museu dO dundO recentemente reabilitadO, é um cartãO de visita da regiãO

O emblemático Mu-seu do Dundo foi criado em 1936.

Teve como f ina l idade,

aquando da aber tura de suas portas, de estudar a área cultural, as populações lunda-tchokwe e os povos circunvizinhos.

Com os trabalhos da sua implantação conduzidos

pelo etnólogo José Redinha, a construção do edif ício central do museu foi inicia-da em 1942, tendo sido so-mente finalizada em 1948.

Congrega áreas de etno-grafia, história natural, ar-

queologia e paleontologia. Possui 14 salas de exposição, sendo 12 permanentes, uma de folclore e outra de ex-posições temporárias. Com uma colecção etnográfica de cerca de 10 mil peças, já foi considerado um dos maiores a sul do Saara.

Estão publicados diver-sos trabalhos de pesquisa da região lunda-tchokwe, rea-lizados por diversos inves-

tigadores de renome, como Luoise Bastin, Manuel La-ranjeira, Henri Breuil e José Redinha.

Hoje o edifício do museu está completamente reabili-tado, e reaberto ao publico. A Lunda-Norte brilha não somente com os diamantes que são extraídos das suas entranhas, mas também com essa estrutura histórica e cultural.

Você pode ter férias bem passadas

E s t ad ia s longa s ou cur ta s podem ser providenciadas, na

Áfr ica do Sul, quer para quem se desloca para àquele país africano em tratamento médico quer para quem de-seja desfrutar as “suas mere-cidas férias”, por intermédio da empresa BIzafrika Guest Lodge.

Segundo George Troisser a referida empresa, integra o grupo “BOABOA” Comér-cio e Indústria Lda., com 25 trabalhadores efectivos.

Ela “Bizafrika” funciona como um escritório de faci-litação, cujo objectivo cen-tral é “ajudar as pessoas”. Ela oferece aos seus clientes “pacotes” especiais aos usuá-rios dos seus serviços: “espe-cial de Saúde” e Promoção de férias.

Ref iramo-nos ao “Es-pecial de Saúde”, a oferta

inclui: cinco (5) dias com bufe de pequeno almoço, viagem Luanda-Durban/SA-Luanda, Transporte de/

ao Aeroporto, transporte a/de Clínica privada Hillcrest, inclusivo de: Check up de Saúde Geral, electrocardio-

grama-sob carga/sob des-canso, check up Ginecolo-gia, teste de funcionamento dos pulmões, teste de gli-

cemia, arranjar serviços de tradução em caso de neces-sidade bem como organizar consultas com especialistas médicos.

Inclusive, um passeio de um dia para o Shopping – Center “PAVILLION”, tudo isso ao equivalente 1.950 USD (dólares).

No tocante a “Promoção de fér ias”, aquela unida-de de prestação de servi-ços, oferece: cinco dias no seu complexo, voo Luan-da-Durban/SA-Luanda, transporte de/ao aeropor-to, bufe de pequeno a l-moço, passeio de um dia à pra ia de Durban e ao Parque Oceânico “USHA MARINE WORLD” (in-gresso ao parque não está incluído), passeio de um d ia ao “SHOPPING – CENTER PAVILLION”, e s se “pa co te” f ica 1650 USD por pessoa, e, ou, 1500 USD p/pessoa num quarto duplo.

Cape Town, África do Sul

Exterior do edifício do museu etnográfico do Dundo na Lunda-Norte

DINIS BUNDO [email protected]

DANIEL SILVA [email protected]

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Os românticos laços estão de volta

14 | olhar femininoJaneiro 2011

Folha Universal

Os românticos laços estão de volta

Os Laços estão na moda !!!!

Laços pequenos ou grandes vão invadir os nossos guarda-roupas no verão 2011, e aparecem em cintos, sapatos, pulseiras, bolsas, broches... Os laços transmitem

feminilidade, deixando tudo com um ar romântico e charmoso no maior estilo LadyLike.

A s tendências de moda para a primavera/verão de 2010/2011, trazem laços

para todos os gostos e ocasiões, uns sofisticados, outros delicados ou ain-da irreverentes, os laços chegam para conquistar. Serão usados todo o ano e não só como tendência de verão.

Onde usar os laços da moda:* Laços em blusas, vestidos e prin-

cipalmente em sapatos. Sapatos chi-ques, elegantes e casuais não vão dis-pensar os românticos laçarotes. Mas os laços também podem ser coloca-dos ao pescoço, na cintura, cabelos, principalmente em bandoletes, nos ombros, ou ao fundo das costas, dan-do um look glamuroso e romântico.

* São excelentes para marcar a

cintura, através de faixas de teci-dos finalizadas com laçarotes.

* Nas carteiras, bolsas, pulseiras e broches, os laços transformam-se em detalhes românticos.

* Saias, calças e shorts, são ou-tras peças de roupa onde se en-contrarão laços.

Lisos, estampados, coloridos ou neutros os laços, trazem de volta à moda a feminilidade, realçando a faceta elegante a glamurosa da mulher moderna.

Portanto, como se pretende an-dar na moda, os laços são uma op-ção para qualquer ocasião. Use e abuse de laços, lacinhos e laçarotes, vai ficar um espanto e muito gla-murosa ! Divirta-se com a moda beleza e com as suas tendências.

Vale a pena investir nesses ele-mentos para compor os looks para suas festas de f inal de ano 2010, afinal de contas uma mulher mo-derna tem de mostrar que está atenta às últimas tendências da moda. Tenha em atençao, ape-nas, às porporções dos laços que devem der adequadas ao restante look. O Verão 2011 está pontuado por muito romantismo, tendência observada em todas as passarelas.

Aposte nessa tendência

Os chaveiros no formato de laços se tornaram um dos itens mais desejados. Super coloridos, são os queridinhos da estação.

Tend

ênci

as

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| 15saúde Janeiro 2011

Folha Universal

A exposição cumulAtivA A rAdiAção ultrAvioletA pode cAusAr câncer dA pele O clima trOpical, a grande quantidade de praias, a ideia de beleza assOciada aO brOnzea-mentO, principalmente entre Os jOvens, e O trabalhO rural, favOrece a expOsiçãO excessiva à radiaçãO sOlar, acausandO O surgimentO de tumOres e manchas de cOr negra na super-fície da pele em súmula “câncer de pele”

A radiação ultravioleta é apontada como a principal causadora

do carcinoma basocecular “câncer de pele”, embora haja outros elementos causadores como; radiação ionizante, exposição ao arsénio, irrita-ção crónica etc. sublinhou, em entrevista à Folha Uni-versal, o medico Fernando de Amaral, quadro do Cen-tro Nacional de ontológico.

Segundo ele, a carcino-ma basocelular, é um tumor maligno epitelial ou glan-dular, que tende a invadir tecidos circuncidantes, ori-ginando metáteses que se resume em câncer de pele.

A pele é o maior órgão do corpo humano, disse o me-dico, está dividida em duas camadas: uma externa com o nome de epiderme, e ou-tra camada interna, chama-da de derme.

Ela tem a função de pro-teger o corpo contra o ca-lor, à luz e as infecções. É também responsável pela regulação da temperatura do corpo, bem como pela reserva de água, vitamina D e gordura, ressaltou.

DINIS BUNDO [email protected]

Assegurou que, pessoas de pele clara, cabelos loiros ou ruivos e olhos claros mos-tram maior factor de risco de desenvolver a doença, em contraste com as pessoas de pele negra, a estes normal-mente manifestam-se nas regiões palmares e planta-res, ou seja, nas palmas das mãos e nos pés.

São susceptíveis de con-traí-la qualquer indivíduo a partir dos 22 anos, rara-mente as crianças contra-em, com excepção daque-las que apresentam doenças cutânea prévias.

A região frontal quer do rosto e quer do pescoço são as que a carcinoma exerce a sua ação a 60%. Ela ge-ralmente é identificada por pequenas feridas ou cica-trizes, nelas podem, even-tualmente, se formar valos dilatados.

As províncias de Luanda, Benguela e Namíbia são as que mais casos apresenta-ram, nos últimos 10 anos, por se tratar de províncias dominadas por clima va-riável ora quente ora frio, precisou. O câncer mais frequente no nosso país é carcinoma basocelular, car-cinoma epidermóide.

O s t u more s d e p e l e –acresceu - geralmente têm um longo tempo de encu-bação entre o seu apareci-mento e a sua disseminação, propiciando a aplicação de um exame que o detecte ainda numa fase curável.

A forma mais ef icaz de se prevenir do câncer de pele tipo melanoma, é não se expor ao sol das 10 às 16 horas, ou ainda pautar pela utilização de roupas de al-godão de mangas e calças ao invés de calções, uso de chapéu ao se expor ao sol, usar protector solar como fator de protecção adequado para o seu tipo de pele.

Quanto às pessoas de pele clara, o Dr. Fernando acon-selha, ao se exporem ao sol deverão sempre recorrer ao bronzeador, esta prática aju-da a prevenir a penetração das radiações ultravioletas e queimaduras de pele, ou até mesmo o surgimento dos tumores de pele.

Aconselha igualmente as vitimas do câncer de pele, a procurarem médicos espe-cialistas para exames, evitan-do o agravamento das lesões que podem ser mortíferos, caso não se dê o tratamen-to medico devido, rematou.

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