filosofia do direito gregos ao medievo

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Filosofia do Direito: gregos, romanos e teocentrismo medieval Luci Bonini

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Aula de Filosofia do Direito - Curso de Direito da Universidade de Mogi das Cruzes

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Page 1: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Filosofia do Direito: gregos, romanos e teocentrismo medieval

Luci Bonini

Page 2: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Sumário

• Pré socráticos

• Sofistas

• Sócrates

• Platão

• Aristóteles

• Cícero

• Cristo

• Santo Agostinho

• São Tomás de Aquino

Page 3: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Pré Socráticos

Os pré-socráticos são filósofos que viveram na Grécia Antiga e nas suas colônias. Assim são chamados, pois são os que vieram antes de Sócrates, considerado um divisor de águas na filosofia. Muito pouco de suas obras está disponível, restando apenas fragmentos.

Page 4: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Uma sociedade racionalizada

• A Grécia entre os séculos VII e V a.C era uma sociedade justa, livre de preconceitos e democrata......?????? ERA?????

• Na verdade democracia era um equilíbrio entre as diferentes camadas sociais

Page 5: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

A escrita

• Entre os gregos ela é de domínio comum ideologicamente isso poderia significar que todos tinham acesso ao conhecimento, à ampla difusão das ideias

• Não há sacerdotes que tenham monopólio de livros sagrados, por exemplo

Page 6: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

A religião

• É frágil os deuses têm características humanas e pouco servem para inspirar um pensamento religioso

Page 7: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Antes de Sócrates

• Homero = Ilíada e Odisseia – narrativas épicas que mostravam as guerras entre gregos e outras cidades estados

– Ilíada narra a guerra de Tróia (Ílion em grego)

– Odisséia narra as viagens de Ulisses

Page 8: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Péricles (c. 495/492 a.C.–429 a.C.)

• Justiça é a realização palpável da atividade humana

– O homem é responsável pelo seu destino

– A vontade humana deve conter o desejo de ser bom

Page 9: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Anaximandro (610 - 547 a.C.)

• Há uma lei que governa o cosmos (kosmos)

– Isso nos dá certeza e regularidade

– O Universo se governa pelo equilíbrio das forças contrárias ( ódio/amor; quente/frio; justo/injusto)

Page 10: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Heráclito de Éfeso (aprox. 540 a.C. - 470 a.C.)

• A todos os homens é compartilhado o conhecer-se a si mesmpo e pensar sensatamente

• A lei serve à cidade: deve ser re´peitada e conservada para a manutenção da ordem

Page 11: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Demócrito (cerca de 460 a.C. - 370 a.C.)

• Inimigo não é quem comete injustiça, mas o que quer cometê-la

• Não por medo, mas por dever, evitai os erros

Page 12: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Sofistas I (século IV a.C)

• Protágoras o mais célebre advogado da relatividade de valores

– O que é bom para A pode ser mau para B

– O que é Bom para A em certas circunstâncias pode ser mau para ele em outras

– O que está na Lei é o que está dito pelo legislador, e esse é o começo, o meio e o fim de toda justiça.

Page 13: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Sofistas II

• Houve um avanço significativo na importância da oratória, da argumentação

• Se a lei é relativa, se ela se esvai com o tempo, se é modificada ou substituída por outra posterior, então com ela se encaminha também a justiça.

Page 14: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

• "Protágoras obrigou-se a ensinar a lei a Euatlo, combinando com este um determinado preço que só seria pago quando o aluno vencesse o seu primeiro caso. Concluída a formação acordada, Euatlo absteve-se de acompanhar qualquer processo e o impaciente Protágoras demandou-o judicialmente para que lhe fosse pago o que entendia ser devido. Raciocinou assim: se ganhasse, Euatloteria de pagar o valor acordado; se perdesse, então Euatloteria ganho o seu primeiro caso e ficava obrigado a pagar nos termos do contrato. Mas não foi este o raciocínio de Euatlo: argumentava este que se Protágoras ganhasse ele não seria obrigado a qualquer pagamento, porque só a tal seria obrigado quando tivesse ganho o primeiro caso; caso Protágoras perdesse também não pagaria, porque o tribunal decidira que ele nada tinha a pagar. Qual dos dois teria razão?"

Page 15: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Sócrates (469-399 a.C.)

• O pensamento socrático é profundamente ético

–Conhece-te a ti mesmo

• Verdade, justiça e virtude devem ser buscadas para um fim maior (post mortem)

Page 16: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

• Leis preceitos de obediência incontornável, instrumento de coesão social que visa à realização do Bem Comum

• O foro interior e individual deveria submeter-se ao exterior em benefício da coletividade

Page 17: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Platão (427-347 a.C.)

alma

corpo

Page 18: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

alma• Diferencia os homens dos outros animais

• É imortal

alma• Aproxima dos deuses

• Pensa, critica, imagina, raciocina

alma• Cultiva as virtudes

• Domínio das paixões mundanas

Page 19: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Corpo

O modus vivendivirtuoso faz o homem

obter o favor dos deuses

Page 20: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Ordem e Política

• Necessária

– para a realização da justiça

– Para o convívio social

• República (res –coisa; publica – de todos)

• Politeia – a constituição é o instrumento da justiça

• O estado ideal deve ser liderado por um filósofo

Page 21: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Tipos de Estado

• Timocracia(de timé, que significa honra) é uma forma introduzida por Platão para designar a transição entre a constituição ideal e as três formas más tradicionais (oligarquia, democracia e tirania)

• Oligarquia (do grego ολιγαρχία, de oligoi, poucos, e arche, governo) significa, literalmente, governo de poucos. No entanto, como

• Aristocracia significa, também, governo de poucos -porém, os melhores -, tem-se, por oligarquia, o governo de poucos em benefício próprio, com amparo na riqueza pecuniária.

Page 22: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

• Democracia é um regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos

• Monarquia é uma forma de governo em que um indivíduo governa como chefe de Estado, geralmente de maneira vitalícia ou até sua abdicação, e "é totalmente separado de todos os outros membros do Estado“

• Tirania: É caracterizada pelas ameaças às liberdades individuais e coletivas. É representada por políticos que não tendo mais o poder de matar ou mesmo prender o opositor, preferem usar métodos substituindo como processos judiciais por calúnia e difamação, compra da imprensa e dos órgãos de informação.

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Paidéia (Educação em Platão)O mito da Caverna

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Page 26: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Aristóteles (384-322 a.C.)

Justiça VirtudeÉtica ciência

que investiga o que é justo e injusto

Page 27: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

A Lei

É uma prescrição de caráter genérico que a todos vincula, então seu fim é a realização do Bem da Comunidade

A função do legislador é diretiva

Aquele que contraria a lei contraria a todos, uma vez que todos são protegidos ou beneficiados por ela

Page 28: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

DIREITO DOS CIDADÃOS

JUSTO PARTICULAR Direito e obrigações em face à legislação

AS SANÇÕES

JUSTIÇA REPARATIVAO sujeito ativo de uma injustiça cumpre pena sujeito passivo vê-se ressarcido

DINHEIRO

JUSTO COMUTATIVO Torna os bens mensuráveis

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Page 30: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

JUSTO POLÍTICO X JUSTO FAMILIAR

POLISISONOMIA

Família pai senhor

Filho: regime monárquico

Escravo: regime tirânico

Page 31: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Família

• Mulheres e escravos não se aplica a justiça pública para eles não vige a lei

• As mulheres cuidam da organização do lar, da educação das crianças, gerencia os negócio familiares, cuidam da subsistência dos filhos e da família gérmen da vida política

Page 32: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

• Depende do tempo e da cultura de cada povo

• É estanque a realidade da práxis é mutante

Justo Legal (político)

• Caráter universal

• Encontra respaldo na natureza humana e não depende da vontade do legislador

Justo natural

O justo legal deve ser construído com base no justo natural

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Marcus Tulius Cícero (106 – 43 a.C)

Principais fontes do direito

Jurisprudência (iusrespondenti)

Editos dos magistrados, o costume, a legislação

Page 35: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

• Natureza: o bem e o mal na natureza nos leva à intuição da ética

• Das leis naturais surgem as leis humanas

• Direito na Natureza ela preexiste o homem

• É com o DIREITO que se realizam o ESTADO, a REPÚBLICA, o CIDADÃO e o HOMEM

• A REPÚBLICA PRESSUPÕE O DIREITO

– O DIREITO PRESSUPÕE AS LEIS

– LEIS PRESSUPÕEM LEIS NATURAIS

– LEIS NATURAIS PRESSUPÕEM DEUS

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Justiça Cristã

Page 38: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

PERDÃO

•Esquecimento das ofensas e dos males causados

Leis Humanas

•Específicas, perecíveis e circunstanciais

Lei Divina

•Universal, inexorável, perene, irrevogável

Page 39: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Livre arbítrioAtire a primeira

pedra.....

Benevolência, tolerância, caridade, compreensão, amor.....A justiça humana é transitória, por vezes uma usurpação do poder.....Se a lei humana mandar algo diverso da Lei Divina,é licito ao homem desobedecer à lei humana?

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Santo Agostinho

• Cristianizou Platão

– Fortalecimento do culto cristão

– Ascensão do poder eclesiástico

– Diluição da sociedade organizada

CORPOVIDA ATIVA

ANIMAVIDA

CONTEMPLATIVA, INTELECTUAL,DEDICAÇÃO A DEUS

Page 41: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Cidade de Deus

Lex aeterna – lei eterna

Cidade dos homens (maculada pelo pecado

original)

Lex temporalem – lei temporal

O que faz as leis humanas serem imperfeitas, corruptas, incorretas e até mesmo injustas éa pobreza de espírito dos homens

Page 42: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Livre arbítrio

• A vontade governa o homem

– Atua contra ou a favor a Lei divina

– Você pode escolhar entre matar e não matar....

• O Juízo Final mostrará quem usou o livre arbítrio de acordo com a Lei Divina

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São Tomás de Aquino (1225-1274)

Lei eterna• Promulgada por Deus

Lei natural• Insuficiente lei dos homens e animais

Lei comum a todas as gentes

Lei racional extraída da lei natural, comum somente aos homens, tornando concreto o que na natureza reside (o legislador positivou o que é dado pela natureza)al

Page 45: Filosofia Do Direito Gregos Ao Medievo

Direito

Natural

• Matrimônio – família o primeiro núcleo de convívio antes da sociedade

Direito Positivo

• Sentença do juiz é como uma lei particular

• Juízes estão aptos a realizar o juízo das pessoas

• Propriedade privada: legislador equilibra sua distribuição equitativa

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REFERÊNCIAS

• Abrão. Bernadete S. História da Filosofia, Nova Cultural. 2004

• Bittar E.C.B.; & Almeida, G.A. Curso de Filosofia do direito. Atlas. 2009

• Nunes. Rizzato. Manual de Introdução ao estudo do direito. Saraiva. 2002