filosofia da religião i

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PLANO DE AULA APOSTILADO Escola Superior de T eologia do Espírito Santo A presente apostila é o seguimento literal de um plano de aula, lecionado através de livros escritos pelos mais renomados e Autênticos professores de  T eologia do mundo contemp orâneo. Sistema de ensino: Open University  – Universidade aberta em Teologia FILOSOFIA DA RELIGIÃO I  A religião estudada à luz da flosofa A Escola Superior de Teologia do Esprito Santo – ESUTES, é amparada pelo disposto no parecer !"#$%% da &ES '&âmara de Ensino Superior( ) *E& + ensino superior distância é amparado pela lei %.-%"$% – Art/ 01 e é considerado um dos mais avan2ados sistemas de ensino da atualidade.  ___________________ ____________ ESUTES – Escola Superior de Teo logia do Espírito Santo 1

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 SU!RIO

INTRODU"ÃO A UA FILOSOFIA DA

RELIGIÃO ##################################################$%

O &UE 'RELIGIÃO ##################################################################################################$%

O &UE 'FILOSOFIA ################################################################################################()

O *ALOR DAFILOSOFIA ########################################################################################+%

DIS,IPLINAS DAFILOSOFIA ##################################################################################+)

FORAS DE ,ETI,ISO E SEUSARGUENTOS######################################################%-

ARGUENTOS ANTI.,'TI,OS ############################################################################ /)

  ,OO PODEOS,ON0E,ER1 ########################################################################### )(

,OO SÃO 2USTIFI,ADAS AS,REN"AS1 ######################################################### 3/

O RELA,IONAENTO ENTRE A F' E ARA4ÃO #################################################### -+

5I5LIOGRAFIA ######################################################################################################## 6)

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  1. INTRODUÇÃO A UMA FILOSOFIA DA RELIGIÃO

 A religião é estudada pela história, pela psicologia, pela fenomenologia, pela

psicanálise e pela sociologia. Todas essas ciências estudam metodicamente a consciência

religiosa concreta e suas múltiplas o!eti"asses na história. A filosofia da religião tenta

esclarecer a possiilidade e a essência formal da religião na e#istência humana. $m outras

pala"ras, estuda a consciência do homem e de sua auto compreensão a partir do asoluto

en%uanto ating&"el pela inteligência. A filosofia da religião é uma refle#ão reali'ada com a

única a!uda da ra'ão, sendo seu o!eto a religião e as condi()es em %ue esta é poss&"el.

*a mesma maneira %ue o ato filosófico não fundamenta a e#istência humana, mas

tenta esclarecê+la, assim tamém a filosofia da religião não fundamenta, nem in"enta a

religião, mas tenta esclarecê+la, ser"indo+se das e#igências propriamente filosóficas. A

filosofia da religião temática a aertura do homem para o mistério %ue o en"ol"e de maneira

positi"a, aceitando+o, ou de maneira negati"a, re!eitando+o. Temati'a, pois, a rela(ão do

homem com o santo ou luminoso no hori'onte da autocompreensão humana.

o!eto da filosofia da religião é a religião. -as pode a religião ser o!eto da

filosofia %ue se entende por religião %ue se entende por filosofia

1.1. O que é religião?

 A primeira "ista, pode+se pensar %ue todos saiam o %ue se significa com a pala"ra

religião e religioso. Tal"e' tal pressuposi(ão este!a certa en%uanto se refere /s

manifesta()es mais ostensi"as. -as %uando se trata de precisar logo surgem dificuldades

sem fim fi#ar limites entre o "erdadeiramente religioso e o puramente cultural, folclórico

social %ue, por e#emplo, entre nós, é da essência religiosa numa festa de primeira

comunhão, de um casamento na igre!a etc, e o %ue não 0e se trata de manifesta()es,

como descoriremos o %ue manifestam 0e compararmos o fenmeno religioso com o

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fenmeno social ou similar, podemos di'er %ue designamos a estrutura especial do homem

definida por sistema de rela()es com os outros homens. oder+se+ia descre"er o fenmeno

religioso como um mundo de estrutura estritamente relacional na religião, no fundo de toda

a situa(ão "erdadeiramente religiosa encontra+se a referência aos fundamentos últimos do

homem4 %uanto / origem, %uanto ao fim e %uanto / profundidade. prolema religioso toca

o homem em sua rai' ontológica. 5ão se trata de fenmeno superficial, mas implica a

pessoa como um todo. ode caracteri'ar+se o religioso como 'ona do sentido da pessoa.

$m outras pala"ras, a religião tem a "er com o sentido último da pessoa, da história e do

mundo.

ara orientar nossa refle#ão filosófica precisamos, desde !á, determinar melhor o

o!eto "isado. *esde a Antiguidade, por religião entende+se a rela(ão do homem com *eusou com o di"ino. -as logo a consciência cr&tica indaga4 %ue é o homem %ue é *eus

%ue "incula a amos %ue é religião

6uando se fala da rela(ão do homem com *eus designa+se, antes de tudo, uma

maneira própria de ser do homem. $m rela(ão a o *eus, o homem, na religião, toma a

atitude de %uem se sente desafiado, de %uem e#perimenta um apelo. A religião reali'a+se na

e#istência humana. apelo de *eus como a resposta do homem "erificam+se na e#istência.

homem sae+se relacionado e determinado por algo %ue é maior do %ue ele mesmo.

 Assim sua e#istência religiosa se constitui a partir do di"ino. or isso, na filosofia da religião,

não se fala só do homem, mas tamém da%uilo %ue é diferente dele, %ue o transcende. A

partir do di"ino, a e#istência humana se especifica como religiosa. Temos, porém, conceito

filosófico de *eus 7omo o homem se comporta diante do mistério de *eus

5o discurso religioso ocorrem conceitos %ue se op)em / filosofia como, por 

e#emplo, re"ela(ão e reden(ão. $sses e#pressam uma realidade oriunda da transcendência,

en%uanto religião e#pressa uma série de atos espirituais e cria()es culturais do homem. A

re"ela(ão fala do di"ino, de algo %ue penetra na "ida8 na religião8 refere+se a uma realidade

de "ida e a uma realidade cultural.

0urge então a pergunta4 poderá a filosofia temati'ar a re"ela(ão 6ue será da

religião sem a re"ela(ão

5o cristianismo, por e#emplo, a re"ela(ão e a penetra(ão do incondicionado no

mundo condicionada portanto, a filosofia da religião se confronta com a doutrina da

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re"ela(ão. 6uem determinará os limites entre filosofia e teologia 7omo será a e"entual

contradi(ão :a"erá algo em comum entre a doutrina da re"ela(ão e a filosofia :a"erá o

caminho da s&ntese arece %ue a tarefa da filosofia da religião é achar este ponto comum

para uma solu(ão de s&ntese interna. 0erá isso poss&"el, ao menos em rela(ão com o

cristianismo

or outro lado, não asta relacionar a filosofia com a teologia. Toda a ciência de"e

ser situada no con!unto das ciências. A filosofia pertence /s ciências do esp&rito. oderemos

detectar nela três aspectos4 a; a filosofia8 ; a história8 c; a sistemática. 5a filosofia

desen"ol"e seu campo de sentido8 na história recolhe o material %ue as ciências do ser 

apresentam e interpreta, de maneira sistemática e criticamente, os dados.

$m s&ntese, podemos di'er %ue, nos últimos séculos, para a filosofia, o fenmeno

religioso, praticamente uni"ersal na humanidade, no seu con!unto tendeu+se num termo

supremo4 a <ealidade 0uprema, de algum modo, transcendente com rela(ão ao homem e

ao mundo, mas com o %ual o homem pode entrar, de algum modo, em rela(ão pessoal.

1.2. Poder-se-á justificar a religião perante a razão?

 A filosofia nasceu, na antiga =récia, como atitude cr&tica na "ida concreta do

homem. 5asceu como tentati"a de formular %uestão da "erdade desta "ida em sua

gloalidade. 7omo a religião era parte desta "ida concreta, os filósofos não podiam dei#ar de

formular a %uestão da "erdade da religião, de sua significa(ão para a "ida humana e a

%uestão filosófica sore *eus. $ssas o %uest)es foram formuladas no hori'onte de

pressuposta totalidade, Ora, a pergunta pela realidade em sua totalidade inclui a pergunta

vá pela possiilidade de tal totalidade. 5este conte#to da temati'a(ão da unidade de todo o

real surgiu a %uestão filosófica de *eus.

 A filosofia grega pensou a totalidade do real como cosmos. 5este cosmos pensou

a presen(a do di"ino como fundamento originário >Ana#imandro;, como ser imutá"el

>armênides;, como Logos  en%uanto ordem do mundo >:eráclito;, ou ainda como noús

en%uanto princ&pio do mo"imento do mundo >Ana#ágoras;. A totalidade do real ou do cosmos

era pensada a partir da o!eti"idade mundana. A re"olu(ão copernicana no pensamento, no

fim da ?dade -édia e no come(o dos tempos modernos, consiste na "olta para asu!eti"idade pensante. Temati'a+se o su!eito como condi(ão de possiilidade não só do

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entre o pensante e o pensado. 7om isso, o pensamento "incula+se ao o!eto de sua

ati"idade, sem com ele confundir+se. 0eu o!eto é a%uilo %ue se lhe oferece no mundo.

 Assim a lierdade do pensar está "inculada ao o!eto. pensar tem compromisso com a

realidade. odemos di'er %ue o pensamento filosófico de"e ser fundado e, ao mesmo

tempo, fundante. *e"e "isar com e#atidão o o!eto e e#pressá+lo em conceitos e em

linguagem tão precisa %ue permitam reconhecê+lo. *esta maneira, o pensamento filosófico

está "inculado ao ser e / essência do o!eto.

su!eito do filosofar é o homem. *i' Deuerach %ue Ha religião assenta na

diferen(a essencial %ue e#iste entre o homem e o animal, pois os animais não têm nenhuma

religiãoH >A essência do cristianismo,  p. ;. homem e#iste como compreensão de si

mesmo e do ser. ensando, desen"ol"e+se a si mesmo. ensa e indaga a si mesmoindagando o mundo. ?ndaga / lu' do ser, como algo %ue é. Cusca o "erdadeiro ser das

coisas como gloalidade. A indaga(ão filosófica temati'a, pois, o ser do ente. 5esta perspec+

ti"a, a filosofia da religião é diferente das ciências da religião.

  7omo o pensamento não está limitado / pura facticidade, inclui a %uestão cr&tica do

"erdadeiro ser e do ser inautêntico ou falso do o!eto. A refle#ão filosófica indaga o fáctico

pelo seu ser "erdadeiro, ou se!a, pela sua "erdade. $m outras pala"ras, o pensamento

filosófico não se contenta com as coisas como se apresentam. 0empre está a caminho.

5unca é definiti"o, por%ue o ser do ente manifesta+se inesgotá"el. ra, a filosofia da religião

tem a religião como o!eto de seu pensar. Tenta esclarecer o ser e a essência da religião.

?ndaga, pois, o %ue é, propriamente, religião

  A religião é um dado %ue está a& e não se funda na filosofia. 5ão é filosofia. *esde

Claise ascal, costuma+se opor o *eus dos filósofos ao *eus de Araão, ?sa%ue, Eacó, ou

se!a, ao *eus de Eesus 7risto. 7ertamente há influência mútua entre a filosofia e a religião.

filósofo encontra a religião como o diferente, o outro. -as a religião reali'a+se como

acontecimento humano, como uma forma da "ida humana. 0ão homens %ue crêem em

*eus, re'am, se reúnem em assemléia para o culto. 5a fé em *eus, os homens indagam

sempre, de alguma forma, a si mesmos. $mora não produ'am a religião, cae+lhes uma

lierdade responsá"el perante mesmos, ou se!a, perante a ra'ão cr&tica.

<adicada na compreensão, %ue o homem tem do ser e de si mesmo, a religião

pode ser considerada como cap&tulo fundamental da antropologia filosófica. $#pressa+se emlinguagem humana, em categorias humanas e possiilidades do pensamento humano.

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 Apresenta um aspecto histórico, mas não se redu' a ele. $#pressa+se em linguagem fáctica,

mas não se redu' ao puro fáctico. 5o cidente. *e maneira generali'ada, na consciência

popular, erroneamente se redu' a realidade ao fato. A religião cristã perdeu sua e"idência,

assim, na sociedade moderna e na consciência cultural. Tudo isso, entretanto, não !ustifica o

silêncio da filosofia na indaga(ão pelo ser e pela essência da religião. Ao contrário, se se

conseguir uma "isão da essência da religião consegue+se uma >posi(ão critica em rela(ão

ao próprio fato e toma+se poss&"el esclarecer o direito e o sentido da religião na "ida

humana.

 A e#istência religiosa do homem desen"ol"e+se em muitas dimens)es, como, por 

e#emplo, a interior e a e#terior. 5a primeira situa+se a fé e a medita(ão8 na segunda, o culto

e a prega(ão. 7omo a religião é anterior / filosofia, a refle#ão filosófica uscará refletir soresua maneira de ser e sore sua essência. Tal refle#ão, porém, tamém terá conse%Jências,

ou se!a, a religião criticamente refletida. 0egundo :egel, a religião e a filosofia tem comum a

usca da "erdade4 HA filosofia tem seus o!eti"os em comum com a religião por %ue o!eti"o

de amas é a "erdade, no sentido mais alto da pala"ra, isto é, en%uanto *eus, e somente

*eus, é a "erdadeH. -as, segundo :egel, a religião se distingue da filosofia en%uanto

e#prime a "erdade não so a forma de conceito, e sim so a forma da representa(ão e do

sentimento. HA religião é a rela(ão com o Asoluto na forma do sentimento, darepresenta(ão, da fé8 e no seu centro %ue tudo compreende, tudo está somente como algo

acidental e e"anescenteH (Princípios da Filosofia do Direito, K 2GL;. $m outras pala"ras, o

%ue na religião é institu&do de modo acidental, e confuso, é demonstrado pela filosofia com

caráter de necessidade.

1.3. Iluiniso e religião

 A religião mão é um fenmeno situado fora do tempo. 5ão esclarece prolemas

eternos, mas os %ue se colocam em determinadas circunstMncias. :o!e nos defrontamos

com prolemas radicados no , iluminismo  ou dele deri"ados. 7om :egel, podemos

caracteri'ar toda a história ocidental a maneira de processo progressi"o da tomada de posse

pelo homem de sua lierdade. $sta história da lierdade entrou em no"a fase no come(o da

era moderna, %uando a lierdade e o pensamento se tornaram conscientes e cr&ticos acerca

de si mesmos. 7omo se sae, ant descre"eu o ?luminismo como Ha sa&da do homem da

sua minoridade culpada. A minoridade é a incapacidade de ser"ir+se do próprio

entendimento sem a dire(ão de outrem... Sapere aude  Tem a coragem de ser"ir+te do teu

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próprio entendimentoO Tal é o lema do ?luminismoOH (!rítica da ra"#o pura$. 

?luminismo ainda não está ultrapassado. 0urge como processo %ue perpassa

toda a história espiritual do cidente. <epresenta, antes de tudo, um processo de

emancipa%#o. O homem lierta+se da tutela da autoridade e da tradi(ão. 6uer "er, !ulgar e

decidir por si mesmo. homem toma+se ponto de referência da realidade, transformando+se

em medida do homem e do mundo, o %ual é pensado a partir do homem e pro!etado para o

homem.

 A "irada antropológica moderna modificou, fundamentalmente, toda a nossa

realidade sociocultural. 5o campo pol&tico le"ou ao reconhecimento da lierdade e igualdade

de todos os homens, / declara(ão dos direitos uni"ersais do homem e / re"olu(ão francesa.

7omo mo"imento de democrati'a(ão, sustituindo a ordem social hierár%uica e patriarcal

pela ordem associati"a de memros iguais e li"res, pro"ocou profunda crise de autoridade.

5o campo do conhecimento, as modernas ciências e#perimentais transformaram totalmente

nossa "isão de mundo e condu'iram ao comportamento racional perante a realidade.

ermanece e pre"alece o %ue resiste / cr&tica racional. A ciência e a técnica dão ao homem

pelo menos um suposto senhorio sore as coisas para sua manipula(ão e o plane!amento

racional. resultado é um mundo seculari'ado despido dos "est&gios de *eus.

iluminismo tamém repercutiu sore a religião, de modo especial sore o

cristianismo. 0ua imagem do homem e do mundo esta"a por demais "inculada a uma época

definiti"amente ultrapassada. 7om isso a fé tornou+se o!eto de suspeita como ideologia de

ordem ultrapassada e como for(a reacionária.

5o cidente, o prolema da religião ad%uiriu no"as conota()es a partir do século

PQ???. Tal"e' se pudesse caracteri'ar esta no"a situa(ão como a ruptura entre o mundo

 !udaico+cristão e o mundo profano, com a emancipa(ão da ra'ão cr&tica, %ue "isa aodiscernimento da "erdade da religião. s pressupostos, no riente, são outros. *epois do

iluminismo, no cidente, tamém os pressupostos da ?dade -édia e da Antiguidade

perderam sua e"idência. 5os tempos modernos, a su!eti"idade e a ra'ão cr&ticas, no

processo de emancipa(ão iluminista, sentiram a necessidade do conhecimento.

5o cidente, !á nos séc. PQ?? e PQ???, iniciou+se um mo"imento de emancipa(ão,

%uando os teólogos aplicaram o método histórico+cr&tico das ciências profanas / leitura e

interpreta(ão da C&lia. Tornou+se claro o aismo ca"ado entre as concep()es m&sticas da

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C&lia e as concep()es próprias da época. progresso, nas ciências, e  condu'iu

naturalmente a certa demitologi'a(ão das concep()es religiosas. *a mesma forma o

%uestionamento cr&tico da metaf&sica repercutiu nas formula()es do cristianismo, cu!as

doutrinas ha"iam sido formuladas em linguagem metaf&sica. A constitui(ão dos $stados

moderno como sistemas de garantias da lierdade e do direito e da sociedade moderna

como sistema aseado na satisfa(ão de necessidades, le"ou ao %uestionamento de

tradi()es morais, sociais, pol&ticas de institui()es sociais com as %uais a ?gre!a se ha"ia

identificado em grande parte. Assim, com o mo"imento iluminista, o cristianismo tradicional e

amiental entra em crise. Aumentada tensão entre a su!eti"idade cr&tica e sua interioridade,

de um lado e do outro, as institui()es religiosas tradicionais. 7omo conse%Jência, dentro da

própria ?gre!a católica, ho!e, cresce o número dos %ue apenas parcialmente ainda se

identificam com ela, com sua doutrina e com suas orienta()es práticas.

5a atual situa(ão do processo de emancipa(ão iluminista encontramos três atitudes

unilaterais a respeito do fenmeno religioso.

a; 5ega(ão total da religião

R a atitude %ue declara a religião como consciência falsa ou simples ideologia para,como tal, de"er negá+la. $ssa atitude encontra+se em Deuerach, 5iet'sche e Dreud e em

alguns mar#istas. Trata+se de atitude com caráter mais romMntico %ue, em Deuerach, parte

da concep(ão de "ida, de "ida natural não alienada do homem e da humanidade. Alimenta+

se, pois, a saudade do para&so perdido. 5a forma mais cética, como Dreud, espera %ue, no

futuro, com o fim da ilusão religiosa, a humanidade este!a em condi()es de, com a a!uda da

ciência e da ra'ão cr&tica, construir a harmonia total. $sta tendência condu' / li%uida(ão da

religião em nome da ra'ão, %ue pretende ser a única possuidora da "erdade, considerando a

religião como uma ilusão.

s representantes dessa cr&tica esperam, com recurso / nature'a e / ciência e

com o desmascaramento da aliena(ão religiosa, oter a transforma(ão da consciência

humana. Qêem a causa dessa aliena(ão na falta de conhecimento cient&fico e na falta de

dom&nio do inconsciente. $nfim, esperam a supera(ão ou o fim da religião com ase no

dom&nio tecnológico sore as for(as da nature'a.

$"identemente -ar# e $ngels se e%ui"ocaram. s pais da moderna cr&tica da

religião tinham confian(a e#agerada na ra'ão, na ciência e no progresso. dese!o de

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liertar a humanidade da ilusão de *eus e da tirania da fé religiosa re"erteu, ele mesmo, em

ilusão. 5ão só na filosofia, como tamém na psicologia profunda e na sociologia, ho!e se

uscam fundamentos para a e#istência da fé em uma realidade chamada *eus.

-ar# negara a religião como ideologia, como institui(ão social e pol&tica reacionária

%ue ostaculi'a o progresso da humanidade. 0egundo ele, a religião impede a lierta(ão

total do homem por%ue ou !ustifica o status &uo desumano de situa()es pol&tico+sociais ou

usca uma reconcilia(ão ilusória, apelando ao além para dei#ar a%ui tudo como está.

$ssa forma de cr&tica da religião tinha for(a de con"encer en%uanto se espera"a a

reali'a(ão de uma sociedade mais humana e mais !usta atra"és do socialismo mar#ista.

$ntretanto, ho!e, os argumentos outrora adu'idos tamém perderam sua for(a. homem

aumentou seu poder sore a nature'a atra"és da ciência e da técnica. -as não há ind&cios

para sociedade mais humana como simples resultado de tal e"olu(ão, tanto no regime

capitalista como no socialista. arl -ar#, com ase nas tens)es sociais da sociedade

urguesa, acredita"a %ue transformando a filosofia hegeliana da história e o materialismo

atra"és de sua análise da consciência de classe do proletariado, podia constatar tendências

para transforma()es re"olucionárias, capacitando o proletariado a ser o su!eito da história.

7om o passar do tempo, tanto a teoria como a prá#is mar#istas perdem sua for(a de

con"encimento. 5ada garante %ue o mar#ismo, ho!e, se!a menos manipulado a fa"or dos

poderosos do %ue a religião %ue outrora criticara, ou se!a, %ue o próprio mar#ismo não se!a

uma religião sem *eus.

$m resumo, a nega(ão radical e total da religião ho!e se "ê em circunstMncias

pouco cmodas e de"erá re"er sua posi(ão ou, pelo menos, diferenciá+la melhor, pois, no

m&nimo, necessita de autocr&tica. $sta tendência confunde a e#pressão com o e#pressado,

crendo ter esclarecido este %uando apenas e#plicou a%uela.

; 'ceita%#o total da religi#o

*urante séculos e milênios, a religião era tema na filosofia como %ual%uer outro.

or isso, todos os grandes filósofos dela trataram de uma ou outra forma. *esde o século

PQ??, surgem esfor(os apologéticos para !ustificar a religião no mundo moderno por%ue esta

>o cristianismo; se distanciou da e"olu(ão histórica do mundo técnico+cient&fico. s limites de

tal filosofia da religião aparecem na chamada teologia natural, na filosofia transcendental,

e#istencial e personalista do nosso século.

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 A teologia natural é de grande atualidade. ?nterroga pelo lugar da fé na e#periência

humana. -as %uando essa teologia %uer pro"ar demais, nada pro"a. oder+se+á perguntar 

até %ue ponto a distMncia de *eus ou de sua ausência não e#pressam a auto+reclusão do

homem. A fé, como fundamento da religião, constitui tamém ato &ntegro e totalmente

humano. Tem %ue se reconhecer como humanamente cheia de sentido e intelectualmente

honesta e responsá"el.

 A teologia natural, marcada pela metaf&sica do século PQ???, parte da nature'a da

ra'ão compreendida de maneira teleológica, dedu'indo afirma()es materiais sore a

essência de *eus, do mundo e do homem. Eulga, desta maneira, poder fornecer, com os

meios e métodos da ra'ão, no"o fundamento / religião. $ntretanto, isso não mais con"ence

/ su!eti"idade critica moderna. 6uis+se uscar "erdades asolutas, eternas, fora da história.ra, depois da aplica(ão do método histórico+cr&tico / própria C&lia, tais o!eti"os não se

 !ustificam mais. or sua aertura ao ser, a ra'ão condu' necessariamente / religião como

e#pressão de uma dimensão transcendente da e#istência humana. -. Clondel escre"eu %ue

Ha e#pectati"a de uma religião é naturalH. ra, toda a apologia da religião ho!e de"erá

enfrentar o prolema da historicidade.

o!eti"o do método transcendental é mostrar %ue, sem refle#ão consciente,

pode+se interpretar o homem como aerto para as "erdades religiosas historicamentemediadas.

 A fundamenta(ão e#istencialista e personalista da religião, em nosso século,

tamém assenta em pressupostos %ue perderam sua e"idência. Após as duas guerras

mundiais tinham uma fun(ão cr&tica, ao menos na $uropa. 5a teologia católica, o

personalismo é um correti"o necessário ao menos para a neo+escolástica. A teologia

e#istencial tomou+se correti"o, entre os protestantes, para o lieralismo cultural dos séculos

P?P e PP. $ntretanto limitam a religião a uma pri"ati'a(ão e a pri"am, de certo modo, do

mundo socio econmico+pol&tico. Além disso, assumem atitude de critica unilateralmente

negati"a para com a e"olu(ão técnico+cient&fica.

$m resumo, esta tendência geralmente ocorre entre crentes %ue praticam a

filosofia da religião so o sinal da concordMncia. 7om diferentes estratégias, %uerem os

representantes dessa tendência mostrar a profunda solidariedade entre ra'ão e religião.

c; Descri%#o empírica e análise das diferentes concep%es e institui%es religiosas

7om -a# Feer, $. *urSheim, é"U+Cruhl e . 0trauss formaram+se grupos %ue

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sociedade. 7omo 6uais seriam tais %uest)es

5o cidente, marcado profundamente pela religião e cultura !udaico+cristã, parece

ha"er três %uest)es fundamentais4

a; *ntre a tradi%#o religiosa e as e+periências da intersu)etividade crítica moderna

surgiu um a)ismo profundo. O processo do iluminismo age de maneira dialética sore a

tradi(ão religiosa4 destrói e conser"a. *estrói, por e#emplo, certas concep()es de *eus

como o deus %ue sanciona institui()es e regimes pol&ticos indefensá"eis por ser indigno de

nossa fé. -as o processo do iluminismo tamém pode purificar o conceito de *eus e

conser"ar a autêntica tradi(ão da fé. Assim a situa(ão de crise pode re"erter em no"a

oportunidade.

; A rela%#o do cristianismo e das igreas para com as religies n#o crist#s

modificou-se profundamente. Tamém no cidente, o cristianismo dei#a de ser a religião

%ue integra a sociedade gloal. s pagãos não mais estão fora da sociedade e o

cristianismo carece da e"idência racional de ser a única "erdadeira religião. Tornou+se uma

religião ao lado de muitas outras. A tentati"a de interpretar todas as religi)es não cristãs

simplesmente como cifras de uma fé filosófica ou declarar os não cristãos de cristãos

annimos não satisfa'.

c; O lugar e a fun%#o da religi#o e das igreas no novo mundo político-social 

modificaram-se radicalmente.  iluminismo, %ue declara a lierdade de todos como princ&pio

da ética e da pol&tica e e#ige institui()es %ue fa"ore(am e garantam a lierdade e o direito

de todos os homens, %uestiona radicalmente a tradi(ão antiga e medie"al. 5este mundo, a

filosofia da religião tem papel en%uanto dura a e#igência de conhecer criticamente a "erdade

religiosa.

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  O QUE É A FILOSOFIA

-uitos estudantes não têm muita certe'a %uanto ao %ue é a filosofia8 na realidade,

a maioria das pessoas sae muito pouco acerca do assunto. Alguns pensam %ue é uma

comina(ão astrusa e até mesmo perigosa de astrologia, psicologia e teologia. utros

pensam %ue os filósofos estão entre a elite intelectual, pessoas de grande saedoria. $ste

conceito e#altado da filosofia de"e+se, pelo menos em parte, ao fato de %ue é raramente

estudada antes do n&"el de faculdade. s estudantes de escolas primárias e secundárias

estudam matemática, literatura, ciências, e história, mas não filosofia. 6uando os estudantes

entram na faculdade, fre%Jentemente procuram e"itar a filosofia por causa da sua alegada

dificuldade.

 A%ueles %ue acaam estudando a filosofia na faculdade descorem %ue estão

discutindo %uest)es técnicas de pouco ou nenhum "alor prático e"idente. $sta aparente

impraticailidade parece ser moti"o suficiente para re!eitar o estudo da filosofia sem mais

cerimnias. $ste cap&tulo, no entanto, procurará demonstrar %ue muitos temores e reser"as

iniciais a respeito desta disciplina não têm fundamento. R "erdade %ue, de muitas maneiras,

o estudo da filosofia é diferente do estudo de %ual%uer outra matéria. 5ão se pede da nossa

parte %ue decoremos datas, fórmulas ou regras >ou, pelo menos, estes não são os aspectos

mais importantes do estudo;. 5ão há pes%uisa de campo nem e#periências de laoratório,

nem necessidade alguma de comprar %uais%uer e%uipamentos técnicos tais como uma

régua de cálculo ou um microscópio.

%ue é necessário para alguém ser um om filósofo $m "árias ocasi)es, todas

as pessoas filosofam. $ste fato significa %ue um curso de filosofia não é uma tentati"a de

ensinar alguma coletMnea incomum de fatos, ou de fornecer uma hailidade totalmente no"a.

R, pelo contrário, um esfor(o no sentido de a!udar o estudante a melhorar uma capacidade

%ue !á possui e %ue, de "e' em %uando, e#erce por conta própria. $ste filosofar ocorre

sempre %ue alguém reflete, ou sore as pressuposi()es fundamentais do pensamento e da

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a(ão, ou sore os fins para os %uais a conduta da "ida humana de"e ser dirigida.

0uponhamos %ue "ocê e um amigo este!am deatendo a nutri(ão. s dois

e#pressam preocupa(ão por%ue o emprego generali'ado de pesticidas e aditi"os na

produ(ão de gêneros aliment&cios tem efeitos sérios e danosos sore o corpo humano. Qocê

oser"a %ue o aumento da ocorrência do cMncer na sociedade moderna tem cone#ão direta

com o crescente emprego de produtos %u&micos. Até esta altura, sua discussão não tem sido

filosófica, mas, sim, iológica. $ntão, porém, seu amigo oser"a %ue o go"erno tem a

responsailidade de proiir a aplica(ão de tais agentes a gêneros aliment&cios, "isto %ue

todas as pessoas são o)rigadas a preser"ar a "ida. Qocê discorda, e asse"era %ue o sumo+

em n#o  a preser"a(ão da "ida. Além disto, "ocê argumenta, o go"erno não tem origa(ão

alguma em rela(ão a seu po"o além da não+interferência nos seus negócios particulares.

0ua discussão agora "oltou+se a %uest)es filosóficas. Qocê está le"antando as %uest)es da

Horiga(ãoH e do HfimH ou Hsignificado da "ida.H

# $atureza da Inquiri%ão &ilos'fica - O Pro(lea da )efini%ão

lugar lógico para come(ar o estudo da filosofia é uma defini(ão da disciplina.

5outras disciplinas, definir a nature'a da matéria é usualmente fácil e li"re de contro"érsia.

Tal não é o caso com a filosofia. Alguns filósofos têm argumentado %ue a pergunta filosófica

central e mais fundamental é a própria nature'a da filosofia. As defini()es e as e#posi()es

da filosofia têm sido radicalmente diferentes entre si, até mesmo entre filósofos praticantes.

Dre%Jentemente, um grupo de filósofos pensa %ue outro grupo está gra"emente enganado

%uanto / tarefa da filosofia. Alguns di'em %ue a filosofia é a Hrainha das ciências,H a ciência

mais geral e uni"ersal em contraste com as ciências espec&ficas tais como a f&sica ou a

iologia. utros negam %ue a filosofia se!a uma ciência. Alguns têm argumentado %ue a

filosofia nos informa acerca das partes constituintes fundamentais do mundo, ao passo %ue

outros filósofos têm re!eitado até mesmo a possiilidade de semelhante pes%uisa. Alguns

di'em %ue a filosofia é asicamente uma ati"idade racional, centrali'ando+se na

argumenta(ão e na a"alia(ão cr&tica das e"idências. -as ainda outros têm negado %ue o

uso da ra'ão é essencial ou %ue e#istam &uais&uer  argumentos con"incentes na filosofia.

ogo, um relato simples, compreensi"o e e#ato da filosofia teria de incluir uma multidão de

pontos de "ista e práticas aparentemente inconsistentes.

Vma solu(ão poss&"el seria pedir a alguém %ue está fora da filosofia W por e#emplo, um historiador das idéias %ue simplesmente oser"asse a%uelas ati"idades %ue

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"ários filósofos consideram filosóficas, %ue notassem suas caracter&sticas em comum, e

constru&sse uma defini(ão neutra aseada nestas caracter&sticas. 0emelhante pedido

certamente não seria imposs&"el para um historiador em treinado %ue tamém fosse

filosoficamente astuto. -esmo assim, esta idéia sup)e %ue há algum grupo de

caracter&sticas ou propriedades em comum a tudo %ue usualmente tem sido chamado de

Hfilosofia.H Além disto, semelhante defini(ão somente descre"eria a%uelas ati"idades %ue

tradicionalmente têm sido chamadas de HfilosofiaH, e estamos %uerendo saer mais do %ue

isto %uando indagamos sore a nature'a da filosofia. $stamos procurando uma defini(ão

%ue determinará o %ue é a filosofia e, além disto, a oa filosofia.

utro lugar onde poder&amos come(ar em nossa usca de uma defini(ão da

filosofia é o dicionário. Ali, ficar&amos saendo %ue a pala"ra filosofia  deri"ada de duas

pala"ras gregas %ue %uerem di'er Hamando a saedoria.H $sta idéia da saedoria era central

no pensamento dos antigos. 5este conceito da filosofia, o papel primário da filosofia era a

educa(ão moral. u se!a, a filosofia de"ia ensinar a "ida "irtuosa. Até mesmo os aspectos

mais astratos da filosofia desempenha"am seu papel em atingir este al"o, por%ue o

conhecimento e o entendimento fa'iam parte da "ida "irtuosa. *e acordo com os filósofos

gregos, o homem ignorante não pode ser genuinamente feli'. 0ócrates, cu!a má#ima4 HA "ida

não e#aminada não é digna de ser "i"idaH é fre%Jentemente citada, foi a concreti'a(ão do

filósofo ideal, ou amante da saedoria. conceito clássico da filosofia >Hconhecer o em é

praticá+loH; tamém fa'ia parte central do pensamento dos dois maiores filósofos gregos,

latão e Aristóteles. -esmo assim, esta aordagem filosófica tem sido cada "e' menos

influente nos séculos recentes. 0e "ocê fosse ler as re"istas de filosofia ho!e, perceeria %ue

não desempenham nenhum papel de desta%ue na educa(ão ética.

0endo assim, é imposs&"el elaorar uma defini(ão da filosofia ensamos %ue não,

pois é poss&"el apontar a dificuldade radical %ue le"a a tais conceitos di"ersos acerca da

filosofia. Tendo feito isto, poderemos dar uma defini(ão %ue, emora reflitareconhecidamente um ponto de "ista espec&fico %uanto /%uela dificuldade radical, terá

utilidade geral.

&ilosofia #nal*tica e+ou ,speculatia

6ual, pois, é a dificuldade radical em definir a filosofia 7olocada em termos

simples, é o desacordo entre os filósofos %uanto / %uestão se a filosofia se ocupa somente

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com a análise de conceitos e pressuposi()es, ou se é algo mais. A maioria dos filósofos %ue

traalha no ., ramo ho!e, concordaria %ue a filosofia é algo mais, mas discordaria acerca da

nature'a e#ata desse algo mais. $#aminemos, mais de perto esta disputa.

 ' filosofia analítica ou análise conceptual. A análise conceptual é a cren(a de %ue a

única preocupa(ão da filosofia, ou, pelo menos uma preocupa(ão central dela, é o estudo

anal&tico dos conceitos. traalho da filosofia é definir termos filosóficos e cient&ficos, e

esclarecer a linguagem das idéias. filósofo é um analista, mas não no mesmo sentido %ue

um cientista. cientista procura e#plicar sistematicamente o mundo em %ue "i"emos. A fim

de le"ar a efeito sua tarefa, de"e usar oser"a(ão e e#perimenta(ão cuidadosamente

controladas. al"o do filósofo anal&tico, porém, é em diferente. $#amina as pressuposi()es

e conceitos ásicos %ue são empregados pelo cientista, pelo moralista e pelo teólogo. filósofo procura elucidar os conceitos e princ&pios metodológicos %ue os cientistas empregam

de modo não cr&tico. A filosofia anal&tica não se ocupa apenas com o cientista, o moralista, e

o teólogo. 7ada uma das áreas principais de pes%uisa tem termos e princ&pios ásicos %ue

precisam de elucida(ão. Dre%Jentemente, tais pes%uisas são chamadas metafilos/ficas.

O)e%es 0 filosofia analítica. $mora a filosofia anal&tica este!a na moda ho!e nos

pa&ses onde se fala inglês, nem todos os filósofos estão igualmente contentes com ela.

 Alguns acham %ue a filosofia anal&tica enfati'a demasiadamente as %uest)es do significado

e dei#a de enfati'ar as %uest)es da "erdade. Além disto, há um grande grupo de pessoas

%ue sustenta a opinião %ue o princ&pio da "erifica(ão, um conceito+cha"e da filosofia

anal&tica, não é um teste fidedigno nem do significado nem da rele"Mncia.

7onforme o princ&pio da "erifica(ão, uma declara(ão é significati"a somente se é

puramente definidora ou, senão, a"eriguá"el por um ou mais dos cinco sentidos. Todas as

demais declara()es, inclusi"e as éticas, teológicas e metaf&sicas, não fa'em sentido.

0aemos, porém, por moti"os independentes, %ue muitas proposi()es consideradas sem

sentido de conformidade com os critérios da "erifica(ão são, na realidade, significati"as. Até

mesmo filósofos anal&ticos !á notaram os prolemas do princ&pio da "erifica(ão, e têm

traalhado para re"isá+lo.

 A análise e a elucida(ão das proposi()es, portanto, é, reconhecidamente, uma

tarefa "ital para a filosofia. Alguns pensadores, no entanto, indicam %ue a preocupa(ão com

a elucida(ão de proposi()es filosóficas pode eclipsar outras preocupa()es importantes da

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filosofia. odemos gastar tanto tempo definindo os termos numa declara(ão %ue perdemos

de "ista a "eracidade da declara(ão.

 ' filosofia especulativa. A filosofia especulati"a é o segundo ramo da pes%uisa

filosófica. $la, tamém, tem uma história longa e nore, emora recentemente tenha

chegado a ser desfa"orecida, especialmente na tradi(ão anglo+americana da filosofia. *e

fato, rotula algum &tem de argumento filosófico ho!e como Hfilosofia especulati"aH é

estigmati'á+lo.

  A filosofia especulati"a mo"imenta+se numa dire(ão em diferente da filosofia

anal&tica. Ao passo %ue a filosofia anal&tica se interessa em analisar os alicerces  do

conhecimento, a filosofia especulati"a, pelo menos nas formas mais e#tremas, está ocupada

na sinteti"a%#o dos resultados da pes%uisa conceptual, a fim de formar um conceito

compreensi"o integradora da realidade. al"o final de um ramo da filosofia especulati"a é

e#plicar sistematicamente as partes constituintes fundamentais do mundo e da realidade, e

definir o lugar apropriado do homem e das suas ati"idades neste mundo. ogo, a filosofia

especulati"a nalgumas das suas formas "ai além da mera descri(ão de como é o mundo e

como os homens agem, até como o mundo deveria ser e como os homens deveriam agir.

ogo, pelo menos parte da filosofia especulati"a tem duas preocupa()es %ue são estranhas

/ filosofia anal&tica mais se"era. rimeiramente, há uma tentati"a para integrar todo o

conhecimento num único conceito da realidade, %ue arange a tudo. $m segundo lugar, há

um esfor(o no sentido de formular um sistema unificado de "alores religiosos, morais e

estéticos.

 A filosofia anal&tica e a especulati"a não são necessariamente opostas uma /

outra. s "ários campos %ue comp)em a filosofia contém %uest)es tanto  conceptuais

&uanto especulati"as. or e#emplo, na ética temos %uest)es conceptuais %ue tratam da

análise de termos+cha"es tais como Hom,H Herrado,H Hresponsailidade,H Hlierdade,H e Hlou+"or.H *o outro lado, há as %uest)es especulati"as do sumo em, da capacidade do homem

para agir altruisticamente, e de se uma mentira é HcertaH em determinada ocasião. -esmo

assim, a filosofia cr&tica ou anal&tica de"e preceder a filosofia especulati"a no sentido de %ue

a pessoa de"e entender os conceitos antes de poder formular princ&pios fundamentais do

conhecimento, da a(ão e do destino.

O)e%es 0 filosofia especulativa.  ?ndependentemente da poss&"el nature'a

complementar da filosofia anal&tica e da especulati"a, a filosofia especulati"a tem sidosumetida a ata%ues se"eros e consistentes, mais nota"elmente na tradi(ão anglo+

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americana. or %ue isso $m muitos aspectos as perguntas da filosofia especulati"a são

muito mais interessantes e rele"antes do %ue a%uelas da filosofia anal&tica. As perguntas

especulati"a /s Hgrandes perguntas,H as perguntas %ue são importantes a todos nós, tais

como4 6uais são os al"os da educa(ão 6ual é o papel das artes numa sociedade

democrática 6ual é o padrão correio da moralidade $stas perguntas afetam a todos. As

perguntas da filosofia anal&tica, no entanto, fre%Jentemente parecem estéreis e sem

importMncia. or %ue, portanto, os filósofos re!eitariam as %uest)es genuinamente

interessantes da sua disciplina

:á um número de ra')es por%ue a filosofia especulati"a tem sido sumetida a

ata%ues. rimeiramente, há alguns filósofos %ue acreditam %ue a integra(ão de todo o

conhecimento e todos os "alores é uma impossiilidade. 0emelhante tarefa e#ige uma

mente onisciente e infal&"el, e pede demais da parte da filosofia. $m segundo lugar, um om

número de filósofos sustenta %ue a filosofia especulati"a não somente é imposs&"el como

tamém é um contra-senso 1 uma pseudo+ciência sem conteúdo real. $sta alega(ão é mais

forte do %ue a primeira, e usualmente é aseada na asse"era(ão de %ue estas perguntas

especulati"as nunca poderão ser decididas com ase na e#periência do homem.

nde, pois, isto dei#a os filósofos modernos elo menos duas conclus)es podem

ser tiradas. rimeiramente, independentemente de como a pessoa resol"e a %uestão

especulati"a, a filosofia di' respeito / análise sistemática de conceitos fundamentais. $m

segundo lugar8 a filosofia especulati"a inclui perguntas %ue tradicionalmente têm sido

chamadas normativas em como genuinamente especulati"as. As perguntas normati"as

pedem respostas tanto prescriti"as %uanto descriti"as W a%uilo %ue de"e ser, em como

a%uilo %ue é. or e#emplo, %uando alguém pergunta se o aorto é correio, ele ou ela não

dese!a simplesmente saer o %ue a maioria das pessoas defrontadas com esta situa(ão está

fa'endo. $le ou ela %uer uma resposta %ue inclui um Hde"eH, independentemente da%uilo %ue

os outros estão fa'endo.

aracter*sticas da Pesquisa &ilos'fica

 Antes de terminar a discussão sore a defini(ão, será útil declarar algumas das

caracter&sticas da pes%uisa filosófica.

1. As disputas filos/ficas n#o s#o provocadas por uma falta de informa%es fatuais. *e modo

geral, argumentos filosóficos surgem mesmo %uando há concordMncia %uanto a todos osfatos entre as partes em conflito. As disputas são, pelo contrário, desacordos %uanto / inter+

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preta(ão, ou ao valor. 7omo ilustra(ão, suponhamos %ue duas pessoas estão disputando

acerca dos respecti"os méritos de dois automó"eis. $stão de acordo sore itens tais como o

custo dos carros, %uilometragem por litro, e a "elocidade de acelera(ão. -esmo assim, não

podem concordar sore %ual dos dois carros é o mel2or.  ogo, o prolema não é

diretamente, pelo menos, um prolema tatuai.

2. s  pro)lemas filos/ficos raramente s#o solucionados por um apelo aos fatos.  $mora

se!a sempre poss&"el %ue algum fato ou grupo de fatos possa resol"er uma disputa filosófica,

é altamente impro"á"el. Qoltemos para nosso desacordo acerca dos automó"eis.

0uponhamos %ue algum no"o estudo tatuai fosse pulicado, comparando certo número de

aspectos diferentes dos dois carros. Além disto, suponhamos %ue o primeiro carro ti"esse

um desempenho melhor do %ue o segundo em todos os aspectos. fã do segundo carrotal"e' achasse dif&cil continuar dando seu apoio a este carro e mudasse sua lealdade ao

primeiro carro.

0emelhante re"ira"olta de e"entos, no entanto, é impro"á"el por duas ra')es.

rimeiramente, é impro"á"el %ue semelhantes informa()es unilaterais surgissem. 7omo

regra geral, as e"idências são mais am&guas, e fa"orecem um dos lados a%ui, e o outro

lado, ali. $m segundo lugar, "isto %ue a disputa surgiu de"ido a considera()es não

puramente fatuais, o fã do segundo carro ainda pode manter a superioridade do carro deleapesar das conclus)es. odemos imaginar %ue o argumento fosse do seguinte tipo4 H-inha

fam&lia sempre guiou 7he"rolets, e sempre nos ser"iram em. 5ão se aandona um "elho

amigo. 5ão "ou mudar de lealdade agora.H

 As duas caracter&sticas discutidas até esta altura demonstram %ue a filosofia não

trata meramente da simples descri(ão emp&rica.

3. ' filosofia fre&3entemente se ocupa mais com o mtodo do &ue com o conteúdo teortico.

7erto número de filósofos tem argumentado %ue a filosofia não tem nenhum conteúdo eassunto dela mesma. ogo, não se preocupa primariamente com o conteúdo teorético. R,

pelo contrário, uma disciplina da segunda ordem, %ue e#amina o método e os conceitos de

disciplinas da primeira ordem tais como a iologia, a história, e a educa(ão. 5este sentido, a

filosofia é mais o desen"ol"imento de uma  perícia  do %ue a a%uisi(ão de um corpo de

conhecimento.

. 4m dos alvos principais da filosofia a elucida%#o.  Vma marca distinti"a da pes%uisa

filosófica é o pensamento rigoroso %ue procura a clare'a intelectual. Alguns filósofos

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contemporMneos anal&ticos têm feito um esfor(o para demonstrar %ue um om número de

enigmas filosóficos são causados por linguagem pouco clara ou por interpreta()es erradas,

e, portanto, são dissolvidos ao in"és de solucionados, ao serem analisados corretamente.

9. ' filosofia está ocupada com a refle+#o crítica so)re a ustifica%#o e a evidência. A filosofia

a"alia os argumentos e a%uilata as pressuposi()es e as rei"indica()es de "eracidade. R por 

isso %ue o estudante com uma oa cae(a para argumenta(ão usualmente terá sucesso na

filosofia.

@. ' pes&uisa filos/fica centrali"a-se numa )usca da verdade 5acerca de &uestes cruciais

&ue s#o perenemente discutidas por 2omens &uê pensam.  $stas %uest)es são cruciais em

dois aspectos. rimeiramente, são %uest)es fundamentais ou ásicas, tais como4 homemé li"re ou4 or %ual princ&pio nós agimos $m segundo lugar, as %uest)es aplicam+se a

mais de um campo de pes%uisa. or e#emplo, %uando perguntamos acerca da nature'a do

conhecimento, estamos interessados no relacionamento entre o conhecimento cient&fico, o

conhecimento matemático, e o conhecimento religioso. $stes tipos de conhecimento

precisam do mesmo tipo de !ustificati"a, ou há diferen(as importantes nas e#igências de

e"idências e certe'a para os "ários campos

G.  ' análise e e+plica%#o filos/ficas envolvem apelos a sistemas de princípios.  $sta

caracter&stica dá / filosofia tanto sua profundidade %uanto sua largura. Vma resposta

filosófica "isa ser consistente com um grupo de princ&pios %ue são considerados "erdadeiros

e %ue se aplicam aos fenmenos em pauta. filósofo procura fornecer respostas %ue

apelam a um sistema de princ&pios, / lu' dos %uais o caso em pauta possa ser e#plicado.

Vm e#emplo claro disto é a e#plica(ão nomológica, ou da Hlei arangente,H na ciência.

I. Parte da filosofia ocupa-se com a nature"a da 6e+istência,6 ou da realidade.  A filosofia

estuda não somente como saemos >epistemologia; mas tamém o &ue saemos acerca da

realidade >metaf&sica;. $mora alguns filósofos sustentem %ue a usca da realidade

fundamental está além do alcance da filosofia, outros insistem %ue é uma ati"idade filosófica

importante, senão essencial.

  O VALOR DA FILOSOFIA

de"emos responder / pergunta4 ara %ue estudar a filosofia Alguns filósofos _________________________________________________________________________________________ 

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considerariam tal pergunta indigna de receer uma resposta, e a indicati"a da mentalidade

pragmática, norte+americana %ue %uer saer4 H6ue "antagem tiro eu distoH e H6ue em me

faráH Tais filósofos diriam %ue a filosofia tem sua própria !ustifica(ão inerente8 não precisa

de %ual%uer !ustificati"a instrumental ou e#terna. 0e um não+filósofo não entende nem estima

as %uest)es %ue interessam ao filósofo, o prolema é seu. As perguntas do não+filósofo

indicam sua ignorMncia e falta de aprecia(ão pela sofistica(ão da mente humana.

0emelhante condena(ão com ares de superioridade é apressada e se"era. R

poss&"el enumerar alguns ons moti"os para se dedicar ao estudo da filosofia.

opreender a /ociedade

 A compreensão e a aprecia(ão da filosofia a!udarão a pessoa a compreender suasociedade. A filosofia tem uma influência profunda sore a forma(ão e o desen"ol"imento de

institui()es e de "alores. 5ão de"emos suestimar a importMncia de idéias em moldar a

sociedade. or e#emplo, o respeito com %ue se trata o indi"&duo e a lierdade são, em

grande medida, o produto do pensamento ocidental. A filosofia nos a!uda a perceer o %ue

está en"ol"ido nas Hgrandes perguntasH %ue indi"&duos e sociedades de"em fa'er.

0i(ertar do Preconceito e do airriso

s elementos cr&ticos e a%uilatadores da filosofia podem a!udar a liertar a pessoa

das garras do preconceito, do airrismo, e do racioc&nio inferior. 5a refle#ão filosófica

podemos colocar+nos / certa distMncia das nossas cren(as e das cren(as dos outros, e

en#ergá+las com certo ceticismo. eremos !ornais e re"istas de modo mais cr&tico, o %ue nos

dei#ará menos suscet&"eis / propaganda. A filosofia pode nos a!udar a não nos dei#armos

iludir pelas e"asi"as e omiss)es das técnicas pol&ticas e pulicitárias. 5uma democracia há a

necessidade de desen"ol"ermos um ceticismo saudá"el acerca das nossas cren(as e dascren(as dos outros, em como a capacidade de reconhecer oa argumenta(ão e e"idência.

5ão se %uer di'er com isto %ue de"emos nos tornar totalmente céticos ou agnósticos. -uito

pelo contrário, a%uelas cren(as %ue passam o escrut&nio da a"alia(ão racional de"em ser 

sustentadas com a má#ima confian(a.

O alor Prático - A despeito da nature'a astra&a de grande parte da filosofia, ela pode ser 

útil na "ida de todos os dias. *ecerto, a ênfase %ue os antigos da"am / HsaedoriaH como oal"o da filosofia era correia. 5ão ha"eria ra'ão de ser em procurarmos a clare'a em todos os

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nossos conceitos fundamentais se esta clare'a não nos oferecesse a!uda / nossa "ida, nem

contriu&sse / oten(ão da saedoria acerca da %ual falamos. or e#emplo, discuss)es

éticas %ue tratam de princ&pios de a(ão tal"e' pare(am remo"idas da arena da "ida

"erdadeira, mas não estão. ?maginemos %ue "ocê este!a considerando um aorto. 0ua

decisão será grandemente influenciada pela sua cren(a de se a a(ão de"e ser orientada

pela conveniência ou pelo dever. Até mesmo %uando *eus nos deu mandamentos diretos,

podemos e#aminar a !ustificati"a %ue *eus dá destes mandamentos. Qisto %ue *eus é tanto

moral %uanto .racional, 0eus mandamentos não são o resultado de uma "ontade aritraria.

 Além disto, "isto %ue a $scritura não preceitua toda a  a(ão em termos espec&ficos,

precisamos de orienta(ão a respeito da aplica(ão de princ&pios &licos e morais / a(ão. 5a

realidade, a filosofia é intensamente prática.

O )esafio ristão - cristão tem interesse espec&fico pela filosofia, e a responsailidade de

estudá+la. A filosofia será tanto um desafio / sua fé %uanto uma contriui(ão ao E7V

entendimento da fé. Alguns cristãos sentem suspeita da filosofia por%ue ou"iram histórias

acerca doutras pessoas %ue perderam sua fé atra"és do estudo da filosofia. Doram

aconselhados a e"itar a filosofia como a peste. Após refle#ão séria, fica sendo claro %ue este

conselho não é sáio enfrentar o desafio intelectual le"antado contra ele. resultado de tal

desafio não de"eria ser a perda da fé, mas, sim, a possessão, de "alor inestimá"el, de uma

fé em arra'oada e madura. Além disto, há conse%Jências sérias de uma falta de

consciência de padr)es contemporMneos de pensamento. Ao in"és de ficar isenta de sua

influência, a pessoa fica sendo a "&tima inconsciente  deles. ?nfeli'mente, há um número

grande demais de cristãos %ue sustentam cren(as %ue são hostis / fé cristã, e não têm

consciência do fato. Qisto %ue toda a "erdade é "erdade de *eus, e "isto %ue a filosofia e

uma usca da "erdade então, a filosofia contriuirá ao nosso entendimento de *eus e do

0eu mundo.

DISCIPLINAS DA FILOSOFIA

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7onforme "imos no cap&tulo anterior uma defini(ão da filosofia é tanto dif&cil %uanto

contro"ertida. Até mesmo os HprofissionaisH do ramo discordam entre si %uanto / nature'a

e#ata da filosofia. Apesar disto, a situa(ão é em diferente %uando nos dedicamos a

especificar as di"is)es ou áreas da filosofia. A%ui, os filósofos estão geralmente de acordo

entre si. 5este cap&tulo faremos um le"antamento destas áreas principais, para dar uma

idéia de %ue tipo lê %uestão caerá a cada dom&nio. :á duas aordagens / filosofia, a

anal&tica e a especulati"a.

tica

Tal"e' a área mais conhecida da filosofia se!a o estudo da ética. *ificilmente passaum dia sem sermos confrontados com %uest)es da moralidade. Qou falsificar minha

declara(ão de imposto de renda aorto é correto $mora a filosofia geralmente trate de

coisas astratas, este certamente não é o caso da ética. As %uest)es da teoria ética são

perguntas práticas, prolemas %ue tocam na "ida de todos os dias.

$mora o uso %ue o filósofo fa' do termo tica se assemelhe em muitos aspectos

ao uso comum da pala"ra, há, tamém, diferen(as. 6uando o homem do po"o fala da ética,

usualmente se refere a uma coletMnea de regras ou princ&pios mediante os %uais é ou

permitido ou proiido de comportar+se de certas maneiras. or e#emplo, %uando falamos da

Hética pastoral,H geralmente nos referimos a regras ou princ&pios %ue go"ernam o

comportamento do ministro para com seus paro%uianos ou para com outros ministros. u,

se falamos da necessidade da Hética dos negócios,H referimo+nos a um código %ue regula, ou

%ue de"e regular, as a()es dos negociantes para com seus fregueses, empregados e

concorrentes.

s filósofos tamém empregam a pala"ra tica  neste sentido. or e#emplo,

%uando o filósofo fala da Hética cristã,H comumente %uer di'er a%ueles princ&pios %ue guiam

as a()es dos cristãos, princ&pios tais como a%ueles registrados nos *e' -andamentos e no

0ermão da -ontanha. filósofo, no entanto, tamém emprega a pala"ra num sentido mais

amplo. -ais geralmente, emprega o termo para denotar um campo da filosofia. A%ui, a tica

  uma + matéria teorética. ode ser distinguida das normais di"is)es da filosofia

primariamente por a%uilo acerca de %ue teori'a. Ao passo %ue o epistemólogo teori'a acerca

do conhecimento, e o esteta acerca da ele'a, o filósofo moral está interessado na nature'a

da "ida "irtuosa, no seu "alor último, e na propriedade de certas a()es e estilos de "ida.

 A ética é parcialmente uma ati"idade anal&tica ou meta+ética. A meta-tica denota a _________________________________________________________________________________________ 

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usca dos significados de certos termos+cha"es %ue aparecem em declara()es éticas,

declara()es estas %ue atriuem lou"or ou culpa a a()es. Vma lista parcial destes termos

incluiria4 Hom,H Herrado,H Hcerto,H Hresponsá"el,H Hde"e,H e Hde"eria.H

*o outro lado, há muitos filósofos %ue sustentam %ue a ética tamém é um

in%uérito normati"o. $stes filósofos alegam %ue as teorias éticas recomendam, a"aliam, e

 ustificam a escolha de certas a()es. A"aliam al"os e, em última análise, modos de "ida

como sendo moralmente "aliosos. A ética está preocupada em fa'er mais do %ue

simplesmente descre"er como as pessoas agem. 6uer preceituar. u se!a4 está interessada

em atriuir modos de a(ão %ue devem ser seguidos ou lou"ados.

<ecentemente tem sido argumentado %ue princ&pios de a(ão uni"ersais ou

asolutos são imposs&"eis. As regras éticas, na melhor das hipóteses, dependem da

situa(ão ou da cultura. $ste conceito de ética é chamado de relativismo moral ou ético.

Situation *t2ics,  de Eoseph Dletcher, é um om e#emplo deste tipo de filosofia moral.

0egundo Dletcher, Htoda e %ual%uer coisa é certa ou errada, de acordo com a situa(ão,H tudo

depende de se a pessoa age na ase do amor (ágape7.

 A usca de regras uni"ersais de a(ão tem sido atacada de outra dire(ão, tamém.

Vm grupo de filósofos, geralmente dentro da escola anal&tica do positi"ismo lógico alega %ue

as declara()es de princ&pios morais não preceituam, pelo menos não nalgum sentido direto.

elo contrário, e#pressam a apro"a(ão ou desapro"a(ão pessoal. *i'er, portanto, H-atar é

errado,H é meramente e#pressar seu próprio desagrado como o assassinato. R "erdade %ue

a declara(ão aconselha uma pol&tica semelhante para outras pessoas, mas estas não estão

origadas a a%uiescer. $sta forma de teoria ética é chamada emotivismo, e é e#posta por A.

E. AUer e 7. . 0te"enson.

# filosofia /ocial e Pol*tica

 A filosofia social e pol&tica está estreitamente relacionada com a ética. Ao passo

%ue a ética di' respeito /s a()es dos indi"&duos, a filosofia especial e pol&tica está

interessada nas a()es de um grupo ou sociedade. A grosso modo, as refle#)es filosóficas a

respeito da sociedade encai#am+se em duas classes distintas, porém estreitamente

relacionadas entre si. A primeira classe procura e#aminar por %ue a sociedade é como é. or 

%ue a guerra, o crime, e a pore'a e#istem 0e estas refle#)es forem seguidas e

classificadas, será descoerto %ue fa'em parte das disciplinas da psicologia, daantropologia, da sociologia, da ciência pol&tica, e das ciências econmicas. A segunda classe

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de refle#)es filosóficas sonda os al"os da sociedade e o papel %ue o estado pode

desempenhar em reali'ar estes al"os. $ste segundo tipo de pes%uisa é chamado filosofia

social ou pol&tica.

*e"e ser notado %ue, emora os dois tipos de pes%uisa distinguidos supra se!am

logicamente independentes entre si, na prática é em dif&cil estar preocupado com um dos

tipos e não com o outro. Alguém pode ser um sociólogo sem se ocupar com a filosofia social

e pol&tica, ou praticar a filosofia pol&tica sem ser um economista ou cientista pol&tico.

filósofo social e pol&tico analisará conceitos tais como a autoridade, o poder, a

 !usti(a e os direitos indi"iduais. "iamente, semelhante análise tem estreito relacionamento

com a teoria ética. A filosofia social e pol&tica, porém, está interessada em mais do %ue a

mera teoria. Trata de perguntas tais como4 6uem de"e go"ernar a sociedade A origa(ão

pol&tica é compará"el com outros tipos de origa(ão 0ão compat&"eis a lierdade e a

organi'a(ão 6ual é o significado da democracia, e é ela uma forma !ustificá"el de go"erno

6ual de"e ser o papel do go"erno numa comunidade corretamente organi'ada A%ui

tamém, emora estas perguntas se!am teoréticas, têm enorme importMncia prática.

# ,stética

 A estética fa' parte essencial da teoria de "alores, ou da a#iologia. 5alguns pontos

toca tamém em %uest)es éticas ou sociais e pol&ticas. A análise de idéias tais como ele'a,

gosto, e arte, e como empregamos estes termos é fundamental para este ramo da filosofia.

 Assim como nas demais áreas da filosofia, há perguntas %ue "ão além da mera

análise de conceitos estéticos. 6uest)es de estilo, da inten(ão do criador, e da nature'a da

criati"idade na arte são apenas uma parte da estética. Vma das %uest)es mais interessantes

na estética di' respeito / cr&tica de oras de arte. %ue produ' uma oa poesia Vma ela

pintura Vma sinfonia como"ente 7omo se distinguem a interpreta(ão e a a"alia(ão

 Alguns filósofos têm procurado e#aminar o lugar da arte numa sociedade está"el ou seu

papel de transforma(ão em uma sociedade corrupta. ?nfeli'mente, a maioria dos estudantes

principiantes receem pouco ou nenhum contato com esta di"isão dentro da filosofia,

emora se!a uma das mais interessantes.

# 0'gica

*algumas maneiras, a área mais fundamental da filosofia é a lógica, "isto %ue a

filosofia é uma pes%uisa lógica, e "isto %ue a lógica e#p)e sistematicamente as leis do

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ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo 2I

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pensamento e do argumento.

 A maioria das pessoas não emprega argumentos lógicos e deduti"os com

premissas e conclus)es estruturadas. 5ão se %uer di'er com isto %ue seus argumentos não

poderiam ser resumidos assim8 mas na discussão comum, é desnecessária semelhante

formali'a(ão. ogo, há necessidade de princ&pios lógicos mediante os %uais possamos

a"aliar argumentos informais. A maioria dos cursos da lógica come(a com uma discussão de

falácias informais, ou se!a4 de erros de argumenta(ão em con"ersa comum.

 Algumas das falácias mais comuns são o apelo / autoridade ao in"és de apelar /

e"idência para sustentar a posi(ão, e o ata%ue contra o homem >chamado argumentam ad 

2ominem$ ao in"és de opor+se / sua !ustifica(ão ou e"idência. or e#emplo, apelar ao

testemunho do meu pai para apoiar minha cren(a na rota(ão da terra ou na e#istência de

apai 5oel é um e#emplo de um apelo / autoridade. Tal apelo não é "álido %uando a

HautoridadeH não é %ualificada para a"aliar a %uestão em pauta4 meu pai não é um

astrnomo, nem "iu apai 5oel.

 A falácia ad 2ominem  pode ser comumente oser"ada em triunais de !usti(a.

0uponhamos %ue uma testemunha testifi%ue %ue "iu o réu assassinar o 0r. 0il"a. <ecita os

pormenores sangrentos por e#tenso. ad"ogado de defesa le"anta+se para interrogá+la. Ao

in"és de %uestionar os pormenores do testemunho ou de apresentar e"idência em contrário,

o ad"ogado indica %ue a testemunha é um mentiroso haitual e %ue esta"a tendo um

romance com *a. 0il"a, tornando falso o seu testemunho. "iamente, estas considera()es

ressaltadas pelo ad"ogado da defesa, se fossem "er&dicas, teriam alguma aplica(ão ao

processo, mas não demonstram, de modo algum, %ue o seu testemunho é falso. 0ão um

ata%ue contra a testemunha, mas não contra seu testemunho. odem nos le"ar a suspeitar 

do testemunho da testemunha, mas não compro"am, de modo algum, %ue seu testemunho é

falso.

 A lógica, no entanto, ocupa+se mais com casos de argumento formali'ado. $stesargumentos formali'ados são de dois tipos ásicos, deduti"o e induti"o.

 As regras para a "alide' de argumentos na forma de silogismos deduti"os, %ue

consistem em uma premissa maior, uma premissa menor, e uma conclusão, foram

primeiramente definidas de modo sistemático por Aristóteles >3I3+322 a.7.;. -ais

recentemente, a lógica aristoteliana tem sido modificada e receeu uma formali'a(ão

simólica. $sta formali'a(ão assemelha+se em muito a um tipo de matemática, conforme

re"elará uma leitura atenta de %ual%uer manual moderno de lógica.

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*e muitas maneiras, o século PP, pelo menos nos c&rculos >anglo+americanos; tem

sido o século da lógica. $ste fato pode ser perceido no desen"ol"imento de tipos de lógica.

$mora os tipos de perguntas e %uest)es %ue as no"as lógicas le"antaram tenham sido

discutidos anteriormente na história da filosofia, os filósofos "iram uma ferramenta na

formali'a(ão da lógica %ue permitiria uma análise mais cuidadosa e o!eti"a. :á pelo menos

três destas lógicas %ue merecem ser mencionadas.

 A primeira é a lógica modal. A lógica modal trata das três modalidades filosóficas

principais4 a impossiilidade, a contingência, e a necessidade. Alguns filósofos interpretam

estas modalidades em termos de mundos poss&"eis. H?mpossiilidadeH significa %ue uma

declara(ão é falsa em todos os mundos poss&"eis. H5ecessidadeH significa %ue uma

declara(ão é "erdadeira em todos os mundos poss&"eis. H7ontingênciaH significa %ue uma

proposi(ão é "erdadeira em pelo menos um mundo poss&"el.

 As lógicas de8ntica e do+ástica  são duas outras lógicas. A lógica de8ntica  tem

relacionamento com a ética, pois é uma tentati"a no sentido de colocar numa estrutura

formal o funcionamento da pala"ra Hde"eH em conte#tos morais, especialmente em

mandamentos morais. A lógica do+ástica  trata de declara()es %ue come(am com Heu

pensoH, Heu creio,H Hele pensa,H ou Hele crê.H 5ão é dif&cil demonstrar %ue estas atitudes

preposicionais, conforme /s "e'es são chamadas, afeiam o "alor "er&dico das declara()es.

or e#emplo, é "erdade %ue HFalter 0cott escre"eu 9van2o,6  mas pode ser falso %ue HEoão

Donseca acredita %ue Falter 0cott escre"eu 9van2o.6  A lógica do#ástica está interessada

nestas diferen(as e nas conse%Jências %ue estas diferen(as têm nas deri"a()es lógicas.

Dinalmente, no século PP, desen"ol"eu+se interesse por a%uilo %ue "eio a ser 

chamado a filosofia da l/gica. *uas %uest)es %ue são largamente discutidas têm a "er com

se negati"as e#istenciais >por e#emplo, não e#istem estrelas haitadas; podem ser 

declaradas dalgum modo, e com a diferen(a entre um nome logicamente próprio >0ócrates,

*escartes, ou ant; e uma descri(ão espec&fica >o ardo de A"on ou o atual rei da Dran(a;.$stas %uest)es tal"e' não pare(am importantes para o homem comum, mas %uando o

lógico %uer tradu'ir para uma l&ngua formali'ada e fa'er deri"a()es, estas %uest)es se

tornam significantes.

# &ilosofia da 4eligião

 As %uest)es caracter&sticas da filosofia da religião desen"ol"em+se do escrut&niointensi"o e intelectual das religi)es "i"as. R necessário distinguir o filósofo da religião do

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historiador da religião, do religionista comparati"o, e do teólogo. historiador da religião

procura descorir a origem e o desen"ol"imento das religi)es. 0e uma certa religião se

desen"ol"esse de temores "inculados com um eclipse do sol, o historiador da religião

documentaria este fato, e os efeitos deste temor sore o corpo inteiro da cren(a. -apearia a

história religiosa do grupo, notando %ue, originalmente, os adoradores reconheciam de'

di"indades, mas, no decurso do tempo, o ritual se centrali'ou num único *eus supremo.

religionista comparati"o está interessado nas semelhan(as entre as religi)es.

 Acha digno de nota %ue todas as religi)es, ou a maioria delas, têm uma cren(a num poder,

princ&pio ou ser supremo. ?nforma()es otidas do historiador da religião e do religionista

comparati"o são significantes, amiúde, /s pes%uisas do filósofo da religião. -esmo assim, o

filósofo da religião geralmente come(a sua tarefa onde estas ati"idades terminam. filósofo

está interessado em analisar e a"aliar as informa()es, para descorir o %ue significam e se

são "erdadeiras.

 A ati"idade do filósofo da religião tamém é diferente da%uela do teólogo.

teólogo se interessa por %uest)es filosóficas %ue di'em respeito / sua disciplina, e %ue se

ocupam com assuntos históricos, te#tuais e e#egéticos. 6uando o teólogo trata da nature'a

geral da religião e do conhecimento religioso, os interesses do teólogo e do filósofo da

religião são idênticos. 6uando, porém, o teólogo estuda o desen"ol"imento de uma doutrina

ou a interpreta(ão de um te#to, os dois di"ergem.

6ue tipos de perguntas são a matéria profissional do filósofo da religião A

primeira %uestão e#aminada na filosofia da religião usualmente é a nature'a da própria

religião. :á alguma caracter&stica definidora ou Mmago de cren(as %ue se acha em todas as

religi)es, e %ue é a marca distinti"a da religião

Vm segundo assunto %ue o filósofo da religião a"alia criticamente são osargumentos em prol da e#istência de *eus. 5o século PQ???, ant disse %ue ha"ia três, e

somente três, argumentos racionais em prol da e#istência de *eus. 0ão os argumentos

ontológico, cosmológico, e teleológico. s filósofos da religião suse%uentes acrescentaram

um %uarto, o argumento moral. R interessante %ue um grupo de filósofos da religião,

conhecidos come Hateólogos,H desen"ol"eram "árias pro"as atéias, argumentos %ue

procuram compro"ar %ue *eus não e#iste.

Vm terceiro assunto do filósofo da religião é a discussão dos atriutos de *eus.

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or e#emplo, são compat&"eis a misericórdia infinita e a !usti(a infinita A onisciência di"ina >

compat&"el com a a(ão humana "oluntária A eternidade de *eus significa %ue $le e#isti fora

do tempo, ou e#iste dentro do tempo para sempre e sempre $, finalmente, a onipotência de

*eus significa %ue $le pode in"entar uma tarefa dif&cil demais para $le mesmoO ode criar 

uma pedra %ue não pode erguer $stes são alguns dos prolemas mais interessantes na

filosofia da religião. :á muito traalho para ser feito ainda nesta área.

Vma %uarta área em %ue o filósofo da religião tem algum interesse é a%uela da

linguagem religiosa. <ealmente, emora o assunto sempre tenha gerado contro"érsia, neste

último meio+século alguns filósofos têm argumentado %ue a linguagem religiosa ou a

con"ersa acerca de *eus não fa' sentido. 5a realidade, a "erdade e a falsidade não podem

ser atriu&das a declara()es acerca de *eus de me do algum, "isto não terem eles

significado algum.

# 5ist'ria da &ilosofia

?nfeli'mente, a filosofia é fre%Jentemente estudada sem considera(ão pelas

influências %ue le"aram / formula(ão das idéias, ou o efeito da%uelas idéias sore a

sociedade, sore o decurso da história, ou a pessoa %ue as escre"eu. A dupla tarefa do

filósofo é e#plicar a%uilo %ue um homem %uer di'er, e resol"er se a%uilo %ue ele disse é

"erdadeiro. A história da filosofia, no entanto, é uma tentati"a no sentido de demonstrar 

como as influências ideológicas le"aram a certas filosofias8 de oser"ar como, por sua "e',

estas filosofias influenciaram sociedades e institui()es8 e de aprender acerca dos homens

por detrás das filosofias. Além disto, o historiador da filosofia procura demonstrar a

formula(ão e o desen"ol"imento de escolas de pensamento, tais como o racionalismo e o

empirismo.

ara ilustrar4 a filosofia de <ené *escartes >19N@+1@9L; fa' parte da história da filosofia.

5ão somente %ueremos saer o %ue *escartes disse, e se é "erdadeiro, como tamém

algumas coisas acerca dele e do pensamento cartesiano suse%uente. s tempos de

*escartes e#alta"am a ra'ão e deprecia"am a e#periênciaG  conhecimento %ue *escartes

tinha da matemática influenciou seu pensamento filosófico *e %ue maneira treinamento

%ue *escartes receeu em a DlXche >a escola !esu&ta em %ue entrou com a idade de de'

anos; foi importante no seu desen"ol"imento filosófico *e %ue maneira *escartes

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influenciou racionalistas suse%uentes tais como 0pino'a, eini', e ant pensamento

de *escartes tem sido um fator importante no desen"ol"imento da filosofia contemporMnea

Todas estas são perguntas /s %uais o historiador da filosofia procura dar uma resposta.

# &ilosofia da 5ist'ria

$mora a Hfilosofia da históriaH soe de modo semelhante a Hhistória da filosofia,H as

duas são em diferentes entre si. A filosofia da história é a refle#ão cr&tica acerca da ciência

histórica, e inclui tanto elementos anal&ticos %uanto especulati"os. filósofo da história de"e

primeiramente distinguir entre o emprego de pala"ras tais como 2ist/ria e cr8nica. *epois,

pode "oltar+se para os prolemas do método histórico, %ue são uma parte central e

importante na filosofia da história. historiador tem um método e#clusi"o para sua disciplina, ou emprega o método

cient&fico al"o da e#plica(ão histórica é predi(ão, ou meramente entendimento Qisto %ue

escre"er a história en"ol"e sele(ão da matéria pelo historiador, um documento histórico de"e

ser considerado o!eti"o *eclara()es históricas são da mesma nature'a %ue as cient&ficas,

emora se!am a respeito doutra matéria8 ou são sui gêneris >sem igual; A história pode ser 

supra+histórica 6ual%uer pessoa %ue tenha estudado o desen"ol"imento da teologia

protestante no decurso destes últimos cem anos, reconhece %ue estas perguntas sãoenormemente rele"antes para o cristão. cristianismo é uma religião profundamente arrai+

gada na história, e é por isso %ue os cristãos têm muita coisa em !ogo nestas discuss)es.

# &ilosofia da i6ncia

relacionamento entre a ciência e a filosofia da ciência é muito semelhante /%uele

entre a história e a filosofia da história. A própria ciência é tanto oser"á"el %uanto e#peri+mental. or e#emplo, o iólogo oser"a a estrutura e a fun(ão da "ida, humana ou não. 7om

ase em certas oser"a()es, o cientista pode reali'ar e#periências para apoiar suas

conclus)es. >*estarte a iologia /s "e'es é chamada uma disciplina da primeira ordem. *o

outro lado, o filósofo da ciência não está tão interessado na oser"a(ão e na

e#perimenta(ão, pelo menos não nalgum sentido primário, %uanto está interessado no

e#ame e a"alia(ão cr&ticos de conceitos+cha"es cient&ficos e na metodologia cient&fica. or 

esta ra'ão, a filosofia da ciência tem sido chamada por alguns uma disciplina da segunda

ordem.

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 Algumas perguntas dentro da filosofia da ciência são as seguintes. 7omo as

teorias cient&ficas de"em ser constru&das e a"aliadas 6ue !ustificati"a e %ue critérios são

necessários para as teorias cient&ficas A indu(ão pode ser defendida com sucesso

# &ilosofia da ...

 A filosofia da religião, a filosofia da história, e a filosofia da ciência nos ensinam

acerca da pes%uisa filosófica. R poss&"el, até mesmo dese!á"el, e#aminar criticamente os

termo e metodologia primários de &ual&uer  disciplina. or esta ra'ão, há uma filosofia do

direito da matemática, da educa(ão, e de muitas outras disciplinas. s estudantes nas

faculdade cristãs podem, assim, ser solicitados a fa'er um curso de filosofia da educa(ão

cristã ou de filosofia da prega(ão e"angel&stica. Tudo isto é e"idência da amplitude da

filosofia.

# ,pisteologia

 A epistemologia, ou a in"estiga(ão da origem e da nature'a do conhecimento, é

um dos campos principais da filosofia 7omo conhecemos alguma coisa 6uando é

 !ustificada a alega(ão de %ue alguém sae R poss&"el o conhecimento induitá"el >certo;acerca de %ual%uer coisa A percep(ão sensória nos dá informa()es fidedignas acerca de

um mundo de o!etos f&sicos Temos consciência direta do mundo f&sico 5ossas

percep()es dos o!etos são idênticas a esses o!etos

 As perguntas da epistemologia não são as perguntas da psicologia ou da ciência

natural, emora, tamém certos resultados destas duas ciências possam ser rele"antes ao

epistemólogo.

# 7etaf*sica

ara o no"ato na filosofia, a metaf&sica parece ser, logo de in&cio, o mais misterioso

e de mau presságio de todos os campos da filosofia. próprio nome incita imagens de

doutrinas astratas e dif&ceis. 5a linguagem comum empregamos o termo para teorias

imaginati"as ou m&sticas, %ue refor(a a idéia de %ue o conteúdo e assunto da metaf&sica é

pura especula(ão com pouca importMncia prática.

 A metaf&sica, na realidade, receeu seu nome de um modo muito simples. nome

 provm de uma pala"ra grega %ue significa Hdepois da f&sicaY. termo foi introdu'ido no

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século l a.7. por Andrnico de <odes para designar os li"ros sem nome %ue apareceram

depois da Física da Aristóteles na cole(ão original das suas oras. *estarte, a matéria da

metaf&sica era geralmente determinada pelo tipo de prolema %ue Aristóteles trata"a nas

se()es %ue apareceram depois da sua Física. Atra"és do uso do termo, este "eio a significar 

HalémH do f&sico. *a&, a metaf&sica, pelo menos para alguns filósofos, é o estudo do ser ou da

realidade.

 A pala"ra grega para Hnature'aH é  p2:sis, de onde otemos nossa pala"ra física.

;etafísica é um nome apropriado para a matéria na coletMnea dos escritos de Aristóteles,

por%ue, algum tempo antes de latão, os filósofos gregos esta"am escre"endo oras

chamadas *a <ature"a.  5estes tratados ha"ia muita coisa %ue ho!e colocar&amos na

categoria da ciência natural. 5o entanto, tamém continham especula()es acerca dos

elementos fundamentais do mundo %ue e#plica"am ou causa"am todos os fenmenos

"is&"eis. or e#emplo, era alegado %ue os elementos fundamentais da realidade poderiam

ser redu'idos ao ar, ao fogo, / água, e / terra. *e acordo com os filósofos antigos, estes

%uatro elementos em comina(ão e intera(ão da"am conta da totalidade da realidade. s

gregos não distinguiam entre a%uilo %ue ho!e chamamos de ciência natural e o

empreendimento mais especulati"o8 nós tendemos a restringir o termo metafísica  /s

e#plica()es da realidade %ue "ão além de relatos cient&ficos para in"estigarem a nature'a da

.realidade.

:á uma mudan(a sutil, porém rele"ante, da ênfase na metaf&sica em compara(ão

com a epistemologia. A epistemologia ocupa+se com as capacidades e as limita()es de

%uem sae, ao passo %ue a metaf&sica trata da e#istência e da natre'a da%uilo %ue é saido.

5outras pala"ras, a teoria do conhecimento considera a possiilidade e as condi()es do

conhecimento, ao passo %ue a metaf&sica considera as %ualidades e os relacionamentos das

coisas conhecidas, ou se!a4 a realidade.

 Alguns e#emplos do esto%ue das perguntas metaf&sicas tradicionais são osseguintes. 6uais são as partes constituintes fundamentais e o!eti"as da realidade 6ual é a

nature'a do espa(o e do tempo Todo e"ento de"e ter uma causa $#istem coisas tais

como os uni"ersais, e, se for assim, o %ue são $, finalmente, há alguma sustMncia ou

entidade %ue sempre permanece constante

-uitas das perguntas ho!e estão mais estreitamente relacionadas com a nature'a e

a "ida dos seres humanos, perguntas tais como4 homem tem li"re ar&trio As inten()es

causam alguma coisa

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# &ilosofia da 7ente

7onforme acaa de ser notado, a metaf&sica transformou+se e desen"ol"eu+se

durante os últimos cin%Jenta a setenta e cinco anos. s prolemas %ue ocupam a aten(ão

do filósofo contemporMneo não são no"os, mas assumiram um lugar de maior desta%ue nadiscussão filosófica. Vma das conse%Jências deste desen"ol"imento é a maior importMncia

da filosofia da mente. $sta área da filosofia tinha sido tradicionalmente uma parte da

metaf&sica, e /s "e'es ainda é considerado assim. -esmo assim, com nosso conhecimento

maior do cérero humano e da f&sica, a filosofia da mente tem receido maior aten(ão.

  Algumas das perguntas centrais são as seguintes. $#iste, na "erdade, um n&"el da

realidade %ue podemos chamar de mental  0e for assim, %uais são as marcas distinti"as domental 0enão, a consciência está meramente associada com estados do cérero 6ual é o

relacionamento entre a mente e o corpo *e %uais maneiras as má%uinas são como os

homens odemos construir inteligências artificiais %ue funcionam como mentes

# "eoria da #%ão

Vma das áreas mais no"as de concentra(ão é a%uela da teoria da a(ão. 0uaemergência e seu desta%ue no cenário filosófico contemporMneo estão intimamente ligados

com os demais campos da filosofia. 5ão se a"an(a muito longe na filosofia da mente, na

filosofia da linguagem, na ética, nem em muitos outros campos sem ser confrontado com as

perguntas cruciais da teoria da a(ão. Antes de ser poss&"el elucidar a nature'a da mente, é

necessário entender o relacionamento entre os estados mentais e as a()es. *istin()es entre

"ários tipos de a()es de fala, e seus mútuos relacionamentos, são de "alor inestimá"el na

in"estiga(ão da linguagem. -as é pro"a"elmente a ética %ue tira mais pro"eito do estudo eda análise da a(ão. 6uest)es de responsailidade não podem ser tratadas ade%uadamente

/ parte de uma discussão da capacidade e a incapacidade, e de uma análise entre atos

intencionais e in"oluntários. or e#emplo, uma teoria ética tal como o utilitarismo >o ato certo

é a%uele %ue produ' o má#imo pra'er e a m&nima dor para o maior número de pessoasZ,não

pode ser a"aliada apropriadamente sem um entendimento do relacionamento entre atos,

conse%Jências, circunstMncias e moti"os.

s prolemas da teoria da a(ão são fascinantes. %ue é um ato, e como está _________________________________________________________________________________________ 

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relacionado com um agente 6ual é a cone#ão entre o ato e o dese!o $stas perguntas são

intrinsecamente interessantes, independentemente de %ual%uer importMncia %ue tenham

para outros campos de pes%uisa. *estarte, emora a teoria da a(ão não se!a diretamente

discutida neste li"ro, esperamos %ue o leitor prosseguirá no estudo dela por conta própria.

0e "ocê falar com o homem comum do po"o, ele lhe informará %ue os seres

humanos saem muitas coisas. 0aemos %ue um mais um é igual a dois, e %ue do'e "e'es

do'e é igual a 1. 0aemos %ue o mundo tem ár"ores e montanhas, %ue pessoas e

cadeiras fa'em parte do nosso meio amiente. 0aemos, tamém, %uando estamos "endo

"ermelho, e saemos %ue há outros homens com mentes, com os %uais con"ersamos e

con"i"emos. *estarte, parece um pouco estranho ser confrontado com a pergunta deste

cap&tulo4 odemos conhecer Até mesmo o cético geralmente não nega %ue os homens

estão fortemente inclinados a acreditar %ue há um mundo tridimensional com o!etos %ue

podem ser comprados e "endidos, usados e reutili'ados. $ste, no entanto, não é o prolema

para o filósofo. $le está ocupado com a !ustificati"a para tal cren(a. A %uestão não é a%uilo

em %ue cremos, mas, sim, em %ue podemos crer com !ustificati"a. R !ustamente a esta altura

%ue o ceticismo ergue sua cae(a feia. 7onforme "eremos neste cap&tulo, o ceticismo

assume mais do %ue uma só forma, mas todas ela adotam uma atitude célica diante de toda

e %ual%uer !ustificati"a da cren(a. *e in&cio, argumentar com um cético pode ser uma

e#periência re"igorante. -as, no fim, fica sendo frustrador, pois um om cético é impedido

de concordar com %ual%uer premissa, em hipótese alguma, fa'endo com %ue se!a

imposs&"el até mesmo come(ar o argumento.

FORMAS DE CETICISMO E SEUS ARGUMENTOS

:á muitas formas de ceticismo. 7ategori'amos estas em cinco grupos4 o ceticismo

radical ou asoluto8 o ceticismo mitigado8 o ceticismo limitado8 o ceticismo metodológico8 e o

irracionalismo.

O Ceticismo R!ic" o# A$so"#to

:á dois tipos de céticos radicais ou asolutos. rimeiramente, há a%ueles céticos

%ue alegam %ue não possu&mos conhecimento algum. odemos acreditar  nisto ou na%uilo,

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mas nunca somos !ustificados em rei"indicar &ue sa)emos alguma coisa. $m segundo lugar,

há céticos desta classe %ue concordariam %uanto a termos conhecimento das nossas

e#periências imediatas, mas o conhecimento de %ual%uer outra coisa fora destas

e#periências imediatas é imposs&"el, sendo matemática e lógica, tal"e', e#ce()es.

Se+to *mpírico. O ceticismo era conhecido e praticado muito tempo antes dos dias

e dos escritos de 0e#to $mp&rico. -ais pro"a"elmente, o ceticismo como metodologia

filosófica foi desen"ol"ido pelos l&deres da Academia de latão no século ??? a.7. s

acadêmicos, conforme eram chamados, re!eita"am as doutrinas metaf&sicas e m&sticas de

latão. elo contrário, concentra"am+se na%uilo %ue considera"am supremo na oser"a(ão

de 0ócrates4 HTudo %uanto sei é %ue nada sei.H Além disto, procura"am desen"ol"er o

método socrático e sua tática de fa'er perguntas.5o per&odo romano, o centro de ceticismo mudou+se da Academia para a escola

pirroniana, pro"a"elmente ligada com a escola de medicina em Ale#andria. $sta escola

acha"a sua inspira(ão nos escritos de irro de $lis >c. de 3@L W c. de 2GL a.7.;. 5ão dei#ou

escritos, mas era conhecido como um modelo do modo cético da "ida, de modo muito

semelhante ao %ual 0ócrates é considerado o modelo do modo filosófico da "ida.

pirronismo, no entanto, reputa+se ter sido teoricamente formulado por $nes&demo, %ue

ensina"a em Ale#andria no século l a.7. A formula(ão mais plena e mais importante deste tipo de ceticismo é a de 0e#to

$mp&rico, %ue "i"eu e traalhou durante a última metade do século &leo primeiro %uarto do

século ??? d.7. ouco se sae acerca dele, a não ser %ue, pro"a"elmente, era grego, pois

parecia saer as sutile'as da l&ngua. 7onhecia, tamém, pormenores acerca de <oma,

 Atenas e Ale#andria, mas não saemos onde nasceu, onde ensina"a, nem onde morreu.

0aemos, porém, %ue pratica"a a medicina.

 A arc2, ou moti"o, para o ceticismo era a esperan(a de galgar atara+ia, o estado

de Himperturailidade.H A história do pensamento até 0e#to $mp&rico era de atalhas entre

dogmatistas de opini)es diferentes. $stes dogmatistas podiam ser caracteri'ados pela sua

cren(a ou descren(a apai#onada e teimosa em certas doutrinas. $stas cren(as le"aram a

atalhas filosóficas %ue tinham perturado os homens durante séculos. ogo, o ceticismo

não era apenas uma posi(ão epistemológica, como tamém prometia uma conse%Jência

prática + a felicidade e a pa' de esp&rito nas ati"idades de todos os dias.

ceticismo de 0e#to $mp&rico tinha três etapas4 a ant&tese, a epoc2=  >a

suspensão do !ulgamento;, e a atara+ia. A primeira etapa en"ol"ia uma apresenta(ão de

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alega()es contraditórias acerca do mesmo assunto. $stas alega()es eram constru&das de

tal maneira %ue esta"am em oposi(ão entre si, e pareciam igualmente pro"á"eis ou

impro"á"eis. ara facilitar a discussão destas ant&teses, foram desen"ol"idas tropes,  ou

grupos de argumentos céticos. al"o destas tropes  era compro"ar a necessidade de

suspender o !ulgamento acerca das alega()es sore a "erdade. 0e#to $mp&rico disps as

tropes pirronianas em grupos de de', oito, cinco, e dois. A mais famosa destas tropes o

grupo de de'. or e#emplo, uma torre "ista / distMncia é %uadrada. -as a mesma torre "ista

de perto é redonda. $stas duas alega()es, emora este!am em oposi(ão, descre"em o

mesmo o!eto. Vm segundo e#emplo do grupo de de' é %ue os citas considera"am

necessário sacrificar seres humanos a [rtemis. s gregos, no entanto, proiiam o sacrif&cio

humano. utra "e', duas rei"indica()es opostas foram feitas para o mesmo assunto.

segundo estado é epoc2=,  ou a suspensão do !ulgamento. Ao in"és de ou

asse"erar ou negar %ual%uer alega(ão indi"idual acerca do assunto em pauta, a pessoa

de"e aranger todas as alega()es mutuamente inconsistentes e suspender o !ulgamento

sore cada uma delas.

 A etapa final é atara+ia, um estado de imperturailidade, felicidade, e pa' de esp&+

rito. 6uando isto ocorre, a pessoa fica lierta do dogmatismo. ode "i"er de modo pac&fico e

não+dogmático no mundo, seguindo suas inclina()es naturais e as leis ou costumes da

sociedade.

5o Mmago do ceticismo de :ume há seu ata%ue contra os fundamentos do

conhecimento emp&rico. Argumenta %ue nenhuma generali'a(ão acerca da e#periência é

racionalmente !ustificada, em hipótese alguma. 5enhuma proposi(ão acerca da e#periência

é necessária, nem a priori, pois alguém poderia facilmente imaginar um mundo em %ue a

proposi(ão seria falsa. or e#emplo4 H sol se le"antará amanhã cedoH é uma generali'a(ão

acerca da e#periência ou da realidade, mas não é necessário. odemos conceer de um

mundo em semelhante ao nosso, em %ue o sol não se le"antará amanha cedo.0uponhamos %ue respondêssemos a :ume, HA ra'ão por%ue cremos %ue o sol se

le"antará amanhã cedo é %ue se le"antou todas as manhãs até ao presente momento.H

:ume, porém, argumentaria contra, di'endo %ue semelhante declara(ão pressup)e %ue a

nature"a uniforme. ressup)e %ue a nature'a não "ariará seu plano para o le"antar do sol.

$sta pressuposi(ão tal"e' se!a "erdadeira, mas a não ser %ue tenhamos alguma ra'ão para

crê+la, não temos %ual%uer !ustificati"a para asse"erar alguma coisa apoiada por ela. A

uniformidade da nature'a não é necessária em si mesma, "isto %ue, mais uma "e',podemos conceer de um mundo %ue é aleatório e caótico. odemos imaginar um mundo

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em %ue as laran!as ti"essem o gosto de ma(as num dia, e como pêras no dia seguinte, onde

a água ficasse molhada num dia, e poeirenta no dia seguinte. 5ão podemos inferir %ue a

nature'a estará  uniforme pelo fato do %ue tem estado  uniforme8 !ustificar a%uilo %ue

acontecerá na ase da%uilo %ue !á aconteceu é peti(ão de princ&pio, é fa'er um argumento

em c&rculo "icioso, "isto %ue amos dependem da mesma alegada pressuposi(ão. ogo,

:ume conclui %ue a indu(ão >argumentar a partir de uma pressuposi(ão; não pode ser 

logicamente !ustificada de modo algum. ara :ume, a indu(ão não é um  processo de

raciocinar   de modo algum, mas, sim, um 2á)ito  de esperar %ue e"entos semelhantes

ocorrerão em circunstMncias semelhantes.

O Ceticismo Miti%!o

ceticismo mitigado é caracteri'ado pela re!ei(ão de alega()es de conhecimento

%ue "ão além da e#periência imediata. -esmo assim, admite certos tipos limitados de

conhecimento.

>ispo ?o2n @ilAins e ?osepn Blanvill.  Cispo Eohn FilSins >1@1+1@G2; e

Eoseph =lan"ill >1@3@+1@IL; eram memros antigos da 0ociedade <eal, a organi'a(ão

cient&fica ritMnica. Da'iam distin(ão entre conhecimento infali"elmente certo e

induita"elmente certo. FilSins e =lan"ill alega"am %ue o conhecimento infali"elmente certo

não pode ser atingido pelo homem, por%ue as capacidades deste podem ser defeituosas ou

corrompidas. ode ser enganado ao ponto de perceer cone#)es entre as coisas no mundo

como sendo necessárias, %uando, na realidade, podem ser meras concomitMncias.

conhecimento induita"elmente certo, do outro lado, é poss&"el. 0egundo FilSins

e =lan"ill, e#istem muitas cren(as das %uais não temos moti"o para du"idar. or e#emplo,

realmente supomos %ue o sol se le"antará amanhã, e %ue a água será molhada. *e fato, se

alguém du"idasse destas coisas, seria considerado perturado ou e#cêntrico pelo restantede nós. *ada a distin(ão entre o conhecimento infali"elmente certo e induita"elmente certo,

FilSins e =lan"ill, em como outros memros da 0ociedade <eal, desen"ol"eram uma teoria

para a solu(ão de prolemas dentro dos limites da Hdú"ida ra'oá"el.H $ste ceticismo

mitigado permanece na teoria anglo+americana da e"idência !ur&dica.

*manuel Cant.  ela sua própria confissão, $manuel ant >1G2+1IL; foi

despertado do seu Hsono dogmáticoH ao ler os deates filosóficos na ant perceeu %ue os

argumentos de :ume %ue %uestiona"am o conhecimento metaf&sico eram fortes. ant "iu

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%ue :ume desafiou com sucesso o otimismo do ?luminismo, e com ele, a epistemologia do

om+senso de ocSe, a%uilo %ue ocSe chama"a de Hfisiologia do entendimento.H ant

reconheceu %ue a pergunta4 R poss&"el o conhecimento precisa"a ser ree#aminada.

 A solu(ão de ant foi um meio+termo radical. 7ominou um ceticismo asoluto

acerca do conhecimento metaf&sico, com um otimismo de %ue o conhecimento uni"ersal,

necessário >a priori; acerca das condi()es da e#periência realmente e#iste. A cren(a de ant

\tinha relacionamento com a%uilo %ue chamou de Hre"olu(ão copernicanaH na filosofia. Assim

como 7opérnico >1G3+193; tinha transformado o ponto de "ista cosmol/gico do homem

>demonstrou %ue o sol, e não a terra, é o centro do sistema solar;, assim tamém ant

transformou o ponto de "ista epistemol/gico do homem. ant afirmou %ue o conhecedor não

se conforma ao o!eto conhecido W o %ue se pensa"a anteriormente >ocSe e seus segui+

dores criam %ue o o!eto esta"a HláH e o oser"ador meramente reagia /s suas %ualidades

o!eti"as;. elo contrário, disse ant, o o!eto conhecido conforma+se ao conhecedor.

ostulou+se %ue, para alguma coisa ser um o!eto poss&"el do conhecimento, tinha de

conformar+se com a mente.

*e conformidade com ant, todo o conhecimento come%a com a e#periência, mas

não há conhecimento sem as contriui()es da própria mente. ant alegou %ue a mente

contriui 4 as Hformas de sensiilidade,H o espa(o e o tempo, %ue são necessários para

entender a e#periência. Todas as nossas intui()es >percep()es; ocorrem dentro dos limites

do tempo e do espa(o, %ue são as formas pelas %uais a e#periência é organi'ada. ant

tamém catalogou do'e Hcategorias do entendimento,H %ue são necessárias a fim de

fa'ermos !ulgamentos acerca da e#periência. espa(o e o tempo são condi()es

necessárias para a e#periência ocorrer dalgum modo8 as do'e categorias >as mais

importantes das %uais são a causa  e a su)stncia$  são condi()es necessárias para a

a"alia(ão >análise e s&ntese; da e#periência.

$stas condi()es não nos a!udam a oter conhecimento do conteúdo >em contrastecom a forma; da e#periência, ou acerca da%uilo %ue transcende a e#periência. 0e, pois, um

o!eto não se conforma com estas condi()es necessárias, não é um o!eto poss&"el do

conhecimento. Caseado nesta tese, ant identifica três ciências %ue não são poss&"eis. 0ão4

a cosmologia emp&rica >uma ciência de um suposto mundo real;8 uma psicologia emp&rica

>uma ciência de um suposto próprio+eu real %ue su!a' todas as e#periências;8 e uma

teologia racional >uma ciência de *eus aseada na ra'ão pura;. Qisto %ue o o!eto destas

ciências está além de toda a e#periência poss&"el, não temos modo de saer se ascondi()es da e#periência se aplicam a elas. ant argumentou %ue se constru&mos um

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argumento em prol da e#istência de *eus, partindo do efeito para a causa, pressupomos

ilicitamente %ue o princ&pio da causalidade se aplica além dos limites da e#periência >*eus

não é um o!eto de uma e#periência poss&"el;.

O Ceticismo Limit!o

ceticismo limitado está estreitamente relacionado com a%uilo %ue chamamos de

ceticismo mitigado. 5o ceticismo limitado, tipos espec&ficos de alega()es de conhecimento

são %uestionados pelo cético. or e#emplo, a pessoa pode %uestionar as alega()es de

conhecimento feitas ou pelo metaf&sico especulati"o ou pelo teólogo.

5ão é nada fácil e#plicar como se fa' para distinguir um fato a"eriguá"el.

prolema é simplesmente este. arece %ue estas duas declara()es estão fa'endo

alega()es acerca da realidade4 H$stá cho"endo ho!eH8 e, Ho asoluto é pregui(oso.H -esmo

assim, AUer e os positi"istas argumentam %ue a primeira di' respeito / realidade, mas a

última é uma pseuda+declara(ão, ou contra+senso. ara o positi"ista, portanto, a %uestão é

como discernir a%uilo %ue é uma declara(ão genu&na acerca da realidade e a%uela %ue não

é. A ferramenta pro!etada para esta tarefa é chamada o princ&pio da "erifica(ão. princ&pio

da "erifica(ão tem uma história importante e "ariada, e passa por numerosas formula()es e

igual número de refuta()es. -esmo assim, o Mmago do princ&pio da "erifica(ão é este4

6ual%uer declara(ão para a %ual não podemos declarar as condi()es %ue contariam em prol

da sua "erdade ou contra ela, não é uma declara(ão acerca da realidade e, portanto, não

pode ser conhecimento. *ado o princ&pio da "erifica(ão, AUer e outros argumentam %ue a

metaf&sica pode ser eliminada de uma "e' por todas.

 'nton: FleE. A%uilo %ue AUer e os positi"istas fi'eram com a metaf&sica, DleB fe'

com a teologia. Ao passo %ue AUer atacara a significMncia de %ual%uer alega(ão de

conhecimento religioso, foi o ata%ue de DleB %ue colocou a %uestão em primeiro plano.

5uma discussão registrada no artigo HTheologU and DalsificationH DleB conta uma paráola

de um !ardineiro. 7onta de dois e#ploradores %ue acham um !ardim no meio da floresta.

5este !ardim há muitas flores e muitas er"as más. Vm dos e#ploradores alega %ue de"e

ha"er um !ardineiro %ue cuida do terreno, ao passo %ue o outro e#plorador o nega. 7olocam

um "igia, mas nada acontece. e#plorador %ue crê ainda afirma sua cren(a num !ardineiro,

mas sugere %ue o !ardineiro é in"is&"el. s dois e#ploradores estaelecem uma cerca de

arame farpado eletrificado, e a patrulham com sau!os. -esmo assim, nada acontece. s

fios nunca se mo"imentam e os sau!os nunca latem. %ue crê mantém sua fé no

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 !ardineiro. !ardineiro, conforme o argumento dele, é in"is&"el, intang&"el, e insens&"el a

cho%ues elétricos. 5ão tem cheiro algum, e não fa' som algum, mas ama o !ardim e cuida

dele. Dinalmente, o cético se desespera e pergunta ao crente de %ue maneiras seu !ardineiro

é diferente de !ardineiro nenhum.

DleB acha esta paráola uma ilustra(ão e#celente do argumento do te&sta. te&sta

come(a com a%uilo %ue DleB chama Huma hipótese rousta %ue morre a morte de mil

%ualifica()es.H 7onsidere o te&sta %ue come(a di'endo %ue *eus o ama. 5o caminho para

seul ser"i(o, seu carro entra em pane. Ao chegar no ser"i(o, seu chefe o demite. A despeito

de tudo isto, porém, continua a alegar %ue *eus o ama.

DleB argumenta %ue %ual%uer cren(a %ue é compat&"el com %ual%uer estado de coisas não

fa' sentido, ou se!a, %ual%uer cren(a %ue não é pass&"el de ser compro"ada falsa é contra+

senso. DleB declara %ue a cren(a %ue o teólogo tem em *eus não fa' sentido, "isto %ue o

te&sta não permite %ue %ual%uer coisa na e#periência conte contra sua posi(ão. A implica(ão

clara de DleB é %ue se o teólogo permitisse a e"idência em contrário, a cren(a em *eus

seria compro"ada falsa. *estarte, de modo muito semelhante ao de AUer, DleB não aceita

%uais%uer alega()es de conhecimento de *eus. 0egundo ele, tais alega()es não são

apenas falsas8 são, de modo mais e#ato, destitu&das de sentido, ou contra+senso.

O Ceticismo Meto!o"&%ico o# C'tesi(o

5a filosofia de <ené *escartes >19N@+1@9L;, o ceticismo do século PQ?? seguiu

uma dire(ão em diferente. ara *escartes, o ceticismo não era a conclusão dalgum

argumento, mas, sim, o método pelo %ual toda a dú"ida poderia ser "encida. *escartes

alegou %ue é poss&"el chegar ao conhecimento induitá"el atra"és da aplica(ão rigorosa e

sistemática da dú"ida /s cren(as da pessoa.

5as suas ;edita%es, *escartes declarou seu al"o4

]Ar%uimedes, a fim de %ue pudesse tirar o gloo terrestre do seu lugar, e

transportá+lo para outro lugar, e#igia apenas %ue um só ponto fosse fi#o e inamo"&"el8 da

mesma forma, terei o direito de conceer de grandes esperan(as se ti"er a felicidade de

descorir uma só coisa %ue é certa e induitá"el.Y

*escartes esta"a procurando um ponto ar%uimediano %ue fosse asolutamente

certo ou induitá"el. A partir dali, espera"a deri"ar todo o conhecimento. A ferramenta %ue

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*escartes empregou para chegar a este ponto foi a dúvida metodol/gica, ou o ceticismo.

rocura"a aplicar esta dú"ida a toda cren(a %ue tinha. 0e uma cren(a pudesse ser 

du"idada, então, não %ualifica"a como seu ponto ar%uimediano. *esde sua !u"entude

*escartes detectou %ue muitas das suas cren(as %ue antes acredita"a serem "er&dicas

re"elaram+se falsas na realidade.

*escartes reconhecia %ue seria imposs&"el testar indi"idualmente toda cren(a %ue

sustenta"a. Tudo %uanto precisa"a fa'er, ou assim argumenta"a ele, era mostrar %ue o

fundamento ou a !ustifica(ão das suas cren(as esta"a aerto / dú"ida, e o edif&cio cairia em

escomros. *escartes reconhecia %ue as ases da sua cren(a eram formadas ou dos seus

sentidos, ou atra"és dos seus sentidos. Qisto, porém, %ue seus sentidos o enganaram no

passado, não passaram o teste da induitailidade. ogo, o alicerce inteiro das suas cren(as

entrou em colapso.

-esmo assim. *escartes não se satisfe' em dei#ar sua dú"ida parar ali. $sta"a

resoluto no sentido de le"á+la até onde pudesse. 0ugeriu %ue tal"e' seus sentidos o

ti"essem enganado acerca de %uest)es %ue esta"am longes e pe%uenas, mas %ue fossem

fidedignos no %ue di' respeito a coisas de perto, e grandes. *escartes, no entanto, concluiu

%ue isto não era induitá"el, por%ue os sonhos tamém parecem fidedignos en%uanto

estamos dormindo. 6uando sonhamos, fre%Jentemente somos enganados, e pensamos %ue

nossas e#periências sonhadas são de fato reais. Todos nós conseguimos lemrar+nos do

sonho do trem %ue esta"a correndo em nossa dire(ão en%uanto nosso carro esta"a

encalhado nos trilhos. 7omo nos lemramos em da%uele tremO -esmo agora, parece mais

real do %ue o longo trem de carga por causa do %ual "ocê parou seu carro ho!e de manha.

5ão há, portanto, nenhum modo seguro de separar o mundo dos sonhos do mundo real.

u, tal"e' possa ser argumentado %ue há certos aspectos gerais de o!etos %ue

são "erdadeiros tanto no caso de o!etos sonhados %uanto de o!etos reais. 5ão é "er&dico%ue tanto um elefante real %uanto um sonhado têm pelo menos forma, massa e número

$stes são induitá"eis, não são 5ão, respondeu *escartes, pois pode ha"er um demnio

ou um deus maligno %ue sistematicamente me engana. $stas idéias tal"e' não tenham

%ual%uer e%ui"alente "er&dico na realidade.

6uando *escartes "oltou+se para si mesmo, descoriu %ue poderia du"idar de %ue

tinha um corpo, ra(os e pernas. $ntretanto, não poderia du"idar de %ue e+istia en&uanto

 pensava. *escartes alegou %ue en%uanto esta"a pensando, nem mesmo *eus poderiaenganá+lo acerca da sua própria e#istência  por&ue for%osamente 2averá um 6eu6 para ser 

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enganado.  $sta "erdade é chamada o cogito,  de conformidade com a declara(ão de

*escartes em atim4 6!ogito, ergo sum,6  %ue pode ser tradu'ida4 Henso, logo e#isto.H $ste

é o ponto Ar%uimediano ao %ual a dú"ida le"ou *escartes.

I''cio("ismo

Vma forma final do ceticismo é a%uilo %ue chamamos de irracionalismo. R refletida

no pensamento de e#istencialistas tais como Alert 7amus. pensamento de 7amus está

edificado sore o ceticismo fide&sta de 0)ren ierSegaard e eon 0hesto" em como sore o

ceticismo de 5iet'sche acerca da religião e dos "alores o!eti"os. 7amus re!eita o Hpulo para

dentro da féH feito por eles, e lan(a sua sorte !untamente com 5iet'sche, %ue aceita a insig+

nificMncia derradeira, "isto %ue *eus está morto. A situa(ão humana com sua usca constan+te de significado num mundo essencialmente inintelig&"el e asurdo de"e ser reconhecida e

aceita.

O ;ito de Sísifo, de 7amus, retra&a um homem procurando medir a nature'a e o

significado de um uni"erso essencialmente sem significado e asurdo. 0&sifo mitológico,

eternamente empurrando uma rocha enorme colina acima, para então ela rolar de "olta ao

sopé da colina, tipifica a condi(ão humana.

ARGUMENTOS ANTI)CÉTICOS

$mora argumentar com um cético tal"e' se!a re"igorante de in&cio, logo

reconhecemos %ue ele de"e ser respondido. *e"emos mostrar %ue os argumentos céticos

são ou falsos ou inconclusi"os. or esta ra'ão, certo número de argumentos anti+céticos

foram desen"ol"idos, e procuraremos passar em re"ista os mais importantes destes.

O Ceticismo * i(co(siste(te

Vm om número de filósofos tem argumentado %ue o ceticismo é racionalmente

e^ou praticamente inconsistente.

O ceticismo é racionalmente inconsistente. 

 Agostinho em !ontra os 'cadêmicos argumentou %ue o ceticismo é racionalmente

inconsistente. 0eu argumento tem duas etapas. A primeira etapa4 A asse"era(ão do cético

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de %ue não podemos saer coisa alguma é, em si mesma, uma alega(ão acerca do

conhecimento. 0e a alega(ão do cético for falsa, então não precisaremos nos preocupar 

com a acusa(ão do cético. *o outro lado, se for "erdade, então sua posi(ão será

contraditória em si mesma, por%ue saemos pelo menos uma coisa + %ue não podemos

saer coisa nenhuma.

 A segunda etapa4 -as suponhamos %ue o cético responda, di'endo %ue

entendemos erroneamente a alega(ão dele. 5ão está alegando %ue a frase HQocê não pode

saer coisa algumaH ou é "erdadeira ou é falsa. Asse"era %ue não podemos saer se

"erdadeira ou falsa. $ se for assim, Agostinho argumenta %ue a causa do cético é perdida da

mesma maneira. *emonstra+se %ue a posi(ão do cético é necessariamente falsa, pois a

rei"indica(ão dele ainda é uma alega(ão acerca do conhecimento4 Hara todas as

senten(as, saemos %ue não podemos saer se são "erdadeiras ou falsas.H ogo, o

ceticismo total ou completo é racionalmente inconsistente.

ceticismo praticamente inconsistente.  argumento de Agostinho e os %ue são

semelhantes a ele tal"e' pare(am "álidos, mas somente de interesse para a%ueles %ue se

deleitam na filosofia. A seguinte cr&tica do ceticismo apela ao homem ou mulher comuns. A

o!e(ão é %ue, emora o ceticismo possa ser afirmado na %uietude do gainete do filósofo,

não pode ser "i"ido na pra(a. cético não pode consistentemente agir  como um cético.Qocê pode imaginar o cético chegando ao cru'amento de n&"el da estrada de ferro, "endo os

port)es fechados, e ainda perguntando a si mesmo se o mundo é real e se a%uele trem

descendo os trilhos como o tro"ão é real *ificilmenteO $le para e espera e#atamente como

todos nós fa'emos.

O eticiso não faz sentido

 As duas o!e()es discutidas neste t&tulo di'em respeito / contro"érsia %ue cerca opositi"ismo lógico.

argumento do contraste n#o-ocioso. ara fa'er sentido, %ual%uer declara(ão

de"e e#cluir alguns estados de coisas. 5outras pala"ras, uma asse"era(ão não de"e ser 

compat&"el com todo estado de coisas. *estarte, Hnão saendoH de"e distinguir um estado

de coisas %ue é diferente de Hsaendo.H 0e, porém, todos os estados de coisas são Hnão

saendo,H conforme alega o cético, então sua alega(ão inteira carece de significado. H5ão

saendoH não e#cluiria %ual%uer estado de coisas.

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ata&ue contra o princípio da verifica%#o. 5as suas formas limitadas, o princ&pio

da "erifica(ão é fre%Jentemente usado contra um tipo espec&fico de conhecimento,

especialmente a metaf&sica e a teologia. _ medida em %ue se desen"ol"ia o princ&pio da

"erifica(ão, alguns filósofos argumenta"am %ue os critérios positi"istas de"essem ser 

aplicados ao próprio princ&pio da "erifica(ão. Asse"era"am %ue, para o princ&pio da "erifi+

ca(ão ser "álido, ele, tamém de"e ser ou puramente definicional, ou empiricamente

"erificá"el. -as como se pode "erificar o princ&pio sem peti(ão de princ&pio 0e o princ&pio

for testado contra declara()es metaf&sicas e teológicas acerca do mundo, o princ&pio da

"erifica(ão será re"elado falso. 0e, porém, a metaf&sica e a teologia forem e#clu&das, o prin+

c&pio parece "álido. -as em %ue ase estas podem ser e#clu&das, a não ser %ue a pessoa !á

tenha decidido %uais declara()es são significati"as *estarte, tem sido alegado %ue o pró+

prio princ&pio da "erifica(ão em si mesmo não fa' sentido.

O eticiso é ontra o (o senso

7onforme foi indicado anteriormente em nossa discussão, o homem do po"o acha

o cético filosófico claramente em conflito com o om+senso. Tomando este fato como sua

dei#a, alguns filósofos desen"ol"eram argumentos do om+senso.

2omas Geid e o )om senso. Thomas <eid >1G1L+1GN@;, um contemporMneo de

*a"id :ume, reconheceu %ue, dadas as pressuposi()es de :ume, a lógica de :ume era

inaalá"el. Ao mesmo tempo, <eid considera"a %ue as conclus)es de :ume são claramente

falsas. ogo, <eid passou a desafiar as pressuposi()es de :ume. ceticismo é ine"itá"el,

<eid concordou, mas somente se duas das pressuposi()es de :ume forem "erdadeiras4 >1;

%ue os o!etos da percep(ão realmente são idéias ou impress)es na mente >teoria esta %ue

é chamada, de forma "ariada, a teoria das idias ou da percep%#o representativa$H e >2; %ue

nossas cren(as mais ásicas de"em ser !ustificadas pelos argumentos filosóficos ouracionais.

<eid atacou, argumentou %ue as pro"as racionais da cren(a não são apropriadas,

por%ue e#igiriam um regresso infinito de !ustifica()es >cada !ustifica(ão precisaria, por sua

"e' de uma !ustifica(ão racional, ad infinitum$. elo contrário, refletem a própria constitui(ão

da nossa racionalidade, e, portanto, são conhecidas mediante a intui(ão, e não pela

demonstra(ão. $stas cren(as formam a ase de todas as outras pro"as, mas elas mesmas

não podem ser compro"adas.

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ranco, e assim por diante. cr&tico eso(a a situa(ão em termos tão ásicos e ó"ios %ue

não hesitamos em afirmar %ue realmente "emos a página.

R importante reconhecer %ue o argumento nos le"a a fa'er mais do %ue apenas

não sentir dú"ida8 está asse"erando, na realidade, %ue "emos uma página. 0e não fi'esse

uma alega(ão espec&fica, simplesmente seria um apoio psicológico, uma reno"a(ão de

confian(a de %ue, %uando não temos dú"idas estamos, de fato, com a ra'ão. 0e fosse só

isso %ue o argumento fi'esse, seria filosoficamente inútil. 5este caso o argumento asse"era

%ue há e#emplos indisputá"eis de "er uma página W indisputá"eis por causa do seu

relacionamento com o significado da e#pressão H"er uma página.H 0e esta circunstMncia ou

situa(ão é e#atamente o %ue significamos %uando di'emos4 H$stou "endo uma página,H

como é %ue a situa(ão pode dei#ar de ser um caso de "er uma página cético está se

recusando a aplicar a e#pressão /s próprias circunstMncias /s %uais a frase se refere.

0e o cético concorda %ue o paradigma é um caso genu&no, então é derrotado. 0e,

porém, o cético persiste, o cr&tico indica seu dilema. 6uando o cético du"ida, decerto as

pala"ras empregadas para e#pressar a dú"ida de"em ser entendidas no seu sentido natural

ou usual. -as se for assim, como pode ha"er um sentido usual, "isto %ue, ao negar o caso

paradigmático, o cético nega o sentido usual 0e, do outro lado, o cético di' %ue suas

pala"ras estão sendo usadas num sentido no"o ou diferente, então, sua alega(ão perde sua

mordacidade.

O eticiso não é ua conseq86ncia da indu%ão

ceticismo de :ume é aseado em nossa incapacidade de !ustificar a indu(ão de

modo racional. Três respostas muito claras a esta cr&tica humana foram desen"ol"idas.

Pela aceita%#o do Aantismo. Alguns filósofos a"an(am para algo como o Santismo,

e alguns alegam um conhecimento a priori de um Hprinc&pio de indu(ão.H Argumentam %ue

certas proposi()es sintéticas acerca da nature'a >aseadas no princ&pio da indu(ão; de"em

ser "er&dicas a fim de %ue se!a poss&"el a e#periência. 5outras pala"ras, nossa e#periência

emp&rica pressup)e certos princ&pios sintéticos. Alguns filósofos chamaram este tipo de

pro"a uma pro"a transcendental.

Pela )usca de uma solu%#o dentro da l/gica ou a teoria da pro)a)ilidade.

*iscuss)es desta aordagem são necessariamente muito técnicas, mas procuraremose#plicá+la tão asicamente %uanto poss&"el. ?lustrando4 0uponhamos %ue saemos %ue

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todas as de' pedras numa !arra são rancas. Qisto %ue saemos %ue as pedras não alteram

sua cor ao serem tiradas de uma !arra, segue+se necessariamente %ue as sete primeiras

pedras %ue tiramos da !arra serão rancas. *o outro lado, se não saemos de antemão a

distriui(ão das cores das de' pedras, o fato de %ue tiramos sete pedras rancas uma após

outra nada nos dirá necessariamente acerca da nossa oita"a pedra. ode ser "ermelha ou

preta. A teoria da proailidade, no entanto, alega %ue pode nos contar com alto grau de

certe'a %ual será a pró#ima pedra tirada, e como é o con!unto inteiro de pedras.

0uponhamos %ue determinamos o número de con!untos poss&"eis de sete pedras %ue

poderiam ser formados de de' pedras, e suponhamos, além disto, %ue temos um con!unto

de no"e pedras rancas e uma pedra não+ranca.

7oncluiremos %ue o número poss&"el de con!untos contendo a pedra não+ranca

seria maior do %ue o número contendo somente pedras rancas. fato de %ue tiramos sete

pedras rancas em seguida re"ela a alta proailidade de %ue o con!unto inteiro é ranco.

Tem sido argumentado %ue os !ulgamentos de proailidade %ue são necessários

para !ustificar nossas predi()es acerca do futuro podem ser estaelecidos pela lógica

e#clusi"amente.

Pela nega%#o de &ue a indu%#o um pro)lema genuíno.  Ainda outro grupo de

filósofos re!eita a ideia de %ue ha!a %ual%uer prolema de indu(ão. 0egundo o ponto de "ista

deles, chamar a indu(ão de prolema é Ho escMndalo da filosofia moderna.H *ois destes

filósofos são DredericS Fill e AntonU DleB. Argumentam, por e#emplo, %ue o fato de %ue

laran!as sempre parecem, crescem e têm gosto como laran!as, é uma oa ra"#o para supor 

%ue terão o gosto de laran!as amanhã. u se!a4 a ra"#o para pensar %ue a laran!a %ue "ocê

comer amanhã pro"a"elmente terá o gosto igual / laran!a %ue "ocê comeu ho!e, é %ue as

laran!as no passado sempre ti"eram a%uele gosto. ara negar isto, o cético de"e usar as

pala"ras ra"#o e provavelmente de maneiras segundo as %uais usualmente não as usamos.

*e"e estar usando a pala"ra ra"#o para significar Hra'ão logicamente conclusi"a.H Vmara'ão logicamente conclusi"a, "ocê de"e lemrar+se, é uma em %ue as premissas garantem

a  "eracidade da conclusão. 5o entanto, a "eracidade de um argumento não é uma

conse%Jência necessária das suas premissas. cético, pois, segundo este ponto de "ista, é

infeli' simplesmente por%ue a indu(ão não é dedu(ãoO

O alor do eticiso

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 A maioria dos epistemologistas, tanto os antigos %uanto os contemporMneos,

tiraram a conclusão de %ue o ceticismo é insustentá"el por ra')es tanto racionais %uanto

práticas. *a"id :ume disse4 H$le `o ceticismo não admite resposta, e não produ' con"ic(ãoalguma.H 0eria, no entanto, errneo pensar %ue o ceticismo não tem "alor algum. A fortale'a

do ceticismo depende da for(a dos seus argumentos contra o dogmatismo em áreas em %ue

a pessoa não tem oas e"idências.

ceticismo le"anta duas perguntas muito fundamentais. $m primeiro lugar, o

epistemologista tem ases ade&uadas para  suas alega()es de %ue sae *e"e ha"er 

 !ustificati"a suficiente para as cren(as da pessoa, senão, o cético triunfa. $, em segundo

lugar, há contradi()es ou asurdos no sistema da pessoa 0e hou"er, n#o pode  ha"er possiilidade de o sistema ser "er&dico. *estarte, os argumentos céticos,

independentemente de %uais se!am, indicam dificuldades ásicas. 0e o epistemologista

%uiser demonstrar %ue suas alega()es %uanto ao conhecimento são "er&dicas, o cético de"e

receer uma resposta.

*estarte, a partir do tempo dos gregos, o ceticismo tem funcionado como uma

mosca importuna para desafiar as alega()es do epistemologista. R o escor"ador da oma

epistemológica.  COMO PODEMOS CON+ECER,

7omo "imos em nosso cap&tulo anterior, há um grupo pe%ueno porém significante

de filósofos %ue sustentam %ue asolutamente nenhuma alega(ão de conhecimento pode

ser !ustificada. rocuramos demonstrar por %ue tais alega()es céticas são in!ustificadas em

si mesmas8 este é o lado negati"o da tarefa epistemológica. Agora nos "oltamos ao lado

positi"o, para mostrar %uando e como o conhecimento é poss&"el. 0ó por%ue algumas

alega()es %uanto ao conhecimento são !ustificadas, no entanto, não é garantia de %ue todas

as alega()es são genu&nas. Aliás, saemos isto pela nossa própria e#periência. 7ada um de

nós /s "e'es tem sido in!ustificado ao alegar %ue sae coisas %ue acaaram re"elando+se

falsas.

5este cap&tulo %ueremos e#aminar as fontes ou a origem das nossas cren(as e do

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nosso conhecimento. As seguintes fontes serão analisadas4 o testemunho doutras pessoas,

a intui(ão >usada a%ui no sentido de instintos, sentimentos, e dese!os;, o racioc&nio, e a

e#periência sensória. $stas fontes le"am a cinco lógicas ou critérios para "alidar as cren(as.

0ão4 a fé ou o autoritarismo, o su!eti"ismo, o racionalismo, o empirismo, e o pragmatismo.

 

# &é ou o #utoritariso

Exposição da Lógica do Autoritarismo

 A fonte mais comum, de longe, de nossas cren(as é o testemunho doutras

pessoas. 7ome(amos nossa aprendi'agem ao aceitar as cren(as da nossa fam&lia. 6uando

"amos para a escola, aceitamos o %ue é dito por nossos professores e nossos colegas de

estudos. -esmo depois da formatura, dependemos do testemunho de li"ros, !ornais, dorádio e da tele"isão para uma por(ão e#tremamente grande do nosso conhecimento.

 Aceitamos as cren(as como sendo !ustificadas %uando nos parece %ue ad"êm de fontes

oas.

5ão é dif&cil entender por %ue a fé é uma fonte tão importante do conhecimento.

rimeiramente, como indi"&duos estamos confinados tanto no tempo %uanto no espa(o.

Qi"emos no século PP e não temos acesso a mir&ades de e"entos %ue ocorreram em

séculos anteriores. 0e %uisermos ter %ual%uer conhecimento destas coisas, de"emosdepender do testemunho doutras pessoas. Além disto, não temos acesso direto a e"entos

contemporMneos ocorrendo noutros lugares, pois somente *eus é onipresente. $stamos

limitados pelo espa(o, e não podemos saer o %ue está acontecendo em aris neste

momento, a não ser %ue tenhamos fé no testemunho doutras pessoas.

$m segundo lugar, temos uma disposi(ão  prima fade para aceitar o testemunho

doutras pessoas. <econhecemos %ue nos é imposs&"el arra'oar e e#perimentar tudo %uanto

possa ser saido. Tendemos a acreditar na%uilo %ue as pessoas nos contam, a não ser %ue

ha!a ra')es claras para suspeitarmos da honestidade ou da competência da nossa

autoridade. ?maginemos, por um momento, como seria a "ida se nos recusássemos a aceitar 

%ual%uer coisa %ue as pessoas nos dissessem. 0e não prestássemos aten(ão /s

ad"ertências, /s instru()es, ou aos conselhos, nossa "ida seria de"eras arriscada.

ro"a"elmente acaar&amos num manicmio. odemos concluir %ue, a não ser %ue ha!a

uma certa ra'ão para %uestionarmos uma autoridade, geralmente é mais ra'oá"el acreditar 

do %ue du"idar.

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 A Avaliação da Lógica do Autoritarismo

$mora o autoritarismo se!a necessário e útil, não pode ser"ir como o único critério

de !ustifica(ão do conhecimento. :á duas ra')es decisi"as para isto.

 ' impossi)ilidade da autoridade como o critrio definitivo. N   sempre poss&"el

perguntar por %ue de"emos acreditar em %ual%uer autoridade. ara apoiar a primeira

autoridade, a pessoa pode apelar para uma segunda autoridade. -esmo assim, é poss&"el

%uestionar esta segunda autoridade e %uais%uer autoridades suse%uentes %ue por"entura

se!am in"ocadas. *e"emos, portanto, apelar para algo além das autoridades. A esta altura o

critério da "alida(ão e da fonte da nossa cren(a cessou de ser autoridade. odemos di'er 

%ue alguma autoridade sae alguma por(ão do conhecimento por%ue a "iu, ou por%ue a

testou e funcionou, ou por%ue a própria informa(ão é um postulado da ra'ão %ue de"e ser 

aceito por todos os seres racionais. -as estas !ustificati"as são pragmáticas ou emp&ricas

mais do %ue autoritárias.

 's autoridades conflitam entre si. As autoridades discordam entre si, e dei#am

pontos de "ista conflitantes e incompat&"eis. :á, por e#emplo, homens e mulheres

inteligentes e honestos %ue são considerados peritos no assunto da religião %ue sustentam

%ue *eus nato e#iste. utros, igualmente inteligentes e honestos, sustentam %ue $le e#iste

mesmo. 0e a !ustificati"a for aseada e#clusi"amente no testemunho, então teremos

inconsistências internas sore a matéria. $sta é uma situa(ão %ue a lei mais fundamental da

lógica, a lei da não+contradi(ão, não permitirá.

*e"e ser notado %ue o prolema da consistência interna é le"antado para cada

metodologia. 5as demais lógicas, no entanto, há a possiilidade do apelo e#terno, tal como

para os fatos ou para a e#periência. $ste não é o caso da lógica autoritária.

6uando as autoridades conflitam entre si, há dois modos de a(ão %ue o autoritáriopode seguir. rimeiramente, pode apelar para a ra'ão ou a e#periência para resol"er a

disputa. R mera peti(ão de princ&pio e#igir %ue a autenticidade de uma autoridade se!a aceita

por sua própria autoridade. A maioria dos epistemologistas estaria indisposta a argumentar 

num c&rculo "icioso assim. ogo, há fre%Jentemente um apelo / ra'ão, / e#periência, ou a

algum outro critério. 6uando isto é feito, no entanto, a fonte da cren(a e do método da

 !ustifica(ão !á não é o autoritarismo.

$m segundo lugar, o autoritário pode procurar resol"er a disputa mediante o uso do

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próprio critério autoritário. arece ha"er três maneiras de medir as autoridades4 o  prestígio

da autoridade original8 o número da%ueles %ue sustentam a cren(a8 a persistência da cren(a.

prest&gio da autoridade de origem regula parcialmente a nossa fé. 0e nossa

autoridade é em conhecida, honesta e inteligente, então ficaremos mais dispostos a

acreditar nela. :á, porém, uma fra%ue'a em semelhante apelo. prest&gio de"e ser 

estreitamente limitado, %uanto / sua "alide', / matéria acerca da %ual a autoridade é

famosa. Vma pessoa %ue é uma autoridade em matemática pode ser totalmente indigna de

confian(a em otMnica8 os escritos de alguém %ue era considerado uma autoridade na f&sica

no século Q??? seriam desesperan(osamente anti%uados ho!e.

número de autoridades %ue sustentam um ponto de "ista tamém é usado, /s

"e'es, como &ndice de e#celência. or e#emplo, pode+se argumentar %ue "inte milh)es de

cientistas não podem estar enganados acerca da causa dalguma doen(a. -as esta

aordagem, emora se!a con"incente, não é fidedigna. Qinte milh)es de pessoas educadas

podem estar + e têm estado + erradas. ?sto é poss&"el especialmente se estão agindo com

oa fé sem, porém, poderem a"eriguar suas informa()es contra a ra'ão ou a e#periência.

Dinalmente, o uso mais comum do critério autoritário para resol"er conflitos é

apelar / antigJidade de uma cren(a. A%ueles %ue sustentam este ponto de "ista alegam %ue

se uma cren(a persistiu por um longo per&odo de tempo, logo, de"e ser !ustificada. :á,

decerto, algum mérito nesta aordagem. 0e alguma cren(a continuou durante muito tempo,

é  provável, "isto %ue não foi considerada falsa, e %ue compro"ou+se útil. -esmo assim, a

longa história de uma cren(a não pode garantir %ue não será declarada falsa no futuro. Além

disto, há a%ui pelo menos um apelo sofisticado e sutil ao pragmatismo. A%ueles %ue

empregam esta aordagem autoritária dei#aram de lado a fé ou o testemunho como sendo o

único critério da !ustifica(ão e, na realidade, estão !ulgando a "erdade na ase da utilidade.

O /u(jetiiso

su!eti"ismo é uma categoria grande %ue inclui métodos di"ersos de

epistemologia. -esmo assim, há semelhan(as importantes entre estes métodos %ue

 !ustificam o classificá+los !untos. Vsualmente, %uando ou"imos falar no su!eti"ismo,

imediatamente pensamos no su!eti"ismo ou relati"ismo éticos, a falta de asolutos. -as

não e assim %ue o termo é empregado a%ui.

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 A Exposição da Lógica do Subjetivismo

R fundamental a esta aordagem o argumento de %ue o conhecedor tem algum

tipo de contato direto com o %ue é conhecido, ou se!a, com o o!eto da cren(a.

<econhecidamente, filósofos diferentes conceem de modo diferente este contato. ode ser sensual, como no realismo ingênuo, ou pode ser um tipo de intui(ão, conforme foi e#posta

por :enri Cergson >1I9N+1N1;. $m %ual%uer destes casos, nossas cren(as acerca, da

realidade não têm sua origem em dados dos sentidos ou coisas semelhantes, mas, sim,

atra"és do nosso contato imediato com o conhecido.

$ste contato imediato %ue o conhecedor possui tem conse%Jências importantes

para o prolema de !ustificar as cren(as da pessoa. A%ueles %ue sustentam este ponto de

"ista alegam %ue a mera consciência do contato com os o!etos é a única !ustificati"a neces+sária. 5outras pala"ras, a e#periência da consciência é auto+autenticante, e a !ustificati"a

para uma cren(a não de"e ser procurada fora desta e#periência. $#igir mais !ustificati"a é

tanto desnecessário %uanto imposs&"el. oder&amos ressaltar a mesma li(ão ao di'er4 H0e

"ocê o e#perimenta, "ocê o conhece.H

0egundo a posi(ão su!eti"a, a consciência da %ual surgem estas cren(as não está

inteiramente so o controle do conhecedor. realista ingênuo, %ue acredita %ue nossas

cren(as rotam do nosso contato direto com a%uilo %ue é conhecido, alega %ue ae#periência da realidade não está so nosso controle. 6uando olhamos pela !anela da

ilioteca, não podemos dei#ar de "er ár"ores, pessoas, e constru()es. A "ista é a mesma,

%uer %ueiramos assim, %uer não. m&stico tamém alega %ue a fonte da cren(a não está

so o controle do conhecedor. -as este %uer di'er algo diferente com esta declara(ão do

%ue o realista ingênuo. 6uer di'er %ue a e#periência m&stica, ou se!a, a "isão unificada da

realidade, ou a asor(ão do indi"&duo na totalidade, não é algo %ue pode ser reali'ado

simplesmente como o resultado dalgum procedimento fi#o. $mora o m&stico possa fa'er 

algumas coisas %ue o preparam para a e#periência, ou %ue fa'em a e#periência mais

pro"á"el, nada pode ser feito para garanti+la.

ensamos %ue é útil suclassificar a metodologia su!eti"a a fim de distinguir entre

as formas racionais e supraracionais do 0u!eti"ismo.

 A forma mais comum, em muito, do 0u!eti"ismo racional é o realismo direto ou do

)om senso, conforme /s "e'es é chamado. $sta aordagem receeu este nome por%ue

geralmente tem sido argumentado %ue este é o ponto de "ista do homem comum antes da

refle#ão filosófica. $sta é uma forma e#trema do 0u!eti"ismo, em %ue o conhecido é

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considerado diretamente perceido Hconforme ele é.H A fonte das cren(as do conhecedor é o

resultado do contato pelos sentidos, direto ou imediato, com coisas e pessoas.

Vma forma mais sofisticada de 0u!eti"ismo racional pode ser achada na

fen8menologia  de $dmund :usser? >1I9N+1N3I;. ara :usser?, o homem comum olha o

mundo do ponto de "ista Hnatural.H A partir deste ponto de "ista do mundo, o homem comum

sup)e %ue realmente e#istem o!etos materiais, tais como ár"ores, automó"eis, e

constru()es, em como pessoas. prolema com este ponto de "ista natural é %ue não

pode ser"ir de fonte inerrante das nossas idéias. Dre%Jentemente sustentamos cren(as

acerca da realidade %ue suse%Jentemente descorimos ser falsas.

:usser?, portanto, sugere duas redu()es, ou epoc2s  >suspens)es da cren(a;,

chamadas a redu(ão eidética e a fenomenológica. $stas resultam no acesso / Hconsciência

pura,H de acordo com :usserl. A consciência pode, então, ser e#aminada ou analisada como

sendo a fonte das nossas cren(as. Ali, achamos o ego >o HeuH; transcendental, o!etos

transcendentais %ue :usserl chama de noma  >automó"eis, pessoas, edif&cios, como

o!etos da consciência, não os o!etos de um mundo HrealH;, e maneiras pelas %uais o ego

transcendental pode ser relacionado com estes o!etos transcendentais. *estarte, :usserl

considera %ue a fonte das nossas cren(as W e sua !ustificati"a W é a consciência ou a

mente. Atra"és da intui(ão >uma capacidade da mente ou da ra'ão;, a pessoa pode chegar a

conhecer a essência destes o!etos transcendentais.

Tanto no realismo do om senso %uanto na fenomenologia, o su!eito é "isto como

estando em contato com seus o!etos, e chega a conhecê+los atra"és da ra"#o. Agora nos

"oltamos a formas supra+racionais do su!eti"ismo. *e"e ser notado %ue empregamos o

termo supra-racional ao in"és de irracional, pois estas formas não empregam a !ustifica(ão

contrária / ra'ão, mas, sim, a !ustifica(ão alm da ra'ão.

misticismo,  uma forma comum do su!eti"ismo supra+racional, fre%Jentemente

di"ide+se em categorias e#tro"ertidas e intro"ertidas. 5o misticismo e#tro"ertido o m&sticoolha para uma multiplicidade de o!etos e os "ê transfigurados numa unidade "i"a, sendo

%ue seu aspecto distinti"o é, dalguma maneira, oliterado. Vm e#emplo deste tipo de m&stico

é o m&stico da nature'a, %ue "ê o mundo e#terno com "i"ide' incomum como sendo a

opera(ão de uma só mente. m&stico intro"ertido, do outro lado, torna+se progressi"amente

menos consciente do seu meio amiente e do seu próprio+eu como entidades separadas.

Dala de ser imergido em Ho umH, identificado com ele, ou asor"ido nele. A distin(ão entre

su!eito+o!eto desaparece totalmente.Vma segunda forma de su!eti"ismo supra+racional, %ue tem a "er especialmente

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com o conhecimento de *eus, é a teologia da crise ou do encontro. 5a teologia da crise a

ênfase não recai sore a identifica(ão como no misticismo, mas, sim, na confronta(ão. A

semelhan(a entre as duas formas é sua alega(ão de %ue pelo menos alguns conhecimentos

estão além da ra'ão.

 A filosofia de -artin Cuer >1IGI+1N@9; utili'a este tipo de teologia. *istingue entre

dois tipos de relacionamento4 $u+?sso e $u+Tu. 5os relacionamentos $u+?sso o conhecedor 

trata a%uilo %ue é conhecido como um o!eto ou uma coisa. Analisa+o, e o!etifica a coisa

%ue é conhecida. ara semelhantes relacionamentos, o método cient&fico é apropriado. s

relacionamentos $u+Tu, do outro lado, são em diferentes. 5este caso, o %ue é conhecido é

em si mesmo um su!eito, e, portanto, não está so o controle do conhecedor. 0e o

conhecedor %uiser conhecer o su!eito, o su!eito de"erá re"elar+se ao conhecedor. $m

semelhante situa(ão de re"ela(ão, o Tu fica em contraste com o su!eito, ou o confronta.

0egundo Cuer, o conhecimento não é proposicional, mas, sim, pessoal. Aliás, este tipo de

conhecimento desafia a proposicionali'a(ão. R inefá"el, ou indi'&"el, e está além da ra'ão.

5a melhor das hipóteses, a ra'ão pode ser"ir negati"amente, demonstrando %ue é incapa'

neste Mmito. conhecimento acerca de *eus pertence / classe $u+Tu.

#alia%ão da 0'gica do /u(jetiiso

$sta metodologia parece indicar duas coisas %ue parecem ser correias.

rimeiramente, a pessoa sente intuiti"amente %ue a alega(ão de se ter acesso direto ao

conhecido é intrinsicamente certo. $m segundo lugar, é realmente correto %ue a

necessidade de !ustificar alega()es de conhecimento de"em parar nalgum lugar. *outra

forma, a pessoa será apanha da num regresso infinito de !ustifica(ão. A pergunta, no

entanto, é se a própria e#periência é auto+autenticante ou se de"e ha"er um apelo a algo

e#terno.

:á algumas ra')es decisi"as contra a considera(ão do su!eti"ismo por si só come

sendo uma e#plica(ão ade%uada da origem da cren(a. $m primeiro lugar, o su!eti"ismo

%uase sempre termina no solipsismo. $m todo tipo de su!eti"ismo a não ser o realismo

ingênuo, a pessoa acaa tendo um mundo %ue é simplesmente seu mundo. $ste mundo é a

cria(ão da consciência da pessoa >como na fenomenologia;, ou simplesmente não é su!eito

a critérios racionais >como no misticismo;. $stas alega()es le"am a conceitos radical mente

diferentes do mundo. -as, "isto %ue a própria e#periência é auto+autenticante, não há

esperan(a de !ulgar entre estes mundos ri"ais. $mpregando somente as rei"indica()es do

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su!eti"ismo, o su!eti"ismo não pode considerar um tipo de su!eti"ismo mel2or  de %ue

outro, ou melhor do %ue outros pontos de "ista. ogo, o su!eti"ismo le"a ao solipsismo e ao

relativismo.

$m segundo lugar, o su!eti"ismo tem dificuldade em e#plicar como %uais%uer da4

nossas cren(as podem ser erradas.  0aemos %ue as pessoas têm cren(as diferentes,

incompat&"eis, e até mesmo inconsistentes acerca do mundo. 7omo pode ser assim, se o

conhecedor está em contato imediato com o conhecido mediante uma e#periência auto+

autenticante ara o realismo ingênuo, há um prolema adicional4 como é poss&"el

pensarmos ter "isto um lago a certa distMncia, %uando, na realidade, não o "imos

$m terceiro lugar, a e#periência por si só é insuficiente para a cren(a ou o conheci+

mento. conhecimento e#ige não somente a e#periência como tamém um elemento

conceptual. ant e#pressou em este fato %uando disse %ue as sensa()es sem conceitos

são cegas.

O 4acionaliso

5o decurso da história da filosofia, muitos filósofos têm confiado na ra'ão para a

origem e a !ustifica(ão das cren(as.

,9posi%ão do 7étodo do 4acionaliso

5o Mmago do racionalismo, há a afirma(ão de %ue a fonte e a !ustifica(ão das

nossas cren(as pode ser achada na ra'ão somente. racionalista procura chegar a

"erdades ou princ&pios primários apod&cticos >incontestá"eis;. :á duas aordagens

diferentes para se chegar ao Hponto de partidaH do sistema. *escartes come(ou com idéias

di"ersas e desorgani'adas e as analisou até %ue chegasse a uma idéia única, clara e

distinta, o cogito. utros, tais como Cenedito 0pino'a > 1@32+1@GG;, tomaram como seu

ponto de partida um con!unto de a#iomas ou postulados muito semelhantes /%ueles %ue se

acham nos sistemas da matemática ou da lógica. 0ae+se da ra'ão e#clusi"amente,

faculdade esta %ue fre%Jentemente é chamada intui%#o pelos racionalistas.

ponto de partida para o racionalista de"e ser certo. A mera proailidade não o

satisfará. ogo, a maioria dos racionalistas adota uma metodologia %ue é modelada de

conformidade com a matemática >*escartes até chama"a sua metodologia de Hmatemática

uni"ersalH;. A partir deste ponto de partida apod&ctico, ou certo, os racionalistas aplicam as

técnicas deduti"as, crendo %ue podem dedu'ir a totalidade da realidade. or%ue o método édeduti"o, os passos anteriores garantem a presente conclusão.

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R muito comum para um racionalista empregar o argumento ontológico como pro"a

da e#istência de *eus nalguma parte do seu sistema. Vsualmente o argumento tem um

emprego funcional, conforme pode ser muito claramente "isto no sistema de *escartes.

*escartes precisa"a dalguma garantia de %ue as idéias simples %ue eram o o!eto imediato

da sua consciência, realmente representa"am o!etos, ou se!a, coisas ou pessoas no mundo

real. $sta"a preocupado com a possiilidade de estar sendo sistematicamente enganado por 

um demnio malé"olo ou uma di"indade maligna. $ste temor, no entanto, foi acalmado pelo

argumento ontológico. *escartes concluiu %ue *eus é um ser perfeito, e, portanto, não o

enganaria.

#alia%ão do 7étodo do 4acionaliso

racionalista realmente indica certas coisas %ue de"em caracteri'ar uma

epistemologia ade%uada. A ra'ão é, pelo menos, um teste negati"o para a !ustificati"a de

%ual%uer cren(a. 5enhuma cren(a %ue é contrária / ra'ão tem %ual%uer possiilidade de ser 

 !ustificada ou "er&dica. Além disto, a mente desempenha um papel importante no processo

do conhecer. u se!a8 há um elemento conceptual no conhecimento. 0em conceitos,

estar&amos dei#ados com e#periência não diferenciada. mundo pareceria ser uma

Hconfusão de 'unidos e flores,H conforme a descri(ão %ue Filliam Eames fe' da perspecti"a

de crian(as muito pe%uenas.

Qárias cr&ticas têm sido feitas contra o racionalismo. Vm grupo grande de filósofos

tem argumentado %ue um ponto de partida apod&ctico nunca poderia ser a ase para uma

teoria compreensi"a do conhecimento "isto %ue de"e ser ou >a; uma tautologia ou >;

incapa' de elaora(ão por técnicas deduti"as. A classe de declara()es tautológicas conteria

proposi()es tais como H1 b 1 2,H 6' ',6  e H0olteiros são homens não casados.H Tem sido

argumentado %ue tais declara()es, emora se!am "er&dicas e asolutamente certas, não são

informati"as acerca dó mundo. 0e assim for, então tais proposi()es nunca poderiam ser a

ase do conhecimento emp&rico.

:á, tamém, um prolema com uma segunda classe de declara()es, declara()es

na primeira pessoa acerca da sua e#periência particular. $#emplos deste tipo de proposi(ão

são4 HTenho dores no meu lado,H ou HTenho dor de cae(a.H *e"e ser notado %ue nem todos

os filósofos concordam %ue tais declara()es são ou declara()es de conhecimento ou

apod&cticas. -esmo assim, no entanto, se supusermos como hipótese %ue o se!am, é muitodif&cil "er como tais proposi()es poderiam ser elaoradas num relato completo do conhe+

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cimento, usando técnicas deduti"as.

:á alguma dú"ida se um ponto de partida geralmente concorde possa ser achado

de modo algum. or e#emplo, os três grandes racionalistas clássicos. *escartes, 0pino'a e

eini', todos têm pontos de partida em diferentes. -as o prolema não termina a&. Ainda

%ue fosse poss&"el concordar sore algum ponto de partida e, além disto, se semelhante

ponto de partida pudesse ser elaorado por técnicas deduti"as, não incluiria

necessariamente as con"ic()es religiosas nem, %uanto a isto, %ual%uer conhecimento

religioso.

or e#emplo, aceitemos os a#iomas da geometria euclidiana ou algum outro

sistema a#iomático da lógica como nosso ponto de partida. assemos a elaorar este

sistema pelo uso das técnicas da dedu(ão até chegarmos a conclus)es %ue são

asolutamente certas. 0emelhante sistema teria alguma coisa para di'er acerca da

epistemologia religiosa ro"a"elmente não. Cem, não seria poss&"el adotar o sistema de

*escartes, e procurar estendê+lo até %ue arangesse a totalidade do conhecimento A

maioria dos filósofos ho!e não pensaria assim. =eralmente acham %ue sua pro"a em prol de

*eus e do mundo e#terno não con"ence.

Vm om argumento contra o racionalismo é %ue a ra'ão somente é capa' de

demonstrar o %ue é possível, mas não real. A ra'ão somente e#clui cren(as ou sistemas %ue

são inerentemente inconsistentes. -as a pessoa é e#clu&da de apelar / e#periência. ogo,

não há nenhuma maneira para um racionalista determinar o %ue é, de fato, a "erdade.

?lustremos. u Hum QolSsBagen amarelo está no estacionamentoH ou Hum QolSsBagen

amarelo não está no estacionamentoH é "erdade. Vma das duas declara()es é "erdadeira8

as duas não o são. -as %ual delas é "erdadeira 6ual delas posso, com !ustificati"a, alegar 

%ue sei A ra'ão, por si só, é incapa' de guiar+me nesta situa(ão.

O ,piriso

 Alguns filósofos procuram confirmar as cren(as em termos da e#periência. $stes

filósofos têm sido chamados de empiristas.

,9posi%ão do 7étodo do ,piriso

Todos os empiristas sustentam %ue a e#periência, mais %ue a ra'ão, é a fonte do

conhecimento. $sta tese muito geral tem receido ênfases e refinamentos muito diferentes,

e, como tal, le"a a tipos muito diferentes de empirismo. -esmo assim, os empiristas estão

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unidos na alega(ão de %ue o conhecimento, em última análise, depende dos nossos

sentidos, e da%uilo %ue descorimos com eles.

*e"emos distinguir entre as formas mais fraca e mais forte do empirismo. A forma

mais fraca é a doutrina %ue nossos sentidos realmente nos dão HconhecimentoH nalgum sen+

tido da pala"ra. <ealmente, há poucos filósofos na história do pensamento %ue negam este

fato. A%ueles %ue o negam, tais como latão, ele"am de tal maneira a idéia do conhecimento

%ue a e#periência ou os sentidos do homem nunca poderão atingir a ela. A forma mais forte

do empirismo, no entanto, alega %ue todo o conhecimento "em da e#periência. 5a sua forma

mais e#trema, é asse"erado %ue nenhuma fonte senão a e#periência fornece %ual%uer 

conhecimento %ue se!a.

Qárias ra')es têm sido dadas para a forma mais forte do empirismo. Tais

empiristas alegam %ue toda cren(a ou é um relato direto da e#periência ou uma inferência

da e#periência. Vm e#emplo de um relato direto da e#periência seria4 HAgora "e!o algo

"erde.H Vm e#emplo dalguma coisa inferida da e#periência poderia ser4 H$#istem outras

mentes.H Vma e#ce(ão a esta alega(ão de %ue todo o conhecimento ad"ém da e#periência

são as proposi()es matemáticas. Tais proposi()es são geralmente consideradas como

sendo a priori, não a posteriori.

s empiristas tamém alegam %ue nossas idéias ou nossos conceitos são

inteiramente deri"ados da e#periência. ostulam %ue, emora possa ser "er&dico %ue

podemos cominar idéias ou e#pressar relacionamentos entre "ários conceitos sem

e#perimentar as idéias resultantes, nenhum conceito em si mesmo é a priori. 0ão a

posteriori. 0e é "erdade %ue todas as nossas idéias dependem da e#periência, então todo o

nosso conhecimento de"e depender da e#periência. s empiristas reconhecem %ue nem

todo o conhecimento é imediatamente dependente da e#periência, mas ulteriormente

depende da e#periência, pois as matérias das %uais o conhecimento é constru&do ad"êm da

e#periência. Eohn ocSe argumentou %ue todas as nossas idéias são deri"adas oudiretamente da sensa(ão ou atra"és da refle#ão sore as idéias da sensa(ão. :á,

literalmente, nada no intelecto %ue não esta"a primeiramente nos sentidos. $manuel ant

argumentou %ue nossas idéias são a priori, e %ue há "erdades a priori. -esmo assim,

acautelou %ue estas idéias e "erdades somente têm aplica(ão %uando há e#periência. ara

um ser humano, de %ual%uer maneira, a ra'ão somente pode funcionar com a e#periência. R

importante notar %ue os empiristas não e#igem %ue todo o conhecimento se!a induitá"el.

$mora muitos deles e#igiriam %ue certas formas de um conhecimento a priori se!amrealmente certas, concordariam %ue uma grande %uantidade do nosso conhecimento é

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"erdade. A%ui, é nosso dese!o e#aminá+lo como poss&"el fonte e meio de !ustifica(ão para

nossa cren(a acerca do mundo.

,9posi%ão do 7étodo do Pragatiso

5o Mmago do pragmatismo há uma reinterpreta(ão radical da nature'a do conheci+

mento. Tradicionalmente, o conhecimento tem sido definido em termos estáticos, eternos, e

Hespectador.H conhecimento é, na realidade, em diferente, conforme o pragmático. R

dinMmico. *esen"ol"e+se da intera(ão entre um organismo >neste caso, o homem; com seu

meio amiente. or%ue o pragmático considerou %ue os seres humanos constantemente es+

tão interagindo com seu meio amiente e adaptando+se a ele, considera %ue todo o conhe+

cimento se!a prático. >$sta aordagem prática tem le"ado muitos a chamar o pragmatismode anti+intelectual;.

ara  o  pragmático, o método epistemológico apropriado de"e ser achado nas

ciências naturais. homem aplica o método cient&fico para ad%uirir conhecimento. >*e"e ser 

lemrado %ue, para o racionalista, o método epistemológico consistia na ado(ão de um

modelo matemático;. pragmático considera hipóteses ou .sistemas de idéias como

instrumentos para a!udar o homem a a!ustar+se ao seu meio amiente. racioc&nio do

homem é usado da sua maneira mais alta e apropriada na solu(ão dos prolemas da

e#istência humana. racioc&nio procura solucionar estes prolemas por tentati"a e erro.

#alia%ão do 7étodo do Pragatiso

pragmatismo é uma e#plica(ão prática, em uso, da origem e da !ustificati"a das

nossas cren(as. 5ão fa' tentati"a alguma no sentido de astrair o conhecimento do seu

conte#to. Além disto, como o empirismo, aceita a proailidade como um re%uisito ade%uado

para o conhecimento. Além disto, não corta a epistemologia fora da e#periência. ermite %ue

o homem procure na sua e#periência a !ustificati"a das suas cren(as.

-esmo assim, há algumas deficiências sérias do pragmatismo. rimeiramente, o

pragmatismo en"ol"e o aandono de ases o)etivas para testar cren(as. Tudo é "isto como

estando em flu#o constante, e como um meio ao in"és de ser um fim ulterior. resultado é o

tipo mais radical de su!eti"ismo e relati"ismo.

$m segundo lugar, o pragmatismo tem um conceito por demais restriti"o da

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nature'a do conhecimento. ara o pragmatista, somente o conhecimento prático é

considerado conhecimento "erdadeiro. ?sto significa %ue muita coisa %ue tem sido

tradicionalmente considerada parte da epistemologia de"e ser re!eitada ou e#clu&da.

pragmatismo reconhece somente a metodologia das ciências naturais como sendo "álida.

Vma pessoa pode %uestionar a asoluti'a(ão do método cient&fico até mesmo para as

ciências naturais, e há ainda mais moti"os para %uestionar a e#tensão do método para todas

as áreas do conhecimento e pes%uisa humanos.

pragmatismo prop)e uma teoria da "erdade %ue muitos filósofos consideram

falsa. pragmatismo alega %ue a "erdade é definida como sendo a%uilo %ue é útil, %ue

funciona, ou %ue tem ons resultados práticos. R poss&"el, no entanto, demonstrar %ue

certas declara()es %ue saemos ser falsas por ra')es independentes, são H"erdadeirasH por 

ra')es pragmáticas. Tem sido argumentado, tamém, %ue se H"erdadeiroH e HútilH são

sinnimos, então, depois de a pessoa di'er4 HP é útil,H de"e fa'er sentido di'er4 HP é

"erdadeiro.H -as, o"iamente, não fa' sentido8 os termos não são sinnimos.

  COMO SÃO -USTIFICADAS AS CRENÇAS,

Tradicionalmente >desde latão;, para alguma coisa ser conhecida tinha pelo

menos de ser crida por alguém, e tal cren(a tinha de ser "erdadeira. s filósofos, no entanto,

reconheceram %ue a cren(a é a "erdade, por si sós, não eram suficientes para o conheci+

mento. Algo mais tinha de ser acrescentado. 5o m&nimo, de"eria ha"er e"idência, ou se!a,

apoio ou !ustificati"a para sustentar a cren(a. s epistemologistas modernos falam nisto

como sendo a l/gica ou estrutura da !ustificati"a epistemológica.

:á uma certa independência entre os conceitos da "erdade, do conhecimento, e da !ustificati"a. A "erdade e a !ustificati"a podem ser "istas como conceitos diferentes nisto4

alguém pode ser !ustificado em acreditar nalguma proposi(ão  p, mas p pode ser falsa, na

realidade. *e modo semelhante, alguém poderia ser !ustificado em acreditar em p, e mesmo

assim, poder&amos negar %ue ele con2ecesse p,  "isto %ue p é falso. 5outras pala"ras, a

 !ustificati"a é uma condi(ão necessária de uma cren(a ser "er&dica e contar como

conhecimento, mas não é isoladamente uma condi(ão suficiente.

$m termos gerais, há duas lógicas ou estruturas de !ustificati"a epistemológica

alternati"as, a fundamenta%#o, e o coerentismo, ou conte+tualismo.

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# &undaenta%ão

 A maioria dos filósofos, até em recentemente, sustenta"a alguma forma de

fundamenta(ão, %uer falassem nesses termos acerca do seu procedimento de !ustificati"a

epistemológica, %uer não.

Definição e Exposição

 A fundamenta(ão é o ponto de "ista de %ue há uma estrutura de conhecimento cu!o8

fundamentos, emora sustentem todo o resto, não precisam, por sua "e', de apoio algum. A !ustificati"a epistemológica, portanto, é piramidal. As cren(as ou proposi()es na camada

inferior são cridas de modo !ustificá"el sem apelo a %ual%uer outra ra'ão, e, portanto,

constituem+se em fundamento para o conhecimento. 7ada cren(a ou proposi(ão nas

camadas mais altas é !ustificada na ase das proposi()es ou cren(as em posi()es mais

ai#as na pirMmide.

 A fundamenta(ão, portanto, usualmente consiste em duas alega()es.

rimeiramente, há cren(as diretamente !ustificadas. $, em segundo lugar, %ual%uer pessoatem um número suficiente destas cren(as para edificar pirMmides !ustificatórias %ue têm, no

ápice, cren(as indiretamente !ustificadas.

!ren%as epistemologicamente )ásicas. Tal"e' se!a útil e#aminar mais de perto

cada um destes n&"eis. 7ren(as ou proposi()es epistemologicamente ásicas constituem+se

na camada inferior da pirMmide da !ustificati"a. A caracter&stica mais importante destas

cren(as é %ue sua !ustificati"a n#o é inferida >alguns filósofos até mesmo têm argumentado

%ue n#o podem ser inferidas; de %uais%uer outras cren(as ou proposi()es. or esta ra'ão,

di'+se %ue sua !ustificati"a é direta, e %ue se constituem em conhecimento direto ou

imediato.

 ' ustificativa indireta ou mediata. Todas as cren(as %ue são apoiadas por cren(as

epistemologicamente ásicas são, segundo se di', !ustificadas mediatamente, ou indireta+

mente. conhecimento %ue da& resulta é chamado conhecimento mediato,  ou indireto.

 Agora podemos passar a e#plicar mais claramente como a !ustificati"a mediata é

relacionada, conforme se pensa, a>s; cren(a>s; imediatamente !ustificada>s;. A idéia é %ue,

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emora algumas cren(as tal"e' se!am apoiadas por outras cren(as com !ustificati"a

mediada, se descermos suficientemente a pirMmide da !ustificati"a, mais cedo ou mais tarde

chegaremos a cren(as diretamente !ustificadas >cren(as ou proposi()es

epistemologicamente ásicas;.

relacionamento entre cren%as mais altas e )ai+as na estrutura da pirmide.

$#pli%uemos agora o %ue pretendemos %uando di'emos %ue as cren(as fundamentais

apoiam as cren(as mediatas. $stas cren(as epistemologicamente ásicas funcionam de dois

modos. Algumas cren(as ásicas ser"em de ra')es logicamente conclusi"as para certas

cren(as não+ásicas. A cone#ão é anal&tica e é conhecida a priori. >Alguns filósofos

argumentam %ue o relacionamento tamém poderia ser a posteriori;. 0em alegarmos %ue

%ual%uer das declara()es %ue se seguem se!a uma cren(a ásica, o relacionamento éanálogo ao relacionamento entre a declara(ão4 HTomás é um homem solteiroH e a

declara(ão4 HTomás é um homem não casado.H

$m segundo lugar, certas cren(as epistemologicamente ásicas >cren(as mais

ai#as na pirMmide; podem funcionar como ra')es de um modo muito mais frou#o e menos

conclusi"o. Tais ra')es são chamadas ra')es contingentes, logicamente oas, ou  prima

fade. Todas estas são )oas ra')es para algum conhecimento mediato, mas n#o garantem

de modo lógico a%uele conhecimento.

 Apoio para a Fundamentação

s fundamentacionistas tipicamente citam o argumento de regress#o a  fa"or da

sua estrutura de !ustificati"a epistêmica. argumento de regressão procura demonstrar %ue

as únicas alternati"as / fundamenta(ão são a !ustificati"a circular ou a regressão infinita da

 !ustificati"a, %ue é igualmente inaceitá"el. Qoltando para a idéia da ár"ore na !ustificati"a, há

apenas %uatro términos conce&"eis para cada ramo4

>a; Termina numa cren(a imediata, diretamente !ustificada >uma cren(a

epistemologicamente ásica;.

>; Termina numa cren(a in!ustificada.

>c; A cren(a original ocorre de no"o dentro da corrente da !ustifica(ão, de modo %ue o

ramo forme um la(o.

>d; ramo continua infinitamente.

R poss&"el %ue em %ual%uer determinada ár"ore, um galho assumisse uma forma,

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ao passo %ue outro galho assumisse outra, ainda diferente. argumento da regressão, no

entanto, toma por certo %ue a !ustificati"a e, portanto, o conhecimento apenas é poss&"el se

cada galho assumir a forma >a; supra.

r*ticas e O(je%:es

 A estratégia recente para atacar a fundamenta(ão é alegar ou %ue é um ideal

incapa' de ser reali'ado ou %ue em certo sentido é incoerente.

1. <#o 2á declara%es incorrigíveis &ue possam servir de proposi%es

epistemologicamente )ásicas para o con2ecimento preceptivo. Para  entendermos esta

cr&tica, de"emos passar em re"ista um pouco de história da epistemologia. 7onformedissemos em nossa discussão sore a induitailidade, alguns epistemologistas

sustenta"am %ue para %ual%uer alega(ão contar como conhecimento, de"e ser induitá"el

ou incorrig&"el. 5o decurso do tempo, foi considerado necessário %ue pelo menos as

proposi()es ásicas >fundamentos; fossem incorrig&"eis. Assim seriam garantidos

fundamentos infal&"eis para nosso conhecimento. :ume argumenta"a %ue %ual%uer 

conhecimento do mundo e#terno >o %ue chama"a de matérias de fato; era, em princ&pio,

fal&"el. u se!a, sempre seria conce&"el %ue o contrário pudesse ser a "erdade. -asmesmo depois de :ume, alguns epistemologistas procura"am fundamentos infal&"eis. AUer,

por e#emplo, os procura"a nos dados dos sentidos, e :usseri, numa análise da estrutura da

consciência. A maioria dos epistemologistas não ficaram con"ictos, no entanto, pelas

tentati"as de AUer e de :usseri, pois argumenta"am %ue os candidatos para serem

proposi()es ásicas infal&"eis acerca do mundo e#terno ou não eram conhecimento de

modo algum, ou não eram incorrig&"eis.

 A resposta a esta cr&tica tem sido de dois tipos. rimeiramente, podemos continuar 

a sustentar %ue e#istem proposi()es ásicas suficientes para edificar uma epistemologia

compreensi"a. 5este caso, estar&amos re!eitando a cr&tica de :ume. $m segundo lugar,

poder&amos aceitar a análise de :ume e tomar por certo %ue não é necessário %ue todas Has

proposi()es epistemologicamente ásicas se!am incorrig&"eis. s filósofos sustentam,

caracteristicamente, %ue algumas cren(as ásicas são incorrig&"eis >e. g., a matemática e a

lógica; e %ue algumas não o são >e. g., o mundo e#terno;. *estarte, o fundamentacionista

contemporMneo Eohn ollocS di"ide proposi()es epistemologicamente ásicas entre as %ue

são incorrig&"eis e as %ue são prima fade  !ustificadas >estas não são incorrig&"eis;. utros

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filósofos chamam esta classe de intrinsecamente aceitá"eis ou cr&"eis.

or e#emplo, come(amos com a con!ectura da "eracidade de uma cren(a. 5a

ausência de %ual%uer ra'ão para re!eitar esta cren(a %ue é !ustificada  prima fade, estamos

 !ustificados em crer nela. ?sto não %uer di'er %ue semelhante cren(a não poderia esta errada

nem não será re"isada. A aceita(ão de cren(as !ustificadas prima fade é simplesmente um

reconhecimento de %ue >1; a !ustificati"a de"e realmente parar nalgum lugar e >2; nem todo

o conhecimento é incapa' de fundamentos incorrig&"eis. ollocS chama de derrotadora

%ual%uer cren(a %ue funciona como uma ra'ão para re!eitar uma cren(a !ustificada  prima

fade, por%ue demonstra %ue a cren(a está errada. As duas respostas dos

fundamentacionistas afirmam %ue pelo menos algum conhecimento apoia+se em

fundamentos induitá"eis.

2. 5ão há cren(as diretamente !ustificadas %ue possam ser"ir como proposi()es ou

cren(as epistemologicamente ásicas. A segunda o!e(ão tem uma semelhan(a / primeira,

mas é um ata%ue mais sério contra a fundamenta(ão;. <espondendo / primeira cr&tica, foi

poss&"el reconhecer a o!e(ão e ainda manter o ponto de "ista >emora esta não fosse a

única maneira de defender a fundamenta(ão;. *o outro lado, esta segunda cr&tica "isa

diretamente uma das alega()es centrais, de %ue há proposi()es imediata ou diretamente

 !ustificadas. A o!e(ão é do seguinte tipo. 6ual%uer alega(ão espontMnea, se!a oser"acional,

se!a introspecti"a >e.g., HAparece a mim, de modo "ermelhoH;, não le"a consigo %uase

nenhuma suposi(ão da "erdade, %uando consideramos a alega(ão por si mesma.

Vsualmente aceitamos as alega()es como sendo "er&dicas, por causa de nossa confian(a

num grupo inteiro de suposi()es do meio amiente situacional. 5estas suposi()es estão

inclu&das a fidedignidade do oser"ador, as condi()es segundo as %uais as oser"a()es

foram feitas, e o tipo de o!etos acerca dos %uais as alega()es foram feitas. <esumindo,

conforme di' o argumento, a aceita(ão de %ual%uer alega(ão depende de, e, portanto, é

determinada por >ainda %ue não se!a conscientemente;, a inferência a partir destas

condi()es. ogo, não há cren(as ou proposi()es diretamente !ustificadas.

$sta o!e(ão parece ser incorreta por "ários moti"os. Ainda %ue fosse "er&dica,

atacaria somente o conhecimento do mundo e#terno. $mora esta se!a reconhecidamente

uma parte importante do nosso conhecimento, há outros tipos de fundamentacionistas. -ais

delieradamente, Filliam A?ston argumentou %ue esta o!e(ão contém uma confusão. A?ston

di' %ue, segundo parece, confirma a alega(ão de %ue não há cren(as diretamente !ustifica+

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cren(a é !ustificada até %ue se!a compro"ada in!ustificada.

-as, e se 2á algum desafio contra uma cren(a ásica 7omo poderemos e"itar o

dogmatismo em tal caso A?ston responde %ue, emora se!a "erdade %ue os

fundamentacionistas simples re%uerem %ue algumas cren(as se!am imediatamente

 !ustificadas, o conceito reconhece %ue todas as cren(as re%uerem alguma !ustificati"a

mediata. ara as cren(as fundamentais, esta !ustificati"a mediata será algum princ&pio

epistemológico "álido %ue define as condi()es para a !ustificati"a, mas não inclui a

asse"era(ão doutras cren(as !ustificadas. %ue crê será imediatamente !ustificado em

manter a%uela cren(a por%ue pensa %ue a%uele princ&pio é "álido, e a cren(a em ep&grafe

en%uadra+se na%uele princ&pio.

0uponhamos, por e#emplo, %ue cremos ser um princ&pio epistemológico "álido %ue

as aparências numa ilumina(ão normal, perceidas por um oser"ador fidedigno, são

geralmente corretamente relatadas. $ntão, seremos imediatamente !ustificados em crer %ue

"emos uma cor "ermelha se a ilumina(ão for oa e nós formos ons oser"adores.

argumento de A?ston é este W as ra')es %ue temos para aceitar cren(as imediatamente

 !ustificadas são necessariamente diferentes da%ueles %ue temos para aceitar cren(as

mediatamente !ustificadas. A?ston chama as ra')es dadas para as cren(as imediatamente

 !ustificadas de Hmeta+ra')esH8 têm a "er com as ra')es para considerar uma cren(a

 !ustificada. *esta maneira, a acusa(ão de dogmatismo é e"itada.

utra maneira poss&"el de responder / acusa(ão de dogmatismo, %ue nos le"a

muito perto da primeira resposta, é simplesmente indicar %ue a premissa>s; ustificadaH

auto- !ustificante por%ue sua "eracidade é e"idente em si mesma. $ sua "eracidade é

e"idente em si mesma por%ue, %uando alguém e#aminar o significado do predicado,

descore %ue é o mesmo significado do su!eito. utros alegam %ue algumas premissas são

auto+!ustificantes, por%ue não podem ser negadas sem contradi(ão ou inconsistência.

. As cren%as fundamentais ou epistemologicamente )ásicas n#o se constituem em

ra"es logicamente necessárias para crer em proposi%es num nível superior. $sta o!e(ão

é muito semelhante / nossa primeira cr&tica, %ue alega"a %ue não há cren(as ásicas incor+

rig&"eis ou epistemologicamente incorrig&"eis. A%ui, o argumento é %ue as cren(as epistemo+

logicamente ásicas, ou as cren(as mais ai#as na estrutura, não se constituem em ra')es

logicamente conclusi"as para sustentar cren(as mais altas na pirMmide. 5outras pala"ras,

não garantem a "erdade das cren(as num n&"el mais alto.

 A resposta a esta cr&tica pode adotar uma de duas aordagens. rimeiramente,

podemos atacar a cr&tica diretamente ao alegar %ue a o!e(ão é falsa. *e modo geral, o _________________________________________________________________________________________ 

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DeUeraend. Argumentaram %ue nada e#iste como a pura e#periência ou o puro fato contra

os %uais tal"e' tenhamos %ue testar nossas cren(as para "er se são !ustificadas ou "er&+

dicas. elo contrário, é a teoria >um %uadro do mundo; %ue opera em todos os n&"eis da

e#periência. $stes filósofos argumentaram %ue a teoria determina a%uilo %ue será

considerado um fato8 teorias alternati"as acerca do mundo produ'irão fatos diferentes.

 A aplica(ão desta tese / fundamenta(ão é a seguinte. A fundamenta(ão re&uer  %ue

ha!a proposi()es ásicas %ue são diretamente !ustificadas. 5o entanto, se for "erdade a so+

recarga de idéias, então parecerá %ue todas as nossas cren(as são afetadas pela teoria.

*a&, a distin(ão entre os n&"eis inferiores e superiores da pirMmide desmorona.

  O RELACIONAMENTO ENTRE A FÉ E A RAÃO

Vma das %uest)es mais ásicas %ue confrontam o cristão na filosofia é como

relacionar a fé com a ra'ão. 6ue papel tem a re"ela(ão em determinar a "erdade filosófica,

se é %ue tem algum papel ?n"ersamente, %ue papel, se ti"er algum, a ra'ão desempenha

em determinar a "erdade di"ina $stas não são perguntas fáceis, e os cristãos têm

respondido a elas de maneiras diferentes.

 Antes de ser poss&"el entender estes pontos de "ista, os termos revela%#o e ra"#o

de ser definidos. A Hre"ela(ãoH é um des"endamento sorenatural por *eus de "erdades e

não poderiam ser descoertas pelos poderes da ra'ão humana, sem a!uda. A Hra'ãoH é a

cidade natural da mente humana descorir a "erdade.

 As solu()es / %uestão de %ual método é uma fonte fidedigna da "erdade são

di"is&"eis em cinco categorias ásicas8 >1; a re"ela(ão somente8 >2; a ra'ão somente8 >3; a

re"ela(ão sore a ra'ão8 >; a ra'ão sore a re"ela(ão8 e >9; a re"ela(ão e a ra'ão.

# 4eela%ão /oente

 Alguns filósofos têm alegado %ue somente a re"ela(ão pode ser considerada uma

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fonte leg&tima do conhecimento do homem. Tais pensadores re"elam uma desconfian(a na

ra'ão nana como uma a"enida / "erdade.

/;ren <ier=egaard0egundo 0ren ierSegaard >1I13+1I99;, o pai do e#istencialismo moderno, a

mente humana é totalmente incapa' de descorir %ual%uer "erdade di"ina. :á "arias ra')es

para a incapacidade da ra'ão humana.

estado caído do 2omem - O homem está alienado, pelo pecado, de um *eus

santo. <ealmente, *eus é uma HofensaH a homens %ue estão num estado perpétuo de

reelião contra $le. homem padece o %ue ierSegaard chama"a uma Hdoen(a mortalH >ot&tulo de uma das suas oras;. A própria nature'a do pecado do homem torna imposs&"el

para ele conhecer a "erdade acerca de um *eus pessoal, "isto ser este o próprio *eus a

%uem está apai#onadamente desconsiderando ou re!eitando.

 ' transcendência de Deus.  homem não pode conhecer %ual%uer "erdade acerca

de *eus por%ue *eus é HTotalmente utro.H *eus não somente é uma ofensa / "ontade do

homem, como tamém $le é um Hparado#oH / ra'ão do homem. $mora ierSegaard não

alegue %ue o próprio *eus é asurdo ou irracional, mesmo assim, *eus é supra+racional8 a

"erdade de *eus é parado#al ou parece contraditória a nós. or%ue *eus transcende

totalmente a ra'ão, ou está HalémH dela, não há !eito da ra'ão ir além de si mesma para

*eus.

<en2um pape positivo da ra"#o.  melhor %ue a ra'ão pode fa'er é re!eitar o

asurdo ou o irracional, mas isso não pode ser de %ual%uer a!uda positi"a para atingir a

"erdade di"ina. A "erdade cristã pode ser conhecida somente por a%uilo %ue ierSegaard

chama"a um Hsalto da fé.H 7om isso %uer di'er um puro ato da "ontade contra

proailidades racionais cegantes. ogo, um crente pode ir além da ra'ão para uma entrega

pessoal a *eus pela fé somente. A ilustra(ão %ue ierSegaard dá desta considera(ão é a

resposta de Araão ao mandamento de *eus no sentido de sacrificar seu filho amado,

?sa%ue. ela fé somente, e sem %ual%uer !ustificati"a ética ou racional, Araão suiu de oa

mente ao monte -oriá para sacrificar seu filho ?sa%ue em oediência a *eus.

 's provas s#o uma ofensa a Deus.  7onforme ierSegaard, %ual%uer tentati"a

racional no sentido de compro"ar a e#istência de *eus é uma ofensa contra *eus. R como

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Deuerach >1IL+1IG2;, %ue argumenta"a %ue *eus não é nada mais %ue uma pro!e(ão da

imagina(ão humana. Carth, no entanto, sustenta"a %ue a%uilo %ue o homem não pode fa'er 

Hde ai#o para cimaH mediante a ra'ão, *eus fe' Hde cima para ai#oH mediante a re"ela(ão

sorenatural. ara Carth, a C&lia é a localidade da re"ela(ão de *eus. R o instrumento

atra"és do %ual *eus fala. *e si só, a C&lia é apenas o registro preposicional da re"ela(ão

pessoal de *eus ao 0eu po"o, mas a C&lia fica sendo a ala"ra de *eus para nós / medida

em %ue *eus fala atra"és das suas pala"ras humanas.

6n#o6 de >art2 0 revela%#o natural.  *eus não nos fala atra"és da nature'a,

por%ue o homem está ca&do e, portanto, oscureceu e distorceu completamente a re"ela(ão

de *eus na nature'a. Até mesmo a Himagem de *eusH no homem não é um Hponto de

contatoH mas, sim, um ponto de conflito entre *eus e o homem. Carth era enfático no sentidode a mente humana não ter capacidade alguma para conhecer a *eus. 5a realidade, Carth

respondeu / pergunta de se o homem por"entura tem a capacidade para receer a

re"ela(ão sorenatural de *eus, com um li"ro chamado <ein `5ãoO A ra'ão humana não

tem a capacidade ati"a nem passi"a para a re"ela(ão di"ina. *eus tem de dar 

sorenaturalmente a capacidade de entender 0ua re"ela(ão, assim como dá a própria

re"ela(ão.

# 4azão /oente

*o outro lado do espectro da fé e da ra'ão há os racionalistas, %ue alegam %ue

toda a "erdade pode ser descoerta pela ra'ão humana. 5a realidade, alguns "ão ao ponto

de alegar %ue nada é "erdadeiramente conhecido, de modo algum, pela re"ela(ão. utros

concedem alguma posi(ão / re"ela(ão, mas fa'em da ra'ão o teste suficiente e final da%uilo

%ue é, e da%uilo %ue não é "erdadeiro na re"ela(ão alegadamente sorenatural.

,anuel <ant

próprio ant era de tradi(ão luterana, de"ota e piedosa. 5a sua famosa !rítica

da  Ga"#o Pura, %ue lan(ou os alicerces para oa parte do agnosticismo moderno, ant

alegou %ue esta"a criticando a ra'ão especulati"a >teorética; a fim de Hcriar um lugar para a

fé.H

   ' ra"#o e+ige &ue vivamos 6como se e+istisse um Deus.6  A despeito do fato de %ue

não podemos saer >mediante a ra'ão especulati"a; se *eus e#iste, de"emos "i"er como se

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hou"esse um *eus, por%ue nossa ra'ão prática >moral; assim e#ige. u se!a4 a ra'ão e#ige

%ue postulemos a e#istência de *eus a fim de %ue o nosso de"er moral nesta "ida fa(a

sentido. A não ser, pois, %ue "i"amos como se *eus e#istisse, não há maneira de cumprir o

mandamento no sentido de galgar o em supremo.

 ' ra"#o e+ige &ue vivamos 6como se os miagres n#o ocorressem. 6  A essência

da%uilo a %ue ant reali'ou, no entanto, é retratada no t&tulo do seu li"ro, A <eligião *entro

dos limites da <a'ão 0omente. elo emprego da%uilo %ue ant chama"a de Hra'ão prática,H

ant lan(ou os alicerces para dessupernaturali'ar a cren(a religiosa. ant não disse, nem

acredita"a, %ue não hou"esse re"ela(ão sorenatural da parte de *eus na C&lia. ?nsistia, no

entanto, %ue de"emos !ulgar toda a alegada re"ela(ão sorenatural por meio da Hra'ão,

> prática somente.H 0ustenta"a, por e#emplo, %ue a ra'ão e#ige %ue aramos mão da cren(ana ressurrei(ão de 7risto e, de fato, em %ual%uer ensinamento &lico contrário a esta

Hra'ão.H A respeito desta aordagem racional, ant reconheceu %ue Hfre%Jentemente esta

interpreta(ão pode, / lu' do te#to `da re"ela(ão, parecer for(ada + tal"e' muitas "e'es

realmente se!a for(ada.H 6uanto a %ual%uer milagre &lico, ant insistiu %ue se o milagre

Hdiretamente contradi' a moralidade, não pode, a despeito de todas as aparências, ser da

parte de *eus >por e#emplo, %uando um pai é ordenado a matar seu filho `como no caso de

 Araão em =ênesis 22;.H

enedito /pinoza

Vm e#emplo ainda mais radical do conceito da Hra'ão somenteH é o filósofo !udeu,

0pino'a. Acredita"a %ue a totalidade da "erdade é conhecida somente por meio de a#iomas

e"identes em si mesmos. 6ual%uer coisa contrária a estes a#iomas, ou %ue não pode ser 

redu'ida a eles, de"e ser re!eitada como irracional + %uer este!a na C&lia, %uer não.

racionalismo geomtrico.  7ome(ando com o %ue 0pino'a considera"a os a#iomas

irredut&"eis do pensamento humano, Hdedu'iuH todas as "erdades necessárias acerca de

Leus, do homem, e o mundo. rimeiramente, segundo 0pino'a, é racionalmente necessário

concluir %ue há apenas uma HsustMnciaH no uni"erso, da %ual todas as coisas, inclusi"e

todos os homens, são meros modos ou momentos >trata+se claramente de um tipo de

pante&smo;. 0emelhantemente, o HmalH é apenas uma ilusão do momento particular.

uni"erso como um todo é om, assim como um mosaico como um todo é elo, a despeito daaparente feiura de uma pe(a indi"idual.

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0pino'a não confia"a nas percep()es dos sentidos8 não são, disse ele, a fonte da

"erdade. A "erdade reside somente em idéias mais precisamente, na ?déia perfeita. A

"erdade é conhecida apenas pela intui(ão racional.

racionalismo anti-so)renatural. oucos escritores no mundo moderno eram mais

militantemente anti+sorenaturalistas do %ue 0pino'a. Aplicando seu racionalismo / C&lia,

0pino'a concluiu %ue -oisés não escre"eu os primeiros cinco li"ros do Antigo Testamento

nem os receeu em re"ela(ão da parte de *eus. 7onsidera"a HirracionalH acreditar nos

milagres registrados na C&lia, ou em %ual%uer milagre %ue fosse. *isse4 Hodemos,

portanto, ter asoluta certe'a de %ue todo e"ento %ue é corretamente descrito na $scritura

necessariamente aconteceu, como tudo o mais, de acordo com leis naturais.H

0pino'a tinha certe'a de %ue Ho curso da nature'a é fi#o e imutá"el.H 5ão aceita"a

meios+termos na sua insistência de %ue Hum milagre, se!a uma contra"en(ão / nature'a, ou

além da nature'a, é coisa meramente asurda.H ?sto significa, naturalmente, %ue 0pino'a

insistiria em %ue os relatos da ressurrei(ão nos $"angelhos se!am re!eitados. $m resumo4

%ual%uer parte da re"ela(ão &lica %ue não esta"a de acordo com o racionalismo naturalis tade 0pino'a tinha de ser considerada não+autêntica.

# 4azão /o(re a 4eela%ão

:á outros cu!a ênfase sore a ra'ão não é de modo algum tão radical como a de

0pino'a. 0eu conceito da ra'ão e da re"ela(ão poderia ser definido mais apropriadamente

como sendo ra'ão so)re a  re"ela(ão. $ste ponto de "ista é atriu&do a alguns dos ais

cristãos primiti"os, tais como Eustino -ártir e 7lemente dá Ale#andria.

Os Pais #le9andrinos

Eustino -ártir acredita"a na re"ela(ão di"ina, mas, além da C&lia, sustenta"a %ue

Ha ra'ão está implantada em todas as ra(as humanas.H 7om isto em mente, sustenta"a %ue

a%ueles entre os gregos antigos %ue H"i"eram racionalmente são cristãos, ainda %ue tenham

sido considerados ateus.H $sta categoria inclu&a homens tais como :eráclito e 0ócrates.

7lemente da Ale#andria elogia"a ainda mais a ra'ão humana. 5uma passagem

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famosa na sua ora Stromata  escre"eu4 HAntes do ad"ento do 0enhor, a filosofia era

necessária para os gregos para a !usti(a.H A filosofia, pois, Hera um pedagogo para tra'er \a

mente helênica\ como a lei, os hereus, \para 7risto.\ H 5ão somente 7lemente e#alta"a a

ra'ão humana, como tamém, /s "e'es até mesmo a identifica"a com a re"ela(ão di"ina.

 Acredita"a %ue latão falara Hmediante a inspira(ão de *eus.H 5ão hesita"a em reinterpretar 

a re"ela(ão di"ina / lu' do seu próprio tipo platnico de raciocinar. *esta maneira, estes

filósofos cristãos primiti"os armaram o palco para racionalistas cristãos posteriores, até

mesmo modernos, %ue e#altaram a ra'ão sore a re"ela(ão di"ina.

# #lta r*tica 7oderna

Tal"e' o melhor e#emplo da%ueles %ue sustentam o conceito da Hra'ão sore a

re"ela(ãoH são os %ue são chamados HlieraisH ou Hadeptos da alta cr&tica.H *e modo geral,

trata+se de um mo"imento teológico %ue rotou do pensamento europeu dos séculos PQ?? e

PQ???. Doi influenciado por 0pino'a, ant, e :egel, %ue conclu&ram mediante a ra'ão humana

%ue partes da C&lia, ou a totalidade, não são uma re"ela(ão da parte de *eus. Tais cr&ticos

têm inclu&do homens tais como Eean Astruc >1@I+1G@@; e Eulius Fe?lhausen >1I 1N1I;.$m contraste com o conceito histórico e ortodo#o %ue a C&lia é a ala"ra de *eus, os

lierais acreditam %ue a C&lia meramente contm a ala"ra de *eus. 6uando aplicam os

cMnones da ra'ão humana ou da erudi(ão moderna / C&lia, sentem %ue algumas partes

dela são Hcontraditórias,H e %ue outras simplesmente são mitos ou fáulas. Algumas histórias

do Antigo Testamento são re!eitadas por estes cr&ticos por%ue os e"entos pareciam Himorais.H

utro grupo de homens %ue e#alta"a a ra'ão acima da re"ela(ão foram os de&stas

dos séculos PQ?? e PQ???. :omens tais como :erert de 7herurU >19I3+1@I;, 7harles

Count >1@9+1@N3;, e Eohn Toland >1@GL+1G22; minimi'a"am ou nega"am os elementos

sorenaturais da C&lia. 5o n&"el mais popular ha"ia o norte+americano, Thomas aine

>1G3G+1ILN;, %ue no seu li"ro famoso, 2e 'ge of Geason, fe' um ata%ue amargo contra

numerosas passagens da $scritura %ue, segundo lhe parecia, contradi'iam a ra'ão humana.

$ Thomas Eefferson literalmente cortou os milagres dos %uatro $"angelhos e colou os

remanescentes dessorenaturali'ados num li"ro para recortes. Doi pulicado mais tarde

como ' >í)lia de ?efferson. Termina assim4 HAli dei#aram Eesus, rolaram uma grande pedra

para a porta da sepultura, e partiram.H restante da história W a ressurrei(ão de 7risto W é

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um milagre %ue não pode, pensa"a Eefferson, ser aceito pela sã ra'ão.

Tanto o alto cr&tico %uanto o *e&sta, portanto, colocam a ra'ão acima da re"ela(ão.

$stes pensadores determinam por conta própria %uais partes de uma alegada re"ela(ão

realmente não são re"ela()es de modo algum. $sta atitude ainda é sustentada ho!e por 

teólogos, especialmente a%ueles %ue negam %ue a C&lia se!a totalmente "erdadeira em tudo

%uanto afirma. 6ual%uer coisa na C&lia + se!a o mandamento de *eus aos israelitas no

sentido de matarem os cananitas ou o ensino de aulo acerca do papel das mulheres W %ue

não este!a de acordo com os HcMnones aceitá"eis da ra'ão humanaH é re!eitada por eles.

# 4eela%ão #cia da 4azão

$m oposi(ão /%ueles semi+racionalistas %ue e#altam a ra'ão sore a re"ela(ão, há

a%ueles fortes re"elacionistas %ue e#altam a re"ela(ão acima da ra'ão. 5esta última

categoria há homens como o ai da igre!a primiti"a, Tertuliano e 7ornelius Qan Til.

"ertuliano

Tertuliano /s "e'es é estereotipado como um proponente da Hre"ela(ão somente.H

$sta classifica(ão é aseada na declara(ão isolada4 H7reio por%ue é asurdo.H 5a realidade,Tertuliano nunca empregou a pala"ra latina a)surdum. Ao in"és disto, emprega"a a pala"ra

ineptum,  %ue não suentende a contradi(ão mas, sim, simplesmente Hestult&cia.H

ro"a"elmente não esta"a alegando mais do %ue aulo alegou em ? 7or&ntios 1, %ue o

e"angelho parece Hestult&ciaH ao descrente. 5outras ocasi)es, Tertuliano fala"a da

necessidade de empregar Ha regra da ra'ão.H Dala"a, tamém, contra a%ueles %ue esta"am

Hsatisfeitos por terem simplesmente crido, sem um completo e#ame das ases das

tradi()esH %ue acredita"am.R "erdade, mesmo assim, %ue Tertuliano e#alta"a a re"ela(ão acima da ra'ão

humana. $m certa passagem famosa e#clamou4 H %ue mesmo tem Atenas a "er com

Eerusalém 6ue concordMncia há entre a academia e a igre!aH "iamente, os filósofos

não eram e#altados por Tertuliano. $ste declarou4

?nfeli' AristótelesO %ue in"entou para estes homens a dialética, a arte de edificar e de

demolir8 uma arte tão e"asi"a nas suas proposi()es, tão for(ada nas suas

con!eturas, tão áspera nos seus argumentos, tão produtora de contendas... retraindotudo e realmente não tratando de nadaO

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5o %ue di' respeito / opinião de Tertuliano, os filósofos eram Ha%ueles patriarcas de toda a

heresia.H

Tertuliano não somente considera"a a filosofia inútil, mas tamém sustenta"a %ue

não é de modo algum essencial ao crente. A re"ela(ão é tudo %uanto realmente conta.

*isse, de fato4 Hde"e tanto mais ser crida se seu aspecto mara"ilhoso se!a a ra'ão por%ue

n#o é crida.H crente raciocina acerca da re"ela(ão, mas nunca contra ela. A re"ela(ão fica

acima da ra'ão8 a ra'ão não fica acima da re"ela(ão. Tertuliano, diferentemente de ant,

não acredita"a na Hre"ela(ão dentro dos limites da ra'ãoH mas, sim, na Hra'ão dentro dos

limites da re"ela(ão.H

ornelius an "il

Tal"e' o melhor e#emplo entre os pensadores e"angélicos contemporMneos dalguém %ue

e#alta a re"ela(ão sore a ra'ão se!a o teólogo e apologista reformado, 7ornelius Qan Til

>nasc. 1IN9;. 0eu conceito é fre%Jentemente chamado  pressuposicionalismo  por%ue

ressalta fortemente a necessidade de HpressuporH a "eracidade da re"ela(ão a fim da ra'ão

poder funcionar. ois se não e#istisse *eus W o *eus cristão W %ue criou e sustentou as

próprias leis e processos da ra'ão, então o próprio pensar seria imposs&"el. A ra'ão, para

Qan Til, é radical e realmente dependente da re"ela(ão.

   pro)lema com o racionalismo crist#o. 7onforme Qan Til, a dificuldade com outros

conceitos cristãos da fé e da ra'ão é %ue e#altam a ra'ão acima de *eus. Dundamentam

*eus na ra'ão, ao in"és de reconhecerem a "erdade de %ue a ra'ão é aseada em *eus. A

e#istência do *eus soerano do cristianismo é a suposi(ão mais ásica num sistema cristão

de filosofia.

*eus é o criador da ra'ão humana. ogo, toda a ra'ão de"e ser 0eu humilde

ser"o, não 0eu mestre. A ra'ão é su!eita ao !ulgamento de *eus, mas nunca pode colocar+se

como !ui' de *eus. A re"ela(ão de *eus, portanto, sempre estará acima da ra'ão do

homem, nunca o in"erso.

Deus n#o está sueito 0s leis da l/gica.   conceito sustentado por muitos cristãos

de %ue *eus está su!eito / lei da não+contradi(ão é re!eitado por Qan Til. A lógica se aplica

somente /%uilo %ue é criado, não ao 7riador. *eus é soerano sore tudo W até mesmo

sore as leis do pensamento. 7onforme Qan Til, o cristão nunca de"e capitular atranscendência de *eus a %ual%uer coisa, até mesmo /s regras mais fundamentais do

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racioc&nio humano.

emprego apropriado da ra"#o 2umana. 0e de"emos pressupor a "eracidade da

re"ela(ão e sustentar %ue a lei da não+contradi(ão não se aplica a *eus, como Qan Til

escapa / posi(ão da Hre"ela(ão somenteH 6ue regra e#iste para a ra'ão no seurelacionamento com a re"ela(ão di"ina Qan Til alega %ue a re"ela(ão de *eus não é *eus.

Qisto %ue *eus transcende 0ua re"ela(ão, não é inconsistente sustentar %ue a lógica se

aplica / re"ela(ão mas não ao próprio *eus. Além disto, Qan Til emprega a ra'ão como uma

ser"a da re"ela(ão e até, citando o t&tulo de um dos seus li"ros, H5a *efesa da Dé.H

5um resumo sucinto da sua posi(ão, chamado H-" 7redoH, Qan Til argumenta"a

%ue outros pensadores cristãos não eram suficientemente racionais. u se!a4 não le"a"am a

ra'ão suficientemente longe. *eclarou4 H método tradicional... compromete o próprio *eusao sustentar %ue a e#istência é somente \poss&"el\ emora se!a \altamente pro"á"el,\ ao

in"és de ser ontologicamente e \racionalmente\ necessária.H

Tendo isto em "ista, muitos seguidores de Qan Til "êem seu sistema como sendo

um tipo de argumento transcendental %ue sustenta %ue é asolutamente necessário pressu+

por a re"ela(ão di"ina na C&lia antes da pessoa, consistentemente, pensar, comunicar+se,

praticar a ciência, ou "er %ual%uer sentido na "ida ou no mundo em %ue "i"e. <ealmente

parece mais !usto entender %ue Qan Til é alguém %ue não nega a ra'ão, mas simplesmentee#alta a re"ela(ão acima dela. A%uilo a %ue Qan Til se op)e "igorosamente é o oposto, ou

se!a4 e#altar a ra'ão acima da re"ela(ão. A ra'ão humana nunca pode e#altar+se como !ui'

de *eus ou da 0ua re"ela(ão na $scritura.

# 4eela%ão e a 4azão

 A última categoria consiste na%ueles cristãos %ue acreditam %ue há uminterrelacionamento entre a re"ela(ão e a ra'ão. *ois grandes pensadores estão dentro

desta tradi(ão4 Agostinho e A%uino. A diferen(a entre eles é, em grande medida, uma

%uestão de ênfase.

/anto #gostin>o

 Agostinho >39+3L; "eio ao cristianismo de uma tradi(ão de filosofia platnica, ao

passo %ue A%uino escre"ia numa tradi(ão aristoteliana. s dois homens, no entanto,

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acredita"am na in!un(ão C&lica >da 0eptuaginta, ?saias G4N;, H0e não crerdes, não

entendereis.H relacionamento ásico da ra'ão e da re"ela(ão é %ue o cristão pensati"o

procura tornar o cr&"el intelig&"el. rocura raciocinar acerca da sua re"ela(ão, e dentro dela.

:á até um sentido em %ue a pessoa pode raciocinar a fa"or da re"ela(ão, mas nunca contra

ela.

 ' f o camin2o do entendimento. 5as pala"ras de Agostinho, Ha fé é o caminho

do entendimento.H 0em ter fé primeiramente, a pessoa nunca "iria a um pleno entendimento

da "erdade de *eus. A fé inicia a pessoa no conhecimento. 5este sentido, Agostinho

acredita"a plenamente %ue a fé na re"ela(ão de *eus é pré"ia / ra'ão humana. *o outro

lado, Agostinho tamém sustenta"a %ue ninguém em tempo algum acredita nalguma coisa

antes de ter alguma compreensão da%uilo em %ue de"e crer. 5a realidade, Agostinhoasse"erou %ue ninguém de"eria acreditar numa re"ela(ão %ue não ti"er primeiramente

 !ulgado digna de cren(a / lu' da oa ra'ão. *isse4 HA autoridade e#ige a cren(a e prepara o

homem para a ra'ão... -as a ra'ão não está inteiramente ausente da autoridade, por%ue

temos de considerar em %uem de"emos crer, e a mais alta autoridade pertence / "erdade

%uando é claramente conhecida.H -as "isto %ue Agostinho acredita"a %ue a fé é antes da

ra'ão, parece melhor chamar seu ponto de "ista de Hre"ela(ão e ra'ão.H

entendimento o galard#o da f. Ao passo %ue Agostinho acredita"a %ue Ha fé é

o caminho do entendimentoH tamém acredita"a %ue Ho entendimento é o galardão da fé.H

galardão da aceita(ão da re"ela(ão de *eus, mediante a fé, é %ue a pessoa tem um entendi+

mento mais pleno e completo da "erdade do %ue poderia ter doutra forma. 5a realidade,

tomando da re"ela(ão o entendimento da nature'a do *eus imutá"el, e da mente mutá"el do

homem, pode+se elaorar uma pro"a "álida em prol da e#istência de *eus %ue não toma

emprestada nenhuma premissa da re"ela(ão de *eus. A pro"a Hfica firme nos seus próprios

dois pésH filosoficamente, emora a pessoa tal"e' nunca "iesse a entender esta pro"a /parte da re"ela(ão de *eus na $scritura. A Hpro"aH segue uma forma mais ou menos assim4

>1; -inha mente entende algumas "erdades imutá"eis >tais como G b 3 +1L;.

>2; -as minha mente não é imutá"el.

>3; Vma mente mutá"el não pode ser a ase de "erdades imutá"eis.

>; ogo, de"e ha"er uma -ente ?mutá"el >ou se!a4 *eus;.

HentendimentoH filosófico de *eus %ue "em atra"és desta pro"a não é de modoalgum o único tipo de entendimento no %ual a pessoa é inaugurada pela fé, mas é um dos

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tipos. 0egundo Agostinho, a fé é uma condi(ão pré"ia para o pleno entendimento da

re"ela(ão de *eus. Vm entendimento parcial do conteúdo ásico do e"angelho é,

naturalmente, necessário antes de se poder crer nele, mas o pleno entendimento da "erdade

cristã é suse%uente / fé sal"&fica. A pecaminosidade do homem ca&do oscurece sua

capacidade de "er a "erdade antes da fé sal"&fica ter sido e#ercitada.

"oás #quino

 A%uino >122+12G; considera"a+se um seguidor fiel de Agostinho. -uitos filósofos

sustentam %ue a diferen(a ásica entre eles é %ue A%uino tomou a verdade  cristã de

 Agostinho e a colocou na terminologia de Aristóteles >ao in"és da terminologia de latão,

%ue Agostinho empregou;. Além disto, realmente parece ha"er uma mudan(a de ênfase,

por%ue A%uino ressalta o papel da ra'ão mais do %ue Agostinho8 pelo menos fala mais

acerca deste papel.

 ' e+istência de Deus pode ser comprovada. A%uino reconhecia %ue nem todos os

homens podem compro"ar a e#istência de *eus. Assim é por muitas ra')es. rimeiramente,

a mente é finita, e em segundo lugar, é fal&"el. Além disto, a maioria dos homens não temtempo nem inclina(ão para dedicar+se / tarefa árdua de elaorar uma pro"a filosófica. or 

estas ra')es, disse A%uino, é necessário aos homens primeiramente acreditarem na

e#istência de *eus W senão, poucos homens possuiriam o conhecimento de *eus. *e

acordo com A%uino, a cren(a de %ue *eus e#iste é necessária por%ue Ha in"estiga(ão do

intelecto humano tem, na sua maior parte, a falsidade presente com ela ... R por isso %ue foi

necessário %ue a certe'a inaalá"el e a "erdade pura a respeito das coisas di"inas fossem

apresentadas aos homens por meio da fé.H <esumindo4 A%uino sustenta"a %ue o homem

está su!eito aos efeitos noticos do pecado, ou se!a4 a influência do pecado na sua mente.

H$stamos origados a muitas coisas %ue não estão dentro da nossa capacidade sem a gra(a

saneadora W por e#emplo, a amar a *eus e ao nosso pró#imo. mesmo é "erdadeiro no

%ue di' respeito / cren(a nos artigos de fé.H -as, Tomás continua4 Hcom a a!uda da gra(a

temos este poder.H

 A despeito das influências do pecado, pela fé na re"ela(ão de *eus o homem recee a

capacidade, outorgada por *eus, para "encer esta deficiência. or%ue Ho pecado não pode

destruir totalmente a racionalidade do homem, pois então !á não seria capa' do pecado.H

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 A%uino sustenta"a %ue, com a a!uda da re"ela(ão, o homem pode chegar a entender certas

"erdades de *eus e até mesmo Hcompro"á+lasH filosoficamente.

Tomás fe' uma lista de H7inco QiasH pelas %uais a e#istência de *eus pode ser 

compro"ada, sendo %ue a mais importante é o HArgumento 7osmológicoH %ue se segue.

>1; $#istem coisas finitas e mutá"eis.

>2; 7ada coisa finita e mutá"el de"e ser causada por outra.

>3; 5ão pode ha"er uma regressão infinita destas causas.

>; ogo, de"e ha"er uma primeira causa n#o causada de toda coisa finita e mutá"el %ue

e#iste.

 A%uino acredita"a %ue este argumento se asea"a em premissas filosoficamente

 !ustificá"eis %ue não foram tiradas da re"ela(ão. fato é, no entanto, %ue nenhuma filosofia

 !á elaorou semelhante pro"a do *eus cristão sem antes ter sido influenciado pela re"ela(ão

de *eus na C&lia.

 's verdades so)renaturais s#o con2ecidas somente pela f. 5ão somente a fé

 prvia / ra'ão ou ao entendimento da nature'a de *eus, como tamém algumas "erdades

de *eus, tais como a Trindade e outros mistérios da fé, podem ser conhecidas somente pela

fé. 0aemos mediante a ra'ão %ue *eus e#iste, mas é somente pela fé %ue saemos %ue hátrês pessoas num só *eus.

Somente a revela%#o )ase para a cren%a em Deus.  A%uino é enfático em di'er 

%ue a única ase "erdadeira para crer em  *eus é a di"ina autoridade ou re"ela(ão.

7onforme Tomás4 HR necessário para o homem receer pela fé não somente as coisas %ue

estão acima da ra'ão, como tamém a%uelas %ue podem ser conhecidas pela ra'ão ...H

melhor %ue a ra'ão pode fa'er é demonstrar &ue *eus e#iste8 a autoridade di"ina é o único

fundamento para crer em *eus. A ra'ão e a e"idência têm aplica(ão / Hcren(a &ue,6  mas

não / Hcren(a em.6  A%uino sustenta"a %ue a pessoa Hnão acreditaria `na%uilo a não ser %ue

`a re"ela(ão se!a digna de cren(a na ase de sinais e"identes ou algo deste gênero.H *o

outro lado, nem >descrentes nem os demnios crêem em *eus, ainda %ue acreditem &ue

*eus e#iste.

 ' evidência ra"oável apoio para a cren%a. A fé em *eus não é aseada na

e"idência mas sim, na autoridade do próprio *eus mediante 0ua re"ela(ão. -esmo assim, o

crente tem apoio ra'oá"el para sua fé nas e"idências e milagres e#perimentais e históricos.

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 A fé é mais merit/ria >: 114@; mas a ra'ão é mais no)re para o crente >At 1G4 11;. Ainda

%ue a pessoa não possa raciocinar até a fé em *eus, pode achar ra')es para ela. *e fato, a

fé pode ser definida como sendo Ha capacidade de arra'oar com assentimento.H *esta

maneira, A%uino aparentemente esta"a de acordo com Agostinho a respeito do

interrelacionamento entre a ra'ão e a re"ela(ão.

Dilosoficamente, a fé é anterior / ra'ão8 nenhum não+cristão !á ofereceu pro"as

para o *eus crist#o.  -esmo assim, a ra'ão é anterior / fé  pessoalmenteH a pessoa não

acredita em um *eus ou na 0ua alegada ala"ra se não ti"er e"idências de %ue é "er&dico.

  /I/LIOGRAFIA

• C<F5, 7olin D?0D?A DR 7<?0T, 2j $di(ão, $d. Qida 5o"a, 0ão

aulo, 1NNN.

• k?$0, Vrano D?0D?A *A <$?=?, 3j $di(ão,$d. aulus, 0ão

aulo, 1NN1.

• =$?0$<, 5orman . e D$?5C$<=, aul *. ?5T<*V _ D?0D?A +

uma perspecti"a cristã, 2j $di(ão, $d. Qida 5o"a, 0ão aulo, 1NN@.

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ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo I9

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##0I#@O )O 7A)B0O

)I/IPI0I$#C &I0O/O&I# )# 4,0IDI@O I

s. aluno de"erá en"iar esta a"alia(ão com as respostas para o endere(o4 <ua <omero

Cotelho,9@L ?tapuã, Qila Qelha $0. 7$4 2N.1L1.2L, no per&odo de 3L dias para então dar 

se%Jência /s matérias.

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5ome4  

1. 0aemos %ue o significado da pala"ra religião "em do grego ]religareY8

porém, como podemos caracteri'ar o processo religioso no sentido

ontológico >humano;

2. 6uais idéias sore a filosofia "ocê pode e#trair dos seguintes te#tos &licos4

7l.2.I+1L8 ?? 7o.1L.+@8 At. 1G.22+3L 8 ? e. 3.19

3. %ue estuda a Dilosofia da <eligião

. ara "ocê como esta ciência pode au#iliar o cristão a melhor entender a

mente do homem, assim como seus %uestionamentos acerca de *eus

9. 7ite pelo menos duas formas de 7eticismo e e#pli%ue resumidamente seus

argumentos4

@. 6uais são os argumentos Anti+7éticos

G. 5o 7ap&tulo4 ]7omo podemos conhecerY afirmamos %ue a fonte mais

comum de nossas cren(as é o testemunho de outras pessoas. 6uais são os

fatores positi"os e negati"os desta afirmati"a

I. *efina ra'ão e re"ela(ão4

N. $#pli%ue a necessidade de arl Carth de uma re"ela(ão sorenatural, no

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ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo I@

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http://slidepdf.com/reader/full/filosofia-da-religiao-i 87/87

cap&tulo4 <elacionamento entre a Dé e a <a'ão4

1L. $#pli%ue resumidamente as "árias ra')es para a incapacidade da ra'ão

humana segundo 0ren ierSegaard 5o cap. <elacionamento entre a Dé e

a <a'ão4

s.4 traalho de pes%uisa cient&fica de"erá ser feito / má%uina ou em

computador.

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