filosofia 7ª correto eja

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1- INVESTIGANDO A LIBERDADE HUMANA

Liberdade! Voc, alguma vez, parou para pensar sobre a liberdade? Ser que liberdade poder fazer tudo aquilo que desejamos? Existe algum limite para a liberdade humana? Liberdade acima de tudo Cd Charllie Brown Jr. Imunidade Musical EMI, 2005. Deixa eu ser como eu sou! Deixa eu ser quem eu sou! Se quiserem me internar no deixem Deixem me exercer minha loucura em paz Se quiserem me internar no deixem Deixem me exercer minha loucura em paz Porque eu nasci pra ser maluco E te fazer a traduo Do que ser um bom maluco Do que ser um maluco sangue bom Porque eu nasci pra ser maluco E te fazer a traduo Do que ser um bom maluco Do que ser um maluco sangue bom Yeah! Deixa eu ser como eu sou! Se quiseram me internar no deixem Deixem me exercer minha loucura em paz Se quiserem me internar no deixem Deixem me exercer minha loucura em paz Porque eu nasci pra ser maluco E te fazer a traduo Do que ser um bom maluco Do que ser um maluco sangue bom Porque eu nasci pra ser maluco E te fazer a traduo Do que ser um bom maluco Do que ser um maluco sangue bom Yeah! Liberdade acima de tudo De bem com a vida e de bem com o mundo

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Liberdade acima de tudo Yeah! Se quiseram me internar no deixem Deixem me exercer minha loucura em paz Se quiserem me internar no deixem Deixem me exercer minha loucura em paz Porque eu nasci pra ser maluco E te fazer a traduo Do que ser um bom maluco O que ser um maluco sangue bom(2x PENSANDO SOBRE O TEMA

1 Qual o seu conceito de liberdade? o mesmo contido na musica liberdade Acima de Tudo? Em caso afirmativo, por qu? Em caso negativo, aponte os pontos discordantes. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2) por que o autor da musica associa a liberdade ao exerccio de sua loucura? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 3) O que significa ser ... um maluco de sangue bom? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 4) Voc gosta dessa musica? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 5) O que voc sentiu quando ouviu a musica? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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6) Escreva frases, usando a palavra liberdade. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 7) Com o auxilio de um dicionrio escreva abaixo o significado das palavras: a) Loucura:______________________________________________________________ b) Paz:__________________________________________________________________ c) Liberdade:____________________________________________________________ d) Coisa_________________________________________________________________

VOC CONHECE A BANDA CHARLIE BROWN JR?

Formada em Santos, a banda Charlie Brwn Jr, composta por Choro (vocal) Marco e Tiago (guitarras), Champignon (baixo e beat-box) Pelado (bateria). O lder da banda, Choro, shatista, chegando a figurar nas melhores posies de rankin de diversos campeonatos brasileiros, e costuma apresentar-se nos shows em cima de um shate. O nome do grupo veio de uma batida envolvendo o carro de Choro, em que ele atropelou uma barraca de coco chamada Charlie Brown. Por volta de 1993. J com a atual formao da banda, eles comearam a tocar no circuito undergronand de Santos e So Paulo9 e a fazer shows em vrios eventos de shate. Gravaram algumas fitas para demonstrao, ate que uma das fitas foi parar na mo de Tadeu Patola. O lbum de estreia, Transpirao Continua Prolongada, foi produzida por Tadeu patola, vocalista e guitarrista da banda Lagoa, e por Rich Bonadio, produtor dos Mamonas Assassinas. O lbum vendeu meio milho de copia.

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O rock que fazem influenciado por bandas como Madness, Suicidal Tendencies e algumas mais atuais como Mighty Bosstones. O som do Charlie Brown Jr, mistura bardcore com ska e funk. O quarto disco da banda, 100% Charlie, lanado em 2001 com musicas totalmente inditas. O destaque vai para Lugar ao Sol. Em 2002, a banda lana novo trabalho o Bocas Ordinrias com o repertorio de canes retornando ao shate-rock, eu caracterizou o som da banda desde o inicio. Destacamse as faixas Papo Reto Bocas Ordinrias, Guerrilhas e Somos Poucos, Mas Somos Loucos. O lbum Acstico MTV Charlie Brown Jr. lanado em 2003. No repertorio algumas gravaes como: Samba Makossa (Chico Science), com participao especial de \Marcelo D2, Hoje (Marcelo Nova), com participao do artista, e Oba L Vem Ela (Jorge Bengor), alm das inditas, Vcios e Virtudes, No Uso Sapato. Aps mais de 2 milhes de lbuns vendidos, o Charlie lana em 2004 o stimo disco da carreira, Tamo A na Atividade. Imunidade Musical lanado em 2005 com destaque para o primeiro single Lutar Pelo que Meu, alm de Cada Cabea Falante Tem Sua Tromba de Elefante, com a participao de Rappin Hood. Ainda em 2005, Charlie lana o DVD Skate Vibration. O trabalho passeia do rock pesado melodia, do rap e reggae ao blues.

DISCOGRAFIA y Shate Vibration (2006 ) DVD y Imunidade Musical (2005) CD y Tamo ai na Atividade 92004). CD y Acstico MTV Charlie Brown Jr. ( 2003) .CD y Boca Ordinarias (2002), CD y Charlie Brown e 100% (2001) . CD y Nadando com os Tubares (2002) CD y Preo curto Prazo Longo (1999) CD y Transpirao Continua Prolongada ( 1997). CD

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2- O QUE LIBERDADE?E voc estava esperando voar Mas como chegar ate as nuvens com os ps no cho? (Eu era um lobisomem juvenil. In: Legio Urbana, CD As quatro estaes, EMI, 1989). Por liberdade entendemos um poder de agir ou de no agir, segundo as determinaes da vontade: isto , se escolhemos permanecer em repouso, podemos; se escolhemos movimentarmo-nos, tambm podemos (DavidaHume). A palavra liberdade possui vrios significados. Para a filosofia esta ligada inteligncia e razo, bem como ao poder que temos de dize sim ou no Num estado isto , numa sociedade em que h leis, a liberdade s pode consistir em poder fazer o que se deve querer e em no ser de maneira alguma coagido a fazer o que no se deve querer. preciso pr-se no espirito oque a independncia e oque a liberdade. A liberdade o direito de fazer tudo o eu a leis permitem: e se um cidado p pudesse faze o que elas probem, no haveria mais liberdade, porque teriam igualmente este poder (Montesquieu).

INVESTIGANDO E DISCUTINDO

1) Que outras palavras voc pode usar para definir liberdade? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 2) Liberdade fazer tudo aquilo que pensamos e desejamos? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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3) A liberdade completa quando todos tm direitos iguais? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 4) Todas as pessoas tm direito de ser livre. O que necessrio de fato para que todos sejam plenamente livres? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 5) A liberdade necessria para vivermos bem? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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2.1 O Ato LivreO homem livre quando capaz de compreender e discernir as consequncias de suas aes e opes, bem como de saber distinguir entre o bem e o mal, o certo e o errado, o verdadeiro do falso, etc. Para ser livre de verdade, o homem precisa ter um comportamento moral consciente, saber respeitar as normas, mesmo que ele no tenha participado da escolha delas. SER LIBERDADE A CAPACIDADE QUE TEMOS DE ESCOLHA?

Somente o homem o nico que tem conscincia de sus atos. S ele capaz de analisar e julgar a sua prpria conduta. E assim escolher o melhor caminho entre o bem e o mal.

O que dizem os Filsofos sobre o Tema

um homem livre aquele, que tratando-se das coisas que sua fora e inteligncia lhe permitem realizar, no impedido de fazer as que tem vontade de fazer.

Para que eu seja livre, no necessrio que seja indiferente na escolha de um ou de outro dos dois contrrios; mas antes, quanto mais eu perder para um , seja porque eu conhea evidentemente que o bom e o verdadeiro a se encontrem, seja porque Deus disponha assim o interior do meu pensamento, tanto mais livremente o escolherei e o abraarei. E certamente a raa divina e o conhecimento natural, longe de diminurem minha liberdade, antes a aumentam e a

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fortalecem.(Descarte).

Diz-se livre esta coisa que existe unicamente pela necessidade de sua natureza e determinada a agir unicamente por si ( Spinoza).

INVESTIGANDO E DISCUTINDO

1) De acordo com o texto, o que ser livre? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 2) Voc se considera livre? Justifique sua resposta. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 3) Pode existir liberdade sem responsabilidade? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 4)Todas as pessoas no muno so livres? Justifique sua resposta ______________________________________________________________ ______________________________________________________________

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______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 5) Que tipo de pensamentos faz com que voc se sinta livre? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________

QUESTES PARA PENSAR E DEBATERy Liberdade reside dentro da mente e do corao de cada um de nos. y Todas as pessoas no mundo tm direito de ser livres. y A liberdade completa quando todos ns temos direitos iguais.

3-LIBERDADE E RESPONSABILIDADEA responsabilidade no tem o sentido jurdico de responder por ao ser chamado a explicar-se. No se trata tambm de responsabilidade aos olhos dos outros por alguma ao praticada. Trata-se de algo muito mais simples e ao mesmo tempo muito mais amplo. Responsabilidade tomada por Sartre no sentido de conscincia de ser o outro de um evento ou um objeto par usar terminologia anterior, trata-se da conscincia de que a situao s existe pela liberdade; ela no separada e anterior a mim: ela s existe por mim, exatamente na medida em que minha liberdade a colore, fazendo-a aparecer desta ou daquela maneira. O coeficiente de adversidade das coisas, j que tambm colorido pela liberdade, tampouco pode ser tomada como desculpa por um fracasso, uma resignao, uma revolta. Mesmo o fracasso, qualquer que seja a situao e adversidade, remete minha liberdade, e a conscincia disso a responsabilidade. No que isso implique uma imensa culpa que o homem deva carregar, na forma de uma amarga conscincia de ser o autor inconteste de seu fracasso, ainda quando a adversidade tenha sido insupervel. Responsabilidade seria aqui a conscincia dessa culpa. Sua interpretao poderia fazer supor que a culpa a reivindicao que o homem deve fazer das consequncias de sua liberdade.

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Entretanto, a culpa mesma ainda uma escolha do homem, pois ter sido ele quem e colheu interpretar assim o evento, lanado sobre si a culpa pelo fracasso. a liberdade que se escolhe culpada. De modo que a culpa esta longe de ser a consequncia logica da teoria sartiana da liberdade. Essa consequncia apontada como sendo apenas a conscincia da liberdade, e a essa conscincia ele denomina responsabilidade. De o homem toma a responsabilidade culpada, isto obra sua, de sua liberdade.

JEAN PAUL SARTRE Sartre, expoente mximo do existencialismo francs, determinou o pensamento e a posio essencial da gerao de intelectuais do ps-guerra. Na obra O Ser e o Nada (1943), formulou seus pressupostos filosficos: "O ser humano foi lanado para a vida e, diante dela, obrigado a adotar uma posio sensata; condenado liberdade, s pode encontrar o verdadeiro sentido de sua existncia por intermdio da responsabilidade". Sartre vinculou a filosofia existencial ao marxismo e psicanlise. Comprometido politicamente durante toda a vida, em 1956 abandonou o Partido Comunista francs, ao qual pertencia desde 1952, em protesto pela interveno sovitica na Hungria. Defendeu o movimento de libertao da Arglia durante a guerra colonial, apoiou a rebelio estudantil de 1968 e criticou a priso em regime de isolamento dos terroristas do Exrcito Vermelho na Alemanha, durante os anos de 1970. Em 1945, criou o peridico poltico-literrio Les Temps Modernes e, em 1972, foi co-fundador do dirio Libration. Sartre, que sempre repudiou a ateno pblica sobre sua pessoa, renunciou em 1964 ao Prmio Nobel de Literatura. Compartilhou sua vida com a escritora Simone de Beauvoir. Alm de tratados filosficos, escreveu numerosos romances de sucesso, como A Nusea (1938) e O Muro (1939), dramas como As Moscas (1949), ensaios sobre arte e poltica, como Situaes, obra em dez volumes, redigida entre 1947 e 1976, alm de peas como Entre Quatro Paredes (1944) e O Diabo e o Bom Deus (1951).

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4- NOSSA LIBERDADE LIMITADAComo possvel ser livre e ao mesmo tempo ser limitado? O que limita a liberdade humana? Ou ser que nossa liberdade ilimitada? Voc se considera uma pessoa plenamente livre? Voc j parou para pensar na existncia de uma liberdade zero? Ser que existe liberdade zero? Na verdade, por mais escravizada que se ache uma pessoa, ela sempre tem algum poder de escolha. Da mesma forma que no existe liberdade zero, tambm no existe liberdade infinita. Pois, na sociedade em que vivemos, no podemos escolher tudo. Existem coisas que no temos o poder de determinar, como nascer e morrer, ser branco ou ser negro, ser rico ou ser pobre. Pois, so coisas que independem da nossa vontade. Ora como seria maravilhoso o mundo se cada um de nos tivesse o poder para escolher o nos o prprio destino.

INVESTIGANDO E DISCUTINDO

1) Em sua opinio, o que limita a liberdade do homem? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2) Voc sabe, qual a diferena entre liberdade finita e liberdade infinita? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3) Que fatores so responsveis pela limitao da liberdade do homem? Justifique sua resposta. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

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4) Pode uma pessoa ser livre e escrava ao mesmo tempo? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5) Em sua opinio, o que escraviza o homem? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

TEXTO PARA PENSAR E DEBATER

H algo, entretanto que limita a liberdade. Para entende-lo, preciso observar que ser livre no significa, no pode significar, ser fundamentada de si mesmo. Ou seja, no a liberdade que decide o ser livre, no a liberdade que escolhe liberdade. Para isso, seria preciso supor previamente as possibilidades de sr livre e de no ser livre. Seria preciso uma liberdade previa que escolhesse ser livre, que por sua vez exigiria outra, e assim ao infinito. Disso se conclui eu ns no escolhemos a liberdade, somos antes lanados nela, ou como diz Sartre, nos estamos condenados a ser livres. Supor diferente seria supor que eu posso me dar o ser, que posso escolher minha existncia, minha classe social; seria supor a liberdade como poder indeterminado que escolheria o ser no mundo da fantasia.

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Como a liberdade no indeterminada, mas engajada, ela um fazer alguma coisa de alguma coisa: s se pode ser livre em relao a um estado de coisas e apesar desse estado de coisas. Da o paradoxo da liberdade, e tambm o seu limite: se de um lado, a liberdade que cria uma situao, de outro, s h liberdade engajada no mundo ,em situao. Situao e liberdade se implicam mutuamente. Vejamos. De outro lado, na medida em que no podemos escolher nosso ser em sonhos, uma vez que no podemos escolher fora de nossa ligao com o mundo, fora de uma situao, encontramos evidentemente um limite liberdade. Pois, se s h liberdade em situao, ento a liberdade depende disso, limitada por isso. Somos inteiramente livres para pr fins, mas no para deixar de p-los: a liberdade um constrangimento. No somos constrangidos frise-se bem isso pela situao, pelas coisas, pelo mundo, pois o sentido delas depende de nossa liberdade. Mas somos constrangidos a ser livres, a pr fins, pois no podemos desvincular-nos da necessidade de ser em situao. Resumindo, o que limita a liberdade? No haveria limite, se fosse afinal a prpria liberdade que se escolhesse como tal. Ocorre que isso no possvel como vimos. Assim, a liberdade limitada exatamente pelo fato de que no pde se escolher, pelo fato de que foi lanada no mundo sem escola previa,. E essa impossibilidade de escolha previa significa que estamos sempre engajados, em situao, impedidos de recuar a um ponto de vista fora do muno: essa necessidade de ser em situao , portanto o limite da liberdade. (MOUTINHO. Lus Damon S. Sartre: existencialismo e liberdade. Pp. 74-75).

TEXTO PARA PENSAR E DEBATER

y y y y

Analise e debata em sala o significado da frase atribuda a Sartre: Estamos condenados a ser livre. Por que a nossa liberdade limitada? Identifique os tipos de liberdade que ns temos agora.

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5- O LIVRE-ARBTRIOO homem, diferentemente dos animais, livre com respeito s suas escolhas. voc j refletiu no seu poder de escolha, isto , na sua liberdade para escolher entre o bem e o mal, entre fazer o certo e o errado? A capacidade do homem de fazer escolhas, autnoma e independente de qualquer presso interna ou externa, chama-se livre-arbtrio. Para o padre Fernando Bastos vila: livre-arbtrio uma faculdade do ser livre, pela qual pode agir ou no agir; agir desta ou daquela maneira. O livre-arbtrio um meio para realizar a liberdade, e um meio ambguo. Bem empregado, liberta; mal empregado, escraviza. O homem que abusa do lcool ou do sexo usa mal do seu livre-arbtrio e perde sua liberdade, porqu cai sob a tirania do vicio. O individualismo reduz a liberdade ou o livre-arbtrio. Por isto, o individualista cr desempenhar-se de sua obrigao para com a sociedade, quando proclama uma liberdade puramente terica, jurdica. No se sente obrigado a colaborar concretamente para dar a todos os homens as possibilidades reais de ser homens, isto , ser livres. Proclama a liberdade de ensino, mas no se preocupa por saber se milhes se homens no podem ir escola, porque nem sequer tm roupa para sair de casa. (AVILA, Fernando Bastos,. Solidarismo, pp. 27-28.)

INVESTIGANDO E DISCUTINDO1) Em algum momento voc j se sentiu livre? Descreva sua sensao de liberdade. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2) possvel no pensar em liberdade? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 3) Quando voc se sente mais livre?

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___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 4) Que tipos de pensamentos o fazem sentir-se livre? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

6- A LIBERDADE UMA UTOPIA?A Liberdade e uma necessidade do homem. S quem est ou foi privado da liberdade sabe o quanto ela faz falta. Todo ser humano luta pela liberdade. Por causa dela os homens j fizeram guerras e revolues. Ser que pode existir liberdade quando o homem privado de seus direitos bsicos, como a educao, o emprego, a habitao, a segurana? O povo brasileiro pode se considerar no pleno exerccio de sua liberdade, quando a imensa maioria da populao do pais ainda sofre com as desigualdades sociais?

INVESTIGANDO E DISCUTINDO

1) Em sua opinio, por que todo ser humano tem a necessidade de ser livre? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2) Pode se considerar livre uma pessoa que vive em situao de total misria econmica e cultural?

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___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 3) O que significa utopia? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 4) Qual a sua utopia? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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A LIBERDADE INFINITA DA LITERATURA JUVENIL(ANDR FORASTIERI especial para a Folha de S.Paulo)

Existem livros mgicos. Quem l um deles vai para sempre acreditar no poder mgico dos livros, do livro. "Harry Potter e a Pedra Filosofal" um dos mais impressionantes. A escala e a velocidade de seu sucesso sugerem alquimias secretas. O jovem bruxo no se materializou por encanto. Mas gerou um furaco inesperado. Fez do segmento "livro juvenil" o mais quente da indstria editorial. Com consequncias no cinema, no merchandising, nos videogames e na TV. Mas que um livro juvenil? At recentemente, a indstria do livro dividia a literatura em dois grupos principais, "adulta" e "infantil" (ou "infanto-juvenil", outro nome, mesmo significado vago). Neste ltimo segmento, agrupava lbuns coloridos para nens e tijolos de 700 pginas. Para fazer uma ideia: em dezembro de 2001, a revista "Publisher's Weekly", bblia do mercado editorial, publicou a lista dos 276 livros infantis que venderam mais de 1 milho de cpias nos EUA. O mais vendido "Charlotte's Web", de E.B. White, criadora do ratinho Stuart Little. Em seguida, vm "Outsiders", escrito aos 18 anos por S.E. Hinton e filmado por Francis Ford Coppola. Nada a ver um com o outro.

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Cabe de tudo na lista. Das Tartarugas Ninja a gente como Dr. Seuss ("O Grinch"), R.L. Stine (da coleo de terror juvenil "Goosebumps") e Roald Dahl ("A Incrvel Fbrica de Chocolate"). No Brasil tambm se mistura banana com laranja. Nossas listas atuais de best-sellers infanto-juvenis revelam "1984" e "A Revoluo dos Bichos", de George Orwell, e "Admirvel Mundo Novo", de Aldous Huxley, ao lado de Cinderela e Cebolinha. O escritor de fico-cientfica Thomas M. Disch diz que os bons autores de livros para adolescentes devem manter a clareza e a inocncia de garotos sabidos como Peter Pan. Chama neotenia. como os bilogos batizaram a reteno de caractersticas imaturas ou larvais no estgio adulto. Para Disch, "os jovens no so seres inferiores, nem miniadultos. So apenas diferentes dos adultos". Tm outras necessidades, outros interesses, outro humor, menos respeito pelo passado, muita curiosidade sobre o futuro, pouca pacincia com regras que no criaram, imaginao frtil e muita pressa. O homem uma espcie que conta histrias, conta o bilogo Steven Pinker. Para ele, a criana que se encanta com um conto de fadas est fazendo uso de uma herana gentica da humanidade. Pinker defende que essa capacidade uma vantagem evolutiva. Em todos os cantos do planeta, as linguagens so divididas em objetos e aes: substantivos e verbos. Elas nos permitem transmitir informaes sobre o que vai acontecer depois, organizando fatos numa sequncia temporal. No h maneira melhor de transmitir informao densa do que por meio de uma histria. Por isso elas tm poder. E os livros incorporam esse poder. Cada livro lido nos muda. Passa a fazer parte da nossa histria pessoal. A sequncia das obras lidas por cada um nica, pessoal e intransfervel. A adolescncia nosso perodo de liberdade mxima como leitores. J temos repertrio e ambio suficientes para encarar qualquer "lista telefnica". E no temos, ainda, as obrigaes sociais que fazem de boa parte da leitura madura um tedioso desfile de manuais (como dar um jeito na economia, na carreira, escolher o vinho, diminuir a barriga etc.), castigo que j comea com as leituras obrigatrias para o vestibular (a maldio de "Iracema"). O psiclogo Jean Piaget defendia que, nessa fase, "o ser humano est tentando dominar os elementos que lhe faltam para a razo adulta. Precisa aprender a lidar com ideias abstratas e, por isso, precisa ler livros que lidem com abstraes". Deve, portanto, ler histrias fantsticas e selvagens. Quando voc no sabe exatamente do que capaz, precisa de horizontes distantes e ideias desafiadoras. Exige viver aventuras perigosas que testem seus limites. por essa razo que todo leitor, nessa fase, adora se apossar de livros escritos para adultos. Pode ser uma velharia desbeiada e empoeirada da estante, herana do irmo mais velho ou do av. Hoje, no Brasil, inevitvel que os jovens acabem lendo Paulo Coelho, Lus Fernando Verssimo, Rubem Fonseca. Ou algum desses livros histricos-fantsticos, estrelados por Clepatra, Alexandre, Jlio Csar, Jesus Cristo, faras, Rei Arthur, Brgias, Medicis. Os "technothrillers" de Tom Clancy, os dramas legais de John Grisham, o horror suburbano de Stephen King, os melodramas gticos de Anne Rice.

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Qualquer leitor esperto de 13 anos digere numa boa um best-seller tpico, que muitas vezes um livro juvenil para adultos, disfarado. E quem j passou dos 30 e no leu Sidney Sheldon, Danielle Steel, Irving Wallace ou Morris West no ginsio que atire a primeira pedra. A adolescncia tambm o momento em que alguns de ns se apaixonam perdidamente por gneros principalmente, o policial ou a fico cientfica. Com duas vantagens. Uma voc sempre tem uma noo do que te espera. Outra, voc tem a histria inteira do gnero sua disposio. Quem se apaixona por Agatha Christie vai descobrir Georges Simenon e Raymond Chandler. Quem fica louco por Isaac Asimov acaba encontrando H.G. Wells e William Gibson. Tipo da paixo que bate e fica. Nenhum desses autores buscava o leitor juvenil. Nem os grandes autores de aventura, como Robert Louis Stevenson e Jack London. Zorro, Drcula, Sherlock Holmes, Conan e o Capito Nemo foram criados para a diverso de pais, no de filhos. Deram origem e foram parcialmente substitudos pelas histrias em quadrinhos e, mais recentemente, pelos jogos eletrnicos. Essas obras continuam clssicas e so lidas at hoje. Os romances escritos especificamente para adolescentes so diferentes e muito fceis de reconhecer. So estrelados por garotos e meninas da mesma faixa etria do leitor, dos 10 aos 15 anos, saindo de seu cotidiano e adentrando um universo desconhecido. Enfrentam bruxas, desvendam conspiraes, escondem-se em foguetes, lideram piratas. Muitas vezes, tambm sofrem e sangram. Alguns apresentam universos paralelos para onde o leitor adoraria se mudar, ou de onde ele fugiria voando. Os melhores apresentam as virtudes e desvantagens de cada lado do espelho, com os protagonistas simultaneamente abraando e rejeitando os dois campos opostos. Exatamente como o adolescente, que mantm um p na infncia enquanto d um passo maior que as pernas em direo maturidade. O maior clssico juvenil desse tipo "O Apanhador no Campo de Centeio", de J.D. Salinger melhor se lido at os 15 anos e relido periodicamente depois disso. A inglesa Joanne Kathleen Rowling, criadora de Harry Potter, escreve livros assumidamente juvenis e o novo paradigma do segmento. Soube combinar muito bem duas vertentes tradicionais da literatura de seu pas: os livros que se passam em internatos e a paixo pelo ocultismo. Aventuras divertidas em colgios internos rgidos so populares na Inglaterra h muito tempo. uma realidade muito distante da nossa e nunca pegou por aqui. A principal exceo a srie de Jennings (no Brasil, Johnny, publicado pela Ediouro). So 25 livros escritos entre 1950 e 1994 por Anthony Buckeridge, que estabeleceram as convenes do gnero. O crtico ingls Francis Spufford tem uma boa explicao para o sucesso desses livros. As escolas internas so "cidades de crianas". No h pais por perto. So um espao de liberdade, onde as regras justamente por serem externas e impostas podem ser quebradas ou enfrentadas, sem culpa. O que importa so as regras de convivncia estabelecidas pelas prprias crianas como aprendemos a conviver com nossos semelhantes e diferentes. Inclusive o garoto riquinho e metido da turma inimiga, o velho mestre misterioso, a professora insuportvel e a garota tapada. por isso que Harry e seus leitores adoram o colgio Hogwarts.

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Esses livros de internato fazem parte do que Spufford chama de "estgio da cidade", quando o jovem leitor passa a se interessar por livros que exploram a convivncia realista entre as pessoas. Seja numa fazenda, numa ilha secreta, num vilarejo do velho oeste ou num internato. Na Inglaterra, essas obras exploram tambm a relao entre as classes sociais. O ambiente escolar a nica grande diferena entre Harry e o personagem Tim Hunter, criado por Neil Gaiman, em 1990, na minissrie em quadrinhos "Os Livros da Magia". Tim um garoto rfo, mope, tmido e moreno, de 13 anos. Um dia levado para conhecer o universo da magia. Se cumprir seu treinamento, poder se tornar o maior mago do universo. Ganha um mascote/totem para sua jornada: uma coruja, smbolo da sabedoria secreta. Bem parecido com Harry, que s estreou sete anos depois. Gaiman garante que Rowling no plagiou sua criao, mas se inspirou na mesma fonte que ele: a tradio mgica britnica. H desconfianas de que houve acordo entre os autores. Realmente as artes na Inglaterra tm ligao tradicional com o oculto. E no s em tempos antigos. A ilha deu ao mundo o mais famoso mago do Sculo 20, Aleister Crowley. A partir dos anos 60, presenciou a renovao do misticismo e o aparecimento de uma nova gerao de criadores fortemente envolvidos com magia. Entre os mais conhecidos esto os escritores de livros e quadrinhos Alan Moore . No Reino Unido, at as obras de respeitveis acadmicos cristos, como o ingls J.R.R. Tolkien e o irlands C.S. Lewis, tm componentes msticos muito fortes. Ambos andam mais populares do que nunca e tm sido muito lidos por adolescentes espera do quinto episdio de "Harry Potter". Amigos e contemporneos, os dois faziam parte do grupo de intelectuais conhecido como "os cristos de Oxford", criado nessa universidade na dcada de 30. Colocaram todo seu fervor religioso nas obras que lhes deram fama, "O Senhor dos Anis" e "As Crnicas de Narnia". Tolkien, estudioso da literatura saxnica, pretendia, com a "saga do anel", criar uma mitologia artificial, mas crvel, e tipicamente inglesa, altura do que imaginava que o pas merecesse. Foi mais bem sucedido do que poderia imaginar. Sua influncia se espalhou pela cultura mundial e est nos lugares mais inesperados at no filme "Xuxa e os Duendes". Tolkien assumia que a Terra Mdia era um mundo pr-cristo, cuja histria se passava antes do pecado original. No se incomodava com os paralelos entre o po dos Elfos e a eucaristia, ou entre Galadriel e a Virgem Maria. S admitiu que "Gandalf um anjo". Lewis foi alm. As sete "Crnicas de Narnia" so o mais explcito proselitismo cristo, com meninos e meninas explorando um universo paralelo muito imaginativo, onde reina o

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leo Aslan, o Cristo dessa outra realidade. O primeiro livro, "O Leo, a Bruxa e o GuardaRoupa", voltou s listas de mais vendidos pelo mundo afora e muito recomendado por igrejas crists da Inglaterra e dos Estados Unidos. um dos autores prediletos de J.K. Rowling. Outra grande influncia na criao de Harry Potter Diana Wynne Jones, a grande dama da fantasia inglesa. Escrevendo para jovens desde 1973, j tem vrios clssicos no currculo, inclusive os quatro volumes das "Crnicas de Chrestomanci", iniciadas em 1977 e agora popularizadas fora da Inglaterra. Seu personagem principal, o garoto Christopher Chant, um mago que guarda os portais entre os mundos. Tambm anterior "exploso Potter" Terry Pratchett , o autor mais vendido do Reino Unido nos anos 90, em qualquer gnero. Somente agora est ficando popular em outras lnguas. A srie "Discworld", iniciada por "A Cor da Magia", une fantasia alucinada com o mais idiossincrtico humor ingls. Os principais companheiros contemporneos de Harry Potter nas listas de best-sellers so a famlia Baudelaire, o ladrozinho Artemis Fowl e a poderosa Lyra da Lngua Mgica todos em breve num cinema perto de voc. Os nove livros de "Desventuras em Srie", escritas por Daniel Handler sob o pseudnimo de Lemony Snicket, merecem ser lidos por todos os fs da "Famlia Addams". Contam a desgraada vida dos trs rfos Baudelaire, s voltas com criminosos encardidos e roupas pinicantes. "Artemis Fowl" outro astro. O maquiavlico menino prodgio do crime usa supercomputadores para engambelar fadas e enfrentar exrcitos mitolgicos. O irlands Eoin Colfer dispara frases secas de tira americano como "a voz que emanava do alto-falante era to sria quanto um inverno nuclear". Philip Pulmann ocupa um lugar especial. Ganhou prmios literrios importantes e tem admiradores e detratores igualmente apaixonados. A razo que sua trilogia "Fronteiras do Universo" hertica, um libelo antirreligioso e anticristo. Inspirada no "Paraso Perdido", de John Milton, a srie relata a batalha final entre a Autoridade, as foras do controle e do ritual, que aprisionam a humanidade h milnios, e a Repblica do Paraso, que vem lutando pela liberdade desde que os anjos se rebelaram contra Deus. Pulmann um paradoxo: coloca sua imaginao incomparvel a servio de um elogio do materialismo. Diz que "depois de comida, teto e companhia, no h nada que o homem deseje tanto quanto histrias".

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Andr Forastieri, 37, editor e co-fundador da Conrad Editora, especializada no leitor jovem. Agradece a Valderez, sua me, por t-lo ensinado a ler, e a Joo Carlos, seu pai, pela coleo completa do Stio do Picapau Amarelo, que ganhou em 1972.

ESPAO PARA FILOSOFARChegamos ao fim da nossa filosfica abordagem sobre tica, moral, valores e liberdade. Use o espao abaixo para auto avaliar-se, tomando como parmetro a sua aprendizagem: O que mudou no meu modo de ver as coisas ao meu redor? Como reajo a partir do conhecimento de que tenho liberdade e responsabilidades? Como uso o meu livre-arbtrio? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________

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8- NAS ASAS DO AMOR

Esta unidade explorara um antigo e sempre atual valor: O AMOR, enquanto que a seguinte trabalhar uma temtica, relacionada desta unidade: a Sexualidade. Composio:Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonf e Renato Russo. Interpretao: Grupo Legio Urbana.

ANTES DAS SEISQuem inventou o amor? Me explica por favor Quem inventou o amor? Me explica por favor Vem e me diz o que aconteceu Faz de conta que passou Quem inventou o amor? Me explica por favor Daqui vejo seu descanso Perto do seu travesseiro Depois quero ver se acerto Dos dois quem acorda primeiro Quem inventou o amor? Me explica por favor Quem inventou o amor? Me explica por favor Enquanto a vida vai e vem

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Voc procura achar algum Que um dia possa lhe dizer Quero ficar s com voc Quem inventou o amor?

Nao exageramos ao dize que voce, de sua tenra idade at a atual, j experimentou, de alguma forma, o sabor desse sentimento maravilhoso que o amor. Logico que em manistestaos difernetes. Portanto, proprio que surjam questoes a esse respeito. Por exemplo: sera o amor algo eteno ou passageiro? Quem inventou o amor? Essas sao algumas das questoes que iremos discutir ao longo desta unidade. A banda foi formada em agosto de 1982 aps uma discusso de Renato Russo com sua banda antiga, o Aborto Eltrico, devido a uma briga com o integrante F Lemos (bateria). Com o fim da banda, F Lemos e seu irmo, Flavio Lemos (contrabaixo), reunem-se com Dinho Ouro Preto e formam o Capital Inicial. Para compor, Renato Russo se inspirava em bandas como Ramones, The Smiths, The Cure, Talking Heads e Joy Division. A primeira apresentao da Legio Urbana aconteceu em 5 de setembro de 1982 na cidade mineira de Patos de Minas, durante o festival Rock no Parque, que contou com outras oito atraes, entre elas a Plebe Rude, abrindo o show para a Legio. Esse foi o nico concerto em que a banda apareceu com a sua primeira formao: Renato Russo (vocalista e baixista), Marcelo Bonf (baterista), Paulo Paulista (tecladista) e Eduardo Paran (guitarrista). Em 23 de julho de 1983, a Legio faz no Circo Voador, Rio de Janeiro, um concerto que mudaria a histria da banda. Aps a apresentao, eles so convidados a gravar uma fita demo com a EMI. No ano seguinte, por indicao de Marcelo Bonf, entra o baixista Renato Rocha e comea ento a gravao do primeiro disco. O primeiro lbum Legio Urbana, lanado em 2 de janeiro de 1985, extremamente politizado, com letras que fazem crticas contundentes a diversos aspectos da sociedade brasileira. Paralelo a isso, possui canes de amor que foram marcantes na histria da msica brasileira, como "Ser", "Ainda cedo" e "Por Enquanto", esta ltima que considerada

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como a melhor faixa de encerramento de um disco, segundo Arthur Dapieve, crtico e amigo de Renato Russo. "Gerao Coca-Cola" outra msica famosa deste lbum. O segundo lbum, Dois, foi lanado em 1986. O disco deveria ser duplo e se chamar Mitologia e Intuio, mas o projeto foi recusado pela gravadora, fazendo com que o disco sasse simples. A primeira msica, "Daniel na Cova dos Lees" iniciada com um pouco da cano "Ser" envolto a rudos de rdio e do hino da Internacional Socialista. o segundo lbum mais vendido da banda, com mais de 1,2 milho de cpias, e considerado por muitos o mais romntico. "Tempo Perdido" fez um grande sucesso e se tornou um dos clssicos da Legio. "Eduardo e Mnica", "ndios" e "Quase Sem Querer" tambm fizeram muito sucesso. Que Pas Este 1978/1987 pode ser considerada a primeira coletnea feita pela banda de Braslia, embora todas as faixas tivessem sido regravadas e produzidas para este lbum e em estdio. A maioria destas msicas foram propositalmente gravadas em primeiro take (baixo, guitarra e bateria de uma s vez). Este material foi programado para entrar no antigo projeto Mitologia e Intuio, que foi abortado pela gravadora. Das nove canes do disco, apenas "Eu sei", "Angra dos Reis" e "Mais do Mesmo" no eram do antigo Aborto Eltrico. Esta a obra mais punk da Legio Urbana e contm em seu encarte uma breve histria do grupo. Foi o ltimo trabalho oficial com a participao do ento baixista Renato Rocha O lbum As Quatro Estaes de 1989 considerado por muitos o melhor e mais inspirado trabalho do grupo, inclusive pelo prprio Renato Russo, alm de conter o maior nmero de hits: so onze canes, das quais pelo menos nove foram tocadas incessantemente nas rdios. o lbum mais vendido da Legio, com mais de 1,7 milho de cpias[carece defontes?]

, tambm considerado o disco mais "religioso". O baixista Renato Rocha tocou com o

trio nos trs primeiros lbuns e chegou a gravar o baixo de algumas faixas desse lbum, mas deixou o grupo devido a desentendimentos com os outros membros. As linhas de baixo originalmente gravadas por Rocha foram regravadas por Dado e Renato, que se revezaram nos baixos e guitarras. Msicas legendrias como "Pais e Filhos" e "Monte Castelo" fizeram parte deste lbum. Lanado em Novembro de 1991, V o disco mais melanclico. Renato estava em um momento complicado de sua vida, com a descoberta de que era soropositivo um ano e meio antes, problemas no relacionamento com o namorado americano, Robert Scott Hickman, e

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alcoolismo. O lbum recheado de canes atpicas para os "padres" da banda. A atmosfera de "Metal Contra as Nuvens", com seus mais de onze minutos de durao, um dos destaques, assim como a densa "A Montanha Mgica". A crtica social de "O Teatro dos Vampiros" e a melanclica "Vento no Litoral" foram as mais tocadas neste CD. O lbum O Descobrimento do Brasil de 1993, poca em que Renato Russo tinha iniciado o tratamento para livrar-se da dependncia qumica e mostrava-se otimista quanto ao seu sucesso. Ainda assim, as letras oscilam entre tristeza e alegria, encontros e despedidas. como se, para seguir em frente, fosse necessrio deixar muitas coisas para trs, e no se pudesse fazer isso sem uma boa dose de nostalgia. Desta forma, Descobrimento um lbum com fortes notas de esperana, mas permeado por tristeza e saudosismo. Ainda assim, considerado por muitos o lbum mais "alegre" e delicado da Legio Urbana. Apesar de boas vendas, o CD no foi muito tocado nas rdios. As faixas de sucesso foram "Giz", "Vinte e Nove" e "Perfeio", msica essa que foi na poca uma pesada crtica ao Brasil.

INVESTIGANDO E DISCUTINDO

1) Das musicas que o grupo Legio Urbana comps, qual (is) a 9s) mais preferida (s) por voc? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 2) Que tema era constante em suas musicas? __________________________________________________________________________ 3) Faa uma pequena redao sobre a A inveno do amor, justificando a necessidade e os benefcios de se amar. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

9- O QUE O AMOR?

Que sentimento fundamental esse para a existncia humana e para a realizao plena da sociedade. O amor uma tendncia oposta ao egosmo, desinteressado e se concretiza na plena realizao do outro. Segundo o apostolo Paulo (Corntios 1: 13 ): O amor sofredor, benigno; O amor no invejoso; o amor no trata com leviandade, no se ensoberbece. No se porta com indecncia, no busca os seus interesses, no se irrita, no suspeita mal; no folga com a injustia, mas folga com a verdade; tudo sofre tudo cr, tudo espera, tudo suporta.

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No esquea! O amor tudo. Sem ele a vida perde o sentido, deixa de ser vida e tornase um imenso vazio.

O QUE DIZEM OS FILSOFOS SOBRE O TEMA

Quem ama se esfora necessariamente por ter presente e conservar a coisa eu ama (Spinosa).

Toda aspirao em geral na direo das coisas boas e na direo da felicidade, eis o Amor, muito poderoso. (Plato).

REFLETINDO SOBRE O AMORDiscuta o seguinte ponto para reflexo: O amor significa de maneira geral a conscincia de minha unidade com o ouro, embora eu no esteja isolado para mim, mas conquiste minha conscincia somente enquanto renuncia a meu ser par si e enquanto saber de minha unidade com o outro e do outro comigo. (Friedrich Hegel). 1) O que Hegel quis dizer? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2) O que significa o amor para Hegel? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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3) Pesquise sobre Friedrich Hegel. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

INVESTIGANDO E DISCUTINDO

1) Todos os seus colegas de sala so amveis? Explique. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2) Pesquise sobre os diversos tipos de amor e relacione-os, identificando o grupo em que ocorre cada um. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 3) Por que importante pensar no amor? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 4) Se todas as pessoas fossem amveis o mundo seria melhor? Por qu?

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___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 5) Pesquise o significado das palavras abaixo: a) Tendncia _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ b) Oposto _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ c) Egosmo _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ d) Benigno _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ e) Leviandade _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ f) Ensoberbece _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________

10- TODAS AS FORMAS DE AMORDe todas as maneiras que h de amar J nos amamos Com todas as palavras Feitas pra sangrar J nos cortamos. (De todas as Maneiras. Chico Buarque) O amor um sentimento que liga os seres humanos uns aos outros, a Deus e ao muno. Esse sentimento se manifesta de varias maneiras: amor fraterno, amor paterno, amor materno, amor filial, amor ptria, amor a Deus, tambm chamado de amor puro.

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10.1 Amor Fraterno

O amor fraterno o amor entre irmos. o amor que possibilita a solidariedade e a compaixo que busca o desenvolvimento integral do ser humano, sua autonomia e sua libertao. prprio desse amor a doao, que tudo faz pelo bem do outo sem pedir nada em troca.

INVESTIGANDO E DISCUTIDO

1) O que significa amor fraterno? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2) O que ser solidrio? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3) Voc se considera uma pessoa solidaria? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4) Como podemos caracterizar o amor fraterno? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5) Amor pelos outros significa o que voc quer de bom para eles?

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10.2 Amor Maternal, Paternal e FilialAmor maternal, paternal e filial Voc me diz que seus pais no entendem Mas voc no entende seus pais. Voc culpa seus pais por tudo E isso absurdo. So crianas como voc. O que voc vai ser Quando voe crescer? (Pais e Filhos. Renato Russo) O amor familiar consiste numa troca de afetividade e doao continua entre marido, mulher e filhos. Uma prova efetiva do amor entre marido e mulher esta em O Banquete, de Plato, que fala do amor de Alceste pelo marido Admeto, cuja prova maior foi aceitar morrer em seu lugar, quando os prprios pais deste tinham recusado sacrificar-se. E quanto a morrer por outro, s o consentem os que amam, no apenas os homens, mas tambm as mulheres. E a esse respeito a filha de Plias, Alceste, d aos gregos uma prova cabal em favor dessa afirmativa, ela foi a nica a consentir em morrer pelo marido, embora tivesse este pai e me, os quais ela tanto excedeu na afeioado seu amor que os fez aparecer como estranhos ao filho, e parentes apenas de nome, depois de praticar ela esse ato, to belo pareceu ele no s aos homens mas ate aos deuses que, embora muitos tenham feito muitas aes belas, foi a um bem reduzido numero que os deuses concederam a hora de faze do Hades subir novamente sua alma, ao passo que a dela eles fizeram subir, admirados do seu gesto; assim que ate os deuses honram ao mximo o zelo e a virtude no amor.

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PENSANDO SOBRE O TEMA

1) Em que consiste o amor familiar? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2) O que voc entende por prova efetiva de amor? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 3) Voce pode ter amor por si mesmo, amor pela sua famlia, amor pelos outros, amor pela patr4ia tudo ao mesmo tempo? Explique. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 4) Em um mundo amvel, o que voc desejaria para a sua famlia? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 5) Pesquise o que ? a) Afetividade ____________________________________________________________________ b) Virtude ___________________________________________________________________

10.3 Amor Ptria(Meu Pas. Ivan Lins e Vitor Martins) Aqui o meu pas No seio da minha amada Nos olhos da perdiz Na lua da invernada Nas trilhas, estradas e veias Que vo do cu ao corao

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Aqui o meu pas De botas, cavalos, estrias De yaras e sacis Violas cantando glrias Vitrias, ponteios e desafios No peito do Brasil Me diz, me diz Como ser feliz Em outro lugar (Bis) Aqui o meu pas Dos sonhos sem cabimentos Aqui sou um passarim Que as penas esto por dentro Por isso aprendi a cantar, cantar Voar, voar, voar Me diz, me diz Como ser feliz Em outro lugar (Bis) IVAN LINS Ivan Guimares Lins nasceu no Rio de Janeiro RJ em 16 de Junho de 1945. Filho do militar Geraldo Lins e de Leia Guimares Lins. Aos dois anos de idade, mudou-se com a famlia para Massachusetts, EUA, ai permanecendo por trs anos. De volta ao Brasil, foi matriculado no Colgio Militar, onde, aos 12 anos, teve seu primeiro contato com a musica, por intermdio da banda do colgio. Aos 18 anos, aprendeu piano de ouvido, passando a tocar jazz e bossa nova. Em 1968, chegou a final do Festival Universitrio da TV Tupi com a musica Ate o amanhecer (com Valdemar Correia). Formou-se em qumica industrial pela UFIU em 1969. Nesse mesmo ano, Elis Regina gravou com enorme xito a cano Madalena (com Ronaldo Monteiro); e, em 1970, obteve o segundo lugar no V FIC cantando O amor o meu pais (com Ronaldo Monteiro), msica usada nos avies da Varig na subida a bordo dos passageiros de

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vos internacionais. Por essa poca, foi convidado, com Aldir Blanc, Gonzaguinha e outros, para comandar o programa Som Livre Exportao, da TV Globo. Em 1974 lanou o lbum Modo livre, pela RCA, com o sucesso Abre alas, que inaugurava a parceria com o letrista Victor Martins. No ano seguinte, ainda pela RCA, lanou Chama acesa. Em 1977 conseguiu outro grande sucesso com a musica Somos todos iguais esta noite (com Victor Martins), lanada em disco homnimo pela Odeon. No ano seguinte, lanou o LP Nos dias de hoje e, em 1979, A noite, ambos pela Odeon. No inicio da dcada de 1980, sua musica Comear de novo (composta em 1979, com Victor Martins) obteve xito na interpretao de Simone. Na mesma ocasio, fez sucesso com o LP Novo tempo (Odeon). Transferiu-se em 1981 para a Polygram e lanou o disco Daquilo que eu sei. Dois anos depois, gravou o LP Depois dos temporais (Polygram). A partir de 1985, passou a gravar nos EUA e a realizar tournes internacionais. A repercusso alcanada o levou a criar uma editora nos EUA, a Dinorah Music, ligada a produtora de Quincy Jones. Com o reconhecimento internacional, suas musicas foram gravadas por George Benson, Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, entre outros. Em 1989 gravou pela WEA o disco Love dance, todo em ingls. Nesse mesmo ano, lanou no Brasil o disco Amar assim (Polygram). Criou em 1991 a gravadora Velas, graas ao amigo, parceiro e scio Victor Martins, com o objetivo exclusivo de lanar novos talentos e de resgatar as razes da musica brasileira. Como produtor e empresrio, lanou cantores como Chico Csar, Lenine e Bel Veloso. Em 1993 lanou no Brasil e nos EUA, Japo e Europa, o CD Awa Yio, todo em parceria com Victor Martins, tendo a musica Meu pais obtido grande sucesso. Em 1995 lanou o CD Anjo de mim (Velas), uma vez mais com msicas em parceria com Victor Martins. No ano seguinte, gravou com a banda Irakere o disco Ao vivo em Cuba. Em 1997 lanou o CD duplo Vivanoel - Tributo a Noel Rosa (Velas), com a participao de diversos convidados.

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PARA REFLETIR: ser que o pas ideal, diferente, colorido, com um povo feliz realmente possvel existir? a minha ptria como se no fosse, intima Doura e vontade de chorar; uma criana dormindo minha ptria. Por isso, no exilio. Assistindo dormir meu filho Choro de saudades de minha ptria. Se me perguntarem o que a minha ptria, direi: No sei. De fato, no sei. Como, porque e quando a minha ptria Mas sei que a minha ptria a luz, o sal e a agua. Que elaboram e liquefazem a minha magoa Em longas lagrimas amargas. (Ptria Minha. Vinicius de Moraes).

INVESTIGANDO E DISCUTINDO

1) O que voc entende por Ptria? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2) Escreva um pequeno texto sobre o seu amor pelo Brasil ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3) O que lhe vem cabea quando voc pensa em pas, exilio, doura e felicidade? O que essas palavras significam para voc? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

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REFLETINDO SOBRE O AMOR PTRIA

Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabi. As aves que aqui gorjeiam, No gorjeiam com l. (Gonalves Dias) a) Que sentimento invade o poeta Gonalves Dias ao escrever o verso acima? Por que responde assim? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ b) A partir da leitura do texto, crie um poema que represente o seu sonho de viver num pas ideal. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 10.4 O que amar? o amor puro, eterno, infinito. o amor que nunca falha, pois nele permanece a f, a esperana, a justia, a lealdade, a bondade e tudo que perfeito. Deus amor. Quem ama no quer o mal, no sente inveja ou se envaidece. Sem o amor de Deus o homem no nada. O QUE AMAR? querer para algum o que se estima serem bens, no se tomando a si mesmo, mas tomando a ele por fim, a agir segundo as possibilidades em vista disto (Aristteles).

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INVESTIGANDO E DISCUTINDO

1) O que o amor a Deus? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2) Quando voc ama o outro ama tambm a Deus? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 3) Se todas as pessoas se amassem, o mundo seria melhor? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 4) Sem o amor de Deus possvel o homem ser plenamente feliz? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 5) Por que o amor a Deus deixa as pessoas felizes? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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11- O QUE NARCISMO

Que Narciso acha feio O que no espelho. (Caitano Veloso)

No mundo globalizado, da tcnica e da informao, predomina uma sociedade individualista. As crianas, por sua vez desenvolvem um tipo de comportamento doentio: o narcismo. O individualismo cria condies para a formao do egocentrismo infantil, isto , as crianas se acham o centro de todos os pontos de interesse. Segundo Freud, o narcismo a nova fase do desenvolvimento das tendncias sexuais. No sentido usual da palavra, podemos dizer que narcisismo o amor quase excessivo, voltado para sua prpria imagem, autoadmirao ou amor por si mesmo. QUAL A ORIGEM DA PALAVRA NARCISO? Segundo a mitologia grega, o nome narciso de deve ao belo jovem que s apaixona pela prpria imagem refletida na gua. Adoro Narciso, o deus Mais lindo. Detesto quando dizem a palavra narcisismo Como um xingamento. (Caetano Veloso). Na sociedade contempornea, as crianas so preparadas para um mercado competitivo, em que certos valores j no so mais cultivados: amizade, o companheirismo, o espirito solidrio. Na verdade, as crianas tornam-se indivualistas, sem espirito comunitrio, dependentes e consumistas. Desde cedo, revelam a incapacidade de amar ao outro. Tal

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comportamento contraditrio, pois precisam do outro para manter sua autoimagem, mas no conseguem relacionar-se amorosamente com ele. Por fim, tornam-se adultos egostas, incapazes de amar a si mesmos A culpa de quem?

INVESTIGANDO E DISCUTINDO

1) O que ser uma pessoa narcisista? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2) Voc se considera um narcisista? Justifique sua resposta ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 3) O que o egocentrismo infantil? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

4) Qual a origem da palavra Narciso? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 5) Quando damos flores em vez de espinhos, criamos um mundo melhor? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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6) Quando voc se sente amvel? ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 7) O que voc ama em si mesmo? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 8) possvel uma pessoa se apaixonar pela sua prpria imagem? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 9) O que mais importante amar ou ser amado? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 10) Comente a afirmao de Gore Vidal: Um narcisista algum que tem uma aparncia melhor do que a sua. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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11.1 O Mito de Narciso

Em tempos idos, na Grcia, o rio Cefiso engravidou a ninfa Lirope. Meses depois, Lirope, apesar da no desejar a gravidez, deu luz uma criana de beleza extraordinria. Por causa disso, Lirope consultou o adivinho Tirsias sobre o futuro de seu filho, e ele vaticinou que Narciso viveria, desde que nunca viesse sua prpria imagem. Sob essa condio, ele cresceu e tornou-se um moo to belo quanto o fora em criana. No havia quem no se apaixonasse por ele. Narciso, entretanto, permanecia indiferente. Um dia, porem, estando sedento, narciso aproximou-se das aguas plcidas e de um lago e, ao curvar-se para beber, viu sua imagem refletida no espelho das aguas. Maravilhado com sua prpria figura, apaixonou-se por si mesmo. Desesperadamente, passou a precisar do objeto de seu amor, viu que no conseguiria mais viver sem aquele ser deslumbrante. Sua vida reduziu-se contemplao daquele jovem to belo: desejava-o, queria possu-lo. Desvairado, inclinando-se cada vez mais ao encontro s ser amado, mergulhou nos braos frios da morte. s margens do lago, nasceu uma entorpecedora flor: o narciso. Era relembrada para sempre o destino trgico daquele que, aparentemente apaixonado por si mesmo, era, na verdade, incapaz de amar.

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INVESTIGANDO E DISCUTINDO

1) Relacione as palavras desconhecidas no texto e anote o significado delas. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2) O que voc j sabia sobre o tema? Explique. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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PRODUO DE TEXTO a) A partir da leitura do texto O mito de Narciso crie uma historia em quadrinhos.

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AMAR SEM LIMITES

12 COMPLEXO DE DIPO O QUE O COMPLEXO DE DIPO? O complexo de dipo um conjunto organizado de desejos amorosos e hostis que a criana experimenta relativamente aos pais. Sob a sua chamada forma positiva, o complexo apresenta. O criador da psicanlise nasceu na regio da Morvia, que ento fazia parte do Imprio Austro-Hngaro, hoje na Repblica Checa. Sua me, Amlia, era a terceira esposa de Jacob, um modesto comerciante. A famlia mudou-se para Viena em 1860. Em 1877, ele abreviou o seu nome de Sigismund Schlomo Freud para Sigmund Freud. Desde 1873, era um aluno da Faculdade de Medicina da Universidade de Viena, onde gostava de pesquisar no laboratrio de Neurofisiologia. Ao se formar, em 1882, entrou no Hospital Geral de Viena. Freud trabalhou por seis meses com o neurologista francs Jean-Martin Charcot, que lhe mostrou o uso da hipnose. Em parceria com o mdico Joseph Breuer, seu principal colaborador, ele publicou em 1895 o "Estudo sobre Histeria". O livro descreve a teoria de que as emoes reprimidas levam aos sintomas da histeria, que poderiam desaparecer se o paciente conseguisse se expressar. Insatisfeito com a hipnose, Freud desenvolveu o que hoje a base da tcnica psicanaltica: a livre associao. O paciente convidado a falar o que lhe vem mente para revelar memrias reprimidas causadoras de neuroses. Em 1899, publicou "A interpretao dos sonhos", em que afirma que os sonhos so "a estrada mestra para o inconsciente", a camada mais profunda da mente humana, um mundo ntimo que se oculta no interior de cada indivduo, comandando seu comportamento, a despeito de suas convices conscientes. Mesmo com dificuldades para ser reconhecido pelo meio acadmico, Freud reuniu um grupo que deu origem, em 1908, Sociedade Psicanaltica de Viena. Seus mais fiis seguidores eram Karl Abraham, Sandor Ferenczi e Ernest Jones. J Alfred Adler e Carl Jung acabaram como dissidentes. A perda de Jung foi muito mais dolorosa, pois Freud esperava que o discpulo, suo e protestante, projetasse a psicanlise alm do ambiente judaico. Alm de discordar do papel prioritrio dado por Freud ao desejo, Jung se tornou mstico.

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Sensibilizado pela Primeira Guerra Mundial e pela morte da filha Sophie, vtima de gripe, Freud teorizou sobre a luta constante entre a fora da vida e do amor contra a morte e a destruio, simbolizados pelos deuses gregos Eros (amor) e Tanatos (morte). A sua teoria da mente ganhou forma com a publicao em 1923, de "O Ego e o Id". Em 1936, disse considerar um avano seus livros terem sido queimados pelos nazistas. Afinal, no passado, eram os autores que iam fogueira. Mas a subida de Hitler ao poder ditatorial no demorou e a perseguio aos judeus se intensificou. Em 1938, j velho e com cncer, fugiu para a Inglaterra, onde morreu no ano seguinte. Com Martha Bernays, teve seis filhos. A caula Ana tornou-se discpula, porta-voz do pai, e uma eminente psicanalista. Atualmente, Freud continua to polmico quanto na poca em que esteve vivo. Por um lado, verdadeiramente idolatrado por seguidores ortodoxos da teoria psicanaltica - e, alis, em vida, Freud demonstrava uma inegvel satisfao em ser reverenciado como um gnio. Por outro, visto tambm como um mistificador, principalmente a partir da dcada de 1990, quando as descobertas da neurocincia questionaram muitos dos princpios fundamentais da psicanlise.

INVESTIGANDO E DISCUTINDO

1) O que o complexo de dipo? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2) De acordo com Freud, o complexo de dipo vivido pelas crianas em que faixa etria? ___________________________________________________________________________ 3) Pesquise o significado das palavras e escreva-os a seguir: a) Instinto _____________________________________________________________________ b) Psicanalise _____________________________________________________________________

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c) Complexo _____________________________________________________________________ d) Personalidade ____________________________________________________________________ e) Mito ____________________________________________________________________ f) Genitor ____________________________________________________________________ 4) Faa um resumo biogrfico de Sigmeund Freud. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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13- A SAGA DE DIPO Laio, rei da cidade de Tebas e casado com a bela Jocasta, foram advertido pelo Orculo (resposta que os deuses davam a quem os consultava) de que no poderia gerar filhos. Se esse aviso fosse desobedecido, seria morto pelo prprio filho e muitas outras desgraas surgiriam. A princpio, Laio no acreditou na profecia do orculo e teve um filho com Jocasta. Quando a criana nasceu, porm, cheio de remorso e com medo da profecia, ordenou que o recm-nascido fosse abandonado numa montanha, com os tornozelos furados, amarrados por uma corda. O edema provocado pela ferida a origem do nome dipo, que significa ps inchados. Mas o menino dipo no morreu. Alguns pastores o encontraram e o levaram ao rei de Corinto, Polibo, que o criou como se fosse seu filho legtimo. J adulto dipo ficou sabendo que era filho adotivo. Surpreso, viajou em busca do orculo de Delfos para conhecer o mistrio de seu destino. O orculo revelou que seu destino era matar o prprio pai e se casar com a prpria me. Espantado com essa profecia, dipo decidiu deixar corinto e rumar em direo a Tebas. No decorrer da viagem encontrou-se com Laio. De forma arrogante o rei ordenou-lhe que deixasse o caminho livre para sua passagem. dipo desobedeceu s ordens do desconhecido. Explodiu, ento, uma luta entre ambos na qual dipo matou Laio. Sem saber que tinha matado o prprio pai, dipo prosseguiu sua viagem para Tebas. No caminho deparou-se com a Esfinge, um monstro metade leo, metade mulher que lanava enigmas aos viajantes e devorava quem no os decifrasse. A Esfinge atormentava os moradores de Tebas. O enigma proposto pela Esfinge era o seguinte: Qual o animal que de manh tem quatro ps, dois ao meio-dia e trs tarde? dipo respondeu: o homem. Pois na manh da vida (infncia) engatinha com ps e mos; ao meio-dia (na fase adulta) anda sobre dois ps; e tarde (velhice) necessita das duas pernas e o apoio de uma bengala. Furiosa por ver o enigma resolvido, a Esfinge se matou. O povo tebano saudou dipo como seu novo rei. Deram-lhe como esposa Jocasta, a viva de Laio. Ignorando tudo, dipo casou-se com a prpria me. Uma violenta peste abateu-se ento sobre a cidade. Consultado, o orculo respondeu que a peste no findaria at que o assassino de Laio fosse castigado. Ao longo das investigaes para descobrir o criminoso, toda a verdade foi esclarecida.

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Inconformado com o destino, dipo cegou-se e Jocasta enforcou-se. dipo deixou Tebas, partindo para um exlio na cidade de Colona.

INVESTIGANDO E DISCUTINDO

1) Quem era Laio? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2) Qual o significado da palavra dipo? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 3) Quem era Jocasta? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 4) Relacione as palavras desconhecida no texto e anote o seu significado. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 5) Qual foi o desfecho da historia de dipo? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 6) Aps ler o texto A saga do dipo, que perguntas voc acha que necessrio fazer? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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14-SOMOS AMIGOS DO SABERAmigo coisa pra se guardar Do lado esquerdo do peito Mesmo que o tempo e a distancia Digam no. (Milton Nascimento e Fernando Brant)

Pare e pense um pouco sobre esta questo: a amizade. Que significa? necessria? Por que? O que a amizade seno um sentimento reciproco entre duas pessoas ligadas por um amor fraternal e um respeito profundo? A amizade uma relao de afeto que se desenvolve no encontro dirio, na troca de experincias. Entre amigos fundamental uma relao de confiana mtua, respeito, justia e verdade. Assim sendo, podemos afirmar que a amizade necessria. Trata-se, pois, de uma forma de plena realizao das pessoas e uma maneira de construirmos um mundo justo e mais humano.

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REFERENCIAS

FARIAS BRITO, R. O ponto culminante da philosophia dogmtica: monismo de Spinoza (1899). Cadernos Espinosanos VII, So Paulo, 2001. FREUD, Sigmund, Narcisismo: Uma Introduo, 1914 Psicanaltica, 8 edio, 1994 FRANCO DONATELLI, M.C.O. A fisiologia e as paixes em Descartes. Cadernos Espinosanos V, So Paulo, 1999. GUTTING, Gary. French Philosophy in the Twentieth Century. Port Chester, NY: Cambridge University Press, 2001. p. 125. GEORGE WEIGEl, A Verdade do Catolicismo; cap. 6; pgs. 101, 104 e 105 LVY, Bernard-Henri. O Sculo de Sartre. Traduo de Jorge Bastos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2001. MOUTINHO, Luiz Damon Santos. Sartre: Existencialismo e Liberdade (Coleo Logos). So Paulo: Moderna, 1996 TEIXEIRA, L. Ensaio sobre a moral de Descartes. 2 ed. So Paulo, Brasiliense & Secretaria de Estado da Cultura, 1990.