filosofia 1 ano -prova

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COLÉGIO POLIVALENTE GOVERNADOR ANTONIO CARLOS MAGALHÃES ESTUDANTE:________________________________________________________ PROFESSOR: TIAGO ANTUNES, 2° ANO A ditadura perfeita terá as aparências da democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão com a fuga. Um sistema de escravatura onde, graças ao consumo e ao divertimento, os escravos terão amor à sua escravidão" Aldous Huxley (1894-1963) DISCIPLINA FILOSOFIA A DIALÉTICA DO SENHOR E DO ESCRAVO O texto “A dialética do Senhor e do Escravo” é o título dado a um trecho de um texto maior do Georg W. F. Helgel, que é o Fenomenologia do Espírito. Nesse trecho se aborda questões como a relação de posse que o escravo tem com o senhor, e a de dependência que se cria do senhor com o escravo. O texto traz a nós uma reflexão no mínimo interessante. “Dois homens lutam entre si. Um deles é pleno de coragem. Aceita arriscar sua vida no combate, mostrando assim que é um homem livre, superior à sua vida. O outro, que não ousa arriscar a vida, é vencido. O vencedor não mata o prisioneiro, ao contrário, conserva-o cuidadosamente como testemunha e espelho de sua vitória. Tal é o escravo, o "servus", aquele que, ao pé da letra, foi conservado. O senhor obriga o escravo, ao passo que ele próprio goza os prazeres da vida. O senhor não cultiva seu jardim, não faz cozer seus alimentos, não acende seu fogo: ele tem o escravo para isso. O senhor não conhece mais os rigores do mundo material, uma vez que interpôs um escravo entre ele e o mundo. O senhor, porque lê o reconhecimento de sua superioridade no olhar submisso de seu escravo, é livre, ao passo que este último se vê despojado dos frutos de seu trabalho, numa situação de submissão absoluta. Entretanto, essa situação vai se transformar dialeticamente porque a posição do senhor abriga uma contradição interna: o senhor só o é em função da existência do escravo, que condiciona a sua. O senhor só o é porque é reconhecido como tal pela consciência do escravo e também porque vive do trabalho desse escravo. Nesse sentido, ele é uma espécie de escravo de seu escravo. De fato, o escravo, que era mais ainda o escravo da vida do que o escravo de seu senhor (foi por medo de morrer que se submeteu), vai encontrar uma nova forma de liberdade. Colocado numa situação infeliz em que só conhece provações, aprende a se afastar de todos os eventos exteriores, a libertar-se de tudo o que o oprime,

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Filosofia 1 Ano -prova

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COLGIO POLIVALENTE GOVERNADOR ANTONIO CARLOS MAGALHESESTUDANTE:________________________________________________________

PROFESSOR: TIAGO ANTUNES, 2 ANO A ditadura perfeita ter as aparncias da democracia, uma priso sem muros na qual os prisioneiros no sonharo com a fuga.Um sistema de escravatura onde, graas ao consumo e ao divertimento, os escravos tero amor sua escravido"Aldous Huxley (1894-1963)

DISCIPLINA FILOSOFIAA DIALTICA DO SENHOR E DO ESCRAVOO textoA dialtica do Senhor e do Escravo o ttulo dado a um trecho de um texto maior do Georg W. F. Helgel, que o Fenomenologia do Esprito. Nesse trecho se aborda questes como a relao de posse que o escravo tem com o senhor, e a de dependncia que se cria do senhor com o escravo. O texto traz a ns uma reflexo no mnimo interessante.Dois homens lutam entre si. Um deles pleno de coragem. Aceita arriscar sua vida no combate, mostrando assim que um homem livre, superior sua vida. O outro, que no ousa arriscar a vida, vencido. O vencedor no mata o prisioneiro, ao contrrio, conserva-o cuidadosamente como testemunha e espelho de sua vitria. Tal o escravo, o "servus", aquele que, ao p da letra, foi conservado.O senhor obriga o escravo, ao passo que ele prprio goza os prazeres da vida. O senhor no cultiva seu jardim, no faz cozer seus alimentos, no acende seu fogo: ele tem o escravo para isso. O senhor no conhece mais os rigores do mundo material, uma vez que interps um escravo entre ele e o mundo. O senhor, porque l o reconhecimento de sua superioridade no olhar submisso de seu escravo, livre, ao passo que este ltimo se v despojado dos frutos de seu trabalho, numa situao de submisso absoluta.Entretanto, essa situao vai se transformar dialeticamente porque a posio do senhor abriga uma contradio interna: o senhor s o em funo da existncia do escravo, que condiciona a sua. O senhor s o porque reconhecido como tal pela conscincia do escravo e tambm porque vive do trabalho desse escravo. Nesse sentido, ele uma espcie de escravo de seu escravo.De fato, o escravo, que era mais ainda o escravo da vida do que o escravo de seu senhor (foi por medo de morrer que se submeteu), vai encontrar uma nova forma de liberdade. Colocado numa situao infeliz em que s conhece provaes, aprende a se afastar de todos os eventos exteriores, a libertar-se de tudo o que o oprime, desenvolvendo uma conscincia pessoal. Mas, sobretudo, o escravo incessantemente ocupado com o trabalho, aprende a vencer a natureza ao utilizar as leis da matria e recupera uma certa forma de liberdade (o domnio da natureza) por intermdio de seu trabalho.

Por uma converso dialtica exemplar, o trabalho servil devolve-lhe a liberdade. Desse modo, o escravo, transformado pelas provaes e pelo prprio trabalho, ensina a seu senhor a verdadeira liberdade que o domnio de si mesmo. - Georg W. F. Helgel1- A partir da leitura do texto correto afirmar que ele apresenta uma questo dialtica. Sendo assim qual afirmativa apresenta o porqu disto:a) O texto apresenta uma questo dialtica por que existe os mecanismos de uma reviravolta.b) A dialtica est na opresso sem causa.2- O texto mostra uma luta interna do escravo, que no contra a sociedade ou contra o seu senhor, essa luta contra quem:a) Contra si mesmo, tendo em vista uma conscincia individual.

b) um confronto contra sua famlia por no ser da burguesia.c) um confronto contra o dono das terras que ela cultiva.3- Ao ler o texto percebemos que a vida do escravo passa ser ento uma busca pela prpria identidade, um confronto contra o prprio eu, no entanto o senhor do escravo tem uma viso diferente. Qual das alternativas abaixo revela melhor esse olhar do senhor em relao ao escravo: a) Testemunha e espelho de sua vitria.b) Empregado bem remunerado de sua casa.c) Viso pessoal da vida trabalhadora.4- Hegel nos orienta a no olharmos a relao entre senhor e escravo como uma via de mo nica, nessa aparncia de que um manda e outro obedece nos esquecemos que o senhor depende do escravo para ter o posto de patro. A partir disto faa uma argumentao de 5 linhas sobre sua viso desta dialtica:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________5- Sobre a posio do senhor em relao a existncia do escravo e a contradio interna que este abriga correto afirmar que:a) A existncia do senhor conferida pela bondade revelada ao escravo.

b) O senhor s o porque reconhecido como tal pela conscincia do escravo. O senhor escravo de seu escravo.

c) A relao de ambos so igualitrias e agradveis.

6- Das afirmativas abaixo marque apenas a que apresenta as reviravoltas do escravo:

a) Liberdade de tudo o que o oprime, desenvolvimento de uma conscincia pessoal, a aprendizagem ao vencer a natureza e recuperar uma certa forma de liberdade.b) A submisso eterna como empregado.c) A continuidade da escravido para no arriscar sua vida no combate.d) Uma ideia absoluta da morte.