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Filipa Alexandra de Oliveira Teixeira O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade Tese de Mestrado Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industrial Trabalho efetuado sob a orientação do Professor Doutor Paulo Jorge Figueiredo Martins Outubro 2014

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Filipa Alexandra de Oliveira Teixeira

O papel da gestão de informação de artigos na

programação da produção em ambientes de

grande diversidade

Tese de Mestrado

Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industrial

Trabalho efetuado sob a orientação do

Professor Doutor Paulo Jorge Figueiredo Martins

Outubro 2014

II

III

DECLARAÇÃO

Nome: Filipa Alexandra de Oliveira Teixeira

Endereço eletrónico: [email protected] Telefone: 918588176

Número do Bilhete de Identidade: 13608545

Título da dissertação:

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

Orientador:

Professor Doutor Paulo Jorge Figueiredo Martins

Ano de conclusão: 2014

Designação do Mestrado:

Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industrial

Nos exemplares das teses de doutoramento ou de mestrado ou de outros trabalhos entregues para prestação de provas públicas nas universidades ou outros estabelecimentos de ensino, e dos quais é obrigatoriamente enviado um exemplar para depósito legal na Biblioteca Nacional e, pelo menos outro para a biblioteca da universidade respetiva, deve constar uma das seguintes declarações:

1. É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA DISSERTAÇÃO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;

2. É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO PARCIAL DESTA DISSERTAÇÃO (indicar, caso tal seja necessário, nº máximo de páginas, ilustrações, gráficos, etc.), APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;

3. DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR, NÃO É PERMITIDA A REPRODUÇÃO DE QUALQUER PARTE DESTA TESE/TRABALHO

Universidade do Minho, ___/___/______

Assinatura:

V

AGRADECIMENTOS

“Há hoje quem esteja plenamente convencido de que nasceu mais engenheiro do que Homem” (Agostinho da

Silva). Na minha condição de graduação, se hoje vou ser engenheira é porque todos fizeram de mim um bocadinho

mais Homem, um bocadinho mais pessoa, todos os dias. Assim, este espaço é reservado para agradecer a todos

sem os quais não seria possível estar a escrever esta página da minha dissertação.

Ao orientador, Professor Doutor Paulo Jorge Figueiredo Martins, pela promessa de aprendizagem cumprida, pelas

condições criadas para o desenvolvimento deste trabalho, pelas sugestões e, principalmente, por me fazer crescer

de todas as vezes que me obrigou a zangar com ele.

Ao amigo, João Paulo Gomes, por toda a “força, coragem e determinação” nos momentos mais complicados, pela

inspiração, pelos debates e por toda a partilha de conhecimento essencial na fase mais intensa de desenvolvimento

do meu trabalho.

Ao pai e à mãe pela paciência inesgotável, pela confiança desmedida, pelo mimo interminável, por todas as

lágrimas que limparam, por incentivarem a uma procura incessante pelo conhecimento, pelos conselhos sempre

acertados, e por permitirem todo o meu percurso académico. A vocês, agradeço em dobro pelo que sou hoje, por

hoje estar aqui.

À pequena da mana pela amizade, pela partilha nas lutas do bem e do mal, pela capacidade de me ouvir

infindavelmente (quase) sempre sem resmungo e por me fazer rir em todos os fins de dia.

Ao Rui, ao namorado que faz de mim mais corajosa todos os dias, pela compreensão de quando fui menos

paciente e presente, pela preocupação e pela força nos momentos de desabafo e de desaforo, pelo tempo dedicado

sempre de coração, e por ter as medidas mais que certas para mim.

Ao José Amorim, ao Pedro Melo, aos amigos, aos colegas de carteira nos auditórios da universidade e, com todo

o amor, à família, por sempre se mostrarem interessados, pelo apoio, pela compreensão e pelo companheirismo.

“Se cheguei até aqui foi porque me apoiei no ombro dos gigantes” (Isaac Newton), um muito e maior obrigado a

todos.

VII

RESUMO

A oportunidade para uma organização aumentar a sua competitividade pode passar por criar um produto adicional,

por adicionar variantes a um produto já existente, ou ainda por permitir que seja o próprio cliente a especificar

novas variantes ao leque de produtos disponibilizados. A adoção deste tipo de estratégias leva a ambientes de

grande diversidade de artigos, normalmente associados ao paradigma “customização em massa” (MC).

O aumento da informação devido à diversidade de artigos é traduzido em dois desafios para as organizações: gerir

eficazmente a informação das variantes do produto e do processo de produção e reduzir os esforços de introdução

e manipulação da informação no sistema. O primeiro desafio passa pela necessidade de sistemas de gestão de

informação de artigos que permitam às organizações usar a informação para influenciar as decisões de sistemas

de planeamento e controlo da produção. O segundo consiste em conciliar os sistemas de gestão de informação

com modelos de representação de artigos para criação e manipulação da informação com o menor esforço

possível do utilizador. Estes dois desafios foram as principais motivações para a realização deste trabalho, que

tem como objetivo o estudo de uma ferramenta computorizada, de referenciação genérica, que permite conjugar

a facilidade da gestão da informação de artigos com a eficiência de sistemas de programação da produção.

O estudo consiste no reconhecimento, documentação e classificação de ferramentas do sistema Generic Planning

and Control (GenPPC) para a representação de artigos, e à análise do papel da gestão de informação de artigos

na programação da produção. As etapas de investigação passam pela definição de terminologias utilizadas pelo

modelo de referenciação genérica implementado no sistema estudado, pela classificação de funções e processos

que permitem aos utilizadores a criação e manipulação de informação de artigos no sistema, pela criação de um

guia de utilização do sistema na perspetiva de uso para gestão de informação, e pela análise de como a gestão

de informação de artigos no sistema pode influenciar a programação da produção.

A definição de terminologia usada no modelo de referenciação utilizado (Generic Product Data Management –

GenPDM), a exemplificação da sua utilização e a criação do guia de utilização do sistema, são realizadas com o

apoio de um caso de estudo para demonstração de situações de decisão de modelação e simulação de

comportamentos. À criação do guia de utilização está ainda associada a intenção de normalização de processos

e a síntese das relações entre a informação necessária a cada função do sistema de planeamento e controlo da

produção.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão de Informação de Artigos, Programação da Produção, Referenciação Genérica, Generic Production Planning

and Control

IX

ABSTRACT

The opportunity to increase competitiveness by an organization might be represented by introducing new products

or adding variants to the existing ones, even more allowing the specification of new variants by the costumer. This

kind of strategies leads to environments of high product diversity, normally associated to “mass customization”

(MC) paradigm.

Due to product diversity, the information increase is converted into two challenges for the organisations: managing

effectively the product and process variants, and reducing information introduction and manipulation efforts. The

first challenge highlights the need for product information management systems, which guide the organizations in

the decision-making for production planning and control. The second consist in juggling the information

management systems with models of product representation to achieve the possible lowest effort in information

creation and manipulation. Both challenges were the prime motivations of this work. It’s objective is the study of a

computerised tool, based on generic referencing principles, combining easiness of product information

management with efficiency of production programming systems.

The study is based on the recognition, documentation and classification of Generic Planning and Control (GenPPC)

system tools, towards the product representation and the analysis of the product information management role in

the production programming. The stages of the investigation are defined by the terminology definition utilised by

the generic referencing model introduced in the system studied. Also, classifying the functions and process, which

allow the user to create and manipulate information, resulting in a system utilisation guide. Moreover how the

system information management might influence the production programming.

The terminology definition of the utilized referencing model (Generic Product Data Management-GenPDM), some

of its utilizations enlightening and the user guide creation are realized through a case study to show cases of

decision in the modulation and simulation behaviors. Into deeper detail, to the user guide elaboration is implied

the intention of process standardization and summary of the connections for the needed information of each

function.

KEYWORDS

Product Information Management, Production Programming, Generic Referencing, Generic Production Planning

and Control

XI

ÍNDICE

Agradecimentos ................................................................................................................................................ V

Resumo .......................................................................................................................................................... VII

Abstract ........................................................................................................................................................... IX

Índice de Figuras ............................................................................................................................................. XV

Índice de Tabelas ........................................................................................................................................... XIX

Lista de Abreviaturas, Siglas e Acrónimos ....................................................................................................... XXI

1 Introdução ................................................................................................................................................ 1

1.1 Motivações ....................................................................................................................................... 2

1.2 Objetivos e contribuições esperadas .................................................................................................. 3

1.3 Organização da dissertação .............................................................................................................. 4

2 Revisão bibliográfica.................................................................................................................................. 5

2.1 Customização em massa .................................................................................................................. 5

2.1.1 Principais desafios impostos, fatores de sucesso e implicações de gestão ..................................... 6

2.1.2 Níveis de Customização ................................................................................................................ 7

2.1.3 Exemplos de aplicação ................................................................................................................. 9

2.2 Sistema de Planeamento e Controlo da Produção ........................................................................... 11

2.3 Gestão da Informação de Artigos..................................................................................................... 14

2.3.1 Funcionalidades de um sistema de gestão de informação de artigos ........................................... 15

2.3.2 Informação Base de Artigos ........................................................................................................ 18

2.3.3 Modelos de Representação de Artigos ......................................................................................... 22

3. Modelo Generic Product Data Management ............................................................................................. 27

3.1 Caracterização do caso de estudo ................................................................................................... 27

3.2 Contextualização do sistema ........................................................................................................... 29

3.3 Apresentação do modelo GenPDM .................................................................................................. 30

3.3.1 Tipos de Parâmetro .................................................................................................................... 31

3.3.2 Características............................................................................................................................ 33

3.3.3 Tipos de Operação ..................................................................................................................... 37

3.3.4 Referências Genéricas ................................................................................................................ 38

XII

3.3.5 Listas de Materiais Genéricas ..................................................................................................... 39

3.3.6 Gamas Operatórias Genéricas ..................................................................................................... 42

4. Funções e Processos de Gestão de Informação de Artigos ....................................................................... 47

4.1 Definição de funções PDM em GenPDM .......................................................................................... 47

4.1.1 Definição de Conceitos e Atributos .............................................................................................. 48

4.1.2 Gestão de Tipos de Operação ..................................................................................................... 49

4.1.3 Caracterização de Artigos ........................................................................................................... 50

4.1.4 Gestão de Listas de Materiais ..................................................................................................... 50

4.1.5 Gestão de Gamas Operatórias .................................................................................................... 51

4.1.6 Validação de Estruturas de Variantes .......................................................................................... 52

4.2 Normalização de processos GenPDM .............................................................................................. 52

4.2.1 Processos de criação .................................................................................................................. 54

4.2.2 Processos de alteração e eliminação ........................................................................................... 57

4.2.3 Processos de ativação/desativação ............................................................................................. 58

5. Generic Product Data Management - Software ......................................................................................... 61

5.1 Definição de Conceitos e Atributos .................................................................................................. 61

5.1.1 Definição de Tipos de Dados ....................................................................................................... 62

5.1.2 Definição de Tipos de Parâmetros ............................................................................................... 63

5.1.3 Definição de Atributos ................................................................................................................. 69

5.2 Gestão de Tipos de Operação ......................................................................................................... 71

5.3 Caracterização de Artigos ............................................................................................................... 78

5.3.1 Definição de Referências Genéricas ............................................................................................ 80

5.3.2 Definição de Atributos em Referências Genéricas ........................................................................ 84

5.3.3 Definição de Parâmetros em Referências Genéricas .................................................................... 86

5.4 Gestão de Listas de Materiais ......................................................................................................... 94

5.4.1 Definição de Planos de Consumo ................................................................................................ 95

5.4.2 Definição de consumos em Kits de Abastecimento ...................................................................... 99

5.5 Gestão de Gamas Operatórias ....................................................................................................... 101

XIII

5.5.1 Definição de Planos de Operações ............................................................................................ 102

5.5.2 Definição de Planos de Consumo de Operações ........................................................................ 106

5.5.3 Definição de Precedências ........................................................................................................ 107

5.6 Validação de Estruturas de Variantes............................................................................................. 108

5.7 Resumo das relações de dependência de funções na gestão de informação de artigos .................. 110

6. Programação da Produção .................................................................................................................... 117

6.1 Lançamento de Ordens de Programação ....................................................................................... 121

6.2 Alocação de Trabalhos e Sequenciação ......................................................................................... 123

6.3 Execução de Kanbans ................................................................................................................... 126

6.4 Monitorização da Programação da Produção ................................................................................. 127

7. Conclusões e Trabalhos Futuros ............................................................................................................ 129

7.1 Principais conclusões ................................................................................................................... 129

7.2 Tarefas realizadas e resultados ..................................................................................................... 131

7.3 Propostas para trabalhos futuros .................................................................................................. 132

Referências Bibliográficas .............................................................................................................................. 133

Anexo I – Caracterização de Artigos ............................................................................................................... 137

Anexo II – Caracterização do processo produtivo ............................................................................................ 139

Anexo III – Modelação dos artigos em GenPDM ............................................................................................. 141

Anexo IV – Atributos do sistema ..................................................................................................................... 147

XV

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Plataforma inferior do Model T ........................................................................................................ 10

Figura 2 – Relação «Horizonte Temporal vs. Planeamento vs. Agregação de Informação» ................................. 12

Figura 3 – Exemplos de representação de BOMs: a) em lista indentada; b) em árvore; c) em matriz; d) em rede

de artigos ........................................................................................................................................................ 20

Figura 4 – Exemplo de uma gama operatória para transformação de um artigo no artigo “pai” (Lima, 2011) ... 21

Figura 5 – Exemplo de aplicação de uma BOM genérica de Hegge (Sousa, 2013) ............................................ 24

Figura 6 – Ilustração de um sistema genérico BOMO para um produto final (Jiao & Tseng, 2004) .................... 25

Figura 7 – Produto final do caso de estudo (Justino, 2005) .............................................................................. 27

Figura 8 – BOM do produto final ...................................................................................................................... 28

Figura 9 – Integração do modelo PCP com módulos GenPPC .......................................................................... 30

Figura 10 – Tipo de Parâmetro “Cores” definido em extensão ......................................................................... 32

Figura 11 – Tipo de Parâmetro “Altura do Sapato” em compreensão ............................................................... 32

Figura 12 – Tipo de Parâmetro “Tamanhos de sapato” com duas características ............................................. 33

Figura 13 – Tipo de Parâmetro “Formatos” com sete características ............................................................... 34

Figura 14 – Tipo de Parâmetro “Género” com duas características .................................................................. 35

Figura 15 – Tipo de Parâmetro “Combinações de material_cor” com duas características ............................... 36

Figura 16 – Tipo de Parâmetro “Tipos de Corte” com uma característica ......................................................... 36

Figura 17 – Tipo de operação “Corte” ............................................................................................................. 37

Figura 18 – Referência Genérica do produto final ............................................................................................. 38

Figura 19 – GBOM do produto final em GenPDM ............................................................................................. 40

Figura 20 – GBOO do produto final em GenPDM ............................................................................................. 43

Figura 21 – Estrutura proposta para organização da área funcional em funções e processos ............................ 47

Figura 22 – Decomposição da área funcional PDM em funções ....................................................................... 48

Figura 23 – Funções de segundo nível da função Definição de Conceitos e Atributos ........................................ 48

Figura 24 – Funções de segundo nível da função Gestão de Tipos de Operação ............................................... 49

Figura 25 – Funções de segundo nível da função Caracterização de Artigos ..................................................... 50

Figura 26 – Funções de segundo nível da função Gestão de Listas de Materiais ............................................... 51

Figura 27 – Funções de segundo nível da função de Gestão de Gamas Operatórias ......................................... 52

Figura 28 – Processos de funções GenPDM ..................................................................................................... 53

Figura 29 – Menus principais de GenPDM ....................................................................................................... 54

Figura 30 – Opções para criação nos menus principais ................................................................................... 54

XVI

Figura 31 – Janela para definição de parâmetros da referência quando tem origem num tipo de parâmetro: a) em

extensão; b) em compreensão ......................................................................................................................... 56

Figura 32 – Identificação do executável de ativação em referências e tipos de operação ................................... 58

Figura 33 – Estrutura do guia de utilização de GenPDM ................................................................................... 61

Figura 34 – Opções do menu principal para a Definição de Conceitos e Atributos ............................................ 62

Figura 35 – Janela com o separador “Tipo de Dados” ..................................................................................... 63

Figura 36 – Transformação de um tipo de parâmetro em compreensão para o sistema prático ........................ 64

Figura 37 – Transformação de um tipo de parâmetro em compreensão do modelo teórico para o sistema ....... 65

Figura 38 – Processo de criação de uma característica num Tipo de Parâmetro ............................................... 66

Figura 39 – Atribuição de uma característica ao campo de ordenação ............................................................. 68

Figura 40 – Atribuição de um atributo GenPDM a uma propriedade de GenPPC ............................................... 70

Figura 41 – Opção no menu principal para Gestão de Tipos de Operação ........................................................ 71

Figura 42 – Modelação teórica e transformações práticas de tipos de operação ............................................... 74

Figura 43 – Tipo de operação “Corte” com processo de associação de parâmetros em GenPDM ..................... 75

Figura 44 – Definição de atributo de identificação a um tipo de operação não produtiva ................................... 76

Figura 45 – Opção do menu principal para Caracterização de Artigos .............................................................. 78

Figura 46 – Tabela de visualização de Famílias Agregadas e processos associados em Gen4Gen ..................... 79

Figura 47 – Referência Genérica do modelo teórico para o prático ................................................................... 83

Figura 48 – Opção no menu para Definição de Atributos em Referências Genéricas ......................................... 84

Figura 49 – Processo de associação a atributos de: a) valores constantes com origem num tipo de parâmetro, b)

valores constantes com origem num tipo de dado; c) valores variáveis ............................................................. 85

Figura 50 – Opção do menu para Definição de Parâmetros em Referências Genéricas ..................................... 86

Figura 51 – Construção de parâmetros numa referência genérica .................................................................... 87

Figura 52 – Processo de aplicação de restrições para visibilidade de parâmetros ............................................. 89

Figura 53 – Comparação de comportamento com condições de visibilidade do parâmetro “Cor_Ilhós” em: a)

género masculino; b)género feminino .............................................................................................................. 89

Figura 54 – Processo de aplicação de condições de restrição de domínio em parâmetros ................................ 90

Figura 55 – Visualização de comportamento de domínios de valor: a) sem condições de restrição; b) com condições

de restrição ..................................................................................................................................................... 91

Figura 56 – a) Característica “Uso em modelo Oxford” no tipo de parâmetro; b) Atribuição de valores de

característica a valores do tipo de parâmetro ................................................................................................... 92

Figura 57 – Processo de aplicação de filtros em um parâmetro da referência ................................................... 93

Figura 58 – Adição de valores ao tipo de parâmetro “Tipo de Têxtil” e respetivas características ...................... 94

Figura 59 – Visualização de comportamento do parâmetro “Tamanho” com filtros de atualizar: a) antes de adição

de valores ao tipo de parâmetro; b) depois de adição de valores ao tipo de parâmetro...................................... 94

XVII

Figura 60 – Processos para Gestão de Listas de Materiais ............................................................................... 95

Figura 61 – Opções de menu para processos de Gestão de Listas de Materiais ................................................ 95

Figura 62 - Criação de uma GBOM em GenPDM .............................................................................................. 97

Figura 63 – Planos de consumos de kits de abastecimento ............................................................................ 100

Figura 64 – Opções de menu para processos de Gestão de Gamas Operatórias ............................................. 102

Figura 65 – Processos para Definição de um Plano de Operações ................................................................. 102

Figura 66 – Interface para atribuição de operações a uma referência genérica ............................................... 104

Figura 67 – Atribuição de operações individuais a operação célula ................................................................. 105

Figura 68 – Definição de planos de consumo das operações de uma referência genérica ............................... 107

Figura 69 – Atribuição de precedências às operações .................................................................................... 108

Figura 70 – Campos de escolha de valores para geração da variante a simular .............................................. 109

Figura 71 – Simulação da estrutura do sapato Oxford .................................................................................... 109

Figura 72 – Relações entre funções da área funcional PDM ........................................................................... 115

Figura 73 – Sistema GenSFC organizado por funções com os respetivos fluxos de informação ....................... 117

Figura 74 – Funcionamento do sistema para alocação e sequenciação de trabalhos ...................................... 119

Figura 75 – Pontos de decisão e fluxos de informação de apoio à decisão na alocação de kanbans ................ 124

Figura 76 – Esquema do processo produtivo com fluxos de materiais ............................................................ 139

XIX

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Resumo das abordagens dos autores face aos graus de Customização ............................................. 8

Tabela 2 – Resumo das designações de funções de utilização segundo autores ............................................... 17

Tabela 3 – Tabela resumo da terminologia adotada nos modelos para a informação de artigos ........................ 26

Tabela 4 – Número de combinações vs. Número de codificações .................................................................... 30

Tabela 5 – Classificação de processos de criação ............................................................................................ 54

Tabela 6 – Informação em comum necessárias à criação de parâmetros de compreensão e de extensão em

referências genéricas e operações genéricas ................................................................................................... 55

Tabela 7 – Processos para obtenção da informação necessária à ativação ....................................................... 59

Tabela 8 – Informação na criação de Tipos de Parâmetros .............................................................................. 64

Tabela 9 – Informação na criação de Atributos ................................................................................................ 70

Tabela 10 – Informação na criação de Tipos de Operação ............................................................................... 72

Tabela 11 – Comparação entre Operação Célula e Célula de Operações .......................................................... 73

Tabela 12 – Intervalo de valores para códigos de identificação consoante propriedades ................................... 76

Tabela 13 – Informação na criação de Referências Genéricas .......................................................................... 81

Tabela 14 – Informação na criação de planos de consumos da GBOM ............................................................. 96

Tabela 15 – Informação na criação de Planos de Operações .......................................................................... 103

Tabela 16 – Matriz de relacionamento entre informação de funções .............................................................. 111

Tabela 17 – Matriz de relacionamento entre informação de funções com identificação de funções principais

GenPDM por clusters .................................................................................................................................... 112

Tabela 18 – Matriz de relacionamento de funções GenPDM com funções GenSFC ......................................... 120

Tabela 19 – Identificação de funções que fornecem informação para documentos de encomendas conferidas121

Tabela 20 – Identificação de funções que fornecem informação para documentos de compra e de produção . 122

Tabela 21 – Atributos dos artigos para propriedades do sistema que influenciam ordens de programação ...... 123

Tabela 22 – Atributos dos artigos para propriedades do sistema que influenciam a execução de kanbans ...... 126

Tabela 23 – Atributos de artigos para monitorização/rastreamento ................................................................ 127

Tabela 24 – Componentes e respetivas propriedades e quantidades por par .................................................. 137

Tabela 25 – Ferramentas e respetivas propriedades e unidades de quantidade .............................................. 138

Tabela 26 – Fases produtivas e respetivas operações e ferramentas .............................................................. 139

Tabela 27 - Grupos de atributos do sistema e respetivas propriedades ........................................................... 147

XXI

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS

BOM – Bill-of-materials, tendo como tradução a expressão Lista de Materiais

BOMO – Bill-of-Materials-and-Operations, tendo como tradução Lista de Materiais e de Operações

BOO – Bill-of-Operations, tendo como tradução a expressão Lista de Operações

GBOM – Generic-Bill-of-materials, tendo como tradução a expressão Lista Genérica de Materiais

GBOMO – Generic-Bill-of-Materials-and-Operations, tendo como tradução Lista Genérica de Materiais e de

Operações

GBOO – Generic-Bill-of-Operations, tendo como tradução a expressão Lista Genérica de Operações

CRP – Capacity Requirements Planning, tendo como tradução a expressão Planeamento de Necessidades de

Capacidade

GenPDM - Generic Product Data Management, tendo como tradução Gestão de Informação de Artigos Genéricos

GenPPC – Generic Production Planning and Control, tendo como tradução Genérico Planeamento e Controlo da

Produção

GenSFC – Generic Shop Floor Control, tendo como tradução Genérico Controlo de Programação da Produção

Gen4Gen – Módulo do software para integração das áreas funcionais de um Sistema PCP

MC – Mass Customization, tendo como tradução a expressão Customização em Massa

MP – Mass Production, tendo como tradução a expressão Produção em Massa

MRP – Materials Requirements Planning, tendo como tradução a expressão Planeamento de Necessidades de

Materiais

PCP – Planeamento e Controlo da Produção

PDM – Product Data Management, tendo como tradução a expressão Gestão de Informação de Artigos

PDP – Planeamento Diretor de Produção

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

1

1 INTRODUÇÃO

O grau de competitividade tem aumentado agressivamente nos últimos anos, e as empresas que se distinguem

são aquelas que conseguem entregar produtos altamente customizados, que vão de encontro às necessidades

dos consumidores e às limitações das próprias empresas (Samir Mesihovic & Malmqvist, 2000).

Acreditando que a competitividade se mantém, e manter-se-á, em crescimento acentuado dada a conjuntura

económica mundial, as organizações continuam a ter a necessidade de lidar com estratégias que possam

diferenciá-las no mercado. Assim, a oportunidade para uma organização aumentar a sua competitividade pode

passar por criar um produto adicional, por adicionar variantes a um produto já existente, ou ainda por permitir que

seja o próprio cliente a especificar novas variantes ao leque de produtos disponibilizados pela organização.

A adoção deste tipo de estratégias está associada ao paradigma “customização em massa” (MC), identificada por

Da Silveira, Borenstein, & Fogliatto (2001) como a estratégia que permite diferenciar as organizações num

mercado altamente competitivo e segmentado. No entanto, ambientes de MC provocam um grande aumento da

informação, resultante da diversidade de artigos com que a organização tem que lidar.

Este aumento da informação devido à diversidade de artigos é traduzido em dois desafios para as organizações:

gerir eficazmente as variantes do produto e do processo e minimizar os esforços de introdução e manipulação da

informação no sistema.

Uma gestão eficaz das variantes do produto e do processo é exigida às organizações de modo a conseguir

responder às exigências do cliente. Porém os clientes têm vindo a aumentar intensivamente o desejo de

personalização dos produtos, produzindo proporções de informação muito elevadas. Quanto maior a quantidade

de informação mais moroso se torna o processo de gerir e controlar toda a informação no sistema, pelo que

existirá uma tendência crescente para o desenvolvimento de famílias de produtos. J. X. Jiao, Tseng, Ma, & Zou

(2000) definem família de produto como um conjunto de variantes de um produto comum, com estruturas de

processos comuns. O intuito da criação de famílias é identificado com a sincronização de múltiplas perspetivas

sobre a variedade de pedidos de clientes, com a engenharia de produto e com o planeamento e programação da

produção.

De salientar que diferentes, e maiores, níveis de customização requerem diferentes, e mais eficazes, estratégias

organizacionais. No trabalho de Devaraj, Hollingworth, & Schroeder (2004), os autores defendem que diferentes

objetivos de negócio requerem diferentes competências e capacidades de produção, de modo a atingir

desempenhos superiores na produção. Os mesmos autores, Devaraj, et al. (2004), propõem ainda a adoção de

estratégias produtivas genéricas, que definem o ambiente/cenário de produção com base no número de linhas

de produtos produzidos e no grau de customização de cada produto durante a produção; na combinação da

integração vertical e do foco de mercado; e no fluxo de produção possível nos processos existentes.

INTRODUÇÃO

2

Segundo Gupta (2000), esta informação descrita como essencial para a estratégia genérica foi mantendo nas

empresas, ao longo de mais de 30 anos, as bases de dados acerca dos seus processos e produtos, abastecendo

assim sistemas concebidos para planeamento de recursos e materiais e para programação da própria produção.

No entanto, o autor acredita que a maior parte destes sistemas não passam do armazenamento de dados e que

organizações avançadas precisam de ter estruturas de decisão rápidas e mais dinâmicas.

Lage Junior & Godinho Filho (2010) dividem a razão com Gupta (2000) dizendo mesmo que muitos dos modelos

existentes não são capazes de usar esta informação para influenciar as decisões de programação da produção

em tempo real, realçando a importância do uso desta informação.

Em muitos processos de produção, a informação em tempo real pode ser obtida através de controlo de processos

computorizados ou por outros sistemas de controlo e monitorização como, por exemplo, um sistema de kanbans.

Kotani (2007) argumenta que a situação ideal é a conjugação do controlo eletrónico com o sistema de kanbans,

designado por e-kanban (kanbans eletrónicos). No trabalho comparativo, desenvolvido pelo autor acerca das

variações de sistemas de kanbans, é concluído que a adaptação de um sistema de kanbans tradicional em e-

kanbans é a única que apresenta facilidade na introdução de novos produtos e variantes dos existentes, é capaz

de interagir com qualquer sistema de produção tendo todas as vantagens já associadas ao uso de kanbans

tradicionais, bem como elimina a dificuldade do sistema tradicional de kanbans quando confrontado com a

produção de artigos com elevados tempos de configuração dos processos.

Assim, é proposto nesta dissertação o estudo de uma ferramenta computorizada que permita conjugar a facilidade

da gestão da informação de artigos com a eficiência na gestão de sistemas de planeamento e controlo da

produção. O estudo que se propõe enfrentará matérias como referenciação genérica de artigos, numa ótica de

simplificação de gestão da informação de artigos, e sistemas computorizados de integração de áreas funcionais

dos sistemas de gestão e programação da produção, através do software Generic Production Planning and Control

(GenPPC).

1.1 Motivações

Segundo Hameri & Nihtilä (1998), as organizações a operar na indústria transformadora medem esforços numa

tentativa de mudança nos objetivos de desenvolvimento, dado que melhorias nos seus sistemas produtivos estão

já, na maioria dos casos, na sua capacidade máxima de evolução.

Os mesmos autores acreditam que as organizações vencedoras do desafio de mudança serão aquelas que

dominarão a gestão de informação, devido à possibilidade de relação com objetivos organizacionais, como o

aumento da produtividade, a redução de prazos de entrega e de ciclos de design. No entanto, no trabalho que têm

vindo a desenvolver junto de oito empresas a operar a nível mundial, é comprovado que as aplicações, existentes

no mercado para a gestão de informação de artigos, não são totalmente capazes de atingir a eficiência esperada.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

3

A principal falha consiste na incapacidade de fornecer meios flexíveis para relacionar, coerentemente, toda a

informação dos produtos durante as fases principais dos seus ciclos de vida.

Outro problema é identificado por Leong, Yu, & Lee (2002), que afirmam que o maior obstáculo que as

organizações hoje em dia enfrentam é a ineficiente troca de conhecimento, devido à falta de definição e

padronização ajustadas de dados relativos a produtos e processos. Assim, os autores recomendam que a

informação gerada durante o projeto de engenharia deva ser a usada no planeamento de recursos necessários

para a realização do produto, de modo a permitir avaliações de disponibilidade de recursos e necessidades de

materiais.

Posto isto, a principal motivação desta dissertação será provar que a solução para as organizações que pretendem

ser líderes, do mercado competitivo e segmentado no setor da indústria transformadora em que se inserem, fora

já desenvolvida na Universidade do Minho, no departamento de Produção e Sistemas, e se designa como Generic

Production Planning and Control (GenPPC).

1.2 Objetivos e contribuições esperadas

O objetivo principal deste trabalho é reconhecer, documentar e classificar as ferramentas propostas pelo sistema

GenPPC para a representação de informação sobre artigos, e o estudo de como esta gestão de informação de

artigos poderá influenciar a programação da produção. De forma a desenvolver o objetivo proposto, têm-se como

objetivos específicos:

i. Revisão da literatura

Trata-se de um levantamento bibliográfico sobre as matérias principais necessárias nas áreas de sistemas de

produção e de sistemas de informação. Esta revisão bibliográfica servirá como fundamento teórico para

homogeneização de conceitos a serem estudados e desenvolvidos.

ii. Identificação e descrição das funções, e respetivos processos, da área funcional “Gestão de Informação

de Artigos”

Pretende-se identificar, classificar e descrever as funções da área funcional de gestão de informação de artigos

numa perspetiva de GenPPC e segundo os princípios de referenciação genérica.

iii. Documentação de procedimentos através da utilização de GenPPC para a modelação de informação de

artigos

Para a documentação de procedimentos, a estratégia é a modelação em GenPDM da informação de artigos

descrita num caso de estudo. O caso de estudo servirá ainda para exemplificação de situações de decisão de

modelação e simulação de comportamentos. O objetivo consiste, assim, na criação de um manual, com o intuito

de criar um guia de utilização, que permita a novos utilizadores do software uma implementação rápida do seu

cenário de produção e dos seus produtos. Espera-se que sirva como um apoio no processo de utilização contínua

INTRODUÇÃO

4

do software e como uma ferramenta de auxílio quando um novo utilizador pretender fazer alguma alteração aos

processos e produtos já implementados, por ele, no software.

iv. Avaliação das funcionalidades do software utilizado em satisfazer as necessidades de informação da

programação de produção

Face às necessidades de informação para a programação da produção, será feito um estudo dos impactos da

representação de artigos no software nos processos necessários às funções da competência da programação da

produção.

1.3 Organização da dissertação

Com o intuito de atingir todos os objetivos propostos, o presente documento é dividido em sete principais capítulos,

onde o primeiro é o mesmo em que se insere esta descrição do conteúdo de trabalho, a Introdução. O segundo

capítulo designa-se por “Revisão Bibliográfica”, e pretende descrever bibliograficamente as principais matérias das

áreas de estudo para homogeneização dos conceitos a aplicar em todo o trabalho desenvolvido.

Com o título “Modelo Generic Product Data Management”, o terceiro capítulo descreve o caso de estudo através

da caracterização de artigos e o processo produtivo destes, descrevendo as condições e conceitos necessários

para a modelação em GenPPC. Assim, o capítulo tem como principal foco a descrição dos conceitos de GenPDM

e o esboço da representação da informação dos artigos do caso de estudo.

No quarto capítulo, “Funções e Processos de Gestão de Informação de Artigos”, são apresentadas e descritas

todas as funções respetivas à gestão de informação de artigos e identificados os processos de cada função. Na

identificação das funções é ainda realizada uma padronização dos processos. No seguimento, o sexto capítulo

corresponde ao guia de utilização segundo as funções e os processos identificados e é designado por “Generic

Product Data Management – software”. No mesmo capítulo é realizado um resumo das relações de dependência

entre funções através do confronto entre a informação que cada função cria e aquela que utiliza de outras funções.

O capítulo do estudo relativo à programação de produção é apresentado no sétimo capítulo. No capítulo é

apresentado o papel da gestão de informação de artigos na programação da produção através dos impactos que

a representação dos artigos efetuada em GenPDM tem nas funções da competência da programação e

monitorização da produção.

O último capítulo, “Conclusões” e “Trabalhos Futuros”, corresponde aos principais resultados, expetativas e

concretizações, e às oportunidades de melhoria/continuação do trabalho desenvolvido, acreditando-se que trarão

mais-valias à utilização de GenPPC.

Em modo de nota, sempre que existir “texto a azul” no corpo da dissertação é possível premir CTRL e selecionar

o texto de modo a efetuar a deslocação para o local de destino da hiperligação. Esta estratégia prende-se

unicamente para facilitar ao leitor encontrar a informação que necessita quando utiliza o documento em formato

digital.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

5

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O presente capítulo destina-se a uma revisão literária sobre os principais temas que se consideram fundamental

compreender. Assim, esta revisão consiste na análise do que diversos autores doutrinam acerca de assuntos como

customização em massa, sistema de planeamento e controlo da produção, e todos os outros conteúdos essenciais

à elaboração desta dissertação.

2.1 Customização em massa

Quando se fala em filosofias de produção, tende-se a pensar em dois paradigmas extremos. Isto é, se de um lado

do espetro está a mentalidade tradicional de produzir o máximo volume com o mínimo de variedade nos produtos,

designada como “Produção em Massa”, do outro encontra-se a mentalidade de baixo volume com a máxima

variedade de artigos, “Produção Customizada”.

Entenda-se que estes paradigmas são antíteses não só no pensamento da filosofia como nas caraterísticas, se o

primeiro reverte em custos baixos e reduzida espera por parte do consumidor, o segundo é sinónimo de preços

especiais com esperas especiais para pedidos especiais.

No entanto, ambos os paradigmas se encontram desajustados à realidade do mercado atual. Tu, Vonderembse,

& Ragu-Nathan (2001) declaram que as empresas enfrentam um grave problema de gestão ao operar sobre

qualquer um deles, relevando-se disfuncional para empresas que pretendam atingir competitividade global, no

ambiente de rápida mudança que se vive hoje em dia. Assim, os mesmos autores defendem que as organizações

devem efetuar mudanças fundamentais no pensamento de gestão, assim como no design dos sistemas de fabrico,

representando estas mudanças avanços tecnológicos e novas práticas de gestão.

As mudanças apresentadas por Tu, et al. (2001) devem, segundo Fogliatto, da Silveira, & Borenstein (2012),

assegurar agilidade e capacidade de resposta rápida às mudanças dos atuais níveis de globalização e de

competição dos mercados. Os autores acreditam que as mudanças devem basear-se em novas tecnologias de

informação, que permitam aos sistemas de produção entregar elevada variedade a baixos custos, e no paradigma

da “Customização em Massa”, do inglês “Mass Customization” (MC).

MacCarthy, Brabazon, & Bramham (2003) e Gomes, Martins & Lima (2011b) definem, de forma abrangente, MC

como um ideal de desempenho que consiste em dar aos clientes, de um mercado de massa, a oportunidade de

ter um produto adaptado às suas necessidades, “quando, onde e como eles quiserem”, através de economias de

escala que permitam customizar bens como na produção customizada, mas de forma extremamente acessível

como a produção em massa.

De forma mais concreta, Fogliatto, et al. (2012) definem MC como a habilidade de providenciar produtos ou

serviços customizados em grandes volumes através de processos flexíveis e a um preço racionalmente baixo.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

6

Então, os autores argumentam que MC pode ser vista segundo uma estratégia a praticar através de sistemas que

usam tecnologia de informação, processos flexíveis, e estruturas organizacionais para entregar um vasto leque de

produtos ou serviços que irão de encontro às necessidades específicas dos consumidores individuais com um

custo próximo dos produtos ou serviços da produção em massa.

2.1.1 Principais desafios impostos, fatores de sucesso e implicações de gestão

As expectativas dos consumidores de MC são exigentes ao ponto de se encontrarem a meio do mundo da produção

em massa e da produção customizada. Esta situação reporta uma série de desafios às organizações a operar em

MC, sendo assentes em três principais impulsos como: custo (na procura de oportunidades de economias de

escala), recursos (na tentativa de gestão de variedade e complexidade de artigos) e tempo (no desafio da rápida

resposta ao mercado). (Eastwood, 1996) (J. Jiao, Ma, & Tseng, 2003)

Estes desafios desencadeiam nas organizações diferentes ações em diferentes departamentos, sendo que as áreas

funcionais mais afetadas serão a área de gestão de negócios (através de mudanças na estratégia organizacional),

de engenharia (sendo exigido maiores desenvolvimentos do produto e melhorias de processos e de produção) e

de informática de gestão (por enfrentar desafios de tecnologia informática e de sistemas de suporte à decisão) -

Gomes et al. (2011b).

No entanto, Eastwood (1996) escreve no seu trabalho que MC não deve ser vista como uma monolítica solução

de processos muito complexos e contextualizados para a implementação de flexibilidade, agilidade e sistemas

focados. A autora defende que para implementar MC é necessário integrar diferentes tecnologias de fabrico e

informação numa estrutura capaz de combinar fatores humanos e tecnológicos. Fogliatto, et al. (2012) reforçam

o mesmo e, no seu trabalho de revisão da literatura, esboçam os fatores de sucesso que uma empresa precisa

de garantir, de forma a vir a ser competitiva numa estratégia MC. Estes fatores dependem de variáveis humanas

ou tecnológicas, internas ou externas, e são descritos como:

1. Deve existir procura por variedade e personalização dos produtos que a organização produz: os clientes

devem estar dispostos a comprar produtos customizados e a organização deve ter a habilidade de produzir o que

os seus clientes esperam no tempo aceitável e segundo um custo reduzido.

2. As condições de mercado devem ser apropriadas: fator relacionado com tempo em que a organização

será capaz de desenvolver a sua estratégia MC. Em mercados globais e segmentados, é necessário ser pioneira

em tudo, de forma a ser vista segundo o mercado como inovadora, conquistando a sua posição.

3. Cadeia de valor deve estar preparada: de modo que a estratégia MC adotada seja bem-sucedida, a

organização precisa que a sua cadeia de abastecimento trabalhe de forma colaborativa e próxima, garantindo que

matérias-primas chegam quando necessárias à organização e que todas as entidades da cadeia de valor estejam

amplamente conectadas para trocas de informação eficientes.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

7

4. A tecnologia necessária deve estar disponível: a empresa precisa de garantir que terá a tecnologia

necessária para lidar com séries grandes de informação e com processos flexíveis avançados.

5. A customização de produtos deve ser possível: os produtos devem possuir características que possam

ser modularizadas, versáteis e constantemente renováveis.

6. O conhecimento deve ser partilhado: uma estratégica dinâmica depende da habilidade de traduzir a

procura de mercado em novos produtos e serviços, e esta capacidade de tradução apenas é possível se as

organizações possuírem uma troca de conhecimento transparente e sem barreiras entre os seus demais

departamentos.

Estes seis fatores são, na opinião de Tu, et al. (2001), demasiado ambíguos para orientar um eficaz

desenvolvimento de um plano de implementação de MC. Os autores acreditam que empresas que procurem ser

competitivas através de uma estratégia MC devem reconhecer que as práticas orientadas à produção devem ser

otimizadas, por forma a se obter o desempenho que se pretende. As práticas mais importantes, na visão dos

autores, para se produzirem maior quantidade de produtos com maior variedade, enquanto se mantêm níveis de

qualidade, grandes volumes de produção e preços baixos, consistem em:

Melhorias no tempo de setup de reengenharia: reduzir ao mínimo possível os tempos de mudança de

um produto para outro, de forma a aumentar a disponibilidade de recursos, e, consequentemente, aumentar a

capacidade produtiva, permitindo reduzir os custos por unidade e elevar a quantidade de produtos oferecidos aos

clientes.

Produção celular: agrupar artigos com semelhantes caraterísticas de design e requisitos de produção,

conduzindo à redução de custos de produção, de movimentação de materiais, de inventário work-in-progress e de

tempos de atravessamento, devido a todos os equipamentos e materiais necessários à produção de partes estarem

localizados apenas num único sítio.

Adequadas habilidades de manutenção preventiva: minimizar baixas dos equipamentos que podem

reduzir a disponibilidade dos equipamentos, e, por consequente, reduzir a capacidade necessária para produzir a

quantidade e a variedade pretendida para satisfazer a procura.

2.1.2 Níveis de Customização

A adoção de estratégias para aumentar a competitividade provoca um grande aumento da diversidade de artigos

com que a organização tem que lidar. Os impactos da diversidade são, normalmente, agravados em ambientes

de MC, sendo que existem vários graus de customização que uma organização pode oferecer ao seu consumidor

final, ao mercado que está inserida ou que pretende ingressar.

Acerca dos graus de customização não existe grande consenso na literatura. As entidades de conhecimento

retratam os graus segundo diferentes abordagens, sendo apresentado na Tabela 1 um resumo das abordagens

mais aceites.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

8

Tabela 1 – Resumo das abordagens dos autores face aos graus de Customização

Autores Graus de MC Abordagem

Gilmore & Pine (1997) Colaborativa Adaptativa Cosmética Transparente

Níveis da Customização

Lampel & Mintzberg (1996) Pura standardização Standardização segmentada Standardização customizada Customização adaptada Pura customização

Estratégias da Customização

Pine (1999) Serviços customizados Customização de produtos Customização incorporada Customização da entrega

Estágios da Customização Modular

Spira (1996)

Embalamento Customizado Serviços Customizados Trabalho Adicional Customizado Montagem Modular

Tipos de Customização

(Ross, 1996) Pura Customização Customização “pós-produto” Customização em loja Auto-customização Customização puxada

Categorias de Customização

Alford, Sackett, & Nelder (2000) Pura Customização Customização opcional Customização formulada

Estratégias de Customização

Fogliatto, et al. (2012) Design Fabricação Montagem Adicionais serviços Trabalho adicional customizado Embalamento e distribuição Uso adaptável Pura Standardização

Níveis Genéricos de Customização

Relativamente a todos os autores apresentados na tabela, é necessário apresentar detalhadamente os níveis

genéricos desenvolvidos por Da Silveira, et al. (2001), validados mais tarde pelos mesmos, e por Fogliatto, et al.

(2012). Os níveis de customização expostos consistem numa compilação de todas as definições e abordagens

mais citadas e relevantes que existem na literatura sobre níveis de customização.

Os autores batizam os níveis de customização como “níveis genéricos” pois podem ser vistos quer como

estratégias, quer como estágios e tipos de customização. Os oito níveis genéricos de customização são

classificados como:

Pura Standardização: mínima customização possível, sendo mesmo comparada à produção em massa.

Uso adaptável: customização do produto após a entrega, sendo adaptável a diferentes funções e

situações. Este nível não requer flexibilidade de processos mas de caraterísticas do produto.

Embalamento e distribuição: este nível fornece customização na distribuição e embalamento do produto

final segundo específicos segmentos de mercados.

Serviço personalizado para produtos padrão: normalmente ni produto de entrega, e corresponde à adição

de um serviço.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

9

Trabalho adicional customizado: nível de customização fornecido, normalmente, no ponto de entrega,

pela realização de algum trabalho especializado em produtos standardizados.

Montagem: customização de produto somente nos processos de montagem, sendo vulgarmente

associado a produção modular, onde a customização está na escolha dos módulos standard a montar,

segundo diferentes configurações de acordo com as ordens do cliente.

Fabricação: refere-se ao fabrico de produtos sob medida para os clientes, seguindo um básico e

predefinido design.

Design: máximo grau de customização onde o produto é desenhado, fabricado e entregue de acordo com

as preferências individuais de cada cliente.

2.1.3 Exemplos de aplicação

O conceito de customização em massa tem emergido desde os anos 80 e pode ser visto como um natural

acompanhar da flexibilidade e otimização dos processos em relação a requisitos de qualidade e custos (Fogliatto,

et al., 2012). Os exemplos de aplicação de técnicas MC surgem mesmo antes de o conceito explodir como uma

revolução industrial.

Fazendo a alocação histórica da utilização de MC, e contrariamente ao esperado, o primeiro exemplo, e mais

antigo encontrado na literatura, vem de Henry Ford com o seu Model T (Alizon, Shooter, & Simpson, 2009). O

Model T foi lançado em outubro de 1908 e produzido até maio de 1927, sendo o volume produzido estimado em

quinze milhões de carros.

Henry Ford é considerado pela maioria dos entendidos como o pai da produção em massa e reconhecido segundo

a sua velha máxima de que os seus clientes “podem escolher qualquer cor desde que seja preto”. No entanto foi

pioneiro na introdução de processos atribuídos à MC através da adaptação de técnicas da produção de armamento

dos E.U.A (técnicas de produção em massa) com as da indústria de embalamento de carne (técnicas de produção

customizada). A abordagem de Henry consistia em construir os carros sobre a mesma plataforma comum, mas

com profundo grau de customização. Ou seja, os diferentes carros produzidos do mesmo modelo partilhavam

módulos, componentes e processos de produção, mas eram montados segundo as necessidades e requisitos dos

clientes. Portanto, na realidade, Henry Ford usava já na sua filosofia de produção técnicas da MC como plataformas

de produtos, modularidade e customização.

O ciclo da gestão de variedade do modelo constava no desenvolvimento e melhoria contínuos, em grandes níveis

de produção, da plataforma comum (correspondendo à metade inferior do carro – chassi representado na Figura

1), enquanto a metade superior era talhada conforme as necessidades dos consumidores, quer esta customização

fosse feita pela Ford ou por empresas especializadas.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

10

Figura 1 – Plataforma inferior do Model T

Com esta abordagem, Henry Ford conseguiu, em dezanove anos, desenvolver uma linha de produto com cerca

de cinco mil atualizações, e mais de centenas de variantes dos onze principais modelos gerados na família Model

T através de propriedades diferenciadoras como a cor exterior, o interior ou a quantidade de módulos inseridos na

estrutura do carro.

Outro exemplo da aplicação de MC remete para o ano de 1987, com o caso da National Industrial Bicycle Company

of Japan (NIBC), reportado por Kotha (1996). É importante referir o exemplo em questão, numa perspetiva de

utilização de um bom sistema de informação que suporte um sistema de MC.

A NIBC pretendia criar um sistema de produção e entrega que permitisse uma clara diferenciação da marca face

à concorrência, na customização de bicicletas segundo as especificações dos seus clientes. A empresa possuía

uma fábrica em funcionamento de produção em massa (Mass Production – MP), e decide mantê-la e conjugá-la

com uma segunda de MC, permitindo à empresa entregar bicicletas personalizadas a clientes individuais com um

prazo de entrega de duas semanas.

A abordagem de produção considerada pela empresa é sustentada em duas estratégias em simultâneo. A primeira

estratégia é manter todas as famílias de bicicletas na fábrica de MP, onde a ligação aos clientes é indireta. A

segunda estratégia é produzir a nova família de produtos na fábrica de MC em parceria com a de MP, através da

ligação direta com os consumidores.

A fábrica responsável pela MP tenta atingir um grande segmento de mercado e é organizada segundo linhas

tradicionais de eficiência. A produção neste espaço é programada tendo em consideração a eficiência e economias

de escala. Sendo que as bicicletas produzidas são para efeitos de inventário nas lojas ou nos retalhistas segundo

precisões da procura. Tipicamente de um modelo de MP, este espaço da NIBC persegue uma estratégia de baixo

custo.

Por sua vez, a fábrica em regime de customização em massa tem como objetivo satisfazer um pequeno segmento

de mercado através da diferenciação. É responsável por receber a seleção de opções dos clientes acerca das

características do produto, como cores, modelos, tamanhos e componentes. Estas escolhas permitem à NIBC ter

cerca de oito milhões de possíveis variantes de bicicletas, e a produção de cada bicicleta nesta fábrica começa

exatamente na receção de cada uma das ordens de bicicletas individualizadas, sendo a bicicleta expedida no

mesmo dia que os processos de transformação começam.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

11

O sucesso da abordagem da NIBC está, assim, na conjugação destas duas estratégias, no que cada estratégia

pode oferecer à outra através de transferências de informação e de recursos entre as duas fábricas. Considerando

que a informação sobre os produtos que é processada em MC é obtida diretamente dos consumidores finais, esta

informação pode ser usada por MP para criar produtos standard mais próximos da tendência dos pedidos do

consumidor, ou seja, mais próximos e atualizados daquilo que o mercado deseja. A NIBC usa assim, a informação

sobre as bicicletas únicas e customizadas pelos clientes individuais para criar novas bicicletas standard com

combinações de cores e componentes para serem produzidos em maior volume.

Assim, o caso NIBC prova que uma empresa que se pretenda distinguir pode partir de MP para MC desde que

garanta que o seu sistema é capaz de processar ordens diferenciadas de produção, bem como de contribuir para

a melhoria dos seus processos responsáveis pelo baixo custo e prazos de entrega. Este caso demonstra ainda a

possibilidade de se produzir sobre MP e MC em simultâneo.

Um último exemplo que se considera relevante referir, trata-se de um exemplo dos dias correntes onde a

customização é levada quase ao extremo através de produção modular. O exemplo dispensa grandes explicações

de funcionamento e diz respeito ao carro Smart. O cliente tem a possibilidade de customizar o seu carro,

escolhendo as especificações que pretende no concessionário, e em pouco receber o carro através da adaptação

de módulos. A estratégia de customização através de produção modular permite à marca atingir grande número

de variantes de carros Smart com um reduzido prazo de entrega ao cliente.

2.2 Sistema de Planeamento e Controlo da Produção

Vollmann, Berry, Whybark, & Jacobs (2005) acreditam que um sistema de planeamento e controlo da produção

(PCP) é aquele que se preocupa com todos os aspetos da produção, desde a gestão de materiais e do

escalonamento de equipamentos e recursos até à coordenação de fornecedores e clientes. Assim, falar em PCP

é falar, obviamente, em apoio a tomadas de decisão.

Quando se gere uma organização, em contextos de produção, é preciso decidir as estratégias a seguir, os fluxos

de material a manter, as alocações de equipamentos e recursos humanos necessários, e todos os demais aspetos

que permitam satisfazer as necessidades dos clientes, dos segmentos de mercado onde pretende competir. Desta

forma, o horizonte temporal em que se planeia é o intervalo de tempo em que será o sucesso da organização

afetado por uma decisão.

Existem três horizontes temporais a ter em conta em PCP, sendo eles designados por longo prazo, médio prazo,

e curto prazo. A cada horizonte temporal está associado um estágio do sistema PCP e um nível de agregação da

informação, apresentada na Figura 2.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

12

Planeamento Agregado de Produção

Long

o Pr

azo Planeamento Estratégico de Produção

Gestão de RecursosGestão Comercial Gestão FinanceiraM

édio

Pra

zo

Planeamento Diretor de Produção

Planeamento Agregado de Capacidade

Planeamento de Necessidades de Capacidade

Planeamento de Necessidades de Material

Lançamento de Ordens de Compra Lançamento de Ordens de Produção

Cur

to P

razo Programação e Monotorização da

Produção

+

-

Agreg

ação d

e Inform

ação

Controlo de Stocks

Ges

tão

de In

form

ação

de

Art

igos

Figura 2 – Relação «Horizonte Temporal vs. Planeamento vs. Agregação de Informação»

A descrição apresentada nos parágrafos seguintes sobre cada um dos planeamentos é baseada em fundamentos

apresentados por Vollmann, et al. (2005), Lima (2011), Santillo (2012) e Gomes (2013):

Planeamento Estratégico de Produção

O planeamento estratégico vê a organização como uma caixa preta – entram matérias-primas e saem produtos

finais – com uma projeção dos próximos 3 a 5 anos da organização. As variáveis são volumes agregados de artigos

(e.g. número de carros a produzir), preços e fluxos financeiros, onde o plano resultante corresponde a um

orçamento de produção segundo um plano de vendas (de acordo com o cliente ou com o mercado) e custos

standard. Em suma, o plano estratégico comunica o que a organização se considera capaz de produzir.

Planeamento Agregado de Produção

O planeamento agregado de produção reflete o planeamento estratégico para uma projeção normalmente de um

ano, tendo como objetivo traduzir os volumes de produção em famílias de produtos, e os custos em recursos.

Vollmann, et al. (2005) consideram o planeamento agregado de produção como a primeira fase real do sistema

PCP, e a afirmação é partilhada pelos restantes autores quando identificam este planeamento como a reunião da

informação dos departamentos da Gestão Comercial, da Gestão de Recursos e da Gestão Financeira. Cada

departamento tem assim a sua função e o primeiro é responsável pela gestão da procura e por fornecer a

informação do que o mercado necessita – através de atividades como previsão da procura, receção de pedidos

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

13

dos clientes –, gerando necessidades agregadas de capacidade. O segundo, por sua vez, controla toda a

informação e necessidade de mão-de-obra, e dos custos associados a recursos, e desenvolve o plano agregado

de recursos. Por último, o terceiro elabora o plano de vendas e operações através do confronto entre as

necessidades de capacidade geradas pela gestão da procura com o plano agregado de recursos, e define as

estratégias a adotar quando a capacidade produtiva necessária é superior à instalada.

Planeamento Diretor de Produção

O planeamento diretor de produção (PDP) é considerado por Vollmann, et al. (2005) como o «motor» da produção

e tem como principal objetivo o apoio à decisão de quando e quanto se produzir, de modo a satisfazer o cliente e

tirar maior partido dos recursos instalados segundo as técnicas de produção adotadas (produção nivelada,

seguimento da procura, … ou mistura da mais do que uma técnica). O PDP consiste na análise de previsões da

procura, de encomendas e da quantidade de produtos disponíveis em cada período, por forma a ter como output

o plano diretor de produção que reporta a quantidade de produtos finais a se produzir em todos os períodos do

horizonte e a informação da quantidade que é capaz de fornecer a novos clientes.

Planeamento Agregado de Capacidade

O PDP é apoiado no planeamento agregado de capacidade – ou planeamento diretor de capacidade segundo o

trabalho desenvolvido por Lima (2011) – e permite confirmar a possibilidade de produzir a quantidade pretendida

no intervalo de tempo deliberado. O plano resultante consiste no estudo da utilização dos recursos, por mês ou

por semana, com base nos perfis de recursos e no histórico de utilização em produtos acabados segundo técnicas

conhecidas como “Fatores Globais”; “Listas de Capacidades”, e “Perfis de Recursos” (o detalhe do plano aumenta

conforme se avança na aplicação das técnicas).

Planeamento de Necessidade de Materiais

Da tradução do Inglês Material Requirements Planning (MRP), este planeamento tem como responsabilidade o

cálculo de todas as necessidades de material em função do planeado no PDP sobre a quantidade e o período de

produção dos produtos finais. O MRP apresenta, portanto, tudo aquilo que se tem que comprar e que produzir, e

quando estas atividades têm que ser feitas, a partir da explosão da lista de materiais dos produtos presentes no

PDP. O MRP necessita de ser compatível com o PDP para que este último seja exequível (e.g. o PDP começa no

dia 24 deste mês e o MRP não pode sugerir encomendar/comprar/produzir antes dessa data para PDP ser

possível).

Plano de Necessidades de Capacidade

Conhecido como Capacity Requirements Planning (CRP), é responsável por adaptar a capacidade instalada à

capacidade necessária, tendo como base a gama operatória de cada artigo e os recursos para cada operação.

Paralelamente ao que acontece com o MRP, o CRP necessita de ser harmonizável com o PDP para que o plano

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

14

seja possível. É importante esclarecer que em casos onde a capacidade necessária para realizar o PDP seja

superior àquela instalada, não se deve rejeitar de imediato o PDP, sendo necessário verificar se as estratégias

para confronto de capacidade, definidas no planeamento agregado, serão capazes de fazer frente ao

distanciamento entre a capacidade instalada e necessária.

Lançamento de Ordens de Compra e de Produção

De seguida, são lançadas as ordens de compra e de produção dando origem, numa perspetiva do GenPPC, a

ordens de programação, entrando nesta fase no horizonte temporal do curto prazo.

Programação e monitorização da produção

Vollmann, et al. (2005) designam esta área funcional como “Production Activity Control” e descrevem-na como a

execução dos planos detalhados de materiais onde a principal preocupação é a programação e controlo dos

trabalhos individuais nos centros de trabalho no espaço fabril. À programação da produção compete, portanto,

traduzir o que foi planeado para o espaço fabril através da criação de conjuntos postos de trabalho e colaboradores;

da atribuição de operações a postos; da alocação de trabalhos individuais à fila dos postos; e do abastecimento

de materiais aos postos. Os autores identificam ainda como elemento-chave para uma programação eficiente o

feedback do desempenho do espaço fabril face aos planos elaborados nas etapas anteriores, e este feedback

corresponde ao controlo da aptidão dos fluxos reais de materiais no cumprimento de planos, e à atuação quando

estes não estão a ser suficientemente eficientes.

Gestão da Informação de Artigos

Normalmente conhecida como Product Data Management (PDM), a esta área funcional compete garantir a

eficiência do sistema produtivo de uma organização, e o cumprimento de cada função das restantes áreas

funcionais, devido ser da sua responsabilidade o input de informação ao longo de toda a cadeia de gestão. A

informação que gere e disponibiliza consiste na informação sobre caracterização de artigos, definição de listas de

materiais e de gamas operatórias.

2.3 Gestão da Informação de Artigos

Um sistema PCP tem que ser capaz de lidar com ambientes de grande diversidade de artigos, i.e., as suas funções

têm que ser capazes de permitir um funcionamento eficaz e eficiente da produção de uma organização a operar

em MC. Uma das áreas funcionais com maior impacto na gestão da diversidade em sistemas PCP é a área

funcional PDM, devido ao apoio na gestão de toda a informação, resultante do processo de desenvolvimento de

artigos e necessária ao sistema PCP, com que a organização tem que trabalhar.

Gao, Aziz, Maropoulos, & Cheung (2010) acreditam até que esta seja a área funcional mais importante dentro de

uma organização dada a sua intervenção na fase de desenvolvimento de produtos e na manutenção destes ao

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

15

longo da sua vida útil, até ao desenvolvimento e execução de processos de produção, venda e entrega ao

consumidor final. Os autores alertam para o grau de exigência de eficiência nesta área funcional ter vindo

tendencionalmente a aumentar, devido às necessidades emergentes das organizações de introduzirem produtos

no mercado o mais rápido que lhes for possível.

O lead time de lançamento de um produto depende de todas as fases desde a sua projeção à sua expedição, e

portanto o tempo de desenvolvimento do produtos e dos seus processos produtivos devem ser os mais curtos

possíveis. Assim, Gao et al. (2010) acreditam que a solução passa por facilitar um fluxo contínuo de informação

entre todos os departamentos da organização, sendo que informatizando um sistema PDM compatível será

possível organizar, aceder e controlar todos os dados relacionados dentro da organização. Esta doutrina é

partilhada por Mesihovic & Malmqvist (2000), que argumentam que sistemas PDM são usados como estratégia

de encurtar o tempo de desenvolvimento de um artigo e do seu processo venda-entrega, e assistida por Leong et

al. (2002), que na sua investigação ao longo de uma década presenciou a implementação em amplitude alargada

de sistemas PDM na indústria.

A utilidade do PDM é tão maior quando maior for o grau de diversidade dos produtos, a quantidade de produtos

da organização e o nível de integração requerida na organização. Esta afirmação deve-se aos sistemas PDM

ajudarem a modelar e a controlar a quantidade elevada de informação necessária ao design, à transformação e à

construção de artigos, bem como à manutenção posterior destes. Assim, é crucial que cada organização possua

um sistema PDM como uma ferramenta de suporte.

2.3.1 Funcionalidades de um sistema de gestão de informação de artigos

O sistema PDM vem agrupar todas as técnicas normalmente conhecidas nas organizações como “Enginnering

Data Management” (EDM), “Document Management”, “Product Information Management” (PIM), “Technical Data

Management” (TDM), “Technical Information Management” (TIM), “Image Management” e outras. Assim, é

previsível que os entendidos identifiquem como benefícios de um sistema PDM algumas facilidades associadas a

atividades como:

1. Configurar produtos;

2. Definir artigos e outras informações de design do produto;

3. Identificar especificações;

4. Integrar desenhos CAD e modelos geométricos;

5. Aplicar modelos de análise em busca de resultados;

6. Definir planos de processo de produção e rotas;

7. Controlar numericamente programas;

8. Introduzir software como componente de produtos;

9. Armazenar eletronicamente documentos, notas e correspondências.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

16

Estes benefícios são possíveis devido às funcionalidades que o sistema PDM engloba. Segundo Philpotts (1996)

e Yeh & You (2002) as funcionalidades dos sistemas PDM podem ser catalogadas de acordo com as funções para

o utilizador e as funções utilitárias. Sobre as funções utilitárias a literatura apresenta consenso e são identificadas

cinco funções. Estas funções são descritas por Philpotts (1996) como as funções responsáveis por simplificar o

uso do sistema e fornecer suporte às funções do utilizador, e explicadas por Yeh & You (2002) da seguinte forma:

Comunicação e Notificação – permitem que todos estejam atualizados sobre o projeto. É importante que

toda a organização esteja informada de quando alguma informação é atualizada e estas duas capacidades dão

suporte à transferência de informação e minimizam os atrasos e as incompatibilidades na comunicação.

Transporte de dados – controla a localização da informação e permite aceder a ela sem complicação de

transferência, permitindo transportar informação para outras localizações e aplicações sem que o utilizador tenha

preocupações com sistemas operativos.

Tradução de dados – facilita a conversão da informação segundo o formato necessário para aplicações

ou utilizadores, alterando de forma apropriada segundo predefinições do administrador.

Serviços de imagem – capacidades como armazenamento, visualização e associação com informação

gráfica de produtos. Estas capacidades permitem que os utilizadores como gestores e trabalhadores acedam a

desenhos técnicos ou outas informações de design através dos seus computadores ou terminais. Estes serviços

podem ainda acelerar o processo de mudança no produto.

Administração do sistema – controlo dos sistemas PDM, monitorização de operações como interfaces a

diferentes utilizadores e segurança de informação.

As funções do utilizador, segundo o que defende Philpotts (1996), são competentes a fornecer as capacidades de

um sistema PDM aos utilizadores segundo um interface apropriado. A Tabela 2 apresenta um resumo das funções

de utilizador identificadas.

As designações defendidas pelos autores para cada função de utilizador divergem, no entanto, quando analisados

os trabalhos desenvolvidos individualmente por cada um, as semelhanças nas descrições apresentadas para as

funções permitiram agrupá-las em cinco grupos funcionais, renomeados segundo as designações apresentadas

na tabela.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

17

Tabela 2 – Resumo das designações de funções de utilização segundo autores

Funções PDM segundo autores Nº referências Referências Designação selecionada

Arquitetura de dados e gestão de documentos

4 Mesihovic, Malmqvist & Pikosz (2004);

Philpotts (1996); Liu & Xu (2001) Svensson & Malmqvist (2001)

Arquitetura de dados e gestão de documentos

Gestão de documentação técnica

1 Peng & Trappey (1998)

Armazenamento de informação e gestão da arquitetura de dados

1 Kropsu-Vehkapera, Haapasalo, Harkonen & Silvola

(2009)

Gestão de documentos 2 Kropsu-Vehkapera et al. (2009); Yeh & You (2002)

Classificação 5 Mesihovic et al. (2004); Philpotts (1996);

Liu & Xu (2001); Svensson & Malmqvist (2001); Gascoigne (1995)

Gestão de configuração e classificação de produtos

Gestão da especificação de materiais

1 Peng & Trappey (1998)

Gestão de configuração de materiais

2 Schuh, Rozenfeld, Assmus & Zancul (2008)

Kropsu-Vehkapera et al. (2009)

Gestão de configuração e classificação de artigos

1 Yeh & You (2002)

Classificação de partes 4 Mesihovic et al. (2004); Philpotts (1996);

Liu & Xu (2001); Svensson & Malmqvist (2001); Svensson & Malmqvist (2001)

Gestão da estrutura do produto 10

Mesihovic et al. (2004); Philpotts (1996); Liu & Xu (2001); Svensson & Malmqvist (2001);

Peng & Trappey (1998); Schuh et al. (2008); Gascoigne (1995); Kropsu-Vehkapera et al.

(2009); Yeh & You (2002) Gestão da estrutura do

produto Gestão de realização de design 1 Weber, Werner & Deubel (2003)

Gestão de engenharia do produto

1 Peng & Trappey (1998)

Gestão de processos e fluxos 5 Mesihovic et al. (2004); Philpotts (1996); Liu & Xu

(2001); Svensson & Malmqvist (2001); Kropsu-Vehkapera et al. (2009) Gestão de processos e

fluxos de produção Gestão de fluxos 1 Weber et al. (2003)

Planeamento de produto 1 Schuh et al. (2008)

Gestão de fluxos e projetos 1 Yeh (2002)

Gestão de projeto 6 Mesihovic et al. (2004); Philpotts (1996);

Liu & Xu (2001); Svensson & Malmqvist (2001); Gascoigne (1995); Yeh (2002)

Gestão de projeto

Gestão e controlo de projeto 1 Weber et al. (2003)

Os seguintes parágrafos destinam-se à descrição resumida de cada grupo funcional, segundo o que é defendido

pelo conjunto de autores estudados.

“Arquitetura de Dados e Gestão de Documentos” – preparação de estruturas para armazenamento e

recuperação de informação sobre os artigos.

“Gestão de Configuração e Classificação de artigos” – classificação dos artigos através de atributos e

armazenamento da informação acerca destes nos sistemas PDM, sendo uma função de apoio à reutilização de

componentes padrão.

“Gestão da Estrutura do Produto” – configuração de listas de materiais e associação de versões e

variantes de design. A função fornece a lista de peças e permite definições de componentes e atribuição de

associações entre produtos e partes estruturais.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

18

“Gestão de Processos e Fluxos de Produção” – definição dos procedimentos para a manipulação de

dados em sistemas PDM e à gestão de processos de fluxos de produção e eventos de monitorização desses

processos. Esta função é descrita, de uma forma mais prática por alguns autores, como a função que fornece as

estruturas de divisão de trabalho e permite a coordenação entre a definição de operações no processo de um

artigo, a identificação de regras a estas associadas e de normas para a aprovação de cada etapa do processo.

“Gestão de Projeto” – desenvolvimento de uma rede hierarquizada de tarefas e materiais necessários

para completar um projeto, um produto.

2.3.2 Informação Base de Artigos

Todo o artigo de uma organização, independentemente se é comprado ou armazenado, produzidos interna ou

externamente, devem ter identificadas todas as suas propriedades que permitem distingui-lo dos restantes artigos.

A importância de identificar todas as suas propriedades deve-se, ainda, à necessidade de diferente informação

sobre o artigo para utilização em diferentes funções do PCP (Gomes, 2013).

Assim, os sistemas PCP necessitam, da informação das propriedades diretas dos artigos (como código e descrição,

lead time, classificação ABC,…), da informação acerca dos materiais a integrar nos artigos a produzir, dos

processos necessários para produzir os artigos, e dos recursos que permitem a execução desses processos com

esses materiais. Logo, é necessário que um sistema PDM, que dê suporte ao sistema de PCP, contenha

informação sobre listas de materiais dos artigos, listas de operações e gamas operatórias para produção dos

artigos, e recursos necessários à produção dos mesmos. Assim, nesta secção será feita a apresentação dos

conceitos “Listas de Materiais dos Artigos”, “Listas de Operações e Gamas Operatórias dos Artigos” e “Recursos

de Produção para os Artigos”.

Listas de Materiais dos Artigos

O primeiro grupo de informação que se descreve é denominado de listas de materiais dos artigos, do inglês Bill-

of-Materials (BOM). Segundo Vollmann et al. (2005), as BOMs podem ser entendidas como a lista específica de

componentes, e as quantidades respetivas, que constituem um artigo, ou, mais detalhadamente, segundo a

definição de Lima (2011) como “listas de todos os artigos intermédios, montagens, peças, e matérias-primas que

abastecem uma montagem “pai”, indicando a quantidade necessária de cada um para a montagem”.

Segundo o último autor, existe informação sobre os artigos que devem estar bem definidas quando estes são

introduzidos em listas de materiais, sendo as mais importantes: código e descrição dos artigos; unidade de medida

para estimar quantidades necessárias para produzir uma unidade de artigo “pai”; informação técnica dos artigos

como o prazo de entrega, stocks de segurança e quantidades e políticas de tamanhos de lote; relações entre os

artigos.

Este conjunto de informação tem máxima importância devido ao facto das BOMs serem, através da sua explosão,

os inputs ao sistema PCP que permitem o suporte a outras funções como:

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

19

• Engenharia do produto, dizendo respeito ao próprio PDM: a importância de listas de materiais em

sistemas PDM é diretamente proporcional à customização de produtos. Sendo que listas de materiais

são uma ferramenta útil na gestão da quantidade de informação e poderosa no processo de reengenharia

dos produtos onde é necessário discutir ideias de alterações de produtos e controlo de versões, dado que

permite homogeneizar a informação base de cada variante de artigo.

• Gestão Comercial: como responsável por comprar todos os materiais necessários e vender todos os

produtos produzidos e comercializáveis, torna-se importante conhecer códigos dos produtos existentes

para venda bem como de artigos para compra assim como os seus fornecedores.

• PDP: dado que determina necessidades de entrega de produtos acabados e artigos de substituição, é

essencial que a sua identificação dependa da estrutura do produto devido a informação para prazos de

entregas de artigos.

• MRP: a determinação da quantidade necessária de artigos a produzir ou a comprar deve ser feita em

função dos produtos necessários para entrega, e, portanto, deve ser calculada através de todos os

componentes necessários a estes, e presentes nas suas BOM.

• CRP: a informação acerca dos artigos a produzir, e em que quantidades, permite escalonar a capacidade

produtiva necessária de forma eficiente.

• Programação da Produção: dadas as relações entre artigos na BOM dos artigos é possível prever que a

estrutura hierárquica do produto traduza o percurso de produção do produto.

Relativamente à representação das BOMs, estas podem ser representadas segundo dois tipos e quatro estruturas

distintas, sendo que independentemente do tipo e da estrutura, a BOM apresenta sempre a hierarquia dos

materiais no artigo “pai”. No que concerne aos tipos de BOM, estas podem ser do tipo multinível (são

representados todos os níveis de introdução de artigos no produto final, desde as matérias-primas aos

semiacabados) ou do tipo único (corresponde à representação de apenas os artigos com entrada direta no produto

pai). As estruturas de representação de BOM podem corresponder a listas indentadas, a árvores, a matrizes ou a

redes de artigos (Figura 3).

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

20

Figura 3 – Exemplos de representação de BOMs: a) em lista indentada; b) em árvore; c) em matriz; d) em rede de artigos

Uma BOM apresentada segundo uma lista indentada corresponde a uma BOM expressa em forma de texto, onde

os dados são armazenados de modo a representar a informação de forma simples e com reduzida ocupação de

espaço do sistema. Uma BOM em lista indentada terá o número de indentações equivalente ao número de níveis

que se pretende representar. A estrutura em árvore é a representação mais utilizada pelos sistemas de

representação de informação, segundo Lima (2011). A estrutura de representação de artigos em matriz é uma

estrutura menos consensual com a vantagem de puder a vir a ser utilizada para cálculos de necessidades de

materiais, contudo sem entrar em consideração lead times. Por último, as estruturas em rede de artigos podem

assumir formas variadas, no entanto a figura retrata as redes de artigos de Scheer, onde as BOMs são

apresentadas similarmente como nas estruturas em árvore, com a diferença de cada elemento da lista ter uma

classificação visual – componentes e matérias-primas com círculo, semiacabados com quadrado, e produtos finais

com círculos de dupla linha.

Listas de Operações e Gamas Operatórias dos Artigos

O segundo grupo de informação sobre artigos que se pretende rever refere-se à informação acerca dos processos

de transformação necessários à produção dos artigos. Estes processos são identificados segundo a lista de

operações do artigo, designados na literatura como Bill-of-Operations (BOO) ou pela gama operatória (Gomes,

2013).

As BOOs são, em concreto, o conjunto de operações que permite as mudanças de estado de um artigo para o

outro, ao longo da hierarquia da BOM, até se concretizar o produto final, sendo que cada operação possui um

determinado tempo de execução. Assim, tal como a BOM se refere a estruturas de artigos com necessidades e

consumos de artigos, a BOO refere-se a estruturas de operações com necessidades e consumos de operações

(Lima, 2011).

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

21

No que diz respeito a informação base nas BOOs, é necessário informação que permita relacionar os artigos que

resultam de cada operação com os consumidos, bem como a quantidade de trabalho à produção de um artigo.

Assim, a informação base que deve ser definida para cada operação a associar a BOO dos artigos é:

Código do artigo “pai” a associar as operações, por forma a identificar a que produção de artigo se

destina a BOO;

Código dos artigos consumidos por cada operação, ou seja, identificar quais os consumos de materiais

em cada operação da BOO;

Código e descrição da operação;

Centro de Trabalho, onde se realiza a operação e com que recursos;

Ferramentas a utilizar na execução da operação;

Tempos de Processamento.

Existe ainda, em alguns casos, a possibilidade de distinguir no tempo de processamento qual a percentagem

dedicada ao operador, e de identificar qual o tempo necessário à preparação das condições para execução de

determinada operação. Nenhum modelo de representação específico é destacado para a representação de BOOs

pois não representam toda a informação necessária ao sistema PCP, uma vez que não traduzem inter-relações e

restrições entre as operações.

Assim, é necessário introduzir o conceito de gamas operatórias, ou como Lima (2011) designa, rede de sequência

de operações. Apesar de Gomes (2013) considerar os conceitos de BOO e gama operatória equivalentes, a sua

designação insere-se no conceito de gama operatória que se pretende introduzir e que descreve a gama operatória

de artigos como a sequência de operações de produção para a transformação de uma BOO em um modelo

organizado de operações com regras de precedências. Para a representação de gamas operatórias, Lima (2011)

identifica as redes de Pert, como a modelação intuitiva e mais recorrida para representação de gamas operatórias,

sendo um exemplo demonstrado na Figura 4.

Figura 4 – Exemplo de uma gama operatória para transformação de um artigo no artigo “pai” (Lima, 2011)

A transformação de listas de operações em gamas operatórias permite a execução de funções em áreas funcionais

do PCP como:

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

22

1. CRP: estimar devidamente a capacidade necessária em todos os intervalos temporais, dado saber as

operações e os tempos necessários de execução para processar a quantidade necessária de artigos para

os produtos a entregar ao cliente.

2. Programação da produção: escalonamento de operações segundo as ordens de produção lançadas,

devido à informação detalhada de restrições e precedências de operações.

3. Controlo: obter registos de operações e tempos de execução, para controlo de desempenho do sistema

produtivo, através do desempenho teórico estimado com base na gama operatória com o desempenho

obtido no espaço fabril aquando à execução das operações.

Recursos de Produção para os Artigos

Ao se considerar a variável recursos como uma informação base dos artigos, consegue-se integrar devidamente

as funções necessárias à produção dos mesmos, ou seja, é possível uma perfeita integração entre gestão de

recursos, de operações e de artigos (Lima, 2011). Os recursos podem ser equipamentos, materiais ou pessoas.

Assim, é necessário que para as operações necessárias para transformação de artigos em artigos “pai” se conheça

os recursos necessários (onde, como e com o quê).

Posto isto, aquando à modelação de artigos é necessário ser definida informação acerca dos centros de trabalho

(postos de trabalho, sendo compostos por pessoas e equipamentos) e sobre ferramentas de auxílio à produção.

Exemplos de informação sobre postos de trabalho/centros (Lima, 2011): código e descrição; capacidade

disponível, possibilidade de artigos esperarem na fila e qual o tempo normal na fila de espera; operações que

podem ser executadas. Exemplos de informação sobre ferramentas de trabalho: código e descrição; local de

armazenamento; estados de existência e de disponibilidade; ferramentas alternativas; tempo de vida útil; unidades

de quantidade.

2.3.3 Modelos de Representação de Artigos

Cada sistema PDM necessita de ter a informação sobre os artigos representada sobre um modelo fundamentado.

Os modelos que podem sustentar um sistema PDM balançam entre modelos de referenciação direta e de

referenciação genérica de artigos, e é a este nível que a complexidade de um sistema PDM se define. Uma

distinção clara sobre ambos os modelos de referenciação é exposta por Gomes, Martins & Lima (2011a):

Referenciação direta: identificação única e independente para cada artigo, sendo essa identificação de

cada artigo feita através de um código de identificação, uma lista de materiais e uma gama operatória.

Referenciação genérica: identificação de artigos por famílias de produtos, sendo cada família identificada

por uma referência genérica com uma lista de materiais e uma gama operatória padrão para toda a

família.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

23

A opção por um dos modelos deve ser ajustada à quantidade e diversidade dos artigos da organização. No sentido

de quanto maior a quantidade de produtos e quanto mais elevado o grau de customização permitido a cada artigo,

maior preocupação deve haver em minimizar o esforço de modelação de informação desses artigos. No entanto,

as vantagens de um modelo de referenciação face ao outro não se ficam pelo esforço exigido. Philpotts (1996)

identifica ainda como vantagens à referenciação genérica a facilidade na padronização de artigos, a redução de

redesign, encomias em compras e fabricação, bem como redução de inventários.

Sendo a padronização de artigos subentendida, dado já se ter referido que a referenciação genérica se baseia em

criação de famílias, listas de materiais e gamas operatórias padrão, a redução de redesign deve-se, segundo

Philpotts (1996), Yeh & You (2002) e Peltonen (2000), à facilidade de encontrar peças padrão e similares, de

modo a que sejam facilmente reutilizáveis, sem necessidade de reinventar múltiplas vezes o mesmo artigo. Assim,

as peças precisam de ser classificadas e configuradas de forma a permitir o agrupamento por atributos comuns

e a recuperação no uso em produtos, sendo que esta configuração se trata de uma configuração por famílias de

produtos.

Relativamente à vantagem relacionada com a possibilidade de economizar em compras e fabricação, isto deve-se

à maior capacidade de identificar variantes do mesmo artigo que sejam necessárias, sendo que a esta identificação

está inerente a perceção que é necessário comprar ou fabricar, em modo agregado, o mesmo artigo.

No que diz respeito a compras, se for facultada a informação que é necessário comprar artigos da mesma família,

ainda que em variantes diferentes, mas proveniente do mesmo fornecedor, é possível efetuar essa compra num

único documento de aquisição, havendo a possibilidade de usufruir de economias de escala dada a quantidade

encomendada ser maior.

Por sua vez, no que concerne à fabricação de artigos, é vantajosa a identificação de artigos da mesma família

quando necessário produzir, dado se escalonar de melhor forma a produção com possibilidade de se produzir em

lotes, ou quando não se produzir de todo se existir em inventário artigos que sejam da mesma família e podem

ser utilizados em diferente produtos.

Sistemas de referenciação genérica

Ao longo dos anos têm vindo a ser desenvolvidos uma série de sistemas para modelação de referenciação

genérica, sendo que esta secção se destina a identificar os mais relevantes na literatura.

Todos os sistemas que se irá apresentar são baseados no conceito de famílias de artigos. Relembre-se que MC

obriga as organizações a confrontar-se com um crescente e contínuo aumento da variedade dos seus produtos

para satisfazer as necessidades dos seus clientes, representando, portanto, uma crescente e contínua ampliação

da informação com que têm que lidar. Assim, organizar os produtos por famílias de artigos é uma potente solução

ao problema descrito, dado famílias de produtos organizarem os artigos com a mesma BOM e BOO sem eliminar

a hipótese de criar variantes da família, ou seja, sem eliminar a possibilidade de ter muitos e variados artigos.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

24

Posto isto, todos os sistemas desenvolvidos em prol da referenciação genérica vão de encontro a este conceito,

tendo como fundamento o design e desenvolvimento de famílias de produtos e não de produtos individuais.

É ainda relevante esclarecer este fundamento baseado em famílias de produtos tem como objetivo identificar a

capacidade de reutilização de soluções de design e de processos de produção – Jiao, Tseng, Duffy & Lin (1998).

Esta capacidade de reutilização permite através da mesma plataforma de produtos gerar novas variantes de

produtos, bem como minimizar tanto quanto possível o tempo de mudanças de engenharia e o tempo necessário

de manutenção da variedade do portefólio de produtos.

Assim, quando Meyer (1997) revela plataformas de famílias de produtos como uma estratégia de sucesso, a

atenção dada a estas plataformas começa a emergir, sendo que diversos autores começam a esboçar

metodologias de desenvolvimento destas plataformas ou a validar as já desenvolvidas pelos mesmos. No entanto,

hoje em dia, nem todas têm a sua implementação validada ou o modelo de todo desenvolvido, sendo que apenas

de descreverá os modelos principais aceites na literatura: “Modelo de Hegge”; “Generic Bill-of-materials-and-

operations”; e “Generic Product Data Management”.

1. Modelo de Hegge, exposto por Sousa (2013):

O modelo representa todas as famílias de artigos como produtos genéricos e as BOM das variantes como uma

BOM genérica de produtos genéricos. Assim, com o modelo de Hegge todos os valores de propriedades possíveis

para gerar variantes de produtos da mesma família são expressos na mesma BOM genérica. O modelo utiliza

propriedades como conjuntos de parâmetros que são associados às BOMs genéricas e que permitem de forma

simples apresentar as características principais para origem de variantes, através da combinação dos mesmos.

No entanto, o modelo apenas admite dois tipos de produtos, os produtos e as matérias-primas, Generic

Subassembly Products (GSP) e Primary Generic Products (PGP) respetivamente, sendo que cada família de

produtos representa uma referência genérica. Os segundos não apresentam BOM próprias, herdando as

especificações dos primeiros (Figura 5).

Estrutura GBOM de Hegge

Generic Subassembly Product

Primary Generic Products

Conjuntos de Parâmetros

Figura 5 – Exemplo de aplicação de uma BOM genérica de Hegge (Sousa, 2013)

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

25

O modelo de Hegge tem o inconveniente de não traduzir processos de produção em BOO genéricas, sendo que a

estrutura dos artigos apenas apresenta estruturas BOM, sendo posteriormente definida a BOO para cada variante

individualmente.

2. Generic Bill-of-materials-and-operations, exposto e desenvolvido por Jiao et al. (2000) e melhorado por

Jiao & Tseng (2004):

O modelo Generic-Bills-Of-Materials-And-Operations (GBOMO) consiste na criação de BOM e BOO genéricas para

cada família capazes de representar toda a variedade de produtos de uma organização. No modelo em causa

todos os artigos de uma organização devem ser descritos em itens genéricos, onde que cada um representa uma

família de artigos, sendo que a representação de uma família é apresentada como ilustrado na Figura 6. A estrutura

criada para cada família permitirá identificar quais os materiais necessários para as variantes de produtos, quais

as operações para transformação e quais as precedências entre elas. Assim, a variedade é traduzida não só no

número de variantes do produto originada pela lista de materiais, mas ainda na variedade possível de operações.

Estrutura GBOMO

Figura 6 – Ilustração de um sistema genérico BOMO para um produto final (Jiao & Tseng, 2004)

O modelo exige, no entanto, que todos os componentes de um produto final sejam configurados segundo as suas

especificações em paralelo, dado o modelo não admitir heranças de propriedades do produto “pai” nem conceitos

associados a parâmetros.

3. Generic Product Data Management, exposto por Gomes et al. (2011a) e Sousa (2013):

Desenvolvido pelo Departamento de Produção e Sistemas da Universidade do Minho, onde as famílias de artigos

são identificadas e tratadas como uma referência genérica, e a cada referência genérica é atribuída uma BOM e

uma gama operatória genéricas realizadas através da relação de referências genéricas com outras referências

genéricas (Gomes, Lima, & Martins, 2009).

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

26

O modelo de referenciação genérica baseia-se na representação de propriedades dos artigos através de conceitos

como parâmetros e atributos. Assim, todas as condições e limitações de combinações de propriedades da família

que geram variantes do produto podem ser modeladas. De salientar que o modelo permite ainda, que as

propriedades de uma referência genérica pai sejam herdadas às referências de nível inferior na sua BOM. O

modelo permite ainda a geração de variantes de operações genéricas, de atribuição de recursos, e listas de

materiais dinâmicas em prol de uma maior eficiência da gestão da diversidade dos produtos, através da

simplicidade e flexibilidade, podendo ser utilizado por diversos tipos de indústrias, fazendo face às suas

especificações próprias da sua estratégia MC e às funções dos seus sistemas PCP.

Comparação entre os modelos de referenciação genérica

Estes modelos apresentam algumas semelhanças nos conceitos e terminologia adotada para a informação e são

apresentados na Tabela 3.

Tabela 3 – Tabela resumo da terminologia adotada nos modelos para a informação de artigos

Informação Modelo de Hegge GBOMO GenPDM

Família de Artigos Produto Genérico Item Genérico Referência Genérica

Artigo específico Variante Variante Variante

Propriedades diferenciadoras

para artigos da família Parâmetros Parâmetros Parâmetros e Atributos

Listas de Materiais GBOM GBOMO – Lista de Materiais Genérica GBOM

Gamas Operatórias - GBOMO – Lista de Operações

Genérica

Gama Operatória

Genérica

Conceitos Base Herança Explosão de estruturas Herança

Pela tabela é possível verificar que as bases genéricas de cada, independentemente da terminologia, são

coincidentes. O modelo Generic Product Data Management é o modelo de representação de artigos utilizado na

realização desta dissertação, pelo que será detalhadamente explorado ao longo do documento.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

27

3. MODELO GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT

Neste capítulo é apresentado o modelo de representação de artigos GenPDM. O modelo GenPDM permite a

modelação de toda a informação de artigos de uma organização segundo uma representação em referenciação

genérica. Assim, o objetivo principal do capítulo é a apresentação de conceitos e definições que o modelo utiliza

na representação de artigos, e uma breve contextualização do sistema informático GenPPC (sistema que suporta

o módulo GenPDM que permite implementar nas organizações o modelo). A estratégia para a concretização dos

objetivos passa pela identificação de um caso de estudo para aplicação.

3.1 Caracterização do caso de estudo

O cenário de produção e os artigos a serem considerados tiveram como fonte de inspiração a indústria do calçado.

Esta escolha deve-se à elevada customização de artigos caraterística deste setor industrial, bem como à

quantidade de empresas do setor nas proximidades geográficas. Os artigos, o processo produtivo e as

caraterísticas do cenário de produção que representam o caso de estudo são puramente académicos, sem

representar uma organização em particular.

O produto final do caso de estudo trata-se de um sapato raso “Oxford”, normalmente associado a calçado para

homem. No entanto, será considerada a possibilidade para ambos os géneros. O produto final pode ser visualizado

na Figura 7, bem como a enumeração dos seus constituintes.

Figura 7 – Produto final do caso de estudo (Justino, 2005)

Os constituintes numerados na figura representam a seguinte legenda:

1) Calcanheira 2) Palmilha 3) Forro 4) Orelha 5) Atacador 6) Ilhós 7) Gáspea 8) Biqueira 9) Sola 10) Vira 13) Taloeira

11) Cano

12) Salto

MODELO GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT

28

Como será de esperar estes constituintes podem ser diretamente matéria-prima ou podem ser componentes já

transformados de outras matérias-primas. De forma a ser clara esta distinção, analise-se a BOM em forma de

árvore na Figura 8.

Sapato “Oxford”

Cal

canh

eira

Pal

milh

a

Forr

o

Atac

ador

Ore

lha

Ilhós

Gás

pea

Sol

a

Biq

ueira

Sal

to

Cai

xa

Vira

Talo

eira

Sac

o

Can

o

Têxtil Têxtil Têxtil Têxtil Têxtil TêxtilTêxtil Têxtil

Figura 8 – BOM do produto final

Na figura entenda-se o representado a azul como o nível zero da BOM, a verde o nível um e a vermelho o nível

dois. Ao nível zero da BOM está associado o produto final, também designado por “artigo pai” de todos os

constituintes representados no primeiro nível. No primeiro nível estão presentes matérias-primas e semiacabados,

e a sua distinção é feita pela posse de componentes nesses artigos, ou seja, os artigos com componentes

associados no segundo nível correspondem um semiacabado e sem componentes são uma matéria-prima. No

segundo nível estão representadas as matérias-primas, onde o seu aprovisionamento não necessita de processos

de transformação.

A cada artigo identificado pode-se atribuir um conjunto de propriedades. Na tabela apresentada no Anexo I –

Caracterização de Artigos estão representadas todas as variantes que cada artigo pode ter, bem como a quantidade

necessária de cada artigo num produto final. Na mesma tabela, quando um artigo possui mais do que uma

propriedade, o número de variantes é equivalente a todas as combinações possíveis entre diferentes propriedades.

O processo produtivo a considerar é constituído por sete fases principais: corte, pré-costura, costura, pré-

montagem, montagem, acabamento e embalamento. Na figura do Anexo II – Caracterização do processo produtivo

é retratado o processo produtivo com estas sete fases operacionais, de modo a ser percetível as precedências de

umas fases para as outras, bem como o fluxo de artigos no processo produtivo. A cada fase de produção estão

associadas diferentes operações, e as consideradas válidas para descrição de gamas operatórias podem ser

consultadas na tabela do mesmo anexo. O tempo necessário para executar cada operação é quantificado em

segundos e depende do artigo a ser transformado, e as operações necessárias à produção do produto final

encontram-se identificadas.

Na mesma tabela é possível obter a informação acerca das ferramentas de cada operação do processo produtivo.

A representação das ferramentas é necessária pois estas devem ser vistas como artigos da organização, por

questões de controlo de inventário. A importância de inventariar está sustentada na necessidade das organizações

controlarem o que têm. A título de exemplo, o molde trata-se de uma ferramenta, onde normalmente cada tamanho

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

29

de sapato e cada família precisa de um diferente. Assim, quando é necessário um processo de transformação

com moldes para um componente de determinada família, é indispensável assegurar que, no momento de

execução desse processo, os moldes corretos se encontram existentes e disponíveis.

3.2 Contextualização do sistema

O sistema GenPPC é um sistema para planeamento e controlo da produção em ambientes de grande diversidade

de produtos como ambientes MC, desenvolvido no Departamento de Produção e Sistemas da Universidade do

Minho. Este sistema foi implementado informaticamente e é o sistema informático e pretende-se fazer neste ponto

um enquadramento do sistema. O GenPPC foi desenhado tendo em vista todas as funcionalidades de um sistema

PCP. Desta forma, está preparado para dar resposta às necessidades das organizações que operam com artigos

de diversidade elevada.

O primeiro módulo a introduzir é designado por “Generic Product Data Management” (GenPDM). Este módulo do

sistema GenPPC trata, portanto, da informatização do modelo teórico, de modo a que a informação dos artigos

que se pretende gerir seja integrada no sistema PCP de forma automática. Assim, o módulo GenPDM permite a

gestão da informação de todos os tipos de produtos de uma forma flexível, com a possibilidade de fornecer mais

e melhor informação às funções do Planeamento e Controlo de Produção (Sousa, 2013).

Outro módulo principal de GenPPC é denominado por Gen4Gen, responsável pelas áreas funcionais de um sistema

PCP. Este módulo é organizado em menus destinados às áreas funcionais, permitindo a realização das suas

funções, como cálculos de necessidades de materiais e de capacidade, execução de planeamentos, lançamentos

de ordens de compra e de produção, entre demais atividades.

Existem ainda mais dois módulos principais do software denominados de “Terminal”, um destinado a postos de

trabalho e outro destinado a postos milkrun. Desta forma, o módulo denominado de “Terminal” destina-se à

execução de trabalhos sobre artigos e está alocado em todos os postos de trabalho e o segundo módulo “Terminal

Milkruns”, encarrega-se dos postos que apresentam comportamento de comboio logístico.

A Figura 9 representa a integração do sistema PCP em GenPPC, de modo a que melhor se perceba qual o módulo

responsável por cada área funcional.

MODELO GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT

30

Figura 9 – Integração do modelo PCP com módulos GenPPC

Pela figura, é notório que o módulo GenPDM deve ser capaz de fornecer informação sobre os artigos a todas as

restantes áreas funcionais de um sistema de PCP. O mesmo módulo permite ainda a modelação da informação

à área funcional PDM, estando preparado para receber a estrutura desenvolvida para representação de artigos

segundo um sistema de referenciação genérica.

3.3 Apresentação do modelo GenPDM

O modelo de representação dos artigos a utilizar recorre ao paradigma da referenciação genérica de artigos, ao

invés da referenciação direta. A opção pela referenciação genérica é também defendida pela redução do esforço

de modelação de informação. O esforço que se pretende caracterizar diz respeito àquele necessário para

introdução de informação de artigos, nomeadamente ao número de entradas de códigos de identificação de

artigos. A quantificação do esforço exigido em referenciação direta e genérica, com base no cálculo das

combinações possíveis para o produto final do caso de estudo, encontra-se na Tabela 4.

Tabela 4 – Número de combinações vs. Número de codificações

Parâmetros de customização do sapato:

Combinações possíveis = 11 tamanhos x 2 géneros x 12 cores de atacadores x 2 cores

ilhós x 50 combinações de materiais_cor

26400 Combinações 26400 Sapatos diferentes

Referenciação Direta 26400 Códigos de identificação

Referenciação Genérica 1 Referência Genérica com 6 parâmetros de escolha

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

31

Entenda-se que a cada código de identificação está associada a definição de uma lista de materiais e uma gama

operatória. Assim, o esforço de introdução de informação apresentado na tabela é um número rebuscada, que

seria ainda fortemente incrementado quando o mesmo cálculo fosse aplicado para os restantes artigos do caso

de estudo e presentes no Anexo I – Caracterização de Artigos. No entanto, pelo número reportado na tabela para

cada modelo de referenciação permite assistir a uma discrepância significativa entre a quantidade de códigos a

introduzir em sistemas PDM.

No modelo de representação a utilizar (GenPDM), os artigos são agrupados em famílias apresentando diferenças

entre si através das suas propriedades, no entanto partilham a lista de materiais e a gama operatória. Cada artigo

específico de uma família é chamado de “variante” e diferenciado através dos valores atribuídos a cada

propriedade.

As propriedades diferenciadoras na referência genérica são designadas em GenPDM como parâmetros e atributos.

Um parâmetro permite diferenciar as variantes nas suas características físicas enquanto artigo e nas

características dos seus processos de transformação, e um atributo permite garantir o funcionamento de um

sistema PCP, como por exemplo através da definição de características técnicas como o prazo de entrega, stocks

de segurança e quantidades e políticas de tamanhos de lote, etc.

Na modelação teórica apenas se trabalhará com parâmetros devido à inexistência de uma representação para

modelação de atributos, esta informação no modelo teórico é informação adicional que não se representa. Assim,

a primeira secção deste capítulo designa-se por “Tipos de Parâmetro”, seguida pelas secções “Características”,

“Tipos de Operação”, “Referências Genéricas”, “Listas de Materiais Genéricas” e “Gamas Operatórias Genéricas”.

3.3.1 Tipos de Parâmetro

Cada família de artigos possui um conjunto de parâmetros que a define, sendo este conjunto responsável pela

criação de variantes de produto consoante os valores selecionados para cada parâmetro. Assim, é válido afirmar

que o grau da customização dos artigos depende dos parâmetros da referência genérica. Mais válida ainda é a

afirmação de que quanto maior for o domínio de valores de cada parâmetro, bem como quanto mais elevada a

quantidade de parâmetros de uma referência, maior o grau de customização dos artigos.

Existem duas questões emergentes a serem pensadas sobre parâmetros. A primeira questão diz respeito ao

reconhecimento do sistema acerca destes. Ou seja, é necessário informar o sistema que existe um determinado

parâmetro com determinado campo de valores. A segunda questão está relacionada com a possibilidade de um

parâmetro poder ser usado em mais do que uma família e vários parâmetros poderem dividir o mesmo campo de

valores. De forma a colmatar estas questões, são criados no sistema os “Tipos de Parâmetro”.

Um tipo de parâmetro é, então, a representação de um conceito no sistema. O conjunto de valores associado a

cada conceito definirá o seu significado para os utilizadores e pode ser utilizado, entre outras coisas, para definir

MODELO GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT

32

propriedades intrínsecas de todos os artigos da organização. A título de exemplo, considere-se que existem duas

famílias de sapatos e em ambas existe um parâmetro associado à cor do sapato e à cor do atacador. Uma solução

para representação é a criação de um tipo de parâmetro “cor” e o seu conjunto de valores possíveis – Figura 10.

Cru

Castanho

Camel

Branco

Azul-escuro

Azul Mesclado

TP 2L

Cores

Amarelo

Descrição do Tipo de Parâmetro

Código do Tipo de parâmetroTipo de domínio do Tipo de Parâmetro: extensão

Domínio em extensão do Tipo de Parâmetro

Dourado

Prateado

Preto

Salmão

Verde Mesclado

Vermelho

Figura 10 – Tipo de Parâmetro “Cores” definido em extensão

O domínio do conjunto tem que ser equivalente a todas as cores necessárias à organização para classificar todas

as características do inteiro leque de produtos, quer finais ou intermédios quer matérias-primas, que

necessitassem do parâmetro cor dentro da organização. Este tipo de parâmetro tem, assim, um domínio de valores

representado por extensão, correspondendo a uma lista de valores finitos (Figura 10).

No modelo teórico GenPDM, a modelação do tipo de parâmetro é realizado através de um losango de linha dupla,

onde o tipo de parâmetro exemplificado teria a representação como ilustrado na Figura 10. Na figura estão ainda

descritos os significados de cada campo de informação.

O domínio dos tipos de parâmetros pode ser ainda ser representado em compreensão. Um domínio em

compreensão é uma descrição conjunta dos valores possíveis contidos num intervalo, i.e., um intervalo de valores

numéricos, onde qualquer valor dentro desse intervalo faz parte do domínio de valores possíveis de caraterização.

A modelação de tipos de parâmetros com o seu domínio em compreensão é semelhante à modelação dos tipos

de parâmetros em extensão, variando a sua representação apenas nos campos que dizem respeito ao domínio.

Na Figura 11 é ilustrado um exemplo de um tipo de parâmetro de domínio em compreensão, com destaque na

representação do domínio.

TP 13V

Altura do sapato _Centímetro

Tipo de domínio do Tipo de Parâmetro: compreensão

Domínio em compreensão do Tipo de Parâmetro [1cm..10cm]

Figura 11 – Tipo de Parâmetro “Altura do Sapato” em compreensão

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

33

Os tipos de parâmetros são assim o suporte de todos os parâmetros de referências genéricas, podendo o ser,

quando necessário, suporte para parâmetros dos tipos de operações, bem como permitem representar e validar

conceitos no sistema. Para ser possível a atribuição de todos os parâmetros necessários às referências e tipos de

operações que se pretende modelar para o caso de aplicação, são criados nove tipos de parâmetros para

referências genéricas e três para operações. Todos os tipos de parâmetros criados estão presentes no Anexo III –

Modelação dos artigos em GenPDM.

3.3.2 Características

Existem tipos de parâmetros que têm associadas características. As características apenas se associam a tipos

de parâmetro em extensão e têm como função a associação de propriedades caracterizadoras aos valores do

domínio (Gomes, 2013).

As utilizações do conceito consistem na restrição da escolha de valores de um parâmetro em função de um valor

de um outro; na definição de consumos de componentes da BOM; na definição de combinações válidas entre

valores de parâmetros; entre outras. Logo, as características têm como principal objetivo facilitar a representação

de tipos de parâmetro a serem utilizados na classificação de referências e de tipos de operação, permitindo maior

capacidade de relacionamento de referências genéricas pai com consumos de componentes e de operação, com

propriedades de referências genéricas e tipos de operações.

Para o caso de estudo foram modelados cinco tipos de parâmetros com características associadas. O tipo de

parâmetro ilustrado na Figura 12 tem duas características, representadas em rectângulo e ligadas ao tipo de

parâmetro de origem, onde cada característica tem uma utilidade diferente.

XL

M

M

S

S

XS

41

40

39

38

37

36

TP 3L

Tamanhos de sapato

35

42

43

44

45

L

XS

L

XL

1,1

1

0,9

0,8

0,7

0,6

0,5

1,2

1,3

1,4

1,5

TP 4L

Tamanhos de proteções

C1

C2

Tamanho de proteções

Fator de comprimentoTP 7

V

Valores Decimais

XL

Figura 12 – Tipo de Parâmetro “Tamanhos de sapato” com duas características

MODELO GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT

34

A primeira característica destina-se ao relacionamento da propriedade de tamanho do sapato com a propriedade

de tamanho dos artigos de proteção. Em termos de modelação em GenPDM, significa que ao tipo de parâmetro

“Tamanhos” está associada uma característica com origem no tipo de parâmetro “Tamanhos de proteções”.

No que concerne à segunda característica, esta corresponde ao fator de conversão para medidas/comprimentos

e permite definir consumos de material e de operações. Ao associar este tipo de parâmetro a um parâmetro a

uma referência é possível estimar o consumo de matéria-prima para esse mesmo componente, através da medida

padrão existente na organização (tamanho 40) conjugada com o fator de conversão do tamanho pretendido. Por

outro lado, a associação do tipo de parâmetro a um parâmetro do tipo de operação “Corte” permite estimar o

consumo da operação de corte desse material e será a quantidade cortada (igual ao consumo calculado como

referido) segundo uma velocidade de corte. A medida padrão é uma característica do tipo de parâmetros

“Formatos” (Figura 13).

No tipo de parâmetro representado na figura é criada uma característica para cada componente que seja obtido

através da operação de corte, de modo a se conseguir atribuir uma medida correspondente à área de cada

componente a cortar. A criação de uma característica por componente vem da necessidade de atribuição de

valores diferentes de medidas por componente. As variáveis M representam um valor numérico de medida.

M73

M72

M71

M63

M62

M61

M53

M52

M51

M43

M42

M41

M33

M32

M31

M23

M22

M21

M13

M12

Sapatilha

TP 8L

Formatos

TP 7V

Decimais

C1

C2

Medida padrão de um par de calcanheira

Medida padrão de um par de biqueira

C3

Medida padrão de um par de cano

C4

Medida padrão de um par de forro

C5

Medida padrão de um par de gáspea

C6

Medida padrão de um par de taloeira

C7

Medida padrão de um par de orelha

M11

Sapato Plataforma

Sapato Oxford

Figura 13 – Tipo de Parâmetro “Formatos” com sete características

O tipo de parâmetro que se pretende apresentar de seguida tem duas características, onde uma se destina à

atribuição de consumos fixos de material e uma à definição de propriedades. O tipo de parâmetro tem como

descrição “Género”, e o seu domínio permite a escolha do género feminino ou masculino (Figura 14).

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

35

4

20

TP 5L

Género

TP 6V

Valores Inteiros

C1

C2

Número de Ilhós

Altura do SaltoTP 13

V

Altura do Sapato_Centimetros

Masculino

Feminino

2,0

4,0

Figura 14 – Tipo de Parâmetro “Género” com duas características

A primeira característica do tipo de parâmetro da figura permite, de maneira direta, atribuir consumos para a

matéria-prima ilhós. Este consumo será de vinte ilhós no caso do sapato se destinar ao género feminino, ou de

quatro se o sapato for para o género masculino. Isto permitirá que aquando à escolha do género do sapato, se

estime corretamente as necessidades de ilhós de cada par de sapato (feminino ou masculino).

A segunda característica tem o objetivo de definir a propriedade “altura” da matéria-prima “Salto” a aplicar no

sapato. Desta forma, quando definido que o sapato será feminino o salto terá a altura de 4 centímetros, se pelo

contrário, o sapato for masculino, a propriedade “altura” assumirá o valor de 2 centímetros.

Muitas vezes a escolha de um valor de parâmetro pode condicionar a lista de valores de outro parâmetro da

referência ao invés de atribuir de imediato um valor como no caso anterior. O exemplo onde se pretende ilustrar

esta situação é na relação do material com a cor deste, onde o parâmetro da referência respetivo ao material do

sapato condicione a cor do sapato no momento de gerar variantes.

Ao consultar o Anexo I – Caracterização de Artigos é possível existem materiais como “sintético”, “camurça” e

“tecido liso” que admitem a escolha de todos os valores do tipo de parâmetro cor, outros como “pele”, “couro”

“tecido bordado 1” e “tecido bordado 2” que apenas permitem um leque limitado de cores. Para resolver esta

relação de condição, é criado o tipo de parâmetro, com características, apresentado na Figura 15 e denominado

por “Combinações de material_cor”.

No tipo de parâmetro “Combinações de material_cor” exposto na figura, é possível ver que na lista de valores que

será associada a parâmetros contém apenas cores. A estratégia passa por permitir que quando restringido o

domínio, apareçam cores e não a combinação material_cor, dado se pretender que o utilizador quando necessitar

de escolher a cor tenha já selecionado o material desejado. Assim, a caraterística “Material” terá a

responsabilidade de condicionar os valores do domínio do parâmetro apresentados ao utilizador segundo a

correspondência da característica material com o valor escolhido para o parâmetro respetivo ao material do sapato.

Para além do material associado a cada combinação, é criada também uma característica representativa da cor

com origem no tipo de parâmetro “Cores”. Esta segunda consiste em permitir que os componentes que herdam

MODELO GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT

36

a cor escolhida para o sapato, partilhem a mesmo tipo de parâmetro quando necessário atribuir a cor a esses

componentes.

TP 9L

TP 1L

Tipos de material

C1

C2

CorTP 2

L

Cores

Material

Combinações de material-cor

Amarelo

Amarelo

Amarelo

Amarelo

Amarelo

Amarelo

Tecido Liso

Sintético

Camurça

Azul-escuro

Azul-escuro

Azul-escuro

Azul-escuro

Azul-escuro

Azul-escuro

Tecido Liso

Sintético

Camurça

Azul Mesclado

Azul Mesclado

Azul-escuro

Azul Mesclado

Azul Mesclado

Azul-escuro

Sintético

Camurça

Tecido Bordado 1

Azul Mesclado

Azul Mesclado

Azul Mesclado

Azul Mesclado

Tecido Bordado 2

Tecido Liso

Branco BrancoCamurça

Branco

Branco

Branco

Branco

Tecido Liso

Sintético

Camel

Branco

Branco

Camel

Branco

Branco

Camurça

Pele

Couro

Camel

Camel

Camel

Camel

Tecido Liso

Sintético

Castanho

Camel

Camel

Castanho

Camel

Camel

Camurça

Pele

Couro

Castanho

Castanho

Castanho

Castanho

Tecido Liso

Sintético

Cru

Castanho

Castanho

Cru

Castanho

Castanho

Camurça

Pele

Couro

Cru

Cru

Cru

Cru

Cru

Cru

Couro

Tecido Liso

Sintético

Preto

Preto

Cru

Preto

Preto

Cru

Sintético

Camurça

Pele

Preto

Preto

Preto

Preto

Preto

Preto

Pele

Couro

Tecido Liso

Salmão

Salmão

Salmão

Salmão

Sintético

Camurça

Salmão

Salmão

Salmão

Salmão

Salmão

Salmão

Pele

Tecido Bordado 2

Tecido Liso

Verde Mesclado

Verde Mesclado

Verde Mesclado

Verde Mesclado

Sintético

Camurça

Vermelho

Vermelho

Verde Mesclado

Vermelho

Vermelho

Verde Mesclado

Sintético

Camurça

Tecido Liso

Vermelho

Vermelho

Vermelho

Vermelho

Tecido Bordado 1

Tecido Liso

Figura 15 – Tipo de Parâmetro “Combinações de material_cor” com duas características

O último tipo de parâmetros para o qual foi associado uma característica diz respeito ao tipo de parâmetro para

operações e designado por “Tipos de Corte”, Figura 16.

TP 10L

Tipos de Corte

TP 6V

Inteiros

C1

Necessidade de molde

Balancé

Corte a jato

1

0

Figura 16 – Tipo de Parâmetro “Tipos de Corte” com uma característica

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

37

A característica destina-se à restrição de utilização do molde. Quando o tipo de corte é “jato” não necessita de

molde, sendo o consumo do molde para a operação igual a zero, caso contrário assume a necessidade de um

molde.

3.3.3 Tipos de Operação

Cada organização, na perspetiva do seu funcionamento produtivo, tem as suas competências, as suas habilidades.

As competências da organização são o conjunto de tipos de operação que a organização está hábil a executar.

Tipos de operação podem ser vistos como famílias de operações e são criados para classificar as operações a

utilizar em gamas operatórias (Gomes, 2013). A cada tipo de operação estão associados parâmetros que permitem

a geração de variantes de operação definidas segundo os valores atribuídos aos mesmos. As variantes de operação

correspondem a operações específicas e os parâmetros devem ser associados a tipos de operação se existir a

necessidade de transmitir informação ao colaborador para executar determinada variante de operação, de obter

perfis de capacidade e definir custos para orçamentação.

No caso de estudo os tipos de operação que se criam são as denominadas fases principais do sistema produtivo,

caracterizadas no Anexo II – Figura 76. A Figura 17 apresenta um tipo de operação modelado para o caso de

estudo. O tipo de operação é representado em GenPDM com um rectângulo de cantos recortados com o respetivo

identificador no centro e com a sua descrição, sendo a informação completa com a unidade de quantidade a ser

considerada para consumos de operações específicas. Os parâmetros são representados por losangos de linha

única, contendo a informação respetiva ao identificador e ao tipo do domínio (extensão ou compreensão) centradas

no mesmo.

OT 1Corte

P1L

P2L

Segundos

Tipo de Corte Formato

TP10 TP8

Código do Tipo de Operações

Descrição do Tipo de Operações

Unidade de Quantidade

Código do parâmetro do Tipo de Operação

Tipo de domínio do parâmetro

Tipo de Parâmetro de origemDescrição do parâmetro do Tipo de Operação

Parâmetros

Tipo

de

Ope

raçã

o

Figura 17 – Tipo de operação “Corte”

A informação sobre cada parâmetro é completa ainda com a descrição da propriedade que representa (topo do

losango) e com a identificação do tipo de parâmetro de origem (base do losango).

No caso de estudo foram modelados, e representados em GenPDM, seis tipos de operação. A consulta dos tipos

de operação criados está disponível no Anexo III – Modelação dos artigos em GenPDM.

MODELO GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT

38

3.3.4 Referências Genéricas

O conceito de referência genérica representa a definição de família de artigos. Assim, os artigos específicos de

cada família são, na ótica de GenPDM, variantes de cada referência. No início desta secção foi mencionado que

devem ser associados parâmetros às referências em número e tipos necessários para diferenciar as variantes de

uma referência, permitindo ao sistema reconhecer em cada família artigos específicos (Gomes, 2013).

A Figura 18 apresenta a representação da referência genérica do produto final, com descrição de cada campo

modelado. Uma referência genérica em GenPDM é representada por um retângulo com o identificador centrado

(código) e descrição da família, bem como a unidade de quantidade na organização para quantificar a referência

genérica. Os parâmetros são representados do mesmo modo que se representa para tipos de operação.

RG_23Sapato_Oxford

TP9

P1L

TP5

Género

P2L

TP4

Tamanho

P3L

TP1

Material

P4L

Cor_Sapato

< C1@P4 = P3 >

TP2

P5L

Cor_Ilhós

(P1==masculino, prateado)

P6L

TP2

Cor_Atacadores

Dourado

PrateadoPar

Referência Genérica Parâmetros da Referência Genérica

Código da Referência Genérica

Descrição da Referência Genérica

Unidade de quantidade da Referência Genérica

Restrição de valores do parâmetro

Restrições de atribuição de valores do parâmetro

Visibilidade do parâmetro

Figura 18 – Referência Genérica do produto final

A referência do produto final possui seis parâmetros, todos em extensão. Os parâmetros onde não é descrita a

lista de valores do domínio ou um valor de parâmetro, herdam todo o domínio de valores do tipo de parâmetro de

origem. O único parâmetro que não herda o domínio completo do tipo de parâmetro é “Cor_Ilhós” e é definido

como valores do domínio do parâmetro apenas dois valores do tipo de parâmetro de origem (prateado e dourado).

Restrições

Teoricamente o número de variantes possíveis de cada referência é equivalente ao produto cartesiano dos valores

dos parâmetros. Porém, esta afirmação perde a veracidade se todas as combinações possíveis entre parâmetros

não forem válidas. Quando existe a possibilidade de não serem, são associadas «restrições» aos parâmetros,

através de expressões de filtro. Os filtros representados na Figura 18 (“visibilidade do parâmetro” e “restrições de

valores do parâmetro”) permitem que não sejam possíveis as combinações do género masculino com cores de

ilhós (combinações do parâmetro “Género” com o “Cor_Ilhós”) e todas as combinações de materiais com as

cores possíveis para este (combinações de “Material” com “Cor_Sapato”).

O filtro “P1==masculino, prateado” permite definir uma restrição relacionada com a limitação da escolha da cor

dos ilhós apenas ao género feminino, não permitindo a visibilidade do campo para escolha de valores de cor

quando o parâmetro P1 for género masculino (assume o valor “prateado”). O filtro “C1@P4=P3” não restringe a

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

39

escolha ao utilizador para o parâmetro “Cor do Sapato”, mas os valores disponíveis para escolha. A escolha da

cor para o sapato tem como valores possíveis as cores disponíveis para o material atribuído ao parâmetro

“Material” – funcionalidade pretendida para o tipo de parâmetro “Combinações Material_Cor” (Figura 15).

3.3.5 Listas de Materiais Genéricas

Em GenPDM a modelação de uma BOM não corresponde à modelação de uma lista de materiais específica a um

artigo mas a uma lista de materiais genérica a uma família de artigos (GBOM). Para cada referência genérica é,

portanto, necessário modelar uma GBOM que permita representar todas as BOM das variantes da referência

(Gomes, 2013). De modo a uma GBOM de uma referência genérica definir automaticamente uma BOM específica,

quando for gerada uma variante da referência, é necessário que represente as relações entre referências genéricas

de matérias-primas, de semiacabados e de produtos finais através dos respetivos parâmetros. Estas relações

devem ser modeladas para que a BOM específica corresponda àquela que seria modelada em referenciação direta.

A importância do rigor do modelo da GBOM deve-se às funções de um sistema PCP precisarem de trabalhar com

BOM específicas, para que atividades como o cálculo de necessidades de materiais (MRP) e o abastecimento de

materiais aos postos sejam executadas de forma eficiente e correta.

No modelo GenPDM, a GBOM representa uma estrutura de um nível apresentando todos os artigos que entram

diretamente na referência pai. Assim, quando se inicia a modelação deve-se começar pelas matérias-primas,

seguidas de semiacabados, e, por fim, os produtos finais. Isto deve-se à possibilidade de modelar GBOMs

baseadas em referências genéricas completas e atualizadas. A GBOM do produto final do caso de estudo é

apresentada na Figura 19, e as GBOMs das restantes referências no Anexo III – Modelação dos artigos em

GenPDM.

Em GenPDM, a estrutura da GBOM e da gama operatória genérica da referência não se dissociam, sendo uma

estrutura única. No entanto, para efeitos de visualização e explicação das suas características encontram-se

separadas nesta secção.

MODELO GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT

40

P1

C = 1 metro P4

CP 15Linhas

RG_17Linhas_Costura

C = 20 Unidades

CP 16Parafusos

RG_21Parafusos

RG_23Sapato_Oxford

TP9

P1CP 01

PalmilhasRG_02

Palmilhas

C = 1 Par

P1CP 05

AtacadoresRG_06

Atacadores

C = 1 Par

P1L

TP5

Género

P2L

TP4

Tamanho

P3L

TP1

Material

P4L

Cor_Sapato

< C1 = P2 >

P1CP 02Ilhós

RG_03Ilhós

C = C1 @ P1 Unidades

TP2

P5L

Cor_Ilhós

(P1==masculino, prateado)

P6L

TP2

Cor_Atacadores

C2@P1

P2P1CP 03Salto

RG_04Salto

C = 1 Par P1

P1CP 04Sola

RG_05Sola

C = 1 Par P1

P1CP 06Saco

RG_07Saco_Proteção

C = 1 Unidade C1@P2

P1RG_08

Caixa_Proteção

C1@P2C = 1 Unidade

CP 07Caixa

P1

P2

P2 P3 P4

P3 P4C = 1 Par

CP 08Calcanheira

RG_09Calcanheira

C = 1 Par

P1

P2

P2 P3 P4

P3 P4

CP 09Biqueira

RG_10Biqueira

CP 11Forro

C = 1 Par

P1

P2

P2 P3 P4

P3 P4

RG_12Forro

RG_11Cano

P1

P2

P2 P3 P4

P3 P4

CP 10Cano

C = 1 Par

CP 12Gáspea

C = 1 Par

P1

P2

P2 P3 P4

P3 P4

RG_13Gáspea

CP 14Orelha

C = 1 Par

P1

P2

P2 P3 P4

P3 P4

RG_15Orelha

CP 13Taloeira

C = 1 Par

P1

P2

P2 P3 P4

P3 P4

RG_14Taloeira

P2

P5

P6

Oxford

Oxford

Oxford

Oxford

Oxford

Oxford

Oxford

Dourado

PrateadoPar

Expressão de consumo do componente (valor variável por herança de uma característica de um parâmetro)

Expressão de consumo do componente (valor constante)

Expressão de relacionamento de parâmetros, variável de acordo com uma característica de um parâmetro

Expressão de relacionamento direto de parâmetros

Parâmetros do componente – herdados da referência genérica

Referência genérica do componente - código e desrição

Componente genérico - código e descrição

Plano de consumo de determinado componente genérico

Figura 19 – GBOM do produto final em GenPDM

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

41

No processo de modelação de uma GBOM, a associação de um componente à lista de materiais corresponde à

criação de um plano de consumo. A informação associada a um plano de consumo corresponde aos conceitos de

“componente genérico”, “referência genérica de origem”, “expressões de relacionamento” e “expressões de

consumo”. A informação é identificada na Figura 19 e os seguintes parágrafos destinam-se à sua descrição.

1. Componentes genéricos e referências genéricas de origem

Na modelação da GBOM, os componentes genéricos são representados por um retângulo, com o identificador e

com a descrição, ligado ao retângulo relativo à referência genérica de origem do componente. Componentes

genéricos com origem na mesma referência e que sejam introduzidos em operações diferentes, correspondendo

ou não à mesma variante, devem ser adicionados as vezes necessários para garantir a entrada na variante certa,

na quantidade necessária no momento correto.

2. Expressões de relacionamento dos parâmetros do componente genérico

Um componente genérico de uma GBOM herdará os parâmetros da sua referência genérica de origem, se esta

assim os tiver. Quando esta situação ocorre é necessário definir como os parâmetros do componente genérico se

relacionaram com os parâmetros da referência pai, i.e., é necessário definir as expressões de relacionamento dos

parâmetros do componente genérico. A importância de definir as expressões de relacionamento dos parâmetros

de todos os componentes genéricos, numa ótica do sistema PCP, deve-se a esta definição ser o «motor» que

permite a criação de BOMs específicas, consoante as variantes geradas, para as quais se originam necessidades

de materiais específicos para lançamento de ordens de compra ou de produção.

A definição de uma expressão de relacionamento de um parâmetro pode corresponder à atribuição de um valor

constante, a uma expressão que permita obter um valor herdado de um parâmetro da referência pai ou a um valor

herdado de uma característica de um parâmetro da referência pai, entre outros. Uma expressão de relacionamento

equivalente a um valor constante não representa um relacionamento com a referência pai, mas a definição de um

valor do domínio do parâmetro da referência genérica de origem, não variável na geração de diferentes variantes

da referência pai. Uma expressão de relacionamento para herança do valor de um parâmetro da referência pai é

considerada uma expressão de relacionamento direto, e permite que quando escolhido o valor do parâmetro da

referência pai, seja feita, automaticamente, a atribuição desse valor ao parâmetro do componente genérico. Uma

expressão de relacionamento para herança do valor de uma característica de um parâmetro da referência pai

permite que seja atribuído, ao parâmetro do componente genérico, o valor da característica associada ao valor do

parâmetro da referência pai.

Uma expressão de relacionamento pode ainda corresponder a um relacionamento direto a uma combinação de

parâmetros da referência pai, a um relacionamento a uma combinação de características de parâmetros da

referência pai, etc.

MODELO GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT

42

3. Expressões de consumo dos componentes genéricos

Após associar um componente genérico a uma GBOM de uma referência, é necessária a informação relativa ao

valor e tipo de consumo – expressões de consumo. Expressões de consumo permitem, quando criada a BOM

específica de uma variante, estimar a quantidade necessária de componentes específicos na produção de uma

unidade da variante da referência pai. A definição de expressões de consumo representa, assim, o evento que

possibilita gerar o input do sistema PDM aos sistemas PCP que satisfaz a procura de informação acerca da

quantidade de componentes específicos quando consultada a BOM de uma variante, nos processos da função

MRP e de abastecimento de materiais aos postos de trabalho.

A expressão de consumo pode ser um valor constante ou um valor variável. Uma expressão de consumo

equivalente a um valor constante representa um componente genérico que, independentemente da variante

gerada da referência genérica pai, os componentes específicos correspondentes são consumidos sempre segundo

a mesma grandeza de unidade de quantidade. Uma expressão de consumo equivalente a um valor variável pode

ser obtida através da herança direta de um parâmetro (e.g. quando a referência tem um parâmetro em

compreensão e o valor atribuído a esse parâmetro é herdado como valor para expressão de consumo) ou de uma

característica de parâmetro (e.g. o valor da característica “Número de Ilhós” é herdado para o consumo do

componente “Ilhós” quando atribuído um valor para o parâmetro “Género).

3.3.6 Gamas Operatórias Genéricas

À semelhança da GBOM, uma gama operatória é definida por referência genérica e deve representar a gama

operatória específica de cada uma das possíveis variantes da referência. A gama operatória genérica de uma

referência deve, assim, em termos de necessidades de informação do sistema PCP, permitir a definição de cada

rota de fabrico para a variante que se pretender produzir.

A quantidade de informação necessária para a definição de gamas operatórias é mais elevada do que a exigida

para a definição de GBOM, pelo que a importância da definição de gamas operatórias genéricas também se

justifica pela diminuição do esforço exigido ao utilizador, quer nos processos de criação quer de manutenção da

informação essencial a gamas operatórias (Gomes, 2013).

A informação necessária à modelação de gamas operatórias genéricas permite a utilização de gamas operatórias

específicas para definição de rotas de fabrico a serem consideradas para planos de capacidade e programação

de produção. Esta informação encontram-se organizada em conjuntos e estes são classificados como “planos de

operações”, “planos de consumo das operações” e “precedências”, e são identificados na Figura 20 e descritos

nos parágrafos seguintes.

A Figura 20 representa a modelação da GBOM da referência do produto final do caso de estudo. Todas as gamas

operatórias desenvolvidas encontram-se para consulta no Anexo III – Modelação dos artigos em GenPDM.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

43

RG_23Sapato_Oxford

TP9

P1L

TP5

Género

P2L

TP4

Tamanho

P3L

TP1

Material

P4L

Cor_Sapato

< C1 = P2 >

TP2

P5L

Cor_Ilhós

(P1==masculino, prateado)

P6L

TP2

Cor_Atacadores

P1OP 01Facear

OT 02Pré-costura

C= 250 seg. Facear

CP 08 - Calcanheira

CP 09 - Biqueira

CP 10 - Cano

CP 11 - Forro

CP 12 - Gáspea

CP 13 - Taloeira

CP 14 - Orelha

P1OP 02

EspessurarOT 02

Pré-costura

C= 660 seg. Espessurar

OP 01Facear

P1OP 03Furar

OT 02Pré-costura

C= 420 seg. Furar

OP 02Espessurar

P1OP 04Marcar

OT 02Pré-costura

C= 120 seg. Marcação_Costura

OP 03Furar

OP 05Costurar

OT 03Costura

C= 680 seg.OP 04Marcar

CP 15 – Linhas de Costura

OP 06Colocar Ilhós

OT 04Pré-montagem

C= C1@P1 X 120 seg.OP 05

Costurar

CP 02 – Ilhós

OP 07Montar

OT 05Montagem

C= 240 seg. OP 06Colocar

Ilhós

CP 01 – Palmilhas

CP 04 – Sola

CP 03 – Salto

CP 05 – Atacadores

CP 16 – Parafusos

OP 08Embalar

OT 06Embalamento

C= 120 seg.OP 07Montar

CP 06 – Saco

CP 07 – Caixa

Dourado

Prateado

Par

Operação genérica - código e descrição

Expressão de relacionamento do parâmetro

Precedências

Parâmetro da operação – herdado do tipo de operação

Expressão de consumo da operação

Tipo de operações de origem - código e descrição

Plano de consumo da operação

Plano de operação

Figura 20 – GBOO do produto final em GenPDM

MODELO GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT

44

1. Planos de operações

O primeiro conjunto de informação que se pretende descrever é denominado como “planos das operações”. A

criação de planos de operações correspondem à modelação da lista de operações genéricas (Bill-of-Operations –

GBOO) das referências genéricas. Inserir planos de operações na GBOO de uma referência é sinónimo de

identificar quais os tipos de operação (habilidades da organização) no processo de transformação das variantes

da referência. A informação que permite a associação de um plano de consumo a uma GBOO são denominadas

de “operação genérica”, “tipo de operação de origem”, “expressões de relacionamento” e “expressões de

consumo”.

Operação genérica e tipo de operação de origem

A cada referência genérica são associadas operações genéricas, provenientes de tipos de operação. Na modelação

da GBOO, as operações genéricas e os seus tipos de operação de origem são representadas com dois retângulos

de cantos recortados unidos. Na necessidade de mais do que uma operação genérica de origem no mesmo tipo

de operação, devem ser associados tantos planos de operação com origem no mesmo tipo de operação quantas

as operações genéricas necessárias. Um exemplo é o tipo de operação “Pré-costura”, que apresenta um

parâmetro em extensão com cinco valores possíveis, que é origem de cinco operações genéricas de pré-costura

diferenciadas por cada valor do parâmetro. A associação do mesmo tipo de operação de origem mais do que uma

vez também pode acontecer perante a necessidade da utilização de determinada variante de uma operação

genérica em diferentes momentos do processo de transformação.

Expressões de relacionamento dos parâmetros da operação genérica

As operações genéricas de uma GBOO são transformadas em operações específicas de uma BOO específica

diretamente quando as operações genéricas não possuem parâmetros ou através da tradução dos parâmetros

das operações genéricas. Quando uma operação genérica tem origem num tipo de operação com parâmetros, de

forma similar ao que acontece com os componentes genéricos, os parâmetros são herdados e devem ser definidas

as expressões de relacionamento com os parâmetros da referência pai. Este é, portanto, um evento essencial do

processo de criação de uma gama operatória, devido à responsabilidade que tem na criação de operações

específicas da gama operatória específica de cada variante da referência pai.

As expressões de relacionamento podem ser definidas através da atribuição de um valor constante (não varia

consoante a variante gerada da referência genérica), da relação direta com um valor herdado de um parâmetro

da referência pai ou a um valor herdado de uma característica de um parâmetro da referência pai, entre outros.

Expressões de consumo das operações genéricas

Na atribuição de uma operação genérica a uma referência é necessária a introdução de informação acerca do

valor e do tipo de consumo da operação – expressões de consumo. Expressões de consumo das operações

genéricas devem permitir definir o consumo de uma operação específica na realização de uma variante da

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

45

referência genérica, de forma a responder às necessidades de informação requeridas pelos sistemas PCP,

nomeadamente, pela programação da produção e CRP.

As expressões de consumo de operações genéricas são definidas de forma idêntica às expressões de consumo de

componentes genéricos. Assim, a expressão de consumo pode ser um valor constante, um valor resultante da

herança direta de um parâmetro da referência pai ou de uma característica de parâmetro da referência pai, ou

um valor calculado através de expressões matemáticas que podem combinar valores constantes e valores de

parâmetros e/ou valores de características.

2. Planos de consumo das operações

Todos os planos de consumo da GBOM devem ser associados aos planos de operação da GBOO, devida a

necessidade de relação das operações genéricas com os componentes genéricos. A necessidade de relacionar os

dois conceitos deve-se à precisão exigida pelo sistema PCP quando necessita de cruzar listas de materiais

específicas com gamas operatórias específicas, principalmente em processos de programação da produção e

determinação do período de tempo que os componentes específicos devem estar disponíveis.

Numa perspetiva da programação de produção, uma das principais funções que deve ser gerida eficientemente é

o aprovisionamento de materiais aos postos. Portanto, é necessário ser transmitida a informação de quais os

componentes específicos que devem ser abastecidos a determinado posto de trabalho para a execução de

determinada operação específica, no processo de produção de uma variante da referência, para garantir que o

componente específico necessário, na quantidade necessária é entregue quando desejado e no local certo do

espaço fabril.

A associação de um plano de consumo a um plano de operação é designado como o plano de consumo da

operação. Na gama operatória genérica, apresentada na Figura 20, é possível ver os planos de consumo das

operações que permitem associar os dezasseis planos de consumo da GBOM da referência do produto final

(representados na Figura 19) aos planos de operações responsáveis pelas suas inserções no processo de

transformação do produto final.

3. Precedência de operações

A diferença entre uma GBOO e uma gama operatória genérica é a primeira não representar uma ordem de

execução das operações. Assim, para transformar a GBOO numa gama operatória genérica é necessário definir

as precedências entre as operações genéricas que estiverem definidas. As precedências entre operações não

contribuem para a transformação de uma GBOO numa gama operatória, devido à ordem das operações genéricas

ser a mesma admitida pelas operações específicas. A importância da definição de precedências entre operações

consta na criação de fluxos de produção na programação da produção, devido definirem rotas de fabrico dos

artigos. A definição de precedências consiste na introdução da informação que determinada operação só pode ser

executada depois de uma ou mais operações serem realizadas.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

47

4. FUNÇÕES E PROCESSOS DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO DE ARTIGOS

A área funcional PDM é uma das áreas onde mais é intensificada a dificuldade de conciliar um eficiente

desempenho do sistema com um grau elevado de customização. Para o bom funcionamento da área funcional,

esta é dividida em funções PDM. No entanto, a decomposição apenas em funções não é suficientemente detalhada

para permitir identificar responsabilidades de criação e manutenção da informação acerca dos artigos. Assim, a

estrutura hierárquica adotada para identificação de todos os níveis de decomposição da área funcional é

apresentada na Figura 21.

Passos

Processos

Função Nível 2

Função Nível 1

Área Funcional

Função 1 Função 2 ...

Função 1 Função 2 ...

Processo 1 Processo 2 ...

Passo 2Passo 1 ...

Processo 1 Processo 2

Passo 2Passo 1 ...

Figura 21 – Estrutura proposta para organização da área funcional em funções e processos

O presente capítulo destina-se à classificação e descrição de todas as funções PDM de ambos os níveis

identificados na figura, segundo o contexto GenPDM, e à identificação dos processos de cada uma das funções.

O capítulo é, portanto, organizado em duas secções: as funções são classificadas e descritas na primeira secção,

e a segunda secção consiste na identificação dos processos das funções e na normalização de passos de execução

para processos comuns.

4.1 Definição de funções PDM em GenPDM

A informação acerca dos artigos é organizada e gerida no PDM segundo a caracterização necessária de artigos e

a gestão das suas BOMs e gamas operatórias. As funções do PDM têm, assim, como principal objetivo ajudar o

utilizador a lidar com as responsabilidades associadas a esta informação base. No contexto GenPDM, quer a nível

de modelo quer a nível de sistema, as funções de primeiro nível que permitem gerir toda a informação são

identificadas na Figura 22, bem como as suas respetivas funções de segundo nível.

FUNÇÕES E PROCESSOS DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO DE ARTIGOS

48

Funç

ões

Nív

el 2

Definição de Conceitos e Atributos

Gestão de Tipos de Operação

Caracterização de Artigos

Gestão de Listas de Materiais

Gestão de Gamas Operatórias

Validação de Estruturas de Variantes

Funç

ões

Nív

el 1

Definição de Tipos de Dados

Definição de Tipos de Parâmetro

Definição de Atributos

Definição de Tipos de Operação

Definição de Parâmetros em Tipos

de Operação

Definição de Atributos em Tipos de

Operação

Definição de Referências Genéricas

Definição de Parâmetros em

Referências Genéricas

Definição de Atributos em Referências

Genéricas

Definição de Planos de Operações

Definição de Planos de Consumo de

Operações

Definição de Precedências

Definição de Planos de Consumo

Definição de Consumos em Kits de

Abastecimento

Figura 22 – Decomposição da área funcional PDM em funções

As secções seguintes têm como objetivo a descrição de cada função identificada, e a decomposição da função

através da identificação e descrição de funções de segundo nível.

4.1.1 Definição de Conceitos e Atributos

A função de «Definição de Conceitos e Atributos» é a função responsável pela criação das estruturas de informação

necessárias à representação da informação sobre os produtos. Essas estruturas apoiam o armazenamento e

rastreamento de dados informativos, manutenção e proteção da informação.

As estruturas para informação, assemelhando-se o seu funcionamento ao conceito meta-dados apresentado por

Vaz & Benacchio (2008), são como bibliotecas de dicionários de dados, que permitem organizar a informação, de

forma a facilitar a sua integração, interpretação e localização, permitindo o funcionamento pleno do PDM. Em

GenPDM, estas estruturas são conceitos abrangentes que permitem classificar e padronizar informação que faça

parte de artigos e de operações da organização, e os conceitos que precisam de ser definidos são classificados

como: “tipos de dados”, “tipos de parâmetros” e “atributos”. Assim, a função de definição de conceitos e atributos

é decomposta em três funções de segundo nível, como ilustrado na Figura 23.

Figura 23 – Funções de segundo nível da função Definição de Conceitos e Atributos

A «Definição de Tipos de Dados» corresponde a processos de introdução do conhecimento sobre a tipologia de

dados que se usará em toda a vida útil do sistema e que permitem gerir a informação necessária ao funcionamento

do sistema.

A «Definição de Tipos de Parâmetros» e a «Definição de Atributos» consistem em processos de padronização de

propriedades dos artigos da organização. A importância destas duas funções deve-se à necessidade de criação de

Função Nível 2

Função Nivel 1Definição de Conceitos e Atributos

Definição de Tipos de DadosDefinição de Tipos de

Parâmetros Definição de Atributos

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

49

conceitos que permitam definir propriedades para caracterização de artigos (tipos de parâmetros) ou para

contextualização dos mesmos em sistemas PCP (atributos). É natural que diferentes referências genéricas tenham

propriedades semelhantes e um dos objetivos destes conceitos é a eficiência e a facilidade que a sua utilização

proporciona ao utilizador final no momento da definição de parâmetros e de atributos, e respetivos valores, de

cada uma das referências genéricas sem ter que repetir os processos de criação de propriedades que se define

para representar cada uma família de artigos.

4.1.2 Gestão de Tipos de Operação

A função «Gestão de Tipos de Operação» trabalha sobre um outro conceito abrangente, com os objetivos

semelhantes às funções de segundo nível da função anterior, mas correspondendo a processos de padronização

e classificação das operações que fazem parte da gama operatória dos artigos.

A informação criada tem diversas utilizações em sistemas PCP relacionadas com o planeamento de necessidades

de capacidade, para identificação dos perfis de necessidade por tipo de operação/tipo de posto/tipo de máquina;

com o custeio, para definição do valor de custo por unidade de medida; e com a programação da produção, para

correspondência a habilidades de tipos de postos e para disponibilidade de informação nos mesmos.

Relativamente à sua importância na gestão de informação de artigos, a função permite aumentar a eficiência da

criação e especificação de detalhes de operações da gama operatória de um artigo, devido permitir que diferentes

artigos possam partilhar o mesmo tipo de operação com detalhes característicos especificados apenas uma vez e

partilhados por todos os artigos que, na sua gama operatória, incluam uma operação que esteja classificada com

esse tipo de operação.

A função tem como estrutura um segundo nível de funções, composto pelas três funções de segundo nível

destacadas na Figura 24.

Figura 24 – Funções de segundo nível da função Gestão de Tipos de Operação

A função «Definição de Tipos de Operação» tem como responsabilidade a classificação de tipos de operação

segundo a representação dos grupos de operações semelhantes e presentes em gamas operatórias. Isto é,

compete a esta função identificar quais as habilidades produtivas da organização e representá-las sob a forma de

família de operações. As funções «Definição de Atributos em Tipos de Operação» e «Definição de Parâmetros em

Tipos de Operação» correspondem às funções responsáveis pela criação das propriedades em cada tipo de

operação que permitem representar operações em gamas operatórias.

Função Nível 2

Função Nivel 1Gestão de Tipos de Operação

Definição de Tipos de Operação

Definição de Parâmetros em Tipos de Operação

Definição de Atributos em Tipos de Operação

FUNÇÕES E PROCESSOS DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO DE ARTIGOS

50

4.1.3 Caracterização de Artigos

A função do sistema GenPDM que se pretende enquadrar é a «Caracterização de Artigos» que corresponde à

classificação de artigos e armazenamento de informação acerca destes nos sistemas PDM. Philpotts (1996) e Yeh

& You (2002) definem-na como um mecanismo potente para encontrar peças padrão e similares, de modo a que

sejam facilmente reutilizáveis, sem necessidade de reinventar múltiplas vezes o mesmo artigo. Assim, um dos

principais objetivos desta função é a redução do esforço exigido ao utilizador na classificação de todos os artigos

existentes na organização.

Assim, os artigos precisam de ser classificados e configurados de forma a permitir o agrupamento por

propriedades comuns. A informação associada a propriedades permite definir as especificações usadas para

selecionar componentes específicos, e são representadas por parâmetros e por atributos (e.g. prazos de validade

dos artigos, tamanho de lote na produção). Posto isto, a função tem as suas responsabilidades distribuídas por

três principais funções de segundo nível e estas são identificadas na Figura 25.

Figura 25 – Funções de segundo nível da função Caracterização de Artigos

A função designada por «Definição de Referências Genéricas» está associada à classificação dos artigos por

famílias. Isto é, compete a esta função identificar quais os grupos de artigos que partilham propriedades, BOM e

gama operatória.

As funções «Definição de Atributos em Referências Genéricas» e «Definição de Parâmetros em Referências

Genéricas» correspondem às funções responsáveis pela criação das propriedades em cada referência genérica e

das relações entre estas.

A importância de todas estas funções associadas à caracterização de artigos está relacionada com a ligação desta

às funções de «Gestão de Listas de Materiais» e «Gestão de Gamas Operatórias», devido a listas de materiais e

gamas operatórias serem representadas por referência genérica e configuradas através das propriedades

associadas à mesma.

4.1.4 Gestão de Listas de Materiais

A definição de BOMs para a produção é um dos processos mais relevantes na exploração de sistemas informáticos

de apoio aos sistemas PCP. Peng & Trappey (1998) e Yeh & You (2002) doutrinam que a BOM precisa de ser

gerida de modo a permitir a autonomia dos sistemas de planeamento da produção. Isto é, a função deve definir

componentes e atribuir relações entre produtos e componentes de modo a que permita visualizações específicas

Função Nível 2

Função Nivel 1Caracterização de Artigos

Definição de Referências Genéricas

Definição de Parâmetros em Referências Genéricas

Definição de Atributos em Referências Genéricas

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

51

de uma BOM do produto conforme a necessidade de informação de cada área funcional do sistema PCP. Assim,

a função pode ser decomposta nas duas funções de segundo nível representadas na Figura 26.

Figura 26 – Funções de segundo nível da função Gestão de Listas de Materiais

A função «Definição de Planos de Consumo» diz respeito à construção e manutenção de GBOMs dos artigos, onde

estas são definidas para uma referência genérica e não para um artigo e, na sua construção, em vez de artigos,

são também utilizadas referências genéricas para definição de componentes. A criação e a manutenção de GBOMs

permite atingir o objetivo de diminuição do esforço do utilizador, no entanto funções de sistemas PCP, como

planeamento de necessidades de materiais e programação de produção precisam de informação sobre listas de

materiais de artigos específicos. Assim, à função está associada a responsabilidade de modelação de listas de

materiais genéricas construídas de modo a que o sistema GenPDM seja capaz de fornecer informação às restantes

funções do sistema PCP num formato que essas funções sejam capazes de interpretar (listas de materiais de

variantes, e não de referências genéricas).

Por fim, a função de segundo nível designada por «Definição de Consumos em Kits de Abastecimento» permite

estabelecer relações entre os planos de consumo que representam componentes e aqueles que representam kits

de abastecimento. Estas relações correspondem à criação da forma de abastecimento dos componentes – se

através de kits se individualmente.

4.1.5 Gestão de Gamas Operatórias

Uma eficiente gestão das funções descritas até agora (gestão de tipos de operações, caracterização de artigos e

gestão das suas GBOMs) permite a um sistema PDM fornecer informação que possibilita à organização reagir à

procura do mercado e à maioria das principais necessidades do sistema PCP a médio prazo. No entanto, o sistema

só conseguirá passar de eficiente a médio prazo a pró-ativo se incluir a função «Gestão de Gamas Operatórias» e

fornecer informação aos sistemas PCP a nível de programação e monitoração da produção permitindo a ligação

entre recursos e operações de artigos através da definição de planos de processos (gamas operatórias), da

caracterização das operações e das propriedades dos processos, como correspondências com artigos. O sistema

PDM deve, ainda, ser capaz de registar todos os processos necessários aos artigos numa ótica de funcionamento

produtivo, onde a gama operatória representa o comportamento padrão da rota de fabrico que tem,

obrigatoriamente, que ser cumprida, garantindo que cada evento começará quando outro terminar.

A função é decomposta em três funções de segundo nível como mostra a Figura 27.

Função Nível 2

Função Nivel 1 Gestão de Listas de Materiais

Definição de Planos de Consumo Definição de Consumos em Kits de Abastecimento

FUNÇÕES E PROCESSOS DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO DE ARTIGOS

52

Figura 27 – Funções de segundo nível da função de Gestão de Gamas Operatórias

Paralelamente ao que foi descrito para «Gestão de Listas de Materiais», esta função em GenPDM corresponde à

construção e manutenção de GBOOs, onde estas são definidas para uma referência genérica e não para um artigo

utilizando operações genéricas com origem em tipos de operação, em vez de operações específicas. A construção

de GBOOs é do encargo da função «Definição de Planos de Operações».

A função «Planos de Consumo das Operações» tem a responsabilidade de fazer a ligação entre todos os planos

de consumo da GBOM aos planos de operação da GBOO. A função «Definição de Precedências» é responsável

por estabelecer as relações entre operações genéricas que permita obter rotas de fabrico específicas.

4.1.6 Validação de Estruturas de Variantes

A função de «Validação de Estruturas de Variantes» é a função que corresponde à validação dos processos

relacionados com a caracterização de artigos, a gestão de listas de materiais, de gestão de gamas operatórias e

de tipos de operação.

Como tem vindo a ser dito, em GenPDM, a modelação de artigos é feita segundo o paradigma da representação

genérica (referências genéricas em vez de artigos, GBOMs e não BOMs, e gamas operatórias genéricas ao invés

de específicas) com o objetivo de diminuir o esforço exigido ao utilizador para a representação da informação de

todos os artigos. No entanto, para utilização da informação nas diferentes funções do sistema PCP, é necessário

que se proceda à geração de variantes da referência genérica e respetiva lista de materiais e gama operatória.

Esta geração tem como base a atribuição de um conjunto de valores aos parâmetros da referência genérica de

forma a identificar a variante, e construir a lista de materiais e a gama operatória específicas.

Neste sentido, à função compete a revisão e a aprovação da modelação da informação dos artigos (parâmetros,

atributos, listas de materiais e gamas operatórias) antes do lançamento de artigos para as funções do sistema

PCP.

4.2 Normalização de processos GenPDM

Cada função GenPDM é composta por processos. Cada processo é uma sequência de passos em GenPDM,

correspondendo a eventos essenciais na construção e manutenção da informação acerca de artigos, i.e.,

consistem nas várias etapas para a elaboração da representação de toda a informação, segundo conceitos

Função Nível 2

Função Nivel 1Gestão de Gamas Operatórias

Definição de Planos de Operações

Definição de Planos de Consumo de Operações Definição de Precedências

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

53

baseados em referenciação genérica, e para a sustentação do funcionamento do sistema. Na Figura 28 estão

listados os processos inerentes a cada função de primeiro nível, ou às funções de segundo nível da mesma.

Definição de Tipos de Operação

FUN

ÇÕES

PR

IMEI

RO N

ÍVEL

Definição de Conceitos e Atributos

Gestão de Tipos de Operação

Caracterização de Artigos

Gestão de Listas de Materiais

Gestão de Gamas Operatórias

Validação de Estruturas de Variantes

Definição de Tipos de Dados

- Criação de Tipos de Dados- Alteração de Tipos de Dados- Eliminação de Tipos de Dados

Definição de Tipos de Parâmetro

- Criação de Tipos de Parâmetro- Criação de Características- Alteração de Tipos de Parâmetro- Eliminação de Tipos de Parâmetro

Definição de Atributos

- Criação de Atributos- Associação a Propriedades do Sistema- Alteração de Atributos- Eliminação de Atributos

- Criação de Tipos de Operação- Alteração de Tipos de Operação- Eliminação de Tipos de Operação

Definição de Referências Genéricas

Definição de Parâmetros em Referências Genéricas

Definição de Atributos em Referências Genéricas

- Criação de Referências Genéricas- Alteração de Referências Genéricas- Eliminação de Referências Genéricas

- Associação de valores de Atributos a Referências Genéricas

- Criação de valores de Parâmetros de Referências Genéricas- Criação de Restrições

- Criação de Planos de Consumo- Alteração de Planos de Consumo- Eliminação de Planos de Consumo

Definição de Planos de Operações

Definição de Planos de Consumos das Operações

Definição de Precedências

- Criação de Planos de Operação- Criação de Composição de Operações Célula - Alteração de Planos de Operação- Eliminação de Planos de Operação

- Associação de Planos de Consumo a Planos de Operações

- Criação de Precedência de Operações

- Simulação de Estruturas

FUNÇÕES SEGUNDO NÍVEL E PROCESSOS

Definição de Parâmetros em Tipos de Operação

Definição de Atributos em Tipos de Operação

- Associação de valores de Atributos a Tipos de Operação

- Criação de valores de Parâmetros de Tipos de Operação

Definição de Planos de Consumo

Definição de Consumos em Kits de Abastecimento

- Associação de planos de consumo de componentes genéricos a planos de consumo de kits de abastecimento

Figura 28 – Processos de funções GenPDM

Existem processos que se consideram como processos ”padrão” devido a serem executados segundo os mesmos

passos em GenPDM, independentemente da função. Os processos padrão identificados correspondem a

processos de criação, de alteração/eliminação, de ativação/desativação e de visualização. Assim, a criação desta

secção passa pela estratégia de, para além de identificar todos os processos necessários à gestão de informação

de artigos, descrever apenas uma vez o modo de realização de cada processo padrão.

FUNÇÕES E PROCESSOS DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO DE ARTIGOS

54

4.2.1 Processos de criação

O primeiro processo padrão que se pretende normalizar a sequência de passos é o de criação. Com o maior

número de processos associados, foram identificadas sete variantes do mesmo e agrupadas em duas categorias

diferentes. As classificações das categorias de processos padrão de criação encontram-se na Tabela 5, bem como

os processos das funções membros de cada classificação.

Tabela 5 – Classificação de processos de criação

Criação simples Criação de valores de parâmetros

Criação de Tipos de Dados Criação de Tipos de Parâmetro

Criação de Atributos Criação de Tipos de Operação

Criação de Referências Genéricas

Criação de valores para parâmeros em Referências Genéricas

Criação de valores para parâmetros em Tipos de Operação

Os parágrafos seguintes destinam-se à descrição e distinção dos processos identificados segundo a classificação

da tabela.

Criação simples (Categoria 1)

A criação simples corresponde a todos aqueles processos que consistem em criação de conceitos principais que

têm um menu correspondente em GenPDM. Em todos os interfaces correspondentes a realização do processo de

criação é a mesma e consiste no seguinte conjunto de passos:

Passo 1: Abrir o menu denominado com a mesma designação dos conceitos enumerados (menus

ilustrados na Figura 29),

Definição de Tipos de Parâmetros

Definição de Tipos de DadosDefinição de Referências

Menu principal para Gestão de Informação de Artigos

Definição de Atributos

Definição de Tipos de Operações

Figura 29 – Menus principais de GenPDM

Passo 2: Escolher a opção “Novo” do interface disponível quando aberto o respetivo menu, sendo a

opção representada na Figura 30,

Figura 30 – Opções para criação nos menus principais

Passo 3: Introduzir a informação exigida sobre o conceito,

Passo 4: Selecionar “Guardar” para finalizar o processo de criação.

A informação necessária no processo de criação será descrita no capítulo seguinte quando apresentadas

detalhadamente cada função numa perspetiva do sistema GenPDM. No entanto, existe informação comum aos

processos de criação dos conceitos e designam-se por “Código” e “Descrição” e “Data”.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

55

Em GenPPC tudo precisa de ser codificado, nomeadamente em GenPDM, e o “código” corresponde ao

identificador alfanumérico único definido pelo utilizador. A “Descrição” Serve unicamente para o utilizador

conseguir facilmente identificar qual o tipo de dado/tipo de parâmetro/atributo/tipo de operação/referência

genérica a que se refere o código criado. As descrições, opostamente ao que acontece na criação do código,

podem não ser exclusivas. A “Data” apenas é criada para tipos de operação e referências genéricas e é gerada

pela máquina no momento de criação.

Criação de valores de parâmetros (Categoria 2)

O processo de criação de parâmetros está associado às funções de definição de referências genéricas e de gestão

de tipos de operação. Em ambas as funções, o processo de criação de parâmetros tem os seguintes passos:

Passo 1: Selecionar a referência ou o tipo de operação que se pretende associar parâmetros,

Passo 2: Escolher a opção “Parâmetros” do menu da referência ou do tipo de operação, e arrastar para

cima da referência ou do tipo de operação o tipo de parâmetro que se pretende associar para originar o

parâmetro pretendido,

Passo 4: Introduzir a informação sobre o parâmetro na janela disponibilizada,

Passo 5: Selecionar “Atualizar” para finalizar o processo de criação de um parâmetro de uma referência

genérica ou de um tipo de operação.

O conjunto de passos descrito é repetido de acordo com o número de parâmetros que a referência ou o tipo de

operação tiver. A janela disponibilizada, para introdução de informação sobre o parâmetro, varia consoante o

domínio do tipo de parâmetro de origem. Existem campos comuns na caracterização de parâmetros em ambos

os domínios, apresentados na Tabela 6. Na presente tabela são identificados os processos de obtenção da

informação (por criação da informação ou por utilização de informação criada em outras funções/processos), bem

como uma breve descrição da informação e do objetivo desta.

Tabela 6 – Informação em comum necessárias à criação de parâmetros de compreensão e de extensão em referências genéricas e operações genéricas

Campo de informação Processo Definição e objetivo

Referência ou Tipo de Operação

Utilização Definição de Referências Genéricas ou

Gestão de Tipos de Operação Campo não editável e identificador da referência genérica

Tipo de Parâmetro Utilização

Definição de Tipos de Parâmetros Campo não editável e identificador do tipo de parâmetro de origem

Código Criação Identificador alfanumérico único (definido pelo utilizador)

Título de Linha e de Coluna

Criação Texto descritivo que surgirá sempre que o tipo de parâmetro aparecer em coluna ou em linha

Visível Criação Campo de seleção que permite parametrizar a visibilidade do parâmetro na escolha de variantes

Obrigatório Criação Campo de seleção que permite definir a obrigatoriedade de escolha do valor do parâmetro

FUNÇÕES E PROCESSOS DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO DE ARTIGOS

56

Para além dos campos em comum, existem alguns que apenas são apresentados nos seguintes casos:

1. O domínio do tipo de parâmetro é representado em extensão, Figura 31a);

2. O domínio do tipo de parâmetro é representado em compreensão, Figura 31b).

a) b)

Figura 31 – Janela para definição de parâmetros da referência quando tem origem num tipo de parâmetro: a) em extensão; b) em compreensão

A figura apresenta as janelas disponibilizadas no processo “Criação de valores de Parâmetros em Referências

Genéricas” mas os campos de informação disponíveis para o processo de “Criação de valores de Parâmetros em

Tipos de Operação” são os mesmos para ambos os casos.

No caso 1 são apresentados os seguintes campos de informação:

Domínio do Parâmetro – permite identificar o domínio de valores do parâmetro. No exemplo utilizado, trata-se de

uma lista finita de valores que podem ser provenientes de dois sítios:

a) Lista de valores: quando selecionada esta opção, todos os valores do domínio do tipo de parâmetro de

origem serão disponibilizados, de modo que o utilizador possa escolher quais os valores válidos para o parâmetro.

b) Valores herdados: quando selecionada esta opção, o utilizador não tem disponível nenhum valor da lista

do tipo de parâmetro de origem, sendo necessário na definição da GBOM e da gama operatória atribuir parâmetros

de onde este irá herdar o seu valor.

Opção ‘Atualizável’ – a seleção desta opção, marcará todos os valores da lista do tipo de parâmetro como possíveis

para o campo do parâmetro. Adicionalmente a introdução de um valor no tipo de parâmetro é refletida de forma

automática no domínio do parâmetro.

Opção ‘Selecionar Valores’ – permite selecionar os valores da mesma forma que no campo onde está representada

a lista de valores, no entanto, quando a lista tem um tamanho considerável, é mais simples a seleção por esta

via. A opção disponibiliza ainda a possibilidade de filtrar valores a atualizar consoante uma característica do tipo

de parâmetro e de filtrar valores por características.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

57

Opção ‘Utilizado no Cálculo de Preços’ – permite selecionar se o parâmetro deve ser utilizado no processo de

definição de custo das variantes da referência genérica na função de orçamentação.

No caso 2 é apenas apresentado o seguinte campo:

Domínio de parâmetros – intervalo de valores numéricos que o parâmetro pode assumir. O intervalo caracterizador

do domínio do parâmetro pode ser definido através do preenchimento dos campos:

a) Limite inferior: valor mínimo que o parâmetro pode tomar.

b) Limite superior: valor máximo que o parâmetro pode tomar.

c) Valor por defeito: quando o valor não é definido assume um valor pré-definido.

4.2.2 Processos de alteração e eliminação

Existem processos que dizem diretamente respeito à manutenção da informação de artigos, e dois desses

processos são designados por “alteração” e “eliminação”. Os dois processos são realizados segundo a mesma

sequência de passos utilizada nos cinco menus principais de GenPDM – menu de “Tipos de Dados”, de “Tipos

de Parâmetros”, de “Atributos”, de “Tipos de Operação” e de “Referências Genéricas”.

A alteração de algum dos conceitos deve ser feita numa ótica de atualização para se tirar partido da sua plena

utilização. De todas as informações relativas aos conceitos, apenas o código e a data são inalteráveis em todos

eles. O processo de alteração tem a seguinte sequência:

Passo 1: Abrir o respetivo menu do conceito que se pretende alterar,

Passo 2: Selecionar o tipo de dados/tipo de parâmetro/atributo/tipo de operação/referência genérica

que se pretende alterar,

Passo 3: Escolher a opção “Alterar” do interface disponível quando aberto o respetivo menu,

Passo 4: Alterar os campos de informação pretendidos sobre o conceito,

Passo 5: Selecionar “Guardar” para finalizar o processo de alteração.

No que diz respeito ao processo de eliminação, pode ser feito para manutenção de informação segundo os

seguintes passos:

Passo 1: Abrir o respetivo menu do conceito que se pretende eliminar,

Passo 2: Selecionar o tipo de dados/tipo de parâmetro/atributo/tipo de operação/referência genérica

que se pretende eliminar, no interface disponível quando aberto o respetivo menu,

Passo 3: Escolher a opção “Eliminar” e o processo de eliminação está finalizado.

FUNÇÕES E PROCESSOS DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO DE ARTIGOS

58

Alguns processos de alteração ou eliminação têm impactos significativos na representação da informação de

artigos, ou nem sempre são possíveis, pelo que sempre que a situação aconteça será abordada quando forem

descritos os processos no sistema GenPDM (capítulo Generic Product Data Management - Software).

4.2.3 Processos de ativação/desativação

Uma das principais preocupações de uma organização é a segurança da informação dos seus artigos. Nenhuma

organização quer encontrar-se na posição de ter que lidar com incoerência nos dados utilizados nos processos de

planeamento e programação da produção. Em GenPDM o mecanismo que permite prevenir esta situação passa

por processos de ativação/desativação.

A ativação de referências genéricas e de tipos de operação pretende dar ao utilizador a garantia que irá obter a

última versão dos mesmos. Esta garantia resulta da obrigatoriedade de executar o processo de ativação depois de

algum processo de criação ou alteração. Só após o processo de ativação realizado é que é possível utilizar a

informação sobre a referência ou o tipo de operação. Em suma, ativar alguma referência genérica ou algum tipo

de operação é aprovar que a informação se encontra validada e, então, autoriza a utilização dessa informação nos

diversos processos de PCP que dela dependem. Quer em referências genéricas quer em tipos de operação, no

menu correspondente no canto superior esquerdo da janela, é possível visualizar um cadeado, Figura 32.

Figura 32 – Identificação do executável de ativação em referências e tipos de operação

A funcionalidade associada ao “cadeado” permite ativar ou desativar uma referência genérica ou um tipo de

operação. Este símbolo pode apresentar quatro estados distintos:

1. Cadeado aberto – se o cadeado se encontrar nesta posição significa que a referência ou o tipo de

operação está no estado desativado e podem ser feitas alterações ou criação de nova informação.

2. Cadeado fechado – quando o cadeado se encontra nesta posição a referencia ou o tipo de operação está

ativado, o que significa que pode ser utilizado nos processo do sistema PCP mas não nos processos

PDM.

3. Cadeado verde – pode estar combinado com o cadeado aberto ou fechado e significa que ainda não

foram geradas variantes para a referência ou para o tipo de operação.

4. Cadeado vermelho – pode combinar com o cadeado aberto ou fechado e significa que já foram geradas

variantes para a referência ou o tipo de operação. O facto de se encontrar deste estado não impossibilita

a mudança de estado. Alterar uma referência ou um tipo de operação nestas condições merece alguns

cuidados pois obriga a um processo de regeneração de variantes.

Referências

Tipos de Operações

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

59

É importante identificar a informação necessária à ativação dado existirem situações onde a ativação não é

automática, i.e., o sistema não permite que se ative determinada referência genérica ou tipo de operação se a

informação estiver incompleta ou incoerente. Assim, é obrigatório, para ativação de uma referência genérica ou

tipo de operação, estarem reunidas as condições para a ativação, sendo ilustrados na Tabela 7 os processos que

precisam de ser realizados para que seja possível ativar uma referência ou um tipo de operação.

Tabela 7 – Processos para obtenção da informação necessária à ativação

Informação Processos

Referência genérica Criação de Referências Genéricas Definição de valores de Atributos em Referências Genéricas

Referência genérica com parâmetros Criação de Referências Genéricas Definição de Atributos em Referências Genéricas

Definição de Parâmetros em Referências Genéricas Referências genérica com operações de transformação

Criação de Referências Genéricas Definição de Atributos em Referências Genéricas

Definição de Parâmetros em Referências Genéricas Criação de Planos de Operação

Referências genérica com operações tipo célula

Criação de Referências Genéricas Definição de Atributos em Referências Genéricas

Definição de Parâmetros em Referências Genéricas Criação de Planos de Operação

Criação de Composição de Operações Célula

Referências genéricas com kits de abastecimento

Criação de Referências Genéricas Definição de Atributos em Referências Genéricas

Definição de Parâmetros em Referências Genéricas Definição de consumos em Kits de Abastecimento

Criação de Planos de Operação Tipo de operação produtiva Criação de Tipos de Operação Tipo de operação produtiva com parâmetros Criação de Tipos de Operação

Criação de valores de Parâmetros a Tipos de Operação Tipo de operação não produtiva Criação de Tipos de Operação

Associação de valores de Atributos a Tipos de Operação Tipo de operação não produtiva com parâmetros

Criação de Tipos de Operação Criação de valores de Parâmetros a Tipos de Operação Associação de valores de Atributos a Tipos de Operação

Todas as informações foram já apresentadas no capítulo destinado ao Modelo Generic Product Data Management,

e serão detalhadas no capítulo Generic Product Data Management - Software, onde as hiperligações da tabela

remetem para as secções dos processos corretos.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

61

5. GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

O presente capítulo destina-se à criação de um guia para o manual de utilizador. A criação deste guia será realizada

com base na aplicação do caso de estudo no software GenPPC e na descrição de todos os processos necessários

a cada função da área funcional PDM. Assim, o capítulo terá a estrutura apresentada na Figura 33.

Função de Nível 1

Função de Nível 2

Processos

Introdução à função com descrição da localização em GenPDM

Identificação da informação necessária (criada ou utilizada)

Introdução à função com descrição da localização em GenPDM

Descrição do modo de execução em GenPDM

Figura 33 – Estrutura do guia de utilização de GenPDM

A descrição do modo de execução de processos considerados padrão, na secção 4.2, consistem apenas na

identificação de qual a informação necessária ao processo, devido ao modo de realização ser apresentado na

secção referida.

Ao longo da aplicação do software para transformação da modelação teórica do caso de estudo, será ainda feita

uma avaliação do comportamento do software face às necessidades de transformação e representação de

informação.

5.1 Definição de Conceitos e Atributos

A função “Definição de Conceitos e Atributos” não possui um interface específico no módulo GenPDM. A função

é dividida pelos interfaces das suas funções de segundo nível: “Tipo de Dados”, “Tipos de Parâmetros” e

“Atributos”. Esses interfaces permitem a criação, alteração e eliminação da informação necessária ao

funcionamento do sistema e à representação de parâmetros e atributos de referências genéricas e de tipos de

operação. As opções do menu principal do módulo que permite ao utilizador ter acesso aos interfaces certos para

a gestão de informação sobre tipos de dados, tipos de parâmetros e atributos são identificados na Figura 34.

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

62

Definição de Tipos de Parâmetros

Definição de Tipos de DadosDefinição de Atributos

Menu principal para Gestão de Informação de Artigos

Figura 34 – Opções do menu principal para a Definição de Conceitos e Atributos

A presente secção encontra-se organizada segundo as funções de segundo nível, correspondendo o 5.1.1 a

“Definição de Tipos de Dados”, o 5.1.2 a “Definição de Tipos de Parâmetros” e o 5.1.3 a “Definição de Atributos”.

5.1.1 Definição de Tipos de Dados

A definição de tipos de dados é a primeira diferença significativa entre o modelo teórico GenPDM e a sua

transformação para o sistema. No modelo teórico não são definidos tipos de dados mas somente tipos de

parâmetros. Os tipos de parâmetros que se convertem em tipos de dados são todos aqueles que representem

classes de dados que possam ser transversais na utilização. Ou seja, que não representem um conceito

relacionado com uma propriedade específica de artigos ou de operações. Os tipos de dados a criar no sistema

correspondem aos tipos de parâmetros designados no modelo teórico como: “TP6 – Valores Inteiros” e “TP7 –

Valores Decimais” e “TP13 – Valores em Centímetros”.

Criação de Tipos de Dados

O processo de criação de um novo tipo de dados requer a classificação da tipologia dos dados através da

identificação do “Tipo” entre os valores “numérico”, “texto”, “ficheiro” e “imagem”. O comportamento de dados

tipo ficheiro, imagem ou texto não influenciam diretamente o planeamento e programação da produção, e permite

a introdução texto, de documentos ou imagens (e.g. ficheiro de instruções de trabalho). O tipo numérico permite

que a introdução de valores numéricos e a sua utilização em unidades de quantidade, podendo ser usados em

cálculos necessários nas diferentes fases de planeamento.

Quando selecionado o tipo numérico como o tipo de dado é exigido pelo sistema a informação seguinte:

1. Dimensão inteira – número máximo de carateres numéricos admissível para a parte inteira,

2. Dimensão decimal – número máximo de carateres numéricos admissível para a parte decimal,

3. Máscara – não é um input, i.e. não corresponde a um campo de informação editável. É preenchido

automaticamente e serve para visualização do formato dos dados numéricos em função da dimensão inteira e

decimal.

4. Unidade de quantidade – caracteriza os valores numéricos assumidos pelos dados deste tipo segundo

uma unidade de medida.

Os tipos de parâmetros identificados como tipos de dados podem ser construídos como ilustrados na Figura 35.

A figura apresenta ainda a janela do módulo GenPDM com o menu “Tipos de Dados” selecionado. No lado

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

63

esquerdo pode observar-se a lista dos tipos de dados já criados e disponíveis para o utilizador. No lado direito está

representada a informação relativa ao tipo de dados selecionado.

Figura 35 – Janela com o separador “Tipo de Dados”

Alteração e Eliminação de Tipos de Dados

Atente-se que a alteração ou eliminação de um tipo de dados tem implicações onde esse tipo de dados é utilizado.

Em particular, no processo de eliminação de um tipo de dados, toda a informação que seja suportada pelo tipo

de dados que se pretenda eliminar fica sem suporte, implicando, a maioria das vezes, falhas no funcionamento

pretendido para o sistema.

5.1.2 Definição de Tipos de Parâmetros

A definição de tipos de parâmetros tem associados os processos de criação dos mesmos, de características nestes

e de processos de alteração/eliminação. A seção encontra-se organizada segundo estes processos, onde o

processo de criação de tipos de parâmetros e os processos de alteração/eliminação apenas se destinam a

identificações de informação necessária, exceções de processos e impactos dos mesmos devido a serem

processos padronizados em Normalização de processos GenPDM.

Criação de Tipos de Parâmetros

O processo de criação de tipos de parâmetros pode ser realizado de duas formas distintas. O modo mais

consensual é a criação de raiz (separador “Tipos de Parâmetros” na opção “Novo” como descrito em Processos

de criação), em que o utilizador tem disponível o interface para introdução manual de informação necessária.

O segundo modo de criar tipos de parâmetros consiste na criação de um novo tipo usando um existente. Este

processo de criação é bastante menos exigente em termos de introdução manual de informação, pois o utilizador

apenas precisa de identificar o tipo de parâmetro equivalente ao que pretende criar e selecionar “Copiar para

Novo”. De seguida, o utilizador define o código a atribuir ao novo tipo de parâmetro e toda a restante informação

associada ao tipo de parâmetro original é copiada, incluindo o domínio de valores.

Independentemente da forma de criação do tipo de parâmetro, a informação que é necessária introduzir/verificar

é sempre a mesma e encontra-se representada na Tabela 8.

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

64

Tabela 8 – Informação na criação de Tipos de Parâmetros

Informação Processo Definição e objetivo

Título da Linha e Título da Coluna

Criação Texto descritivo que surgirá sempre que o tipo de parâmetro

aparecer em coluna ou em linha.

Linha e Coluna Criação

Campo de seleção e permite definir se os valores dos

parâmetros serão dispostos em coluna ou em linha na

visualização das variantes nos diferentes documentos

Utilização do parâmetro Criação

Campo de seleção que define a disponibilidade de associação de

parâmetros à caraterização de referências genéricas, de

operações ou de ambos

Tipo de Dimensão

Utilização

Definição de Tipos de Dados

Campo de seleção destinado a classificar tipos de parâmetro em

compreensão

O domínio dos tipos de parâmetros pode ser representado em extensão ou em compreensão. Como anteriormente

clarificado, um domínio em extensão diz respeito à lista com todas as descrições individuais e finitas de todos os

valores do tipo de parâmetro, e o domínio representado em compreensão é uma descrição conjunta dos valores

numéricos possíveis contidos em um intervalo.

Dependendo do tipo de domínio, os procedimentos em GenPPC para a criação do campo de valores possíveis do

Tipo de Parâmetro a ser criado diferem.

i. Tipo de Parâmetro definido em compreensão:

Quando um tipo de parâmetro que requer o seu domínio descrito em compreensão, requer que o utilizador, após

preencher a informação anterior, selecione o “Tipo de Dimensão” para tipo de parâmetro que está a criar. Uma

vez guardado o tipo de parâmetro, a seleção do “Tipo de Dimensão” não é possível.

Um exemplo de registo de um tipo de parâmetro de domínio em compreensão é o tipo de parâmetro “Altura do

sapato”, veja-se a transformação do modelo teórico em GenPDM na Figura 34.

TP 13V

Altura do sapato _Centímetro

[1cm..10cm]MO

DE

LO T

EÓR

ICO

MO

DE

LO P

TIC

O

Figura 36 – Transformação de um tipo de parâmetro em compreensão para o sistema prático

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

65

ii. Tipo de Parâmetro definido em extensão

O domínio de um tipo de parâmetro descrito em extensão é introduzido no sistema de forma diferente. Um exemplo

de modelação de um tipo de parâmetro de domínio lista é o tipo de parâmetro “Material_Têxtil”, e a Figura 37

mostra a transformação do modelo teórico em GenPDM.

MO

DE

LO T

EÓR

ICO

MO

DE

LO P

TIC

O

Tecido Liso

Tecido Bordado 2

Tecido Bordado 1

Sintético

Pele

Couro

TP 1L

Tipos de material

Camurça

Duplo clique

Figura 37 – Transformação de um tipo de parâmetro em compreensão do modelo teórico para o sistema

O domínio pode ser definido através da seleção do novo tipo de parâmetro na grelha esquerda (Figura 37) e

criação de cada valor de domínio no interface disponibilizado para definição da lista de valores finitos do domínio.

A cada valor do domínio pode ser associada uma imagem, e após o preenchimento de cada campo de valor, deve-

se selecionar “Guardar” e o tipo de parâmetro, bem como o domínio de valores, estará criado.

Criação de Características

Uma característica é criada no separador “Tipos de Parâmetros” em GenPDM. A criação de características pode

ter origem num tipo de parâmetro ou num tipo de dado. Os passos do processo de criação são independentes do

tipo de origem, e são os seguintes:

Passo 1: Selecionar o tipo de parâmetro onde se pretende criar a característica,

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

66

Passo 2: Escolher o tipo de origem – “Tipos de Parâmetros” ou “Tipos de Dados” para abrir a lista de opções

para origem de característica (a vermelho na Figura 38),

Passo 3: Arrastar o tipo de parâmetro ou tipo de dado que originará a característica para o tipo de parâmetro

aberto,

Passo 4: Preencher a informação do código identificador e da descrição para a característica,

Passo 5: Atribuir os valores da característica aos valores do tipo de parâmetro.

Na Figura 38 é possível visualizar, em paralelo com o modelo teórico do tipo de parâmetro explicativo, a

transformação deste para GenPDM, conforme os interfaces principais disponíveis ao utilizador.

1

2

3XL

M

M

S

S

XS

41

40

39

38

37

36

TP 3L

Tamanhos de sapato

35

42

43

44

45

L

XS

L

XL

1,1

1

0,9

0,8

0,7

0,6

0,5

1,2

1,3

1,4

1,5

TP 4L

Tamanhos de proteções

C1

C2

Tamanho de proteções

Fator de comprimentoTP 7

V

Valores Decimais

XL

MODELO TEÓRICO MODELO PRÁTICO

Figura 38 – Processo de criação de uma característica num Tipo de Parâmetro

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

67

O exemplo ilustrado na figura corresponde à criação de uma característica com origem num tipo de dados em

termos práticos, mas na representação teórica o mesmo é um tipo de parâmetro. Esta relação entre tipo de dado

vs. tipo de parâmetro foi já explicado em Definição de Tipos de Dados.

O modelo deve exigir que ao criar um valor do tipo de parâmetro criar-se logo o valor da característica. Na figura

é possível ver os tamanhos de sapato, onde a cada um deverá ser atribuído um valor da característica. Posto isto,

a característica de restrição estaria criada e pronta a ser utilizada.

Criação de Características de Ordenação

Quando introduzidos os valores do domínio dos tipos de parâmetro do tipo lista, independentemente da ordem

pela qual se insere os vários valores, o sistema ordena, por defeito, os valores alfabeticamente. Regra geral não

há implicações nesta ordenação e, na maioria das vezes, é apenas usada para facilitar a consulta ao utilizador.

No entanto, há situações onde é proveitoso ordenar os valores por outras grandezas, como por exemplo, por

tamanho.

No caso de estudo descrito, os artigos “saco” e “caixa” são caracterizados pelo tipo de parâmetro de “tamanho

de proteção”, sendo este do tipo lista e o seu domínio de valores do tamanho XS ao XL. Se nada for parametrizado

na característica de ordenação, o sistema ordena alfabeticamente. Porém, para efeitos de escolha na definição de

variantes pelo utilizador, é mais cómodo se a lista apresentar a ordenação por tamanho real. Assim, pretende-se

que a lista de tamanho apareça com a ordem XS-S-M-L-XL e não M-L-S-XL-XS.

Em situações como a descrita, é necessário atribuir ao tipo de parâmetro, que possui a lista de valores que se

pretende organizar segundo determinada ordem, uma característica de ordenação. Neste exemplo, o processo

para atribuição de uma característica de ordenação é idêntico ao processo de atribuição de uma característica

como mencionado anteriormente, diferenciando-se no objetivo de aplicação e no número de passos necessários

ao processo.

Antes de definir que a característica é de ordenação, é preciso criá-la no tipo de parâmetro que se pretende ordenar

o domínio. Assim, os primeiros passos da criação de uma característica de ordenação são os mesmos da criação

de uma característica de restrição, presentes na Figura 38.

No caso em aplicação, é criado no tipo de parâmetro “Tamanhos de Proteção” uma característica com origem no

tipo de dados “Inteiros”, onde na lista de valores do tipo de parâmetro são numerados os valores com a ordem

pretendida. Ou seja, associa-se o número 1 ao tamanho XS até ao 5 a XL. Como dito, até esta fase todos os passos

são iguais ao processo descrito para criação de características.

No processo de criação de um tipo de parâmetro em GenPDM, existe um campo no interface de requisição de

informação que não foi ainda mencionado e é designado como “Característica para Ordenação”. Quando

selecionado o campo, aparece automaticamente a lista de características no tipo de parâmetro para escolha do

utilizador da característica que o sistema utilizará para ordenação (Figura 39).

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68

Figura 39 – Atribuição de uma característica ao campo de ordenação

Alteração e Eliminação de Tipos de Parâmetros

A alteração de um tipo de parâmetro pode passar pela alteração da utilização, de descrições e/ou do domínio de

valores. Alterações do “código” e do “tipo” não são possíveis dado que ambos os campos de informação são

intrínsecos ao tipo de parâmetro criado. No entanto, quando de pretende alterar algum tipo de parâmetro deve

ter-se em atenção os seguintes acontecimentos:

i. Um parâmetro da referência genérica ou operação tem origem num tipo de parâmetro em extensão

O conflito que poderá surgir na presença deste acontecimento será em caso de alteração do domínio de valores

quando o tipo de parâmetro é do tipo lista.

A adição de um valor no domínio do tipo de parâmetro de origem de um parâmetro de referência ou operação que

herda todos os valores de forma atualizável, pode resultar na atribuição de valores para determinada propriedade

que na realidade pode não é exequível. Por outro lado, quando o parâmetro da referência ou operação não atualiza

de forma automática, existe o risco do parâmetro não assumir a possibilidade do novo valor na configuração das

propriedades quando na realidade a opção está disponível.

Na remoção de algum valor da lista do tipo de parâmetro o sistema valida a possibilidade de eliminação ao verificar

se o valor não está associado a algum parâmetro de alguma referência ou operação dentro da organização, para

que não elimine a possibilidade de atribuição de determinado valor possível para o parâmetro.

ii. Parâmetros de referências e de operações têm origem no mesmo tipo de parâmetro

Este acontecimento é considerado quando se pretende fazer alterações na utilização do parâmetro. Ou seja,

quando se define que o tipo de parâmetro terá a utilidade para parâmetros de referência genérica, ou operação

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

69

ou ambos. Quando a alteração da utilidade é substituída de “referências” ou “operações” para “tudo”, a alteração

não tem impacto porque parâmetros associados a tipos de operação e a referências genéricas com origem no tipo

de parâmetro alterado continuarão a ser válidos. O impacto está nas alterações: “operações” para “referências”

e “referências” para “operações”, no caso de algum parâmetro de alguma referência genérica tiver origem num

tipo de parâmetro alterado para “operações” ou no caso de algum parâmetro de algum tipo de operação tiver

origem num tipo de parâmetro alterado para “referências”. O impacto nos casos mencionados consiste em existir

parâmetros que possam não estar suportados.

iii. Consumos de componentes da referência ou de operações derivam de uma característica do tipo de

parâmetro

A necessidade de ponderar este acontecimento advém da possibilidade de alterações na lista de valores do

domínio do tipo de parâmetro. Imagine-se que é introduzido no tipo de parâmetro “Género” o valor “Infantil”. A

alteração não tem qualquer inconveniência, apenas acrescenta a possibilidade de o sapato poder ser para

crianças. No entanto, ao tipo de parâmetro “Género” existe uma característica denominada por “Número de Ilhós”

que representa o consumo destes no par de sapato conforme o género. Se o campo da característica não for

preenchido para o valor “Infantil”, existe a possibilidade de o sistema não reportar a necessidade de ilhós dado a

falta de valores. O mesmo poderá acontecer em situações onde características reportam consumos de operações.

No que concerne à eliminação de um tipo de parâmetro, para que os seus impactos nas referências e operações

com associação a esse tipo de parâmetro não comprometam o funcionamento do sistema, o sistem asseguradas

as seguintes condições:

O tipo de parâmetro não está associado a parâmetros de uma referência genérica,

O tipo de parâmetro não está associado a parâmetros de uma operação,

O tipo de parâmetro não tem associado uma característica,

O tipo de parâmetro não está associado a um atributo.

5.1.3 Definição de Atributos

Uma diferença entre a representação teórica e o sistema GenPDM é a inexistência de atributos no primeiro tipo

de representação. No entanto, a definição de atributos é crucial ao funcionamento do sistema PCP, e no modelo

prático estes têm estrutura na modelação.

Criação de Atributos

O modo de realização do processo de criação de atributos insere-se na descrição do processo padrão designado

por Processos de criação. O conjunto de campos para introdução da informação exigida pelo sistema sobre

atributos, encontra-se na Tabela 9.

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

70

Tabela 9 – Informação na criação de Atributos

Informação Processo Definição e objetivo

Base do Atributo Utilização

Definição de Tipos de Dados ou Definição de Tipos de Parâmetros

Campo de seleção que permite definir a origem do atributo (Tipo

de Dados ou Tipo de Parâmetros)

Código do Tipo Base Campo de seleção para identificar o código do tipo de parâmetro

ou do tipo de dados que se pretende atribuir

Grupo de Atributos Criação ou Utilização

Serve para organizar os atributos por categorias. O utilizador deve

selecionar qual o grupo de atributos onde pretende inserir o que

está a criar.

Associação de Atributos a Propriedades do Sistema

Por forma a fazer a ponte entre o que é atributos em GenPDM e o que é propriedade do sistema GenPPC, é

necessário fazer a associação do que se define com o que o sistema necessita. Por exemplo, o utilizador poderá

criar um atributo designado por “tempo de ciclo”, ou até mesmo por “lead time”, o sistema só entenderá esse

atributo como lead time nas áreas funcionais de GenPPC se o utilizador associar esse atributo à propriedade

respetiva do sistema. A associação entre atributos GenPDM e propriedades GenPPC pode ser feita através da

janela disponibilizada representada na Figura 40 (aberta através do comando de teclado F2).

Figura 40 – Atribuição de um atributo GenPDM a uma propriedade de GenPPC

No sistema encontra-se já pré-definido um conjunto de propriedades “standard” sendo possível ao utilizador

associar atributos criados a essas mesmas propriedades. Para todas as propriedades do sistema que seja

necessário associar um valor, que poderá variar consoante a referência em trabalho ou a operação a efetuar,

deverá ser criado um atributo em GenPDM, de forma a introduzir o valor do atributo conforme a referência. As

propriedades do sistema em cada grupo de atributos são de possível consulta no Anexo IV – Atributos do sistema.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

71

5.2 Gestão de Tipos de Operação

No módulo GenPDM, o separador reservado ao “Tipo de Operações” (Figura 41) permite a criação, alteração e

eliminação de tipos de operação relevantes à classificação e representação de informação de gamas operatórias

e de habilidades de postos de trabalho.

Gestão de Tipos de Operações

Menu principal para Gestão de Informação de Artigos

Figura 41 – Opção no menu principal para Gestão de Tipos de Operação

Criação de Tipos de Operação

Existem duas alternativas à criação de um novo tipo de operação: criação de raiz e criação a partir de existente

(“Copiar para Novo”). Os dois processos são divergentes unicamente no esforço exigido, devida à criação da

informação no processo alternativo não ser totalmente manual, mas conjugada essa criação manual com

processos de alteração.

A estratégia de criar a partir de um já existente é vantajosa apenas quando a maioria dos campos são equivalentes.

Quando o utilizador opta por criar um novo tipo de operação por este processo tem que introduzir manualmente

a informação respetiva ao “Código” e selecionar se os parâmetros devem ser copiados para o novo. Após

introdução do código do tipo de operação que se está a criar e da seleção de opções de cópia, os restantes campos

de informação ficam disponíveis para alteração, numa ótica de diferenciação entre o novo tipo de operações e o

existente.

A informação que precisa de ser introduzida para classificação e caraterização dos tipos de operação são os

apresentados na Tabela 10, sendo a constituição da tabela similar às tabelas de identificação de informação.

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72

Tabela 10 – Informação na criação de Tipos de Operação

Informação Processo Definição e objetivo

Destino Criação Campo de seleção que permite a identificação do tipo de atividade

da operação (interna ou de preparação)

Imagem Criação Campo opcional de atribuição de uma imagem ilustrativa

Unidade de

quantidade

Criação Campo de preenchimento obrigatório contendo a unidade de

quantidade das operações, e.g. segundo, metro, etc.

Armazém Criação ou Utilização

Módulo Gen4Gen

Preenchimento obrigatório para definição da secção onde se

localizam as operações

Família Criação Utilidade na realização de inquéritos

Tipo de Controlo Criação Campo de seleção, obrigatório, que permite classificar o tipo de

controlo por “peça”, por “lote” ou por “tempo”

Género Criação Campo de seleção que classifica as operações segundo

operações “individuais” ou de “célula”

Classe Criação Campo de seleção e pode tomar dois valores: “produtiva” ou “não

produtiva”.

Existem três campos de informação que definem, em conjunto, o comportamento padrão das variantes de

operações que serão geradas. Estes campos são os últimos da tabela anterior e designados por “Tipo de Controlo”,

“Género” e “Classe”.

O tipo de controlo permite corresponder à necessidade de «tudo o que é programado para ser executado precisa

de ser controlado», e no tipo de operação existe três medidas de controlo: peça, lote ou tempo. Este controlo é

útil aquando à necessidade de estimar custeios, tempos de produção reais, etc. e definir comportamentos das

operações. Deve adequar-se o tipo de controlo ao tipo de trabalho a executar, no sentido de se atribuir o controlo

por peça a operações que processem uma peça em assíncrono ou com fluxo à peça, por lote a operações que

operem o lote inteiro de uma vez ou com fluxo por lote, e por tempo a operações muito específicas e particulares

que atuem num conjunto de artigos diferentes em simultâneo.

O género do tipo de operação pode assumir os valores “Individual” e “Célula”:

Individual – classifica tipos de operação que originam operações individuais. Quando lançadas ordens de

produção, as operações individuais geram trabalhos que possibilitam o registo de início e fim de forma

individual de cada um. É possível atribuir componentes a cada operação individual bem como utiliza-la

como precedente de outra(s). Normalmente, uma operação individual corresponde a um processo, a

uma atividade específica,

Célula – corresponde a um conjunto de operações individuais que passa a ser tratado como uma

operação única. Uma operação-célula pode ser interpretada como sendo uma caixa preta, que gera

necessidades de capacidade para o tipo de operação origem e permite registar o início e fim dos trabalhos

associados. No entanto, o sistema permite a realização de registos de produção de cada operação

individual incluída na operação-célula.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

73

Não se confundam operações de célula com arranjo físico de operações individuais em célula. As duas abordagens

diferem em todos os aspetos. A comparação entre os dois conceitos, nas áreas que representam maior

necessidade de distinção, encontra-se na Tabela 11.

Tabela 11 – Comparação entre Operação Célula e Célula de Operações

Operação Célula Arranjo físico de Operações em Célula

Planeamento de

capacidade

Analisada a capacidade da célula. Capacidades das operações individuais

constituintes.

Programação da

produção

Abastecimento de materiais em todas as operações,

mas contabilização de consumo de materiais por

célula e não por operação. O levantamento de artigos

transformados apenas acontece na última operação.

Todas as operações podem ser abastecidas

individualmente, e o levantamento pode acontecer

em todas as operações.

Monitorização da

produção

Análise de rendimento e produtividade da célula. Análise de rendimentos e produtividades das

operações individuais.

A classe do tipo de operação pode ser produtiva ou não produtiva. A classe produtiva classifica os tipos de operação

que originam trabalhos diretamente relacionados com ordens de produção – operações deste tipo são

obrigatoriamente executadas quando incluídas nas suas gamas operatórias, sendo cruciais no processo de

transformação dos mesmos. A classe não produtiva classifica operações que podem não ser realizadas e que não

são associadas a gamas operatórias pois não acrescentam valor aos artigos. O comportamento de uma operação

do tipo não produtiva depende dos valores associados a dois campos de informação, disponíveis quando é

selecionada essa classe de operações:

a) “Afeta Rendimento”

A opção é usada sempre que for necessária a execução de uma operação do tipo não produtivo que afete o

rendimento do posto ou do colaborador. Considere-se uma operação de correção de defeitos, e portanto não

acrescenta valor ao artigo, é uma operação não produtiva. Se o posto for de controlo de qualidade e estiver

responsável por correção de defeitos de operações por ele não realizadas, não é selecionada a opção de afetação

de rendimento. No entanto, se o posto realizar operações produtivas e a operação for entendida como uma

correção do trabalho executado, no posto ou pelo próprio colaborador, a operação não produtiva de correção de

defeitos deve afetar o rendimento do posto/colaborador, dado que se tratar de retrabalho.

b) “Relacionado com Documentos”

Quando esta opção for selecionada são associados códigos de trabalho a ordens de produção de artigos que

permitem o registo de operações deste tipo em todas as referências associadas, significando que a operação não

produtiva se destina a processos de transformação de alguma ordem nos artigos.

Quando a opção não é selecionada são disponibilizados em cada posto de trabalho os códigos de identificação

para todas as operações não produtivas que permitem o seu registo.

No cenário de produção do caso de estudo existe uma operação não produtiva denominada de “Acabamento”. O

tipo de operação deve ser configurado como não produtivo, não selecionada a opção de afetar rendimento dado

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

74

se tratar de uma operação de correção de artigos, e selecionada a opção de relacionar com documentos, dada a

operação ser feita em produtos finais. A Figura 42 mostra a transformação no sistema de um tipo de operação

produtivo do caso de estudo e de este tipo de operação não produtivo “Acabamentos”.

OT 2Acabamento

P1L

Tipos de acabamento

TP12Segundos

OT 2Pré-Costura

P1L

Segundos

Tipos de pré-costura

TP11

PR

OD

UTI

VA

O P

RO

DU

TIV

A

Figura 42 – Modelação teórica e transformações práticas de tipos de operação

Os dois tipos de operação que se pretende comparar são “Pré-costura” e “Acabamentos”. O tipo de operação de

“Pré-costura” é um tipo de operação produtivo, existindo operações deste tipo em todos os sapatos que a

organização produz. Por sua vez, do tipo de operação “Acabamentos” apenas são realizadas operações nos

sapatos em caso de necessidade de reparação de defeitos ou melhoria de aspeto do sapato.

Analisando-se unicamente o modelo teórico de modelação dos tipos de operação não é percetível qualquer

diferença que permita identificar que um tipo é produtivo e outro não. No entanto, na transformação no sistema o

mesmo não acontece e é possível diferenciar os dois tipos de operação. Assim, é revelada uma situação onde a

modelação prática realizada no software GenPDM é mais eficiente que a modelação teórica do modelo

implementado no software.

Criação de valores de Parâmetros a Tipos de Operação

A atribuição de parâmetros a tipos de operação a nível prático em GenPDM, para além de depender da necessidade

de transmitir informação ao colaborador para executar determinada variante de operação, de obter perfis de

capacidade e de definir custos para orçamentação, deve ser feita segundo a quantificação do esforço exigido ao

utilizador. Esta quantificação consiste pela decisão se o tipo de modelação passa pela criação de maior número

de tipos de operação e menor número de tipos de parâmetros ou vice-versa.

No caso de estudo projetado, existe a fase principal de corte, sendo que esta fase principal pode representar a

execução de corte por balancé ou de corte por jato. Em termos de modelação em GenPDM, duas hipóteses devem

ser consideradas possíveis.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

75

Hipótese 1: a fase de operação de corte é considerada como um único tipo de operação. Esse tipo de operação

terá um parâmetro associado que permitirá a escolha entre operações de corte por balancé ou por jato. Assim,

nesta hipótese é criado um tipo de operação “Corte” e um tipo de parâmetro “Tipo de corte”, como ilustrado na

Figura 43 (cor azul). Na mesma figura está presente a modelação prática no software GenPDM da modelação

teórica do tipo de operação.

OT 1Corte

P1L

P2L

Metros/Segundo

Tipo de Corte Formato

TP10 TP8

MO

DE

LO T

EÓR

ICO

MO

DE

LO P

TIC

O

Figura 43 – Tipo de operação “Corte” com processo de associação de parâmetros em GenPDM

Na figura é possível ver a seleção da opção “Parâmetros” no menu do tipo de operação. Quando selecionada esta

opção, são disponibilizados todos os tipos de parâmetros de GenPDM, e após a escolha do tipo de parâmetro a

atribuir, é necessário arrastar o tipo de parâmetro para o interface do tipo de operação, sendo de imediato

assumido como um parâmetro do tipo de operação.

Hipótese 2: na fase de corte existem dois tipos de operação, “Corte por jato” e “Corte por balancé”. Nesta hipótese

não é criado algum tipo de parâmetro, sendo ao invés, criados dois tipos de operação produtivas.

Decisão: em termos de esforço de utilizador, no caso exemplificado são equivalentes as duas hipóteses. Apenas

seria decidido imediatamente pela primeira hipótese se existissem pelo menos três tipos de corte, como pelo

contrário, seria de imediato decidido pela criação apenas de tipos de operação se apenas existisse um tipo de

corte. No entanto, será optado pôr em prática a primeira hipótese dada a possibilidade de no futuro a organização

possuir mais tipos de corte e ser menos morosa a introdução dessa informação se apenas for necessário

acrescentar valores à lista de um tipo de parâmetro do que preencher toda os dados necessários na criação de

novos tipos de operação.

A fase de corte foi a fase escolhida para explicar que o esforço da introdução de dados pode advir daquilo que é

necessário agora e do possivelmente necessário na vida das organizações. No entanto, no caso de estudo existem

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

76

exemplos onde é notória a diferença de esforço exigida ao utilizador. A fase de pré-costura tem cinco operações

possíveis, sendo que é menos trabalhoso a criação de um tipo de operação “Pré-costura” e um tipo de parâmetro

“Tipo de Pré-costura”, ao invés de cinco tipos de operação.

Associação de valores de Atributos a Tipos de Operação

O atributo de tipos de operação não produtiva diz respeito ao código de identificação, por forma de registo da

execução de operações do tipo não produtivo. Como foi dito, o código de identificação pode estar presente em

documentos de ordens de produção ou nos postos de trabalho.

Dependendo da combinação das caraterísticas de afetação de rendimento e associação a documentos, os códigos

podem assumem intervalos de valores distintos. A Tabela 12 mostra o intervalo de códigos de identificação

dependendo da escolha efetuada.

Tabela 12 – Intervalo de valores para códigos de identificação consoante propriedades

Afeta rendimento

Associado a Documento

Intervalo de valores para código de identificação

Exemplo

Sim Não Inferior a 500 Operações de correção de defeitos de

operações anteriores

Não Sim De 501 a 1000 Operações de acabamento

Não Não Superior a 100 Avaria de um equipamento

Sim Sim Superior a 100 Operações de correção de defeitos de

operações da responsabilidade do colaborador/posto

Assim, para atribuição de códigos de identificação apenas é necessário escolher a opção no menu das operações

identificado na Figura 44, e atribuir no interface apresentado e exposto na mesma figura.

Figura 44 – Definição de atributo de identificação a um tipo de operação não produtiva

Esta informação sobre os tipos de operação não produtivas fazem parte do grupo de informação oculta quando

modelos os tipos de operação desta classe no modelo teórico de GenPDM.

Alteração e Eliminação de Tipos de Operação

O processo de alteração é realizado nos interfaces representados na Figura 42. No entanto, este processo de

alteração requer alguns cuidados:

i. Armazém

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

77

A alteração do armazém pode resultar em incoerências no fluxo de materiais. Esse tipo de alteração apenas deve

ser efetuado quando ocorrer uma mudança de implantação (layout) na organização, de modo a que a informação

da localização do tipo de operação corresponda sempre à localização real física.

ii. Unidade de quantidade

Conforme referido, a unidade de quantidade de um tipo de operação é utilizada para cálculo do consumo de

variantes do tipo de operação (e.g. em termos de tempo). Qualquer alteração na unidade de quantidade de um

tipo de operação reflete-se em todas as operações que tenham sido criadas com base nesse tipo de operação.

Assim, é necessário garantir que o valor do consumo de cada uma dessas operações (que podem pertencer a

gamas operatórias de diferentes referências genéricas) é ajustado à mudança da unidade de quantidade. Por

exemplo, considere-se um tipo de operação cuja unidade de quantidade foi definida como sendo o minuto, e uma

operação (criada com base nesse tipo de operação) cujo valor de consumo é 1, ou seja, 1 minuto. Se, no tipo de

operação, a unidade de quantidade for alterada de minuto para segundo, então é necessário ajustar o valor de

consumo da operação de 1 para 60, ou seja, 60 segundos, para que a consumo da operação permaneça correto

(neste caso a duração da operação).

iii. Género

A alteração do género do tipo de atributo pode resultar na não execução da operação ou em incoerência no

comportamento esperado quando associado a uma referência.

No caso do tipo de operação ser individual e ser alterado para célula, as operações classificadas pelo tipo de

operação não poderão ser utilizadas. Será necessário parametrizar cada nova operação na célula, ou seja, atribuir

operações individuais à célula.

No caso alternativo, para alterar o tipo de operação de célula para individual é necessário associar as operações

individuais que estavam associadas ao funcionamento da célula à gama operatória da referência genérica. A não

execução deste procedimento pode resultar na ausência de trabalhos na produção.

iv. Tipo de controlo

Quando o tipo de controlo é alterado em tipos de operação que ainda não foram utilizados para classificar

operações ou que ainda não estiveram na origem de trabalhos para a produção, não representa nenhum problema

de incompatibilidade.

v. Classe

A alteração da classe do tipo de operação significa a alteração por completo do comportamento das operações

associadas, sendo importante averiguar a sua utilização em referências. Este processo apenas é possível quando

não houverem ainda variantes geradas.

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78

No que concerne à eliminação de um tipo de operação, este processo é apenas possível se este não estiver

associado a operações (em uma ou mais gamas operatórias) e ainda não tiverem sido geradas variantes. Caso

contrário, a opção “Eliminar” não é disponibilizada ao utilizado. Esta situação permite a garantia de não se eliminar

tipos de operação que pudessem comprometer o funcionamento eficiente do sistema.

5.3 Caracterização de Artigos

A função “Caracterização de Artigos”, no módulo GenPDM, encontra-se no separador “Referencias Genéricas”

(Figura 45) e todos os seus processos de criação, cópia, alteração e eliminação de informação relacionadas com

artigos são realizados no menu aberto pelo separador. Isto significa que as suas três funções de segundo nível

não têm menu próprio, e são geridas no menu identificado.

Caraterização de Artigos

Menu principal para Gestão de Informação de Artigos

Figura 45 – Opção do menu principal para Caracterização de Artigos

A secção encontra-se organizado segundo as suas funções, onde a “Definição de Referências Genéricas” está

descrita na secção 5.3.1, a “Definição de Atributos a Referências Genéricas” na 5.3.2, e a “Definição de

Parâmetros em Referências Genéricas” na 5.3.3.

Famílias de Artigos

Uma família agregada de artigos permite, na sua essência, a distinção entre aquilo que a organização produz,

manda produzir ou encomenda, não distinguindo de que artigo se trata na realidade. Assim, a importância da

existência de famílias agregadas de artigos, e da sua gestão, provém da associação de comportamentos típicos

relativos ao fornecimento de cada família de artigo.

A criação das famílias agregadas de artigos da organização não se realiza, convencionalmente, no módulo

GenPDM, mas no módulo Gen4Gen. No entanto, ambos as alternativas estão disponíveis. Em Gen4Gen, no menu

“Dados Base”, tem uma área reservada à criação de famílias de artigos, na divisória de informação denominada

por “Artigos”, designada por “Famílias”. Em GenPDM, por sua vez, a criação de famílias de artigos é possível no

campo de informação destinado à família de artigos da referência genérica. Quando a família de produtos é criada

no módulo de GenPDM, a integração dessa informação em Gen4Gen é feita de forma automática pelo sistema.

Em ambos os processos de criação, para além do código e da descrição, o campo de informação necessário é

designado por “Tipo de Documento” e este corresponde ao documento para abastecimento desses artigos na

organização. As três alternativas de obter esses artigos dão origem a três tipos de documentos no sistema:

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

79

1. Documento de ordem de produção (ORD) – significa que os artigos das referências dentro de famílias

com este documento associado são produzidos pela organização, e portanto é o documento responsável

por informar a quantidade a produzir, o que se produzir e quando.

2. Documento Aquisição (AQS) – diz respeito a material que a organização não produz e provém de um

fornecedor. Este documento está associado, normalmente, a uma matéria-prima ou ferramenta.

3. Documento Talão de Subcontratação (TAL) – quando um artigo tem associado um talão de

subcontratação, significa que a organização opta, como estratégia, por não realizar as operações de

transformação do artigo e subcontratar para o efeito.

No caso modelado para efeitos de estudo nesta dissertação, as famílias agregadas de artigos criadas são as

apresentadas na Figura 46.

Figura 46 – Tabela de visualização de Famílias Agregadas e processos associados em Gen4Gen

Nenhuma família agregada de artigo se encontra associada ao documento “Talão de Subcontratação”. No

entanto, isto não significa que a organização não possa mais tarde fazer “Requisições” de operações para

qualquer família agregada de artigos com o documento de ordem de produção associado.

Classes de artigos

A classe de artigos representa os artigos sobre o grupo técnico a que pertencem. Esta classificação dos artigos

tem como objetivo principal a definição de comportamentos no funcionamento da programação da produção,

existindo quatro comportamentos padrão:

Comportamento 1: comportamento típico de um artigo direto de transformação ou transformado, quando

associados a um consumo no artigo pai é necessário comprar ou produzir e são consumidos, ou vendidos, na

íntegra. É o comportamento associado a artigos individuais com função diretas na produção do produto final ou

mesmo associado ao produto final.

Comportamento 2: comportamento de um artigo que não é consumido de todo ou na sua totalidade, sendo

materiais de auxilio à execução de transformação de artigos do tipo comportamento 1. Os artigos aos quais se

associa este tipo de comportamento, podem, depois de serem usados nas operações, serem devolvidos ao

armazém e retornarem à linha de produção para serem usados em outros artigos.

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

80

Comportamento 3: comportamento associado a “pacotes” de artigos necessários a artigos pai. Este

comportamento pode ser visto como um concentrado do comportamento 1, dado que o comportamento 1 se

associa a um artigo individual, e o comportamento 3 a um grupo de artigos individuais, que é abastecido aos

postos contendo quantidades superiores às necessárias à produção desejada de um artigo pai.

Comportamento 4: comportamento associado a artigos de decomposição. Ou seja, em vez de um artigo ser

originado por uma determinada quantidade de artigos, como convencionalmente se pensa, é um artigo que origina

uma quantidade finita de artigos.

O sistema tem já, por defeito, uma classificação pré-estabelecida, não sendo a lista de classes editável. Desta

forma, segundo o sistema, os artigos podem ser classificados em sete categorias dentro destes quatro

comportamentos padrão:

i. Matéria-prima (comportamento 1): material que ainda não sofreu nenhum processo de transformação

dentro da organização, normalmente proveniente de fornecedores.

ii. Componente (comportamento 1): artigo que já sofreu processos de transformação dentro da organização

e irá ser ainda submetido a mais processos de forma a integrar no seu artigo pai.

iii. Semiacabado (comportamento 1): artigo constituinte do produto final e é obtido através de ordens de

produção mas pode ser requerido em ordens de encomenda de clientes.

iv. Produto acabado (comportamento 1): produto final concebido de forma a satisfazer as necessidades dos

clientes, podendo ser produzido após uma ordem de encomenda ou por previsões de venda da organização.

v. Ferramentas (comportamento 2): não se tratam de nenhum material integrado no produto final ou em

algum derivado do produto, mas de material necessário para auxílio à produção.

vi. Kit de abastecimento (comportamento 3): grupo de material, podendo ser composto por componentes,

ferramentas, matérias-primas e semiacabados. Normalmente contém uma quantidade independente da

necessária à produção de uma unidade de artigo pai ou um lote desse artigo pai. Apesar do processo de criação

de kits de abastecimento ser por si a criação de uma referência genérica, o processo de integração destes na

BOM dos artigos diverge do processo das restantes possibilidades de classes e famílias agregadas de artigos.

vii. Subproduto (comportamento 4): artigo que, ao ser decomposto, dá origem a uma determinada

quantidade de artigos pai.

5.3.1 Definição de Referências Genéricas

A informação necessária para classificar uma referência genérica vão desde o seu código de identificação, à sua

descrição, e comportamentos genéricos. Toda a informação precisa de ser introduzida pelo utilizador do sistema,

tratando-se da informação base para o conhecimento de artigos dentro da organização.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

81

Criação de Referências Genéricas

Existem dois processos distintos de criação de referências genéricas em GenPDM. O primeiro processo (“Criar

Nova”) é realizado quando a criação de uma nova referência genérica parte do prossuposto de inexistência de

semelhança com uma existente. O segundo processo de criação é feito através de uma cópia de uma referência

já existente.

O segundo processo de criação é bem menos exigente em termos de introdução manual de informação, dado que

o utilizador apenas precisa de identificar uma referência equivalente à que pretende criar, selecioná-la e escolher

a opção “Copiar para Nova”. Neste ponto, o utilizador regista o código a atribuir à nova referência e seleciona a

informação que deseja copiar. A informação disponível para cópia incluem os parâmetros da referência, os planos

de consumo, os planos de operações e as etiquetas.

Tal como nos processos de criação de tipos de parâmetros, a informação necessária são transversais a qualquer

processo de criação. A informação sobre referências genéricas de introdução obrigatória está dividida segundo os

seus campos na Tabela 13.

Tabela 13 – Informação na criação de Referências Genéricas

Campo de Informação Processo Definição e objetivo

Classe Utilização

Módulo Gen4Gen A identificação da classe dos artigos representados pela referência

Família Criação e Utilização

Módulo Gen4Gen

Determina a família agregada de artigos a que a referência genérica

pertence

Tipo de Documento Criação e Utilização

Módulo Gen4Gen Campo de seleção que permite a escolha do tipo de documento

associado ao aprovisionamento do material na organização

Imagem Criação Campo opcional de atribuição de uma imagem ilustrativa

Armazém Criação e Utilização

Módulo Gen4Gen

Preenchimento obrigatório para definição do armazém de localização

dos artigos

Ficheiro Associado Criação Campo opcional de atribuição de um ficheiro, e.g. desenhos técnicos

do artigo, instruções de manuseamento, fichas técnicas, etc.

Permissões Criação Campo de seleção para autorizações de geração de variantes

Unidade de quantidade Criação Campo de preenchimento obrigatório contendo a unidade de

quantidade das operações, e.g. peça, grama, etc.

Quando se pretende definir a unidade de quantidade de uma referência, é necessário parametrizar quatro campos

de informação:

Unidade principal: a unidade de quantidade utilizada dentro da organização, pelo que será sempre a

unidade utilizada pelo sistema e pelos utilizadores.

Casas decimais: limite da quantidade de precisão de valores para unidades de quantidade que admitam

domínios decimais.

Unidade secundária: a unidade de quantidade utilizada por parceiros pode não ser equivalente à unidade

de quantidade principal, pelo que se pode colocar uma unidade de quantidade será considerada e reconhecido

quando utilizada e convertida para a unidade principal.

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

82

Conversão: trata-se da expressão de conversão da unidade de quantidade secundária para a unidade de

quantidade principal.

Relativamente a “Permissões”, estas são mecanismos que passam pela definição de autorizações para diferentes

utilizadores gerarem variantes. As permissões são definidas por cada referência e o impacto da seleção de cada

uma é descrito de seguida:

1. Criação de encomendas – permite gerar variantes da referência no processo de criação de encomendas.

Ou seja, quando clientes encomendam um produto de uma determinada referência, a variante desse produto pode

ser criado nesse processo. Esta permissão dá total acesso aos utilizadores responsáveis pela gestão comercial.

2. Pelo utilizador – permite gerar as variantes depois simuladas pelo utilizador no GenPDM.

3. Entradas iniciais – permite a geração de variantes quando se regista as entradas iniciais de artigos.

4. Aquisições – permite criar livremente variantes das referências para as quais se fará aquisições. O

material comprado pode ser uma variante já criada ou pode ser uma variante nova, normalmente necessário para

aquisições para stock.

5. Ordens de produção – permite gerar variantes no lançamento de ordens de produção, ou seja, no

processo de criação de documentos que autorizem a produção de novos artigos (geração de variantes).

6. Plano Diretor de Produção – permite gerar variantes na definição do plano de diretor.

7. Faturação – permite a geração de variantes nos processos de expedição e faturação.

8. Definição de Fornecedores – permite gerar variantes da referência com o objetivo de atribuir-lhe um

fornecedor.

9. Talões de subcontratação - permite a geração de variantes a utilizar em talões de subcontratação, i.e.,

no processo de criação de documentos que autorizem produzir determinado artigo fora da organização.

10. Definição de tabelas de preços – autoriza a geração de variantes para a definição de orçamentos e

preenchimento de tabelas de preços.

11. Previsão – permite que se façam previsões de procura para variantes novas.

12. Avisar Utilizador (resumo) – ativa uma funcionalidade que apresenta um relatório ao utilizador das

variantes criadas nos diferentes processos envolvidos e descritos na definição de permissões.

O processo de criação de referências genéricas no sistema GenPDM face ao modelado no sistema teórico é

apresentado na Figura 47, e corresponde à referência genérica do produto final do caso de estudo.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

83

RG_23Sapato_Oxford

TP9

P1L

TP5

Género

P2L

TP4

Tamanho

P3L

TP1

Material

P4L

Cor_Sapato

< C1 = P3 >

TP2

P5L

Cor_Ilhós

(P1==masculino, prateado)

P6L

TP2

Cor_Atacadores

Dourado

PrateadoPar

MO

DE

LO T

EÓR

ICO

MO

DE

LO P

TIC

O

Figura 47 – Referência Genérica do modelo teórico para o prático

Pela leitura da figura é verificável que metade da informação é transportada diretamente do modelo teórico para

o modelo prático, como o caso do código, da descrição e da unidade de quantidade. Porém, existe informação

que é, obrigatoriamente, conhecida acerca dos artigos e não é expressa no modelo teórico. Esta informação diz

respeito à classe e família de artigos; ao modo de aprovisionamento por parte da organização através do tipo de

documento consequente, à partida, da escolha da família de artigos; e ao local da organização onde se encontram

as matérias-primas representadas pela referência.

Fazendo então uma leitura mais global da representação da classificação das referências no que concerne à

modelação prática, esta é muito mais completa do que a sua origem de transformação, sendo que permite a

diferenciação desejada do tipo de artigos, bem como a localização destes. Esta informação relevante, e de acesso

fácil, encontra-se a amarelo nas respetivas imagens. Assim, o modelo teórico para representação de classificação

das referências genéricas, não é por si só suficiente para descrever toda a informação de classificação de artigos

necessária. A única forma que poderia de algum modo, no modelo teórico, levar a concluir a família e a classe

dos artigos seria através da inserção das referências em alguma BOM ou mesmo através da sua própria.

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

84

Alteração e Eliminação de Referências Genéricas

No processo de alteração, à exceção dos valores dos campos “Código” e “Data”, todos os campos de iinformação

podem ser alterados. No entanto, este processo não altera variantes que estejam relacionadas com valores de

parâmetros da referência e para as quais tenham sido emitidos documentos, e.g. ordens de produção.

A eliminação de referências genéricas só é possível se ainda não foram geradas e utilizadas variantes nos

processos de PCP.

5.3.2 Definição de Atributos em Referências Genéricas

Os tipos de atributos criados em Definição de Atributos ficam associados de forma automática a cada referência.

No entanto, o utilizador tem de preencher o valor de cada atributo. A necessidade deste passo vai ao limite de não

ser possível ativar uma referência sem preenchimento dos campos de atributos associados a propriedades do

sistema, dada a sua importância para o funcionamento normal do mesmo. Assim, à definição de atributos das

referências genéricas corresponde ao processo de atribuição dos seus valores. A opção do menu das referências

que permite o processo é identificado na Figura 48.

Definição de Atributos em Referências Genéricas

Menu principal para Referências Genéricas

Figura 48 – Opção no menu para Definição de Atributos em Referências Genéricas

Definição de valores de Atributos em Referências Genéricas

O processo de definição de valores de atributos em referências genéricas consiste nos seguintes passos:

Passo 1: Seleção da referência genérica onde se pretende definir valores de atributos.

Passo 2: Seleção da opção “atributos” no menu da referência genérica.

Passo 3: Seleção do atributo que se pretende definir um valor e selecionar “editar”.

Passo 4: Definir um valor através do interface disponibilizado pelo sistema, correspondendo aos interface

apresentados na Figura 49.

Passo 5: Selecionar a opção “Atualizar” no interface para terminar o processo de definição do valor do atributo na

referência genérica.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

85

a)

b)

c)

Figura 49 – Processo de associação a atributos de: a) valores constantes com origem num tipo de parâmetro, b) valores constantes com origem num tipo de dado; c) valores variáveis

Na figura é possível visualizar o interface apresentado por GenPDM onde é possível visualizar todos os atributos

criados associados à referência genérica. A associação de valores aos atributos vai depender do grupo de valores

disponíveis no tipo de atributo de cada um. Na criação dos tipos de atributos (Definição de Atributos – Criação de

Atributos) é associado um tipo de parâmetros ou um tipo de dados como base para os valores possíveis para o

atributo.

Quando se trabalha com um atributo em extensão, significa que esse atributo tem como origem um tipo de

parâmetro, e o campo para introdução do valor do atributo é apresentado na posição a) da Figura 49.

Relativamente a um atributo do tipo numérico pode ter origem num tipo de dados ou num tipo de parâmetro

definido em compreensão, sendo que, para ambos os casos a janela que permite a introdução dos valores do

atributo é o apresentado na mesma figura na posição b). A janela permite a introdução de valor numérico ou a

expressão matemática para cálculo do valor.

O valor atribuído pode corresponder a um valor constante, o que significa que o valor da lista do tipo de parâmetro

escolhido ou o valor numérico é o mesmo para todas as variantes da referência. Quando o valor é constante é

necessário selecionar “const” e no espaço entre parênteses obter a lista de valores de onde será feita a escolha

do valor constante.

O valor atribuído pode ainda ser variável, representando portanto valores diferentes consoante o valor de um

parâmetro na variante e pode ser definido na janela apresentada em Figura 49c). A atribuição de um valor variável

ao atributo é conseguido através da associação de características de um parâmetro da referência. (Exemplo: o

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

86

atributo “Tipo de Planeamento de Necessidades” de uma referência possui na sua lista de domínio três valores

distintos: “Perseguição”, “Nivelamento” e “Tradicional”. Um exemplo ilustrativo da necessidade de definição de

um valor variável para o atributo é a escolha deste ser em função do tipo de material têxtil, e para materiais como

couro o planeamento de necessidade de materiais é feito pela estratégia “Perseguição” e nos restantes por

“Tradicional”. Para resolver a necessidade de atribuir valores diferentes ao atributo associado ao planeamento de

necessidades de materiais, é atribuída uma característica ao tipo de parâmetro “Tipos de Material” de origem do

parâmetro com o mesmo nome na referência da matéria-prima em configuração, e na atribuição do valor ao

atributo, é selecionado a opção “Var” e feita a correspondência com a característica criada).

5.3.3 Definição de Parâmetros em Referências Genéricas

Todos os processos necessários à definição de parâmetros das referências genéricas são exequíveis no separador

“Referências Genéricas”, através da escolha da opção “Parâmetros”, no menu das referências (Figura 50).

Definição de Parâmetros em Referências Genéricas

Menu principal para Referências Genéricas

Figura 50 – Opção do menu para Definição de Parâmetros em Referências Genéricas

O processo de criação de valores de parâmetros em referências genéricas foi descrito na secção 4.2.1, e a Figura

51 representa visualmente esse processo através de exposição dos interfaces que ao longo do processo de criação

de parâmetros a uma referência genérica vão sendo disponibilizados ao utilizador. A figura servirá ainda de

ferramenta visual para a análise da transformação dos parâmetros de uma referência genérica modelada segundo

a representação teórica para os mesmos parâmetros criados em GenPDM. O processo de criação dos parâmetros

ilustrado consiste na criação dos parâmetros na referência genérica do produto final “Sapato Oxford”.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

87

RG_23Sapato_Oxford

TP9

P1L

TP5

Género

P2L

TP4

Tamanho

P3L

TP1

Material

P4L

Cor_Sapato

< C1 = P3 >

TP2

P5L

Cor_Ilhós

(P1==masculino, prateado)

P6L

TP2

Cor_Atacadores

Dourado

PrateadoPar

MO

DE

LO T

EÓR

ICO

MO

DE

LO P

TIC

O

Figura 51 – Construção de parâmetros numa referência genérica

Numa primeira abordagem à figura é possível verificar que a disposição dos parâmetros na referência genérica

consiste num posicionamento horizontal na modelação teórica, e vertical no modelo prático de GenPDM. Esta

diferença na representação não interfere em relações ou ligações que possam existir entre parâmetros e entre

estes com a própria referência genérica.

Analisando mais detalhadamente a figura através dos fluxos a cores, o fluxo a azul representa o processos de

criação que começa pela identificação do tipo de parâmetro para origem do parâmetro na lista dos tipos de

parâmetro na coluna da direita. Após arrastado o tipo de parâmetro para a área da referência genérica, é

disponibilizada a janela para introdução de toda a informação necessária. Após o preenchimento e a escolha da

opção atualizar, o parâmetro estará criado como se pretende parametrizar, incluindo o seu domínio, como pode

ser visto na figura no último evento do fluxo. O fluxo a verde, por sua vez, apenas serve para identificar que todos

os parâmetros devem ser configurados, e podem inclusivamente ter a sua designação configurada de forma

diferente do tipo de parâmetro que lhe dá origem.

Por último, o código dado aos parâmetros no modelo teórico e prático é diferente mas não é relevante ou mesmo

imposto pela modelação em GenPDM os códigos atribuídos, podendo ser os mesmos da modelação teórica. No

entanto, sendo o software GenPDM um sistema autónomo, sugere códigos ordenados alfabética e numericamente

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

88

para os parâmetros que forem sendo associados à referência e, por conforto, optou-se por aceitar essa geração

de codificação.

Criação de restrições

Existem situações onde o funcionamento pretendido para o parâmetro a criar é condicionado por outro parâmetro

ou propriedade do artigo. As condições ao parâmetro a criar podem ser organizadas em quatro classes:

1. Visibilidade do parâmetro – o exemplo no caso de estudo onde se tenta representar uma situação onde

exija a aplicabilidade de restrições para visibilidade é através do parâmetro “Cor dos Ilhós”.

A cor dos ilhós a colocar no produto final depende do género do cliente. Ou seja, se for feminino pode-se optar

pela colocação de ilhós dourados e prateados, se for masculino a cor ficará limitada apenas ao prateado. Posto

isto, a situação que se pretende é que a escolha de cor do sapato seja solicitada somente quando é escolhida a

opção do género feminino.

O sapato feminino possui ilhós em todos os furos para introdução de atacadores (20 ilhós) e o sapato masculino

apenas leva ilhós nos dois furos superiores do sapato (4 ilhós no total). Assim, a sugestão é construir a expressão

de condição que permita tornar o parâmetro de cor visível segundo a característica “número de ilhós” associada

ao tipo de parâmetro “Género”. Ou seja, construir uma expressão de condição que restrinja a escolha da cor

quando o consumo de ilhós no par de sapatos for quatro e que permita a escolha quando o respetivo consumo

for vinte.

O sapato feminino possui ilhós em todos os furos para introdução de atacadores (20 ilhós) e o sapato masculino

apenas leva ilhós nos dois furos superiores do sapato (4 ilhós no total). Assim, a sugestão é construir a expressão

de condição que permita tornar o parâmetro que identifica a cor dos ilhós visível utilizando a característica “número

de ilhós” associada ao tipo de parâmetro “Género”. Ou seja, construir uma expressão de condição que restrinja a

escolha da cor de ilhós de acordo com o valor da característica do parâmetro que representa o género. Na Figura

52 é apresentado o interface de criação da condição no software GenPDM.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

89

RG_23Sapato_Oxford

TP9

P1L

TP5

Género

P2L

TP4

Tamanho

P3L

TP1

Material

P4L

Cor_Sapato

< C1 = P3 >

TP2

P5L

Cor_Ilhós

(P1==masculino, prateado)

P6L

TP2

Cor_Atacadores

Dourado

PrateadoPar

MO

DE

LO T

EÓR

ICO

MO

DE

LO P

TIC

O

Figura 52 – Processo de aplicação de restrições para visibilidade de parâmetros

Em termos práticos a condição propõe que quando o valor da característica C1 do parâmetro A0 for igual a quatro,

i.e., quando o número de ilhós associado ao parâmetro “Género” indicar a escolha pelo valor masculino, o

parâmetro “Cor_Ilhós” não é visível e assume o valor “prateado”, caso contrário os valores do domínio selecionado

na janela de informação (“dourado” e “prateado”) são apresentados para escolha ao utilizador. Para comprovar

que o parâmetro está a assumir o comportamento que se espera, são apresentadas as estruturas da BOM quando

a escolha do valor parâmetro “Género” é masculino (Figura 53a)) e feminino, (Figura 53b)), respetivamente.

Figura 53 – Comparação de comportamento com condições de visibilidade do parâmetro “Cor_Ilhós” em: a) género masculino; b)género feminino

a) b)

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

90

O parâmetro está a assumir o comportamento esperado quando o género é “masculino” e “feminino”,

respetivamente. Na Figura 53a) é iniciada a simulação da estrutura com a escolha do género masculino, e como

se pode verificar a opção de escolha sobre a cor do ilhós não está disponível, contrariamente ao que acontece

quando o género escolhido recai no feminino (Figura 53b)).

2. Filtro de valores de parâmetros – o exemplo onde se pretende ilustrar uma situação deste género é na

relação do material com a cor deste.

No exemplo pretendesse relacionar o material com a cor deste, sendo necessário que no processo de geração de

variantes do produto final, o parâmetro da referência respetivo ao material do sapato condicione a cor do sapato.

Para resolver esta relação de condição, foi criado o tipo de parâmetro “Combinações material_cor”, que permitirá

a atribuição da condição de restrição no parâmetro cor quando é criado o parâmetro “cor_sapato”. Na Figura 54

é ilustrada a criação da condição.

RG_23Sapato_Oxford

TP9

P1L

TP5

Género

P2L

TP4

Tamanho

P3L

TP1

Material

P4L

Cor_Sapato

< C1 = P3 >

TP2

P5L

Cor_Ilhós

(P1==masculino, prateado)

P6L

TP2

Cor_Atacadores

Dourado

PrateadoPar

MO

DE

LO T

EÓR

ICO

MO

DE

LO P

TIC

O

Figura 54 – Processo de aplicação de condições de restrição de domínio em parâmetros

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

91

Na janela disponibilizada por GenPDM no processo de criação do parâmetro e necessidade de introdução de

informação acerca deste, é necessário numa primeira fase selecionar a opção ”Atualizável” para permitir assumir

todos os valores das combinações e a respetivas atualizações sempre que o tipo de parâmetro for alterado.

No campo denominado de “filtro” é colocada a expressão que permitirá a condição desejada. A expressão que se

colocou para definir o comportamento do parâmetro foi “C1@A6=A5”, o que significa que serão filtrados os valores

e disponibilizados apenas aqueles onde a caraterística C1 (material) do parâmetro A6 (cor_sapato) seja igual ao

valor do parâmetro A5 (parâmetro que permite a escolha do material ao utilizador). Dito de uma forma mais

simples, apenas são disponibilizados os valores que tenham associado o mesmo material que fora escolhido pelo

utilizador no parâmetro anterior.

Para verificação de que o processo de seleção de valores no parâmetro se comporta como se pretende, é simulada

a estrutura do artigo para diferentes escolhas do material, de modo a comprovar que apenas aparecem os valores

desejados para o parâmetro que representa a cor. A comparação entre diferentes escolhas de materiais encontra-

se na Figura 55.

Figura 55 – Visualização de comportamento de domínios de valor: a) sem condições de restrição; b) com condições de restrição

Na figura estão presentes duas simulações, onde uma exige que o parâmetro “cor_sapato” tenha o seu domínio

de valores restringido e outra onde o parâmetro pode assumir todos os valores de cor. Na Figura 55a) é ilustrado

o caso de não necessidade de restrição de domínio de valores, e portanto é esperado que sejam disponibilizadas

todas as cores possíveis. De acordo com o disponibilizado na figura, o parâmetro está a funcionar como pretendido,

dado o domínio se apresentar completo e sem duplicados. Na Figura 55b), por sua vez, é retratada a situação de

o utilizador escolher um material que não pode ser combinado com todas as cores. Pelo disponibilizado na figura

também pode ser comprovado o funcionamento pretendido para o parâmetro devido à disponibilidade de apenas

cinco cores para escolha.

a) b)

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

92

3. Filtro de valores de parâmetros a atualizar

Apesar do processo anteriormente descrito implique já um filtro, o processo que se pretende descrever difere na

utilidade do filtro e no campo para definição do mesmo no interface do GenPDM. Um “filtro de valores de

parâmetros a atualizar” é usado quando o domínio do parâmetro tem ativo a opção “Atualizável” e, portanto,

herda todos os valores do domínio do tipo de parâmetro de origem, atualizando o primeiro em função de alterações

no segundo mas com determinados critérios para a atualização.

O exemplo com o qual se pretende clarificar o processo da aplicação de filtros de valores de parâmetros não foi

representado na modelação do caso de estudo e é baseado na hipótese da organização decidir que o produto final

não poderá ser produzido em todos os tipos de material com que trabalha. Assim, pretende-se que o parâmetro

“Material” seja filtrado para que permita unicamente a escolha de valores válidos para o material do sapato. A

situação necessita que ao tipo de parâmetro de origem seja associada uma característica para empregar a

condição de restrição. A característica é, então, associada ao tipo de parâmetro “Tipo_têxtil” com origem no tipo

de dados “Texto” e a sua configuração (código e descrição) e associação pode ser visualizada na Figura 56a). A

atribuição de valores para a característica em cada valor do domínio do tipo de parâmetro é apresentada na Figura

56b).

a)

b)

Figura 56 – a) Característica “Uso em modelo Oxford” no tipo de parâmetro; b) Atribuição de valores de característica a valores do tipo de parâmetro

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

93

A característica tem como descrição “Uso em modelo Oxford” e pode assumir o valor de “SIM” se o material for

admitido para produção do sapato e “NÃO” para quando o material não é valido para a referência respetiva ao

sapato. Com a característica criada no tipo de parâmetro, a alteração que se propõe é no parâmetro “Tamanho”

(parâmetro da referência que se pretende condicionar) com a atribuição de um filtro de atualização, Figura 57.

Figura 57 – Processo de aplicação de filtros em um parâmetro da referência

Quando disponibilizada a janela de introdução de informação é possível ver uma opção que se designa por “Filtrar

Valores a Atualizar”. Esta opção apenas fica disponível para parâmetros que possuam, no seu tipo de parâmetro

de origem, características que permitam a distinção, como acontece para o parâmetro “Material” alterado. Para

parametrização da situação descrita é selecionada como “Característica para filtrar” a característica criada (“Uso

em modelo Oxford”) e escolhido o valor da característica equivalente a “SIM”.

Para validação do funcionamento da restrição imposta pelo filtro de valores a atualizar, ao domínio do tipo de

parâmetro são adicionados dois novos materiais, “Fibras Elásticas” e “Napa”, onde o primeiro corresponde a um

material válido para escolha e o segundo não (Figura 58).

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

94

Figura 58 – Adição de valores ao tipo de parâmetro “Tipo de Têxtil” e respetivas características

Com a adição de dois novos valores no domínio é esperado que, na geração de novas variantes para o sapato, o

valor do material com a característica “Uso em modelo Oxford” com calor equivalente a “SIM” fique disponível

para escolha e o valor com a mesma característica a assumir o valor de “NÃO” seja filtrado e não adicionado ao

domínio do parâmetro. Assim, na Figura 59 está presente a simulação da estrutura para visualização do

comportamento do parâmetro antes da adição dos novos valores no tipo de parâmetro (Figura 59a)) e depois de

estes serem adicionados (Figura 59b)).

Figura 59 – Visualização de comportamento do parâmetro “Tamanho” com filtros de atualizar: a) antes de adição de valores ao tipo de parâmetro; b) depois de adição de valores ao tipo de parâmetro

O parâmetro está a ter o comportamento desejado, dado Figura 59a) estarem disponíveis os valores do domínio

que se pretendiam, e não o domínio todo do tipo de parâmetro inicialmente parametrizado, e na Figura 59b)

apenas ter sido adicionado à lista de valores a possibilidade de escolha do material “Fibras Plásticas”.

5.4 Gestão de Listas de Materiais

A função de “Gestão de Listas de Materiais” diz respeito a todos os processos inerentes a GBOMs de referências

genéricas e tem como principais processos os apresentados na Figura 60.

b) a)

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

95

Gestão de Listas de Materiais

Criação de Componentes Genéricos

Criação de Expressões de Consumo

Criação de Expressões de Relacionamento

Definição de Consumos em Kits de

Abastecimento

Definição de Planos de Consumo

Alteração/Eliminação de Listas de Materiais

Figura 60 – Processos para Gestão de Listas de Materiais

A realização dos processos para definição de planos de consumo é possível na opção do menu principal designada

como “Planos de Consumo”. A criação de consumos em kits de abastecimento é realizada na opção do mesmo

menu nomeada como “Kits de Abastecimento”. As duas opções podem ser visualizadas na Figura 61.

Definição de consumo em Kits de Abastecimento

Menu principal para Referências Genéricas

Definição de Planos de Consumo

Figura 61 – Opções de menu para processos de Gestão de Listas de Materiais

O processo de alteração/eliminação corresponde a eventos que podem ser executados nos dois menus

identificados na figura. A presente secção encontra-se organizada segundo as duas funções de segundo nível da

Figura 60.

5.4.1 Definição de Planos de Consumo

A criação de cada GBOM é realizada segundo a mesma sequência de passos repetida o número de vezes

equivalente à quantidade de componentes que devem estar representados na GBOM. A sequência de passos

corresponde aos passos necessários à criação de cada plano de consumo e consiste na criação de componentes

genéricos, criação de expressões de relacionamento e expressões de consumo.

A criação de expressões de consumo em GenPDM corresponde a um valor constante ou a um valor variável

(campo de informação “Consumo”). No entanto, no processo de criação de expressões de consumo o sistema

pede mais um conjunto de informação que não é representado no modelo teórico. Todos os campos de informação

necessários em simultâneo com a expressão de consumo são apresentados na Tabela 14.

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

96

Tabela 14 – Informação na criação de planos de consumos da GBOM

Informação Processo Definição e objetivo

Turnaround Time Criação Campo de preenchimento numérico para definição do tempo

“disponível” até o artigo ser necessário no processo seguinte

Consumo Criação

Campo de preenchimento com valor numérico representativo da

quantidade gasta de componente na produção de uma unidade

de artigo pai

Tipo de Consumo Criação Campo de seleção obrigatória que permite definir se o tipo de

consumo é “Proporcional”, “Fixo” ou por “Lote”

Movido pela

programação Criação

Campo de seleção que define se a geração de um kanban de

movimentação é realizada de forma “automática” quando

necessário

Devolução Criação Campo de seleção que permite a definição de necessidade de

devolução ao armazém

Fictício Criação Campo de seleção que permite identificar componentes fictícios

Na Figura 62 está presente a transformação da GBOM do artigo final que foi modelada em Modelo Generic Product

Data Management - Listas de Materiais Genéricas. A mesma GBOM é replicada na figura por forma a se comparar

a representação teórica com a representação fornecida por GenPDM dos planos de consumo.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

97

P1

C = 1 Par P4

CP 15Linhas

RG_17Linhas_Costura

C = 20 Unidades

CP 16Parafusos

RG_21Parafusos

RG_23Sapato_Oxford

TP9

P1CP 01

PalmilhasRG_02

Palmilhas

C = 1 Par

P1CP 05

AtacadoresRG_06

Atacadores

C = 1 Par

P1L

TP5

Género

P2L

TP4

Tamanho

P3L

TP1

Material

P4L

Cor_Sapato

< C1 = P2 >

P1CP 02Ilhós

RG_03Ilhós

C = C1 @ P1

TP2

P5L

Cor_Ilhós

(P1==masculino, prateado)

P6L

TP2

Cor_Atacadores

C2@P1

P2P1CP 03Salto

RG_04Salto

C = 1 Par P1

P1CP 04Sola

RG_05Sola

C = 1 Par P1

P1

C1@P2

P1RG_08

Caixa_Proteção

C1@P2C = 1 Unidade

CP 07Caixa

P1

P2

P2 P3 P4

P3 P4C = 1 Par

CP 08Calcanheira

RG_09Calcanheira

C = 1 Par

P1

P2

P2 P3 P4

P3 P4

CP 09Biqueira

RG_10Biqueira

CP 11Forro

C = 1 Par

P1

P2

P2 P3 P4

P3 P4

RG_12Forro

RG_11Cano

P1

P2

P2 P3 P4

P3 P4

CP 10Cano

C = 1 Par

CP 12Gáspea

C = 1 Par

P1

P2

P2 P3 P4

P3 P4

RG_13Gáspea

CP 14Orelha

C = 1 Par

P1

P2

P2 P3 P4

P3 P4

RG_15Orelha

C = 1 Par

P1

P2

P2 P3 P4

P3 P4

RG_14Taloeira

P2

P5

P6

Oxford

Oxford

Oxford

Oxford

Oxford

Oxford

Oxford

DouradoPrateado

Par

CP 13Taloeira

CP 06Saco

RG_07Saco_Proteção

C = 1 Unidade

MODELO TEÓRICO MODELO PRÁTICO

Figura 62 - Criação de uma GBOM em GenPDM

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

98

A sequência de passos necessários à criação de cada plano de consumo (fluxo azul na figura) consiste nos

seguintes passos:

Passo 1: Identificação da referência genérica de origem (coluna da direita)

Passo 2: Criação do componente genérico e de expressões de consumo

A criação de um componente genérico consiste em arrastar a referência genérica de origem identificada para a

área central do interface. Quando esta atividade é realizada, o interface disponibiliza uma janela responsável pela

atribuição de informação sobre o plano de consumo. Os primeiros campos dizem respeito ao identificador e

descrição do componente genérico, seguidas do campo para expressão de consumo e de todos os restantes

campos já identificados. Após todos os campos de informação estarem preenchidos devidamente, selecionar a

opção “Atualizar” e o componente genérico bem como a expressão de consumo estão criados.

No campo informativo acerca da unidade de quantidade no plano de consumo, esta unidade pode tomar um valor

discreto introduzido pelo utilizador ou pode ser associado a um parâmetro ou uma característica da referência pai.

O segundo caso é representado no fluxo a verde da figura, onde é mencionado ilustrativamente o consumo de

ilhós segundo a característica “Número de Ilhós” do parâmetro “Género” da referência pai.

Passo 3: Criação de expressões de relacionamento

A associação de relações para atribuição de valores de parâmetros dos componentes genéricos quando forem

geradas BOMs específicas é realizado no mesmo interface aberto. As expressões podem ser:

Valor constante

Quando a expressão permite que o parâmetro componente genérico não varie, consoante os valores atribuídos

aos parâmetros da referência pai, é necessário selecionar o parâmetro e atribuir-lhe um valor do domínio do

parâmetro da referência genérica de origem. Exemplo: a expressão de relacionamento criada para o parâmetro

“formato” do componente genérico “calcanheira” é equivalente ao valor “Oxford” (assinalado a vermelho).

Relacionamento direto com parâmetros da referência pai

Todos os parâmetros da referência pai aparecem disponíveis no modelo teórico aparece horizontalmente,

enquanto no modelo prático é disposto na coluna mais à esquerda em forma de lista. Os parâmetros dos

componentes genéricos herdam valores que o utilizador escolher para os parâmetros da referência pai, em

GenPDM, quando o parâmetro da referência pai é arrastado para cima do parâmetro do componente genérico.

Exemplo: parâmetro “tamanho” do componente genérico “palmilha” herda o valor do parâmetro “Tamanho” do

sapato (referências genérica).

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

99

Relacionamento com características de parâmetros da referência pai

A criação de expressões de relacionamento que permitam o valor do parâmetro do componente genérico herdar

valores de características de parâmetros da referência pai consiste em arrastar a característica pretendida (coluna

esquerda) para o parâmetro do componente na área central. Exemplo: parâmetro do tipo de salto na referência

“Salto” herdar o valor da caraterística “Altura do Salto” presente no parâmetro “Género” da referência pai –

referenciado a verde na figura.

5.4.2 Definição de consumos em Kits de Abastecimento

Em muitas organizações, o abastecimento de materiais nas operações é feito através da utilização de kits de

abastecimento. Em GenPDM, na prática, um kit de abastecimento é uma referência genérica, com parâmetros de

referência e com GBOM. A GBOM de uma referência de kit de abastecimento é o conjunto de componentes que

podem estar dentro do kit quando este for necessário na produção. De modo prático, é neste processo que se

define quais os componentes que fazem parte do kit de abastecimento e respetivas quantidades. A título de

exemplo, no cenário modelado, existe kits de abastecimento com atacadores, saco e caixa de embalagem, que

são dispostos no posto de montagem final do sapato Oxford. Para a modelação seria necessário criar uma

referência genérica “kit de abastecimento montagem final”, associar os parâmetros necessários, e seriam

associados à sua BOM os atacadores, os sacos de embalagem e as caixas desmontadas.

À GBOM de uma referência é possível associar um plano de consumo com origem numa referência de kit. Assim,

à GBOM da referência genérica do produto final são associados planos de consumo com origem na referência de

atacadores, do saco, da caixa e do próprio kit. A associação a GBOM de planos de consumo com origem em kits

não invalida a necessidade de associação dos planos de consumo para componentes que possam fazer parte do

kit. Esta situação deve-se quer à possibilidade de decisão, por parte do utilizador, de determinados componentes

fazerem parte do kit de abastecimento e não serem consumidos através deste. Por esta razão, é necessário fazer

a associação dos planos de consumo de estarão a ser abastecidos por kits.

O interface que permite a associação de componentes da GBOM de uma referência a kits da mesma GBOM é

apresentado na Figura 63 (a grelha do lado direito representa a lista de componentes associados à referência e a

área central a informação relativa aos kits utilizados na referência genérica selecionada).

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

100

Figura 63 – Planos de consumos de kits de abastecimento

Ao analisar a figura é possível ver que todos os componentes da GBOM do produto final aparecem disponíveis na

coluna da direita, identificado a amarelo. No entanto, apenas devem ser adicionados ao kit os componentes que

fazem parte da GBOM deste. Na mesma figura é possível verificar o único kit de abastecimento da referência do

produto final, sendo que na existência de mais kits apareciam disponíveis, em lista vertical. A associação de

componentes é possível através da seleção do componente genérico na coluna da direita e a colocação deste em

cima do kit pretendido na área central do interface, como demonstrado na figura a verde.

Alteração e eliminação em listas de materiais genéricas

O processo de alteração de uma lista de materiais pode ser feito através dos vários eventos. Em qualquer dos

eventos apresentado nos seguintes parágrafos é necessário garantir que os planos de consumo acrescentados

estão atualizados nos planos de processos das operações (Definição de Planos de Consumo de Operações).

a) Adição/Remoção de planos de consumo

A qualquer instante, a GBOM de um artigo pode ser atualizada através da adição ou remoção de um plano de

consumo. Assim, um plano de consumo pode ser adicionado à GBOM através das atividades descritas de acordo

com o que a adição de um plano de consumo à GBOM exige. A remoção, por sua vez, passa por anulação do

plano do consumo na GBOM. No entanto, note-se que após a remoção de um plano de consumo na GBOM, o

processo não é imediatamente reversível. Em casos onde, temporariamente, um componente não fará parte da

BOM, por questões técnicas da organização, compensará apenas a alteração do consumo do componente para o

valor de zero.

Em algumas situações pontuais, existem alterações de engenharia no produto que exigem alterações nos

componentes genéricos da GBOM de uma referência, i.e., alterações de engenharia de mudança que não implicam

a alteração da estrutura da GBOM, mas alterações nas propriedades (parâmetros e atributos) dos componentes.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

101

b) Adição/Remoção de planos de consumo utilizados em kits de abastecimento

Os eventos propostos para este processo são similares aos descritos na alínea anterior acrescidos de uma tarefa

extra. A adição de um plano de consumo à GBOM, que seja relativo a um componente genérico abastecido através

de um kit utilizado na referência, é necessária a criação da informação de que o novo componente genérico é

abastecido às operações através da sua alocação no kit de abastecimento respetivo. No que concerne à remoção

de um plano de consumo da GBOM de uma referência, é suficiente eliminar esse componente da GBOM da

referência para que seja eliminado do respetivo kit utilizado na referência.

c) Alteração de um kit de abastecimento da GBOM

O processo reportado nesta alínea pode ser originado por vários eventos, sendo que cada um exige

comportamentos distintos por parte do utilizador que está a modelar a informação dos artigos.

O primeiro evento é a troca do kit de abastecimento a ser utilizado na produção da referência genérica. Quando

surge a necessidade de troca do kit de abastecimento na GBOM da referência genérica, é necessário, numa

primeira instância, anular o plano de consumo que representa o kit que existente e executar o processo de adição

de um novo plano de consumo para o kit de abastecimento que se pretende. Após estes processos, o utilizador

precisa de se certificar que os planos de consumo a serem abastecidos através do novo kit de abastecimento

estão já associados, para que o novo kit esteja totalmente configurado para o comportamento esperado.

O segundo evento de alteração de um kit de abastecimento da GBOM é a sua eliminação por completo, i.e., que

o kit de abastecimento seja removido da GBOM e não seja substituído por outro. Neste caso, os componentes

genéricos que até então estariam a ser abastecidos através de um kit passam a ser abastecidos diretamente aos

postos que deles necessitam.

Um outro evento são alterações que se possam fazer nas GBOM dos próprios kits de abastecimento que poderão

comprometer o correto abastecimento dos componentes necessários à referência que se pretende produzir. Isto

significa que o utilizador tem de verificar que as alterações que efetuadas na GBOM do kit de abastecimento não

afetam o abastecimento dos planos de consumo da referência.

d) Eliminação de toda a GBOM

Este evento passa pela eliminação de todos os planos de consumo de uma referência. Normalmente este evento

é realizado em referências que a organização produz ou subcontrata a produção, e passa simplesmente a comprá-

las.

5.5 Gestão de Gamas Operatórias

A função “Gestão de Gamas Operatórias” pode ser decomposta em três funções de segundo nível: definição de

planos de operações, definição de planos de consumo das operações e definição de precedências. As três funções

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102

identificadas permitem gerar a informação necessária sobre gamas operatórias. Apesar de se encontrarem em

opções diferentes de menu, todas têm os seus processos inseridos no módulo GenPDM, no separador

“Referências Genéricas” e disponíveis no menu de cada uma das referências criadas (Figura 58).

Menu principal para Referências Genéricas

Definição de Planos de Operações

Definição de Planos de Consumos de Operações

Definição de Precedências

Figura 64 – Opções de menu para processos de Gestão de Gamas Operatórias

O capítulo encontra-se organizado segundo as três funções de segundo nível, correspondendo a secção 5.5.1 a

“Definição de Planos de Operações”, a 5.5.2 a “Definição de Planos de Consumo de Operações” e a 5.5.3 a

“Definição de Precedências”.

5.5.1 Definição de Planos de Operações

A função de definição de planos de operações tem como processos a “criação do plano de operação”, a “criação

da composição de operações célula” e a “alteração/eliminação de planos de operações”. A decomposição da

função em processos está representada na Figura 65.

Definição de Planos de Operações

Criação de Operações Genéricas

Criação de Expressões de Consumo

Criação de Expressões de Relacionamento

Criação de Composição de Operações Célula

Criação de Planos de Operação

Alteração/Eliminação de Planos de Operações

Figura 65 – Processos para Definição de um Plano de Operações

Criação de Planos de Operação

A informação que permite a parametrização do plano de operações, quando adicionado à GBOO de uma

referência, encontra-se na Tabela 15. A informação é exigida pelo sistema quando no mesmo momento é

necessária a introdução da expressão de consumo da operação genérica. No entanto, este conjunto de informação

é mais complexo do que aquele exigido na modelação teórica.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

103

Tabela 15 – Informação na criação de Planos de Operações

Informação Processo Definição e objetivo

Consumo Criação

Valor numérico representativo da quantidade gasta, normalmente de tempo, na execução da operação de transformação em uma unidade de quantidade de artigo pai.

O consumo de uma operação pode ser variável ou constante.

Tipo de Consumo Criação

Proporcional – quanto maior o número de artigos pai maior e proporcionalmente direto será o consumo da operação;

Fixo – invariabilidade do consumo independentemente da quantidade de artigo pai;

Lote – consumo da operação tendo em consideração a quantidade temporal necessária para execução de um lote do artigo pai.

A sequência de passos para criação de planos de operações é repetida o número de vezes equivalente à

quantidade de operações que devem estar representados na GBOO e corresponde aos seguintes passos:

Passo 1: Identificação do tipo de operação de origem (coluna da direita)

Passo 2: Criação da operação genérica e de expressões de consumo

A criação de uma operação genérica consiste em arrastar o tipo de operação de origem para a área central do

interface. Sempre que um tipo de operação é arrastado para associação de um plano de operação à GBOO, é

necessária a introdução de informação sobre o seu plano na janela disponibilizada pelo sistema GenPDM. Após

os campos de informação estarem preenchidos devidamente, selecionar a opção “Atualizar”.

No campo da unidade de quantidade no plano de consumo, esta unidade pode tomar um valor discreto introduzido

pelo utilizador ou pode ser associado a um parâmetro ou uma característica da referência pai. O segundo caso é

representado no consumo da operação “Pré-montagem” do tempo de colocação de um ilhós multiplicado pela

característica “Número de Ilhós” do parâmetro “Género” da referência pai (Figura 66 a vermelho).

Passo 3: Criação de expressões de relacionamento

A associação de relações para atribuição de valores de parâmetros das operações genéricos para quando forem

geradas BOOs específicas pode ser realizada segundo:

Um valor constante – correspondendo ao mesmo modo de execução na definição de expressões de

relacionamento para componentes genéricos através da atribuição de um valor do domínio do parâmetro do tipo

de operação de origem. Exemplo: a expressão de relacionamento criada para o parâmetro “tipo de pré-costura”

nas diferentes operações de pré-costura, com associação do valor discreto correspondente.

Um relacionamento direto com parâmetros da referência pai ou com características de parâmetros da

referência pai – com o mesmo modo de realização descrito para expressões de relacionamento para componentes

genéricos.

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104

RG_23Sapato_Oxford

TP9

P1L

TP5

Género

P2L

TP4

Tamanho

P3L

TP1

Material

P4L

Cor_Sapato

< C1 = P2 >

TP2

P5L

Cor_Ilhós

(P1==masculino, prateado)

P6L

TP2

Cor_Atacadores

P1OP 01Facear

OT 02Pré-costura

C= 250 seg. Facear

P1OP 02

EspessurarOT 02

Pré-costura

C= 660 seg. Espessurar

P1OP 03Furar

OT 02Pré-costura

C= 420 seg. Furar

P1OP 04Marcar

OT 02Pré-costura

C= 120 seg. Marcação_Costura

OP 05Costurar

OT 03Costura

C= 680 seg.

OP 06Colocar Ilhós

OT 04Pré-montagem

C= C1@P1 X 120 seg.

OP 07Montar

OT 05Montagem

C= 240 seg.

OP 08Embalar

OT 06Embalamento

C= 120 seg.

DouradoPrateado

Par

MODELO TEÓRICO MODELO PRÁTICO

\

Figura 66 – Interface para atribuição de operações a uma referência genérica

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

105

Criação de Composição de Operações Célula

O processo de parametrização da lista de operações não está completo com os eventos anteriormente descritos

quando existem operações que têm como origem um tipo de operação de célula. Quando se pretende criar uma

operação na BOO do tipo célula são necessários os seguintes passos:

Passo 1: Criar os planos de operações genéricas individuais, a associar à operação de célula.

Passo 2: Criar o plano de operação célula na GBOO – a operação célula é adicionada à GBOO do artigo para que

se transmita informação ao sistema dos planos de operações individuais que pertencem ao plano de operação

célula. Na definição do plano da operação célula, o consumo não é editável pois resulta do somatório dos

consumos das operações individuais que estarão a ser realizadas em operação célula.

Passo 3: Identificar os planos de operações individuais na composição do plano de operação célula – quando um

plano de operação célula é adicionada à gama operatória não lhe estão associadas planos de operações

individuais. É necessário fazer a associação das operações individuais à operação célula, depois de todos os planos

de operações individuais estarem representados na GBOO da referência.

Para a realização do último passo deste processo existe uma opção no menu de referências genéricas destinada

e denominada por “Composição Célula”. O interface que permite identificar as operações individuais na

composição da operação célula é apresentado na Figura 67, onde a grelha do lado direito dispõe as operações da

BOO, e na área central a informação relativa à operação célula. Considere-se uma operação de célula denominada

como “célula de pré-costura”, sendo que a operação de célula contempla todas as operações de pré-costura

necessárias à transformação dos artigos. A Figura 67 tem, assim, o objetivo de exemplificar o fluxo de movimentos

que permita essa associação de operações individuais a operações célula.

Figura 67 – Atribuição de operações individuais a operação célula

O fluxo a verde corresponde à associação de um plano de operação individual a um plano de operação célula,

segundo o movimento comum em GenPDM: arrastar as operações individuais da GBOO para a operação célula.

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106

Alteração e Eliminação da Lista de Operações

Os eventos processuais de alterações na GBOO podem ser:

a) Adição/Remoção de planos de operações

A GBOO de um artigo pode ser atualizada através da adição ou remoção de um plano de operação. A remoção diz

respeito à eliminação de um plano de operação na GBOO e é um processo que não permite retroceder. Em casos

particulares em que, temporariamente, uma operação genérica não fará parte da GBOO, por questões técnicas

da organização, compensará apenas a alteração da sua expressão de consumo para o valor de zero. A adição, por

outro lado, corresponde à realização do processo de criação de um plano de operação novo.

b) Adição/Remoção de algum plano de operação célula da GBOO

O primeiro evento identificado é a troca de uma operação célula por outra na GBOO. A execução deste evento

consiste na eliminação da operação de célula e na adição de uma nova operação.

O segundo evento num plano de operação célula da GBOO de uma referência é a sua eliminação por completo.

Neste caso, as operações individuais que até então associadas à operação célula passam a estar representadas

individualmente, necessitando de postos de trabalho com as habilidades para as executar.

c) Alteração de um plano de operação genérica individual

Em algumas situações pontuais, existem alterações nas operações genéricas da GBOO, não tendo impacto na

estrutura da BOO mas alterações nas expressões de consumo ou de relacionamento das operações.

De salientar que em qualquer um dos eventos é necessário garantir que não ficará nenhuma operação da BOO

por atribuir planos de consumo das operações nem precedências por definir.

5.5.2 Definição de Planos de Consumo de Operações

A definição de planos de consumos das operações é realizada no menu identificado na Figura 64 e tem os

seguintes passos:

Passo 1: Selecionar o plano de consumo da GBOM que se pretende associar a um plano de operação da GBOO.

Passo 2: Arrastar o plano de consumo para o plano de operação que consume o componente genérico na execução

dos processos de transformação dos artigos, assim como ilustrado a vermelho o exemplo de atribuição do

componente “Biqueira” à operação “Pré-costura_facear” na Figura 68.

A Figura 68 permite ainda visualizar o interface apresentado quando selecionada a opção “Planos de consumo

das operações”, onde a lista de operações se encontra à esquerda e a lista de materiais à direita. A janela para

introdução da informação nos campos respetivos é adicionada à figura.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

107

RG_23Sapato_Oxford

OP 01Facear

OT 02Pré-costura

C= 250 seg.

CP 08 - Calcanheira

CP 09 - Biqueira

CP 10 - Cano

CP 11 - Forro

CP 12 - Gáspea

CP 13 - Taloeira

CP 14 - Orelha

OP 02Espessurar

OT 02Pré-costura

C= 660 seg.

OP 03Furar

OT 02Pré-costura

C= 420 seg.

OP 04Marcar

OT 02Pré-costura

C= 120 seg.

OP 05Costurar

OT 03Costura

C= 680 seg.

CP 15 – Linhas de Costura

OP 06Colocar Ilhós

OT 04Pré-montagem

C= C1@P1 X 120 seg.

CP 02 – Ilhós

OP 07Montar

OT 05Montagem

C= 240 seg.

CP 01 – Palmilhas

CP 04 – Sola

CP 03 – Salto

CP 05 – Atacadores

CP 16 – Parafusos

OP 08Embalar

OT 06Embalamento

C= 120 seg.

CP 06 – Saco

CP 07 – Caixa

Par

MODELO TEÓRICOM

OD

ELO

PR

ÁTIC

O

Figura 68 – Definição de planos de consumo das operações de uma referência genérica

A representação da GBOO no modelo teórico é a gama operatória genérica resumida da referência do produto

final do caso de estudo, de modo a expor apenas os planos de operação necessários. Por observação da figura é

possível concluir que o sistema cumpre os requisitos necessários para representação de toda a informação

necessária a planos de operações, sendo o processo de criação representado pelo fluxo de setas de cor vermelha.

5.5.3 Definição de Precedências

A definição de precedências propõe que o utilizador execute os seguintes passos:

Passo 1: Selecionar a operação genérica, na área do lado esquerdo do interface apresentado na Figura 69, para

a qual se pretende as precedências,

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

108

Passo 2: Identificar na grelha do lado direito do mesmo interface as operações genéricas (ou a operação no caso

de ter apenas uma precedente) que são imediatamente precedentes, no processo produtivo, à operação

selecionada,

Passo 3: Arrastar as operações precedentes identificadas no ponto anterior para cima da operação selecionada –

fluxo de setas a cor vermelha na figura.

RG_23Sapato_Oxford

OP 01Facear

OT 02Pré-costura

C= 250 seg.

OP 02Espessurar

OT 02Pré-costura

C= 660 seg. OP 01Facear

OP 03Furar

OT 02Pré-costura

C= 420 seg. OP 02Espessurar

OP 04Marcar

OT 02Pré-costura

C= 120 seg. OP 03Furar

OP 05Costurar

OT 03Costura

C= 680 seg.OP 04Marcar

OP 06Colocar Ilhós

OT 04Pré-montagem

C= C1@P1 X 120 seg.

OP 05Costurar

OP 07Montar

OT 05Montagem

C= 240 seg. OP 06Colocar Ilhós

OP 08Embalar

OT 06Embalamento

C= 120 seg.OP 07Montar

Par

MODELO TEÓRICO

MODELO PRÁTICO

Figura 69 – Atribuição de precedências às operações

5.6 Validação de Estruturas de Variantes

Um processo que permite apoiar o utilizador a validar os processos relacionados com a caracterização de artigos,

a gestão de listas de materiais e de gestão de gamas operatórias é denominado por “Simulação de Estruturas”. A

este processo está associada a capacidade de simular a lista de materiais e gama operatória de qualquer variante

de uma referência genérica, de forma a validar a definição de planos de consumo e de operações, respetivas

expressões de consumo e de relacionamento entre parâmetros dos planos com os parâmetros da referência pai.

Em GenPDM, no separador “Referências Genéricas”, existe no menu de cada referência a opção “Estrutura”,

identificada na Figura 70.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

109

Figura 70 – Campos de escolha de valores para geração da variante a simular

A estrutura que se pretende simular, a título de exemplo, diz respeito à estrutura do produto final do caso de

estudo, o sapato Oxford. Assim, na figura é possível ver a escolha de valores para os parâmetros da referência

que irão gerar a variante da referência para simulação, sendo que a quantidade simulada é equivalente a um par.

Após selecionado o valor para todos os parâmetros, a estrutura é simulada e apresentada por GenPDM como na

Figura 71.

Figura 71 – Simulação da estrutura do sapato Oxford

A estrutura do artigo é apresentada de acordo com a seguinte organização: parâmetros da referência pai, planos

de consumos de operações, planos de consumo de materiais, e pode ser expandida em árvore.

A visualização da estrutura pode ser mais ou menos detalhada conforme a seleções das seguintes opções:

Parâmetros da referência – quando selecionada esta opção, a primeira informação a ser disponibilizada

em árvore é a informação sobre os parâmetros existentes na referência e respetivos valores selecionados.

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

110

Parâmetros dos planos – a seleção desta opção permite visualizar os parâmetros e respetivos valores

associados aos planos de consumo de operações e de materiais.

Características – esta opção permite visualizar todas as características associadas a parâmetros da

referência pai e a parâmetros dos planos de consumo de materiais e de operações.

Planos – opção que controla a visualização dos planos de consumos dos materiais da BOM na estrutura

simulada.

Operações – opção que controla a visualização das operações da BOO na estrutura simulada.

Consumo de operações – quando selecionada esta opção é possível controlar que componentes foram

transformados/consumidos em cada operação da BOO.

Precedências – opção que permite mostrar as precedências associadas a cada operação.

Planos de materiais e operações com consumo zero – permite a visualização de planos de consumo de

materiais e de operações associados à BOM e BOO da referência, em que o consumo na variante

selecionada é igual a zero.

A funcionalidade descrita nesta secção é útil na validação das estruturas de referências genéricas, correspondendo

a listas de materiais e gamas operatórias de variantes, de acordo com as expressões de consumo e de

relacionamento entre parâmetros, definidas nos planos de consumos de materiais e de operações. Depois de

validadas as estruturas de informação, esta funcionalidade também permite a geração da variante da referência

pai bem como da sua lista de materiais e gama operatória, para utilização nos diferentes processos de PCP.

5.7 Resumo das relações de dependência de funções na gestão de informação de artigos

A gestão da informação de artigos é criteriosa ao ponto das suas funções se influenciarem umas às outras, e os

processos de cada função estarem relacionados. Nesta secção pretende-se resumir as relações de dependência

da informação necessária à realização dos processos de cada função – informação criada no contexto de outras

funções – e qual a informação que é gerada pela realização desses processos. O resumo realizado é, na realidade,

uma análise às tabelas elaboradas ao longo do capítulo com a identificação dos campos de informação de cada

processo e com o modo de obtenção da informação para os mesmos campos (criação ou utilização).

A análise é realizada, portanto, com o objetivo de perceber qual a importância de cada informação na função que

tem os processos responsáveis pela sua criação e nas funções que a usam, bem como de identificar quais as

ligações entre as diferentes funcionalidades numa perspetiva de troca de informação.

Para realização da análise foram construídas duas matrizes de relacionamento, sendo apresentadas na Tabela 16

e na Tabela 17.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

111

Tabela 16 – Matriz de relacionamento entre informação de funções

Informação

Cód

igo

do T

ipo

de d

ados

Valo

res

do T

ipo

de d

ados

Cód

igo

do T

ipo

de P

arâm

etro

Util

izaç

ão d

o pa

râm

etro

Valo

res

do d

omín

io

Car

acte

ríst

icas

Valo

res

de c

arac

terís

ticas

Cód

igo

e de

scriç

ão d

e at

ribut

o

Orig

em d

o at

ribut

o

Cód

igo

e de

scriç

ão d

o tip

o ba

se

Cód

igo

do T

ipo

de O

pera

ção

Uni

dade

de

Qua

ntid

ade

Par

âmet

ros

do T

ipo

de O

pera

ção

Atrib

uto

do T

ipo

de O

pera

ção

Cód

igo

e de

scriç

ão d

a re

ferê

ncia

ge

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a U

nida

de d

e Q

uant

idad

e

Par

âmet

ros

da R

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ica

Res

triç

ões

em p

arâm

etro

s

Valo

res

de A

trib

utos

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Ref

erên

cia

Com

pone

ntes

Gen

éric

os

Expr

essõ

es d

e R

elac

iona

men

to

Expr

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e C

onsu

mo

Con

sum

o em

kits

de

abas

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to

Ope

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es G

enér

icas

Exp

ress

ões

de R

elac

iona

men

to

Expr

essõ

es d

e C

onsu

mo

Com

posi

ção

de O

pera

ções

Cél

ula

Pla

nos

de C

onsu

mo

das

Ope

raçõ

es

Pre

cedê

ncia

s

Funç

ões

e P

roce

ssos

Definição de Tipos de Dados C C

Definição de Tipos de Parâmetros U U C C C

Definição de Características U U U U U C C

Definição de Atributos U U U U U U U C C C

Definição de Tipos de Operação C C

Definição de parâmetros em Tipos de Operação U U U U U U U C

Definição de atributos em Tipos de Operação U U U U U U C

Definição de Referências Genéricas C C

Definição de parâmetros em Referências Genéricas U U U U U U U C C

Definição de atributos em Referências Genéricas U U U U U U U C

Criação de Componentes Genéricos em Planos de Consumo U U U U C

Criação de Expressões de Relacionamento de componentes genéricos U U C

Criação de Expressões de Consumo de componentes genéricos U U U U C

Criação de consumos em kits de abastecimento U U C

Criação de Operações Genéricas em Planos de Operações U U U U U C

Criação de Expressões de Relacionamento de operações genéricas U U U U C

Criação de Expressões de Consumo de operações genéricas U U U U U U C

Criação da composição de operações célula U U U U U U C

Definição de Planos de Consumo de Operações U U C

Definição de Precedências U C

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

112

Tabela 17 – Matriz de relacionamento entre informação de funções com identificação de funções principais GenPDM por clusters

Informação

Cód

igo

do T

ipo

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Valo

res

do T

ipo

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ados

Cód

igo

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ipo

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s

Funç

ões

Definição de Tipos de Dados

Definição de Conceitos e Atributos

Definição de Tipos de Parâmetros

Definição de Características

Definição de Atributos

Definição de Tipos de Operação

Gestão de Tipos de Operação

Definição de parâmetros em Tipos de Operação

Definição de atributos em Tipos de Operação

Definição de Referências Genéricas

Caracterização de Artigos

Definição de parâmetros em Referências Genéricas

Definição de atributos em Referências Genéricas

Criação de Componentes Genéricos em Planos de Consumo

Gestão de Listas de Materiais

Criação de Expressões de Relacionamento de componentes genéricos

Criação de Expressões de Consumo de componentes genéricos

Criação de consumos em kits de abastecimento

Criação de Operações Genéricas em Planos de Operações

Gestão de Gamas Operatórias

Criação de Expressões de Relacionamento de operações genéricas

Criação de Expressões de Consumo de operações genéricas

Criação da composição de operações célula

Definição de Planos de Consumo de Operações

Definição de Precedências

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

113

A Tabela 16 retrata a matriz de relacionamento da informação com as funções do GenPDM. A matriz deve ser

analisada segundo as funções GenPDM do lado esquerdo e as informações fundamentais dos artigos no topo da

tabela. As relações foram catalogadas com “U” – correspondendo a uma relação de utilização – e com “C” –

significando que a informação é criada na execução da função. Exemplo de leitura: a informação respetiva a

“Expressões de Consumo” é criada em “Criação de Expressões de Consumo de componentes genéricos” e

utilizada para a criação da informação “Consumo em Kits de Abastecimento” a ser criada em “Criação de

consumos em kits de abastecimento “.

Na matriz da Tabela 16 é ainda possível ver a organização das células com clusters. A organização consiste em

agrupar as relações identificadas para cada informação relativas a cada função principal do GenPDM. A ilustração

da matriz de forma a identificar cada cluster por função, e as relações entre funções segundo a abordagem de

partilha de informação, é apresentada na Tabela 17.

As principais conclusões a serem realizadas por análise das matrizes apresentadas dizem respeito às relações

entre a informação da mesma função. Para algumas funções, a informação criada num processo tem dependência

da informação criada num outro. As funções para as quais esta situação acontece são as funções de «Definição

de Tipos de Parâmetros», de «Gestão de Tipos de Operação», «Caracterização de Artigos», «Gestão de Listas de

Materiais» e «Gestão de Gamas Operatórias». As relações entre a informação dentro de cada uma das funções

identificadas serão descritas nos próximos parágrafos e narram a área dentro de cada cluster das matrizes.

a. Definição de Conceitos e Atributos

A função tem processos relativos a criação de tipos de parâmetro e a criação de atributos que apenas são possíveis

quando a informação necessária foi já criada em outros processos da função. Na criação de tipos de parâmetro,

se o tipo que se pretende criar for representado em compreensão, será necessário utilizar informação criada no

processo de criação de tipos de dados (nomeadamente numéricos). A criação de atributos, por sua vez, precisa

que a um atributo esteja associada a informação sobre a origem dos valores possíveis para o mesmo, e a origem

corresponde a tipos de parâmetros ou tipos de dados criados em outros processos da mesma função.

A relação entre informação desta função pode ainda ser mais detalhada se a análise passar a ser feita dentro das

suas funções de segundo nível, mais concretamente em «Definição de Tipos de Parâmetro». A função de segundo

nível tem como principais processos a criação de tipos de parâmetro e criação de características. O segundo é

totalmente dependente do primeiro pois não é possível criar características se não existir tipos de parâmetros ou

tipos de dados para associação, e, em alguns casos, para origem das mesmas.

b. Gestão do Tipo de Operação e Caracterização de Artigos

Em ambas as funções existem funções de segundo nível destinadas à definição de parâmetros e de atributos, ou

seja, processos de criação de valores para parâmetros e de valores para atributos. A relação direta de informação

destes dois processos em ambas as funções acontece quando os atributos são variáveis e utilizam expressões

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

114

para obtenção do valor quando geradas as variantes das referências, onde essas expressões são criadas com

base em informação sobre os parâmetros – características de parâmetros.

c. Gestão de Listas de Materiais

As relações diretas de informações na função acontecem entre os processos de criação de planos de consumo e

de associação de planos de consumo de componentes genéricos e planos de consumo de kits de abastecimento.

As informações relativas à referência de origem permite identificar se o plano de consumo criado corresponde a

um componente genérico individual ou a um kit de abastecimento, e esta identificação é utilizada para a distinção

de ocupações no processo de associação, i.e., distinção entre componentes (individuais) a associar e componentes

para associação (kit).

d. Gestão de Gamas Operatórias

A informação denominada como operações genéricas, no processo de criação de planos de operações, é utilizada

para a associação de componentes genéricos a operações no processo de criação de planos de consumo das

operações e para a criação de precedências entre as operações.

As relações entre funções, representadas na matriz da Tabela 17 através do agrupamento por clusters, podem

ser exibidas graficamente segundo o diagrama apresentado na Figura 72. O diagrama representa, assim, os fluxos

de informação entre as funções.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

115

Ge

stão d

e G

am

as O

pe

rató

rias

Criação de Planos de Operações

Criação de Operações Genéricas

Criação de Expressões de Consumo

Criação de Expressões de Relacionamento

Criação de composição de operações célula

Definição de Planos de Consumo de Operações

Precedências

Ge

stão d

e Lista

s de

Mate

riais

Criação de Planos de Consumo

Criação de Componentes

Genéricos

Criação de Expressões de

Consumo

Criação de Expressões de

Relacionamento

Criação de consumos em Kits de

Abastecimento

Caracte

rização

de

A

rtigos

Definição de Referências Genéricas

Definição de valores de Atributos

Definição de valores de parâmetros e

restrições

Gestão de Tipos de Operação

Criação de Tipos de Operação

Definição de valores de Atributos

Definição de valores de parâmetros

Va

lida

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E

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Va

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Simulação de Estruturas

De

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e C

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Atrib

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s

Definição de Tipos de Dados

Definição de Tipos de Parâmetro e

Características

Definição de Atributos

Figura 72 – Relações entre funções da área funcional PDM

GENERIC PRODUCT DATA MANAGEMENT - SOFTWARE

116

Para maioria da informação em qualquer função, o seu processo de criação utiliza informação criada em outras

funções. A única função para a qual não é utilizada informação de outras é a função de “Definição de Conceitos

e Atributos”. As relações entre informação das restantes funções encontram-se resumidamente descritas nos

seguintes parágrafos.

Relações da informação da função «Definição de Conceitos e Atributos» com «Gestão de Tipos de Operação» e

«Caracterização de Artigos» - Uso da informação sobre atributos e tipos de parâmetros para criação das

informações respetivas às propriedades (parâmetros, restrições e atributos) dos tipos de operação e das

referências genéricas.

Relações da informação da função «Gestão de Tipos de Operação» com «Gestão de Gamas operatórias» -

Utilização dos tipos de operação e parâmetros dos tipos de operação como origem de operações genéricas,

expressões de consumo e de relacionamento em planos de operações.

Relações da informação da função «Caracterização de Artigos» com «Gestão de Listas de Materiais» e «Gestão de

Gamas Operatórias» - Planos de consumo correspondem a componentes genéricos utilizando como origem

referências genéricas, e expressões de consumo e de relacionamento de componentes genéricos usando

parâmetros, e características, da referência bem como unidades de quantidade. Planos de operação relacionadas

com expressões de relacionamento e de consumo para operações genéricas recorrem, igualmente, a parâmetros,

e características, da referência e à unidade de quantidade da mesma.

Relações da informação da função «Gestão de Listas de Materiais» com “Gestão de Gamas Operatórias” - Para

definição de planos de consumo das operações, onde a associação de componentes a operações só é possível

apenas é possível utilizando a informação dos componentes genéricos.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

117

6. PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO

A programação da produção é a área funcional de um sistema PCP com o horizonte temporal mais curto,

correspondendo a um conjunto de funções com a responsabilidade de alocar e sequenciar os trabalhos

necessários à produção dos artigos pelos recursos da organização, e de monitorizar a execução de todos os

trabalhos programados. Em GenPPC, a programação da produção é designada por Generic Shop Floor Control

(GenSFC) e tem as suas funções implementadas num modelo de produção puxada que usa a ferramenta

denominada por kanbans eletrónicos.

As funções a desempenhar pelo sistema GenSFC são designadas por «Lançamento de Ordens de Programação»,

«Alocação e Sequenciação de Trabalhos», «Execução de Kanbans» e «Monitorização da Programação da

Produção». A organização do sistema GenSFC segundo as funções identificadas, e os respetivos fluxos de

informação, é apresentada na Figura 73.

Alocação e Sequenciação de

Trabalhos

Lançamento de Ordens de

Programação

Execução dos kanbans

Monotorização da programação

de produção

Ordens de Programação

Enc

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Ord

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Ord

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Kanbans de Movimentação

Kanbans de Trabalho

Kanbans de Trabalho vazios

Indicadores de Desempenho e Relatórios de Produtividade

Ord

ens

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o C

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Figura 73 – Sistema GenSFC organizado por funções com os respetivos fluxos de informação

O input necessário para a programação da produção das restantes áreas funcionais do sistema PCP é a informação

sobre o que é necessário fazer em determinado intervalo de tempo, i.e., que artigos a organização tem que

comprar/produzir/entregar em determinado conjunto de datas. A informação é obtida através de documentos

lançados no planeamento com horizonte a médio prazo que reportam encomendas conferidas, ordens de compra

confirmadas, ordens de produção ativas e ordens de subcontratação conferidas. De modo a que o GenSFC consiga

tratar a informação, num contexto de “normalização da diversidade”, são criadas ordens de programação. Todos

os documentos lançados a médio prazo são traduzidos em autorizações para a programação da produção, para

que esta identifique a necessidade de realizar um conjunto de operações sobre os artigos pretendidos. Esta

normalização de documentos através de ordens de programação são processos da função GenSFC designada

como «Lançamento de Ordens de Programação».

Depois de lançadas as ordens de programação, são-lhes atribuídas kanbans para a alocação, de forma automática,

aos postos de trabalho que executarão as atividades necessárias à sua realização. Neste ponto é necessário definir

PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO

118

cinco conceitos importantes: fila do sistema; fila FIFO; kanbans de trabalho; kanbans de movimentação; e posto

de trabalho.

i. Fila do Sistema: contém todo o conjunto de ordens de programação existentes em determinado momento

no sistema.

ii. Fila FIFO: representa todas as ordens de programação da fila do sistema que estejam ativas, ou seja, que

têm já atribuídos kanbans de trabalho. O número de kanbans de trabalho no sistema é finito e constante ao

longo do tempo, sendo o número equivalente ao número de posições da fila FIFO.

iii. Kanbans de Trabalho: representa a autorização para a realização efetiva do conjunto de atividades que deve

ser executado sobre cada lote da ordem de programação, herdando as características do lote a que está

associado até ser libertado e associado a um novo lote de programação. Um kanban de trabalho apenas fica

“vazio”, i.e. é libertado da ordem de programação quando todos os trabalhos necessários ao lote forem

executados. No caso de necessitar de mais do que um trabalho, o kanban de trabalho fluirá entre a fila FIFO

(kanban de trabalho em estado em espera) e os postos de trabalho (kanban de trabalho em estado ativo) a

quantidade de vezes equivalente ao número de trabalhos a executar no lote.

iv. Kanban de Movimentação: representa a autorização para a movimentação de determinada quantidade de

artigos entre postos de trabalho para a realização de atividades associadas a kanbans de trabalho. Quando

associados fisicamente aos artigos a movimentar funcionam como meio de identificação do lote em

movimentação e de controlo do estado.

v. Posto de Trabalho: representa toda a entidade da organização que é capaz de realizar trabalhos definidos

para as ordens de programação ou que tenham que realizar tarefas que influenciem a realização dos mesmos

trabalhos. Assim, no contexto GenSFC um posto de trabalho pode corresponder a:

Postos Internos: responsáveis pela execução das operações produtivas presentes na gama

operatória dos artigos para os quais se lançaram ordens de produção,

Fornecedores: responsáveis pelo envio de autorizações de compra de artigos e pela receção dos

mesmos,

Clientes: responsáveis pela separação dos artigos a enviar para os clientes segundo exigências

em encomendas que outrora foram conferidas, e ainda

Armazéns/Supermercados: entidades às quais compete a entrega de artigos/componentes que

tornaram possíveis a execução de trabalhos em postos internos – responsáveis pelos kanbans

de movimentação.

Posto isto, para a função de alocação e sequenciação de trabalhos podem ser considerados três processos

distintos e designados por «Ativação de Ordens de Programação», «Alocação de kanbans de trabalho» e

«Sequenciação de Trabalhos». O procedimento para a função segundo estes processos é apresentado na Figura

74.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

119

Fila FIFOFila do SistemaPostos de trabalho

Kanbans de Trabalho

Ord

ens

de P

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amaç

ão

Kanbans de Movimentação

Kanbans de Trabalho

Kanbans de Trabalho vazios

Kanbans de Trabalho

Ativação de ordens de programação Alocação de Kanbans de Trabalho

Sequenciação de Trabalhos

Figura 74 – Funcionamento do sistema para alocação e sequenciação de trabalhos

O processo de ativação de ordens de programação passa então pela atribuição do sistema de kanbans de trabalho

a uma ordem de programação da fila do sistema, transferindo a mesma para a fila FIFO. A decisão do sistema

por quais das ordens de programação deve ativar é, normalmente, em função do critério da data de início definida

para a ordem de compra ou de programação de origem da ordem de programação.

O processo de alocação de trabalhos a postos, por sua vez, é realizado tendo em conta os kanbans de trabalho

alocados na fila FIFO e segundo os seguintes critérios:

• Espaço livre na fila do posto: para cada posto de trabalho é definido o tamanho da fila, i.e. o número

máximo de kanbans que pode estar alocado ao posto (somatório dos kanbans em espera e em execução),

e quando a fila do posto apresenta todas as suas posições preenchidas não é possível alocar nenhum

kanban até que seja libertado espaço.

• Disponibilidade de componentes: para que um kanban de trabalho seja alocado a um posto de trabalho

é necessário que o sistema reconheça que todos os componentes necessários para a realização do

trabalho existam na organização, sem que isso signifique a sua localização física no posto de trabalho a

alocar o kanban. Enquanto o sistema não reconhecer a disponibilidade de todos os componentes o

kanban de trabalho fica em espera na fila FIFO.

• Estado do posto de trabalho e compatibilidade entre as competências do mesmo e as necessárias para

execução de trabalhos: a alocação de um kanban a um posto de trabalho só é possível se o posto tiver

ativo e as competências necessárias à realização do trabalho, i.e. um kanban de trabalho apenas será

alocado a um posto se este souber executar uma das operações, que tenha as suas precedentes

realizadas, e seja necessária ao lote da ordem de programação associada ao kanban.

O processo de sequenciação dos trabalhos corresponde à ordem pela qual os kanbans de trabalho são alocados

a postos para que não seja realizado nenhum trabalho em lotes de ordens de programação sem que a sua

PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO

120

operação precedente tenha sido realizada, sem a existência de produção de artigos necessários à realização dos

trabalhos da ordem de programação a alocar. A sequenciação dos trabalhos é feita em GenSFC de forma

totalmente automática, e pode ser feita para os trabalhos associados a um kanban de trabalho ou para os

diferentes kanbans de trabalho.

Por último, a função de monitorização da produção de GenSFC é uma função que permite o acompanhamento

das ordens de programação no sistema produtivo e a avaliação do desempenho do mesmo. Assim, à função

compete saber o que está a ser feito e o que falta fazer em cada momento, rastrear quem fez os trabalhos e o

consumo de materiais na sua execução, identificar rendimentos de pessoas e equipamentos, reconhecer tempos

não produtivos e respetivas causas, entre outras responsabilidades.

A importância da gestão de informação de artigos nas funções identificadas justifica-se pela quantidade elevada

de informação que permite o funcionamento produtivo de uma organização. Quer isto dizer que a parametrização

realizada no GenPDM definirá conceitos dentro da organização e estabelecerá comportamentos de produção. A

Tabela 18 apresenta os relacionamentos entre as funções GenPDM com as funções GenSFC.

A matriz deve ser analisada segundo as funções principais do GenPDM do lado esquerdo e as funções de GenSFC

no topo da tabela. Os relacionamentos foram catalogadas com o símbolo “•” quando o relacionamento é forte, e

com o símbolo “∆” quando o mesmo existe mas em pequena escala.

Tabela 18 – Matriz de relacionamento de funções GenPDM com funções GenSFC

Funções principais GenPDM Funções de segundo nível de GenPDM Lanç

amen

to d

e O

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s

de P

rogr

amaç

ão

Aloc

ação

de

Trab

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ação

da

Pro

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ação

GESTÃO DE TIPOS DE OPERAÇÃO Definição de Tipos de Operação • ∆ •

Definição de Parâmetros em Tipos de Operação • ∆ •

CARACTERIZAÇÃO DE ARTIGOS

Definição de Referências Genéricas • •

Definição de Parâmetros em Referências Genéricas •

Definição de Atributos em Referências Genéricas • ∆ • •

GESTÃO DE LISTAS DE MATERIAIS Criação de Planos de Consumo • ∆ ∆ ∆

GESTÃO DE GAMAS OPERATÓRIAS

Definição de Planos de Operações • • ∆

Definição de Planos de Consumo das Operações • ∆

Definição de Precedências • ∆

O grau de relacionamento entre as funções GenPDM e GenSFC foi avaliada segundo a quantidade de informação

criada nas primeiras funções e utilizadas nas segundas, e segundo o nível de influência que a informação

representa. As secções seguintes destinam-se, portanto, ao estudo do papel de GenPDM na programação e

monitorização da produção do sistema GenSFC, sendo efetuada a análise através dos relacionamentos

identificados na Tabela 18.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

121

6.1 Lançamento de Ordens de Programação

Uma ordem de programação, tal como foi dito, é a generalização de uma ordem de produção ativa, de uma ordem

de compra, de uma encomenda conferida ou de um talão de subcontratação. Assim, uma ordem de programação

herda as características associadas aos documentos e relativas à identificação do artigo e à quantidade a se

comprar, produzir ou entregar, bem como às datas para realização de compra, de produção ou de entrega. Posto

isto, a influência da área funcional PDM não é diretamente na função de lançamento de ordens de programação,

mas nas funções/áreas funcionais do médio prazo que criam a informação utilizada pela mesma.

Segundo uma perspetiva geral, a informação criada em GenPDM e utilizada nas responsabilidades de cada área

funcional, que antecedem as atividades do lançamento de ordens de programação, é apresentada nas tabelas

seguintes. As tabelas identificam qual a função principal GenPDM e respetivas funções se segundo nível (primeiras

duas colunas à esquerda) que servem como fonte da informação utilizada nas ordens de programação (últimas

colunas de cada tabela), representado a existência da informação na função através do símbolo “X”.

A Tabela 19 corresponde às relações da informação com funções GenPDM para o lançamento de encomendas. A

área funcional responsável pela realização das mesmas é normalmente a «Gestão Comercial» e a informação

necessária diz respeito à unidade de quantidade e à variante da referência genérica a ser encomendada.

Tabela 19 – Identificação de funções que fornecem informação para documentos de encomendas conferidas

Cla

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do A

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o

Uni

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Par

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ros

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Atrib

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Caracterização de

Artigos

Definição de Referências Genéricas X X

Definição de Parâmetros em Referências Genéricas X

Definição de Atributos em Referências Genéricas X

Para a realização de encomendas, a função GenPDM «Caracterização de Artigos» fornece a informação necessária

à identificação da referência genérica para a qual a ordem de encomenda se destina, à geração da variante que

correspondente ao produto específico que os clientes pretendem, e à estimativa de prazos de entrega. A função

«Definição de Referências Genéricas» permite a identificação da referência na lista de referências criadas e o

acesso à informação sobre a classe da referência (produto acabado normalmente) e a unidade de quantidade pela

qual se estimará a quantidade pretendida. O sortimento da encomenda (escolha de variantes ou geração das

mesmas) recorre à informação acerca dos valores dos parâmetros da referência e criados na função «Definição

de Parâmetros em Referências Genéricas». Por último, a função «Definição de Atributos em Referências

Genéricas» permite através de propriedades expressas por atributos como o lead time, estimar a data proposta

para entrega.

PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO

122

As ordens de compra ou de produção podem surgir com a necessidade de satisfazer as encomendas conferidas.

A Tabela 20 representa a informação necessária para o lançamento de ordens de compra e de produção, bem

como a informações utilizada de GenPDM.

Tabela 20 – Identificação de funções que fornecem informação para documentos de compra e de produção

Par

âmet

ros

de V

aria

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Qua

ntid

ade

nece

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Atrib

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de

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Tipo

de

docu

men

to

Gestão de Listas de Materiais Definição de Planos de Consumo X X

Caracterização de Artigos Definição de Referências Genéricas X

Definição de Atributos em Referências Genéricas X

A função GenPDM essencial para a definição de ordens de produção e de compra a serem lançadas é a «Gestão

de Listas de Materiais». A explosão da lista de materiais apoia no processo de estimar as quantidades de artigos

a se comprar ou produzir para se obter os artigos encomendados ou os artigos pai com ordens de produção já

lançadas.

Em GenPDM as listas de materiais correspondem a listas de materiais genéricas, para as quais se definem planos

de consumo com informação sobre componentes genéricos, expressões de relacionamento e expressões de

consumo. Esta informação é definida de modo a que, para uma variante encomendada ou tenha já uma ordem

de produção lançada, os componentes genéricos indiquem quais os artigos necessários para a transformação e

para os quais deverão ser lançadas ordens de compra ou de produção. As expressões de relacionamento, por sua

vez, permitam associar as propriedades (parâmetros) da variante pai às propriedades associadas a cada

componente genérico de modo a definir a variante do componente, i.e., os artigos específicos necessários para

transformação da variante pai. E, as expressões de consumo sejam utilizadas para estimar as quantidades de

cada artigo específico a comprar ou a produzir para a transformação da quantidade pretendida da variante pai.

Quando os artigos específicos estão definidos, a referência genérica de origem dos componentes genéricos

respetivos permitem, através da informação parametrizada na função de segundo nível «Definição de Referências

Genéricas» da função GenPDM «Caracterização de Artigos», definir se a ordem a lançar de cada artigo é uma

ordem de produção ou de compra com base na família e consequente tipo de documento (e.g. artigos da família

“matéria-prima” têm associados documentos de aquisição).

Ainda dentro da mesma função principal de GenPDM, segundo a função de segundo nível «Definição de Atributos

em Referências Genéricas» é possível definir propriedades como o stock e prazo de segurança; tipo de

planeamento para necessidades de materiais; lead times de entrega ou de produção; e tamanhos e múltiplos de

lote. A propriedade referente ao tamanho de lote é importante no sentido de a quantidade total de artigos

referenciada em cada ordem de programação (derivada de ordens de produção ou ordens de compra) poder ser

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

123

dividida em quantidades mais pequenas, representado um lote da ordem de programação. A divisão da ordem da

programação em lotes pode ser útil na simplificação do processo de transformação segundo critérios relacionados

com quantidades mínimas de produção, movimentação de grandes quantidades, rastreamento, recolha de

informação, distribuição de tarefas por vários postos em simultâneo, entre outros.

A transposição de ordens de produção ativas, de ordens de compra confirmadas e de encomendas conferidas

para ordens de programação está ainda dependente de outros atributos definidos para os artigos em «Definição

de Atributos em Referências Genéricas» na função «Caracterização de Artigos» de GenPDM. Os atributos que

podem ser definidos para as referências e com influência no lançamento de ordens de programação são

apresentados na Tabela 21.

Tabela 21 – Atributos dos artigos para propriedades do sistema que influenciam ordens de programação

Atributo Influência em ordens de programação

Entra na Programação

(SIM/NÃO)

SIM – define que a produção do artigo vai ser tratada pelo sistema GenSFC, assim

quando forem geradas ordens de produção ou de compra ou encomendas do artigo, os

documentos são transformados em ordens de programação

Tamanho de lote na

programação

Quantidade de artigos por kanban podendo ser diferente do lote da ordem de

produção/compra, o que significa que uma ordem de programação pode ter atribuído

mais que um kanban (lote), por forma a perfazer a quantidade das ordens

A coluna da tabela designada por atributo corresponde à designação da propriedade do sistema à qual o atributo

pode ser associado.

6.2 Alocação de Trabalhos e Sequenciação

A sequenciação de trabalhos, e consequentemente de kanbans de trabalho, precisa que informação sobre

precedências de operações esteja parametrizada para que o sistema GenSFC defina corretamente, no seu

processo automático, a ordem para realização dos trabalhos e, portanto, para alocação de kanbans de trabalho

da fila FIFO. A informação sobre precedências das operações é a informação criada na função de segundo nível

«Definição de Precedências» da função GenPDM «Gestão de Gamas Operatórias». No entanto, quando a

informação não for criada em GenPDM na função respetiva, é ainda possível fazer a sequenciação de trabalhos

se for parametrizado em «Definição de Atributos em Referências Genéricas» o valor “SIM” para o atributo

associado à propriedade do sistema “Tratamento Automático de Precedências”. A propriedade do sistema permite

ao sistema fazer o tratamento automático de precedências de operações quando estas não estão definidas na

gama operatória definindo a ordem de execução das operações de acordo com a ordem de criação dos planos de

operações em «Definição de Planos de Operações» da função «Gestão de Gamas Operatórias».

A alocação de trabalhos a postos, tal como referido, é realizada tendo em conta o espaço livre na fila do posto, a

disponibilidade de componentes, e a disponibilidade do posto conjugada com a compatibilidade entre

competências do mesmo e as necessárias para a execução de kanbans. Os dois últimos critérios têm

relacionamentos fortes e diretos com informação criada em GenPDM nas funções de «Gestão de Listas de

PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO

124

Materiais» e «Gestão de Tipos de Operações», sendo ainda identificado um relacionamento de baixo nível com a

função «Gestão de Gamas Operatórias».

A Figura 75 mostra os pontos de decisão do processo de alocação de um kanban de trabalho a um posto de

trabalho segundo os critérios mencionados. Para os pontos de decisão de cada critério são representados os fluxos

de informação provenientes de GenPDM para apoio à decisão na alocação de kanbans.

O único critério representado na figura que não utiliza informação de GenPDM é o respetivo à fila do posto.

Relativamente aos restantes critérios a influência de GenPDM é apresentada com a identificação das funções

responsáveis pela informação utilizada. Através da análise da figura é ainda possível verificar que o critério da

disponibilidade e das competências do posto tem total relacionamento com a função GenPDM «Gestão de Tipos

de Operações» pode ser dividido em dois e possuem relacionamentos com distintas funções de segundo nível:

disponibilidade do posto com «Definição de Tipos de Operação» e competências do posto com «Definição de

Parâmetros em Tipos de Operação».

Alocação de Kanbans de Trabalho

Componentes necessários disponíveis?

Informação proveniente de «Definição de Planos

de Consumo das Operações» com apoio de «Gestão de Listas de

Materiais»

Existe algum posto com habilidade

para realizar o trabalho?

Informação proveniente de «Definição de

Parâmetros de Tipos de Operações» com apoio de «Definição de Tipos

de Operações» e «Gestão de Gamas

Operatórias»

O posto identif icado está

disponível?

Informação proveniente de «Definição de Tipos

de Operação»

Existe posições livres na fila

do posto?

Dis

poni

bilid

ade

de

Com

pone

ntes

Dis

poni

bilid

ade

de p

osto

s de

trab

alho

e

com

patib

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dos

mes

mos

Dis

poni

bilid

ade

na

fila

do p

osto

Sim

Sim

Sim

Não

Não

Não

Não

Alocação de Kanbans de Trabalho realizada

Sim

Figura 75 – Pontos de decisão e fluxos de informação de apoio à decisão na alocação de kanbans

Para os critérios aos quais foram identificadas funções de GenPDM serão descritas, nos seguintes parágrafos, a

informação utilizada e o papel de cada informação na realização da alocação segundo os mesmos.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

125

• Disponibilidade de Componentes

O conhecimento sobre os componentes que devem estar disponíveis para a execução do kanban de trabalho a

alocar tem como fonte o plano de consumo das operações definido na função «Gestão de Gamas Operatórias».

Numa ótica de funcionamento, o kanban de trabalho é alocado a um posto para a realização de uma operação

específica, que tem associada ao seu plano de operação os planos de consumo de componentes. Assim, é

necessário que os componentes representados nesses planos existam e estejam disponíveis na organização. Neste

ponto a «Gestão de Listas de Materiais» tem alguma relevância no sentido de ser através das expressões de

relacionamento, e consumo nela criadas, que são geradas as variantes dos componentes específicos que deve

ser assegurada a sua existência.

• Disponibilidade de Postos de Trabalho

Existem momentos da programação da produção onde algum posto pode estar parado, em manutenção, em

reparação ou avariado, em formação, entre outros estados não permitam a realização de operações em lotes das

ordens de programação. Estes estados de indisponibilidade dos postos são identificados através do conceito de

operações não produtivas. Assim, na função de segundo nível «Definição de Tipos de Operação», da função

GenPDM «Gestão de Tipos de Operação», é necessária a parametrização de tipos de operação com a classe “não

produtiva”, para que seja possível o registo do estado de indisponibilidade do posto de forma ao sistema GenSFC

o reconhecer e condicionar a alocação de trabalhos.

• Competências de Postos de Trabalho

No que diz respeito à informação acerca de competências, esta informação é definida para a organização através

de tipos de operação que podem ser associados a operações de gamas operatórias e a recursos. Quando são

associadas a operações de gamas operatórias definem a competência que um posto ou um recurso deve possuir

para que aquela operação lhe seja alocada. Quando são associadas a recursos, representam as competências

que o recurso possui e definem assim as operações que esse recurso está autorizado a realizar. Desta forma, o

critério de alocação baseado no princípio de competências consiste em cada trabalho necessitar para a sua

execução de uma determinada habilidade, e a alocação a um posto só ser concretizada se este tiver, no conjunto

das suas habilidades, a habilidade necessária para a realização do trabalho. Assim, numa primeira abordagem ao

critério de alocação por correspondência de competências, os tipos de operação criados com a classe produtiva

na «Definição de Tipos de Operação» parecem ser suficientes para a definição de competências dos postos. No

entanto o sistema GenSFC utiliza também os parâmetros associados a cada um dos tipos de operação para a

definição de competências dos mesmos.

Um tipo de operação ser origem de várias operações específicas diferenciadas segundo determinados requisitos

adicionais e os postos de trabalho com competência no tipo de operação podem não serem capazes de executar

todas as operações específicas. Assim, os requisitos são expressos por parâmetros no tipo de operação e quando

associadas habilidades aos postos de trabalho, a associação é feita segundo os valores possíveis de cada

parâmetro. Ou seja, a «Definição de parâmetros em Tipos de Operação» permite ao sistema GenSFC definir, por

PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO

126

cada posto uma competência associada e restrições relacionadas com essa competência em particular. Exemplo:

para o tipo de operação “Corte” do caso de estudo foi definido um parâmetro designado por “Tipo de Corte” com

os valores “Corte por Jato” e “Corte por Balancé”, quando as competências de corte forem atribuídas como

habilidades para os postos será parametrizado que tipo de corte faz cada posto, e a alocação do kanban de

trabalho a cada posto será feita segundo a compatibilidade do mesmo valor do parâmetro da operação corte.

6.3 Execução de Kanbans

Tal como referido, os kanbans podem ser de trabalho ou de movimentação. Os kanbans existentes na fila FIFO e

alocados aos postos são de kanbans de trabalho alocados a postos internos para execução de operações de

transformação. Quando um kanban de trabalho é alocado a um posto interno, caso a operação a executar no

trabalho consuma componentes, são gerados os kanbans de movimentação para os mesmos e disponibilizados

esses kanbans nos postos (armazéns) responsáveis pela sua separação e envio. Os armazéns onde serão

disponibilizados os kanbans de movimentação são os mesmos identificados no campo de informação “Armazém”

no processo de criação da função de segundo nível «Definição de Referências Genéricas» da função GenPDM

«Caracterização de Artigos».

Posto isto, quando um kanban de trabalho é alocado a um posto e, normalmente, depois de todos os materiais

necessários serem movimentados para o mesmo, o trabalho pode ser executado. No entanto, muitas vezes

acontece a realização da operação necessitar de um conjunto de informação adicional como por exemplo a

regulação de equipamentos, temperaturas, dimensões, etc., de forma a evitar erros e a diminuir o esforço dos

utilizadores na procura de informação adicional necessária à realização dessa operação. A disponibilização desta

informação aos postos de trabalho é possível através da informação criada em parâmetros das operações, i.e.

através da informação criada em «Definição de Parâmetros em Tipos de Operação».

Existe ainda um grupo de propriedades do sistema que podem condicionar a forma de execução dos kanbans. Os

atributos são definidos para os artigos em «Definição de Atributos em Referências Genéricas», da função GenPDM

«Caracterização de Artigos», e permitem associar os valores às propriedades que se encontram na Tabela 22.

Tabela 22 – Atributos dos artigos para propriedades do sistema que influenciam a execução de kanbans

Atributo Influência na Execução de Kanbans

Iniciar Trabalhos sem Componentes

Não obriga ao colaborador a iniciar o trabalho somente quando todos os

componentes estiverem disponíveis no posto de trabalho, permitindo que desde

que o kanban esteja na fila do posto o trabalho pode ser iniciado

Pickup na Secção do Posto de Trabalho Permite definir que os artigos não serão movimentados para o posto de trabalho

que dele necessita através do armazém atribuído em GenPDM na

caracterização do artigo, mas movimentados de armazéns/supermercados

localizados na mesma secção de produção do posto, permitindo a geração de

um KM no armazém certo

As propriedades apresentadas têm, assim, influência no início de execução de kanbans de trabalho e no envio de

componentes de kanbans de movimentação.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

127

6.4 Monitorização da Programação da Produção

As responsabilidades da monitorização da produção em GenSFC são vastas ao ponto de se conseguir acompanhar

em tempo real o estado da programação da produção bem como fazer análises produtivas, de rastreamento e de

comparação entre custos reais de produção e custos padrão. A informação que se pretende destacar e proveniente

do GenPDM corresponde a informação para rastreamento de componentes, e para acompanhamento de

atividades (produtivas e não produtivas) dos postos de trabalho.

No que diz respeito a rastreamento de componentes, algumas das funções da monitorização dependem de

“autorizações” de propriedades do sistema. As propriedades do sistema relacionadas com rastreamento de

componentes encontram-se na Tabela 23, e os valores definidos para cada uma são provenientes dos atributos

definidos para os artigos em GenPDM, segundo os processos de «Definição de Atributos em Referências

Genéricas».

Tabela 23 – Atributos de artigos para monitorização/rastreamento

Atributo Influência na monitorização da programação da produção

Registo de Volumes de Fornecedores Define se os volumes dos fornecedores devem ser registadas para

controlo de entradas

Rastrear Movimentação de Componentes

A movimentação física de componentes deve ser validada para

controlo dos componentes movimentados face aos que deveriam

ser movimentados e o atributo permite a autorização para o

rastreamento da movimentação real dos artigos

Rastrear Utilização de Componentes

A utilização física de componentes deve ser validada para controlo

do consumo de componentes em comparação ao consumo pré-

definido no sistema e o atributo permite a autorização para o

rastreamento da utilização real dos artigos

Por outro lado, se a monitorização da produção for encarada na perspetiva de acompanhamento das atividades

como o reconhecer das tarefas ou trabalhos que foram executados, onde foram executados e o tempo que

demorou a executar, bem como identificar quais as competências da organização que foram usadas (i.e. postos

de trabalho) e confrontar o tempo disponível de cada recurso da organização face ao tipo de tarefas que realizou.

Assim, nesta perspetiva a monitorização da produção utilizará informação proveniente de duas funções de

GenPDM: «Gestão de Gamas Operatórias» e «Gestão de Tipos de Operação».

A informação da primeira função identificada diz respeito a informação utilizada de planos de operações, planos

de consumo de operações e precedências. Os planos de operações permitem obter informação acerca dos tempos

teóricos de duração de operações e calcular assim, por exemplo, índices de produtividade. Os planos de consumo

de operações servem para obter a informação acerca da quantidade de componentes que devem ser consumidos

e em que operação, e permitir análises de consumo de componentes. As precedências podem ser utilizadas para

conhecimento do que falta fazer face ao que já foi feito, etc.

PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO

128

Relativamente à informação da segunda função identificada, «Gestão de Tipos de Operação», a mesma é utilizada

para o confronto do tempo total disponível pelo tempo em que o posto esteve de facto a ser produtivo. Isto é, todo

o tempo em que o posto está ativo pode não ser gasto unicamente para a realização de operações produtivas e

ser ocupado ainda na execução de operações com origem em tipos de operação de classe não produtiva. A

importância da classificação e da contabilização de todos os tempos de atividade dos postos, deve-se a estas

permitirem ao sistema GenSFC funções relacionadas com análises de eficiência e produtividade de

postos/colaboradores e funções de análises de custos. Para definição da base de cada análise, i.e. qual o

rendimento de cada posto e a “quem” se imputará os custos de tempos não produtivos, recorre-se a dois campos

de informação sobre as operações não produtivas parametrizadas na «Definição de Tipos de Operação»: afetação

de rendimento – através da definição do tempo gasto com um tipo de operação produtiva afetará o rendimento

do posto ou não –, e relacionamento com documentos (ordens de produção) – através da definição se o tempo

gasto na realização de uma operação não produtiva num artigo será acrescentado ao seu valor ou será imputado

à organização.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

129

7. CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

O grau de competitividade tem aumentado agressivamente nos últimos anos, e as empresas que se distinguem

são aquelas que conseguem entregar produtos altamente customizados conforme as necessidades e as exigências

dos consumidores. Assim, para as organizações se manterem competitivas têm que adotar estratégias que

permitam diferenciá-las em ambientes de grande diversidade de artigos, normalmente conhecidos como

ambientes “customização em massa”. No entanto, ambientes de MC provocam um grande aumento da

informação e trazem dois novos desafios para as organizações: gerir eficazmente as variantes do produto e do

processo e reduzir os esforços de introdução e manipulação da informação no sistema.

O trabalho desenvolvido teve como foco o estudo de uma ferramenta computorizada, baseada em princípios de

referenciação genérica, que permite conjugar a facilidade da gestão da informação de artigos com a eficiência de

sistemas de programação e monitorização da produção. Assim, a presente dissertação teve como principal objetivo

o reconhecimento, a documentação e a classificação de ferramentas do sistema GenPPC para a representação

de artigos, e a análise de como a gestão de informação de artigos no sistema pode influenciar a programação da

produção.

7.1 Principais conclusões

O objetivo do trabalho pode ser decomposto em três principais objetivos específicos. Os parágrafos seguintes

destinam-se à descrição dos mesmos e, principalmente à identificação das principais conclusões e resultados.

Identificação e descrição de funções, e respetivos processos, de “Gestão de Informação de Artigos”

O primeiro objetivo corresponde à identificação de funções da área funcional “Gestão de Informação de Artigos”

e à descrição da forma como podem ser usadas para modelar a informação sobre os artigos, as suas propriedades

e comportamentos, as BOMs e as gamas operatórias. A identificação das funções teve em conta o modelo de

referenciação genérica para representação de artigos utilizado no sistema GenPPC, denominado por GenPDM.

Assim, antes da identificação das funções, a estratégia passou pela descrição do modelo de referenciação baseado

nos princípios de gestão de famílias de artigos, onde todos os artigos pertencentes à família dividem a mesma

lista de materiais genérica e a mesma gama operatória genérica. Os artigos são diferenciados na família pelos

valores atribuídos para as suas propriedades através de parâmetros. As operações das gamas operatórias

genéricas também têm famílias, designadas como tipo de operação, e são distinguidas do mesmo modo. Posto

isto, as funções de utilizador identificadas são classificadas como «Definição de Conceitos e Atributos»;

«Caracterização de Artigos»; «Gestão de Tipos de Operação», «Gestão de Listas de Materiais», «Gestão de Gamas

Operatórias» e «Validação de Estruturas de Variantes».

As funções são realizadas através da execução dos processos que a compõem. Nos processos estudados foram

CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

130

identificados alguns padrões de comportamento no que concerne à forma como o sistema informático propõe a

sua utilização no interface disponibilizado ao utilizador. A identificação e normalização desses padrões de

comportamento do sistema informático foi outro dos objetivos alcançados. Espera-se com este facilitar a

identificação de procedimentos aquando à construção de um manual de utilizador e reduzir a quantidade de

procedimentos a descrever. Esta normalização permitiu padronizar 17 processos em 10 de alteração/eliminação,

5 de criação simples e 2 de criação de parâmetros.

Documentação de procedimentos de utilização de GenPPC para a modelação de informação de artigos

Para atingir este objetivo foi criado um guia para realização de um manual de utilização do sistema, com o intuito

de apoiar a novos utilizadores do software uma implementação mais rápida do seu cenário de produção e dos

seus produtos, e a criação das guidelines para a criação de um manual completo de utilização. Assim, foram

identificadas todas as funcionalidades que permitem a realização dos processos das funções GenPDM no próprio

módulo do sistema GenPPC, descritos os modos de realização, e identificadas as alternativas de execução

disponibilizadas pelo sistema para os processos. A descrição de procedimentos para a execução dos processos

foi realizada através do reconhecimento das etapas de execução e da exemplificação dessas etapas, sempre que

necessário, através de situações do caso de estudo.

Nesta fase do trabalho surgiu a primeira grande dificuldade devido à amplitude de funcionalidades que o sistema

dispõe e, apesar de este ser até intuitivo, nem sempre foi fácil fazer a ligação entre soluções para a representação

de artigos e modelação dessas soluções no software. No entanto, acredita-se que a documentação gerada com

este trabalho permita fornecer as linhas orientadoras que apoiarão a criação futura de um manual de utilização.

Após a documentação de procedimentos, considerou-se relevante fazer um resumo das relações de dependência

das funções GenPDM, dada a quantidade elevada de informação criada e utilizada pelas mesmas. O resumo

identifica, para cada função, qual a informação necessária à realização dos processos – informação criada no

contexto de outras funções – e qual a informação que é gerada pela realização desses processos. Esta última

pode ser ainda usada por outros processos dentro da mesma função ou por outros processos no contexto da

execução de outras funções. O resumo permite assim, compreender a importância da informação de cada função

e da sua utilização na modelação de informação sobre artigos. O conhecimento gerado permitirá mais facilmente,

na construção de um manual de utilização, criar ligações entre as diferentes funcionalidades de GenPDM e

identificar precedências de criação, i.e., reconhecer que processos de criação têm que ser executados primeiro

para permitir a realização de outros segundo a necessidade de informação. O capítulo referente ao guia de

utilização (“Generic Product Data Management – Software”) foi já organizado neste trabalho pela precedência

identificada como necessária.

Avaliação das funcionalidades de GenPDM para satisfazer as necessidades de informação da programação de produção

Este objetivo pretendia analisar a forma como a gestão de informação de artigos no sistema pode influenciar o

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

131

comportamento de um sistema de programação da produção. Assim, para cada função de GenSFC foi estudada

a informação utilizada com origem em funções relacionadas com a gestão de informação de artigos.

Do estudo é comprovar que a gestão de informação de artigos tem um papel preponderante na programação da

produção, devido a todas as funções GenSFC utilizarem informação criada em processos de todas as funções

GenPDM. Assim, conclui-se que a área funcional GenPDM apresenta a capacidade para representação da

informação que permite satisfazer os requisitos da programação da produção.

No que concerne a resultados inesperados do estudo, foi surpreendente perceber que não só da função «Gestão

de Gamas Operatórias» “vive” a programação da produção, mas que existem duas funções GenPDM com presença

em todas as funções GenSFC: «Gestão de Listas de Materiais» e «Caracterização de Artigos». Esta última revelou-

se como a maior surpresa devido à elevada utilização de informação criada através da definição de atributos a

referências genéricas. A função «Definição de Atributos em Referências Genéricas» é a única que não apresenta

nenhum relacionamento com outras funções GenPDM, mas permite definir a maioria dos comportamentos do

sistema PCP perante cada família de artigos, ou variantes. Em suma, é concluído que sem a gestão de informação

de artigos a programação da produção não era exequível, acreditando que o mesmo aconteça para todas as áreas

de um sistema PCP tornando a área funcional de gestão de informação de artigos como a área funcional mais

importante dentro de uma organização.

7.2 Tarefas realizadas e resultados

Durante a realização deste trabalho foram executadas algumas tarefas que complementaram o trabalho de

investigação. Essas tarefas dizem respeito a uma revisão da literatura, a uma caracterização de um caso de estudo

e ao desenvolvimento de um modelo para representação desse caso em GenPDM.

Revisão da literatura

A primeira tarefa na realização dos objetivos foi um levantamento bibliográfico sobre as matérias de necessária

compreensão nas áreas de gestão da produção. Tendo sempre em vista utilizar materiais literários com maior

impacto para a ciência e obras com data de publicação mais recente, foi realizada a revisão bibliográfica sobre

conceitos principais e abrangentes, onde se concluiu que a customização em massa, apesar de emergente, é

ainda um paradigma sobre o qual carece relatos de implementação prática.

O mesmo acontece aquando à realização de revisão bibliográfica acerca de temas mais genéricos, como conceitos

de referenciação genérica, que apesar de existirem trabalhos de autores influentes na área, estes remetem para

datas de publicação menos recentes. Acredita-se que a falta de informação de teor mais prático ou recente se

deve à complexidade de modelação de práticas impostas pelos conceitos, bem como ao assíncrono

desenvolvimento de plataformas informáticas para lidar com determinados problemas impostos pelos mesmos.

CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

132

Caracterização de um caso de estudo e modelação da informação em referenciação genérica GenPDM

Para a documentação de procedimentos foi caracterizado um caso de estudo e modelado o mesmo segundo a

representação genérica de artigos de GenPDM. Para o caso de estudo foram caracterizados os artigos, definidas

as suas propriedades e comportamentos, definidas listas de materiais, caracterizados os processos produtivos e

definidas gamas operatórias. O caso de estudo permitiu, assim, exemplificar situações de decisão de modelação

e de utilização das funcionalidades do sistema informático, e simular os comportamentos e procedimentos.

A modelação do caso de estudo segundo a representação do modelo de referenciação genérica GenPDM, foi

realizada de modo a introduzir a informação sobre os artigos no sistema informático GenPPC. Assim, foi modelada

a informação de acordo com a representação que se considera que tenha sido a mais adequada para a

demonstração de todas as funcionalidades do software, mesmo que não corresponda à modelação a ser aplicada

num contexto real. O modelo desenvolvido possibilitou comprovar que o sistema informático possui as capacidades

esperadas para a representação de informação, através da comparação do que se modelou e do que o sistema

permite modelar, bem como serviu para comprovar a facilidade de utilização e a existência de várias alternativas

para a modelação da mesma informação.

Na realização da tarefa, a dificuldade encontrada passou pela escolha de um caso de estudo. A dificuldade inerente

prende-se pela necessidade do caso de estudo abranger produtos com elevada possibilidade de customização e

possibilitar a elaboração do modelo de representação de artigos. O modelo de representação deveria, assim,

facultar a ilustração de todas as alternativas de parametrização de informação, de modo a mostrar a aplicabilidade

do maior número possível de funcionalidades de GenPDM.

7.3 Propostas para trabalhos futuros

Acreditando-se na prosperidade do projeto GenPPC, todas as propostas de trabalho de concretização futura são

propostas que visam a continuidade do que foi desenvolvido com esta dissertação. As propostas não se destinam

à correção de problemas, mas a sugestões para continuação do desenvolvimento do projeto expansivo GenPPC.

Assim, numa primeira instância é proposta a criação de instruções de utilização para os processos das restantes

áreas funcionais. Ou seja, é incentivado o desenvolvimento de um manual de utilizador para as áreas funcionais,

essencialmente para as designadas de Gestão Comercial; Planeamento da Produção; Programação e

Monitorização da Produção; e Controlo de Stocks.

Uma segunda sugestão passa pela avaliação do sistema informático estudado em outros setores industriais, em

outras abordagens de customização em massa, e, principalmente, em diferentes dimensões organizacionais.

Estima-se ainda que seria uma mais-valia que esta avaliação fosse sincronizada com implementações no contexto

prático das organizações. A proposta destas implementações recai sobre a perspetiva de estudar comportamentos

de colaboradores e a aceitação por parte destes; a capacidade de GenPPC de integrar departamentos e sistemas

informáticos em uso nas organizações; e identificar possíveis melhorias nos módulos a implementar.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

133

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Vollmann, T. E., Berry, W. L., Whybark, D. C., & Jacobs, F. R. (2005). Manufacturing Panning and Control for Supply Chain Management (5 ed.). New York: McGraw-Hill/Irwin.

Weber, C., Werner, H., & Deubel, T. (2003). A different view on Product Data Management/Product Life-Cycle Management and its future potentials. Journal of Engineering Design, 14(4), 447-464.

Yeh, S. C., & You, C. F. (2002). STEP-based data schema for implementing product data management system. International Journal of Computer Integrated Manufacturing, 15(1), 1-17.

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

137

ANEXO I – CARACTERIZAÇÃO DE ARTIGOS

Tabela 24 – Componentes e respetivas propriedades e quantidades por par

Classificação Artigo Quantidade Propriedade Valores

Matéria-prima Palmilha Par Tamanho do sapato

35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45

Matéria-prima Ilhós 20 – Mulher Cor Prateado para ambos

4 – Homem Dourado somente para Mulher

Matéria-prima Salto 1 Pé esquerdo

Altura Altura para sapato mulher

1 Pé direito Altura para sapato homem

Matéria-prima Sola 1 Pé esquerdo

Tamanho do sapato

35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45

1 Pé direito

Matéria-prima Atacador Par Cor Azul-escuro

Azul mesclado

Preto

Camel

Branco

Castanho

Cru

Amarelo

Vermelho

Salmão

Prateado

Verde mesclado

Matéria-prima Materiall m² em função do tamanho do sapato

Material e cor Pele Preto, Branco, Cru, Castanho, Camel

Tecido Liso = Cores do atacador

Tecido bordado 1 Azul-escuro, vermelho

Tecido bordado 2 Azul mesclado, salmão

Camurça = Cores do atacador

Couro Preto, Branco, Cru, Castanho, Camel

Sintética = Cores do atacador

Matéria-prima Saco 1 Tamanho do saco em função do tamanho do

sapato

XS = sapato 35 e 36

S = sapato 37 e 38

M = sapato 39 e 40

L = sapato 41 e 42

XL = sapato 43, 44 e 35

Matéria-prima Caixa 1 Tamanho do saco em função do tamanho do

sapato

XS = sapato 35 e 36

S = sapato 37 e 38

M = sapato 39 e 40

L = sapato 41 e 42

XL = sapato 43, 44 e 35

Matéria-prima Linhas de Costura

Carrinho Cor Variantes Têxtil

Semiacabado Calcanheira 2 Material e cor Variantes Têxtil

Do 35 ao 45

Semiacabado Biqueira 2 Material e cor Variantes Têxtil

Tamanho sapato Do 35 ao 45

ANEXOS

138

Semiacabado Cano 2 Material e cor Variantes Têxtil

Tamanho sapato Do 35 ao 45

Semiacabado Forro 2 Material e cor Variantes Têxtil

Tamanho sapato Do 35 ao 45

Semiacabado Gáspea 2 Material e cor Variantes Têxtil

Tamanho sapato Do 35 ao 45

Semiacabado Taloeira 2 Material e cor Variantes Têxtil

Tamanho sapato Do 35 ao 45

Semiacabado Orelha 2 Material e cor Variantes Têxtil

Tamanho sapato Do 35 ao 45

Tabela 25 – Ferramentas e respetivas propriedades e unidades de quantidade

Ferramentas Unidade de Quantidade Propriedade Valor Molde Par Formato Depende da família

Tamanho Do 35 ao 45 Lápis de marcação Unidade - -

Verniz Lata - -

Tinta Lata Cor = Linhas de costura

Cola Lata - -

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

139

ANEXO II – CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO

Corte Pré-Costura Costura Pré-montagem Montagem Acabamento

Armazém Corte Armazém Pré-Costura Armazém Montagem

Armazém Matérias-Primas

Armazém Acabamento

Ferramentas

Ferramentas

Ferramentas

Ferramentas

Material

Matérias-prim

as

Fornecedores

Armazém ExpediçãoClientes

IlhósLinhas de Costura

Palmilhas, Salto, Sola, Atacadores

Caixas e Sacos

Calcanheira, Forro, Orelha, Gáspea, Biqueira,

Vira, Cano, Taloeira

Figura 76 – Esquema do processo produtivo com fluxos de materiais

Tabela 26 – Fases produtivas e respetivas operações e ferramentas

Fase produtiva Operação Sapato “Oxford” Ferramentas

Corte de material Têxtil Corte a jato Precisa de uma das operações

- Corte a balancé Molde

Pré-costura Facear Precisa - Espessurar Precisa - Furação Precisa -

Pintura de bordos Precisa Tintas Marcação de costura Precisa Lápis

Costura Costura Precisa - Pré-montagem Colocação de adereços Precisa - Montagem Montagem Final Precisa Cola Acabamento Envernizar - Verniz

Pintura de correção Precisa em caso de defeito Tintas Embalamento Precisa -

Controlo de Qualidade Controlo Precisa -

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

141

ANEXO III – MODELAÇÃO DOS ARTIGOS EM GENPDM

Tipos de Parâmetros para Referências

XL

M

M

S

S

XSCru

Castanho

Camel

Branco

Azul-escuro

Azul Mesclado

TP 2L

Cores

Amarelo

Dourado

Prateado

Preto

Salmão

Verde Mesclado

Vermelho

Tecido Liso

Tecido Bordado 2

Tecido Bordado 1

Sintético

Pele

Couro

TP 1L

Tipos de material

Camurça

41

40

39

38

37

36

TP 3L

Tamanhos de sapato

35

42

43

44

45

L

XS

L

XL

1,1

1

0,9

0,8

0,7

0,6

0,5

1,2

1,3

1,4

1,5

TP 4L

Tamanhos de proteções

C1

C2

Tamanho de proteções

Fator de comprimentoTP 7

V

Valores Decimais

XL

4

20

TP 4L

Tamanhos de proteções

TP 13V

Valores em Centímetros

[1cm..10cm]

XL

L

M

S

XS

TP 5L

Género

TP 6V

Valores Inteiros

C1

C2

Número de Ilhós

Altura do SaltoTP 13

V

Valores em Centimetros

Masculino

Feminino

2,0

4,0

TP 6V

Valores Inteiros

[0..1000]

TP 7V

Valores Decimais

[0..1000]

ANEXOS

142

M7

M7

M7

M6

M6

M6

M5

M5

M5

M4

M4

M4

M3

M3

M3

M2

M2

M2

M1

M1

Sapatilha

TP 8L

Formatos

TP 7V

Decimais

C1

C2

Medida padrão de um par de “calcanheira”

Medida padrão de um par de “biqueira”

C3

Medida padrão de um par de “cano”

C4

Medida padrão de um par de “forro”

C5

Medida padrão de um par de “gáspea”

C6

Medida padrão de um par de “taloeira”

C7

Medida padrão de um par de “orelha”

M1

Sapato Plataforma

Sapato Oxford

TP 9L

TP 1L

Tipos de material

C1

C2

CorTP 2

L

Cores

Material

Combinações de material-cor

Amarelo

Amarelo

Amarelo

Amarelo

Amarelo

Amarelo

Tecido Liso

Sintético

Camurça

Azul-escuro

Azul-escuro

Azul-escuro

Azul-escuro

Azul-escuro

Azul-escuro

Tecido Liso

Sintético

Camurça

Azul Mesclado

Azul Mesclado

Azul-escuro

Azul Mesclado

Azul Mesclado

Azul-escuro

Sintético

Camurça

Tecido Bordado 1

Azul Mesclado

Azul Mesclado

Azul Mesclado

Azul Mesclado

Tecido Bordado 2

Tecido Liso

Branco BrancoCamurça

Branco

Branco

Branco

Branco

Tecido Liso

Sintético

Camel

Branco

Branco

Camel

Branco

Branco

Camurça

Pele

Couro

Camel

Camel

Camel

Camel

Tecido Liso

Sintético

Castanho

Camel

Camel

Castanho

Camel

Camel

Camurça

Pele

Couro

Castanho

Castanho

Castanho

Castanho

Tecido Liso

Sintético

Cru

Castanho

Castanho

Cru

Castanho

Castanho

Camurça

Pele

Couro

Cru

Cru

Cru

Cru

Cru

Cru

Couro

Tecido Liso

Sintético

Preto

Preto

Cru

Preto

Preto

Cru

Sintético

Camurça

Pele

Preto

Preto

Preto

Preto

Preto

Preto

Pele

Couro

Tecido Liso

Salmão

Salmão

Salmão

Salmão

Sintético

Camurça

Salmão

Salmão

Salmão

Salmão

Salmão

Salmão

Pele

Tecido Bordado 2

Tecido Liso

Verde Mesclado

Verde Mesclado

Verde Mesclado

Verde Mesclado

Sintético

Camurça

Vermelho

Vermelho

Verde Mesclado

Vermelho

Vermelho

Verde Mesclado

Sintético

Camurça

Tecido Liso

Vermelho

Vermelho

Vermelho

Vermelho

Tecido Bordado 1

Tecido Liso

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

143

Tipos de Parâmetros para Operações

TP 10L

Tipos de Corte

TP 6V

Inteiros

C1

Necessidade de molde

Balancé

Corte a jato

1

0

TP 11L

Tipos de pré-costura

Facear

Espessurar

Marcação Costura

Furação

Pintura de bordos

TP 12L

Tipos de acabamentos

Escovar

Envernizar

Pintura correção

Limpeza

Modelação de Tipos de Operação

OT 1Corte

P1L

P2L

Segundos

Tipo de Corte Formato

TP10 TP8

OT 2Pré-Costura

P1L

Segundos

Tipos de pré-costura

TP11

OT 3Costura

Segundos

OT 4Pré-Montagem

Segundos

OT 5Montagem

Segundos

OT 6Embalamento

Segundos

OT 7Acabamento

P1L

Tipos de acabamento

TP12Segundos

Modelação de Matérias-primas e Ferramentas

As referências de matérias-primas e ferramentas não têm associadas listas de materiais e gamas operatórias,

como não teria em referenciação direta, dado serem materiais que as organizações compram e não produzem.

Assim, para a organização que compra é indiferente como e com que matérias são feitas a matérias-primas e

ferramentas.

RG_01Material

P1L

TP1

Material

P2L

TP2

Cor

Metros Quadrados

RG_02Palmilhas

P1L

TP4

Tamanho

Par

RG_17Linhas de Costura

P1L

TP2

Cor

Metro

RG_16Molde

P1L

TP4

Tamanho

P2L

TP9

Formato

Unidade

ANEXOS

144

Dourado

Prateado

RG_03Ilhós

P1L

TP2

Cor

Unidade

RG_04Salto

P1V

TP13

Altura

P2L

TP4

Tamanho

Par

RG_05Sola

P1L

TP4

Tamanho

Par

RG_06Atacadores

P1L

TP2

Cor

Par

RG_07Saco_Proteção

P1L

TP3

Tamanho

Unidade

RG_08Caixa_Proteção

P1L

TP3

Tamanho

Unidade

RG_18Lápis_marcação

RG_19Tinta

P1L

TP2

Cor

RG_20Verniz

Litro

RG_21Parafusos

Unidade

RG_22Cola_sapato

Litro

Unidade

Litro

Modelação de Semiacabados

RG_09Calcanheira

TP8

P1CP 01Têxtil

RG_01Material_Têxtil

P1L

TP3

Tamanho

P2L

TP1

Material

P3L

TP2

Cor

P4L

Formato

P2

P3P2

Par

C = (C1@P4 X C2@P1)

P1CP 02Molde

RG_16Molde

P2

P4P1C = C1@P5

TP10

P5L

Corte

P1

P5

P2

P5C = (C1@P4 X C2@P1) Velocidade de corte

OP 01Cortar

OT 01Corte

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

145

RG_10Biqueira

TP8

P1CP 01Têxtil

RG_01Material_Têxtil

P1L

TP3

Tamanho

P2L

TP1

Material

P3L

TP2

Cor

P4L

Formato

P2

P3P2

Par

C = (C2@P4 X C2@P1)

P1CP 02Molde

RG_16Molde

P2

P4P1C = C1@P5

TP10

P5L

Corte

P1

P5

P2

P5C = (C2@P4 X C2@P1) Velocidade de corte

OP 01Cortar

OT 01Corte

RG_11Cano

TP8

P1CP 01Têxtil

RG_01Material_Têxtil

P1L

TP3

Tamanho

P2L

TP1

Material

P3L

TP2

Cor

P4L

Formato

P2

P3P2

Par

C = (C3@P4 X C2@P1)

P1CP 02Molde

RG_16Molde

P2

P4P1C = C1@P5

TP10

P5L

Corte

P1

P5

P2

P5C = (C3@P4 X C2@P1) Velocidade de corte

OP 01Cortar

OT 01Corte

RG_12Forro

TP8

P1CP 01Têxtil

RG_01Material_Têxtil

P1L

TP3

Tamanho

P2L

TP1

Material

P3L

TP2

Cor

P4L

Formato

P2

P3P2

Par

C = (C4@P4 X C2@P1)

P1CP 02Molde

RG_16Molde

P2

P4P1C = C1@P5

TP10

P5L

Corte

P1

P5

P2

P5C = (C4@P4 X C2@P1) Velocidade de corte

OP 01Cortar

OT 01Corte

ANEXOS

146

RG_13Gáspea

TP8

P1CP 01Têxtil

RG_01Material_Têxtil

P1L

TP3

Tamanho

P2L

TP1

Material

P3L

TP2

Cor

P4L

Formato

P2

P3P2

Par

C = (C5@P4 X C2@P1)

P1CP 02Molde

RG_16Molde

P2

P4P1C = C1@P5

TP10

P5L

Corte

P1

P5

P2

P5C = (C5@P4 X C2@P1) Velocidade de corte

OP 01Cortar

OT 01Corte

RG_14Taloeira

TP8

P1CP 01Têxtil

RG_01Material_Têxtil

P1L

TP3

Tamanho

P2L

TP1

Material

P3L

TP2

Cor

P4L

Formato

P2

P3P2

Par

C = (C6@P4 X C2@P1)

P1CP 02Molde

RG_16Molde

P2

P4P1C = C1@P5

TP10

P5L

Corte

P1

P5

P2

P5C = (C6@P4 X C2@P1) Velocidade de corte

OP 01Cortar

OT 01Corte

RG_15Orelha

TP8

P1CP 01Têxtil

RG_01Material_Têxtil

P1L

TP3

Tamanho

P2L

TP1

Material

P3L

TP2

Cor

P4L

Formato

P2

P3P2

Par

C = (C7@P4 X C2@P1)

P1CP 02Molde

RG_16Molde

P2

P4P1C = C1@P5

TP10

P5L

Corte

P1

P5

P2

P5C = (C7@P4 X C2@P1) Velocidade de corte

OP 01Cortar

OT 01Corte

O papel da gestão de informação de artigos na programação da produção em ambientes de grande diversidade

147

ANEXO IV – ATRIBUTOS DO SISTEMA

Tabela 27 - Grupos de atributos do sistema e respetivas propriedades

Grupo de Atributos da Configuração Propriedades Expedição Número de Volumes

Peso Volume

Plano Diretor de Produção Dimensão PDP Período Congelado do PDP Horizonte PDP Período Semicongelado PDP

Programação da Produção Calcular número de Kanbans (Real) Calcular número de Kanbans (Simulado) Dias de antecipação Distribuição Automática de Volumes Distribuir Volumes Completos Iniciar trabalho sem componentes Lead Time de programação Número de Dias de Carga na Fila FIFO Número máximo de ordens de produção na Fila FIFO Permanece em Fila de Espera Pick na Secção do Posto Programação Stock Mínimo (Programação) Tamanho Fila FIFO predefinido (Real) Tamanho do Lote (Movimentação) Tratamento Automático de Precedências

Rastreio Acumular entradas de Número de Dias Rastrear Movimentos Rastrear Utilização

Simulação Dias de Antecipação Número de dias de carga da fila FIFO Número máximo de Ordens de Produção na Fila FIFO Tamanho Fila FIFO predefinido

SPCP Cálculo MRP – FCFS Cálculo MRP para Referência Lead Time Múltiplo de Lote Período de Encomenda Prazo de Segurança Stock de Segurança Tamanho do Lote Tamanho do Lote (Produção) Tipo de Planeamento de Necessidades