figueira da foz 2004.02.3-71 obtenção de ortometria de precisão. jorge teixeira pinto, engº....

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Figueira da Fo z 2004.02.3-7 1 Obtenção de Ortometria de Precisão. Jorge Teixeira Pinto, engº. Geógrafo, IGP Helena Cristina Ribeiro, engª. Geógrafo 4ª Assembleia Luso-Espanhola de Geodesia e Geofísica Figueira da Foz 2004

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Figueira da Foz 2004.02.3-7

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Obtenção de Ortometria de Precisão.

Jorge Teixeira Pinto, engº. Geógrafo, IGP

Helena Cristina Ribeiro, engª. Geógrafo

4ª Assembleia Luso-Espanhola de Geodesia e GeofísicaFigueira da Foz 2004

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Figueira da Foz 2004.02.3-7

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A determinação de altimetria usando distâncias zenitais confronta-se com o problema da correcta modelação da refracção vertical, RV.

Porém:• Os modelos existentes para a RV não são satisfatórios;

Contudo:• Desenvolvimentos instrumentais recentes (Böckem, 2001) provam

que é possível medir directamente a refracção vertical com suficiente precisão;

Outra possibilidade consiste em

Conjugar as observações de distância zenital com as “distâncias zenitais” deduzidas do vector GPS.

O problema: refracção vertical

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Distâncias Zenitais e GPS.

AB

VN

V N

a

b

s

Za; Z’aa

Incógnitas:a; b; a; b; ’

Observadas:Z’a; Z’b - ClassicasZa; Zb; s; - GPS

Zb; Z’b

b

Fig. 1

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Convenções.

N

W

v n

v n

<0

>0

A

B+

+

O Desvio, , é negativo quando o geóide “cresce” acima do elipsóide

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b - a = (Z’a+a)+(Z’b+b)-(+) Heiskanen e Moritz,

Physical Geodesy, pg 176

ou: (b - a)-(a+ b) = (Z’a+Z’b)-(+)

= cos+sen

azimute da visada AB

Relações fundamentais.

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da fig1:

-=Z’-Z

= + -(Z’a+Z’b)

com =b-a e =a+b

Cada lado AB fornece duas equações, e uma.

Por cada lado temos 4 incógnitas: a, b, a, b.

Há que descobrir uma quarta relação!

Relações deduzidas.

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Uma 4ª relação possível é a seguinte:

Relações possíveis (1).

A

B

C

ab

ac

ab

ac

ab/ac=ABsenZab/ACsenZac

Esta relação teórica não proporciona

bons resultados. Irá ser substituída

por esta:

ab/ac = ab/ac

[C]

que é empírica.

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Vantagens:

• Robusta;

• Relaciona dois lados adjacentes.

Desvantagens:

• Pressupõe observações recíprocas e

simultâneas.

•Não se pode aplicar aos chamados

casos de inversão.

Relações possíveis (2).

A

B

C

ab

ac

ab

ac

ab/ac = ab/ac

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Da bem conhecida fórmula h=H+, pode-se, após algumas

manipulações obter a seguinte relação:

s/2x(cos(Z’a+a)-cos(Z’b+b))+sx(a+b)/2 = h D’

assumindo uma variação linear para o desvio da vertical

ao longo do trajecto AB.

Simplificando e linearisando [D’] obtém-se:

b-a+a+b = 2xh/s-(cosZ’a-cosZ’b) D

Mais relações possíveis (3).

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Hab+ Hbc- Hac=0 [E]

hab+ hbc- hac=0 [E’]

e 0,5xsabx(a+b)+0,5xsbcx(a+b)-0,5xsacx(a+b)=0 [F]

As fórmulas [E] e [E’] podem ser linearizadas usando a conhecida

fórmula, onde se desprezou o termo nos coef. de refracção:

H=0,5xs(cosZa-cosZb)

Obtendo-se expressões do tipo:

-sabab+sabba -sbcbc+sbccb +sacca-sacac=erro de fecho obs. [E]

Relações que envolvem o Triângulo de alturas.

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As relações anteriores permitem estabelecer, para um

triângulo de alturas, um sistema sobre-determinado com 18

eq. e 12 incógnitas.

Infelizmente esses sistemas tem tendência a apresentar

soluções com igual refracção para cada extremo.

Como fortalecer o sistema!

Vamos utilizar as componentes Norte-Sul e Este-

Oeste do desvio, DV.

Relações que envolvem o Triângulo de alturas.

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Componentes do desvio.

= u1+v1= cos+sen

= u2+v2= cos+sen

A

B

C

ac

ab

u1/u2 = cos/cos

v1/v2 = sen/sen

[G]cada vertice passa de uma incógnita, o desvio, para duas, as componentes, mas temos também mais duas eq.

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Componentes do desvio (2).

Uma vez obtidos (u,v) para cada vérice, o desvio segundo as duas direcções emergentes obtém-se de:

= cos+sen = cos+senDonde:

=(-sen/sen)/(cos-cosxsen/sen

=(-cossenH

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Um caso particular.

Que acontece em casos como o ilustrado?

NV

Onde todos os lados partilham a mesma direcção.

B

CA

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Nestes PERFIS, e podemos se quisermos observar PERFIS,

consegue-se uma simplificação enorme:

Na estação B: ba+ bc=(Zba+Zbc)-(Z’ba+Z’bc) 1 equ.

Na estação A (e C): ac-ab= (Zab-Z’ab)-(Zac-Z’ac) 2 equ.

Para obter as restantes 3 equ. posso usar, se aplicável, as

relações empíricas:

||| ab/ac = ab/ac [C]

Um caso particlar.

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Pilares P1; P2 e P5 da Geobase, Estremoz:

Um exemplo de um perfil.

Soluções de 3 sistemas 2x2

Side Vertical

Refraction

Deflection along theside

H

m

P2-P5 18,3”

17,5”

0,9"

(in P2)

157,832

P2-P1 21,6”

21,7”

-0,6"

(in P1)

158,201

P1-P5 38”

36,3”

2"

(in P5)

-0,374

Total length 3 0 km Erro de fecho=0,005

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Caso geral: triângulos no Faial Açores, observados em 1997.

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Caso geral: triângulos no Faial Açores, observados em 1997.

Lado Refracção

Desviosegundo adirecção

Comp. Desvio

;

H

m

N

m

Resíduos

h-(H+N)

mm

M-G4,2”±0,8”

5,3”±0,8”

-1,6”±1,1”

1,6”±1,1”

-1,6”±1,3”; -1”±1”

-1,6±1,3”; -1,7”±1”126,045 0,025 1

G-A6,0”±0,9”

8,7”±0,9”

2,2”±0,9”

-1,6”±0,9”

-1,6”±0,8”; -1,6”±1”

-0,8”±0,8”; -1,4”±1”154,694 -0,035 -2

A-M6,0”± 0,8”

7,8”±0,9

-0,9”± 0,9”

0,3”±0,8

-1”±0,8”; -1,4”±1”

-1,5”±0,6”; -1”±0,9”-280,738 0,010 0

Erro defecho=0

Erro defecho=0

Resultados para Milhafres-Galego-Arrochela (M-G-A)

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Caso geral: triângulos no Faial Açores, observados em 1997.

Resultados para Milhafres-Cabeço da Rocha Alta-Galego (M-R-G)

Lado RefracçãoDesvio

segundo adirecção

Comp. Desvio

; H N

Resíduos

h-(H+N)

mm

M-R2,6”±0,6”

2,6”±0,8”

-3,0”±1,4”

2,9±0,9”

-1,2”±1,4”; -7,0”±1,4”

-1,1±0,7”; -7,0”±0,9”4,828 0,028 7

R-G3,0”±0,8”

2,3”±0,6”

0,9”±0,9”

-0,8”±1,2”

-1,1”±0,8”; -7,0”±1,0”

-1,1”±1,3”; -6,7”±1,2”121,212 -0,006 2

G-M4,6”± 0,6”

4,1”±0,7”

1,4”±0,5”

-1,4”±0,6”

-1,2”±0,7”; -6,6”±0,0”

-1,2”±0,8”; -7,0”±0,0”-126,040 -0,022 -5

Erro defecho=0

Erro defecho=0

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Caso geral: triângulos no Faial Açores, observados em 1997.

Comparação dos valores obtidos para o lado comum Milhafres-Galego (M-G):

Lado Vértice RefracçãoDesvio

segundo adirecção

Comp. Desvio

;

H

m

N

m

M-G

1ºTriângulo

M

G

4,2”±0,7”

5,3”±0,7”

-1,6”±1,1”

1,6”±1,1”

-1,6”±1,3”; -1”±1”

-1,6±1,3”; -1,7”±1”126,045 0,025

G-M

2ºTriângulo

G

M

4,6”± 0,6”

4,1”±0,7”

1,4”±0,5”

-1,4”±0,6”

-1,2”±0,7”; -6,6”±0,0”

-1,2”±0,8”; -7,0”±0,0”-126,040 -0,022

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Conclusões:

• A conjugação de obs. Zenitais clássicas com Zenitais deduzidas do vector GPS permite obter ortometria de precisão de um modo muito económico;

• O Geóide pode ser localmente melhorado (pequenos comprimentos de onda);

• A observação de perfis reduz a complexidade do método.

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Fim.

Muito obrigado pela Vossa atenção.