fichamento - história geral e econômica do espírito santo – gabriel bittencourt

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Fichamento - História Geral e Econômica do Espírito Santo – Gabriel Bittencourt. P26- Toda superficie espírito-santense, na fase colonial, era coberta por exuberante floresta tropical, que envolvia, aproximadamente, cerca de 90% do atual território do Espírito Santo. Uma obertura florestal permanecia quase inalterada até o século XIX devido ao processo histórico regional; um verdadeiro vazio demográfico até então. ... No entanto , o Rio Doce, que deveria representar a principal via de comunicação com as Minas Gerais, no passado, não se constituiu nesse elo de ligação natural, impedida como estava a Capitania do Espírito Santo da abertura de estradas e vias para o interior, calra medida protecionista da Metrópole para evitar o contrabando ou atques estrangeiros, sem a preocupação com o desenvolvimento da Capitania, que em nada se beneficiou da mineração eurífera da fase colonial. P64 - No Espírito Santo, até meados do século XIX, o açucar foi o produto que incrementou o aparecimento de vilas e povoados abitados por uma diminuta população que mal se aproximava dos 25 mil habitantes ao findar o período colonial. P74 – Registra a mesma autora que, Manoel Correa de Lemos obteve sesmaria no Riacho Doce (1716), seguido pelo padre Bartalomeu Martins, nas cabeceiras do rio Jucu (1717). E muitos outros, que se localizaram, inclusive, no rio Doce e no Mangaraí. Enquanto no sul da Capitania assinala a instalação de Cristovão de Sá e de Pedro Bueno Cacunda, no Itapemirim. Tendo este vindo da região do rio das mortes (MMG) para se dedicar tammbém à mineração no rio Caxixe, na localidade de Castelo. Uma atividade em que os jesuítas, anteriormente, chegaram a desviar o curso da artéria fluvial com o fim da exploração aurífera. Foi, aliás, a partir desse episódio que foi proibida a mineiração no Espírito Santo, por ordem do Governo-Geral, na conformidade das determinações de El-Rei. De qualquer forma, esse foi um período de grande dinâmica para a ocupação da Capitania,

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Fichamento - História Geral e Econômica Do Espírito Santo – Gabriel Bittencourt.

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Fichamento - História Geral e Econômica do Espírito Santo – Gabriel Bittencourt.

P26- Toda superficie espírito-santense, na fase colonial, era coberta por exuberante floresta tropical, que envolvia, aproximadamente, cerca de 90% do atual território do Espírito Santo. Uma obertura florestal permanecia quase inalterada até o século XIX devido ao processo histórico regional; um verdadeiro vazio demográfico até então.

... No entanto , o Rio Doce, que deveria representar a principal via de comunicação com as Minas Gerais, no passado, não se constituiu nesse elo de ligação natural, impedida como estava a Capitania do Espírito Santo da abertura de estradas e vias para o interior, calra medida protecionista da Metrópole para evitar o contrabando ou atques estrangeiros, sem a preocupação com o desenvolvimento da Capitania, que em nada se beneficiou da mineração eurífera da fase colonial.

P64 - No Espírito Santo, até meados do século XIX, o açucar foi o produto que incrementou o aparecimento de vilas e povoados abitados por uma diminuta população que mal se aproximava dos 25 mil habitantes ao findar o período colonial.

P74 – Registra a mesma autora que, Manoel Correa de Lemos obteve sesmaria no Riacho Doce (1716), seguido pelo padre Bartalomeu Martins, nas cabeceiras do rio Jucu (1717). E muitos outros, que se localizaram, inclusive, no rio Doce e no Mangaraí. Enquanto no sul da Capitania assinala a instalação de Cristovão de Sá e de Pedro Bueno Cacunda, no Itapemirim. Tendo este vindo da região do rio das mortes (MMG) para se dedicar tammbém à mineração no rio Caxixe, na localidade de Castelo. Uma atividade em que os jesuítas, anteriormente, chegaram a desviar o curso da artéria fluvial com o fim da exploração aurífera. Foi, aliás, a partir desse episódio que foi proibida a mineiração no Espírito Santo, por ordem do Governo-Geral, na conformidade das determinações de El-Rei. De qualquer forma, esse foi um período de grande dinâmica para a ocupação da Capitania, por meio do desbravamento do solo virgem capixaba, com a consequente profusçai na distribuição de sesmarias.

P80- Essas propriedades, quse todas antigas sesmarias, abasteciam de açucar e aguardente toda a província do Espírito Santo, com excedente exportado em grande quantidade para o Rio de Janeiro. Conforme ainda Antônio Marins, até 1887, de um lado e de outro do rio Itapemirim, contava-se cerca de vinte fazendas produtoras de açucar e aguardente, cujos engenhos , em sua maioria eram movidos a vapor.

P81 – Visto pelos antigos cronistas, a formação fundiária do Brasil e do Espírito Santo é uma sequencia de acontecimentos do cotidiano. Nas terras tomadas ao índio, defiam a vida dos antigos moradores, as fazendas, o comércio, o engenho a devorar àreas imensas. A alão pioneira na agricultura coube, quase sempre, à grande lavoura, à fazenda. Contudo, o primitivo morador branco, ao lado do poderoso senhore de terras, às vezes gente pouco escrupulosa que,

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além da vida e dos haveres dos indígenas, não titubeavam em lher tirar as mulheres e filhas, com quem se homiziavam para estabelecimento na própria terra “posseada” ou requerida em sesmaria. Seus filhos, fortes curibocas, foram, por sua vez, ao lado do escravo, os primeiros contingentes de trabalhadores pobres, que abriram os claros nas matas que,, em muitas ocasiões, os brancos mais poderosos, ávidos de terras, lhes iam tomando depois, ás vezes, pelo título recente, e sem olhar os meios.Logo, a pequena propriedade, organizada de forma sistemática, tem no Brasil uma história que pouco trasncende ao Século XIX. Quse nunca houve a preocupação da repartição equitativa da terra entre nós. A riqueza fundiária enquistou-se nas mãos de uma minoria de afortunados e ousados proprietários de bens e escravos, ligados à pecuária e à grande lavoura. De sorte que, em 1865, constava que 4/5 do solo agricultável estava nas mãos desses mesmos proprietários, sobrando ao governo apenas a quinta parte das terras para distribuir em pequenas propriedades – geralmente afastadas dos cursos d´ água, das estradas, do litoral, e dos centros populacionais.

P82 – Curiossamente, devido às condições peculiares do Espírito Santo, só no meado do século XIX, graças à cafeicultura, é que ele conhecerá maior dinâmica econômica. Nesse contexto, até mesmo nas pequenas propriedades dos núcleos coloniais, cuidar-se-á da produção do café, contrariando as congêneres do Sul do País onde, via de regrem não foram integradas à linha de produção da grande lavoura tropical de exportação. Explique-se o caso capixaba pela incipiência da sua economia, cujo marasmo anterior, seja na maior parte da fase colonial ou da província, não dera margem à criação de um mercado local, ainda que diminuto, mas capaz da absorção da produção de subsistência ou ainda artesanal dos núcleos coloniais; ou ainda pela ausência de uma infra-estrutura de transportes, só incrementada, aliás, a partir desse movimento da economia cafeeira; ou mesmo, fato raro, pela inexistência de uma forte oposição da grande lavoura. Na medida em que os grande fazendeiros, estabelecidos nos vales plenos da província, não se sentiam incomodados pela pequena propriedade cafeeira, localizada esta, via de regra, nas vertentes montanhosas do território capixaba.

P86- Os tupis, que são mais bem descritos pelas fontes da história colonial dos séculos XVI e XVII, porque estavam em contato constante com os portugueses, nesse período praticavam a cultura de hostaliças, a coleta, a caça e a pesca, por meio de utensílio que lhes permitia o exercício dessa economia. Sendo a posse da terra o seu maior bem, a exaustão do solo produtivo tornou-se o fator principal da migração. Ou seja, quando se interrompia o equilíbrio entre as necessidades básicas da sobrevivência, as populações se deslocavam para novas áreas ainda não esgotadas. Isso significa que tais movimentos eram utilizados cmo meio de controle indireto da natureza do homem.A expansão demográfica dos grupamentos tribais é que criava condições para os conflitos. Destarte, a área do atual Espírito Santo, ocupada por grupos de origem tupi, mantinham estes intermitentes combates com grupos botocudos do interior. Um grupo não tupi, inicialmente identificadocomo tapuia, ocupava o sertão, mas costumava realizar incursões ao litoral em busca de peixes e frutos típicos, conlfitando com os tupis, e mais tarde com os colonos portugueses instalados no litoral. Um contexto em que se sobressaem os

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tupiniquins, que ocupavam uma extensa faixa litorânea que se situava desde Camamu, na Bahia, até Cananéia, no Paraná. Uma população resistente ao colonizador, estimada em aproximadamente 55 mil indivíduosm constituindo um dos maiores contingentes populacionais da região que compreendia o sul da Bahia e o Espírito Santo.

P87- Para o arqueólogo Celso Perota, que coordenou a feitura de sete mapas que sintetizavam sete mil anos da trajetória dos índios capixabas, eles se dividiam nos grupos tupi-guarani, puri-coroado, pataxo e gê (botocudo), e deixaram numerosos vestígios da trajetória e estágio cultural ao londo do tempo. (OLHAR NOTA 30 sobre os estudos do PEROTA)

Por isso, o projeto colonial de Vasco Fernandes Coutinho não pôde ser levado a efeito sem que houvesse uma forte realção indígena desde o início, tendo o primeiro governante do Espírito Santo que usar das bombardas de bordo para afudentar os nativos para a floresta e conseguir desembarcar. A resistência indígena ao colonizador, a ação repressiva do português e mesmo dos missionários jesuítas, com vistas à alteração das tradições ameríndias e escravidão dessas populações, determinaram, muitas vezes, sua submissão e mesmo aniquilamento.

P88- Desde cedo, na realidade, capitais e contingentes populacionais, e as atenções do mercado, afastaram-se do Espírito Santo, indo engrossar aquela corrente que se dirigia ao Nordeste açucareiro, com melhor possibilidade de atrair os inventivos da produção. Pensamento este que pode ficar inferido do próprio visconde de Porto Seguro...

P89 – No século XVI, as primeiras informações sobre a participação do indígena nos primordios da colonização são intensas. As populações tupis em contato com os portugueses, a partir do meado do século, acomodam-se à liderança jesuítica, dando origem aos grandes aldeamentos do Espírito Santo. No século XVII, crescem os aldeamentos jesuíticos na parte Sul capixaba, escasseando-se, porém, os dados a propósito do tema. No século XVIII, ainda são escassas as informações, mas a presença dos botocudosse tornam relevantes devido ao movimento que promovem por causa da atividade daqueles que procuravam ouro e pedras preciosas na bacia do Rio Doce. Foi nessa época que os índios aldeados voltaram à vida primitiva, no litoral ou na . No século XIX, as informações voltam a ser abundantes. É nesse período que ficam instalados os quartéis na região litorânea e no vale do Rio Doce, assim como n estrada para Minas e em outros pontos como no rio Itapemirim, visando à “proteção” dos viajantes contra os ataques dos botocudos. Finalmente, no século XX, registra-se a última migração indígena para o Espírito Santo. Um grupo de guaranis que, vindo do interior do Paraná fixa-se nas proximidades da foz do Piraquê-Açu, no final dos anos de 1960. A vida cotidiana desses elementos ameríndios era organizada em uma entidade complexa denominada como “tribo”, que abrangia um certo números de unidades menores, as “aldeias” distanciadas no espaço geográfico, mas unidas por laços de parentesco ou de interesses comuns, sobretudo no que tange ao deslocamento de uma região a outra, às expedições guerreiras e ao sacrifício de inimigos etc.

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Esses grupamentos locais compunham-se, em média, de quatro a sete habitações coletivas denominadas malocas, dispostas em torno de uma área livre – o terreiro, amplo e suficiente para a realização de cerimônias, sacrifício dos inimigos e a prática do canalibalismo, assim como as reuniões do conselho de chefes, atividades religiosas lideradas pelos pajés etc. As malocas eram, em zonas sujeitas ao ataque de grupos tribais hostis, circundadas por meio de cercas ou caiçaras, feitas com troncos de palmeiras rachadas, ou ainda por um duplo sistema de paliçadas entremeadas de estrepes pérfuro-cortantes para melhor conter as investidas inimigas.Em virtude da importância da natureza da economia tribal, a localozação da tribo constituía um problema de ordem vital. Dela dependia o abastecimento de água potável, lena, mantimentos que teriam que ser providos em condições de segurança, sendo os produtos das atividades de caça e da pesca e da coleta pertencentes ao grupo de parentes que os conseguisse. Um contexto em que a divisão do trabalho obedecia a prescrições fundamentadas nas diferenças de sexo e idade.

P91- As mulheres ocupavam-se dos trabalhos agrícolas em geral e com as atividades da coleta de frutos silvestres e de mariscos. Fabricavam farinhas e teciam redes, fiacam o algodão e produziam todos os utensilios de que necessitavam, com o emprego do barro e de certas plantas para o dabrico de certos etc. Já os homens ocupavam-se com a derrubada da mata e preparativo da terra para a agricultura de subsistência, entregando-as ás mulheres para o plantio e cultivo; praticavam a caça e a pesca, produzindo os artefatos necessários para estas atividades. E, naturalmente, cuidavam da defesa da tribo, das expedições guerreiras e das atividades xamanisticas, embora existam referências esporádicas à participação feminina nessas atividades.

p93- Ainda assim, foi o intercâmbio estabelecido entre os nativos e os portugueses e, depois, em menor escala, com os negros, que permitiu o surgimento no Espírito Santo colonial de uma população mestiça, de predominância étnica indígena, capaz de dar maior plasticidade ao sistema social em formação e do contribuir para a preservação de elementos gerdados dos indigenas. Nesse contexto, nenhum outro grupoatingiu maior influência sobre o indígena que o jesuítico.

P94- Além destas, outras seis aldeias foram coputadas pelo Padre no Espírito Santo, “que são de índios e pagãos, e terão até 1.500 almas”. Seguindo-se, portanto, a Conceição e São João, a Aldeia Velha de Santa Cruz, fundada no mesmo ano daquelas; enquanto a de Nova Almeida, mais próxima que esta em relação ao Colégio de Vitória, só teria surgido mais trde. Consta ter sido esta grande centro de catequese, cuja missão chegou a contar com cerca de 2.030 índios cristianizados. A igreja, guardiã do famoso quadro dos “Reis Magos”, forma um composto arquitetônico bem conservador, com residência anexa. Hospedou em fevereiro de 1860, D. Pedro II, quando em visita à província. Acredita-se que foi ali que o padre Pero de astilho escreveu o primeiro dicionário da língua tupi, concluio em 1622. Para o sul do Espírito Santo, os jesuítas instalaram, em 1565 ou 1585, a aldeia e residência de Guarapari e, sobreturo, Reritiba.

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trabalhadas pelas grandes massas indígenas, estas, aqui relacionadas, sob a orientação do Colégio de Vitória, se dúvida, alguma, desempenharam o melhor papel na obra evangelizadora dos jesuítas. É também das aldeias do inacianos que derivaram quase todos os núcleos de povoaões da Capitania, mais tarde saldeados, além de representar, em boa parte, a mão-de-obra dos empreendimentos dos inacianos, algumas vezes formavam as entradas para o sertão.

P96- Assim sendo, desde o início, os sacerdotes jesuítas, responsáveis pela catequse e pela educação, foram atraídos não só pela perspetciva da administração da grande massa indígena, mas também pela viabilidade dos empreendimentos econômicos que lhes garantisse a sobrevivência, conforme ficará atestado com as fazendas de Muribeca, Itapoca, Araçatiba e Carapina, unidades econômicas especializadas na produção em larga escala da pecuária, da farinha de mandioca, do açucar e da policultura. É dentro desta conjuntura que se desenvolverá a obra missionária dos jesuítas, partcularmente a de Anchieta, contribuindo, destarde, para atenuar a resistência indígena e o embate entre as duas etnias em conflito – ameríndios e europeus.

P97 - No início do século XXIX, com a abertura do Brasil à internacionalozação do período, os indígenas do Espírito Santo foram alvo do registro de inúmeros visitantes ilustras, viajantes e naturalistas, que por aqui passaram, percorrendo o litoral e o interior capixabas. Impunha-se então, paralelamente, uma política de caráter militarista que redundouna fundação de “quartéis”, nas rotas de deslocamento entre o litoral espírito-santense e as Minas Gerais, fosse pelas estradas recém abertas ou pelas vias fluviais em demanda daquela região.Esse é o movimento que envolveu boa parte da população indígena aculturada do Espírito Santo, dentro de um projeto maior da criação de incentivos à conquista e à colonização, no escopo da dilatação da fronteira agrícula para os sertões do leste. A ainstação de tais “quartéis” ficava justificada pela necessidade de uma linha de defesa dos colonos, nas justas medidas do avanço da ampliação das terras conquistadas. É assim, também, que pode ficar entendida a política do governador Francisco Alberto Rubim, a quem não deve ter escapado que o problema da colonização estava, também, intrinsecamente ligado à solução da infra-estrutura viária em demanda dos sertões das Minas Gerais, trilhados de botocudos.

Se o botocudo significava um óbice à colonização, na visão do luso-brasileiro, aqueles oriundos das outras tribos encerravam significado oposto. Francisco Manuel da Cunha, por exemplo, em 1811, informou ao Ministro de Estado Antônio de Araújo e Azevedo que o destacamento militar de “piraque-Açu era coposto unicamente de índios”. Assim como a Vila Nova de Almeida, cuja população, a exceção de alguns poucos europeus ali estabelecidos, toda população era indígena.

P100- Os jesuítas, por mais de duzentos anos , administraram a aldeia nos moldes tradicionais da administração dos aldeametos da ordem. De três em três meses, traziam do campo para a aldeia quarenta famílias. O objetivo era o

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ensinamento da religião cristâ e dar aos homens noções de técnicas de trabalho. Às mulheres lhes era ensinada a arte da tecelagem.

P102- Um grupamento que, nos cálculos desse viajante estrangeiro, chegaria a 7.000 indivíduos, muitos ainda antropófagos e ainda tenazmente resistentes a todas as tentativas de civilização, “feiras nos últimos 380 anos.” Para Steins, esta seria a principal razão do Espírito Santo ter-se tornado “ a mais pobre de todas a províncias do império,” sobretudo, na área situada entre os rios mucuri e Doce, cerca de 25.000 milhas quadradas de terra rica e habitável que “jazem ali inaproveitadas devido ao pavos que aos moradores do Espírito Santo, como também aos de Minas Gerais, os índios inspiram”.

P106 – Vista como um obstáculo imposto à colonização portuguesa, no inicio da fase colonial, toda a região capixaba era ccoberta por exuberante floresta tropical que atingia cerca de 90% do atual terrutório do Estado. Aliados à densa floresta, os rios encacheirados para o interior e o indígena adverso, pareciam completar o quadro considerado desfavoravel. Sobretudo, se levarmos em consideração que a colonização brasileira tomou o aspecto de uma verdadeira empresa comercial, destinada a explorar os recursos da terra descoberta, particularmente pela agricultura, cujos estímulos eram provenientes do exterior.

P107- A localização geográfica excêntrica, a má administração nos primeiros tempos e a baixa capacidade de atração dos capitais disponíveis para o açucar, talvez se posicionem melhor. O que importava para a produção alucareira, na etapa inicial da colonização, conforme o mesmo Furtado, eram os equipamentos e a mão-de-obra europpeia especializada, já que a terra era abundante e o trabalho indígena (depois substituído pelo africano, mais eficiente) devia ser utilizado para a produção de alimentos da nova comunidade e nas tareas não-especializadas, até que, uma vez instalado o engenho, pudesse ficar refuzida a importação da mão-de-obra especializada, mediante treinamento daqueles escravos que demonstrassem habilidades manuais.

Por sua vez , a despeito da conjuntura favorável ao açucar no Espírito Santo, como de resto das demais capitanias, a princípio, os pioneiros das terras capixabas não pareciam muito interessados na agricultura. As perspectivas de descobrimento e da exploração de minas de metais preciosos é que, parece, polarizavam as atenções. Talvez, por isso mesmo, conforme Varnhagen, o capitão donatário se fez acompanhar, na expedição pioneira, do espanhol Felipe Guillen, “homem de bastante capacidade e engenho, entendido em mineração e em tomar as alturas.” Foi a agriccultura, porém, que possibilitou a colonização sistemática da Capitania.

P108 – As tentativas de penetração esbarraram em alguns obstáculos intransponíveis, entre estes o temos inspirado pelos indígenas que, aliados a densa floresta trocical e os rios encachoeirados, a poucas léguas do litoral, tornaram-se fatores impeditivos à interiorização.

Este florescimento econômico inicial, conforme sabemos, teve duração efêmera, reduzindo-se a produção e suprimindo-se a navegação direta com a

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Metrópole. A incapacidade em conter os frequêntes ataques indígenas, as discórdias constantes entre os colonos e a desorganização administrativa, são as causas que podem ser captadas na historiografia tradicional, no sentido da dificuldade da manutenção de uma produção dinâmica ligada à economia tropical de exportação. Razão pela qual desviou-se aquela corrente que compreendia capitais e contingentes de população e da mão-de-obra para o Nordeste brasileiro, que melhor atraía os fatores de produção.

P110 – Em 1627, quando falece o donatário Francisco de Aguiar Coutinho, a receita da Capitania, estipulada em 94$040, superava as de Ilhéus, Porto Seguro, São Vicente, Sergipe e Itamaracá. Não fosse a obra dos jesuítas, por certo, o Espírito Santo poderia ser aquilo que frei Vicente de salvador deixa subentendido e Varnhagen descreveu: “Uma capitania com tão boas terras, com um porto excelente, com rios navegáveis para o sertão “ e completamente abandonada por mais de três séculos.

P111 – Assim sendo, a população do Espírito Santo via-se acrescida de tempos em tempos com a chegada dos mais diversos elementos, de várias categorias, como degredados, fugitivos da justiça ou da Inquisição, além de simples aventureiros, sem trabalho fixo. Muitos solteiros que afinal se ligavam às mulheres da terra, quiça mamelucas, formando novas unidades familiares, ou então iam buscá-las fora.

P113- Em tais circunstâncias, deu-se o inicio do governo luso-espanhol (1580-1640), período em que a imigração foi facilitada, com o ingresso no Espírito Santo de espanhois e respectivos capitais, mercadores e senhores de engenho. Até que, com a revolta de 1639 em Portugal, o duque de Bragança, “O Restaurador”, assume o governo lusitano sobre o título de D. João IV, em lugar dos Habsburgos e da antiga dinastia de Avís.Nesse contexto, decai o comércio com a Europa. O açucar brasileiro dá lugar ao açucar antilhano, impulsionado pela fuga de cristão-novos de Pernambuco para lá. Decresce, então, sensivelmente a produção de açucar no Espírito Santo e o movimento de embarcações nos portos capixabas. Entretanto, apesar do lento caminhar da sua evolução econômica, a Capitania nunca vegetou no total isolamento. Além dos agricultores, rendeiros, negociantes e senhores de engenho, outras categorias como a dos jesuítas, estava a demonstrar sua viabilidade.Administrando, como vimos, o trabalho de uma grande massa indígena, fudaram os jesuítas um complexo de quatro fazendas especializadas para manutenção de suas casas, particularmente, do Colégio de Vitória: Muribeca (criação de gado), Itapoca (farinha de mandioca e legumes), Araçatiba (açucar) e Carapina (policultura).

P114- O desequilibrio econômmico regional do qual já se ressentia a Capitania do Espírito Santo no século XVII, distanciou-a ainda mais do comércio internacional, limitando-se a uma navegação de cabotagem com o Rio de Janeiro e Bahia, talvez os únicos mercados atingidos pela economia capixaba. (E O MERCADO INTERNO???)

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P115 – No Brasil-Colônia, sobressai, portanto, a incompatibilidade entre a lavoura tropical de exportação e o regime de pequenos lavradores sem recursos de monta. Até mesmo porque a principal economia da Colônia, o açucar, significa o estabelecimento de unidades produtivas complexas, conjugando no engenho, a grande plantação, a casa grande e a senzala, cujo funcionamento, mesmo os mais modestos, requeriam grandes investimentos, inclusive para trabalhadores, geralmente escravos, da ordem de cento e cinquenta a duzentos indivíduos.

Por via das consequências do processo histórico, a pequena propriedade só ficará instituída na terra capixaba a partir do século XIX, graças ao movimento da imigração não-portuguesa indissoluvelmente imbricada à economia cafeeira de exportação. (PENSAR NA IMPOSSIBILIDADE DE NÃO EXISTIR UMA ECONOMIA INTERNA VIVA – JÁ QUE AS PESSOAS POBRES TROCAVAM AS SOBRAS DA PRODUÇÃO... COMO MARIZA CORREA VÊ COM POUCAS DIGRESSÕES UMA DINÂMICA DIFERENTE NA FAMÍLIA POR QUAL MOTIVO ISSO TAMBEM NÃO POSSA SER PENSADO NA ECONOMIA.)

P116- FALA UM POUCO DA PEQUENA PRODUÇÃOAssim sendo, embora não figure regularmente nos dados estatísticos gerais, a unidade produtiva de peso no Espírito Santo será o engenho açucareiro.

P120 – PARAGRAFO SOBRE A ABERTURA DE ESTRADAS PRO SUL DO ESTADO.

P121- Curiosamente, a própria descoberta de ouro em grande escala nos fins do século XVII e início do XVIII, no Brasil, constituiu-se em um empecilho ao desenvolvimento regional. Entre as repercussões da grande exploração do ouro colonial, nesse momento, no governo de d.João V, proibiu-se rigorosamente a abertura de estradas ou caminhos que ligassem o litoral capixaba no sentido de se evitar ataques estrangeiros e, sobretudo, o contrabando pelo litoral espírito –santense, terminando por isolar a capitania entre o mar e as montanhas proibidas.Nesse contexto passou o século XVIII, com a capitania espremida nos limites litorâneos, tanto pela floresta indevassável, como pelas proibições dos governos metropolitanos. Permaneceu o Espírito Santo sob o governo dos capitâes-mores, prepostos da Coroa, como que transformado em posto militar e isolado do ccrescimento regional. Essa situação adversa só será revertida na conjuntura de transmigração da Corte, sobreturo com o redicionamento da política joanina, preocupada em favorecer o povoamento e melhorar as comunicações.

PARAGRAFO SOBRE A IDEIA DE VIABILIDADE APENAS LITORANEA DO ES

P125 – De qualquer forma, a escravidão indígena não deixou de ter destaque no Espírito Santo. As entradas sertanistas que tinham como pretexto a procura de metais preciosos, nos lugares isolados e ainda não desbravado no interior, podem explicar também, a grande quantidade de indígenas no seio da

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população colonial capixaba e mesmo no tráfico da mercadoria humana para outras regiões.

P134 – Ao contingente populacional capixaba juntar-se-ão outras vertentes pioneiras, verdadeiros novos desbravadores do Espírito Santo. Foi pela Estrada do Rubim, ou, ainda, pelas picadas paralelas, que desceram os mineiros, em busca de monizio ou atraidos pelas terras incultas e disponíveis nas áreas de Alegre, Guaçui e Castelo, todas, de uma certa forma, tributárias a Cachoeiro de Itapemirim, seguidos pelos fluminenses e paulistas, elo sul, à proporção que as melhores terras de suas províncias iam se tornando domínio particular dos grandes senhores do café. Enquanto os baianos, ao norte, de longa data, desde a extensão da Ouvidoria de Porto Seguro até a zona do Rio Ddoce no século XVIII, com seus escravos, ocuparam o vale do Cricaré (São Mateus). Este quadro ficará completado, também, a partir do meado do século, com a imigração sistemática européia das mais diversas origens. Como fruto de um vasto programa de incremento da mão-de-obra substitutiva do trabalhador escravo, as tentativas da solução da questão de braços, como ficou conhecida, trouxe para o Espírito Santo formidável enriquecimento étnico de sua população, com amplas repercussões na economia local, particularmente para o café.

P145 – O açucar foi, até meado do sécculo XIX, o produto responsável pela manutenção das vilas e povoados litorâneos, secundado pelas culturas agrícolas de subsistência, tais como mandioca, arroz, feijão, milho, legumes diversos e pequena criação de gado, além da pesca artesanal.Conforme Saint-Hilaire, contava o Espírito Santo, em 1820, cerca de sessenta engenhos de açucar e sessenta e seis destilarias de aguardente, que na reaidade, não deviam passar de meras “engenhocas”, posto que, nas maiores unidades, a produção anual não passava de 150 caixas de 45 arrobas cada uma. Também nesse mesmo período, assumira uma certa importância o cultivo de arroz que, em 1818, a Vila de Vitória chegara a embarcar cerca de quatro mil alqueires do produto já beneficiado.Produzida em larga escala na Vila de São Mateus, ainda sob a jurisdição de Porto Seguro, a farinhade mandioca constituia a base alimentar da população capixaba. Comercializada a quatro ou cinco patacas o alqueire, gerava reclamações constantes por parte dos moradores de Vitória, que ficavam obrigados ao imposto de dois cruzados por alqueire de farinha aqui produzida. Fato este que só incentiva a especulação do preço no comércio local, favorecendo aos produtores das capitanias vizinhas.Incentivada pela abundância de madeiras de lei, a atividade da marcenaria e a da construção mereciam destaque na Província, onde também sobressaíam produtos como algodão, feijão, milho e legumes diversos, necessários à subsistência da população capixaba que não devia ultrapassar de 24 mil habitantes, em 1818. Uma população concentrada ainda no litoral, depois de quase trezentos anos de ocupação, numa densidade de apenas 150 pessoas por légua quadrada, prevalecendo o vazio demográfico no interior pelo temor dos botocudos e pela baixa capacidade de investimento na região. A mineração aurífera, incidente na área do rio Castelo, embora intermitente, constituíra a exceção à penetração e à fixação dos luso-brasileiros nas selvas do Espírito Santo.

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P146- A militarização do Espírito Santo ocorrida no século XVIII ainda refletida no príodo, consubstanciando-se na forças militares ou de milicias. Vitória abrigava um regimento de infantaria com dez companhias, além de duas companhias de artilharia, várias de pedestres e uma outra tropa de linha composta de 114 homens. Esta unidade criada já em 18(x)0, parecia representar uma tropa de elite. Enquanto os pedestres, todos mulatos ou negros livres, atingia ao número de 400 indivíduos, eram considerados de ordem inferior, ocupados na transmissão de mensagens e na proteção da Vila, contra eventuais ataques indígenas

Nas cercanias das fronteiras Norte e Sul da Província, estabeleciam-se, sob o pomposo nome de divisões militares, os destacamentos incumbidos da “proteção” contra os indígenas. É de se observar que a manutenção de tais contingentes impunh pesado ônus aos cofres públicos, enquanto o serviço militar forçado causava formidável desfalque àquela diminuta força de trabalho livre da população capixaba.

P147- Um dos principais aldeamentos indígenas, o de Reritiba, por exemplo, ao tempo dos jesuítas, chegou a congregar cerca de 12 mil índios. Sob a administração do primeiro pároco que os sucedera, esse número ficou reduzidoa nove mil e, em 1820, toda população dessa paróquia já não ultrapassaa 2500 indivíduos.

O comércio mais intenso praticava-se em Vitória, onde aportavam apenas fragatas, lanchas e sumacas, uma navegação de cabotagem que tornava a economia de exportação tributária do Rio de Janeiro e da Bahia para colocação da lavoura comercial no mercado externo. Saint-Hilaire afirma que a presença de navios estrangeiros em Vitória, por ocasião da sua visita, foi considerada acontecimento extraordinário.

P148- Saint-hilaire não deixa de registrar, ainda a atividade têxtil no Espírito Santo. Trata-se de uma produção artesanal destinada, por certo, à demanda local e era inventivada pelo relativo isolamento e a baixa renda dos habitantes da província. Entretanto, o excedente da produção beneficiada e a própria matéria-prima, o algodão, tinham colocação certa no Rio de Janeiro ou províncias circunvizinhas.

Desde o Rio doce, ao Norte, até o Itapemirim, no Sul da Província, o cultivo da cana-de-açucar abasteca uma série de engenhos, contando-se apenas nos arredores da Vila de Itapemirim nove dessas unidades produtivas. Na produção de açucar, Saint-Hilaire destaca, também, a Vila de Benevente, sem deixar de fazer referência ao Engenho do “Bom jardim”, em Linhares, de propriedade do pioneiro João Felipe Calmon. Enquanto, Guarapari, que reputa mais importância que as vilas de Itapemirim e Benevente, pelo comércio ali encontrado, no setor canavieiro, credita-lhe, apenas, a produção de aguardente.

P149 – O açucar, portanto, continuava, ainda, ocupando o primeiro lugar na pauta da produção local, uma posição que ficará superada, depois da reintegração da Vila de São Mateus, pela fatinha de mandioca. São Mateus,

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que tinha na fatinha de mandioca o carro chege de sua economia, fora desmembrado da Província desde o século XVIII. Sua integração ao etrritório do Espírito Santo só seria concretizada após a Independência.

P150 – nesse contexto, as pequenas propriedades agrícolas tornaram-se praticamente auto-suficientes, produzindo quase tudo o que necessitavam seus moradores, de vida rústica e simples. Concentrados no litoral, ou a poucos quilômetros para o interior, em uma época da comunicação dificil e de precária ligação entre as vilas capixabas, esta comunicação era realizadda esta por meio de pequenas embarcações de cabotagem ou caminhos litorâneos. Na realidade , nada mais que meras e antigas trilhas indígenas. Talvez, por isso mesmo, os habitantes do Espírito Santo se mantiveram alheios aos movimentos separatistas da Independência. Movimentos já desencadeados em outros centros e que entre nós, pode-se afirmar, limitaram-se, sobreturo, às vilas de Vitória e de São Mateus.

PENSONISSO: A VERIFICAÇÃO DE QUE A ECONOMIA CAPIXABA CIRCULAVA MAIS INTERNAMENTO DO QUE EXTERNAMENTO MONTA UM PANORAMA DISTINTO DAS REGIÕES DE LAVOURAS DE EXPORTAÇÃO. O RELATADO CONJUNTO DIVERSO DA FORMAÇÃO ETNICA TAMBÉM CONTRIBUI PARA O APONTAMENTO DE QUE A SOCIEDADE CAPIXABA ERA MULTIFACETADA, BEM COMO SUA ECONOMIA E SUAS FAMILIAS E UNIDADES DOMÉSTICAS.

P155- Em que pese a Independência política, no início da segunda década so século XIX, esse movimento poucas modificações trouxe para o Espírito Santo, que permanecera como que transformado em posto militar, e apresentando um quadro demográfico e econômico fortemente atrofiado.

P156- Cidade suja, desprovida de esgotos, os desejos das casas eram guardados em tonéis de madeira à espera de despejo à noite. Quintais imundos, lixo por tota parte, davam fama de cidade suja a Vitória. Natural, portanto, os surtor epidêmicos de debre amarelada de cólera-morbus que atingiram a Capital, em meado do século, deixando um rastro de centenas de mortos. Razão pela qual interditaram os cemitérios do centro da cidade, repletos de cadáveres, e que comprometiam a salubridade pública.

P158- Do ponto de vista da conjuntura econômica local, Costa Pereira insere-se no fenômeno da pujança da cafeicultura capixaba. Nesse período, a partir da década de 1840, o decrescimo da produção de açucar passou a encontrar paralelo no crescimento da produção de café; a exportação do açucar que, em 1844, atingiria a 324.308 arrobas, sequer figurará na estatística estadual de 1892. Enquanto o café, que em 1847, representava 115.390 arrobas, até o final do speculo atingirá a marca de 1.234.195 sacas. Natural, portanto, o aparecimento de governos mais eficientes e até mesmo de uma nobreza do café no Espírito Santo, embora em menor escala que na Província do Rio de Janeiro, representada pelos barões de Itapemirim, aimorés, Timbuí e Guandu.