fichamento do livro tudo o que é sólido desmancha no ar, de berman marshall

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Fichamento Tudo que é sólido desmancha no ar, de Marshall Berman O CAMINHO LARGO E ABERTO “Julgar, porventura, meus senhores, que estou dizendo desatinos? Deem-me licença para que me justifique. Concordo que o homem é um animal, geralmente criador, que tem a obrigação de perseguir um objetivo com plena consciência e fazer trabalho de engenheiro, quer dizer, abrir caminho eternamente e sem cessar, seja em que direção for. [...] Que o homem tem tendência para construir e traçar caminhos é indiscutível. Mas [...] não será possível [...] que sinta um terror quase instintivo de chegar ao fim da obra e acabar o edifício? Não poderá suceder que goste de ver o edifício de longe, e não de perto; que apenas lhe agrade construí-lo, mas não habitá-lo??” um modernismo utópico que busca uma só grande mudança e depois mais nenhuma o dilema da estética como uma forma que não deixa ao leitor “mais nada a fazer” ocupar um espaço é definir canais de comunicação e diálogo constantes, de aprimoramento “Num mundo em que os significados se dissolvem no ar, essas experiências estão entre as poucas fontes de sentido com que podemos contar” “... mulheres e homens modernos afirmando sua dignidade no presente - mesmo num presente miserável e opressivo - e seu direito de controlar o próprio futuro; tentando criar para si próprios um lugar no mundo moderno, um lugar em que se possam se sentir em casa.” O caminho aberto leva à praça pública MODERNIDADE: ONTEM, HOJE E AMANHA

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Fichamento do livro

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Page 1: Fichamento do livro Tudo o que é Sólido Desmancha no Ar, de Berman Marshall

FichamentoTudo que é sólido desmancha no ar, de Marshall Berman

• O CAMINHO LARGO E ABERTO

“Julgar, porventura, meus senhores, que estou dizendo desatinos? Deem-me li-cença para que me justifique. Concordo que o homem é um animal, geralmente criador, que tem a obrigação de perseguir um objetivo com plena consciência e fazer trabalho de engenheiro, quer dizer, abrir caminho eternamente e sem cessar, seja em que direção for. [...] Que o homem tem tendência para construir e traçar caminhos é indiscutível. Mas [...] não será possível [...] que sinta um terror quase instintivo de chegar ao fim da obra e acabar o edifício? Não poderá suceder que goste de ver o edifício de longe, e não de perto; que apenas lhe agrade construí-lo, mas não habitá-lo??”

• um modernismo utópico que busca uma só grande mudança e depois mais nen-huma• o dilema da estética como uma forma que não deixa ao leitor “mais nada a fazer”

ocupar um espaço é definir canais de comunicação e diálogo constantes, de aprimora-mento

“Num mundo em que os significados se dissolvem no ar, essas experiências estão entre as poucas fontes de sentido com que podemos contar”

“... mulheres e homens modernos afirmando sua dignidade no presente - mesmo num presente miserável e opressivo - e seu direito de controlar o próprio futuro; tentando criar para si próprios um lugar no mundo moderno, um lugar em que se possam se sentir em casa.”

O caminho aberto leva à praça pública

MODERNIDADE: ONTEM, HOJE E AMANHA

“Ser moderno é encontrar-se em um ambiente que promete aventura, poder, alegria, crescimento, autotransfomração e transformação das coisas ao redor - mas ao mesmo tempo ameaça destruir tudo o que temos, tudo o que sabemos, tudo o que somos.”

Page 2: Fichamento do livro Tudo o que é Sólido Desmancha no Ar, de Berman Marshall

“No século XX, os processos sociais que dão vida a esse turbilhão, mantendo-o num per-pétuo estado de vir-a-ser, vêm a chamar-se “modernização”. Este livro é um estudo sobre a dialética da modernização e do modernismo.”

“Por outro lado, à medida que se expande, o público moderno se multiplica em uma multi-dão de fragmentos, que falam linguagens incomensuravelmente confidenciais: a ideia de modernidade, concebida em inúmeros e fragmentários caminhos, perde muito de sua ni-tidez, ressonância e profundidade e perde sua capacidade de organizar e dar sentido à vida das pessoas. Em consequência disso, encontramo-nos hoje em meio a uma era moderna que perdeu contato com as raízes de sua própria modernidade.”

“Um dos propósitos mais firmes de Marx foi fazer o povo “sentir”; eis por que suas ideias são expressas através de imagens tão intensas e extravagantes - abismos, terremotos, erupções vulcânicas, pressão de forças gravitacionais -, imagens que continuarão a ecoar na arte e no pensamento modernista do nosso tempo. Marx continua: “Há um fato elo-quente, característico deste nosso século XIX, um fato que nenhuma facção ousa negar.” O fato básico da vida moderna, conforma a vê Marx, é que essa vida é radicalmente con-traditória na sua base.