fichamento cap. 7 leyens e yzerbyt (2001) psicologia social

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Capítulo 7 – Conformidade e obediência “para definir o que é realidade, não nos baseamos apenas na nossa escolha íntima mas confiamos muito nos outros” (p. 166). “os outros nos ajudam a compensar a ambigüidade do mundo à nossa volta” (p. 166). Festinger (1950, 1954): “temos uma necessidade permanente de avaliar a nossa posição em relação aos outros” (p. 166). “Quando faltam os critérios objetivos, voltamo-nos para os outros” (p. 166). Experimento de Asch Antes de realizar seu experimento, Asch acreditava que pelo fato de o material não dar margem para confusão, as tentativas de influência seriam inúteis. Mas os resultados do experimento mostraram o contrário. “37% das pessoas, isto é, mais de uma em cada três, são conformes à do resto do grupo. [...] quando os participantes são testados individualmente, há menos de 1% de respostas erradas” (p. 167). “Tais diferenças sugerem a existência de duas categorias de atitudes: a independência e o conformismo. [...] a manifestação de independência caracteriza-se por um sentimento de distância e de desconfiança em relação aos outros. [...] Outros reconhecem que seguiram a opinião da maioria porque a unanimidade jogava em favor da exactidão” (p. 168). “as pessoas não querem ficar à margem do grupo e estão prontos a fazer concessões. Chegam a pôr de lado o seu ponto de vista para salvaguardar a harmonia entre os membros do grupo” (p. 168). Tipos de dependência: “A dependência informativa refere-se ao facto de se ter em conta as opiniões dos outros na percepção da realidade. A dependência normativa, por sua vez, é influência que tem a ver com a procura de aprovação social” (p. 168). Tipos de influência: -Complacência: “mudança superficial que visa principalmente obter benefícios ou evitar dissabores” (p. 169). -Identificação: “estabelecer ou manter uma relação positiva entre a pessoa-alvo e a fonte de influência. A fonte de

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Page 1: Fichamento Cap. 7 Leyens e Yzerbyt (2001) Psicologia Social

Capítulo 7 – Conformidade e obediência“para definir o que é realidade, não nos baseamos apenas na nossa escolha íntima mas confiamos muito nos outros” (p. 166).“os outros nos ajudam a compensar a ambigüidade do mundo à nossa volta” (p. 166).Festinger (1950, 1954): “temos uma necessidade permanente de avaliar a nossa posição em relação aos outros” (p. 166).“Quando faltam os critérios objetivos, voltamo-nos para os outros” (p. 166).

Experimento de AschAntes de realizar seu experimento, Asch acreditava que pelo fato de o material não dar margem para confusão, as tentativas de influência seriam inúteis. Mas os resultados do experimento mostraram o contrário.“37% das pessoas, isto é, mais de uma em cada três, são conformes à do resto do grupo. [...] quando os participantes são testados individualmente, há menos de 1% de respostas erradas” (p. 167).“Tais diferenças sugerem a existência de duas categorias de atitudes: a independência e o conformismo. [...] a manifestação de independência caracteriza-se por um sentimento de distância e de desconfiança em relação aos outros. [...] Outros reconhecem que seguiram a opinião da maioria porque a unanimidade jogava em favor da exactidão” (p. 168).“as pessoas não querem ficar à margem do grupo e estão prontos a fazer concessões. Chegam a pôr de lado o seu ponto de vista para salvaguardar a harmonia entre os membros do grupo” (p. 168).

Tipos de dependência:“A dependência informativa refere-se ao facto de se ter em conta as opiniões dos outros na percepção da realidade. A dependência normativa, por sua vez, é influência que tem a ver com a procura de aprovação social” (p. 168).

Tipos de influência:-Complacência: “mudança superficial que visa principalmente obter benefícios ou evitar dissabores” (p. 169).-Identificação: “estabelecer ou manter uma relação positiva entre a pessoa-alvo e a fonte de influência. A fonte de influência goza de algum poder de sedução porque possui atributos que tornam a relação desejável” (p. 169).-Internalização: “o alvo adopta a posição assumida pela fonte de influência, para seus próprios méritos. Neste caso, a credibilidade da fonte constitui uma dimensão decisiva” (p. 169).“Enquanto a complacência se liga essencialmente à ideia de dependência normativa, a internalização evoca mais a noção de dependência informativa. A identificação engloba uma zona em que ambos os tipos de dependência têm um papel” (p. 169).

Normalmente consideramos que “o acordo entre várias pessoas é a melhor garantia contra o erro individual. [...] quando é grande o número de pessoas que partilham a mesma opinião”, acreditamos que o julgamento delas possivelmente está de acordo com a realidade (p. 170).

O efeito da influência é muito maior a partir de 3 cúmplices.Wilder (1977): “dois grupos de três pessoas exercem mais influência do que um único grupo de seis. Três grupos de duas pessoas levam ainda a maior conformidade. [...] A credibilidade da maioria advém da aparente independência dos seus membros (Harkins & Petty, 1987)” (p. 171).

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“a taxa de conformidade diminui de maneira notável quando um dissidente vem estragar a coerência da maioria. [...] basta que o rebelde se demarque do resto da maioria, dando, por exemplo, uma resposta ainda mais errada do que a dos outros, para que o participante manifeste a sua independência (Allen, 1975). [...] O que significa que o poder da maioria não reside tanto na importância numérica como na consistência não contestada”. “o facto de ver um indivíduo resistir a uma maioria unânime, em particular quando ele não dá sinais de fraqueza, pode influenciar outras pessoas e dar-lhes coragem para resistir” (p. 172).

“Quanto mais ambíguo ou difícil de avaliar for o estímulo, mais a dúvida se instala, mais a pessoa será levada a tomar em consideração o ponto de vista da maioria e mais tenderá a conformar-se. Já Asch tinha notado que diferenças pequenas, em vez de grandes, entre as linhas utilizadas, provocavam mais conformidade” (p. 172).

“fazer crer que os elementos da maioria são especialmente dotados para os exercícios em causa na experiência, aumentando por vezes, apenas, o número de tentativas neutras em que a maioria dá sistematicamente a resposta certa, acentua, nos casos críticos, o seguidismo da pessoa em minoria” (p. 172).

No experimento de Asch, “tudo é feito para que o participante ingênuo considere os outros participantes como seus pares [...] [ou seja, como pertencentes ao mesmo grupo]. De acordo com a teoria do referente informativo, as pessoas procuram conhecer as normas dos grupos a que pertencem. [...] Na medida em que o conjunto dos membros do grupo realiza as mesmas operações, observar-se-á necessariamente uma convergência das ideias e dos comportamentos” (p. 178).

Referência:LEYENS, Jacques-Philippe; YZERBYT, Vincent. Psicologia Social. Portugal: Edições 70, 2001.