fichamento 1 - biogeografia

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Faculdade de Formação de Professores Departamento de Geografia Disciplina: Biogeografia Professor: Heloisa Coe Aluna: Roberta da Costa Lines 1. Conceito de Biogeografia “A Biogeografia é a ciência que se preocupa em documentar e compreender modelos espaciais de biodiversidade. É o estudo da distribuição dos organismos, tanto no passado quanto no presente, e dos padrões de variação ocorridos na Terra, relacionados à quantidade e aos tipos de seres vivos.” (BROWN e LOMOLINO, p. 3). 2. Objeto/Questões da Biogeografia “Como superfície da Terra devemos entender a parte que constitui a biosfera, ou seja, a área habitável do globo terrestre, formada pela parte inferior da atmosfera e superior da litosfera, aí incluídos os três biociclos: água doce, água salgada e meio terrestre. Já pelo simples enunciado da definição, pode-se avaliar a complexidade dos estudos biogegráficos.” (ROMARIZ, 2008, p. 24). “A lista de possíveis perguntas é quase infinita, mas essencialmente estamos perguntando: como os organismos são distribuídos sobre a superfície terrestre e ao longo da história da terra? Esta é a pergunta fundamental da biogeografia.” (BROWN e LOMOLINO, p. 4). 1

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Fichamento 1 - Biogeografia - FFP-UERJ

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Page 1: Fichamento 1 - Biogeografia

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Faculdade de Formação de Professores

Departamento de Geografia

Disciplina: Biogeografia

Professor: Heloisa Coe

Aluna: Roberta da Costa Lines

1. Conceito de Biogeografia

“A Biogeografia é a ciência que se preocupa em documentar e compreender modelos

espaciais de biodiversidade. É o estudo da distribuição dos organismos, tanto no passado quanto no

presente, e dos padrões de variação ocorridos na Terra, relacionados à quantidade e aos tipos de seres

vivos.” (BROWN e LOMOLINO, p. 3).

2. Objeto/Questões da Biogeografia

“Como superfície da Terra devemos entender a parte que constitui a biosfera, ou seja, a área

habitável do globo terrestre, formada pela parte inferior da atmosfera e superior da litosfera, aí

incluídos os três biociclos: água doce, água salgada e meio terrestre. Já pelo simples enunciado da

definição, pode-se avaliar a complexidade dos estudos biogegráficos.” (ROMARIZ, 2008, p. 24).

“A lista de possíveis perguntas é quase infinita, mas essencialmente estamos perguntando:

como os organismos são distribuídos sobre a superfície terrestre e ao longo da história da terra? Esta

é a pergunta fundamental da biogeografia.” (BROWN e LOMOLINO, p. 4).

3. Sub-divisões/ Ramos da Biogeografia

“A divisão mais geral da Biogeografia, porém, é a que distingue e as duas grandes áreas de

estudo: a Fitogeografia (plantas) e a Zoogeografia (animais), às quais se aplicam as mesmas sub-

divisões indicadas para o conjunto da Biogeografia, ou sejam: corologia, fitocenologia, ecologia. Na

prática, porém, o estudo da vegetação é o que predomina. Isso é fácil de explicar – no contexto da

paisagem é indiscutível a importância da vegetação, representando esta o traço mais significativo da

paisagem física.” (ROMARIZ, p. 25).

4. Importância (interesse do estudo da Biogeografia)

“Inicialmente descritiva, a Biogeografia passou a ser explicativa, tornando-se um poderoso

auxiliar para os trabalhos de planejamento. Os problemas de proteção ao solo e de combate à erosão,

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Page 2: Fichamento 1 - Biogeografia

por exemplo, acham-se estreitamente ligados aos estudos da cobertura vegetal. O conservacionismo,

a proteção à natureza, são questões frequentemente debatidas.

Deve-se concluir, portanto, que estudando o relacionamento do homem com os demais seres

da Bioesfera, ocupa a Biogeografia uma posição básica, de grande importância na geografia.

Assim como a geomorfologia realça a natureza dinâmica da configuração do relevo, a

Biogeografia assinala o permanentemente mutante do complexo solo/vegetação, elucidando novas

relações e abrindo campo para novas pesquisas.

Da mesma forma, por sua própria natureza, permite que vários outros assuntos lhe sejam

relacionados, oferecendo amplas possibilidades ao ensino e à pesquisa, sendo assim altamente

propícia a trabalhos interdisciplinares.

A Biogeografia oferece, pois, grande campo para aplicações práticas. Com a população

continuando a crescer, as necessidades de uma revisão constante das relações solo/plantas, com

vistas à maior produção, são constantes e prementes.” (ROMARIZ, p. 28).

5. Relações com outras ciências

“A biogeografia é um ramo da biologia, e com certeza, um bom conhecimento nesta área é

importante ponto de partida. [...] Além disso, é necessário estar familiarizado com os principais

grupos de plantas e animais e saber algo sobre sua fisiologia, anatomia, desenvolvimento e história

evolutiva. [...]

Naturalmente é importante conhecer algo sobre geografia, como por exemplo, a posição dos

continentes, a extensão das montanhas, desertos, lagos, as maiores ilhas, arquipélagos e mares,

durante o passado e também no presente. Essas informações são indispensáveis para os biogeógrafos,

assim como os regimes climáticos do passado e do presente, as correntes oceânicas e mares. [...]

[...] a biogeografia é tipicamente uma ciência sintética. Os biogeógrafos trabalham nas

interfaces de várias disciplinas tradicionais: ecologia, sistemática, biologia evolutiva, geografia,

paleontologia e as ciências da Terra da geologia, climatologia, limnologia e oceanografia. Grande

parte de seus melhores trabalhos vem da junção de dados ou teorias de duas ou mais dessas

disciplinas.” (BROWN e LOMOLINO, p. 5).

6. Princípios básicos da Biogegrafia

“Ao lidar com aspectos históricos de suas ciências, a maioria dos biogeógrafos faz uma

suposição crítica que é virtualmente impossível de ser testada: eles aceitam o princípio do

uniformitarianismo ou atualismo. Uniformitarianismo é a suposição de que os processos físicos e

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biológicos que operam hoje na Terra permanecem imutáveis ao longo do tempo porque são

manifestações das leis científicas universais [...].

[...] biogeografia é, na maioria das vezes, uma ciência observacional comparativa ao invés de

experimental porque normalmente lida com escalas de tempo e espaço nas quais a manipulação

experimental é impossível. Assim, a maioria das inferências sobre os processos biogeográficos deve

vir do estudo de padrões: desde comparações de amplitude geográfica, da genética e de outras

características de diferentes tipos de organismos ou dos mesmos tipos de organismos que vivem em

diferentes regiões, até a observação das diferenças na diversidade das espécies e na composição das

comunidades sobre a superfície terrestre. Mas enquanto é difícil para os biogeógrafos manipular

esses sistemas em experimentos controlados, é possível a eles estudar os efeitos das perturbações

naturais e das que são causadas pelo homem [...]

Um outro aspecto em que a biogeografia difere da maioria das outras ciências é o fato de

normalmente ela ser dependente de dados coletados por muitos indivíduos que trabalham em grandes

áreas e por longos períodos de tempo. Grande parte da biogeografia envolve estudos das amplitudes

geográficas de espécies ou da composição de espécies em biotas regionais. Realizar qualquer um

destas tarefas com precisão requer confiança no trabalho de campo prévio executado por muitos

cientistas que coletaram e identificaram espécimes, as depositaram em coleções de museus e

publicaram as informações na literatura científica.” (BROWN e LOMOLINO, p. 9 - 10).

7. Histórico da Biogeografia

“Aristóteles foi o primeiro a cuidar da Biogeografia. Fez este filósofo grego uma classificação

zoológica e estudou a fauna e a flora do mundo conhecido ao redor do mar mediterrâneo [...].

Depois de Aristóteles, merece citação a figura de Plínio, que escreveu o tratado “História

Natural”. Navegantes como Colombo e Marco Polo trouxeram para a Europa conhecimentos sobre a

fauna e a flora dos lugares por onde andaram [...].

Dando sequência a este ligeiro histórico, citamos os mais representativos vultos da

Biogeografia bem como os seus trabalhos para o engrandecimento desta ciência, direta ou

indiretamente:

1) Buffon – escreveu também um tratado de nome “História Natural”;

2) Zimmermann – escreveu Specimen Zoologiae (1777) e História Geográfica dos Homens e

dos Quadrúpedes (1778 – 1783), incluindo até mapas zoológicos nestes trabalhos;

3) Lacépede – fundador da Ecologia, tendo dividido o globo terrestre em vinte e duas regiões

zoológicas;

4) Fabricius – escreveu a Filosofia Entomológica (1778);

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5) Tiedeman – escreveu Anatomia e História Natural das Aves (1810);

6) Lyeil – fundador da Paleobiogeografia;

7) Humboldt – criou o termo “Fitogeografia”; esteve em nossa Amazônia, deu-lhe o nome de

“Hiléia Brasileira”;

8) Charles Darwin: depois de ter viajado pelo mundo a bordo do navio Beagle, em 1859 lançou

o revolucionário livro Origem das Espécie, agitando o mundo intelectual de então por

apresentar provas da evolução das espécies por ação da seleção natural;

9) Murray – escreveu Distribuição Geográfica dos Mamíferos (1866);

10) Wallace – escreveu Distribuição Geográfica dos Animais (1866);

No Brasil, queremos lembrar também:

1) Silva Maia (autor de Regiões Zoológicas e Faunísticas do Brasil);

2) A. José Sampaio (autor de Fitogeografia do Brasil);

3) C. Mello Leitão (autor de Zoogeografia do Brasil);

4) Von Martius que, tendo vindo para o Brasil por ocasião do casamento de Dom Pedro I,

estudou exaustivamente as nossas plantas, dando à publicidade do monumental trabalho

Flora Brasiliensis [...].” (MARTINS, p. 15 – 17).

8. Conceitos de Análise Fitogeográfica

“Para um correto estudo da vegetação devem ser levados em consideração três aspectos

principais: estrutura, composição e dinamismo.

Como estrutura compreende-se a disposição segundo a qual a comunidade se apresenta, ou

seja, a sua fisionomia. A primeira informação a ser dada será a respeito da forma biológica

predominante. A seguir, serão determinados os estratos existentes nessa comunidade, indicando-se,

para cada um, a altura média, a forma, a densidade e a cobertura. Será necessário informar também a

forma e a periodicidade das folhas.

Esses dados sobre tipo de cobertura e periodicidade das folhas são de grande interesse, pois

acham-se intimamente ligados à quantidade de luz que poderá atingir cada um dos estratos, ou

mesmo o solo. [...]

A etapa seguinte será o estudo da composição que é fornecida pela enumeração dos

componentes atuais do tipo de vegetação que está sendo pesquisado. Esta enumeração pode ser feita

por três diferentes formas, segundo os objetivos da pesquisa em questão. São elas: a botânica, a

fitoecológica e a fitossociológica.

Pela primeira, procura-se coletar o maior número de espécies, já que a finalidade principal é

conhecer os componentes da formação estudada. Essa lista florística, entretanto, poderá trazer outras

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Page 5: Fichamento 1 - Biogeografia

informações interessantes que irão servir como indicadores, por exemplo, de endemismos, de plantas

pioneiras ou características, etc.

Quanto aos outros dois levantamentos correspondem a tipos de trabalhos bem mais

complexos. Não se limitam ao conhecimento dos elementos que compõem a formação, mas,

sobretudo, visam determinar as respectivas quantidades e as formas sob as quais se acham

agrupados.

[...] Enquanto no levantamento fitossociológico devem ser apreciados todos os componentes

de cada estrato, no fitoecológico são levados em consideração apenas aqueles que desempenham um

papel mais importante na caracterização da formação em estudo [...].

[...] Tanto a estrutura quanto a composição apresentam alterações em função do dinamismo

das comunidades, dinamismo esse que se manifesta através de diferentes fases. Representam estas as

várias etapas pelas quais passa um tipo de vegetação na ocupação de um território, variando desde as

formas mais simples, até as mais complexas. Ao conjunto dessas fases dá-se o nome de sucessão.

A sucessão inicia-se pelos estágios pioneiros, passa por um subclímax, até atingir ao clímax,

representando este o estágio final da sucessão, ressaltando a íntima interdependência dos fatores:

clima, solo e vegetação [...].” (ROMARIZ, p. 11 – 13).

9. Conceito de Barreiras e Pontes; Meio; Potencial Biótico e Resistência do Meio

“Por barreiras devemos entender as formações que isolam uma espécie das outras.

Assim, a salinidade serve de exemplo. Quando se abriu o Istmo de Suez, acreditou-se que as

duas faunas do Mar Mediterrâneo e do Mar Vermelho iam rapidamente fundir-se. Mas o Canal de

Suez atravessa os Lagos Menzalé, Tinsá e Amargo, formando esse último uma barreira com 75

gramas por litro de salinidade. Tal fato impediu a passagem de todos os animais entre os dois mares,

variando de salinidade apenas entre 43 e 45 g/l. Em consequência, 61 espécies de moluscos e 114

peixes do Mar Vermelho penetraram no Canal de Suez mas apenas 11 dos primeiros e 3 dois últimos

é que conseguiram chegar até o Mediterrâneo.

Por pontes devemos entender as formações que permitem a expansão de uma dada espécie.

As cordilheiras paralelas aos meridianos terrestres permitiriam tal expansão como aconteceu com a

aranha viúva negra. Ela veio da América do Norte para a do Sul atravessando os picos nevados das

montanhas às margens do Oceano Pacífico, desde as montanhas Rochosas até à Cordilheira dos

Andes.

Damos o nome de meio (habitat ou ambiente) ao conjunto de todos os fatores e elementos

que cercam uma dada espécie de ser vivo. [...]

Os fatores e elementos ambientais são de três ordens diferentes:

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Page 6: Fichamento 1 - Biogeografia

I. De ordem física,

II. De ordem biótica ou social,

III. De ordem química.

Potencial biótico (P. B.) é a capacidade que uma espécie de ser vivo possui de viver em um

dado ambiente.

Resistência do Meio (R. M.) seria justamente o conjunto de dificuldades que o meio oferece

a uma dada espécie de ser vivo. Quando uma espécie tem um P. B. que consegue vencer esta R. M.,

esta espécie pode apresentar em consequência uma ampla distribuição geográfica; trata-se de uma

espécie chamada cosmopolita. Os mamíferos e as aves, porque apresentam sempre a temperatura

corporal constante independentemente das variações do meio, estão nesse grupo, com raríssimas

exceções, como o pinguim, adaptado a viver no Pólo Sul. As aves e os mamíferos por isso mesmo

são denominados euribiontes ou eurióicos.

Mas há casos de espécies cujo P. B. não consegue vencer facilmente as dificuldades do meio

ambiente. Elas têm limitada distribuição na face da Terra. São denominadas espécies endêmicas e em

geral encontradas nas regiões de origem. São seres estenobiontes ou estenóicos. A seringueira

(Hevea brasiliensis) é um bom exemplo, só é encontrada em florestas equatoriais.” (MARTINS, p. 9

– 13).

10. Conceito e divisões da Biosfera

“Recebe o nome de biosfera a camada da Terra ocupada pelos seres vivos. Constitui-se de

três biocilos, a saber:

I) Epinociclo ou Biociclo das terras emersas (domínio terrestre),

II) Talassociclo ou Biociclo das águas salgadas (domínio marinho),

III) Limnociclo ou Biociclo das águas doces (domínio dulcícola).” (MARTINS, p. 89).

11. Características, províncias e biócoros do Epinociclo

“O biociclo das terras emersas apresenta as seguintes características gerais:

a) compreende 28% ou ¼ da biosfera;

b) apresenta grandes variações de temperaturas, de umidade, de luz, de pressão, etc.

c) possui um enorme número de animais;

d) é a flora que determina a variedade das paisagens faunísticas. O epinociclo apresenta-se

subdividido em duas províncias:

A – Província dos seres aerícolas ou epígeos: é a província terrestre propriamente dita,

encerrando os seres que vivem no solo;

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Page 7: Fichamento 1 - Biogeografia

B – Província dos seres subterrâneos ou hipógeos – é a dos seres que vivem debaixo do

nível do solo, até certas profundidades do subsolo. Cada uma destas províncias se divide

em diferentes biócoros:

ProvínciaTerrestre Propriamente dita{florestascamposmontanhas

desertosmanguespraias

ilhas { oceânicascontinentais

Província subterrânea{SolosCavernas

” (MARTINS, p. 89 - 90).

12. Características e divisões do Talassociclo quanto à luz e movimento dos seres

“O talassociclo constitui o maior de todos os meios e apresenta as seguintes características:

a) compreende 72% ou ¾ da biosfera, ou sejam, 370 milhões de quilômetros quadrados;

b) a salinidade média gira em torno de 35 gramas por litro;

c) de todos os sais dissolvidos predomina o cloreto de sódio, NaCl;

d) as condições climáticas são bem mais constantes do que no epinociclo;

e) a temperatura varia entre -2°C e +32°C;

f) a partir de 600 metros, a temperatura é de apenas 2,5°C.

O Talassociclo pode ser dividido em regiões, a saber:

1º) Quanto à penetração da luz solar

a) Região eufótica – fortemente iluminada. A luz solar penetra ativamente até uns 80

metros. Devido a esta luz intensa, as algas ali vivem abundantemente.

b) Região disfótica – difusamente iluminada. A luz solar encontra dificuldade em penetrar

além dos 200 metros. Assim, a região disfótica vai até 200 metros de profundidade

oceânica;

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Page 8: Fichamento 1 - Biogeografia

c) Região afótica – totalmente obscura onde é ausente a vida vegetal e em consequência a

fauna é formada de animais carnívoros. Desta maneira, o distrito oceânico é dividido em

setor diáfano e outro afótico.

2°) Quanto ao movimento dos seres vivos

a) Seres planctônicos: seres que, embora dotados de órgãos locomotores, se deixam levar

ao sabor das correntes marinhas; podem ser distinguidos vários tipos de seres

planctônicos, a saber:

a1) seres holoplanctônicos- aqueles que levam a vida inteira fazendo parte do plâncton

como muitos protozoários;

a2) seres meroplanctônicos – aqueles que só fazem parte do plâncton durante as formas

iniciais de sua vida como os ovos dos peixes, as larvas de esponjas, etc.

a3) fitoplanctônicos – são os vegetais como as algas diatomáceas;

a4) zooplanctônicos – são os animais como os protozoários radiolários;

a5) seres epiplanctônicos – são aqueles que vivem fixos em objetos flutuantes.

b) seres nectônicos – seres que se deslocam ativamente no seio da massa líquida. Por

exemplo: peixes, mamíferos marinhos, tartarugas, medusas, polvos, etc.

c) seres bentônicos – seres que se arrastam no fundo dos mares ou estão fixos em um

substrato rochoso (daí a subdivisão em seres bentônicos sedentários e seres bentônicos

errantes).” (MARTINS, p. 92 - 95).

13. Características do Limnociclo e de suas províncias

“O limnociclo se refere à vida nas águas doces; caracteres gerais da limnobiose são:

a) O limnociclo é o menor dos biociclos;

b) Pequena profundidade (a média é de apenas 350 metros);

c) Temperatura muito mais variável do que nos mares em geral;

d) baixa salinidade (a média é de 18 g/l);

e) menor penetração da luz.

O limnociclo se divide em duas províncias, que são as seguintes:

a) Província Lótica: compreende as águas correntes. A flora dessa província é também

variável, sendo inúmeras as espécies de algas de água-doce. Os animais, para vencer as

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Page 9: Fichamento 1 - Biogeografia

correntes dos rios, devem ser excelentes nadadores ou apresentar órgãos de fixação

(sanguessugas, carrapatos, certos moluscos e alguns insetos).

b) Província Lêntica: compreende as águas paradas (lagos, lagoas, lagunas, pântanos, etc.)

Aí vemos se desenvolver os protozoários, as minhocas, os crustáceos, as algas, os

anfíbios, as plantas flutuantes e as plantas submersas.

Nos lagos também existem fauna litorânea, fauna pelágica e fauna profunda que irão

variar em função da salinidade e da temperatura. Esta última por sua vez vai depender de

uma série de fatores como a altitude, a latitude e as estações do ano. Nas regiões

temperadas, em virtude do último fator, é possível com relação à vida lacustre encontrar

uma diferença entre as raças de verão e as raças de inverno.

Os animais das regiões pantanosas estão sujeitas às mudanças climáticas, e, no caso das

regiões tropicais, vivem enterrados na vasa ou se escondem dentro de suas conchas

quando os brejos secam. Os vegetais superiores podem apresentar raízes respiratórias, isto

é, raízes que voltam à superfície para poderem respirar melhor.” (MARTINS, p. 96 - 97).

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