ficha tÉcnica - ipq.· qualidade; mobilizar parceiros estratégicos capazes de construir...
Post on 10-Nov-2018
214 views
Embed Size (px)
TRANSCRIPT
FICHA TCNICA
Identificao do Projecto Qual_Idade Pedido de Financiamento 2004/EQUAL/A3/AD/194
Entidade Interlocutora SCML (Santa Casa da Misericrdia de Lisboa)
Parceria de Desenvolvimento CEQUAL (Centro de Formao Profissional para a Qualidade), IPQ (Instituto Portugus da Qualidade), SCMAV (Santa Casa da Misericrdia de Arruda dos Vinhos) e UMP (Unio das Misericrdias Portuguesas)
Designao do Produto Gesto da Qualidade em Unidades de Cuidados Continuados Integrados
I. Manual da Qualidade Tipo/ II. Manual de Instrumentos
Parceiros Responsveis pelo Produto CEQUAL (Centro de Formao Profissional para a Qualidade) Manual da
Qualidade IPQ (Instituto Portugus da Qualidade) Manual de Instrumentos
UMP (Unio das Misericrdias Portuguesas)
Projecto Qual_Idade (Sede)
Gabinete de Projectos Inovadores Direco de Aco Social
Santa Casa da Misericrdia de Lisboa
Largo Trindade Coelho 1200-470 Lisboa
Telefone: 213230574 / Fax: 213235005 Email: umpqualidade@gmail.com
ndice
Enquadramento
Volume I Manual da Qualidade Tipo
Exemplo 3 Santa Casa da Misericrdia de Esposende
Volume II Manual de Instrumentos
Enquadramento
O envelhecimento constitui, para as sociedades contemporneas desenvolvidas, uma questo
cada vez mais central, assumindo reflexos, consequncias e implicaes num espectro cada
vez mais amplo e diverso de dimenses da vida social. Com efeito, o envelhecimento, que
partida simplesmente demogrfico, de transformao das estruturas de populao por idade e
sexo, transformou-se em problema de economia e de organizao social. (Guillemard, 1991).
Da centralidade do envelhecimento nas sociedades actuais, decorre, antes de mais, um
aumento da complexidade e diversidade analtica, que se traduz num confronto de abordagens
paradigmticas, designadamente ao nvel dos conceitos utilizados, da construo dos objectos
de investigao, dos prprios entendimentos acerca do processo de envelhecimento, e das
metodologias de interveno que, no seu conjunto, traduzem o modo como as sociedades
lidam com um fenmeno de importncia crescente.
As caractersticas das mudanas demogrficas iniciadas nos sculos XIX e XX, e cujos
contornos se consolidam e expandem neste incio de sculo, nomeadamente no que concerne
ao aumento da esperana de vida, e no que respeita quebra generalizada dos nveis de
fecundidade e reduo do nmero mdio de filhos por casal, colocam importantes questes
do ponto de vista da prpria estrutura demogrfica e ao nvel da sustentabilidade e
solidariedade geracional (problemas que portanto obrigam a reflectir sobre os modos de
organizao econmica da sociedade). Mas estas mudanas demogrficas invocam tambm
questes que se prendem com a organizao das respostas sociais dirigidas ao cidado idoso
e, nesse mbito, opes relacionadas com a sua qualidade de vida, os seus direitos e o
reconhecimento da liberdade de opes quanto aos diferentes modelos de envelhecimento e
estilos de vida.
As mudanas demogrficas em causa traduzem-se essencialmente num maior peso da
populao idosa face ao total da populao. Segundo a hiptese mdia de projeco da
populao mundial das Naes Unidas, a proporo de jovens continuar a diminuir e atingir
os 21% do total da populao em 2050. A contrrio, a proporo da populao mundial com 65
ou mais anos regista uma tendncia crescente de aumento, passando de 5,3% para 15,6% do
total da populao entre 1960 em 2050. Note-se, nestes termos, que para os pases
desenvolvidos estas transformaes assumem um significado muito mais amplo e prufundo,
suscitando questes e desafios que apesar de tudo no se colocam com a mesma
pertinncia e acuidade nos pases com estruturas etrias menos envelhecidas.
Em Portugal, de acordo com os dados fornecidos pelo INE, entre 1960 e 2001 o
envelhecimento demogrfico traduziu-se num decrscimo de cerca de 36% da populao
jovem e num incremento em cerca de 140% da populao idosa. A proporo da populao
idosa, que representava 8% do total da populao em 1960, duplicou em 2001, passando para
16%. As projeces demogrficas estimam que esta proporo volte a duplicar nos prximos
50 anos, representando por isso os idosos, em 2050, cerca de 32% do total da populao
residente no nosso pas. Em valores absolutos, a populao idosa aumentou quase um milho
1
de indivduos, entre 1960 e 2001, passando de 708.570, para 1.702.120 (dos quais 715.073 do
sexo masculino e 987.047 do sexo feminino). Num perodo, sublinhe-se, em que o total da
populao residente cresceu de modo muito menos expressivo, encontrando-se hoje numa
fase de tendencial estagnao.
Com o aumento da idade, tende a aumentar tambm o grau de dependncia, embora existam
percursos de envelhecimento muito diferenciados. Todavia, a perda progressiva de autonomia
e a reduo das capacidades fsicas e cognitivas so um dado adquirido. Com efeito, a
percentagem de indivduos com limitaes superior para maiores nveis etrios. Estudos
internacionais apontam para que mais de 30% das pessoas com idade superior a 65 anos sofra
de algum tipo de incapacidade, sendo que relativamente a indivduos com idade inferior a 65
anos, esta percentagem no atinge os 5%. O nmero de pessoas idosas com limitaes na sua
vida diria , hoje em dia, muito significativo. Estima-se que cerca de um tero dos idosos com
65 ou mais anos precisam de ajuda para realizar as suas actividades de vida diria e calcula-se
portanto que existam cerca de 600.000 idosos em todo o pas, com algum nvel de
dependncia. As consequncias de um envelhecimento bem sucedido constituem por isso
grandes oportunidades e desafios para a sociedade.
Uma interveno continuada e adaptada a cada caso especfico, em termos de apoio e
cuidados, por estas razes um factor decisivo na preservao das capacidades fsicas,
cognitivas e relacionais do cidado idoso, o que sublinha a necessidade da qualidade dos
servios de apoio social e de sade. Cabe assim s organizaes prestadoras de cuidados um
papel preponderante, sendo necessrio ter um conhecimento profundo da populao a quem
se presta os cuidados, bem como da populao candidata a essa prestao.
Foi com base neste conjunto de preocupaes que surgiu o Projecto Qual_Idade, candidatado
e aprovado pela Iniciativa Comunitria EQUAL em 2005. O projecto foi apreciado no contexto
de cinco grandes prioridades, face s quais seria enquadrado no Eixo 3 (Empregabilidade,
Adaptabilidade, Esprito Empresarial, Igualdade e Requerentes de Asilo), e na Medida 3.2:
Fomentar a capacidade de adaptao das empresas e dos trabalhadores s transformaes
econmicas e estruturais, assim como promover a utilizao das tecnologias de informao e
comunicao e de outras novas tecnologias.
Um dos objectivos centrais do projecto, e que a parceria procurou estivesse presente durante
todo o processo de desenvolvimento das suas actividades e produtos, consistiu no esforo em
contribuir para a conciliao de trs princpios que se consideram fundamentais na qualificao
de respostas sociais. Por um lado, o pprincpio da normatividade, segundo o qual se procura
facilitar e fundamentar a adopo e incorporao dos normativos produzidos pelas entidades
pblicas competentes, no quadro das polticas de qualificao de cada sector. Por outro, o
princpio da adaptabilidade, que consagra a premncia de que as estratgias de
desenvolvimento de processos e sistemas da qualidade garanta a preservao da
especificidade de cada organizao, nomeadamente no que se refere aos seus traos
identitrios, insero territorial e escala. Por ltimo, um pprincpio de transversalidade, que
traduz a preocupao em que os produtos resultantes do projecto sejam facilmente
2
apropriveis por entidades com distinta natureza jurdica (organizaes pblicas, privadas e da
economia social).
Na base destes princpios encontra-se o entendimento de que:
a) Todos os processos de qualificao de respostas sociais devem estar fundamentados
no cumprimento de orientaes de ppoltica pblica e no enquadramento legal em vigor,
por forma a que, independentemente da natureza jurdica de cada instituio, esteja
salvaguardado o quadro de direitos do cliente;
b) As estratgias e orientaes subjacentes s polticas de qualificao de respostas
sociais, estabelecidas pelos respectivos organismos pblicos competentes, devem
salvaguardar a iidentidade institucional das organizaes, valorizando assim os seus
capitais de experincia e conhecimento, bem como a adequabilidade das suas respostas
ao meio em que se inserem;
c) Os processos de implementao de sistemas de gesto e avaliao da qualidade devem
ser perspectivados enquanto mmeios estratgicos para atingir objectivos que so mais
profundos e imateriais, designadamente no que respeita promoo da
democraticidade, transparncia e participao no modo como so organizadas e
desenvolvidas as diferentes respostas sociais.
O Projecto Qual_Idade desenvolveu as suas actividades nas respostas sociais Apoio
Domicilirio, Lar de Idosos e Cuidados Continuados Integrados (resposta social a que respeita
o presente documento, constitudo pelo Manual da Qualidade Tipo para Cuidados Continuados
Intergrados e o respectivo Manual de Instrumentos), e desenvolveu-se em 3 Aces:
Aco 1 - Fase de Diagnstico em que se procurou conhecer e confirmar os dinamismos
do envelhecimento em Port