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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: A HISTÓRIA DAS MULHERES NEGRAS NO BRASIL, NO

ENFRENTAMENTO DA DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA

Autora: Márcia De Vargas

Disciplina/Área: História

Escola de Implementação do projeto e sua localização:

Colégio Estadual Casemiro Karman - Ensino Fundamental e Médio

Município da Escola: Campo Largo

Núcleo Regional de Educação: Área Metropolitana Sul

Professor Orientador: Sandro Marlus Wambier

Instituição de Ensino superior: Universidade Federal do Paraná

Relação Interdisciplinar:

Resumo: A linha de estudo escolhida para produção didático

pedagógica é “Diálogos Curriculares com a

Diversidade”, compreendendo a necessidade de

garantir a implementação da lei 10639/03 e a

importância de se trazer à luz a História da Mulher

Negra no Brasil que tem sua luta pouco evidenciada

pela historiografia brasileira. Esta pesquisa tem o

objetivo de promover o reconhecimento da imagem

dessa mulher que tanto contribuiu para construção do

país, como sujeito histórico participativo, e que apesar

de todas as dificuldades, não desistiu de lutar pelo seu

reconhecimento e contra a discriminação e violência

sofrida desde a escravidão até os dias de hoje. A

metodologia utilizada foi a pesquisa-ação para analisar

a contribuição da mulher negra no trabalho, nas suas

relações sociais, assim como entender como enfrentou

e enfrenta o racismo, o classismo e o sexismo no

Brasil. É importante que os alunos analisem e

compreendam como as Políticas Públicas podem

ajudar no combate à desigualdade de classe e

promover a igualdade racial e de gênero para que,

desta forma, essas mulheres sejam respeitadas e

valorizadas como seres humanos criativos e capazes

de ascender social e intelectualmente, combatendo

assim, o racismo, a discriminação e a violência.

Palavras-chave: Mulheres Negras, Discriminação, Violência, Políticas Públicas

Formato do material didático: Caderno Pedagógico

Público alvo: Professores e estudantes do 3º ano do Ensino Médio

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SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ

PDE - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

UFPR - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

MÁRCIA DE VARGAS

A HISTÓRIA DAS MULHERES NEGRAS NO BRASIL, NO

ENFRENTAMENTO DA DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

CURITIBA

2016

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MÁRCIA DE VARGAS

A HISTÓRIA DAS MULHERES NEGRAS NO BRASIL, NO

ENFRENTAMENTO DA DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA

Produção didático-pedagógica

organizada em forma de Caderno

Pedagógico. Atividade prevista pelo

Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE 2016/2017.

Universidade Federal do Paraná.

Orientador: Professor Sandro Marlus

Wambier.

CURITIBA

2016

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SUMÁRIO

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICAERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 5

OBJETIVO GERAL: .............................................................................................................. 6

A HISTÓRIA DAS MULHERES NEGRAS NO BRASIL, NO ENFRENTAMENTO DA

DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA .......................................................................................... 7

UNIDADE 1 – MULHERES NEGRAS NO TEMPO DA ESCRAVIDÃO: LUTA,

RESISTÊNCIA E LIBERDADE .............................................................................................. 7

UNIDADE 2 – REPRESENTAÇÃO DAS MULHERES NEGRAS NA LITERATURA

DOS OITOCENTOS (XIX) ................................................................................................... 15

UNIDADE 3 – AS MULHERES NEGRAS NO MERCADO DE TRABALHO........................ 22

UNIDADE 4 – MULHERES NEGRAS E AS POLÍTICAS PÚBLICAS E AÇÕES

GOVERNAMENTAIS NO COMBATE ÀS DESIGUALDADES E AO RACISMO ................ 29

UNIDADE 5 – MULHERES NEGRAS NO ENFRENTAMENTO À DISCRIMINAÇÃO E

VIOLÊNCIA ......................................................................................................................... 36

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 45

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 48

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APRESENTAÇÃO

Essa produção didático-pedagógica tem como objetivo trazer à luz a

História das Mulheres Negras no Brasil e mostrar como esses sujeitos

históricos enfrentaram e enfrentam a discriminação e a violência, além de

compreender como as Políticas Públicas, leis, ações governamentais e os

movimentos sociais podem ajudar no combate ao racismo, à discriminação, ao

sexismo e desigualdades sociais, que tanto prejudicam as mulheres negras em

nosso país.

Assim, através do reconhecimento das contribuições dessas

mulheres através do tempo, compreender como a sociedade prejudicou,

estereotipou e marginalizou essa parte da população através da História.

Perceber também que a violência, a discriminação e as desigualdades não

foram capazes de calar essas mulheres, que nunca deixaram de lutar por sua

liberdade e atualmente lutam por igualdade e melhores condições de vida,

organizando-se em movimentos sociais e enfrentando o preconceito de raça,

gênero e classe.

Através de metodologias diversificadas, como pesquisa bibliográfica,

filmes, música, análise de dados estatísticos e fontes históricas, realizar

atividades com os alunos, para que os mesmos possam entender como as

mulheres negras construíram sua identidade e lutaram pelo seu

empoderamento. E também levá-los a compreender que as mulheres negras

não têm só o preconceito de raça a vencer, elas ainda precisam enfrentar a

discriminação de gênero e classe, e a escola pode e deve contribuir com a luta

pela erradicação do racismo e discriminação, pois o conhecimento pode

desmistificar muitos desses preconceitos, que tanto prejudicam a sociedade.

Vale lembrar que, as leis, tanto no campo da educação, como a lei

10639/03, quanto às relacionadas à violência contra a mulher, lei 11340, Maria

da Penha e a lei 13104 Feminicídio, são muito importantes na luta contra o

racismo, discriminação e violência e corroboram para o acesso e permanência

das mulheres negras à escolarização, o que pode lhes oportunizar uma

melhoria nas suas condições de vida, através do conhecimento e

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aperfeiçoamento profissional. Para isso, é necessário que a população

conheça seus direitos e lute para que os mesmos sejam garantidos, para que o

Estado, pelo menos em parte, repare pelos danos causados, no passado, à

essa população.

É preciso reconhecer a situação em que se encontra essa parte da

população brasileira, que sofre com a discriminação e a violência, onde as

mulheres negras são vítimas de uma sociedade opressora e machista, mas

que não deixa de lutar por uma vida com liberdade e igualdade. De igual

maneira, é importante que negros e brancos conheçam a história africana e

afro-brasileira para valorizá-la e respeitá-la.

OBJETIVO GERAL:

Analisar e compreender a história das mulheres negras, juntamente com

o reconhecimento da importância da criação das políticas públicas como forma

de enfrentamento à discriminação e à violência, para que haja igualdade de

direitos e oportunidades a todos os indivíduos.

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A HISTÓRIA DAS MULHERES NEGRAS NO BRASIL, NO

ENFRENTAMENTO DA DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA

UNIDADE 1 – Mulheres negras no tempo da escravidão: luta, resistência e

liberdade

Fonte: GELEDES, 2016

INTRODUÇÃO:

Nesta unidade será abordado sobre a luta das mulheres negras pela

conquista da liberdade durante o período da escravidão e como enfrentaram a

violência a que eram submetidas, tanto pela sociedade escravista, como pelos

seus companheiros que as usavam para comprar sua liberdade, para sustentá-

los, entre outras formas de exploração.

OBJETIVO GERAL:

Compreender como as mulheres negras lutavam pela sua liberdade e

resistiram à violência no período da escravidão, no fim do século XVIII e início

do XIX.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

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Interpretar a luta das mulheres negras a partir do processo de

escravidão e as conquistas de alforrias;

Identificar as diversas formas de resistência realizadas pelas mulheres

negras ao longo da História;

Perceber como as mulheres Afrodescendentes entraram no mercado de

trabalho e alcançaram, em alguns casos, certa ascensão social.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Desde a escravidão, as Mulheres Negras mostraram sua força através

da resistência e luta pela liberdade, embora a historiografia esteja deficitária

com relação à História da Mulher Negra. Ainda há muito a ser pesquisado

sobre gênero e raça, mas mesmo assim, existem muitos documentos

disponíveis para consulta, como os testamentos, cartas, reconhecimento de

paternidade, certidões de casamentos, entre outros.

As mulheres negras dão exemplo de luta e inteligência para superar as

dificuldades através do seu trabalho, como o caso das Negras de Tabuleiro,

que com o seu comércio ameaçaram a ordem do Estado, tornando-as,

segundo o autor Luciano Figueiredo (2012, p. 39), um perigo para sociedade

mineradora no século XVIII. Apesar de serem presas, açoitadas, sofrendo todo

tipo de tortura, conseguiram acumular ganhos, comprar alforrias e outros bens

com seus tabuleiros em Minas Gerais.

Havia ainda, o problema da prostituição; devido à pobreza extrema, ela

foi a base para a sobrevivência. Era comum enteadas, filhas, irmãs, cunhadas

e esposas se prostituírem para sustentar as famílias. O comércio e a

prostituição em uma região rica, tornou-se favorável ao acúmulo de riquezas,

chegando ao ponto de ex-escravas escravizarem outras mulheres,

empregando-as no serviço comercial. Essa sociedade as levava à prostituição

como forma de se libertar, mesmo porque a sociedade senhorial não lhes

permitia ter relações afetivas duradouras e raramente formavam organizações

familiares. Sendo assim, essas mulheres optavam por essa atividade para se

libertar.

A escravidão no Brasil foi tão forte, que atingia todas as classes sociais.

Ser proprietário de um ser humano, passou a ser tão banal, que ex-escravos

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(as) compravam escravos (as). Segundo Graham (2012), algumas vezes,

esses escravos eram tratados como da família e eram citados em testamentos;

quando eram libertos, recebiam algum bem (material ou dinheiro), às vezes,

atrelados a algumas condições.

Percebe-se também que a vida das mulheres negras nas cidades era

bem diferente em comparação à vida no campo. Nas cidades conseguiam,

como escravas de ganho, comprar a liberdade, já no campo, viviam

enclausuradas. Desse modo, os escravos urbanos tinham muito mais

possibilidades de comprar sua alforria, conseguiam se libertar, formavam

“redes urbanas de clientela”, comercializavam e demonstravam sua

honestidade pagando suas dívidas, mostrando-se confiáveis.

Já no campo, a principal forma para se alcançar a liberdade era a fuga.

Muitos tentavam fugir pelo sul do país (RS), uma vez que esse estado faz

fronteira com o Uruguai e a Argentina, países que já haviam abolido a

escravidão. Por esse motivo, era comum a tentativa de fuga de escravos para

esses países, o que não era conseguido com muita facilidade. Esse contexto

levou a um conflito diplomático, tanto pelas fugas para esses países quanto

pelos estancieiros gaúchos (brasileiros), que sequestravam e escravizavam

negros que circulavam na fronteira.

De acordo com o autor Paulo Roberto Staudt Moreira (2012), nas

pesquisas em Porto Alegre sobre concessões de alforrias, as mulheres negras

aparecem de forma majoritária: das 10.055 registradas, 56% eram de

mulheres. Ressaltando que os Senhores optavam por libertar as que já

tivessem gerado filhos escravos, pois alforriar uma mulher mais jovem seria

prejuízo, porque estas dariam mais lucro reproduzindo.

Embora a região das minas propiciasse essa mobilidade social, não

devemos esquecer que foram casos esporádicos, a maioria da população

escravizada continuou sendo explorada pelos seus senhores de forma cruel e

desumana. A diferença entre essa área e o nordeste açucareiro, é que no

nordeste essa mobilidade era praticamente inexistente, onde a fuga e o banzo

eram as principais formas de se alcançar a liberdade, assim como em outras

áreas rurais. Crioulos, mulheres e quem possuísse ocupações especializadas

tinham mais oportunidades de comprar sua alforria, o que dependia

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diretamente da vontade das classes senhoriais, que estipulavam o preço, as

condições e a possibilidade de revogação dessa liberdade.

As mulheres negras ainda sofriam com casamentos, com maridos

violentos e exploradores, que se legitimava na lei do branco, onde afirmava que

tudo deveria ser dos dois, mas apenas as mulheres negras trabalhavam e

ainda apanhavam.

Nesse período, os casamentos, tanto da elite branca como dos

africanos, eram baseados nas condições socioeconômicas, nas quais os pares

buscavam melhorar sua situação financeira. No caso dos grupos mais pobres,

havia os “dotes” pessoais; um exemplo disso, são as quitandeiras que

despertavam o interesse dos pretendentes. Essas mulheres, muitas vezes, não

possuíam o marido “ideal” para aquela época, que lhes garantisse casa,

alimentos, roupas. Por isso, mesmo depois de casadas, continuavam

trabalhando nas quitandas, para sustentar seus filhos e, por vezes, a família

toda, ajudando ainda a comprar a sua liberdade e a de outros.

As mulheres minas certamente sentiam desagradas com parceiros que lhes davam alimentos ou vestuário, nem pagavam seus aluguéis. Afinal de contas, era isso que, naquela sociedade, se esperava de um “bom marido”. Nem por isso, elas deixavam de sair para garantir o sustento da família, às suas “próprias custas”, ou de brigar na Justiça Eclesiástica por seus direitos. Ademais, muitas aproveitavam esses litígios para acertar contas com o passado escravo, quando haviam ajudado os companheiros a pagar os jornais aos senhores ou mesmo comprar sua liberdade. Aliás, essa era outra particularidade das minas que emerge desses processos de divórcio. (FARIAS, 2012, p. 124)

Ser mulher e negra numa sociedade escravista era muito difícil. Elas

estavam à mercê de todo tipo de violência; tiveram que enfrentar a crueldade

da escravidão, o governo, a opressão dos homens, não só dos seus senhores,

mas também de companheiros violentos ou mesmo homens que viam nelas

uma forma de atingir seus objetivos (usando o trabalho das mulheres negras

para comprar sua liberdade, para sustentá-los, entre outros) e não mediam

esforços para alcançá-los.

Para as mulheres daquele período, liberdade significava o direito de ir e

vir, ficar com seus filhos, livrar-se de violências sexuais e físicas praticadas

pelos seus senhores, ter autonomia de trabalho, habitação, salário. Mesmo

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depois de sua libertação, as mulheres negras passaram, e ainda passam, por

muitas dificuldades. Mesmo procurando outras oportunidades, acabam

seguindo o mesmo ramo de trabalho que realizavam quando escravas. Embora

esse trabalho fosse remunerado, não era suficiente para garantir todas as suas

necessidades.

Percebemos ainda hoje a permanência da estigmatização e o erotismo

do corpo da mulher negra; é preciso pesquisar mais sobre raça e gênero, pois

a historiografia deixa muitas “lacunas” sobre como viveram as mulheres negras

no período da escravidão, e como enfrentaram e enfrentam a discriminação e a

violência.

SUGESTÃO PARA O PROFESSOR:

Pesquisar sobre as Mulheres Negras que se destacaram na História do

Brasil, e lutaram pelos seus direitos, combatendo o racismo e o sexismo,

apesar de toda a adversidade.

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Fonte: FILHO, 2016

ATIVIDADES PARA OS ALUNOS:

TEMA: Mulheres negras no tempo da escravidão

OBJETIVO GERAL:

Perceber como as mulheres negras enfrentavam a crueldade e a

violência que sofreram nesse período.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Compreender como as mulheres negras se libertavam através do seu

trabalho, apesar de toda exploração e violência a que foram submetidas;

Entender que a conquista da liberdade era diferente, dependendo da

região em que eram escravizadas;

Identificar como os estereótipos e a discriminação se desenvolveram no

decorrer da História, partindo da escravidão.

CONTEÚDOS:

Mulheres Negras na luta pela liberdade e enfrentamento da violência no

final do século XVIII e início do século XIX.

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ESTRATÉGIAS:

Aula expositiva dialogada sobre o tema da unidade e discussão do texto

de Nilma Bentes “Consciência Negra”; elaboração de uma narrativa histórica,

texto e ou ilustração utilizando bibliografia fornecida pelo professor.

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR: depois das aulas expositivas e

discussão sobre o texto Consciência Negra, os alunos formarão duplas para

analisar as fontes fornecidas pelo professor, sobre como as mulheres negras

lutaram por sua liberdade, como escravas de ganho, fugindo e como

enfrentaram a violência que sofriam tanto pela crueldade de seus senhores

como pela opressão de seus companheiros violentos e exploradores, os

estereótipos criados para mulher negra nesse período e a importância de se

ter consciência do que realmente é ser negro e ter orgulho da sua raça. Em

duplas deverão discutir e responder alguns questionamentos, sobre como as

mulheres enfrentaram a opressão e a violência para conquistar a liberdade e

melhorar suas condições de vida e de sua família. Depois fazer uma ilustração

ou texto, baseando-se no conteúdo estudado e na leitura do texto Consciência

Negra, de Raimunda Nilma de Melo Bentes.

Texto de Raimunda Nilma de Melo Bentes “Consciência Negra”

CONSCIÊNCIA NEGRA

Ter consciência negra significa compreender que somos diferentes, pois

temos mais melanina na pele, cabelo pixaim, lábios carnudos e nariz achatado,

mas que essas diferenças não significam inferioridade.

Ter consciência negra significa que ser negro não significa defeito,

significa apenas pertencer a uma raça que não é pior e nem melhor que outra,

e sim, igual.

Ter consciência negra, significa compreender que somos discriminados duas

vezes: uma, porque somos negros, outra, porque somos pobres, e, quando

mulheres, ainda mais uma vez, por sermos mulheres negras, sujeitas a todas

as humilhações da sociedade.

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Ter consciência negra significa compreender que não se trata de passar

da posição de explorados a exploradores e sim lutar, junto com os demais

oprimidos, para fundar uma sociedade sem explorados nem exploradores. Uma

sociedade onde todos tenhamos, na prática, iguais direitos e iguais deveres.

Ter consciência negra significa sobretudo, sentir a emoção indescritível,

que vem do choque, em nosso peito, da tristeza de tanto sofrer, com o desejo

férreo de alcançar a igualdade, para que se faça justiça ao nosso Povo, à

nossa Raça.

Ter consciência negra significa compreender que para ter consciência

negra não basta ser negro e até se achar bonito, e sim que, além disso, sinta

necessidade de lutar contra as discriminações raciais, sociais e sexuais, onde

quer que se manifestem. (BENTES, 2016)

ATIVIDADES:

1) De acordo com o conteúdo estudado, em duplas, responda os seguintes

questionamentos:

a) De que maneira as mulheres negras escravizadas, conseguiam sua

liberdade, diferenciando o campo da cidade?

b) A violência que as mulheres negras sofriam na escravidão , encontram

permanências nos dias atuais? Justifique sua resposta.

c) Que mudanças e permanências, ocorreram após a abolição da escravatura,

na vida das mulheres negras?

2) Após a leitura do texto de Raimunda Nilma de Melo Bentes: Consciência

Negra, faça uma ilustração ou um texto sobre os estereótipos e a discriminação

da mulher negra, no decorrer da história

TEMPO:

Quatro aulas.

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A HISTÓRIA DAS MULHERES NEGRAS NO BRASIL, NO

ENFRENTAMENTO DA DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA

UNIDADE 2 – Representação das Mulheres Negras na Literatura dos

Oitocentos (XIX)

Fonte: (PUBLICDOMAINVECTORS.ORG, 2016)

INTRODUÇÃO:

Nesta unidade será evidenciada a representação das mulheres negras na

ficção no século XIX, que as caracterizavam como seres hipersexualizados,

sem caráter, entre outras tipologias que incentivavam ainda mais o preconceito

e a discriminação, tendo a mestiçagem (branqueamento), como fator

determinante para ascensão social e a definição de caráter.

OBJETIVO GERAL:

Compreender como as tipologias literárias do século XIX, reforçaram

estereótipos das mulheres negras, favorecendo a discriminação e o

preconceito.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Analisar os estereótipos criados pela literatura oitocentista;

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Entender como os estereótipos depreciam a imagem das mulheres

negras, aumentando ainda mais a discriminação e o preconceito;

Perceber como as tipologias literárias favoreceram a ideologia da

democracia racial, incentivando a mestiçagem.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

A Mulher Negra escrava também fez parte de um cenário fictício no RJ,

no século XIX. Segundo Giovana Xavier (2012), as narrativas ficcionais,

procuravam destacar as características físicas “anormais” das mulheres de cor

e do seu corpo, e seu caráter “duvidoso”. Nascendo assim as “tipologias

literárias”, como as da bela mulata, da crioula feia, da escrava fiel, da preta

resignada, da mucama sapeca ou ainda da mestiça virtuosa (XAVIER, 2012, p.

67).

As Mulheres Negras, em especial as mulatas, eram descritas na

literatura como prostitutas, amantes, levianas e sem caráter. A escravidão, a

propriedade, a liberdade e o paternalismo são o pano de fundo para essa

produção literária do século XIX. Características animalescas foram usadas

para descrever a população escrava, favorecendo a construção da imagem de

interiorização do negro e, claro, da superioridade do branco. A união dessas

ideias resultou no surgimento da Literatura Naturalista, onde o comportamento

dos indivíduos era determinado pelo meio em que viviam, como a resignação

das escravas em ficar com seus Senhores, que a Literatura narra como amores

(maternal, fraternal etc.), além da fidelidade cega das escravas domésticas.

Esses romances eram desprovidos de senso crítico e de humanidade.

Um dos vários exemplos dessa literatura é Rita Baiana, personagem da

obra “O Cortiço”. Há relato de vários anúncios de fuga, venda e compra de

escravas, descritos nos periódicos do país, como o caso de Joana, uma

“mulatinha puxando o saravá” que sua “cor alvacenta” e suas “pernas e mãos

muito finas seria uma verdadeira flor do pecado” (DIÁRIO DE

PERNAMBUCO,1865).

No caso de Escrava Isaura, o final feliz que o autor lhe deu, foi uma

exceção, um caso raro. Isso demonstra que a teoria do branqueamento queria

reforçar o racismo científico, onde a cor da pele define o caráter, ligada à

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sedução, paixão, beleza, mas não para relacionamentos oficializados, pois,

para a sociedade, os brancos deveriam casar com mulheres da sua classe.

As Mulheres Africanas foram estereótipos de sexualização e a sua

classificação era de acordo com cor da pele; conforme se aproximavam do

branqueamento, ocuparam um lugar de destaque na literatura oitocentista.

Porém, foram sujeitos históricos participativos, que conseguiram muitas vitórias

no meio em que estavam inseridas, reivindicaram, apesar de todas as

adversidades, sua condição humana e seus direitos, como mulheres e

trabalhadoras.

Segundo Xavier (2012, p.79), “as tipologias literárias de morenas,

mestiças, crioulas”, eram baseadas em contradições, ao mesmo tempo que

defendiam a “nação mestiça”, eram preconceituosas, pois temiam as más

influências, a escravidão e a “herança africana”.

SUGESTÃO PARA O PROFESSOR:

Ler e comparar o poema “Essa Negra Fulô”, de Jorge Lima (1928,

publicado pela primeira vez), com a paródia “Outra Negra Fulô”, de Oliveira

Silveira. A partir das leituras, trabalhar as diferentes representações da mulher

negra, de acordo com as visões dos autores acima citados.

ATIVIDADES PARA OS ALUNOS:

TEMA: Representação das Mulheres Negras na Literatura Oitocentista.

OBJETIVO GERAL:

Compreender como as mulheres negras eram representadas na

literatura oitocentista e como essas representações se fazem presente na

atualidade.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Perceber a construção de várias tipologias da mulher negra, feitas pela

literatura no século XIX, discriminando a mulher com seus diversos

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termos pejorativos, dando uma representação desumanizadora dessas

mulheres que permanecem até hoje;

Compreender que as teorias “racistas científicas” e de branqueamento,

serviram para criar, uma falsa ideia de “democracia racial”.

CONTEÚDO:

Mulheres Negras na Literatura Oitocentista e os estereótipos produzidos

ESTRATÉGIAS:

Aula expositiva sobre as tipologias literárias criadas pela literatura

oitocentista; os alunos deverão assistir trechos da Escrava Isaura, e entrevista

com Djamila Ribeiro para debaterem sobre as permanências dessas

representações. Baseados nas imagens e diálogos apresentados, os alunos

farão uma análise crítica sobre a Imagem da Mulher Negra, no decorrer da

história e, sob orientação da professora, formarão duplas para preenchimento

de uma tabela, a qual apresentarão para a turma. Logo após, elaborarão

charges, as quais serão expostas no mural da escola.

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR:

Após aula expositiva dialogada, será realizada uma discussão sobre o

conteúdo para analisar as tipologias literárias do século XIX e como as

mesmas ajudaram a estereotipar a imagem da mulher negra, sua

desumanização e promovendo a discriminação e a violência, que tanto

prejudicam a vida das mulheres negras na nossa sociedade. De acordo com

os conhecimentos adquiridos e pesquisa literária, os alunos deverão assistir

trechos da Escrava Isaura e entrevista com Djamila Ribeiro para debater sobre

as permanências dessas representações, os alunos farão uma análise crítica

sobre a Imagem da Mulher Negra, no decorrer da história. Depois de assistir os

vídeos, os alunos deverão formar duplas ou trios para elaborar um roteiro de

sistematização sobre os vídeos, preenchendo a tabela abaixo relacionada,

apresentando suas conclusões para a turma, de como os vídeos assistidos

descrevem as mulheres negras no decorrer da história. Os alunos deverão

elaborar charges, fazendo uma análise crítica sobre a imagem da mulher

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negra. Após apresentação dos trabalhos, os mesmos serão colocados para

exposição na escola.

A Escrava Isaura - Seu Chico dá Uma Surra em Joaquina. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=mnChPHWpNe8. Acesso em: 02/09/2016.

Publicado em 30 de novembro de 2015.

Resumo da cena: Após Joaquina ser colocada no tronco, Isaura implora para

que Leôncio a tire de lá. Leôncio, por sua vez, exige que a moça se entregue

para ele em troca. A escrava se recusa e o vilão manda que Seu Chico dê

várias chibatadas na tia de André.

Relações interraciais e a solidão da mulher negra. Mulheres negras são

preteridas historicamente. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=2ZNx1LV6c4A. Acesso em 03/09/2016.

Publicado em 21 de junho de 2016.

Resumo da entrevista: A filósofa política Djamila Ribeiro discute a delicada

questão das relações interraciais da perspectiva do feminismo negro. Para ela,

só é possível compreender esta questão, a partir de uma diferenciação clara

entre preconceito e racismo, e a partir do reconhecimento da dimensão

estrutural e institucional deste último. O depoimento foi colhido no contexto da

mesa "A questão racial" no II Salão do Livro Político coordenado pela

Boitempo, mediada por Silvio Almeida e que contou com a presença de Djamila

Ribeiro, Jonathan Marcelino, Márcio Farias e Natália Neris. Djamila Ribeiro

assina o prefácio da mais importante obra de Angela Davis, "Mulheres, raça e

classe", publicada no Brasil pela Boitempo: Disponível em:

http://bit.ly/mulheresracaeclasse. Acesso em 21/10/2016.

ATIVIDADES:

1) Em duplas ou trios, preencha o quadro abaixo, de acordo com os vídeos

assistidos: Escrava Isaura e entrevista com a filósofa Djamila Ribeiro,

sistematizando as informações apresentadas.

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Nome

do

vídeo

Qual o

tipo de

fonte?

Quando foi

produzida a

fonte?

Pode ser uma

pista para se

chegar ao

passado ou

perceber

permanências

no presente?

Como?

Quem são

os agentes

históricos

produzidos

pela fonte?

Que ideias

apresenta?

Que

análise

você faria

do

momento

em que a

fonte foi

produzida?

2) Elabore uma charge, fazendo uma análise crítica sobre as representações

da imagem da mulher negra, no século XIX, assim como das suas teorias

“racistas científicas”.

TEMPO: 6 aulas

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Fonte: CANAL DA IMPRENSA, 2016

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A HISTÓRIA DAS MULHERES NEGRAS NO BRASIL, NO

ENFRENTAMENTO DA DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA

UNIDADE 3 – As Mulheres Negras no Mercado de Trabalho

Fonte: REVISTA FÓRUM, 2016.

INTRODUÇÃO:

Nesta unidade será analisada a trajetória das mulheres negras no

mercado de trabalho, antes e após a Emancipação. Destacando, segundo

pesquisas, as poucas mudanças que ocorreram na vida dessas mulheres, que

ainda se encontram no setor doméstico e braçal e que recebem os menores

salários, sofrendo com a discriminação e violência, sendo vistas como seres

fortes e muitas vezes desumanizadas.

OBJETIVO GERAL:

Entender porque as mulheres negras permaneceram no setor doméstico

e braçal e com pouco acesso a setores mais remunerados e que exigem maior

escolaridade.

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Identificar a discriminação como um dos fatores determinantes para

exclusão das mulheres negras, em trabalhos intelectuais e mais

remunerados;

Analisar como o processo histórico da escravidão e preconceito,

dificultou a ascensão social dos povos afrodescendentes, ainda mais

difícil para as mulheres negras.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

Mesmo depois de libertas, as mulheres negras continuaram ocupando

predominantemente o serviço doméstico, porque devido à escravidão, não

tiveram outras oportunidades e acabaram seguindo o mesmo ramo de trabalho

que realizavam quando escravas. Embora, esse trabalho fosse remunerado,

não era o suficiente para garantir todas as suas necessidades.

A relação entre senhores e escravos, no espaço doméstico, de acordo

com o autor, sempre foi de dominação. Por mais bondade que se queira

reproduzir em alguns relatos, eram relações “de autoridade, dependência e

hierarquia”; ao mesmo tempo que concedia privilégios, havia muitas práticas

abusivas, violência física e moral contra os escravos. Muitas vezes, o serviço

doméstico era considerado, em termos de relações pessoais, afetivas, de

amizade devido à convivência diária, que substituíam pagamentos para

cuidados com os prestadores de serviços (vestuário, alimentação, habitação

etc.).

Agora, com a passagem para o trabalho assalariado, começaram as

discussões para regulamentar o trabalho doméstico, visto que os trabalhadores

eram vistos como “marginais”, “imorais” que deveria ser regularizado para

organizar as relações de trabalho, e assim, combater o crescimento da

“vagabundagem”, protegendo assim os patrões e enfrentando esse problema

social.

Como afirmou o então vereador José do Patrocínio (1853-1905), em 1889, a aprovação de um regulamento para o setor, nos moldes em

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que estava sendo realizada, colocaria os servidores domésticos em “péssima situação”. Isso porque, na sua opinião, tais regulamentos davam “mais garantias aos patrões do que aos criados”, ao estabelecer “certas desigualdades” nas relações de trabalho. Segundo Patrocínio, a regulamentação não passava de “uma nova lei da escravidão dissimulada”. (SOUZA, 2012, p. 258)

Além disso, os próprios dirigentes políticos, apoiados em programas

governamentais, criavam políticas públicas desfavoráveis à população negra,

que sofria todo tipo de ofensas. Isso dificultava ainda mais o acesso da

população de cor a ocupar outros cargos, que não fosse o trabalho braçal, e a

mulher era preparada para cuidar da família. Pela imprensa de Laranjeiras,

Júlio Barreto arrojava um epigrama: “O homem, apesar dos pesares, é sempre

homem; a mulher, por mais que se esforce, nunca é o que deveria ser.”

Percebemos, hoje, a permanência da estigmatização e o erotismo do

corpo da mulher negra, é preciso pesquisar mais sobre raça e gênero, pois a

historiografia deixa muitas “lacunas” sobre como viveram as mulheres negras

no período da escravidão, e como enfrentaram e enfrentam a discriminação e a

violência. Pela pesquisa realizada pelos autores no período de 1995 a 2006,

deixam evidente como o mercado de trabalho é hostil e desfavorável à

presença da mulher negra. Segundo dados da pesquisa, as mulheres negras

ainda são maioria no trabalho doméstico, assim como, as mulheres em geral,

uma em cada cinco era doméstica; cargos com nível superior ou

empregadores, apresenta uma porcentagem maior de homens brancos. Com

relação ao cargo de empregador, a maioria é de homens brancos, seguidos

das mulheres brancas e com pouco relevância homens negros e, por último,

mulheres negras (0,4% em 2006). Já o trabalho para consumo próprio era mais

comum entre as mulheres negras do que os homens brancos.

Pelos dados de 1995 a 2006, a PEA (População Economicamente Ativa)

negra, nesses onze anos aumentou. Quanto ao salário médio mensal (2006),

segue o mesmo padrão: homens brancos R$ 1.164,00, mulheres brancas

R$ 744,71, homens negros R$ 586,26 e mulheres negras e pardas R$ 388,18.

A mulher negra, com menor representação no mercado de trabalho

formal, 75% de trabalhadoras sem garantias legais, recebe o menor valor que

todos os outros grupos, refletindo o cenário de discriminação de raça e sexismo

na sociedade brasileira.

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Passado e presente das mulheres negras são atuais e verdadeiros. Entre a vitimização e a produção simbólica de heróis, há experiências complexas de luta, opressão, humilhação, superação, amor, dor, desejos, escolhas, alegrias e desafios. Constatar isso pode se pouco. Mas importante será conhecer e tornar visível- em alguns espaços do conhecimento e da decisão sobre as políticas públicas- o universo das mulheres negras e o seu protagonismo de ontem e hoje. (PAIXÃO E GOMES, 2012, p. 311)

As mulheres negras percebem, através de sua militância, que a sua

temática está em segundo plano, que o próprio movimento feminino brasileiro

reconhece a dimensão racial na temática gênero, onde ocorrem privilégios e

desvantagens entre as mulheres, que ficam mais evidentes no mercado de

trabalho.

É a consciência desse grau de exclusão que determina o surgimento de organizações de mulheres negras de combate ao racismo e ao sexismo, tendo por base a capacitação de mulheres negras, assim como o estímulo à participação política, à visibilidade, à problemática específica das mulheres negras na sociedade brasileira, à formulação de propostas concretas de superação da inferioridade social gerada pela exclusão de gênero e raça, e à sensibilização movimento de mulheres para as desigualdades dentro do que o racismo e a discriminação racial produzem. (CARNEIRO, 2011, p. 121)

Nota-se que, apesar do fim da escravidão, conquistas dos Movimentos

Sociais (Negros e Negras), Políticas Públicas e Leis, não foram o bastante para

garantir a igualdade de direitos das Mulheres Negras no Brasil, pois ainda hoje

elas ocupam a maioria dos empregos domésticos, é o grupo que se encontra

mais à margem no mundo do trabalho, onde sua luta contra a violência e a

busca por melhores condições de vida, salários, acesso a cursos de

graduação, respeito e reconhecimento das suas contribuições é uma constante

para a construção de uma igualdade social de gênero e raça.

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Fonte: UNEGRO, 2016.

SUGESTÕES PARA O PROFESSOR:

1) Elaborar uma tabela com os dados pesquisados sobre a situação das

mulheres negras no mercado de trabalho, juntamente com o professor de

matemática.

2) Música Faveláfrica - A Família - compositor Gato Preto.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Z-BLslFh5yA. Acesso em:

22/09/2016). Publicado em 20 de junho de 2013.

Para fazer uma reflexão crítica sobre a discriminação e a violência que a

população afrodescendente sofreu e sofre, assim como a participação de

grandes personagens históricos negros que lutaram em defesa do seu povo e

reconhecimento no decorrer da História.

ATIVIDADE PARA OS ALUNOS:

TEMA: Mulheres Negras no Mercado de Trabalho

OBJETIVO GERAL:

Compreender porque a situação das mulheres no mercado trabalho,

praticamente não foi alterada após a abolição.

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Entender que as mulheres negras sempre estiveram no mercado de

trabalho, por isso, sua luta é pela igualdade de direitos, por melhores

salários, contra a violência e a busca por melhores condições de vida;

Perceber como a discriminação prejudica o acesso das mulheres negras

no mercado de trabalho.

CONTEÚDO:

Mulheres negras no mercado de trabalho antes e após Emancipação.

ESTRATÉGIAS:

Aula expositiva dialogada sobre o conteúdo, discussão sobre o vídeo

assistido, sobre as mulheres negras no mercado de trabalho e a discriminação

que sofrem; preenchimento de tabela de pesquisa no bairro, sobre as

condições de trabalho e nível de escolaridade das mulheres não brancas;

discussão sobre o resultado da pesquisa realizada com elaboração de quadro

de sugestões dos alunos para mudar essa situação.

Pesquisas afirmam que mulheres negras trabalham muito e sofrem

discriminação. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=W_hSVEZWKU4. Acesso em: 21/09/2016.

Postado em 19 de maio de 2011.

Uma reportagem exibida no dia 3/12/2010 pelo programa "Ação Global" do

SESI, em parceria com a Rede Globo, fala que a condição da mulher negra no

mercado de trabalho sempre foi desfavorável, onde ela possui a maior taxa de

desemprego.

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR:

A) Após a discussão sobre as mulheres no mercado de trabalho, os alunos

farão uma pesquisa com as mulheres não brancas no bairro, para saber suas

condições de trabalho e nível de escolaridade.

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B) Depois da coleta de dados, será realizada uma discussão na turma sobre

as conclusões que os alunos tiraram da situação das mulheres negras em seu

bairro e no país, para em duplas, elaborar um quadro de sugestões para

mudar a realidade que se encontra a mulher negra nos dias atuais.

ATIVIDADES:

1) Desenvolva uma pesquisa no seu bairro, entrevistando as mulheres não

brancas (pardas e negras), preenchendo os dados abaixo relacionados para

analisar as condições de trabalho e nível de escolaridade das mesmas.

(Oriente os alunos sobre a forma de abordar estas pessoas para não

constrangê-las.)

Número de entrevistadas

Condições

de trabalho

Quantas têm Emprego formal

Quantas têm emprego informal

Quantas são trabalhadoras domésticas

Quantas ganham um salário

Quantas ganham dois salários

Quantas ganham mais de dois salários

Nível de

Escolaridade

Quantas têm Fundamental primeiro ciclo

Quantas têm Fundamental segundo ciclo

Quantas têm Ensino Médio

Quantas têm Ensino superior

2) De acordo com as discussões sobre a mulher negra no mercado de trabalho

e a análise dos dados coletados, em dupla, elaborem um quadro de sugestões

para mudar essa situação, tanto a nível de sociedade quanto ações

governamentais ou legislativas.

TEMPO:

Cinco aulas.

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HISTÓRIA DAS MULHERES NEGRAS NO BRASIL, NO ENFRENTAMENTO

DA DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA

UNIDADE 4 – Mulheres Negras e as Políticas Públicas e Ações

Governamentais no Combate às Desigualdades e ao Racismo

Fonte: Coletivo Domínio Público, 2016

INTRODUÇÃO:

Nesta unidade, será evidenciada a importância das Políticas Públicas e

dos Movimentos Sociais no combate às desigualdades, como a lei 10639/03 e

a lei de cotas, entre outras ações governamentais que tentam de alguma forma

ressarcir a população afrodescendente por anos de trabalho forçado e não

remunerado, sofrendo todo tipo de violência, com consequências que perduram

até os dias atuais.

OBJETIVO GERAL:

Page 31: FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO … · Professor Orientador: Sandro Marlus Wambier Instituição de Ensino superior: Universidade Federal do Paraná Relação Interdisciplinar:

Entender como as Políticas Públicas podem ajudar no combate e

enfrentamento da discriminação e desigualdades.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Compreender como a criação de leis e a organização de movimentos

sociais podem ajudar a combater o racismo e as desigualdades.

Perceber como as leis e ações governamentais voltadas para a

educação, podem favorecer o acesso e a permanência dos

afrodescendentes à escolarização.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

Não se pode elaborar Políticas Públicas sem considerar as

desigualdades raciais existentes. Por isso, a importância de se analisar os

dados disponíveis que confirmam essa hipótese, como os dados oficiais de

1997, que demonstram a taxa de analfabetismo da população negra maior de

15 anos era de 20,8% e da população branca de 8,4%. Negros de 7 a 22 anos

que frequentavam a escola era de 77,7% e a branca era de 84,7%, todos

reconhecem a importância da educação como forma de alcançar autonomia,

conhecimento e acesso à qualificação profissional e, dessa forma, competir em

igualdade de condições com a população branca (CARNEIRO, 2011, p.51).

Vale lembrar que, trazer à luz a História e Cultura afro-brasileira e

africana no Brasil, é de suma importância para que todos conheçam e

respeitem esse povo que tanto fez pelo nosso país. A Lei 10639/03, alterada

pela Lei 11645/08, tornou obrigatório o ensino da História e cultura afro-

brasileira e africana para todas as escolas, públicas e particulares no Ensino

Fundamental e Médio, vindo de encontro a esse objetivo, propondo novas

diretrizes curriculares para se trabalhar esse conteúdo.

Desta forma, percebemos que a lei se faz necessária para garantir que

esse trabalho seja uma constante, que essa História faça parte do cotidiano

dos alunos, pois é a partir do conhecimento e valorização das matrizes

africanas na formação da diversidade cultural brasileira que podemos reforçar a

luta contra o preconceito e a discriminação nas escolas. É claro que, para isso,

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todos precisam se conscientizar do seu papel dentro do cotidiano escolar,

porque não basta existir a lei, é preciso entender porque ela é importante e que

todos trabalhem para que ela seja efetivada.

Considerando que os recém-libertos não tiveram nenhuma garantia; a

sociedade brasileira foi marcada pela escravidão. O Estado não fez nada para

auxiliar esta população e pior, disseminou ideologias racistas, que prejudicaram

os afrodescendentes naquele período e que permanecem até hoje, através de

um racismo dissimulado.

Por isso, as cotas são muito importantes para o acesso e permanência

à educação, o que não é um favor, ou um fato desqualificador do grupo negro,

é uma Política Pública da qual o povo negro é credor social, pois foi através do

seu trabalho que o país se desenvolveu. Não lhes foram oportunizadas, de

forma igualitária e democrática, o acesso à educação, o que lhes

proporcionaria de maneira mais rápida e eficiente a inserção no mercado de

trabalho.

Os homens começam a trabalhar mais cedo, por isso as mulheres

aparecem em maior número no sistema educacional. A mesma oportunidade

no mercado de trabalho formal, precisa de 5 anos de vantagem na

escolaridade. Para as mulheres negras, esse número sobe para 7 anos a mais

para que alcancem os mesmos padrões salariais das mulheres brancas. De

acordo com a autora Sueli Carneiro (2011), a igualdade de raça e gênero no

mercado de trabalho está concentrada no fator educacional; o meio para que

as mesmas consigam o reconhecimento e as mesmas oportunidades que o

sexo oposto, é se dedicar aos estudos, principalmente as mulheres negras.

O mito da democracia racial e a luta de classes, tende a diminuir o

problema racial para as questões de direitos humanos, da justiça social e da

consolidação democrática, dificultando a erradicação das desigualdades raciais

nas Políticas Públicas, o que faz com que os Movimentos Sociais se tornem

muito necessários para combater essa discriminação, como por exemplo, a

aprovação Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, essa

medida se deve em especial ao Movimento das Mulheres Negras, pois no

Brasil, os níveis de mortalidade de mulheres negras, é devido ao problema de

assistência à gravidez, ao parto e ao pós-parto, entre outras doenças que

podem ser prevenidas, por não terem um atendimento médico igualitário.

Page 33: FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO … · Professor Orientador: Sandro Marlus Wambier Instituição de Ensino superior: Universidade Federal do Paraná Relação Interdisciplinar:

Percebe-se que, apesar do fim da escravidão, conquistas dos

Movimentos Sociais (Negros e Negras), Políticas Públicas e Leis, não foram o

bastante para garantir a igualdade de direitos das Mulheres Negras no Brasil,

pois ainda hoje, elas ocupam a maioria dos empregos domésticos, são o grupo

que se encontra mais à margem no mundo do trabalho, onde sua luta contra a

violência e a busca por melhores condições de vida, salários, acesso a cursos

de graduação, respeito e reconhecimento das suas contribuições é uma

constante para construção de uma igualdade social de gênero e raça.

Fonte: BUSCHEL, 2016

SUGESTÕES: PARA O PROFESSOR

1) A Lei Federal de Cotas vem como política pública para ressarcir uma dívida

para com grande parcela da população brasileira que tanto contribuiu para

construção do país. Com base na leitura dessa unidade e seus

conhecimentos, reflita sobre a importância para os afrodescendentes de ter

direito às cotas e a seguir, faça uma análise crítica sobre a importância dessa

política pública para desenvolver uma sociedade mais justa.

2) Assista ao vídeo e faça uma análise da situação de discriminação,

principalmente em relação as mulheres negras no Brasil.

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O Estatuto da Igualdade Racial reconhece a existência de discriminação

no Brasil - STJ Cidadão. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=ek09Fd7VDzI. Acesso em: 22/09/2016.

Enviado em 16 de fevereiro de 2012.

ATIVIDADES PARA OS ALUNOS:

TEMA: Políticas Públicas e Ações Governamentais, no combate às

desigualdades e ao Racismo.

OBJETIVO GERAL:

Reconhecer a importância das Políticas Públicas, Leis e Ações

Governamentais, para garantir o acesso e permanência dos afrodescendentes

à escolarização, mercado de trabalho e combate à discriminação e à violência.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Perceber como a obrigatoriedade da lei 10639/03, trouxe visibilidade à

História e cultura afro-brasileira e africana no Brasil, promovendo o

conhecimento e a valorização das matrizes africanas na formação da

nossa diversidade cultural, e combatendo o racismo;

Entender como as cotas podem favorecer o acesso e a permanência

dos afrodescendentes à educação, com vistas a melhorar sua entrada

no mercado de trabalho formal.

CONTEÚDO:

Políticas Públicas no combate às desigualdades e ao racismo.

ESTRATÉGIAS:

Aula expositiva dialogada, sobre as leis voltadas a educação, assim como

outras Políticas Públicas, voltadas para gênero, racismo e classe, para diminuir

a discriminação e as desigualdades em que se encontram grande parte da

população brasileira, e promova o acesso e a permanência da população

afrodescendente nas escolas e universidades. Para isso, será realizada

Page 35: FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO … · Professor Orientador: Sandro Marlus Wambier Instituição de Ensino superior: Universidade Federal do Paraná Relação Interdisciplinar:

pesquisa para apresentação, em grupo, os alunos escolherão um tema para

pesquisar e depois apresentar. Depois irão ouvir à música: Racismo é burrice

(Gabriel Pensador) e discutir a letra, com intuito de analisar a importância da

conscientização da população para ajudar no combate ao racismo e a

discriminação racial, os alunos deverão formar duplas para fazer suas

considerações sobre o assunto, e depois produzir folders combatendo o

racismo e em favor de Políticas Públicas para a população afrodescendentes.

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR:

A) Com base nas aulas e discussões sobre as Políticas Públicas, leis e ações

governamentais,os alunos formarão equipes e irão escolher um tema sugerido

para pesquisar, e depois apresentar para a turma.

B) Utilizando a música Racismo é Burrice (Gabriel Pensador), os alunos irão

ouvir e discutir a letra, para elaborar um folder, para promoção da igualdade

racial e valorização da cultura afro-brasileira. Depois será feito uma exposição

dos trabalhos no mural da escola.

ATIVIDADES:

1) Converse com os colegas da sua equipe, e escolham um dos temas abaixo

relacionados para desenvolver uma pesquisa, levando em consideração os

aspectos indicados, para depois apresentarem para a turma:

- Lei de Cotas ( lei 12711/12)

- Políticas Públicas para combate a desigualdade

- Políticas Públicas voltadas para diversidade étnico raciais

- Crime contra o Racismo ( lei 1390/51, lei 7716/89)

- Lei 10639/03: torna obrigatório o ensino da História e cultura afro-brasileira e

africana para todas as escolas, públicas e particulares, no ensino fundamental

e médio.

Na sua pesquisa considere os seguintes aspectos:

Page 36: FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO … · Professor Orientador: Sandro Marlus Wambier Instituição de Ensino superior: Universidade Federal do Paraná Relação Interdisciplinar:

a) Quando essas leis ou políticas públicas foram criadas.

b) Quais são os objetivos dessas leis ou políticas públicas.

c) Para a equipe, a lei ou política pública, pode mudar o cenário de

desigualdade, racismo e discriminação existentes nos dias atuais (relatem

críticas favoráveis e desfavoráveis)

d) Para apresentação podem utilizar recursos tecnológicos.

Fonte: PAGINA13, 2016.

2) Com base na música: Racismo é Burrice (Gabriel Pensador), em dupla,

discuta a letra com seu colega e elaborem um Folder para promoção da

igualdade racial e valorização da cultura afro-brasileira.

Obs.: Os folders elaborados, ficarão em exposição no mural da escola.

TEMPO: cinco aulas.

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A HISTÓRIA DAS MULHERES NEGRAS NO BRASIL, NO

ENFRENTAMENTO DA DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA

UNIDADE 5 – Mulheres Negras no Enfrentamento à Discriminação e

Violência

Fonte: UNEGRO, 2016.

INTRODUÇÃO:

Nesta unidade, será abordado como as mulheres negras sofrem com

o racismo, o sexismo e a violência, que não deixa de ser também um problema

de classe, e como se organizam para combater às diversas discriminações a

que são expostas.

Será feita uma análise do mapa da violência de 2015, e as leis criadas

para prevenir e punir crimes contra as mulheres, e percebendo que negras são

o grupo social que mais sofre violência no Brasil, é preciso reconhecer esse

problema para que se criem ações públicas para que a população se

conscientize do que está acontecendo em nosso país, para que se construa

uma sociedade com igualdade de direitos, sem distinções de qualquer tipo.

Page 38: FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO … · Professor Orientador: Sandro Marlus Wambier Instituição de Ensino superior: Universidade Federal do Paraná Relação Interdisciplinar:

OBJETIVO GERAL:

Compreender como a luta das mulheres negras no Brasil, é importante

para combater o racismo, a discriminação e a violência que tanto prejudicam

essa grande parcela da população.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Evidenciar que a violência contra as mulheres negras tem aumentado, e

que precisa ser combatida urgentemente;

Compreender como a discriminação e a violência, prejudicaram e

prejudicam a vida das mulheres negras, e como elas têm se organizado

para enfrentar essa problemática;

Perceber a importância da criação das leis para combater, prevenir e

punir crimes contra a mulher.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

Segundo Carneiro (2011), de 1 a 3 de setembro de 2001, reuniram-se no

Rio de Janeiro, treze organizações de mulheres negras brasileiras para

deliberar sobre a sua participação na III Conferência Mundial contra o racismo,

que resultou na seguinte declaração: o racismo e o sexismo produzem sobre

as mulheres negras muitos danos, ocasionando uma baixa autoestima, uma

expectativa de vida cinco anos menor que a da mulher branca, menor índice de

casamentos, ocupando cargos de menor prestígio e salários.

Desmistificar a representação da mulher como sexo frágil, não é uma

das preocupações do movimento das Mulheres Negras, pois depois de passar

por tantos abusos, no decorrer da sua História, nunca foram vistas como seres

frágeis, que precisam ser protegidas pelo gênero masculino. Essa

característica é formada a partir da representação da mulher branca, da elite e

relacionada ao ideal de pureza, delicadeza e fragilidade.

A herança cultural do patriarcado oprime, tanto mulheres brancas, como

negras; umas são vistas como frágeis e as outras por não serem consideradas

humanas. Mas, devido à história das mulheres afrodescendentes, elas têm

problemas específicos, o racismo precisa ser combatido. Desmistificar a

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democracia racial é essencial para a construção de um país que promove a

igualdade de gênero e raça. A força das mulheres negras vem da sua luta, não

pelo processo desumanizador pelo qual passou, pois tem orgulho da sua

cultura e coragem de enfrentar esses desafios.

A mulher negra brasileira, sempre precisou de autonomia para garantir o

seu sustento e da sua família, passou por séculos de opressão, onde foi

submetida à escravidão sexual e trabalho braçal forçado, o que ocasionou, no

imaginário popular, a representação da mulher negra hipersexualizada e vista

como promíscua, reforçando a discriminação e a violência contra a mulher

afrodescendente.

Na cultura brasileira, é impossível pensar em mulheres negras como pessoas frágeis. São as negras que, em sua maioria, começam a trabalhar desde jovens para ajudar a família e precisam largar os estudos para cuidar da roça ou limpar a casa de pessoas brancas como empregadas domésticas. Em incontáveis casos, senhoras negras de idade contam histórias de trabalho contínuo sem qualquer descanso, criando filhos dos brancos, cuidando da faxina de residências e centros comerciais, transportando cargas e permanecendo em pé dias inteiros enquanto trabalham, sem receber qualquer direito trabalhista ou pausa para repouso. (ARRAES, 2013)

A mulher branca precisou lutar para trabalhar fora de casa, entrar no

mercado de trabalho, ingressar nos meios acadêmicos, lutando pela igualdade

de direitos com relação ao gênero. A mulher negra já estava no mundo de

trabalho há séculos, desumanizada, considerada sem inteligência; aspecto

esse que se iguala à luta das mulheres brancas, o reconhecimento que as

mulheres são intelectualmente autônomas, capazes de pensar, raciocinar e

interagir com o mundo. Porém a mulher negra, tinha e tem mais um empecilho

para ser reconhecida e respeitada como ser inteligente, com virtudes e

individualidades, vencer a representação de braço de trabalho, sempre aptas

para o trabalho manual, consideradas mão-de-obra fácil e barata.

Em 2015, o mapa da violência mostra um aumento de 54%, em 10 anos,

o número de homicídios de mulheres negras, passando de 1.864, em 2003,

para 2.875, em 2013. No mesmo período, a quantidade anual de homicídios de

mulheres brancas caiu em 9,8%, saindo de 1.747 em 2003, para 1.576 em

2013. Segundo os dados de 2013 do Ministério da Saúde, a violência contra a

mulher negra, ocorre 55,3% em ambiente doméstico, e em 33,2% dos casos,

esses crimes são cometidos por parceiros ou ex-parceiros das vítimas. O país

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tem a quinta maior taxa de homicídios de mulheres do mundo, conforme dados

da OMS (Organização Mundial de Saúde), que avaliou oitenta e três países

(WAISELFISZ, 2015).

Desde agosto de 2006, quando foi sancionada a Lei 11.340 (Maria da

Penha), já se tentava combater e punir esse tipo de crime. Infelizmente, esse

problema piorou, e a judicialização dessa situação é fundamental para proteger

as mulheres e entender a atual violência segundo raça/cor, se faz necessário

para essa conscientização. Lembrando que a violência contra a mulher pode

ser física, psicológica e sexual (BRASIL, 2015).

É preciso criar uma consciência pública de não tolerância ao racismo e,

assim, conseguir uma resposta rápida e concreta das Instituições em favor das

mulheres negras. De acordo com Joaquim Molina, a violência contra a mulher

negra é considerada um problema de saúde pública que afeta o Brasil e o

mundo. Divulgar esses dados e estudos, é significativo para a conscientização

dessa situação que tem tirado a vida de tantas mulheres.

A Lei nº 13.104, de 9 de março de 2015, altera o art. 121 do Decreto-Lei

nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, para prever o feminicídio

como circunstância qualificadora do crime de homicídio e o art. 1º da Lei nº

8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes

hediondos.

De acordo com King (1988), uma análise simplista que faz as várias

discriminações relacionadas ao gênero, com os conceitos de risco duplo

(racismo e sexismo) ou triplo (racismo, sexismo e classismo) de forma

estratificada e hierarquizada, dependendo de quem interpreta, pode se dar

mais destaque para um do que para o outro, e não para o contexto que os três

conceitos estão inseridos. Para se entender a experiência da violência na vida

das mulheres negras, precisa-se fazer uma leitura múltipla, levando em

consideração as variáveis raça, gênero e classe social das vítimas.

A violência contra a mulher em todo o mundo é muito frequente, e

acontece por diversos motivos e em diferentes contextos. Porém, devido ao

silêncio que envolve essa situação, fica muito difícil conseguir informações

sobre os fatos (crimes). Por isso, há necessidade de esforços nacionais e

internacionais para mudar esse quadro. As pessoas têm medo de denunciar e

ainda ocorre da vítima se considerar “culpada” pela agressão, causando a

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estigmatização das vítimas. Além disso, ocorrem ameaças, pouca confiança

nas Instituições Públicas, entre outras.

Outra temática discutida “é a associação entre a violência e a pobreza”,

onde a maior incidência de agressão ocorre nas classes de menor renda. As

mulheres negras têm o maior percentual de vitimização, que todos os outros

grupos e a violência doméstica também apresentou o maior percentual.

Infelizmente, a desigualdade social no Brasil tem cor e sexo, e continuar

a mascarar esses problemas, não vai fazer com que eles deixem de existir.

Precisamos reconhecê-los para que os mesmos possam ser resolvidos através

de metas e ações públicas, para que a igualdade de direitos e oportunidades

seja justa, sem distinções de qualquer nível.

SUGESTÕES PARA O PROFESSOR:

1) Mulheres Negras. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=ZLofi1VDeWU. Acesso em 08/08/2016.

Publicado em 15 de agosto de 2012.

Mulheres Negras. Compositor: Eduardo (Facção Central) Arranjador e

Intérprete: Yzalú. Disponível em:

http://catarse.me/pt/projects/951-dvd-e-cd-yzalu-mulheres-negras

Acesso em 08/08/2016.

Para o professor refletir e discutir com os alunos:

Como as mulheres negras se vêm diante dessa sociedade?

Como elas querem see vistas?

2) Marcha das Mulheres Negras 2015: contra o Racismo, a Violência e pelo

Bem Viver - Comitê PE. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=qFP6im9-vo4

Publicado em 7 de outubro de 2015.

"Marcha das Mulheres Negras 2015: contra o Racismo, a Violência e pelo Bem

Viver” fala sobre o movimento que está mobilizando negras em todo o Brasil. O

vídeo é um convite para que as mulheres negras participem do processo de

construção da Marcha, que vai acontecer em Recife, no dia 16 de novembro, e

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em Brasília, no dia 18 de novembro de 2015. Desde o lançamento do Comitê

Impulsor de PE, em 2014, o movimento vem realizando encontros em todo o

Estado, rodas de diálogos e intervenções artísticas para chamar atenção das

bandeiras da Marcha, que são: pelo fim do Racismo, da Violência contra as

mulheres e pelo Bem Viver.

Produção e direção: Ilana Costa e Gaia Lourenço

Realização/Produção Executiva: SOS Corpo - Instituto Feminista para a

Democracia e Comitê Impulsor da Marcha das Mulheres Negras de PE

Para o professor analisar os dados de violência e discriminação que as

mulheres negras sofrem, e como tem organizado os movimentos femininos

negros para o enfrentamento dessa temática.

ATIVIDADES PARA OS ALUNOS:

TEMA: Mulheres Negras no Enfrentamento à Discriminação e Violência.

OBJETIVO GERAL:

Entender que as mulheres negras no Brasil têm uma luta histórica a

vencer, contra uma sociedade discriminadora, machista e que não mede

esforços para excluir essa grande parcela da população, que precisa ser

reconhecida como sujeito histórico, que tanto contribuiu para formação da

nação brasileira.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Compreender como a Organização dos Movimentos Sociais

(Movimento Negro e das Mulheres) foi importante para a conquista

de direitos, combatendo o racismo e o sexismo no Brasil para

promoção à igualdade nas relações sociais;

Perceber que as estatísticas mostram um grau de violência muito

grande em relação às mulheres negras, e que esse problema

precisa ser combatido de forma incessante pelos órgãos

governamentais e pela sociedade brasileira;

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Entender como as Leis Maria da Penha 11340/06 e a lei do

Feminicídio 13104/15, podem ajudar a prevenir e punir crimes

contra a mulher;

Reconhecer e valorizar a identidade da mulher negra, através da

sua história e da sua organização na luta contra as injustiças e

estereótipos criados para desumanizá-la.

ESTRATÉGIAS:

Aulas expositivas dialogadas, sobre a violência e a discriminação que as

mulheres negras sofrem, dados que afirmam essa hipótese, através do mapa

da violência de 2015, leis criadas para punir, prevenir e combater crimes

praticados contra mulheres, e a organização e a luta das mulheres negras para

conquista de seus direitos e pelo respeito a sua identidade. Depois das

discussões, serão assistidos vídeos para realização de debates sobre a

situação da mulher negra diante dessa luta contra o Racismo, violência e

classicismo. Os alunos se reunirão em grupos para elaboração de cartazes

contra a violência e em favor de um mundo mais justo, e para o encerramento

do Projeto será realizada uma oficina de penteados e turbantes africanos e um

desfile para apreciação da beleza da mulher negra e da identidade da mulher

negra.

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR:

a) Depois de analisar o mapa da violência 2015, que mostra os dados

de violência contra a mulher no Brasil e o aumento da violência contra a

mulher negra, e levando em consideração que esses crimes são

cometidos na maioria das vezes em ambiente doméstico, se faz

necessário que políticas públicas sejam criadas e respeitadas para

prevenir, combater e punir esse tipo de crime. Para isso, vamos analisar

também a lei 11340 (Maria da Penha) e a lei 13104 (Feminicídio), assim

como assistir os vídeos com depoimentos de mulheres negras no

enfrentamento da discriminação, violência e na luta pela igualdade de

direitos e pelo respeito pela sua identidade.

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MACHISMO & RACISMO: Mulheres Negras são as maiores vítimas (mapa da

violência). Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=Y-QK0zLRdYs

Acesso em 10 de setembro de 2016. Publicado em 11 de novembro de 2015.

Violência contra a Mulher. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=SE9lvC56fn0

Acesso em 10 de setembro de 2016. Publicado em 18 de março de 2012.

Alma Preta / Por que o empoderamento das mulheres negras tanto

incomoda? - Djamila Ribeiro. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=ShQnTNzV5UM

Publicado em 25 de junho de 2015.

No último dia 06/06, o Alma Preta conversou com a feminista negra Djamila

Ribeiro. A mestranda em filosofia pela UNIFESP explicou a singularidade da

luta das mulheres negras, reprimidas tanto pelo racismo quanto pelo

machismo.

Site: http://almapreta.com/

Facebook: https://www.facebook.com/pages/Alma-Preta/1557313474531421

TV PUC-Rio: #KBELA . Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=KdiTJnQerj4. Publicado em 12 de março

de 2015.

Com um elenco formado 100% por mulheres negras, o filme KBELA conta a

história de uma menina que decide não alisar mais o cabelo e lutar contra o

preconceito. O curta idealizado pela aluna de jornalismo da PUC Yasmin

Thayná mobilizou mais de cinquenta colaboradores por meio de uma

campanha nas redes sociais e arrecadou cerca de R$ 5.000,00 em doações

feitas em um site de financiamento coletivo. Baseado em experiências de

Yasmin, o filme busca trazer à tona temas como racismo e machismo.

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A representação das mulheres negras pela mídia. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=NV4_OTWf4J0.

Publicado em 29 de outubro de 2015.

Reflexão sobre o padrão branco, o feminismo negro e o racismo.

Realização: Jéssica Ferrara e Nathalia Levy; Tinha que Ser Mulher. Disponível

em: www.tinhaquesermulher.com.br

Após a exposição dos conteúdos e assistir aos vídeos, será realizado um

debate sobre a violência e a discriminação que as mulheres negras enfrentam,

e as consequências dessa problemática para as mesmas, assim como a

organização do Movimento Feminino Negro.

b) Produção de uma narrativa histórica, com base nos temas estudados e

debatidos durante as aulas.

c) Elaboração de cartazes contra a violência e a discriminação, que sofrem as

mulheres negras ou sobre a Organização do Movimento das Mulheres Negras

para o enfrentamento da desigualdade, em favor de um mundo mais justo.

d) Com base nos conhecimentos adquiridos, e ter assistido os vídeos citados

acima, será realizada uma oficina de penteados e turbantes afro, para o

reconhecimento e valorização da Identidade da Mulher Negra, encerrando o

projeto com um desfile para apreciação da beleza da mulher negra e da cultura

africana.

ATIVIDADES:

1) Produza uma narrativa histórica em torno dos temas estudados: Feminicídio,

Lei Maria da Penha e a violência contra mulher negra. Tenha como base a

problemática: As Mulheres Negras no enfrentamento da discriminação e

violência.

Obs.: Utilize de 15 a 30 linhas.

2) Em duplas, elaborem um cartaz contra a violência e discriminação que

sofrem as mulheres negras, baseando-se nos conteúdos estudados e vídeos

assistidos sobre esse tema.

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Obs.: A produção do cartaz pode conter ilustrações ou desenhos, com pouca

escrita e letras grandes e legíveis.

Para o encerramento será realizada uma oficina de penteados e turbantes afro

com desfile para apreciação.

TEMPO:

Doze aulas.

AVALIAÇÃO:

A avaliação será diagnóstica e cumulativa e irá considerar a participação

dos alunos e sua progressão nos conhecimentos estudados, analisando o que

ele sabe antes e após o estudo dos temas ou conteúdos.

Pretende-se formar um aluno pesquisador, autor de suas ideias e

questionador, não um simples reprodutor de conhecimentos, por isso, serão

avaliadas suas reflexões, argumentações e análise da sua interpretação do

conteúdo estudado. Para que assim, os alunos se percebam como sujeitos

históricos, capazes de se reconhecerem como seres sociais e de interpretar a

ação humana através do tempo.

Sabemos que existem diferentes formas de explicar as realidades

estudadas, através da experiência do dia a dia, ou através de pesquisas

científicas literárias, entre outras, para o estudo da mesma realidade. Assim,

permite-se que o aluno pense a sua aprendizagem, e para isso, serão

realizadas atividades diversificadas para avaliar e promover as diferentes

formas de aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este Caderno Pedagógico tem como objetivo trazer à luz a História das

Mulheres Negras no Brasil, que apesar de contribuírem de forma incessante

para construção da identidade nacional e para o desenvolvimento do país, não

têm sua participação reconhecida e devido as representações

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desumanizadoras que foram construídas historicamente, hoje sofrem com a

discriminação e a violência.

Sabemos que a violência contra a mulher é algo antigo, mas a

preocupação em combater esse problema é algo novo. O reconhecimento da

sociedade sobre essa temática é muito importante para a criação de Políticas

Públicas que venham de alguma forma ajudar no enfrentamento ao racismo,

sexismo e classicismo no Brasil, para que a população afrodescendente tenha

acesso aos sistemas educacionais, mercado de trabalho e supere as

desigualdades raciais.

Ainda hoje, o “racismo científico” encontra seguidores na atualidade, que

tentam explicar cientificamente a inferioridade do negro diante do branco, como

é o caso de dois estudiosos: James Watson, Prêmio Nobel de 1962 e Arthur

Jenson, psicólogo da Universidade da Califórnia, que iniciaram uma discussão

pública, sobre essa questão. É preciso desconstruir essas ideologias, para que

a população afrodescendente possa se integrar na sociedade de forma

igualitária, o que para as mulheres negras é ainda mais difícil, porque além do

preconceito racial, tem o problema de gênero e classe a vencer.

É importante estudar e ensinar a História das mulheres negras no Brasil,

para que a partir do conhecimento os professores, alunos e comunidade

escolar passem a valorizar esses sujeitos históricos e se desconstrua as

representações e a desumanização dessas mulheres construídas ao longo do

tempo, para que, dessa forma, a identidade das mulheres negras seja

respeitada e reconhecida. As mulheres negras são vítimas da opressão de um

mundo machista e preconceituoso, por isso, é preciso lutar para alcançar uma

vida com liberdade e igualdade racial para todas e todos.

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