ficha para catÁlogo produÇÃo didÁtico pedagÓgica · ... no campo do crescimento das relações...

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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Valores universais do ser humano e os reflexos na disciplina da escola

Autor Alice Bassan Felber

Escola de Atuação Colégio Estadual Leonel Franca Ensino Fundamental e Médio

Município da escola Paranavaí

Núcleo Regional de Educação Paranavaí

Orientador Ms. Cássia Regina Dias Pereira

Instituição de Ensino Superior Unespar – Campus Paranavaí

Disciplina/Área (entrada no PDE)

Pedagogia

Produção Didático-pedagógica Unidade didática

Relação Interdisciplinar Não

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

Professores do Colégio Estadual Leonel Franca EFM

Localização

(identificar nome e endereço da escola de implementação)

Colégio Estadual Leonel Franca Ensino Fundamental e Médio

Rua Sílvio Vidal 1680 centro Paranavaí - Paraná

Apresentação:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

No ambiente escolar, as relações interpessoais estão bastante confusas, reflexo das contradições existentes na sociedade contemporânea, onde a ética e os princípios morais têm sido desprezados pela ênfase ao individualismo, pela conotação pejorativa dada em prol da modernidade e pela crítica exacerbada em relação às tradições e aos valores numa perspectiva moralista. O processo educacional fica prejudicado, devido às dificuldades enfrentadas pelos docentes para realizar o seu papel essencial que é a transmissão dos conhecimentos historicamente construídos pela humanidade, acumulando a função de resgatar valores, limites de comportamento e respeito humano, sem os quais a indisciplina se impõe como um dos maiores entraves para a aprendizagem. Considerando que os conflitos disciplinares em sala de aula apresentam-se de forma acentuada, este trabalho propõe análise de filmes, reflexão e estudo de textos aos professores

sobre as questões relacionadas a princípios éticos, morais, indisciplina e ação do professor. O objetivo deste material é contribuir para melhorar a relação professor-aluno e aluno-aluno, no sentido de desenvolver um relacionamento fundamentado em valores como: solidariedade, tolerância, união, respeito ao outro e disciplina consciente.

Palavras-chave(3 a 5 palavras) Ética. Princípios morais. Valores. Indisciplina.

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICAPROFESSOR PDE – TURMA 2010

1 IDENTIFICAÇÃO 1.1 NOME DO PROFESSOR PDE: ALICE BASSAN FELBER1.1.1 RG: 4 219 019 – 51.1.2 CELULAR: (44) 9974 52631.1.3 E-mail: [email protected] ÁREA/PDE: PEDAGOGIA1.3 NRE: PARANAVAÍ1.4 MUNICÍPIO: PARANAVAÍ1.5 PROFESSOR ORIENTADOR IES: Ms. CÁSSIA REGINA DIAS PEREIRA1.6 IES VINCULADA: UNESPAR – CAMPUS PARANAVAÍ1.7 ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: COLÉGIO ESTADUAL LEONEL FRANCA EFM 1.8 PÚBLICO OBJETO DE INTERVENÇÃO: PROFESSORES DO COLÉGIO ESTADUAL LEONEL FRANCA – EFM

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃOPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL - PDE

VALORES UNIVERSAIS DO SER HUMANO E OS REFLEXOS NA DISCIPLINA EM SALA DE AULA

FELBER, Alice Bassan.1

2 APRESENTAÇÃO

O material didático-pedagógico aqui apresentado faz parte do programa

PDE, tendo como objetivo apontar caminhos para o enfrentamento da indisciplina

em sala de aula através da reflexão sobre a temática dos valores nos quais se

sustentam as relações interpessoais, favorecendo a oportunidade da discussão

relacionada à importância dos valores humanísticos como o respeito mútuo, a

solidariedade, a união e a disciplina consciente para a formação de uma

sociedade mais harmônica.

Há urgência em colocar valores como a solidariedade, o respeito mútuo, a

união e a responsabilidade no centro da problemática a ser discutida com toda a

comunidade escolar onde a questão dos valores morais deve ser uma questão de

todos e de cada um na busca de princípios norteadores para o agir humano.

A escola pode promover ações em benefício da disciplina discente,

abordando a ética ou a filosofia moral, considerando fundamental estabelecer o

exercício de analisar, refletir, resgatar valores morais aparentemente

desvalorizados pela sociedade, orientando o caminho percorrido pelos

professores e estudantes, em um processo de acompanhamento e ampliação dos

conhecimentos para o exercício prático da cidadania através de atitudes

pertinentes aos princípios morais relacionados à ética.

Os avanços tecnológicos que demonstram o desenvolvimento intelectual

do ser humano são inúmeros, entretanto, no campo do crescimento das relações

humanas, percebe-se um desaprender, na medida em que um acentuado

desrespeito humano, que gera situações de violência, principalmente urbanas,

tem aumentado assustadoramente, dando a impressão que o homem não sabe

mais conviver em grupo e respeitar o outro, como se o processo educacional

estivesse perdendo força nesses novos tempos.

1Professora PDE. Pedagoga. Texto material Didático, elaborado como atividade do Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná. Agosto 2011.

Isso tem resultado na profunda confusão estabelecida dentro das salas de aula onde vemos o professor que assume uma condição de impotência, marcada pela permissividade e pela omissão, ou o professor prepotente e despótico. Assim como o aluno, desmotivado, despreparado e desinteressado (PEREIRA, 2005, p.81).

A apresentação de possibilidades práticas e a maneira como os

professores podem interagir através de uma ação coletiva, utilizando materiais

didático-pedagógicos como recurso de aprendizagem para incorporar a reflexão

sobre as relações éticas e os valores morais, contribui para a construção de uma

prática mais elaborada e sistematizada de intervenção que colabore para atenuar

os problemas de relacionamento existentes.

Em relação à prática pedagógica, Pereira (2005, p.79), comenta que “o

trabalho do professor é ensinar. Mas ensinar é uma tarefa que requer uma

reflexão profunda e detalhada do processo contínuo que é o ensinar para que

ocorra o aprender”. Sobre esta questão, discorre ainda, que o professor deve

estar sempre voltado para o crescimento do aluno que é o centro das ações

educacionais, realizando um trabalho objetivo para a formação da cidadania, da

participação social, sendo que para isso, há a necessidade de saber ensinar com

competência.

A carência de fundamentação teórica favorece a manutenção do senso

comum, como coloca Pereira (2005, p.81), “isso faz surgir entre os professores as

práticas espontaneístas, falta de compromisso político e social com a profissão e

com os alunos que recebem seus ensinamentos.”

Essas asserções possibilitam a conclusão de que o professor, através de

uma fundamentação teórica consistente, tenha melhores condições de utilizar

metodologias que viabilizem uma prática diferenciada. A vivência do trabalho em

grupo pode contribuir para que atitudes sociais de civilidade e valores morais

sejam estabelecidas no cotidiano da sala de aula com reflexos positivos para a

disciplina e aprendizagem dos alunos.

A leitura, a discussão de textos e a análise de filmes que enfatizam as

questões pertinentes às relações interpessoais podem contribuir com os

professores para o processo de construção ideológica da ética e da cidadania na

vida cotidiana dos estudantes.

Portanto, propomos ações sistematizadas para o trabalho de formação

dos professores com o fim de fortalecê-los no processo de enfrentamento ao

desafio de contribuir para a formação moral e ética dos alunos minimizando os

problemas disciplinares em sala de aula incluindo as relações professor-aluno e

aluno-aluno.

3 PROCEDIMENTOS

3.1 CONTRIBUIÇÃO TEÓRICA PARA FUNDAMENTAÇÃO DAS QUESTÕES

FILOSÓFICAS SOBRE ÉTICA, VALORES MORAIS E DISCIPLINA CONSCIENTE

Existe uma persistente polêmica sobre a relação entre moralidade e

educação. Atualmente, há a expectativa dos pais de que a educação escolar,

além dos conhecimentos básicos, favoreça a formação moral no comportamento

dos estudantes, propiciando um ambiente de apoio e respeito, familiarizando-os

com as atitudes éticas que a sociedade espera deles.

Mas há controvérsias, de que a escola deve apenas responsabilizar-se

pela aprendizagem dos conteúdos, que a formação moral é de responsabilidade

da família.

Alguns alegam que toda educação tem uma dimensão moral. Outros insistem que em nenhuma circunstância os educadores devem tentar introduzir assuntos morais na sala de aula porque, no final, não será mais que uma doutrinação. Em terceiro existem aqueles que afirmam que uma educação sólida pode e deve incluir um componente de educação moral. Quando os problemas da moralidade e da educação são formulados dessa maneira, não somos capazes de escolher uma ou outra posição. Cada um desses grupos pressupõe que a moralidade consiste de princípios morais e regras; a maioria de seus desacordos são sobre quais as regras que devem ser ensinadas, ou mesmo se devem ser ensinadas. No nosso ponto de vista, uma abordagem filosófica da ética é aquela que enfatiza o método da investigação ética mais que determinadas regras morais de grupos específicos de adultos (LIPMAN, 2001, p.96-97).

O autor argumenta que instigar a dúvida, levantar e problematizar

questões, discutir em grupo, familiarizar o homem com a prática da investigação

moral e da consciência da natureza dos juízos morais, tem sentido educativo,

ressaltando (p.97) que “além disso, o indivíduo moral não é apenas aquele que

está apto a fazer juízos ‘corretos‘, mas é igualmente aquele que sabe quando não

é necessário emitir juízos e evita fazê-los nessas situações.”

Trabalhar, questionar, junto com a equipe de professores através da

introdução de temas que incentivam a reflexão sobre novas possibilidades nas

relações interpessoais, na formação moral e ética, requer uma fundamentação

teórica pertinente, que familiarize os docentes acerca do tema, possibilitando a

ampliação de compreensão dos elementos intrínsecos aos valores universais do

ser humano e as normas de convivência pacífica entre os jovens no ambiente

escolar.

Assim, proporcionar a discussão sobre os fundamentos da ética e da

moral é uma condição necessária para contextualizar a reflexão sobre os valores

humanos, buscando diferentes maneiras de ver o problema, confrontando com as

ações já desenvolvidas nesta área. A partir daí, elaborar novos conceitos

exercitando a argumentação filosófica, a reelaboração do conhecimento e

consequentemente propondo novas possibilidades de superação para os conflitos

nas relações em sala de aula.

Para iniciar esta reflexão, sugerimos o texto Objetivo da Ética, de

Vázquez (2002, p.15-34), que trata sobre os problemas morais e problemas

éticos, definindo a ética, seu objeto e sua relação com a filosofia. Através da

leitura e discussão deste texto, é possível entender que a função fundamental da

ética é explicar, esclarecer uma realidade e ainda a pluralidade do comportamento

moral que varia historicamente. Segundo o próprio autor (p.22), “A ética não cria

a moral. Conquanto seja certo que toda moral supõe determinados princípios,

normas ou regras de comportamento, não é a ética que os estabelece numa

determinada comunidade”.

As informações contidas no texto possibilitam ao leitor construir asserções

sobre os problemas morais e éticos. Nessa perspectiva, após a leitura do mesmo,

propomos as seguintes questões para registro e debate:

– Análise e conceituação de moral, ética, da função da ética e sua

relação com o comportamento humano moral fundamentados no texto;

– Após a discussão das afirmações destacadas do texto, elaborar as

asserções, no entendimento pessoal, sobre o que há de comum, na prática, entre

ética, moral e relações interpessoais;

– Considerando as questões éticas e morais da contemporaneidade,

como o texto apresentado pode contribuir efetivamente em sua prática de sala de

aula para obter o melhor resultado possível no trabalho com os alunos?

As relações interpessoais em sala de aula estão bastante confusas. As

dificuldades de relacionamento no cotidiano escolar, complicam-se a cada dia de

forma que os distúrbios disciplinares não são mais eventos esporádicos e

pontuais, consequentemente tornam-se obstáculos pedagógicos, afetando de

modo negativo o processo ensino-aprendizagem. As práticas cotidianas estão

repletas de discriminações, preconceitos, violências e desconsiderações nas

formas específicas de relacionamento entre as pessoas, com as instituições e

com as leis, porque falta consciência e entendimento do que é ou não é

moralmente aceito.

A pesquisadora e mestre em Educação, Tania Zagury (2009), realizou um

projeto, com início no ano 2002, que se tornou um amplo estudo com o objetivo

de se colher dados concretos sobre o pensamento do professor brasileiro que

atua em sala de aula, abordando temas polêmicos da prática docente. Em relação

à questão das maiores dificuldades do professor em sala de aula, o resultado

com a maior porcentagem (22%), foi a de manter a disciplina na sala de aula,

seguido de motivar os alunos (21%).

[...] a disciplina em sala de aula é hoje o maior problema, seguido de muito perto pela falta de motivação. Não se pode dissociar um do outro – aliás, é quase impossível afirmar quem é a causa e quem é a consequência. Em geral, o aluno se torna indisciplinado quando para de aprender. Ou está desmotivado e por isso se torna indisciplinado. Portanto, podemos considerar que, se ambos forem solucionados, quase metade dos problemas do professor estariam resolvidos (ZAGURY, 2009, p.84).

Ainda na mesma pesquisa constam dados relativos às causas da

dificuldade em manter a disciplina em sala de aula e os resultados mais

relevantes são: alunos que não têm limite, rebeldes, agressivos e faltam com o

respeito ao professor (44%); falta de educação e excesso de liberdade (19%);

falta de compromisso, interesse e apoio da família (11%), seguido de outros

aspectos com porcentagem menos relevantes.

A problemática sobre as questões disciplinares em sala de aula não deve

ser entendida de modo unilateral, como comportamento impróprio exclusivo do

aluno. A atuação docente inadequada também é causa de indisciplina. Utilizar

metodologias diferenciadas e eficientes, dominar o saber e o conteúdo da

disciplina que leciona, faz com que a autoridade do professor seja conquistada

perante os estudantes.

A intolerância, a falta de questionamento e da autorreflexão por parte de

alguns educadores, levam a um constante conflito entre aluno-professor, portanto

o trabalho educacional exige formação e esforço de equipe. O professor deve

repensar sua postura na sala de aula para transformar o ambiente, sendo que, o

trabalho de intervenção sobre as questões ligadas à indisciplina tem de ser

constante e exemplificado por ações de respeito por parte de todos envolvidos no

processo ensino-aprendizagem.

E para isto, somente resta à escola uma solução: lembrar e fazer lembrar em alto e bom tom, a seus alunos e à sociedade como um todo, que sua finalidade principal é a preparação para o exercício da cidadania. E, para ser cidadão, são necessários sólidos conhecimentos, memória, respeito pelo espaço público, um conjunto mínimo de normas de relações interpessoais, e diálogo franco entre olhares éticos. Não há democracia se houver completo desprezo pela opinião pública (LA TAILLE, 1996, p.23).

É de suma importância que a educação seja realizada de forma salutar de

modo que proporcione condições de igualdade e parceria nas relações

interpessoais, estabelecendo um elo de colaboração entre todo o grupo.

O complexo cenário de relações estabelecidas no ambiente escolar deve

ser elemento de reflexão, caracterizado por uma atitude problematizadora e

investigativa a todo sujeito da escola pública, onde as contradições se tornaram

mais agudas, salientando que para superar esses entraves não podemos esperar

respostas prontas.

São tantas as mudanças e os desafios colocados para os professores,

que é necessário um espaço onde possam estar refletindo juntos, estudando,

analisando a própria prática e trocando experiências.

Relações deterioradas entre aluno-aluno e professor-aluno provocam

conformismo e apatia, negligência ao material de estudo, muitos conflitos no dia-

a-dia do trabalho escolar, afrontamentos e atos de violência radical.

Hoje, o espaço de trabalho coletivo sistematizado é uma exigência

fundamental no contexto escolar. O agir fundamentado propicia resultados

melhores e mais racionais que o agir sem razões ou justificativas, portanto é

imprescindível investigar e avaliar as relações que acontecem nas interações

sociais do ambiente escolar.

Para discutir a problemática relacionada à indisciplina existe uma extensa

bibliografia, porém, abordaremos dentre tantas outras opções, o texto A desordem

na relação professor-aluno: indisciplina, moralidade e conhecimento, de autoria de

Aquino (1996, p.39-55) que está articulado ao enfoque dado por este trabalho

para a reflexão sobre a relação professor-aluno, sendo apoio para as discussões

do aspecto psicológico e sócio-histórico das atitudes de indisciplina no ambiente

escolar.

Em fundamento a esta questão, o autor ressalta no texto as possíveis

leituras do fenômeno implicando uma análise que vai além do campo de ação

didático-pedagógico. “[...] de acordo com dois olhares distintos sobre o tema: um

sócio-histórico, tendo como ponto de apoio os condicionantes culturais, e outro

psicológico, rastreando a influência das relações familiares na escola” (p.41).

No texto, os aspectos da relação professor-aluno se desenvolvem pelo

questionamento sobre a prática pedagógica e a conduta dialógica por parte do

educador para a compreensão, o manejo da disciplina e a flexibilidade das formas

relacionais. O autor afirma que “É preciso, pois, reinventar continuamente os

conteúdos, as metodologias, a relação. E isto também é conhecimento!” (p.53).

A leitura possibilita a sistematização pelos professores dos

questionamentos propostos pelo autor no próprio texto quando faz menção à

música “Estudo Errado” de Gabriel O Pensador:

“O que estaria acontecendo com a educação brasileira atualmente?”(p.39)

“Qual o papel da escola para sua clientela e seus agentes?” (p.39)

E ainda fundamentar se “Afinal de contas, sua função primordial seria a

de veicular os conteúdos classicamente preconizados ou tão somente conformar

moralmente os sujeitos a determinadas regras de conduta?” (p.39)

No mesmo artigo, Aquino (p.40) coloca que “A indisciplina, seria, talvez, o

inimigo número um do educador atual”. Isto posto, traçar critérios para contribuir

com o manejo da disciplina na sala de aula, na perspectiva de melhorar as

relações professor-aluno e aluno-aluno, apresentando as propostas em um

grande círculo para serem discutidas e avaliadas pelo grupo de professores.

Outra atividade pertinente é estabelecer uma análise dos critérios

elaborados pelo grupo na atividade anterior e o que está posto na normatização

do ponto de vista institucional, no Regimento Escolar, a respeito dos direitos,

deveres, proibições, ações disciplinares em relação aos alunos e dos deveres do

professor.

A busca de reflexão que problematiza, discute e interpreta as relações

existentes no espaço educacional estabelece a necessidade de um movimento

contínuo para a construção e reavaliação de regras morais que visam o bem

comum. As discussões pertinentes aos valores morais necessários para a vida

em sociedade como o respeito mútuo, a responsabilidade, a solidariedade, a

união e a disciplina consciente são válidos para qualquer situação, base de todo

convívio e exercita os requisitos para uma posição esclarecida que, distingue o

comportamento reproduzido e transmitido, do verdadeiro espírito crítico e da

atitude questionadora.

O ser humano precisa adaptar-se a uma série de valores, costumes e

práticas sociais no processo de construção da auto-regulação do grupo, que se

dá na interação social. Através desta perspectiva, Chaui (2004) coloca que a

pessoa, como sujeito ético ou moral, deve desempenhar as seguintes condições:

• ser consciente de si e dos outros, isto é, ser capaz de reflexão e de reconhecer a existência dos outros como sujeitos éticos iguais a si;

• ser dotado de vontade, isto é, 1) de capacidade para controlar e orientar desejos, impulsos, tendências, paixões, sentimentos para que estejam em conformidade com as normas e os valores ou as virtudes reconhecidas pela consciência moral; e 2) de capacidade para deliberar e decidir entre várias alternativas possíveis;

• ser responsável, isto é, reconhecer-se como autor da ação, avaliar os efeitos e as conseqüências dela sobre si e sobre os outros, assumi-la bem como às suas conseqüências , respondendo por elas;

• ser livre, isto é, ser capaz de oferecer-se como causa interna de seus sentimentos, atitudes e ações, por não estar submetido a poderes externos que o forcem e o constranjam a sentir, a querer e a fazer alguma coisa. A liberdade não é tanto o poder para escolher entre vários possíveis, mas o poder para autodeterminar-se, dando a si mesmo as regras de conduta (CHAUI, 2004, p.309).

No texto, A escola e os valores: a ação do professor (p.5-21), que faz

parte da obra Indisciplina/disciplina: ética, moral e ação do professor, La Taille

(2010), faz uma síntese de algumas palestras de sua autoria sobre os valores e

sua relação com a educação. Os principais temas abordados são: a definição de

valor do ponto de vista psicológico, a questão do conhecimento, moral e ética,

relacionadas com os valores e apontamentos a respeito de possíveis estratégias

educacionais.

O conflito da indisciplina no dia-a-dia da sala de aula relaciona-se com a

suposta inversão de valores éticos e morais, pelo rompimento com os valores

estabelecidos, pelas questões da indiferença e do individualismo, que podem ser

rebatidos com o resgate do respeito ao outro, ao espaço público e a si mesmo,

valorizando as relações interpessoais em contrapartida ao aumento dos

interesses puramente individuais. Sobre esta realidade, entre outras colocações,

o autor do texto considera que:

O lado negativo do individualismo está, sem dúvida, presente nos dias de hoje. Muitos procuram formas de vida ‘sem outrem‘ e muito menos ‘para outrem‘, e com total descompromisso em promover ou conservar ‘instituições justas‘. É cada um por si, e ninguém por todos. Daí, entre outras causas, a incivilidade, o desrespeito e a violência, traduções da radical ausência do outro nas buscas existenciais do plano ético, e sintoma provável de um mal-estar psicológico de inúmeras pessoas (LA TAILLE, 2010, p.18-19).

Educar no sentido amplo de apresentar valores que formem um ser

humano comprometido com o respeito ao próximo é uma das funções da escola.

Neste sentido, o trabalho pedagógico não poderá dissociar a discussão de temas

que contribuam para a humanização e para a superação das situações de

conflito, de outras áreas do conhecimento, mas fazê-la interdisciplinar, um

espaço para um trabalho constante de reflexão crítica e coletiva em relação aos

problemas de relacionamento em sala de aula de forma a compreender o

significado dos mesmos e reorientar significativamente a conduta de cada um

para uma convivência respeitosa.

Os princípios para as regras de convívio devem ser refletidos pela

comunidade escolar e La Taille (2010, p.15), indica que “Se os princípios morais

forem claros, não será necessário formular tantas regras, que deles são

decorrência lógica”.

Partindo do pressuposto de que os princípios morais e éticos não são

espontâneos e sim aprendidos, a análise do texto nos incita a que não devemos

deixar com está.

É necessário buscar possibilidades através da produção de uma

contribuição prática a ser discutida e sistematizada pelo grupo de professores,

definindo quais princípios seriam primordiais para cultivar nas relações

interpessoais do ambiente escolar, abordando as questões relacionadas aos

valores sem tratá-los numa perspectiva moralista.

Para tal finalidade, após a leitura e discussão do texto, a proposta é

produzir um projeto definindo os aspectos a seguir:

● Título do projeto;

● Justificativa para o trabalho relacionado aos valores de convivência;

● Objetivo geral;

● Objetivos específicos;

● Definição dos valores a serem trabalhados;

● Desenvolvimento do projeto;

● Estratégias de ação;

● Cronograma das atividades.

Como avaliação desta propositura, o projeto deverá ser apresentado para

a comunidade escolar objetivando sua inclusão no Marco Operacional do Projeto

Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino.

3.2 OUTRAS SUGESTÕES DE TEXTOS PARA COMPLEMENTAÇÃO DE

ESTUDOS TEÓRICOS

O texto Ética, (in)disciplina e relação professor-aluno, escrito pelo

professor e psicólogo Pedro-Silva (2010), esclarece as questões relacionadas à

ética e à moral, conceitua a disciplina/indisciplina, oferecendo sugestões que

podem ser postas em prática pelos educadores no sentido de melhorar a

disciplina e consequentemente a relação professor-aluno e aluno-aluno.

O autor escreve também sobre vários aspectos das relações

interpessoais, afirmando que para a ocorrência de qualquer construção é

fundamental que seja estabelecido o vínculo entre professor-aluno.

No texto, Valores em crise: o que nos causa indignação, as autoras do

texto, Tognetta e Vinha (2009), explanam sobre a complexidade das questões

referentes à ética e da formação dos valores morais, apresentando uma

investigação com estudantes adolescentes de uma escola pública e de uma

escola particular sobre o que lhes causa indignação, incluindo várias categorias

de respostas. O resultado do trabalho é demonstrado através de gráficos,

destacando os valores contidos em cada categoria de acordo com a opinião dos

jovens.

Após a apresentação dos resultados da investigação, as autoras

apresentam uma análise dos dados obtidos e sobre o questionamento que dá o

título ao artigo, crise de valores ou valores em crise?

No mesmo livro, D‘Aurea-Tardeli (2009) em, Adolescência, personalidade

e projeto de vida, define que “A missão da educação é transmitir conhecimentos

integrados em uma cultura, por meio de uma perspectiva ética, fato que nos leva

a educar em valores, não quaisquer valores, mas sim, valores éticos [...]”(p.70). A

partir desta afirmação, a autora desenvolve o texto comentando os aspectos

essenciais sobre a solidariedade, em relação à formação da personalidade moral

e das exigências éticas da solidariedade.

Evidencia que o homem só poderá ser solidário se lutar pela justiça e

pelos direitos humanos e ainda que, os valores e a moral são aprendidos, a

educação em valores permite assegurar que crianças e adolescentes assimilem

os valores fundamentais para a convivência humana.

3.3 CONTRIBUIÇÃO DA ANÁLISE FÍLMICA PARA DISCUSSÃO SOBRE ÉTICA, VALORES MORAIS E RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA ESCOLA

A imagem, no mundo de hoje, tem grandes repercussões sociais e

intelectuais para a humanidade, sendo que há anos atrás, sequer poderíamos

imaginar o alcance deste fenômeno que Gutiérrez (1978, p.15), assim registra:

“Passamos vertiginosamente de uma civilização verbal para uma civilização visual

e auditiva. É esse caminhar do inteligível ao sensível que está caracterizando o

novo processo cultural que hoje vivemos”.

O processo ensino-aprendizagem será enriquecido por mais

possibilidades de recursos de expressão a que o professor recorra para utilizar na

metodologia. Além da linguagem tradicional pode proporcionar a comunicação

através das diversas formas em que a arte se apresenta, incluindo as imagens

cinematográficas que além da representação possui a comunicação de uma

intenção.

[…] a imagem móvel se constitui numa linguagem nova que consegue dominar o tempo e o espaço. O cinema, como expressão e como arte, é o grande invento que está revolucionando as técnicas de comunicação da era da imagem. […] Agrade-nos ou não, a onipresença da imagem, no mundo atual, é uma das características mais singulares e importantes do mundo atual” (GUTIÉRREZ, 1978, p.16, grifo do autor).

No filme, quando verdadeiramente artístico, a criatividade pode se

manifestar “com sutileza e diversidade, idéias e opiniões podem ser trabalhadas,

interpretadas e transmitidas, oferecendo-se plenamente ao público, sem distinção

étnica, sexual, religiosa e social” (CHAUI, 2004, p.302).

O diálogo constante entre alunos e professores é um exercício que pode

levar à uma visão do bem comum. A análise fílmica é um recurso importante para

mobilizar a vontade em manter o diálogo em sala de aula, criando condições para

a discussão e argumentação dos temas relevantes da ética, dos valores morais e

das relações que exemplifiquem tais inserções.

Trabalhar a linguagem fílmica em sala de aula, com a intencionalidade

pedagógica, favorece o pensamento reflexivo e crítico porque ilustra, motivando a

análise e o debate coletivo de maneira menos convencional. Os jovens precisam

ser educados para ver filmes, desenvolvendo a sensibilidade e a análise dos

mesmos para além do senso-comum.

Os filmes têm sempre a possibilidade de ajudar os professores a tornar

suas aulas mais dinâmicas na medida em que propicia maior concentração dos

alunos e atenção sobe a própria consciência que se tem sobre as coisas, de si

mesmo, sobre os outros, reencontrando a vida cotidiana, a ideologia, a estética,

os valores morais e culturais expressos e sintetizados numa mesma obra de arte.

A opinião de Napolitano (2005) é que os dramas escolares, envolvendo

professores e alunos podem ser muito úteis como recurso de aprendizagem,

porque normalmente representam situações-limite envolvendo o trabalho

pedagógico e as relações humanas no ambiente escolar, principalmente quando

utilizados para a faixa etária que abrange a adolescência, visto que nesta fase o

cinema já se torna mais presente na vida do aluno, possibilitando um maior

aprofundamento das discussões.

Os filmes inspirados no cotidiano escolar, nas relações interpessoais entre

aluno-aluno e professor-aluno, são representações que atuam na afetividade e na

sensibilidade do telespectador, oferecendo informações de existências reais ou

imaginárias, mas com o poder de transformação social.

Mesmo que alguns filmes não tenham, a princípio uma finalidade

educativa, as vivências retratadas tornam possível a análise dos aspectos

relevantes enquanto provocadores de novos comportamentos, caracterizando a

aprendizagem por parte de alunos e educadores. Gutiérrez (1978, p.20), ressalta

que os educadores devem fazer tudo “[...] para transformar os meios de informação em meios de comunicação; temos que estimular e promover a perceptibilidade, criticismo e criatividade através desses próprios meios” (grifo do autor).

Nessa perspectiva, é importante apontarmos algumas sugestões de

análise fílmica que através de uma ação planejada, possibilite para alunos e

professores o exercício da reflexão e do diálogo, sobre situações do cotidiano que

enfatizem a convivência do ser humano e se relacionem principalmente ao

ambiente escolar, à ética, aos valores morais e à disciplina em sala de aula.

● Filme: Entre os muros da escola

Direção: Laurent Cantet

Ano: 2008

País: França

Gênero: drama, baseado em fatos reais

Duração: 128 min.

Classificação etária: 12 anos

Título original: Entre les Murs

Objetivo: Provocar uma nova interpretação da realidade escolar desenvolvendo a

capacidade de enxergar e criticar as regras não eficazes de controle da disciplina

em sala de aula.

Comentário:

O enredo deste filme trata sobre a problemática das relações

interpessoais durante o ano letivo em uma escola da periferia de Paris, focando

principalmente, o ambiente de uma sala de aula que pode ser incorporado ao

cenário contemporâneo da escola e ao drama para ensinar os alunos.

Um professor e seus colegas de trabalho procuram incentivar os

estudantes através do apoio mútuo, mas encontram dificuldades relacionadas a

falta de respeito e desestímulo dos alunos em aprender.

As múltiplas relações entre as pessoas que ali convivem, professor-aluno,

aluno-aluno e professor-professor, são retratadas de forma realista,

proporcionando ao telespectador, a identificação com situações vividas, pois o

filme lembra a forma de um documentário.

Os diálogos entre professores e alunos evidenciam a difícil tarefa de

participar da formação ética, moral e educacional dos adolescentes, na luta a

favor de um bem comum e não apenas do individual. As desigualdades sociais,

culturais, a insolência, o descaso e desrespeito dos alunos são complicadores

para a ação do professor em transmitir conteúdos de maneira clara e didática

proporcionando a aprendizagem com qualidade.

Questões para trabalho em grupo:

● Análise das motivações que o filme retrata como alicerce para o exercício

da reflexão individual e coletiva sobre as relações aluno-aluno, professor-

professor e professor-aluno.

● Seleção de uma sequência protagonizada por um dos personagens do

filme no exercício da resolução de problemas e conflitos em sala de aula e

a postura adotada diante dos valores éticos e morais.

● Reflexão sobre as consequências das desigualdades sociais e culturais

como desafios postos ao professor na sala de aula.

● A importância do filme para a compreensão crítica dos profissionais da

educação em relação à indisciplina no ambiente escolar.

As questões indicadas são sugestões para debate em grupo de

professores relacionadas ao tema proposto neste trabalho que aborda

principalmente as relações interpessoais no ambiente escolar, a ética, a moral e a

disciplina. Porém, o filme pode contribuir também para a discussão de outros

aspectos relevantes do cotidiano escolar, com alunos ou professores,

possibilitando a busca de uma reflexão que oriente nossa ação.

● Filme: Os Incompreendidos

Direção: François Truffaut

Ano: 1959

País: França

Gênero: drama

Duração: 100 min.

Classificação etária: 14 anos

Título original: Le Quatre Cents Coups

Objetivo: Sensibilizar os profissionais da educação para a humanização das

relações interpessoais.

Comentário:

O filme apresenta a problemática acerca das relações parentais,

influenciando a infância e a juventude no conflito com a escola.

Antoine Doinel, aluno desajustado, foi criado por um pai adotivo que por

negligência parecia não ter tempo para se preocupar com o bem-estar do jovem,

apesar de criá-lo como se fosse seu filho.

A história não se passa integralmente no ambiente escolar, mas propicia a

análise de questões ligadas ao autoritarismo na escola, as relações familiares

interferindo na vida escolar do estudante, a temática do abandono escolar, da

agressão física e da delinquência juvenil.

Questões para trabalho em grupo:

● Debate sobre a concepção de educação, de ensino-aprendizagem, de

relação professor-aluno e de disciplina que o filme encena.

● Produção de quadro comparativo sobre as concepções acima citadas e as

concepções contidas no Projeto Político-Pedagógico da escola em que

trabalha atualmente.

● Proposta de sensibilização e humanização para as relações interpessoais

em sala de aula e no ambiente escolar como um todo.

● Análise sobre a temática do abandono escolar pelos jovens e suas

consequências .

O filme, considerado clássico, produzido antes da virada cultural da

década de sessenta, não está na contramão de muitas situações que vigoram

atualmente nas atitudes de professores, pais, mães ou responsáveis e pode

proporcionar um proveitoso diálogo, neste sentido, ao relacionar o filme com a

realidade.

● Filme: Escritores da Liberdade

Direção: Richard LaGravenese

Ano: 2007

País: Alemanha-EUA

Gênero: drama

Duração: 123 min.

Classificação etária: livre

Título original: Freedom Writers

Objetivo: Reconhecer que ensinar e educar implica em responsabilidade coletiva,

pedagógica, política, moral e ética do educador.

Comentário:

O filme, baseado em história real, retrata de forma interessante o desafio

de uma jovem educadora, em um ambiente escolar turbulento e suas dificuldades

para administrar as aulas devido aos conflitos disciplinares e a resistência dos

alunos ao ensino convencional.

A falta de respeito mútuo, as brigas, o envolvimento com gangues e

outros dramas vividos pelos adolescentes evidenciam a intolerância ao modelo

pedagógico imposto pela escola. A insatisfação dos alunos é identificada pelos

questionamentos ofensivos dirigidos à professora, que supera esses obstáculos

adotando propostas de trabalho com uma ação pedagógica inovadora, com estilo

humanista, sem perder de vista a responsabilidade do processo educativo.

A ação da professora se concentra em uma metodologia de ensino que

motiva o aluno a ler, escrever, pensar e reconhecer-se como sujeito ético,

exercitando o pensamento crítico, o comprometimento nas decisões e a

responsabilidade social de cada um.

A superação dos entraves para uma educação de mais qualidade

perpassa pela valorização do ser humano, favorecendo situações em sala de aula

em que o aluno se sinta à vontade para expressar seus sentimentos.

Questões para trabalho em grupo:

● Dentro de uma perspectiva pedagógica, qual é a principal essência do

filme?

● Considerando as dificuldades nas relações interpessoais em sala de aula,

é imprescindível a busca de uma reflexão que oriente a ação do professor.

Quais ações poderiam contribuir para um relacionamento mais harmônico

entre professor-aluno e aluno-aluno?

● Compare os valores que permeiam a relação entre a professora e os

alunos, no filme, antes e após a intervenção pedagógica inovadora.

● Analise a proposta pedagógica ocorrida no filme, adaptando-a a uma

condição real de ensino de sua disciplina e apresente para o grupo.

A escola existe para formar a humanidade e a metodologia utilizada pelo

professor revela a responsabilidade do mesmo em relação à ação educativa que

contribua para a transformação social.

3.4 OUTRAS SUGESTÕES DE FILMES PARA O TRABALHO DE DISCUSSÃO

DOS VALORES E DILEMAS MORAIS

● Filme: O clube do imperador

Direção: Michael Hoffman

Ano: 2002

País:EUA

Gênero: drama

Duração:

Classificação etária:

Título original: The Emperor‘s Club

Público-alvo: ensino médio

Abordagem principal: o filme traz informações sobre a conduta e os valores

morais, abordando a ética como critério para o desenvolvimento do caráter

humano, partindo do comportamento dos personagens.

● Filme: O preço do desafio

Direção: Ramón Menéndez

Ano: 1988

País:EUA

Gênero: drama

Duração: 105 min.

Classificação etária: 14 anos

Título original: Stand and Deliver

Público-alvo: ensino médio

Abordagem principal: retrata a vida de um professor como exemplo de superação

ao desrespeito, da apatia, do descaso e da indisciplina dos alunos em sala de

aula.

● Filme: Professor: profissão perigo

Direção: Gérard Lauzier

Ano: 1996

País:França

Gênero: comédia

Duração: 105 min.

Classificação etária: livre

Título original: Le Plus Beau Métier du Monde

Público-alvo: ensino fundamental e médio

Abordagem principal: o filme decorre do enfrentamento às acentuadas

dificuldades em relação à indisciplina e hostilidade dos alunos e a busca para a

solução dos problemas.

4 ORIENTAÇÕES/RECOMENDAÇÕES

A utilização para uso pedagógico do cinema em sala de aula requer

atenção para a faixa etária à qual o filme é adequado, a etapa de aprendizagem e

a sistematização de atividades práticas que atribuam sentido e articulação com o

tema ou conteúdo que o professor deseja abordar.

As possibilidades técnicas e de organização devem ser consideradas,

verificando as condições dos aparelhos, do áudio, das imagens, a disponibilidade

do filme, a compatibilidade do tempo de aula do professor com a duração do

filme, a adequação da sala de aula para a exibição do filme, a luminosidade do

ambiente que deve ser propícia à visualização e o barulho externo que pode

dificultar a concentração dos alunos.

A atenção sobre o objetivo didático-pedagógico é imprescindível, sendo

interessante que o professor analise a possibilidade de exibir o filme na integra ou

se o seu objetivo poderá ser atingido utilizando-se de algumas cenas

selecionadas previamente.

A partir dessas orientações, Napolitano (2005 p.19-20) acrescenta que “o

professor, ao escolher os filmes para a sala de aula, deve ter o cuidado de

respeitar os valores culturais, religiosos e morais dos alunos e de suas famílias”

porque a agressão a esses valores pode provocar o “bloqueio pedagógico

causado pelo choque sociocultural”, mesmo sem a intenção do professor.

A indiferença do professor a estas orientações pode tornar menos

proveitosa a utilização do cinema na sala de aula e ainda provocar o desinteresse

e a indisciplina dos alunos.

5 PROPOSTA DE AVALIAÇÃO

O material didático-pedagógico será avaliado pelo coletivo da escola,

através das atividades propostas na análise fílmica e análise de textos que são

base para implementação do Projeto de intervenção na escola, em forma de

curso de extensão para professores do Colégio Estadual Leonel Franca Ensino

Fundamental e Médio.

6 REFERÊNCIAS

AQUINO, Julio Groppa . A desordem na relação professor-aluno: indisciplina, moralidade e conhecimento. In: AQUINO, Julio Groppa (Org.). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. 12. ed. São Paulo: Summus, 1996.CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2004.D‘AUREA-TARDELLI, Denise. Adolescência, personalidade e projeto de vida solidário. In: LA TAILLE, Yves de (Org.). Crise de valores ou valores em crise? s/ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. GUTIÉRREZ, Francisco. Linguagem total: uma pedagogia dos meios de comunicação. Tradução de Wladimir Soares. s/ed. São Paulo: Summus, 1978.LA TAILLE, Yves de. A escola e os valores: a ação do professor. In: ______; PEDRO-SILVA, Nelson; JUSTO, José Sterza. Indisciplina/disciplina: ética, moral e ação do professor. 3. ed. Porto Alegre: Mediação, 2010. ______. A indisciplina e o sentimento de vergonha. In: AQUINO, Julio Groppa (Org.). Indisciplina na escola: Alternativas teóricas e práticas. 12. ed. São Paulo: Summus, 1996. LIPMAN, Matthew et al. A filosofia na sala de aula. Tradução de Ana Luiza Fernandes Marcondes, s/ed. São Paulo: Nova Alexandria, 2001. NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. 2.ed. São Paulo: Contexto, 2005.PEDRO-SILVA, Nelson. Ética, (in)disciplina e relação professor-aluno. In: LA TAILLE, Yves de; PEDRO-SILVA , Nelson; JUSTO, José Sterza. Indisciplina/disciplina: ética, moral e ação do professor. 3. ed. Porto Alegre: Mediação, 2010. PEREIRA, Cássia Regina Dias. A formação de competências e habilidades pelos professores. In: BERBEL, Neusi Aparecida Navas (Org.); GOMES, Daniel Fernando Matheus (Org.). Exercitando a reflexão com conversas de professores. s/ed. Londrina: Grafcel, 2005.TOGNETTA, Luciene Regina Paulino; VINHA, Telma Péleggi. Valores em crise: o que nos causa indignação? In: LA TAILLE, Yves de (Org.). Crise de valores ou valores em crise? s/ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.VÁZQUEZ, Adolfo Sanches. Ética. Tradução de João Dell’Anna. 23. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.ZAGURY, Tania. O professor refém: para pais e professores entenderem por que fracassa a educação no Brasil. 9. ed. Rio de Janeiro: Record, 2009.