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APRESENTAÇÃO 1. O CADE 2. O CADE EM 2017 3. PROcedimenTOS IMPLEMENTADOS EM 20174. O CADE NO ÂMBITO INTERNACIONAL5. GESTÃO INTERNA6. O RELACIONAMENTO ENTRE O CADE E A SOCIEDADE7. PREMIAÇÕES

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FICHA INSTITUCIONAL

PRESIDENTEAlexandre Barreto de Souza

CONSELHEIROSCristiane Alkmin Junqueira Schmidt

João Paulo de ResendeMauricio Oscar Bandeira Maia

Paula Farani de Azevedo SilveiraPaulo Burnier da Silveira

Polyanna Ferreira Silva Vilanova

SUPERINTENDENTE-GERALAlexandre Cordeiro Macedo

PROCURADOR-CHEFEWalter de Agra Júnior

ECONOMISTA-CHEFEGuilherme Mendes Resende

DIRETORA DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTOMariana Boabaid Dalcanale Rosa

FICHA TÉCNICAAnuário do Cade 2017

COORDENAÇÃOAna Luiza Lima Mahon

Juliana Somogyi Cavalcante

COLABORADORESAna Beatriz Natario de Aguiar Galvão

Aylton Gonçalves JuniorCecília Fernandes Rodrigues

Pedro Cavalcanti Gonçalves FerreiraRaquel Fanny Bennet Fagundes

Renata Cristina Ribas Gomes

PROJETO GRÁFICODaniel Souza da Silva

DIAGRAMAÇÃOEduardo Rodrigues da Costa

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Em âmbito nacional, também fomos premiados pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) por apresentar soluções voltadas à inovação no que diz respeito à gestão de qualidade.

Sem dúvida, conseguimos alcançar tais feitos graças ao principal ativo de que o Cade dispõe: seu capital humano. O esforço de cada colaborador foi essencial à manutenção das práticas já consolidadas no órgão e às inovações implementadas.

Os resultados obtidos posicionam o Cade entre as melhores agências antitruste do mundo e uma das mais eficientes agências governamentais brasileiras, e são, para nós, motivo de enorme satisfação. Nessa perspectiva, concluímos que o Cade cumpriu sua missão institucional no ano de 2017, atingindo os objetivos e metas traçados.

Desejamos a todos uma boa leitura e os convidamos para, em 2018, continuarmos trabalhando juntos para combater as infrações contra a ordem econômica e consolidar a livre concorrência no Brasil.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tem muito a celebrar. Em meio a um panorama de significativas transformações sociais e econômicas,

2017 marcou o início de uma nova gestão na autarquia, pautada na cooperação com agências governamentais, no fortalecimento institucional e no incentivo ao aprimoramento da comunicação entre o Cade, a sociedade civil, as empresas e a comunidade internacional.

Em razão da dedicação e da excelência do trabalho realizado pelos mais de 300 servidores e colaboradores, o Cade alcançou resultados expressivos ao longo desta breve trajetória de 365 dias. Somamos grandes avanços nesse intervalo de tempo, que nos tomam de orgulho e da gratificante sensação de dever cumprido.

Nesse contexto, é com grande satisfação que apresentamos a primeira edição do Anuário do Cade, referente ao ano de 2017. A publicação tem como objetivo divulgar os principais resultados alcançados pelo órgão no ano que se passou, prestando contas de nossa missão e informando a sociedade sobre as conquistas e os desafios na defesa da concorrência no país. E, durante este um ano, foram muitas as conquistas.

Em 2017 pudemos concretizar diversos projetos importantes para a consolidação da cultura da

concorrência no Brasil. Entre as medidas adotadas, destacamos os esforços para estabelecer portarias conjuntas de atuação do Cade com outros órgãos. Avançamos também na atuação institucional coordenada com órgãos como o Banco Central, a Secretaria da Promoção da Produtividade e Advocacia da Concorrência e a Secretaria de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria, o Tribunal de Contas da União, a Controladoria-Geral da União, a Advocacia-Geral da União e o Ministério Público.

A realização da quinta edição da BRICS Internacional Competition Conference, em Brasília, por sua vez, configurou importante plataforma para o compartilhamento de experiências e reflexões no campo da concorrência. Além de proporcionar valiosa troca de conhecimento, o evento criou condições para uma segunda fase de parceria entre o Cade e as demais agências antitruste e para a assinatura de acordos de cooperação entre seus países-membros.

Foi também no último ano que demos importante passo em direção a um dos mais estimados projetos desta gestão: formulamos a solicitação para a entrada do Brasil como membro permanente do Comitê de Concorrência da OCDE. A participação nos permitirá expor internacionalmente as posições do Cade em matéria concorrencial e consolidará nossa posição de protagonismo no cenário mundial.

apresentação

ALEXANDRE BARRETO DE SOUZA Presidente do Cade

Merece menção, ainda, outro projeto de extrema importância, que diz respeito ao fortalecimento institucional da autarquia. Conseguimos aumentar o orçamento à disposição do Cade em R$ 20 milhões, para o próximo exercício. Os recursos serão investidos maciçamente na capacitação dos servidores do Conselho, possibilitando a participação cada vez maior em congressos e seminários, a concessão de bolsas de estudos e a criação de incentivos para estudos de idiomas.

Assim como a performance, os números alcançados ao longo de 2017 são expressivos. Como exemplo, destaca-se que foram assinados 21 acordos de leniência e três aditivos, com 12 pedidos de leniência plus possíveis, números recordes na história do Cade. Nosso êxito também é demonstrado em indicadores como tempo médio de análise dos atos de concentração, arrecadação efetiva, estoques de processos, entre outros.

A atuação altamente técnica e a elevada qualidade do trabalhado desempenhado pelas unidades que compõem o Cade culminou com o reconhecimento nacional e internacional da autarquia. Fomos classificados pelo quinto ano consecutivo como uma das melhores instituições antitruste do mundo pela revista britânica Global Competition Review (GCR), e considerados a melhor agência antitruste das Américas.

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) é uma autarquia federal com função judicante e jurisdição em todo o território

nacional, vinculada ao Ministério da Justiça, com sede e foro no Distrito Federal.

A existência do Cade tem base no texto da Constituição Federal de 1988. O art. 1º, IV, dispõe que a livre iniciativa, perseguida todos os dias pela autarquia, é fundamento da República Federativa do Brasil. No plano prático, a atividade desempenhada pelo Conselho ganha contornos também interessantes. É que, em primeiro lugar, é o consumidor quem é mais afetado pelas condutas anticoncorrenciais, que rotineiramente promovem a queda de qualidade e aumento dos preços dos produtos. Assim sendo, o trabalho do Cade é de extrema importância para a Administração Pública e, principalmente, para a população brasileira, pois garante a oferta de produtos de qualidade com preço justo e o bem-estar econômico no país.

Com efeito, três são as funções do Cade: (i) preventiva, que diz respeito à análise e decisão sobre atos de concentração econômica; (ii) repressiva, concernente à investigação e julgamento de cartéis e outras condutas nocivas à livre concorrência; e (iii) educativa, a qual visa

instruir do cidadão comum ao pesquisador acadêmico sobre o que é ou não danoso para o ambiente concorrencial brasileiro.

Nem sempre o Cade possuiu a expressividade dos dias atuais. A ideia de repressão ao abuso do poder econômico existe no país desde meados do século XX. Em 1945, o Decreto-Lei nº 7.666, conhecido como Lei Malaia, deu o primeiro passo nesse sentido. Entretanto, foi só em 10 de setembro 1962, por meio da Lei nº 4.137, que o Conselho passou a existir. Inicialmente, a Lei nº 4.137/1962 vinculava o Cade ao chefe de governo do então regime parlamentarista (presidente do Conselho de Ministros) e em 1994 a autoridade antitruste ganhou a forma de autarquia e, portanto, maior relevância, com a Lei nº 8.884/1994. Sob a égide dessa lei, memoráveis casos foram debatidos, tais quais a disputa por sinal aberto entre a TVA e a Rede Globo, a criação da AMBEV, a compra da Kolynos pela Colgate e o veto à compra da Chocolates Garoto pela Nestlé.

Hoje, entendendo-se que todos os esforços possíveis devem ser empregados para garantir a lisura da concor-rência, o direito antitruste brasileiro é regido pela Lei nº 12.529/2011, que reestruturou o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) e estabeleceu o Cade e a

O cade

SEAE (Secretária de Acompanhamento Econô-mico do Ministério da Fazenda) como os responsáveis pelo combate à atividade anticoncorrencial. É possível destacar a análise prévia de atos de concentração como a maior alteração trazida pela nova lei. Desse modo, caso possa uma fusão, aquisição, integração ou joint venture afetar a concorrência brasileira, devem os interessados esperar pela anuência do Conselho.

Cabe ressaltar outra relevante alteração trazida pela Lei nº 12.529/2011: o redesenho do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, que hoje é constituído pelo Tribunal Administrativo de Defesa Econômica, Superintendência-Geral (SG) e Departamento de Estudos Econômicos (DEE). Tal organograma pretendeu e atingiu o seu objetivo ao gerar a unificação das seções de instrução e julgamento, reorganizar funções e competências, otimizar as atividades das equipes e evitar redundâncias, permitindo alocação de tempo e recursos do Tribunal Administrativo em casos que exijam maior atenção.

Com o advento da lei em tela, as soluções negociais de processos administrativos ganharam força incomparável no âmbito do Cade. No ponto de vista da Autarquia, estas são interessantes por, ao mesmo tempo,

permitirem a cessação da conduta e o conhecimento de agentes realizadores de práticas lesivas à concorrência anteriormente inidentificáveis. No órgão antitruste, três tipos de acordos podem ser firmados: Acordo de Leniência, Termo de Cessação de Conduta (TCC) e Acordo em Controle de Concentração (ACC).

Os signatários do Acordo de Leniência devem se comprometer a cessar a conduta ilegal, a denunciar e confessar a participação na prática da infração à ordem econômica, bem como a cooperar com as investigações, apresentando informações e documentos relevantes para o detalhamento da conduta a ser investigada. O Termo de Compromisso de Cessação, por sua vez, é uma modalidade de acordo celebrado entre o Cade e empresas e/ou pessoas físicas investigadas por infração à ordem econômica por meio do qual o órgão suspende o prosseguimento das investigações em relação ao(s) compromissário(s) do TCC enquanto estiverem sendo cumpridos seus termos e, diferentemente do que ocorre na leniência, não importa em benefícios na área criminal. O objetivo do Acordo em Controle de Concentração é remediar uma situação estrutural que poderia inviabilizar a aprovação da operação analisada.

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de acordo, quanto à assertividade do Cade em endossar a negociação de compromissos de cessação.

As pessoas físicas e jurídicas que assinaram os TCCs assumiram a obrigação de recolhimento do valor total de R$ 845.772.486,00 (oitocentos e quarenta e cinco milhões, setecentos e setenta e dois mil, quatrocentos e oitenta e seis reais) em contribuições pecuniárias ao Fundo dos Direitos Difusos (FDD), conforme determina o art. 28, §3º, da Lei nº 12.529/2011. Além disso, em 2017 o Cade aplicou um total de R$ 95.896.204,00 (noventa e cinco milhões, oitocentos e noventa e seis mil reais e duzentos e quatro reais) em multas em processos de sua competência.

O total aplicado em multas e contribuições pecuniárias por práticas anticoncorrenciais correspondeu ao valor de R$ 941.668.690,00. Nesse exercício, o montante efetivamente recolhido atingiu o patamar de R$ 600.598.267,82.

No ano de 2017 a somatória arrecadada correspondeu a 97% da arrecadação total do FDD. Desde a vigência da Lei nº 12.529/2011, o total arrecadado somou o valor de R$ 2.098.392.698,71 (dois bilhões, noventa e oito milhões, trezentos e noventa e dois mil, seiscentos e noventa e oito reais e setenta e um centavos).

O Programa de Leniência do Cade é um dos principais instrumentos de combate a cartéis no Brasil e em 2017 foram celebrados 21 acordos de leniência e três aditivos, com 12 pedidos de leniência plus possíveis.

O cade em 2017

F oram analisados, em 2017, 656 (seiscentos e cinquenta e seis) processos, dos quais 378 (trezentos e setenta e oito) decorreram do controle de concentração realizado

pela autarquia. Esse número foi dividido da seguinte forma: 355 (trezentas e cinquenta e cinco) operações foram aprovadas sem restrições, cinco foram aprovadas mediante Acordo em Controle de Concentração, três atos de concentração foram rejeitados e 15 processos foram arquivados ou declarados com perda de objeto.

Quanto às denúncias recebidas em 2017, o Cade deparou-se com quantidade similar à do ano anterior (144 em 2016 e 153 em 2017). Destaque-se que, além do número mencionado referente às denúncias trazidas por meio de representação, o órgão antitruste também recebeu demandas pela ferramenta Clique Denúncia — por este canal foram realizadas 831 denúncias.

O número de procedimentos preparatórios instaurados nos anos de 2016 e de 2017 permaneceu estável, mas o arquivamento desse tipo de procedimento foi 71% menor em 2017. A instauração de novos inquéritos administrativos em 2017 foi superior à do ano anterior, porém o número de arquivamentos, ou seja, de casos que não ensejaram na abertura de processos administrativos, manteve-se na quantidade de 21.

A quantidade de requerimentos de Termos de Compromisso de Cessação (TCC) julgada pelo Tribunal alcançou o maior número por ano desde 2012. Com isso, nota-se tanto o crescimento do interesse dos investigados na celebração

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principais resultados em números

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No que diz respeito aos atos de concentração aprovados em acordos em controle de concentração destacam-se: a aprovação com remédios entre a BM&FBovespa S/A – Bolsa de Valores, Mercados e Futuros (BVMF) – e a Cetip S/A – Mercados Organizados, que envolve os mercados de bolsas de valores e de balcão no Brasil; a aprovação, com restrições, do ato de concentração entre a The Dow Chemical Company e a E.I Du Pont de Nemours and Company, condicionada a um acordo em controle de concentração; a aprovação da compra do Banco CitiBank pelo Itaú Unibanco, também com medidas comportamentais que impõem compromissos de transparência, qualidade, compliance e restrições de aquisições futuras no âmbito de instituições financeiras e administradoras de consórcios; e a compra da Time Warner pela AT&T.

Cabe mencionar que 2017 chamou atenção por ter sido o ano em que mais houve atos de concentração reprovados, após a vigência da Lei nº 12.529/2011. As operações passaram por análises intensas e o Conselho decidiu pelas reprovações, em função da impossibilidade de aplicações de remédios comportamentais e estruturais que fossem suficientes para atender todas as preocupações concorrenciais diagnosticadas.

Já em relação aos acordos de leniência, os principais instrumentos deste ano foram celebrados no âmbito da Operação Lava Jato. Eles foram fundamentais não só para os deslindes concorrenciais, como para os penais. Nesse contexto, ressalta-se que o uso do instituto é de extrema importância para o desmantelamento de organizações criminosas complexas.

Destacam-se os Termos de Compromisso de Cessação de Conduta (TCCs) assinados entre o Cade e as construtoras Andrade Gutierrez e UTC em processos conduzidos pela autarquia que apuravam prática de cartel no âmbito da Operação Lava Jato. Outros TCCs de destaque foram firmados nos processos das empresas Elo e Cielo, tendo em vista que foram identificadas supostas condutas de exclusividade de arranjo de pagamento entre bandeiras e credenciadoras, além de discriminação no uso dos equipamentos de captura de transações com cartões. Além dos citados, deve-se mencionar ainda o TCC celebrado com a Cascol Combustíveis para Veículos Ltda., em inquérito administrativo que investiga prática de cartel no mercado de revenda de combustíveis no Distrito Federal.

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principais decisões

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A Superintendência-Geral é comandada pelo superintendente-geral (mandato de 2 anos, podendo ser reconduzido uma vez) e por dois superintendentes-adjuntos (indicados pelo superintendente-geral). A SG é composta pelo gabinete e por nove Coordenações-Gerais de Análise Antitruste (CGAA). Seu papel é de investigação dos casos. Dentre as suas atribuições, extraídas da Lei nº 12.529/2011, estão a instauração, instrução e parecer em processos de conduta anticompetitiva; a instrução e parecer em atos de concentração; e a proposição de acordos e medidas preventivas.

Quando o parecer da SG em um ato de concentração recomenda a aprovação sem restrições, a decisão é, em regra, terminativa, podendo ser avocada por um dos conselheiros, em caso de discordância. Por outro lado, quando há recomendação pela reprovação ou restrição de um ato, o caso vai para análise do Tribunal.

O gráfico colacionado neste tópico apresenta três siglas de grande relevo para a função da SG. O “PP” é o procedimento preparatório de inquérito administrativo para apuração de infrações à ordem econômica. Sua finalidade é apurar se determinada conduta trata ou não de matéria de competência do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência. O “IA” representa o inquérito administrativo, o qual possui natureza inquisitorial, sem dar, portanto, possibilidade de contraditório. Ele pode ser instaurado de ofício ou em face de

representação fundamentada por qualquer interessado. O “PA” diz respeito ao processo administrativo para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica. Neste ponto, há possibilidade de que se contradite os termos do inquérito. Quando o procedimento chega ao fim, a Superintendência-Geral remete os autos do processo ao presidente do Tribunal e opina, em relatório circunstanciado, pelo arquivamento ou não do feito. Em todos esses momentos, há possibilidade de que se firme TCC, atribuição que foi incluída pela Resolução Cade nº 5/2013.

O estoque de processos decorre do fluxo de entrada e saída de casos na SG. Ao longo de 2017, a Superintendên-cia recepcionou 153 representações de infrações contra a ordem econômica (denúncias) e instaurou 18 procedi-mentos preparatórios, 13 inquéritos administrativos e 9 processos administrativos. Além disso, também foram registrados 89 requerimentos de compromisso de cessa-ção da prática e 1 processo administrativo para imposi-ção de sanções processuais incidentais.

Houve o arquivamento de 128 denúncias, bem como a conclusão de 13 procedimentos preparatórios, 21 inquéritos administrativos, um processo administrativo para imposição de sanções processuais incidentais e o encaminhamento ao Tribunal de 21 processos administrativos e 42 propostas de compromisso de cessação de prática.

A SUPERINTENDÊNCIA–GERAL DO CADE

Superintendência-Geral do Cade

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O Tribunal do Cade é composto por um presidente e seis conselheiros, todos com mandatos de quatro anos, vedada a recondução.

Entre suas atribuições estão julgamento dos processos de conduta; julgamento dos atos de concentração com recomendação de restrição ou reprovação (havendo ainda possibilidade de avocação de ACs aprovados pela SG); celebração de acordos e adoção de medidas preventivas.

O Tribunal também tem competência para elaboração e aprovação do Regimento Interno do Cade, dispondo sobre seu funcionamento, formas de deliberações, normas de procedimento e organização de seus serviços internos; e definição, em resolução, de normas complementares sobre o procedimento de consultas em andamento.

Em 2017, ocorreram 20 sessões ordinárias de julgamento, 31 sessões ordinárias de distribuição e 4 extraordinárias de distribuição, conforme o calendário aprovado pelos integrantes do Plenário, publicado no Diário Oficial da União e disponível em campo próprio no site da autarquia.

Após a última sessão de julgamento, no dia 13 de dezembro de 2017, o Tribunal Administrativo alcançou o volume de 129 julgamentos, sendo 13 atos de concentração, 13 processos administrativos, 75 requerimentos de TCC, três consultas; um procedimento administrativo para apuração de ato de concentração (APAC), um processo administrativo para imposição de sanções processuais incidentais (PI), 16 embargos de declaração, e sete julgamentos relacionados a outros tipos processuais.

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o tribunal administrativo do cade

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A Procuradoria Federal Especializada (PFE/Cade) é um órgão vinculado à Procuradoria-Geral Federal (PGF), da Advocacia-Geral da União (AGU), e tem como função assessorar juridicamente o Cade por meio de atividades de natureza consultiva e contenciosa. As estatísticas elaboradas pela PFE/Cade evidenciam o desempenho operacional da unidade, a convergência entre o Conselho e a assessoria jurídica, e propiciam o acompanhamento da eficácia de decisões do Cade – por vezes contestadas judicialmente.

No período compreendido entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2017, o trabalho realizado pela Procuradoria na autarquia resultou nos seguintes números: 361 pareceres, notas e cotas emitidos, sendo 176 proferidos pela Coordenação-Geral de Estudos e Pareceres do Setor

de Cumprimentos de Decisões (SCD). Quando analisadas apenas as manifestações jurídicas emitidas pela atual Coordenação-Geral de Estudos e Pareceres, conclui-se que, no ano de 2017, foram elaborados 45 pareceres.

No ano em questão, a PFE/Cade emitiu 158 manifestações jurídicas no bojo de processos administrativos relacionados ao SCD, sendo 131 pareceres extraídos da quantia elencada; a Coordenação-Geral de Matéria Administrativa da PFE/Cade emitiu 150 manifestações jurídicas no âmbito de processos administrativos relacionados às atividades-meio do Cade, entre pareces, notas e cotas, com uma média mensal de 13 documentos do tipo. A média mensal de manifestações jurídicas conclusivas pela Coordenadoria foi de 11 documentos.

Procuradoria Federal Especializada Junto ao Cade

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a procuradoria federal especializada junto ao cade

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Nas atividades da Coordenação-Geral do Contencioso Judicial (CGCJ), a PFE/Cade propôs novas ações com vistas ao recebimento de multas por ele impostas, e cumprimento de seus julgados, entre as quais 212 execuções fiscais e 15 execuções de obrigação de fazer.

Foram propostas contra o Cade, em 2017, 79 ações, entre as quais: 27 ordinárias, uma cautelar, sete mandados de segurança e 40 embargos à execução, todas relacionadas à atividade-fim do órgão. O quantitativo de judicialização contra o Cade fora do Distrito Federal se manteve no patamar de 10%, assim como no ano de 2016. Foram manejados, pelo Cade, 14 apelações, dez agravos de instrumento, 14 recursos especiais e um

extraordinário. Contra o Cade, foram 33 apelações, 26 agravos de instrumento, além de 13 recursos especiais e seis extraordinários. Entre as 116 decisões em processos em que o Cade é parte, 61 sentenças foram com resolução de mérito, destas 48 favoráveis, e treze desfavoráveis, perfazendo 79% de êxito. Em segunda instância, dos sete acórdãos, dois foram favoráveis e cinco desfavoráveis, perfazendo 28% de êxito. Entre as 23 decisões liminares compreendendo mandados de segurança e antecipações de tutela em ações ordinárias, contra o Cade, 17 foram favoráveis, ao passo que seis foram desfavoráveis.

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Procedimentos implementadosem 2017

Missão: Zelar pela manutenção de um ambiente concorrencial saudável no

Brasil

Visão: Ser reconhecido como instituição essencial ao bom

funcionamento da economia brasileira

Valores: Ética, Justiça, Efetividade, Independência e Profissionalismo

Funcionamento de Atos de Concentração sumário

chinese wall - integração sg/tribunal com proteção de informações privilegiadas

1º avaliação de efetividade

2º processar grandes volumes de dados

3º Monitoramento de ac

4º implementação de remédios estruturais e comportamentais

5º novas economias

avançar

manter

objetivo estratégico 1 - assegurar a qualidade e a eficácia do controle de concentrações

gestão de processos de cartel

redução da idade dos casos de conduta

1º infrações e novas economias

2º conduta unilateral

3º detectar infrações

4º gestão do fluxo de celebração de tcc

5º avaliação e efetividade

avançar

manter

objetivo estratégico 2 - fortalecer o combate a condutas anticompetitivas

política de acordos

programa de leniência

6º sinalização tribunal

7º incentivar enforcement privado

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O ano de 2017 coincidiu com o término do período abarcado pelo Plano e Mapa Estratégico do Cade 2013-2016. Em razão disso, houve a

necessidade de estruturação de um novo planejamento estratégico para a autarquia, que delimitou os projetos a serem implementados ao longo dos próximos anos. No início de 2017 foi necessário revisitar a visão, a missão e os objetivos estratégicos do Conselho, a fim de desdobrá-los em um novo Plano Estratégico balanceado e alinhado aos desafios a serem enfrentados nos anos que se seguem.

Entre as alterações realizadas, destaca-se o novo enunciado da missão do Cade, que foi sintetizada para facilitar sua compressão e internalização por toda a organização e pela sociedade.

Outra modificação importante em 2017 foi a realização de ajustes nas perspectivas estratégicas da autarquia. As alterações visam manter o alinhamento com a metodologia

usada pelo Ministério da Justiça. Dessa forma, os objetivos estratégicos passaram a ser organizados sob três prismas (perspectivas), a saber:

(I) Resultados à Sociedade – que consolida os propósitos relacionados à atuação fim do órgão;

(II) Objetivos Habilitadores – que contempla aqueles objetivos relacionados à instrumentalização da atuação do Cade; e

(III) Fundamentos – que reúne os objetivos relativos às condições estruturais da autarquia.

A partir disso, foram definidos objetivos claros para cada macroprocesso finalístico da autarquia e para os principais processos de trabalho conforme pode ser observado no mapa (vide página 29).

Visando alcançar resultados essenciais à sociedade, foram estabelecidos os seguintes planos de ação:

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audiências públicas

Padrão de qualidade da Revista da Defesa da Concorrência (qualis/capes)

programação de eventos sobre defesa da concorrência e temas correlatos

treinamento de parceiros

1º agenda de prevenção - advocacy reativa/proativa

2º relacionamento com agências/governo/legislativo/judiciário

3º aumento da percepção e/ou conhecimento da sociedade sobre o Cade e sobre concorRênciaavançar

manter

objetivo estratégico 3 - promover a cultura da concorrência no brasil

qualidade da linha editorial do cade (guias e publicações)

programa de intercâmbio do conselho administrativo de defesa econômica (PINCADE) - acadêmico Nacional

4º garantia de maior acessibilidade à jurisprudência do cade

5º apoio a ações privadas de reparação de perdas

presença do cade em posições de liderança institucional na international competition network (icn)

nível de participação no comitê de concorrência da organização para a cooperação e desenvolmvimento econômico (ocde)

2º parcerias com países entrantes no mercado brasileiro

3º intercâmbio com agências antitrustes Internacionais

4º Protagonismo na América Latina

5º Estruturação do Evento Internacional do Cade

6º fortalecimento das Capacidades Institucionais para a representação internacional do cade

avançar

manter

objetivo estratégico 4 - exercer protagonismo na agenda antitruste internacional

1º fortalecimento da participação do cade em organismos multilaterais de defesa da concorrência (ocde, icn e brics)

Projeto Cérebro

O ano de 2017 representou um marco para o Projeto Cérebro. Isso porque a ferramenta passou a ser efetivamente usada em apoio a atividades diárias do Cade: a) em operações de busca e apreensão (facilitando a identificação de alvos); b) em investigações em curso sobre cartéis em licitação (agregando informações com dados contextuais acerca da dinâmica dos certames); e c) em instruções de atos de concentração e processos administrativos (fornecendo insumos como dados cadastrais, dados investigados e identificação de redes societárias).

Implementação dos produtos da ICN

A Assessoria Internacional do Cade divul-ga os documentos preparados pela ICN para a equipe técnica do órgão, e organiza sessões para a participação dos servidores em teleconferências realizadas pela Rede. A unidade também promove a participação da instituição em workshops, conferências anuais e em outros eventos da ICN. Regis-tre-se que em 2017 o Cade assumiu a posi-ção de co-chair do Cartel Working Group da ICN, confirmando a importância do seu papel nos fóruns internacionais e consoli-dando sua estratégia de inserção na agenda antitruste internacional.

Redução da idade dos casos de conduta em instrução na Superintendência-Geral

Os resultados têm sido consistentes, com a diminuição do quantitativo de processos em instrução na Superintendência-Geral com mais de 5 anos (25% em 2014, 17% em 2015, 13% em 2016 e 9,88% em 2017) e com mais de 10 anos (5% em 2014, 2,7% em 2015, 0,73% em 2016 e 0,62% em 2017), mantendo-se equilibrado o volume entre entrada e saída de casos de conduta. No fechamento de 2017, registrou-se 234 casos em estoque, sendo que foram iniciados 286 processos no mesmo ano, evidenciando o esforço para manter o equilíbrio dos processos. Desses 234 casos, 63,3% tinham até 1 ano, e o percentual acumulado de processos com até 3 anos foi de 83,3%.

Preparação para a 5ª reunião do comitê de concorrência do BRICS

Realizada a 5ª edição da Conferência do BRICS e o Pré-evento da 5ª Conferência do BRICS, que contribuiu para a intensificação das parcerias com seus membros. Em decorrência do evento foram negociados acordos com autoridades de defesa da concorrência da Rússia (Serviço Federal Antimonopólio da Rússia – FAS), Índia (Competition Commission of India da República da Índia) e China (Ministério do Comércio da República Popular da China – MOFCOM e a Comissão de Reforma e Desenvolvimento Nacional da República Popular da China).

Edição do Guia de Remédios

Implementada a consulta pública sobre o Guia de Remédios, com publicação pre-vista para 2018. O documento aumentará a consistência no desenho de remédios anti-truste, antecipando eventuais problemas de implementação, além de dar transparência e celeridade aos procedimentos adminis-trativos do Cade.

SIG/Cade

Primeiramente, cabe esclarecer que este projeto visa atender recomendação do Acórdão nº 0054/2012-TCU, referente ao sistema de gestão de almoxarifado e patrimônio utilizado pelo Cade. Inicialmente, optou-se pela adoção do sistema SIG. Entretanto, em 2017, após nova avaliação e benchmarking junto a outros órgãos da Administração Pública, decidiu-se pela adoção do Sistema de Gestão Administrativa e Financeira (Geafin) como solução de gestão de patrimônio e almoxarifado. Para tanto, firmou-se Acordo de Cooperação Técnica com o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) para cessão do Geafin. A solução entrou em produção em novembro de 2017 e, desde então, toda a gestão dos itens de almoxarifado está sendo feita por esse sistema. A transição da gestão dos bens móveis para o Geafin ainda se encontra em andamento.

Projeto: Arquivo Eletrônico

Avanços: Trata-se da digitalização do acervo de processos finalísticos julgados pelo Cade desde 1994, tendo em vista a ampliação da base de pesquisa do SEI. Em 2017, foram digitalizados 78% dos processos julgados.

Novo Cade em Números

Em 2017, destaca-se a implementação dos painéis estatísticos sobre atos de concentração e sobre acompanhamento de decisões e de controles de multas aplicadas.

Uma vez que no ano em questão ocorreu uma troca de comando

da alta direção do Cade, optou-se por dar continuidade aos

projetos do Mapa Estratégico 2013-2016 que não haviam

sido finalizados e, em paralelo, conduzir o realinhamento

estratégico do Cade para o próximo quadriênio (2017-2020).

Diversos projetos estratégicos foram implementados durante

o ano de 2017, sendo a maioria referente ao aprimoramento

das atividades finalísticas e de suporte do Cade, contribuindo

para consolidar a ‘excelência’

da atuação já conquistada

pela autarquia. Os projetos

implementados foram:

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Um dos principais projetos da nova gestão do Cade, iniciada em 2017, é a atuação institucional coordenada com outros órgãos, principalmente com aqueles que fazem parte da ad-ministração pública. Nas atividades de representação externa do Conse-lho, os esforços para obter uma ges-tão mais articulada consistiram na realização de acordos de cooperação com outros órgãos e instituições, com a formação de grupos de traba-lho e reuniões com os demais entes governamentais, e com a realização de palestras e cursos, buscando expor a atuação técnica do Cade ao promo-ver capacitação para os servidores.

ACORDOS DE COOPERAÇÃO TÉCNICA - No último ano, foram assinados aditivos a acordos de cooperação já firmados com as instituições Ibrac, OAB-SP e OAB-DF. Também foi celebrado acordo de cooperação com o Conselho Federal da OAB. Todos eles foram firmados com o objetivo de melhorar a transparência dos serviços ofertados pelo Cade, principalmente aqueles que envolvem consultas do público externo a processos e demais informações do órgão.

Em outubro de 2017, foi realizada

a apresentação institucional do Cade junto ao Conselho Nacional dos Pro-curadores Gerais (CNPG), em Belo Horizonte. O objetivo foi apresentar a atuação da instituição e fortalecer os laços de cooperação com o Minis-tério Público.

No ano de 2017, o Cade firmou acordos de cooperação técnica com 8 Ministérios Públicos Estaduais, e pretende ainda formalizar com os demais. A intenção é atuar de forma coordenada no que diz respeito a denúncias e representações formalizadas nos órgãos, além de articular em conjunto as investigações dos processos administrativos. Um exemplo de sucesso da cooperação com o Ministério Público foi o combate ao cartel de postos de combustíveis no Distrito Federal, que gerou uma redução aproximada de R$ 300 milhões/ano no preço de combustíveis comercializados.

Em vigência, encontram-se os acordos celebrados com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), a Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça (SNJ/MJ), a Agência Nacional do Cinema

(Ancine), a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (SSP/PR), o Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional (IBRAC), o Banco do Brasil (BB), a Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais (CGE/MG), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), o Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM-SP), o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e com os Ministérios Públicos dos Estados do Acre, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, entre outros.

grupos de trabalho - Ainda com relação à atuação institucional coordenada, pode-se mencionar o esforço do Cade em instituir grupos de trabalho com diversos órgãos do governo federal, aumentando o protagonismo na agenda governamental. O Cade alocou os seus esforços na sedimentação de três grupos, a saber:

Cade/Banco CentralCompreende a atuação conjunta das duas autarquias para

dialogar acerca das competências nos casos de atos de concentração que envolvem empresas inseridas no Sistema Financeiro Nacional (SFN), conflito existente na esfera governamental há quase 30 anos;

Cade/TCU/CGU/AGU/MPFÓrgãos de controle sobre acordos de leniência, que estabe-

lece a atuação coordenada e harmoniosa no tocante à cele-bração desse instrumento;

Cade/SEAECompreende a atuação coordenada relativa à advocacia

da concorrência, cujo objetivo é (i) a elaboração de ações conjuntas para estimular a concorrência, o bem-estar do consumidor e o desenvolvimento econômico; (ii) a troca de informações entre os órgãos; e (iii) o aprimoramento de instrumentos previstos para consolidação de políticas efetivas no âmbito do Programa de Parceria de Investi-mentos – PPI, criado pela Lei nº 13.334/2016. A portaria que instituiu o grupo de trabalho foi assinada no ano de 2017, e conferiu maior solidez e legitimidade às ativida-des a serem realizadas.

No ano de 2017, o Cade firmou acordos de cooperação técnica com 8 Ministérios Públicos Estaduais, e pretende ainda formalizar com os demais. A intenção

é atuar de forma coordenada no que diz respeito a denúncias

e representações formalizadas nos órgãos,

além de articular em conjunto as investigações

dos processos administrativos

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cooperação institucional

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Quanto às reuniões mais signifi-cativas do ano, destacam-se as rea-lizadas com o Ibrac, a FIESP, a Co-missão de Estudos de Regulação da OAB-SP e a OAB-DF. Tais reuniões contaram com a atuação institucio-nal no sentido de buscar a produção de estudos conjuntos sobre o direito antitruste, além de formar um canal de comunicação mais efetivo com os entes representativos.

Os encontros realizados com o Ministério da Fazenda e o Ministé-rio do Planejamento, por sua vez, visaram não apenas o estreitamento de laços institucionais com os ór-gãos, mas também a apresentação de demandas do Cade. Além dos ministérios citados, o Cade tam-bém atuou na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, no intuito de pleitear aumento orça-mentário, causa na qual obteve su-cesso e, com isso, acréscimo de 20 milhões no orçamento da autarquia no ano de 2018.

Parte importante da cooperação ins-titucional do Cade em 2017 também ocorreu por meio de seminários e cur-sos. Em referência a sua atuação no julgamento de casos de cartéis em lici-tação, o Conselho pôde apresentar em workshop na sede da Petrobrás, reali-zado no mês de agosto, os principais pontos analisados nos julgamentos de casos referentes a esse tipo de conduta anticompetitiva no setor público, além de ter destacado os casos mais emble-máticos já julgados pela instituição.

No mês de setembro, participamos de um evento sobre fatores de atratividade para investidores dentro da área de concessões de infraestrutura e regulação realizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE).

Destacamos também, no âmbito das palestras, a participação no evento sobre Compliance e Relacionamento com Agentes Públicos, realizado pelo Instituto ARC, em Florianópolis. Na ocasião, foi possível demonstrar a atu-

ação do Cade em números e elucidar as perspectivas para trazer resultados mais efetivos no combate a condutas anticompetitivas. É importante res-saltar que a parceria do Cade com o Instituto ARC resultou em uma vaga para servidor do Cade, escolhido via processo seletivo interno, para par-ticipar do programa de capacitação sobre Compliance, denominado Cer-tified Expert in Compliance – CEC, com duração de 1 ano.

No fim do mesmo mês, a equipe do Cade participou do 23º Seminá-rio Internacional de Defesa da Con-corrência, promovido pelo Instituto Brasileiro de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional (IBRAC). Algumas autoridades do Cade partici-param como palestrantes de diversos temas da área da concorrência, dentre os quais podemos citar “Arbitragem e Concorrência” e “A prova econômica no processo concorrencial: limites ju-rídicos da teoria econômica”.

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reuniões seminários e cursos

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Em 2017, o Brasil teve participação frequente na Organização de Cooperação para Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os servidores do Cade estiveram presentes em diversas conferências da organização. Alguns dos exemplos foram: a reunião da Latin American and Caribbean Competition Forum (LACCF), em abril, em Managua, Nicarágua, apresentando o tema Merger Control in Latin America and the Caribbean Recent Developments and Trends; as reuniões do Competition Committee, Working Party 2 e Working Party 3, em junho e em dezembro, em Paris, França, apresentando o tema Cooperation with the Public Prosecutors and Enforcement agencies in Brazil e intervenções sobre Safe Harbours and Legal Presumptions in Competition Law, Common ownership by institutional investors and its impact on competition e Judicial Perspectives on Competition Law.

No mês de dezembro, durante o Global Competition Forum, realizado em Paris, o presidente Alexandre Bar-reto de Souza entregou o pedido para integrar a Organi-zação para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como membro permanente do Comitê de Con-corrência. A iniciativa faz parte de uma ação coordenada com o Ministério das Relações Exteriores, em conso-nância com a estratégia do governo brasileiro de partici-

par ativamente da OCDE. Os laços de cooperação com a instituição Global Antitrust Institution (GAI) também renderam a concessão de três vagas para servidores do CADE no curso introdutório sobre Defesa da Concor-rência do programa Economics Institute for Competition Enforcers.

O Cade também foi responsável pela 5th BRICS International Competition Conference. Ocorrida em Brasília e organizada ao longo de dois anos, a conferência é uma importante plataforma de cooperação para mercados emergentes e países em desenvolvimento compartilharem experiências recentes e reflexões no campo da concorrência. O tema deste ano, Rumo a uma Segunda Década de Cooperação Bem-Sucedida, celebrou o sucesso da primeira década de cooperação no âmbito dos BRICS e criou as condições para uma segunda fase de parceria profícua. Foram assinados acordos de cooperação entre os países-membros e também houve troca de conhecimentos das agências antitruste. O evento contou com a presença dos ministros da Justiça, Torquato Jardim, e da Fazenda, Henrique Meirelles. Membro de dezoito países, além de representantes de organismos internacionais, como a OCDE e a UNCTAD, também participaram do evento.

O cade no âmbito internacional

Representantes das Autoridades de Concorrência dos BRICS FONTE: Ascom/Cade

N o âmbito internacional, o Cade mais uma vez manteve uma atuação de relevância em 2017. A autarquia foi representada em 35 eventos

internacionais por 23 servidores, incluindo o presidente do órgão, o Superintendente-Geral, os conselheiros e demais membros do quadro funcional do órgão.

Os eventos internacionais nos quais o Cade compareceu no ano de 2017 são promovidos por instituições de excelência, como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), o Mercosul e a Rede Internacional da Concorrência (ICN), além de universidades, think tanks e outras autoridades antitrustes.

Entre os eventos da International Competition Network (ICN), organização em que o Cade é membro ativo, cons-tam os seguintes: “Merger Working Group – Investigative Techniques Workshop, realizado em fevereiro, em Wa-shington, nos Estados Unidos; ICN Annual Conference 2017, promovida em maio, em Porto, Portugal; ICN Cartel Workshop 2017, em outubro, Ottawa, Canadá; 2017 ICN Unilateral Conduct Workshop, ocorrido entre novembro e dezembro em Roma, Itália; e ICN Merger Workshop on In-vestigative Techniques, realizado em dezembro no México.

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) também promoveu eventos que contaram com a presença da equipe do Cade. Por exemplo, o 16th Intergovernmental Group Of Experts (IGE) on Competition Law and Policy Session no Palais des Nations, realizado em julho, em Genebra, na Suíça; e o “Cartel Working Group Workshop”, em outubro, no Canadá. Em sua atuação em fóruns da organização, o Cade remeteu uma contribuição escrita para o Grupo Intergovernamental de Peritos em Defesa da Concorrência, realizado pela UNCTAD, com o título “Enhancing international cooperation in the investigation of cartel cases: Brazil’s experience”.

Nos eventos da American Bar Association (ABA), a autarquia também esteve presente de forma atuante. As conferências do ano de 2017 foram: ABA Spring Meeting 2017, 28 a 31 de março, em Washington, Estados Unidos; Meeting with ABA Cartel Task Force, em março, na cidade de Washington, DC, Estados Unidos; ABA Antitrust in the Americas, em junho, na Cidade do México, México. ABA/IBA Post Annual Meeting, em agosto, na Califórnia, Estados Unidos; Post Annual Meeting (PAM) 2017, vinculado à American Bar Association (ABA), ocorrido em agosto, também na Califórnia.

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Representação internacional

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Visitas técnicas e treinamentos - No final de julho de 2017, o Cade recebeu profissionais da Agência Investigativa Norte-Americana (FBI), com o objetivo de ministrar para seus servidores um curso sobre técnicas de investigação, interrogatório e entrevista. De forma a fortalecer os laços com outras instituições federais e de disseminar os benefícios da capacitação, o convite para o curso foi estendido a servidores da CGU, do TCU e do DPF.

O Cade ainda recebeu, neste período, duas visitas técnicas de autoridades da Federal Trade Comission (FTC) para workshop sobre técnicas de investigação. Foram realizadas análises de casos importantes da agência americana, apresentações de princípios, estratégias e procedimentos da FTC em suas atividades na área concorrencial. O Conselho também organizou um evento de treinamento complementar sobre técnicas de entrevista e oitivas de caráter investigativo ministrado pelo Competition Bureau do Canadá.

Por fim, em outubro, o Cade ocorreu uma visita técnica do US Department of Justice (DOJ), com o propósito de trocar informações sobre a estrutura e o funcionamento de ambas as instituições, discutir casos e mercados de interesse mútuo e promover o fortalecimento dos laços de cooperação, ocasião em que se fortaleceu o protagonismo da autarquia na América Latina, uma das diretrizes estratégicas da Autarquia nos próximos anos.

Cooperação internacional - Ainda em 2017, o Cade negociou quatro novos acordos de cooperação internacional: os memorandos de entendimento com instituições chinesas (National Development and Reform Commission e o Ministry of Commerce) e indianas a (Competition Commission) e um programa de cooperação com o Federal Antimonopoly Service (FAS), da Rússia. Três destes acordos foram assinados e se encontram em fase de estabelecimento, e um deles será assinado em 2018.

assinatura do memorando de entendimento brasil-china FONTE: Ascom/Cade

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A área do Cade responsável pela gestão interna é Diretoria Ad-ministrativa. Suas principais

atribuições são: I) implementar as decisões do Presi-

dente do Cade relativas à administração da Autarquia;

II) planejar, coordenar e supervisionar a execução das atividades relacionadas com os sistemas federais de planeja-mento e de orçamento, de organização e modernização administrativa, de con-tabilidade e de administração financeira, de administração de recursos de infor-mação e informática, de recursos huma-nos e de serviços gerais, no âmbito do Cade;

III) desenvolver as atividades de exe-cução orçamentária, financeira e contá-bil no âmbito do Cade;

IV) realizar tomadas de contas dos ordenadores de despesa e demais res-

ponsáveis por bens e valores públicos e de todo aquele que der causa a perda, extravio ou outra irregularidade que re-sulte dano ao erário; e supervisionar o serviço de andamento processual.

Gestão de pessoas - Em 2017, a gestão de pessoas no Cade enfrentou grandes desafios, especialmente relacionados à quantidade de servidores e retenção de pessoal.

Em que pese a Lei nº 12.529/2011 ter ampliado as competências da autarquia, não houve reforço no quadro de pessoal. Por não possuir quadro de servidores próprio, a força de trabalho do Cade é composta por servidores comissionados, servidores do Plano Geral do Poder Executivo e, em sua maior parte, por servidores requisitados de outros órgãos ou em exercício descentralizado.

Importa ressaltar que o uso da requisição foi de grande auxílio no

ganho de mão de obra. O ano de 2017 contou com um crescimento de 10% no quadro de pessoal. Além disso, solicitou-se a realização de concurso para provimento de quatorze cargos vagos de nível médio e superior do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE). Entretanto, essa medida ainda não contou com a aquiescência do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

Quanto à qualificação, observa-se que, entre os servidores que tratam da área fim, quase todos possuem formação em nível superior (93%). Percebe-se também interesse na vida acadêmica por parte dos que integram a autarquia. Mais da metade (59%) cursou ou está curando pós-graduação (strictu sensu ou lato sensu). As áreas do conhecimento que possuem mais servidores são Direito (46%) e Economia (25%).

gestão internaDiretoria de Administração e Planejamento do Cade

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Em relação à faixa etária do quadro funcional, a maior parte dos servidores do Cade (68%) possui menos de 40 anos.

Parte dos funcionários da autarquia também é formado por prestadores de serviço. A partir de 2011, com a assinatura do acordo de cooperação técnica entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Ministério da Justiça e Segurança Pública (SDE/MJ) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Cade pôde contratar consultores, visando fortalecer as políticas públicas de defesa da concorrência e do consumidor no Brasil, por meio da geração e transferência de conhecimento nessas matérias, do fortalecimento institucional e da capacitação dos seus servidores. Esses colaboradores atuam em diversas áreas do Conselho, tendo contribuído, por exemplo, para a difusão nacional e internacional da Revista de Defesa da Concorrência (avaliada com conceito B1 no índice

Qualis de 2017) e a melhora nos estudos antidumping.

teletrabalho - O teletrabalho surge no Cade como meio de atender às demandas do mercado de trabalho moderno. Com o advento do processo eletrônico, pôde-se vislumbrar essa possibilidade, que foi regulamentada pela Portaria Cade nº 458, de 21 de dezembro de 2017. Uma das principais inovações de gestão interna do ano de 2017 foi a elaboração de um modelo de experiência-piloto de trabalho, iniciada em 15 de janeiro de 2018.

A adesão ao teletrabalho no Cade exige quatro condições:

I) acordo realizado entre servidor, chefe imediato, e gestor da unidade or-ganizacional;

II) trabalho compatível com o modelo

de teletrabalho;

III) possibilidade de mensuração ob-jetiva do desempenho; e

IV) observância do limite máximo de 30% de servidores em teletrabalho por unidade organizacional.

Há de se frisar que a implementação desse sistema tem em seu escopo a ampliação da eficiência da autarquia, pois as metas pactuadas devem ser superiores àquelas acordadas para o trabalho presencial. Além disso, ocorrerá redução no consumo de materiais e insumos.

GESTÃO DE RISCOS RELACIONADOS AO PESSOAL - Apesar da redução no número de desligamento de servidores em 2017 (15,76%), a rotatividade no Cade permanece acima da desejada, haja vista que a atual força de trabalho é insuficiente. Essa situação causa transtornos à gestão do conhecimento e gera custos à Administração Pública, já que traz consigo a necessidade de capacitação de novos servidores.

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capacitação - No ano de 2017, foi registrado um aumento de 66% no número de horas gastas para a capacitação de servidores. Tal esforço gerou números relevantes, tais quais:

• Nº de servidores capacitados = 179 (83,25% da força de trabalho);• Carga horária total de capacitação = 11.510 horas registadas;• Média anual de horas de capacitação por servidor = 53,53horas anuais por servidor;• Nº de ações de capacitação = 1.135 registradas.

Gestão Ambiental - O Cade participa da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), programa do Ministério do Meio Ambiente que tem como objetivo o estímulo à implementação de práticas de sustentabilidade. Nesse contexto, a autarquia adota práticas como:

• Distribuição de caixas no prédio para descarte de pa-pel para reciclagem, além de treinamento dos funcioná-rios da limpeza para devida coleta e separação material;• Convênio com cooperativa de recicladores, nos ter-mos da legislação vigente;• Observação, em suas contratações, dos parâmetros adotados no Decreto nº 7.746/2016

Adota-se, do mesmo modo, o Plano de Logística Sustentável (PLS), programa que abarca medidas já realizadas pela autarquia desde 2013, além de propor novas iniciativas. Nele, definem-se metas, formas de monitoramento e avaliação, prazos de execução e ações. Desse modo, é possível que a autarquia estabeleça e acompanhe práticas de sustentabilidade e racionalização de gastos e processos. Através disso, o Cade entra em conformidade com o art. 225 da Constituição da República, bem como com o disposto nas Leis Federais nº 12.187/2009, nº 12.305/2010, nº 12.349/2010 e nº 8.666/1993.

Cabe, ainda, destacar o “Projeto Cade Sem Papel”, que visa aprimorar processos de trabalho do Cade com a adoção de boas práticas e inovação, por meio da disponibilização de novos serviços eletrônicos para usuários internos e externos e do acesso a informações gerenciais para tomada de decisão e controle em processos.

O projeto possibilitou a implantação da tramitação eletrônica de processos e da ferramenta de pesquisa processual pública na autarquia. Outros serviços eletrônicos também surgiram com o Cade Sem Papel (clique denúncia, notificação de ato de concentração, requerimento de

compromisso de cessação de conduta, consulta, formulário de sustentação oral e pedido de vista), assim como a base de dados para registro e acesso a informações sobre processos julgados e atos de concentração.

A eliminação de papel com a adoção do processo eletrônico promove a sustentabilidade econômica e ambiental, além da redução dos custos de transação para os administrados (atualmente quase a totalidade dos AC são notificados eletronicamente). Tal medida produz efeitos de curto e longo prazo para o ambiente econômico e para a sociedade como um todo, tais como: (i) reduz pressões para aumentos

de preços pelo exercício de poder de mercado; (ii) favorece o investimento em pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias; (iii) incentiva o aumento da produtividade; e (iv) cria uma atmosfera mais favorável e menos incerta ao investimento.

Ressalte-se, por fim, que, nas aquisições de bens e serviços realizadas pelo Cade, utiliza-se cláusulas para garantir critérios de sustentabilidade ambiental, como, por exemplo, a obrigação de as empresas capacitarem seus funcionários com o objetivo de reduzir o consumo de água e de energia elétrica.

A eliminação de papel com a adoção do processo

eletrônico promove a sustentabilidade econômica

e ambiental, além da redução dos custos de transação para os administrados.

Atualmente, quase a totalidade dos AC são

notificados eletronicamente

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DESEMPENHO ORÇAMENTÁRIO - No exercício de 2017, a Ação 2087 – Promoção e Defesa da Concorrência teve a sua disposição a dotação orçamentária de R$ 24.179.000,00 (vinte e quatro milhões cento e setenta e nove reais).

O Cade logrou êxito em demonstrar seu comprometi-mento no alcance das metas e dos objetivos no campo do antitruste. Contou, ao final do exercício, com 100% do li-mite orçamentário autorizado na Lei Orçamentária Anual (LOA) e a execução orçamentária foi de 97,68%, valor bastante próximo aos 98% postos como meta.

A execução orçamentária foi capaz de atender tanto atividades finalísticas, como despesas com missões realizadas pela Superintendência-Geral, quanto despesas com Projetos Estratégicos, tal qual a organização da 5ª Conferência Internacional de Concorrência do BRICS. Pôde-se, ainda, proporcionar a capacitação e valorização de servidores, por meio de seminários e eventos concernentes à área concorrencial.

Aprovou-se o valor de R$ 11.346.667,00 (onze milhões, trezentos e quarenta e seis mil, seiscentos e setenta e sete reais) para as despesas de pessoal. E, naquilo que atine às metas físicas estipuladas nos Planos Orçamentários da Ação, tem-se que os resultados ou foram superiores ao planejado ou, pelo menos, foram satisfatórios.

DESEMPENHO FINANCEIRO - No ano de 2017, o Cade arrecadou receita no montante de R$ 32.218.229,94, derivada do pagamento de taxas de Atos de Concentração e consultas. Este valor foi maior que os R$ 30.175.000,00 previstos.

A execução em receita própria traz maior autonomia e eficiência no atendimento ao cronograma de pagamentos das despesas assumidas pela entidade. Por isso, a execução orçamentária de 97,68% na Ação 2807 - que representa os gastos governamentais com a promoção da defesa da concorrência no país - tem ainda mais relevo.

investimentos 150

outrasdespesas

correntes150

4.313.541,00

19.865.459,00

419.314,00

801.032,75

3.894.227,00

19.064.426,25

152.409,19

16.052.346,17

0,00

50.054,89

152.409,19

16.043.154,92

Grupo de despesa

fontesof

dotaçãoatualizada

créditodisponível

despesasempenhadas

despesasliquidadas

despesasliquidadas

a pagar

despesaspagas

Execução do Orçamento em 2017 – Ação 2907 Promoção da Defesa da Concorrência

material deconsumo

• reduzir o consumo de papel;• otimizar a utilização de copos descartáveis;• otimizar o uso de toner e cartuchos.

energiaelétrica

tema objetivos

• promover ações de economia e uso eficiente de energia.

água eesgoto

• promover ações de economia e uso eficiente de água e esgoto.

coletaseletiva

• reduzir o impacto ambiental negativo causado pelo descarte irregular de resíduos.

qualidade de vida no ambiente de

trabalho

• promover a motivação, produtividade, saúde da força detrabalho e prevençãocontra acidentes de trabalho.

compras econtrataçõessustentáveis

• revisar e aprimorar os processos de compras e contratações, com vistas ao desenvolvimento de especificações para aquisição de bens, serviços e projetos pautados por critérios de sustentabilidade ambiental.

DESLOCAMENTODE PESSOAL

• CONSIDERAR TODOS OS MEIOS DE TRANSPORTE, COM FOCO NA SEGURANÇA, REDUÇÃO DE GASTOS E EMISSÕES DE SUBSTÂNCIAS POLUENTES.

Objetivos do Plano de Logística Sustentável (PLS) por tema

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Gestão financeira

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O RELACIONAMENTO ENTRE O CADE E A SOCIEDADE

O contato com o cidadão é de grande importância para o Cade. Por isso, três formas de acesso à autarquia são disponibilizadas à sociedade, quais sejam: (i) a

Ouvidoria; (ii) o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SIC); e (iii) o Clique Denúncia. No ano de 2017, 1051 atendimentos foram realizados por essas vias.

OUVIDORIA - Quando se deseja elogiar, reclamar, denunciar, sugerir ou solicitar algo na alçada do Cade, deve-se buscar a Ouvidoria. Sua atuação é regulada pela Instrução Normativa nº 1/2014 da Controladoria Geral da União. São recebidas demandas realizadas pelo formulário eletrônico disponível no site do Cade, por meio de correspondência ou a partir do encaminhamento por outros órgãos ou de maneira presencial.

SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO (SIC) - Previsto na Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação), este serviço tem por objeto orientar o público quanto ao acesso à informação, além de gerar relatórios sobre a tramitação de documentos nas unidades e receber pedidos de informação.

É possível ter acesso ao SIC/CADE presencialmente em sua unidade física, por e-mail, por telefone, e pelo Sistema Eletrônico do Serviço de Informação ao Cidadão (e-SIC). Para realizar pedidos de informação previstos na Lei de Acesso à Informação, no entanto, utiliza-se somente dois meios: o e-SIC ou o formulário específico disponibilizado no website do Cade.

CANAIS DE ACESSO DO CIDADÃO

No ano de 2017, o SIC/Cade recebeu 178 pedidos de informação. Desses, 171 receberam tratamento da Autarquia, enquanto os 8 restantes foram encaminhados a outros serviços de informação da Administração Pública Federal. Esse ano foi marcado pela maior quantidade de pedidos recebidos pelo e-SIC desde sua instituição, conforme podeser observado na tabela que segue. Em relação ao ano de 2016, houve um aumento de 35% nos pedidos de informação requisitados.

Com o objetivo de melhor prestar seu serviço, o SIC/Cade foi monitorado por meio de um indicador que mediu sua celeridade nas respostas às demandas da sociedade. Na maior parte dos meses, o resultado desse cálculo foi superior à meta estipulada, de 60%¹. As temáticas abordadas foram, principalmente, sobre os processos do Cade, dados estatísticos e sobre a atuação e funcionamento da autarquia.

As pessoas que buscaram o SIC/Cade foram predominantemente homens (66%) com nível superior (91%). Observou-se que a solicitação de dados possuiu, em boa parte das vezes, o fim de pesquisa, vez que 39% dos solicitantes eram estudantes, pesquisadores ou professores.

_____________¹A fórmula utilizada para esse indicador foi: (pedidos de informação

recebidos no mês que foram atendidos em até 10 dias / Total de pedidos recebidos no mês)*100

jan fev mar abr mai jun jul Ago set out nov dez total média

72 73 78 59 75 65 97 85 55 61 63 48 831 69,25

clique denúncias 2017 - denúncias recebidas

jan fev mar abr mai jun jul Ago set out nov dez total média

67 59 69 26 48 45 56 86 52 11 95 37 651 54,25

clique denúncias 2017 - denúncias arquivadas

CLIQUE DENÚNCIA - Esta ferramenta online visa a comunicação direta entre o cidadão e a autarquia e possibilita a apresentação de denúncias sobre fatos cuja investiga-ção compita ao Cade.

Uma característica bastante relevante deste canal é a preservação do denunciante. Dessa forma, o cidadão pode sinalizar uma conduta anticoncorrencial, sem medo de represálias. Além disso, não se exige conhecimento da área jurídica para aquele que objetiva auxiliar a atividade antitruste.

A denúncia chega de maneira célere à SG que, imediatamente, passa a analisar as informações trazidas. Ainda que a denúncia exposta não seja da competência do Cade, o cidadão recebe uma resposta, por meio da qual a equipe de triagem informa sobre qual órgão se deve procurar.

Por fim, há que se ressaltar a impor-tância do Clique Denúncia na persecu-ção de condutas anticompetitivas. Nos dias atuais, essa é uma grande fonte de investigações. Das 1482 denúncias rea-

lizadas no ano de 2017, 831 foram rece-bidas e, portanto, ensejaram um proce-dimento investigatório.

CARTA DE SERVIÇOS AO CIDADÃO - São ofertados quatro serviços a sociedade, a saber: (i) Análise e julgamento de Atos de Concentração; (ii) Celebração de Termo de Compromisso de Cessação com o Cade; (iii) Denuncia de Infrações à Ordem Econômica; e (iv) Pesquisa de processos no Cade. Todos descritos de forma a atender o estabelecido no Decreto nº 6.932 de 11 de agosto de 2009. Para saber mais, o cidadão pode acessar o site do órgão ou o Portal de serviços do Governo Federal.

AFERIÇÃO DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS CIDADÃOS-USUÁRIOS - O Cade utiliza, desde 1º de janeiro de 2015, o Sistema Eletrônico de Informações – SEI (desenvolvido pelo Tribunal Regional da 4ª Região) como meio de tramitação de processos. Hoje, no âmbito dessa Autarquia, todos os documentos e processos são produzidos e tramitados eletronicamente.

Em 2017, o Núcleo Gestor do SEI rea-lizou pesquisa de satisfação dos usuários

externos. Grande parte desses usuários era composta por advogados (73,3%), com atuação no Cade. Mais da metade deles afirmou utilizar o SEI diariamente e 85,5% afirmou que o SEI facilitou a atua-ção junto à Autarquia.

MECANISMOS DE TRANSPARÊNCIA DAS INFORMAÇÕES RELEVANTES SOBRE A ATUAÇÃO DA UNIDADE - Com o advento do novo portal do Cade, em 2016, a Autarquia passou a dispor de ferramenta em padrão semelhante ao utilizado pelo Governo Federal. Em harmonia com o conceito de acessibilidade digital, o sítio apresenta conteúdo em Língua Brasileira de Sinais, o que é realizado por meio do tradutor automático VLibras.

O conteúdo do website é separado por temas, distribuídos em dois menus principais: Assuntos e Acesso à Informação.

Uma importante novidade trazida pelo portal foi a ferramenta “Cade em Números”, que apresenta os principais dados sobre a atuação da autarquia na defesa da concorrência do país em um painel dinâmico.

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premiações

E m 2017, a Autarquia foi classificada, pela quinta vez consecutiva, como uma das melhores instituições antitrustes do mundo pela revista

britânica internacional Global Competition Review (GCR), e mantém a classificação de 4 estrelas (“Muito Bom”) no ranking da entidade. Somado a isso, a agência antitruste brasileira também foi considerada a melhor agência das Américas em 2017 pela mesma organização. O resultado mantém a Autarquia entre as dez melhores agências antitruste do mundo.

O Guia de Termo de Compromisso de Cessação (TCC) do Cade recebeu o prêmio de primeiro colocado (Best Soft Law) na categoria práticas concertadas do Antitrust Writing Awards 2016, tradicional premiação de defesa da concorrência – promovida pela revista francesa Concurrences.

No mês de dezembro, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) homenageou o Cade em cerimônia de comemoração dos 20 anos do Programa Nacional de Defesa do Conhecimento Sensível (PNDC). A escolha da autarquia, dentre o total de 90 instituições participantes do programa, se deu por conta do seu grande engajamento na adoção das recomendações da agência.

Por fim, o Cade também foi um dos destaques no 21º Concurso Inovação no Setor Público, promovido pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). A iniciativa intitulada “Peticionamento eletrônico e transparência ativa: inovação na oferta de serviços”, desenvolvida no âmbito do Programa Cade sem Papel, ficou entre as cinco melhores na categoria Serviços ou Políticas Públicas Federais.

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servidores recebem prêmio de inovação da enap FONTE: Ascom/Cade

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Esta publicação é uma realização do gabinete da presidência do [email protected]

SEPN, Quadra 515, Bloco D, Lote 04 - Asa Norte, DF, 70770-504

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