ficha de leitura do livro de french

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FRENCH , Steven. Ciência: conceitos-chave em Filosofia. Tradução: André Klaudat. Porto Alegre: Artmed, 2009. 1 . INTRODUÇÃO 1 . Como a ciência enquanto um fenômeno cultural tem tido impacto em nossas vidas. 2 . Questões: Como ela funciona? Como os cientistas fazem as coisas que fazem? Como eles produzem as teorias? Como eles as testam? 3 . Respostas: A ciência se estrutura sobre fatos A ciência descobre leis que governam os fatos A ciência é a arte de pensar de novas e mais complexas maneiras velhos fatos 4 . TOQUES GERAIS 1 . A luta contra o senso comum, o cientista espontâneo que habita em nós. 2 . A compreensão do caráter ativo da observação e nossas práticas de cientistas. 3 . A concepção de ciência como provisória, precária e a possibilidade de cultivo do anti-dogmatismo, de uma inquietação provocadora, desafiante. 4 . A habilidade de pensar os efeitos de instrumentos e de teorias sobre nossos objetos, experimentos, hipóteses, conclusões. 5 . O treinamento para a preparação cuidadosa, imaginativa, aberta, o mínimo neurótica possível das nossas abordagens e a complexificação e intensidade do contato com os fenômenos. O sexo O quadro A música O olhar

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Page 1: FICHA DE LEITURA DO LIVRO DE FRENCH

FRENCH , Steven. Ciência: conceitos-chave em Filosofia. Tradução: André Klaudat. Porto Alegre: Artmed, 2009.

1 . INTRODUÇÃO

1 . Como a ciência enquanto um fenômeno cultural tem tido impacto em nossas vidas.2 . Questões:

Como ela funciona? Como os cientistas fazem as coisas que fazem? Como eles produzem as teorias? Como eles as testam?

3 . Respostas: A ciência se estrutura sobre fatos A ciência descobre leis que governam os fatos A ciência é a arte de pensar de novas e mais complexas maneiras velhos fatos

4 . TOQUES GERAIS

1 . A luta contra o senso comum, o cientista espontâneo que habita em nós.2 . A compreensão do caráter ativo da observação e nossas práticas de cientistas.3 . A concepção de ciência como provisória, precária e a possibilidade de cultivo do anti-dogmatismo, de uma inquietação provocadora, desafiante.4 . A habilidade de pensar os efeitos de instrumentos e de teorias sobre nossos objetos, experimentos, hipóteses, conclusões.5 . O treinamento para a preparação cuidadosa, imaginativa, aberta, o mínimo neurótica possível das nossas abordagens e a complexificação e intensidade do contato com os fenômenos.

O sexoO quadroA músicaO olharAs lâminasOs mapasO texto

Page 2: FICHA DE LEITURA DO LIVRO DE FRENCH

2 . A DESCOBERTA1. Fatos2. Explicações para fenômenos3. Teoria4. Hipóteses

Como são descobertas as teorias, as hipóteses, os modelos científicos?1. A visão comum – o momento eureca

O exemplo de Arquimedes (o deslocamento de água como medida do volume de um corpo)

O exemplo de Mullis (a descoberta da reação em cadeia da polimerase) A conexão com a visão romântica de criatividade – não tem regras e o

descobridor não sabe como fez a descoberta. O contexto da descoberta (irracional e criativo) e o contexto da

justificação (racional, governado por regras e analisável). 2 . O contexto da descoberta

Criatividade – relaxamento, abertura, exposição a experiências, saberes; concentração, imaginação, raciocínio analógico, criticidade, intuição... Não é possível de ser analisado rigorosamente, em termos epistemológicos.

3 . O contexto da justificação Intuição criativa e a criação de hipóteses Como a verdade provável de uma hipótese recebe o suporte?

Experimentação Observação de casos singulares e generalização (indução) Extração de conclusões gerais a partir de premissas particulares

(dedução)4 A explicação hipotético-dedutiva:

Criatividade e geração de hipóteses do geral para o particular, das premissas, a extração do geral do material das premissas.

Premissa 1: Todos os humanos são mortais (universal).Premissa 2: A é humano (singular).Conclusão: A é mortal (singular).

Deduções (lógicas) de consequências experimentais a partir das hipóteses – exemplo da luz como ondas

4 . Críticas Pode haver mais a ser dito sobre a descoberta do que ela somente envolver

um pico criativo. Pode haver mais a respeito do teste experimental do que somente a

dedução direta. 5 . O mito da criatividade – os bastidores do momento eureca!

A história intelectual de Arquimedes e sua preparação pré-cena da banheira.

Page 3: FICHA DE LEITURA DO LIVRO DE FRENCH

O background de Mullis e o papel da equipe. A produção jornalística da descoberta científica Jenner e a descoberta da vacina da varíola – a contribuição anônima das ordenhadoras – o papel da observação na construção de hipóteses -

A INDUÇÃO – do singular para o universal. 6 . A indução enumerativa – a observação cumulativa de casos singulares em que

se repete uma certa característica e a universalização dessa característica – o exemplo dos cisnes brancos.

7 . O mistério da extração do geral a partir do singular e a possibilidade de levar a uma conclusão falsa. O exemplo do cisne e a visita à Austrália. O exemplo dos perus e o Natal.

8 . A garantia da verdade e os limites da conclusão com base na indução enumerativa – a verdade probabilística, com base no número de observações (singulares) feitas e o fantasma do contra-exemplo.9 . O procedimento indutivo para dar suporte à afirmação de que as descobertas

científicas são feitas através da observação indutiva – a tautologia: para provar o poder e a utilidade da indução, usar um procedimento indutivo.

10 . A re-exposição do caso Jenner para mostrar que sua generalização não foi fruto apenas da observação dos casos singulares de inoculação de pus ressequido de feridas da varíola, mas como também como o resultado de certo conhecimento adquirido inclusive na escolarização (certa teoria).

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3 . A HEURÍSTICA1 . Como acontece a descoberta científica?

Pelo estalo (momento eureca) decorrente da criatividade de sábios, o qual produz hipóteses que se desdobram em experimentos e finalmente em conclusões gerais (o papel das operações lógicas)

Pelo acúmulo de observação de casos singulares regulares pelas quais chega-se a uma conclusão universalizante

Pela adoção de uma série de estratégias teórico-metodológicas: a heurística.2 . Heurística – estudo dos métodos e abordagens que são usados na descoberta e na solução de problemas.3 . Polya e o método para resolver problemas:

Entenda o problema Faça um plano Execute o plano Revise o que foi feito

Encontrar uma analogia que se relacione com o problema a ser resolvido.

Encontrar um problema análogo ao seu e que já foi resolvido4 . Uso da heurística na Psicologia, para indicar como produzimos erros ao decidir com base em informações incompletas:

Erro de taxa básica, decorrentes da desconsideração do tamanho da amostra considerada

Erro decorrente da desconsideração de certas leis da probabilidade Erro decorrente da parcialidade decorrente da familiaridade com o evento sob

avaliação.4.1. Exemplo do teste impreciso e o erro de taxa básica.4.2. O caso de Linda e a violação da regra de conjunção da probabilidade, segundo a qual a probabilidade de dois eventos acontecerem juntos não pode ser maior do que a probabilidade dos eventos acontecerem sozinhos – oque é mais representativo do que seria a trajetória de alguém como Linda é visto como o mais provável.

5 . Assim como as pessoas comuns utilizam modelos de abordagem para chegar a conclusões a respeito do mundo (generalização, analogia, projeção), os cientistas usam certos movimentos e abordagens que os conduzem para as descobertas científicas.

6 . Descoberta como criatividade + heurística (circunstâncias privadas mentais que levam ao surgimento de idéias + conexões entre as idéias e os contextos relevantes).7 . A descoberta é mais complexa do que apenas o uso da dedução e da indução.8 . A observação de similaridade entre fenômenos no nível teórico e no nível

experimental: o exemplo da criação da hipótese de Benjamin Franklin de que os raios seriam descargas elétricas: A observação da similaridade entre as faíscas produzidas pelas máquinas

elétricas e as produzidas pelos raios (nível teórico) O teste de Dalibard (a vara de metal, de 40 pés) O teste de Franklin (a pipa com chave de metal)

Page 5: FICHA DE LEITURA DO LIVRO DE FRENCH

A lição das condições do experimento e da importância da observação (o comportamento da corda quando molhada) no julgamento da falsidade ou verdade de hipóteses/teorias.

9 . Nível teórico – correspondência: novas teorias nascem nos ombros de antigas, mas também pela ruptura com estas, por revoluções

Revolução científica (Newtoniana) Revolução einsteiniana – teoria da relatividade Revolução da teoria quântica

10. Kuhn e a estruturas das revoluções científicas Ciência normal e o paradigma Obsolescência de teorias e do paradigma – saltos Princípio da Correspondência Geral – toda nova teoria tem que dar conta da

sua predecessora – que partes das teorias antigas devem ser mantidas (para reter o melhor delas)?

10 . Nível teórico: furadas e pistas: outra estratégia heurística é procurar nas teorias existente lacunas e falhas e a partir dessas elaborar novas teorias.

Exemplo da inconsistência da teoria do átomo de Bohr como ponto de partida para a criação da mecânica quântica.

Inconsistência de Bohr: não reconhecer o princípio da física clássica pré-quântica, segundo o qual qualquer corpo em movimento circular perde e irradia energia.

11 . Nível teórico: levando os modelos a sério – construir modelos de processos ou sistema que queremos entender, em vez de uma teoria completa e então levar o modelo a sério como representação acurada de ao menos alguns aspectos do sistema ou processo.

12 Exemplos: Do pêndulo – ignorar a resistência do ar e os efeitos da fricção

entre a corda e a base com o prendedor, bem como usar comprimentos pequenos, já que em grandes a experiência não funciona.

Simplificação e nível aceitável de idealização13 . Modelos análogos

Átomos dos gases análogos a bolas de bilhar Gota líquida do núcleo atômico: assim como uma gota vibra e balança

se divide quando lhe é aplicada uma força, o núcleo sofre fissão sob o efeito da energia aplicada sobre ele.

Tratar algo como se fosse um(a) ....... Analogias negativas (não estão no sistema que queremos entender a

través da modelização com elementos que conhecemos), positivas (estão presentes) e neutras (não sabemos se estão ou não presentes).

Modelos físicos ou conceituais.14 . Níveis da produção da descoberta científica da reação em cadeia de

polimerases, de Crick, Franklin e Watson: Conhecimento prévio O experimento A construção do modelo teórico

15 . A descoberta não foi

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Completamente irracional ou mero chute Resultado de indução a partir de observações Possível graças à combinação de procedimentos heurísticos.

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4 . A JUSTIFICAÇÃO1 . Descoberta – cobrança das evidências – Justificação.2 . Qual o impacto dos dados experimentais nas teorias?3 . O que distingue a ciência da não-ciência?

Positivistas lógicos - o verificacionismo Popper – o falseacionismo

3 . A visão dos positivistas lógicos - a demarcação entre metafísica (filosofia) e física (ciência) é a verificabilidade observacional ou potencial.

4 . A observação como o terreno firme da objetividade científica.5 . Caminhos da verificação

Teoria - Hipótese Desdobramentos observacionais e predição de resultados Observação de comportamento em experimentos Uma verificação – verdade da teoria Quanto mais verificações – maior a probabilidade da teoria

6 . Carnap e a passagem da verificação para a confirmação – o grau de confirmalidade de uma teoria ao invés de seu grau de verificabilidade

7 . Problemas do verificacionismo DUHEM QUINE: O que se verifica, os enunciados isoladamente ou uma rede de

hipóteses (original + auxiliares)? Quantas observações seriam necessárias para confirmar uma hipótese (uma

outra observação é uma nova observação ou uma mera repetição daquela já feita)?

8 . Popper e o falseacionismo A desconfiança da observação como prova da objetividade científica – as

práticas confirmacionistas de marxistas, freudianos e adlerianos – a moldagem dos fatos à teoria.

O que distingue a ciência da não ciência é a possibilidade de falseamento. Ao invés de declarações sobre a verdade de uma hipótese, afirmar sobre sua

força explicativa provisória (até um determinado momento). A ciência como convite à busca dos erros, dos furos de uma hipótese ou teoria

– lógica do erro como aproximação da verdade) (diferença em relação à religião ou a uma filosofia)

Melhores hipóteses são as mais falseáveis – menos vagas, mais específicas e que fazem predições precisas

9 . Esquema de resolução de problemas Apresentação de uma conjectura ousada Consequências observáveis a serem submetidas a experimentos

1. Passa no teste – melhor até agora – testes mais precisos2. Não passa no teste – falsificada – nova conjectura – aprendizagem

sobre o mundo 10 . Falseacionismo e darwinismo social – que sobrevivam as hipóteses mais fortes!

11 . Problemas

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5 . A OBSERVAÇÃO1 . Verificacionsitas, falseacionistas e a importância dos testes através da observação.2 . A observação como o terreno firme da ciência3 . Visão comum sobre a ciência: a ciência é uma estrutura construída sobre fatos.4 . Como são obtidos os fatos? – pela observação5 . Como observamos – como vemos? As operações físicas/mecânicas envolvendo o cérebro e o olho. 6 . Duas pessoas observando uma escultura verão a mesma coisa?7 . Hanson: há mais em relação ao ver do que o que toca o globo ocular.8 . A hierarquização dos sentidos – a predominância do olhar.9 . Olhar, cheirar, ouvir, tocar, saborear, sentir, como resultados do treino, das experiências, trajetórias, do padrões culturais.10 . O exemplo do cubo e as convenções da arte ocidental a respeito da perspectiva (Bruneleschi)11 . O papel das crenças e expectativas precedentes, das disposições mentais, das sugestões, das teorias sobre a observação.12 . A aprendizagem da mediação dos instrumentos.13 . O exemplo de Galileu

Os limites e potencialidades dos instrumentos O que ele via e o que os outros viam

14 . O treino para ver – exemplos do raio-x e das ultrasonografias15 . Quão seguras são nossas observações?16 . O Mito dos Enunciados de Observação Seguros

Enunciados de observações pressupõem teorias Teorias são precárias, provisórias Enunciados de observação são precários, provisórios

17 . O Mito do Observador Isento – o exemplo do botânico na floresta amazônica1 8 . As parcialidades

O que está procurando O que é relevante e irrelevante Teorias e hipóteses a serem testadas

19 . O exemplo da teoria do eletromagnetismo de Maxwell e o erro de Hertz – o irrelevante mostrou-se relevante ( o tamanho do laboratório)20 . Observadores com teorias observarão coisas diferentes, mesmo fazendo experimentos semelhantes.21 . O exemplo de Adler e Freud a respeito do apaixonado que se considera indigno.22 . Funções da teoria na observação

Guiar Dar forma Atribuir significados aos enunciados que a relatam

23 . Observar é construir fatos a partir de teorias.

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6 . O EXPERIMENTO

1 . O que vemos é determinado pelas experiências, pressuposições teóricas, crenças, elementos que ajudam a selecionar o que é relevante, o que é real, o que é invenção, etc.

2 . Os limites e potencialidades dos instrumentos utilizados.3 . O protagonismo exercido pelas teorias nas observações – não esquecer a rede de

hipóteses que está sendo testada e o aprendizado a partir do erro.4 . QUESTÕES A ENFRENTAR Se a base observacional da ciência não é terreno firme, como ela pode ser

objetiva? Se as observações são revisáveis, como asseguramos que elas são tão seguras

quanto poderiam ser? Como distinguir observações genuínas daquelas que são mero artefato,

resultantes de falhas no instrumento ou por fraquezas na técnica observacional utilizada?

5 . Estratégia 1 – por eliminação – o exemplo de Galileu: para comprovar que suas observações não eram o resultados de falhas no instrumento, ele apontou o telescópio para outro lugar, e as manchinhas (as luas de Júpiter) não estavam lá.

6 . Estratégia 2 – mudar as técnicas e ver se o observado se repete – o exemplo do sangue no microscópio e em amostras preparadas - submeter a amostra a vários tipos de microscópios.

7 . Estratégia 3 – exame e calibragem do equipamento a ser utilizado para ver se ele reproduz fielmente o conhecido para depois aplicá-lo ao desconhecido – o exemplo de Galileu: para mostrar como funcionava o telescópio, direcionou-o a coisas próximas, antes de direcioná-lo às do céu.

8 . Estratégia 4 – focalizar cada fonte de provável erro no experimento, para aumentar o nível do controle.

9 . Controlar a variedade de circunstâncias e observar a regularidade dos resultados ou regularidade no comportamento do fenômeno estudado.

10 . Verificar a consistência da teoria em que se baseia a observação.11 . Observação e experimentos como atividades que envolvem engajamento ativo e

não passivo com o mundo!12 . A questão não é estar carregado de teoria, mas se a teoria que guia o experimento

está sendo testada ou já foi aprovada em testes anteriores – teoria fundamentadora ≠ teoria que está sendo testada.

A VIDA SECRETA DO EXPERIMENTO13 . A relação entre teoria e experimento é sempre conduzida pela teoria (DE CIMA

PRA BAIXO)Um experimento não antecedido pela teoria tem a mesma relação com a pesquisa

científica que a barulheira de uma criança tem com a música. [Liebig]14 . QUESTÃO: As teorias sempre vêm antes? Hacking – não necessariamente – a vida secreta dos experimentos15 . Os modelos como mediadores entre teorias altamente complexas e observações

mais simples.16 . COMO SE FAZ PARA A TEORIA ENGRENAR COM O EXPERIMENTO? TEORIA – enunciados teóricos com termos inobserváveis + enunciados-ponte

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(modelos) EXPERIMENTOS – enunciados de observação contendo indicadores observáveis MODELOS – sistemas conhecidos de relações entre elementos que duplicam de

forma análoga as relações entre variáveis na teoria (desconhecidas) – exemplo do “modelo das bolas de bilhar”, para explicar o movimento das moléculas de gases.

17 . Teorias e modelos representam os fenômenos através da similaridade.18 . Passagem do esquema TEORIA OBSERVAÇÃO , para o esquema TEORIA MODELOS OBSERVAÇÃOCONSTRUINDO OS FENÔMENOS19 . Os fenômenos são criados e não descobertos. Na natureza existe somente

complexidade, que somos capazes de analisar.20 . No laboratório, os fenômenos são criados pelos experimentos e aparelhos

específicos capazes de produzir determinados efeitos.21 . Ciência e capacidade de isolar os fenômenos, repeti-los, controlá-los e investigá-

los. 22 . Os dados indicam, dão evidências aos fenômenos e estes às teorias.23 . As teorias explicam os fenômenos e não os dados observados em contextos

experimentais particulares.24 . Inferir fenômenos de dados significa inferir as propriedades, as formas de reações

de objetos, processos, materiais relacionados através de modelos de dados.

TEORIA MODELOS DE RELAÇÕES ENTRE VARIÁVEIS, DADOS DO FENÔMENOS

PARA CONCLUIR

25 . Reconhecer o caráter ativo e problemático das observações e objetivar seus efeitos sobre os objetos, fenômenos, conclusões.

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7 . O REALISMO

1 . O que nos dizem as teorias científicas?

A.(REALISMO) Como o mundo é, tanto em seus aspectos observáveis quanto inobserváveis.

B.(INSTRUMENTALISMO) Como o mundo é, somente em seus aspectos observáveis – capacidade preditiva.

C.(EMPIRISMO CONSTRUTIVO) Como o mundo é em seus aspectos observáveis e como pode ser em seus aspectos inorbserváveis.

REALISMO CIENTÍFICO2 . As teorias científicas:

São verdadeiras – correspondem ao estado de coisas no mundo (correspondência)Descrevem corretamente as coisas que há no mundo (observáveis e

inobserváveis)Descrevem corretamente como essas coisas estão relacionadas

3 . ProblemasA meta-indução pessimista: o vai e vem das teorias – a história da ciência e seus

exemplos de teorias que eram consideradas verdadeiras e depois como falsas.Quais teorias descrevem o mundo como ele é? As maduras, testadas,

consensuais, verificadas.A subdeterminação da teoria pela evidência (quando as evidências apontam para

dubiedades, hesitações – o exemplo das teorias sobre a extinção dos dinossauros)

4 . Argumento pró-realismo – argumento sem milagres – ele é a única filosofia que não faz do sucesso da ciência um milagre – a ciência funciona e tem mudado radicalmente as nossas vidas.

5 . O QUE É EXPLICAR UM FENÔMENO?A. Posição nomológico-dedutiva – explicar um fenômeno é deduzir logicamente um

enunciado que o descreve a partir de uma ou mais leis, mais as condições relevantes que descrevem as condições em que o fenômeno é observado. (deixa de fora os fatores relevantes em uma explicação)

B. PRÓ-MODELO – explicar um fenômeno é representá-lo através de um modelo.6 . Como decidir entre duas teorias que se oferecem como explicações de um mesmo

fenômeno (subdeterminação teórica)?A.Grau de coerência e unificaçãoB.Grau de simplicidade e clareza (por que uma teoria mais simples deveria estar

mais próxima da verdade?)C.Coerência com outras teorias já aceitas ou com alguma de nossas crenças

fundamentais. (exemplo da coerência entre a hipótese da extinção dos dinossauros causada por vulcões e as teorias geológicas já corroboradas) (por que devemos pensar que o conhecimento prévio está correto?

7 . O questionamento do argumento sem milagres – foi a ciência tão bem sucedida assim? E todas as teorias que pararam pelo caminho? E as que foram posteriormente reconhecidas como equivocadas (em seus graves efeitos)?8 . O ANTIRREALISMO

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1 . O ASM – Argumento Sem Milagre: as verdades da ciência corresponde às coisas como elas são no mundo real.“Assim como as teorias são aceitas por serem as melhores explicações dos fenômenos que descrevem, o realismo é a melhor explicação do sucesso da ciência”.

PROBLEMAS2 . O problema da Meta-Indução-Pessimista - MIP: se na história da ciência, teorias

consideradas verdadeiras foram depois jogadas fora como falsas, porque acreditar que as atuais são verdadeiras.

3 . Se temos duas teorias igualmente bem apoiadas pelas evidências, como decidir qual das duas é a melhor – o problema da Subdeterminação da Teoria pela Evidência – o STE.

4 . Os realistas supõem o que deveriam na verdade provar: Que os cientistas escolhem aquela teoria que é melhor explicação como a

verdadeira

5 . Questão fundamental desse capítulo? Como responder ao MIP, ao STE e à tautologia epistemológica dos realistas?

6. ALTERNATIVA 1 – o Empirismo Construtivista: devemos restringir a questão da verdade das teorias à questão sobre sua

adequação empírica. Isto significa perguntar se o que elas dizem sobre as coisas e eventos observáveis em nosso mundo é verdade – se as teorias dão conta do fenômeno.

Nunca podemos saber como o mundo é, já que só podemos conhecer o observável – as teorias nos fornecem estórias úteis sobre como o mundo provavelmente é...

Sobre o MIP, os empiristas construtivos pensam que a substituição de uma teoria por outra se refere ao crescente nível de adequação empírica que os cientistas vão sempre buscando e construindo. Como não se preocupam com a verdade das teorias (como os realistas), trata-se apenas de substituir uma estória sobre como o mundo provavelmente é por outra.

Sobre o STE, os empiristas construtivos aceitam duas ou mais teorias sobre um mesmo fenômeno, desde que sejam empiricamente adequadas (funcionem, dêem conta). A escolha por uma deve-se a razões pragmáticas (grana para faze experimentos numa direção e não em outra, por exemplo).

Sobre o ASM, os empiristas construtivistas pensam que o sucesso da ciência pode ser explicado pelo foco que é dado historicamente nas teorias mais adequadas em termos empíricos, sendo as inadequadas ou menos adequadas abandonadas ao longo do caminho (dada a pletora de teorias – abundância -, algumas deverão estar certas!) – a hiótese darwinista

7. O Instrumentalismo: enunciados teóricos não são verdadeiros ou aproximadamente verdadeiros, mas meros instrumentos para a predição de fenômenos empíricos, através de suas listas implícitas de enunciados de observações. 8. Problemas do empirismo construtivo:

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Dificuldade e necessidade de explicar o que é observável ou não. Os limites da analogia com a teoria da evolução.

9 . ALTERNATIVA 1 – o realismo das entidades Algumas entidades são mantidas, mesmo mudando as teorias sobre elas (ex.: o

elétron, os genes) – [enfrentamento da MIP] A crença na existência dessas entidades não se refere à verdade das teorias,

mas à possibilidade de sua manipulação, na criação de fenômenos. [enfrentamento do STE: se duas teorias usam modelos diferentes de elétrons, o que importa é saber em que medida esses modelos são eficazes na produção de fenômenos desejados]

O sucesso da ciência – não se refere à verdade das teorias, mas a sua funcionalidade, sua eficácia em produzir efeitos experimentais.

PROBLEMAS

10. ALTERNATIVA 3 – o realismo estrutural A estrutura se mantém ao longo das mudanças científicas. É a respeito dessas estruturas que devemos ser realistas.

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9 . INDEPENDÊNCIA – OU O PODER DOS FATORES EXTRA-CIENTÍFICOS SOBRE A CIÊNCIAA CIÊNCIA É INDEPENDENTE DO SEU CONTEXTO SOCIAL?

1 . Não – Afeta as condições para a ciência se desenvolver (sem que seja afetada a sua objetividade)

Dinheiro suficiente Estruturas institucionais de formação de cientistas ondições adequadas para as carreiras de cientistas

2 . Sim – Afeta os conteúdos das teorias (e portanto sua objetividade)

A ciência como uma atividade social, sem que isso afete sua objetividade

3 . Fatores sociais podem determinar o que as ciências estudam – a alocação de recursos.4 . Fatores sociais podem determinar como a ciência investiga – a ética nos experimentos com animais.5 . Fatores sociais podem determinar o conteúdo das crenças científicas – o contexto da descoberta e da justificação – quando este último é influenciado pelo contexto social a objetividade da ciência é afetada.6 . A construção social dos fatos científicos – o Construtivismo Social

O postulado da equivalência - não importando se são consideradas racionais ou irracionais as condições de credibilidade das crenças devem ser pesquisadas.

O papel da intersubjetividade na avaliação e justificação de teorias e a questão da confiabilidade:

Seus sentidos Especialistas - o problema de sua construção social

A construção social dos fatos científicos – o efeito estufa, o aquecimento global, a crise hídrica global – e o relativismo.

Construtivismo social e relativismo

7 . Os padrões de justificação de crenças científicas são socialmente determinados.8 . A ciência não é melhor do que qualquer outra forma de crença.9 . São os que conferem a determinados tipos de conhecimento um estatuto privilegiado que representam uma ameaça ao entendimento científico do conhecimento e da cognição. (Barnes e Bloor)

Objeções ao relativismo O que salva o relativismo do relativismo? A questão do progresso científico. A comunicação entre comunidades locais diferentes e a universalidade de

algumas coisas.

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10 . PARCIALIDADE DE GÊNERO A parcialidade de gênero solapa a objetividade da ciência?1 . A parcialidade de gênero pode determinar a proporção de homens e mulheres na ciência (mas não afeta os conteúdos das teorias ou a condução dos experimentos)2 . A parcialidade de gênero pode determinar o que a ciência investiga (mas não atinge a objetividade do conhecimento)3 . A parcialidade de gênero pode determinar como a ciência investiga (e a objetividade conhecimento produzido pode ser afetada)4 . A parcialidade de gênero pode determinar o conteúdo das crenças científicas

Observações realizadas Conclusões extraídas Questões levantadas No conteúdo das teorias