ficha de identificaÇÃo da produÇÃo didÁtico … · aproximações propostas por piaget...
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Secretaria de Estado da Educação – SEED
Superintendência da Educação - SUED
Diretoria de Políticas e Programas Educacionais – DPPE
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
PROFESSOR PDE
1. Nome do(a) Professor(a) PDE: Lucinéia de Souza Gomes Moreira
2. Disciplina/Área: Pedagogia
3. IES: Universidade Estadual de Londrina
4. Orientador(a): Ângela Ângela Galizzi Vieira Gomide.
5. Co-Orientador(a) (se houver):
6. Caracterização do objeto de estudo (exceto Professor PDE Titulado): O presente trabalho configura-se como uma ação didática que busca minorar o antiditadismo da divisão do conhecimento humano no ambiente escolar sem que se busque os pontos de convergência entre eles. Com o envolvimento de professores da Base Nacional Comum e Disciplinas Específicas de um Curso de Formação de Docentes, espera-se instalar um fórum permanente de discussão no interior da escola que culmine na busca coletiva de soluções mediadas pelo aprofundamento teórico, realização de pesquisa no interior da escola e busca consciente de medidas que minimizem tão problema.
7. Título da Produção Didático-Pedagógica: Um velho e atual desafio da/na formação de docentes: integração de áreas do conhecimento e componentes curriculares
8. Justificativa da Produção: A proposição de integração de áreas do conhecimento e componentes curriculares figura nos documentos oficiais já há alguns anos, no entanto as ações pedagógicas transdisciplinares ainda são insuficientes no chão da escola. Buscando minimizar esta distância já arraigada, em nível conceitual e prático é que o presente trabalho foi elaborado.
9. Objetivo geral da Produção: Fomentar a instalação de um fórum permanente no interior da escola no sentido de legitimar a integração das áreas e componentes curriculares.
10. Tipo de Produção Didático-Pedagógica:
( ) Folhas ( ) OAC (X ) Outros (descrever): Artigo científico
11. Público-alvo: Professores do Ensino Médio de Disciplinas da Base Nacional Comum e Área Específica de um Curso Formação de Docentes.
Bandeirantes, março de 2008.
__________________________________________
Lucinéia de Souza Gomes Moreira - Professor PDE
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Ângela Galizzi Vieira Gomide1
Lucinéia de Souza Gomes Moreira2
"A excessiva disciplinarização do saber científico faz do cientista um ignorante especializado”. Santos Boaventura
Um velho e atual desafio da/na formação de docentes: integração de áreas do conhecimento e componentes curriculares
RESUMO
ste artigo tem como objetivo apresentar uma reflexão acerca de como o conceito
de interdisciplinaridade vem sendo assimilado no interior de uma escola de
ensino médio, no curso de Formação de Docentes, como uma primeira
aproximação de análise a partir dos estudos desenvolvidos no Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, do Estado do Paraná. A busca pela clareza e
aprofundamento deste conceito justifica-se pela necessidade emergente de rompimento
com encaminhamentos metodológicos que legitimam a segmentação proposta/imposta
pela corrente positivista e que encontra eco no discurso neoliberal. Numa primeira parte
serão apontadas possíveis determinantes da organização curricular da maioria das
escolas e arroladas definições de termos ligados à idéia mestra da interdisciplinaridade
presente nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e Diretrizes Curriculares do
Estado do Paraná (DCs). Em seguida, serão apontadas algumas das dificuldades da
implantação/implementação das práticas docentes interdisciplinares a partir de dados de
uma pesquisa realizada na referida escola. Fechando as análises, pensa-se na elaboração
de um projeto a ser desenvolvido no coletivo da referida escola com o intuito de
minimizar as lacunas geradas e geridas, pela postura disciplinar calcada nos princípios
da especificidade das áreas do conhecimento humano. Ênfase será dada à leitura e à
produção escrita, visto ser uma prática inerente a todas as disciplinas.
INTRODUÇÃO
O conhecimento humano nos primórdios da civilização foi,
informal e gradualmente, transmitido nos núcleos familiares tendo em vista a
sua aplicabilidade nas situações emergenciais de sobrevivência e adaptação
das novas gerações ao meio nos quais estavam inseridas. Com o advento da
instituição escolar, esta função, até então desempenhada pela família, passou
às mãos de profissionais que adotaram uma metodologia „adequadas‟ aos
1 Professora da Educação da Universidade Estadual de Londrina, orientadora PDE, doutoranda em
educação pela PUC/ PR, Curitiba. 2 Professora de Língua Portuguesa e Pedagoga integrante no Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná.
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novos hábitos e rede de necessidades do novo modelo de organização social
forjado no período pós Revolução Industrial. A transmissão do conhecimento
institucionalizado seguiu, então, os princípios de fragmentação do trabalho da
indústria. As áreas de conhecimento, atual e internacionalmente, apresentam-
se organizadas em disciplinas dentro de um rigor que atinge as universidades
que formam os profissionais da educação. No entanto, se o ensino pautou-se
nesta divisão de áreas de conhecimento, disciplinas e conteúdos, o processo
de aprendizagem humana não segue esta mesma lógica „didática‟.
Os encarregados pela instrução formal passaram a ser
formados (formatados) numa perspectiva sistematicamente fracionada e
assimilaram os limites „virtuais‟ de suas competências e especialidades. Com o
intuito de reverter algumas das mazelas gestadas por esta ação educativa,
vista por muitos como „anti-didática‟, é que os Parâmetros Curriculares
Nacionais prescrevem a busca de uma relação interdisciplinar dos conteúdos.
O Estado do Paraná tendo feito uma releitura dos PCNs e, concluído que a ele
faltava consistência estrutural, quer na sua concepção filosófica de educação,
quer na concepção metodológica da mesma, propõe nas Diretrizes Curriculares
para todo o Estado, para que assim seja promovida uma efetiva integração dos
componentes curriculares das diferentes áreas.
Em um período anterior à elaboração destas diretrizes algumas
ações isoladas já buscavam diminuir este fosso, no entanto no ensino médio
(hoje últimos anos da Educação Básica) esta questão é ainda mais séria se
considerados os cursos de caráter profissionalizante, mais especificamente o
Curso na modalidade Normal. Isso porque, além de buscar a integração das
disciplinas da Base Nacional Comum, precisa integrá-las às disciplinas
específicas do curso que, teoricamente são as que subsidiam a formação dos
profissionais que têm como objeto de trabalho o conhecimento historicamente
construído nas diferentes áreas e a sua „reconstrução‟ via instituição escolar.
1. Retroceder para avançar: ‘re-visão de conceitos’ e ‘preconceitos’
acerca da interdisciplinaridade
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O pesquisador da era clássica e medieval, como nos lembra
Leis (2003) ao discorrer sobre o conceito de interdisciplinaridade, não estava
muito preocupado em estabelecer separações significativas entre os diversos
conhecimentos disponíveis sobre a realidade. A preocupação estava em
estabelecer algum tipo de relação que os aproximasse. Não se negava as
hierarquias entre as diversas áreas de conhecimento, mas a distância e
diferenças (até mesmo divergências) não eram intransponíveis.
Se na época de Aristóteles, ou de Galileu, os pesquisadores de
diferentes áreas compartilhavam seus conhecimentos e descobertas, o comum
nos pesquisadores atuais é o entrincheiramento nas suas especialidades ou
sub-especialidades, comunicando seus conhecimentos apenas no interior de
um circulo próximo e restrito (LEIS, 2003).
Retomar as origens que geraram os saberes acumulados ao
longo da história da humanidade é sempre uma aventura fascinante e mágica,
isto porque, não há como recuperar o que a ciência humana construiu sem
refazer o caminho trilhado pelos nossos ancestrais, objetiva e subjetivamente.
Voltar às origens é resgatar a história do saber, „ressignificar‟ experiências
relegadas muitas vezes ao esquecimento, por vezes até ridicularizadas, dado o
caráter subjetivo desta construção que se apoiava no mito, na magia, o que
contraria, o racionalismo e a objetividade da ciência moderna.
Nas palavras de Japiassu (2001):
o que estamos querendo dizer é que a ciência, por mais que elabore um discurso racional e objetivo, jamais poderá estar inteiramente desvinculada de suas origens religiosas, místicas, alquimistas ou subjetivas (Japiassu, 2001, p. 53).
Na Ciência Moderna o trato fragmentado dado ao
conhecimento desenvolveu-se pela especialização e, passou a ser considerado
mais rigoroso quanto mais restrito seu objeto de estudo; mais preciso quanto
mais impessoal, eliminando o sujeito de seu discurso, e pondo de lado a
emoção, e a subjetividade, consideradas obstáculos à verdade. No entanto,
esse saber ao ser tomado como objeto e objetivo do trabalho das instituições
de ensino tomou o mesmo rumo da própria criação do saber, ou seja, o da
especialização, da fragmentação. Em outras palavras, ao definir as
especificidades dos objetos de estudos dos saberes tomados como patrimônio
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da ciência humana, esses saberes foram agregados a outros afins, resultando
em “ciências” diferenciadas; por sua vez a escola apropriou-se destes saberes
mantendo essa segregação, criando áreas científicas, disciplinas de ensino
com conteúdos definidos, nem sempre contextualizados no momento de seu
estudo.
Com uma demanda emergente os promotores da escola
também incorporam o tempo veloz das produções destes saberes e parecem
não ter trazido o olhar cauteloso, ensimesmado e introspectivo dos primeiros
cientistas, e por isso estruturam suas práticas, tomados de uma “correria
cega”, como lembra Gusdorf (1976) e
sem prestarem atenção à paisagem de humanidade que as cerca, sem sonhar com o que deixaram atrás delas, para melhor obedecerem ao espírito frenético de conquista que as arrastam para um terrível futuro (Gusdorf, 1976, p. 23)
Com o processo de especialização do saber, a
interdisciplinaridade mostrou-se como uma das respostas para os problemas
provocados pela excessiva compartimentalização e, nomeadamente a
Revolução Industrial, foi a grande responsável por este impacto. No final do
séc. XX surge a necessidade de mudanças nos métodos de ensino, buscando
viabilizar práticas interdisciplinares. A sociedade percebeu que as posturas da
especificidade e da fragmentação não estavam atendendo às exigências por
ela definidas e, dadas as transformações sociais e econômicas que „plantaram
a consciência planetária‟, (processo desencadeado pela globalização) as
agências internacionais pronunciaram-se a respeito da formação geral do
cidadão via instituição escolar, em bases interdisciplinares; no entanto os
paradigmas não foram quebrados, e os princípios do holismo, da organização
sistêmica não foram incorporados, o que nos permite afirmar que, o discurso
que descreve as práticas educativas „interdisciplinares‟ atuais não revelam
mudanças conceituais e por isso elas têm se revelado nada proficientes.
2. As muitas facetas da interdisciplinaridade
O termo foi usado pela primeira vez por Jean Piaget, no I
Seminário Internacional sobre „pluri e interdisciplinaridade‟, realizado na
Universidade de Nice, também conhecido como Seminário de Nice, em 1970.
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Ao divulgar o termo exortou os participantes a pensarem no assunto. (Neste
momento fazemos igual apelo aos leitores que desejarem se aproximar das
aproximações propostas por Piaget sugerindo que assistam ao filme Ponto de
Mutação de Kafka).
Atualmente o Center Internacional de Recherches et d`Études
transdisciplinares (CIRET)3 é um dos principais centros mundiais de estudos
sobre os conceitos transdisciplinares, por isso a Carta da
Transdisciplinaridade, produzida pela UNESCO teve a colaboração do CIRET.
Esta carta, escrita em 1994, definiu o conceito transdisciplinar:
Artigo 3: "(...) a transdisciplinaridade não procura o domínio sobre várias outras disciplinas, mas a abertura de todas elas àquilo que as atravessa e as ultrapassa (...)"
Artigo 7: “a transdisciplinaridade não constitui nem uma nova religião, nem uma nova filosofia, nem uma nova metafísica, nem uma ciência das ciências."
A partir de então começam a surgir estudos acerca da
necessidade de recuperar as relações entre os saberes. Alguns estudos
começam a tomar forma, muitos dos quais, buscando melhor entendimento do
novo conceito, criam outros tantos. Berger (2007) seleciona e organiza, a partir
de contribuições diversas, um glossário bastante pertinente:
disciplina: Conjunto específico de conhecimentos que têm as suas características próprias no terreno do ensino, da formação, dos mecanismos, dos métodos e dos materiais (apud POMBO, 2007).
Pombo ainda chama a atenção para a significação polissêmica
da palavra disciplina, e para o risco da falta de clareza conceitual pelos atores
da escola, por isso recupera o conceito de codisciplinaridade enquanto
“conjunto das concepções que permitem unificar o conhecimento das diferentes
disciplinas mantendo a originalidade de cada uma delas, o que a nosso ver, ele
o faz para quebrar o mito de que tratar uma disciplina na ótica das relações
interdisciplinares é negar as especificidades e particularidades das diferentes
ciências considerando o seu ensino. Vejamos o que Pombo (2007) reitera
utilizando as palavras de Heckhausen (apud POMBO, 2007):
3 Centro Internacional de Pesquisas e Estudos Transdisciplinares
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o termo disciplina pode ser usado no mesmo sentido que o de «ciência», ainda que inclua a noção de «ensinar uma ciência». Há uma diferença entre a ciência como atividade de investigação e a disciplina como atividade de ensino; no entanto, a ciência é ciência porque os resultados da investigação são, necessariamente, comunicados publicamente. A comunicação (ou ensino) é uma parte substancial do processo de clarificação do pensamento científico e, portanto, da ciência mesma.
Ou ainda:
Disciplinaridade: a exploração científica especializada de um domínio determinado e homogêneo, exploração que consiste em produzir conhecimentos novos que vão substituir os antigos. A atividade disciplinar conduz a uma formulação e reformulação contínua do atual corpo de conhecimentos sobre o domínio em questão (apud POMBO,2007).
Com bases nestas aproximações o autor apresenta um conceito de
interdisciplinaridade dada por Gusdorf:
o prefixo "inter" não indica apenas uma pluralidade, uma justaposição; evoca também um espaço comum, um fator de coesão entre saberes diferentes. Os especialistas das diversas disciplinas devem estar animados de uma vontade comum e de uma boa vontade. Cada qual aceita esforçar-se fora do seu domínio próprio e da sua própria linguagem técnica para aventurar-se num domínio de que não é o proprietário exclusivo. A interdisciplinaridade supõe abertura de pensamento, curiosidade que se busca além de si mesmo ( apud POMBO, 2007)).
A partir deste mapeamento conceitual apresentamos o
conceito de transdisciplinaridade, isso porque, nos PCNS está prescrito o
desenvolvimento de temas transversais comuns às diferentes áreas do
conhecimento, o que pressupõe um “pré-conceito” de transversalidade.
Para Palmade, a transdisciplinaridade é a
integração interna e conceitual que rompe a estrutura de cada
disciplina para construir uma axiomática nova e comum a todas
elas com o fim de dar uma visão unitária de um sector do saber
(apud POMBO, 2007).
Ou ainda nas palavras de Piaget:
transdisciplinaridade: Integração global das várias ciências. À etapa das relações interdisciplinares sucede-se uma etapa superior, que seria a transdisciplinaridade que, não só atingiria as interações ou reciprocidades entre investigações especializadas, mas também situaria estas relações no interior de um sistema total, sem fronteiras estáveis entre as disciplinas. Tratar-se-ia de uma teoria geral de sistemas ou estruturas que incluiria estruturas operativas, estruturas regulatórias e sistemas probabilísticos e que uniria estas diversas possibilidades por meio de transformações reguladas e definidas (apud POMBO, 2007).
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Pelo engendramento de conceitos tão próximos e, ao mesmo
tempo tão particulares, fica claro que trabalhar a interdisciplinaridade não
significa negar as especialidades e objetividade de cada ciência, isto porque a
interdisciplinaridade tem que respeitar o território de cada campo do
conhecimento, bem como distinguir os pontos que os unem e que os
diferenciam. Essa é a condição necessária para detectar as áreas onde se
possam estabelecer as conexões possíveis, para uma formação mais concreta
das novas gerações que ainda não definem os limites impostos nas diferentes
ciências, como bem nos lembra Santomé (1998):
é preciso frisar que apostar na interdisciplinaridade significa defender um novo tipo de pessoa, mais aberta, mais flexível, solidária, democrática. O mundo atual precisa de pessoas com uma formação cada vez mais polivalente para enfrentar uma sociedade na qual a palavra mudança é um dos vocábulos mais freqüentes e onde o futuro tem um grau de imprevisibilidade como nunca em outra época da história da humanidade" (SANTOMÉ, 1998, 45).
Segundo Fazenda (1999) a interdisciplinaridade chegou ao
Brasil no final da década de sessenta, mais como um novo modismo que uma
mudança de concepção. Uma das questões priorizadas foi a de discutir o seu
significado, pois as definições não faziam muito sentido no meio educacional e
nem fora dele. No início da década de 1970, ainda persistia a dificuldade, uma
vez que interdisciplinaridade
era uma palavra difícil de ser pronunciada e, mais ainda, de ser decifrada. Certamente que antes de ser decifrada precisava ser traduzida e se não se chegava a um acordo sobre a forma correta de escrita, menor acordo havia sobre o significado e a repercussão dessa palavra que ao surgir anunciava a necessidade da construção de um novo paradigma de ciência, de conhecimento, e a elaboração de um novo projeto de educação, de escola e de vida (FAZENDA, 1999. p. 47).
Em 1976, o primeiro pesquisador brasileiro a escrever sobre o
assunto, Hilton Japiassu, publicou em 1976 seu livro Interdisciplinaridade e a
patologia do saber, onde coloca as várias conceituações de
interdisciplinaridade como um dos principais problemas que impossibilitam uma
real reflexão sobre a metodologia interdisciplinar, baseado nas experiências
realizadas até então. A publicação a obra de Ivani Fazenda (1979) Integração e
interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia busca
estabelecer a construção de um conceito para interdisciplinaridade. Para ele a
interdisciplinaridade é tratada como uma atitude, um novo olhar, que permite
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compreender e transformar o mundo, uma busca por restituir a unidade perdida
do saber. A década de 1980 caracterizou-se mais pela busca dos princípios
teóricos das práticas vivenciadas por alguns professores. A perspectiva era a
de superar esta dicotomia. Apesar disso a interdisciplinaridade continuou a se
disseminar de forma indiscriminada, já que, de fato, poucos professores a
conheciam (a nosso ver, ainda desconhecem), nos anos de 1990, um grande
número de projetos, denominados interdisciplinares, surgiu ainda baseados no
modismo sem fundamentação.
Demo (1988) vê a interdisciplinaridade “[...] como a arte do
aprofundamento com sentido de abrangência, para dar conta, ao mesmo
tempo, da particularidade e da complexidade do real” (DEMO, 1988, p. 88-89) e
sugere a prática de pesquisa em grupo como metodologia mais indicada, pela
possibilidade da cooperação qualitativa entre especialistas. Esta prática será
viabilizada através das equipes de profissionais ou pesquisadores
especialistas, mediados pela linguagem, pelo diálogo e pelos métodos
acessíveis a todos. Isso porque, ainda na visão do autor, a interdisciplinaridade
quer “[...] horizontalizar a verticalização, para que a visão complexa seja
também profunda, e verticalizar a horizontalização para que a visão profunda
seja também complexa” (DEMO, 1988, p. 88).
Na década de 90 Stefany (2000) em texto que anuncia os PCNs afirma:
a socialização das leituras individuais possibilita a formação e reflexão sobre pontos de vista diferentes, o que poderá ampliar a visão de cada um e trazer uma riqueza maior a todos. O conhecimento interdisciplinar acontece nas fronteiras de cada território específico de cada saber (STEFANY, 2000, p.8).
Para o Ensino Médio, este mesmo documento, em consonância
com a LDB, prescreve
as escolas de Ensino Médio observarão na gestão, na organização curricular e na prática pedagógica e didática, as diretrizes: identidade, diversidade de autonomia; um currículo voltado para as competências básicas, para a interdisciplinaridade, para a contextualização, para a preparação básica para o trabalho [...] (PCNs, 1977, p. 80-112).
Na parte em que os PCNS tratam das competências e
habilidades a serem desenvolvidas em todas as disciplinas, os mesmos
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abordam a representação e comunicação; a investigação e compreensão; a
contextualização sócio-cultural. Estas habilidades não só são necessárias para
a efetiva correlação do ensino e da aprendizagem, como para todos os outros
segmentos da sociedade, mas em especial a escola. A escola é a grande
comunicadora por excelência e precisa capacitar-se continuamente para
leituras proficientes e produções consistentes.
Numa perspectiva dialética, o presente trabalho apoiou-se
nos primeiros resultados de uma pesquisa realizada junto a professores de um
curso de Formação de Docentes vislumbrando a adesão dos mesmos no
estabelecimento de um fórum de discussão permanente acerca de questões
relevantes do currículo, pela crença de que o “homem só existe quando
dialoga” (SILVA, 1991, p. 77) e com vistas à criação e aplicação de medidas
coletivas para minorar as distâncias no trato das disciplinas da Base Nacional
comum e Parte Diversificada.
3. Desenvolvimento Metodológico e caracterização da escola
O envio de uma carta convite aos professores e de termo de
consentimento esclarecido através da coordenação do curso marcou o contato
indireto com todos os professores do curso. Numa conversa com direção e
coordenação definiu-se a data do Conselho de Classe Final do ano letivo 2007
para o preenchimento de um questionário com questões abertas e fechadas
(em anexo). Por este instrumento foi possível coletar dados pertinentes à
situação funcional do quadro docente e disciplinas ministradas, desvendar as
apropriações dos conceitos de interdisciplinaridade e transdisciplinaridade,
arrolar as principais dificuldades no desenvolvimento de ações
interdisciplinares, e por último, a manifestação do desejo de integrar um fórum
permanente para discutir questões que apontem para “o pensar certo”, como
propõe Freire (1988)
pensar certo [...] é uma postura exigente, às vezes penosa, que temos que assumir diante dos outros, ante nós mesmos. É difícil, não porque seja uma forma própria de pensar dos santos e anjos e a que nós arrogantemente aspirássemos. É difícil, entre outras, pela vigilância constante que temos de exercer sobre nós próprios para evitar simplismos, as facilidades, as incoerências grosseiras (FREIRE, 1988, p.54).
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Sumariamente, cumpre-nos dizer que a escola onde a
pesquisa foi realizada trata-se de uma escola pública, de um município com
aproximadamente trinta mil habitantes, do Norte Pioneiro do Estado do Paraná,
escola esta que desde 1953 foi a única a ofertar no município ensino médio na
modalidade de escola normal. Importa informar que, no período compreendido
entre 1975-1996, essa instituição escolar ofertava ensino médio, na
modalidade de educação geral, além das habilitações para auxiliar/técnico de
contabilidade, para processamento de dados e o magistério. A partir do início
de 1997, os cursos profissionalizantes de ensino médios por ela ofertados
entraram em cessação gradativa, porque a instituição aderiu ao Programa de
Expansão Melhoria e Inovação do Ensino Médio (PROEM) que reduziu ensino
médio à função de mediador entre uma educação geral de três anos e o ensino
pós-médio e superior (MIRANDA, 2000).
Em 2005, por força da Resolução n.368/06 do Estado do
Paraná registrou-se a reabertura da habilitação, em nível médio, estendendo-
se a formação dessa habilitação para a formação de professores da educação
infantil. Como esta habilitação enquadrava-se na modalidade de formação
profissionalizante em nível médio, ela passou a ser reofertada em algumas
cidades-pólo do Estado, sob a denominação de “Curso de Formação de
Docentes da Educação Infantil e dos Anos Iniciais para o Ensino Fundamental”.
O município no qual o presente trabalho foi realizado beneficiou-se dos termos
dessa Resolução, tornando-se uma dessas cidades-pólo.
Esta conquista foi seguida de desafios de ordem estrutural e
pedagógica. Os critérios para a formação de turmas e distribuição das aulas
aos professores ganharam dimensão ínfima diante do transtorno instalado com
o exame da grade curricular do curso, levantamento bibliográfico e exame das
diretrizes propostas para o curso para as disciplinas da Base Nacional Comum
e Parte Diversificada. Desde a aprovação de funcionamento do curso as
discussões passaram a ser constantes e intensas, mas nem sempre apontaram
para soluções esperadas.
4. Primeiras discussões
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A presente pesquisa contou com a colaboração de vinte e três
professores que compareceram à reunião de Conselho de Classe Final do ano
letivo 2007, um número bastante significativo, uma vez que foi registrada a falta
de apenas dois professores.
Ao investigarmos a situação funcional do quadro de professores
verificamos que 85% (N= 23) eram do Quadro Próprio do Magistério (QPM) ao
lado de 15% (n=23) de professores contratados temporariamente pelo
Processo Seletivo Simplificado (PSS). Estes percentuais revelam que a
rotatividade de professores no curso não chega a configurar-se como
significativa, o que faz desta escola e, dos participantes da pesquisa, alvos
potenciais para a instalação de uma discussão sistemática acerca do currículo
na visão sistêmica da inter/transdisciplinaridade já prescrita na Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDB n. 9496/96). A lei quando destaca as
diretrizes curriculares específicas do Ensino Médio prevê planejamento e
desenvolvimento do currículo de forma orgânica, superando a organização por
disciplinas estanques e revigorando a integração e articulação dos
conhecimentos, num processo permanente de interdisciplinaridade e
transdiciplinaridade.
Se por um lado a lei passa de uma década de existência, no
período da coleta de dados, 62% dos participantes ministrava aulas da Base
Nacional Comum e 38% na Parte Diversificada e, ao serem argüidos acerca da
clareza do conceito de interdisciplinaridade, 33% afirmaram que dominam
parcialmente o referido conceito ao lado dos 67% dos que afirmaram ter total
clareza do significado. Quanto ao conceito de „transdisciplinaridade‟ as
respostas foram ainda mais instigantes: apenas 19% das participantes
afirmaram que têm total clareza acerca do significado do termo (vale ressaltar
que neste grupo estão dois professores de Língua Portuguesa, um pedagogo e
um professor de Matemática, o que poderia revelar apenas conhecimento da
língua e não a contextualização do conceito) Retomando: ao lado destes 19%
estão 43% de participantes que não tem conhecimento do termo e 62% que
tem conhecimento parcial do termo em questão. Estes dados causaram em nós
um duplo sentimento: uma perturbação inicial ao constatarmos o ínfimo
entendimento de um texto posto disposição dos educadores há mais de uma
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década, ao mesmo tempo em que, tal constatação dá legitimidade à
proposição do nosso objeto investigativo.
O item que nos propusemos a analisar após o domínio
conceitual dos termos referia-se à modificação da prática pela inserção de
ações pedagógicas inter/transdisciplinares e constatamos que embora 33% das
participantes afirmaram ter clareza do significado do termo interdisciplinaridade
apenas 24% adotam sempre uma prática interdisciplinar, ao lado de 76% que
afirmam adotar tal prática às vezes. Tal posicionamento evidencia uma ruptura
entre o teorizar a prática e praticar uma teoria, ou seja, parece-nos que ainda é
necessário (e urgente) o aprofundamento teórico que elucidem a atual prática
deste grupo de professores em particular.
O item do instrumento que se referia ao tipo de prática
interdisciplinar adotada permitia mais de uma resposta, quais sejam: a.
elaboração de projetos com áreas/disciplinas afins; b. elaboração do
planejamento com áreas/disciplinas afins; c. pesquisa de questões que se
relacionam com os conteúdos da disciplina que ministra em materiais de outras
áreas e disciplinas; d. encontros regulares com professores de outras áreas e
disciplinas. As respostas de maiores pontuações apontaram para o empenho
na elaboração de projetos interdisciplinares (18 indicações), planejamento com
áreas/disciplinas afins e pesquisa de questões que se relacionam com os
conteúdos da disciplina que ministra em materiais de outras áreas e disciplinas
tiveram a mesma pontuação (nove indicações) e por último os encontros
regulares com outros professores (seis indicações). Para o item que
possibilitava a indicação de outro procedimento que, não os que apareciam nas
alternativas, não houve nenhuma indicação. Diante do alto percentual que
apontava para a elaboração de projetos interdisciplinares ocorreu-nos buscar
junto à coordenação do curso os projetos em andamento e, constamos que não
havia registro de nenhum, mas que se sabia que um ou outro professor
realizava algumas atividades coletivas. Diante de tal informação sentimos o
quão profícuo seria ampliar nossa pesquisa no sentido de arrolar os diferentes
tipos de projetos inter/transdisciplinares que ganharam expressão na última
década, o que justifica a continuidade do nosso projeto de pesquisa.
Quanto às dificuldades que estariam no bojo do tratamento
interdisciplinar pelas diferentes disciplinas as indicações foram: falta de tempo
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apareceram como justificativa para 14% das participantes, o que a nosso ver é
um percentual baixo, uma vez que a montagem do horário nesta escola busca
promover o encontro dos professores na hora atividade, prevista em
calendário. As justificativas de 76% das participantes revelaram, ao menos no
discurso, uma preocupação em resolver as questões por eles apontadas para
oportunizar a prática interdisciplinar, ou seja, maior disponibilidade de alguns
profissionais que não estão preocupados com a proposta de integração das
disciplinas afins e das do núcleo comum e parte diversificada; a falta de clareza
da proposta de integração e na elaboração de projetos; impossibilidade de criar
no calendário da escola encontros periódicos; a falta de conhecimento técnico
e teórico dos fundamentos da interdisciplinaridade; profissionais atuando em
várias escolas dificultando os encontros; alguns professores entendem que não
precisam criar projetos interdisciplinares com disciplinas da base comum e
parte diversificada.
5. Considerações finais
O construto científico, positivista e cartesiano, teve a escola
como difusora dos conhecimentos acumulados ao longo dos anos e, a nosso
ver, poderia ter sido mais eficiente se, ao realizar o seu trabalho, não tivesse se
fechado nos „recortes dos recortes‟ do método adotado pelas ciências. A
escola não tem reservado espaço para a investigação e a pesquisa, o que
exigiria o pensar além do objeto investigado, bem como nas relações de
interdependência que poderiam ser estabelecidas. O currículo, enquanto
expressão dos saberes a serem transmitidos pela escola, em muitos momentos
caracteriza-se como listagem de conteúdos „ditos essenciais‟ e as
metodologias adotadas para o ensino destes conteúdos muitas vezes são
prescrições (reais e virtuais) de políticas de governo e não políticas
educacionais.
Tentativas de reversão desta situação na maioria das vezes
não encontram eco por serem ações isoladas e nem sempre acompanham o
movimento ininterrupto da elaboração de novos conhecimentos, isso porque,
as mudanças externas são muito mais velozes que a internas, uma vez que o
mundo muda mais rápido que a nossa percepção dele.
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Se por um lado o conhecimento é elaborado em relações de
teia globalizada e sistêmica, o seu ensino às novas gerações está sistemática
e, disciplinarmente, cerceado nos limites da aldeia tribal. As áreas do
conhecimento e as especificidades das disciplinas escolares roubaram o
horizonte do professor que parece estar, cada dia mais, verticalizando os „seus
saberes‟. Romper com os limites que a escola adotou exige um exercício
constante e uma prática reflexiva da e na ação educativa (ALARCÃO, 1996, p.
57).
Enquanto profissionais da rede pública, não nos abstivemos
desta prática reflexiva, e ao longo dos anos lutas foram travadas para manter
viva a curiosidade do aprendiz, acompanhando atentamente as proposições de
mudanças, sejam as determinadas pelo estado, sejam as de âmbito nacional; e
reavaliando criticamente as mesmas com o intuito básico de manter-se fiel aos
princípios norteadores de uma educação compromissada. Neste
acompanhamento crítico e vigilante, fizemos leituras (re-leituras) desses
documentos não como meras prescrições (MACHADO; BRONCKART, 2005)
nem como meras executoras de programas miraculosos. Assim, a prática foi
aos poucos, deixando de ser simplesmente a adoção de teorias e estratégias
pedagógicas da moda (uma vez ou outra em educação, tal como ocorre em
outros campos elege-se “a bola da vez”) transformando-se numa adesão
consciente (na medida do possível) aos princípios definidores de caminhos
traçados, não como os de “Alice no País das Maravilhas”, porque afinal para
quem sabe aonde quer chegar não é qualquer caminho que serve.
Nesse caminho emancipatório de formação continuada, a troca
de impressões no coletivo da escola parecia, objetivamente, atender às
proposições do Programa de Desenvolvimento Educacional. Nesse sentido,
professores foram mobilizados pelos parceiros das IES, a reverem a
necessidade de fomentar a discussão, teórico e prática, de sua práxis no
interior da escola. Para tanto, a interdisciplinaridade e transdisciplinaridade foi
ampliada para além do diálogo permanente com outros conhecimentos, mas
tomada como diálogo entre os que, legitimamente, são os seus „conhecedores
e ensinadores‟. O desafio foi então lançado: criar um fórum permanente no
interior da escola onde esta pesquisa foi realizada, para que, sistêmica e
dialeticamente soluções possam ser buscadas no sentido de diminuir o fosso
16
que separa as disciplinas e áreas do conhecimento. A metodologia a ser
adotada será definida no coletivo, mas pela análise dos dados, antecipamos
que nos debruçaremos em autores que anteviram que abordam as homologias
do processo, pois o primeiro passo a ser dado vai em direção da re-descoberta
da própria identidade que foi firmada, forjada, desenvolvida no grupo social
(ZABALZA, 1994; SÁ-CHAVES,2005; JOSSO, 2006) e retomaremos outra
prática já esquecida: o registro escrito das descobertas e impressões.
Registros estes que servirão ma como ponto de partida para novas análises da
práxis (SAVIANI, 2004; GASPARIN, 2005). Sustentados por um referencial
teórico, que caracteriza a pesquisa bibliográfica propriamente dita, ousaremos
investigar questões do contexto da própria escola para assim, sistêmica e
sistematicamente, soluções sejam criadas e não „adotadas‟.
Acreditamos na relevância de uma prática de formação
continuada que, de tão simples e óbvia, parece estar fora raio de visão no
cotidiano de um curso, que legítima e seguramente, é o responsável pela
formação inicial de futuros professores, por isso a urgência de refletir e intervir
coletivamente na realidade que se apresenta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALARCÃO, Isabel. Ser professor reflexivo. In: ALARCÃO, Isabel (org). Formação Reflexiva de professores: estratégias de supervisão. Porto: Ed.Porto,1996. DEMO, Pedro. Conhecimento moderno: sobre ética e intervenção do
conhecimento. Petrópolis:Vozes, 1998.
_______. Aprendizagem no Brasil - ainda há muito por fazer. São Paulo:
Mediação, 2004.
FAZENDA, Ivani. Interdisciplinaridade: História, teoria e pesquisa. Campinas:
Papirus, 1999.
_______. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Cortez, 1998. Paulo: Cortez, 1998.
GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 3.
ed; Campinas, SP: Editora Autores Associados, 2005.Coleção Educação Contemporânea.
17
JAPIASSU, Hilton. Desistir do pensar? Nem pensar ! Criando o sentido da vida num mundo funcional e instrumental. São Paulo: Letras e Letras, 2001.
MIRANDA, Marília F. de. Num quintal da globalização: reflexo do processo
de “Ocidentalização do Mundo” na educação brasileira de ensino médio.
Marília, 2000. 203f. Tese (Doutorado em Educação) – UNESP, Marília. SP,
2000.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. PCNs, Volume 2, Língua Portuguesa.
Ministério da Educação e do desporto. In Objetivos gerais do Ensino Fundamental
Brasília: 1997.p.8.
POMBO, Olga. Contribuição para um vocabulário sobre interdisciplinaridade. Disponível em http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/mathesis/vocabulario-interd.pdf. Acesso em 26 jul 2007.
SÁ-CHAVES, I. Literacia, educação e desenvolvimento: novos desafios à formação, Portugal, v. 2, n.2, p. 8-15, 2005.
_________. Portfólios reflexivos: estratégias de formação e de supervisão. Aveiro: Universidade, 2000.
SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: ARTMED, 1998.
SANTOS, Boaventura. Um discurso sobre as ciências. 9. ed. Porto: Edições
Afrontamento, 1997.
SAVIANI, D.; ALMEIDA,J. S. O legado educacional do século XX no Brasil.
São Paulo: Autores Associados, 2004.
STEFANI, Rosaly Referencial e parâmetros curriculares nacionais. São
Paulo: Paulus, 2000.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. Elementos de pedagogia da leitura. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
ZABALZA, M. A. Diários de aula: contributo para o estudo dos dilemas
práticos dos professores. Portugal: Porto. 1994.
_________. Diários de aula: um instrumento de pesquisa e desenvolvimento
profissional. Portugal: Porto,2004.
18
“Somente amarrados uns aos outros é que se escalam certas montanhas”.
Antoine de Saint Exupéry
ANEXO
Dados de identificação (apenas para o levantamento dos dados)
Nome:________________________________________________________________
Disciplina (s) que ministra no curso Formação de Docentes:
_____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________
Situação Funcional neste curso: ( ) QPM ( ) PSS)
1. Você tem clareza do conceito de interdisciplinaridade?
( ) totalmente ( ) parcialmente ( ) não tem
2. Você tem clareza do conceito de transdisciplinaridade?
( ) totalmente ( ) parcialmente ( ) não tem
3. A prática da interdisciplinaridade proposta nos PCNs e Diretrizes Curriculares
do Paraná (Conteúdos Estruturantes) em sua área de atuação acontece:
( ) sempre
( ) às vezes
( ) não tem essa preocupação
( ) nunca, mas sabe do que se trata
( ) nunca, pois não sabe como fazê-lo
19
4. Se você busca pela efetivação da ‘interdisplinaridade’, como isso acontece?
( ) Elaboração de projetos com áreas/disciplinas afins
( ) Elaboração do planejamento com áreas/disciplinas afins
( ) ‘Pesquisa’ de questões que se relacionam com seus conteúdos em materiais de
outras áreas/disciplinas.
( ) Encontros regulares com professores de outras áreas/disciplinas
( ) Outros. Especifique:
___________________________________________________________________
5. Quais dificuldades estariam no bojo do tratamento interdisciplinar pelas
diferentes áreas/disciplinas?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
6. Você gostaria de participar de encontros regulares para pesquisar assuntos
relativos à nossa prática pedagógica e, assim buscarmos soluções coletivamente,
soluções para alguns dos problemas instalados em nosso cotidiano?
( ) sim ( ) não
Caso queira acrescentar alguma informação/comentário relevante poderá fazê-lo
neste espaço:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
20
Obrigada!