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FICHA CATALOGRÁFICA
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: Práticas Sociointeracionistas: A Leitura de Contos com alunos do Ensino Fundamental
Autor Eliete Rodinski Mota Campos
Escola de Atuação Colégio Estadual Tarquínio Santos-Ensino Fundamental e Médio
Município da escola Foz do Iguaçu
Núcleo Regional de Educação Foz do Iguaçu
Orientador Dra. Maria Elena Pires Santos
Instituição de Ensino Superior Unioeste
Disciplina/Área (entrada no PDE) Língua Portuguesa
Produção Didático-pedagógica Unidade didática
Relação Interdisciplinar
(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
Público Alvo
(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)
Alunos da 5ª série/6º ano do Ensino Fundamental.
Localização
(identificar nome e endereço da escola de implementação)
Rua Carlos Welter, 470 - Vila Yolanda Foz do Iguaçu - PR, 85853-290 (45) 3574-1780
Apresentação:
(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
Este trabalho tem como objetivo estimular o ensino e aprendizagem da leitura de contos, com a finalidade de incentivar a reflexão sobre o papel da escola e dos educadores em relação à leitura pois, com o surgimento das novas tecnologias, os alunos têm se afastado, de certa forma, do maior envolvimento com a leitura. Frente a esta constatação, uma pergunta se coloca: “Quais objetivos o professor de Língua Portuguesa quer alcançar com alunos de 5ª série em relação à leitura? A partir deste questionamento, pretende-se ampliar o repertório literário de alunos do Ensino Fundamental. O desenvolvimento deste trabalho justifica-se pela oportunidade de contribuir para a valorização da leitura como fonte de interesse em compartilhar opiniões, ideias e preferências, a partir das narrativas. Apoiando-se na concepção interacional (dialógica) da linguagem (BAKHTIN, 1992) e na concepção de leitura como forma de interação entre leitor/autor/via texto, compreendem-se os sujeitos como atores, isto é, sujeitos sociais ativos que se constroem e são construídos na interação (KOCH e ELIAS,2010,p.10-11). Espera-se como resultado deste trabalho que os alunos desenvolvam estratégias de argumentação para defender ou refutar ideias e tenham um ponto de vista sobre o conto para analisar a narrativa, observando as condições de produção, circulação e recepção deste gênero discursivo. Essa concepção de leitura vai pôr em foco o leitor e o conhecimento em interação com o autor e o texto, para construir os sentidos.
Palavras-chave (3 a 5 palavras) Leitura; Gênero conto; ensino.
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA -
1-Apresentação
Na atualidade, faz-se necessário que o profissional da educação esteja sempre se
atualizando para estar por dentro das novas práticas pedagógicas que vão surgindo, pois
na correria do dia a dia é quase impossível o professor fazer uma pausa e pesquisar
profundamente os conteúdos que necessita para obter um melhor desempenho na escola
e com seus alunos. Desta forma, o aluno terá um professor competente e atualizado o
que poderá reverter em benefício da sociedade que passará a ter cidadãos mais críticos e
conhecedores de seus direitos e deveres.
O professor ao apropriar-se das novas leituras, verificará que a leitura é um
processo interativo entre o texto e o leitor, leitor este que perpassa por várias ideologias
internalizadas no próprio texto que passam a fazer parte do seu conhecimento.
Propomos aqui, a leitura de uma outra forma, multimodal; mesmo no livro didático é
preciso observar os gêneros que ali se encontram, quais as condições sócio-históricas, a
circulação e recepção, são processos tanto de leitura quanto de escrita, extremamente
complexos. Mas faz-se necessário que o aluno tenha a prática dessa função sócio-
comunicativa para saber por que o conto foi escrito, a que gênero pertence e se está
inserido dentro de determinada esfera social, em um contexto de produção que possui
marcas linguísticas que vão revelar o estilo do autor e um público alvo específico a que
está dirigido.
Para exemplificarmos essa prática, a figura abaixo representa uma esfera social, e
alguns dos gêneros produzidos por essa esfera. Observem:
GÊNERO
TEXTUAL
ROMANCE
GÊNERO
TEXTUAL
POEMA
GÊNERO
TEXTUAL
CONTO
ESFERA
SOCIAL
LITERATURA
Na atualidade, com todo o aparato tecnológico fazendo parte da vida da maioria
dos educandos, é necessária uma reflexão sobre o papel da escola e dos educadores
neste processo de ensino aprendizagem da leitura. Frente a esta constatação, uma
pergunta se coloca: “Quais objetivos o professor de Língua Portuguesa quer alcançar com
a sua prática em sala de aula, principalmente com alunos de 5ª série/6º ano, em relação à
leitura”?
A partir das reflexões suscitadas por este questionamento, o presente trabalho
objetiva ampliar o repertório literário de alunos da 5ª série/6ºano do Ensino Fundamental,
para que possam interagir com o conto de maneira prazerosa, reconhecendo-o como
fonte de múltiplas informações e entretenimento, compartilhando experiências leitoras,
confrontando interpretações orais e escritas, para que também possam estabelecer
relações com outros textos. O objetivo proposto tem como finalidade interferir nas práticas
naturalizadas na sala de aula, pautadas basicamente no livro didático. Na maioria das
escolas, o livro didático ainda é o centro das atividades pedagógicas. Geralmente os
professores se preocupam com o ensino da gramática como se ela fosse um fim em si
mesma, relegando o segundo plano a prática da leitura e da escrita. No entanto, as
Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná (DCE) propõem outra
prática fundamentada na seguinte concepção de leitura:
A leitura é vista como um ato dialógico, interlocutório. O leitor, nesse contexto, tem um papel ativo no processo da leitura, e para se efetivar como co-produtor, procura pistas formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões, usa estratégias baseadas no seu conhecimento linguístico, nas suas experiências e na sua vivência sócio-cultural. Ler é familiarizar-se com diferentes textos em diversas esferas sociais: jornalística, artística, judiciária, científica, didático-pedagógica, cotidiana, midiática, literária, etc. No processo de leitura, também é preciso considerar as linguagens não-verbais. A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano, deve contemplar os multiletramentos (...) (DCE, 2008, p.71).
De acordo com esta perspectiva das DCE, que tomam como base os estudos
desenvolvidos por Koch (2003, p. 24), na sala de aula é necessário analisar, nas
atividades de interpretação e compreensão de um texto: “os conhecimentos de mundo do
aluno, os conhecimentos linguísticos, o conhecimento da situação comunicativa, dos
interlocutores envolvidos, dos gêneros e suas esferas, do suporte em que o gênero está
publicado, de outros textos (intertextualidade)”. O trabalho com esses conhecimentos
realiza-se por meio das estratégias:
- cognitivas: como as inferências, a focalização, a busca da relevância;
- sociointeracionais: como preservação das faces, polidez, atenuação, atribuição de causas a (possíveis) mal entendidos, etc.;- textuais: conjunto de decisões concernentes à textualização, feitas pelo produtor do texto, tendo em vista seu “projeto de dizer” (pistas, marcas, sinalizações) (KOCH, 2003, p. 24, apud DCE, 2008, p. 71).
2- Procedimentos/Material Didático
Conteúdos:
A LEITURA DE CONTOS
O presente trabalho com leitura tem como foco a interação autor-texto-leitor.
Essa concepção interacional e, portanto, dialógica da língua, vê os sujeitos como atores,
construtores sociais, sujeitos ativos que através do diálogo se constroem e são
construídos no texto que é o lugar da interação e onde ocorre a constituição dos
interlocutores. Assim, o texto passa a ser o local de implícitos variados que são
perceptíveis através do contexto sociocognitivo, ou seja, a materialidade linguística do
texto, o efeito que causa nos leitores: humor, terror, angústia, expectativa, frustração,
suspense, etc., devido ao jogo das palavras explicitadas, o gênero textual, a
tematização proposta no título relacionada, a realidade brasileira, a data em que foi
publicado e o meio de veiculação.
O trabalho com a leitura necessita da participação integral do aluno, seu
posicionamento perante a vida, suas expectativas leitoras. Segundo Bamberg (2008,
p.33) “...cada professor deve fazer suas próprias observações e investigações, a fim de
distinguir os desvios individuais de certos estudantes dos interesses “médios” de leitura
de uma fase de desenvolvimento”. O autor em “As fases de leitura”, de mesma página,
nos coloca que existe um período que ele chama de “histórias ambientais” ou da leitura
“fatual”, período segundo ele que vai de 09 a 12 anos – segundo caracterização de
Beinlich - em que há uma “Construção de uma fachada prática, realista, ordenada
racionalmente, diante de um pano de fundo mágico-aventuresco pseudo-realisticamente
mascarado”.
Bamberger (2008 p.34) nos esclarece que:
A criança começa a orientar-se no mundo concreto, objetivo. As perguntas “Como?” e “Por quê?” são cada vez mais frequentemente acrescentadas à pergunta “O quê?”. A criança curiosa capta apaixonadamente as coisas de seu meio; claro está que essas coisas não devem ser oferecidas em descrições secas, e sim como histórias, como acontecimentos vivos. O interesse pelos contos de fadas e pelas sagas ainda é evidente nessa fase intermediária orientada para os fatos, mas também começa a surgir o anseio pelo aventuroso(BAMBERGER, 2008, p.34).
É com essa criança, em estado de transição, curiosa, apaixonada, criativa, que
possui ainda seu interesse voltado para a fantasia e ao mesmo tempo com os anseios
também voltados para o mundo concreto e objetivo, que pretendemos iniciar o nosso
trabalho com os contos.
Atividades/Técnicas:
Ao trabalharmos a leitura de contos na perspectiva bakhtiniana de gênero, que
tem como meta a produção e compreensão de textos, devemos levar em consideração
alguns aspectos de sua caracterização, ou seja, que os gêneros são “tipos relativamente
estáveis de enunciados” (BAKHTIN, 1992) presentes em cada esfera de troca, possuem
uma forma de composição, um plano composicional, também se distinguem pelo
conteúdo temático e pelo estilo. Devemos levar em conta ainda as esferas de
circulação, a intenção do locutor, sujeito responsável por enunciados e as unidades
reais e concretas da comunicação verbal. Devemos observar que assim todo gênero é
marcado por sua esfera de atuação que promove modos específicos de combinar o
conteúdo temático, o propósito comunicativo, o estilo e a composição (KOCH e ELIAS,
2010, p.106/107).
Para exemplificar o trabalho a que nos propomos, no primeiro momento
usaremos em sala de aula, com os alunos da 5ª série/6º ano, os seguintes
procedimentos:
Levaremos para a sala cópias de textos (contos) que serão lidos pelos alunos,
em sala: livros infantis e juvenis, revista pedagógica e revistas com publicação de
contos, entre eles:
“Quem conta um conto”, editora FTD
“Para Gostar de ler”, volume 08 – contos-editora Ática.
“Para Gostar de ler”, volume 13 – Histórias divertidas –editora Ática.
“Revista Nova Escola – Contos – volume 05 - edição especial, nº32.
“Livro da Amop- Sequência Didática –caderno pedagógico 03.
Utilizaremos os recursos audiovisuais: o computador para passarmos o texto a
ser trabalhado, a tv pendrive em que trabalharemos os dados da autora ou autor do
texto, as técnicas utilizadas para uma boa leitura, slides com detalhamento do trabalho
(que será apresentado na escola para pais e alunos). Trabalho expositivo de pesquisas
feitas sobre o(a) autor(a). Os livros e leituras em sala com os alunos.
Para a realização do trabalho com a leitura o professor vai seguir os seguintes
critérios:
Levar em conta as experiências e os conhecimentos sobre leitura dos
alunos/leitores;
Ampliar o conhecimento acerca do gênero conto, para despertar o interesse
para a leitura dos mesmos;
Ler e valorizar a leitura como fonte de prazer e entretenimento;
Criar diferentes estratégias de leituras, visando um leitor que seja construtor
de sentidos;
Criar estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação da própria
leitura;
Ler o conto para se inteirar de suas partes composicionais: enredo,
personagens, espaço, tempo e narrador;
Apropriar-se das características do conto, tais como: narrativa concentrada e
limitada ao essencial; o enredo e sua estrutura: apresentação, complicação, clímax e
desfecho; número reduzido de personagens; tempo e espaço fortemente delimitados;
apresentação de narrador-observador ou narrador-personagem; linguagem geralmente
de acordo com o padrão culto, formal ou informal, da língua.
A duração do trabalho, levando em conta a leitura, a compreensão de sentido
dos textos, levarão aproximadamente dois meses de prática.
Avaliação
A avaliação ocorrerá de acordo com as DCE (2008, p.82) e deverá estar de
conformidade com as estratégias que os estudantes empregam para a compreensão do
texto lido, o sentido construído, as relações dialógicas entre textos, relações de causa e
consequência entre as partes do texto, o reconhecimento de posicionamentos
ideológicos no texto, a identificação dos efeitos de ironia e humor em textos variados, a
localização das informações tanto explícitas quanto implícitas, o argumento principal,
entre outros. Deve-se, ainda, avaliar se, ao ler, o aluno ativa os conhecimentos prévios;
se faz inferências; se reconhece o gênero e o suporte textual. De acordo com a
avaliação de leitura, faz-se necessário levar em conta o multiletramento, tendo em vista
a capacidade de se colocar diante do texto, seja ele oral, escrito, gráficos, infográficos,
imagens, etc. Devem-se levar em conta, também, as diferenças de leitura de mundo e o
repertório de experiências dos alunos, avaliando assim o modo como esse aluno vai
ampliando as expectativas de horizontes. Para tanto, as DCE propõem que o professor
realize questões abertas, discussões, debates e outras atividades, para assim o
professor avaliar a reflexão que o aluno faz, de conformidade com o conto lido,
permitindo-lhe a ampliação dos horizontes de práticas sociais.
A avaliação da análise linguística ocorrerá, conforme as DCE, a partir do texto
oral e escrito, pois é onde a língua se manifesta em todos os seus aspectos discursivos,
textuais e gramaticais. Partindo desta premissa, os elementos linguísticos constitutivos
no gênero conto devem ser avaliados sob a perspectiva de uma prática reflexiva e
contextualizada que possa lhes possibilitar a compreensão desses elementos no interior
do próprio texto. Serão avaliados assim o uso da linguagem formal e informal, a
ampliação lexical, a percepção dos efeitos de sentidos causados pelos recursos
lingüísticos e estilísticos, as relações que se estabelecem pelo uso de operadores
argumentativos e modalizadores, as relações semânticas entre as partes do texto
(causa, tempo, comparação, etc). Através destes critérios, os alunos poderão ser
avaliados constantemente, pois poderão refletir sobre as diferentes possibilidades do
uso da língua.
A avaliação englobará também a participação dos alunos e o envolvimento com
o as atividades, levando em consideração as condições de produção, de circulação, de
recepção que atentem para a necessidade de interação estabelecida (Quem? Para
quem? O quê? Quando? Onde?). Farão parte da avaliação ainda a participação nas
pesquisas, elaboração de painel, a leitura com fruição, a compreensão de sentido que
eles conseguirem perceber na análise de outros textos dos quais participarão, tendo que
aplicar as práticas ensinadas.
3-Orientações/Recomendações ao professor
Segundo Fiorin(2011):
Bakhtin precisa influenciar uma postura dos professores de Português a fim de resignificar o ensino de Língua Portuguesa para que os alunos vejam que as aulas de Português têm a ver com a linguagem que ele usa na vida dele, para que ele vá descortinando todas as possibilidades de linguagem que ele tem.”
1º PASSO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Professor(a):
O professor, ao se dirigir aos seus alunos, deverá procurar saber, através de
diálogo, quais os conhecimentos prévios que estes têm sobre contos, e à medida que eles
forem relatando, vai colocando no quadro a lista dos títulos citados. Aos que quiserem
narrar os contos, será dada oportunidade, mesmo que seja apenas um trecho.
Provavelmente os contos citados sejam contos maravilhosos, fantásticos, de fadas, de
terror, de mistérios, etc. O mais importante é deixá-los à vontade na contação de histórias,
sem interferências, neste primeiro momento.
Na sequência, o professor poderá definir de uma forma mais simplificada, para os
alunos, os contos que, de acordo com Azevedo (2002), são:
• Conto de animais;
• Conto de encantamento;
• Conto de riso;
• Conto de origem;
• Conto de sabedoria;
• Conto acumulativo;
Vejamos a definição de cada um:
• Conto de animais: os personagens da história são animais, mas agem como
se fossem gente. Este tipo de história, também, é chamado de fábula, geralmente
terminam com uma lição de moral.
• Conto de encantamento: também é conhecido como conto maravilhoso ou
conto de fadas. É um tipo de história onde príncipes, princesas enfrentam monstros e
bruxas e acabam sendo ajudados por algum elemento mágico. A história quase sempre
tem um final feliz.
• Conto de riso: é uma história engraçada, uma espécie de piada longa e
cheia de detalhes.
• Conto de origem: é um tipo de história que tenta explicar o surgimento de
alguma coisa. São próximas dos mitos e narrativas religiosas que contam como os
deuses fizeram o mundo etc.
• Conto de sabedoria: história que apresenta uma lição para a vida. Também
conhecida como conto de exemplo.
• Conto acumulativo: é um tipo de conto, onde todos os elementos que
entram na história são repetidos, sempre na mesma ordem, até o fim.
O professor poderá pedir que os alunos tentem identificar a definição do conto
que eles relacionaram no quadro, se há alguns e quais são.
2º PASSO
Professor(a):
O professor levará para a sala de aula vários contos modernos, os escolhidos
foram 27 contos para ler com crianças e adolescentes da revista nova escola – vol.5 –
edição especial nº. 32, e deixará que seus alunos escolham dentre os textos (contos) o
que eles quiserem ler, em grupo de (5) alunos – para mais ou para menos dependendo da
turma – para que eles façam um debate, analisem e discutam em grupo sobre: título,
autor (o papel do autor), quais os locais de circulação dos contos, a que público se
destinam. Será oportunizada novamente a contação de história, com base na leitura de
contos diversos e de diferentes autores, para que os mesmos se familiarizem com o
gênero.
Após esta atividade, o professor poderá solicitar que peguem na biblioteca da
escola, um livro de contos e que possam usufruir da grande aventura que cada um
proporciona a seus leitores. Esta leitura será feita extraclasse, tendo o prazo de uma
semana para a leitura. Para que os alunos se apropriem das características do conto,
será feito um pequeno formulário, no qual responderão alguns questionamentos sobre o
conto lido:
1- Qual o autor do conto lido? Escreva um pouquinho sobre ele. Se não tiver
informação no livro que você leu, poderá pesquisar em outros livros da biblioteca ou pela
internet; se ainda assim não encontrar informação poderá pedir ao professor que lhe
ajude.
2- Qual o meio de veiculação do texto? (ou seja: é uma revista, um livro, um
jornal, uma coletânea, etc.)
3- A que gênero textual pertence?
4- Qual é o título? (que função esse título vai exercer nesta história, quando
chama a atenção do leitor, tem qual intenção quanto ao sentido?)
5- Com previsões motivadas pelo título, adentramos ao texto, prosseguindo com
nossa atividade de produção de sentido:
a) Analisando as personagens. Quais são elas? Como o autor as apresenta no
primeiro parágrafo?
b) No decorrer da história, o autor usa outros termos para referir-se à
personagem? Quais?
c) Existe na narrativa algum tipo de oposição entre as personagens? (amigos X
inimigos, bonito X feio, mãe X pai X filho, etc); se houver, procure relacioná-los conforme
o exemplo na própria questão.
d) De que forma o autor caracteriza as personagens? (magro, velho, forte,
esbelto, linda, solitária, etc.). Cite alguns exemplos.
6) Analisando cada parágrafo, procure relatar-nos o que ocorre com as
personagens no decorrer da história.
Após esta atividade, o professor poderá passar em slides, ou no próprio
computador, um pequeno histórico sobre o conto, para que os alunos se inteirem do
mesmo:
CONTO: UM POUCO DE SUA HISTÓRIA
Segundo Cereja e Magalhães (1999, p.186), o conto, de origem antiga liga-se ao
desejo de contar e ouvir história próprio do ser humano e surge precocemente na História.
Surge das narrativas orais dos antigos povos nas noites de luar, narrativas dos bardos
gregos e romanos, pelas lendas orientais, pelas parábolas bíblicas, pelas novelas
medievais italianas, fábulas francesas e chega à atualidade, até nós, como o
conhecemos, em livros.
O conto resulta em riqueza de tipos difíceis de se classificar. Assim, em
antologias encontramos contos por nacionalidade: o conto brasileiro, o conto russo, o
conto francês, etc.; ou antologias que os reúnem por regiões: o conto brasileiro do norte,
do sul, etc.; ou ainda por subgêneros: contos maravilhosos, fantásticos, de terror, de
mistério, policiais, de amor, de ficção científica; e há outras classificações: o conto
tradicional, o conto contemporâneo, o conto moderno, etc.
Gotlib (2006, p.32-33) cita o contista norte-americano Edgar Allan Poe em que
este afirma: “em quase todas as classes de composição, a unicidade de efeito ou
impressão é um ponto da maior importância”. Ao compor uma obra literária, em especial,
o conto, o autor deve levar em conto os efeitos de sentido que este causará em seus
leitores, que vai de uma excitação à exaltação da alma. Deve ser dosado para não
exterminar esse efeito, pois não deve ser estendido em demasia e nem ser tão curto para
não perder totalmente o encanto(...)
Poe (1842, apud Gotlid, 2006,p.34) propõe que se aplique também ao conto, a
mesma teoria com a qual definiu o poema:
No conto breve, o autor é capaz de realizar a plenitude de sua intenção, seja ela qual for. Durante a hora da leitura atenta, a alma do leitor está sob o controle do escritor. Não há nenhuma influência externa ou extrínseca que resulte de cansaço ou interrupção (POE, 1842; apud GOTLIB, 2006, p.34)
Podemos perceber que, para Poe, o leitor está sob o domínio do autor durante o
processo da leitura; esse é um momento ímpar, em que o leitor é dominado e toda a sua
alma está só e unicamente voltada para a narrativa; as influências externas são nulas pois
leitor e obra são únicos e há um envolvimento tão grande que o leitor deixa de existir para
dar lugar à obra, ao escritor, que é onipotente.
Gotlib (2006) afirma que para Poe, a construção do conto está baseada no
extremo domínio do autor sobre todo o material que compõe a narrativa. Como obra
literária, o conto segue etapas como parte da consciência do autor, a partir do que há a
conquista de um único efeito, uma impressão total.
Ainda segundo Gotlib (op. cit.), na leitura que faz de Cortázar (2006, p.35), o
contista:
Concebido com cuidado deliberado, um certo efeito único e singular a ser elaborado, ele então inventa tais incidentes e combina tais acontecimentos de forma a melhor ajudá-lo a estabelecer este efeito preconcebido. Se sua primeira frase não tende à concretização deste efeito, então ele falhou em seu primeiro passo. Em toda a composição não deve haver nenhuma palavra escrita cuja tendência, direta ou indireta, não esteja à serviço deste desígnio preestabelecido (COTÁZAR, 2008; apud GOTLIB, 2006, p.35).
Explicitado está a característica que é fundamental em todo o conto, ou seja, a de
ser econômico em sua narrativa. É preciso, portanto, para o contista acrescentar o
mínimo de meios para que venha a surtir o mais alto efeito, objetivando conquistar o leitor.
Em não se alcançando esse desejado efeito é preciso retirar e aparar tudo o que não
venha a ser interessante para a leitura e para o leitor. Portanto, ao dar início a esse
complicado e encantador processo de escrever estórias, o autor (escritor) deverá estar
atento ao efeito que quer causar no leitor (encanto, medo, riso, terror, etc.)
O CONTO
O conto que passaremos a estudar agora pode ser classificado como
contemporâneo, pois apresenta um enredo cuja estrutura contém as seguintes partes:
O conto contemporâneo interage com o leitor, fazendo com que este vá além
em suas inferências, além do que está escrito;
Há concisão, brevidade na narrativa (início, meio e fim), economia de
palavras, profundidade, unidade de tempo e ação, poucas personagens;
O formato da história é apresentado por meio de parágrafos, parágrafos que
podem ser longos ou curtos;
O narrador, aquele que conta os fatos na escrita, pode ser observador (que
narra sem interferência nos fatos), ou pode ser participativo (que narra e também participa
dos fatos);
O cenário é bem limitado e o espaço restrito a alguns lugares;
Há diálogos entre as personagens, que vão permitir que se desenvolvam os
possíveis conflitos entre as personagens;
Há um só conflito, pois a ação é bem reduzida;
A narrativa é objetiva.
3º PASSO
Professor(a):
Aqui iniciaremos, então, a nossa leitura com compreensão de sentido. O
professor entregará aos alunos o livro: “Quem conta um conto”-vol 2 –editora FTD –
Biblioteca da Escola (inclusive você, professor, deve tê-lo na escola); trata-se do conto:
“Beijos Mágicos” de Ana Maria Machado.
Os alunos farão uma leitura silenciosa do texto, após o(a) professor (a) fará a
leitura oral, em seguida podem juntos analisar o título e os três primeiros parágrafos:
“Nanda tinha duas casas. Numa ela passava quase todos os fins de semana com
a mãe. Na outra, ela morava com o pai e a avó.”
Para a construção de sentidos, usaremos algumas estratégias e como leitores
ativos em interação com o autor e o texto, iniciaremos com algumas antecipações e
hipóteses a partir de conhecimentos sobre:
o(a) autor(a) do texto: Ana Maria Machado
E aqui, professor(a), fica uma sugestão: farei com os alunos um pequeno
painel com a foto e dados sobre a vida da autora, sua formação, suas principais obras,
pois se os alunos gostarem de seus textos poderão adquirir outras obras desta autora.
Feito isto, passaremos para o meio de veiculação do texto. Em que local ele
encontrou o conto?
O professor e os alunos estarão com o livro em mãos e verificarão que é um
livro de leitura e literatura, porque se trata de um conto; o livro é acessível a todos os
alunos pois encontra-se na biblioteca da escola.
A partir das dificuldades apresentadas pelos alunos, o professor deve adotar
como objetivos metodológicos os seguintes critérios:
As atividades desenvolvidas poderão contribuir para que o aluno compreenda
que o texto possui unidades temáticas e estruturas globais. Assim sendo, o professor vai
orientando para capacitar o aluno quanto à identificação, a partir de marcas textuais, da
posição do autor com respeito ao conteúdo referencial do texto, o que ocorrerá no 4º
passo.
4º PASSO
Professor(a):
Na sequência, verificaremos com os alunos o título: “Beijos Mágicos” (faremos
antecipações e hipóteses que no decorrer da leitura serão confirmadas ou rejeitadas: Por
que o uso da expressão “beijos mágicos”? Seriam esses beijos milagrosos? Tornariam
eles a pessoa mais feliz? (Aqui entra a opinião dos alunos a respeito da possível escolha
da autora)
Essas hipóteses, no decorrer da leitura, são retomadas, reformuladas e
novamente testadas em um movimento que vai destacando a atividade de leitor,
respaldada em conhecimentos guardados na memória sobre a língua, as coisas do
mundo, outros textos, lembranças, recordações do passado, ou mesmo do presente que
tenham feito parte da vida do aluno.
A própria palavra “beijos” já nos remete a algo bom, pois só beijamos as pessoas
com as quais temos afinidades, ou das quais gostamos. Pode-se perguntar:
• A quem costumamos beijar?
• O que é um beijo?
• Quando ele ocorre?
• Em quais situações da vida nós beijamos?
• O que vem a ser algo mágico?
• Por que esse beijo seria mágico? (E por hipóteses vamos dialogando com o
aluno, para que ele avance como leitor ativo.)
• No primeiro parágrafo, que foi citado acima, já podemos perceber a
caracterização do conto, através do número reduzido das personagens, que são (aqui o
aluno responderá):Nanda, a mãe, pai ,avó – e o local onde se passa a narrativa – duas
casas (numa em que passava os fins de semana com a mãe e outra, em que morava com
o pai).
• Para quem este conto foi escrito?
• A quem se dá voz neste conto?
• Com que outro texto este conto faz intertextualidade?
• Onde são acomodadas as falas das personagens?
• Por que Nanda tem duas casas?
• O que provavelmente aconteceu com sua família?
• A autora usa, num primeiro momento o substantivo “Nanda”. Após, ela refere-
se a Nanda de que forma?
• Por que a autora usa este recurso na escrita?
• Os avós passam a ter um papel fundamental na vida de Nanda. Qual é esse
papel?
A utilização dos verbos, o tempo da narrativa no conto é geralmente pretérito
perfeito ou pretérito imperfeito, no texto nós temos exemplos desta utilização: tinha,
passava, morava. A utilização destes verbos demonstra que os fatos já ocorreram na vida
das personagens, há um distanciamento no tempo. Vamos verificar outro parágrafo:
“Quem pegava Nanda no colégio e a levava para brincar e andar de velocípede
na praça era a avó.”
Os verbos aqui apresentados também situarão a temporalidade textual, em
um momento o pretérito imperfeito indicará o tempo da narrativa, quando os fatos se
processam e o pretérito perfeito marca a adjetivação textual, caracterizando passagens
ou até mesmo fatos vivenciados pelas personagens.(“ tinha duas casas”...)
1) Com o uso dos verbos no pretérito imperfeito, podemos perceber que o
narrador também ocupa um lugar na narrativa, ele narra os fatos, porém não faz parte da
história, então denominamos o narrador de narrador-observador, ou seja, ele observa os
fatos e vai narrando, sem fazer parte da história.
2) A partir dos conhecimentos linguísticos, que abrangem o conhecimento
gramatical e lexical, podemos compreender a organização do próprio material linguístico
na superfície textual, que engloba o uso dos meios coesivos para efetuar a remissão ou
sequenciação textual; a seleção lexical adequada ao tema e aos modelos cognitivos
ativados na leitura.
3) Percebemos tratar-se de um texto de fácil compreensão, mas nada impede
que o aluno utilize o dicionário para pesquisar palavras que ele considere de difícil
compreensão, pois os alunos de 5ª série são curiosos e gostam de pesquisar as palavras.
4) A unidade privilegiada aqui é o texto, no que tange à análise linguística, os
recursos coesivos vão dando-lhe uma leveza e fluidez, há uma fusão do trabalho com o
gênero, na medida em que contempla justamente a intersecção das condições de
produção do texto com as escolhas linguísticas: os artigos, advérbios de lugar (numa/na
outra), o texto vai sendo entrelaçado por pronomes relativos (quem), por conectivos que
vão tecendo o texto, proporcionando-lhe fruição: mas, e, assim, então, quando, ou ,
porque, quando, que, em que, ...
5º PASSO
Professor(a):
Continuando a leitura com compreensão de sentidos partiremos para o terceiro
parágrafo:
“Mas quem acordava Nanda com beijinho, tomava café com ela de manhã e a
levava para o colégio era o pai. E também era ele quem de noite botava Nanda para
dormir, conversava um pouco, ajeitava as cobertas, contava história, e dava beijo de boa
noite.”
Se observarmos a narrativa desde o início até o terceiro parágrafo temos:
a) A personagem principal da história (Nanda)
b) As personagens secundárias (o pai, a mãe e a avó de Nanda)
c) O local onde se passa a narrativa (ora na casa da mãe, ora na casa do pai e
da avó)
d) Quem cuidava de Nanda passou a ser o seu pai, que a colocava para dormir,
conversava, a ajeitava na cama, colocava as cobertas,contava-lhe histórias e dava-lhe um
beijo de boa noite.
A história contada pelo pai, sempre tinha um final feliz como:
“e viveram felizes para sempre”. Para os pais dela, segundo o texto “para serem
felizes para sempre era melhor não ficarem juntos. . E tinha muita pena”.
Podemos dialogar com os alunos sobre esse trecho da história, levantando
hipóteses sobre os tempos antigos, onde a mulher e o marido eram obrigados a viver
juntos porque era uma época diferente, onde mulher separada não era vista com bons
olhos pela sociedade da época. Na atualidade, há uma grande mudança, a mulher tem
um papel social, ela trabalha, pode ter sua autonomia financeira e viver a sua vida, caso
não dê certo o relacionamento afetivo com o seu parceiro. É o que percebemos nesta
história.
Em outro trecho da história Nanda vai expor como ela se sente frente a toda esta
situação:
E Nanda também era feliz para sempre com o pai, naquele apartamento em que
os dois cuidavam um do outro.
Muitas vezes, parecia até que ela era uma daquelas princesas das histórias que o
pai contava.
Branca de Neve, ajudando a cuidar da casa dos anões.
Rapunzel, penteando os cabelos para esperar o príncipe.
Cinderela, dançando a noite toda com o príncipe, mas tendo que ir deitar no
melhor da festa.
A Bela Adormecida, acordando com beijo de príncipe.
E o príncipe sempre era muito bonito e carinhoso, assim meio parecido com o pai
dela. Com quem ela vivia feliz para sempre.
Percebam que ela vai fazendo comparações com personagens das histórias
infantis, Branca de Neve, Rapunzel, Cinderela, A Bela Adormecida. Por que ela usa esses
exemplos?
Há um novo fato na narrativa; o pai de Nanda começa a ausentar-se de casa, até
que ele acaba contando a ela que conheceu outra pessoa. Nanda passa a ver a
namorada do pai (Bebel) como uma bruxa. Observem o trecho:
“Nanda logo desconfiou o que ela era de verdade. Só perguntou, para conferir:
__Você tem gato?
__Tenho , sim. Como é que você adivinhou?
Toda bruxa tem, ela pensou.”
A que história infantil Nanda está referindo-se neste trecho?
Por que Nanda teve esses pensamentos e tomou essa atitude?
Ao conversar com a mãe a respeito de Bebel, Nanda fica inconformada. Por
quê?
Que lição podemos tirar no final desta história?
6º PASSO
Professor(a):
A seguir passaremos algumas questões relacionadas ao conto “Beijos Mágicos”
da Ana Maria Machado, para que o aluno observe os aspectos relacionados às
características do conto:
1) Por que em sua opinião, os contos são produzidos?
2) Geralmente os contos se relacionam com alguma temática presente em nosso
cotidiano. De acordo com essa afirmação, assinale a alternativa correta.
a) No conto, a história está relacionada:
( ) às relações profissionais das pessoas.
( ) às doenças que prejudicam a saúde das pessoas.
( ) às relações e mudanças familiares.
b) De acordo com a sua organização, podemos dizer que se trata de um conto de:
( ) humor
( ) mistério
( ) psicológico
Na narrativa podem ocorrer duas formas de relatar o enunciado:
Essa relação verbal emissor/receptor efetiva-se mediante o que chamamos
discurso. A narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto de vista ou foco narrativo.
-quando há a participação do narrador no enredo, ele é caracterizado como
personagem atuante, diz-se que é narrador-personagem ou participante. O foco
narrativo ou ponto de vista está na primeira pessoa.
-chamamos narrador-observador ao que serve de intermediário entre o episódio
e o leitor – é o foco narrativo de terceira pessoa.
As formas do discurso:
1-O discurso direto constitui a técnica do diálogo. É a personagem em
atividade, animizada, falando. Estrutura-se, normalmente, com a procedência de dois-
pontos e inicia-se após um travessão.
“__Nasceu seu irmãozinho, Nanda. Vamos lá ver.”
2- O discurso indireto caracteriza-se pelo emprego direto da fala do narrador,
impedindo a fala da personagem.
“D Evarista ficou aterrada. Foi ter com o marido, disse-lhe que estava com
desejos.”(Machado de Assis)
Em relação à estrutura textual, como o conto foi organizado? Preencha o quadro
abaixo, conforme o que se pede:
Título
Quantidade de parágrafos curtos
Quantidade de parágrafos longos
Narrador: ( ) participa da história ( ) conta os fatos sem participar da história.
Personagens: ( ) são muitos ( ) são poucos
Presença do discurso: ( ) direto ( ) indireto
Tipologia predominante: ( ) narrativa ( ) argumentativa
O GÊNERO CONTO
Professor(a):
Exploraremos as atividades de leitura e produção escrita.
2.1) Atividade de leitura:
Releia o conto “Beijos Mágicos” de Ana Maria Machado e resolva as atividades
propostas.
a) De acordo com o início do conto, a personagem principal, Nanda, tem uma
situação inusitada em sua vida. Qual é essa situação?
b) O pai de Nanda colocava-a para dormir e lhe contava histórias. Como eram os
finais destas histórias? A que tipo de histórias Nanda faz referência?
c) A história de vida dos pais de Nanda tem certa semelhança com essas
histórias. Por quê?
e) E Nanda, como passou a ser feliz para sempre?
f) Nanda compara-se às personagens femininas dos contos de fadas. A quem ela
se compara e por quê?
3) Releia o trecho abaixo e responda às questões relativas a ele.
“O pai tinha dito que Bebel era linda, alegre, um amor...”
“Mas não foi nada disso que Nanda viu.”
a) O que Nanda viu em Bebel ? E a quem ela a comparou? Por quê?
b) A Metáfora é um recurso poético, uma comparação direta por proximidade de
dois termos, exemplo: “Ele é um gato” (compara-se diretamente o animal gato à
característica da beleza de um ser). No texto, o narrador compara o bebê a um pássaro.
Ele usou esse recurso porque:
( ) O bebê estava doente.
( ) O bebê não iria sobreviver e precisava de cuidados.
( ) O bebê era frágil , delicado e precisava de carinho e cuidados.
c) Você têm irmãos mais novos? Como você os trata?
d) Na sua opinião, neste parágrafo há uma mudança de comportamento de
Nanda? Por quê?
e) Explique o final da história. Por que ele se parece com um conto de
fadas?
7º PASSO
Professor(a):
Você pode dialogar com os alunos sobre as mudanças no relacionamento das
pessoas, antigamente (no tempo dos avós), era vergonhoso para a mulher que vivia numa
sociedade machista e autoritária, ser uma mulher separada. Mas hoje em dia é natural
pais separarem-se quando o relacionamento não dá certo. Eles podem refazer as suas
vidas, foi o que aconteceu com a família da Nanda.
Como sugestão para as aulas pode ser usado o livro: “Dinâmicas de leitura para
sala de aula” da Mary Rangel; são atividades complementares que podem auxiliar na
atenção, concentração e criatividade dos alunos.
A ESCOLA
A Escola Estadual Tarquinio Santos, em seu Projeto Político Pedagógico, 2008,
esclarece que os alunos são socialmente adaptados às etnias existentes. Não possuem
défit nutricional, pois pertencem a uma classe social média a baixa.
A Escola possui alunos com nível sócio-econômico bem diversificado. Devido ao
fato da escola se encontrar em um município fronteiriço, também recebe alunos de
diversos países e atende a alunos da área rural que chegam à escola através do
transporte escolar que o município oferece.
Existe ainda a demanda de alunos oriundos de escolas municipais e particulares.
Alguns alunos possuem dificuldades de aprendizagem como:
a) Falta de concentração em consequência de problemas familiares,
financeiros , de saúde, psicológicos, etc.
b) Leitura e interpretação, adição e subtração e oralidade são, por parte
de alguns alunos, bem fracas.em consequência da diversidade de
lugares de que procedem.
Ato Conceitual
Princípios filosóficos
Os princípios filosóficos da Escola estão amparados na Lei nº 9394/96, visando
ao desenvolvimento pleno do educando em suas potencialidades, para o exercício social
e profissional, bem como: aprimorar a liberdade de ensino, a pesquisa e a divulgação do
pensamento, da arte e do saber,(...)
A escola tem por objetivo maior subsidiar a organização coletiva da prática
pedagógica, a partir da qual os educadores se sintam desafiados a assumir uma prática
reflexiva, crítica, criativa, através de ações coletivas.(...)
Portanto, pretende-se ofertar aos alunos seviços educacionais com base nos
princípios da lei 9394/96, título II, artigo 2º e 3º.
Artigo 2º- A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios da
liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Artigo 3º - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
III – Respeito à liberdade e apreço a tolerância.
Concepções Educacionais
(...) A comunidade escolar deve estar atenta âs transformações sociais em todos
os níveis, portanto há a necessidade de uma escola que:
- discuta e avalie o seu papel o processo educativo;
- busque respostas para os seus problemas e repense a sua função;
- seja ousada utilizando novos critérios nas formas de trabalho, nas relações do
conhecimento científico;
- cumpra seu papel de refletir sobre:
a- o que é educar?
b- o que é ser cidadão?
c- que valores e conhecimentos a sociedade necessita?
d- utilize metodologias que assegure o sucesso no processo ensino-
aprendizagem;
e- garanta o sucesso dos alunos combatendo a evasão e repetência e que os
mesmos possam obter o domínio de conhecimentos básicos necessários ao processo de
globalização, tornando-se assim, numa formação integral, seres críticos e atuantes;(...)
Esperamos que esta produção didático-pedagógica atinja os objetivos esperados
pelo estabelecimento de ensino e que venha a enriquecer a qualidade de ensino a que ela
se destina.
Referências Bibliográficas
ADNRADE, Carlos Drummond de. De conto em conto. v. 2 São Paulo: Ática. FNDE-Ministério da educação, 2002.
BAKHTIN, Mikhail – Estética da Criação Verbal ,S.P. Martins Fontes, 1992.
COSTA_HUBES, Terezinha da Conceição; BAUMGARTNER, Carmen Teresinha. (organizadoras). Sequência Didática – AMOP - Associação dos Municípios do Oeste do Paraná. Departamento de Educação. Gráfica Assoeste e Editora Ltda, 2009.
GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do conto. Série Princípios. São Paulo: Ática, 2006.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. 2010, editora Contexto.
KOCH, Ingedore Villaça. Repensando a Língua Portuguesa. A Coesão textual,
Mecanismo de constituição textual a Organização do texto fenômenos de linguagem. 11. ed. Contexto, 1999.
MACHADO, Ana Maria. et al. Quem conta um conto? v. 2. Coleção Literatura em minha casa. São Paulo: FTD.FNDE-Ministério da Educação, 2001.
RAMOS, Graciliano. et. al. Contos. Para Gostar de Ler. v. 8. 9 ed. São Paulo: Ática, 1994.
RANGEL, Maria. Dinâmicas de leitura para sala de aula. Editora Vozes, 2009.
REVISTA NOVA ESCOLA. Edição Especial. v. 5. n. 2. Contos: uma seleção de 27 textos para ler com crianças e adolescentes. São Paulo: Abril, 2010.
SABINO, Fernando. et. al. Para Gostar de Ler: Histórias Divertidas. 10 ed. v. 13. São Paulo: Ática, 2001.
SANTOS, Leonor Werneck dos. Articulação Textual na Literatura Infantil e Juvenil. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.
SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa. Paraná, 2008.