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VOLUME 4 - Junho de 2012 Inovação no Brasil: Hoje e Amanhã

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VOLUME 4 - Junho de 2012

Inovação no Brasil:Hoje e Amanhã

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Realização:

Fórum de Inovação da FGV-EAESP

FGV-EAESP:Marcos Vasconcellos (coordenador)Maria Cristina Gonçalves (redação - Mtb: 25.946)Luciana Gaia (staff)Gisele Gaia (staff)Leonice Cunha (staff)Flávia Canella (staff, layout e diagramação)

VOLUME 4 - Junho de 2012

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CONTEÚDO

Inovação no Brasil: Hoje e Amanhã 03Competitividade e Produtividade - Questão de Cidadania 04World Economic Forum 05Avaliação do Brasil em Relação à Inovação 07Carro que Voa 09Dados Brasileiros de PIB 10Experiências Inovadoras pelo Mundo 11Começo Diferente 11Platéia Interagindo 12Teoria do U - Sentir, Presenciar e Realizar 13Mudanças Disruptivas 15Ensino / Aprendizagem - Era da Inteligência Coletiva 16Barreiras 17Tríplice Hélice no Século XXI 18Mensagem Final de Sacramento 18Burti 360° - Transformando Idéias em Pixels e Pixels em Bons Negócios 19Primeira Mudança Disruptiva 19Ciclo de Inovação na Burti 21Serviços e Produtos Burti 22Sucessão na Burti 23Siena Idea 24Novos Vôos 25Dados Atuais 25Desafios para 2012 25Bate Bola 26Relação dos Participantes 30

VOLUME 4 - Junho de 2012

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Inovação no Brasil: Hoje e Amanhã

O dia 27 de junho, na unidade FGV-Berrini, foi reservado ao debate da Inovação no Brasil: Hoje e Amanhã. Os participantes do Fórum de Inovação da FGV-EAESP puderam se encontrar mais uma vez e partilhar experiências inovadoras, dados de pesquisa, além da integração do grupo.

O Encontro foi aberto pelo coordenador do Fórum de Inovação, Marcos Vasconcellos. Foi a ele que coube iniciar os trabalhos, agradecer a presença de todos e apresentar o primeiro palestrante do dia, Prof. Luiz Carlos Di Serio (FGV-EAESP) que trouxe o tema Competitividade e Inovação – temos capacidade mas a Inovação...

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custos do país em tributação, Competitividade e credibilidade das instituições e custos com empregado.Produtividade –

Questão de “Posso afirmar, diante disso, que a minha admiração, depois de Deus, vai para o Cidadaniacidadão que, no Brasil, consegue gerar ao menos um emprego. Esse é um cara

“Eu como professor, e posso falar em importante. Sabem quanto custa gerar

nome de muitos, somos entusiastas da um emprego? O que trago ao debate não

inovação. No meu caso, ainda mais é poesia e sim nossa realidade atual:

porque conheci a Inovação e excesso de tributação, falta de eficácia e

Competitividade sob diversas óticas”. Di mau uso do que é arrecadado”, concluiu.

Serio relembrou sua passagem pela “Preocupo-me com a nossa

Villares e como o conceito Produtividade sobrevivência, com o futuro dos nossos

e Competitividade era associado à filhos e como vamos gerar riqueza para

exploração de pessoas. “Eu mesmo, com esse país. Para mim, credibilidade e

os meus 20 e poucos anos, já pensei produtividade são sinônimos”,

dessa forma. Mas quando se senta na acrescentou Di Serio.

cadeira de gerente, se conhece a experiência de outros países, dá-se de cara com os dados reais da empresa você passa a entender que vai muito além disso e o quanto eles são importantes”, explicou.

Para ficar mais claro trouxe umexemplo trivial do cotidiano:“quem nunca se deparou noseu bairro com o serviço depoda de árvores? Funcionamais ou menos assim: estãolá seis indivíduos trabalhando,ou melhor, um ou no máximodois trabalhando e os demaisolhando. Estive em Chicago, empleno verão, quando os EUAreformam o país, e presenciei areforma de uma calçada. Poisbem, vi somente dois indivíduosna obra, e trabalhando duro. Comesse pequeno exemplo posso afirmar que competitividade e produtividade é também uma questão de cidadania. Passa pela responsabilidade de cada um”, exemplificou.

Di Serio ainda impactou a plateia, logo nos primeiros minutos com mais um dado: 40% da competitividade depende da macro economia e não está sob controle da empresa. Está nas mãos dos

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Vale lembrar que os 12 pilares avaliados World Economic pelo WEF são:

Forum1. Instituições2. Infraestrutura

A credibilidade das instituições afeta a 3. Estabilidade macro econômica

competitividade. O Brasil tem alto input e 4. Saúde e educação básica

baixo output, é mal pontuado nas 5. Ensino Superior e Formação

pesquisas internacionais do World 6. Eficiência do mercado

Economic Fórum (WEF), conforme dados 7. Eficiência do mercado de trabalho

trazidos pelo acadêmico. 8. Sofisticação do mercado financeiro9. Preparo tecnológico10. Tamanho do mercado11. Sofisticação do negócio 12. Inovação

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Esses itens estão divididos em três - Avaliação insuficiente/negativa: falta de categorias: requisitos básicos, qualidade do ensino primário, falta de (exploração recursos naturais e infraestrutura do transporte aéreo, exportação de commodities), elevada tributação, impacto da promotores de eficiência e fatores de regulamentação do governo (muita inovação e sofisticação. mudança nas regras do jogo), burocracia

para começar um negócio, dentre outros.Evidentemente que o Brasil aparece nas três categorias, mas sempre com Di Serio faz uma observação: preponderância em algumas delas. “Claramente falamos de um país que

penaliza os seus empreendedores. Difícil Seguem algumas considerações sobre começar, se passar por dificuldades nossos números: paga-se altos juros, se tiver que fechar

gasta-se mais dinheiro ainda”, e finalizou: - Índice global de competitividade (Brasil - “precisamos retomar a discussão de 53º lugar) Eficiência x Eficácia. A nossa capacidade - Brasil tem grande input e baixo output de inovação surpreende, temos recursos - Boa avaliação em solidez dos bancos, financeiros, capacitação, interessados, tamanho do mercado doméstico, universidades, mas a inovação de fato matrículas no ensino secundário; existe? Para onde vai o recurso

arrecadado?”.

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O que temos de positivo?Avaliação do Brasil - capacidade de inovação,em relação à - empresas que fornecem treinamento

Inovação: formal (preocupação com capacitação),- modelos de negócios, - modelos organizacionais, - conta de energia renovável, - recursos

O que temos de negativo?

- rigidez do emprego: dificuldade em contratar e despedir funcionários,

- elevado tempo para iniciar um negócio: 124 dias, perdendo até para a Venezuela. (“Mais uma vez aparece a diferença entre Eficiência e Eficácia”, destacou Di Serio),

- desperdício dos gastos do governo,- baixa qualidade do ensino primário,- falta de proteção da propriedade intelectual.

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Balanço

Discussão com base em dados e números

Podemos concluir que o Brasil tem dinheiro, capacidade humana, boas universidades, ecossistema. Enfim, muitas condições favoráveis para inovar (input). Mas por outro lado, o ambiente regulatório oscila demais, temos baixa eficiência, não conseguimos exportar patentes, empregos e aplicação do conhecimento, o que revela um baixo output.

“Pagamos muitos impostos e o que recebemos em troca? Inovar também agrega trazer bem estar às pessoas. No caso brasileiro não colhemos o benefício dessa inovação: pagamos plano de saúde, que muitas vezes atende mal, pagamos pela educação... Nosso output é muito baixo. Quando vemos, nos índices do WEF, os mesmos países Suíça, Suécia, Finlândia, Dinamarca, liderando as posições, fica fácil entender o porquê”, revela o professor.

“O nosso objetivo com essa palestra é conscientizar as pessoas, fazer um raio X, trazer dados e informações confiáveis para, a partir deles, sonhar com um país melhor”, disse Di Serio.

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Carro que Voa

Para dar um exemplo de como o dinheiro público pode ser colocado em favor de um setor e não de uma determinada empresa o professor contou sobre o carro que voa.

O problema de mobilidade já está afetando a nossa sociedade e a indústria automobilística pouco tem feito em relação a isso. Por conta disso, a Nasa está desenvolvendo um carro que voa, independentemente da indústria automobilística. Está inovando em favor de todos.“Está aí o nosso problema: pouco se inova e poucas pessoas se beneficiam”, complementou Di Serio.

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Dados brasileiros de PIB - Nos últimos 10 anos, a produtividade industrial brasileira não aumentou nada (e esta diminuindo). “Sendo mais exato, o PIB industrial é exatamente o mesmo da época de Juscelino, 18,6”.

- Por outro lado, o PIB do serviço está crescendo, concentrando 65%.

“Vocês já pararam para pensar como o custo dos serviços no Brasil está exorbitante? Cabeleireiros, estacionamentos, telecomunicações, saúde. Com isso, nosso poder de compra diminui e muito. Será melhor desenvolver serviços ou indústrias, que geram muito mais empregos e recolhem muito mais impostos, para o futuro dos nossos filhos e desse país? Essa é uma discussão muito atual nos EUA”, revela o professor.

E foi além: “Prosperidade não é somente avaliar PIB. Antes temos perguntas a responder: Por que crescer? Precisamos crescer? Vamos crescer quanto? Como? De que forma? Muitas coisas importantes não são levadas em conta no PIB: o grau de devastação, o impacto na vida das pessoas, o todo deve ser avaliado”.

Da mesma forma impactante que começou, Di Serio se despediu: “Gostaria de terminar com uma noticia boa, mas...”.

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Na sequência, trouxe alguns Experiências questionamentos chaves para a plateia:

Inovadoras pelo 1. O Brasil inova o suficiente?Mundo2. O que queremos criar... e o que queremos ser... Juntos?

Na sequência, quem assumiu o a palavra 3. Como nos tornamos um país de ponta foi o executivo do centro de competência na inovação?mundial da Bosch, Luiz Lunkes. Com 28 4. O que nos impede?anos na área de inovação e pesquisa 5. Quais os campos de maior potencial?trouxe suas percepções sobre inovações 6. Quais competências possuímos e ao redor mundo e o que está sendo feito quais precisamos desenvolver?aqui no Brasil. 7. Quais as transformações que

precisamos realizar?De forma bem humorada, mais uma vez 8. Como tratar a inovação relacionando Eficiência x Eficácia, contou sistematicamente e sustentável de forma como foi realizada sua mudança da a ampliar o bem estar (nosso e do Suíça para o Brasil: “quando ainda mundo)?estava na Suíça, contratei o serviço. No dia combinado, apareceu uma pessoa A intenção do palestrante foi indicar com uma maletinha e uma van. Ao final pontos de partida para a tomada de da manhã estava tudo pronto. consciência.No Brasil, demoraram 15 dias para localizar onde estavam as coisas, no dia “Inovar é uma jornada para o combinado, veio no caminhão a mudança desconhecido nunca saberemos ao certo de outra pessoa. Após a troca, vieram aonde vai dar. Vamos passar por três funcionários que me pediram alegrias, falhas, aprendizados. Um longo ferramentas emprestadas. Um deles se caminho, cheio de intercorrências”, acidentou. Por fim, demoraram quatro afirmou Lunkes.horas só para levar as caixas do caminhão para dentro de casa”.

Lunkes deixou claro que o que o motiva a falar e pensar em inovação é ver que no Brasil muito pouco é feito, apesar das condições favoráveis. “Não é uma mera questão de inovar para gerar dinheiro e sim de inovar para gerar bem-estar as pessoas”, defendeu.

Começo Diferente

Os trabalhos foram iniciados de forma diferente, que foge à rotina. Lunkes tocou o sino e pediu um minuto em silêncio para que as pessoas buscassem a sua conexão interior. “Um dos nossos maiores desafios é aquietar a mente”, defendeu.

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Para “navegar” na ambiguidade, enfrentar o imobilismo, o medo, é preciso ter a coragem: “Nunca teremos certeza das respostas, portanto é imperativo ter coragem para nos mover: mover para ser, mover para fazer em prol de resultados e benefícios. É fundamental trabalharmos em rede para estarmos perto de quem pode ajudar a resolver nossos problemas. É preciso estimular a criatividade, a flexibilidade. Temos medo de sair da zona de conforto. Mais do que tudo: não há movimento sem paixão, é preciso fazer o que se gosta e gostar do que se faz”, disse.

Lunkes abordou que apesar do brasileiro ser considerado criativo, muitas vezes, essa criatividade não gera inovação: “O pensar criativo não é ensinado na escola, ainda ficamos desconfortáveis com a nossa criatividade, tememos a crítica. A criatividade requer espontaneidade, espaço e também estrutura, processos. Inovação é a geração de valor a partir da criatividade. Temos que preparar nossas crianças a pensar criativamente.”, explicou.

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Para “navegar” na ambiguidade, enfrentar o imobilismo, o medo, é preciso ter a coragem: “Nunca teremos certeza das respostas, portanto é imperativo ter coragem para nos mover: mover para ser, mover para fazer em prol de resultados e benefícios. É fundamental trabalharmos em rede para estarmos perto de quem pode ajudar a resolver nossos problemas. É preciso estimular a criatividade, a flexibilidade. Temos medo de sair da zona de conforto. Mais do que tudo: não há movimento sem paixão, é preciso fazer o que se gosta e gostar do que se faz”, disse.

Lunkes abordou que apesar do brasileiro ser considerado criativo, muitas vezes, essa criatividade não gera inovação: “O pensar criativo não é ensinado na escola, ainda ficamos desconfortáveis com a nossa criatividade, tememos a crítica. A criatividade requer espontaneidade, espaço e também estrutura, processos. Inovação é a geração de valor a partir da criatividade. Temos que preparar nossas crianças a pensar criativamente.”, explicou.

Plateia Interagindo

Lunkes passou um vídeo sobre ações inovadoras, estimulando a plateia ao debate.

Daisy Grisólia: “O mundo não está preparando as pessoas para a inovação. Nosso desafio é aproximar o mundo dos negócios com o da educação. A educação precisa de metamorfose para se apropriar nos novos modos de pensar para se adaptar a velocidade na qual o mundo está andando”.

Steve Matalon: “Patentes no Brasil engrossam o problema da impunidade. Temos que combater essa impunidade. Na educação as questões são as mesmas no mundo todo, há uma inadequação. O mundo mudou, não adianta tentar rejuvenescer a educação, ela está moribunda temos que “esperar morrer antes de enterrar”. Enquanto isso ir trabalhando o novo paralelamente, lembrando que o novo não é a continuação do velho”.

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Teoria do U – sentir, presenciar e realizar

Para finalizar, detalhou uma teoria bastante eficaz no modelo inovador, a Teoria do “U”: um conjunto de técnicas, teorias, ferramentas e práticas que podem auxiliar os líderes a enfrentarem os problemas atuais e gerirem bem a inovação. O processo em U é dividido em três fases, sentir, presenciar e realizar. “Para implantá-la é preciso suspender o julgamento, promover a empatia/compaixão pelo outro, conectar-se com o eu interior para deixar aflorar a intuição e aceitar o que está por vir”, resumiu

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fundamental. Cada dia que passa, a Mudanças sociedade torna-se mais urbana e o setor que mais incorpora pessoas é o de Disruptivasserviços. Hoje o setor da indústria é dominado por máquinas e, a agricultura,

O Prof. Miguel Sacramento, da FGV – apesar de oferecer poucos postos de EAESP, fechou a manhã falando sobre trabalho, bate recorde em safras. “Não Mudanças Disruptivas. As mudanças se trata de uma situação conjuntural disruptivas mais recentes e que tiveram passageira, é de fato a nossa realidade. grande impacto social foram a Revolução Daí a importância em investirmos em Industrial, que mudou definitivamente as educação. Peter Drucker, já em 1990, relações do homem com o trabalho e o avisou aos EUA: parem de proteger suas trouxe para uma vida cada vez mais indústrias e invistam em educação”, urbana e a Internet que, em apenas 17 revelou Sacramento. “Nas sociedades anos, mudou nossa forma de pesquisar, pré-revolução industrial precisávamos de disseminar conhecimento e também de governos fortes, nas sociedades da nos relacionar. revolução industrial precisávamos de

empresas fortes agora, na era pós-revolução industrial, precisamos de sociedades fortes”, continuou.

Sacramento exemplificou, citando a venda de duas empresas, pelo mesmo valor: a Ducati e a Instagram. A Ducati foi criada em 1926, incorporada pela Audi em 2012, por um 1,1 bilhão. Já a Instagram, empresa criada em 2010, foi vendida para o Facebook em 2012, por quase o mesmo valor: 1 bilhão. “O tempo de fundação não fez diferença nessas transações e sim o valor percebido da marca. Estamos diante de uma nova realidade. Hoje já existem fábricas escuras, isto é, sem nenhum funcionário somente máquinas. A JAC funciona assim. Precisamos ensinar as pessoas a empreender porque o emprego convencional está em extinção”, defendeu.

Na China, há cinco anos, empreendedorismo é matéria do ensino

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dado importante para reflexão trazido por Ensino/Aprendizagem ele foi a diferenciação entre educação - esta atrelada a valores e que deve ser – era da Inteligência ensinada em casa e reforçada na

Coletiva sociedade - e ensino/aprendizagem: que deve buscar a melhor forma transferir conhecimentos e estimular o pensar e

Sacramento tocou numa questão agir com inovação. “Muitas vezes a

delicada e fundamental: a mudança na estrutura da aprendizagem fica submissa

forma de disseminar conhecimento, a questão da educação e isso atrasa as

inclusive advertindo que a academia mudanças, o futuro não pode ser visto

deve rever sua postura. “Hoje as redes como extensão do passado”, avaliou.

desestruturam um governo e o Como barreiras aos sistemas produtivos

conhecimento não é mais domínio de e o impacto na educação o docente

poucos, ele está pulverizado no meio elencou: postura paternalista,

socioeconômico e se expande protecionismo, abandono da

exponencialmente com contribuições de meritocracia, apologia do inculto. “Dourar

todos os lados, com ou sem a academia. a pílula leva ao imobilismo”, resumiu

Hoje a inteligência é coletiva, não vale o Sacramento.

maior Q.I. e sim a soma de muitos Q.I´s”, enfatizou.

Outro tema trazido à tona foi o da memória do futuro: “as pessoas estão constantemente planejando o seu futuro, o que as impulsiona e antecipa situações. Infelizmente, as empresas não têm essa capacidade e muitas vezes a academia também não. Agora é mudar ou morrer”, concluiu.

O professor trouxe dados surpreendentes sobre inteligência coletiva:

- MIT promove 6 mil open courses;- Crowdsourcing – os manuais técnicos estão sendo substituídos por comunidades de usuários que esclarecem as dúvidas de maneira interativa, de forma simples e imediata;- Intel – está investindo pesado em equipamentos que captam ondas cerebrais;- Muitas pesquisas na Índia estão fora dos muros acadêmicos, no próprio meio;- Universidade Washington – lançou um game na internet e teve a solução que buscava há meses para uma questão dada pelos internautas, em apenas 10 dias.

“O conhecimento está no meio e não na academia”, declarou Sacramento. Outro

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Barreiras:

1- Organização da aprendizagem e poder social:- militar – força; - religioso – fé; - administrativa – regras de convivência; - produtiva – liberdade de trocas;- ensino/aprendizagem – conhecimentos.2- Fracas pressões ambientais e sociais;3- Má organização das atividades de aprendizagem;4- Confuso processo decisório do poder dominante sobre aprendizagem e educação.5- Submissão da estrutura de aprendizagem.6- Resultado: sociedade ao imobilismo

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Mensagem Final de Sacramento

“Hoje as redes desestruturam um governo e o conhecimento não é mais domínio de poucos, ele está pulverizado no meio socioeconômico e se expande exponencialmente com contribuições de todos os lados, com ou sem a academia. Hoje a inteligência é coletiva, não vale o maior Q.I. e sim a soma de muitos Q.I´s”, enfatizou. Para finalizar, deixou a seguinte mensagem: “O futuro da humanidade é desafiador e pode ser promissor. É só uma questão de ensino e aprendizagem”

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Mensagem Final de Sacramento

“Hoje as redes desestruturam um governo e o conhecimento não é mais domínio de poucos, ele está pulverizado no meio socioeconômico e se expande exponencialmente com contribuições de todos os lados, com ou sem a academia. Hoje a inteligência é coletiva, não vale o maior Q.I. e sim a soma de muitos Q.I´s”, enfatizou. Para finalizar, deixou a seguinte mensagem: “O futuro da humanidade é desafiador e pode ser promissor. É só uma questão de ensino e aprendizagem”

Tríplice hélice no século XXI

Acompanhe pelos gráficos acima e veja que fluxo de conhecimento passa por alterações. Atualmente, ocorreu uma inversão: não funciona mais com uma “hélice”, e sim como uma turbina com múltiplas pás.

Os segmentos da pá abrangem todos os Sistemas Produtivos: informação, serviços, comercialização, manufatura, bens de capital, infraestrutura, commodities, extrativismo, recursos naturais.

A hélice é um mecanismo eficiente para transferir a energia recebida por seu eixo central – contida nos recursos naturais – para o meio (socioeconômico) em que está inserida.

Para captar a energia contida no meio (socioeconômico) e transformá-la em trabalho são utilizadas as múltiplas pás de uma turbina, invertendo o sentido do fluxo. Esse é nosso momento atual.

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Primeira Mudança Burti 360° - DisruptivaTransformando Ideias em Pixels e Burti foi visitar uma agência, se inteirou

da rotina de trabalho, das necessidades Pixels em Bons não atendidas e percebeu que não adiantava mais vender só gráfica, era Negóciospreciso melhorar a qualidade da imagem, pois uma imagem de má qualidade A tarde começou animada com a palestra comprometia todo o trabalho.do irreverente Leandro Burti, executivo

da Burti, empresa participante de um estudo de caso no Fórum de Inovação. A “Comprou um scanner que separava cor trajetória da empresa foi descrita por por cor, ocupou mais um pedaço do intermédio das diversas mudanças quintal do meu avô e em pouco tempo já disruptivas que transformaram a Burti no ocupava a casa inteira. Os melhores sucesso que ela é hoje. clientes na época foram as outras

gráficas. Não perceberam que estavam “O meu pai sempre foi um grande alimentando um grande concorrente. A vendedor: vendia combustível, sapato, inovação vem de uma faísca da até que resolveu vender serviços de necessidade, daí você tem que corrergráfica. Em um desses negócios, comprou uma impressora gráfica, colocou dentro de um galpão do próprio cliente, sr. Jordão. Algum tempo depois, foi avisado por ele que estava em fase terminal de uma doença e o aconselhou a retirar a máquina de lá para não entrar em inventário”, lembrou Leandro.

De fato, pouco tempo depois o senhor veio a falecer e não tendo onde colocar o maquinário no local adequado, a impressora foi parar no quintal do sogro. Os negócios já não iacipal cliente, mas o patriarca enxergou uma oportunidade de negócio: melhorar a qualidade de impressão, já que seus concorrentes não se preocupavam com isso.

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atrás. Meu pai começou a entender que o com arco-íris da Paulista”, contou. negócio da Burti era imagem, gráfica era “Dessa forma, conseguiu interligar as 30 output”, relembrou Leandro. principais agências de publicidade da

época e os três principais veículos de Estamos falando da década de 80 onde comunicação. Obteve a sonhada as agências trabalhavam no sistema de agilidade na entrega de anúncios. A Burti, past up de imagens (consistia em no fundo, sempre foi uma empresa de recortar imagens e ir colando, formando tecnologia”uma fotocomposição, todo o processo era manual). Meu pai foi pesquisar fora do Brasil e descobriu o Macintosh. “Devido a dificuldade de entrar legalizado, o primeiro computador veio como muamba”, recontou de forma bem humorada .

Esse Macintosh foi levado para uma grande agência de publicidade da época, e não saiu mais de lá. “O nosso serviço não era vender computador e sim conseguir maior volume de trabalho e assim instalar o maquinário na agência. Nesse momento, descobrimos um novo nicho de mercado. Essa inovação gerou benefícios para todos: para a agência, para o mercado e para o consumidor final. Faltava na época uma interligação entre esses computadores. Estava lançado um novo desafio”.

A falta de interligação entre agências e veículos de comunicação gerava na época, o famoso “calhau”: a página em branco com o nome do anunciante que não tinha entregue o anúncio a tempo. Isso trazia muito mal estar e prejuízos a Burti. Era preciso mais uma inovação.

O patriarca da Burti pensou no exemplo de transmissão do forno microondas e decidiu fazer o mesmo com as agências, tratou de instalar uma antena no ponto mais alto da cidade, a Av. Paulista. “Meu pai não teve dúvidas, bateu de prédio em prédio pedindo para colocar a torre com a antena. Por incrível que pareça, o síndico de um prédio aceitou a instalação em troca de dois elevadores novos: “O meu pai precisou fazer uma estrutura para suportar a antena, já que ela pesava cinco toneladas e ainda contribuiu para mais um cartão postal da cidade a torre

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Ciclo de Inovação da Burti

“Com o advento da internet a nossa torre passou a ter mais funções, hoje interligamos mais de 3 mil veículos e mais de 200 agências”, conta Leandro.

Leandro defende que além de inovações disruptivas o negócio precisa de inovações incrementais para sobreviver. A Burti foi exemplo disso por não ficar parada e antever soluções para seus clientes. “Hoje, por exemplo, temos uma enorme concorrência e um enfraquecimento da mídia on paper. Há muitas formas baratas de gerar mídia, e-mail marketing, “viralização” de vídeos. Grandes empresas, como a Coca Cola, lançando concursos na rede para suas campanhas, vários bancos de imagens free. Variados preços - só para dar um exemplo, um retoque de imagem na Burti custa R$ 250,00 a hora. Há no Brasil uma empresa que colhe as imagens nas agências, envia para a Tailândia para retoque por 4 dólares. Se o cliente não tem percepção de valor na cadeia, não escolhe a Burti. Se for olhar pela calculadora, a Burti é cara. O que nos diferencia é a atenção ao cliente, parceira, soluções integradas, prazo e qualidade”, defendeu.

Deu outro exemplo: “para preservar o negócio, às vezes, temos que dar um passo para trás. Mesmo com a fotografia digital, percebemos uma carência de mercado quando a imagem precisa ser bem produzida para veículos impressos. Montamos um estúdio fotográfico de ponta, com máquinas de 40 mega de resolução, transporte, set de DJ equipado. Assim, o fotógrafo só exerce seu principal talento: fotografar. Ele fotografa e vai embora sem se preocuparcom mais nada. E para o cliente é interessante, pois fecha tudo com um único parceiro e diminui a carga tributária”, exemplificou Leandro.

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“É possível fazer a lucratividade migrar na cadeia, transferindo o que era da agência para o seu negócio. Assim, você apropria valor e continua prestando serviço”, revelou o executivo. Não surpreende a Burti com esse olhar inovador ser um sucesso.

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“É possível fazer a lucratividade migrar na cadeia, transferindo o que era da agência para o seu negócio. Assim, você apropria valor e continua prestando serviço”, revelou o executivo. Não surpreende a Burti com esse olhar inovador ser um sucesso.

Serviços e produtos Burti

Para atender seus clientes com mais qualidade e na totalidade, a Burti dispõe de uma rede de produtos e serviços:

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Sucessão na Burti

Em 2003, o patriarca da Burti resolveu que era hora de tratar de sucessão. Tirou os dois filhos da empresa, contratou um grupo de executivos “que pensou em manter resultados, mas não pensou em inovação”, contou Leandro. A experiência não deu certo e trouxe, inclusive, prejuízos financeiros à empresa. Leandro Burti voltou para a empresa e defende: “felizmente, conseguimos sair do buraco. Eu e meu pai somos diferentes, pensamos e agimos diferentemente, mas se fosse tudo igual um de nós estaria sobrando”, finalizou.

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Siena Idea

“Apesar da minha carreira estar evoluindo de forma crescente eu sentia uma insatisfação. Talvez pelo meu potencial de desobediência, meu prazer na dificuldade, na confiança em mim mesmo, na coragem e também pela minha visão missionária. Acredito que tudo está por ser feito”. Dessa forma, Pedro Siena começou sua apresentação e relembrou a sua trajetória de empreendedor, que começou aos 16 anos quando abandonou sua cidade natal, Batatais, para se lançar no mercado de trabalho.

Pedro trabalhou por 10 anos na IBM, formou sua própria empresa - Siena, voltada para desenvolvimento de softwares, monitoração de ambiente de TI. “Costumo dizer que desenvolvo pessoas, gero resultados, unindo TI e negócios”, define Pedro.

Alguns dados da empresa:

- 6 mil serviços prestados, - 32 profissionais diretos, - 164 sistemas de software, - 4464 salários pagos,- salário médio: R$ 3.500,00,- empresa focada em serviços.

“Tenho orgulho de dizer que somos uma empresa 100% legal”, afirmou Pedro.

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Novos Vôos Desafios para 2012:

- informação de qualidadeEm 2011, decidiu montar uma nova - criação de modelos de negócioempresa, SST – Siena Sistemas de - acesso a fundingTecnologia - agora voltada para produtos. - acesso ao mercado comprador

- escritório de patentes. “Decidimos democratizar as soluções. A - desenvolver o braço da empresa na partir da solução encontrada para um Suíça.cliente, criamos produtos que poderiam ajudar outras empresas. Temos até parceiros que injetaram dinheiro no negócio para se tornarem sócios”, contou Pedro.

Dados atuais:

- 6 produtos desenvolvidos, - 14 projetos em backlog, - 40 idéias em análise.

“A nossa missão é o co-desenvolvimento, sociedade em produtos, lei do bem/lei da informática”

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Márcia Bolé – “Percebo uma Bate Bolasegmentação entre os mundos acadêmico e empresarial, nem sempre os objetivos coincidem, sinto uma Para fechar o dia em grande estilo e desconexão. Precisamos buscar esse permitir a expressão e o entrosamento trabalho conjunto”.dos participantes foi realizado um bate

bola. A seguir um resumo:

Prof. Marcos Vasconcellos – “Quero dar um ponto de partida para o nosso bate bola. Há dois anos eu tive uma conversa com o Cláudio Gastal, do MBC (Movimento Brasil Competitivo), em Brasília. Ele me disse que o seu sonho era transformar o Brasil numa sociedade inovadora. Acabei me apropriando dessa

Prof. José Augusto Corrêa – “É preciso frase e desse desejo. Ao ouvir as uma homogeneização de conceitos para palestras de hoje, quero que além de falarmos a mesma língua. O nosso inovadora, a sociedade brasileira possa

conceito de inovação é de ser mais feliz e ter mais qualidade de dentro para fora. Por vida”.

exemplo, se você aplicou algo que não tinha tentado antes e obteve sucesso, é

inovação, o que não quer dizer que precise ser

necessariamente algo inédito. Inovação não ocorre nos institutos de pesquisa e sim nas empresas. Os institutos, a academia, geram o conhecimento. Mas quem aplica o conhecimento são as empresas, que por sua vez, geram dinheiro. Geração de conhecimento não é inovação. São os empreendedores que atravessam o vazio da inovação, temos o exemplo o Steve Jobs, que inovou sem saber se iria dar certo ou não e sabendo que todo produto tem tempo de vida. Se o mundo só tivesse empreendedores e inovadores estaria de cabeça para baixo. Posso atestar, por experiência própria, que o empreendedor não aguenta o operacional do dia a dia, estou vivendo Carlos Matheus – “Hoje está cada dia isso numa parceria. O empreendedor mais difícil fazer pesquisa no Brasil, pela quer implantar uma nova ideia e seguir contingência, pela falta de verba, pelo em busca de outras. Por isso é o prazo de execução apertado, de abril a fundamental o apoio dos centros de agosto. Nos centros de pesquisas estudos e de pesquisas”públicos vejo muitos pesquisadores

frustrados, fica difícil motivá-los. Além do Antonio Carlos Larubia – “Quando problema que temos com as patentes”.falamos de inovação, temos que adotar

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um conceito mais amplo. Inovação não precisa ser nova para o mundo. Implementou a ideia, ela trouxe resultado positivo por determinado período? É inovação. O primeiro passo para termos uma nação inovadora é desmitificar esse conceito. O pequeno empresário não sabe que inova, diz que inovar é coisa de grande empresa. Realizamos uma pesquisa com pequenas empresas e atestamos que 53% tinha inovado sim. Além disso, a maioria trouxe uma mudança positiva significativa com baixos custos, em média, 2 mil reais. Com um pequeno valor, conseguiram introduzir a novidade e criar melhores condições de sobrevivência. O fato é que eles não se apropriam desse conceito de inovação. Penso que temos que fazer um esforço para difundir o conceito de inovação não só para o empresário, mas também para toda a sociedade”.

Daisy Grisólia – ”Não acredito em nenhum empreendedor que tenha obtido sucesso sem conhecer muito bem a sua área, sem ter desenvolvido ao menos uma competência a mais, seja via educação formal ou informal. Mesmo nos centros de pesquisa, onde por exemplo, estudou-se uma proteína que não servia para nada, o saldo positivo foi ter formado três gerações de pesquisadores. Formar pessoas deveria ser uma obrigação dos centros de estudos, assim como ensinar processos de pensamento. Certa vez, fizemos uma experiência prática com dois grupos de adolescentes em um Laboratório de Administração, durante as férias. Em um dos grupos, pudemos usar a metodologia que queríamos, optamos por oficinas abertas, no outro, exigiu-se um curso regular. Nem preciso falar o que aconteceu, qual grupo aprendeu mais. Nas oficinas, eu tenho possibilidade de desenvolver outras competências que não só o conteúdo programado. Esse lado da formação das pessoas é o passo mais importante, aquele que as empresas deveriam investir. Mas é preciso ensinar a pensar com método,

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com criatividade. Ensinar a pensar “fora Embraer vendeu aviões tucaninhos para da caixa” quando se fala em criar cultura a Colômbia. Esses aviões tinham um de inovação e aprendizagem”. sistema de tiro que foi usado para

bombardear, à noite, o acampamento das Prof. Clóvis Alvarenga Netto – “Sou FARC. Tecnologicamente foi tudo muito professor de dois cursos: engenharia de bem feito. Por isso, recebemos uma produção e de design, portanto, turmas encomenda do alto comando da bastante diferentes. O pessoal da Aeronáutica para desenvolver um EGIR engenharia não dá valor para a (Embedded GPS Plus Inercial Radar criatividade, gosta de executar, enquanto Altimeter), um sistema similar a um GPS que com pessoal do design acontece o de automóvel, que localiza contrário. Tento unir os dois mundos e geograficamente a aeronave. Estamos acredito que as empresas também com um protótipo funcionando devem buscar isso. Ao aproximar os operacional e ambientalmente. O passo jovens das empresas e dessa parceria, seguinte é a produção e comercialização. acredito que possam surgir idéias O nosso cliente maior é o comando da inovadoras”. Aeronáutica”.

Pedro Siena – “Quem tem ogene da inovação tambémgosta de saber métricas parasaber se chegamos lá ou não,em qual momento poderemosdizer que entramos no rol dospaíses inovadores, que bensestão sendo desenvolvidosagora, no país para quedaqui 15 anos possam seridentificados pelacomunidade internacionalcomo inovadores. Acho quea Embraer atingiu esseestágio. Mais de 500 anosdepois do descobrimento, ainda somos conhecidoscomo país de commodities.É muito tempo, temos quemudar isso. Não podemos

Márcio Luz – “É preciso perder a indignação. Ocarinho em relação ao brasileiro faz piada e suavizaconceito de inovação. tudo. Temos que nos indignarNão podemos pensar na nossa realidade e transmitir valores para nossos alunosisolada e sim pensar no contexto global. e filhos. Não podemos aceitar a Inovação tem que ter valor de mercado. impunidade. Se tivéssemos comoSó para esclarecer, o CTA não é um fabricar 30 aviões por ano, a Alemanha instituto de pesquisas, e sim um compraria todos. O prazo de execução conglomerado de institutos: ITA, IAV, IAE, de maio a agosto inviabiliza, e tem mais: que funciona até o nível 7 de prontidão não conseguimos contratar pessoal e tecnológica, isso é, dois estágios antes muitos dos antigos já estão se da produção e a implantação no aposentando”.mercado. Trabalhamos sob encomenda para o cliente. Vou dar um exemplo: a

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Celso Malaquias – “Tenho um filho que subutilizados, precisamos aprender a estuda engenharia e sempre pergunta trabalhar juntos. Os empresários não “porque devo fazer isso? Para que confiam suas informações, daí fica todo serve?” No aspecto prático, tanto na mundo “commoditizado”. Num encontro minha casa quanto na sociedade percebo como esse é importante buscarmos o o quanto é importante exercitar nossa diálogo e a aproximação”.capacidade criativa, experienciar visões diferentes para o mesmo fato, permitir maior diversidade. Penso que podemos criar aqui um espaço para sugestões. Já tenho uma primeira pergunta: quanto definimos a matriz econômica ou quanto estamos reativos a ela? Não consigo identificar a estratégia. Quando tentamos responder as questões trazidas pelo Lunkes não conseguimos passar da primeira. Temos que admitir que os nossos políticos são um extrato da nossa sociedade, qual nossa participação real no governo? Nossos mundos estão desconexos? Outra sugestão: Que tal trazermos pessoas do governo para essas nossas discussões?”

Prof. Marcos Vasconcellos – “Não podemos deixar as coisas acontecerem e achar que é assim mesmo. Temos que aprender a reagir como sociedade. Desmitificar o conceito de inovação. Essa escola foi criada pela FGV, em 1954, muito por pressão dos empresários paulistas. Está no nosso DNA a aproximação com o mundo empresarial. O nosso Fórum nasceu para isso”.

Prof. Luiz Carlos Di Serio – “Ressalto a importância de ouvir os dois lados: empresas e institutos de pesquisa. Quando se fala em inovação uma das metodologias mais eficazes é contradizer o movimento mental vigente. Tenho a preocupação de nivelar o conceito de inovação, sugiro começarmos nos próximos encontros com dois slides que abranjam desde a mudança incremental até a disruptiva, incluindo o ciclo da inovação. Muitas vezes, no Brasil, não conseguimos avançar nas pesquisas porque temos sérias dificuldades em obter informações da empresas. Precisamos interligar esses dois mundos. Temos centros de pesquisa maravilhosos

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jRELAÇÃO DE PARTICIPANTES

Adriana Baraldi FGV – EAESPAntonio Carlos Larubia SebraeBeth Freitas FIBACarlos F. R. Mateus CTACaroline Steenmeijer BurtiCelso Malachias DNAHUNTERClaudia Cirani UNINOVECláudio Cardoso UFBA / FIBAClovis Alvarenga Netto USPDaisy Grisolia PesquisadoraEduardo Bastos Porciuncula VotorantimEduardo de Callis MazzaferroFrancisco Chang Informática CompanyHelio Biagi ELLOPARJosé Augusto Corrêa FGV – EAESPJosé Miguel Sacramento FGV – EAESPLeandro Burti BurtiLucio Brunale EmbrapaLuiz Carlos Di Serio FGV – EAESPLuiz Lunkes BoschMárcia Bole Reckitt BenckiserMarcio da Silveira Luz CTAMarcos A. de Vasconcellos FGV – EAESPPedro Siena SSTRafael Kominich FGV-EAESPSandra Aparecida Brait Votorantim CimentosSandro Carvalho Nazzoni EMSSteve Matalon PONS

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Organização