fgv _ trabalho final _ gestão da marca e reputação corporativa _ 2014.10.31
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Gestão de Marca e Reputação CorporativaTRANSCRIPT
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
MBA EM MARKETING DIGITAL
DIEGO MAGALHÃES
LARA BARROS
RENATA DEMÔRO
VIVIANE RODRIGUES
CRIAÇÃO DE PERFIS FALSOS EM MÍDIAS SOCIAIS EM
CAMPANHAS ELEITORAIS
RIO DE JANEIRO
2014
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Índice
1. Introdução ____________________________________________________ 03
2. Casos na Mídia ________________________________________________ 03
3. Cenário _______________________________________________________ 05
4. Dilema ou Desafio Ético? ________________________________________ 06
5. Análise das Opções e Consequências _____________________________ 06
6. Adoção de Estratégias Gerenciais Éticas __________________________ 07
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1. Introdução
No mundo atual a utilização de mídias sociais para a publicidade cresce cada dia
mais vertiginosamente. Nessa desenfreada luta pela atenção do seu target algumas
empresas deixam para trás a ética e o bom senso na exploração desses recursos.
Ao adentrarmos a linha do Marketing Político o resultado não é diferente. A criação
de perfis falsos nas mídias sociais para campanhas políticas é muito utilizada a fim
de provocar a interação e a influência de menções, comentários e matérias sobre os
candidatos. A proposta é criar maior credibilidade nas opiniões aparentemente
espontâneas do público em blogs, sites e veículos de mídia digital.
Nesse trabalho utilizaremos um caso de experiência de um dos integrantes do grupo
que ao ser contratado para a agência de marketing de um dos candidatos ao
Governo se viu coagido a realizar este tipo de atividade que é uma prática comum
no setor de Marketing Eleitoral. Para preservar sua identidade utilizaremos um outro
nome para o personagem.
2. Casos na Mídia
De acordo com o site BBC Brasil que, junto ao Laboratório de Imagem e Cibercultura
(Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo, realizou uma pesquisa coletando
informações entre às 19h do dia 22 e às 13h do dia 23 de outubro de 2014 usando
as hashtags #aecio45pelobrasil e #13brasiltodocomdilma citadas nos perfis oficiais
dos candidatos, constatou que os perfis mais ativos do lado de ambos os candidatos
fizeram entre 700 e 1000 publicações cada em pouco mais de 18 horas.
Perfil: @ht_cec
Em prol de: Aécio Neves
Período: 19h do dia 22 e às 13h do dia 23 de outubro de 2014
Número de Tweets: 963
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Perfil: @marcos_fpessoa
Em prol de: Dilma Rousseff
Período: 19h do dia 22 e às 13h do dia 23 de outubro d 2014
Número de Tweets: 963
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/10/141024_salasocial_eleicoes2014_robos_cc
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3. Cenário
Julia resolve dar uma reviravolta em sua vida de administradora em uma grande
empresa e começa a se interar no meio digital, sendo muito incentivada pelos seus
filhos publicitários. Em 2014, com as eleições governamentais foi chamada para
trabalhar em uma empresa filiada à um candidato ao Governo de São Paulo. Mal
pode controlar a emoção de ter conseguido seu 1º emprego como efetiva na nova
área tão almejada.
Mas, não era tão simples como o esperado. Ela estava diante de um grande desafio
pessoal, onde ela agarrava com unhas e dentes seu primeiro emprego, aceitando a
proposta da empresa, ou não entrava na empresa e continuava desempregada.
Júlia, como estava muito animada, aceitou a proposta da empresa e começou seu
trabalho no dia seguinte à entrevista.
Um de seus filhos achou a proposta boa, já o outro não aceitou sua mãe fazendo
“um trabalho sujo”, mas logo foi convencido pelo seu irmão mais velho.
Julia tinha que criar perfis fakes para interagir em comentários de matérias negativas
ou neutras sobre o candidato ao Governo. Estes perfis eram utilizados para redigir
comentários em blogs, sites e veículos de mídia de massa, com conteúdo a fim de
proteger/defender a imagem do candidato em questão. Os comentários deviam estar
alinhados com a linha de raciocínio que o candidato seguia em debates e
entrevistas, independente de sua opinião sobre o assunto abordado.
O que fazer?
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4. Dilema ou Desafio?
Por se tratar de uma atitude sem legitimidade, que lesa a boa fé do eleitor
(internauta) o qual acredita ler um comentário espontâneo do público e não uma
ação de campanha de marketing eleitoral e, ao mesmo tempo constitui uma
“atividade de mercado” no qual que o profissional faz ou é demitido, consideramos
se tratar de um Desafio Ético.
5. Análise das Opções e Consequências
5.1 Opções
a) Sob Princípios: Sugerir a adoção de uma estratégia de Marketing onde também
se mapeie as comunidades, responda e monitore críticas e comentários negativos
com o perfil real e identificação do candidato/campanha e/ou atuação direta em
influenciadores de comunidades - que sugere a realização de netnografia e/ou
métodos semelhantes.
A escolha desta opção poderá acarretar provável demissão ou perda da
credibilidade do funcionário perante a empresa e seus superiores, uma vez que ele
não aja conforme manda o mercado.
b) Sob Pressão: Realizar a atividade por mais antiética que possa ser é uma
prática de mercado. Quando se é contratado por uma agência de publicidade e
marketing eleitoral não se sabe qual a conduta e postura ética da companhia na
prática. Ao escolher esta opção o profissional passa por cima do que acredita e do
que é eticamente correto e acaba realizando a tarefa pelo risco da perda do
emprego ou coação da empresa.
Neste caso a opção a) seria a opção considerada como a postura ética.
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6. Adoção de Estratégias Gerenciais Éticas e Mensagem do Grupo
O objetivo desse trabalho não é julgar ou analisar as decisões éticas tomadas por
pessoas que são coagidas, tem seu emprego colocado em risco por agências de
publicidade de atitudes questionáveis e se veem perante de um desafio ético. Nosso
objetivo é compartilhar experiências para que esse tipo de prática de mercado seja
conhecido pela sociedade, além de recomendar a adoção de estratégias mais
inteligentes por agências de publicidade.
Além disso, vislumbramos inclusive a criação e o desenvolvimento de um novo
mercado de agências com foco no mapeamento de líderes e influenciadores
políticos digitais a partir da realização de netnografias em comunidades virtuais e/ou
desenvolvimento de departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) dos
próprios eleitos que os atendam consultivamente e de maneira inteligente e ética em
épocas de campanha.