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FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE FACULDADE DE AGRONOMIA MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL DINÂMICA DA DECOMPOSIÇÃO E CICLAGEM DE NUTRIENTES DE PLANTAS DE COBERTURA EM SAFRINHA CARLO ADRIANO BOER Magister Scientiae RIO VERDE GOIÁS – BRASIL 2006

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FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

FACULDADE DE AGRONOMIA

MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL

DINÂMICA DA DECOMPOSIÇÃO E CICLAGEM DE NUTRIENTES

DE PLANTAS DE COBERTURA EM SAFRINHA

CARLO ADRIANO BOER

Magister Scientiae

RIO VERDE

GOIÁS – BRASIL

2006

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CARLO ADRIANO BOER

DINÂMICA DA DECOMPOSIÇÃO E CICLAGEM DE NUTRIENTES

DE PLANTAS DE COBERTURA EM SAFRINHA

Dissertação apresentada à Fesurv - Universidade de Rio Verde, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, para obtenção do título de Magister Scientiae.

RIO VERDE

GOIÁS – BRASIL

2006

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CARLO ADRIANO BOER

DINÂMICA DA DECOMPOSIÇÃO E CICLAGEM DE NUTRIENTES

DE PLANTAS DE COBERTURA EM SAFRINHA

Dissertação apresentado à Faculdade de Agronomia da Fesurv - Universidade de Rio Verde, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, para obtenção do titulo de Magister Scientiae.

APROVADA: 28 de fevereiro de 2007

___________________________________ Prof. Dr. Renato Lara de Assis

(Orientador)

_________________________________ Prof. Dr. Alberto Leão de Lemos Barroso

(Co-orientador)

________________________________ Prof. Dr. Gilson Pereira Silva

(Membro de banca)

___________________________________ Prof. Dr. Fábio Ribeiro Pires

(Membro de banca)

Prof. Dr. Antonio Joaquim Braga Pereira Braz (Membro de banca)

Dr. Alexandre Cunha de Barcelos Ferreira (Membro de banca)

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Aos meus pais, Inge e Willemina,

DEDICO.

À minha esposa, Marisa, por seu amor, apoio, carinho, amizade e companheirismo;

Aos meus filhos, Lucas e Juliana, pelo carinho e pela compreensão da minha ausência como

pai, durante a trajetória do curso

OFEREÇO.

A Deus, o meu amor e fé, por ter-me dado mais uma oportunidade

COMPARTILHO.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me proporcionado saúde e paz durante o curso;

Ao Prof. Dr. Renato Lara de Assis, pela valiosa orientação, apoio, amizade e

demonstração de respeito e caráter;

À empresa Monsanto do Brasil Ltda, nas pessoas do Diretor do Departamento de

Desenvolvimento de Tecnologias, Ricardo Miranda, e aos Gerentes Regionais de

Desenvolvimento Tecnológico, Aroldo Irio Marochi e Fabiano Ferreira, pelo incentivo e pelas

condições oferecidas durante a condução do curso de Mestrado;

Aos colegas da Estação Experimental da Monsanto, em Santa Helena de Goiás: Ibene

Takao Kawaguchi, Jean Frank Louzada, Almir Miranda Pereira, José Expedito da Silva e

Lélio Mendanha, pelo apoio nas atividades profissionais e paciência durante o período do

curso;

Ao professor Alberto Cargnelutti Filho, do Depto. de Estatística, Universidade Federal

do Rio Grande do Sul – UFRGS, Porto Alegre, RS, pelo apoio na realização das análises

estatísticas;

Aos professores do Programa de Mestrado em Produção Vegetal da Universidade de

Rio Verde – FESURV, pelos ensinamentos transmitidos;

Aos professores Fábio Ribeiro Pires, Gilson Pereira Silva, Alberto Leão de Lemos

Barroso, Antonio Joaquim Braga Pereira Braz, pela ajuda na instalação do experimento;

Ao laboratorista José Carlos, do laboratório de Solos da FESURV, e à colega de

mestrado Silvana Prando, pela ajuda na realização das análises de material vegetal;

À minha esposa Marisa, por seu ilimitado apoio, bem como o carinho e a compreensão

mostrados durante esta etapa da minha vida;

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Aos funcionários de campo da FESURV, pela colaboração na implantação do

experimento;

Aos colegas de mestrado, André, Silvana, Tatiane, Santiel, Marcos, Waldir, Joaquim

Julio, Gislaine, Geovana e Schnayder, pelo agradável convívio durante o curso.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS..................................................................................................... vii

LISTA DE FIGURAS...................................................................................................... Ix

RESUMO......................................................................................................................... X

ABSTRACT..................................................................................................................... Xi

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................... 2

2.1. Descrição das espécies estudadas............................................................................. 2

2.1.1. Milheto................................................................................................................... 2

2.1.2. Capim pé-de-galinha.............................................................................................. 4

2.1.3. Amaranto............................................................................................................... 4

2.2. Produção de biomassa verde e seca......………….................................................... 5

2.3. Cobertura do solo...................................................................................................... 7

2.4. Taxa de decomposição da biomassa remanescente.....………….……………….... 8

2.5. Relação carbono nitrogênio (C/N)........………………………………………........ 9

2.6. Ciclagem de nutrientes……………………………..…….…………………........... 11

3 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................... 13

3.1. Caracterização do local............................................................................................. 13

3.2. Instalação do experimento........................................................................................ 14

3.3. Manejo das plantas de cobertura e avaliações.......................................................... 16

3.4. Análises estatísticas.................................................................................................. 18

RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................... 19

4.1. Altura de plantas e florescimento das plantas de cobertura...................................... 19

4.2. Eficiência da dessecação……………………………………………………........... 20

4.3. Produção de biomassa verde, biomassa seca e relação C/N..................................... 20

4.4. Cobertura vegetal...................................................................................................... 22

4.5. Decomposição da biomassa…….............................................................................. 26

4.6. Acúmulo e liberação de nutrientes............................................................................ 29

4.6.1. Acúmulo de nutrientes na biomassa de amaranto, milheto e capim pé-de

galinha..............................................................................................................................

29

4.6.2. Mineralização e meia vida dos nutrientes.............................................................. 31

5 CONCLUSÕES............................................................................................................ 36

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 37

ANEXOS 45

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Precipitação total mensal (PTM), temperatura média mensal (TM), temperatura máxima mensal (TMAX) e temperatura mínima mensal (TMIN) e umidade relativa média mensal (UR) durante o período de condução do experimento.......................................................................

14

TABELA 2 Análise química e textural do Latossolo Vermelho distroférrico, nas profundidades de 0 a 20 e 20 a 40 cm, anterior à instalação do experimento.............................................................................................

15

TABELA 3 Notas de controle com as respectivas denominações..............................

16

TABELA 4 Altura de plantas (AP), em centímetros, e ciclo até o florescimento (CF), em dias, de amaranto, milheto e capim pé-de-galin......................

19

TABELA 5 Porcentagem de controle de amaranto, milheto e capim pé-de-galinha, aos 7, 14, 21 e 28 dias após aplicação (DAA) do herbicida glyphosate...............................................................................................

20

TABELA 6 Produção de biomassa verde, biomassa seca e relação C/N do amaranto, milheto e capim pé-de-galinha...............................................

21

TABELA 7 Porcentagem de cobertura do solo para amaranto (AM), milheto (MI)

e capim pé-de-galinha (CPG), até 240 dias após o manejo com glyphosate...............................................................................................

23

TABELA 8 Coeficientes da equação de regressão, C = Co/(1 + exp - (t – to/k), para cobertura do solo até 240 dias após o manejo, para amaranto, milheto e capim pé-de-galinha ...........................................................................

23

TABELA 9 Comparação das equações de regressão, após linearização, para cobertura do solo até 240 dias após o manejo, para amaranto, milheto e capim pé-de-galinha.............................................................................

24

TABELA 10 Biomassa seca remanescente de amaranto (AM), milheto (MI) e capim pé-de-galinha (CPG), até 240 dias após o manejo..................................

26

TABELA 11 Coeficientes da equação de regressão, P = Poexp(-kt), e meia-vida

(TD1/2) para decomposição da biomassa seca até 240 dias após o manejo, para amaranto, milheto e capim pé-de-galinha ........................

27

TABELA 12 Comparação das equações de regressão, após linearização, para decomposição da biomassa seca remanescente até 240 dias após o manejo, para amaranto, milheto e capim pé-de-galinha..........................

28

TABELA 13 Nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre remanescentes nas palhadas de amaranto (AM), milheto (MI) e capim pé-de-galinha (CPG), até 240 dias após o manejo.................................. 30

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TABELA 14 Meia-vida do nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre remanescentes na biomassa seca do amaranto, milheto e capim pé-de-galinha.....................................................................................................

31

TABELA 15 Coeficientes da equação de regressão, Q = Qoexp(-kt), para N, P, K, Ca, Mg e S (SO4) remanescente até 240 dias após o manejo para amaranto, milheto e capim pé-de-galinha .............................................

32

TABELA 16 Comparação das equações de regressão, para N, P, K, Ca, Mg e S(SO4) remanescentes até 240 dias após o manejo, para amaranto, milheto e capim pé-de-galinha................................................................

33

TABELA 17 Coeficientes das novas equações de regressão, Q = Qoexp(-kt), de milheto + capim pé-de-galinha para N, P, Mg e S (SO4) e amaranto + milheto para Ca, remanescentes até 240 dias após o manejo..................

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Porcentagem de cobertura do solo promovida pela palhada de amaranto, milheto e capim pé-de-galinha até 240 dias após o manejo.......................

25

FIGURA 2 Biomassa seca remanescente dos resíduos culturais das plantas de cobertura até 240 dias após o manejo........................................................

28

FIGURA 3 Nutrientes remanescentes das palhadas de amaranto, milheto e capim pé-de-galinha até 240 dias após o manejo.................................................

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RESUMO

Boer, Carlo Adriano, M.Sc., FESURV – Universidade de Rio Verde, junho de 2006. Dinâmica da decomposição e ciclagem de nutrientes de plantas de cobertura em safrinha. Orientador: Renato Lara de Assis. Co-orientadores: Alberto Leão de Lemos Barroso e Gilson Pereira Silva. Membros da banca: Fábio Ribeiro Pires, Antônio Joaquim Braga Pereira Braz e Alexandre Cunha de Barcelos Ferreira

Com a crescente adoção do sistema plantio direto na região Centro Oeste do Brasil, faz-se necessário um maior conhecimento sobre as plantas de cobertura para produção de palha e as suas capacidades de ciclagem de nutrientes. O presente estudo teve como objetivo avaliar a produção de biomassa verde e seca, bem como a dinâmica da decomposição, acúmulo e liberação de nutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) da palhada de três espécies de plantas de cobertura em safrinha: amaranto (Amaranthus cruentus L. BRS Alegria), milheto (Pennisetum glaucum L. var. ADR500) e capim pé-de-galinha [Eleusine coracana (L.) Gaertn.]. O trabalho foi conduzido na área experimental da Faculdade de Agronomia da FESURV - Universidade de Rio Verde – GO, em um Latossolo Vermelho distroférrico textura argilosa. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, no esquema de parcelas subdivididas no tempo, com quatro repetições. Amostras proporcionais da biomassa seca de cada espécie foram acondicionadas em bolsas de decomposição, sendo coletadas a cada 30 dias e pesadas, até 240 dias após a instalação, para avaliar a dinâmica de decomposição e a liberação dos nutrientes com o tempo. Os resultados das avaliações foram submetidos à análise de variância e regressão. O milheto ADR500 e o capim pé-de-galinha proporcionaram maior produção de biomassa verde e seca, maior cobertura do solo e menores taxas de decomposição da palhada, não diferindo entre si. O milheto ADR500 apresentou maior relação C/N, seguido pelo capim pé-de-galinha e amaranto. Ajustou-se, para a porcentagem de cobertura do solo e a decomposição de palhadas com o tempo, os modelos sigmoidal e exponencial decrescente, respectivamente. O milheto ADR500 e o capim pé-de-galinha apresentaram comportamentos semelhantes, não diferindo através da comparação dos modelos de cobertura do solo e decomposição de palhadas. Os maiores acúmulos de N e Mg foram verificados na palhada do capim pé-de-galinha e o maior acúmulo de K na palhada do milheto ADR500. O milheto ADR500 e o capim pé-de-galinha acumularam maiores quantidades de P, Ca e S que o amaranto. Ajustou-se, para a ciclagem de nutrientes com o tempo, o modelo exponencial decrescente. O milheto ADR500 e o capim pé-de-galinha apresentaram comportamentos semelhantes, não diferindo através da comparação dos modelos de ciclagem de N, P, Mg e S. Para a mineralização de Ca, o amaranto e o milheto ADR500 apresentaram comportamento similar, diferindo do capim pé-de-galinha. A liberação de K apresentou comportamento diferenciado entre as espécies, sendo o nutriente mais facilmente liberado. Palavras-chave: plantio direto, bolsas de decomposição, modelagem, liberação de nutrientes, meia-vida.

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ABSTRACT

Boer, Carlo Adriano, M.Sc., FESURV – Universidade de Rio Verde, June 2006. Dynamic of decomposition and nutrient cycling of cover crops in second season. Tutor: Renato Lara de Assis. Co-tutors: Alberto Leão de Lemos Barroso e Gilson Pereira Silva. Committee Members: Fábio Ribeiro Pires, Antônio Joaquim Braga Pereira Braz e Alexandre Cunha de Barcelos Ferreira With the increasing adoption of no till system in the Center West region of Brazil, an increased knowledge about cover crops for straw production and nutrient cycling is necessary. The objective of this study was to evaluate the green and dry biomass production, as well as the dynamic of decomposition, the accumulation and release of nutrients (N, P, K, Ca, Mg and S) from dry matter of three species of cover crops, in second season: amaranth (Amaranthus cruentus L. BRS Alegria), pearl millet (Pennisetum glaucum L. var. ADR500) and finger millet (Eleusine coracana (L.) Gaertn.). The experiment was conducted at the experimental area of Rio Verde University, in a Dusky Red Latosol clay texture soil. The experimental design was randomized blocks with subdivided plots in sequential date evaluations, with four replications. Proportional samples of dry matter of each cover crop species were conditioned in litter bags, that were distributed on the field plots surface, and were taken periodically and weighed, until 240 days after the installation, to evaluate the dynamics of decomposition and release of nutrients. The results of the evaluations had been submitted to the analysis of variance and regression. Pearl millet ADR500 and finger millet presented the largest yields of fresh and dry biomass, higher cover soil surface and lower rates of decomposition of dry matter, with no differences between the models. Pearl millet ADR500 presented major C/N relation, followed by finger millet and amaranth. The decreasing exponential and sigmoidal models were adjusted for field decomposition and cover soil surface. Pearl millet ADR500 and finger millet presented similar rates, not differing through out the comparison of the models for field decomposition and cover soil surface. Pearl millet ADR500 and finger millet presented the greatest N, P, Ca and S accumulation. The greatest quantity of N and Mg was verified for finger millet and the greatest quantity of K was verified for pearl millet ADR500. For pearl millet ADR500 and finger millet were verified the greatest quantity of P, Ca and S. The decreasing exponential model was adjusted for nutrient cycling. Pearl millet ADR500 and finger millet presented similar rates, not differing through out the comparison of the models for N, P, Mg and S cycling. For Ca release, amaranth and pearl millet ADR500 presented similar rates, differing from finger millet. The K presented different dynamic of mineralization between the species, being the more easily released nutrient. Key-words: no-till, litter-bag, modelation, nutrient release, half-life.

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1. INTRODUÇÃO

Dentre as práticas recomendáveis para conservação do solo na região dos Cerrados, o

plantio direto constitui-se em uma importante técnica para a manutenção e recuperação da

capacidade produtiva de solos manejados convencionalmente. O cultivo de plantas de

cobertura, visando à manutenção da superficie do solo coberta com resíduos de culturas,

proporciona a melhoria nas características física e química do solo, pela adição de matéria

orgânica; diminui a erosão hídrica e eólica, em decorrência da proteção proporcionada pela

cobertura morta; promove a manutenção da temperatura do solo; além de agir como uma

barreira física contra a infestação de plantas invasoras, favorecendo a germinação e o

desenvolvimento das culturas subseqüentes, tornando o sistema sustentável e favorecendo o

meio ambiente

Porém, há carência de informações sobre este sistema e envolvendo espécies

alternativas, adaptadas às condições edafoclimáticas do cerrado, bem como o processo de

decomposição e mineralização de nutrientes, pois poucos estudos, nestas condições climáticas

e durante um período de tempo longo, foram desenvolvidos até à presente data.

Nesse contexto, vários pontos merecem atenção e, dentre eles, o conhecimento sobre o

tempo de permanência sobre o solo dos resíduos das plantas de cobertura, bem como a

dinâmica da liberação de nutrientes no solo. É sabido que o não-revolvimento do solo e a

manutenção da palhada resultam numa menor velocidade de decomposição e perda de

nutrientes, quando comparada à incorporação da mesma. Portanto, um conhecimento mais

profundo da produtividade, decomposição e liberação de nutrientes da biomassa de espécies,

cultivadas, antecedendo a cultura comercial, é necessário para que as mesmas possam

contribuir, de maneira eficiente, no sistema plantio direto.

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a produção de biomassa verde e seca, a

dinâmica da sua decomposição, bem como o acúmulo e a liberação de nutrientes (N, P, K, Ca,

Mg e S) na biomassa das plantas de cobertura: amaranto (Amaranthus cruentus L. var. BRS

Alegria), milheto (Pennisetum glaucum L. var. ADR500) e capim pé-de-galinha (Eleusine

coracana (L.) Gaertn.), cultivadas em safrinha.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

A introdução de novas espécies no sistema de produção do Cerrado é necessária para

otimizar o sistema plantio direto por meio da proteção, fertilização e reciclagem de nutrientes

no solo e manejo adequado de plantas daninhas (Teixeira et al., 2003; Spehar, 2004).

Entretanto, o clima favorece a decomposição rápida de restos culturais, e o sucesso na

produção de biomassa em quantidade e de boa qualidade, produzidos pela espécie antecessora

à cultura principal, depende das novas espécies possuírem atributos, tais como: rápido

estabelecimento, tolerância ao déficit hídrico e ao frio, grande produção de grãos e biomassa,

não infestar áreas, facilitar a semeadura do cultivo principal, controlar plantas daninhas, ter

sistema radicular vigoroso e profundo, elevada capacidade de reciclar nutrientes, fácil

produção de sementes, elevada relação C/N, e possibilidade de utilização humana ou animal

(Calegari et al., 1993; Alves et al., 1995; Teixeira et al., 2003).

O tipo ideal de cobertura do solo em cultivos com semeadura direta, é aquele cuja taxa

de decomposição dos resíduos vegetais seja compatível com a manutenção do solo protegido

contra agentes erosivos por maior tempo e com o fornecimento de nutrientes, de forma a

atender a demanda pela cultura subseqüente. Em diversas regiões do Brasil, a adoção do

sistema plantio direto é crescente, porém, é pouco o conhecimento sobre plantas de cobertura

que possam produzir quantidade de biomassa seca suficiente para o sistema e,

consequentemente, manter ou elevar a fertilidade do solo e a produtividade das culturas

comerciais (Oliveira et al., 2002).

2.1. Descrição das espécies estudadas

2.1.1. Milheto

O milheto é um cereal pertencente ao gênero Pennisetum, que contém cerca de 140

espécies de gramíneas tropicais (Andrews et al, 1993), sendo distribuído em todo o mundo,

tanto nos trópicos como nos subtrópicos. A espécie africana Pennisetum glaucum (L.) R. Br. é

a espécie mais importante deste gênero, sendo importante fonte de alimentação humana na

Índia e África, onde é cultivada nos trópicos áridos e semi-áridos, em várias regiões do

deserto do Saara, em todos os países da parte leste da África e, em praticamente, toda a Índia,

em razão da sua habilidade de sobrevivência e tolerância contínua ou intermitente as

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condições de seca (Martins Netto & Bonamigo, 2005). Segundo Kissmann (1997), a espécie é

conhecida há milênios na região do Sahel, limítrofe ao Saara. Avançou para a África Oriental,

passando a ser cultivada no Sudão. Há cerca de 2000 anos foi introduzida na Índia, sendo

cultivada por diversos séculos para a alimentação humana. No século VI foi introduzida na

Espanha e há cerca de um século na Austrália e na América do Norte.

Os primeiros relatos da presença do milheto no Brasil são provenientes do Rio Grande

do Sul, datados de 1929 (Medeiros, 1977). No final dos anos 60 e no início dos anos 70, com

a introdução de diversos materiais da Geórgia, EUA, a avaliação sistemática, por meio de

testes de campo, e pesquisas começaram no Rio Grande do Sul, pela Secretaria de Agricultura

e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), utilizando-se de uma variedade

local denominada “comum”. Essa variedade comum teve origem, provavelmente, com a

introdução das sementes por um padre italiano, no início dos anos 60 e, por isso, ficou

conhecida, no Estado do Rio Grande do Sul, como pasto italiano. No material introduzido

inicialmente no país, foi realizada uma seleção massal fenotípica pela Sementes Bonamigo

S.A., em 1981, resultando no lançamento de duas variedades: em 1986, a BN1, e em 1991, a

BN2. (Martins Netto & Bonamigo, 2005).

No Brasil, o milheto tem sido utilizado como planta forrageira para pastoreio, para

produção de sementes e como planta de cobertura do solo para o sistema plantio direto

(Pereira Filho et al., 2003). O avanço desta prática no Cerrado, no início dos anos 90, é o

principal responsável pela expansão da cultura, onde ela se desenvolve bem em situações

adversas de clima e solo, por apresentar grande resistência à seca, boa adaptação a diferentes

níveis de fertilidade do solo, alta produção de biomassa, sistema radicular profundo e

abundante, facilidade de plantio mecanizado, crescimento rápido, não se tornar planta

infestante, facilidade de produção de sementes, elevada capacidade de reciclagem de

nutrientes do solo e resistência à pragas e doenças (Bonamigo, 1999; Araújo, 2004).

Kichel (2000) descreve esta espécie como sendo uma forrageira de clima tropical,

anual, de hábito ereto, porte alto, com desenvolvimento uniforme e bom perfilhamento, e

produção de sementes entre 500 e 1500 kg ha-1, com elevado potencial para produção de

forragem, podendo alcançar até 60 toneladas de biomassa verde e 20 toneladas de biomassa

seca por hectare quando cultivada no início da primavera. Também se adapta a diferentes

tipos de solo, apresenta boa persistência em solos de baixa fertilidade e déficit hídrico,

embora responda com ótimas produtividades em solos de média a boa fertilidade, contudo não

resiste a geadas e solos encharcados.

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Essa espécie é induzida ao florescimento com cerca de 12 a 13 horas de escuro por dia

(Hellmers & Burton, 1972). Se esse período ocorrer antes do desenvolvimento pleno da parte

aérea, pode comprometer a produção de biomassa seca. Farinelli et al. (2004), estudando o

desempenho da cultura do milheto variedade BN-2 em função de 3 épocas de semeadura

(abril, maio e junho), em Botucatu (SP), obtiveram, na primeira época, a maior produtividade

de biomassa seca, provavelmente, em decorrência de menor restrição hídrica, aliada à redução

do fotoperíodo.

2.1.2. Capim pé-de-galinha

O capim pé-de-galinha (Eleusine coracana) é uma planta anual, pertencente à família

Gramineae, de origem africana. É pouco exigente em fertilidade do solo e resiste bem à seca e

ao sombreamento, apresentando grande capacidade de descompactar solos. Produz entre 6 e

12 t ha-1 de biomassa seca, em função do nível da fertilidade do solo. O grão pode ser

utilizado na alimentação humana e animal, produzindo entre 2 e 3 t ha-1 de grãos na safrinha

(Andrade, 2002).

A espécie teve sua origem em Uganda, leste da África, e foi introduzida na Índia há

3.000 anos. Essa espécie é conhecida em vários locais do mundo como Raji (Índia), Wimbi

(Swakili), Bulo (Uganda) e Telebun (Sudão), e é uma importante cultura da África e Ásia,

particularmente no sul da Índia (FAO, 1995). No Brasil, vem sendo denominada capim-pé-de-

galinha, porém sem nenhuma relação com a planta daninha Eleusine indica (L.).

O capim-pé-de-galinha, recentemente introduzido no Brasil como nova opção para a

integração lavoura-pecuária e para cobertura do solo em semeadura direta, tem sido utilizado

em sistemas agrícolas, antecedendo a cultura da soja, nos estados da região Centro-Oeste do

Brasil (Francisco, 2002).

2.1.3. Amaranto

A espécie Amaranthus cruentus L. é uma planta anual, pertencente à família

Amaranthaceae, herbácea, ramificada, ereta, pigmentada, de 40-100 cm de altura, nativa da

América Tropical. Possui grande capacidade reprodutiva, chegando uma única planta a

produzir 117 mil sementes (Lorenzi, 2000).

A espécie, nos primeiros dias após a emergência, lembra o amaranto planta daninha,

também conhecido como caruru. Entretanto, as plantas se desenvolvem vigorosas, com

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inflorescências (panículas ou cachos) coloridas, com variações do amarelo ao roxo. Após 30

dias da emergência, apresentam rápido crescimento e podem atingir até 2,0 m, com a

inflorescência de até 0,6 m, dependendo do manejo e suprimento de água. A diferenciação

floral ocorre aos 30 dias após a emergência, e a antese, aos 45 dias. O período entre a

emergência e a maturação fisiológica é de 90 dias. As plantas são resistentes ao acamamento,

possuindo sementes muito pequenas e arredondadas e quando amadurecem, ao cair no solo,

germinam rapidamente na presença de umidade. Por se tratar de planta nova no sistema

produtivo dos cerrados, cujo clima é bastante distinto da região onde foi domesticada, não

apresenta as pragas e doenças típicas da espécie (Spehar et al., 2003).

A semeadura de verão do amaranto BRS Alegria é ideal para a produção de grãos,

enquanto as semeaduras de safrinha (outono) e de entressafra (inverno) são as que apresentam

melhor resultado para a produção de forragem. Semeaduras tardias no verão também podem

ser úteis na produção de grãos, por permitirem que a maturação ocorra no período seco

(Spehar et al., 2003).

Em estudo, durante dois anos em Planaltina (DF), com Amaranthus cruentus L., para

cultivo na entressafra do Cerrado, Teixeira et al. (2003) concluíram que esta espécie se adapta

às condições climáticas e edáficas do Brasil Central, apresenta características agronômicas

desejáveis e tem potencial para se tornar uma opção de cultivo na entressafra. Confirmando

estes trabalhos, Spehar et al. (2003) também atestaram o seu potencial como componente do

sistema plantio direto nos cerrados no período de entressafra, com irrigação suplementar, pois

a espécie apresenta altas produções de biomassa e grãos, associadas ao curto período da

emergência à maturação.

O mercado consumidor dos grãos do amaranto é, principalmente, o de produtos

naturais, dietas alternativas e nutracêuticas, alérgicos ao glúten e pessoas que buscam

qualidade alimentar (Mittmann, 2005).

2.2. Produção de biomassa verde e seca

No sistema plantio direto, os restos culturais das diferentes espécies utilizadas no

sistema agrícola são deixados na superfície do solo. Esta cobertura tem papel importante no

aspecto da conservação do solo, por meio da redução do impacto das gotas de chuvas e

conseqüente diminuição das perdas por erosão; da reciclagem de nutrientes e a supressão de

plantas daninhas, que pode reduzir custos para seu controle em pós-emergência na cultura de

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primavera-verão em sucessão (Francisco, 2002; Sodré Filho et al., 2004). Por isso, têm-se

buscado utilizar espécies com elevada produção de biomassa seca no período da entressafra.

Todavia, para que todos esses benefícios sejam alcançados, estima-se que seja necessária uma

produção mínima de 6.000 kg ha-1 (Cruz et al., 2001). Porém, em regiões de clima tropical,

devido às elevadas taxas de decomposição, calcula-se que sejam necessários pelo menos

11.000 a 12.000 kg ha-1 (Seguy & Bouzinac, 1992, citados por Sá, 1995; Amado, 2000).

Com a finalidade de avaliar a produção de biomassa, diversos autores, em diferentes

regiões e épocas de plantio, têm avaliado espécies de plantas de cobertura. Em Minas Gerais,

nos plantios de verão, com milheto pérola, Torres et al. (2005) obtiveram 10.300 kg ha-1 de

biomassa seca. Com o milheto comum; Moraes (2001) obteve 28.580 e 9.650 kg ha-1, de

biomassa verde e seca, respectivamente, e Oliveira et al. (2002) 45.760 e 14.180 kg ha-1 de

biomassa verde e seca, respectivamente; e em São Paulo, Muraishi et al. (2005) obtiveram

6.780 kg ha-1 de biomassa seca.

O milheto pode ser utilizado, também, para cultivo tardio ou de safrinha, após a

colheita da cultura principal. Nessas condições, no estado de Minas Gerais, Torres et al.

(2005) obtiveram a produção de biomassa seca de 3.600 kg ha-1 com milheto pérola e Teixeira

et al. (2005), com o milheto comum, 11.700 e 2.900 kg ha-1, de biomassa verde e seca,

respectivamente. No estado de Goiás, Braz (2003) obteve produção de biomassa seca total de

6.000 kg ha-1 com a variedade BN-2 e Assis et al (2005) 9.830 kg ha-1, com a variedade

ADR500, enquanto, no Distrito Federal, Uemura et al. (1997) e Corrêa & Sharma (2004)

obtiveram, respectivamente, 8.770 e 5.000 kg ha-1, com o milheto comum.

Também em condições de safrinha, Erasmo et al. (2004), no sul do estado do

Tocantins, obtiveram biomassa seca de 2.720 kg ha-1 com o milheto comum e Azevedo &

Nascimento (2002), em Teresina (PI), obtiveram rendimento de biomassa seca de 7.070 e

3.620 kg ha-1, com as variedades IPA-BULK 1 e BRS 1501, respectivamente.

Na região de Maracaju (MS), o milheto comum cultivado na primavera por Salton et

al. (1993) apresentou produção de 5.500 kg ha-1 de biomassa seca. Dois anos depois, estes

mesmos autores obtiveram 6.380 kg ha-1 de biomassa seca com a mesma variedade (Salton et

al., 1995). Ainda neste mesmo estado, no município de Rio Brilhante (MS), Kichel et al.

(1999) obtiveram produção de biomassa seca de 8.680 kg ha-1, também com o milheto

comum.

Farinelli et al. (2004), em estudo sobre a influência da época de semeadura do milheto

variedade BN-2, semearam a cultura nos meses de abril, maio e junho, e obtiveram a maior

produção de biomassa seca, 13.664 kg ha-1, no mês de abril. Creditaram este fato à

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susceptibilidade da cultura à temperatura e ao fotoperíodo. Resultado semelhante foi

encontrado por Silva et al. (2003), com a variedade CMS-2, no estado do Tocantins, e

concluíram ser o plantio no primeiro trimestre do ano a melhor época para se obter maiores

produtividades.

Avaliando a cultura do amaranto para produção de biomassa no sistema plantio direto,

Assis et al. (2005) obtiveram 2.570 kg ha-1 de biomassa seca, com a variedade BRS Alegria,

no estado de Goiás. No Piauí, Azevedo & Nascimento (2002) obtiveram rendimento de

biomassa seca de 1.820 kg ha-1, enquanto que no Tocantins, Erasmo et al. (2004) mensuraram

2.720 kg ha-1 de amaranto, com a variedade Japônica. Em cultivo com irrigação suplementar,

no Cerrado, Mittmann (2005) obteve produção de 5.600 kg ha-1 de biomassa seca de

amaranto.

Para o capim pé-de-galinha, Muraishi et al. (2005) obtiveram 5.210 kg ha-1 de

biomassa seca, no plantio de verão no estado de São Paulo. Em condições de safrinha, Assis

et al. (2005) obtiveram 9.480 kg ha-1 de biomassa seca, no sudoeste de Goiás, e Azevedo &

Nascimento (2002), no Piauí, observaram rendimento de biomassa seca de 2.890 kg ha-1.

Esses resultados mostram a grande variação na produção de biomassa seca pelas plantas de

cobertura do solo, em razão das condições climáticas e variedades diferentes, principalmente

de milheto.

2.3. Cobertura do solo

O cultivo de plantas de cobertura do solo na entressafra pode reduzir as perdas de água

e a temperatura do solo, a infestação de plantas invasoras, além de conservar a umidade e

promover a reciclagem de nutrientes (Moraes, 2001), através da manutenção da superfície do

solo permanentemente coberta. A biomassa dessas plantas representa uma reserva de

nutrientes para cultivos subseqüentes (Crusciol et al., 2005).

Amado et al. (1989) observaram que uma cobertura de 20% do solo com resíduos

vegetais reduz as perdas de solo em, aproximadamente, 50%, em relação ao solo descoberto,

para resíduos uniformemente distribuídos.

Avaliando a porcentagem de cobertura do solo produzida por capim pé-de-galinha,

milheto ADR500 e amaranto BRS Alegria, em safrinha, no sudoeste de Goiás, Pires et al.

(2005) obtiveram 95%, 84% e 23% de cobertura do solo, respectivamente, no momento em

que as mesmas atingiram 50% de florescimento e serem manejadas, enquanto que duzentos e

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quarenta dias após, o capim pé-de-galinha, o milheto e o amaranto apresentaram 30%, 41% e

6% de cobertura do solo, respectivamente.

Estudando a cultura do milheto variedade BN-2 como espécie de cobertura, Farinelli

et al. (2004) obtiveram, em média, na época de manejo cobertura do solo de 87,17%.

2.4. Taxa de Decomposição da biomassa seca remanescente

O incremento no teor de matéria orgânica dos solos tropicais é um fator determinante

na melhoria da sua qualidade, uma vez que esses solos se caracterizam por possuírem argilas

de baixa atividade, reduzida CTC e limitado estoque de nutrientes (Amado & Costa, 2004).

Anteriormente à adoção do sistema plantio direto, acreditava-se que as condições

climáticas de elevada temperatura e precipitação concentrada determinariam um processo de

decomposição de tal magnitude, que seria, praticamente, impossível buscar a melhoria da

qualidade desses solos por meio da recuperação do teor de matéria orgânica. Porém, as taxas

de recuperação do teor de matéria orgânica com a adoção desse sistema, associado à rotação

de culturas, geralmente têm sido elevadas, superando, inclusive, aquelas registradas sob

plantio direto em condições de clima temperado (Amado & Costa, 2004).

A taxa de decomposição do material de cobertura é um processo biológico que

depende da natureza do material vegetal, do volume de produção de biomassa, do manejo da

cobertura, da fertilidade e do pH do solo, da qualidade e quantidade dos nutrientes orgânicos

disponíveis e das condições climáticas, representadas, principalmente, pela pluviosidade e

temperatura, fatores estes que afetam a atividade microbiológica do solo (Linch, 1986;

Alvarenga et al., 2001; Martiniello et al., 1997).

Avaliando as taxas de decomposição de milheto (média de 2 variedades: BRS 1501 e

IPA Bulk 1 BF), capim pé-de-galinha e amaranto até 210 dias após o manejo, Azevedo &

Spehar (2002) observaram que o milheto apresentou no período perda de peso de 25%,

enquanto que no capim pé-de-galinha a perda de peso foi de 31% e no amaranto 49%.

Avaliando a dinâmica de decomposição até 240 dias após o manejo das palhadas de amaranto

BRS Alegria, milheto ADR500 e capim pé-de-galinha, cultivadas em safrinha até o

florescimento, no cerrado do sudoeste goiano, Assis et al. (2005) observaram que a partir da

biomassa seca no manejo das espécies (2.565; 9.832 e 9.481 kg ha-1, respectivamente),

ocorreram reduções de 85%, 64% e 70%, respectivamente.

A velocidade de decomposição da biomassa de milheto não apresentou diferença, após

três diferentes tipos de manejo da palhada (triturador de palhas tratorizado, rolo-faca e

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herbicida) em estudo realizado por Branquinho et al. (2004), onde os manejos foram

realizados 150 dias após o plantio do milheto, na fase de senescência, resultando em maior

relação C/N, o que, segundo os autores, dificulta a decomposição da palhada.

Quanto à decomposição dos resíduos de plantas de cobertura mantidas sobre o solo,

alguns estudos têm mostrado que essa relação pode ser linear (Crusciol et al, 2005),

quadrática (Pal & Broadbent, 1974) ou exponencial (Wieder & Lang, 1982). Porém, o modelo

linear considera que a taxa de decomposição é constante durante todo o processo de

decomposição, suposição não justificada biologicamente para decomposição de resíduos

vegetais. Modelos quadráticos podem descrever os dados muito bem por um período curto de

tempo, porém extrapolações além do período de tempo em que os dados foram obtidos,

podem ser especialmente problemáticos, pois no modelo, com o incremento do tempo, a

matéria seca remanescente tende a aumentar, comportamento que é claramente impraticável à

biologia de decomposição de plantas (Wieder & Lang, 1982).

O modelo mais frequentemente utilizado para descrever a decomposição de biomassa

e liberação de nutrientes é o modelo exponencial simples, descrito por Wieder & Lang (1982)

e utilizado por Moraes (2001), Braz (2003) e Torres et al. (2005). A proposta desse modelo

está no fato de que uma simples constante caracteriza a perda de biomassa seca facilitando,

desta forma, comparações com outros resultados. A suposição básica desse modelo

exponencial pode ser expressa da seguinte forma: a taxa de decomposição absoluta decresce

linearmente, assim que o substrato remanescente declina. Intuitivamente, esta suposição

corresponde bem ao conhecimento e entendimento do processo biológico de decomposição.

Neste, componentes solúveis e componentes de degradação relativamente simples (açúcares,

amidos e proteínas) são rapidamente utilizados por organismos decompositores, enquanto que

materiais mais recalcitrantes (celulose, ceras, taninos e lignina) são perdidos em taxas

relativamente menores. Com o tempo, a proporção relativa desses materiais recalcitrantes irá,

progressivamente, aumentar e a taxa de decomposição absoluta irá diminuir (Wieder & Lang,

1982).

2.5. Relação carbono nitrogênio (C/N)

A permanência da palhada na superfície do solo é de fundamental importância para a

manutenção do sistema plantio direto. Isso reforça a preocupação de produzir resíduos

vegetais que tenham decomposição mais lenta, o que significaria manter o resíduo protegendo

o solo por maior período de tempo (Ceretta et al., 2002). De acordo com Alves et al. (1995),

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em regiões de clima tropical e subtropical, as altas taxas de decomposição dos resíduos

diminuem a sua persistência sobre o solo, comprometendo a eficiência no controle da erosão,

tanto na redução do impacto direto das gotas d’água, quanto na formação de barreiras ao

escoamento superficial.

Na região dos Cerrados, mesmo quando a palhada é de gramíneas, a decomposição do

material é acelerada, de tal forma que manter a cobertura de solo nestas condições torna-se

uma atividade complexa, exigindo conhecimento e experiência por parte daquele que pratica o

plantio direto (Alvarenga et al., 2001). Essa taxa de decomposição pode ser de 5 a 10 vezes

mais acelerada em regiões tropicais e subtropicais do que em regiões temperadas (Lal e

Logan, 1995). Para minimizar o problema, a alternativa parece ser o uso de culturas com

características que resultem em produção de elevada quantidade de resíduos e que estes, por

sua vez, apresentem menor velocidade de decomposição, de tal forma que o aporte de carbono

seja maior do que as perdas (Assis et al., 2005).

Os sistemas de manejo sem revolvimento do solo e com elevado aporte de resíduos

vegetais, como o plantio direto, favorecem o acúmulo de matéria orgânica no solo e induzem

a diminuição no seu grau de humificação (Bayer & Mielniczuk, 1997). Esse aporte constante

de resíduos orgânicos ao solo favorece a ciclagem dos nutrientes, e quando o material vegetal

é de baixa taxa de decomposição (elevada relação C/N), ocorre o favorecimento do processo

de humificação, criando uma reserva de nutrientes no solo, enquanto que, quando o aporte for

de material vegetal de rápida decomposição (baixa relação C/N), haverá uma rápida

mineralização dos nutrientes (Mendonça & Oliveira, 2000).

Avaliando o tempo médio de meia-vida para decomposição dos resíduos de espécies

de plantas de cobertura, Torres et al. (2005) observaram que metade dos resíduos vegetais

provenientes de milheto pérola, sorgo, aveia-preta e crotalaria, foram decompostos em 131,

117, 110 e 98 dias após o manejo, respectivamente, mostrando a menor decomposição das

gramíneas em razão da maior relação C/N.

Torres et al (2005) avaliando a relação C/N, durante 2 anos agrícolas, de seis espécies

de plantas de cobertura (milheto, sorgo, guandu, aveia-preta, crotalária e braquiaria brizantha)

observaram que as leguminosas apresentaram as menores relações C/N.

Estudando em solos de tabuleiros costeiros e condição de estresse hídrico, Azevedo &

Spehar (2002) determinaram a relação C/N nos resíduos de milheto variedade IPA–Bulk I,

milheto variedade BRS 1501, capim-pé-de-galinha e amaranto por ocasião do manejo da

biomassa, realizado após a colheita dos grãos, e obtiveram 62:1; 54:1; 35:1 e 56:1,

respectivamente.

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2.6. Ciclagem de Nutrientes da biomassa seca remanescente

O uso de plantas de cobertura no sistema plantio direto melhora a fertilidade do solo

devido à ciclagem de nutrientes, uma vez que essas plantas absorvem nutrientes das camadas

subsuperficiais do solo e os liberam, posteriormente, na camada superficial pela

decomposição dos seus resíduos (Costa, 1993; Calegari et al., 1993; Duda et al., 2003).

Assim, quanto maior for a diversificação dessas espécies, em rotação de culturas, maior será a

quantidade e diversidade de nutrientes reciclados, reduzindo, em algumas situações, a

necessidade de gastos com fertilizantes químicos. A palha na superfície do solo constitui

reserva de nutrientes, cuja disponibilização pode ser rápida e intensa (Rosolem et al., 2003),

ou lenta e gradual (Pauletti, 1999), dependendo da interação entre os fatores climáticos, como

umidade (regime de chuvas) e temperatura, atividade macro e microbiológica do solo e o

resíduo vegetal (Alcântara et al., 2000; Oliveira et al., 2002).

Por isso, para que uma espécie seja eficaz no fornecimento de nutrientes, deve haver

sincronia entre o nutriente liberado pelo resíduo da planta de cobertura e a demanda da cultura

de interesse comercial (Stute & Posner, 1995). Se a taxa de mineralização for elevado antes da

fase de crescimento logarítmico da cultura, poderão ocorrer perdas de nutrientes. Por outro

lado, se a mineralização ocorrer após esse período, a cultura não será beneficiada.

Para o nitrogênio, as plantas assimilam esse nutriente por meio de reações

bioquímicas, envolvendo oxidações e reduções, sendo constituinte de aminoácidos, amidas,

proteínas, ácidos nucléicos, etc (Taiz & Zeiger, 2004). É um elemento muito móvel no

sistema e, mesmo com as perdas ocorridas no solo, estima-se que entre 60% e 70% desse

nutriente encontrado na biomassa vegetal são reciclados e novamente disponibilizados para a

cultura da safra seguinte (Spain & Salinas, 1985).

O fósforo nas plantas é componente dos fosfatos, açúcares, ácidos nucléicos,

nucleotídeos, coenzimas, etc, e tem papel central em reações que envolvem ATP e na

integridade estrutural (Taiz & Zeiger, 2004). A maior parte do fósforo do tecido vegetal

encontra-se no vacúolo da célula, na forma mineral, bastante solúvel em água (Marschner,

1995). Após a morte das plantas, cerca de 77% do P das folhas e 79% do P das raízes ficam

disponíveis para o crescimento das plantas cultivadas logo após o cultivo da cultura de

cobertura. Dependendo da intensidade e duração da chuva e o intervalo entre a senescência do

tecido e a primeira precipitação, até 80% do P total da vegetação dessecada podem retornar ao

solo (Jones & Woodmansee,1979).

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O potássio é normalmente o íon mais abundante no tecido vegetal. É também o

segundo nutriente mineral requerido em maior quantidade pelas plantas, depois do N. Tem

alta mobilidade na planta em qualquer concentração, seja dentro da célula, seja no tecido

vegetal, no xilema ou floema (Marschner, 1995). É o principal cátion no estabelecimento do

turgor celular e manutenção da eletroneutralidade celular (Taiz & Zeiger, 2004). Esse

nutriente não é metabolizado na planta e forma ligações com complexos orgânicos de fácil

reversibilidade (Rosolem et al., 2003). A decomposição dos restos vegetais libera o potássio,

na sua totalidade rapidamente. Esse elemento pode ser facilmente extraído dos tecidos

vegetais, tanto pela água da chuva, como pela própria umidade do solo, por encontrar-se na

forma iônica e não participar na constituição de compostos orgânicos estáveis (Bartz,1998).

Assim, poder-se-ia considerar como total o aproveitamento desse nutriente proveniente dos

restos de culturas. Todavia, isso não se dá pois ocorrem perdas, principalmente por lixiviação

em solos arenosos (Spain & Salinas, 1985).

A função do cálcio é manter a integridade da parede celular (Malavolta et al., 1997). É

constituinte da lamela média das paredes celulares e também requerido como cofator por

algumas enzimas envolvidas na hidrólise de ATP e de fosfolipídeos. Atua como mensageiro

secundário na regulação metabólica (Taiz & Zeiger, 2004). O cálcio também é um nutriente

que, na planta, permanece na forma iônica.

O magnésio apresenta importante papel fisiológico nos vegetais por ser constituinte da

molécula de clorofila e também ser requerido por muitas enzimas envolvidas na transferância

de fosfatos. Mas ao contrário do magnésio, cálcio e potássio, que permanecem nas plantas na

forma iônica, o enxofre faz parte de compostos orgânicos, sendo componente dos

aminoácidos cisteína, cistina e metionina, além de ser constituinte do ácido lipóico, tiamina,

pirofosfato. (Taiz & Zeiger, 2004).

O teor e a quantidade de nutrientes acumulados pelas espécies produtoras de palha

podem influenciar a decomposição do material vegetal e o desempenho da cultura sucessora

(Oliveira, 2001). A composição química da matéria seca da parte aérea de milheto comum,

avaliada por Oliveira et al. (2002), aos 100 dias após o plantio, apresentou 162,7; 24,8; 267,6;

93,3; 53,8 e 25,6 kg ha-1 de N, P, K, Ca, Mg e S(SO4), respectivamente, quando esta produziu

14.180 kg ha-1 de biomassa seca. Por outro lado, Teixeira et al. (2005) ao estudarem o

acúmulo de nutrientes em 2.907 kg ha-1 de biomassa seca do milheto comum, aos 119 dias

após a semeadura, obtiveram 48,55 kg ha-1 de N, 6,69 kg ha-1 de P, 50,87 kg ha-1 de K, 11,05

kg ha-1 de Ca, 4,65 kg ha-1 de Mg e 4,36 kg ha-1 de S(SO4).

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Moraes (2001), com produção de 9.650 kg ha-1 de biomassa seca de milheto comum,

no estágio de florescimento, obteve 126,7; 23,11; 166,03; 105,62; 27,84 e 22,92 kg ha-1 de N,

P, K, Ca, Mg e S(SO4), respectivamente. Após 168 dias de avaliação, foi observada uma

mineralização de 96,8%; 93,6%; 95,8%; 96,9; 90 e 82,5%, respectivamente.

No capim pé-de-galinha, Francisco et al. (2002) obtiveram 85,32; 6,50; 101,46; 30,55;

14,62 e 10,65 kg ha-1 de N, P, K, Ca, Mg e S(SO4), respectivamente, aos 81 dias após o

plantio, com uma produção de 4.364 kg ha-1 de biomassa seca. Azevedo & Nascimento

(2002), em 2.890 kg ha-1 de biomassa seca remanescente após a colheita dos grãos, obtiveram

32,66 kg ha-1 de N, 4,05 kg ha-1 de P e 7,51 kg ha-1 de Ca. Já após a colheita dos grãos do

amaranto obtiveram, em 1.830 kg ha-1 de biomassa seca, 14,10 kg ha-1 de N, 2,56 kg ha-1 de P

e 3,29 kg ha-1 de Ca.

Nos diversos estudos envolvendo plantas de cobertura, observa-se que a quantidade de

nutrientes mineralizados depende da espécie, do estádio fenológico de manejo, além das

condições climáticas.

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Caracterização do local

O experimento foi instalado na área experimental da Faculdade de Agronomia da

FESURV - Universidade de Rio Verde, no município de Rio Verde, GO, cujas

coordenadas geográficas são: latitude 17o 47’ 30’’ S e longitude 50o 57’ 44’’ W, e altitude

de 770 m. Mediram-se a precipitação média mensal, a temperatura média mensal, a

temperatura máxima média mensal, a temperatura mínima média mensal e a umidade

relativa média mensal, ocorridas no período de abril de 2004 a março de 2005 (Tabela 1).

O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Vermelho distroférrico

(Embrapa, 1999), relevo suave ondulado (0-4 cm m-1) e textura argilosa. Em amostras de

solo da área, determinaram-se a textura e seus atributos químicos (Tabela 2).

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Tabela 1. Precipitação total mensal (PTM), temperatura média mensal (TM), temperatura máxima mensal (TMAX) e temperatura mínima mensal (TMIN) e umidade relativa média mensal (UR) durante o período de condução do experimento. Fonte: Estação Meteorológica da FESURV – Universidade de Rio Verde

Ano Mês

PTM

(mm mês-1)

TM

(oC)

TMAX

(oC)

TMIN

(oC)

UR

(%)

----

----

-----

----

-- 20

04 --

----

----

----

--- Abril 269,8 23,1 29,9 18,9 79

Maio 26,2 20,4 27,6 15,4 65

Junho 6,7 19,9 27,3 14,4 63

Julho 9,2 20,2 27,9 14,7 60

Agosto 0,0 22,4 31,0 15,3 42

Setembro 0,0 26,0 34,4 19,0 37

Outubro 162,5 24,2 31,1 19,4 65

Novembro 199,8 24,3 30,4 19,8 69

Dezembro 220,6 23,7 29,9 19,8 78

-- 2

005

-- Janeiro 215,4 23,7 28,8 20,7 84

Fevereiro 36,4 24,7 31,3 19,8 70

Março 201,6 24,1 30,2 20,1 80

3.2. Instalação do experimento

Antecedendo a implantação das culturas de cobertura, fez-se a aplicação do herbicida

glyphosate, dez dias antes do plantio, para manejo das plantas daninhas presentes na área. A

abertura dos sulcos de plantio e adubação de semeadura foram realizadas mecanicamente,

com o auxílio de uma semeadora-adubadora, com aplicação de 250 kg ha-1 da fórmula 08-16-

16.

O experimento foi instalado em 17 de abril de 2004, utilizando-se como plantas de

cobertura milheto (Pennisetum glaucum L. var. ADR500), amaranto (Amaranthus cruentus

cv. BRS Alegria) e capim pé-de-galinha (Eleusine coracana), semeadas manualmente,

utilizando-se 5 kg ha-1 de sementes de amaranto, 10 kg ha-1 de sementes de capim pé-de-

galinha e 12 kg ha-1 de sementes de milheto, de acordo com recomendação para cada espécie.

A variedade de milheto ADR500 é resultado de um programa de melhoramento,

lançado pela Sementes Adriana, em 2003, para o cultivo no cerrado, apresentando porte entre

192 e 265 cm de altura, maior resistência às doenças, principalmente à ferrugem, e ciclo

médio de 100 dias, florescendo entre 53 a 58 dias após o plantio (Pereira Filho et al, 2003).

Análise química Profundidade (cm)

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Tabela 2. Análise química e textural de amostras do Latossolo Vermelho distroférrico, nas profundidades de 0 a 20 e 20 a 40 cm, anterior à instalação do experimento.

(1) Soma de bases; (2) Saturação por bases; (3) Matéria orgânica.

O amaranto BRS Alegria é uma variedade desenvolvida pela Embrapa Cerrados,

apresentando estatura média de 1,80 m, da qual a inflorescência ocupa 0,48 m. A

diferenciação floral ocorre aos 30 dias após a emergência, e a antese, aos 45 dias, sendo o

período entre a emergência e a maturação fisiológica de 90 dias. Os grãos prontos para o

armazenamento, com umidade de 12%, apresentam peso médio de 0,68 g por 1.000 grãos e

conteúdo de proteína de 15 g por 100 g (Spehar et al., 2003).

O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, em esquema de parcelas

subdivididas no tempo, com 4 repetições. As parcelas foram constituídas das espécies de

plantas de cobertura, subdivididas em nove épocas de avaliação (0, 30, 60, 90, 120, 150, 180,

210 e 240 dias após a dessecação, representados pelas bolsas de decomposição), totalizando

27 tratamentos, com quatro repetições. A área de cada parcela foi composta de 4 linhas com 4

metros de comprimento, espaçadas de 0,45 metro de largura.

3.3. Manejo das plantas de cobertura e avaliações

0-20 20-40

pH (CaCl2) 4,7 4,7

P (Mellich) mg dm-3 1,24 0,14

H + Al cmolc dm-3 4,9 4,2

K+ cmolc dm-3 0,68 0,32

Ca2+ cmolc dm-3 3,02 1,82

Mg2+ cmolc dm-3 1,22 1,02

SB(1) cmolc dm-3 4,92 3,15

CTC cmolc dm-3 9,79 7,36

V(2) % 50 43

MO(3) g kg-1 21,8 14,5

Análise textural

Argila g kg-1 580 580

Silte g kg-1 150 150

Areia g kg-1 270 270

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As dessecações das espécies de plantas de cobertura foram realizadas no momento em

que cada uma atingiu 50% de florescimento, ou seja, aos 59, 51 e 66 dias após o plantio, para

amaranto, milheto e capim pé-de-galinha, respectivamente, na dosagem de 1.458 g ha-1 de i.a.,

aplicadas com o auxílio de um pulverizador costal manual, pressurizado por CO2, com

pressão constante de 30 libras pol-2, munido de barra de 2 metros de largura e com quatro

pontas de jato plano TT110.015, espaçadas de 0,5 m entre si e calibrado para distribuir 150 L

ha-1 de volume de calda.

Dois dias após a dessecação de cada espécie, coletou-se amostras do material vegetal,

cortando-se as plantas a um centímetro da superfície do solo, com o auxílio de um alfange,

para quantificação da biomassa verde produzida, com amostragem em 3 pontos ao acaso em

cada parcela, tendo cada ponto de amostragem 0,25 m x 0,25 m. Após a coleta, o material

vegetal foi levado ao laboratório e pesado, para obtenção do peso da biomassa verde.

Após a pesagem, as amostras foram acondicionadas em sacos de papel, identificados e

colocados para secar em estufa com circulação e renovação forçada de ar, a 65o C por 72

horas, até peso constante. Após esse período, as folhas e os colmos foram pesados para

determinação da biomassa seca.

Para a avaliação da eficiência do herbicida, na dessecação das espécies de cobertura

vegetal, foram realizadas avaliações visuais de controle, utilizando a escala de notas da

ALAM, 1974 (Tabela 3). As avaliações de eficácia foram realizadas aos 7, 14, 21 e 28 dias

após a aplicação do herbicida.

Tabela 3. Notas de controle com as respectivas denominações

Nota Porcentagem Denominação

1 0 – 40 Ruim

2 41 – 60 Regular

3 61 – 70 Suficiente

4 71 – 80 Bom

5 81 – 90 Muito bom

6 91 – 100 Excelente Fonte: ALAM (1974)

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A altura de plantas no florescimento foi determinada com a utilização de uma trena em

seis plantas escolhidas ao acaso em cada parcela, nas quatro repetições, e considerada a média

das leituras por parcela.

Para avaliar a taxa de decomposição e liberação de nutrientes, foi empregado o método

das bolsas de decomposição (Thomas & Asakawa, 1993). As bolsas de decomposição foram

confeccionadas com material plástico (nylon com malha de 2 mm de abertura), com as

dimensões de 0,15 x 0,20 m e instaladas na superfície do solo, na linha central da parcela,

vinte dias após a dessecação de cada espécie, em número de 8 bolsas de decomposição por

parcela. Em cada bolsa foi colocada diferente quantidade de resíduos das culturas,

proporcionalmente à biomassa seca produzida por hectare pela respectiva espécie. As

amostragens foram realizadas em intervalos regulares de 30 dias (30, 60, 90, 120, 150, 180,

210 e 240 dias após após a colocação das bolsas), retirando-se uma bolsa de decomposição

correspondente à época de avaliação. Após a coleta das amostras, o material foi levado à

estufa com circulação e renovação forçada de ar, a 65o C por 72 horas, para secagem e

posterior pesagem. Para cada época de amostragem, quantificou-se a biomassa seca

remanescente para as espécies. Após a moagem das amostras, foram determinados no material

vegetal os teores de N, P, K, Ca, Mg e S (Malavolta et al., 1997). O carbono (C) foi

determinado pela queima em mufla à temperatura de 550 ºC (Embrapa, 1997). As análises

foram realizadas no material vegetal nos tempos: 0, 30, 60, 120, 180 e 240 dias. As

quantidades dos nutrientes remanescente foram obtidas pelo produto da quantidade de matéria

seca com a concentração dos nutrientes na parte aérea das plantas de cobertura, em cada

amostra, sendo os valores transformados em kg ha-1.

Durante toda a condução do experimento (após a instalação das bolsas de

decomposição), a área foi mantida com ausência de plantas daninhas, com a aplicação de

herbicidas.

A cobertura vegetal foi estimada pela metodologia utilizada por Pires et al. (2005),

com o uso de um equipamento composto por um quadrado de ferro de 0,5 m de lado, tendo

uma linha de náilon disposta em diagonal, com treze pontos espaçados de 0,05 m, em quatro

repetições por parcela. Sempre que um ponto coincidia com a presença de palha sob ele, era

computada presença de cobertura. A cobertura de cada parcela foi calculada contabilizando-se

a média de quatro repetições e convertendo-a em percentagem. Foram realizadas avaliações a

cada 30 dias, considerando-se como tempo zero a data do acondicionamento dos saquinhos

sobre o solo, até 240 dias após.

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3.4. Análises estatísticas

Os resultados de produção de biomassa verde, biomassa seca, cobertura do solo,

percentual de controle, decomposição de palhadas e liberação de nutrientes das espécies de

plantas de cobertura foram submetidos à análise de variância, aplicando-se o teste F. Para os

efeitos significativos, compararam-se as médias pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

Para descrever a decomposição dos resíduos vegetais (1), liberação de nutrientes (2)

ajustou-se modelo matemático exponencial, descrito por Wieder & Lang (1982) e utilizado

por Thomas & Asakawa (1993) e Torres et al. (2005):

P = Po exp(-kt), em que (1) P = quantidade de biomassa seca existente no tempo t, em dias;

Po = fração da biomassa seca potencialmente decomponível; k = constante de decomposição da biomassa seca.

Q = Qoexp(-kt), em que (2) Q = quantidade de macronutriente existente no tempo t, em dias;

Qo = fração de macronutrientes potencialmente liberados; k = constante de liberação de nutrientes.

Para descrever a cobertura do solo (3), ajustou-se modelo matemático sigmoidal:

C = Co/(1 + exp - (t – to/k), em que (3)

C = cobertura do solo no tempo t, em dias;

Co = fração do potencial de cobertura do solo; k e to = constantes de cobertura do solo.

Para calcular a meia-vida para decomposição da biomassa e liberação de nutrientes (4)

de cada espécie, utilizou-se uma fórmula matemática, de acordo com Paul & Clark (1989):

T1/2 = 0,693/k, em que (4)

T1/2 = tempo de meia-vida para decomposição da biomassa ou liberação de nutrientes; k = constante de decomposição ou liberação de nutrientes da biomassa.

As análises de regressão relativas à decomposição da biomassa seca e liberação de

nutrientes foram realizadas com o uso do aplicativo Sigma Plot, versão 9.01, da Systat

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Software Inc., e para as comparações das equações de regressão, após linearização, foi

utilizado o procedimento descrito em Snedecor & Cochran (1989).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Altura de plantas e florescimento das plantas de cobertura

A altura média das espécies de cobertura de solo variaram de 48,8 a 125,2 cm. O ciclo

até 50% de florescimento foi de 51, 59 e 66 dias para milheto, amaranto e capim pé-de-

galinha (Tabela 4), respectivamente, sendo superior ao observado por Pires et al. (2005) que,

avaliando as mesmas variedades no sudoeste goiano, obtiveram ciclo de 49 dias até o

florescimento para o milheto e 56 dias para o amaranto e o capim pé-de-galinha. Para o

amaranto, o ciclo até o florescimento, mensurado no presente estudo, também foi superior ao

observado por Erasmo et al. (2004) que, ao cultivarem as variedades Japônica e PI477913 de

amaranto em novembro, no sul do estado de Tocantins, observaram um ciclo de 33 e 34 dias,

respectivamente. A variação no ciclo até o florescimento apresentado por esses autores,

comparado ao presente trabalho, pode ser explicado pelas diferentes variedades de amaranto

cultivadas e também pela época mais favorável de plantio, realizado em novembro, com

ocorrência de temperaturas mais elevadas e maior precipitação. Para plantio em safrinha, o

cultivo de espécies com menor ciclo resulta em maior aproveitamento de água e nutrientes,

em razão da diminuição da precipitação neste período (Tabela 1). Desta forma, o milheto foi a

cultura que apresentou maior potencial de cultivo neste período.

Tabela 4. Altura de plantas (AP), em centímetros, e ciclo do plantio ao florescimento (CF), em dias, de amaranto, milheto e capim pé-de-galinha

Espécie AP CF

Amaranto 48,8 59

Milheto 125,2 51

Capim pé-de-galinha 68,4 66

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4.2. Eficiência da dessecação

Os resultados da análise de variância aplicados sobre o percentual de controle mostram

que houve diferença significativa pelo teste F para as espécies e os intervalos de avaliação

(Tabela 1A).

O amaranto atingiu nível de controle excelente, com valores acima de 90% (ALAM,

1974) já na primeira avaliação, aos 7 dias após aplicação (DAA), diferindo das outras duas

espécies. Na segunda avaliação, realizada 14 dias após a aplicação, apesar do milheto ter

apresentado melhor nível de controle em relação ao capim pé-de-galinha, ambas já atingiram

também nível excelente de controle. A partir da terceira avaliação, o nível de controle para as

3 espécies não diferiu (Tabela 5). A eficiência da dessecação das plantas de cobertura com

herbicidas, precedendo à cultura principal, resulta na manutenção da palhada morta sobre o

solo, possibilitando uma emergência uniforme da cultura, sem que haja competição inicial por

água, luz e nutrientes.

Tabela 5. Porcentagem de controle de amaranto, milheto e capim pé-de-galinha, aos 7, 14, 21 e 28 dias após aplicação (DAA) do herbicida glyphosate

Espécies ---------------------------------- % controle -----------------------------------

7 DAA 14 DAA 21 DAA 28 DAA

Amaranto 92,00 a(1) 95,50 ab 98,50 a 100,00 a

Milheto 84,63 b 97,13 a 98,50 a 99,50 a

Capim pé-de-galinha 83,50 b 92,50 b 98,50 a 100,00 a (1) Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si, a 5% pelo teste de Tukey.

4.3. Produção de biomassa verde, biomassa seca e relação C/N

A análise de variância mostrou efeitos significativos das espécies sobre a produção de

biomassa verde e biomassa seca (Tabela 2A).

As produtividades de biomassa verde do amaranto e capim pé-de-galinha foram

inferiores ao milheto em 68,6% e 28,6%, respectivamente (Tabela 6).

A produtividade de biomassa verde do milheto, no presente estudo, foi superior aos

resultados obtidos por Oliveira et al. (2002) e Moraes (2001), que obtiveram 45.760 e 28.580

kg ha-1, respectivamente. Esta diferença pode estar relacionada ao fato destes autores terem

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utilizado o milheto comum e no presente trabalho ter-se utilizado a variedade ADR 500, que

possui maior potencial de produção de biomassa, resultado de seu melhoramente genético,

além das condições climáticas, fertilidade do solo e época de plantio.

Tabela 6. Produção de biomassa verde, biomassa seca e relação C/N do amaranto, milheto e capim pé-de-galinha

Plantas de cobertura Biomassa verde Biomassa seca

Relação C/N ----------------------- kg ha-1-----------------------

Amaranto 19.941,7 c(1) 2.891,0 b(1) 21

Milheto 63.542,5 a 10.801,2 a 34

Capim pé-de-galinha 45.366,0 b 8.753,3 a 29

C.V. (%) 16,8 17,1 (1) Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si, a 5% pelo teste de Tukey.

O milheto foi a espécie que apresentou maior produtividade de biomassa seca, sendo

73,2% e 19,0% superior ao amaranto e ao capim pé-de-galinha, respectivamente (Tabela 6).

A produtividade de biomassa seca do amaranto foi semelhante aos resultados

encontrados por Assis et al. (2005) e Erasmo et al. (2004) que obtiveram 2.565 kg ha-1 com a

variedade BRS Alegria e 2.720 kg ha-1 com a variedade Japônica, respectivamente, medidas

por ocasição do florescimento. Contudo, o resultado de 1.830 kg ha-1 encontrado por Azevedo

& Nascimento (2002), no cultivo de amaranto em período de safrinha, em solos de tabuleiros

costeiros, em Terezina (PI), foi inferior, sendo este resultado justificável tendo em vista que o

material foi colhido no estádio de palhada, já senescente, após a colheita dos grãos.

Oliveira et al. (2002) e Farinelli et al. (2004), estudando o rendimento de biomassa

seca do milheto, obtiveram resultados superiores ao do presente estudo, com 14.180 e 13.664

kg ha-1, que podem ser explicados pela maior pluviosidade durante o desenvolvimento da

cultura, nos dois trabalhos.

Por outro lado, Torres et al. (2005), durante 2 anos consecutivos, obtiveram

produtividades de 7.100 e 3.800 kg ha-1, com o milheto variedade pérola, e Moraes (2001) e

Braz (2003), com o milheto comum e a variedade BN-2, respectivamente, obtiveram 9.640 e

5.990 kg ha-1. Estes resultados são inferiores aos obtidos no presente estudo.

A produtividade de biomassa seca do capim pé-de-galinha foi superior aos resultados

de Assis et al. (2005), Muraishi et al. (2005) e Azevedo & Nascimento (2002), que obtiveram,

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respectivamente, 9.481 kg ha-1 em Rio Verde (GO), 5.211 kg ha-1 em Ilha Solteira (SP) e

2.890 kg ha-1 em cultivos de safrinha em solos de tabuleiro costeiro, em Terezina (PI).

O milheto e o capim pé-de-galinha foram as espécies que propiciaram as maiores

produções de biomassa seca (Tabela 6), estando próximas à quantidade requerida para que se

obtenha uma eficiente proteção do solo, que é de 11.000 a 12.000 kg ha-1 de biomassa seca de

resíduos por ano, devido à alta taxa de decomposição que ocorre nas regiões tropicais (Seguy

& Bouzinac, 1992, citados por Sá, 1995 e Amado, 2000), demonstrando que essas espécies

apresentam elevado potencial como opções de cobertura de solo.

Quanto à relação C/N das plantas de cobertura (Tabela 6), observaram-se variações

entre as espécies, sendo verificado maiores valores nas gramíneas. Esta mesma tendência foi

observada também por Torres et al. (2005), na comparação de milheto, sorgo, aveia, crotalaria

e guandu, das quais a relação C/N foi de 23,5; 29,4; 29,4; 14,8 e 13,9, respectivamente, num

período de dois anos.

Azevedo & Spehar (2002) determinaram a relação C/N nos resíduos de amaranto,

milheto e capim pé-de-galinha e obtiveram relações de 56, 58 e 35, respectivamente. Estas

relações são superiores às encontradas no presente trabalho para as três espécies (Tabela 6).

Esta diferença pode ser justificada pelo fato de que esses autores determinaram o carbono e o

nitrogênio na palhada das culturas após a colheita dos grãos, no final do ciclo das mesmas.

Em determinações mais tardias, os valores de C/N tendem a ser maiores, devido à lignificação

dos caules e a translocação do nitrogênio para os grãos. Em determinação da relação C/N

realizada aos 90 dias após o plantio, o valor encontrado foi de 30 (Menezes & Leandro, 2004),

muito próximo ao obtido no presente estudo.

A taxa de decomposição está diretamente relacionada à relação C/N dos resíduos

culturais sobre o solo. O milheto e o capim pé-de-galinha foram as espécies que apresentaram

maior relação C/N e, portanto, quando o objetivo do cultivo das plantas de cobertura é a

manutenção da cobertura sobre o solo, o uso destas espécies é indicado por implicar em maior

permanência dos resíduos no solo.

4.4. Cobertura vegetal

Os resultados da análise de variância do percentual de cobertura do solo relatam que

houve diferença significativa pelo teste F para as espécies e os intervalos de avaliação (Tabela

1A).

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O milheto e o capim pé-de galinha apresentaram cobertura do solo semelhante, dentro

de cada época de avaliação, e foram as espécies que propiciaram maior cobertura do solo,

desde a primeira avaliação, com 94,7 e 96,6% no florescimento de cada cultura,

respectivamente, e 17,3 e 12,5% aos 240 dias após o manejo, respectivamente (Tabela 7).

Resultados semelhantes de cobertura do solo no florescimento foram obtidos por Pires et al.

(2005), no sudoeste goiano, com 84 e 95% para o milheto ADR500 e capim pé-de-galinha,

respectivamente.

Tabela 7. Porcentagem de cobertura do solo para amaranto (AM), milheto (MI) e capim pé-de-galinha (CPG), até 240 dias após o manejo com glyphosate

Espécie

Dias após o manejo

0 30 60 90 120 150 180 210 240

------------------------------------- % de cobertura -------------------------------------

AM 23,3 b(1) 20,9 b 18,7 b 16,3 b 15,3 b 8,1 b 4,8 b 3,8 b 1,4 b

MI 94,7 a 93,7 a 92,7 a 91,8 a 87,0 a 62,5 a 45,6 a 31,7 a 17,3 a

CPG 96,6 a 95,1 a 94,7 a 93,2 a 90,8 a 68,7 a 52,4 a 26,4 a 12,5 ab (1) Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, a 5% pelo teste de Tukey.

Na Tabela 8, estão apresentados os valores dos coeficientes “Co”, “k” e “to” da

equação de regressão C = Co/(1 + exp - (t – to/k) e os coeficientes de determinação (R2), para

cobertura do solo, até 240 dias após o manejo, para as plantas de cobertura: amaranto, milheto

e capim pé-de-galinha.

Observa-se que houve significância a 1% para os coeficientes “Co”, “k” e “to”. Os

coeficientes de determinação dos sistemas de manejo foram significativos ao nível de 1% e

variaram de 0,98 a 0,99.

Tabela 8. Coeficientes da equação de regressão, C = Co/(1 + exp - (t – to/k), para cobertura do solo até 240 dias após o manejo, para amaranto, milheto e capim pé-de-galinha

Plantas de Cobertura Coeficientes da equação de regressão

Co k to R2

Amaranto 24,329 -43,517 127,061 0,98**

Milheto 96,990 -36,642 179,671 0,99**

Capim pé-de-galinha 96, 827 -29,188 182,554 0,99** (**) Significativo ao nível de 1% de probabilidade, pelo Teste de F.

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Analisando as equações de regressão de cobertura do solo após linearização,

utilizando o procedimento de Snedecor & Cochran (1989), obtidas para as diferentes

coberturas do solo até 240 dias (Tabela 9), observou-se que as plantas de cobertura diferiram

estatisticamente, com exceção do milheto vs capim pé-de-galinha, podendo-se inferir que a

cobertura do solo, até 240 dias após o manejo, apresenta o mesmo comportamento para

milheto e capim pé-de-galinha.

Tabela 9. Comparação das equações de regressão, após linearização, para cobertura do solo até 240 dias após o manejo, para amaranto, milheto e capim pé-de-galinha

Plantas de Cobertura F

Amaranto vs Milheto **

Amaranto vs Capim pé-de-galinha **

Milheto vs Capim pé-de-galinha NS

Recalculando o F para os modelos que não diferiram estatisticamente

[Milheto + Capim pé-de-galinha] vs Amaranto ** (**) Significativo ao nível de 1% de probabilidade e (NS) não significativo.

Comprovada a não-significância entre as equações, juntaram-se então os valores dos

dias de manejo e o percentual de cobertura do solo e uma nova equação foi ajustada para o

milheto + capim pé-de-galinha = 96,841/(1 + exp(t – 181,164)/-32,805) com R2 = 0,99**

(Figura 1).

A semelhança na porcentagem de cobertura de solo entre milheto e capim pé-de-

galinha decorre no fato de que ambas espécies são gramíneas, apresentaram relações C/N

próximas e maior quantidade de biomassa seca (Tabela 6), resultando numa decomposição

mais lenta da palhada e, conseqüentemente, na manutenção da cobertura por um período

maior.

O modelo de cobertura do solo do amaranto diferiu do milheto + capim pé-de-galinha.

Este fato deveu-se à menor produção de biomassa seca e a baixa relação C/N (Tabela 6), o

que favoreceu a decomposição mais rápida da palhada desta espécie. De acordo com

Monteiro (2000), citado por Moraes (2001), os resíduos pobres em nitrogênio (N) apresentam

decomposição muito lenta, enquanto que os resíduos ricos em N decompõem-se rapidamente

e promovem a liberação de grande quantidade de nutrientes, entretanto, podem não contribuir

para uma boa proteção do solo.

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Observou-se que houve menor porcentagem de cobertura do solo quando se utilizou o

amaranto (Figura 1), desde a primeira avaliação (florescimento), quando esta apresentava

cobertura do solo de 23,3% e aos 240 dias, com 1,4% (Tabela 7), resultando em menor

proteção entre as espécies estudadas, concordando com os resultados obtidos por Pires et al.

(2005).

Figura 1. Porcentagem de cobertura do solo promovida pela palhada de amaranto, milheto e capim pé-de-galinha até 240 dias após o manejo.

O modelo de cobertura ajustado para milheto + capim pé-de-galinha mostra que estas

exibiram maior proteção, principalmente até aos 150 dias, com percentual acima de 60%

(Tabela 7 e Figura 1), por apresentarem decomposição mais lenta, resultando em maior

cobertura e contribuindo para manter em níveis mais altos a umidade do solo e reduzir as

perdas por erosão, podendo estas espécies ser indicadas para uso como plantas de cobertura

para plantio em safrinha no Cerrado.

Dias após manejo

0 30 60 90 120 150 180 210 240

Porc

enta

gem

de

cobe

rtura

(%)

0

20

40

60

80

100 AmarantoMilheto + Capim Pé-de-Galinha

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4.5. Decomposição da biomassa

A análise de variância mostrou efeitos significativos das espécies e intervalos de

avaliação sobre a biomassa seca remanescente (Tabela 3A).

O resíduo cultural de amaranto, milheto e capim pé-de-galinha, que apresentavam uma

quantidade de biomassa seca de 2.891, 10.801 e 8.753 kg ha-1, respectivamente, no momento

da dessecação das espécies, tiveram redução de 93%, 88% e 88% (Tabela 10),

respectivamente, até os 240 dias após o manejo. Esta decomposição foi superior à obtida por

Assis et al. (2005) que, avaliando a dinâmica da redução de biomassa seca destas mesmas

espécies até os 240 dias, no sudoeste goiano, observaram redução de 85% para o amaranto,

64% para o milheto e 70% para o capim pé-de-galinha. Resultado inferior também foi

encontrado por Azevedo & Spehar (2002), no período de safrinha, na microrregião de

Chapadinha (MA), as quais obtiveram redução de 49, 25 e 31% para amaranto, milheto e

capim pé-de-galinha, respectivamente, até 180 dias após seu manejo. A maior decomposição

das palhadas no presente estudo pode ser explicada pela maior pluviosidade da região e pelo

maior tempo de avaliação (240 dias).

Tabela 10. Biomassa seca remanescente de amaranto (AM), milheto (MI) e capim pé-de-galinha (CPG), até 240 dias após o manejo

Plantas de

Cobertura

Dias após o manejo

0 30 60 90 120 150 180 210 240

---------------------------------------------- kg ha-1 ---------------------------------------------

AM 2.891 c(1) 1.917 c 1.525 b 1.250 b 617 c 542 b 458 b 342 b 200 b

MI 10.801 a 8.625 a 7.533 a 7.433 a 7.033 a 3.158 a 2.617 a 1.375 a 1.300 a

CPG 8.753 b 7.833 b 7.183 a 6.967 a 5.092 b 2.933 a 2.017 a 1.508 a 1.008 a (1) Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, a 5% pelo teste de Tukey.

No período entre 90 e 150 dias, observou-se maior decomposição das plantas de

cobertura, com perdas de 57%, 57% e 58% da biomassa seca remanescente de amaranto,

milheto e capim pé-de-galinha, respectivamente (Tabela 10). Este fato pode ser explicado

pelo início do período chuvoso (outubro), associado à elevação das temperaturas no período

(Tabela 1), influenciando o aumento da atividade microbiana e a decomposição de

componentes solúveis de simples degradação, como açúcares, amidos e proteínas, que são

rapidamente utilizados por organismos decompositores (Wieder & Lang, 1982). A

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decomposição mais rápida do amaranto, provavelmente, deve-se à menor relação C/N, além

da menor produção de biomassa (Tabela 6).

Na Tabela 11, estão apresentados os valores dos coeficientes “Po” e “k” da equação de

regressão P = Poexp(-kt), e os respectivos coeficientes de determinação (R2) e a meia-vida

(TD1/2) da biomassa seca remanescente até 240 dias após o manejo, para as plantas de

cobertura amaranto, milheto e capim pé-de-galinha. Observa-se que os valores de “Po”

variaram de 3.048 a 10.817,76 kg ha-1, enquanto os de “k” (constante de decomposição) entre

0,0066 e 0,0116 g g-1. Os coeficientes de determinação foram significativos ao nível de 1% e

variaram de 0,87 a 0,98.

Tabela 11. Coeficientes da equação de regressão, P = Poexp(-kt), e meia-vida (T1/2) para decomposição da biomassa seca até 240 dias após o manejo, para amaranto, milheto e capim pé-de-galinha

Plantas de Cobertura Po k R2 T1/2

-----kg ha-1----- -------g g-1------ ------dias------- Amaranto 3.048,01 0,0116 0,98** 60

Milheto 10.817,76 0,0066 0,87** 105

Capim pé-de-galinha 9.576,40 0,0067 0,89** 103 (**) Significativo ao nível de 1% de probabilidade, pelo Teste de F.

Observou-se que metade dos resíduos das palhadas de amaranto, milheto e capim pé-

de-galinha haviam se decomposto respectivamente aos 60, 105 e 103 dias (Tabela 11). A

menor meia-vida (T1/2) do amaranto se deve à baixa relação C/N deste material (Tabela 6). O

milheto apresentou tempo maior para meia-vida (105 dias), o que pode ser explicado pela sua

maior relação C/N. Torres et al. (2005) em experimento com milheto, semeado em pré-safra

em solo de cerrado e manejado aos 110 dias do plantio, constataram meia-vida para

decomposição dos resíduos de 131 dias. Esta diferença pode estar relacionada à variedade

utilizada, às condições climáticas do período de avaliação e ao tempo de manejo da cultura do

milheto que, no presente trabalho, ocorreu no pleno florescimento, aos 51 dias após o plantio

(Tabela 4).

Observa-se que as equações de regressão para decomposição da biomassa seca

remanescente (Tabela 12), usando o procedimento de Snedecor & Cochran (1989), foram

semelhantes apenas entre o milheto e o capim pé-de-galinha, podendo inferir que há um

mesmo comportamento de decomposição de palhada para as duas espécies.

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Tabela 12. Comparação das equações de regressão, após linearização, para decomposição da biomassa seca remanescente até 240 dias após o manejo, para amaranto, milheto e capim pé-de-galinha

Plantas de Cobertura F

Amaranto vs Milheto **

Amaranto vs Capim pé-de-galinha **

Milheto vs Capim pé-de-galinha NS

Recalculando o F para os modelos que não diferiram estatisticamente

[Milheto + Capim pé-de-galinha] vs Amaranto ** (**) Significativo ao nível de 1% de probabilidade e (NS) não significativo.

Comprovada a não-significância entre as equações, reuniram-se então os valores dos

dias de manejo e a biomassa seca remanescente, e uma nova equação foi ajustada para o

milheto + capim pé-de-galinha = 10.197,26exp(-0,0067t) com R2 = 0,87** (Figura 2). A

biomassa seca remanescente do milheto + capim pé-de-galinha apresentou queda exponencial

com o tempo após o manejo, em razão de apresentarem relação C/N próximas (gramíneas),

enquanto o amaranto apresentou modelo diferenciado (Figura 2).

Dias após o manejo

0 30 60 90 120 150 180 210 240

Bio

mas

sa se

ca re

man

esce

nte

(kg

ha-1

)

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

AmarantoMilheto + capim pé-de-galinha

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Na região do Cerrado, a cobertura eficiente do solo com palhada é um dos fatores que

mais limita a adoção do sistema plantio direto, principalmente pela decomposição acelerada

dos resíduos. Nessas condições, o uso do milheto ou do capim pé-de-galinha, que

apresentaram decomposição mais lenta, representa uma estratégia para aumentar a eficiência

da cobertura do solo, principalmente, no período que antecede o plantio de verão.

4.6. Acúmulo e liberação de nutrientes

4.6.1. Acúmulo de nutrientes na biomassa de amaranto, milheto e capim pé-de-galinha

Os valores de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre acumulados na

biomassa de amaranto milheto e capim pé-de-galinha estão apresentados na Tabela 13. No

milheto, o nitrogênio, fósforo, cálcio e enxofre remanescentes encontrados, inicialmente na

biomassa seca, foram inferiores aos encontrados por Oliveira et al. (2002), aos 100 dias após

o plantio, e Moraes (2001), no florescimento, que obtiveram, respectivamente, 162,7 e 126,7

kg ha-1 de nitrogênio; 24,8 e 23,1 kg ha-1 de fósforo; 93,3 e 105,6 kg ha-1 de cálcio e 25,6 e

22,9 kg ha-1 de enxofre, em 14.180 e 9.630 kg ha-1 de biomassa seca de milheto comum. Por

Figura 2. Biomassa seca remanescente dos resíduos culturais das plantas de cobertura até 240 dias após o manejo.

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outro lado, o acúmulo desses nutrientes foram superiores aos encontrados por Teixeira et al.

(2005) que obtiveram, com uma menor produção de biomassa seca de milheto comum (2.907

kg ha-1), aos 119 dias após o plantio, apenas 48,5; 6,7; 11,0 e 4,4 kg ha-1 de nitrogênio,

fósforo, cálcio e enxofre, respectivamente. O acúmulo de nitrogênio do presente trabalho

também foi superior ao encontrado por Torres et al. (2005) que obtiveram, com 3.600 kg ha-1

de biomassa seca, 55,8 kg ha-1 de nitrogênio. Quanto ao magnésio, o acúmulo deste nutriente

foi superior aos obtidos por Teixeira et al. (2005) e Moraes (2001), com 4,6 e 27,8 kg ha-1 de

Mg, respectivamente, porém inferior ao obtido por Oliveira et al. (2002), com 53,8 kg ha-1 de

Mg, com 14.180 kg ha-1 de biomassa seca. Para o potássio, os 416,9 kg ha-1 acumulados pelo

milheto ADR500, no presente estudo (Tabela 13), foram superiores aos encontrados por

Teixeira et al. (2005), Oliveira et al. (2002) e Moraes (2001), em milheto comum, os quais

obtiveram 50,9; 267,6 e 166,0 kg ha-1 de K, com produção de 2.907; 14.180 e 9.630 kg ha-1 de

biomassa seca.

Os teores de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre encontrados

inicialmente no capim pé de galinha foram superiores aos encontrados por Francisco et al.

(2002), os quais obtiveram, em 4.364 kg ha-1 de biomassa seca, 85,3 kg ha-1 de nitrogênio, 6,5

kg ha-1 de fósforo, 101,5 kg ha-1 de potássio, 30,5 kg ha-1 de cálcio, 14,6 kg ha-1 de magnésio

e 10,6 kg ha-1 de enxofre, aos 81 dias após o plantio.

Tabela 13. Nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre remanescentes nas palhadas de amaranto, milheto e capim pé-de-galinha, até 240 dias após o manejo

Espécie Dias após o manejo

0 30 60 120 180 240

Nitrogênio (kg ha-1)

Amaranto 49,36 c(1) 20,17 b 12,03 b 4,78 c 3,69 c 2,96 b

Milheto 121,75 b 112,65 a 98,98 a 77,26 a 32,86 a 14,67 a

Capim Pé-de-Galinha 133,24 a 102,35 a 92,66 a 51,33 b 16,56 b 11,47 ab

Fósforo (kg ha-1)

Amaranto 7,61 b 2,57 b 1,40 b 0,50 c 0,44 b 0,38 a

Milheto 17,26 a 11,59 a 9,82 a 9,22 a 3,84 a 1,66 a

Capim Pé-de-Galinha 18,26 a 11,45 a 9,51 a 6,54 b 1,86 ab 1,62 a

Potássio (kg ha-1)

Amaranto 139,78 c 15,97 b 2,16 b 0,28 a 0,25 a 0,19 a

Milheto 416,94 a 102,06 a 51,90 a 22,33 a 2,58 a 0,73 a

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Capim Pé-de-Galinha 174,59 b 77,77 a 41,53 a 6,90 a 2,22 a 0,72 a

Cálcio (kg ha-1)

Amaranto 57,88 b 42,42 b 37,54 b 27,98 a 11,02 a 5,01 a

Milheto 76,31 a 60,13 a 49,05 a 28,10 a 8,81 a 4,94 a

Capim Pé-de-Galinha 78,32 a 33,22 c 26,07 c 9,54 b 6,78 a 4,06 a

Magnésio (kg ha-1)

Amaranto 32,81 b 16,53 b 8,45 b 2,01 c 1,82 a 0,99 a

Milheto 39,76 b 34,07 a 29,14 a 25,47 a 9,91 a 4,30 a

Capim Pé-de-Galinha 50,94 a 33,51 a 27,09 a 14,04 b 4,47 a 3,13 a

Enxofre (kg ha-1)

Amaranto 6,68 b 2,75 b 1,25 b 0,63 b 0,57 a 0,48 a

Milheto 17,90 a 14,06 a 9,81 a 8,76 a 3,78 a 1,72 a

Capim Pé-de-Galinha 18,36 a 13,06 a 10,13 a 6,75 a 2,53 a 2,22 a (1) Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, para cada nutriente, entre as culturas, não diferem estatisticamente entre si, a 5% pelo teste de Tukey.

Ainda no capim pé-de-galinha e também no amaranto, o nitrogênio, fósforo e cálcio

acumulados na biomassa destas culturas, foram superiores ao inicialmente encontrado por

Azevedo & Nascimento (2002), que obtiveram, 32,7 e 14,10 kg ha-1 de nitrogênio, 4,05 e 2,56

kg ha-1 de fósforo e 7,51 e 3,29 kg ha-1 de cálcio, respectivamente, em 2.890 e 1.830 kg ha-1

de biomassa seca remanescente após a colheita dos grãos.

O maior acúmulo de nitrogênio e magnésio foram verificados na palhada do capim pé-

de-galinha e o maior acúmulo de potássio na palhada do milheto ADR500. O milheto

ADR500 e o capim pé-de-galinha acumularam maiores quantidades de fósforo, cálcio e

enxofre que o amaranto, demonstrando o grande potencial de acúmulo desses nutrientes por

estas plantas de cobertura.

4.6.2. Mineralização e meia-vida dos nutrientes

Quanto à liberação de nutrientes na biomassa de amaranto, milheto e capim pé-de-

galinha, estas mineralizaram, respectivamente, 240 dias após a dessecação, 94,0%, 87,9% e

91,4% do nitrogênio; 95,0%, 90,4% e 91,1% do fósforo; 99,9%, 99,8% e 99,6% do potássio;

91,3%, 93,5% e 94,8% do cálcio; 97,0%, 89,2% e 93,8% do magnésio e 92,8%, 90,4% e

87,9% do enxofre (Tabela 13).

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Tabela 14. Meia-vida do nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre remanescentes na biomassa seca do amaranto, milheto e capim pé-de-galinha.

No milheto, a liberação de nitrogênio, fósforo, cálcio, magnésio e enxofre, aos 180

dias após o manejo, é inferior ao de Moraes (2001) que, com milheto comum, obteve,

respectivamente, aos 168 dias após o manejo, liberação de 96,0%; 93,2%; 97,6%; 87,6% e

81,6%. Esta mineralização mais lenta, no presente estudo, também pode ser atestada pela

análise da meia-vida destes nutrientes (Tabela 14). A partir dos dados e do modelo descrito

para liberação de nutrientes da palhada de milheto de Moraes (2001), foram calculados meia-

vida de 89 dias para nitrogênio, 43 dias para fósforo, 27 dias para cálcio, 56 dias para

magnésio e 69 dias para enxofre. Essa menor meia-vida desses nutrientes pode ser justificada

pela menor pluviosidade e temperaturas mais baixas no período de julho de 2004 a março de

2005, no presente estudo, indicando uma menor decomposição da biomassa seca

remanescente e conseqüente menor liberação de nutrientes.

Nas três espécies, o potássio foi o nutriente mais rapidamente mineralizado (Tabela

13). Esta maior velocidade de liberação deste nutriente também pode ser atestado pela análise

da meia-vida, de 10, 16 e 27 dias para amaranto, milheto e capim pé-de-galinha (Tabela 14),

respectivamente, e pode ser atribuída ao fato de o potássio ser um elemento que não está

associado a nenhum componente estrutural do tecido vegetal e encontrar-se na forma iônica

(Bartz, 1998 e Marschner, 1995). Por esta razão, esse elemento pode ser facilmente extraído

dos tecidos das plantas, tanto pela água da chuva, como pela própria umidade do solo.

Para a descrição da liberação de nutrientes nas palhadas remanescentes das culturas de

cobertura (amaranto, milheto e capim pé-de-galinha), ajustou-se um modelo exponencial

decrescente, sendo o mesmo utilizado por Moraes (2001). Os coeficientes desta equação estão

apresentados na Tabela 15.

Tabela 15. Coeficientes da equação de regressão, Q = Qoexp(-kt), para N, P, K, Ca, Mg e S remanescente até 240 dias após o manejo para amaranto, milheto e capim pé-de-galinha

Espécies -------------------------------- Meia-vida (dias) ---------------------------

N P K Ca Mg S

Amaranto 28 22 10 88 31 25

Milheto 110 92 16 74 107 87

Capim pé-de-galinha 78 67 27 34 60 74

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Nutriente Coeficiente Unidade Amaranto Milheto Capim pé-de-galinha

N Qo kg ha-1 48,51 131,70 137,02 K g g-1 0,0250 0,0063 0,0089 R2 0,98** 0,92** 0,97**

P Qo kg ha-1 7,54 16,38 17,55 K g g-1 0,0319 0,0075 0,0103 R2 0,98** 0,93** 0,97**

K Qo kg ha-1 139,78 415,04 173,90 K g g-1 0,0722 0,0428 0,0255 R2 1,00** 0,99** 0,99**

Ca Qo kg ha-1 57,54 78,80 75,62 K g g-1 0,0079 0,0094 0,0204 R2 0,97** 0,98** 0,97**

Mg Qo kg ha-1 32,73 41,47 50,34 K g g-1 0,0225 0,0065 0,0115 R2 0,99** 0,92** 0,99**

S Qo kg ha-1 6,62 17,77 18,05 K g g-1 0,0273 0,0080 0,0094 R2 0,98** 0,99** 0,97**

(**) Significativo ao nível de 1% de probabilidade.

Em seguida, comparou-se as equações de regressão, após linearização, usando o

procedimento de Snedecor & Cochran (1989), para liberação de nutrientes até 240 dias após o

manejo, para as plantas de cobertura amaranto, milheto e capim pé-de-galinha (Tabela 16).

Tabela 16. Comparação das equações de regressão, para N, P, K, Ca, Mg e S remanescentes até 240 dias após o manejo, para amaranto, milheto e capim pé-de-galinha

(**) Significativo ao nível de 1%; (*) significativo ao nível de 5%; (NS) não significativo.

Observou-se que as mesmas foram semelhantes para o milheto e o capim pé-de-

galinha na liberação de nitrogênio, fósforo, magnésio e enxofre; podendo-se concluir que

houve comportamento semelhante de liberação destes nutrientes para as duas espécies.

Plantas de cobertura F

N P K Ca Mg S Amaranto vs Milheto ** ** ** NS ** **

Amaranto vs Capim pé-de-galinha ** ** ** * ** **

Milheto vs Capim pé-de-galinha NS NS * ** NS NS

Recalculando o F para os modelos que não diferiram estatisticamente

[Milheto + Capim pé-de-galinha] vs Amaranto ** ** ** **

[Amaranto + Milheto] vs Capim pé-de-galinha **

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Comprovada a não-significância entre as equações, juntaram-se então os valores das

liberações de nitrogênio, fósforo, magnésio e enxofre e as datas de avaliação e novas

equações foram ajustadas para o milheto + capim pé-de-galinha (Tabela 17 e Figura 3).

Observou-se, ainda, que as equações também foram semelhantes para amaranto e o

milheto na liberação de cálcio, demonstrando também comportamento semelhante de

liberação deste nutriente para estas duas espécies. Comprovada a não-significância entre as

equações, juntaram-se então os valores das liberações de cálcio e as datas de avaliação e

novas equações foram ajustadas para o amaranto + milheto (Tabela 17 e Figura 3).

Por outro lado, as três espécies apresentaram comportamento diferenciado na liberação

de potássio (Tabela 16 e Figura 3).

O comportamento semelhante na dinâmica de liberação de N, P, Mg e S entre o

milheto e o capim pé-de-galinha, e maiores valores em relação ao amaranto, até 240 dias após

o manejo, demonstra que essas espécies são opções eficientes na ciclagem destes nutrientes

no sistema plantio direto no cerrado (Figura 3).

Tabela 17. Coeficientes das novas equações de regressão, Q = Qoexp(-kt), de milheto + capim pé-de-galinha para N, P, Mg e S e amaranto + milheto para Ca, remanescentes até 240 dias após o manejo

Nutriente Coeficiente Unidade Milheto + capim pé-de-galinha

N

Qo kg ha-1 133,9

K g g-1 0,0074

R2 0,93**

P

Qo kg ha-1 16,92

K g g-1 0,0088

R2 0,94**

Mg

Qo kg ha-1 45,42

K g g-1 0,0086

R2 0,93**

S

Qo kg ha-1 17,89

K g g-1 0,0087

R2 0,97**

Amaranto + milheto

Ca Qo kg ha-1 68,16

K g g-1 0,0088

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R2 0,92** (**) Significativo ao nível de 1% de probabilidade.

O conhecimento da dinâmica de liberação dos nutrientes é fundamental para que as

plantas de cobertura que compõem o sistema de produção possam ser eficientemente

introduzidas, a fim de compatibilizar a máxima persistência dos resíduos culturais na

superfície do solo, contribuindo para a manutenção da umidade e para a proteção do solo

contra efeitos erosivos, com o fornecimento de nutrientes para a cultura de interesse

econômico.

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36

0 60 120 180 240

N (k

g ha

-1)

0

30

60

90

120

150

AmarantoMilheto + Capim Pé-de-Galinha

0 60 120 180 240

P (k

g ha

-1)

0

3

6

9

12

15

18AmarantoMilheto + Capim Pé-de-Galinha

Datas de avaliações

0 60 120 180 240

K (k

g ha

-1)

0

100

200

300

400

500AmarantoMilheto Capim Pé-de-galinha

0 60 120 180 240

Mg

(kg

ha-1

)

0

10

20

30

40

50

AmarantoMilheto + Capim Pé-de-Galinha

0 60 120 180 240

S-S

O4 (

kg h

a-1)

0

5

10

15

20

Amaranto

Milheto + Capim Pé-de-galinha

0 60 120 180 240

Ca

(kg

ha-1

)

0

20

40

60

80

Amaranto + MilhetoCapim Pé-de-Galinha

Figura 3. Nutrientes remanescentes das palhadas de amaranto, milheto e capim pé-de-galinha até 240 dias após o manejo.

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5. CONCLUSÕES

O milheto ADR500 e o capim pé-de-galinha proporcionaram maior produção de

biomassa verde e seca, maior cobertura do solo e menores taxas de decomposição da

biomassa que o amaranto BRS Alegria.

O milheto ADR500 apresentou maior relação C/N, seguido pelo capim pé-de-galinha

e amaranto BRS Alegria.

O maior acúmulo de nitrogênio e magnésio foram verificados na palhada do capim pé-

de-galinha e o maior acúmulo de potássio na palhada do milheto ADR500. O milheto

ADR500 e o capim pé-de-galinha acumularam maiores quantidades de fósforo, cálcio e

enxofre que o amaranto, demonstrando o grande potencial de acúmulo desses nutrientes por

estas plantas de cobertura.

O milheto ADR500 e o capim pé-de-galinha apresentaram comportamentos

semelhantes no processo de liberação do nitrogênio, fósforo, magnésio e enxofre, contidos na

biomassa seca. Para a mineralização de cálcio, o amaranto e o milheto ADR500 apresentaram

comportamento similar, diferindo do capim pé-de-galinha. A liberação de potássio apresentou

comportamento diferenciado entre as espécies, sendo o nutriente mais facilmente liberado.

O milheto ADR500 e o capim pé-de-galinha são indicados como opções para plantio

em safrinha, objetivando a formação de palha e ciclagem de nutrientes.

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ANEXOS

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Tabela 1A. Resumo do quadro de análise de variância para a % de controle, em função de 4 tempos de avaliação (7, 14, 21, 28 dias após manejo) e de cobertura de solo, em função de 9 tempos de avaliação (0, 30, 60, 90, 120, 150, 180, 210 e 240 dias após manejo), para amaranto, milheto e capim pé-de-galinha), manejados com o herbicida gliphosate.

** Significativo a 1% de probabilidade, pelo Teste de F; * Significativo a 5% de probabilidade, pelo Teste de F.

Quadrado médio

Fonte de Variação GL % de controle GL Cobertura solo

Espécies 2 33,1458* 2 38.717,24**

Tempo 3 417,45** 8 6.602,54**

Esp x Tempo 6 24,83** 16 774,71**

Resíduo 18 2,52 48 21,45

CV 1,67 9,19

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Tabela 2A. Quadro de análise de variância para biomassa verde e biomassa seca de amaranto, milheto e capim pé-de-galinha, manejados com o herbicida gliphosate.

** Significativo a 1% de probabilidade, pelo Teste de F.

Tabela 3A. Quadro de análise de variância para a biomassa seca remanescente de amaranto, milheto e capim pé-de-galinha, manejados com o herbicida gliphosate, em função de 9 tempos de avaliação (0, 30, 60, 09, 120, 150, 180, 210 e 240 dias após manejo).

Quadrado médio

Fonte de Variação GL MS remanescente

Espécies 2 197.210.777**

Tempo 8 68.086.929**

Esp x Tempo 16 7.720.442**

Resíduo 48 166.005

CV 10,76 ** Significativo a 1% de probabilidade, pelo Teste de F.

Fonte de Variação GL Biomassa Verde Biomassa Seca

Espécies 2 1.918.543.030** 67.420.873**

Resíduo 6 52.181.493 1.639.509

CV 16,82 17,11

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Tabela 4A. Quadro de análise de variância para a liberação de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre de amaranto, milheto e capim pé-degalinha, manejados com o herbicida gliphosate, em função de 6 tempos de avaliação (0, 30, 60, 120, 180 e 240 dias após manejo).

** Significativo a 1% de probabilidade, pelo Teste de F.

Quadrado médio Fonte de Variação GL Nitrogênio Fósforo Potássio Cálcio Magnésio Enxofre

Espécies 2 26.099,19** 331,06** 33.173,03** 827,38** 1.275,49** 396,96**

Tempo 5 15.376,70** 276,60** 105.684,20** 7.434,72** 2.527,48** 281,21**

Esp x Tempo 10 1.649,01** 19,83** 13.831,58** 286,37** 121,37** 24,37**

Resíduo 30 34,78 1,41 242,31 26,44 20,59 3,22

CV 11,07 18,47 26,46 16,32 24,13 26,59