festas & eventos . ano ix . n.º 17 . fev 2011

128
ANO IX . NÚMERO 17 FEVEREIRO 2011 € 5,00 FEIRAS EVENTOS INCENTIVOS CONVENÇÕES CONGRESSOS Eventos Festas & \\ CRISE: AMEAÇA OU OPORTUNIDADE? \\ Entrevista com Carlos Coelho \\ Realidade aumentada \\ Aplicações para smartphones \\ À mesa com... Chakall \\ Destino: Braga

Upload: norma-studio-design-lda

Post on 09-Mar-2016

242 views

Category:

Documents


13 download

DESCRIPTION

Feiras . Eventos . Incentivos . Convenções . Congressos

TRANSCRIPT

Page 1: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

ANO IX . NÚMERO 17

FEVEREIRO 2011€ 5,00

FEIRASEVENTOSINCENTIVOSCONVENÇÕESCONGRESSOSEventosFestas &

\\ CRISE: AMEAÇA OU OPORTUNIDADE?

\\ Entrevista com Carlos Coelho\\ Realidade aumentada\\ Aplicações para smartphones

\\ À mesa com... Chakall\\ Destino: Braga

Page 2: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011
Page 3: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

3

www.festaseeventos.net

Page 4: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

4 EDITORIAL

Administração, Redacção e Publicidade: Rua Visconde de Bóbeda, 70, 2º Fte ‑ 4000‑108 Porto \\ Tlf: 22 605 39 36 \\ [email protected] \\ www.festaseeventos.net \\ Assinaturas: [email protected] \\ Director: Rui Ochôa \\

Directora de Informação: Cláudia Coutinho de Sousa: [email protected] \\ Edição: Cláudia Coutinho de Sousa \\ Redacção: Cláudia Coutinho de Sousa, Maria João Leite, Maria Pereira (colaboradora)Rui Luís Romão (colaborador), Sara Marques \\

Fotografia: (Coordenação) Rui Luís Romão, António Camilo \\ Colunistas: Carlos Liz, Diogo Assis, Gonçalo Garcia, José Eduardo Garcia, Luís Rasquilha, Maria João Gomes, Nuno Gustavo, Paula Ribeiro, Paulo Campos Costa, Pedro Cardoso, Pedro Figueiredo, Raquel Rebelo, Sara Nobre \\

Design: Norma Design (www.normadesign.com) \\ Director Comercial: Rui Ochôa: [email protected] \\ Página de Internet: Norma Design \\ Secretariado de redacção: Ana Almendra \\ Impressão: Norprint \\ Distribuição: VASP – Distribuidores de Publicações \\

Tiragem: 8 mil exemplares \\ Periodicidade: Quadrimestral \\ Registo ICS: 124225 \\ Depósito Legal: 210978/04 \\ ISSN: 1645‑7382

É estritamente proibida a reprodução parcial ou integral de textos ou ilustrações da Festas&Eventos.

As informações contidas nos anúncios são da exclusiva responsabilidade dos anunciantes. Consequentemente, não podemos ser responsabilizados por qualquer informação incorrecta que se possa verificar.

Esta é a última edição da Festas&Eventos. Não que o nosso projecto vá terminar, bem pelo contrário. Vamos continuar a dar‑lhe notícias, reportagens, opiniões, ideias, em papel e online, mas com um outro nome – que só mais tarde vamos divulgar. Quando começámos, em 2003, como directório de empresas da área dos eventos, o nome fazia todo o sentido. Só que de lá para cá evoluímos, passamos a ser uma revista e um site de conte‑údos especializados. Fomos à procura de um espaço e uma voz próprios, encontrando‑os neste segmento dos eventos corporativos, dos incentivos e da meetings industry. Daí esta necessidade que vínhamos sentindo de encontrar um novo nome para a Festas&Eventos. Vamos fazê‑lo respeitando um percurso, uma história de quase dez anos. Não perca por isso a nossa próxima edição, em Junho, com nome diferente e um design também renovado.O tema para este início de 2011 é quase inevitável: crise. Ameaça ou oportu‑nidade? Pusemos de lado qualquer tentação lamechas e fomos ouvir quem está no mercado: organizadores, forne‑cedores, marcas, instituições públicas. É evidente que os tempos são muito exigentes, talvez como nunca foram antes, mas isso é mais uma razão para nos unirmos, partilharmos conheci‑mentos, experiências, visões. E isso é

o que não falta neste número, com um conjunto de articulistas mais alargado até do que o habitual.Trazemos‑lhe uma surpresa, para melhor explicar um conceito de que temos vindo a falar aqui na revista: realidade aumentada. Vai por isso encontrar dois artigos em que, graças ao marker que está lá impresso, um quadrado com um código que é reco‑nhecido por um software específico, apontando‑o para uma webcam, vai poder ver, em frente ao seu compu‑tador, conteúdos virtuais que prepa‑rámos para o efeito. Num caso são eventos distinguidos nos European Best Event Awards (EuBEA), no outro é uma apresentação da Nixfuste, empresa que preparou connosco estes conteúdos em realidade aumentada.Depois de termos sido a primeira revista em Portugal a ostentar o selo Carbono Zero®, pela compensação das nossas emissões de carbono, é a vez do site www.festaseeeventos.net, depois de ter sido renovado, ter também esse selo. Este pioneirismo é assumido com convicção, representando um compromisso com toda a comunidade. E continuaremos a falar destes temas da sustentabilidade, que nos parecem vitais.

Boa leitura, e até breve.

Page 5: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

5

www.festaseeventos.net

ÍNDICE

18 30 106

ColunistasÉ o tempo das Marcas que acontecem e fazem acontecer, por Carlos LizEspaço APECATENotíciasGrande entrevista: Carlos CoelhoA energia dos eventos EDP, por Carlos Campos CostaDossiê temático: CriseA crise e a raiva..., por José Eduardo Garcia e Luís RasquilhaEuBEA premeiam eventos não convencionaisKit de sobrevivência, por Diogo AssisDesafio para novas oportunidades, por Paula RibeiroSalão das viagens de negócioA cor na organização de eventos, por Sara NobreCongresso APECATEResolução de ano novo, por Gonçalo Garcia4th Generation Cities – Living the Cities, por Nuno GustavoMarca Portugal: que modelo de promoção?, por Pedro CardosoExpoeventos: novo formato e também para o grande públicoEventos: serviços ou experiências?, por Pedro FigueiredoGala dos EventosOlhar a EIBTMRelatório das tendências da indústria IMEXCriatividade e planeamento garantem competitividade, por Raquel RebeloFormação: Instituto Novas ProfissõesSustentabilidadeConsultório de protocoloÀ mesa com... ChakallMotivação & trabalho em equipa, por Maria João GomesAplicações para eventos nos smartphones ou tablets.Reportagem: realidade aumentadaHotelaria: The YeatmanDestino: BragaEmpresasDirectório

68

1112182630444852565960646872767882858687889093949698

100104106110112

120123

Page 6: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

6

Carlos Liz Trabalha em estudos de mercado e opinião há mais de 30 anos. Em 1989 funda a empresa APEME (hoje IPSOS APEME)

de que continua a ser sócio‑gerente. Estudou Filosofia e tem coordenado múltiplos projectos de investigação em

áreas como Estilos de Vida, Felicidade, Tendências e Valores das Novas Gerações, para além dos mercados de grande

consumo. No âmbito do turismo dirigiu trabalhos para a Expo’98, Porto 2001 e Euro 2004.

Diogo AssisFormado em Gestão Hoteleira e Turismo, trabalhou no departamento comercial e de marketing de algumas das princi‑

pais cadeias hoteleiras do país, assim como no Intercontinental Hyde Park, em Londres. Em Novembro de 2002 decidiu

lançar‑se numa nova experiência e co‑fundar a TLC. O objectivo era o de tornar esta empresa o DMC líder em Portugal.

Gonçalo GarciaEnquanto consultor da ILM, tem assumido diversos papéis no âmbito da organização, planeamento, coordenação e execução de

análises de mercado e viabilidade económica e financeira de projectos turísticos. Tem igualmente desempenhado funções ao nível

da estruturação de negócios turísticos para investidores privados, bancos, fundos de investimento e promotores imobiliários.

Participou ainda em processos de negociação com operadores hoteleiros.

José Eduardo GarciaÉ desde Junho de 2009 Associate partner na Ayr Consulting, empresa da Science of the Time especializada na aplicação

de tendências do consumidor à inovação. É um apaixonado pelo marketing e a publicidade. Tem estado envolvido nestas

áreas em diversos países – no seu Brasil natal, Reino Unido, Espanha, Portugal e, ainda, na Ásia Central (Cazaquistão,

Uzbequistão, Tajiquistão, Kirguistão e Turcomenistão), sempre na área de estratégia e serviço a clientes.

Luís RasquilhaManaging partner/senior vice president da Ayr Consulting, empresa da Science of the Time, assessor da Administração

da Multipublicações, administrador da United Media. Professor convidado em diversas escolas de Executivos, empresas

de formação e universidades em Portugal, Brasil, Bélgica e França. Formação em Empreendedorismo e Gestão da

Inovação, Gestão, Marketing e Comunicação.

Maria João GomesResponsável pela Umanism ativism. Foi consultora do Hay Group, tendo‑se especializado em Inteligência Emocional,

Leadership Performance e desenvolvimento e coaching de equipas de alto rendimento. Coordenou diversos projectos

de mudança organizacional e de desenvolvimento de competências de trabalho em equipa e liderança. Assinou vários

artigos de opinião sobre estas temáticas para publicações como o Diário Económico e o Jornal de Negócios.

Nuno GustavoÉ professor‑adjunto da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), Membro da Comissão Coordenadora

do Mestrado em Turismo – coordenador operacional do Mestrado em Gestão de Eventos, docente de várias disciplinas no

domínio da gestão turística e de eventos. Do curriculum académico destaque para o Mestrado em Lazer e Desenvolvimento

Local, pela Universidade de Coimbra.

COLUNISTAS

Page 7: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

7

www.festaseeventos.net

Paula Ribeiro Conta com uma vasta experiência no sector da comunicação. Mentora e fundadora da bloom up lda., é a directora‑geral

desta agência de comunicação integrada, uma empresa que se destaca pelo empreendedorismo, criatividade e inovação,

valores institucionais que também descrevem a sua personalidade. Com formação em gestão de marketing pelo IPAM de

Lisboa, detém ainda uma pós‑graduação em Product Management na Indústria Farmacêutica pelo ISCTE.

Paulo Campos CostaLicenciado em Direito, pós‑graduado em Propriedade Intelectual e Direitos de Autor pela Universidade de Lisboa. Em 1988

começa a trabalhar na RTP como jornalista. Em 2002 integra os quadros da Galp onde é responsável pela comunicação com

os media. Em 2004 integra a Comunicação Corporativa da PT. Foi adjunto de imprensa do ministro das Obras Públicas,

Transportes e Comunicação. Em 2006 ingressa na EDP onde é actualmente Director de Marca e Comunicação do Grupo.

Pedro CardosoFormado em Gestão Hoteleira, foi director de Front‑Office / Alojamento na abertura do ex‑Sheraton Porto em 1986 e

director de Marketing e Vendas até 1995. Quadro co‑fundador e director‑executivo da Sugestões&Opções e do Grupo

QRM, de 2002 a 2008. Fundador, em 2002, administrador e principal accionista da The House of Events. Consultor de

Hotelaria e Turismo, e ex‑docente na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto.

Pedro FigueiredoDocente na Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, onde coordena a Pós‑Graduação em Design de Eventos e a

Pós‑Graduação em Design Management. As suas áreas de docência são a Gestão do Design, o Marketing, a Comunicação de

Marketing, o Branding, o Visual Merchandising e os Eventos. É mestre em Comunicação e Imagem (IADE), efectuou a Formação de

Executivos em Comunicação e Eventos (INP) e é actualmente doutorando em Ciências Empresariais – Marketing e Estratégia (FEP).

Raquel RebeloGestora da Unidade de Congressos e directora comercial do Grupo IFE, tem mais de 10 anos de experiência na organização

e promoção de eventos profissionais, tendo sido responsável pelo desenvolvimento deste negócio dentro da empresa.

Sara NobreLicenciada em Relações Públicas e Publicidade, foi gestora de marketing e campanhas na Microsoft Portugal. Formadora

em cursos de organização de eventos e protocolo, é actualmente Directora de Eventos da consultora de comunicação

Grupo Inforpress. Foi responsável de operações do projecto Eleições para o Parlamento Europeu, em 2009, e diversos

eventos para a Comissão Europeia (European Development Days, Diversity Days e Biodiversity Flashmob).

Page 8: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

8 OPINIÃO

Carlos LizPartner da IPSOS APEMED

Page 9: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

9

www.festaseeventos.net

É O TEMPO DAS MARCAS QUE ACONTECEM E FAZEM ACONTECERConsumidores e fornecedores estão de acordo: há demasiadas coisas a acontecer na vida, no mundo, para que as Marcas fiquem na mesma. Ninguém aceita uma Marca distraída, que não percebe o que está a acontecer, que assobia para o lado. Não há lugar para as marcas – papagaio, encantadas com o seu próprio discurso que o repetem incessantemente, fazendo mais do mesmo. Não há atenção disponível para Marcas cheias da sua história, que não conseguem ou não querem ter em conta os seus contemporâneos, impondo-lhes a sua antes gloriosa narrativa.

Page 10: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

10

Em 2011 já não precisamos de enumerar os factores que compõem o Novo ‑ eles simplesmente impõem‑se na vida de cada um. Crises e recessões ajudam a tornar mais claro os limites dos anteriores modelos e o impera‑tivo da sua reformulação ou, mesmo, substituição. Para as Marcas há uma inesperada tarefa na agenda: terem a humildade de voltar a apresentar‑se aos consumidores, refazer gentilmente a sua proposta de valor e comunicá‑la, como se fosse a primeira vez.

Que tens para me dizer? Pergunta o consumidor. Que benefícios me trazes? Como me podes ser útil? Como sei que ficas comigo, que não desapareces? Quanto queres que te pague e em que condições? Como sei que não pensas só em ti?Talvez se pense que são perguntas por de mais respondidas, que não é preciso voltar a formulá‑las… mas talvez seja melhor fazer o exercício, não vá o mundo estar mesmo muito mais dife‑rente do que imaginamos! O conceito de Marca, convém lembrar, nunca foi tão importante como nestes tempos. É que a complexidade, a sociedade em rede e as suas consti‑tutivas turbulências revelam‑se de muito difícil navegação, criando novas

opacidades, apesar (ou talvez por causa disso mesmo) da fluente informação disponível. Nunca como agora se precisou de clarificação, de referentes visíveis e de imediata identificação, de concentrados de sentido com possi‑bilidades de os distinguirmos. Os processos de decisão precisam vital‑mente de Símbolos de Alta Definição, bem identificados e localizáveis.Conhecemos bem qual a palavra que corresponde a todo este conjunto de atributos: Marca. E Marcas a sério precisam‑se! Os últimos anos mostram, aliás, uma curiosa “contra‑dição” no grande consumo: grande crescimento das marcas de distribuição e, ao mesmo tempo, uma crescente saudade das grandes marcas, das que cresceram connosco e com quem tantas histórias foram vividas.Estamos no tempo das Marcas que cumpram a sua missão de nos inspirar como consumidores, pessoas, cida‑dãos, que nos permitem perceber esse bem único que é podermos diferenciar‑‑nos uns dos outros, sermos únicos, também porque podemos escolher entre várias opções. No tempo das Marcas que criam Valor, que trazem consigo mais do que o grau zero da sua funcionalidade, que respondem a problemas que nós ainda nem sequer tínhamos colocado. Mas que são reais e, desse modo, nos dão a mão para seguirmos mais confiantes para todos os futuros. No tempo das Marcas que se expõem aos olhos de todos e que com todos, publicamente, assumem compromissos de crescimento daquilo que é, afinal, o nosso habitat natural, pleno: a sociedade (e não o mercado, como por vezes, tantas vezes, pensamos que é…).Mas, se há um novo “caderno de encargos” para a Marca e se ele não decorre de ganhos incrementais, antes se configura como salto quali‑tativo na sua Missão, recriando‑‑se como Sistema de Navegação na Complexidade, como Suporte

Qualificado para o nosso próprio processo de Identidade, como pessoas, então algo tem que ser pensado na Comunicação da Marca.O novo quadro de acção da Marca exige que ela aconteça e faça acontecer, isto é que o centro da sua comunicação, da sua manifestação e evidência se desloque dos ecrãs para o território físico onde habitam os seus consumi‑dores e concidadãos. Que a marca se consiga libertar de uma certa e antiga dependência dos ambientes bacteriolo‑gicamente puros dos ecrãs e se exponha à vida real, com todas as imperfeições e riscos que tal movimento comporte.Na agenda das grandes marcas terá que estar, provavelmente, o propó‑sito de se tornar numa promotora de territórios de encontro dos seus consumidores, concebendo, imple‑mentando e desenvolvendo espaços físicos e virtuais (é preciso sublinhar esta nova realidade mista, indissociável de matéria e digital?) que permitam o reforço dos processos identitários de quem se alinha pelos valores de uma dada Marca. De facto, essa tão humana necessi‑dade de se sentir único, diferente dos outros, está cada vez mais ligada com a ideia de que se ganha identidade forte no contexto de grupo, de comu‑nidade alargada. A identidade pessoal faz‑se com pessoas de carne e osso e não tanto, não só, com personagens modelo de campanhas sedutoras, nem mesmo com pessoas de carne e osso mas que só estão nos ecrãs.A Marca que cria situações para estarmos juntos, que desenha conte‑údos que nos atraem e, sobretudo, nos permitem revelarmo‑nos a nós próprios e aos outros, a Marca anfi‑triã que sabe acolher – tudo isto são traços de um programa de recriação do conceito de Marca, mais necessário do que nunca. E, verdade seja dita, mais exequível do que nunca.

OPINIÃO . É o tempo das Marcas que acontecem e fazem acontecer, por Carlos Liz

Page 11: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

11

www.festaseeventos.net

CARTAS DE QUALIDADE PARA O SECTOR

ESPAÇO APECATE . Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos

A Atlântico, S.A., empresa gestora do Pavilhão Atlântico e associada da APECATE - Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos, foi convidada por esta entidade a integrar o Grupo de Trabalho da Qualidade e Boas Práticas.

Actualmente está a ser estruturada e definida uma série de procedimentos, nomeadamente ao nível da actividade de gestão, operacional e de suporte, que posteriormente farão parte inte‑grante das Cartas da Qualidade.

Ao longo deste processo, constituído por várias etapas, foram desenvolvidas diversas acções, nomeadamente:. Definição das várias áreas de acti‑vidade, assente na caracterização das mesmas (estratégia de negócio e actividade de suporte, entre outras), na identificação das principais tipologias de eventos e principais valores perse‑guidos por cada um dos sectores;

. Desenvolvimento / criação da Missão do Associado;

. Definição de uma Política da Qualidade única para todos os sectores, com o grande enfoque no cliente, e pensada por forma a identificar e a

definir os principais meios de monito‑rização e de acompanhamento de toda a actividade, respectivos indicadores e circuito de comunicação.O desenvolvimento das Cartas da Qualidade, assente na melhoria contínua, possibilita a criação de uma ferramenta viva e em permanente evolução. A base inicial será divulgada e comunicada pela APECATE, podendo, com o evoluir do tempo, ser adaptada e beneficiada mediante sugestões dos associados.

Após a conclusão das primeiras Cartas da Qualidade, será entregue a todos os associados um dossiê com linhas orientadoras que promovam: . A melhoria ao nível da comunicação interna e externa do sector;

. A uniformização da actividade nas áreas identificadas essencialmente como de suporte, de forma a optimizar os processos e acelerar o tempo de execução dos mesmos;

. O aumento do histórico e consequente rastreabilidade da actividade, de forma a melhorar a eficiência do negócio;

. A análise e a interpretação dos princi‑pais indicadores da actividade;

. A perseguição da permanente satis‑fação dos clientes, através da definição de metas a alcançar.

Isa Dias . Pavilhão Atlântico

A constituição deste grupo de trabalho teve como principal objectivo o desen‑volvimento das Cartas da Qualidade para o sector.Este processo, que se acredita ser benéfico para todos os associados, na medida em que dará origem à elabo‑ração de um Dossiê da Qualidade, elevará a qualidade do sector e conse‑quentemente será uma ferramenta que servirá de auxílio no processo de profissionalização da actividade.As Cartas da Qualidade definem e apresentam rotinas, procedimentos e principais requisitos de um modelo de gestão, organizado e simples, servindo para melhorar a eficiência e eficácia dos negócios e, principalmente, para consolidar a satisfação de todos os que desempenham um trabalho importante neste sector. A documentação está a ser realizada com base nos principais requisitos normativos europeus associados aos sistemas de gestão e estará dotada, do que se entende serem as best practices de qualquer organização independen‑temente do sector de actividade.O processo de elaboração deste manual tem passado por várias etapas, que têm permitido conhecer e caracterizar melhor os vários sectores, conse‑guindo, desta forma, a elaboração de um documento mais dirigido, revisto e reconhecido por todos.

Page 12: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

12

PRESTÍGIO: NOVA IMAGEM E REPOSICIONAMENTO

No mercado há quase duas décadas, a Prestígio decidiu, no final de 2010, mudar a sua imagem e assumir-se, de forma clara, como uma agência de comunicação com enfoque nos eventos corporativos, de há alguns anos para cá o core business da empresa. Fomos conversar com Pedro Santos Costa, director deste projecto, para perceber o porquê desta mudança, e saber as expectativas da Prestígio para este ano.

NOTÍCIAS

Quais as motivações que estiveram na base desta mudança de imagem?Parece‑me natural e necessário o exercício de reflexão sobre a Prestígio. Sobre o que esta representa, as suas materializações, a sua origem e o que poderá desenvolver e alcançar. Passaram 18 anos... Sendo natural, é também difícil, pois a natureza compacta da Prestígio implica uma afectação intensa e pouco dada ao recuo e à maturação que este tipo de exercício exige. A mudança de imagem resulta de uma afinação de posicionamento mas é, sobretudo, uma clarificação. A Prestígio for Brands é uma agência de comunicação que elege os eventos como plataforma maior, de encontro e de relação entre marcas e públicos.

Qual o conceito da nova imagem?No centro estão de facto as marcas e os seus responsáveis, ou seja, os homens e mulheres que modelam o carácter, a amplitude, o espectro relacional e a vida das marcas. Estes são os nossos interlocutores privilegiados, num entendimento que pretendemos fluído e mutuamente participado. Até aqui nada de novo. A imagem que desenvol‑vemos, e que apresentámos em registo de partilha na “Party at the Office” [n.d.r. evento realizado nas instala‑ções da Prestígio para apresentação da nova imagem] aos nossos amigos, clientes e parceiros, assume e reforça essa missão: somos uma agência que associa ao pensamento estratégico, conceptual e criativo a mecânica oleada e experiente da produção e logística, garantindo rigor.

Porquê mudar agora?Acredito que uma conjuntura menos favorável também é geradora de opor‑tunidades. A mudança de imagem

corresponde a uma vontade antiga. Era evidente o desajustamento reflectido no logótipo anterior: em vez de um activo lidávamos com um factor de inibição, precisamente pelo facto deste não ser capaz de traduzir a Prestígio de hoje. A nova imagem, bem como todo o trabalho desenvolvido e a implementação ao

nível dos materiais de comunicação, garantem, parece‑me, uma percepção ajustada, sendo esta fundamental para o trabalho de prospecção e cresci‑mento junto dos nossos públicos‑alvo. Sendo esse esforço incontornável em qualquer momento ou conjuntura,

Page 13: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

13

www.festaseeventos.net

será particularmente pertinente que o façamos agora, procurando não só a manutenção, mas também o crescimento do negócio.

Esta mudança corresponde a um reposicionamento da empresa?Diria antes uma afinação de posicio‑namento. Actuamos num mercado maduro, pelo que as definições e os rótulos são cada vez mais precisos e sofisticados. É sabido que a Prestígio iniciou a sua actividade no segmento de Hostess&Drivers. O acto da fundação continuou durante muito tempo a ditar percepções, mesmo quando o core business transitou demonstrada‑mente para os eventos corporativos. Ainda hoje, a ideia subsiste. Sendo

O compromisso de exigente e evolu‑tiva qualidade das propostas, em termos criativos, na disponibilidade de soluções e na optimização de recursos cruza‑se com o objectivo de diversifi‑cação de clientes da agência. Mediante desenvolvimento de projectos próprios, capazes de alavancar new business, pretende‑se uma variedade sinónima de menor dependência do mercado automóvel. Garantir e consolidar a multidisciplinaridade da equipa Prestígio potenciará também a diver‑sidade do negócio. O ano de 2011 irá direccionar a excelência dos seus projectos numa maior diversificação de marcas, eventos e valências.

Cláudia Coutinho de Sousa

certo ser essa uma das nossas áreas de negócio (fornecimento de hospe‑deiras, promotores e motoristas, bem como serviços associados), na qual reside um activo de experiência e conhecimento enormes, a activi‑dade predominante da agência resulta do entendimento do evento como conceito e não como fórmula. Para a Prestígio, este conceito traduz‑se como plataforma de encontro entre marcas e públicos, sendo um meio sólido e tangível ao serviço das marcas e dos seus shareholders.

Quais os objectivos da Prestígio para 2011?A Prestígio assume um forte compro‑misso para 2011, colocando‑se desafios a vários níveis.

PUB

Page 14: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

14

Page 15: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

15

www.festaseeventos.net

NOTÍCIAS

MY.SENSYS APOSTA

NOS EVENTOS

SENSORIAIS

A palavra de ordem nos dias que correm é Experiência. As marcas procuram através das experiências reforçar vínculos com os consumi-dores. A relação é cada vez mais emocional. E os eventos chegaram a tal nível de sofisticação que cada detalhe assume também grande importância. Neste contexto, fomos conhecer o projecto da My.Sensys, uma agência de branding sensorial, criada há cerca de dois anos, e que alargou recentemente a sua actividade aos eventos.

Clarinda de Sousa Rodrigues, directora da empresa, refere que esta aposta no sector dos eventos sensoriais deveu‑se, “por um lado, ao facto de sentirmos que era necessário diversificar a oferta que se encontrava bastante padroni‑zada, e por outro lado, porque acre‑ditamos que devemos conferir aos eventos a sua verdadeira essência: apelo ao imaginário, descoberta de novas sensações, interacção, diverti‑mento, experimentação..., entre muitas outras emoções”. Os eventos são um espaço ideal para estabelecer relação emocional com as marcas e destas comunicarem com o seu target de forma diferenciadora, comenta a responsável, porque “nos eventos os participantes estão mais receptivos a interagir com as marcas de uma forma mais envolvente e individu‑alizada”. É esta dimensão da dife‑renciação que a My.Sensys pretende assegurar. “Nos eventos sensoriais apostamos no inesperado, na desco‑berta, na interacção, no divertimento, no bem‑estar, enfim, em tudo o que

é alternativo. É este poder de surpre‑ender, reinventando um cocktail, um espectáculo, uma forma convencional de apresentar um produto... que determinará o sucesso de um evento sensorial. Tudo se transforma, para apelar aos sentidos dos convidados, com o objectivo principal de lhes proporcionar uma experiência única, que possam recordar e comentar positivamente.”A empresa trabalha directamente com o cliente final, mas também em parceria com outras agências, “em áreas específicas como as tecnolo‑gias interactivas, por exemplo”. A My.Sensys dispõe, segundo Clarinda de Sousa Rodrigues, “das mais recentes novidades tecnológicas aplicadas aos eventos: tecnologias aromáticas, audiovisuais, digital signage, 3D mapping e interactivas”. A My.Sensis disponibiliza as seguintes soluções: uma personalizada, em que o cliente passa um briefing especí‑fico daquilo que pretende, ou através da escolha de um ou vários packs

sensoriais já formatados e que pode conhecer no site www.mysensys.com. De referir que a empresa fornece um serviço completo, desde decoração, passando pelo catering, entreteni‑mento, a aluguer de espaço, a que juntam “criatividade, tecnologias e soluções sensoriais que estão na base da diferenciação do nosso conceito e que resultam da nossa especialização nesta área”, explica a responsável. E é possível trabalhar todo o tipo de eventos? “Qualquer evento pode ser sensorial, desde o lançamento de um novo produto, a uma convenção ou até mesmo actividades de team building”, realça Clarinda de Sousa Rodrigues que dá conta de que a fonte de inspiração da My.Sensys “importa muitos conceitos da arte, da música, do cinema, do design, da moda .... e, obviamente, o cruzamento da criatividade com o marketing sensorial será determi‑nante para a criação de experiências multisensoriais”.

Cláudia Coutinho de Sousa

Page 16: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

16 NOTÍCIAS

AQUAMEETING

COM OBJECTIVO

DE POSICIONAR O

DESTINO

A terceira edição do Aquameeting vai reunir no Porto aqueles que são os actores principais do sector do Turismo de Saúde e Bem‑Estar. O evento, que pretende ajudar a posi‑cionar o país como um destino de wellness, tem um raio de acção amplo, contando com expositores e visitantes da região da Galiza. No Aquameeting pode encontrar novidades, serviços e produtos deste mercado em forte crescimento, bem como desfrutar das experiências disponíveis no recinto da feira. Além do espaço expositivo, o evento conta com várias iniciativas paralelas. A saber: Aqua Meaning,

espólio termal, exposições e maquetas de novos projectos; Aqua Playing, onde pode encontrar as novidades quanto ao termalismo infantil; Aqua Drinking, um bar de águas; Aqua Reading, feira do livro da saúde e bem‑‑estar; Aqua Party, festa dedicada a celebrar os benefícios da água; Aqua Fashion, iniciativa de moda inspirada na água; Aqua Health, onde se vão realizar diferentes tipos de rastreios; Aqua Yoga, com workshops de yoga; e o Aqua Tea, espaço de degus‑tação de diferentes chás orientais. O Aquameeting é da responsabilidade da Alfândega do Porto e do Turismo

do Porto e Norte de Portugal, e conta com o apoio da Câmara Municipal do Porto, Porto Lazer, Turismo de Portugal, Porto Convention Bureau e CCDR N – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. De referir ainda que em termos de responsabilidade social, o evento vai doar parte das receitas das actividades Aqua Fashion e Aqua Party ao Instituto Português de Oncologia – Clínica Pediátrica. O Aquameeting realiza‑se de 13 a 15 de Maio, na Alfândega do Porto.

Mais informações em:www.aquameeting.com.

CEO DA NEWEVENTS DISTINGUIDO

INTERNACIONALMENTE

a IAEE somos, desde 2008, co‑organi‑zadores do programa CEM em Portugal e Espanha, tendo já reconhecido com a qualificação CEM cerca de 15 profis‑sionais em ambos os países”, sendo que, actualmente, estão a realizar o programa outros dez. Foi este trabalho de implementação do CEM, entre outros motivos, que levou a associação, que reúne mais de 3.500 profissionais da área, a entregar o Chairman’s Award a António Brito, o primeiro europeu a receber o galardão. A NewEvents é uma empresa de consultoria e organização de feiras e eventos. António Brito tem 50 anos,

A IAEE – International Association of Exhibition’s & Events entregou durante o seu principal evento, a EXPO! EXPO!, o prémio 2010 Chairman’s Award a António Brito, director da NewEvents e principal impulsionador do programa CEM (Certification in Exhibition Management) em Portugal. Este é um programa educacional dirigido a organizadores de feiras e eventos, que permite obter conhecimentos sobre estas áreas. O CEM permite “obter a única certificação em Exhibition Management reconhecida em todo o mundo”, explica António Brito à Festas&Eventos. “Em colaboração com

e iniciou a sua actividade na indús‑tria de feiras e eventos há mais de 20 , tendo sido director de mais de 50 feiras e conferências, das quais de destacam a Exponoivos e a Confexpo. O prémio foi entregue em Nova Orleães a 7 de Dezembro.

Page 17: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

17

www.festaseeventos.net

Page 18: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

18 GRANDE ENTREVISTA

Carlos CoelhoPresidente da Ivity Brand Corp

© António Camilo . Minifoto

Page 19: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

19

www.festaseeventos.net

UMA MARCA É UM ESPAÇO DE SEDUÇÃOCarlos Coelho, presidente da Ivity Brand Corp, é uma das referências nacionais no domínio da gestão de marcas. É autor do livro “Portugal Genial” e conferencista nos mais diversos países. O encontro com o especialista em marketing aconteceu no Empty Room da Ivity, espaço que já recebeu alguns eventos e que neste momento está ocupado pela “Cidade das Marcas”. Foi nesta “cidade” que se falou das marcas, da imagem do país, de crise e dos eventos. Começamos justamente por uma pergunta que pode ser óbvia, mas o que é isto de uma marca?Ao longo dos tempos tentei encon‑trar uma série de definições simples para se entender o que é uma marca. Posto de várias maneiras: para mim a marca é um ser vivo que existe no mundo das marcas. É o sonho de um homem perpetuado na economia. E é o tangebilizador de uma relação entre o dono de uma marca, uma indústria, um serviço, um produto, com o consu‑midor. E portanto é talvez a ponte que se estabelece entre quem pretende oferecer alguma funcionalidade, e as funcionalidades podem ser diversas,

e alguém que a pretende consumir. Nesse sentido comparo uma marca a uma relação amorosa. Uma marca é o espaço que existe de sedução, de relação, de fidelização.

E qual é o valor supremo nessa relação? A fidelidade?Não, acho que é a sedução. A fidelidade é a consequência de um acto perma‑nente de sedução. Meio a brincar, meio a sério, quando me pedem bibliografia acerca das marcas, um dos livros que aconselho a comprar é “As Mil e Uma Noites”. É a história de um rei que tinha muitas raparigas, dormia todas as noites com uma, e depois matava‑as.

Até que chegou a vez da Sherazade, que naturalmente não queria ser morta. Basicamente, ela começou a contar uma história muito sedutora, que não terminava, e continuava no dia seguinte. E assim foi durante mil e uma noites, até que o rei a libertou. No fundo isto configura a relação de uma marca com o consumidor, não é tanto a fidelidade e a relação duradoura, mas a relação de sedução duradoura. Uma marca precisa todos os dias de encontrar uma forma de garantir a plena satisfação do consu‑midor, que naturalmente será assediado por outras marcas.

Page 20: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

20

Que desafios coloca este contexto actual em termos de crise económica, finan-ceira, de auto-estima, quando se trata de gerir uma marca? É mais difícil gerir uma marca em tempos de crise?É, e não apenas pela questão econó‑mica. É natural que em alturas de expansão da economia seja fácil qual‑quer historieta de sedução. Quando as economias se retraem, aquilo que é necessário é voltar a olhar para as marcas e entender que, afinal de contas, elas não são meras ofertas funcionais. A maioria das pessoas olham para a crise e dizem: “bom, as marcas agora têm que minimizar a oferta, o preço, quase tudo, e assim responder às necessidades de um mercado que, por si, se está a mini‑mizar”. Acho que essa é uma falsa visão ou, pelo menos, incompleta. A crise traz uma série de outros aspectos da sociedade: instabilidade, insegu‑rança, entre outros, o que faz com que as dimensões funcionais, para lá da qualidade intrínseca dos produtos e dos preços, e que são elas a dimensão estética, a emocional e a social, sejam nesta altura ainda mais importantes do que outras. O que faz com que o trabalho de gestão de uma marca seja, não diria mais complexo, mas mais completo. Já não basta ser competitivo em termos de preço, de qualidade do produto, de distribuição ou de packa-ging. É preciso estabelecer mais do que planos de marketing, planos de sedução. É preciso ter qualquer coisa do ponto de vista estético que possa relacionar‑se com os consumidores e explicar ao mundo o que é que uma marca, do ponto de vista social, tem para entregar à sociedade. Cada vez mais esse quadrante, que há dez anos era desprezível, é absolutamente vital.

Portugal: país extraordinário para eventosEm relação à questão da imagem do próprio país, é possível trabalhar marcas portuguesas sem tocar na questão da marca Portugal? A imagem do país pode constituir um obstáculo?Temos que pôr alguns pontos nessa relação. Um país não tem uma imagem no sentido comercial do termo, não é manipulável. Nas marcas comerciais alteramos, descontinuamos, trocamos de acordo com os mercados a que nos dirigimos, ou com as tendências do consumo. As marcas dos países são agregadoras. Portugal tem quase 900 anos, uma história, uma cultura, uma geografia, que não se manipulam por uma simples intenção de marketing ou

por alguma conveniência específica de alguma indústria. Isto significa que a nossa herança de imagem favorecerá alguns produtos e prejudicará outros. É um óptimo país para vender turismo e vinhos e é muito mau para vender tecnologia de ponta. Não quer dizer que não possamos ter óptimas empresas nessa área. É um exercício inocente pensar que se vai alterar a imagem do país para conseguir ajudar essas empresas. E é uma falsa questão aquilo que os países aportam às marcas. É claro que todos gostaríamos que Portugal tivesse uma imagem extraordinária que pudesse acrescentar valor a todos os produtos. Acho que devemos trabalhar individualmente cada um deles, utili‑zando se calhar algumas imagens muito consensuais, embora não querendo entrar em lugares comuns, como o Cristiano Ronaldo ou o José Mourinho.

GRANDE ENTREVISTA . Carlos Coelho

© António Camilo . Minifoto

Page 21: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

21

www.festaseeventos.net

Muitas vezes a imagem que as pessoas têm lá fora do país continua demasiado atrasada. É possível inverter isso?Sou mais apologista, e tenho algumas coisas escritas sobre isso, de separar o que são as marcas comerciais do que são as marcas agregadoras dos países. E desenvolvi uma teoria que se chama “Dance Floor Marketing”, e que passa exactamente por deixar que as forças naturais do país, aquelas que são as suas características endógenas, os factores distintivos ao nível das manifestações nacionais, ou seja, aquilo que é o patri‑mónio de todos, e aquilo que são as suas manifestações privadas, das empresas actuem. É do conjunto dessas manifes‑tações, como se de um dance floor se tratasse, sem nenhuma organização, completamente caótico, deixando que cada uma das áreas se desenvolva, de acordo com o seu percurso natural, que naturalmente o país encontrará a sua verdadeira imagem. A tentativa de orga‑nização de uma imagem para o país, não sei o que é isso. Qual imagem, para favorecer quem?

Que papel atribui aos eventos na cons-trução de uma marca?Que papel é que podem ter os eventos na própria imagem do país? Portugal é um país extraordinário, mais uma vez tirando partido da sua história, cultura, geografia e de uma série de infra‑estru‑turas que entretanto foram criadas, mas que não são extraordinárias quando comparadas com a China, ou outros sítios. Temos um conjunto de quali‑dades naturais: simpatia, hospitalidade, coesão social, segurança, equidistância. Insiste‑se em dizer que estamos no rabo da Europa, então por que não estamos na proa da Europa? E nessa medida os eventos em Portugal podem ajudar. Temos bom tempo, gastronomia, boa capacidade de organização... É uma óptima forma de trazer para o presente uma imagem mais real do que o país é. Acho que nesse sentido os eventos são muito importantes.

E em relação às empresas?Se considerarmos que as marcas são seres vivos, relações, permanentes lugares de sedução, os eventos são uma forma de reunião desses átomos ao vivo, conseguindo de alguma forma agregar em espaços, momentos, experiências, um conjunto de pessoas reunidas à volta de ideias, com um ambiente cenográfico específico, que as faz viver, num determinado momento, um instante da marca. Usam‑se agora muito expressões como activação de marca, o que me faz um bocadinho de confusão. Activar a marca como se a marca estivesse desactivada, e diz‑se que os eventos activam as marcas. Enfim...Vendo pela perspec‑tiva positiva isso é como a criação de momentos mais íntimos, que apesar de serem mais colectivos são mais íntimos. Os eventos actuam como momentos de intimidade de elevada eficácia na consolidação das relações de uma marca com os stakehol-ders. Uma marca é o único factor de organização que pode activar de uma forma significativa dois aspectos: ou aumentar as vendas ou aumentar as

margens. Além deste aspecto, o factor marca é aquele que consegue agregar outro tipo de valências consideradas subjectivas‑, consideradas porque acho que não são‑, e que são as relações das pessoas com as coisas. Criam sentido de pertença, de organização, de grupo, são um factor de unificação perante um objectivo ou alguma coisa em que acre‑ditam. Nessa medida as marcas, para além de serem motores da economia, são agregadoras da sociedade. E por isso os eventos acabam por ser momentos de reunião, de manifestação colectiva e íntima desse tipo de crenças.

Crise é uma fantástica oportunidadeAs marcas podem aumentar a auto-estima, justamente por criarem uma sensação de pertença a determi-nadas comunidades?Naturalmente. Perante a insegurança do futuro procuramos a segurança de alguma coisa. As marcas ocuparam, de alguma forma, um lugar que conforta os consumidores. Os quadrantes mais fortes das marcas são aqueles que oferecem compensações de natureza não física, que oferecem bem‑estar. As pessoas quando estão a fazer um acto de consumo estão, na maioria dos casos, a fazê‑lo porque precisam de alguma coisa, mas que na maioria dos casos também não corresponde a uma necessidade funcional na perspec‑tiva racional do termo. Porque é uma mentira, do meu ponto de vista, que se instalou no século passado, que o homem é um ser absolutamente racional e que as decisões são todas baseadas na nossa máquina de calcular mental. Aquilo que as marcas têm para oferecer aos consumidores é, no fundo, a satisfação das suas necessidades que, sendo funcionais, não são materiais. A moda começou por ser uma indústria mais ou menos funcional, dizia‑se:

© António Camilo . Minifoto

Page 22: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

22

“It’s about if it fits you”, evoluiu para algo menos funcional, “it’s about how it fits you” para neste momento ser “it’s about how it feels to you”. Essa funcionalidade, objectiva, não é a principal razão de compra. O principal é como é que nos sentimos com aquilo que compramos. A falta de enten‑dimento disso pode levar à falência de uma marca. Em tempos de insta‑bilidade é necessário que as pessoas procurem em tudo o que as rodeia, ainda que muitas vezes de uma forma precária e muito superficial, a esta‑bilidade que não encontram noutros aspectos da sociedade. As marcas aí têm o seu papel a cumprir e um espaço para aproveitar.

A crise pode ser também uma oportunidade... É uma fantástica oportunidade para o país acabar com a subsidiação do insu‑cesso. Aquilo que acho que a crise traz é uma obrigação absoluta de separar aquilo que é bom do que não é. E obrigar

a que haja uma regeneração mais rápida da sociedade, abrindo espaços para as pessoas que têm talento, vontade e possibilidade. E que não se mantenha um caminho que todos sabemos que não está certo, mas que ninguém tem coragem de alterar. É uma pena se Portugal não aproveitar a crise. Há um falso sentido de progresso e custa‑me ver pessoas novas a pensarem emigrar. E parece que está tudo bem. A crise é o lugar de oportunidades e um terreno de morte para muitas empresas, um terreno muito desagradável para as pessoas que não queiram trabalhar ou não tenham talento. Mas a única forma de desenvolver o país é torná‑lo mais competitivo, e para isso não precisa de ser menos solidário ou abandonarmos quem não pode. Não tem a ver com isso. Tem a ver com dar mais espaço para as pessoas mais novas. Alguém que sai hoje de uma universidade não tem espaço para fazer nada. A crise é uma oportunidade para destruir uma série de dogmas, de princípios.

Olhando para o mundo como um todo, percebe-se que há zonas que estão mais vitalizadas, outras se calhar mais esgotadas. Isto é um desafio acrescido?É tudo psicológico. No outro dia li um artigo extraordinário sobre a redistri‑buição da esperança, do optimismo, a transferência do optimismo da Europa, que está triste e moribunda, para a Ásia, onde na China e na Índia está tudo esperançado. Acho que a base com que isso é feito continua a ser uma base económica que é falsa. Que razão é que temos para achar que Portugal no futuro pode ser um país mau? Isto não pode ser mau, não tem maneira de ser. Eu vou à China e aquilo que vejo é exactamente o contrário. Não vejo como é que aquilo pode ser bom, não consigo. Não acredito nessa redistribuição durante muitas décadas. A Europa vai perceber que continua a ter um papel forte no mundo, que não precisa de estar estafada. A diferença entre ser optimista e ser pessimista eu diria que é quase a possibilidade de

GRANDE ENTREVISTA . Carlos Coelho

© António Camilo . Minifoto

Page 23: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

23

www.festaseeventos.net

o ser. Um dia, em África, estava a ver um livro que tinha uma frase muito engraçada que era: o pessimismo é a possibilidade dos ricos. Provavelmente, em relação à Europa, têm que se pôr em causa algumas formas de crescimento, algumas coisas estúpidas que se fazem. Acho sempre que se tenta legislar sobre a natureza e sai asneira. Nós somos um povo desenrascado, nos Estados Unidos estuda‑se essa característica. Ter a capacidade de fazer face a um impre‑visto é uma das características indis‑pensáveis para uma organização.

E também para o sector dos eventos...Para os eventos ainda é mais necessário, mas se calhar é uma das caracterís‑ticas que permitem que em Portugal os eventos corram mesmo bem. As pessoas têm uma flexibilidade, uma capacidade de improviso que é normalmente consi‑derado como um aspecto negativo, mas que, se virmos bem, é super positivo.

Colocando-se no papel de espectador, como olha para este sector dos eventos em Portugal?Gosto muito de observar os mercados pelo cheiro, uma conversa daqui outra dali, e aquilo que sinto é que existe uma enorme apetência por se fazerem coisas em Portugal. Há uma série de clientes estrangeiros “que se viram ao contrário” para que as reuniões sejam feitas cá, pela simples razão de que quando vêm está sol e come‑se optimamente. Nós negligenciamos estes aspectos que são pequeninos, mas que são absolutamente fundamen‑tais para conseguir atrair eventos.. E já existem condições extraordinárias para os receber. Encarando como uma indústria, a indústria dos eventos em Portugal tem um espaço enorme para crescer, pode ser muito competitiva. E Portugal aporta valores positivos à indústria dos eventos.

As redes sociais vieram alterar a relação entre as pessoas e as marcas. Como vê esse fenómeno?As redes sociais vieram criar talvez o primeiro sentido de cidadania plane‑tária. Quando era jovem as relações que tinha eram com pessoas do meu prédio, da minha rua, ou da do lado, depois do liceu, etc. As redes sociais fizeram com que a maioria das pessoas tenha amigos, nesta perspectiva virtual, em vários sítios do planeta. Sou daqueles que acham que é tão bom conhecer uma pessoa na Internet, como às 6h da manhã, bêbados, numa esquina. Não vejo por que razão é um sítio pior do que outro. É uma forma de abrir horizontes. Para as marcas é extraordinário, mas muito difícil de gerir. A Internet deu voz ao consu‑midor. Até essa altura a maioria das coisas que se viam de uma marca eram ditas por ela, com a Internet a maioria das coisas que estão escritas sobre uma marca é da autoria de consumidores anónimos. Isso aumenta a responsabi‑lidade no jogo de sedução, ou seja, gerir uma marca é, digo isto meio a brincar, controlar metade e seduzir a outra metade. Tenho que dizer coisas boas de mim e seduzir os outros para que o digam. Compreendo que as marcas nesta fase de transição se sintam nervosas, e às vezes até injustiçadas. Mas faz parte de um jogo de abertura que é muito positivo. O alargar dos horizontes, haver um crivo maior dos consumidores em relação às marcas, faz com que estas tenham que ser mais transparentes, mais competitivas, mais dadas, mais sedutoras e, no final, acho que melhores.

Os conhecimentos trazidos pela ciência, ao nível do funcionamento do cérebro, por exemplo, têm alterado a sua área de trabalho, a forma como faz a gestão de uma marca?Para ser muito sincero, não, e aí tem que ver com as minhas convicções. Não acredito na generalização dos estímulos. Mas em alguns aspectos sim, nomeadamente naquilo que diz © António Camilo . Minifoto

Page 24: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

24 GRANDE ENTREVISTA . Carlos Coelho

respeito ao estudo do comportamento humano, enquanto ser não racional, na capacidade de entendimento de como reagimos às coisas. Ajuda a compreender o ser humano, sem o estereotipar. Se a ciência nos ajudar a compreender a natureza humana, para além da racionalidade, para mim é fantástico, porque coloca o homem como um ser mais completo. Sou apologista de que as marcas têm que ser mais mutantes para fazerem face a uma multiplicidade de pessoas, não de descobrir qual é o espoletador comum a todas as pessoas, e que a marca deve ter. Arriscaria a dizer que no dia em que se descobrisse uma maneira de fazer publicidade, ou algo mais que transformasse os consumi‑dores em ratinhos obedientes, mudava de profissão. Acho que ter‑se‑ia

DEZ PERGUNTAS A

CARLOS COELHO

Cidade para viver?Lisboa

Clube de futebol? Sporting

Comida preferida?Feijoada de buzinas

Livro na mesinha de cabeceira?Tantos. A minha mesa de cabeceira tem uns 40 livros. Estou no caos dos livros. Estou a ler “The Dancing Wu Li Masters”, um livro de física quântica, um sobre estética: “Estética e Política”, e estou a ler a obra completa do Mia Couto

Cor favorita?O arco‑íris

Primeira imagem que lhe ocorre?Ir de férias

A melhor imagem de Portugal?Eu sou apaixonado pelo país. Para mim uma das melhores imagens é um pôr‑do‑sol numa cabana de um viveirista de ostras na Ria Formosa. É preciso correr o mundo para encon‑trar uma coisa assim

Se pudesse trabalhar a imagem de um político, qual é que escolhia?Nenhum

Evento mais marcante a que assistiu? Os cem anos da Cartier, em Paris. Entre outras coisas, no final houve uma festa por baixo de dois Concordes

Elementos que não dispensa na sua imagem?A capacidade crítica e a independência

descoberto uma forma de manipulação demasiado perigosa, que não iria certamente ser usada para vender água do Luso. E sobretudo contradiria aquilo em que mais acredito: uma perspectiva atomizada, caótica, mais quântica das coisas. Apesar de todos sermos feitos dos mesmos átomos, vivemos num mundo de imprevisibilidade. Nessa perspectiva, gostaria de uma ciência mais múltipla, a procurar o entendi‑mento de fenómenos mais abertos, em vez da neurociência tentar descobrir qual é o comportamento do cérebro humano face a determinados estí‑mulos, reduzindo os consumidores a cães de Pavlov.

Cláudia Coutinho de Sousa

Rui Luís Romão

Fotos: António Camilo

© António Camilo . Minifoto

Page 25: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

25

www.festaseeventos.net

Page 26: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

26 OPINIÃO

Paulo Campos CostaDirector de Marca e Comunicação do Grupo EDP

Page 27: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

27

www.festaseeventos.net

A ENERGIA DOS EVENTOS EDPA assinatura da EDP - “Viva a nossa energia” – é um conceito levado à letra. Sendo apenas uma das formas de dar corpo a este lema, os eventos são, no entanto, o meio mais visível e emotivo de partilhar, cativar e envolver. Por isso, a EDP aposta forte, organizando eventos internos e externos, procurando sempre inovar, garantir retorno positivo para os participantes e notoriedade para a marca.

Um dos melhores exemplos deste objectivo estratégico foram os concertos realizados nas barragens: Alto do Lindoso em 2009 e Alqueva em 2010. Além do forte impacto mediático, com este conceito inovador a EDP conseguiu fazer das barragens um pólo de atracção e de dinamização das regiões em que se inserem, levando até às populações espectáculos únicos que de outra forma não chegariam até elas.

Na mesma linha, destaco os vários encontros de colaboradores realizados ao longo do ano, muitos dos quais de natureza sectorial, culminando com os megaeventos que reúnem os 12.000 trabalhadores do Grupo no mundo. São excelentes ferramentas de comu‑nicação que motivam, informam e dão oportunidade aos colaboradores de participar no debate sobre a empresa.

Na preparação dos encontros, os traba‑lhadores podem escolher os temas que querem ver abordados pela adminis‑tração durante o evento. Uma outra área em que temos vindo a apostar é a comunicação dirigida aos diversos stakeholders, através de eventos como por exemplo o Media Day, Dia do Fornecedor, Dia do Cliente ou o Investor’s Day. É uma forma

de irmos ao encontro das diferentes expectativas e necessidades e com isso garantir que estamos alinhados com todos aqueles de quem dependemos para desempenhar com sucesso a nossa missão na sociedade.É também pensando na responsabili‑dade que temos para com a sociedade que apoiamos muitas outras iniciativas. São vários os patrocínios e parcerias

Page 28: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

28

que temos na área cultural, desportiva, social, científica, etc. Até porque, embora os eventos EDP sejam provavelmente os melhores do mercado, há por aí muitos e bons profissionais com quem gostamos de partilhar a nossa energia.

CONCERTOS NAS

BARRAGENS:

O objectivo da EDP é inovar em cada projecto a que se propõe. O concerto do Alqueva, realizado em Julho de 2010, foi o primeiro a usar o maior lago artificial da Europa como palco cultural. Tendo como protagonistas Paulo Gonzo e Mariza, o espectáculo reuniu mais de 600 convidados, entre os quais representantes das autarquias, organizações culturais e habitantes da zona. A projecção nacional deste evento foi garantida com a transmissão em directo pela RTP1, possibilitando o seu visionamento por mais de dois milhões de espectadores. O êxito do concerto no Alqueva veio confirmar a aposta feita em 2009 quando decidimos fazer algo totalmente inédito realizando o primeiro concerto numa barragem, a 340 metros de profundi‑dade. Apesar do risco, a originalidade do conceito compensou. O concerto do Lindoso foi visto em todo o país através da TVI por mais de três milhões de pessoas e foi transmitido para todo o mundo através do site da EDP.

ENCONTRO

ANUAL DE

COLABORADORES:

São mais de 12.000 trabalhadores em 13 países. Reuni‑los é um desafio que a EDP tem conseguido superar sem perturbar o normal funcionamento das empresas. Sob o lema EDP Live, realizaram‑se encontros em Portugal, Espanha, Brasil e Estados Unidos, reunindo a totalidade dos colabora‑dores do grupo. No essencial, passam‑‑se mensagens centrais da estratégia e da cultura EDP. Mas o reforço do espírito de equipa exige também momentos lúdicos.

Destaco, por exemplo, a actuação de quatro colaboradores descobertos num concurso de talentos lançado internamente, bem como uma performance dos Doutores Palhaços, uma das instituições apoiadas pela Fundação EDP.

OPINIÃO . A energia dos Eventos EDP, por Paulo Campos Costa

MEDIA DAY:

Com duas edições já realizadas, o Media Day EDP é já uma referência na relação do gGrupo com os órgãos de comunicação social. Em 2010 esti‑veram presentes 22 jornalistas e direc‑tores das principais agências, rádios, jornais e televisões. Nestes encontros debatem‑se tendên‑cias de negócio e de mercado, escla‑recem‑se dúvidas e apresentam‑se as estratégias da EDP. O dia termina com entrevistas individuais ao CEO do Grupo EDP. Para jornalistas e admi‑nistração esta é uma das raras oportu‑nidades para conviver informalmente e com o tempo necessário para falar de questões importantes ou simplesmente de banalidades. É uma das formas mais eficazes de derrubar barreiras e aproximar a empresa de um dos seus principais públicos‑alvo.

Page 29: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

29

www.festaseeventos.net

Page 30: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

30 DOSSIÊ TEMÁTICO

CRISEUMA AMEAÇA OU UMA OPORTUNIDADE?Uma crise pode ter duas faces. Para alguns pode ser uma ameaça, para outros uma oportunidade. Há quem a olhe com muito pessimismo e quem esteja muito optimista. Fomos ouvir o sector nas suas múltiplas vertentes. O resultado é um trabalho extenso, organizado em blocos. O primeiro reúne a perspectiva dos clientes, marcas, APECATE e Estado. As imagens que o ilustram foram um desafio aos entrevistados: que escrevessem pelo seu próprio punho uma palavra que para eles vai marcar o ano. Para o segundo bloco reservámos outros testemunhos que podem enriquecer a reflexão sobre o que pode ser esta indústria nos próximos tempos.

Page 31: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

31

www.festaseeventos.net

fazer o mesmo, por menos dinheiro. Sérgio Vieira, da The Bee, a empresa de eventos corporate do Grupo Realizar, afirma que “há notoriamente uma diminuição dos budgets”. As empresas não estão a cortar nos eventos, mas nos orçamentos, “os directores de marke‑ting pedem‑nos uma rentabilização brutal do capital”. Para João Costa, director da Tavolanostra ‑ Eventos Globais, assistimos a um aumento da disciplina nas empresas, “conse‑quência das guidelines internacionais

de alguma poupança”, e da reor‑ganização do plano de eventos das empresas. E com este cenário, no entender de Filipe Canto Moniz, da Canto Moniz Eventos, “temos de ser inteligentes e dar ao cliente aquilo que ele pretende, com o dinheiro que tem”. Mas é preciso saber até onde se está disposto a ir, alerta Pedro Rodrigues, “é uma questão de espinha dorsal”. O director da empresa de eventos do grupo ativism vê dois tipos de clientes: “os realistas”, que efectivamente têm constrangimentos financeiros, que têm que fazer eventos com menos recursos, e os “oportunistas, que tentam de alguma forma com o preço de uma refeição, fazer a refeição, ter o alojamento, mais a animação e a actividade”. No entender de Pedro Rodrigues, para estes é preciso ter “o bom senso de dizer basta”. Sérgio Vieira concorda que há clientes a tentarem aproveitar‑se da crise. O limite é o da dignidade do evento, “não corremos esse risco”, diz. A imagem das empresas também está em causa. Quem assiste a um evento, ano após ano, habituado a determinados padrões, e de repente esses padrões de qualidade mudam, as responsabi‑lidades são imputadas ao organizador e não ao dono do evento, “em última análise, dizem que este ano estava menos bem organizado”. Filipe Canto Moniz, que durante muitos anos foi um comprador de eventos, não vê grande diferença na postura dos clientes. “A negociação nunca é fácil”, comenta, “mas não está mais complicada”. “Estamos a falar de empresas de grande dimensão que têm processos e ferramentas muito específicas, departamentos de compras que funcionam em velocidade de cruzeiro, que têm critérios e regras do jogo sempre definidas. E nós jogamos com essas regras, ou não”. A questão é que toda a cadeia de valor é afectada com a crise. Crise que obriga o cliente a estar mais disciplinado, acredita João Costa, “e isso é bom”. Mas há coisas que deveriam mudar, segundo o director

O MESMO COM MENOS DINHEIRO

O sector dos eventos está a ressentir‑‑se da crise? As opiniões dividem‑‑se, e há quem diga mesmo que as empresas estão a aproveitar‑se da crise para cortar nos orçamentos. Pedro Rodrigues, director da Desafio Global ativism, é um dos que partilham desta ideia. Alguns clientes “menos sérios e honestos”, aproveitam este contexto mais complicado para “esmifrarem, não me ocorre outra palavra, preços e condições de organizadores de eventos”. A lógica parece ser a de

Pedro Rodrigues . Desafio Global

Page 32: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

32 DOSSIÊ TEMÁTICO

SEPARAR O TRIGO

DO JOIO

Como se costuma dizer, numa altura de crise, há uma selecção natural das empresas. As que têm melhor saúde, resistem mais facilmente. Para João Costa, a crise está a fazer a triagem entre as empresas organiza‑doras de eventos com qualidade, das outras, e isso “é muito positivo”. “O mercado está mal servido, nós vamos a concursos com empresas que fazem a proposta numa folha de email”,

aponta o director da Tavolanostra. “As empresas sem qualidade nem deviam nascer”, refere Filipe Canto Moniz, “e estas empresas prejudicam o mercado em termos de imagem e funciona‑mento”. Para Sérgio Vieira, o país já está em crise há tantos anos, que o sector se tem encarregado sempre de expurgar as empresas de menos quali‑dade e menor capacidade financeira. Pedro Rodrigues concorda que essa “limpeza” já foi feita há uns anos e que já não resta muito para depurar no mercado. Assiste‑se, no entender deste responsável, a um reajustamento das

da Tavolanostra, “lá fora ninguém pede um briefing sem um budget”, mas a realidade do nosso país é diferente, “não se quer restringir a criatividade com um budget”. É importante que o cliente diga, “este é o budget que temos, não é mais isto, nem aquilo”. Isto cria igualdade no concurso, “ganha quem tiver um rasgo”. Para Pedro Rodrigues, muitas vezes o cliente compara coisas que não são comparáveis. Se um cate‑ring é 15 por cento mais caro é preciso saber qual é o fornecedor ou a ementa, e não comparar simplesmente os valores.

Sérgio Vieira . The Bee João Costa . Tavolanostra

Page 33: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

33

www.festaseeventos.net

empresas que tinham uma determi‑nada dimensão “para uma dimensão substancialmente inferior, de forma a tentarem sobreviver no mercado”.

RELAÇÃO COM OS

FORNECEDORES

Conversa (hipotética) entre um gestor de eventos e um fornecedor: “quanto custa?”, pergunta o gestor, o forne‑cedor responde, “150 euros”, “mas só tenho 70”, contrapõe o gestor, “então

está bem”, remata o fornecedor. “É isto que não pode acontecer no mercado”, alerta João Costa, da Tavolanostra. Mas o facto é que acontece. Alguns forne‑cedores estão em saldos, diz Pedro Rodrigues, e isso “a prazo vai compro‑meter a qualidade”. Porque se corre o risco dos fornecedores também não investirem nos seus produtos/serviços/equipamentos, diz João Costa, mas por outro lado é “a descredibilização total”. “O fornecedor que faz qualquer preço para agarrar o evento não pode ter equipamentos para as necessidades do mercado”, refere Pedro Rodrigues. João

Costa alerta para o facto de também não interessar à empresa de eventos fazer maus negócios para o seu fornecedor. Algo partilhado por Filipe Canto Moniz, “se os nossos clientes exigem de nós, isso reflecte‑se na nossa cadeia de valor, mas esta tem que estar sempre super motivada”. Canto Moniz acredita que é fundamental que os fornecedores estejam motivados e confortáveis com os valores. “É uma cadeia de trabalho, se os nossos orçamentos são mais baixos, vamos esmagar mais o do nosso forne‑cedor”, comenta Sérgio Vieira, da The Bee, “No entanto, como trabalhamos com os nossos fornecedores com uma regularidade muito grande, sabemos até onde podemos ir.” Mais uma vez a questão dos limites do razoável surge, “isto é uma pescadinha de rabo na boca, há que ter o cuidado de não entrar nesse ciclo vicioso de fazer qualquer coisa a qualquer preço”, diz Pedro Rodrigues.

PREOCUPAÇÃO COM

OS RECEBIMENTOS?

Pelo menos para alguns há essa preocupação. Os recebimentos são um drama, “o calcanhar de Aquiles do nosso mercado”, afirma Pedro Rodrigues, da Desafio Global. Há facturas que são pagas a perder de vista, confessa. “Tem a ver com uma questão cultural, os eventos têm um histórico que não é bom, mas que tem que ser corrigido”, diz o director da Tavolanostra, que informa que a sua empresa deixou de fazer eventos com clientes que não aceitam as condições de pagamento. Os responsáveis da The Bee e da Canto Moniz confirmam que as suas empresas não têm problemas em receber dos clientes.

Filipe Canto Moniz . Canto Moniz Eventos

Page 34: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

34 DOSSIÊ TEMÁTICO

de internacionalização, acho que vai ser um bom ano para o grupo”. Para Pedro Rodrigues, esta crise é uma oportunidade para repensar e reflectir sobre o sector, apelando para que a associação que o representa, a APECATE, lidere esse processo, “o sector vive no momento um grande impasse, e precisa claramente de uma área associativa que seja um farol regulador destas preocupações dos seus associados”.

APECATE

Cooperação é a respostaPedimos a João Sacchetti, presidente da APECATE (Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos) para reflectir sobre o impacto desta crise no sector. “Há muitas empresas a fechar”, refere, fruto de manterem as mesmas práticas e a mesma visão do mundo. “Mas há algumas empresas, e todos os anos estão a ser criadas empresas de eventos, que olham para o mercado com uma inteligência, pensamento estratégico, vontade de acrescentar valor, e que entendem as problemá‑ticas comunicacionais dos clientes e das marcas”, contrapõe João Sacchetti, e para essas “há oportunidades”. Por outro lado, no entender do presi‑dente da APECATE, a crise em si é uma excelente oportunidade para se fazerem eventos, já que as marcas têm que ser mais faladas. Nem tudo é um mar de rosas, no entanto, “as margens são ameaçadas, as empresas têm de trabalhar com menos pessoas, pode haver menos ambição”, mas vai conti‑nuar a haver eventos. Os que decidirem investir neste momento de crise, vão sair ganhadores, lembra.Claro que há o risco de que no meio desta crise algumas empresas com qualidade desapareçam, “por insufici‑ência de capitais próprios, de crédito,

OPTIMISMO

MODERADO

“Estamos num campeonato dife‑rente: de rigor, qualidade, origina‑lidade e criatividade”, adianta João Costa, que acredita que o mercado está com muitas oportunidades. “Não nos podemos cingir ao que é costume fazer, o cliente tem que achar que somos uns grandes malucos”, e muitas vezes isso não significa que as propostas tenham que ser muito caras. Para o responsável da

Tavolanostra esta é a altura certa para arriscar, “acredito que quem estiver a pensar em manter, vai morrer”. E é neste espírito que a Canto Moniz “está em velocidade cruzeiro”, com vários projectos de investimento até 2014. “Temos o objectivo de entrar em outras áreas de negócio”, adianta Filipe Canto Moniz, sem revelar muito mais. Sérgio Vieira, da The Bee, acha que vai ser preciso trabalhar mais, para conseguir os mesmos resultados, “mas os clientes não fogem, eles andam aí”. Em relação à Realizar a nota é de optimismo, “com o processo

João Sacchetti . APECATE

Page 35: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

35

www.festaseeventos.net

da APECATE, que vai ainda investir em seminários e publicações especiais. “Estamos empenhados em defender os interesses dos associados e aqueles que mais necessitam, dirijam‑se a nós”, apela o responsável.

SERVICE PACK

A minha grande preocupação são os recebimentosOs recebimentos são o mais difícil de gerir, confirma João Cardoso, director da Service Pack, fornecedor de audiovisuais para congressos e eventos. E isso afecta a credibilidade da empresa, queixa‑se o responsável, “demoro mais tempo a pagar aos meus fornecedores por consequência de demorar mais a receber”. E num sector como o dos audiovisuais, que exige constante investimento, esse problema atinge contornos mais graves. Esse e o do acesso ao crédito, cada vez mais caro e dificultado. A Service Pack, no entanto, vai continuar a investir, já que o mercado, mesmo em crise, assim o exige.

“O que eu sinto, quando nos vêm fazer os pedidos, é que as pessoas querem fazer o mesmo por menos dinheiro”, sublinha João Cardoso, e já se chegou ao limite do razoável, “já baixámos preços, mesmo assim aparentemente são altos”.

por incapacidade de fazer face às exigências de tesouraria”, afirma João Sacchetti, mas “o talento é transfe‑rível”. Neste contexto, o responsável vê com acrescido interesse “as movi‑mentações de fusão, agrupamentos complementares de empresas numa primeira fase, ou pelo menos parce‑rias informais, porque justamente só temos uma hipótese de sair da crise, é apoiarmo‑nos uns aos outros”. A cooperação é, para João Sacchetti, fundamental nos tempos que correm. “Quem está na crise isolado, ou tem recursos financeiros próprios ou aos

quais tem acesso, ou vejo a situação muito complicada”, insiste.O difícil acesso ao crédito é penalizador para as empresas do sector, “um finan‑ciamento corrente era regra, um jogo que estava perfeitamente equilibrado e conhecido. Mas de repente fecha‑se a torneira e entramos num problema inevitável”, comenta o presidente. Isto vai obrigar a uma grande disciplina por parte das empresas, acredita o respon‑sável. A sustentabilidade das empresas de eventos é uma preocupação de João Sacchetti, e por isso a associação vai “continuar a pugnar por um estatuto profissional dos organizadores de eventos , com uma série de requisitos, e um deles é que as empresas têm que ter recursos técnicos e financeiros”, adianta. “Espero pelo menos que as pessoas considerem esta medida como protectora do sector e qualificadora do emprego”, diz Sacchetti, que acre‑dita que sem recursos financeiros as empresas vão ter cada vez recursos humanos “mais fraquinhos”. A ideia ainda está a ser trabalhada no âmbito da associação e dos parceiros. Mas há outras prioridades de acção da APECATE, “problemas velhos não se resolvem com soluções velhas”, e há que encontrar soluções para dar resposta às inquietações do sector, e isso passa por estimular um “diálogo sério” entre todos. Entretanto foi estabelecido um acordo com a Liberty Seguros, para um programa especial de seguros, com condições favoráveis para todas as empresas de eventos. Em termos de acções de formação, a APECATE já está certificada como entidade formadora, pelo que “vai haver um recrudescimento das acções de formação até para gerar receitas e resultados para a própria associação, de modo a robustecê‑la, o que é importante nesta fase para podermos oferecer mais aconselhamento jurídico, mais apoio naquilo que seja, enfim, tangível, e que seja da nossa área de competência, por solicitação do associado”, afirma João Sacchetti. Foi criada uma bolsa de trabalho no site

João Cardoso . Service Pack

Page 36: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

36 DOSSIÊ TEMÁTICO

A crise obriga as marcas a serem mais criativas, “com os mesmos recursos, ou menos, podemos dar mais notoriedade e voz aos nossos principais patrocínios”.

Os eventos, aliás, têm uma importância crescente no orçamento geral de comunicação da empresa, conforme revela Inês Mesquita, assessora mediática da UNICER, “desde há três anos a esta parte, entramos numa fase de consolidação de portfólio, e a nossa estratégia de activação das marcas virou‑se claramente para os patrocínios”. O ingrediente mais importante do universo dos eventos para a comunicação da marca é, na opinião de Miguel Araújo, “a proximidade com os consumidores”. Não é só a marca

Os clientes, no entanto, são “super transparentes e objectivos, dizem logo que só têm x para fazer este trabalho”, refere o director da Service Pack. A concorrência entre as empresas é agressiva, sobretudo em Lisboa, onde o “limite do preço é zero”, ou seja, “quem fizer mais barato, ganha o trabalho... Os clientes estão receptivos a isso, poucos são os que não estão”. E há fornecedores que não têm quali‑dade, “empresas de vão de escada que destroem o mercado”, queixa‑se o responsável, e que fazem preços muito baixos. Com a corrente crise, a expec‑tativa é que algumas destas empresas desapareçam. No entanto, João Cardoso vê o futuro com optimismo, apesar de, por exemplo, saber que se vão realizar menos congressos, e que o mercado em geral vai ser afectado. Ainda assim, o responsável acredita que a Service Pack vai crescer.

UNICER

Vamos continuar a apostar nos patrocínios Dentro da UNICER, a marca que tem mais visibilidade em termos de patrocínios é a Super Bock e “não está prevista nenhuma redução naqueles que são os patrocínios mais estratégicos para a marca”, adianta Miguel Araújo, gestor de patrocínios da UNICER. “Num ano de crise não está prevista qualquer desaceleração nos territórios mais importantes da marca”, ou seja, na música, no futebol e no rugby. O que não quer dizer que, no ambiente que atravessamos, alguns dos patrocínios não sejam reequacionados, explica Miguel Araújo, “pode haver um ou outro evento que possa cair, mas não tem relevância em termos de projecção e de ferramenta de comunicação da marca”.

Miguel Araújo e Inês Mesquita . Unicer

Page 37: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

37

www.festaseeventos.net

que está nos eventos, é a empresa, e “isso permite‑nos sentir o grau de satisfação, as motivações das pessoas”. Para além disso, os eventos são um momento de consumo do produto, “os territórios onde estamos são muito relevantes para o consumidor de cerveja”. Também em termos dos eventos internos da UNICER não há desinvestimento, conforme explica Inês Mesquita, “este ano decidimos mesmo retomar a reunião anual com todos os colaboradores. Não é fácil. Mas decidimos que era este ano”. E do ponto de vista institucional todas as parcerias vão manter‑se, Fundação de Serralves, Pavilhão Atlântico, coliseus, etc. “Preparámo‑nos com alguma antecedência para estes anos que se anteviam um bocadinho mais difíceis”, comenta a assessora mediática.Em 2010, mesmo com um contexto de crise, as marcas UNICER atingiram os seus objectivos e continuaram a ser rentáveis e a crescer, pelo que, no entender de Miguel Araújo, “temos de estar optimistas, ser criativos, não podemos entrar na depressão de que vai ser mau”.

Cláudia Coutinho de Sousa

CÂMARAS CORTAM

NOS EVENTOS

2011 é ano de cortes e isso reflecte‑se nos orçamentos das autarquias para os eventos, mesmo naqueles que por vezes são o principal cartaz de promoção do concelho. De Norte a Sul do país há eventos com orçamento reduzido e outros mesmo cancelados.Durante o primeiro Congresso da APECATE, António Capucho, que entre‑tanto suspendeu o mandato como presi‑dente da Câmara Municipal de Cascais, alertou que o município sofreu em 2010 um corte de cinco por cento na verba atribuída, o que representou menos dez milhões de euros, que pode pôr em causa “a qualidade e a diversidade dos eventos”.

“Os eventos, nomeadamente os congressos, são decisivos para o concelho. Outro tipo de eventos, de carácter cultural e inclusivamente de simples divertimento, são fundamentais também para fixar e atrair turistas.”Contudo, o autarca afirma que “o grande problema é conseguir manter em Cascais o nível e a qualidade dos eventos que até agora foi possível, graças à receita oriunda da lei do jogo e que nos estão a retirar de forma arbitrária e ilegal”. “Isso obrigará a reduzir, não apenas a dignidade de alguns eventos, como até a qualidade e a diversi‑dade desses eventos.”A autarquia de Torres Vedras fez um corte de 20 por cento no orçamento do Carnaval. A verba disponível desce assim de 600 para 500 mil euros, derivado do corte no subsídio atribuído pela câmara municipal, este ano com menos 44 mil euros. A organização tenta que esta poupança não afecte o evento e por isso

decidiu construir o mesmo número de carros alegóricos, sendo que um deles acumula funções e servirá também como monumento alusivo ao Carnaval. Ainda na lógica de redução, a empresa municipal adjudicou a construção dos carros, estipu‑lando preços máximos aos concorrentes.A Câmara de Santarém decidiu eliminar algumas iniciativas previstas para 2011 por questões orçamentais. Uma delas é a Feira de Santarém, cuja primeira edição se realizaria em Junho, e a outra é a Feira do Brinquedo, que também deveria “estrear” este ano. A autarquia decidiu ainda reduzir o orçamento da CUL.TUR, empresa municipal que faz a gestão de infra‑estruturas culturais e de organi‑zação de actividades culturais e turísticas.Em Cantanhede, a crise levou a autarquia a cancelar o festival Dixieland, um festival de jazz de rua que se realizava na cidade desde 2003. A edição de 2010 já não se tinha realizado por questões orçamentais e este ano volta a não haver Dixieland.A necessidade de contenção orçamental levou também a Câmara de Seia a decidir não realizar a edição de 2011 da FIAGRIS – Feira Industrial, Comercial e Agrícola de Seia, um evento que em 2010 teve um orçamento de 160 mil euros. Este é apenas o maior dos eventos que a autarquia eliminou este ano. Para compensar, resolveu apostar num evento mais barato. Chama‑se “Noites do Mundo” e consiste em pequenos concertos de rua de grupos de vários países que estejam radicados em Portugal… E tem um orçamento de apenas 15 mil euros.

Sara Marques

Page 38: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

38 DOSSIÊ TEMÁTICO

“Para já vamos fazer omoletes sem ovos, isto é um bocadinho um exagero mas vamos tentar fazer o mesmo por menos dinheiro.”Consequência do orçamento mais reduzido, a política de fornecedores foi alterada, “há áreas em que os preços estão cada vez mais baixos, ou as empresas que nos fornecem trabalharam durante muitos anos a ganhar muito dinheiro, ou de facto as pessoas estão um bocadinho a pensar que é preferível manter a actividade do que ter preços altos”. O que a EGEAC tem feito é “esmagar os preços ao máximo”. Os orçamentos são muito mais controlados, “cada centavo é visto ao pormenor”. As parcerias são fundamentais, “vamos manter todos os nossos parceiros na área dos patrocínios e estamos a trabalhar noutras parce‑rias”. Outra novidade é a vontade de trabalhar mais em rede, “As Festas de Lisboa vão ter uma ligação em prin‑cípio com a Câmara de Almada. Este é um bom exemplo de como a crise pode potenciar parcerias”, refere Paulo Braga.

Cláudia Coutinho de Sousa

já estava preparada para estes anos menos bons, “e por isso vamos manter o mesmo número de eventos, não havendo reduções substanciais. Há casos em que afinamos os projectos. Não os cance‑lamos, mas afinamos”. Projectos que, do ponto de vista estratégico, até podem tornar‑se mais interessantes, afirma Paulo Braga, que resume:

EGEAC

“Não vai haver menos eventos”

Paulo Braga . EGEAC

A Egeac é a empresa municipal de cultura da Câmara Municipal de Lisboa e gere os eventos da autarquia. Há reduções em termos de orçamento da empresa, “mas não vai haver menos eventos”, confirma Paulo Braga, do Conselho de Administração da EGEAC A crise, no entender deste responsável, pode ser uma excelente oportunidade para se pensar estrategicamente, e a empresa

Page 39: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

39

www.festaseeventos.net

PUB

OS EVENTOS NO ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2011

Contenção também foi a linha de orientação do Orçamento do Estado para 2011. Mas em que medida isso afectará os eventos a realizar? Ao longo das mais de 300 páginas do documento, há apenas algumas referências a eventos: “Manter a aposta nos eventos desportivos que promovam Portugal e simultaneamente incentivem os cidadãos à prática desportiva”, em que surge como exemplo “o Projecto Olímpico – Londres 2012 e o Projecto Alto Rendimento, ambos a cargo do Instituto do Desporto de Portugal, I.P e totalmente suportados por receitas gerais do Estado”.Em 2011, haverá ainda “a preparação da II Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, a ter lugar na Primavera de 2012” e “o programa de celebrações de Portugal na Ásia que se estende a vários países do Sudeste Asiático, bem como a comemoração de 50 anos de relações diplomáticas entre Portugal e a República da Coreia”.“As Comemorações do Centenário da República vão prolongar‑se por 2011, até à data do centenário da primeira Constituição republicana, aprovada em 1911, através da realização de acções mais pontuais”, adianta ainda o documento.Mas em termos globais, como será o orçamento disponível para os eventos em relação ao de 2010? A Festas&Eventos contactou o Ministério das Finanças, bem como dois ministérios que nos últimos anos mais tinham gasto em eventos – Saúde e Obras Públicas – mas até ao fecho desta edição não foi possível obter nenhuma resposta.

Sara Marques

Page 40: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

40 DOSSIÊ TEMÁTICO

EVENTOS INTERNOS CADA VEZ MAIS CIRÚRGICOSO Observatório de Comunicação Interna e Identidade Corporativa (OCI) é uma iniciativa conjunta do Grupo Inforpress, Universidade Católica e Executive Digest que tem por objectivo investigar, criar e divulgar conhecimento sobre comunicação interna e identidade corporativa das empresas. O Observatório organiza bimensalmente um evento, a que chama Get Together, onde reúne profissionais da comunicação, marketing e recursos humanos, para discutir tendências e melhores práticas. Fomos conversar com Sara Nobre, do Grupo Inforpress, para perceber se as empresas estão a fazer menos eventos internos. Neste contexto de crise, as empresas fazem menos eventos internos? Ou fazem os mesmos, mas com menores orçamentos? No contexto actual as empresas tendem a realizar eventos mais cirúrgicos. A chave é desenhar uma experiência nova em cada ano, tanto no conteúdo como na forma, com vista a fomentar a participação e a superar a expectativa dos participantes, com doses exactas de formação, relação interpessoal e perspectiva comercial. Existem datas e acontecimentos que continuam a ser assinalados, no entanto, o formato tem vindo a ser repensado. As empresas, antes de realizarem um evento, devem questionar se existem outras alterna‑tivas que tragam o mesmo resultado e que não necessitem de um investi‑mento tão elevado. Em caso afirma‑tivo, devem estar seguras de que esse mesmo evento irá oferecer um leque alargado de conteúdos que permitam

Eventos internos puramente de diver-timento, têm cabimento ainda? Há muito que não se realizam eventos simplesmente com esta função, no limite terá sempre a função de motivar os colaboradores e/ou promover o engagement entre colegas e empresa.

Quais são as principais tendências, em termos de eventos internos, para 2011?Rapidez, redução no orçamento e retorno do investimento (ROI) são conceitos que fazem parte da nova fase em eventos internos. A tendência é um tempo de planeamento mais curto, uma implementação assertiva e uma avaliação do impacto conseguido. O Endomarketing é um conceito que, não sendo inovador, aposta na velha máxima ´se conseguires convencer os seus trabalhadores a comprar o seu produto, conquistar os clientes será muito mais fácil´. O Endomarketing surge, neste âmbito, como uma estratégia orientada para a satisfação

trabalhar várias skills dos colabora‑dores, de forma a melhorar a perfor‑mance de cada um.

Numa altura particularmente difícil, ainda são mais importantes estes eventos?Se o evento conseguir apresentar uma experiência que permita trabalhar o que foi identificado como necessário na empresa, então é fundamental conti‑nuar a realizar este tipo de iniciativas. Numa altura particularmente difícil existem aspectos do capital humano que se tornam ainda mais importantes, como gestão de equipas, retenção de talento, empowerment, motivação, gestão de tempo, work life balance.

Page 41: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

41

www.festaseeventos.net

do cliente interno, com o objectivo de melhor atender as necessidades do cliente externo. Trata‑se de uma ferramenta de comunicação, motivação e integração contínua, que encara o cliente interno como um aliado, uma parte fundamental no processo de conquista e fidelização de clientes externos. Do conceito Corporate Holidays aporta a importância de uma comunicação realizada dentro de uma empresa e os consequentes benefícios

para a comunicação interna. Férias Corporativas são indicadas para o desenvolvimento de relações pessoais.

A avaliação do retorno nestes eventos é feita? Ou as empresas ainda estão afastadas da necessidade de avaliar os eventos?Esta é uma realidade cada vez mais presente na organização dos eventos. Já nada se faz sem se contabilizar, prever ou medir o respectivo retorno.

Medir o retorno no final de um evento não é a resposta. Como refere Elling Hamson, especialista em organização de eventos e parceiro da European Event ROI Institut, “ROI é passado”. É necessário aplicar a metodologia ROI como uma ferramenta de planeamento, permitindo estabelecer objectivos e medir os resultados a todos os níveis. Numa altura em que os orçamentos são medidos ao milímetro, não cumprir com esta metodologia é condenar uma acção ao fracasso.

Tem números sobre os eventos internos realizados em Portugal? (número, budget médio, número de participantes?)Em cada encontro (“Get Together“), organizado pelo OCI, realizamos um inquérito junto da audiência para nos aproximarmos cada vez mais da realidade das empresas em Portugal. Do encontro “Eventos Internos: uma oportunidade para quê?”, foi possível concluir que os eventos mais frequentes nas organizações se distribuem entre formativos, nomeadamente, reuniões de quadros, tertúlias e conferências, e eventos festivos, ganhando aqui particular relevo o jantar/festa de Natal. A organização destas iniciativas é, na grande maioria, da responsabilidade do Departamento de Comunicação, em parceria com o de Recursos Humanos. Ainda de salientar que as empresas inquiridas mantêm a realização de eventos internos para 2011, apesar de algumas restrições orçamentais.

PUB

Get Together do Observatório de Comunicação Interna e Identidade Corporativa

www.festaseeventos.net

Page 42: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

42 DOSSIÊ TEMÁTICO

MEDIR EVENTOS É ESSENCIALO que parece contraproducente, no entender do especialista, é que se corte nos eventos internos.

“Numa altura em que é necessário que os colaboradores trabalhem mais e melhor, cortam-se os eventos para o staff”, ironiza Elling Hamso, atirando que esta estratégia “parece tudo menos lógica”.

No período especialmente compli‑cado em que vivemos, com uma crise económica generalizada, e com apenas alguns sinais de recuperação, torna‑se quase uma necessidade provar o valor dos eventos. Fomos conversar com Elling Hamso, director do Event ROI Institute, provavelmente o profissional que mais entende sobre o assunto na Europa. O responsável acredita que as empresas que já medem o retorno do investimento nos eventos estão mais bem preparadas para enfrentar estes tempos difíceis. Isto porque podem usar esta informação de que dispõem de uma forma estratégica “Em períodos complicados as reuniões e os eventos, bem como as viagens, são os primeiros itens a serem cortados”, refere, e, por isso, “é preciso lutar mais para manter a lealdade do cliente”. Portanto, se existir uma forma de provar o seu valor, o cliente pode ser mais facil‑mente convencido.

Mas isto tem um porquê, é que “os directores simplesmente não acreditam que a curto ou médio prazo a reunião ou o evento tenham uma expressão nos lucros”. Porque se soubessem que os eventos tinham impacto nos lucros, “não cortavam os orçamentos”. E é difícil começar a medir eventos? “Não é nada difícil, mas para a maioria das pessoas exige uma mudança de mentalidade, que por vezes demora a colocar em prática. No entanto já existe alguma abertura a estas questões, “estamos a caminhar muito devagar em direcção à maior responsabilização, mas ainda é difícil compreender como é que os organizadores de eventos gastam milhões sem mediram o valor criado, e sem explicarem o processo que os levou a criar o valor”. No fundo, para Elling Hamso, é preciso provar que o dinheiro gasto nos eventos vai gerar frutos, que podem não ser necessariamente finan‑ceiros, mas que têm um objectivo, um propósito quantificável.

Elling Hamso

Page 43: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

43

www.festaseeventos.net

O SEGURO MORREU DE VELHODiversos acontecimentos recentes (o vulcão islandês, greve dos controla‑dores aéreos, crise económica, etc.) vieram alertar ainda mais o sector dos eventos para a importância dos seguros. O cancelamento de um evento, seja por que motivo for, por questões climatéricas/naturais, perda forçada de bilheteira, a não comparência de um artista num espectáculo, entre vários outros, podem pôr em causa um trabalho de meses. Fomos falar com a Bull Insurance, empresa que detém um produto especialmente dedicado à indústria dos eventos.Um evento mexe com equipamentos e serviços dispendiosos e o investi‑mento pode ser irrecuperável no caso do evento não se realizar, ou se houver algum incidente. “O seguro de eventos permite ao Gestor tomar decisões que em caso algum serão afectadas por

situações imprevistas”, refere António Horta Salvo, da Bull Insurance. Segundo o responsável até aqui a oferta do mercado não dava resposta às necessidades do gestor de eventos, daí a opção de formatar um produto à medida das exigências do sector. “Garantir um evento na sua plenitude obrigava à efectivação de uma série de apólices e responder a outras tantas perguntas complicadas. Todas estas dificuldades atiravam o seguro para segundo plano, deixando o Gestor entregue ao ‘destino’”, explica António Horta Salvo, que lembra que no orça‑mento global de um evento, o valor atinente ao seguro é na maior parte dos casos residual.

De referir que o montante mínimo de um seguro Bull Insurance são 250 euros. Daí para a frente varia consoante diferentes factores e objectivos.

“Em alturas economicamente difíceis como a que vivemos faz ainda mais sentido minimizar os riscos quando temos ao nosso alcance ferramentas eficazes para esse efeito”, alerta o responsável. E as empresas são sensíveis à impor‑tância dos seguros? “Os considerados grandes eventos, por norma, não se realizam sem uma cobertura adequada. Envolvem muitas situações que trans‑cendem a organização e os produtores não estão dispostos a correr grandes riscos. Também os intervenientes nos eventos quase sempre reclamam a cobertura de Acidentes Pessoais, que está prevista nesta mesma apólice. Podemos garantir desta forma uma responsabi‑lidade civil do organizador até ao limite de dez milhões de euros, o que permite encarar o risco com grande segurança”, conclui António Horta Salvo.

Cláudia Coutinho de Sousa

António Horta Salvo

Page 44: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

44 OPINIÃO

Luis RasquilhaManaging Partner da AYR

José Eduardo GarciaSenior Partner da AYR

A CRISE E A RAIVA, DESCONFIANÇA, CINISMO E DECADÊNCIA SENTIDOS PELO CONSUMIDOR I. Se desde Setembro de 2008 passámos a ter a palavra “crise” presente em cada momento das nossas vidas, os recentes problemas dos rácios de Dívida Interna e PIB não somente fizeram com que a crise assumisse proporções muito maiores e mais “amedrontadoras” do que antes, como ainda trouxeram à tona um conjunto de problemas e questões – financeiras, políticas e, sobretudo, éticas – que (infelizmente) confirmam a “Raiva, Desconfiança, Cinismo e Decadência” como uma das Macro‑Trends Mundiais 2011/2012

identificadas pela Science of the Time, que mais raízes e impacto terão entre nós para os próximos dois anos.

1. Esta tendência foi originada pelo despertar da população em geral para a crise moral de muitos políticos, da banca e de algumas empresas no mundo e manifesta‑se principalmente através de:

a. Um amplo e profundo senti‑mento de raiva contra a situação em que está – e continuará a estar por mais algum tempo;

b. Uma postura de desconfiança em relação a quase tudo o que a rodeia;

c. Uma atitude de cinismo em relação a soluções que possam, se não pôr termo ao problema, pelo menos minorá‑lo;

2. A isto soma‑se a decadência, que se reflecte num clima de descontracção financeira geral e pessoal, a neces‑sidade de nos propiciarmos algumas indulgências que nos façam, pelo menos temporariamente, esquecer os problemas que nos rodeiam.

Page 45: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

45

www.festaseeventos.net

Sentimento Colectivo Organizado e Dirigido

“Há muito que pode ser feito para

melhorar...”

Acção“Fortalece, suporta e dá voz activa à raiva...”

Exigência“Impõe a população como decisora...”

Esperança“Leva a tentar fazer mais/ajudar mais para resolver...”

Recompensa“Ajuda a viver mais e melhor durante estes tempos...”

Sentimento Individual Massificado

“Não há nada que eu possa fazer

senão reclamar...”

Raiva“Leva‑me a reclamar. Mas não resolve...”

Desconfiança“Retira o meu poder de pensar e decidir...”

Cinismo“Deprime‑me...”

Decadência“Ajuda‑me a esquecer os problemas de vez em quando...”

II. Este conjunto de comporta‑mentos da população reflectir‑se‑‑á não somente a nível pessoal, mas principalmente ao nível dos negócios. Foi neste sentido que, no âmbito do nosso 1º “Master em Cool Hunting e Gestão da Inovação”, realizado de 24 de Setembro a 13 de Novembro com a Escola de Comunicação Social, demos aos nossos formandos a tarefa de realizar um Cool Hunt com as meto‑dologias que desenvolvemos para a sua execução, análise e interpretação, para verificarmos como esta tendência se tem manifestado em Portugal, se já se podem notar derivações dela e, mais importante ainda, como aplicar os seus resultados em insights concretos para a inovação em negócios – aquela que acrescenta valor.

III. A análise dos mais de 60 Cool Examples que foram recolhidos durante este estudo revelou:

1. A extensão e a profundidade do enraizamento da raiva, da descon‑fiança e do cinismo – que existem, mas que não levam a soluções e apenas agravam o problema. Algo amplamente confirmado pelo estudo quantita‑tivo recentemente levado a cabo pelo Estado, e que, entre outras conclusões, indica que a maior parte dos portu‑gueses acredita que o país está numa situação pior do que a que se vivia antes do 25 de Abril...;

2. Mas, e ao mesmo tempo, revela indícios do que deriva de cada um dos comportamentos acima, no sentido de tentar “dar a volta” aos problemas, e que se traduzem, entre outros:

i. Na evolução do poder dos consumi‑dores de Brand Builders (que sempre foram e continuam a ser) para potenciais Brand Killers, evidenciada pela extraor‑dinária manifestação criativa de protesto

contra a BP e a fuga de crude nos Estados Unidos, que mostra que a raiva pode ser transformada em acção;

ii. Na expansão do Coaching e de inovações em formas de terapias como o yoga para nos ajudarem a sermos mais exigentes connosco mesmos e com o que nos rodeia, bem como dar‑nos maior equilíbrio e reforçar a nossa capacidade de decisão, o que comprova que a desconfiança pode ser transformada em exigência e a deca‑dência em recompensa;

iii. Na necessidade de não tocarmos somente no que está mal, mas princi‑palmente mostrar e construir sobre o que está bem, por forma a transformar o cinismo em esperança.

3. E esta análise é resumida e expli‑cada na matriz que mostramos a seguir:

Page 46: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

46

IV. Da matriz atrás, e novamente suportados pelos Cool Examples que recolhemos, fizemos uma articulação de insights gerais para aplicação àquilo que, ao fim e ao cabo, faz com que as crises amainem – os negócios, aquilo que dá empregos, gera riqueza e devolve a confiança e o bem‑estar à maioria.

OPINIÃO . A crise e a raiva, desconfiança, cinismo e decadência sentidos pelo consumidor, por José Eduardo Garcia e Luís Rasquilha

Como colmatar/resolver deficiên‑cias existentes?

Como melhorar a performance dos meus clientes?

Que alternativas válidas para ambos devo dar aos meus clientes?

O que devo fazer que gratifique mais os meus clientes por ficarem comigo?

Como dar mais e melhor voz a muitos?

O que devo fazer a mais pelos meus clientes?

O que posso criar que sirva para ajudar a muitos?

O que de novo e simples posso criar para os meus clientes?

Como comprovar que o que faço é realmente o melhor para os clientes?

O que posso fazer para mostrar que tenho soluções para muitos?

O que de mais e melhor posso dar aos meus clientes?

Como aumentar a performance da minha empresa?

O que de mais e melhor devo fazer por mim?

Acção“Fortalece, suporta e dá

voz activa à raiva...”

Exigência“Impõe a população como

decisora...”

Esperança“Leva a tentar fazer

mais/ajudar mais para

resolver...”

Recompensa“Ajuda a viver mais e

melhor durante estes

tempos...”

V. O que se pode notar dos insights acima é que todos:

1. Se aplicam a qualquer tipo de negócio;

2. Têm o cliente como foco;

3. Utilizam a inovação como ponto de partida – acrescentar valor, baseados em benefícios racionais + benefícios emocionais, sobre o custo – tanto para quem vende como para quem compra;

4. São simples;

5. Demonstram que a observação e análise disciplinada de tendências e, sobretudo, a sua aplicação em insights de inovação – seja em tempos de crise, ou não – é válida e, sobretudo, prática.

VI. E para fechar este artigo, nada melhor do que reiterar que não se pode nem se deve esperar por soluções milagrosas, mas sim criar soluções viáveis, e acreditar e apoiar a capacidade empresarial dos portugueses. E, como prova desta capacidade, o facto de que

Portugal é um dos centros de referência e excelência para a realização de feiras, eventos e conferências a nível mundial, deve servir‑nos de guia e as lições deste sucesso aplicadas a tantas áreas de negócio quanto possíveis.

Page 47: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

47

www.festaseeventos.net

Page 48: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

48 EVENTOS

EUBEA PREMEIAM EVENTOS NÃO CONVENCIONAIS

Todos os anos os European Best Event Awards são uma montra do que melhor se faz na Europa em termos de eventos.

A edição de 2010 ficou marcada por iniciativas muito originais, que fugiram completamente ao convencional e que mostraram que, numa altura de crise, usando a criatividade, é possível construir e reforçar a ligação entre marcas e consumidores, justamente através dos eventos. O grande vencedor dos prémios europeus, um evento da Heineken Italy, é o perfeito exemplo de como uma ideia original pode gerar uma notoriedade tal que, arriscamos dizer, provavelmente toda a gente do sector ouviu falar deste evento. Veja os vídeos dos eventos em realidade

aumentada em:www.festaseeventos.net/realidade-aumentadaPara isso, basta apontar este marcador à sua webcam.

Page 49: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

49

www.festaseeventos.net

HEINEKEN, FUTEBOL E O RESSURGIMENTO DOS POMBOS-CORREIO

Uma grande partida de futebol pode marcar a vida de qualquer homem. Um Real Madrid‑AC Milan é certamente o jogo da vida de um italiano. O que fazer então quando a namorada, chefe ou qualquer outra pessoa com poder (e certamente más intenções) escolhe o dia do jogo para ir a um concerto de música clássica? Pior. Com poesia incluída… É o pesadelo de todos o adeptos do “calcio”. Ironia das ironias. Esta partida cruel do destino foi criada, e posta em prática, nada mais, nada menos do que pela Heineken, supos‑tamente uma companheira fiel de qualquer adepto de futebol. A equipa de marketing da Heineken quis pregar uma valente partida a mais de mil adeptos de futebol. Contou para isso com a ajuda de 100 namoradas, 50 professores, alguns editores de jornais e outros cúmplices. O resul‑tado foi que as vítimas insuspeitas

viram‑se arrastadas para uma sala de espectáculos, em pleno dia de jogo e colocadas frente a uma orquestra com ar soporífero e obrigados a ouvir 15 minutos de música clássica enquanto poemas passavam num ecrã gigante. A Heineken resolveu acabar com a agonia. “É difícil dizer não ao patrão não é?”, leu‑se de repente entre risos desconfiados da assistência… “E à namorada?” “E ao jogo?” “Como é que algum dia sequer imaginaram em perder a partida?!?!”, lê‑se enquanto a orquestra vai dedilhando acordes mais conhecidos: a música da “Champions” começa a ecoar na sala que neste momento já está num rebuliço. As vítimas sabem que foram enganadas e explodem em aplausos quando no ecrã gigante surgem, enfim, imagens do jogo…A Heineken atraiu 1.136 insuspeitos fãs de futebol a esta armadilha. 1,5 milhões

de pessoas viram tudo em directo na Sky Sports. dez milhões seguiram nas noticias no dia seguinte. cinco milhões visitaram a página da Heineken nas duas semanas que se seguiram. Blogues, fóruns, redes sociais… Foi uma mega‑operação de marketing que mostra que os “velhinhos” apanhados ainda são dos fenómenos mais atraentes da tele‑visão. E estes apanhados foram mesmo recompensados. O Milan venceu por 3‑2, num jogo que foi descrito como “electrizante”. E pensar que esse tempo esteve em risco de ser desperdiçado em música clássica e poesia… E nem uma cervejinha gelada… As cervejeiras têm uma tradição de marketing e publicidade eficazes, mas neste caso uma marca conseguiu fazer notícia mundial. E garantiu que os telespectadores não mudavam de canal a meio do anúncio, um desafio cada vez maior para os anunciantes. E

Page 50: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

50 EVENTOS

com o principal meio de difusão a ser a Internet, o desafio é ainda maior. Mas o chamado “viral vídeo” é uma arma cada vez mais explorada por anun‑ciantes para espalhar a sua publicidade. Veja‑se as imagens de Roger Federer, qual Guilherme Tell, a acertar com uma bola de ténis numa garrafa colocada na cabeça de um amedrontado assistente, durante o intervalo de um anúncio da Gillette. Muita discussão se seguiu a este vídeo que se espalhou no Youtube em dias: Federer nunca poria em perigo a sua reputação num episódio no mínimo arriscado. Era impossível acertar, mesmo para um mestre da precisão como o tenista suíço. Mas o resultado foi uma publicidade à escala mundial que a Gillete dificilmente conseguiria de outra forma. Marketing de “guerrilha”. Num novo mundo de publicidade, tudo vale para atrair a atenção dos espectadores. E não há efeitos especiais que valham às marcas, nem celebridades, nem modelos perfeitos. O segredo é o boca‑a‑boca, uma técnica que tem milénios, mas que está a voltar (se é que algum dia deixou de existir) a dominar a atenção de marcas e agên‑cias de publicidade. Afinal quem é que nunca foi influenciado por um amigo ou conhecido a comprar algo de um determinada empresa ou a fazer algo tão simples como clicar num link? Às vezes isso é o suficiente… É o mesmo principio básico de um pombo‑correio, sinais de fumo ou lendas contadas de pessoa para pessoa através de gerações. É isso a Internet. O retorno ao diálogo individual e a antítese dos meios de comunicação de massas.

É o fim da publicidade como a conhecemos? Ou o retorno às origens?

Maria Pereira

SWISSCOM URBAN HACKING: FESTA COM

UM TOQUE DE “SWISSNESS”

suíças, apelando ao sentimento de união nacional. Da mesma forma que apare‑ciam, também desapareciam no meio da multidão. O “urban hacking”, uma ferramenta de marketing que promove a quebra da rotina de forma criativa e original, foi a forma escolhida para chegar à população.As melhores imagens desta acção foram reunidas num pequeno filme, que foi colocado no YouTube no dia seguinte. No vídeo, uma voz – com um toque de “Swissness” – relatou os aconte‑cimentos, numa imitação do lendário comentador desportivo Matthias Hüppi. A campanha de marketing online coincidiu com a abertura dos Jogos de Vancouver, nos quais participaram atletas suíços patrocinados pela marca. O filme do evento mereceu 160 mil cliques em apenas duas semanas e a acção marcou presença nos principais órgãos de comunicação social suíços. A VOK DAMS Agency for Events and Live‑Marketing foi a agência responsável pela realização do evento da Swisscom.

MJL

Imagine‑se a passar numa estação ferroviária, a preparar‑se para apanhar um comboio para casa ou a chegar para mais um dia de trabalho. Sem contar, é rodeado por dezenas de pessoas, que o abraçam, pegam em si e entregam‑lhe uma taça como se tivesse acabado de vencer um Campeonato do Mundo. Foi mesmo isto que aconteceu na prin‑cipal estação ferroviária de Zurique, na qual circulam diariamente milhares de pessoas. Esta acção, promovida pela empresa de telecomunicações Swisscom, pretendia celebrar a Suíça e a “Swissness”, um termo criado para retirar a sobriedade associada ao país, assinalando‑o como uma marca mais descontraída no panorama mundial. A iniciativa, intitulada “Swisscom Urban Hacking”, venceu o primeiro prémio na categoria “Unconventional Event” (evento não convencional) dos European Best Event Awards 2010, iniciativa da qual a Festas&Eventos é media partner.Sob o mote “Juntos pela Suíça” (“Wir für die Schweiz”/“United for Switzerland”), os cerca de 100 actores surpreendiam os transeuntes. Nas mãos, bandeiras

Page 51: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

51

www.festaseeventos.net

TELENOR: “I’M

WORKING FROM

HERE TODAY”

Bem no alto, numa plataforma levan‑tada por uma grua, numa estrutura giratória de publicidade, numa carru‑agem ou mesmo num palco montado num outdoor. São várias as possibili‑dades de locais de trabalho propostos pela operadora de telecomunicações sueca Telenor, numa acção intitulada “Hoje estou a trabalhar a partir daqui” (“I’m Working From Here Today”). O evento, que venceu o segundo lugar na categoria “Unconventional Event” dos European Best Events Awards 2010, pretendia mostrar que com os serviços da Telenor o cliente pode trabalhar quando e onde quiser, até nos sítios mais inusitados. Não se ficando apenas pelo dizer, a empresa decidiu mostrar que tudo é possível…Transformando os locais mais ines‑perados em escritórios, o desafio foi lançado a executivos, artistas e escritores para lá trabalharem ao longo de uma semana. A campanha, que decorreu em Estocolmo, Gotemburgo e Malmoe, na Suécia, foi vista por cerca de 42 por cento dos clientes de tele‑comunicações de companhias suecas. Trinta e cinco por cento deles ficaram interessados em saber mais sobre os serviços da Telenor, um resultado que nunca antes tinha sido alcançado. Nos media online e nas redes sociais, a campanha foi vista por mais de um milhão e 200 mil pessoas.O evento foi promovido pela agência Fieldwork & Garbergs para a Telenor, durante o mês de Outubro de 2009. Para saber mais visite www.webcollec‑tion.se/tomorrow/telenor.

MJL

Page 52: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

52 OPINIÃO

Diogo AssisDirector da TLC

Page 53: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

53

www.festaseeventos.net

KIT DE SOBREVIVÊNCIAQuem trabalhou directamente com um gestor de compras de uma grande empresa multinacional certamente já se deparou com uma barreira no início das conversações: a categoria “Eventos” não aparece na lista de compras. Pois é, infelizmente ainda pertencemos a uma classe desconhecida, pouco valorizada, vista como amadora, que contrata serviços com um simples aperto de mão. Justificar um custo de hora de um profissional das nossas empresas é uma tarefa praticamente impossível.

De quem é a responsabilidade? A resposta é simples: nossa! É um problema que vem de dentro e não dos clientes, como muitos poderão pensar. É urgente profissionalizar a nossa indústria, converter as relações de sociais para profissionais. Chega de sermos cowboys, esconder comissões em todo o lado, incluir almoços e fins-de-semana grátis na equação das nossas decisões. É necessária uma mudança profunda de atitude, um investimento forte em boas práticas de gestão, para se credibilizar e valorizar de uma vez por todas o profissional de eventos.

Page 54: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

54

A palavra colaboração tem que fazer parte do kit de sobrevivência. Colaboração essa regulada por políticas transparentes que acrescentam valor. RFI (Request for Information) e SLA (Service Level Agreements) são ferra‑mentas utilizadas por clientes, em mercados sofisticados como o inglês, alemão e americano, na compra de eventos, enunciando regras básicas de jogo e da relação entre as partes. Estes procedimentos exigem boas práticas, auditáveis e demonstráveis, em áreas tão distintas como a financeira, tecnoló‑gica, gestão de risco e de crise, processo de compras, política de seguros, formação, entre outros. Quem não cumpre com as regras não vai a jogo.John Hooker, a propósito de trans‑parência, escreveu recentemente um artigo para a Meetings Review, intitu‑lado “Can you hide my helicopeter?”, onde faz referência à nova lei, aprovada no parlamento Inglês em Abril do ano passado, “UK Anti‑bribery Act”, a implementar no curso deste ano, com efeito prático no panorama dos eventos no Reino Unido e certamente extensível em breve ao resto da Europa. Não chega fazer bons eventos, é preciso fazê‑los de forma transparente e ética. Quem nunca teve um cliente a pedir para esconder uma massagem nos custos do coffee-break?

Ainda há empresas e profissionais que não entenderam que a comunicação, apesar de ser um tema tão banalizado, está para ficar.

É fundamental ter processos de comu‑nicação holísticos que promovam a interacção entre todos os stakeholders: clientes, parceiros, fornecedores e equipa. Telefone e telemóvel são insuficientes. É necessário disponibilizar soluções de reuniões online e videoconferência, bem como a integração de redes sociais em todo o processo de comunicação.Bons sistemas informáticos que registem todas as fases de um planea‑mento cuidadoso diminuem o risco e, na eventualidade de acontecer algum problema, que acontece, as energias estão centradas na resolução da crise e não em encontrar informação dispersa em sistemas manuais e pouco fiáveis.Do kit de sobrevivência tem que fazer parte uma robusta política de compras, idónea, que obrigue os fornecedores a profissionalizarem‑se, a manterem‑se actualizados com as melhores práticas internacionais nas suas áreas e a inves‑tirem na formação das suas equipas.Com a banalização da informação não basta reservar um hotel, um autocarro, contratar um catering ou uma guia. É preciso acrescentar valor, aumentar o retorno do investimento, e oferecer soluções ao cliente para medir esse mesmo retorno.Empresas com lideranças autocrá‑ticas não estão para ficar. É preciso dar autonomia e responsabilizar, mas para isso tem que se investir nas pessoas. A formação tem que fazer parte dos nossos orçamentos, com o objectivo da valorização profissional e da construção de planos de carreira. Chega de olhar para os estagiários como mão‑de‑obra barata para servir cafés e tirar fotocó‑pias. Ao estagiário tem que ser dada uma verdadeira oportunidade, com bons planos de integração, formação, orientado por pessoas competentes.A internacionalização deve ser enca‑rada como uma oportunidade. Temos muitos exemplos de profissionais

portugueses valorizados e premiados fora do país, na ciência, tecnologia, medicina, música, marketing, e muitas outras. Nomes como Mariza, Mourinho, António Horta‑Osório, Lobo Antunes, Joana Vasconcelos, e tantos outros, que são hoje referências mundiais nas suas disciplinas. Todo o problema tem uma solução, toda a crise tem oportuni‑dades. Precisamos de deixar o lamento diário e focar as nossas energias em transformar as nossas empresas em empresas‑bandeira, tanto em Portugal como fora. Pensar grande, como fizeram nos séculos XV e XVI o Infante Dom Henrique, Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral, nomes que representam bem o português excessivo, explosivo, vaidoso, genial e empreendedor que esteve no melhor da nossa História.

Há muito e bom talento em Portugal. Não podemos deixar a história passar por nós, temos nós que passar pela história.

OPINIÃO . Kit de sobrevivência, por Diogo Assis

Page 55: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

55

www.festaseeventos.net

Page 56: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

OPINIÃO

Paula RibeiroDirectora da Bloom Up

Page 57: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

57

www.festaseeventos.net

DESAFIO PARA NOVAS OPORTUNIDADESO contexto de crise nacional e internacional que marca a actualidade assume um papel de extrema relevância em toda a economia e em qualquer sector de actividade, em particular na área da comunicação e eventos. A crise e as medidas de austeridade que marcam o início e o ano de 2011 farão com que o marketing, a comunicação e os eventos tenham de se adaptar aos novos tempos.Em termos gerais as empresas passarão a centrar o início do seu trabalho no marketing: Estudar bem o mercado e o consumidor para assim identificar a estratégia eficaz. A partir daqui há que definir o plano de acção onde a comunicação e os eventos são fundamentais. É aqui que tudo vai ser racionalizado, as prioridades serão redefinidas e os orçamentos mais curtos! As agências centradas única e exclu‑sivamente num serviço, por exemplo assessoria de imprensa, terão uma vida difícil em tempos de crise. A tendência do cliente passará por procurar

soluções integradas, um conjunto de serviços prestados por uma só empresa que dê resposta às suas necessidades globais de comunicação. Por outro lado, o cliente entenderá que

um correcto enquadramento com a estratégia de marketing identificada e um briefing bem passado será uma grande mais‑valia na prossecução dos seus objectivos.

Page 58: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

58

A agência deverá trabalhar com o seu cliente e não para o seu cliente!Para além disso, o desenvolvimento de qualquer projecto e a apresentação de qualquer proposta nestas áreas implica uma completa e fundamentada análise de retorno de investimento. É indis‑pensável que o cliente tenha uma real noção de qual será o seu nível de inves‑timento, mas também o retorno que ele trará, qual o impacto junto do seu público‑alvo, de que modo cada acção pode e deve ser rentabilizada. Quando os orçamentos estão em contenção, a criatividade e a capa‑cidade de inovar e surpreender assumem novos contornos. A tão falada retracção do consumo (em todas as áreas) implica que o consu‑midor pondere mais as suas esco‑lhas, e de algum modo consuma menos. Nesta escolha mais selectiva é urgente que a marca que repre‑sentamos esteja sempre claramente presente na cabeça do nosso público. Assim, é fundamental que ela se destaque de toda a concorrência, que

seja diferente, pela positiva!Na área dos eventos, este é um factor de extrema importância. Cada evento que se prepara, que se desenvolve e projecta tem que ser único! Assim, cada briefing deverá ser recebido como a oportuni‑dade de fazer algo novo, olhar para o que nos é pedido de uma nova perspec‑tiva, que vá ao encontro dos objectivos que nos são apresentados. Obviamente que a experiência que se vai adqui‑rindo, e o que se vai aprendendo com os projectos anteriores, permite‑nos fazer melhor. Aprende‑se com os erros e as falhas, e procura‑se optimizar tudo o que foi bem feito.

Os tempos de crise levam, por vezes, a que se caia no erro de acreditar que a melhor solução é a mais barata, quando o fundamental é alcançar o objectivo da forma mais eficiente.Cada caso deve ser analisado de forma única e as dificuldades que os tempos de maior contenção representam deverão ser encaradas como um novo desafio na procura da melhor solução. Como exemplo temos o caso das agências de comunicação low cost. Um estudo recentemente apresen‑tado, realizado na Universidade do Minho, denominado “Comunicação low cost: desinvestimento ou fórmula de sucesso”, concluiu que o contexto económico pouco favorável não traz

OPINIÃO . Desafio para novas oportunidades, por Paula Ribeiro

vantagens para a aplicação do low cost no mercado de comunicação. Ou seja, o posicionamento de baixo custo das agências de comunicação não é apela‑tivo para as empresas portuguesas.Por outro lado, não é novidade a prática de dumping que algumas agências teimam em implementar, com o objectivo único de ganhar clientes. E este problema agudizar‑‑se‑á em 2011 com efeitos nefastos para as agências que o praticam e, consequentemente, para os clientes que angariam. Se em 2010 ainda lhes foi possível sobreviver à tona da água, este ano terão de respirar por uma palhinha para evitar o afogamento. Também neste contexto, é necessário assumir uma postura séria e mais proactiva, analisar novos conceitos e dar muita atenção às novas ferra‑mentas de comunicação para lidar com realidades mais complexas. Os especialistas de comunicação passarão a ter novos desafios em 2011 que poderão passar por analisar deta‑lhadamente a estratégia para melhor gerir a comunicação.

Em resumo, o ano de 2011 será marcado pela sobriedade no mercado. Repense-se o posicionamento e ofereçam-se valores acrescentados no trabalho realizado para aumentar o volume de negócio.

Page 59: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

59

www.festaseeventos.net

EVENTOS

SALÃO DAS VIAGENS DE NEGÓCIOO 4º Salão das Viagens de Negócio juntou no Centro Cultural de Belém, no início do mês de Fevereiro, alguns dos principais actores deste segmento, num misto de feira e congresso. O conceito é muito interessante (e o futuro das feiras pode também passar por aqui), um espaço de congresso, apoiado por um espaço expositivo, sem os tradicionais stands, mas com as empresas todas no mesmo plano. No evento foram apresentados os resultados do Barómetro das viagens de negócios que, entre outras conclu‑sões, mostrou que “a nível europeu se verifica, claramente, que as viagens relacionadas com novos mercados / gestão de clientes são, dificilmente,

substituídas por reuniões virtuais”. O mesmo estudo mostra que Luanda é um destino que está a crescer em termos de procura, e que a maioria das empresas portuguesas espera aumentar o seu volume de viagens em 2011, mas de forma algo residual, 0,8 por cento. Para 2011 um dos grandes desafios do mercado são os smartphones, que cada vez mais contêm aplicações para os viajantes e é necessário que as empresas saibam lidar com isso. Este evento, organizado pela Travelstore/ American Express Travel, contou com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa, que traçou um retrato do país e da economia, e realçou a importância estratégica do turismo e dos eventos.

“Temos condições únicas para receber eventos: climatéricas, de segurança, de acolhimento e hospitalidade. É função do Estado criar condições para potenciar esses acontecimentos”, diz o professor.

Sejam megaeventos como o Rock in Rio, por exemplo, mas também as reuniões e congressos. Em entrevista à Festas&Eventos, Marcelo Rebelo de Sousa sublinha a traço grosso as potencialidades do país para receber eventos, mas “há eventos e eventos”, comenta, explicando depois que “pela projecção internacional, por aquilo que representam para o país em receitas, por aquilo que são os ganhos relativos desses eventos, devem realizar‑se. Não realizar é perder dinheiro para o país”. O professor admite, no entanto, que haja eventos menos ou importantes e que possa haver um reajustamento e mais comedimento nos meios utilizados. O turismo de negócios é um segmento muito rentável para o país e é importante “estimular, apoiar , criar condições para a sua realização, porque muitas vezes não há condições”, comenta o professor. Nomeadamente faltam de espaços “que sejam suficientemente amplos e poli‑valentes para a realização de eventos, e com a possibilidade de acomodar vários ao mesmo tempo”, alerta Marcelo Rebelo de Sousa. Uma opinião de quem está à margem do sector, mas atento ao que se passa.

Cláudia Coutinho de Sousa

Marcelo Rebelo de Sousa

Page 60: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

60 OPINIÃO

Sara NobreDirectora de Eventos da consultora de comunicação Grupo Inforpress

Page 61: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

61

www.festaseeventos.net

A COR NA ORGANIZAÇÃO DOS EVENTOSA cor é um elemento fundamental no processo de comunicação visual de um evento. A combinação certa pode influenciar as emoções dos convidados, no entanto, esta selecção deve ser realizada com alguma técnica e conhecimento, e não apenas com base nos nossos gostos pessoais ou do cliente, na moda ou factores culturais.

A percepção da cor resulta de uma sensação interna provocada por estímulos físicos e pode exercer diversas sensações, pelo que, ao idealizarmos a identidade corporativa de um evento, decoração, farda das assistentes, cenário, serviço de catering, devemos ter em conta algumas considerações e criar o máximo equilíbrio entre a cor usada e o nosso público-alvo.Convidados mais sofisticados apreciam combinações de cores mais subtis, enquanto um público mais jovem prefere as mais chamativas ou da moda. Após definir a mensagem que pretende transmitir no evento, utilize a cor em conformidade:

Page 62: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

62

AmareloPositividade, leveza. Embora conside‑rada uma cor optimista, é a cor mais difícil para o olho absorver e deve ser utilizada em proporções minimalistas. Indicada para actividades com crianças.

AzulHarmonia, segurança, conservado‑rismo, autoridade, monotonia, depen‑dência, tecnologia, liberdade, saúde. É uma das cores mais comuns em áreas educacionais e governamentais.

BrancoPureza, inocência, reverência, paz, rendição, união. Utilizada frequente‑mente devido à sua natureza simplista.

CastanhoSolidez, segurança, ambiente rústico, estabilidade, estagnação. Sendo a cor da terra, é muito utilizada em sectores relacionados com a construção.

CinzentoElegância, humildade, respeito, reverência, subtileza. Não é uma cor utilizada com frequência. Porém, serve para atenuar o preto. Utiliza‑se em eventos formais e nocturnos.

Cor-de-laranjaEnergia, criatividade, equilíbrio, entusiasmo. Muito utilizada para criar a sensação de abertura e amizade.

Cor-de-rosaInduz ao feminismo, inocência, suavi‑dade, saúde. Devido à sua natureza tranquilizante, é utilizada em cuidados de saúde, SPA e produtos de cosmé‑tica. Não é a cor favorita para eventos. Porém, usada convenientemente, pode adicionar à atmosfera um toque de frescura e feminilidade.

PretoPoder, modernidade, formalidade, mistério. É uma cor poderosa que evoca elegância e estilo e é utilizada em muitos logótipos pela sua audácia e sofisticação.

RoxoVelocidade, concentração, optimismo, alegria, felicidade, idealismo. Por ser rara na natureza, é uma cor pouco utilizada.

VerdeNatureza, primavera, juventude, desenvolvimento, riqueza, esperança. É amplamente utilizada em cuidados de saúde, construção, imobiliário e golfe devido à evidente correlação com estes sectores. Cor indicada para eventos ao ar livre e na criação de palcos naturais e/ou de estilo ecológico.

VermelhoPaixão, força, energia, amor, liderança, raiva, revolução. Como atrai facilmente a atenção, é comum em logótipos e muito utilizada em eventos ligados à moda.

VioletaEspiritualidade, criatividade, realeza, sabedoria. Muito utilizada em cocktails.

A CIÊNCIA DA COR...

NA APARÊNCIA

No que diz respeito à linguagem corporal, azul‑marinho, preto e vermelho forte são cores que sugerem elevado status, enquanto que púrpura e azul cyan sugerem sofisticação. O verde, creme e bege aportam um perfil mais frágil e cores como azul claro, amarelo e cor‑de‑rosa são cores infantis. Na hora de esco‑lhermos e/ou aconselharmos a indumen‑tária, devemos ter em conta a imagem a transmitir no evento e os rasgos de perso‑nalidade que queremos engrandecer.

A CIÊNCIA DA COR...

NO SERVIÇO DE

CATERING

A expressão “os olhos também comem” não podia ser mais verdadeira, dado que a primeira impressão antes de

provar um prato determina a respectiva avaliação. O serviço de catering pode ser um espectáculo visual, uma criação estética que proporciona uma verda‑deira experiência através das diferentes texturas e disposição dos alimentos, dos recipientes e utensílios escolhidos e da harmonia e coerência entre todos estes elementos.

A CIÊNCIA DA COR...

NOS AMBIENTES

TEMÁTICOS

São várias as opções para uma adequada combinação de cores: um espectáculo de feixes de luz e cor, assentos coloridos como forma de identificação de lugares, paredes que se vestem de luz, iluminação que muda de acordo com o programa do evento, interligação entre gobos e cenários, alcatifa multicolor, photocall no qual os convidados surgem envoltos num jogo de luz, colour modeling perfor‑mance, bolo de aniversário iluminado, assistentes com t‑shirts de LED, animação com graffitis de luz criados ao vivo, ofertas coloridas no final do evento ou violino que emite luz, são apenas algumas ideias.

Numa situação de algum desalento que os Portugueses atravessam, a COR, nos diversos contextos e aplicações, pode ser um contributo valioso para aumentar o estado anímico dos convidados.

OPINIÃO . A cor na organização dos eventos, por Sara Nobre

Page 63: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

63

www.festaseeventos.net

Page 64: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

64

CONGRESSO APECATEDEBATER O MUNDO EM MUDANÇASob o signo “Enfrentar um mundo em Mudança” realizou-se pela primeira vez o Congresso da Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos. Uma oportunidade para os três sectores partilharem conhecimentos e experiências. Temas como a criação de uma nova profissão de Técnico de Turismo de Ar Livre, qualidade, sustentabilidade e auto-regulação estiveram em destaque.

EVENTOS

Page 65: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

65

www.festaseeventos.net

PUB

O Centro de Congressos do Estoril foi o cenário deste encontro de dois dias que contou com cerca de 200 partici‑pantes. Sobretudo o sector da animação turística disse “presente” e esteve em

força na iniciativa. O evento contou na sessão de abertura com as presenças do secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, do presidente da Câmara de Cascais (que entretanto renunciou ao cargo), António Capucho e com Duarte Nobre Guedes, presi‑dente do Conselho de Administração da Empresa Turismo do Estoril. À Festas&Eventos, Bernardo Trindade destacou a importância “objectiva” destes sectores para o desenvolvimento do turismo em Portugal: “O facto de se realizar o primeiro congresso com centenas de participantes, é um reflexo da forma como este sector tem evoluído e do interesse que tem no quadro do turismo em Portugal.” Bernardo Trindade acredita que 2011 pode ser um bom ano para estes sectores, “na exacta medida de que hoje têm condi‑ções de funcionamento e de fixação únicas, têm o interesse acrescido por Portugal, resultado de um conjunto

variadíssimo e muito significativo de acções.” António Capucho, anfitrião do evento, destacou a importância da associação e das empresas que a compõem na dinamização do turismo. Oradores portugueses e internacio‑nais propuseram diversos temas para debate. Destaque para Carlos Liz que abordou, na perspectiva das marcas e dos consumidores, a necessidade de gerar experiências memoráveis, numa comunicação inovadora e muito apreciada pelos presentes. O convidado traçou aquelas que são as dez tendên‑cias actuais no mundo empresarial: satisfazer mais depressa as necessi‑dades dos consumidores; procurar a inovação para manter a relevância no mercado; colocar a sociedade nos planos correntes de acção; deixar‑se apoderar pelas TIC (tecnologias), sem tempo para reflectir; ganhar uma certa familiaridade com o tema globalização; intuir que é fundamental uma maior

Bernardo Trindade . Secretário de Estado do Turismo

Page 66: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

66

qualificação de activos; experimentar dar mais poder aos quadros inter‑médios; desenhar um novo estatuto para o empresário como actor social; integrar a simplificação administrativa como regra do jogo e reconhecer que o contacto pessoal é insubstituível. Estes fenómenos exigem novas respostas e as marcas têm de ir ao encontro dos consumidores, por exemplo através dos eventos, já que estes são “locais privilegiados de produção de conheci‑mento sobre o consumidor e territórios 'de confiança', à vontade, para saber o que falta na relação”. Aí a marca expõe‑se. E expõe‑se também nas redes sociais que “se alimentam de sucessivos eventos – dos reais contados em digital, dos digitais amplificados em digitais, dos digitais que dão em reais. O conceito de evento precisa de ser redefinido em função da dupla natureza das coisas”, ou seja, do real e do virtual. Estas foram algumas das muitas pistas deixadas por Carlos Liz para reflexão. Outro tema em debate foi a auto‑‑regulação do sector dos eventos, um desafio grande, segundo João Sacchetti, presidente da APECATE, que implica uma mudança de atitude de todos. As próximas acções da APECATE neste sentido passam pela finalização e publicação das “Cartas de Qualidade para o sector dos eventos”, a certificação profissional da APECATE e validação junto das entidades oficiais e europeias, e a definição dos estatutos do profis‑sional de organização de eventos e de organização de congressos. Sobre qualidade falaram Ricardo Fernandes, do Instituto Português da Qualidade, e Pedro Anacleto, da KriaEventos. Esta empresa imple‑mentou um sistema de gestão de qualidade que serviu de caso de estudo e exemplo de boas práticas neste congresso. Apesar de ser um sistema com algumas dificuldades de imple‑mentação, o responsável por este projecto na KriaEventos evidenciou as vantagens que trouxe para a empresa, nomeadamente a reorganização

interna aplicada, o envolvimento de todos os colaboradores, a sistemati‑zação de métodos e práticas; credibili‑dade e confiança, e cultura de exigência e aprendizagem. Pedro Rocha dos Santos, director do Centro de Congressos do Estoril (CCE), partilhou com a audiência o caso único do espaço que dirige, na vanguarda do que de melhor se faz em termos de sustentabilidade. Também sobre o tema da sustentabilidade interveio António Silva e Sousa, da Publihappening, empresa que opta por ter boas práticas nos seus eventos, tendo criado uma classificação interna ‑ “Green Events – Eventos Responsáveis”, que aplicou já a vários eventos. Luís Ahrens Teixeira, directora da MundiConvenius, partilhou com a audiência os desafios do organizador profissional de congressos (OPC), num mercado dominado pelos grandes OPC mundiais. A responsável fez saber da falta que faz um centro de congressos no país com dimensão europeia e mundial. A promoção deficiente do país na captação de congressos foi outra das fragilidades apontadas, bem como a invasão do nosso mercado pelos agentes internacionais e a fraca locali‑zação em relação aos centros decisores. Além disso, o mercado português tem uma dimensão reduzida e está muito dividido, “toda a gente faz congressos”, queixa‑se Luísa Ahrens Teixeira. Perante isto, que futuro? “Não desistir, não desinvestir, antecipar mudanças, avaliar as oportunidades, reagir rapidamente, controlar custos, ter ideias inovadoras, procurar novos clientes e mercados, oferecer um serviço aberto e sem áreas cinzentas, fazer o cliente entender a necessidade de contratar um OPC, e oferecer novos produtos e serviços”. Ana Barbosa, presidente da secção de Animação Turística (AT) da APECATE começou por fazer um balanço deste sector, marcado pela criação de um CAE específico, “muito importante para sabermos quanto valemos”, e pelo novo enquadramento jurídico que simplifica o acesso à profissão,

clarifica a noção da actividade, cria um Registo Nacional de Agentes de Animação Turística, fixa novas regras para o Turismo de Natureza e estipula novas obrigações de informação aos consumidores. Mas ainda há coisas a fazer. Entre elas a criação de uma nova profissão – a de Técnico de Turismo de Ar Livre. E já foi dada luz verde pela Secretaria de Estado do Turismo e Turismo de Portugal para a sua criação. A APECATE tem feito o seu trabalho de casa, também quanto ao modelo de formação e certificação a adoptar para estes profissionais (apre‑sentado no Congresso por António Marques Vidal), pelo que falta criar pela Secretaria de Estado do Turismo um Grupo de Trabalho que inclua o Turismo de Portugal, a APECATE e todas as entidades necessárias à finalização do processo de criação da profissão. Desenvolvimentos a acom‑panhar no futuro próximo. A finalizar o congresso apresentaram‑se modelos de promoção de Portugal no mercado externo e ideias para enfrentar os desafios da internacionalização, respectivamente a cargo de Frederico Costa e de Frederico d'Orey.

A direcção da APECATE fez um balanço muito positivo dos trabalhos e prometeu continuar a promover actividades que qualifiquem e prestigiem todos os profissionais e as empresas do sector.Cláudia Coutinho de Sousa

EVENTOS

Page 67: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

67

www.festaseeventos.net

Page 68: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

68 OPINIÃO

Gonçalo GarciaAnalista Senior da ILM Advisory

Page 69: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

69

www.festaseeventos.net

RESOLUÇÃO DE ANO NOVOEstamos no início de mais um ano e as incertezas são mais do que muitas. Esta é por excelência a época em que mais previsões se fazem. Como é que responderá o mercado? Que melhor estratégia deveremos adoptar? Quais os principais desafios para 2011? Que produtos e serviços terão maior sucesso? Qual a conjuntura esperada para 2011?Estas são questões legítimas de quem está envolvido, não só no sector do turismo como noutros sectores de actividade. E estas são questões que habitualmente nos são colocadas de forma informal ou em conversa de ocasião.

No entanto, e para ser verdadeiro, penso que responder directamente a estas questões é desenvolver o campo da futurologia. Há uma imagem que guardo e que relembro sempre que me colocam este tipo de questões, que é a de recorrer a uma bola de cristal e consultar o oráculo.Mas sem desdém por quem se dedica a este tipo de ciência, acre‑dito que uma abordagem mais terrena poderá igualmente propor‑cionar as respostas por que todos ansiamos. Efectivamente, quando nos

colocamos a nós próprios este tipo de questões, estamos no final de contas a procurar um mínimo de segurança e conforto em relação ao desconhecido.Aceito e compreendo que o desco‑nhecido possa por vezes provocar incerteza e receio, mas reconheço também que estes são sentimentos que deveremos combater com positi‑vismo. É sobretudo com esta atitude que se deverá encarar o futuro, e ter confiança de que as acções que se planeia desenvolver resultarão de acordo com os objectivos pretendidos.

Mas como é que se poderá adoptar este tipo de comportamento e assertividade num contexto de mercado em que a contenção, o pessimismo, a sombra da recessão,‑ e, em última análise, os olhos do mundo colocados em Portugal na expectativa de ver quando é que o FMI intervirá uma vez mais‑, condicionam fortemente a realidade nacional?De facto a missão não é fácil. Mas, em todo o caso, tudo isto são conjun‑turas, hipóteses, situações possíveis de acontecer.

Page 70: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

70

Não bastam palavras de encorajamento no sentido de incutir um espírito de positivismo, para que tudo se resolva. Acima de tudo é necessário reconhecer e aceitar a situação em que nos encontramos.É igualmente importante compre‑ender que uma das leis fundamentais do universo dita que tudo tende para o equilíbrio. E se existem conjunturas que tendem para uma realidade mais nega‑tiva, a verdade é que no extremo oposto se encontram oportunidades à espreita para serem exploradas. Mas, uma vez mais, não bastam palavras a indicar que de facto existem oportunidades em tempo de crise, nem muito menos basta termos a intenção ou desejo de estarmos do lado das oportunidades. Acima de tudo, e em tempos cujos desafios são permanentes, torna‑se fundamental e chave para o sucesso estar informado.São estes três vértices – informação,

atitude positiva, acção – que de forma conjugada e articulada permitirão abordar o futuro com confiança. Não sendo a panaceia para todos os males, permite com assertividade agir de acordo com aquilo que são os objec‑tivos delineados.Desde 2008 que de forma consistente se tem ouvido falar na crise. E de forma consistente se anuncia que o próximo ano será pior que o anterior. Porém, na verdade, e não escondendo as quebras que houve, observam‑se exemplos de prosperidade, como o caso da cidade de Lisboa que no ano passado teve inclu‑sive um dos melhores anos de sempre (houve mais movimentos no Aeroporto da Portela em 2010 do que durante o Euro 2004). É o caso da hotelaria do Algarve, que apesar de ainda estar distante do ano 2007 (melhor ano de sempre), verificou um crescimento na ocupação e preço médio. É ainda o exemplo do segmento meetings industry no Algarve, o qual observou uma variação na tipologia de procura mas com a capacidade de resposta por parte dos players em satisfazer novas motivações.Estes são exemplos de resultados que derivam da capacidade dos profissionais informados sobre a realidade de mercado em agir activamente e em consonância com as alterações de mercado.Instrumentos e iniciativas desen‑volvidas pela ILM, como o Algarve Research Note, e o Meeting Industry Survey estabelecem as ferramentas de informação necessárias aos profissio‑nais para encararem o futuro desco‑nhecido com maior confiança.

OPINIÃO . Resolução de Ano Novo, por Gonçalo Garcia

Num mercado de incertezas é sempre preferível estar informado e ser activo a aguardar que algo aconteça para posteriormente reagir.Nestas situações, quando se dá conta já é tarde demais para inverter ou aproveitar aquilo que era uma oportunidade.O nosso contributo para melhorar e perspectivar crescimento em 2011 passa por proporcionar a todos os profissionais do sector as ferramentas de informação e conhecimento de mercado que lhes possibilitem abordar a incerteza com maior confiança.

Longe de ser uma bola de cristal….

Page 71: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

71

www.festaseeventos.net

Page 72: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

72 OPINIÃO

Nuno GustavoProfessor-adjunto da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril

Page 73: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

73

www.festaseeventos.net

4th GENERATION CITIES - LIVING THE CITIESA globalização acelerou os ritmos, tornando o inacessível acessível, o distante próximo, o diferente igual, o estático dinâmico, alterando, desta forma, profundamente os paradigmas e as fontes de competição. Simultaneamente, este desejado anseio pelo arquétipo do global conduziu, paradoxalmente, à procura de novos argumentos, novos modelos, novos factores distintivos, únicos e personalizados, os quais vieram alterar os princípios da competição e do desenvolvimento. Estamos perante uma nova realidade, a qual se reflecte numa transfiguração dos modos de vida e dos meios e espaços onde vivemos, por excelência, o espaço urbano.Durante décadas, várias cidades foram confrontadas com uma redução do emprego nos sectores tradicionais da indústria e com a dificuldade em atrair novas actividades de base tecnológica, as quais privilegiaram as grandes metrópoles urbanas. Para fazer face a este cenário muitas cidades optaram por investir no turismo, em dinamizar atracções e actividades, assumindo-se como cidades de eventos. Ao adoptarem a referida estratégia, as cidades em causa exploraram o potencial da economia de experiências (Lorentz, 2009:829).

Esta nova realidade, a qual decorre da fusão paradoxal da globalização e da personalização, tem no capital humano e no seu conhecimento o novo elemento dinamizador. Por outras

palavras, a génese da Economia de Experiências sustenta‑se na criativi‑dade e no seu dinamismo alucinante, alterando o modelo competitivo das cidades (Acs, et. al, 2009). Perante os

vectores da Economia de Experiências sucumbiram os antigos paradigmas de competição gerando‑se novos ideais sustentados no lema: Loving the City. Por esta via dinamizou‑se uma nova

Page 74: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

74

lógica de competição, alicerçada numa matriz de natureza imaterial, antagó‑nica dos modelos outrora vigentes.Na reinvenção dos espaços urbanos e na competição de destinos turís‑ticos, os eventos têm conquistado um protagonismo único. Os hallmark ou megaeventos são, em particular, a expressão embrionária desta realidade, cada vez mais quotidiana e mediática no século XXI. Os Jogos Olímpicos ou as Exposições Universais são um exemplo paradigmático desta reali‑dade. Vislumbramos o carácter e a natureza esporádica e comemorativa destes acontecimentos em referências históricas e internacionais, hoje locais de culto e atracção, como são exemplo a Torre Eiffel, o Cristal Palace ou o Estádio de Wembley (Chalkley e Essex, 1999).Ao longo da história os eventos provaram a sua capacidade mobiliza‑dora e de metamorfose dos espaços, conquistando uma legitimidade singular na dinâmica dos quotidianos das sociedades modernas ociden‑tais. Hoje, na lógica da Economia de Experiências, a natureza estraté‑gica dos eventos, ela própria, evolui, assumindo um âmbito diferente. Os eventos enquanto recursos estratégicos de desenvolvimento já não se resumem apenas a situações de natureza pontual e celebrativa, imortalizadas em obras de referência.A realização de eventos tem‑se assu‑mido como um elemento estratégico na competição entre destinos turís‑ticos, visando o rejuvenescimento e a sustentabilidade dos mesmos. Em pleno século XXI a visão estratégica dos eventos de índole esporádica e pontual reinventa‑se. Hoje os eventos assumem‑se como elemento estratégico core na óptica da gestão e competição dos destinos. Vários são os destinos que assumem a sua ambição pelo título de: “The Most Eventful City of the Planet”. Por exemplo, Melbourne promove‑se como “the world’s event city” (2008), Seoul afirma‑se como “one of the most eventful cities of the world” (2006). A um nível regional Nevada’s Reno‑Tahoe

Territory (2006) assume‑se como “The Most Eventful City in America” e Durban toma idêntica opção estratégica initulado‑se “Africa’s premier sporting and events destination” (Richards & Palmers, 2010).Inspirada e sustentada pelo espírito global e online das novas tecnologias a Experience Economy desenvolve‑se agora sustentada em processos mais interactivos, dinâmicos, sustentáveis,

Bibliografia

Lorentz, Anne (2009) ‘Cities in the Experience Economy’,

European Planning Studies, 17: 6, 829-845

Chalkley, Brian and Essex, Stephen (1999) ‘Urban develop-

ment through hosting international events: a history of the

Olympic Games’, Planning Perspectives, 14: 4, 369-394

Acs, Zoltan J. and Megyesi, Monika I. (2009) ‘Creativity

and industrial cities: A case study of Baltimore’,

Entrepreneurship & Regional Development, 21: 4, 421-439

Richard, G. & Palmers, R. (2010) Eventful Cities:

Cultural Management and Urban Revitalisation. Oxford:

Butterworth-Heinemann

responsáveis, tendo como foco a comunidade, em detrimento da máxima exclusiva do mercado. Esta nova lógica de desenvolvimento, onde essencialmente muda o processo e se conserva a essência, está alicerçada num novo modelo de desenvolvimento: The “Sharing Economy” (Richard & Palmers, 2010). Agora o lema é “Living the City”.

Eventos

Old Vision New VisionPunctual PermanentLegacy SustainabilityProprietary SharingTop‑Down Down‑TopTransform DynamismOne‑off Events EventfulLoving the City/Destination Living the City/DestinationTourism only Leisure & TourismImpacts New Cultural DNA

Fonte: Richard & Palmers, 2010 (Adaptado)

Neste sentido, mais do que um fim em si próprio, os eventos definem‑se actual‑mente como um importante elemento dinamizador dos espaços urbanos, onde a vivência e a partilha gerada pelo seu dinamismo são factores determinantes da essência do lugar. Neste novo conceito os eventos definem‑se como a alma dos espaços urbanos, o seu ADN, o qual é construído de forma interactiva e participa‑tiva tendo como elemento dinamizador activo a comunidade.

OPINIÃO . 4th Generation Cities - Living the Cities, por Nuno Gustavo

Page 75: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

75

www.festaseeventos.netwww.minifoto‑estudio.com | [email protected] | 21 756 73 30 | 96 794 73 41 | 96 697 33 88 | Rua Alexandre Ferreira, 49 A | Lumiar | 1750 ‑ 010 Lisboa

“ Transformamos sentimentos em imagens...”Reportagens de eventos sociais, festas empresariais, congressos, moda, books, foto de produto, trabalhos de estúdio, casamentos, baptizados.

Page 76: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

76 OPINIÃO

Pedro CardosoDirector-executivo da The House of Events

Page 77: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

77

www.festaseeventos.net

MARCA PORTUGALQUE MODELO DE PROMOÇÃO NO MERCADO

INTERNACIONAL DE REUNIÕES?

A pergunta é pertinente. Aparentemente, tem faltado orientação, capacidade de liderança, envolvimento e ambição aos principais responsáveis e interessados, tanto públicos como privados…

Não é possível continuar indiferente a esta situação; o diagnóstico foi feito vezes sem conta, é preciso validar as opções estratégicas, reunir o melhor da experiência e juventude, decidir, formar, delegar, passar à acção, adoptar as melhores práticas.A abordagem ao tema de hoje incide apenas em dois segmentos primor‑diais: reuniões associativas e reuniões corporativas que, em conjunto, representam um volume de negócio grosseiramente estimado em mil milhões de euros / ano, valor equi‑valente a >10‑15%> das receitas do Turismo ‑ sete mil milhões de euros até Novembro do ano transacto, segundo os dados do Boletim Estatístico do Banco de Portugal.Nos últimos anos, Portugal ganhou notoriedade e visibilidade e posiciona‑‑se, de forma consistente em décimo lugar no ranking europeu dos destinos preferenciais, com indicadores positivos ao nível do crescimento da procura, número médio de participantes, gasto médio e duração da estadia. Manter esta posição privilegiada é uma “maratona” que exige enorme concer‑tação de esforços, capacidade de inovação

e uma gestão optimizada dos sempre escassos recursos de que dispomos. Recomendo a este propósito uma leitura atenta da documentação publicada pelo Turismo de Portugal I.P. “Pólo de Competitividade e Tecnologia Turismo 2015” que, na minha opinião, estabelece orienta‑ções ambiciosas sobre a prossecução dos objectivos de desenvolvimento do turismo português.As oportunidades para Portugal são evidenciadas: a) pela tendência de crescimento da procura no segmento de reuniões corporativas de pequena dimensão e b) pela oferta adequada para reuniões associativas, em que a dimensão média (até mil participantes) é predominante. Para além de infra‑‑estruturas adequadas, a competência, eficácia comercial e cultura de negócio têm sido factores‑chave do sucesso do sector neste segmento.Tendo em conta o exposto, seria razoável que o investimento de organismos responsáveis como as ARPT (Agências Regionais de Promoção Turística), fosse proporcional ao retorno gerado. Na prática, o que se verifica no actual modelo de promoção é uma dispersão de

recursos entre vários “produtos estraté‑gicos”, que não tem em conta a efectiva capacidade dos elementos da cadeia de valor do sector, para influenciar decisões. Esta missão pode e deve ser feita por sucessivas etapas, de forma inte‑grada, com ênfase no planeamento – engenharia de produto, definição de competências, regulamentação, arti‑culação dos componentes da oferta‑, reforço de competitividade – através da criação de serviços de valor acres‑centado, formação e coaching perma‑nente, aumento de produtividade –, diversificação e diferenciação – incor‑poração de experiências e actividades, sofisticação de produtos para nichos de mercado, desenvolvimento das indústrias criativas‑, e finalmente, comunicação e vendas – produção de conteúdos, maior eficiência e desem‑penho de todos os elementos da cadeia de valor.A afirmação do produto turismo de negócios como cluster exige visão integrada e uma forte capacidade de mobilizar e liderar projectos público/ privados; está na hora de “contar as espingardas” e saber com quem, com que meios podemos contar e quando.

Page 78: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

78 EVENTOS

EXPOEVENTOSNOVO FORMATO E TAMBÉM PARA O GRANDE PÚBLICO

A ExpoEventos – Feira dos Eventos e do Turismo de Negócios regressa em 2011 a Lisboa, com um novo formato. A principal novidade desta edição, que se realiza de 30 de Junho a 2 de Julho, é a abertura da feira também ao grande público. Mas há outras, por exemplo a criação de diversas áreas temáticas. O evento vai decorrer no Estádio da Luz, cenário da conversa com António Silva e Sousa, director da Publihappening, empresa organizadora da iniciativa.

Depois do formato road-show na edição passada, este ano o evento volta a Lisboa. Porquê?É o regresso a Lisboa e à edição nacional. O ano passado optámos pelo road-show por razões conjunturais e, ao mesmo tempo, para responder também a alguns pedidos que têm existido das regiões de turismo e dos convention bureaux. Temos a vontade de criar soluções para projectar de uma

forma mais forte a ExpoEventos, por uma de duas vias, ou pelas duas. Uma delas é a internacionalização do evento, mas continua pendente de uma série de parcerias de entidades que podem permitir isso. Outra das vias é abri‑lo finalmente ao grande público, algo que está previsto praticamente desde a primeira edição.

Mas porquê essa opção?Porque o público é cada vez mais um consumidor e um produtor de eventos. Quem não tem alguém na família ou não conhece alguém que trabalhe em alguma área de algum modo relacionada com os eventos? É uma indústria que emprega muita gente. E se juntarmos a isto os eventos particulares, o mercado dos eventos desportivos, religiosos e por aí fora... Por outro lado, a reduzida

Page 79: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

79

www.festaseeventos.net

dimensão do nosso mercado, consti‑tuído por micro e pequenas empresas, permite pensar que, sobretudo na conjuntura actual, mais vale reunir esforços e conseguir integrar tudo num único evento, dirigido a todos os sectores, e tirar mais dividendos. Pode ser ao mesmo tempo a festa dos eventos, um momento de entreteni‑mento, de demonstração de serviços, onde o expositor pode encontrar tanto o consumidor de eventos empresarial, que é importante, mas que na conjuntura actual está a retrair os seus orçamentos, e o consumidor particular.

Como tencionam gerir esses públicos tão diversos?Na visita ao recinto vamos criar uma espécie de percurso que satisfaça o expositor empresarial, que não está tão receptivo a receber o visitante particular, e vice‑versa. Acho que não é difícil,

EVENTOS DE DUAS

A 65 MIL PESSOAS

À semelhança do que acontece em estádios de outros clubes, o Benfica já tem organizada a sua oferta em termos de espaços e serviços para eventos. E a ExpoEventos e a Gala dos Eventos podem ser uma montra para demonstrar as potencialidades da estrutura para este segmento. Trata‑se de um complexo multifun‑cional, com diversos espaços (salas, auditórios, pavilhões, relvado sinté‑tico, relvado principal, entre vários outros) para a organização de todo o tipo de eventos, desde empresariais, até particulares, passando pelos megaeventos. A equipa de eventos do Benfica pode assegurar um serviço integral em termos da produção.

estamos numa altura em que mais vale, mesmo para o expositor empresarial, ter público a mais, do que a menos.

Esta aposta em termos de datas do evento é para manter?Não há datas boas na conjuntura actual. Vamos vendo caso a caso.

Mas não acha que era importante para a ExpoEventos atingir um ponto de estabilidade em termos de datas?Talvez seja esta. A data é excelente, é a meio do ano, e de algum modo serve a disponibilidade das várias áreas.

O evento decorre no Estádio da Luz, o que esteve na base da escolha do espaço?Foi o Benfica que nos sondou e convidou para realizar uma edição da ExpoEventos aqui no estádio. Achámos que era uma óptima oportunidade de chegar também ao grande público.

PUB

Page 80: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

80 EVENTOS

Que espaços do estádio estão alocados ao evento?Neste momento, mas tudo vai depender das inscrições, contamos com o Pavilhão das modalidades, o relvado sintético, a sala Champions e algumas áreas comuns. Estão projectadas realizações para o interior do estádio, mas estão ainda a ser estudadas. A ideia é criar um circuito, mostrando a múltipla utili‑zação dos espaços.

E em relação às actividades paralelas? Continuam a ter importância primor‑dial. O seminário Gest de organização de eventos vai ter três temas, um sobre gestão de eventos, outro sobre turismo de negócios e outro ainda de marke‑ting desportivo.

A Gala dos Eventos é sempre um momento alto...É outro dos momentos principais e temos surpresas muito interessantes para a própria cerimónia, mas sobretudo a nível do regulamento, que contempla agora novas áreas de actividade.

O que fará desta edição um sucesso?Não criamos falsas expectativas ou ilusórias, a conjuntura não está para isso. O programa em si, o plano de comunicação, os meios colocados ao dispor, o desenho do evento, são garantias de que se terá sucesso. Em qualquer caso, o nosso principal objec‑tivo é que a ExpoEventos ajude a recen‑trar o sector. Em relação ao visitante, vai encontrar de certeza as soluções para os seus eventos.

Cláudia Coutinho de Sousa

O FORMATO DA EXPOEVENTOS VAI

CONTEMPLAR VÁRIAS ÁREAS TEMÁTICAS,

DE QUE LHE DAMOS CONTA:

. ExpoEventos Fun ParkEspaço de divulgação de serviços e de participação activa dos visitantes, dinami‑zado por empresas de animação turística e fornecedores.

. Palco dos EventosPólo de animação, com a actuação de artistas das mais variadas áreas, com serviços para os eventos.

. Festa da CervejaEspaço de recriação histórica com uma área de esplanada, onde serão servidas cervejas e aperitivos.

. Espaço Sport & FashionCom passatempos relacionados com o desporto, moda e vida saudável. Espaço para contactar com desportistas e figuras públicas, assistir a desfiles de moda desportiva, participar em aulas colectivas e exibições de fitness.

. Espaço Lounge & Techno EventosEspaço de conhecimento e interacção com os mais modernos meios audiovi‑suais, tecnológicos e multimédia, onde vai ser possível ouvir música e dançar ao som dos mais conhecidos DJ.

. Espaço ExpoQuintas & CasamentosDirigido ao segmento dos eventos particulares.

. Espaço Academia ExpoEventosDedicado à formação na áreas dos eventos, turismo, gestão, cultura, desporto, artes e espectáculo.

. Espaço Green Event – Evento ResponsávelVocacionado para mostrar as soluções para eventos relacionadas com as temá‑ticas do ambiente e da sustentabilidade. Organizações de solidariedade social serão convidadas a expor e a divulgar livremente as suas causas.

Page 81: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

81

www.festaseeventos.net

CRIE O AMBIENTE DE SUCESSO PARA OS

SEUS EVENTOSA Multiarco Rent é líder no aluguer de equipamentos de ar condicionado para os mais diversos tipos de eventos e necessidades de climatização temporária.

Criada em 1991, alia uma vasta experiência na área da climatização a uma equipa de técnicos credenciados pela Agência Portuguesa do Ambiente e detém o Alvará de Construção na Categoria de Instalações Eléctricas e Mecânicas.

ALUGUER DE EQUIPAMENTOS

Um serviço especificamente criado para responder às necessidades de climatização temporárias da organização de festas, espectá‑culos, congressos, eventos desportivos, exposições, etc.Operando em todo o país e ao longo de todo o ano, a Multiarco Rent tem capacidade para criar o melhor ambiente, em função das características dos espaços e dos eventos.Períodos de aluguer de apenas um dia até vários meses.

INSTALAMOS EM:

Tendas de todos os tiposDomesEdifícios Históricos e outrosPavilhõesContentores monoblocoStands

Rua Reinaldo Ferreira, 38 – A/B1700‑324 Lisboa . PortugalT. (+351) 218 483 740 . (+351) 218 477 075F. (+351) 218 472 991 . [email protected]

Page 82: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

82 OPINIÃO

Pedro FigueiredoCoordenador da Pós-Graduação em Design de Eventos da ESAD

Page 83: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

83

www.festaseeventos.net

EVENTOS: SERVIÇOS OU EXPERIÊNCIAS?DA TEORIA À PRÁTICA. DA PRÁTICA À TEORIA.

Toda a teoria deve ser feita para poder ser posta em prática, e toda a prática deve obedecer a uma teoria. Só os espíritos superficiais desligam a teoria da prática, não olhando a que a teoria não é senão uma teoria da prática, e a prática não é senão a prática da teoria. [FERNANDO PESSOA]

É usual reconhecer‑se que os eventos constituem, por excelência, a ferra‑menta de comunicação que melhor responde às necessidades impostas por uma Economia da Experiência. É trivial advogar‑se que os eventos são serviços e, com base na tradicional distinção entre produtos e serviços, é igualmente recor‑rente interpretá‑los, nomeadamente em abordagens de marketing, à luz de teorias aplicadas a estes últimos. Porém, em que medida é que estas interpretações têm contribuído para a formulação de propostas teóricas sustentadas?No sentido de contribuirmos para a dissipação daquilo que acreditamos tratar‑se de uma imprecisão conceptual, que importa identificar e desconstruir,

propomo‑nos, revendo a literatura, balizar alguns juízos. Procuraremos esquissar uma análise crítica sobre o ainda escasso e insípido universo teórico disponível para o contexto particular dos eventos, refutando, em particular, as propostas teóricas de abordagem destes enquanto serviços.Várias são as razões que justificam a actual valorização dos eventos, quer os analisemos numa perspectiva de comunicação de marketing quer os abordemos enquanto indústria criativa. No primeiro caso, a sua afirmação deve‑se, é sabido, a uma reconhecida saturação da publicidade e à perda de eficácia desta e de outras ferramentas na resolução de alguns problemas

contemporâneos de comunicação. A origem desta ineficácia deve‑se ao valor atribuído pelo consumidor, e pelos stakeholders em geral, ao estrei‑tamento de relações com as marcas, privilegiando, por isso, acontecimentos que promovam o efectivo carácter relacional da comunicação. Esta é, de resto, a razão que justifica a aposta em algumas tipologias de eventos, sejam elas institucionais ou promo‑cionais, assim como em acções de brand entertainment. Já no segundo caso, a busca de produtos criativos – entendidos como bens ou serviços que resultam de processos criativos e que têm valor económico (Howkins, 2007) – justifica a afirmação dos eventos,

Page 84: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

84

particularmente daqueles que dizem respeito às indústrias do entreteni‑mento e do lazer.Em ambos os casos ressalta um elemento catalisador: a experiência, cuja natureza Pine e Gilmore (1999) descrevem como o envolvimento pessoal do consumidor num encontro agradável, “teatral”, lúdico e memo‑rável. Neste sentido, a missão dos produtores de eventos pode ser generi‑camente aportada no desenvolvimento de experiências que proporcionem ao consumidor (e a outros alvos) não só valor económico mas também, e sobre‑tudo, valor emocional.Num artigo intitulado “Welcome to the Experience Economy”, publicado na Harvard Business Review, Pine e Gilmore alertam, já em 1998, para a então emergência de uma mudança de paradigma: de uma Economia do Serviço passar‑se‑á rapidamente a uma Economia da Experiência, explicitando os autores não só as razões desta alte‑ração mas especialmente as diferenças entre serviço e experiência, aspecto que particularmente nos importa. Segundo eles, uma experiência, que classi‑ficam de quarta oferta económica1, é tão distinta de um serviço quanto este último o é de um produto.Desconsiderando, por razões óbvias, as características de uma Economia Agrária, importa explicitar as diferenças entre as restantes três Economias. Assim, numa Economia Industrial a função económica predo‑minante é fazer, numa Economia de Serviço é entregar, enquanto numa

Economia da Experiência é encenar. Os atributos‑chave da oferta são, respec‑tivamente, estandardizado, persona‑lizado e individual. Os fornecedores destas ofertas são, assim, entendidos como fabricantes, prestadores e ence‑nadores, sendo os consumidores utili‑zadores, clientes e convidados. Neste sentido, os factores determinantes da procura são no primeiro caso carac‑terísticas, no segundo caso benefícios e no terceiro caso sensações, sendo a natureza da oferta tangível numa Economia Industrial, intangível numa Economia do Serviço e memorável numa Economia da Experiência.Pine e Gilmore ilustram ainda a diferença entre serviço e experiência recorrendo a um episódio de um programa de televisão – Taxi – que, dada a sua riqueza imagética, deci‑dimos revisitar. Descrevem, então, um motorista de táxi, Iggy, que decidiu tornar‑se o melhor motorista de táxi de todo o mundo. Para isso, Iggy serviu sandes e bebidas no seu veículo, realizou visitas guiadas pela cidade e até cantou músicas de Frank Sinatra. Ao envolver os seus passageiros de uma forma nunca antes vista, trans‑formou um serviço comum num evento memorável, se quisermos, numa oferta económica distinta. A experiência de andar no seu táxi foi, por isso, mais valiosa para os seus clientes do que um mero serviço de táxi. Esta é, pois, a verdadeira natureza de uma expe‑riência. Ocorre, segundo os autores, sempre que uma empresa usa, inten‑cionalmente, serviços como palco e

produtos como suportes para envolver os seus clientes, de forma a criar um evento memorável.Na senda de âncoras teóricas e de práticas fundamentadas que possam servir a indústria dos eventos (parti‑cularmente os actores do ensino e da formação profissional) e na crença de que, como escreveu Pessoa (1926), “a teoria e a prática completam‑se; foram feitas uma para a outra”, consideramos que a refutação dos eventos enquanto serviços e o seu entendimento como experiências deva ser, pelo menos, pers‑pectivado. Mais do que um mero precio‑sismo lexical, o horizonte conceptual aqui esboçado instiga, como procurámos aludir, à inevitável e desejável conside‑ração de (outras) variáveis particulares para os eventos.

Um facto parece-nos, contudo, incontestável: a consideração de um evento como um acontecimento que se pretende memorável parece, à luz do quadro conceptual apresentado, adquirir verdadeiro significado.

OPINIÃO . Eventos: serviços ou experiências?, por Pedro Figueiredo

1. Segundo os autores, as mercadorias, características de uma Economia Agrária, são a primeira oferta económica; os produtos, característicos de uma Economia Industrial, são a segunda oferta

económica; e os serviços, característicos de uma Economia do Serviço, são a terceira oferta económica.

Referências

Howkins, J. (2007). The creative economy: how people make money from ideas. Londres: Penguin Books.

Pessoa, F. (1926). Palavras iniciais, Revista de comércio e contabilidade

Pine, B. J. & Gilmore, J. H. (1999). The experience economy. Harvard: Harvard Business School Press.

Pine, B. J. & Gilmore, J. H. (1998). Welcome to the creative economy. Harvard Business Review, pp. 97‑105

Page 85: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

85

www.festaseeventos.net

EVENTOS

GALA DOS EVENTOSNOVOS PRÉMIOS

A grande novidade desta edição da Gala dos Eventos é a atribuição de prémios específicos aos sectores dos congressos e da animação turística. Para além disso, os prémios a concurso foram revistos e alargados, de forma a acompanhar a diversidade que existe hoje em dia de eventos, fornecedores e espaços para eventos, mantendo presente uma categoria que caracteriza a importância da sustentabilidade e da responsabilidade social. Esta próxima edição vai premiar os eventos que se realizaram durante todo o ano de 2010.

Conheça as categorias e prémios da Gala dos Eventos:

Categoria Melhor Evento. Prémio Evento Empresarial

. Prémio Evento Desportivo

. Prémio Evento Cultural

. Prémio Feira de Negócios

. Prémio Evento de Marca

. Prémio Evento de Motivação e Incentivo

. Prémio Congresso

. Prémio Concerto / Festival de Música

. Prémio Evento Público (exclusivamente desti‑

nado a instituições públicas e empresas ligadas ao

Estado/Autarquias)

Categoria Melhor Produção. Prémio Catering

. Prémio Produção de Animação Turística

. Prémio Produção Audiovisual e Multimédia

. Prémio Comunicação em Evento

. Prémio Produção Pirotécnica

. Prémio Animação / Performance Artística em Evento

. Prémio Design de Evento

. Prémio Decoração de Evento

. Prémio Produção Logística em Evento

Categoria Melhor Espaço para Eventos. Prémio Hotel para Eventos e Congressos

. Prémio Quinta para Eventos

. Prémio Centro de Congressos

. Prémio Espaço Multiusos

. Prémio Espaço de Animação Turística

. Prémio Espaço Desportivo para Eventos

. Prémio Espaço Cultural para Eventos

Categoria Sustentabilidade em Eventos. Prémio destinado a Produtos, Serviços, Eventos

e Espaços que se distinguiram pela sua vertente de

responsabilidade social e protecção do ambiente.

Outros prémios Gala dos Eventos, atribuídos pelo júri, de entre os candidatos, cujos critérios exclusivos a ter em conta são a inovação e a qualificação:. Prémio Empresa Organizadora de Eventos

. Prémio Empresa de Animação Turística

. Prémio Empresa Organizadora de Congressos

Prémios especiais Gala dos Eventos:. Prémio Entidade Revelação do Ano (nomeação da

responsabilidade da APECATE, após consulta ao júri);

. Prémio Personalidade (nomeação da responsabili‑

dade da revista Festas&Eventos, após consulta ao júri,

premiando uma personalidade que tenha contribuido

para o desenvolvimento do sector dos eventos em

Portugal);

. Grande Prémio Gala dos Eventos (nomeação da

responsabilidade da ExpoEventos, após consulta ao

júri e entregue a uma iniciativa ‑ evento ou serviço ‑

que se tenha destacado no último ano).

As inscrições estão abertas até ao dia 15 de Maio e, em www.galadoseventos.com, encontra toda a informação necessária, nomeadamente o regulamento e os formulários de candidatura. A cerimónia de entrega dos prémios decorrerá no âmbito da programação da ExpoEventos, que se realiza, no Estádio da Luz, entre 30 de Junho e 2 de Julho. O evento que premeia o sector dos eventos é uma iniciativa conjunta da Publihappening / ExpoEventos, da Apecate (Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos) e da revista Festas&Eventos.

Page 86: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

86 EVENTOS

OLHAR A EIBTMUma das marcas nítidas é a da globalização. E isso pode entender-se melhor quando se olha para as feiras do mesmo género organizadas pela Reed Exhibitions, e que passam a incluir cinco eventos em cinco lugares bem diferentes: EIBTM em Barcelona, CIBTM em Pequim, GIBTM em Abu Dhabi, AIME em Melbourne e AIBTM em Baltimore. Isto diz bem da importância de se estar atento ao mundo inteiro, na busca das melhores oportunidades de trabalho e de negócio. Algo que deve ser lido à luz do aparecimento de novas potên-cias económicas, como são os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), que aliás se faziam notar nos grupos de hosted buyers presentes nesta edição da EIBTM.

Depois, a preocupação com as tecno‑logias, nomeadamente aquelas que cruzam as redes sociais, no modo como elas podem tornar os eventos mais eficazes, e também mais disponíveis em diferentes plataformas. É criado um conteúdo, o evento, e há que encon‑trar diversos modos de o fazer chegar às pessoas (mesmo àquelas que não podem estar presentes fisicamente).A seguir, a preocupação com a crise económica e financeira, e com o que ela implica em termos de ajuste no modo de produzir eventos. Dificilmente os clientes tornarão a entregar dinheiro aos organizadores se não perceberem como é que ele vai ser gasto e qual o retorno que podem esperar. Como acontece nos princípios defendidos pela meeting architecture, reclama‑se uma presença à mesa, quando ainda se discutem os objectivos de um evento.

A perspectiva portuguesaAs entidades e agências presentes este ano em Barcelona afinam pelo mesmo diapasão: houve consultas, os clientes mostraram‑se interessados, num grau que permite ter esperança nos próximos meses. Claro que paira sempre no ar a previsível crise polí‑tica no país, durante 2011, que poderá deixar marcas, paralisando instituições públicas com uma relevante acção ao nível do turismo...Foram cerca de meia centena as enti‑dades portuguesas que se promoveram na EIBTM. A base operacional para os contactos entre os agentes portugueses e os hosted buyers estrangeiros foi o stand do Turismo de Portugal, premiado no World Travel Market (em Londres)

como o “Melhor para fazer negócios”.O stand, com mais de 500 metros quadrados, contou ainda com activi‑dades de animação promovidas por parceiros, como por exemplo a acção‑‑jogo “Green Quiz”, organizada pelo Centro de Congressos do Estoril, que procurou sensibilizar os visitantes para uma atitude mais responsável e susten‑tável na organização de eventos.Nesta edição, Portugal patrocinou o Hosted Buyers Portugal Lounge, um espaço decorado com elementos da campanha internacional de turismo. Aqui foi apresentado o filme promo‑cional de Portugal e distribuída informação turística do País e das regiões aos profissionais que frequen‑taram diariamente o espaço. A EIBTM decorreu em Barcelona, entre 30 de Novembro e 2 de Dezembro de 2010.

Rui Luís Romão

Page 87: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

87

www.festaseeventos.net

RELATÓRIO DAS TENDÊNCIAS DA INDÚSTRIAAntes de apresentar o Relatório das Tendência da Indústria, na EIBTM, sempre um dos momentos altos da programação do certame, Rob Davidson, professor de turismo de negócios da Universidade de Westminster, esteve em Portugal a partilhar algumas das conclusões do estudo. O especialista começou por traçar aquele que foi o cenário vivido em 2010. Em termos do sector corporate o que se assistiu foi a prazos de execução mais curtos, clientes a compararem muito os preços, a mais eventos de um dia só, e à redução do número de fornecedores (potenciar economias de escala). Isto significa, no entender de Rob Davidson, que este se tornou, mais do que nunca, um “mercado de compradores”.

Para o sector associativo, 2010 foi um bom ano. Ainda não se sentiu o corte nos eventos dos governos, “talvez mude em 2011”, antecipa o especialista, mas por exemplo os eventos do sector SMERF (social, militar, educacional, religioso e fraternal) aumentaram.No que respeita aos espaços para eventos, há uma preferência dos orga‑nizadores por hotéis em vez de resorts. O ano foi também positivo para os centros de congressos.

INDICADORES

CONTRADITÓRIOS

Em termos do contexto económico, Rob Davidson assinala que se assistiu a uma recuperação global, mas ainda frágil. Há indicadores positivos: alguns países europeus têm crescido, bem como as economias BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), mas também indicadores negativos, nomeada‑mente a confiança baixa nos EUA, o euro fraco e a crise em alguns sectores (construção, automóvel). Este pano‑rama ambivalente reflecte‑se também geograficamente. A Europa mantém a supremacia no ranking da ICCA ‑ International Congress and Convention Association (sete dos dez primeiros lugares são ocupados por cidades europeias). O professor de turismo de negócios destaca ainda um estudo da

Carlson Wangonlit que indica que os gastos médios dos delegados subiram de 150 para 175 euros e que houve uma diminuição de cancelamentos. Na América do Norte há algum optimismo para 2011, enquanto que no Médio Oriente reina a confiança e aumentam os investimentos em infra‑estruturas. Na China têm‑se multiplicado os centros de congressos e o mercado dos eventos chinês começa a ser muito apetecível, por exemplo Abu Dhabi tem feito uma grande esforço para acolher eventos chineses.

ENFOQUE NA

TECNOLOGIA

Cada vez mais os compradores olham a tecnologia como uma forma de reduzir custos, refere Rob Davidson. Os eventos virtuais são uma realidade, mas também há cada vez mais evidências de que o contacto pessoal é muito mais eficaz. O organizador de eventos, em termos de tecnologia, o que quer é, conclui Rob Davidson, um bom acesso à Internet para melhorar a qualidade do evento.A sustentabilidade continua a ser uma grande preocupação e há cada vez mais ferramentas e standards para eventos verdes. A responsabilidade social também é apontada como elemento importante num evento. Ajudar a reconstruir uma escola ou angariar

dinheiro para as comunidades locais, para dar apenas exemplos, são expe‑riências que os participantes cada vez mais valorizam.

OPTIMISMO PARA 2011

O Barómetro de Negócios do MPI (Meetings Professional International) revela que 70 por cento dos organi‑zadores acham que 2011 vai ser um ano melhor, partilha Rob Davidson. É expectável, segundo o especialista, que cresçam os orçamentos para o sector corporate, mas que os associativos se mantenham dentro dos mesmos valores. Isso mesmo é apontado num estudo da Advito, que prevê que se assista a uma reviravolta no que diz respeito às cotações e ao tempo de execução dos eventos, “o crescimento do sector corporate vai fazer aumentar os preços e a necessidade de reserva com maior antecedência”, declara o professor. A China e a Ásia‑Pacífico vão ter um papel cada vez mais impor‑tante no sector da meetings industry.Rob Davidson esteve no Estoril na Conferência Atlas, que reuniu um conjunto de profissionais que pensam, formam e posicionam o turismo de negócios. O evento decorreu em Novembro.

Cláudia Coutinho de Sousa

Page 88: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

88

OPORTUNIDADES DE

NEGÓCIO NA IMEX

A 9ª edição da IMEX, em Frankfurt, está já em marcha e o focus da organi‑zação continua a ser o desenvolvimento de oportunidades de negócio para expositores e compradores. Todos os anos o objectivo passa por desenvolver um programa de hosted buyers de qualidade, mas também maximizar a possibilidade de negócio através de um sistema de marcação de reuniões e de envio de mensagens. Em 2010 os hosted buyers fizeram encomendas no valor 340 milhões de euros e a expecta‑tiva a 12 meses é de que se tenha gerado cerca de 1,7 mil milhões de euros a partir da feira.

NOVIDADES PARA 2011

Estão já confirmados 13 novos grupos de compradores, provenientes de várias regiões do mundo. Ao todo são espe‑rados cerca de 4 mil hosted buyers. A procura e requisição de espaço expositivo continua em alta. O Turismo da Hungria, o Convention Bureau da Suiça foram alguns dos expositores que confir‑maram o aumento de espaço na feira. A IMEX continua a merecer uma forte presença da parte dos hotéis, mais de 40 vão participar no programa de buyers, convidando os seus principais clientes, e muitos outros terão stands próprios.

PRINCIPAIS TÓPICOS

Os temas e as iniciativas para a edição de 2011 incluem o alargamento da parceria com a empresa Meetings Mindset® que, usando a mais recente investigação em ciência comporta‑mental, criou um portfólio de soluções interactivas para ajudar os organi‑zadores de eventos a criar reuniões dinâmicas e produtivas. A IMEX e a Meetings Mindset® vão procurar demonstrar a importância destes prin‑cípios durante todo o certame. Em relação aos seminários, destaque para o Women’s Leadership Forum, e para as últimas novidades do Conventions 2020, um relatório patro‑cinado pela IMEX e desenvolvido pela Fast Future Research, que pretende identificar como será a indústria daqui a dez anos. Em 2011 é lançada a parceria com a i‑Meet, uma rede social e que vai permitir a expositores, hosted buyers e visitantes trocarem contactos antes da feira.

CADA VEZ MAIS VERDE

O compromisso da IMEX com as questões ambientais é renovado nesta edição da feira. Um protocolo com a companhia de caminhos‑de‑ferro alemã, Deutsche Bahn, vai permitir que os compradores provenientes da Europa viagem para Frankfurt de comboio. A IMEX vai ainda imple‑mentar duas novas iniciativas em termos de tratamento de lixo. Os badges serão todos recolhidos e reci‑clados, e estarão disponíveis no recinto postos de reutilização de pendisks, que depois de recolhidas serão distribuídas em escolas da Índia. Antecipando o que pode ser o evento, o director Ray Bloom afirma que “os recentes estudos da IMEX mostram claramente o retorno a um ambiente de maior estabilidade e confiança. Mas, independentemente deste sentimento, a IMEX procura dar grande retorno ao investimento de todos os partici‑pantes. O nosso objectivo é propor‑cionar excepcionais oportunidades de negócio, juntamente com um programa formativo e de networking de uma qualidade tal que as pessoas achem que não vir à IMEX não faz sentido nenhum em termos de negócio.”

O evento decorre na Messe de Frankfurt, de 24 a 26 de Maio.

EVENTOS

Page 89: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

89

www.festaseeventos.net

Page 90: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

90 OPINIÃO

Raquel RebeloDirectora Comercial da IFE Portugal

Page 91: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

91

www.festaseeventos.net

CRIATIVIDADE E PLANEAMENTO GARANTEM COMPETITIVIDADECortar custos! Aumentar margens! Reduzir orçamentos! São estas as palavras de ordem que ecoam nos corredores dos conselhos de administração das empresas organizadoras de congressos (OC) no actual contexto, altamente competitivo e imprevisível, agravado pela recessão económica e a crise nos mercados financeiros. Torna-se urgente encontrar soluções imediatas para dar uma resposta eficaz às exigências cada vez maiores dos clientes.

“Encravadas” entre uma exigência interna permanente para reduzir e controlar custos operacionais e aumentar a facturação e a rentabilidade dos projectos, e uma enorme pressão do mercado sobre os preços, exigindo uma flexibilização da oferta e um esforço suplementar nas negociações e na conquista da confiança do cliente, as empresas de eventos têm de ser criativas, desenvolvendo novos modelos, adaptando anteriores conceitos e apresentando ao mercado

propostas inovadoras que acrescentem mais‑valias para quem investe e pretende ver resultados num cada vez menor espaço de tempo.Com os investimentos em marketing e comunicação empresarial anali‑sados à lupa para não sobrecarregar os reduzidos orçamentos, e os marketeers a pretenderem continuar a apresentar à administração os mesmos, ou se possível melhores resultados, as OC têm de ter uma estratégia de pricing muito bem sustentada para conseguir

suportar a pressão das negociações, canalizando todo o seu esforço para garantir o nível de qualidade dos eventos e o ROI gerado aos sponsors dos projectos.Por outro lado, com o mercado dos “eventos” inundado de uma oferta nem sempre apropriada à procura, a capacidade de atracção dos diferentes públicos, cansados de tantas solicita‑ções, é cada vez menor. Isto exige um maior esforço na comunicação e marketing. Temos de

Page 92: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

92

encontrar soluções de comunicação criativas e acima de tudo diferencia‑doras, sem sobrecarregar a estrutura de custos do projecto, aproveitando os diversos suportes existentes: Internet, e‑mail, redes sociais, media, etc. Mas, acima de tudo, temos de definir uma estratégia de comunicação perfei‑tamente integrada, seleccionando criteriosamente os suportes utilizados em conformidade com o perfil do nosso target. Isto, sem nunca deixar de lado os meios de contacto tradicionais como o marketing directo, o telemarketing e a publicidade, que apesar de mais onerosos continuam a marcar pontos no que diz respeito à capacidade de mobilização de públicos.

O cliente está diferente, está cada vez mais exigente, mais conhecedor de outras realidades e já não espera que um evento corra simplesmente bem. Espera sim que um evento o surpreenda, que deixe o seu ADN.

Os congressos medíocres têm os dias contados! Já não basta ter uma máquina logística a funcionar bem, realizar o evento num local simpático e servir refei‑ções agradáveis. Os clientes querem mais. Querem muito mais. Querem conteúdo. Querem qualidade. Querem justificar o tempo dispendido e não querem sentir que estão a perder o tempo que não têm.A oferta de conteúdos exclusivos e dife‑renciadores é a resposta. A definição de diferentes estratégias de aproxi‑mação ao mercado, o contacto directo com o público‑alvo, a escuta activa, a recolha de sugestões e opiniões, o benchmarking e a investigação a nível nacional e internacional, identificando as temáticas e problemáticas que estão no centro das preocupações do target, são essenciais para assegurar uma agenda com qualidade. O alinhamento da agenda e a escolha acertada das temáticas a abordar e dos oradores a convidar é o que faz realmente a diferença e dá às OC alguma vantagem competitiva face à concorrência.Isto leva‑me a uma outra questão: o modelo de negócio. Pago ou gratuito? Será que o meu público está disposto a pagar para assistir a um congresso? Quanto? Ou será que não?Dependente do target que se pretende atingir, da oferta existente no mercado, das novidades apresentadas e do leque de potenciais sponsors disponíveis, a escolha acertada do modelo de negócio do congresso nem sempre é fácil, mas é essencial. Se optarmos por um modelo pago, temos de garantir um número de inscrições suficiente para gerar negócio e se, em contrapartida, optarmos por um modelo gratuito temos de encontrar patrocinadores para financiar o projecto. Qualquer uma delas é uma opção arris‑cada, mas quando temos em mãos um projecto consistente, bem estruturado e adequado às necessidades do sector em questão, a resposta surge rapidamente.

OPINIÃO . Criatividade e planeamento garantem competitividade, por Raquel Rebelo

Despertando o interesse de um público de qualidade, garantimos que acrescentamos mais valor às marcas que nos apoiam, atingimos os objectivos internos e externos e asseguramos ao mercado que os congressos continuam a ser um dos instrumentos de comunicação mais completos e eficazes.

Page 93: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

93

www.festaseeventos.net

INSTITUTO NOVAS PROFISSÕESPós-graduação em Gestão de Eventos

É o terceiro ano consecutivo em que o Instituto Novas Profissões (INP), do Grupo Lusófona, aposta na formação em eventos, fruto da muita procura que existe por esta área. Fomos conversar com José Magalhães, director Científico Pedagógico do curso.

FORMAÇÃO

O curso foi pensado para quem nunca trabalhou no sector dos eventos, mas os alunos “saem daqui com os conhe‑cimentos e background para criarem a sua própria empresa”, refere José Magalhães. A estrutura curricular foi criada em módulos, um mais genera‑lista e transversal, com predominância para disciplinas como gestão, contabili‑dade, recursos humanos e empreende‑dorismo, e os outros já especializados, como imagem e protocolo, planeamento e organização de eventos, montagem e avaliação, gestão de alimentos e bebidas, eventos internacionais, entre outros. A vantagem de um módulo mais generalista é poder equiparar de alguma forma os conhecimentos de alunos que vêm de áreas tão díspares como a arqui‑tectura, o direito ou o turismo.A escolha de professores é feita segundo dois critérios: a componente académica e a experiência no mercado dos eventos. Refira‑se que, do lote de docentes, fazem parte o embaixador Manuel Côrte‑Real, chef Chakall, Vítor Pereira (presidente do Conselho de Arbitragem da Liga Portuguesa de Futebol), Elisabete Canha de Andrade ou João Sacchetti, presidente da APECATE.No final do curso, os alunos têm como

trabalho prático a organização de um evento. “Nós fornecemos o espaço e eles têm de tratar do resto, tema, patrocínios, catering... tudo”, refere o responsável pedagógico, que garante que os eventos são sempre um êxito. E qual é a taxa de sucesso na inserção no mercado de trabalho? José Magalhães garante que é alta, sobretudo na hotelaria, “onde temos vários alunos a fazerem eventos”. Esta opção do INP pela gestão de eventos é “perfeitamente encaixável”,

dado que gestor de eventos é uma profissão do futuro, “e a instituição aposta em novas profissões, no empre‑endedorismo em áreas novas”, refere o responsável. Até agora a procura por este curso, que funciona com o máximo de 15 alunos, tem superado as expec‑tativas. A próxima pós‑graduação abre em Outubro. Todas as infomações em www.inp.pt.

Cláudia Coutinho de Sousa

José Magalhães

Page 94: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

94

HÁ COISAS DO CARTÃOSENTAR, USAR E LEVAR…Leve, reciclável, maleável e resistente. Estas são algumas das características do cartão que levaram Carlos Costa a aplicar este material em algo original, como bancos e brinquedos. Porque não dar‑lhe outra vida, sem ser “a sua tradicional utilização como material grosseiro para embalagem?”, pensou o autor. Assim começou o projecto de ecodesign “Há Coisas do Cartão”, inserido na Incubadora de Indústrias Criativas INSERRALVES, no Porto, que apresenta peças que se podem usar diariamente, ou apenas de vez em quando, em casa ou noutros locais. Nos eventos, por exemplo. O produto é leve, de transporte fácil e resistente. E aqui, a empresa que realiza a acção tem a possibilidade de personalizar a peça e até oferecê‑la aos participantes.“A sua contribuição para o sucesso de um evento é de facto relevante, pois além de oferecer conforto, lugar sentado, a sua facilidade em perso‑nalizá‑la torna‑a uma peça exclusiva daquele evento em particular, uma peça‑chave na divulgação da marca ou conceito. E porque é leve e portátil podemos sempre levá‑la connosco no final, constituindo o presente/recor‑dação ideal”, sugere Carlos Costa.A resistência destes bancos ou cadeiras podem levantar algumas dúvidas. Contudo, e segundo o responsável, estas peças, com um design correcto, suportam um adulto médio com cerca de 80 quilos. Contudo, “alguns modelos foram testados até aos 300 quilos sem apresentarem ruptura,

porque recebem imagem via impressão ou aplicação de material autocolante”. São, também por isso, “ideais para serem personalizadas, adequando‑se assim a todo e qualquer ambiente que se queira criar ou imagem/mensagem que se pretenda divulgar”. Carlos Costa acrescenta que, por se tratar de um material sustentável e de baixo custo, pode ser enviado para a reciclagem no final do seu ciclo de vida.

“Não é mais um mono a atravancar a sala ou o quarto”, sublinha.A receptividade tem sido positiva, o potencial destas peças em cartão é reco‑nhecido, mas nem todas as empresas gostam de arriscar e de apresentar produtos novos e ideias inovadoras aos seus clientes. E a crise ajuda… “Ainda não encontrei ninguém que, tendo contacto directo com as peças, não as apreciasse e reconhecesse o seu poten‑cial. Mas daí a conseguir penetrar no mercado das agências de eventos, que por imagem são inovadoras, mas que na realidade já possuem os seus canais de trabalho definidos e receitas tradicio‑nais de actividade, é outra história. Como é uso dizer‑se, em equipa que ganha não se mexe. Para quê experi‑mentar algo novo neste período de crise se o consumidor ainda aceita o que lhe propõem, sempre igual, desde há 30 anos?”, questiona o responsável do

projecto “Há Coisas do Cartão”.O custo dos bancos ou cadeiras de cartão varia conforme determinados factores, como os modelos, a aplicação da imagem imposta, o número de cores e o processo de aplicação. Tratando‑se de “um produto que vive da economia de escala”, o custo diminui significativa‑mente quanto maiores as quantidades. “Por exemplo, 2.000 exemplares do banco portátil impresso a uma cor ficam na ordem de 1,60 euros a unidade; já 100 unidades em bruto, sem aplicação de imagem, ficam pelos 2,20 euros a unidade”, conclui Carlos Costa.

Há Coisas do Cartã[email protected]

Tel.: 22 010 98 75

Maria João Leite

SUSTENTABILIDADE

Page 95: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

95

www.festaseeventos.net

FESTAS & EVENTOS UM PARCEIRO CARBONOZERO®

“Era uma vez…”Todas as parcerias CarbonoZero® poderiam começar assim, porque cada parceiro CarbonoZero® conta uma história… E a Festas&Eventos (F&E) não é excepção. Uma edição da revista F&E CarbonoZero®, a primeira revista em Portugal neutra em Carbono… Foi assim que começou, no último dia do ano de 2008, a parceria entre a F&E e a E.Value, detentora da marca CarbonoZero®.A ambição desta iniciativa, pioneira em Portugal à data, rapidamente evolui, e a ambição cresce, levando a que a quan‑tificação e compensação de emissões de gases com efeito de estufa (de ora em diante designadas por emissões de carbono) de uma edição se transfor‑masse num compromisso anual, que na sua essência preconiza um reposi‑cionamento da F&E. Para além da F&E assumir esta responsabilidade climá‑tica através da CarbonoZero®, desde sempre houve um compromisso para disseminar uma mensagem junto dos seus leitores, alertando‑os para o grau de exposição do mercado dos eventos aos impactes directos e indirectos das alterações climáticas, revelando boas práticas de acção para a organização de eventos baixo carbono. Actualmente, para além das revistas CarbonoZero®, a F&E detém um dos primeiros sites portugueses neutro em carbono, um site CarbonoZero®.Desde 2009 que a F&E proporciona uma leitura CarbonoZero®, dado que através desta marca registada se quantificam e compensam as emissões de carbono associadas à produção de pasta e papel, bem como da impressão e acabamento. Neste cálculo recorre‑se

às metodologias que são reconhe‑cidas e utilizadas internacionalmente, designadamente o The Greenhouse Gas Protocol; os factores de emissão utilizados para esta quantificação são definidos pela Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (CQNUAC), ajustados à realidade Portuguesa, com base em dados publicados por entidades oficiais nacionais. Todos os resultados quantificados pela CarbonoZero® são expressos em dióxido de carbono equi‑valente (CO2e).

Projecto Nobrecel, Brasil . Tipologia do Projecto: Tecnológico | Substituição

de combustível (biomassa)

. Promotores | Parceiros: Nobrecel S/A Celulose e

Papel | EcoSecurities Group PLC

. Standard | Verificador: Voluntary Carbon

Standard (VCS)| SGS

. Sinopse: Instalação de um sistema de co‑geração,

que utiliza resíduos de biomassa como combus‑

tível, em substituição de caldeiras a fuelóleo; reduz

o consumo de electricidade da rede, gerando uma

redução das emissões de CO2 associadas ao funcio‑

namento da instalação. Relevância para a comuni‑

dade local: promove melhores condições ambientais,

uma vez que garante o correcto encaminhamento dos

resíduos de madeira e das aparas, que anteriormente

libertavam metano no seu processo de degradação, e

valoriza um subproduto florestal.

Até ao final de 2010, as publicações F&E foram

responsáveis pela emissão de cerca de 10.500 kg

de CO2e, volume de emissões este equivalente, por

exemplo, ao carbono emitido durante a utilização

anual de mais de 750 lâmpadas fluorescentes

compactas, ou à produção de mais de 12.500 kg de

resíduos. Em média, cada revista F&E emite aproxi‑

madamente 220 g de CO2e. Para anular o respectivo

efeito no clima a compensação foi feita através da

geração de créditos de carbono provenientes do

projecto tecnológico da Nobrecel localizado no Brasil.

Presentemente a revista F&E possui nos seus conteúdos editoriais uma secção sobre Sustentabilidade, onde a CarbonoZero® tem contribuído com alguns artigos, e onde tem sido possível abordar e dar a conhecer algumas parce‑rias virtuosas CarbonoZero®, de onde se destacam a Caixa Geral de Depósitos e o Rock in Rio, e de onde faz parte também a F&E, objecto deste artigo.

Continuação de um boa leitura com CarbonoZero®.

E.Value

Page 96: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

96

CONSULTÓRIO DE PROTOCOLONesta edição do Consultório de Protocolo, uma secção da responsabilidade de Susana de Salazar Casanova e Cristina Marques Fernandes, a pontualidade e os convites são os temas em destaque. Saiba também que cuidados deve ter na recepção a convidados VIP. As perguntas respondidas pelas especialistas foram enviadas através do site www.festaseeventos.net.

LEITOR

Quando no dia do evento aparecem mais pessoas do que as esperadas (e confirmadas) o que fazer? Que tipo de plano B tem de estar preparado?Como não especifica nem a que tipo de evento se refere nem à forma de convo‑cação dos convidados, apresentamos a resposta de forma genérica. O primeiro aspecto para evitar que tal situação aconteça será definir no convite o número de pessoas incluídas – isto partindo do princípio de que se trata de um evento de assistência restrita, ao qual os participantes acedem por convite. Desta forma, ao mencionar para quantas pessoas o convite é válido, evitam‑se dúbias interpretações e conse‑quentes situações desagradáveis para ambas as partes, anfitrião e convidado, sendo que as fórmulas a utilizar no convite são habitualmente as seguintes: “Convite individual”, “Convite válido para duas pessoas”, “Convite para casal”, “Convidado(a) e acompanhante”.Se, mesmo assim, não resultar, existem dois aspectos determinantes: a vontade

do anfitrião em receber mais convi‑dados do que os previstos e a dimensão do espaço (bem como inerentes condições de segurança). Por outro lado, se existem eventos em que mais convidados do que os esperados não causam real transtorno (por exemplo, um cocktail) o mesmo não se passa quando se trata de um evento com lugares sentados (uma conferência, por exemplo) ou, pior ainda, uma refeição (em que pode haver uma real impossi‑bilidade de servir muito mais do que os convidados esperados).Sugere‑se que haja alguma flexibilidade (dentro dos limites do razoável e sem pôr em causa a qualidade e a segurança do evento) mas, contudo, sempre e uma vez mais, deve apostar‑se no correcto planeamento e detalhada organização (neste caso em concreto, no follow-up dos convites e no acompanhamento das respostas dos convidados, por exemplo), como forma de evitar emba‑raços e garantir o êxito do evento.

Vou organizar um evento com figuras públicas (da televisão, sobretudo). Algum conselho na forma como lidar com elas?Defende‑se que todos os convidados de um evento, independentemente do seu estatuto social ou profissional, devem ser igualmente bem recebidos pelo anfitrião. Contudo, naturalmente que existem vários tipos de convidados (por exemplo, o(s) convidado(s) de honra) e, normal‑mente, em todas as listas de convidados, os VIP. Por VIP entenda‑se aqueles participantes que, por razões de ordem pessoal, social, profissional ou outra, adquiriram notoriedade que lhes garante reconhecimento público e, possivel‑mente, exposição mediática.Julgamos que as figuras públicas que refere poderão enquadrar‑se neste âmbito – convidados VIP. Num evento os VIP estão, normalmente, sujeitos a uma recepção e/ou acreditação diferen‑ciada, bem como a um constante apoio que poderá ser prestado por algum membro da organização do evento. Por vezes, estes VIP poderão fazer‑se acom‑panhar por um staff e por membros de segurança (para quem poderá ser necessário disponibilizar instalações e refeições, por exemplo).Concretamente no caso que refere, entende‑se que quem vai lidar com estas figuras públicas deve ser uma pessoa de perfil discreto (e que não se deixe deslumbrar, não peça autógrafos para toda a família ou não pergunte como vai terminar a telenovela…). Aconselha‑se a obtenção de infor‑mação prévia sobre alguns aspectos (por exemplo, como é que a pessoa gosta de ser tratada, se tem restrições alimentares, entre outros aspectos) e, sobretudo, se é necessário garantir discrição face a (outros) meios de comunicação social ou fotógrafos.De qualquer forma, nesta como noutras situações, deve imperar o bom senso e a amabilidade, sendo que o anfitrião/orga‑nizador do evento deve sempre cumprir as suas funções, das quais se destacam:. Acautelar que tudo está organizado antes da chegada dos convidados.

Page 97: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

97

www.festaseeventos.net

. Receber, cumprimentar, acompanhar e despedir‑se dos seus convidados.. Conversar e dar atenção a cada convi‑dado ou grupo de convidados, garan‑tindo o bom ambiente do evento.. Respeitar as precedências, sejam estas de natureza social ou profissional.. Agradecer a presença de todos.

Já está enraizado quase na nossa cultura que os eventos não começam à hora marcada. Há alguma tolerância mínima para o começo de um evento?Lamentavelmente, o não cumprimento da pontualidade é uma característica da cultura portuguesa. Acontece amiúde questionar‑se se ainda vale a pena ser pontual, já que os que estão presentes à hora indicada no convite acabam por ser forçados a aguardar… Recorde‑se o que representa a pontualidade: corres‑ponde a exactidão, a rigor e revela organização. É, também, indispen‑sável indicar que é sinónimo de boa educação e demonstra respeito pelas pessoas com quem interagimos, sendo fundamental em qualquer evento. As consequências do não cumprimento de horários podem ser desastrosas na projecção da imagem da organi‑zação anfitriã, especialmente quando há participantes estrangeiros, que dependendo da cultura, podem ou não esperar com impaciência.Já aconteceu colaborarmos em eventos em que uma alta entidade pública chegou ao local que ia inaugurar com cerca de duas e meia de atraso. Naturalmente que esta demora (ques‑tões de agenda do próprio, devida‑mente informadas) causou inúmeros problemas à organização e ao anfitrião que optou por aguardar e só então dar início ao evento. A uma hora de se proceder a uma inauguração é inviável a substituição de uma placa alusiva ao acto, onde está registado o nome de quem a vai descerrar. A gestão dos mais de 400 convidados foi complexa, bem

como a dos fornecedores. No final tudo acaba por decorrer dentro da “norma‑lidade” e, uns anos passados, provavel‑mente ninguém se recorda do atraso, mas acreditamos convictamente que se perde parte do impacto e do charme que o acontecimento deveria propor‑cionar. Felizmente o contrário também acontece – participámos num evento em que o convidado de honra (um ex‑Chefe de Estado estrangeiro) chegou ao local 45 minutos antes da hora, para surpresa de todos os presentes! A organização estava preparadíssima e tudo decorreu conforme o planeado. Curioso foi o facto de um grande número de convidados não contar que o evento começasse à hora marcada… chegando ao local quando o evento já estava a terminar!As duas referências acima poderão ser úteis para que se possa reflectir sobre a importância do cumprimento da pontu‑alidade em qualquer acontecimento, fundamentalmente naqueles que têm transmissão para a comunicação social.Em termos de comportamento, o convidado de honra, um orador ou um homenageado devem sempre, ao prever um ligeiro atraso, informar a/o anfitrião ou a organização. Este gesto é revelador de educação, responsabili‑dade e profissionalismo. A organização deve decidir sobre o início ou não em função do tipo de evento, da impor‑tância dessa pessoa para o aconteci‑mento, bem como do impacto que a presença de quem se atrasa pode ter. Por exemplo, um atraso numa refeição pode ser bastante complicado de gerir.Na grande maioria dos eventos empre‑sariais 15 a 30 minutos podem ser encarados ainda com alguma sereni‑dade (embora não seja correcto!), espe‑cialmente se for um evento interno, mas o mesmo não pode e não deve acontecer num acto solene ou num evento com transmissão para os meios de comunicação social.

Na moderação de um painel, há algum protocolo a cumprir?O papel do moderador num evento já foi parcialmente analisado no Consultório de Protocolo publicado na edição anterior. Recorda‑se sucinta‑mente que o moderador deve iniciar a sua intervenção cumprimentando e dando as boas‑vindas a todos os presentes (oradores e convidados), fazer cumprir o programa, manter um clima afável entre todos e estimular, do ponto de vista intelectual, a audiência.Em termos protocolares, a primeira tarefa que lhe compete é a de gerir os horários definidos para cada espaço de debate. Cumpre‑lhe igualmente efectuar a apresentação dos elementos que integram o painel, devendo para tal ter‑se documentado, previamente, sobre o nome e curriculum de cada um, agradecendo a sua presença, assim como a disponibilidade para participar no acontecimento em questão. Este ponto, aparentemente sem qual‑quer complexidade, exige cuidado: pronúncia incorrecta do nome (nome‑adamente com estrangeiros), omissão de partes do curriculum vitae funda‑mentais, ou em situações extremas de distracção, troca de nome do orador. A ordem de apresentação deve contem‑plar a que foi definida para o seating, ou seja, iniciar pela pessoa que está sentada à sua direita, depois à esquerda e assim sucessivamente.Ao longo do debate não deve descuidar a forma de tratamento, quer se trate de uma alta entidade pública em que se usa frequentemente o cargo mais até do que o nome, quer para qualquer tipo de participante (este aspecto pode inclusive ser abordado previamente junto do próprio).No final de todas as intervenções cabe‑lhe efectuar um breve resumo dos temas analisados, dando ênfase aos principais pontos discutidos. Ao encerrar, não pode, nem deve esquecer‑se de agradecer o contributo e a presença dos elementos do painel.

Page 98: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

98 CATERING

À MESA COM...

CHAKALLÉ um viajante, um cozinheiro e um apaixonado pelas coisas simples. A sua imagem de marca assenta no turbante, que substitui o típico chapéu de chef, e no cerrado sotaque argentino. Duas características que, aliadas ao domínio da cozinha e de um apurado sentido de humor, lhe conferiram um aspecto singular e uma abordagem diferente da cozinha internacional. Formado em Comunicação Social, na Argentina - um colega, portanto -, Chakall é, dos chefs a actuar em Portugal, o que maior notoriedade alcançou. Quem nunca o viu pelo menos uma vez na televisão, a cozinhar por este país fora, muitas vezes na companhia de Pulga, uma cadela simpática, doida por bitoques? Vamos a poner la mesa!

Convidado: Chakall*

Tema: Ementa contra a crise

Sinopse: Diz um provérbio árabe que “se pode viver sem um irmão, mas não sem um amigo”. Chakall considera os amigos o seu maior património. Por isso propõe‑nos um menu simples mas saboroso, que não ofusca um encontro de amigos e pode depois transformar‑se numa tarde de convívio

Local: Em casa de Chakall, na Lourinhã, onde as portas e a cozinha estão sempre abertas para os amigos

Acontecimento: Um simples almoço, onde se fala de tudo, até da crise…

Data: Inverno

Música: Ritmo quente do reggae

Iluminação: Uns raios solares, timida‑mente à espreita, por detrás de umas nuvens que teimam em não desaparecer

Ementa

Grão salteado com alho, azeite e acelgas

Pescada com crosta de coentros e pão ralado, acompanhada por puré de ervi‑lhas, batata e azeite

Panqueca com requeijão e doce de marmelo

Fiuza Premium Branco, é o vinho esco‑lhido para esta refeição

Page 99: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

99

www.festaseeventos.net

Pescada com crosta de coentros e pão ralado, acompanhada por puré de ervilhas, batata e azeite

Para seis pessoas

6 filetes de pescada50 g de manteiga1 molho de coentros200 g de pão ralado1 limão (raspas e sumo)Sal e pimenta q.b.Azeite q.b.

Para o puré

300 g de ervilhas congeladas300 g de batatas sem casca e em cubos100 g de natasSal e pimenta q.b.Azeite q.b.

* Chakal tem uma empresa de catering, Cozinha Divina, e é chef executivo nos restaurantes Quinta dos Frades (Lisboa), Grappa (Porto Palácio Hotel) e Splendid (Aquafalls Spa & Hotel). Conta já com dois programas de televisão, o mais recente em exibição na SIC Mulher, “Chakall & Pulga”. No inicio de 2010 gravou para o National Geographic uma série de 13 episódios, “Kitchen on the Silk Road”, na China, onde agora regressa para uma série completa a solo para a estação chinesa CCTV. Depois de “Cozinha Divina” e “Quatro Estações”, lançou recen‑temente o terceiro livro, “Portugal Revisitado”, resultado de um road tour por 24 concelhos de Portugal, onde foram privilegiados os produtos, as tradições e as receitas locais. Semanalmente faz vários espectá‑culos ao vivo no nosso país e fora dele, destacando‑se lugares como o Brasil, França, Espanha, Estados Unidos, Alemanha e Emirados Árabes Unidos. Chakall possui inúmeros prémios nacionais e internacionais, entre os quais o Gourmand World Cookbook Award, Best Innovative Cookbook, Best Portuguese Cookbook e The Best of the Best Special Prize of the Jury, da Feira do Livro de Frankfurt. Mas para ele os prémios “são apenas o reconhe‑cimento, não a motivação”, e vêm de cantos tão distantes como os lugares que já percorreu.

Juntar a manteiga com o pão ralado e misturar com a ponta dos dedos. Acrescentar os coentros, raspas de limão, sal e pimenta. Sobre a pescada deitar sumo de limão, sal e pimenta. A seguir dispor a crosta e levar ao forno, pré‑aquecido a 180 graus, por 10 minutos. Cozer as batatas e as ervilhas até amolecerem. Escorrer e triturar com uma varinha mágica. Juntar as natas e condimentar. Servir com os filetes de pescada. Decorar com fatias de tomate e azeitonas.

Page 100: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

100 OPINIÃO

Maria João GomesResponsável pela Umanism ativism

Page 101: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

101

www.festaseeventos.net

MOTIVAÇÃO & TRABALHO DE EQUIPA Quantos de nós já ouvimos, durante uma entrevista para um emprego, a pergunta sobre o que nos motiva …? Para muitos essa era e é uma questão intrigante. O que procurariam conhecer de nós com aquela pergunta? Numa entrevista de selecção, à partida, as pessoas respondem aquilo que quem pergunta quer ouvir: alcançar resultados, trabalhar numa empresa de sucesso, ter uma carreira, crescer, aprender…

Claro que todas estas motivações são válidas, e muito verdadeiras para muitas pessoas, mas para além da necessidade de realização, as pessoas sentem cada vez mais a necessidade de integração, de fazer parte de algo que tem um sentido especial na sua vida. Este wish of belonging está na natureza do Homem, enquanto animal social, e é uma necessidade de lutar por algo mais aspiracional e emocional do que apenas um número, ou um objectivo.

Page 102: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

102

Há pouco tempo, numa acção que a Umanism ativism realizou com quadros de topo de uma empresa, perguntámos qual o seu driver, aquilo que os fazia levantar de manhã para ir trabalhar. As respostas estavam intrinsecamente relacionadas com a necessidade de estima e afecto, de se sentirem bem com quem trabalham, de se divertirem e acreditarem naquilo por que lutam.

Um estudo da Fortune, com diversas empresas americanas e multinacionais, apontava para uma conclusão interessante, muito focada no papel da chefia: “People join organizations, but leave leaders”.

Ou seja, a notoriedade da empresa é um atractivo para o candidato na altura de nela ingressar, mas é a relação humana que é decisiva na hora de abandonar o projecto: uma má relação com a chefia foi a principal causa pela qual os colaboradores decidiam partir. Com a chefia e com a equipa.O trabalho em equipa é quase um requisito mínimo para assegurar o bom desempenho das funções. Se não formos capazes de cooperar, comu‑nicar, partilhar conhecimento, enfim, de trabalhar em equipa, estaremos sempre muito aquém do potencial que poderíamos alcançar. É o nirvana da

multidisciplinaridade: cada um traz a sua personalidade, uma parte de um conhecimento, diferentes experiências e aprendizagens… e é desse mix que é possível encontrar soluções que, indi‑vidualmente, nos pareciam impossíveis de concretizar. Foi assim que constru‑ímos a Grande Muralha, descobrimos a penicilina, chegámos à Lua e descodifi‑cámos o genoma humano!Estudos apontam para um impacto significativo entre o clima da equipa e a obtenção de resultados de negócio: cerca de 25 por cento.Na Umanism ativism, quando reunimos com um cliente sobre o tema da motivação da equipa, começamos por colocar questões sobre o propósito, a razão de ser da equipa. Aqui começam os silêncios, os olhares cúmplices, as hesitações. Efectivamente, qualquer gestor deve ser capaz de dizer, sumaria‑mente, porque a sua equipa existe e que valores organizacionais guiam as suas tomadas de decisão. Sem esta clareza de propósito, a equipa estará fragmentada num conjunto de indivíduos, cada um com a sua agenda própria.O que se pretende é que a motivação seja a base de um movimento, de um conjunto de práticas e políticas de fertilização interna, que devem estar alinhadas com a estratégia e o propó‑sito do negócio. Por isso falamos em teambranding: construir as marcas a partir do seu interior, criando um ambiente poderoso que gere compro‑misso, contribuição, cooperação e que se reflicta, efectivamente, numa maior eficácia e em melhores resultados.O mais importante é começar com o fim em mente.Quanto às soluções para se traba‑lhar nesta área, acima de tudo devem respeitar a linguagem do cliente e pensar numa abordagem integrada, onde se alinhem diferentes actividades, presenciais ou “virtuais”, indoor ou outdoor, suportadas por um Plano de Comunicação que convide ao “movi‑mento”. Ter em conta os colabo‑radores, na definição de questões

estratégicas de alinhamento interno, é fundamental para que eles se revejam e se sintam comprometidos, elevando assim o seu sentimento de pertença.As actividades são sempre pensadas em função da temática a trabalhar. Há uns meses, a fim de promover a impor‑tância do serviço ao cliente, levámos uma equipa de vendas para a rua, para conhecer o seu cliente. Se pretendemos gerar diversidade e espontaneidade, à medida que obser‑vamos comportamentos, então o outdoor é uma boa solução. Podemos avaliar como as equipas interagem, como se planeiam, distribuem tarefas, tomam decisões, como reagem à adver‑sidade. Permite um diagnóstico empí‑rico dos pontos fortes e a desenvolver nas equipas e, sendo muito experiencial, facilita a assimilação de mensagens.Em projetos de dinamização interna utilizamos uma metodologia train--the-trainer. Ou seja, dotamos o cliente do know-how necessário para este multiplicar o projecto de forma autónoma e independente, se o desejar.

Seja qual for o formato, ambicionamos, acima de tudo, ajudar as equipas a encontrar o seu potencial máximo. Isso passa por um melhor auto-conhecimento, alargar a partilha de ideias, encontrar rituais onde todos se revejam e dos quais todos se orgulhem.

OPINIÃO . Motivação & Trabalho de Equipa , por Maria João Gomes

Page 103: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

103

www.festaseeventos.net

Rua Visconde de Bóbeda, 70, 2º Frt.4000-108 PortoT. [email protected] . www.elc.pt

Page 104: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

104

APPS PARA EVENTOS: TODAS AS FERRAMENTAS NO SEU SMARTPHONE OU TABLETMarcar um hotel, reservar um voo, alugar um carro. Tudo isto já está ao alcance de um clique para quem tem um smartphone ou um tablet e pode ser extremamente útil para quando nos preparamos para ir àquele evento, congresso ou feira. Para quem organiza também já são muitas as aplicações que permitem facilitar todos os passos da produção do evento.

REPORTAGEM

Algumas são mais específicas e dizem apenas respeito à gestão de orçamentos ou à organização de tarefas. Mas há já aplicações dirigidas para o sector dos eventos, em que é possível, num mesmo programa, gerir o espaço, o orçamento, o número de pessoas presentes, etc. Vamos apresentar‑lhe algumas apli‑cações disponíveis, úteis quer para o organizador, quer para quem marca presença num evento.

iTrade ShowÉ uma aplicação para iPhone, iPod touch e iPad que permite pesquisar recursos a nível mundial, para a organização de eventos, conferências, congressos, reuniões, etc. Inclui desde espaços, fornecedores, equipamentos, etc.Esta aplicação pode ser descarregada no iTunes e é gratuita.

Super PlannerÉ uma aplicação para iPhone, iPod touch e iPad destinada aos organizadores de eventos. Permite calcular a capacidade de um espaço ou a dimensão do espaço necessário para o número de pessoas presentes e para a disposição preten‑dida. No que diz respeito ao catering, calcula as quantidades necessárias de comida e bebida, o preço por pessoa, assim como o número de empregados necessários para o tipo de evento a orga‑nizar. Calcula ainda o material neces‑sário e as distâncias adequadas para projecções audiovisuais.Esta aplicação pode ser descarregada no iTunes, custa 9,99 dólares (cerca de 7,3 euros), e está disponível apenas em inglês.

ShowGuideÉ uma aplicação para iPhone e iPod touch que permite substituir o direc‑tório em papel distribuído nas feiras e nos congressos. Através do ShowGuide, o participante tem acesso ao programa, mapa do espaço, lista dos expositores e informação geral. Pode ainda ir rece‑bendo informação, consoante ela vai ficando disponível.Esta aplicação pode ser descarregada no iTunes, custa 1,99 dólares (cerca de 1,45 euros), e está apenas disponível em inglês.

Page 105: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

105

www.festaseeventos.net

iLeadsComo armazenar e categorizar a informação que recolhe sobre um determinado expositor ou cliente, para que possa usá‑la para fazer negócios da forma mais adequada? iLeads é uma aplicação para iPhone, iPod touch e iPad que procura resolver esse problema. Permite armazenar contactos, avaliações, responder a sondagens e até colocar os seus próprios inquéritos durante uma feira. Esta aplicação pode ser descarregada no iTunes e é gratuita.

WorldCard MobilePara que não tenha que regressar de uma feira com dezenas de cartões de visita ou tenha que inserir manualmente os contactos para a agenda ou smartphone, foi criada a WorldCard Mobile, uma apli‑cação que lê e digitaliza cartões de visita, associando‑os a contactos. Funciona com iPhone, iPod touch e iPad e reco‑nhece texto em sete línguas diferentes, incluindo português. Esta aplicação pode ser descarregada no iTunes e custa 5,99 dólares (cerca de 4,40 euros).

GoToMeetingPara quem já tem um iPad, ir a uma conferência pode ser uma experiência diferente. GoToMeeting é uma apli‑cação criada para o tablet da Apple que permite assistir a uma conferência à distância. No ecrã surgirão apresenta‑ções, relatórios, documentos multi‑média… tudo o que o orador quiser apresentar. É possível ainda saber quem mais está a assistir.Esta aplicação pode ser descarregada no iTunes e é gratuita.

Fuze MeetingÉ uma aplicação para BlackBerry que permite assistir ou organizar uma conferência através do telefone. É possível visualizar imagens, vídeos, apresentações, mas o tamanho do ecrã pode ser um problema.Esta aplicação pode ser descarregada na Blackberry App World e é gratuita.

Eventbrite Easy EntryPara fazer a credenciação das pessoas para um evento, foi criada a aplicação Eventbrite Easy Entry para iPhone e iPod touch. Permite seleccionar uma lista e fazer o check‑in usando o código de barras do convite ou formulário de inscrição. Além disso, como funciona através da ligação a um servidor, permite utilização simultânea em vários equi‑pamentos, o que facilita, por exemplo, a existência de diversos pontos de entrada.Esta aplicação pode ser descarregada no iTunes e é gratuita.

A pensar nas novas tecnologias ao serviço de quem organiza ou marca presença num evento, a Invenia criou o MeetingsApps.com, um portal que elenca as aplicações para smartphone e tablet relacionadas com a indústria dos eventos. O MeetingsApps.com conta com centenas de aplicações de eventos e reuniões (incluindo algumas das aqui listadas), identificadas e categorizadas para facilitar a pesquisa.O portal conta com o apoio da IMEX, uma das principais feiras do sector. Consulte esta nova ferramenta emwww.MeetingApps.com.

Sara Marques

PUB

Page 106: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

106 REPORTAGEM

REALIDADE AUMENTADA NOS EVENTOSCRIATIVIDADE VIRTUAL

Juntar ao mundo vivo elementos virtuais e interagir com eles em tempo real. Isto é, em traços muito gerais, a Realidade Aumentada, uma tecno‑logia que tem ganho cada vez mais espaço. Em Portugal, uma das grandes experiências nesta matéria aconteceu

no mundo da música, quando em Abril de 2009 os Blasted Mechanism lançaram o álbum “Mind at Large”. Tratou‑se do primeiro disco tecno‑lógico, no qual até a sua origem é original, já que tudo começou com um telefonema por engano (ver caixa).

A capa do disco está dividida em seis faces, que correspondem a cada um dos elementos da banda. Aproximando as faces do CD à webcam do computador o som de cada um dos instrumentos é reproduzido, pelo que os utiliza‑dores podem “colocar” ou “retirar” os

Page 107: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

107

www.festaseeventos.net

sons à sua vontade. A câmara reco‑nhece ainda um símbolo (marker) presente em cada face do CD, tornando possível que se vejam os músicos em tridimensionalidade.Esta nova tecnologia presente no álbum dos Blasted Mechanism foi desenvolvida pela Nixfuste – Recursos Criativos, em parceria com a Binteractive. Novos projectos surgiram no horizonte e o resultado desta dupla teve nova utilização, por exemplo, no “Futuroescópio TMN”, no âmbito do Festival Marés Vivas 2010. Recorrendo à Realidade Aumentada, o telescópio gigante permitiu uma experiência 3D à população do Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos que, ao espreitar a paisagem, conseguia ver nos mupi ou outdoors de promoção do festival holo‑gramas digitais dos vídeos das bandas presentes. Este é um bom exemplo de como esta tecnologia pode ser também uma ferramenta para tornar os eventos cada vez mais originais.“Ao nível tecnológico, nada é impos‑sível para a Nixfuste, quando se trata de colocar um pouco de cor para tornar congressos e eventos menos cinzentos e mais complementares de conhe‑cimento e networking”, afirma Rita Matos Rocha. A directora de Marketing, Communication & Public Relations e gestora de projectos da Nixfuste exemplifica ainda como pode ser aplicada esta tecnologia no sector: “Um sistema de acreditação em Realidade Aumentada, em que ao ser apresen‑tado o marker (fornecido no acto de inscrição) junto a uma câmara pode aceder‑se a alguns espaços privados e/ou virtuais do evento ou a conteúdos disponibilizados em pontos de interesse dentro do próprio evento, nomeada‑mente em exposições de posters cientí‑ficos, etc.” O mesmo sistema desenvol‑vido pela Nixfuste e a Binteractive pode ainda “ser alargado a outros ambientes pós‑evento, em que o participante pode ver através de Realidade Aumentada vídeos de apresentações, slide shows e/ou aceder a informações e comunicados específicos do evento, através do site do

mesmo”, acrescenta Rita Matos Rocha.Esta interactividade conseguida com Realidade Aumentada pode “reforçar a sincronia entre os participantes e o orador” e ainda promover novas formas de apresentação de conteúdos, “quer através da projecção vídeo em tempo real dos movimentos do orador, quer através de uso de tablets pc ou iPad, em que os conteúdos são despontados, como se de hologramas se tratassem (por exemplo, imagens simples ou 3D e/ou gráficos complementares aos conteúdos apresentados)”. Pode ser por isso um apoio fundamental “em workshops associados ao evento ou em formação à distância, particularmente em tempo real, em que o participante ou formando visualiza os modelos 3D em cima da sua realidade ou mesa de trabalho, enquanto o formador emite as instruções”. Numa vertente mais lúdica, Rita Matos Rocha indica ainda uma “possível aplicação a jogos”, sendo a Realidade Aumentada um “comple‑mento de conteúdos transmitidos”.

SOLUÇÕES

PERSONALIZADAS

A Nixfuste procura soluções que respondam a cada necessidade, para contribuir para o sucesso do evento. A oferta é “criativa” e “focalizada na customização das soluções”, que dependem das necessidades efectivas, o que “pode preencher igualmente várias carências detectadas no sector dos eventos”, refere Rita Matos Rocha. E acrescenta: “Essa oferta pode ir, desde o planeamento da meeting architecture (curadoria organizativa do espaço), optimizando e interligando toda a imagem/identidade em todas as áreas do evento, à gestão dos espaços e à criação de espaços cénicos e décor, que aumentem a motivação dos parti‑cipantes e estimulem o networking. E ainda a criação de suportes gráficos, comunicadores da imagem gráfica de todo evento (posters, creden‑ciais, diplomas, sinalética, etc.), stands promocionais, sem esquecer os suportes web, como site e gestão de dados, inscrições, pagamentos,

Page 108: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

108

e posterior troca informativa em plataforma interactiva e em rede, entre todos os intervenientes, nomeada‑mente entre oradores, convidados e públicos.” Tudo isto para proporcionar aos visitantes/participantes uma “experiência inesquecível altamente enriquecedora”.Deste novo ano de trabalho, a Nixfuste pretende essencialmente “solidificar as actuais parcerias”, “fortalecer a relação” com os seus clientes e alargar a oferta “a outras áreas e a outros mercados (nomeadamente internacionais)”, para que 2011 seja um ano “rico em projectos e acções criativas”. Maria João Leite

ARTE E TECNOLOGIA

DE MÃOS DADAS Frederico Ferreira e Pascal Ferreira: dois amigos, artistas plásticos formados na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e juntos nesta aventura. O primeiro é o mentor do projecto Nixfuste, que não poderia ter surgido de forma mais original: um telefonema por engano, que resultou em seis horas de conversa entre Frederico Ferreira e Valdjiu, um dos mentores da banda Blasted Mechanism. Ambos mostraram o seu trabalho e interesses, o que levou ao aparecimento de novas ideias e projectos para o futuro. O primeiro concretizou‑se em 2007, com a concepção plástica e modelação dos fatos da banda. A partir daqui, a equipa Frederico Ferreira e Pascal Ferreira – na qual entrou mais tarde Rita Matos Rocha – não mais parou, tendo sido contactada pela Câmara Municipal do Porto (Cascata Sanjoanina, 2007), pela Fundação Ilídio Pinto (Troféu da Fundação, 2007), pela Red Bull Air Race (trabalhos no evento, 2008) e pela Absolut Vodka (trabalhos no evento, 2008). A Nixfuste – Recursos Criativos, entretanto formalizada, encontrou no ano de 2009 o seu grande desafio: a criação de uma tecnologia

inédita no âmbito musical em Portugal, ou seja, a utilização da tecnologia da Realidade Aumentada, resultado de mais uma troca de ideias entre Frederico Ferreira e Valdjiu. E para que o projecto tivesse pernas para andar a Nixfuste contou com a parceria da Binteractive, no âmbito tecnológico, electrónico e de programação de plataformas digitais. As empresas parceiras desenvolveram para os Blasted Mechanism o primeiro disco tecnológico, “Mind at Large”. A ligação entre a arte a tecnologia não tem limites e outras soluções artísticas e criativas foram desen‑volvidas pela Nixfuste. Com a Ivity Brand Corp, a empresa criou para a marca Sonae, no âmbito dos eventos Futurplaces e AGI Open 2010, um electronic grafitti (sistema de filmagem e projecção simultâneas do movimento e intensidade) e um interface brand generator, composto por contro‑ladores de movimento, som e imagem activados pelo contacto com simples objectos como bicicletas ou ventoinhas, capaz de controlar em tempo real um brand

generator Sonae. Para a marca Coca‑Cola, e também em parceria com a Ivity Brand Corp, a Nixfuste desenvolveu a fotomontagem em tempo real, uma tecnologia que abrilhantou a Gala da Magia Coca‑Cola. Arte, criativi‑dade e tecnologia andam de mãos dadas nos projectos da Nixfuste, cujo nome criativa‑mente significa “Sustentáculo da Criação”.

REPORTAGEM

Veja as imagens em realidade aumentada em:www.festaseeventos.net/realidade-aumentadaPara isso, basta apontar este marcador à sua webcam.

Page 109: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

109

www.festaseeventos.net

Page 110: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

110

HOTEL THE YEATMANESPAÇO COM HISTÓRIA E COM ALMA…

A vista sobre o rio Douro e a cidade do Porto é privilegiada e única. Os espaços são amplos e plenos de luz natural. A decoração é escolhida a dedo e todos os objectos contam uma história. Assim é o The Yeatman Oporto, o primeiro hotel vínico de Portugal, localizado no centro histórico de Vila Nova de Gaia. A funcionar desde 1 de Setembro de 2010, o hotel de luxo tem disponíveis 82 quartos e suites e 11 espaços para eventos, sejam eles reuniões, incen‑tivos, jantares, exposições, conferên‑cias ou congressos. Uma excelente opção para estadias de lazer ou para a realização de um evento ou qualquer outra iniciativa de negócio.O requinte não impede que os espaços sejam acolhedores e versáteis. E o conceito do hotel é respeitado até nos nomes dos espaços. Os quartos e suites de luxo com vista para o Porto receberam os nomes dos parceiros vínicos do hotel, responsáveis também pela sua decoração (quadros, garrafas e livros); algumas das salas têm os nomes das regiões do Porto, Douro,

Alentejo, Bairrada, Madeira, Dão e Minho. O hotel conta ainda com as salas Tented Room, Private Dining, The Orangerie e The Vaulted Room, onde se realizam jantares vinícolas todas as quintas‑feiras.“Tenho a certeza que há lugar para um hotel destes no Porto. O segmento alto com o qual nos propomos trabalhar procura o Porto. O Porto está na moda e merece esta distinção. Em termos de eventos há competição, o Porto tem oferta de espaços, mas de cada vez que são feitos eventos aqui os clientes ficam rendidos. Temos tido uma enorme afluência de eventos. Tem sido um êxito”, afirma Pedro Alvello, director‑‑geral do The Yeatman Oporto.O hotel oferece várias soluções: tem salas que acolhem entre 12 e 300 pessoas, algumas podem ser adaptadas e estão completamente isoladas em termos sonoros, têm controlo de luz, internet e entrada quer pela recepção do hotel quer pelo parque de estacionamento (que tem capacidade para 200 automóveis). Para um welcome coffee ou um coffee-break

HOTELARIA

Page 111: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

111

www.festaseeventos.net

pode ser utilizado o foyer das salas. O hotel dá todo o apoio audiovisual para a realização do evento.Estão ainda disponíveis actividades temáticas, como aulas de vinho e gastronomia, jantares vínicos ou provas de vinhos, catering da autoria do chef Ricardo Costa que promove a conjugação perfeita do vinho com os melhores sabores portugueses e ainda o The Caudalie Vinothérapie Spa, único em Portugal, com sala de relaxamento, dez salas de tratamento Caudalie, banhos romanos, sauna, banho turco e shower experiences.A localização, as vistas sobre o Porto – Património Mundial da Humanidade, o Spa, a associação ao vinho e as experiências enogastronómicas são “características de luxo”, que marcam a autenticidade e a assinatura do hotel. “Quem vem ao The Yeatman não fica indiferente”, garante o director‑geral.O The Yeatman Oporto conta ainda com uma biblioteca, o único local do hotel onde é permitido fumar, uma garrafeira com mais de 25 mil garrafas de vinho e

vinho do Porto, uma loja de vinhos, um espaço de arte, espaços educacionais, ginásio, piscinas interior e exterior aquecidas e um Kids Club.Ali tão perto existem inúmeras possi‑bilidades para passar momentos agra‑dáveis. Pode visitar as caves de vinho do Porto – as Caves Taylor’s ficam mesmo ali ao lado –, e usufruir dos centros históricos do Porto e Gaia. Em breve vai haver até a possibilidade de andar de teleférico. Há muito a fazer, seja em lazer, seja em negócios. E a relação qualidade‑preço é “competitiva”, segundo o responsável.De referir ainda que o hotel é amigo do ambiente, graças aos painéis solares para aquecimento de água, à iluminação de baixo consumo em todo o edifício e ao aproveitamento da água das chuvas para uso sanitário e rega de jardins.

Maria João Leite

Este hotel está carregado de história e há mesmo a ideia de lançar um livro informativo sobre as histórias relacionadas com o hotel e os seus objectos (a maioria relacionada com o Porto e com o Douro vinha‑teiro). Nos quartos, nas salas, nos corredores e até nos elevadores, que têm imagens a 360 graus… E tudo começa pelo nome do hotel. A família Yeatman iniciou o comércio de vinho do Porto em 1838 e até hoje a tradição é mantida pelos seus descendentes, que detêm três das mais famosas empresas de vinho do Porto. Depois da abertura do primeiro hotel no Vale do Douro, que contribuiu para afirmar a região como um destino turístico vínico de luxo, nasceu este hotel na zona ribeirinha de Gaia, cujo nome homenageia a família e Dick Yeatman, famosa personalidade ligada ao vinho do Porto.

Page 112: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

112 DESTINO NACIONAL

BRAGAFÉ, FUTEBOL E EVENTOSÉ terra de tradições. No coração do Minho, entre serras, vales e campos verdejantes, Braga é uma cidade festiva e cultural, equipada com boas estruturas para eventos e com uma agenda religiosa recheada, o que atrai milhares de visitantes.

© amaianos

Sé de Braga

Page 113: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

113

www.festaseeventos.net

Igrejas, mosteiros e conventos ilus‑tram a veia religiosa da “Cidade dos Arcebispos”, como também é conhe‑cida. Esta é talvez a maior atracção turística de Braga, que tem no Bom Jesus do Monte, na Sé Catedral, no Santuário do Sameiro e nas solenidades da Semana Santa algumas das suas principais referências. Mas há outro tipo de cultura que marca o pulsar da cidade, iniciativas que chamam ao Norte pessoas de todo o país, como o BragaJazz (Março), Encontros da Imagem (Maio) ou MIMARTE – Festival de Teatro de Braga (Julho).E há ainda os edifícios e os espaços que acolhem estes e outros eventos, que são também uma marca no patri‑mónio construído da cidade, como o Theatro Circo, o Parque de Exposições ou o Estádio AXA. E depois há ainda o Enterro da Gata, o artesanato típico, a arte sacra, o Vira do Minho, a gastro‑nomia bem regada a vinho verde e a doçaria. A romana “Bracara Augusta” oferece património histórico e beleza natural – ali tão perto o Parque Natural Peneda–Gerês –, mas também modernidade. É sede da Grande Área Metropolitana do Minho, a terceira maior do país, constituída por 14 concelhos, contando com cerca de 800 mil habitantes.

MUITO POTENCIAL

O património, a segurança, a locali‑zação e a relação qualidade‑preço são características importantes quando se fala no sector do turismo de negócios e dos eventos profissionais. Braga cumpre todos estes requisitos. “Todas as características enumeradas fazem parte das potencialidades de Braga para acolher congressos e eventos, juntamente com a vasta experiência acumulada, ao longo dos anos, nomea‑damente através dos inúmeros eventos organizados por vários players”, refere Melchior Moreira, presidente

Meliã Braga Hotel & Spa

da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), que destaca a Universidade do Minho e o Instituto Ibérico de Nanotecnologia, que “irá, com toda a certeza, potenciar este segmento em Braga, visto ser uma referência em toda a Europa”.A opinião de Miguel Corais, admi‑nistrador do Parque de Exposições de Braga (PEB), segue no mesmo sentido, começando por destacar as mesmas instituições quando se refere às potencialidades da região no plano do conhecimento e da ciência. Mas Braga tem mais do que isso, tem um património arquitectónico e reli‑gioso “riquíssimo”, gastronomia, o Sporting Clube de Braga e uma relação qualidade‑preço competitiva: “Quando comparada com cidades como o Porto e Lisboa, Braga sai a ganhar. É uma cidade menor mas com uma oferta muito variada e com grande quali‑dade.” Está inserida numa região com várias riquezas naturais, “onde o Parque Nacional Peneda–Gerês é o expoente máximo”, e tem uma localização bastante favorável, pela

proximidade a Guimarães, à Área Metropolitana do Porto e à Galiza. Miguel Corais remata: “Para o turismo de negócios e de incentivos podemos encontrar os ingredientes que esta indústria procura.”Jorge Ferreira, um dos responsáveis pela empresa Best Events – Eventos e Comunicação, concorda que a cidade reúne várias condições que a tornam um “pólo privilegiado” para a realização de eventos: “É uma cidade segura, de dimensão mediana, localizada no seio da região Norte, com história e património, sobretudo religioso, com uma oferta diversificada para qualquer tipo de evento e com uma excelente relação qualidade‑preço a todos os níveis.” Já para Delfim Filho, director‑geral do Meliã Braga Hotel & Spa, “este é ainda um destino pouco conhecido no mercado de eventos”. Contudo, tendo em conta todas estas mais‑valias (“pontos fortes que temos de aproveitar”) e ainda as valências do hotel, Delfim Filho acredita que é possível “posicionar Braga como uma cidade de referência para a meetings industry”.

Page 114: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

114

NOVOS HOTÉIS E

BONS ACESSOS

Outros aspectos a ter em conta quando se organizam eventos são a capacidade hoteleira e as acessibilidades. Quanto ao primeiro factor, Melchior Moreira diz que Braga está bem servida. “Surgiram nos dois últimos anos novas unidades de alojamento e estão projec‑tadas novas construções que, pela sua qualidade e dimensão superiores, ficarão aptas a concorrer com as de outros destinos.” Uma dessas novas unidades é o Meliã Braga Hotel & Spa. Delfim Filho conta que, segundo um estudo de viabilidade, constataram “que uma significativa parte do deno‑minado turista de negócios não ficava alojado em Braga, mas sim nos hotéis de cinco estrelas do Porto”. “Fazia falta um hotel de qualidade superior para servir um público habituado a cinco estrelas. Só para dar um exemplo, ganhámos os estágios das equipas adversárias do Sporting Clube de Braga na UEFA Champions League. Os nossos principais concorrentes estavam na cidade do Porto”, argumenta.Já quanto às acessibilidades e vias de comunicação, todos concordam que Braga está bem servida, quer pelas ligações directas por auto‑estrada ao Porto, região Norte e Galiza, quer pela proximidade ao Aeroporto Internacional Francisco Sá Carneiro, quer pela rede ferroviária, nomeada‑mente com o Alfa Pendular.

ESTRUTURAS E

ATITUDE

Braga passa no teste, apesar de faltarem alguns pontos para a nota máxima. Para a cidade ser mais competitiva faltam ainda “uma estru‑tura mais polivalente para a realização de congressos e eventos de média dimensão e um maior envolvimento entre todos os players, no sentido de serem criadas novas sinergias que permitam que Braga seja um destino de excelência no sector da meetings industry”, segundo Melchior Moreira. O presidente da TPNP defende que é “necessária uma maior agressivi‑dade e um posicionamento adequado da cidade e de tudo o que a envolve”. Ainda assim, Braga tem “património e locais únicos e diferenciadores para a realização de eventos”, como o Theatro Circo, o PEB, o Mosteiro de Tibães, entre outros. Pode por isso receber qualquer tipo de incentivos.Jorge Ferreira, da Best Events, também aponta lacunas. Diz faltar “um espaço fechado, adaptado à realidade actual, que permita receber eventos para o grande público, como exposições,

congressos, feiras e outros certames de dimensão considerável”. Segundo Jorge Ferreira, “o Parque de Exposições existente já viveu melhores dias” e essa é a grande lacuna, “a inexistência de um multiusos e centro de congressos de dimensão considerável, para que lá se produzam eventos que a cidade não tem”. Contudo, reconhece que “com algumas adaptações de circunstância, o PEB ainda recebe eventos com quali‑dade reconhecida, como é o caso da Braga Noivos”. Dos espaços existentes, Jorge Ferreira destaca ainda o Theatro Circo e o Estádio AXA.Também para Delfim Filho, do Meliã Braga Hotel & Spa, falta na cidade “um Centro de Convenções e Exposições com grande capacidade e com as valên‑cias técnicas e de conforto exigidas no século XXI”. Mas esta é uma falha em termos de estruturas. Para o respon‑sável, a grande fraqueza é a promoção. “Braga necessita de mais promoção, mais proactividade, precisa de ser falada e visitada”, sublinha, acrescen‑tando: “Temos tentado que se ouça

DESTINO NACIONAL . Braga

Theatro Circo

Page 115: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

115

www.festaseeventos.net

falar não só do Meliã Braga Hotel & Spa, mas também da cidade, das suas tradições, da sua modernidade e dos seus equipamentos de lazer e comple‑mentares. Todos temos a ganhar se posicionarmos a cidade e a região no mapa turístico português”, frisa.Miguel Corais, administrador do PEB, admite que “é necessário que todos os agentes façam um esforço para terem uma visão mais de conjunto, inte‑grada e agregadora”. Por outro lado, é preciso, “embora não tendo a ‘varinha de condão’, encontrar estratégias para captar o interesse dos órgãos nacionais, permitindo assim angariar a atenção dos potenciais sponsors para facilitar o financiamento dos eventos. Acredito que a região deveria ter, ou estar perfeitamente integrada num conven‑tion bureau”, afirma, adiantando que os investidores “deveriam olhar para a cidade de Braga como um bom foco de investimento, face a mercados lotados como o Porto e Lisboa”.

CAMPO DE NEGÓCIOS

Um estádio de futebol pode não servir apenas para a prática da modalidade, pode ser também espaço para eventos. Esta tem sido uma aposta cada vez mais forte do Sporting Clube de Braga, que opera no Estádio AXA, onde se alia a beleza imaginada pelo arquitecto Souto Moura ao espectáculo do futebol. O recinto tem sido palco de “festas de aniversário, casamentos, congressos, acções internas de empresas, aluguer de salas e de espaços e feiras”, explica Ricardo Lemos, director de Imagem e Comunicação, acrescentando: “Todos os dias são efectuadas visitas guiadas ao Estádio AXA, que tem uma procura imensa, tanto do público português como estrangeiro.” Por ser um clube que tem conquistado um lugar de destaque no panorama desportivo, o Sporting de Braga divulga o nome da região. “A recente participação na Liga dos Campeões, por exemplo, foi uma alavanca importantís‑sima para a divulgação da cidade e de todo o Minho”, conclui.

Theatro Circo

Estádio AXA

Estádio AXA

Page 116: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

116

CIDADE DA FÉ

Braga é talvez a cidade portuguesa, depois de Fátima, a que mais se associa o turismo religioso. O Bom Jesus é uma das suas principais referências, mas a grande atracção são as solenidades da Semana Santa de Braga, que o Cabido da Sé, a Associação Comercial de Braga, a Câmara Municipal e a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal vão candidatar ainda este ano à “Declaração de Interesse Público”, pela sua singularidade, tradição e importância. As solenidades da Quaresma e da Semana Santa de Braga decorrem de 9 de Março a 24 de Abril. Todos os eventos que marcam anualmente o programa das festas atraem milhares de pessoas, a cidade fica toda decorada com motivos alusivos à quadra e iluminada com velas pelos visitantes que assistem às famosas e majestosas procissões.

GRANDES ESFORÇOS

PARA UMA BOA

ARTICULAÇÃO

É necessário haver então uma boa arti‑culação entre todos os players. Todos consideram que tem sido feito um esforço nesse sentido. “Existe sempre espaço para melhorar e neste sentido deverá haver um maior envolvimento por parte de todos os actores. Devem ser criadas parcerias entre os privados, Câmara Municipal, Entidade Regional, no sentido de se divulgar ainda mais todas as potencialidades do município nesta área”, adianta Melchior Moreira. Segundo Jorge Ferreira, “os esforços são notórios e visíveis”, mas “nunca será demais tentar melhorar a coorde‑nação existente, nomeadamente com a criação de um convention bureau, de forma a cativar mais eventos de índole internacional para a cidade”. Delfim Filho frisa o esforço que tem sido feito nesta matéria, mas ainda há muito

a fazer: “Só temos a ganhar se todos remarmos para o mesmo lado. Estamos dispostos a colaborar neste processo para que possamos fazer desta região um caso de sucesso.” Também Miguel Corais concorda que se tem sentido esse esforço. No entanto, é necessário “que os vários players estejam mais sensibilizados para, por exemplo, as vantagens da angariação de congressos e o contributo que estes podem dar”. “Quando falamos desta indústria e dos eventos, estes podem ser verda‑deiras alavancas para o crescimento de turistas e para o aumento do número de dias que permanecem na região. Algo que se lograria, indubitavelmente, se os vários players reforçassem estra‑tégias conjuntas e integradoras para a afirmação de Braga como uma Cidade de Congressos e Feiras”, diz.

DESTINO NACIONAL . Braga

Meliã Braga Hotel & Spa Meliã Braga Hotel & Spa

Meliã Braga Hotel & Spa

Page 117: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

117

www.festaseeventos.net

COM OLHOS NO

FUTURO

O sucesso do sector do turismo de negócios e dos eventos profissionais na região só pode ser alcançado com a contribuição de todos e todos fazem‑‑no à sua maneira. O PEB acolhe várias actividades, como feiras, que atraem expositores nacionais e internacio‑nais, e congressos, graças ao auditório com capacidade para 1.200 pessoas e outros espaços para encontros mais pequenos. “Quem opera neste sector sabe que congressos, feiras e eventos são os principais instrumentos que desenvolvem o turismo de negócios”, explica Miguel Corais, administrador do PEB, que adianta que o sucesso de cada iniciativa faz com que os seus visi‑tantes levem uma “mensagem muito positiva” sobre Braga. É por isso uma preocupação permanente melhorá‑lo e equipá‑lo. Com os olhos no futuro, Miguel Corais considera necessário entrar numa outra etapa que responda às exigências do século XXI. “Queremos transformar o PEB na principal empresa de eventos do município e alargá‑lo

para algo como ‘Parque de Exposições e Centro Cultural e Congressos de Braga’. Temos condições únicas na região para nos afirmarmos como tal.”Por ser um hotel de cinco estrelas de uma marca internacional de renome, o Meliã Braga Hotel & Spa garante um acolhimento de referência e serviços de qualidade. “Está preparado para o mercado de negócios, pois possui um Conference Centre que pode acolher até 800 pessoas, bem como um Clube de Negócios privado no Level Lounge, onde os clientes podem reunir em privado sempre com o acompanha‑mento cinco estrelas que a unidade oferece”, assegura Delfim Filho, director‑geral do hotel.Peças importantes neste sector são as empresas que organizam os eventos, como a Best Events – Eventos e Comunicação. A empresa está sedeada em Braga, mas o trabalho estende‑se a outros mercados e a proximidade a Espanha é uma grande vantagem.

“O mercado galego é uma cons‑tante aposta dos diversos players da região bracarense. Contudo, nunca é demais estudá‑lo e explorá‑lo nas suas diversas vertentes. Esse e outros”, explica Jorge Ferreira.Com tantas contribuições torna‑‑se mais fácil promover a cidade e a região. Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Itália e Brasil são os mercados internacionais privilegiados pela TPNP. Para o futuro está prevista a tão desejada “construção do Multiusos em Braga, que aguarda apenas o financiamento por parte do QREN [colmatando assim uma das lacunas apontadas], e projectos privados de construção de novas unidades de aloja‑mento e de novos espaços, direccio‑nados para o mercado dos Congressos e Incentivos”, revela Melchior Moreira, presidente da entidade regional.

Maria João Leite

Meliã Braga Hotel & Spa Meliã Braga Hotel & Spa

Page 118: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

118

BEM-ESTAR COM VISTA PARA O GERÊS

Uma das grandes atracções da região é o Aquafalls Spa Hotel que, com uma vista privilegiada para o Gerês, aposta no bem‑‑estar e relaxamento. Trata‑se de um Spa Resort de luxo, com bungalows com duas suites cada, Spa, restaurante e salas com imensa luz natural e uma vista indescritível. É por isso um excelente espaço para o turismo de incentivos, por parte de “grupos de quadros empresariais ou de turistas de topo que gostam de programas à medida ou experiências únicas”, refere Filipe Quelhas, director‑geral. O Aquafalls Spa Hotel “permite a ocupação do seu espaço em exclusivo por esses grupos, oferecendo alojamento, refeições, Spa, actividades no interior e inúmeros programas ao ar livre”. “Também fins‑de‑semana de brainstor‑ming para gestores ou quadros, cursos intensivos residenciais para grupos pequenos, em parceria com diversas entidades, são outras das iniciativas para que o nosso hotel está preparado. Eventos festivos também são obviamente possíveis”, adianta Filipe Quelhas. É desta forma que o Aquafalls Spa Hotel contribui para o desenvolvimento do sector na região. “É evidente que o nosso hotel veio enriquecer a oferta existente no concelho de Braga”, frisa o responsável.

DESTINO NACIONAL . Braga

Aquafalls Spa Hotel Aquafalls Spa Hotel

Aquafalls Spa Hotel

Page 119: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

119

www.festaseeventos.net

Page 120: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

120 EMPRESAS

MACEDO’S“A PIROTECNIA ESTÁ NA MODA”

O Grupo Macedo’S tem mais de 77 anos. Está organizado em diferentes empresas, cada uma com as suas competências: fabrico de produtos pirotécnicos, design de espectáculos, produção de eventos e iluminações festivas e de Natal. Tem empresas deslocalizadas nos Açores, Madeira e Cabo Verde. Está neste momento a investir numa empresa no Brasil. Mais informações em:www.macedos.com.pt

O espectáculo de fim de ano na Madeira é um dos emblemas da Macedo’S, o que já lhe valeu um recorde no Guinness e vários prémios, nomeadamente na Gala dos Eventos.Carlos Macedo, gerente desta empresa familiar com mais de 150 colabo‑radores, revela a aposta em novos projectos que, além da pirotecnia, integram outras artes do espectáculo, como o teatro de rua, e elementos multimédia. “São produções de grande impacto para o público, que estamos a apresentar a diversas entidades, para que possam ser viabilizadas”.Esta actividade não está imune à situ‑ação geral do país e a Macedo’S tem constatado alguns cortes nos orça‑mentos dos clientes, principalmente nos institucionais. “No entanto, as tradições mantêm‑se, e não esperamos por isso uma quebra significativa no volume de negócios”, refere Carlos Macedo.Mas a realidade desta empresa não se faz apenas no território nacional. Os objectivos para 2011 passam por

duplicar os resultados no estrangeiro, aumentando as exportações de 15% para 30%. Os países prioritários são a Coreia do Sul, França e o Canadá, “com grande apetência pelos nossos produtos e serviços”.As preocupações com o ambiente não poderiam faltar e a Macedo’S tem procurado introduzir equipamentos inovadores e matérias‑primas mais limpas. Ao nível dos recursos humanos diz: “Não esquecemos também a formação contínua das pessoas que trabalham connosco, não só em termos técnicos, mas como valorização pessoal. Gostamos de pensar neste grupo de trabalho como uma família alargada, e é isso que tentamos ser, de facto”.Neste caso, a marca Portugal parece funcionar. “Os produtos pirotécnicos de tradição portuguesa são únicos e por isso muito cobiçados. Tanto que nos falta capacidade de resposta à procura. A criatividade dos nossos designers é reconhecida em todo o mundo”, salienta Carlos Macedo. A prova está

nos inúmeros prémios internacionais obtidos pela Macedo’S, desde a China ao Canadá, passando por Alemanha, México, Espanha, República Checa, Mónaco, Brasil, Polónia...Para se diferenciar da concorrência, a opção é procurar sempre novos caminhos, soluções e desafios. E para que tudo funcione, numa área onde as questões de logística e segurança são tão sensíveis, a capacidade de organi‑zação impõe‑se, graças a competências cuidadosamente distribuídas e moni‑torizadas. Desde 2002, os espectáculos pirotécnicos da Macedo’S cumprem os requisitos da norma ISO 9001 para a certificação de qualidade.“A pirotecnia está cada vez mais presente em diferentes tipos de eventos, nalguns deles como uma novidade, conseguindo movimentar multidões. Podemos por isso dizer que a pirotecnia está na moda, e que as perspectivas são positivas”, conclui Carlos Macedo.

Page 121: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

121

www.festaseeventos.net

Page 122: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

122

LINEUPBUILDING A BETTER EMPATHIC LIFE

Não haverá nenhum gestor no mundo que recusasse a possibilidade de integrar e motivar os seus colaboradores, enriquecendo-os enquanto indivíduos, melhorar o ambiente de trabalho e aumentar a produtividade do grupo, sensibilizar para a sustentabilidade, compromisso verde e acções sociais.

EMPRESAS

Para responder a estes desafios a LineUP em 2010 criou o programa BABEL, ou Building a Better Empathic Life, que consiste numa evolução de um conceito que a LineUP vinha a desenvolver já há algum tempo com alguns clientes. No entanto, o desen‑volvimento da ferramenta com os seus três packs base ( Babel Life, Babel Green Team e Babel Motivação 100%) só foi apresentado ao mercado em Novembro de 2010, no Encontro Anual de Gestores de Recursos Humanos, por convite da Associação organizadora.Esta é uma ferramenta composta por um plano de acção que integra 6 a 14 disciplinas e um a dois eventos globais. Integra várias acções, workshops e dinâmicas de grupo, devidamente estruturadas debaixo de conceitos ligados à Acção Social, Ecologia e Well‑being. Realiza‑se nos escritórios das empresas e em outdoor, utilizando ferramentas de desenvolvimento pessoal, performance e produtividade, aumentando os índices de Bem Estar

dentro da organizações e o orgulho de pertença dos colaboradores.“Uma das vantagens do BABEL é possibilitar aos clientes terem um plano bem estruturado e integrado debaixo de um determinado conceito. Conseguimos assim criar um plano de comunicação interno que permite uma melhor compreensão e adesão por parte dos colaboradores, criando um forte dinâmica de participação. Outra vantagem é o facto de termos um scorecard individual que permite medir a participação e o cumprimento dos objectivos”, refere Joel Vicente, Partner & Manager da LineUPPara além do BABEL, a LineUP vai apresentar em 2011 novas áreas de negócio e novos conceitos. Em Fevereiro é apresentado ao mercado o “LineUP Brand Experience Design”, resultado de um conjunto de parcerias estratégicas (nacionais e internacio‑nais) para o desenvolvimento de novos conceitos de eventos.

“O objectivo é que os eventos dos nossos clientes sejam experiências únicas, que inspiram os seus públicos alvo, sejam eles os colaboradores da empresa ou os clientes”, explica Joel Vicente.A área de eventos tem muito espaço para evoluir, é inegável. “Não basta fazer eventos bonitos e com algum show‑off, é preciso que os eventos tenham conteúdo, trabalhem necessi‑dades específicas dos clientes e estejam devidamente integrados com as estratégias de mercado das empresas. Na LineUP fazemos uma integração de eventos com branding, comunicação, design, new media e digital marketing, incluindo redes sociais. Acreditamos por isso que a LineUP irá ter um papel importante neste mercado, e iremos prosseguir a nossa estratégia de fazer bem e inovar, com flexibilidade, mantendo ainda assim preços compe‑titivos”, conclui Joel Vicente.Para mais informações, visite:www.lineup.pt

Page 123: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

123

www.festaseeventos.net

DIRECTÓRIOANIMAÇÃO

Distrito de Braga

ASES NA MANGABragaTel.: 253 283 [email protected]

Distrito de Lisboa

FADUS – ANIMAÇÃO E ESPECTÁCULOSEstorilTel: 214 662 [email protected]

PMP – PAULO MAGALHÃES PRODUÇÕESLisboaTel: 218 619 [email protected]

RITMOS URBANOSRamadaTel: 934 802 [email protected]

Distrito do Porto

ADEREÇO PRODUÇÕESPortoTel: 225 322 720 [email protected]

Distrito de Setúbal

MOVE ITCova da PiedadeTel: 212 581 [email protected]

TOCÁ RUFARAldeia de Paio PiresTel: 212 269 [email protected]

ARTISTAS E ESPECTÁCULOS

Distrito de Lisboa

MÚSICA NO CORAÇÃOLisboaTel: 210 105 [email protected]

EVERYTHING IS NEWLisboaTel: 213 933 [email protected]

RITMOS & BLUESPaço d’ArcosTel: 214 694 [email protected]

AUDIOVISUAIS E PIROTECNIA

Distrito de Braga

AUDIOVELOSOGuimarãesTel: 253 418 [email protected]

Distrito de Coimbra

SLC - SOUND LIGHT AND CREWCoimbraTel: 239 722 [email protected]

Distrito de Lisboa

ALFASOMAmadoraTel: 214 967 [email protected]

AUDIOMEIOSVenda do PinheiroTel: 219 663 [email protected]

ELECTROAUDIOS. Domingos de RanaTel: 214 531 [email protected]

RXF - AUDIOVISUAIS E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃOSintraTel: 210 189 366 [email protected]

Distrito do Porto

AUDIOLUZSerzedoTel: 227 625 [email protected]

DIGITAL FRAMEVila Nova de GaiaTel: 227 870 175 [email protected]

MACEDO’S PIROTECNIARua Padre José Pereira dos Santos, 1824615‑454 LixaTel: 255 483 999 Fax: [email protected] página: 120

SERVICE PACKRua de Santana, 2764450 ‑ 781 Leça da PalmeiraTel: 229 942 [email protected](Aluguer de material)Ver página: 121

Distrito de Setúbal

BACK LIGHTAlcocheteTel: 212 349 [email protected]

CATERING

Distrito de Braga

MEMORIAL CATERINGV. N. FamalicãoTel: 252 313 [email protected]

Distrito de Coimbra

CARLOS FILENOCernacheTel: 239 949 [email protected]

Distrito de Lisboa

CASA DO MARQUÊSAlgésTel: 214 118 [email protected]

CATERIAlcabidecheTel: 214 608 [email protected]

COMPANHIA DOS PALADARESSintraTel: 219 677 [email protected]

COZINHA DIVINALourinhãTel: 917 898 [email protected]

SILVA CARVALHO CATERINGSintraTel: 219 255 510 [email protected]

MOJITO BAR CATERINGPaço d’ArcosTel: 210 992 980 [email protected]

Distrito do Porto

CRISTINA HENRIQUES - BANQUETESPortoTel: 965 069 [email protected]

NUMIAL CATERINGVermoimTel: 229 407 411 info@numial‑catering.com

SOLINCA EVENTOS E CATERINGPortoTel: 226 086 [email protected]

TRÊS SÉCULOSV. N. de GaiaTel: 223 742 [email protected]

Distrito de Santarém

CONDESTÁVEL DE LUÍS SUSPIROCartaxoTel: 243 719 [email protected]

Distrito de Viseu

ENCONTRUSCarregal do SalTel: 232 960 [email protected]

Açores

PRIMAZS. Mateus da CalhetaTel: 295 206 [email protected]

Madeira

TROPICAL CATERINGFunchalTel: 291 700 [email protected]

ESPAÇOS MULTIUSOS

Distrito de Aveiro

EUROPARQUESta. Maria da FeiraTel: 256 370 [email protected]

Distrito de Braga

AVEPARK – PARQUE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIACaldas das TaipasTel: 253 470 [email protected]

MULTIUSOS DE GUIMARÃESGuimarãesTel: 253 520 [email protected]

Distrito de Coimbra

CENTRO DE ARTES E ESPECTÁCULOS DA FIGUEIRA DA FOZFigueira da FozTel: 233 407 [email protected]

Distrito de Faro

FÁBRICA DO INGLÊSSilvesTel: 282 440 [email protected]

PORTIMÃO ARENAPortimãoTel: 282 410 440 [email protected]

Distrito de Leiria

CENTRO CULTURAL E CONGRESSOS DAS CALDAS DA RAINHACaldas da RainhaTel: 262 889 650ccc.secretariado@cm‑caldas‑rainha.pt

Distrito de Lisboa

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE LISBOALisboaTel: 213 224 050 [email protected]

BENFICA ESTÁDIOLisboaTel: 217 [email protected]

CAMPO PEQUENOLisboaTel: 217 998 [email protected]

CASTELO DE S. JORGELisboaTel: 218 800 [email protected]

CENTRO CULTURAL DE BELÉMLisboaTel: 213 612 [email protected]

COLISEU DE LISBOALisboaTel: 213 240 [email protected]

CONVENTO DO BEATOLisboaTel: 210 103 [email protected]

ESTÁDIO ALVALADE XXILisboaTel: 217 516 522 [email protected]

MUSEU DA CARRISLisboaTel: 213 613 [email protected]

PAVILHÃO ATLÂNTICORossio dos Olivais,Lote 2.13.01A1990‑231 LisboaTel: 218 918 409 Fax: 218 918 413 [email protected] página: 67

Distrito do Porto

CAVES CÁLEM – SOGEVINUS FINE WINESVila Nova de GaiaTel: 223 746 [email protected]

CENTRO DE CONGRESSOS E EXPOSIÇÕES DA ALFÂNDEGARua Nova da AlfândegaEdificío da Alfândega4050‑430 PortoTel: 223 403 000 Fax: 223 403 [email protected] página: 25

COLISEU DO PORTOPortoTel: 223 394 [email protected]

Page 124: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

124 DIRECTÓRIO

ESTÁDIO DO DRAGÃOVia Futebol Clube do Porto, Estádio do Dragão, 3º Nasc.4350‑415 PortoTel: 225 083 000 Fax: 225 083 [email protected] página: 17

FUNDAÇÃO DE SERRALVES CONGRESS CENTREPortoTel: 226 156 [email protected]

MOSTEIRO DE SÃO BENTO DA VITÓRIAPortoTel: 223 401 900 [email protected]

Distrito de Setúbal

CONVENTO DA ARRÁBIDAAzeitãoTel: 212 180 [email protected]

Distrito de Viseu

EXPOVISViseuTel: 232 422 [email protected]

Açores

AÇOR ARENA - PAVILHÃO MULTIUSOSVila Franca do CampoTel: 296 539 [email protected]

CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE ANGRA DO HEROÍSMOAngra do HeroísmoTel: 295 206 [email protected]

PORTAS DO MARPonta DelgadaTelefone: 296 281 [email protected]

Madeira

CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DO PORTO SANTOPorto SantoTel: 291 980 [email protected]

MADEIRA TECNOPOLOFunchalTel: 291 720 [email protected]

ESTRUTURAS & ALUGUER DE MATERIAL

AMG SERVICIOSSevilhaTel: +34 902 104 [email protected](Mobiliário, Design, Climatização, Iluminação)

Distrito de Braga

MODELSTANDPadim da Graça Tel: 253 300 [email protected](Stands)

SPORMEXBragaTel: 253 673 [email protected](Stands)

Distrito de Faro

ALGARPALCOSLouléTel: 289 401 [email protected](Palcos)

EUROLOGISTIXAlmancilTel: 289 419 [email protected] (Aluguer de material)

Distrito de Lisboa

ALUG’AQUIChão de Meninos ‑ SintraTel: 219 108 [email protected](Aluguer de material)

EURODOMEFernão Ferro – SeixalTel: 917 224 [email protected](Tendas e estruturas)

EUROPALCOMem MartinsTel: 219 605 [email protected](Palcos e tendas)

EVIDÊNCIA DISPLAYLisboaTel: 214 603 [email protected](Stands)

MULTIARCORua Reinaldo Ferreira, nº38 ‑ A/B1700‑324 Lisboa Tel: 218 483 740 / 218 477 [email protected](ar condicionado)Ver página: 81

PÊBÊ DESIGNSintraTel: 219 188 720 [email protected](Stands e Design)

POP COMMUNICATION GROUPLisboaTel: 218 650 [email protected](Stands e Design)

SERIESLisboaTel: 213 583 [email protected](Design e Comunicação)

Distrito do Porto

AUDINOVALeça da PalmeiraTel: 229 961 [email protected](Aluguer de material)

SEABRAS EVENTOSPortoTel: 225 505 579info@seabras‑eventos.com(Aluguer de Material)

Distrito de Setúbal

ALUGOCLIMARua dos Laminadores, 15Foros da Catrapona, PIS II2840‑586 Aldeia de Paio PiresTel: 212 549 550 Fax: 212 549 [email protected](Aluguer de material)Ver página: 29

Madeira

SIRAMFunchalTel: 291 230 [email protected](Stands)

FEIRAS, CONGRESSOS & INCENTIVOS

DISTRITO DE AVEIROEuroparqueSta. Maria da FeiraTel: 256 370 [email protected]

Distrito de Beja

EXPO BEJAAv. Salgueiro Maia7800 BejaTelefone: 284 315 602 Fax: 284 315 [email protected] página: 39

Distrito de Braga

BESTEVENTSBragaTel: 253 204 [email protected]

CITEVE - CENTRO TECNOLÓGICO DA INDÚSTRIA TÊXTILV. N. de FamalicãoTel: 252 300 [email protected]

PARQUE DE EXPOSIÇÕES DE BRAGABragaTel: 253 208 [email protected]

Distrito de Faro

ALGARVE TOURSFaroTel: 189 890 200comercial@algarve‑tours.pt

CENTRO DE CONGRESSOS DO ARADELagoaTel: 282 498 577 [email protected]

CLASS TRAVELPortimãoTel: 282 414 522 / 282 415 [email protected]

EXPOSÉ VIAGENSAlbufeiraTel: 289 501 [email protected]

Distrito de Leiria

BIG TIMEFátimaTel: 249 533 [email protected] EXPOSALÃO BATALHABatalhaTel: 244 769 [email protected] Distrito de Lisboa ABREULinda‑a‑VelhaTel: 214 156 [email protected] AIMS PORTUGALLisboaTel: 213 245 040lisbon@aims‑international.com AUDITÓRIO PROF. DR. ARMANDO SIMÕES SANTOSLisboaTel: 217 922 [email protected] B+EstorilTel: 214 689 [email protected]

BLOOM UPLisboaTel: 214 689 [email protected] CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOALisboaTel: 213 652 [email protected] CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORILEstorilTel: 214 647 575 [email protected] C. I. CONGRESSOS E INCENTIVOSLisboaTel: 219 246 [email protected]

CITUR TRAVEL DMCLinda‑a‑VelhaTel: 217 712 [email protected]

CWT EVENTSLisboaTel: 213 224 [email protected] FIL - FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOALisboaTel: 218 921 [email protected] GEOTUR LisboaTel: 218 422 [email protected] ID - INTÉRPRETES DIRECTOSLisboaTel: 961 372 [email protected] LEADING - CONGRESS & ASSOCIATION MANAGEMENTLinda‑a‑VelhaTel: 217 712 [email protected]

MESSE FRANKFURT - PORTUGALLisboaTel: 217 939 [email protected] MUNDI CONVENIUSLisboaTel: 213 155 [email protected]

SALA OCEÂNICAOeirasTel: 214 462 [email protected] SFORILisboaTel: 217 604 [email protected] TEAM QUATROAlgésTel: 214 111 [email protected] TLCLisboaTel: 213 213 060lisbon@tlc‑pt.com Distrito do Porto ABREUPortoTel: 222 043 [email protected] ACRÓPOLEPortoTel: 226 199 680geral@acropole‑servicos.pt CENTRO DE CONGRESSOS E EXPOSIÇÕES DA ALFÂNDEGARua Nova da Alfândega, Ed. da Alfândega4050‑430 PortoTel: 223 403 000 Fax: 223 403 [email protected] página: 25

EXPONORLeça da PalmeiraTel: 229 981 [email protected] HOSPEDEIRAS DE PORTUGALPortoTel: 225 320 280porto@hospedeiras‑portugal.pt SKYROS CONGRESSOSPortoTel: 226 165 450skyros@skyros‑congressos.com THE HOUSE OF EVENTSPortoTel: 228 348 [email protected]

Page 125: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

125

www.festaseeventos.net

Distrito de Santarém CNEMA - CENTRO NACIONAL DE EXPOSIÇÕES E MERCADO AGRÍCOLASSantarémTel: 243 300 [email protected]

Distrito de Setúbal

GRUPO ECOREXCorroiosTel: 212 548 [email protected] Distrito de Viseu EXPOVISViseuTel: 232 422 [email protected] Açores CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE ANGRA DO HEROÍSMOAngra do HeroísmoTel: 295 206 [email protected] TURANGRAAngra do HeroismoTel: 295 204 [email protected] Madeira CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DO PORTO SANTOPorto Sto.Tel: 291 980 [email protected] MADEIRA TECNOPOLOFunchalTel: 291 720 [email protected]

FOTOGRAFIA E VÍDEO Distrito de Lisboa FABRICE ZIEGLERLisboaTel: 218 877 [email protected] MINIFOTO ESTÚDIORua Alexandre Ferreira, 49 A ‑ Lumiar1750‑010 LisboaTel: 217 567 330 Fax: 217 567 [email protected]‑estudio.comVer página: 75 Distrito do Porto CITYLABMarco de CanavesesTel: 255 539 [email protected]

NVSTUDIOPortoTel: 226 180 [email protected] HOTÉIS E POUSADAS Distrito de Aveiro GRANDE HOTEL DA CURIAAnadiaTel: 231 515 [email protected] PALACE HOTEL BUSSACOLusoTel: 231 937 [email protected] Distrito de Beja CLUBE DE CAMPO VILA GALÉBejaTel: 284 970 [email protected] Distrito de Braga AQUAFALLS SPA HOTELVieira do MinhoTel: 253 649 [email protected]

AXIS OFIR - BEACH RESORT HOTELOfir ‑ EsposendeTel: 253 989 [email protected] POUSADA DE GUIMARÃES - SANTA MARINHAGuimarãesTel: 253 511 [email protected] Distrito de Castelo Branco

TRYP CONFORT D. MARIACovilhãTel: 275 310 [email protected] TRYP COLINA DO CASTELOCastelo BrancoTel: 272 349 [email protected] Distrito de Coimbra HOTEL QUINTA DAS LÁGRIMASCoimbraTel: 239 802 [email protected] Distrito de Évora CONVENTO DO ESPINHEIRO HERITAGE HOTEL E SPAÉvoraTel: 266 788 [email protected]

HOTEL MAR DE ARÉvoraTel: 266 739 [email protected] Distrito de Faro HOTEL FAROFaroTel: 289 830 [email protected] LE MERIDIEN PENINA GOLF E RESORTPortimãoTel: 282 420 [email protected] SHERATON ALGARVE HOTEL & RESORTAlbufeiraTel: 289 500 [email protected]

TIVOLI MARINA VILAMOURAVilamouraTel: 289 303 [email protected] Distrito de Leiria MARRIOTT PRAIA D’EL REY & BEACH RESORTAmoreiraTel: 262 905 100info.pdr@marriott‑pdr.com.pt Distrito de Lisboa CORINTHIA LISBOA HOTELLisboaTel: 217 236 [email protected] HOTEL DOM PEDRO LISBOALisboaTel: 213 896 [email protected] HOTEL REAL VILLA ITÁLIACascaisTel: 291 724 [email protected]

HOTEL VILLA RICALisboaTel: 210 043 [email protected]

LISBON MARRIOTT HOTELLisboaTel: 217 235 [email protected]

PALÁCIO ESTORILEstorilTel: 214 648 000 front‑[email protected]

RITZ FOUR SEASONS HOTEL LISBOALisboaTel: 213 811 [email protected]

SHERATON LISBOA HOTEL E TOWERSLisboaTel: 213 120 [email protected]

VIP EXECUTIVE ART’SAv. D. João II, Lt. 1.1801C1998‑028 LisboaTel: 210 020 400 Fax: 210 020 [email protected] página: 109

Distrito do Porto

PORTO PALÁCIO CONGRESS HOTEL & SPAPortoTel: 226 086 [email protected]

SHERATON PORTO HOTEL & SPAPortoTel: 220 404 [email protected]

TIARA PARK ATLANTIC PORTOPortoTel: 226 072 500reservas.porto@tiara‑hotels.com

Distrito de Santarém

DOM GONÇALO HOTEL & SPAFátimaTel: 249 539 [email protected]

Distrito de Viana do Castelo

AXIS GOLF PONTE DE LIMAPonte de LimaTel: 258 900 [email protected]

FLÔR DE SALViana do CasteloTel: 258 800 [email protected]

Distrito de Vila Real

FORTE DE S. FRANCISCO HOTELChavesTel: 276 333 700webmaster@forte‑s‑francisco‑hoteis.pt

VIDAGO PALACE HOTELVidagoTel: 276 990 [email protected]

Distrito de Viseu

AQUAPURA DOURO VALLEYLamegoTel: 254 660 [email protected]

HOTEL MONTEBELOViseuTel: 232 420 [email protected]

MELIA CONFORT GRÃO VASCOViseuTel: 232 423 [email protected]

Açores

HOTEL AÇORES ATLÂNTICOPonta DelgadaTel: [email protected]

HOTEL DO CARACOLAngra do HeroísmoTel: [email protected]

Madeira

CROWNE PLAZA RESORT MADEIRAFunchalTel: 291 717 [email protected]

HOTEL SAVOYFunchalTel: [email protected]

THE VINE HOTELFunchalTel: 291 009 [email protected]

ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS DESPORTIVOS E ANIMAÇÃO TURÍSTICA

Distrito de Aveiro

DESAFIOSSever do VougaTel: 234 556 619informacoes@desafios‑lda.pt

MARGENSÁguedaTel: 234 648 [email protected]

Distrito de Braga

DIVERLANHOSOPóvoa de LanhosoTel: 253 635 [email protected]

Distrito de Castelo Branco

GRAU 5BarrocaTel: 275 751 [email protected]

Distrito de Coimbra

CAPITÃO DUREZA - DESPORTOS DE AVENTURAFigueira da FozTel: 239 918 [email protected]

CAMINHOS D’ÁGUA - LAZER ACTIVOCoimbra Tel: 969 049 470 [email protected]

Distrito de Évora

TURAVENTURÉvoraTel: 266 743 [email protected]

RUSTITURÉvoraTel: 266 978 [email protected]

Distrito de Faro

ZOOMARINEAlbufeiraTel: 289 560 [email protected]

Distrito de Lisboa

EQUINÓCIOLisboaTel: 210 155 139 [email protected]

TALENTOAlgésTel: 214 135 [email protected]

Distrito do Porto

ELEMENTO TERRAPortoTel: 938 303 [email protected]

Distrito de Santarém

AVENTURTorres NovasTel: 962 748 [email protected]

Distrito de Setúbal

ARRÁBIDA AVENTURASPalmelaTel: 212 352 [email protected]

Page 126: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011

www.festaseeventos.net

126 DIRECTÓRIO

Distrito de Viseu

DESAFIOS CARAMULOCaramuloTel: 232 868 017geral@desafios‑caramulo.pt

Açores

FUTURISMOPonta DelgadaTel: 296 628 [email protected]

Madeira

TERRAS DE AVENTURAFunchalTel: 291 708 [email protected]

ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS

Distrito de Aveiro

TEMPOS E VENTOSRua Almirante Cândido dos Reis, 90Apartado 15323801‑902 AveiroTel: 234 385 624 Fax: 234 385 [email protected] página: 65

Distrito de Coimbra

TAVOLANOSTRAArganilTel: 235 203 029 [email protected]

Distrito de Faro

JUST PERFECT LouléTel: 289 401 [email protected]

ZEBRA SAFARIAlbufeiraTel: 289 583 [email protected]

Distrito de Lisboa

ACTING OUTPaço de ArcosTel: 214 544 [email protected]

BEONELisboaTel: 213 406 [email protected]

BUG EVENTSLisboaTel: 213 611 [email protected]

CANTO MONIZRua da Misericórdia, 12 a 20, 5º, esc. 161200‑273 LisboaTel: 213 430 240 Fax: 213 430 [email protected] página: 63

DESAFIO GLOBAL ATIVISMRua Diogo de Couto, 1 B2799‑537 Linda‑a‑VelhaTel: 214 149 550 Fax: 214 149 560geral@desafio‑global.ptwww.desafio‑global.ptVer páginas: 2 e 3

GENIUS Y MEIOSLisboaTel: 213 239 [email protected]

GRUPO EVIDÊNCIALisboaTel: 214 603 [email protected]

KRIAEVENTOSAv. Elias Garcia, 172, 1.º Dto.1050‑103 LisboaTel: 217 955 424 Fax: 217 966 [email protected] página: 14

LINEUPAv. João Crisóstomo, 30, 1º Esq.1050‑127 LisboaTel: 213 303 734 Fax: 213 303 [email protected] página: 122

MERCADO DA CULTURAOeirasTel: 214 410 [email protected]

PEDRO SALGADOOeirasTel: 214 461 [email protected]

PUBLIHAPPENINGEd. Foz do Rio, Rua Domingos José de Morais, 53‑2D/55‑2E2685‑046 SacavémTel: 219 422 334 Fax: 219 425 [email protected] página: 55

TOX’INN – PROMOÇÃO E EVENTOSLisboaTel: 217 923 735 [email protected]

WECANSELLLisboaTel: 213 523 161 [email protected]

Distrito do Porto

ADEREÇO PRODUÇÕESPortoTel: 225 322 [email protected]

REALIZARPortoTel: 225 074 [email protected]

SUCESSOS Q.BS. Mamede de Infesa Tel: 913 830 [email protected]

Distrito de Setúbal

YOU ARE ONEAldeia de Paio PiresTel: 917 386 060 [email protected]

Açores

PRIMAZS. Mateus da CalhetaTel: 295 206 [email protected]

Madeira

SIRAMFunchalTel: 291 230 [email protected]

QUINTAS

Distrito de Braga

PARQUE DA PENHAGuimarãesTel: 967 877 [email protected]

Distrito de Coimbra

CONVENTO DE SANDELGASCoimbraTel: 239 951 [email protected]

Distrito de Évora

HERDADE DO ESPORÃOReguengos de MonsarazTel: [email protected]

Distrito de Lisboa

QUINTA DA REGALEIRASintraTel: 219 106 [email protected]

QUINTA DO ROSEIRALEriceiraTel: 261 860 [email protected]

PLAZA RIBEIRO TELLES - CENTRO DE EVENTOSVila Franca de XiraTel: 263 288 559 [email protected]

Distrito do Porto

CASA DOS LEMOSPortoTel: 226 104 [email protected]

Distrito de Santarém

VALE D’ALGARESVila Chã de OuriqueTel: 243 709 [email protected]

Distrito de Setúbal

QUINTA DA REGATEIRACharneca da CaparicaTel: [email protected]

SEGURANÇA

Distrito de Lisboa

2045 - EMPRESA DE SEGURANÇAMalveiraTel.: [email protected]

Distrito do Porto

GRUPO 8PortoTel: 226 198 [email protected]

TRANSPORTES

Distrito de Faro

TRANSOL - TRANSPORTES E TURISMOPortimãoTel: 282 450 [email protected]

Distrito de Lisboa

FROTA AZUL - TRANSPORTES E TURISMOOdivelasTel: [email protected]

Distrito do Porto

AIREVENTS - PRIVATE FLIGHTSMoreira da MaiaTel: 229 432 [email protected]

ANE TOURSPerafitaTel: 229 942 [email protected]

DOURO AZULPortoTel: 223 402 [email protected]

Distrito de Setúbal

BARCO ÉVORASetúbalTel: 912 154 [email protected]

OUTROS SERVIÇOS

Distrito de Braga

EDIGMABragaTel: 707 309 [email protected]

Distrito de Lisboa

BULL INSURANCEAv. de Berlim, 37, 3ºF1800‑033 LisboaTel: 218 522 183 Fax: 218 522 185asalvo@bull‑insurance.comwww.bull‑insurance.comVer página: 13

E.VALUERua do Salitre, 136, 2º1250‑204 Lisboa Tel: 213 845 260 Fax:213 845 [email protected](Ambiente)Ver página: 95

JOSÉ PIMENTEL FURTADO - CONSULTOR DE SEGURANÇALisboaTel: 917 726 [email protected]

MEDFIRST – SOLUÇÕES GLOBAIS NA EMERGÊNCIAPaço de ArcosTel: 216 002 [email protected](Emergência Médica)

PUBLIACÇÃOQuinta da Perdigueira ‑ Lagoa ‑ Camarões2715‑251 Almargem do BispoTel: 210 106 295 Fax: 210 106 [email protected](Publicidade e road-shows)Ver página: 105

RESTARTLisboaTel: 213 609 450 [email protected] (Escola)

TZIRANDALisboaTel: 213 140 [email protected](Software)

Distrito do Porto

ESTAÇÃO LIVRE – COMUNICAÇÃOPortoTel: 226 053 [email protected](Comunicação e edições)Ver página: 103

EVENT SERVICESRua António Correia de Carvalho, 88 Lj. 364400‑023 V.N.GaiaTel: 220 932 947 Fax: 220 932 [email protected] página: 79

NORMA DESIGNPortoTel: 919 611 [email protected](Design de comunicação)Ver contra capa

SMARTWATTPortoTel: 222 094 [email protected](Ambiente)

Page 127: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011
Page 128: Festas & Eventos . Ano IX . N.º 17 . Fev 2011