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Festa Junina Alegria e Aprendizado N o 80 Colégio Santa Maria

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Festa JuninaAlegria e

Aprendizado

No 80

Colégio Santa Maria

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COLÉGIO SANTA MARIAAv. Sargento Geraldo Santana, 890/901

Jardim Marajoara – São Paulo/SP(11) 2198-0600

[email protected]

EXPEDIENTE MOSAICO – PrOjETO DICA

/colsantamaria

/colsantamariasp

www.colsantamaria.com.br

ACESSE AS MÍDIAS DO COLÉGIO

CONSELHO EDITORIALIrmã Diane Clay Cundiff

Irmã Anne V. Horner HoeAdriana TizianiAna Lúcia Parro

Beth CostaKarine Ramos

Maria Soledad Más GandiniMuriel Alves

Silvio Soares Moreira FreireSuzana Torres

Vanini Andolfato Mesquita

EDITORASuze Smaniotto

REvISãORita de Cássia Cereser Sógi

COLABORADORESAdriana Pereira da Silva Baptista de Freitas

Adriano SantosAna Cristina Gil

Anna Paula RodriguesClaudia Sande

Cristiane PaulonEdnilson Oliveira

Edith Sonagere NakaoElizabeth Nishiyama Muniz

Gilberto SoaresGilda Parazzoli Ramirez

Gustavo de Almeida Karin Kansog

João Neto José Antonio P. Cervigón

Lara PolazzoLuciana CasilliLuciana MoritaMárcia Almirall

Maria Beatriz RossettiMayra LoyençoNatália Ruela

Pedro Moisés de CarvalhoRosana Daher

Rosilene Moutinho ArriolaSimone Igino

Sônia BrandãoSueli A. GomesValéria Delbem

Diagramação: Mister White

Impressão: Intergraf

Tiragem: 6 mil exemplares

A Revista Caleidoscópio é uma publicação do Colégio Santa Maria. Não é permitida a publicação de seus

textos sem a devida autorização.

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CArTA AO LEITOr SUMÁrIO

20NA rEDE

14DEIXA COMIGO

8Prepare-se para encontrar vários trechos nesta revista que não

condizem com uma educação tradicional. Da mesma forma, você verá coisas que fazem parte do cotidiano do Santa Maria.

É o caso da aprendizagem colaborativa, que evidencia a importância do trabalho em equipe; ou do ensino do xadrez, que não só ajuda o raciocínio matemático, mas também oferece munição para o “jogo da vida”. Há eventos ou situações que deixam claro que nossos alunos não aprendem apenas com os professores e os colegas, mas também com os funcionários, com mulheres em situação de rua ou em albergues. Assim, cada vez mais conhecem pessoas com necessidades diferentes das suas, experimentam outros olhares, olhares de cidadania mais plena.

Um olhar não convencional também é exigido no enfrentamento de medos e inseguranças que surgem diante do novo, como vivenciaram os alunos que tiveram que escapar da sala escura cheia de desafios e descobriram que a criatividade pode ser uma ótima ferramenta. Já os estudantes que visitaram o centro da cidade em outras séries retornaram agora para analisar os espaços ocupados e influenciados pela Ditadura. O olhar se volta para outros aspectos, sempre com o objetivo de que o aluno consiga enxergar além da sua existência pessoal.

Quando vemos o Ensino Médio extrapolando as aulas curriculares e tornando-se protagonistas do aprendizado, ficamos felizes por estarmos colhendo frutos em uma escola que não se posiciona como uma ilha, mas reconhece que faz parte de um contexto maior. Ao organizarem atividades envolvendo cinema, prosa, coletivo feminino, clube de astronomia e SISA, esses alunos estão desenvolvendo habilidades complexas, todos se transformam em promotores de eventos que exigem muito mais do que os trabalhos de sala. Sem contar a responsabilidade que assumem perante a coletividade.

Essas outras formas de aprendizagem preparam o jovem para qualquer carreira, mas não me preocupo se esta ou aquela atividade terá vida longa no Santa Maria porque nosso empenho será sempre praticar uma educação para a vida real e isto requer flexibilidade frente à transitoriedade de apelos.

Estamos também atentos ao corpo docente, que aproveita a Base Nacional Comum Curricular para focalizar cada vez mais no ato de aprender do aluno, e não tanto no ensinar do professor. Os pais estão contemplados não só nas reuniões educacionais, mas na própria existência desta revista há quase 20 anos, permitindo que entendam o processo global do Colégio além da série do seu filho que acompanham de perto.

Assim, como a Festa Junina que acabamos de celebrar tem várias finalidades, o Colégio tem outras múltiplas finalidades que nem sempre são tão coloridas e musicadas, porém são igualmente coordenadas para que tudo o que fazemos aqui seja para ter um mundo melhor no futuro. Sem exageros, nós servimos o mundo na educação do Santa Maria.

Novo econsolidAdo

Irmã Diane Clay CundiffDiretora geral do

Colégio Santa Maria

4COTIDIANO

ENTrELINHAS

9MAIS SABEr

22NO SANTA

21TÚNEL DO TEMPO

18NOSSOS GIGANTES

16É BOM SABEr

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COTIDIANO

A participação da família no contexto escolar é um dos pilares do Colégio Santa Maria. Durante o ano, são planejados encontros e momentos de reuniões individuais com os professores, quando se procura identificar as necessidades das famílias a respeito da educação de seus filhos e suas dificuldades. É com o mesmo propósito que se realiza a Reunião Educacional, momento para tratar de diferentes assuntos.

Neste ano, dentre os temas trazidos pelas famílias foram escolhidos aqueles diretamente ligados ao desenvolvimento da inteligência criadora, das emoções, da importância da memória e das múltiplas linguagens em desenvolvimento nas crianças desde o nascimento até os sete anos e que ressalta a importância deste período para tais aquisições.

Para discorrer sobre um assunto tão importante e pertinente, o Santa Maria convidou Maria Regina Maluf, pós-doutora em Psicologia Cognitiva, que apresentou a palestra “Linguagem, inteligência, memória e desenvolvimento de habilidades na primeira infância”. Sem rodeios, a profissional afirmou: “Criar filhos, atualmente, exige esforço e preparo na busca da atuação mais adequada para enfrentar os desafios que se impõem”.

Algumas das questões apresentadas no evento para ajudar as famílias com filhos nessa faixa etária foram: l Por que tantas crianças estão

enfrentando dificuldades na alfabetização inicial?

l Como a influência do ambiente e da genética impacta o desenvolvimento humano?

l Como a neurociência pode ajudar na compreensão do desenvolvimento de nossas crianças? O que depende do ambiente e o que depende da genética?

l Quando contribuímos ou impedimos as experiências que favorecem o desenvolvimento de nossas crianças?

Maria Regina ressaltou a importância das famílias acreditarem no potencial e nas capacidades dos filhos, bem como de incluí-los como protagonistas de ações. Segundo a profissional, eles são capazes de realizar e de participar ativamente dos desafios cotidianos e isso tem um grande impacto no desenvolvimento de habilidades cognitivas. Em contrapartida, crianças que são vistas como frágeis e privadas de realizar atividades das quais cognitivamente já são capazes ficam prejudicadas.

As questões sobre o desenvolvimento de habilidades na primeira infância foram

abordadas sob o ponto de vista científico, citando as conclusões a que chegaram os pesquisadores. Muitas delas revelam a primazia do ambiente (estimulador, cultural e social) sobre a genética, ressaltando a importância das relações humanas desde as primeiras experiências da criança na construção da inteligência, da linguagem, da percepção do mundo nas suas múltiplas relações: com o outro, com as coisas e consigo mesma.

Encontros e diálogos com a FAmíliA

A aprendizagem colaborativa frequentemente defendida no meio acadêmico atual acredita que o conhecimento é construído socialmente, na interação entre pessoas e não pela transferência apenas do professor para o aluno, de forma que os estudantes se ajudam no processo de aprendizagem, atuando como parceiros entre si e com o professor. Nas turmas do 5° ano do Fundamental as professoras agrupam os alunos em pares ou trios para que as trocas promovam uma aprendizagem ativa. Além da participação cooperativa que ocorre frequentemente durante as aulas, alguns estudantes são convidados pelas professoras para assumirem o

Aluno-tutor: uma conversa paralela positivacopiar a agenda, organizar os registros e dar dicas de como compreender determinado conceito estudado. Uma das vantagens é a explicação do conteúdo com uma linguagem mais próxima e com exemplos próprios ao universo da criança. Um aluno que é supervisionado em uma disciplina pode orientar o amigo em outra que possui mais facilidade. Com essa metodologia de ensino, as professoras observam que transformar o aluno em tutor é produtivo porque cria novas situações de aprendizagem, além de ajudar no desenvolvimento de competências socioemocionais, como respeito e cooperação mútua entre os alunos e com o professor.

papel de tutor de um colega da sala. A proposta é que esse aluno-tutor ajude o colega a adquirir habilidades cognitivas e procedimentais, como

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A missa do 3º ano do Fundamental I foi realizada no dia de Nossa Senhora de Fátima e celebrou o centenário de sua aparição em Portugal, além dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição nas águas do rio Paraíba, dando origem à devoção do povo brasileiro a Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.

Os inúmeros nomes e títulos que recebe Maria, mãe de Jesus, foram objeto de estudo das aulas de Ensino Religioso. Por meio da coleta de informações, os alunos

muitAs mAriAs

Parece ser recorrente a diminuição da atividade física à medida que a idade aumenta. Mesmo sabendo que a movimentação equilibrada é grandemente responsável pela qualidade de vida, construímos vários argumentos de adiamento. A falta de movimento pode levar a tensões musculares, dores nas costas, joelhos ou pés. Nosso corpo foi feito para se movimentar, mas, com a vida moderna, cada vez mais nos mexemos menos. Ficamos com as articulações presas a músculos fracos, aumentando assim o risco de quedas e a dependência de auxílios externos. No Prisma, nos cursos livres para quem tem +50, estamos com Treinamento Físico Integrado, popularmente chamado de “Treino Funcional” com a Assessoria Tmovimento360, criada justamente para solucionar os problemas causados pela falta de movimento. Não são exercícios padronizados, mas que trabalham com movimentações que vêm da forma como o corpo se expressa naturalmente, assim os resultados são mais rápidos e eficientes, afinal, nosso cérebro não pensa em exercícios e sim em movimentos. Os treinos acontecem no Prisma todas as segundas e quartas-feiras das 16h às 17h. Venha experimentar!

corpo em movimento

trouxeram as histórias que explicam como e por que inúmeros deles lhe foram atribuídos. As histórias de Fátima, Aparecida, Rosário, Graças, Achiropita, Dores, Guadalupe, Perpétuo Socorro e Lourdes foram contadas pelos alunos, que carregaram as imagens até o altar, causando encantamento e emoção em todos os presentes. O estudo contou também com as reflexões sobre o modo como as mães cuidam dos filhos e os educam para enfrentar os desafios da vida.

“Meu filho tem boas habilidades de reconhecimento de palavras, no entanto, tem dificuldade de compreensão na leitura”. “Meu filho passa horas concentrado no videogame, mas tem dificuldade em sustentar a atenção na aula”. “Meu aluno tem dificuldade de organização e esquece-se com frequência das datas de entrega de trabalho”. “Meu filho sempre deixa tudo para ‘última

hora’ ou inicia as tarefas e não as finaliza”. Quem já não ouviu esse tipo de relato? São comportamentos comuns que comprometem diversas atividades cotidianas, sobretudo na escola, e estão relacionados às funções executivas, que vêm a ser um conjunto de processos cognitivos que permitem a regulação da cognição e do comportamento, possibilitando o engajamento do indivíduo em ações complexas.

É nesse contexto que entra o xadrez no currículo do Colégio Santa Maria. Para além de todos os conceitos matemáticos existentes no próprio tabuleiro, está o desenvolvimento das funções executivas. Jogar xadrez implica utilizar e desenvolver uma variedade de processos cognitivos de nível superior, incluindo o planejamento, a tomada de decisão, a manutenção e a manipulação de informações na memória de trabalho, a observação do ambiente com

umA questão mAtemáticAvistas à obtenção de informações relevantes para metas específicas, a passagem de uma tarefa a outra e a inibição de pensamentos ou estímulos alheios à tarefa.

O desenvolvimento dessas habilidades tem um impacto positivo na aprendizagem de forma geral e pode contribuir para a melhoria do desempenho do aluno, de forma mais específica, na área de Matemática, já que as mesmas habilidades são requeridas na resolução de problemas. Sim, o xadrez desenvolve uma série de habilidades matemáticas importantes, mas seus benefícios extrapolam as competências acadêmicas. Controlar a impulsividade, elaborar estratégias, ter flexibilidade de pensamento, capacidade de replanejar uma situação que não saiu como o esperado e lidar com adversidades são habilidades necessárias para o jogo da vida que, ao contrário do xadrez, continua após o xeque-mate.

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Reconhecer o trabalho dos diferentes profissionais que atuam no Santa Maria para homenagear o Dia do Trabalhador já é uma tradição. Na Educação Infantil e Fundamental I, as séries se dividem para contemplar todos os setores, oferecendo uma cesta de café da manhã ou de lanche da tarde com a contribuição de todos os alunos para os funcionários que trabalham nas dependências do Colégio.

Os alunos do Pré homenagearam os colaboradores da Biblioteca. A turma organizou uma entrevista com a bibliotecária Tauany. Foi um momento de valorização do trabalho e de gratidão das crianças pelos serviços prestados com tanto carinho e profissionalismo por toda a equipe.

Já o 1º ano entrevistou os funcionários da Conservação, encarregados pelo trabalho com as classes, os parques e todos os espaços do prédio. Os alunos gostaram de saber que o Adriano é o encarregado da limpeza dos lugares mais altos, inclusive dos telhados que ficam cheios de folhas nessa época do ano. Conheceram o Denis, o chefe de todos, que explicou como orienta seu time. Puderam saber um pouco mais da vida da Teresa, que está muito próxima deles diariamente nas salas e

Justo AgrAdecimento

nas varandas, cuidando para que tudo esteja em ordem. Ficaram contentes em saber como ela fica agradecida quando encontra a sala limpa. Agradeceram a Mariazinha e a Sônia pela limpeza dos banheiros. Descobriram que há outra Sueli - além da orientadora - que também trabalha ali. As turmas ainda montaram o Jornal Mural localizando a função de cada colaborador nos locais em que os alunos circulam e estudam, com suas fotos e a descrição de suas responsabilidades. Para encerrar as

atividades, no dia 2 de maio, muito alegres, entregaram as cestas e cantaram em homenagem a todos. Nos cadernos de Ciências Humanas, registraram o que aprenderam com eles.

Foi do 2º ano que partiu a homenagem à equipe da Segurança. Os alunos entrevistaram Miro, que contou um pouco de como é seu dia a dia. As crianças agradeceram a dedicação e o cuidado que a equipe tem com todos que frequentam a Escola e também ofereceram cestas de café da manhã para serem compartilhadas por todos do setor. “Me sinto valorizado com essa homenagem, gosto do carinho das crianças com todos os funcionários e essa atenção extrapola os muros da Escola”, relata o profissional.

COTIDIANO

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Um dia memorável

Em uma das etapas do projeto da série “O Brasil: rostos, contornos e belezas. Trabalho: cuidado e diversidade”, o 7º ano do Fundamental vivencia uma manhã diferente trabalhando com os funcionários do Colégio em seus diversos setores. A etapa “Vivência com os Funcionários” busca envolver os alunos em atividades reflexivas, que os transformem em sujeitos ativos e construtivos da realidade, promovendo o autoconhecimento e o respeito às diferenças. As reflexões realizadas no cotidiano escolar possibilitam aos alunos vivenciar a cidadania. Ser cidadão é ser um agente de mudança e de transformação. É perceber a realidade ao seu redor e fazer a sua parte para tornar a sua comunidade melhor. É acreditar que todos temos nossos direitos e deveres no exercício de nossa cidadania. Durante toda a vivência, o aluno se empenha em participar, não havendo a possibilidade de somente observar. No final da manhã, discutem criticamente o percebido e vivido durante a experiência, podendo expor seus sentimentos e percepções, novamente dependendo do movimento de abertura de cada um.

“Vivenciamos um dia diferente, quando aprendemos como é ser

um funcionário” Isabella Primi Hardt - 7ºC

“Ao andar pela escola, pude perceber a maneira como eles se empenhavam nas suas funções.” Lucas Marchezin, professor de

História

“Todos levaram muito a sério seu trabalho e conseguiram entender a importância do que deveria ser

executado.” Fabiana Andrade, professora de

Matemática

“Eu me senti muito feliz por ter conhecido e vivenciado o

trabalho das pessoas com quem convivo diariamente”

Natalia Carvalho - 7ºA

COTIDIANO

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ENTrELINHAS

Em meio a tanta tecnologia, quando mensagens são enviadas e lidas, em segundos, por e-mail e aplicativos de celular, que tal surpreender-se ao receber uma carta? Foi o que o 2º ano do Fundamental I fez para celebrar o Dia das Mães, enviando uma carta pelos Correios.

Após a leitura de histórias que resgatam o uso da carta como instrumento de comunicação e da exploração da estrutura desse gênero textual, os alunos foram orientados a fazer o mesmo. Eles se dedicaram à escrita de cartas de agradecimentos

umA cArtA muito especial

repletas de histórias e de gratidão. Foi um momento de reflexão, de pensar e de expressar a importância da mãe em suas vidas.

Esse trabalho interdisciplinar integrou diferentes componentes curriculares: Português no aspecto da leitura e da escrita; Ciências Humanas, ao trabalhar os endereços e a localização no preenchimento dos envelopes, e Ensino Religioso, ao relacionar a mãe de cada aluno com a Mãe Maria, aquela que perdoa, exemplo vivo da misericórdia de Deus que ampara e ensina o caminho do bem.

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A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que tem a finalidade de orientar os sistemas educacionais na elaboração de suas propostas curriculares, chega à terceira versão. Tem como fundamento a proposta de direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para os alunos da Educação Básica. A primeira versão foi disponibilizada para consulta pública entre outubro de 2015 e março de 2016, recebendo inúmeras contribuições de diferentes sujeitos envolvidos em processos de ensino e aprendizagem. A segunda, publicada em maio de 2016, passou por um processo de debate em seminários realizados pelas secretarias estaduais de educação, além de ser analisada por especialistas de outros países. A terceira foi apresentada em março deste ano para aprovação do Conselho Nacional de Educação.

No Santa Maria, a versão final é objeto

de estudo e análise por parte dos professores, com o objetivo de revisitar suas propostas pedagógicas, pois a BNCC, juntamente com o currículo elaborado pela Escola, ‘têm papéis complementares, para assegurarem as aprendizagens essenciais definidas para cada etapa da educação básica’ (BNCC, 3ª versão pg.12). Nesse sentido, o Colégio tem buscado processos contínuos de formação para seus educadores, visando a utilização e valorização do uso da tecnologia como maneira de aprimorar as práticas de aprendizagem; a elaboração de trabalhos interdisciplinares; a contextualização e problematização de temas contemporâneos que abordam a preocupação com os direitos humanos, a preservação do planeta, a desigualdade social, a cultura local e global. Os projetos apresentados a seguir são exemplos de atividades que contemplam esses requisitos.

“Para que seja possível realizar uma educação com abordagem interdisciplinar, é necessário atitude e postura interdisciplinar, ou seja, atitude de busca, envolvimento,

compromisso, reciprocidade diante do conhecimento”

Moacir Gadotti, doutor em Ciências da Educação

Colégio Santa Maria e a

BaSe NaCioNal CoMuM CurriCular

MAIS SABEr

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Estudar o meio é compreender a partir do diverso. Coerente com os princípios da Santa Cruz, o estudo do meio é um dos momentos centrais da construção da alteridade pelos alunos do Santa Maria. “Educar para a alteridade é olhar a partir do outro e entender que tudo está relacionado a tudo e a única verdade é a vida”, enfatiza o professor Gilberto Soares. Assim, as turmas do 7º ano foram incentivadas a fotografarem suas salas de aula e expressarem o seu olhar sobre esse espaço banal. O passo seguinte foi explorar a área do Colégio, de forma livre e, em seguida, de forma orientada, a identificar as condições naturais e os objetos de redes técnicas que compõem a paisagem. Desse modo, os alunos estão mais abertos e preparados para buscar no campo as diferentes formas de ser humano. “Além de compreender que estar em sociedade, mais do que competir, é complementar, através do trabalho, a vida que nos une”, finaliza.

Já no 6º ano, quando os alunos souberam que o estudo seria em Santos, logo falaram em praia, porto e diversão, mas no Santa Maria essa atividade é vista como mais uma oportunidade para se desenvolver a postura crítica, com novos questionamentos e reflexões que propiciem elaborar e ampliar os

“Eu observei a desigualdade social e consegui ver o mundo de forma mais ampla. Também adorei a integração com as crianças no Arte no Dique.”Amanda Formigoni

“No Albergue sinto uma sensação diferente, algo bom. A sensação de que eles (as moças e seus filhos) me querem lá e estão felizes com minha presença.”Sara Gronda

Vários estudos de diFerentes meios

MAIS SABEr

conhecimentos vinculados ao projeto da série. Assim, a saída permitiu às turmas aprenderem in loco dois dos principais biomas abordados no semestre: a Mata Atlântica e o Costeiro. Os alunos ainda conviveram com crianças da ONG Arte no Dique, cujas histórias de vida, educação e atuação se diferenciam totalmente de suas realidades. Lá visitaram e entrevistaram moradores que vivem na região das palafitas, compreenderam como a

população se organiza para que em seus bairros sejam implementadas escolas e saneamento básico, entrevistaram moradores, conheceram o Projeto Vanguarda, reconhecido mundialmente, e aprenderam, no Aquário de Santos, a diferença entre um aquário que é utilizado como berçário e recuperação de animais e um aquário com caráter comercial. A etapa seguinte do projeto será a análise das entrevistas para posterior elaboração dos produtos finais.

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“(...) foi uma grande oportunidade de trabalhar em grupo. Ir na Arte no Dique me fez perceber a quantidade de pessoas que têm dificuldades, e para eu agradecer a boa qualidade de vida que me proporcionam.”Carolina Tiemi

O grupo do Ecoestudantil do 9° ano foi até um dos braços da Represa Billings, conforme relata a aluna Maria Leticia das Neves Hansen: “Encontramos nascentes que, futuramente, podem ser afetadas pelo esgoto produzido por um condomínio de prédios em construção, bem perto dessas nascentes. Quando chegamos, percebemos que haviam fechado a comunicação entre uma parte bem pequena deste braço e o resto dele. Nesta parte fechada, encontramos muitos peixes na superfície da água tentando respirar, pois a água estava

sem oxigênio. Porém, o mais sério é que havia dois canos, que aparentavam ser de esgoto, voltados para esta área. Naquele momento eles estavam tampados, porém, é bem provável que sejam abertos e o esgoto seja lançado neste local. Resta-nos pensar em algumas perguntas: Será que isso pode afetar significativamente a represa? Não percebemos que estamos prejudicando cada vez mais o meio ambiente e a nós mesmos? É possível restaurar os estragos que já fizemos na natureza? O que cada um de nós tem feito para evitar danos aos nossos mananciais?”.

Também para estimular e incentivar os alunos a transcenderem os limites de seus mundos e irem ao encontro de novas vivências, conscientes do seu papel social como agentes de transformação na busca de um mundo

“Eu imaginava e esperava um ambiente sério, com uma vibração de tristeza. Porém foi algo totalmente contrário. Eu me senti feliz e acolhida. As atendidas estavam alegres e cantavam junto com a gente, mesmo com toda a história de vida que elas carregam e me contaram. Só tenho gratidão...!!!”Carolina Boccia

mais justo e fraterno, o 9º ano iniciou o trabalho de inserção social no Albergue Reencontro (CAE SANTO AMARO), instituição que acolhe, exclusivamente, mulheres e seus respectivos filhos em situação de rua. “Fomos extremamente bem acolhidos pela coordenadora Cláudia e sua equipe. E, nosso receio inicial quanto à acolhida por parte das atendidas, logo se dissipou diante do convite delas para nos sentarmos ao seu lado e conversar, mas, principalmente, cantar”, lembra o professor José Antonio P. Cervigón. “Fiquei admirado ao observar o clima de integração. Pareciam amigos de longa data”.

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Consolidar a alfabetização é uma preocupação do 2º ano do Fundamental I e, para que isso tenha significado, é necessário associar a prática da leitura e da escrita em situações reais. Uma das funções da escrita é a de estabelecer a comunicação entre as pessoas. “Parece simples, mas é um processo que demanda muitas aprendizagens, por isso a série aproveita as mais diferentes situações cotidianas para estimular a função social dessa escrita por meio de cartões, mensagens de aniversário, bilhetes de agradecimentos, cartas para familiares, felicitações, entrevistas, relatos e muito mais”, diz a professora Lara Helena Polazzo. Dessa forma, associa-se a ortografia, a construção do gênero e a intencionalidade num único trabalho.

As turmas 2ºA e 2ºE costumam confeccionar cartões de felicitação para os aniversariantes da sala. “Sabendo que haverá um leitor, ou melhor, vários leitores, as mensagens são escritas com mais critério e cuidado e se tornam diversificadas e muito organizadas”, ressalta a professora Rosilene Moutinho Arriola. A atividade é carregada ainda de muita emoção. “A euforia de cantar parabéns junto aos colegas de classe se fez pequena perto da expectativa de saber o que seus amigos haviam escrito no

cartão de aniversário. Todos os dias, um nome era sorteado e juntos líamos o recadinho enviado pelos colegas. Ficamos encantados com a desenvoltura da escrita e a expressão de carinho!”, relata Claudia Iara Pessoa, mãe do aluno Samuel.

“O pensar interdisciplinar parte da premissa de que nenhuma forma de conhecimento é em si única. A literatura amplia, por meio da imaginação e do diálogo, diferentes linguagens e conhecimentos, expandindo as possibilidades de aprendizagem das crianças e enriquecendo as relações”, declara a orientadora da Educação Infantil, Karine Ramos. No Pré, desde o primeiro dia de aula, as crianças têm contato com a leitura e a escrita. Elas leem seu nome e os dos demais colegas nas agendas, cabideiros, listas e materiais, ouvem histórias diariamente, manuseiam e exploram livros, revistas, bilhetes, receitas culinárias, parlendas e letras de músicas que cantam para compor a rotina da classe. O momento da contação de histórias é muito esperado. As crianças observam atentamente as professoras, com isso aprendem a postura correta de um leitor, a entonação, as pausas, a posição, os comentários que os adultos fazem ao ler, para logo poder imitá-los em atividades de simulação de leitura. “É comum as crianças imitarem as professoras: sentam nas cadeiras, posicionam o livro e contam a história por meio das imagens para as bonecas ou para os amiguinhos”, revela a professora Maria Beatriz Rossetti.

Com apoio das assistentes da Biblioteca, é feito um trabalho com empréstimos de livros e ampliação do repertório de histórias dos alunos. Ao longo do primeiro bimestre, o trabalho envolveu várias histórias do escritor Todd Parr. Escritos com frases curtas, bem elaboradas, diretas e envolventes, seus livros mostram, de maneira simples e divertida, que cada um tem um jeito, um gosto,

uma preferência e cabe a todos respeitar essas diferenças. No segundo bimestre, foi a vez da escritora Ruth Rocha, que escreveu a série “Quem tem medo?”, textos que ajudam as crianças dessa faixa etária (6/7 anos) a enfrentar seus medos e inseguranças em diferentes situações. É assim, por meio das histórias, que os alunos entram em contato com diferentes enredos, desenvolvem a imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa, avançando na alfabetização e começando a se arriscar nas primeiras tentativas de leitura e escrita. E ainda desenvolvem outras habilidades cognitivas.

Treinando a escrita e cultivAndo A gentilezA

Contar, ouvir, imaginar e Aprender

MAIS SABEr

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Quando se fala em aula, logo se imagina uma sala. Porém, este não é o único espaço em que a aprendizagem acontece no Santa Maria. É comum encontrar professores e suas turmas em espaços não convencionais. No 4º ano, já foram realizadas várias experiências este ano: as turmas fizeram um bolo de maçã no refeitório para discutirem

sobre a transformação dos alimentos; realizaram uma expedição ao Tronco da Amizade – um espaço lendário, pois a amizade de quem senta sobre ele durará para sempre! –, aprendendo sobre a importância da preservação da natureza e das relações entre os seres humanos e o meio ambiente, conhecimentos relatados em uma produção pessoal;

foram a lugares escolhidos pelas turmas e depois representados geograficamente em croqui; observaram o espaço do lanche e refletiram sobre a necessidade de trazerem uma refeição consciente, mais saudável e com menos resíduos; andaram pela escola recolhendo folhas, flores e galhos caídos para perceberem as figuras planas na natureza... Só para citar alguns exemplos. São tantas lembranças!

“Só o fato de sairmos da sala de aula para trabalharmos em grupo, nos deslocando pelo espaço, deixando o corpo engajar-se na atividade com mais vigor, já é um bom motivo para estarmos em lugares mais abertos e amplos, em que o olhar, o ouvir e o tocar são mais intensos e geram memória a partir da experiência sensorial, afetiva e cognitiva significativa”, revela a orientadora da série, Márcia Almirall. Por isso, usar os espaços escolares como laboratórios do aprender enriquece o trabalho pedagógico, fortalece os laços de amizade e oportuniza a assimilação e a aplicação do conhecimento.

lAborAtórios do Aprender

O 3º ano do Fundamental I realizou um trabalho interdisciplinar sobre a migração em São Paulo. “De início, as crianças listaram nomes de parentes e amigos vindos de outros estados brasileiros para a capital paulista e as razões de terem deixado seus estados de origem”, explica a professora Edith Sonagere Nakao. Os estudos foram ampliados para os Biomas Brasileiros e a Defesa da Vida, tema da Campanha da Fraternidade deste ano, voltando o olhar investigativo para o bioma Caatinga.

Localizar a região nordeste, bem como os estados de onde saíram muitas pessoas em busca de trabalho e melhores condições de vida, ampliou as habilidades de consulta aos mapas como fontes de informação. Estudar as características da região ajudou na compreensão das razões pelas quais tantos nordestinos despediram-se de sua terra natal rumo a São Paulo. Os diversos estilos musicais, ritmos, instrumentos, os artistas que o Brasil consagrou com as letras das canções que retratam as alegrias e tristezas desse povo foram objeto de estudo das aulas de Língua Portuguesa e Música. “Através da leitura do livro ‘Encontro com Portinari, os alunos ainda entraram em contato com obras em que o pintor retrata os retirantes, fazendo a leitura das imagens nas aulas de Arte”, lembra a professora Luciana Casilli. As aprendizagens foram coroadas com a bela coreografia da dança da Festa Junina, para a qual a série contou com as aulas de Educação Física para a idealização e ensaios, mostrando a todos a “Homenagem ao povo nordestino”.

interdisciplinAridAde

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DEIXA COMIGO

Último ano: e AgorA?

A terceira edição do projeto Dica – Diálogos e Carreiras no Santa, destinado aos estudantes da 3ª série do Ensino Médio, ofereceu oficinas com ex-alunos de diferentes carreiras: Filosofia, Arquitetura, Letras, Engenharia, Psicologia, Direito, História, Medicina, Agronomia, Cinema, Gastronomia e Administração. A ideia foi promover um diálogo em que se pudesse discutir, sem receios, sobre mercado de trabalho, trajetórias profissionais, frustrações, expectativas, vida universitária. A possibilidade de tirar dúvidas e receber dicas criou uma atmosfera de cumplicidade e troca. Alguns saíram

com a certeza de que escolheram bem suas carreiras, outros ficaram com dúvidas sobre o futuro acadêmico, mas todos demonstraram satisfação com o encontro. Foi uma manhã de sábado muita intensa e produtiva. “O contato com ex-alunos e alunas que agora

retornaram em outra condição nos traz uma sensação de dever cumprido. A desenvoltura ao abordarem questões sobre profissão, universidade, projetos de vida evidencia que valores que nos são caros renderam bons frutos”, sintetiza a orientadora da série, Adriana Freitas.

Este ano comemoramos a 10ª edição da Sisa – Simulação Interna do Santa. “Há dez anos, quando um grupo de alunos se reuniu para gestar o evento, não podíamos imaginar que ganharia a atual dimensão, envolvendo quase 200 estudantes do Ensino Médio, em quatro dias de debates intensos acerca de acontecimentos históricos”, comemora Adriana Freitas, coordenadora da área de Ciências Humanas. Fiel à sua origem, a Sisa é inteiramente organizada pelos próprios alunos, desde a definição dos comitês até a resolução de situações-problema que abarcam: busca por patrocínio, produção audiovisual, apresentação dos temas, processo de inscrição, elaboração de materiais de

sisA: muito mais que uma simulaçãoestudo, seleção de diretores, divulgação, entre outros.

Autonomia é palavra de ordem. Se antes a inspiração estava nas simulações externas já existentes, como o Fórum Faap, hoje boa parte das temáticas é inédita, como o julgamento dos responsáveis pela tragédia em Mariana (MG), em novembro de 2015, que causou fortes impactos ambientais com o rompimento de duas barragens da mineradora Samarco. Haverá também um comitê em inglês, sobre as Bruxas de Salem, episódio ocorrido em Massachussetts (EUA) em outubro de 1692, que culminou com a execução de 20 pessoas, em sua maioria mulheres. Outro grupo simulará a Conferência

de Accra, que em 1958 reuniu os povos africanos na capital de Gana, tendo como foco o combate à dominação colonial e ao imperialismo europeu. A Crise dos Mísseis (1962), momento de tensão na América em plena Guerra Fria, abordará a instalação de ogivas nucleares soviéticas em Cuba, como resposta à tentativa frustrada de invasão estadunidense à ilha. Além disso, a Sisa contará com o Comitê contra o Terrorismo, perpassando os ataques às torres gêmeas (2001), invasão ao Iraque (2003) e atentados mais recentes (França e Alemanha, por exemplo).

Com toda essa gama de assuntos, somada à disposição dos participantes, não é difícil afirmar que a Sisa terá vida longa.

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Visões ultrapassadas de ensino e aprendizagem em que professores limitam-se a transmitir informações no restrito espaço-tempo da sala de aula há tempos têm se mostrado insuficientes para atender às necessidades formativas de nossas alunas e alunos. Estes, cada vez mais, têm buscado um espaço central nas propostas de ensino, propondo temáticas de interesse e estratégias desafiadoras que mobilizam jovens das diferentes séries e docentes das diferentes áreas do conhecimento para uma aprendizagem integrada, dinâmica e envolvente.

No final de 2003, um grupo de alunos pediu que as discussões de aula, muito relacionadas ao tema “mídia”, continuassem mesmo ao término daquele ano letivo. Desse modo, nasceu o NEMiS (Núcleo de Estudos Midiáticos do Santa Maria), um grupo que, desde então, reúne-se semanalmente para discutir e refletir sobre os fenômenos midiáticos de nossa sociedade.

Algum tempo depois, criou-se um momento de discussão aberto a todo o Ensino Médio. Como o elemento provocador

Reinventando FormAs de Aprender

da discussão nesse evento sempre é um filme, deu-se o nome de CINEMiS a essa tarde (geralmente uma sexta-feira) que envolve cinema, lanche coletivo e reflexão. Uma reflexão que não deixe de fora componentes de sensibilidade pode colocar em movimento forças que potencializarão o desenvolvimento pessoal dos alunos, a partir de uma leitura de mundo guiada pelo compartilhamento de ideias. O encontro mais recente trouxe o filme A chegada, de Denis Villeneuve, como elemento detonador.

Ocupar espaços com emoções e significados é uma boa possibilidade de construção de identidades e subjetividades. Com esse propósito, em sua última edição, o projeto Pátio em Prosa promoveu a apresentação e discussão do filme “Gilbert Grape: aprendiz de sonhador”. A atividade, que contou com a participação de 62 alunos, foi um momento de identificações, construções, sensibilidade e carinho.

Também na área de Ciências da Natureza

há grande envolvimento de alunos em propostas que extrapolam os limites da sala de aula. “O interesse pela Astronomia vem tendo um crescimento surpreendente e já era hora de pensarmos em um clube de astronomia no Colégio”, afirma o professor e astrônomo Edmilson Oliveira. Alunos e alunas das três séries do Ensino Médio iniciaram no final de abril as primeiras atividades do CASA - Clube de Astronomia do Santa Maria, com sede no prédio Santa Cruz.

O primeiro passo para se tornarem astrônomos amadores é familiarizar-se com o céu. Para isso, o Colégio conta com um excelente telescópio Celestron Nexstar 8SE recém-adquirido, que permitirá a realização de inúmeros projetos científicos e didáticos. Além disso, está em processo de instalação uma câmera de captura de estrelas cadentes (meteoros), num projeto em parceria com a BRAMON (Brazilian Meteor Observation Network).

Memória e resistênciAO Santa Maria investe em um

programa de saídas de estudos pensado para cada série com o cuidado de retomar os eixos fundamentais e, sempre que possível, integrar outros componentes e áreas. Temos o cuidado de atualizar e aperfeiçoar os métodos e temas, sempre preocupados com a necessidade de dialogar com o presente. No Estudo do Meio da 3ª série do Ensino Médio, os alunos voltam a visitar alguns recortes da cidade de São Paulo. Já o fizemos observando a arquitetura da Belle Époque e, em outra ocasião, avaliando o processo

de gentrificação do centro. “Desta vez, buscamos discutir o

quanto as ditaduras do Estado Novo (1937-1945) e Civil-Militar (1964-1985) imprimiram na paisagem da metrópole uma ‘arquitetura da repressão’ e, do outro lado, como os movimentos de resistência também inventaram espaços identificados com a luta contra esses modelos de Estado. Trazemos, dessa forma, um debate atualíssimo e primordial sobre os ‘lugares de memória’ – logradouros identificados com um evento-tempo histórico que alçam importância na preservação da

consciência coletiva”, explica a professora de História, Sônia Brandão.

Dentre os pontos visitados está a Estação Pinacoteca na região da Luz, que não é só uma extensão do mais antigo museu da cidade datado do início do XX: foi o espaço do DOPS criado já no final da República das Oligarquias, com poderes ilimitados no Estado Novo e auge no sistema de repressão a partir de 1968, com a edição do Ato Institucional nº 5. Mais do que celebrar e resistir, lembrar é exercício de cidadania em prol de uma sociedade democrática.

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Uma proposta de educação verdadeiramente integral não pode favorecer os aspectos acadêmicos em detrimento das grandes questões que mobilizam os estudantes. Escola e fatos do mundo externo fazem parte de um mesmo universo, por isso o Santa Maria assume o papel de apresentar as ferramentas necessárias para que seus alunos compreendam os acontecimentos cotidianos por várias perspectivas, desenvolvam senso crítico e, consequentemente, sua própria opinião. “A escola tem a responsabilidade de ajudar o aluno, nas diferentes fases da vida escolar, a entender o mundo que o cerca”, declara a diretora geral, sister Diane.

É BOM SABEr

polêmicAs na pauta do dia

No Fundamental, as turmas do 7º ano, que estão estudando, ao longo do ano, diferentes temáticas em torno do trabalho, tiveram uma atividade concreta para entender a importância do papel feminino no mercado de trabalho. Recentemente, os alunos receberam a visita de representantes da COOPERCAPS, que mostraram como uma nova cooperativa é formada (no caso, a Central de Triagem de Paraisópolis), o protagonismo das mulheres no processo de implantação e a independência econômica que elas alcançam a partir do trabalho que exercem como cooperadas. “Já estamos colhendo os primeiros frutos de uma sociedade que acolhe o feminino e compreende a importância da sintonia entre homens e mulheres para a construção de um mundo mais justo e fraterno”, declara o professor Pedro Moisés de Carvalho.

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No Ensino Médio, onde os jovens explicitam de forma mais intensa seus incômodos e preocupações, propostas que promovam o reconhecimento, problematização e valorização da diversidade em todas as suas facetas são fundamentais nas propostas pedagógicas, o que exige capacidade de escuta e de diálogo entre professores, alunos e alunas.

Em abril, o projeto da 1ª série, iniciado com a peça “Verdade e Desafio”, teve continuidade com mais um momento para que os jovens experimentassem outros olhares e novas reflexões. Eles viram e conversaram sobre o filme “As melhores coisas do mundo”, de Laís Bodansky, que retrata um ano na vida de um adolescente de classe média que lida com problemas familiares e relacionais na escola. Filme cheio de esperança e muita vida, essencial em tempos de “Baleia Azul”.

Um projeto que mobilizou os alunos e alunas da 2ª série do Ensino Médio nas aulas de Leitura, Interpretação e Produção de Textos (LIP) foi o debate

mais profundo sobre o bullying, para que se possa combatê-lo verdadeiramente. A problemática foi explorada em discussões sobre a dificuldade de aceitação da alteridade e articulada à proposta de produção de textos publicitários. Após perceberem a gravidade da questão, os estudantes produziram anúncios publicitários que estão disponíveis para apreciação e compartilhamento acessando o QRCode desta página.

Outros aspectos da vida cotidiana, como o fato de o Brasil ser o país com o maior número de assassinatos contra mulheres transexuais e os alarmantes e cada vez mais frequentes casos de violência contra a mulher, revelam a urgência de aprofundar as reflexões e o debate de gênero. O Santa Maria não poderia se furtar dessa discussão.

De um lado, por iniciativa de alunas, surge em 2015 o Santa Sororidade, coletivo feminista do Ensino Médio. Machismo, preconceito e misoginia que muito incomodavam boa parte das estudantes foram os combustíveis que

impulsionaram a formação do grupo, que se reúne às segundas-feiras no pátio do Ensino Médio. A ideia é conscientizar, mobilizar, desestabilizar, enfim, chamar a atenção para práticas que reproduzimos e que cristalizam questões de gênero, sempre em detrimento das mulheres.

Por outro lado, uma discussão mais aprofundada envolvendo toda a comunidade escolar será desenvolvida a partir de junho pelas professoras e professores da área de Ciências Humanas do Ensino Médio no projeto Gênero, o X da questão, que abordará as assimetrias de gênero, com mesas redondas, cine-debates, exposições artísticas. “A discussão está posta. Convidamos a todos a pensar conosco o X da questão”, diz a coordenadora da área, Adriana Freitas.

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Sentir a tinta fria com as mãos e com os pés e espalhá-la na barriga ou nos braços, descobrir as muitas possibilidades da argila com o corpo, antes mesmo de saber que com ela se pode fazer modelagens, experimentar diferentes temperaturas, densidades e texturas com as mãos, pintar com os cotovelos são algumas das experiências vivenciadas na Educação Infantil. Atividades que valorizam e respeitam o desejo da criança pequena de conhecer o mundo por meio do próprio corpo.

São propostas para experimentar, sentir prazer e se expressar, conhecer novos materiais e suportes para explorar suas infinitas possibilidades.

Levando-se em consideração todas essas peculiaridades da relação entre a criança pequena e a arte, foi escolhido o artista Jackson Pollock e sua arte expressiva e abstrata para inspirar a criação e a pintura de tecidos com as crianças que posteriormente ase transformaram em mimos para as mamães.

A técnica de Pollock usa intensa gestualidade que deixa marcas de tintas que se entrelaçam harmoniosamente, formando uma obra de arte.

Após a apreciação das obras do artista, as crianças também puderam trabalhar com gotejamento de tinta com borrifador e respingos, por meio de pinceladas no ar. Propostas que puderam ser vivenciadas com toda a liberdade que as crianças da faixa etária necessitam e que resultaram em um processo criativo intenso.

NOSSOS GIGANTES

Experiências significativas e vivênciAs corporAis

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Após várias leituras, o grupo do Jardim II E apresentou curiosidade pela formiga, um dos personagens existentes nas histórias. Procuravam o inseto pelos espaços da Escola, queriam saber onde morava, o que comia e como era. Essa exploração continuou por muitos dias, pelos passeios no Colégio, com olhares aguçados e com espírito investigativo. Durante as explorações e rodas de conversa, as crianças lançaram comentários: “As formigas são importantes porque são nossos tesouros!”; “Elas têm um formigueiro valioso!”; “As formigas são importantes porque têm patas construtoras!”; “Tem formigas que fazem coisas diferentes para ajudar as outras: pegar comida, proteger o formigueiro, cuidar dos bebês e da rainha!”; “A natureza é o lugar onde as formigas guardam os tesouros!”.

Depois de muitas pesquisas na Escola e em casa, com participação das famílias na sacola viajante, o grupo descobriu que as formigas são importantes para nosso bioma por comerem restos de alimentos e alguns insetos que prejudicam a lavoura. Dessa forma, são “tesouros”, pois ajudam a cuidar do planeta.

Fazendo um paralelo com o material do grupo, as crianças levaram para casa uma caixa surpresa para compor “os tesouros que podemos oferecer”: algo que soubessem fazer com suas famílias para ensinar ou mostrar aos colegas: confecção de pulseira, biscoito, bolo, brigadeiro, cupcake, entre outros. Foram trabalhadas habilidades como explorar, identificar, investigar, expressar, registrar, relatar, respeitar, reconhecer, cuidar, partilhar, cooperar, ampliando a formação pessoal e social e o crescimento do grupo.

As crianças passaram também a recolher elementos da natureza durante as explorações aos espaços do Colégio: pinha, coquinho, sementes, gravetos, folhas. “Levei para a sala um cesto para guardarem os ‘tesouros’, o ‘cesto dos tesouros’, alimentado diariamente pelas crianças com os elementos recolhidos,

de maneira espontânea, periódica e investigativa”, conta a professora Elizabeth Nishiyama Muniz.

A turma agora participa do projeto Caixas da Natureza, organizado pelo Ser Criança é Natural, de Ana Carol Tomé. “Compartilharemos a natureza que nos cerca e nos inspira”, detalha a professora. As crianças estão construindo a caixa da natureza com o que foi encontrado: gravetos, sementes, pinhas e folhas. Eles classificaram os itens, separando os elementos iguais em cestos, para depois construir a caixa.

Em maio, a caixa seguiu para uma escola em Guaianazes, para crianças entre 4 e 6 anos de idade. Posteriormente, as crianças do Santa Maria receberão uma caixa de alguma escola do país. “Dessa forma, o cesto dos tesouros, os tesouros que podemos oferecer e as formigas construtoras fizeram conexões sobre o ‘amor maior’ do grupo, tesouros a serem protegidos. Assim, surgiu nosso projeto - Tesouros... meus, seus, nossos: conhecer e cuidar para preservar”, finaliza Elizabeth.

Conhecer e cuidar pArA preservAr

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Mistério e apreensão. Era esse o clima na chegada dos alunos do 4º e 5º ano para uma atividade surpresa no auditório. Nesse momento, eles ainda não sabiam, mas seriam desafiados a escapar daquele espaço, contudo, para isso seria preciso utilizar corretamente a Língua Portuguesa e uma boa dose de raciocínio lógico.

Enquanto o 4º ano foi envolvido pelo ambiente criado em torno do livro “As bruxas”, leitura do bimestre encenada pelos colaboradores da Biblioteca, as turmas do 5º aventuraram-se pelo “Mário que não é de Andrade”, sentindo-se em plena Semana de Arte Moderna, presos

Escape se puder

no Teatro Municipal.A emoção estava presente em

todos os obstáculos propostos através de recursos tecnológicos. Era preciso interpretar mapas, utilizar bússola, decifrar mensagens criptografadas e criar um aplicativo de rimas. Mas nada instigou tanto as crianças como a necessidade de desarmar uma bomba, fazendo a aplicação correta dos conectivos da língua portuguesa. “O que buscamos em atividades como essa, é justamente o uso dessa atmosfera emocionante para promover o desenvolvimento e a aplicação do conhecimento”, relata Muriel Rubens,

Coordenador de Tecnologia Educacional. Segundo Maria Raquel, professora do 4º ano, “as crianças certamente irão lembrar-se dos conceitos abordados ali quando elaborarem os próximos textos”.

A cada etapa cumprida rumo à liberdade, as crianças recebiam uma palavra, que deveria ser usada na argumentação final. Somente com um texto coerente poderiam livrar-se da bruxa-vilã do 4º ano ou do opositor ao Modernismo, personagem que prendeu as turmas do 5º. No final, ainda bem, os vocábulos foram usados com destreza e todos sobreviveram para contar esta história. Ufa!

NA rEDE

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TÚNEL DO TEMPO

Para relembrar

1972

1973

1975

1978

1979

1981

1982

1984

1985

1986

1987

1988

1989

Sister Aline Marie assumiu a Direção Geral, implantando uma nova estrutura administrativa. Comemoração dos 25 anos da chegada das Irmãs da Santa Cruz no Brasil.

Sister Diane chega ao Brasil no mês de abril e, em agosto, começou a dar aulas de Inglês e Ensino Religioso em português no Santa Maria.

Início do curso ginasial (atual Fundamental II) no Supletivo. Pela primeira vez, a 5ª série (atual 6º ano do Fundamental II) aceitou o ingresso de meninos em suas salas.

Sister Thomas More assumiu a Direção Geral. A 1ª série do segundo grau (atual Ensino Médio) passou a matricular meninos.

Início da construção do ginásio de esportes descoberto.

Abertura do 1º e 2º ano do colegial (atual Ensino Médio) no Supletivo. O ginásio (atual Fundamental II) deixa de operar em sistema integral.

Início do grupo de teatro Palhaços Graças a Deus. Abertura do 3º ano do colegial (atual Ensino Médio). Falecimento de Sister Charlita.

Sister Diane assumiu a Direção Geral.

Reforma do prédio antigo (onde hoje funciona a Biblioteca) para abrigar a pré-escola (atual Educação Infantil).

O Santa Maria ultrapassa a marca de mil alunos (1.168 no total) e firma convênio com Prefeitura de São Paulo para oferecer cinco classes de alfabetização.

Sister Anne assumiu a direção da pré-escola (atual Educação Infantil) e 1º grau (atual Ensino Fundamental I).

Colocação de cobertura no ginásio de esportes.

Início da construção do prédio Santa Maria II para o Ensino Médio. O Santa Maria assume a formação da catequese para Primeira Eucaristia.

Em continuidade ao registro histórico da trajetória do Santa Maria, seguem alguns dos fatos mais marcantes entre 1970 e 1990

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1º ano Fundamental I

“Maracatu e frevo em Recife” – A

série dançou ao som de músicas

do Maracatu Nação do Frevo,

herança da cultura africana na

região da mata de Pernambuco e

de Recife. Entre as apresentações

escolhidas, a música Ganga

Zumba com capoeira e o frevo

ritmado por Banho de Cheiro.

SÓ NO SANTA

A Festa Junina do Santa Maria é um evento grandioso, sem dúvida! Milhares

de pessoas – colaboradores, equipe docente, alunos, pais, voluntários e prestadores de serviço - trabalham

duro para apresentar à comunidade – também formada por outros milhares de pessoas – uma verdadeira jornada

cultural, uma festa alegre, bonita, saborosa e enriquecedora. O que se vê no dia

das apresentações é resultado de muito ensaio, planejamento e, principalmente, aprendizado. Como tudo que acontece aqui, nada existe por acaso. Por trás de

cada dança, há uma intenção pedagógica ou cognitiva. Neste ano, destacou-se o

tema Biomas, presente na Campanha da Fraternidade e em vários projetos das

séries. Confira:

Arraiá do Santa 2017

2º ano Fundamental I

“Navegando pelos ritmos da

Amazônia ao Pará: do boi de

Parintins ao carimbó”

O 2º ano escolheu o ritmo

da toada dos bois Garantido

e Caprichoso para resgatar o

passado de mitos e lendas da

floresta amazônica. Muitas toadas

incluem também sons da floresta e

o canto dos pássaros.

6º ano Fundamental II“Sertanejo: uma viagem pela tradição”Seguindo um dos pilares da série, a construção e atuação dos estudantes de maneira coletiva, respeitosa e consciente, as turmas participaram ativamente de todo o processo da apresentação, da escolha das músicas, do figurino e das coreografias. Tudo para homenagear a música sertaneja, desde seu surgimento, o sertanejo de raiz, passando pelo sertanejo romântico até chegar ao sertanejo universitário dos dias atuais.

5º ano Fundamental I“Balainha, chimarrita...bons motivos para uma viagem às terras gaúchas”

Os alunos foram convidados a revisitar bailados tradicionais do Sul do país e apresentaram três das mais

famosas e populares coreografias dos gaúchos: a chimarrita, dança típica de Portugal; o pezinho, que tem origens portuguesas e adeptos

no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e a balainha, que também recebe o nome de Arcos Floridos ou

Jardineira.

4º ano Fundamental I

“Brasilidade: a trama de culturas

que enreda o Brasil”

As músicas e danças selecionadas

pela série mostraram que a cultura

brasileira, marcada por um rico

processo de trocas, reinvenções

e transformações, explica sua originalidade.

3º ano Fundamental I

“Homenagem ao povo nordestino”

Os alunos homenagearam e

agradeceram aos nordestinos que

migraram para São Paulo. Com

muito orgulho, mostraram o que

aprenderam durante as aulas

sobre o tema ao som de Mulher

Rendeira, Xote das Meninas, entre

outras canções.

Pré“Biomas, ritmos, sons e danças –uma homenagem à diversidade brasileira brincante”Embaladas por danças e músicas como Aquarela do Brasil (Gal Costa) e Riacho do Navio (Luiz Gonzaga), as crianças homenagearam os biomas. O colherim, dança percussiva das colheres, reforçou o elemento brincante das danças brasileiras.

jardim I e jardim II“Brincadeiras de cá e de lá”

Canções típicas do Cerrado, dos Pampas, do Pantanal e da Mata Atlântica expressaram a importância das brincadeiras cantadas e o valor da cultura nas diferentes regiões do Brasil.

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À direção do Colégio Santa MariaSister Diane e Sister Anne

Quando uma história tem um lugar que se torna essencial para sua vida, surge uma emoção difícil de explicar ao ver seu filho vivendo tudo novamente.

Meu nome é Izabella Tiziani Gallo Ramalho, tenho 29 anos. Minha mãe, Adriana Tiziani, começou a trabalhar no Santa Maria quando eu tinha três meses de vida. Sempre me considerei parte do Santa, nem sei falar da minha vida sem citá-lo. Sempre fui aluna, filha de fun-cionária e hoje ex-aluna e mãe de aluno.

Vivi e cresci no Colégio Santa Maria, onde me sentia numa família fantástica, cheia de amor e amizades que duram para a vida toda.

Neste ano uma emoção sem expli-cação invadiu meu coração e me fez chorar.

Meu filho, Julio Cesar Tiziani, está cursando o Pré em seu primeiro ano no Santa Maria.

Fomos assistir à cerimônia de aber-tura e à montagem do mastro e, ao som do repente feito pelo Gerson, comecei a chorar com uma emoção sem igual no meu coração. Meu filho vivendo o que eu vivi, no lugar onde aprendi a ser

quem sou e que amo demais. Foi muita emoção!

Não tenho palavras para expressar a alegria e a gratidão em ter o Colégio Santa Maria como parte fundamental da minha vida.

Revi meus professores, auxiliares, seguranças, coordenadoras, funcioná-rios da Adm.... Pessoas que costumo ver sempre, e em cada sorriso um significa-do diferente nessa festa junina de 2017 porque era explícito o quanto estavam presentes com amor e doação.

Este ano não era a Izabella ex-aluna ou filha da Adriana... Eu era parte da história... Eu agora sou Mãe do Santa com muito orgulho!

Minha vida nunca existiu sem uma festa junina do Santa Maria, afinal, fui à primeira com meses de vida e, até hoje, a data é reservada no calendário e faço questão de garantir presença.

Como “cria” do Santa Maria, só pos-so agradecer por ser este um espaço com uma família iluminada por Deus. Que acolhe, ensina, transmite amor e fé, nos torna pessoas melhores e prontas para o mundo onde nada existe sem saber viver e conviver em sociedade.

Todo esse sentimento é revertido no sentimento que meu filho já carrega em seu coração, pois ama estar nessa escola fantástica da qual já se sente parte, como uma família!

Obrigada, Santa, por ter me ajudado a ser quem sou e hoje estar preparando meu filho para uma vida cada dia mais feliz e repleta de experiências e conhe-cimento!

Izabella Tiziani Gallo Ramalho

7º ano Fundamental II

“África – Brasil

De onde você vem? Qual é sua

raiz? – O 7º ano fez um mergulho

na cultura africana. Inicialmente, os

alunos apresentaram dois ritmos:

African Force (dança contemporânea

de Angola) e Sinte (dança tradicional

de Botsuana). Depois, evidenciaram

a influência africana no Brasil através

de apresentações de reggae, samba e

capoeira.

Ensino Médio Também não faltou animação na

quadrilha do Ensino Médio e no “Casório” organizado pela 3ª série e que misturou danças e ritmos que fazem sucesso na

atualidade, com pitadas de humor, crítica e improviso.

9º ano Fundamental II“A grande quadrilha”

Marcando o último ano do Ensino Fundamental, os alunos do 9º ano optaram por celebrar a Festa Junina sob a mais forte das tradicionais danças: a quadrilha. Com direito a casamento comunitário, noivas, noivos, padre e convidados pra lá de animados.

8º ano Fundamental II

“Diferentes manifestações culturais

na cidade de São Paulo”

Alinhado com o projeto da série e

diferentes atividades pedagógicas,

o 8º ano abordou a diversidade

cultural paulistana. A apresentação

se pautou nas influências das

imigrações do final do século

XIX e início do século XX e

na dinâmica produção rítmica

paulistana contemporânea. Um

tema pertinente num momento em

que se mostra urgente imperar a

tolerância e o respeito à diversidade.

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MOSAICOFESTA jUNINA 2017