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FESTA DE SANTO COMO IDENTIDADE ÉTNICA NEGRA
Lúcia Maria Barbosa Lira1
RESUMO
Este artigo é um recorte de uma Tese sobre uma festa religiosa em honra de São Benedito, que é celebrada há mais de um século, em um bairro central da cidade de Manaus-AM. A comemoração dos festejos é um ritual que acontece desde que os antigos maranhenses da cidade de Alcântara e outros municípios do Maranhão chegaram ao local onde hoje está situada a Comunidade do Barranco, atualmente certificada pela Fundação Cultural Palmares como Quilombo Urbano. A metodologia etnográfica foi feita no lócus da pesquisa com a participação do planejamento, preparação e procedimentos para a realização da comemoração religiosa, além de entrevistas com alguns dos moradores da comunidade que estão envolvidos com feitura da celebração. A análise dos dados confirmou que, embora a comunidade esteja situada na área central da cidade, a religiosidade continua sendo um fator muito importante de afirmação da identidade étnica negra dos descendentes maranhenses que chegaram ao local em 1890.
Palavras-Chave: Festa de São Benedito; cultura; religiosidade; memória.
INTRODUÇÃO
A festa religiosa da Comunidade do Barranco iniciou quando o
maranhense chamado Felippe Beckman, em agradecimento por uma graça
alcançada, quando ainda residia no Maranhão, prometeu festejar, todos os
anos, seu santo de devoção, com nove dias de festa (Jornal A Crítica, de
1 Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia (UFAM), administradora da mesma instituição lotada no Departamento de Políticas Afirmativas
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11.01.1984). A partir daí, todos os anos têm sido assim. Mesmo após o seu
falecimento no ano de 1926, o ritual continua. Sua afilhada Bárbara Fonseca foi
incumbida pela viúva, a dar continuidade ao evento religioso.
Esta tradição de fé e devoção desde então, tem sido realizada pelos
descendentes diretos da Família Fonseca, que desde o início do século XX dão
continuidade aos festejos. As primeiras pessoas desta família a chegar na
Praça 14 de Janeiro era oriunda de Alcântara. Era Maria Severa do
Nascimento Fonseca com seus três filhos: Raimundo, Manuel e Antão que
foram os predecessores da Família Fonseca. O nome de Comunidade do
Barranco se deu pelo fato do lugar, onde se estabeleceram os primeiros
negros maranhenses no Bairro da Praça 14 de Janeiro, centro de Manaus, ser
um planalto e que foi necessário ser seccionado ao meio para a passagem de
uma nova rua, na década de 60, permanecendo os dois barrancos, um de cada
lado. Estas famílias apesar de separadas pelo arruamento e por novas
funções2 que foram surgindo continuaram com as suas tradições maranhenses.
Atualmente existem mais de trinta famílias residindo no local,
culminando em uma comunidade de negros, antigamente conhecidos como
“Bairro dos Pretos”, “Bairro dos Pretos Maranhenses”, “Colônia dos
Maranhenses”.
Quando chegaram ao lugar, o Bairro era uma periferia da época da
Belle Époque3, quando Manaus era um canteiro de obras com muita mão de
obra nordestina, para o embelezamento da cidade.
Apesar das dificuldades iniciais de instalação, outros maranhenses
foram chegando e povoando o espaço, sendo acolhidos pelos conterrâneos
2 O espaço no entorno do Quilombo se configurou em muitas oficinas de carros, vendas de veículos e de acessórios com muitas lojas do ramo automotivo e demais serviços.
3 Em Manaus, a belle époque se deu por conta da riqueza da extração do látex (borracha), no período entre 1870 e 1913, que transformou a cidade de palhas em uma cidade cosmopolita, com suntuosos edifícios modernos.
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que já estavam vivendo ali. Hoje, a comunidade está na área central da cidade
e continua com a sua tradição religiosa católica celebrando o Santo Negro com
a simbologia inerente aos costumes dos antepassados. Outras tradições dessa
comunidade são a culinária, as artes (música, dança, artesanato), as
manifestações políticas de lutas, resistências, econômicas, institucionais,
festivas e atualmente a luta pelas ações afirmativas (requerendo políticas
públicas que possam reparar o histórico de desigualdades e garantir a
igualdade das oportunidades).
A tradição religiosa em honra ao Santo tem sido um ponto forte da
identidade étnica negra, mesmo depois de um século. A festa é muito presente
na memória coletiva, no encontro dos amigos, vizinhos, conhecidos, que
durante os nove dias de celebrações relembram os tempos idos, não deixando
fenecer as lembranças e a memória cultural dos tempos idos.
A realização da homenagem ao Santo passa de geração em geração
mantendo viva a tradição cultural e religiosa. Atualmente, os descendentes
estão na sexta geração, mas, é a quinta geração das famílias que têm a
responsabilidade da organização da festa. O interessante é que desde Bárbara
Fonseca, o comando da festa tem sido feito apenas pelas mulheres.
Conforme Ruth Landes (1967), em “A cidade das mulheres”, a
importância das mulheres liderarem a preservação da festa mostra a
superioridade do sexo feminino em várias atividades no decorrer da realização
da mesma. Um dos exemplos que ela menciona no livro, é a narração de uma
de suas entrevistadas em relação ao complexo de inferioridade de um pai de
Santo que é respeitado até por Mãe Menininha4, que na hora do culto tenta de
todas as formas rivalizar com as mulheres que dançam na roda. Então, Landes
pergunta a razão deste sentimento, o que a mãe de santa responde,
Por quê? É um homem. Dona Ruth, num mundo dominado por mulheres. Um verdadeiro sacerdote do culto deve ser mulher e eu
4 Famosa Yalorixá e Mãe de Santo da Bahia
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acho que Bernardino é bastante honesto nas práticas do culto para desejar que fosse mesmo mulher, em vez de homem que se comporta como mulher. Sendo homem tem de delegar muitas funções cruciais a uma mulher do culto e, no fim de contas, é ela quem manda, em vez dele. Isto por vez esvazia o cargo de pai (LANDES, 1967, p. 228).
A autora, além deste conceito do prestigio feminino nas práticas de culto
das casas de “Santo”, ainda, registra que a cerimônia final das sacerdotisas se
processa no interior de uma igreja católica e certas cerimônias cruciais como a
da morte têm lugar tanto no templo, quanto na catedral. A entrevistada ainda
diz à Landes: “Você deve ver a Bahia durante os meses anteriores ao
Carnaval. O candomblé e o catolicismo se misturam completamente! Há um dia
chamado da lavagem da Igreja do Senhor do Bonfim! Você vai ver!”.
Esses depoimentos comprovam que nos estudos de gênero, a mulher,
apesar da invisibilidade, fragilidade, reprodutora materna e vida doméstica, tem
representatividade muito maior, o que, aos poucos, na historiografia, está
sendo revelado, embora tenha muito que percorrer por causa da discriminação
ainda vigente, em certos grupos sociais. De acordo com Tedeschi (2012, p.
151),
Feministas assumidas ou não, as mulheres forçam a inclusão dos temas que falam de si, que contam sua própria história e de suas antepassadas e que permitem entender as origens de muitas crenças e valores, de muitas práticas sociais frequentemente opressivas e de inúmeras formas de desclassificação e estigmatização (TEDESCHI, 2012, p. 151).
Atualmente, as possibilidades de empoderamento das mulheres têm
mudado e já é uma realidade de superação em vários campos. No caso das
mulheres do Barranco desde que Bárbara Fonseca assumiu a festa, todas as
demais vêm atuando de forma muito responsável na coordenação dos festejos.
Porém, a participação dos homens da comunidade é bem vinda. São eles que
vão à frente para a retirada do caule na mata, no levantamento do mastro
ornado com frutos e ramas, no carregamento do andor na procissão e na
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derrubada do mastro, ápice maior do evento. Eles são os responsáveis por
essas atividades que requer força e trabalho braçal.
Todavia, a importância das mulheres é bem reconhecida, pois são
primordiais na organização, promotoras das ações e serviços, mediadoras de
conflitos e sempre trabalharam para se sustentarem. As mulheres do passado
desta comunidade foram lavadeiras, cozinheiras, operárias, dentre outras
profissões. Atualmente, muitas delas têm nível superior, são professoras,
funcionárias de escritórios, lojas e também mantêm suas casas, criam seus
filhos, estudam e participam ativamente das atividades lúdicas e religiosas.
Na Antropologia, exige um termo chamado matrilocalidade, que diz
respeito às regras, aos costumes, aos hábitos, e como exemplo, certas tribos
africanas após o casamento, o novo casal deve morar no mesmo local em que
vive a noiva, pois as mulheres têm papel definidos e fortemente ativos em
vários rituais. E é o que acontece com as mulheres da Comunidade do
Barranco, que desde o início do século XX estão à frente dos festejos, traços
estes da categoria matriarcal, vivendo no mesmo local.
Esses traços são qualidades do matriarcado, pois, segundo ainda
Landes (1967), os homens escravizados no Brasil sofreram mais humilhações
irreparáveis e mais profundas que as mulheres, e que, talvez, suprir às
necessidades primárias da família e dos filhos as levou ao poder maior.
Afirma Landes (1967, p. 308-309) confirmando a hegemonia feminina
que,
Mulheres negras são chefes de religião no Caribe, na África e no Brasil, funcionando como sacerdotisas e media. Frequentemente partilham o poder com homens e, na África, a sua posição é em geral inferior a dos homens, mas, em certos pontos do Caribe (por exemplo, a Jamaica) e no Brasil, a sua posição é elevada e, na Bahia, constitui um verdadeiro matriarcado (Landes, 1967, p. 308-309).
As observações da autora estão bem alinhadas com os depoimentos
dos interlocutores. O que se vê na Comunidade do Barranco é a supremacia
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das mulheres na realização da festa e no culto religioso. O mesmo é
demonstrado no texto de Joyce Silva (2018) com o título “Mama África”, em
que as mulheres lideram o ritual “Vodu” em Gana, Togo e Benin, e as maiores
lideranças do “Tambor de Minas” no Maranhão, Piauí, Amazonas e Pará são
de mulheres.
Uma das lideranças mais conhecidas e que ficou por muito tempo na
celebração da festa foi a da "Tia Lurdinha", matriarca que comandava
praticamente sozinha todas as atividades dos festejos. Hoje, a mobilização
para angariar os donativos e a complexidade da organização pelos
coordenadores, depende muito da ajuda dos devotos e simpatizantes. Um dos
entrevistados confirma a prática de doação,
Os devotos vêm, eles colaboram, tanto que é uma festa de uma semana no qual é tudo doado pelos devotos, pela comunidade e isso se gera comentários na comunidade: como conseguimos fazer uma
festa dessa com essa grandiosidade? É a fé. A fé em São Benedito é que nos move, então é através dele que nós conseguimos realizar essa festa. No começo tem tropeços, embaraços mais depois, tudo corre bem (Fred, 2017).
A secularização da festa tem sido realizada através das redes de
relações de amizades, como já citado, através dos contatos dos organizadores
da festa com as pessoas que se dispõe a ajudá-los.
2. METODOLOGIA
Para o percurso metodológico assim como também à memória das
anciãs da comunidade, que participaram das entrevistas e também dos
envolvidos na celebração da festa secular.
O percurso metodológico para a feitura da pesquisa foram obtidos
através dos dados, informações e registros históricos, em diversas instituições
de pesquisas, assim como o apoio da pesquisa participante, observação direta,
entrevistas, gravações em áudio e vídeo. No trabalho de campo buscou-se
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estratégias da etnografia e o entrecruzamento de informações de outras festas
religiosas em honra a São Benedito, em cidades diversas, além do referencial
bibliográfico nas áreas interdisciplinares da História, Geografia, Antropologia e
Ciências Sociais, dentre outras.
3. A FESTA RELIGIOSA COMO IDENTIDADE ÉTNICA NEGRA
As celebrações religiosas no Brasil iniciaram na época do Brasil Colonial
e os escravos negros que foram obrigadas a assumirem o catolicismo que
deram maior visibilidade nas homenagens aos santos padroeiros,
principalmente, os que eram vinculadas às Irmandades5 religiosas.
A partir delas foram surgindo as festas dos santos de devoção,
momentos em que conseguiam transcender, mesmo que temporariamente nos
eventos, em vez de excluídos sociais, os promotores de grandes festas, onde
podiam estabelecer o estado de folia, de congraçamento, de prazer lúdico das
danças, das comidas diversas, das eleições dos seus reis, rainhas,
imperadores e imperatrizes.
Nessas festas eram incluídas as novenas, as procissões, os
pagamentos de promessas, as quermesses (feiras paroquiais) com barracas
que vendem comidas típicas do local, queima de fogos e, em algumas delas,
com entretenimentos, como shows, danças e músicas.
Segundo Del Priore (2000, p. 40), sobre o uso de fogos na celebração,
O uso de fogos para abrir a festa constituía uma tradição que, pouco a pouco, ganhava dimensões de propaganda governamental, ou de resistência das elites contra o mesmo governo. Mídia eficiente a iluminar a noites escuras das vilas na Colônia, o foguetório tornava-se um instrumento caro, porém eficaz, de poder (DEL PRIORE, 2000, p. 40).
5 Associações organizadas por pessoas não ligadas ao clero, formadas por grupos de membros heterogêneos, mas que se dedicavam ao culto a um padroeiro. Tinham como missão a ajuda mútua, e também praticavam a caridade, principalmente aos seus associados.
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Para a autora, os festejos realizados na cidade do Rio de Janeiro em
1763 mostravam a importância da iluminação para marcar o início da festa. A
luz inundava as vilas nas ocasiões da festa fazendo o contraponto com as
noites escuras, em que, normalmente, só havia repouso ou medo.
As iluminações atraiam o povo e deslumbravam aos presentes
possibilitando ao grupo social o confronto de prestígios e rivalidades, a
exaltação de posições e valores, de privilégios e poderes. Não muito diferente
do que acontecem atualmente, em festas populares e/ou grandes
comemorações, onde os estampidos ruidosos dos fogos de artifícios são
ouvidos à distância avisando que algum acontecimento estaria iniciando ou
finalizando.
Na comemoração ao Santo Negro da Comunidade do Barranco não é
diferente. Depois do planejamento e dos procedimentos para a realização da
festa, como a busca do mastro, a ornamentação (donativos pelos pagadores de
promessas ou simpatizantes do Santo), o levantamento do mesmo, as
ladainhas (celebradas em nove noites), distribuição de merenda6 (aos
participantes, após as novenas), a procissão sai pelas principais ruas do bairro,
com muitas salvas de fogos de artifícios, a reza final da ladainha na chegada
da procissão, a derrubada do mastro e a distribuição de iguarias faz com que a
identidade de antigos descendentes dos negros se perpetue nesta cerimônia
religiosa, ano após ano.
4. VISIBILIDADE NAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS
A partir da Certificação em Quilombo Urbano em 2014, a Comunidade
passou a ter maior visibilidade perante a sociedade manauara. Novas
6 São lanches (bolos, mingau, vatapá, suco, refrigerantes, dentre outros) que são servidos
após as orações da novena.
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manifestações culturais surgiram espontaneamente, confirmando o que já
diziam sobre os "festeiros" do bairro, por causa do carnaval, das rodas de
samba, dos grêmios recreativos, dentre outros folguedos.
A partir do reconhecimento, a sociabilização festiva foi crescendo
durante todo o ano, com o aparecimento do "Pagode do Quilombo" e da
"Associação das Crioulas de São Benedito (ACSB)", sendo este último
responsável por vários eventos que agrupam tanto os comunitários, como
outras pessoas da sociedade, que comparecem e agregam com as causas da
negritude.
A cultura de um povo traz alusão às características socialmente
herdadas e aprendidas pelos indivíduos em seu convívio social, como a família,
parentesco, linhagem, admiradores e simpatizantes. Vários atributos
influenciam diretamente na construção da identidade de um sujeito, de um
povo, de uma sociedade. Dentre eles, está à língua, a culinária, o vestuário, as
crenças religiosas, os mitos, símbolos, ritos, normas e valores.
Para Stuart Hall (1999), uma identidade cultural enfatiza aspectos
relacionados à pertença, a culturas étnicas, raciais, linguísticas, religiosas,
regionais e/ou nacionais produzindo sentidos com os quais as pessoas se
identificam construindo suas identidades através das estórias, memórias,
vivências, que servem de referências e que vão sendo construídas ao longo
dos anos e no dia a dia.
Não só a religiosidade é o ponto culminante da visibilidade da
comunidade, mas a música, o artesanato e a culinária. Todos os sábados, no
espaço do pagode, além da “feijoada” e do samba de raiz (estilo tradicional do
samba) outras manifestações culturais são apresentadas.
O artesanato da ACSB é confeccionado a partir de produtos recicláveis
como garrafas de vidro, plásticos (Pet), jornais, massas de biscuits, arames,
retalhos de tecidos, latas de refrigerante, cd`s e outros. O carro chefe são as
bonecas de pano ou papel (Abayomi), bijuterias, camisetas e mimos de
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entidades como os pretos velhos e os orixás do panteão Yourubá do
Candomblé, com suas indumentárias muito coloridas.
Sobre a culinária, além da feijoada, outras iguarias também são
vendidas no local como o tacacá, bolos diversos, croquetes (carne e camarão),
churrasquinhos de carne ou frango com arroz e farofa, sanduíches, pirarucu de
casaca, vatapá, mungunzá, aluá, salgados diversos, além de um chamado
“comigo ninguém pode7” muito apimentado e apreciado, dentre outras. Há
eventos também como o festival do peixe frito, para angariar fundos que
possam ajudar na festa do Santo. Consiste na venda de diversos tipos de
peixes com acompanhamentos de arroz, farofa e vinagrete.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As representações religiosas presentes na festa do São Benedito
revelam uma grande variedade de símbolos que se entrelaçam com a realidade
e com as memórias da Comunidade. De acordo com Pimentel Águas (2012),
a festa é uma afirmação: ela realça a unidade dentro de um grupo diversificado,
reforçando os laços identitários e a exuberância da festa que se transforma em
um ato de enunciação do coletivo.
Para melhor entendimento como foi a formação da identidade étnica da
Comunidade do Barranco ressalta-se a resistência e afirmação de negritude, a
fé e a devoção do seu Santo protetor; a memória das griôts e dos demais
interlocutores que resultou em três categorias principais: identidade, memória e
religiosidade, que compõem um repertório interpretativo, evidenciando que
através da força e resistência, a história construída no mesmo espaço, desde o
final do século XIX, através da festa religiosa é a afirmação da identidade
7 Bolinho frito de macaxeira com pirarucu desfiado e temperado com cebola, alho, pimenta de cheiro, cheiro verde e com muita pimenta.
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étnica negra da Comunidade do Barranco, e que está abaixo demonstrada, na
Figura 1.
Figura 1. Construção Identitária da Comunidade do Barranco Fonte: Lira (2017).
REFERÊNCIAS
DEL PRIORE, Mary. Festas e Utopias no Brasil Colonial. São Paulo: Ed.
Brasiliense, 2000.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 3ª edição. Rio de
Janeiro: DP & A Editora, 1999.
LANDES, Ruth. Cidades das mulheres. Ed. Civilização Brasileira, Rio de
Janeiro, 1967.
MAIA, Mônica. Muitas festas sábado no aniversário da Praça 14. Jornal À Crítica. Manaus, 11 de Janeiro de 1984. Folha Especial, pág. 6.
PIMENTEL ÁGUAS, Carla Ladeira. Quilombo em festa: pós colonialismos e os caminhos da emancipação social. Tese de Doutorado, na Faculdade de
Economia da Universidade de Coimbra, Portugal, 2012.
SILVA, Joyce. Mama África. In: Hargreaves, Patrícia. As religiões que vieram
da África. Revista Dossiê Superinteressante. Ed. Abril, v. 385-A. FEV/2018. São Paulo.
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TEDESCHI, Losandro Antonio. As mulheres e a história: entre a invisibilidade e o protagonismo nas narrativas históricas. In: PINHEIRO, Alexandra S; BUNGART NETO, Paulo (Org.). Estudos culturais e contemporaneidade. Dourados: Ed. UFGD, 2012.