ferramentas para a promoção do uso racional de medicamentos · introdução e objetivos no...

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Introdução e objevos No Brasil, cerca de um terço das internações acontecem pelo uso incorreto de medica- mentos. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas (Sinitox), em 2014, 30,4% dos casos e 25,8% das mortes por in- toxicação foram causados pela ulização incorreta dos medicamentos. Esses dados indicam a necessidade de o farmacêuco voltar suas ações para a promoção do uso racional de medicamentos e da adesão à farmacoterapia. A preocupação com o bem-estar do paciente deve ser o ponto central das ações do farmacêu - co, úlmo elo de contato do sistema de saúde com o indivíduo, sendo uma das úlmas opor - tunidades de idenficar, corrigir ou reduzir possíveis riscos associados à terapêuca. Alguns marcos regulatórios, como as Resoluções do Conselho Federal de Farmácia (CFF) nº 585/2013, que regulamenta as atribuições clínicas do farmacêuco, e 586/2013, que regula - menta a prescrição farmacêuca, esmulam a atuação clínica do farmacêuco. A Lei nº 13.021/2014, que dispõe sobre o exercício e a fiscalização das avidades farma- cêucas, vem ao encontro do preconizado pelos Conselhos Federal e Regionais de Farmá- cia, esmulando a atuação clínica do profissional e a promoção do uso racional de medica- mentos, conforme trechos destacados a seguir: Art. 2º Entende-se por assistência farmacêuca o conjunto de ações e de serviços que visem a assegurar a assistência terapêuca integral e a promoção, a proteção e a recuperação da saúde nos estabelecimentos públicos e privados que desempe- nhem avidades farmacêucas, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao seu acesso e ao seu uso racional. (...) Art. 10. O farmacêuco e o proprietário dos estabelecimentos farmacêucos agirão sempre solidariamente, realizando todos os esforços para promover o uso racional de medicamentos. (...) Art. 13. Obriga-se o farmacêuco, no exercício de suas avidades, a: (...) IV – estabelecer protocolos de vigilância farmacológica de medicamentos, pro- dutos farmacêucos e correlatos, visando a assegurar o seu uso racionalizado, a sua segurança e a sua eficácia terapêuca; As normas citadas esmulam a assistência farmacêuca que, por meio de orientação direta ao paciente, visa a efevidade e a segurança do paciente na ulização de medicamentos. A qualidade dessa assistência, por sua vez, dependerá do acesso do farmacêuco à informação atualizada e confiável sobre os medicamentos. Para aprimorar, de forma connua, o desempenho de sua avidade profissional, o farmacêuco deve manter atualizados os seus conhecimentos técnicos e cienficos, conforme previsto na Re - solução CFF nº 596/2014, que dispõe sobre o Código de Éca Farmacêuca, o Código de Processo Éco e estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. Neste contexto, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) disponibilizou ferramentas para incenvar e auxiliar o farmacêuco a realizar orientação adequada e promover o URM e a melhora da saúde pública, tendo em vista que sua aproximação com a população lhe permite auxiliar posivamente no resultado do tratamento. Métodos Em 2016, o CRF-SP disponibilizou de forma gratuita ao farmacêuco inscrito: 36 temas de cursos presenciais; 4 temas de atualizações online; e 2 temas de campanhas de educação em saúde, presenciais e online. Os temas dos cursos, atualizações e campanhas foram escolhidos de acordo com as neces- sidades apontadas pelos próprios farmacêucos. Os cursos presenciais foram realizados em várias cidades do Estado de São Paulo e as avidades online disponibilizadas na Academia Virtual de Farmácia - plataforma digital da endade. Resultados e discussão Conclusão As ferramentas disponibilizadas pelo CRF-SP facilitam o acesso à informação confiável e dão suporte à assistência prestada pelo farmacêuco, podendo contribuir no exercício da promoção da saúde e oferta de produtos e serviços de qualidade à população. Ferramentas para a promoção do uso racional de medicamentos Raquel Cristina Delfini Rizzi Grecchi 1,2 , Pedro Eduardo Menegasso 1 , Marcos Machado Ferreira 1 , Antônio Geraldo Ribeiro Dos Santos Junior 1 , Vanessa Boeira Farigo Mourad 1 1 Conselho Regional De Farmácia Do Estado De São Paulo (CRF-SP), São Paulo, São Paulo, Brasil 2 Faculdade Do Campo Limpo Paulista (FACCAMP), Campo Limpo Paulista, São Paulo, Brasil 1 (11) 3067-1483; [email protected]; São Paulo/SP; Autarquia Pública Federal Uso Racional de Medicamentos: processo pelo qual os pacientes recebem medicamen- tos apropriados para suas necessidades clínicas, em doses adequadas às suas caracterís- cas individuais, pelo período de tempo adequado e ao menor custo possível, para si e para a sociedade (BRASIL, 2013). Referências Bibliográficas 1. BRASIL, Conselho Federal de Farmácia. Resolução CFF n° 585, de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêuco e dá outras providências. Diário Oficial da União , Brasília, DF, 25 set. 2013 – Seção 1, p.186. Disponível em: <hp://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. 2. BRASIL, Conselho Federal de Farmácia. Resolução CFF nº 586, de 29 de agosto de 2013. Regula a prescrição farmacêuca e dá outras providências. Diário Oficial da União , Brasília, DF, 26 set. 2013 – Seção 1, p. 136. Disponível em: <hp://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf> Acesso em: 26 out. 2017. 3. BRASIL, Conselho Federal de Farmácia. Resolução CFF nº 596, de 21 de fevereiro de 2014. Dispõe sobre o Código de Éca Farmacêuca, o Código de Processo Éco e estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. Diário Oficial da União , Brasília, DF, 25 mar. 2014 – Seção 1, p. 99. Disponível em: <hp://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/596.pdf> Acesso em: 11 out. 2017. 4. BRASIL, Subchefia para assuntos jurídicos da Casa Civil. Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das avidades farmacêucas. Diário Oficial da União , Brasília, DF, 8 ago. 2014c. Seção 1, p.1, edição extra. Disponível em: <hp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13021.htm>. Acesso em: 10 out. 2017. 5. CRF-SP, Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Farmacêucos contra a dengue, zika e chikungunya. Disponível em: <hp://www.farmaceucosp.com.br/dengue/>. Acesso em: 26 out. 2017. 6. CRF-SP, Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Farmacêucos contra H1N1. Disponível em: <hp://www.farmaceucosp.com.br/h1n1/>. Acesso em: 26 out. 2017. 7. SINITOX. Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz; 2014. Disponível em: <hp://sinitox.icict.fiocruz.br/dados-nacionais>. Acesso em: 08 nov. 2017. Palavras-chave: Assistência Farmacêuca; Uso de Medicamentos; Promoção da Saúde; Educação Connuada em Farmácia Figura 1: Dados sobre os cursos presenciais promovidos pelo CRF-SP. Figura 2 : Dados sobre as avaliações respondidas pelos parcipantes dos cursos presenciais promovidos pelo CRF-SP. Figura 3: Campanhas de educação em saúde promovidas pelo CRF-SP. Figura 4 : Dados sobre as avaliações respondidas pelos parcipantes das capacitações presenciais promovidos pelo CRF-SP. Figura 5: Dados sobre as atualizações online promovidas pelo CRF-SP. Figura 6: Porcentagem de municípios do Estado de São Paulo angidos pelas capacitações promovidas pelo CRF-SP.

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Page 1: Ferramentas para a promoção do uso racional de medicamentos · Introdução e objetivos No Brasil, cerca de um terço das internações acontecem pelo uso incorreto de medica-mentos

Introdução e objetivos No Brasil, cerca de um terço das internações acontecem pelo uso incorreto de medica-

mentos. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas (Sinitox), em 2014, 30,4% dos casos e 25,8% das mortes por in-toxicação foram causados pela utilização incorreta dos medicamentos.

Esses dados indicam a necessidade de o farmacêutico voltar suas ações para a promoção do uso racional de medicamentos e da adesão à farmacoterapia.

A preocupação com o bem-estar do paciente deve ser o ponto central das ações do farmacêu-tico, último elo de contato do sistema de saúde com o indivíduo, sendo uma das últimas opor-tunidades de identificar, corrigir ou reduzir possíveis riscos associados à terapêutica.

Alguns marcos regulatórios, como as Resoluções do Conselho Federal de Farmácia (CFF) nº 585/2013, que regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico, e 586/2013, que regula-menta a prescrição farmacêutica, estimulam a atuação clínica do farmacêutico.

A Lei nº 13.021/2014, que dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farma-cêuticas, vem ao encontro do preconizado pelos Conselhos Federal e Regionais de Farmá-cia, estimulando a atuação clínica do profissional e a promoção do uso racional de medica-mentos, conforme trechos destacados a seguir:

Art. 2º Entende-se por assistência farmacêutica o conjunto de ações e de serviços que visem a assegurar a assistência terapêutica integral e a promoção, a proteção e a recuperação da saúde nos estabelecimentos públicos e privados que desempe-nhem atividades farmacêuticas, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao seu acesso e ao seu uso racional. (...)Art. 10. O farmacêutico e o proprietário dos estabelecimentos farmacêuticos agirão sempre solidariamente, realizando todos os esforços para promover o uso racional de medicamentos.(...)Art. 13. Obriga-se o farmacêutico, no exercício de suas atividades, a: (...)IV – estabelecer protocolos de vigilância farmacológica de medicamentos, pro-dutos farmacêuticos e correlatos, visando a assegurar o seu uso racionalizado, a sua segurança e a sua eficácia terapêutica;

As normas citadas estimulam a assistência farmacêutica que, por meio de orientação direta ao paciente, visa a efetividade e a segurança do paciente na utilização de medicamentos. A qualidade dessa assistência, por sua vez, dependerá do acesso do farmacêutico à informação atualizada e confiável sobre os medicamentos.

Para aprimorar, de forma contínua, o desempenho de sua atividade profissional, o farmacêutico deve manter atualizados os seus conhecimentos técnicos e científicos, conforme previsto na Re-solução CFF nº 596/2014, que dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares.

Neste contexto, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) disponibilizou ferramentas para incentivar e auxiliar o farmacêutico a realizar orientação adequada e promover o URM e a melhora da saúde pública, tendo em vista que sua aproximação com a população lhe permite auxiliar positivamente no resultado do tratamento.

Métodos Em 2016, o CRF-SP disponibilizou de forma gratuita ao farmacêutico inscrito:

• 36 temas de cursos presenciais;• 4 temas de atualizações online; e • 2 temas de campanhas de educação em saúde, presenciais e online.

Os temas dos cursos, atualizações e campanhas foram escolhidos de acordo com as neces-sidades apontadas pelos próprios farmacêuticos. Os cursos presenciais foram realizados em várias cidades do Estado de São Paulo e as atividades online disponibilizadas na Academia Virtual de Farmácia - plataforma digital da entidade.

Resultados e discussão

Conclusão As ferramentas disponibilizadas pelo CRF-SP facilitam o acesso à informação confiável e

dão suporte à assistência prestada pelo farmacêutico, podendo contribuir no exercício da promoção da saúde e oferta de produtos e serviços de qualidade à população.

Ferramentas para a promoção do uso racional de medicamentosRaquel Cristina Delfini Rizzi Grecchi1,2, Pedro Eduardo Menegasso1, Marcos Machado Ferreira1, Antônio Geraldo

Ribeiro Dos Santos Junior1, Vanessa Boeira Farigo Mourad1

1Conselho Regional De Farmácia Do Estado De São Paulo (CRF-SP), São Paulo, São Paulo, Brasil2Faculdade Do Campo Limpo Paulista (FACCAMP), Campo Limpo Paulista, São Paulo, Brasil

1(11) 3067-1483; [email protected]; São Paulo/SP; Autarquia Pública Federal

Uso Racional de Medicamentos: processo pelo qual os pacientes recebem medicamen-tos apropriados para suas necessidades clínicas, em doses adequadas às suas caracterís-ticas individuais, pelo período de tempo adequado e ao menor custo possível, para si e para a sociedade (BRASIL, 2013).

Referências Bibliográficas1. BRASIL, Conselho Federal de Farmácia. Resolução CFF n° 585, de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 set. 2013 – Seção 1, p.186. Disponível em: <http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017.2. BRASIL, Conselho Federal de Farmácia. Resolução CFF nº 586, de 29 de agosto de 2013. Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 set. 2013 – Seção 1, p. 136. Disponível em: <http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf> Acesso em: 26 out. 2017.3. BRASIL, Conselho Federal de Farmácia. Resolução CFF nº 596, de 21 de fevereiro de 2014. Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 mar. 2014 – Seção 1, p. 99. Disponível em: <http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/596.pdf> Acesso em: 11 out. 2017.4. BRASIL, Subchefia para assuntos jurídicos da Casa Civil. Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 8 ago. 2014c. Seção 1, p.1, edição extra. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13021.htm>. Acesso em: 10 out. 2017.5. CRF-SP, Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Farmacêuticos contra a dengue, zika e chikungunya. Disponível em: <http://www.farmaceuticosp.com.br/dengue/>. Acesso em: 26 out. 2017.6. CRF-SP, Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Farmacêuticos contra H1N1. Disponível em: <http://www.farmaceuticosp.com.br/h1n1/>. Acesso em: 26 out. 2017.7. SINITOX. Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz; 2014. Disponível em: <http://sinitox.icict.fiocruz.br/dados-nacionais>. Acesso em: 08 nov. 2017.

Palavras-chave: Assistência Farmacêutica; Uso de Medicamentos; Promoção da Saúde; Educação Continuada em Farmácia

Figura 1: Dados sobre os cursos presenciais promovidos pelo CRF-SP.

Figura 2: Dados sobre as avaliações respondidas pelos participantes dos cursos presenciais promovidos pelo CRF-SP.

Figura 3: Campanhas de educação em saúde promovidas pelo CRF-SP.

Figura 4: Dados sobre as avaliações respondidas pelos participantes das capacitações presenciais promovidos pelo CRF-SP.

Figura 5: Dados sobre as atualizações online promovidas pelo CRF-SP.

Figura 6: Porcentagem de municípios do Estado de São Paulo atingidos pelas capacitações promovidas pelo CRF-SP.