ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

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FACULDADE CAPIXABA DE NOVA VENÉCIA – UNIVEN CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS ANDERSON ARAÚJO COSTA FERRAMENTAS DE CONTROLE DA QUALIDADE APLICÁVEIS NA CULTURA DO MAMÃO, NO MUNICÍPIO DE PINHEIROS-ES. NOVA VENÉCIA 2003

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Page 1: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

FACULDADE CAPIXABA DE NOVA VENÉCIA – UNIVEN

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

ANDERSON ARAÚJO COSTA

FERRAMENTAS DE CONTROLE DA QUALIDADE

APLICÁVEIS NA CULTURA DO MAMÃO, NO

MUNICÍPIO DE PINHEIROS-ES.

NOVA VENÉCIA

2003

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ANDERSON ARAÚJO COSTA

FERRAMENTAS DE CONTROLE DA QUALIDADE

APLICÁVEIS NA CULTURA DO MAMÃO, NO

MUNICÍPIO DE PINHEIROS-ES.

Monografia de conclusão do Curso de Administração de Empresas – Projeto de Graduação – apresentado a Faculdade Capixaba de Nova Venécia -, sob orientação da Professora Cíntia Tavares do Carmo.

NOVA VENÉCIA

2003

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Ficha catalográfica

C837f

Costa, Anderson Araújo. Ferramentas de controle da qualidade aplicáveis

na cultura do mamão no município de Pinheiros -ES. Nova Venécia, UNIVEN. – – 2003. f., enc. Orientador: Cíntia Tavares do Carmo. Monografia (Graduação em Administração de Empresas) – – Faculdade Capixaba de Nova Venécia. Curso de Administração de Empresas . I.Título. 1. Qualidade total 2. Controle de qualidade CDD – 658.562

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ANDERSON ARAÚJO COSTA

FERRAMENTAS DE CONTROLE DA QUALIDADE APLICÁVEIS NA CULTURA DO

MAMÃO, NO MUNICÍPIO DE PINHEIROS-ES.

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Administração de Empresas,

da Faculdade Capixaba de Nova Venécia, como requisito parcial para obtenção do

Grau de Bacharel em Administração de Empresas.

Aprovada em 16 de dezembro de 2003.

COMISSÃO EXAMINADORA

Profª Cíntia Tavares do Carmo

Faculdade Capixaba de Nova Venécia

Prof. Aldo Ambrósio

Faculdade Capixaba de Nova Venécia

Prof. Mateus Miguel Salvador Toscano

Faculdade Capixaba de Nova Venécia

Page 5: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

Agradeço a Deus, por ter guiado os meus

passos.

A toda minha família, em especial aos

meus pais pela confiança e apoio durante

toda esta caminhada. A minha irmã

Andrea, muito obrigado pela força.

Eterna gratidão também a minha

professora e orientadora Cíntia Tavares

do Carmo, pela paciência, conhecimento

transmitido e dedicação.

A todos meus colegas que contribuíram

direta ou indiretamente para que esse

trabalho fosse concluído.

A minha namorada Sirlane pelo incentivo

e presença nos momentos difíceis e,

principalmente por me fazer muito feliz.

Page 6: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

“A qualidade não é um acidente, ela é

sempre o resultado do esforço inteligente.

É fruto da vontade de produzir algo

superior”.

John Rushin

Page 7: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

RESUMO

COSTA, Anderson Araújo. Ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do mamão, no município de Pinheiros-ES. Nova Venécia, 2003. 72 f.. Monografia (Graduação em Administração de Empresas) – Faculdade Capixaba de Nova Venécia, UNIVEN.

A qualidade deixou de ser um diferencial e tornou-se pré-requisito nos mais diversos setores da economia (indústria, serviços, agricultura). De modo geral, todas as empresas, vinculadas aos mais diversos setores da economia, têm sido pressionadas a adotar posturas de mercado cada vez mais voltadas ao atendimento dos desejos do consumidor. O presente trabalho busca auxiliar os produtores no processo de melhoria contínua da produção de mamão, com o intuito de trazer um maior desenvolvimento para região, fazendo o setor tornar-se mais competitivo. O tema abordado é ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do mamão, no município de Pinheiros. Neste sentido, foi feita uma listagem de todas as ferramentas disponíveis, analisando e escolhendo aquelas que melhor se aplicasse na área em estudo. Palavras-chave: Produção; Qualidade total; Ferramentas de Controle da Qualidade; Mamão

Page 8: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estrutura do diagrama de causa e efeito .................................. 26

Figura 2 - Conceito de distribuição e sua relação com a estabilidade do

processo. (Adaptado de Berger, R.W & Hart, T. 1986) .......................................... 28

Figura 3 - Histograma (medidas do diâmetro de 22 eixos) ................................... 29

Figura 4 - Modelo de folha de checagem - operações de inspeção ...................... 31

Figura 5 - Modelo de folha de checagem - defeitos do eixo .................................. 31

Figura 6 - Exemplo de fluxograma ......................................................................... 33

Figura 7 - Diagrama de dispersão .......................................................................... 34

Figura 8 - Tipos de kanban .................................................................................... 38

Figura 9 - Fluxograma do processo de produção do mamão ................................ 50

Figura 10 - Etapas da metodologia a ser aplicada ................................................. 66

b

Page 9: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................... 11

1.1 APRESENTAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................... 11

1.2 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA ................................... 12

1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA ............................................................. 13

1.4 OBJETIVOS ................................................................................... 13

1.5 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ................................................... 13

1.6 HIPÓTESES OU SUPOSIÇÕES ................................................... 14

1.7 METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................... 15

1.8 APRESENTAÇÃO DOS CONTEÚDOS ......................................... 15

2 A ADMINISTRAÇÃO DA QUALIDADE ........................................... 17

2.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES ....................................................... 17

2.2 A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DA QUALIDADE ......................... 19

2.3 O CONTROLE DA QUALIDADE TOTAL – TQC ........................... 22

2.4 AS FERRAMENTAS DA QUALIDADE TOTAL .............................. 24

2.5 FERRAMENTAS TRADICIONAIS DA QUALIDADE TOTAL ......... 25

2.5.1 Diagrama causa-efeito .............................................................. 25

2.5.2 Histograma ................................................................................ 28

2.5.3 Gráficos de controle ................................................................. 30

2.5.4 Folhas de checagem ................................................................. 30

2.5.6 Fluxogramas .............................................................................. 31

2.5.7 Diagrama de dispersão ............................................................ 32

2.6 FERRAMENTAS DERIVADAS DAS NOVAS ESTRUTURAS DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO ......................................................

33

2.6.1 Perda zero .................................................................................. 34

2.6.2 Células de produção ................................................................. 35

2.6.3 Kanban ....................................................................................... 36

2.6.4 Manutenção produtiva total (MPT) ou Total pro ductive maintenance (TPM) ............................................................................

37

2.6.5 Círculos da qualidade ............................................................... 39

2.6.6 Jidoka (ou “automação”) ......................................................... 40

Page 10: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

2.6.7 Qualidade na origem ................................................................ 41

2.7 NOVAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE .................................. 41

2.7.1 Diagrama matriz ........................................................................ 42

2.7.2 Matriz de análise de dados ...................................................... 42

2.7.3 Diagrama seta ........................................................................... 43

2.7.4 Diagrama de dependência ....................................................... 43

2.7.5 Diagrama árvore ........................................................................ 44

2.7.6 Diagrama de similaridade ........................................................ 45

2.7.7 Diagrama de programação de decisão ................................... 46

3 SISTEMA DE PRODUÇÃO DE MAMÃO NO MUNICÍPIO DE PINHEIROS .........................................................................................

47

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ........................................... 47

3.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE CULTIVO .......................... 47

3.3 O PROCESSO PRODUÇÃO ......................................................... 48

3.4 OS CONTROLES DA PRODUÇÃO ............................................... 52

4 ANÁLISE E SELEÇÃO D AS FERRAMENTAS DE CONTROLE DA QUALIDADE PARA MELHORIA DA PRODUÇÃO ......................

57

4.1 FLUXOGRAMAS ........................................................................... 57

4.2 CÉLULAS DE PRODUÇÃO ........................................................... 58

4.3 QUALIDADE NA ORIGEM ............................................................. 59

4.4 KANBAN ........................................................................................ 60

4.5 DIAGRAMA DE DEPENDÊNCIA ................................................... 62

4.6 DIAGRAMA DE PROGRAMA DE DECISÃO ................................. 63

5 METODOLOGIA PARA USO DAS FERRAMENTAS DE CONTROLE DA QUALIDADE ............................................................

65

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .......................................... 68

7 REFERÊNCIAS ................................................................................ 70

Page 11: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

11

1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Com o processo de globalização da economia, a concorrência deixou de ser local

e/ou regional e passou a ser global, ou seja, um produto/serviço tem concorrentes

em vários lugares do mundo. Com o aumento da competitividade, as empresas têm

que utilizar métodos e/ou ferramentas que possam ser implementados por todos em

direção a sobrevivência da empresa. Esses métodos devem ser aprendidos e

praticados por todos na busca do aperfeiçoamento contínuo.

A qualidade deixou de ser um diferencial e tornou-se pré-requisito nos mais diversos

setores da economia (indústria, serviços, agricultura). A busca pela qualidade

envolve todos os processos organizacionais e exige comprometimento total. O seu

conceito evolui do controle localizado para a ação de garantia de qualidade quando

se passa a entender que é fundamental ter qualidade desde a fase de

implementação do projeto de um produto, passando pela qualidade dos

fornecedores, matéria-prima, das equipes e dos diversos fluxos da organização:

dinheiro, informações e produção. Incorporando principalmente a idéia da qualidade

se ele não atende ao mercado.

A abertura de mercado e a queda de barreiras comerciais afetam diretamente a

agricultura. Os consumidores têm a disposição maior opção de produtos originários

de diferentes regiões e se tornam cada dia mais bem informados, exigindo ao

mesmo tempo, preço e qualidade.

Decorrente das transformações sócio-econômicas que vêm ocorrendo, é

imprescindível implantar novas formas de gerenciamento em todos os âmbitos de

uma empresa, não excluindo as do setor agrícola. O sucesso da implantação da

Qualidade Total na indústria, serviços e outros é amplamente conhecido, porém o

uso dessa ferramenta na área da agricultura ainda é pouco usada. O Brasil é uma

grande potência mundial nesse segmento, mas tem que buscar cada vez mais

Page 12: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

12

desenvolver um espírito de envolvimento com a qualidade total nos produtores rurais

dos mais diversos segmentos agrícolas, pois assim os produtos brasileiros terão

uma aceitabilidade maior do mercado externo.

De modo geral, todas as empresas, vinculadas aos mais diversos setores da

economia, têm sido pressionadas a adotar posturas de mercado cada vez mais

voltadas ao atendimento dos desejos do consumidor, sendo que a satisfação destas

necessidades extrapolam, nos dias de hoje, o simples fornecimento de um

produto/serviço. Com isso pode-se dizer que a sociedade preocupa-se, de forma

crescente, não apenas com a mercadoria que lhe é oferecida, em termos de

apresentação, qualidade do conteúdo e garantia de assistência ao comprador, mas

também com seu processo de produção, perfil da empresa que a produz e efeitos

sobre o meio ambiente.

1.2 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA

A agricultura de um modo geral tem grande influência na economia do município de

Pinheiros. Dessa forma, ao tentar melhorar os processos produtivos do mamão os

resultados alcançados serão melhores do que os apresentado atualmente. Com isso

pretende-se que, futuramente, a fruticultura local apresente uma maior

competitividade em relação ao mercado nacional e internacional, pois cada vez mais

os consumidores tem exigido produtos com qualidade.

Um bom produto não depende somente da sua condução durante a produção,

sendo assim para que ele chegue às mãos do consumidor com elevada qualidade,

os tratamentos e as técnicas de colheita, embalagem e transportes são essenciais.

A fruticultura desenvolvida de forma moderna é a grande alternativa atual de

investimento econômico, contribuindo para a geração de renda do segmento

agrícola, ampliando a competitividade das agroindústrias de alimentos, possibilitando

a criação de novos empregos no setor rural e permitindo a geração de divisas do

enfrentamento da competição internacional.

Page 13: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

13

Apesar da importância comprovada e dos avanços conseguidos, as frutas brasileiras

ainda apresentam elevadas perdas e baixa qualidade, em decorrência da falta de

um gerenciamento do agronegócio, em todos os processos produtivos, com grandes

prejuízos para os produtores e preços elevados para os consumidores. O desafio é

produzir mais e melhor com menos custos, oferecendo, aos clientes e consumidores,

produtos de qualidade a preços competitivos.

1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA

As ferramentas da qualidade têm a finalidade de servirem como instrumentos para a

coleta, disposição e o processamento das informações que serão usadas na

manutenção e na melhoria dos resultados dos processos de uma empresa. Neste

sentido, a presente pesquisa procura abordar as diversas ferramentas de controle da

qualidade e as disponibilizará para os produtores de mamão do município de

Pinheiros, com o intuito de trazer uma melhoria contínua na produção e

comercialização do produto.

1.4 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Este trabalho aborda o seguinte problema de pesquisa:

“QUAIS AS FERRAMENTAS DE CONTROLE DA QUALIDADE PODEM SER

APLICÁVEIS NA CULTURA DO MAMÃO, NO MUNICÍPIO DE PINHEIROS?”.

1.5 OBJETIVOS

Objetivo geral

Indicar para os produtores de mamão, ferramentas de controle da qualidade que

trarão melhoria contínua na produção e comercialização dos seus produtos.

Page 14: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

14

Objetivos específicos

� Identificar as principais ferramentas de controle da qualidade existentes, e

que são compatíveis com a área em estudo.

� Selecionar as ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na área em

estudo;

� Propor uma metodologia a ser aplicada junto aos produtores.

1.6 HIPÓTESES (OU SUPOSIÇÕES) DE ESTUDO

De acordo com PRETI (2001, p.33) “hipótese é a tentativa de dar antecipadamente

uma resposta, uma solução ao problema levantado”. E ainda segundo MARCONI e

LAKATOS (1996, p.26),

[...] é uma proposição que se faz na tentativa de verificar a validade de resposta existente para um problema. É uma suposição que antecede a constatação dos fatos e tem como característica uma formulação provisória; deve ser testada para determinar sua validade. Correta ou errada, de acordo ou contrária ao senso-comum, a hipótese sempre conduz a uma verificação empírica.

Com o propósito de explicar certos fatos e ao mesmo tempo orientar a busca de

outras informações relacionadas a ferramentas de controle da qualidade aplicáveis

na cultura do mamão, a presente pesquisa trabalhará com as seguintes hipóteses:

� Se o produtor utilizar ferramentas de controle da qualidade eficientes, que retorno

positivo ele terá? – O seu produto terá uma melhor aceitação no mercado, pois

estará de acordo com as expectativas dos consumidores.

� Ao utilizar ferramentas que possibilitarão uma melhoria contínua no seu processo

produtivo, quais serão as chances do produtor ter seu produto comercializado no

mercado internacional? – A probabilidade aumentará substancialmente, pelo

simples fato de que o mercado externo exige não só produtos com qualidade,

bem como o seu processo utilizado na produção destes produtos, o perfil da

empresa que os produz e os efeitos desses sobre o meio ambiente.

Page 15: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

15

1.7 METODOLOGIA DE PESQUISA

Esta é uma pesquisa bibliográfica, que de acordo com Manzo (apud MARCONI e

LAKATOS 1996, p.66) “oferece meios para definir, resolver, não somente problemas

já conhecidos, como também explorar novas áreas onde os problemas não se

cristalizaram suficientemente”. E ainda segundo Vergara (2000, p.48),

[...] é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma. O material publicado pode ser fonte primária ou secundária.

Sendo assim, a pesquisa bibliográfica é o método mais indicado para a presente

pesquisa, pois não é mera reprodução do que já foi escrito sobre determinado

assunto, mas favorece uma análise de um tema sob um novo foco ou abordagem,

chegando a conclusões inovadoras.

Esta pesquisa terá uma abordagem qualitativa realizada através de consulta a livros,

artigos (revista e internet), e será baseada também em relatório de estágio

supervisionado de fonte primária, o que nos oferece a possibilidade de procurar

responder quais as ferramentas de controle da qualidade podem ser aplicáveis na

cultura do mamão no município de Pinheiros-ES.

1.8 APRESENTAÇÃO DOS CONTEÚDOS

O presente trabalho encontra-se dividido em sete partes, a saber, sendo que a

primeira parte aborda o problema, a justificativa do tema, os objetivos e a

metodologia.

Na segunda parte está o referencial teórico, onde abordou-se conceitos e definições

da administração da qualidade, bem como a sua evolução até chegar-se ao TQC.

Nesta etapa também foram apresentadas as ferramentas de controle da qualidade

existentes.

Page 16: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

16

Na terceira etapa mostra-se o sistema de produção de mamão do município de

Pinheiros, abordando também a caracterização do município e das áreas de cultivo,

o processo e controles de produção utilizados. Já na quarta parte faz-se a análise

das ferramentas de controle da qualidade que podem ser aplicadas no processo,

proporcionando assim uma melhoria na produção.

A quinta fase apresenta uma metodologia a ser seguida com o intuito de

conscientizar e auxiliar os produtores a utilizarem as ferramentas analisadas em sua

produção.

Já na penúltima parte encontra-se a conclusão e recomendações, sendo que na

sétima estão as referências que foram utilizadas para a elaboração desta pesquisa,

ou seja, o que realmente deu base para a realização deste estudo.

Page 17: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

17

2 ADMINISTRAÇÃO DA QUALIDADE

2.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES

O termo qualidade é, atualmente, um dos temas mais debatidos e difundidos junto à

sociedade, aparecendo ao lado de outros como produtividade, globalização,

competitividade, integração, qualidade de vida, ecologia, dentre outros. Entretanto,

embora bastante comentado, existe pouca compreensão do que seja, efetivamente,

qualidade.

No primeiro momento, qualidade nos parece algo fácil de explicar: pode ser um

produto com qualidade, um funcionário com qualidade. No entanto, apresenta um

significado distinto e peculiar para cada indivíduo.

A palavra qualidade é tanto aplicada como atributo de produtos que satisfazem a

quem se destinam (clientes); quanto é definida como um modo de organização de

empresas que objetivam produzir produtos com o atributo qualidade.

O conceito de qualidade é importante e surge de maneira bastante forte em 1970,

com o renascimento da indústria japonesa que, seguindo os preceitos do consultor

americano W. E. Deming faz da qualidade uma arma para vantagem competitiva.

(MARTINS E LAUGENI, 2001, p.388).

Essa palavra tem vários significados. Para Crosby (1992), “qualidade é a

conformidade com as especificações”, quando você procura fazer certo da primeira

vez, deve ficar claro para todos. A qualidade se encontra na prevenção que, por sua

vez, se origina do treinamento, disciplina, exemplo, liderança e persistência. O

padrão do desempenho da qualidade é o defeito zero, ou seja, erros não são

tolerados. A medida da qualidade é o preço da não-conformidade.

Deming (1990) relata que qualidade “não é um luxo, mas sim, aquilo que o cliente

deseja sempre, quer e de que necessita”. Como os desejos dos clientes estão

Page 18: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

18

sempre mudando, a solução para conceituar qualidade é definir constantemente as

especificações.

Para Feigenbaum (1994), a qualidade “é um modo de vida corporativo, uma maneira

de gerenciar que requer a participação de todos, pois o controle de qualidade total

produz impacto por toda empresa”. A qualidade total deve ser guiada para

excelência e não pelos defeitos.

Já para Juran (1991, p.16), “a função da qualidade é o conjunto das atividades

através das quais atingimos a adequação ao uso, não importando em que parte da

Organização essas atividades são executadas”. Um dos significados de qualidade é

o desempenho do produto cujas características proporcionam a satisfação dos

clientes que irão comprá-lo. Seria, por outro lado, a ausência de deficiências, pois

estas geram insatisfação e reclamações.

Qualidade é um esforço amplamente compensador por muitas razões: reduz custos,

porque racionaliza processos; diminui os desperdícios; elimina o retrabalho e acaba

com a burocracia e os controles desnecessários; dá o direcionamento certo, pois o

compromisso com a qualidade estreita os laços da empresa com sua clientela em

permanente e sistemática troca de informações, o que conduz a aperfeiçoamentos e

inovações de sucesso garantido; a sua prática amplia a percepção do empresário

para novos negócios, novas oportunidades e qualifica a empresa para novos

mercados. Esses são resultados do permanente enfoque no cliente e em todas as

suas necessidades e aspirações.

A ampliação da lucratividade da empresa traz retorno compensador sem que isso

signifique necessariamente preços mais elevados e maiores encargos para a

sociedade. O que é muito bom para coletividade e ótimo para o empresário de visão.

O quadro 1 mostra as principais idéias e contribuições de alguns estudiosos da

administração da qualidade

Page 19: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

19

AUTORES PRINCIPAIS IDÉIAS E CONTRIBUIÇÕES

SHEWHART, DODGE E ROMIG - Cartas de controle - Controle estatístico da qualidade e controle estatístico do processo - Técnicas de amostragem - Ciclo PDCA

FEIGENBAUM - Departamento - Sistema da qualidade - Qualidade Total

DEMING - 14 pontos - Ênfase no fazer certo da primeira vez - Qualidade desde os fornecedores até o cliente final

JURAN - Trilogia da qualidade (planejamento, controle, aprimoramento)

ISHIKAWA - Qualidade Total - Círculos da Qualidade

QUADRO 1 – PRINCIPAIS INTÉRPRETES DA ESCOLA DA QUALIDADE

Fonte: Maximiano (2000, p.185)

Um ponto comum entre as várias definições de qualidade é a adequação ao uso do

produto do ponto de vista do cliente, sendo cinco as dimensões da Qualidade Total:

qualidade intrínseca, custo, entrega, moral e segurança. As pessoas atingidas por

tais dimensões, conhecidas também como stakeholders, são: clientes, acionistas,

funcionários e a sociedade (YUKI, 1998).

2.2 A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DA QUALIDADE

A evolução do conceito de qualidade sempre acompanha o ritmo das mudanças. De

início, foi utilizado o termo Controle de Qualidade que se valia de técnicas de

controle estatístico visando à redução da quantidade de produtos defeituosos. Após

a Segunda Guerra Mundial, utilizou-se o controle de processos, que englobava toda

a produção, do projeto ao acabamento, focando a segurança e o alcance do erro

zero. Esse conceito de Controle do Processo evoluiu para Garantia da Qualidade,

com a sistematização através de normas escritas, dos padrões e requisitos, em cada

etapa do processo produtivo, de forma a garantir boa e uniforme qualidade.

A sociedade tem passado, ao longo dos anos, por grandes transformações, que

exigiram a substituição de antigos padrões por novos. Podemos citar como

exemplos disso a Revolução Francesa, que marcou a transição do feudalismo para o

capitalismo; a queda do muro de Berlim; a abertura da URSS para a economia

mundial; e intensa e gradativamente as inovações tecnológicas. Da mesma forma

Page 20: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

20

que as mudanças ocorrem na sociedade, pode-se observar também, transformações

nas empresas, ressaltando que estas são compostas por pessoas. Entretanto, a

prática sistemática da busca da qualidade de produtos e processos surge somente a

partir do início do século XX, com os trabalhos de Taylor e pela aplicação de seus

preceitos por Henry Ford.

De início a qualidade era significado de inspeção. Com a produção em massa de

diferentes componentes de um produto e de sua montagem em linha, a inspeção

formal tornou-se necessária, em suma, da necessidade de fabricar peças

padronizadas e intercambiáveis (TERBOUL, 1991).

Nesse sentido, o objetivo da Administração Científica de Taylor pode ser expressa

como um esforço no sentido de aperfeiçoar a qualidade de produtos, em que se

prescrevem a padronização, a divisão do trabalho e a especialização como meio de

obtenção de obediência, eficiência, eficácia e alta qualidade na produção em massa.

Taylor foi o responsável por tornar legítimo a atividade de inspeção, lembrando que,

em sua visão, “o trabalho precisa ser feito com rapidez e qualidade, e o inspetor

deveria ser o responsável por esse processo” (RODRIGUES E AMORIM, 1995,

p.263).

Na Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos criaram um departamento com a

missão de ajudar a indústria bélica obter qualidade desejada. Para isso, utilizaram

treinamentos no uso de ferramentas da estatística, gráficos de controle e tabelas de

amostragem, baseados na teoria da probabilidade. Até este momento, o controle da

qualidade se dava ainda, quase que exclusivamente através da inspeção final, ou

seja, no produto acabado. “Com a utilização do controle da qualidade [...] os Estados

Unidos conseguiram produzir suprimentos militares mais baratos e em grande

quantidade” (ISHIKAWA, 1997, p.13).

No final da década de 40, o controle da qualidade já era visto como parte essencial

do processo de produção, e a inclusão de instrumentos, aparelhos de medição e

métodos cada vez mais sofisticados fizeram com que aumentassem

substantivamente suas responsabilidades. “Seus métodos eram, porém,

Page 21: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

21

basicamente estatísticos e seu impacto confinou-se em grande parte à fábrica”

(GARVIN, 1992, p.13).

Com o fim da guerra, o foco das indústrias americanas voltou-se para quantidade em

detrimento da qualidade dos produtos. E anos mais tarde, por volta de 1950, as

técnicas de gerência e produção desenvolvidas e utilizadas no período da guerra

estavam esquecidas.

No mesmo período, pós-guerra, o Japão se encontrava numa situação bastante

diferente da dos Estados Unidos. Por ser um país pequeno, com uma densidade

demográfica alta e estar destruído pela guerra começou a enfrentar uma grande

crise econômica e social. Com o intuito de reorganizar a economia japonesa, o

governo começou a enviar grupos para o exterior em busca de técnicas e métodos

com o objetivo de alcançar a qualidade e a produtividade para o setor industrial.

Descobriram então a literatura estrangeira sobre a qualidade, e convidaram dois

especialistas americanos, Deming e Duran, discípulos de Shewhart (MAXIMIANO,

2000), para transmitirem seus conhecimentos na área. A partir da implantação das

idéias e conceitos, surgem resultados positivos. Com o redirecionamento da

indústria japonesa, Deming (1986) torna-se um dos mais conhecidos estudiosos da

qualidade total, suas prescrições são filosóficas, mais voltadas para o lado

humanístico, nas quais advoga uma maior participação do trabalhador no processo

decisório da organização.

Já na década de 60, ocorreu uma mudança de atitude importante, no que se refere a

garantia da qualidade, a partir da tomada de consciência de custos altos no

departamento de controle da qualidade, Feigenbaum (1994) busca uma resposta

para tal problema ao abordar a qualidade como uma estratégia que requer a

percepção de todos na empresa, pois, para o autor, a qualidade é um trabalho que

deve ser executado por todos os membros.

Page 22: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

22

2.3 O CONTROLE DA QUALIDADE TOTAL - TQC

O Controle da Qualidade Total – TQC (“Total Quality Control”) é um sistema

gerencial que se baseia na “participação de todas as áreas e de todos os

funcionários de uma organização, no estudo e na condução do Controle da

Qualidade”. Seu núcleo é, portanto, o Controle da Qualidade, o qual é definido,

segundo a norma japonesa JIS Z 8101, como “sistema de técnicas que permitem a

produção econômica de bens e serviços que satisfaçam às necessidades do

consumidor” (WERKEMA, 1995).

O modelo de Controle de Qualidade Total faz com que as empresas mudem de

forma bastante significativa e profunda. A sua implantação envolve a totalidade das

pessoas da empresa, podendo levar de dois a três anos, numa empresa de médio

porte, somente para capacitação das mudanças e organização de todo processo.

De acordo com Campos (1992, p.15):

[...] numa era de economia global não é mais possível garantir a sobrevivência da empresa apenas exigindo que as pessoas façam o melhor que puderem ou cobrando apenas resultados. Hoje são necessários métodos que possam ser utilizados por todos em direção aos objetivos de sobrevivência da empresa; estes métodos devem ser aprendidos e praticados por todos. Este é o princípio da abordagem gerencial do TQC.

Segundo a definição de Ishikawa (apud WERKEMA, 1995, p.09), “praticar um bom

controle da qualidade é desenvolver, projetar, produzir e comercializar um produto

de qualidade que seja mais econômico, mais útil e sempre satisfatório par o

consumidor”. Vale ressaltar que para alcançar esse objetivo, faz-se necessário que

todos dentro da organização busquem trilhar pelo mesmo caminho.

Segundo Campos (1992, p. 41),

[...] o controle da qualidade total é um novo modelo gerencial centrado no controle do processo, tendo como meta à satisfação das necessidades das pessoas. O objetivo mais importante deste “controle” é garantir a qualidade do “seu produto” (seja ele qual for) para o seu cliente externo ou interno.

Page 23: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

23

Continuando, este autor afirma que o controle de qualidade pode ser abordado

mediante objetivos:

a) Planejar a qualidade desejada pelos clientes; saber de suas necessidades,

traduzir estas necessidades em características mensuráveis, de tal forma que

seja possível gerenciar o processo de atingi-las;

b) Manter a qualidade desejada pelo cliente, cumprindo padrões e atuando na

causa dos desvios;

c) Melhorar a qualidade desejada pelo cliente; nesse caso é preciso localizar os

‘resultados indesejáveis’ (problemas) e utilizar o ‘método de solução de

problemas para melhora-los’.

Na busca de eliminar as causas fundamentais dos problemas e garantir a qualidade

do seu produto (seja ele qual for). É necessário fazer o controle de qualidade,

atividade em que se verifica se o produto atende às especificações estabelecidas.

Os parâmetros utilizados para especificação são avaliados e medidos, e verificado

se estão dentro dos valores admitidos como aceitáveis. Essas atividades são

elaboradas buscando dar aviso antecipado de tendências negativas no processo

que possibilitem a tomada de uma ação corretiva antes que um produto defeituoso

seja fabricado.

O controle de Qualidade Total ou excelência empresarial é a existência de pessoas

qualificadas para produzir qualidade, capacitadas e treinadas para realizar suas

atividades da melhor forma possível, Campos (1992) diz que o objetivo principal de

uma empresa pode ser atingido pela prática do Controle da Qualidade Total, por ter

as seguintes características básicas:

� Orientação pelo cliente;

� Qualidade em primeiro lugar;

� Ação orientada por prioridades;

� Controle de processos;

� Respeito pelo empregado como ser humano;

� Comprometimento da alta direção.

Page 24: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

24

A sociedade atual preocupa-se, de forma crescente, não apenas com a mercadoria

que lhe é oferecida, em termos de apresentação, qualidade do conteúdo e garantia

de assistência ao comprador, mas também com seu processo de produção, perfil da

empresa que a produz e efeitos sobre o meio ambiente.

Hoje, existe uma crescente busca e valorização para alimentos que proporcionem

melhorias na qualidade de vida e bem estar das pessoas, priorizando a saúde

humana e respeitando o meio ambiente.

Garantir que um produto/serviço esteja conforme as especificações é uma tarefa

chave de produção. A mudança nos conceitos de produção exige um trabalho

multidisciplinar e o envolvimento de toda a cadeia produtiva para permitir que se

coloque a disposição da sociedade frutas saudáveis e, que haja garantias de

sustentabilidade do setor.

2.4 AS FERRAMENTAS DA QUALIDADE TOTAL

A implantação da qualidade total, em qualquer segmento, só é possível através do

desenvolvimento de métodos e técnicas que mostrem a grande contribuição que a

qualidade traz a organização. O primeiro conjunto de técnicas da Qualidade Total

envolve as “ferramentas”, que segundo Paladini (1997, p.66):

[...] são dispositivos, procedimentos gráficos, numéricos ou analíticos, formulações práticas, esquemas de funcionamento, mecanismos de operação, enfim métodos estruturados para viabilizar a implantação da Qualidade Total. Normalmente, cada ferramenta refere-se uma área específica do projeto ou do funcionamento do sistema de qualidade ou, ainda, da avaliação de seu desempenho. As ferramentas dispõem de ênfase específica, que pode referir-se a uma análise prática do processo produtivo para, por exemplo, determinar previsões acerca de seu desenvolvimento; ou a análise da ação de concorrentes em uma mesma faixa de mercado ou, ainda, a como melhor atender um grupo de consumidores.

Prosseguindo, esse autor afirma que existem muitas ferramentas em uso para a

implantação da Qualidade Total, só que as mais conhecidas podem ser agrupadas

em três classes:

Page 25: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

25

� Ferramentas tradicionais;

� As derivadas de novas estruturas dos sistemas produtivos; e

� As “novas ferramentas da qualidade”.

Como o próprio conceito de qualidade, as técnicas e/ou ferramentas tiveram grande

evolução nos últimos anos. Partiram de modelos estatísticos elementares, para

matrizes que, parecem complexas pela grande abrangência e diversidade de

informações requeridas para funcionarem, são de simples compreensão, fácil

manuseio e produzem resultados gratificantes.

2.5 FERRAMENTAS TRADICIONAIS DA QUALIDADE TOTAL

São consideradas ferramentas tradicionais aquelas que foram desenvolvidas há

mais tempo, ou aquelas trazidas de outras ciências ou áreas de conhecimento

(PALADINI, 1997). Nota-se nestas ferramentas a forte ênfase para o Controle da

Qualidade, com ações voltadas para a avaliação da qualidade em processos e

produtos.

As sete ferramentas tradicionais da qualidade total mais utilizadas são:

� Diagrama de causa-efeito;

� Histogramas;

� Gráficos de controle;

� Folhas de checagem

� Gráficos de pareto;

� Fluxogramas;

� Diagramas de dispersão.

2.5.1 Diagrama causa-efeito

É conhecido também como gráfico de Ishikawa (que o criou, em 1943) ou como

gráfico de espinha de peixe, por ter uma forma similar a uma espinha de peixe. O

Page 26: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

26

eixo principal mostra um fluxo de informações e as espinhas, que ligam ao fluxo,

representam as contribuições secundárias ao processo que está analisando. Ele

permite identificar as causas que contribuíram para determinados efeitos.

Segundo Werkema (1995, p. 01),

[...] o diagrama de Causa e Efeito é uma ferramenta utilizada para apresentar a relação existente entre um resultado de um processo (efeito) e os fatores (causas) do processo que por razões técnicas, possam afetar o resultado considerado.

De acordo com Paladini (1997, p.68), “a construção do diagrama Causa-efeito

começa com a identificação do efeito que se pretende considerar, colocando-o no

lado direito do diagrama”.

A figura 1 apresenta um modelo de um diagrama de causa e efeito, relacionando as

etapas que devem ser seguidas durante a construção do mesmo.

Figura 1 - Estrutura do diagrama de causa e efeito

Fonte: Werkema, 1995

Conforme Paladini (1997, p.68), para sugerir e listar causas, faz-se necessário

formar uma equipe, observando os seguintes critérios:

Page 27: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

27

[...] 1 – Todas as causas possíveis, prováveis e até remotas, que passarem na cabeça dos integrantes do grupo, são mencionadas e anotadas. 2 – A prioridade é o número de idéias que conduzam a causas, e não se impõe que nenhum participante identifique apenas causas plenamente viáveis ou com altíssima probabilidade de conduzir o efeito. 3 – São aceitas idéias decorrentes de idéias já citadas. 4 – Não há restrição às ações dos participantes. Causas propostas não são criticadas, alteradas, eliminadas ou proibidas. 5 – O objetivo não é apenas formular o efeito (problema), mas eliminar causas que o geram. Deseja-se, assim, identificar soluções para problemas e não apenas identificá-los (para isto a equipe se reuniu).

Depois de ter o problema definido e pronto a lista de idéia de como solucioná-lo, as

causas primordiais são separadas daquelas de segundo plano, isso pode ser feito

através da utilização da análise dos “por que, o que, onde, quando, quem e como”

(PALADINI, 1997).

Para que seja construído um diagrama completo, faz-se necessário buscar a

participação do maior número possível de pessoas envolvidas com o processo e que

as causas relevantes não seja omitidas. Para levantar quais as causas do problema,

é interessante que a técnica chamada de brainstorming seja utilizada durante a

reunião. De acordo com Werkema (1995, p.102) brainstorming “tem o objetivo de

auxiliar um grupo de pessoas a produzir o máximo possível de idéias em um curto

período de tempo”. Essa técnica é também conhecida como “tempestade de idéias”.

Primeiro procura-se definir a característica da qualidade ou o problema a ser

analisado, escrevendo dentro de um retângulo que deve ser localizado do lado

direito da folha de papel, em seguida trace a espinha dorsal, que deve ser

direcionada da esquerda para direita até o retângulo.

Depois desse processo deve-se relacionar dentro de retângulos, como espinhas

médias, as causas primárias que estão afetando diretamente a característica da

qualidade ou o problema; as terciárias que afetam as secundárias devem ser

relacionadas como espinhas pequenas.

Antes de registrar outras informações que devem constar no diagrama, tais como:

título, data da construção do diagrama e o nome dos responsáveis, é interessante

identificar as causas que parecem desempenhar um efeito maior sobre a

característica da qualidade.

Page 28: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

28

2.5.2 Histogramas

Segundo Paladini (1997), os histogramas são instrumentos muito conhecidos na

Estatística Clássica. Eles descrevem as freqüências com que variam os processos e

a forma que assume a distribuição dos dados da população como um todo.

Em Werkema (1995, p.119), encontra-se que:

[...] o histograma é um gráfico de barras no qual o eixo horizontal, subdividido em vários pequenos intervalos, apresenta os valores assumidos por uma variável de interesse. Para cada um destes intervalos é construída uma barra vertical, cuja área deve ser proporcional ao número de observações na amostra cujos valores pertencem ao intervalo correspondente.

Na figura 2 podemos observar a ilustração do conceito de distribuição e sua relação

com a estabilidade do processo.

Figura 2 - Conceito de distribuição e sua relação com a estabilidade do processo. (Adaptado de

Berger, R.W & Hart, T. (1986) ). Fonte: Werkema, 1995.

Page 29: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

29

O histograma tem como objetivo conhecer algumas características da distribuição

associada a alguma população de interesse. Portanto, quanto maior for o tamanho

da amostra, maior será a quantidade de informação obtida com essa distribuição.

É importante ressaltar que a distribuição tem como objetivo demonstrar o padrão da

variação de todos os resultados que podem ser produzidos por um processo sob

controle, representando, portanto o padrão de variação de uma população. Sendo

assim, pode-se dizer que os conceitos de população e distribuição, em estatística,

são interligados (WERKEMA,1995).

A figura 3 mostra um exemplo de histograma, ele pode ser feito a partir de um

conjunto de dados representativos de fenômenos ou da população.

10 -

08 -

06 -

04 -

02 -

90 92 94 96 98 100 102 104 Medidas

Figura 3 - Histograma (medidas do diâmetro de 22 eixos em cm)

Fonte: Paladini, 1997.

Para construir um histograma é bastante simples, pois basta marcar, na reta

horizontal as medidas; na reta vertical, são escritas as freqüências de ocorrências

dos intervalos ou das medidas. A construção da curva de dados irá aparecer em

cima dos retângulos erguidos, a partir dos intervalos de medidas (PALADINI, 1997).

Page 30: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

30

2.5.3 Gráficos de controle

Os gráficos de controle foram desenvolvidos por Shewhart, na década de 20, são

modelos que buscam especificar as limitações superiores e inferiores dentro dos

quais medidas estatísticas associadas a uma dada população são localizadas

(PALADINI, 1997). Em uma linha central coloca-se a tendência da população; já as

curvas irão determinar a evolução histórica de seu comportamento e a tendência

futura.

Segundo Werkema (1997, p.198), “os gráficos (cartas) de controle são ferramentas

para o monitoramento da variabilidade e para a avaliação da estabilidade de um

processo”.

2.5.4 Folhas de checagem

São dispositivos utilizados para registrar os dados. Elas são estruturadas de acordo

com as exigências de cada usuário, e por isso, mostra extrema elasticidade de

preparação, utilização e interpretação, no entanto, não devem ser confundidas com

checklists, que são listagens de itens a serem verificados (PALADINI, 1997).

Em Paladini (1997, p.70) encontramos que:

[...] são representações gráficas de situações que requerem grande organização de dados. Da maneira como é feita, a folha exige atenção à coleta de dados, segurança e precisão nas contagens feitas. Apesar deste cuidado, é fácil construí-la e interpreta-la. O modelo visual que a folha determina permite rápida percepção da realidade que ela espelha e imediata interpretação da situação.

Vale ressaltar que não existe um modelo geral e único para as folhas de checagem,

elas resultam de cada aplicação feita.

Nas figuras 4 e 5 pode-se observar dois exemplos típicos de folhas de checagem.

Page 31: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

31

FOLHA DE CHECAGEM – OPERAÇÕES DE INSPEÇÃO

Produto: MOTOR AH2

Área: MONTAGEM 10

Data: 10/03

Período: 12:00-24:00

Horas

Identificação: Jane

OPERAÇÕES CHECAGEM TOTAL DEFEITOS OBSERVAÇÃO 1. Eixos 2. Hélices 3. Vibrador 4. Suporte

///// ////// ///

///////

5 6 3 7

0 2 1 0

TOTAL 21 3

Figura 4 - Modelo de folha de checagem - operações de inspeção

Fonte: Paladini, 1997.

Sendo que na figura 4 observa-se que as atividades a serem executadas em um

período de 12 horas. A figura 4 estão relacionados os defeitos que são observados a

cada checagem de um equipamento.

FOLHA DE CHECAGEM – DEFEITOS DO EIXO

Produto: MOTOR AH2

Área: MONTAGEM 10

Data: 10/03

Período: 12:00-24:00

Horas

Identificação:

Alberto

DEFEITOS CHECAGEM DEFEITOS OBSERVADOS TOTAL 1. Flexão 2. Riscos 3. Furos 4. Manchas

///// /// //// //

0-1-0-0-1 1-0-0

0-0-0-1 0-2

2 1 1 2

TOTAL 6

Figura 5 - Modelo de folha de checagem - defeitos do eixo

Fonte: Paladini, 1997.

A função destas folhas de checagem é registrar todos os mecanismos utilizados na

realização de uma determinada tarefa ou atividade. Permitindo assim, depois de

concluída, uma melhor visualização do que realmente acontece e uma correta

interpretação de toda situação.

2.5.5 Gráfico de pareto

Segundo Werkema (1995, p.75), “o gráfico de Pareto é um gráfico de barras verticais

Page 32: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

32

que dispõe a informação de fora a tornar evidente e visual a priorização de temas”.

Lembrando que as informações igualmente organizadas também tornam possível a

colocação de metas numéricas viáveis de serem alcançadas.

“O modelo econômico de Pareto foi revelado para a área da Qualidade sob a forma

‘alguns elementos são vitais; muitos, apenas triviais’, por Juran” segundo Paladini

(1997, p.71).

O digrama de Pareto sugere que deve-se prestar bastante atenção nos elementos

críticos. E para isso deve ser utilizado um modelo gráfico que os organiza em ordem

decrescente de importância, sempre a partir da esquerda. Os princípios sob estudo

são estabelecidos a uma escala de valor, formado de medidas em unidades

financeiras, freqüências de ocorrência, percentuais, número de itens, etc. O

diagrama de Pareto mostra categorias, classes e grupos e elementos (PALADINI,

1997).

2.5.6 Fluxogramas

Os fluxogramas representam graficamente cada etapa pela qual passa um processo.

Em Paladini (1997, p.72), encontramos que:

[...] os fluxogramas são ferramentas recomendadas em qualquer atividade de programação computacional. Sua utilização na área da qualidade refere-se à determinação de um fluxo de operações bem definido. O fluxo permite visão global do processo por onde passa o produto e, ao mesmo tempo, ressalta operações críticas ou situações em que haja cruzamento de vários fluxos (que pode, por exemplo, constituir-se em ponto de congestionamento).

Os fluxogramas tendem a empregar símbolos padrões que irão identificar cada

operação básica ou secundária de um processo. Como se pode observar na figura

6.

Page 33: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

33

Figura 6 - Exemplo de fluxograma

Fonte: Paladini (1997, p. 73)

Os Fluxogramas são ferramentas que têm como finalidade maior a grande facilidade

visual. Com ele poderá ser identificados os pontos críticos do processo que precisam

ser revisados.

2.5.7 Diagrama de dispersão

De acordo com Werkema (1995, p.175) “o diagrama de dispersão é um gráfico

utilizado para visualização do tipo de relacionamento existente entre duas variáveis”.

A compreensão dos tipos de ligações existentes entre as variáveis associadas a um

processo contribui para acrescentar a eficiência dos métodos de controle do

processo, facilitando a identificação de possíveis problemas e para o planejamento

das ações de melhoria a serem optadas.

Page 34: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

34

Segundo Paladini (1997, p. 74), os diagramas de dispersão resultam de:

[...] simplificações efetuadas em procedimentos estatísticos usuais e são usuais e são modelos que permitem rápido relacionamento entre causas e efeitos. O diagrama cruza informações de dois elementos para os quais se estuda a existência (ou não) de uma relação.

Pode-se observar na figura 7 um exemplo de diagrama de dispersão, que mostra a

relação direta (consumo de energia e a velocidade de operação do motor, quanto

mais rápido mais gastos); e uma relação inversa (velocidade de operação do motor e

a vida útil de uma ferramenta: maior desgaste, menor vida útil).

Figura 7 - Diagrama de dispersão

Fonte: Paladini, 1997.

Para construir um diagrama de dispersão, é necessário apenas que os dados sejam

coletados sob a forma de pares ordenados. Existe situação em que torna-se difícil a

associação entre as variáveis a algum padrão (PALADINI, 1997).

2.6 FERRAMENTAS DERIVADAS DAS NOVAS ESTRUTURAS DOS

SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Percebe-se que nos últimos anos, têm sido desenvolvidas e implantadas novas

estruturas de Sistemas de Produção, o modelo Just in time, de origem japonesa é o

mais conhecido. Essas estruturas requerem e tem a capacidade de possibilitar o

Page 35: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

35

projeto e aplicação de ferramentas próprias. Existem aquelas que mudam, por sua

igualdade de uso e objetivo, para o contexto da Qualidade Total (PALADINI, 1997).

Estas ferramentas têm uma ênfase diferente das tradicionais. Pois de acordo com

Paladini (1997, p. 76):

[...] sua prioridade é organizar o processo produtivo; o objetivo, produzir qualidade em um esforço contínuo e bem estruturado. Observem-se as diferenças que marcam a evolução das ferramentas: de conhecer o processo para organiza-lo; de controlar a qualidade para produzi-la.

As sete ferramentas de controle da Qualidade Total derivadas das novas estruturas

dos sistemas de produção são:

� Perda zero;

� Células de produção;

� Kanban;

� Manutenção produtiva total (MPT) ou Total productive maintenance (TPM);

� Círculos da qualidade;

� JIDOKA (ou “automação”);

� Qualidade na origem

2.6.1 Perda zero

Paladini (1997) diz que perda zero é “um método destinado a eliminar quaisquer

perdas que possam ocorrer no processo produtivo”. Ele afirma também (1997, p.

100) que:

[...] trata-se de um conjunto bem organizado de esforços que visam eliminar desperdícios. Num primeiro momento, a meta desta estratégia é eliminar erros, falhas, refugos, defeitos etc. A seguir, considera-se que tudo o que for essencial para a produção é perda e parte-se, então, para racionalização global do processo.

A definição japonesa para o programa de Zero Defeito é diferente do modelo

americano, que é direcionado quase que na totalidade para a abordagem

Page 36: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

36

promocional da qualidade. O conceito do modelo zero defeito, no Japão, segue à

risca a proposta formulada por Crosby (apud PALADINI, 1997, p.123):

[...] (a) Zero Defeito é um padrão de desempenho. Isto significa uma referência básica; um objetivo a perseguir; um alvo a ser atingido. (b) A filosofia Zero Defeito envolve atitudes (e não idéias ou conceitos vagos). Isto pressupõe ações, comportamentos, resultados. (c) A atitude Zero Defeito tem dupla característica:

1. As pessoas devem aceitar a idéia de que o defeito é inaceitável não importa onde ou como ele ocorra. Não se admite, assim, que numa situação o defeito seja tolerável e noutra, não. 2. Não é verdade que as pessoas, sendo seres humanos, são sempre sujeitas a erros. As pessoas são seres vivos, que evoluem continuamente; devem, por isso, aspirar a perfeição, a absoluta ausência de falhas e imperfeições.

(d) O movimento em direção ao Zero Defeito começa com a análise dos erros cometidos. A seguir, questiona-se por que eles foram cometidos e passa-se a acompanhar a evolução das causas de erros para garantir que elas não serão criadas. Com isso, os erros são evitados. (e) Em nenhuma hipótese deve-se aceitar que o objetivo proposto é aproximar-se de zero defeito. O objetivo é: zero defeito. Portanto, o padrão de desempenho a considerar não é cometer erros próximos de zero, mas não cometer erros.

Sendo assim o programa Zero Defeito japonês, procurar focar-se na prevenção de

defeitos.

2.6.2 Células de produção

Segundo Paladini (1997, p. 76), as células de produção consiste em uma

“organização do processo produtivo em que pequenas fábricas, de forma a

transformar setores da empresa em clientes e fornecedores uns dos outros”.

As células de produção referem-se a uma nova organização interna da fábrica, com

conceitos claros dos diversos setores, suas utilidades e especificidades, e, sua

relação com os demais setores da fábrica. Confome Paladini (1997, p.100) as

células de produção conferiram:

[...] grande flexibilidade ao processo (em oposição às técnicas convencionais de harmonização das linhas seqüenciais de produção); permitiram um fluxo contínuo de produção (em oposição aos esquemas tradicionais de ordens de produção e cargas de máquinas); estruturaram a movimentação racional de materiais (em oposição aos layouts que requeriam processos internos de transportes); passaram a empregar

Page 37: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

37

máquinas menores e com ampla utilização (em oposição às máquinas de grande porte, voltadas para operações específicas); projetaram o layout centrado nos grupos (em oposição ao layout tradicional, de processo); criaram ações de complementaridade de atividades de setores (em oposição a independência de cada um). As células de produção geraram minifábricas, com novos conceitos para a relação cliente-consumidor. Resultam desta nova organização layouts compactados, com fluxo rápido de produção e intenso inter-relacionamento entre setores. Trata-se de uma nova organização do processo.

2.6.3 Kanban

O kanban é um modelo característico do sistema just in time (JIT) e de acordo com

Ladeira (1997, p.29) “é uma filosofia de produção que se consolidou no Japão na

metade da década de 70, com o propósito de substituir os métodos ortodoxos da

produção em massa e superar suas maiores contradições no plano de produção“, no

entanto o Kanban sobrevive com luz própria, servindo para esclarecer a execução

da filosofia, mostrando com clareza sua utilidade, viabilidade e aplicabilidade.

Paladini (1997, p.76) define este sistema como sendo “uma técnica para

programação e controle da produção, em geral associada à minimização de

estoques (decorrência de seu uso)”.

Essa técnica utiliza os chamados “cartões de autorização” para indicar com precisão

a quantidade e a procedência das peças em produção, em movimentação ou

sofrendo operações complementares na fábrica.

Conforme Paladini (1997, p.101), o sistema Kanban pode ser entendido, em último

caso como:

[...] um conjunto de procedimentos organizados que apresentam características típicas de partes de um sistema, como é o caso de objetivos comuns a todas elas e das formas bem definidas de interação entre elas, como também uma clara definição dos elementos de entrada, saída e realimentação.

Esse mesmo autor afirma também que estes procedimentos estão ligados à técnica

kanban, em si, e sua estruturação deve-se a dois fatos comprovados na prática:

Page 38: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

38

[...] (a) Não se pode aplicar a técnica dos cartões sem que haja uma profunda reorganização da empresa e, em particular, do processo produtivo. São necessárias definições muito claras em termos do que produzir, onde produzir e como produzir. Puxando-se a produção a partir da frente, isto é, das fases seguintes, cada operação deve precisar o que é necessário das operações anteriores para que ela, por sua vez, possa atender à operação seguinte. É necessário, assim, conhecer suas necessidades de desempenho (operação em si) e suas condições de atendimento (ao cliente interno subseqüente ou, se for o caso, ao próprio cliente externo). O sistema kanban é um pré-requisito da técnica de mesmo nome. (b) Iniciada a utilização da técnica, há a necessidade de acompanhamento das atividades desenvolvidas, avaliação contínua das operações e determinação de melhorias a serem implantadas. São evolutivas, próprias de estruturas que disponham de processos de realimentação – ou seja, de sistemas.

Os princípios do just in time estão presentes no Kanban: eliminação de perdas;

redução da movimentação de materiais; realização da atividade apenas quando ela

for requerida; minimização de estoques; flexibilização da produção; racionalização

de atividades em geral. Naturalmente, o Kanban busca uma filosofia de trabalho com

qualidade – que também é uma meta do just in time. A figura 8 mostra alguns dos

tipos de Kanban.

Figura 8 - Tipos de kanban

Fonte: Taveira (2003)

Na figura acima constata-se que o sistema Kanban divide-se em ordem de produção

e de requisição. Sendo que o primeiro desdobra-se em produção genérico e etiqueta

kanban (para lotes de produção); o segundo divide-se em requisição entre

processos e o de fornecedor.

Page 39: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

39

2.6.4 Manutenção produtiva total (MPT) ou Total pro ductive

maintenance (TPM)

Conforme Paladini (1997, p. 106), o programa de manutenção produtiva total foi

desenvolvido através de um grupo de conceitos evolutivos. Ele diz que:

[...] A manutenção produtiva total, conhecida pela sigla (TPM), mostra a evolução do conceito de manutenção no processo produtivo. Começa pela idéia de que manutenção corretiva não é manutenção, é conserto. Manutenção é o esforço feito para manter funcionários e não para voltar a fazer funcionários. Assim, a única manutenção que existe é a preventiva, que envolve, exatamente, garantir o pleno funcionamento do equipamento. A manutenção produtiva caminha na mesma direção, com uma diferença básica: nos modelos de manutenção tradicional, quem faz a manutenção é o setor competente; na manutenção produtiva, o equipamento passa a ser responsabilidade do operador. Isto significa que a empresa confia o equipamento a uma pessoa (e espera que ela zele por ele como se fosse seu). Por extensão, a manutenção produtiva total objetiva maximizar a eficiência do equipamento, garantindo sua plena utilização.

O programa de Manutenção produtiva inclui, também, atividades de checklist feitas

pelos próprios operadores da máquina e mecanismos de rápido atendimento quando

necessários. Isso faz com que o círculo de decisões relativas aos equipamentos

amplie-se. Existe um grande envolvimento dos operadores de máquinas e

equipamentos nos processos manutenção. Em termos organizacionais, trata-se de

um modelo que associa as máquinas aos operadores que as utilizam, fazendo com

que eles sejam os responsáveis por elas.

2.6.5 Círculos da qualidade

Os círculos de controle da qualidade é conhecido também como CCQ, e têm um

grande espaço em programas de participação dos trabalhadores, e nos Estados

Unidos são conhecidos como Quality of Work Life (QWL) que de acordo com.

Laranjeira (apud CATTANI, 1999, p. 40) tem como objetivo “envolver os empregados

no processo produtivo” buscando estimular formas de organização do trabalho e de

tomada de decisões que venham a aumentar a satisfação e o saber de cada

colaborador. Segundo Paladini (1997,p. 76) os círculos da qualidade é a

Page 40: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

40

“organização de mão-de-obra em pequenos grupos, equipes ou times, tornando-os

participantes da produção da qualidade”.

Laranjeira (apud CATTANI, 1999, p. 40) afirma também que os círculos de controle

da qualidade funcionam “como instrumentos para solução de problemas de

produção, tais como qualidade e produtividade”. Porém, é interessante que os

objetivos desse programa esteja sempre em sintonia com os interesses da empresa.

O mesmo autor enfatiza ainda que esse programa “enfatiza a importância do grupo”,

o que faz surgir grande preocupação com treinamentos em técnicas que possibilitem

um maior desenvolvimento das habilidades de comunicação e de solução de

problemas.

2.6.6 Jidoka (ou “automação”)

Segundo Ladeira (1997, p.30), o termo japonês Jidoka significa “automação, ou seja,

o controle autônomo de defeitos ou de irregularidades nos processos de produção,

por intermédio admissão de diversos mecanismos e dispositivos de controle nas

ferramentas e instrumentos”.

Segundo Paladini (1997, p.76) Jidoka é uma “técnica destinada a permitir que os

operários se autogerenciem, controlando seu próprio trabalho”. E afirma ainda que é

um processo que tem como objetivo “evitar anormalidades, eliminando as causas

que viabilizam sua ocorrência”. E isso permite “a ação do homem na automação com

baixos custos”.

No entanto, apesar de a automação requerer um certo nível de automatização, não

está em absoluto restrita a ele. Na realidade, paralelamente a esse tipo de controle

no nível dos processos da máquina.

Page 41: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

41

2.6.7 Qualidade na origem

De acordo com Paladini (1997, p. 76) a qualidade na origem é um “mecanismo que

visa motivar a produção da qualidade logo no primeiro esforço de produção de

produção, durante a execução do processo”. Diz respeito a uma ferramenta que deu

origem à filosofia de “produção da qualidade”, substituindo o “simples controle ou

avaliação”.

2.7 AS NOVAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE

Nos anos 70 começou a se desenvolver as chamadas novas ferramentas da

qualidade, no Japão. O mais provável é que tenha acontecido quando a Sociedade

para o Desenvolvimento da Qualidade Total (STQD), tentou organizar as técnicas,

estratégias e metodologias que as empresas no Japão, Estados Unidos e Europa

estavam desenvolvendo. O princípio básico para que a técnica fosse aceita como

ferramenta para a qualidade era sua efetiva implantação e que produzisse

resultados bem conhecidos (PALADINI, 1997).

De acordo com Paladini (1997, p. 76), existe nas novas ferramentas da qualidade,

“duas estruturas básicas: matrizes (organização planar de informações, com

representações precisas e bem definidas) e diagramas (um modelo de fluxo de

informações similar aquele utilizado nas ferramentas tradicionais).”

As chamadas de “novas ferramentas da qualidade” são também sete:

� Diagrama-matriz;

� Matriz de análise de dados;

� Diagrama seta;

� Diagrama de dependência;

� Diagrama árvore;

� Diagrama de similaridade; e

� Diagrama de programação da decisão.

Page 42: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

42

As novas ferramentas da qualidade, estão voltadas para otimização do processo, ou

seja, para o desenvolvimento de estratégias que analisam a situação e determinam

as formas mais adequadas possível para envolver seus elementos na busca de um

dado objetivo. De acordo com Paladini (1997, p. 77):

[...] há uma preocupação constante, entretanto, no desenvolvimento e aplicação de cada ferramenta: busca-se otimizar, também, a maneira como se analisa o processo, como se definem soluções para problemas observadas, como se aplicam tais soluções e se avaliam resultados, isto é, prioriza-se a qualidade na própria ferramenta.

Além disso, as ferramentas deste grupo buscam focalizar mais na produção e no

controle da qualidade em nível do processo, inserindo-se, como processo, as

próprias ferramentas de produção da qualidade (PALADINI, 1997).

2.7.1 Diagrama-matriz

É uma estrutura que estabelece informações que representam responsabilidades,

ações, propriedades ou atributos inter-relacionados.

De acordo com Paladini (1997, p. 77) “a estrutura tende a enfatizar a relação entre

os elementos, mostrando como se opera esta relação por destaque conferido às

conexões relevantes do diagrama”, completa dizendo ainda que “este destaque

utiliza simbologia própria, que permite rápida visualização da estrutura”.

2.7.2 Matriz de análise de dados

Segundo Paladini (1997, p. 77) matriz de análise de dados é um “arranjo de dados

que facilita a análise das variáveis que intervêm em um processo, ressaltando suas

características mais notáveis”. Quando procura referência sobre à determinação do

perfil de um com conjunto de clientes, utiliza-se essa ferramenta. Esse mesmo autor

afirma ainda que a “matriz determina as contribuições individuais para o resultado

final do processo”.

Page 43: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

43

2.7.3 Diagrama seta

De acordo com Paladini (1997, p. 77) o diagrama seta é “uma ferramenta destinada

a programação e execução de atividades” e só pode ser utilizado “se todas as

informações associadas à execução das atividades se desenvolvem, o diagrama

mostra como causas e efeitos se relacionam”. O diagrama é parecido com os

métodos de planejamentos de atividades que mostra mútua dependência. O

PERT/CPM é o método que mais se aproxima do diagrama de seta, porém o caráter

participativo do diagrama muda o que poderia ser chamado de “caixas pretas” do

PERT/CPM, o que torna está ferramenta mais útil em problemas industriais.

Em Tubino (2000, p. 169) encontra-se que PERT/CPM são:

[...] duas técnicas, desenvolvidas independentemente na década de 50, que buscaram solucinar problemas de PCP em projetos de grande porte. Devido às soluções semelhantes encontradas, atualmente são conhecidas, simplesmente, como técnica PERT/CPM.

Com o uso desta técnica os gestores conseguem ter uma visão gráfica das

atividades que compõe o processo, com estimativa de quanto tempo determinada

atividade irá precisar, identificando também as tarefas críticas para o cumprimento

do prazo de conclusão, e as não-críticas (TUBINO, 1997).

2.7.4 Diagrama de dependência

O diagrama de dependência tem como função básica, explorar a estrutura lógica de

um conjunto de atividades coligadas a determinado assunto. O foco da ferramenta,

no entanto, é a de apartar causas e efeito, formando uma relação “antecedente-

consequente” que autoriza excelente organização das ações a desenvolver

(PALADINI, 1997).

Page 44: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

44

2.7.5 Diagrama árvore

Em Paladini (1997, p. 81) consta que o diagrama árvore “é uma ferramenta que

detalha a programação de atividades requeridas para que uma meta seja atingida,

procurando-se determinar como estes objetivo pode ser alcançado”.

Este mesmo autor cita como exemplos típicos de situações onde o diagrama pode

ser empregado:

[...] (a) Diagnóstico do processo produtivo: o objetivo é determinar, por exemplo, níveis de desempenho de um conjunto de operações interligadas. A questão é definir por onde começar a atividade. Depois que o diagnóstico foi iniciado, deseja-se saber o que fazer a seguir. O diagrama permite a determinação da primeira ação a desenvolver e das ações que se seguem a partir de um ponto. (b) Estabelecidos níveis de desempenho para um conjunto de fornecedores deseja-se saber, após certo tempo, quais valores foram já atingidos, e por quem, quais ainda faltam e quais são os níveis críticos, estejam eles atingidos ou não. (c) O atendimento pleno de um grupo de clientes depende da satisfação de algumas necessidades detectadas. O problema é que não se consegue entender, exatamente, que necessidades são estas e, principalmente, como transforma-las em um conjunto bem definido de especificações técnicas em nível de projeto. (d) Alterações no desempenho do produto acabado podem ser devidas não apenas a uma, mas a vários grupos de causas. Não se trata, assim, de uma simples relação causa-efeito. O diagrama árvore pode ser entendido como uma generalização do diagrama causa-efeito.

Sendo assim, conforme Paladini (1997, p. 81) o diagrama árvore pode ser útil para:

[...] (a) Determinar a atividade inicial de um conjunto de ações destinadas a atingir certo objetivo. (b) Determinar as atividades que se seguem, em um processo, a partir de certo momento de seu desenvolvimento. (c) Identificar níveis críticos de operação de um processo. (d) Identificar o nível de atendimento a determinados objetivos. (e) Traduzir, em termos objetivos, expressões de necessidades ou preferências que na são bem determinadas. (f) Identificar que efeitos são devidos a uma grande e complexa rede de causas, algumas delas reunidas em grupos independentes.

Com a implantação do diagrama árvore é possível que o processo produtivo seja

visualizado da melhor forma, pois um dos objetivos dessa ferramenta é justamente

mostrar qual o grau de dependência das atividades inter-relacionadas.

Page 45: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

45

2.7.6 Diagrama de similaridade

O diagrama define níveis de similaridades entre informações relativas a um dado

processo ou produto. Além disso, é uma ferramenta que exige um grau maior de

criatividade do que da lógica, pois de acordo com Paladini (1997, p. 85) procura

“agrupar informações que parecem pouco relacionadas em situações em que

procura determinar níveis de importância entre si”. Por trabalhar com informações

que se completam, as equipes responsáveis pelo desenvolvimento do diagrama

terão que ser divididas de acordo como a experiência prática, conhecimentos e

áreas de atuação. O que permite que um problema seja analisado por vários pontos

de vista, fazendo com que todas as dimensões que a questão apresenta sejam

selecionadas (PALADINI, 1997).

De acordo com Paladini (1997, p. 85):

[...] o diagrama de similaridades é particularmente útil quando se deseja romper com a velha cultura da empresa, isto é, deseja-se buscar soluções novas, diferentes dos caminhos que estamos acostumados a trilhar. Por isso, sempre que um problema é proposto ele deve ser formulado de forma a mais concisa possível, de modo que não induza um retorno às soluções antigas, já tentadas, e destinadas à repetição de um comportamento usual: empurrar o problema com a barriga.

Esta ferramenta obtém maior resultado quando existe uma grande diversificação de

informações e fontes de coleta, pois isso facilita no momento da elaboração do

diagrama que tem como objetivo propor maneiras simplificadas e eficientes de

solucionar os problemas.

2.7.7 Diagrama de programação da decisão

Paladini (1997, p. 77) define diagrama de programação da decisão como sendo um

“modelo gráfico onde são esquematizadas possíveis decorrências de decisões

relativas à solução de um problema”. Uma das tendências deste diagrama é a de

detectar situações imprevisíveis, o que possibilita anteceder a sua ocorrência ou, se

for inevitável, enumerar as ações para minimizar seus efeitos (PALADINI, 1997).

Page 46: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

46

A aplicação dos diagramas de programação da decisão é exemplificada por uma

análise feita com o intuito de melhorar a qualidade a partir da avaliação de posturas

gerenciais (PALADINI, 1997).

Page 47: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

47

3 O SISTEMA DE PRODUÇÃO DE MAMÃO NO MUNICÍPIO DE

PINHEIROS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

O município de Pinheiros tem uma localização privilegiada, na parte central do

Extremo Norte capixaba, o município é o portal de entrada para a micro-região,

sendo também passagem obrigatória para quem se dirige a algumas cidades de

Minas Gerais. Apesar de conservar as características de cidade tipicamente de

interior, Pinheiros oferece uma boa infra-estrutura e vantagens que favorecem a

realização de investimentos nos diversos setores, especialmente na agroindústria.

Distante 296 quilômetros da capital do estado, o município é cortado pela rodovia

BR 101, na altura da localidade de Lagoa Seca. A sua sede, entretanto está situada

há 42 quilômetros da BR, com acesso asfáltica.

Pinheiros ocupa uma área de 971 metros quadrados, com uma população de 21.323

habitantes (estimativa IBGE/2002), sendo que 7.350 habitantes residem na zona

rural e 13.973 na zona urbana. O município possui baixa densidade demográfica –

22 habitantes por quilômetro quadrado – enquanto que o índice no Estado é de,

aproximadamente, 60 habitantes por quilometro quadrado. Em relação ao grau de

urbanização, Pinheiros apresenta um índice de 65% (A GAZETA, 2003).

3.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE CULTIVO

Por ser um município de solo rico em matéria orgânica, caracteriza-se pela alta

fertilidade. Tornando assim, um dos maiores produtores de frutas tropicais do Brasil

ocupando o 1º lugar no ranking estadual, com destaque para o cultivo do mamão,

que é a fruta mais produzida, ocupando atualmente uma área de 3600 hectares,

com uma produtividade média de 100 toneladas por hectare.

Page 48: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

48

3.3 O PROCESSO DE PRODUÇÃO

Segundo Tubino (200, p.369) o processo produtivo também inclui “o movimento dos

materiais dentro das fábricas”. Transportando para a área em estudo, engloba a

movimentação do mamão dentro das unidades produtoras.

Este capítulo aborda todo o processo de produção do mamão, desde a escolha da

área para o plantio, até o momento da comercialização. Por fim apresenta também

um fluxograma que permite uma visualização do processo como um todo.

O primeiro passo para se produzir o mamão é justamente o de escolher a área a ser

plantada. As lavouras de mamão devem ser cultivadas, preferencialmente, em áreas

que não foram cultivadas, procurando locais mais ameno, evitando sempre encostas

e morros (no máximo com 8% de declividade). É interessante também que ao

escolher o local, procure lugares distantes de plantio de abóboras e melancias, pois

essas culturas são grandes hospedeiras de viroses, o que prejudica a produção do

mamão.

Depois de escolhido a área, o próximo passo é fazer a análise de solo, nesta etapa

faz-se análise fisicoquímica e biológica do solo com o objetivo de verificar se o

mesmo possui os nutrientes necessários para que o mamão possa ter um bom

desenvolvimento.

Após concluir essa fase, começa então a preparação do solo, que consiste em arar,

gradear a terra (se preciso fazer também a escarificação do solo, que é

subsolagem), adubar a área, usando defensivos que fornecem nutrientes as plantas

através do solo (usar adubação química e orgânica).

Neste período também, busca-se escolher o melhor sistema de irrigação, ou seja,

opta pelo sistema que possibilite administrar a quantidade de água em função da

demanda da cultura e capacidade de retenção da água pelo solo.

Page 49: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

49

Para o plantio, fica a critério do produtor escolher o tipo de mamão a ser plantado,

optando por aquele que melhor se adeque ao solo em relação às mudas, o produtor

rural pode optar por prepará-las, lembrando sempre em utilizar sementes de boa

qualidade, que seja adaptada para região e que tenha registro de procedência,

também pode decidir em adquirir as mudas em viveiros especialistas na

comercialização de mudas.

Depois de concluir mais essa etapa, inicia-se o plantio e em cada cova planta-se três

mudas, com o objetivo de, mais adiante, escolher uma que seja hermafrodita, pois

as plantas femininas produzem frutos redondos, o que se torna impróprio para

determinados mercados, já as plantas masculinas não podem ser consumidas pelo

simples fato de não se desenvolverem totalmente, sendo assim, as plantas com

dupla sexualidade apresentam frutos com qualidade superior.

Pelo fato de a produção de mamão ser muito exigente em práticas culturais, é de

extrema necessidade que se tenha um acompanhamento de um engenheiro

agrônomo, pois assim a unidade produtora terá uma assessoria o que possibilitará

melhores resultados na produção.

O mamão estará em condições de ser colhido e comercializado com um prazo

aproximadamente de 06 a 07 meses. No entanto, neste período de espera existe a

necessidade de um acompanhamento, com respeito às práticas agrícolas e controle

de pragas.

A rotina de colheita, transporte e embalagem começam com um agrupamento de no

mínimo 04 pessoas (por cada caminhão a ser carregado), e estes terão a função de

retirar o mamão através de torção da haste, fazendo assim o primeiro processo de

controle da qualidade que é a pré-seleção, ou seja, só é colhido os frutos que

preencham as características requisitadas por cada mercado consumidor, em

seguida o mamão é lançando até a carroceria do trator.

Logo após é transportado até o galpão, onde está outra equipe responsável para

embalar os frutos, fazendo também uma outra seleção, descartando aqueles que

foram danificados no transporte da lavoura para o galpão. Os frutos que estiverem

Page 50: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

50

bons são embrulhados em jornais e podem ser colocados a granel diretamente no

caminhão, ou alocados em caixas de madeira para serem transportados até os

locais programados para receber a mercadoria.

Na figura 09 é apresentado um fluxograma, é uma ferramenta que apresenta uma

facilidade visual para a análise do processo produtivo. Isso possibilita a rápida

localização de ações específicas, como por exemplo, atividades de controle na

figura. O quadro 2 apresentado após a figura 9 indica a legenda dos símbolos

utilizados para a sua elaboração do fluxograma.

Inicio

Escolha da área do plantio

Preparação do Solo

Análise do solo

Muda Boa?

Não

Seleção das Mudas

Sim

Preparar mudas?

01

Escolha do tipo de mamão

Solo Ok?

Sim

Não

Preparar solo e estufa para mudas

Compra das mudas

Não

Sim

Plantar e cuidar das mudas

Mudas Ok? Sim

Não

Rejeita

Page 51: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

51

Figura 9 - Fluxograma do processo de produção do mamão

Embalador seleciona os frutos de acordo com as especificações do

mercado

Fruto bom?

Descarta para reaproveitamento

(refugo)

Não

Sim

02

01

Transporta o mamão da

lavoura até o galpão

Coloca a granel direto no caminhão

Embrulha com jornal

Coloca na caixa de madeira

Destino

Colhedor retira o mamão por torção da haste

Plantação de três mudas em cada cova

Limpeza e acompanhamento da área

cultivada

Muda Hermafrodita?

Não

Sim

Fruto apto para colheita?

Não

Sim

02

Rejeita

Page 52: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

52

QUADRO 2 - LEGENDA

3.4 OS CONTROLES DA PRODUÇÃO

Uma pesquisa realizada com os produtores de mamão no município de Pinheiros, no

ano de 2002, que tinha como foco principal à análise dos aspectos relacionados à

qualidade nas fases de colheita, transportes e embalagem do mamão, constatou-se

que algumas unidades produtoras têm uma preocupação em produzir com

qualidade, mas, infelizmente, ainda existem produtores que não estão dando a

devida importância para esse aspecto, que deixou de ser diferencial e passou a ser

requisito básico para os consumidores atuais, que é a qualidade.

Por ser uma pesquisa de objeto definido, as informações foram coletadas por meio

de questionários que continham os seguintes tópicos:

• Qual o sistema de colheita adotado?

• É oferecido algum treinamento para os colhedores de mamão?

• A mão-de-obra utilizada para a colheita do mamão é fixa?

• Como são selecionados os frutos?

• Como os frutos são transportados da lavoura para o galpão?

• No transporte dos frutos colhidos é utilizado algum tipo de cuidado para a

proteção destes?

• Qual o tipo de embalagem utilizada para a comercialização?

Expedição

Fluxo do mamão

Conector

Ou Operação

Armazenagem Decisão

Transporte

Page 53: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

53

• É adotado algum tipo de processo de controle de qualidade?

No primeiro item questionado, 100% dos entrevistados afirmaram que o sistema de

colheita utilizado é manual com despejo direto na carreta/carroceria. Verificou-se

também que na colheita manual, os frutos são destacados por meio de torção até a

ruptura da haste que sustenta o mamão.

A colheita por torção muitas vezes causa a ruptura dos tecidos do fruto em torno da

região de inserção da haste, aumentando a superfície exposta à infecção por fungos

causadores de podridão.

Após a retirada do fruto, os colhedores lançam na carreta/carroceria, causando

lesões, pois a casca do mamão é muito fina facilmente danificável. Para minimizar

as perdas, faz-se necessário que os frutos sejam transportados com uma velocidade

baixa da lavoura até o barracão de embalagem, e evitar o transporte a granel.

Quanto ao treinamento, nenhum dos entrevistados oferecem capacitação para os

colhedores de mamão. Esse é um fator de grande relevância quanto à qualidade no

processo de colheita.

É necessário que a partir da identificação e classificação das carências de

qualificação da cadeia produtiva do mamão, trabalho que deve ser desenvolvido

junto às associações de produtores, estabelecer estratégias de ação para solucioná-

los.

A qualidade do resultado depende muito do recrutamento, da formação e da

conservação do quadro de funcionários, que é o seu mais importante ativo. Um

programa geral de qualificação da mão-de-obra incorporaria a capacitação de cada

especialidade envolvida desde a lavoura até os galpões de embalagem. Ainda

referente à mão-de-obra utilizada na colheita do mamão, foi constatado que todos

entrevistados utilizam mão-de-obra fixa.

Page 54: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

54

Desta forma, o custo/benefício relacionado com a capacitação dos funcionários será

válido por terem mão-de-obra fixa e conseguirem diminuir as perdas e melhorar a

sua qualidade.

No quesito, como são selecionados os frutos, foi elaborada uma pergunta aberta e

de acordo com os entrevistados, os frutos são selecionados baseados na mudança

de coloração da casca (maturação), seu tamanho e defeitos; e ainda de acordo com

o clima da região consumidora, distância do local de comercialização e a

sazonalidade do produto.

O fruto do mamoeiro atinge a completa maturação, na planta, quatro a seis meses

após a abertura da flor. Não é recomendável, porém, deixar os frutos amadurecerem

na planta por causa do risco de sobremadurecimento e ataque de pássaros. O fruto

do mamão apresenta padrão respiratório climatérico, isso significa que o processo

de maturação continua após a colheita. No entanto, o fruto pode não amadurecer

normalmente se colhido imaturo.

Segundo a EMBRAPA (1998, p.74), o critério mais simplificado para determinar o

ponto de colheita do mamão “baseia-se na mudança de coloração da casca que

passa de verde a verde claro, com ou sem estrias amareladas, partindo da base até

a haste (pedúnculo)”.

Na pesquisa, quando questionados sobre como os frutos são transportados da

lavoura para o galpão, se em caixas plásticas de colheitas ou a granel sobre a

carreta/carroceria, ou outros meios, 100% dos entrevistados afirmaram que

transportam os frutos a granel sobre a carreta/carroceria.

Foi verificado entre os entrevistados que é rotineira a prática do transporte do

mamão a granel, sem a preocupação de proteção individual ao fruto. Isso acontece

entre as lavouras e os galpões de embalagem e também no transporte da fruta para

as CEASAs (Central de Abastecimento). Somente com a participação de todos os

elementos de uma cadeia de produção é possível atender às exigências dos

consumidores, oferecendo produtos de qualidade.

Page 55: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

55

Esses hábitos prejudicam a qualidade do mamão, provocando danos e perdas e a

sua conseqüente desvalorização. O produto torna-se de má aparência e baixa

qualidade, principalmente devidos às marcas, deformações, etc., causadas por

pancadas, com pressão dos frutos.

No transporte dos frutos colhidos, dos seis (06) produtores entrevistados, apenas um

(01) afirma não utilizar algum tipo de cuidado para proteção destes, enquanto que

duas (02) unidades produtoras utilizam serpilha (fitas de madeira), as outras fazem

respectivamente o uso de capim, jornal e taboa no fundo da carroça.

Quanto ao tipo de embalagem utilizada para comercialização constatou-se que três

(03) os produtores utilizam caixa de madeira, caixa plástica e a granel; e os outros

três (03) fazem uso de caixa de madeira e a granel, nenhum deles utilizam caixa de

papelão.

De maneira geral, a atividade de embalar e acondicionar o mamão em caixas de

madeira é realizada pela maioria das vezes por comerciantes das CEASAs, e não

pelo produtor, o que gera pelo menos três aspectos negativos para o setor: o

primeiro se refere ao uso das caixas de madeira (de variadas características e

dimensões) prejudicando o aspecto visual e constitutivo da fruta, conferindo a ela

uma aparência depreciativa.

O segundo, refere-se à utilização de folhas de jornal usadas, que são impregnadas

por componentes à base de chumbo da tinta de impressão, nocivos à saúde. O

terceiro é que a atividade de embalar a fruta, que possibilita maiores ganhos

financeiros, não tem beneficiado o produtor já que tem sido realizada pelos citados

comerciantes.

Apesar de ser retornável e resistente, a caixa de madeira possui superfície áspera,

aberturas laterais cortantes e pode funcionar como foco de doenças. Sua

profundidade excessiva suporta volumes superiores aos recomendáveis,

comprometendo a durabilidade e a qualidade do produto (SEBRAE/ES, 2001).

Page 56: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

56

Quanto a questão de utilizar algum tipo de processo de controle da qualidade, 50%

dos entrevistados afirmaram que fazem o controle de seleção no momento de

embalar e outras utilizam produtos pós-colheita, sendo que a outra metade não

utiliza nenhum tipo de controle. Essa classificação permite que o produto seja

separado (selecionado, classificado) segundo a variedade, o tamanho e o limite

tolerado de defeitos, e “o mercado remunera melhor aquele que classifica melhor”.

Para finalizar esta pesquisa os entrevistados foram questionados se nos trabalhos

realizados existe assessoria por parte da INCAPER (Instituto Capixaba de Pesquisa,

Assistência Técnica e Extensão Rural), o resultado mostrou que apenas um (01) dos

entrevistados afirma receber assessoria deste órgão enquanto os outros alegaram

não receber auxílio técnico. Segundo os produtores entrevistados, embora haja a

procura de assessoria da Incaper, não obtém êxito, pois segundo eles, os técnicos

desse órgão público apresentam dificuldade de deslocamento até as lavouras,

devido a indisponibilidade de tempo e veículo.

De acordo com a Incaper, como os grandes produtores possuem assessoria de um

engenheiro agrônomo ou técnico agrícola não existe muita necessidade de

acompanhar suas atividades, sendo seu trabalho mais voltado para a divulgação dos

produtos e elaboração de projetos de construção de barragens para irrigação das

lavouras. Portanto no atual momento novos produtores, com pequena produção,

estão ingressando nesse ramo de atividade, exigindo assim assessoria técnica da

Incaper por não terem condições de manter em seu quadro de funcionários um

agrônomo ou um técnico agrícola.

Page 57: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

57

4 ANÁLISE E SELEÇÃO DAS FERRAMENTAS DE CONTROLE DA

QUALIDADE PARA A MELHORIA DA PRODUÇÃO

Depois de realizada a análise das ferramentas de controle da qualidade expresso no

capítulo 2 que podem ser aplicadas na produção do mamão para possibilitar uma

melhoria no desenvolvimento desta cultura, seis delas foram selecionadas:

� Fluxogramas;

� Células de produção;

� Qualidade na origem;

� Kanban;

� Diagrama de dependência; e

� Diagrama de programa de decisão.

A seguir está explicitada a aplicabilidade de cada ferramenta na produção do

mamão no município de Pinheiros-ES.

4.1 FLUXOGRAMAS

A utilização desta ferramenta na área da qualidade total está relacionada

diretamente com a determinação de um fluxo de operações, de forma precisa. A

elaboração e implantação do fluxograma no processo produtivo possibilita uma visão

geral de todo o processo por onde o produto transita, isto facilita a localização de

ações específicas de cada operação.

Além de permitir uma melhor visualização do processo, essa ferramenta indica

também os locais onde existe operações críticas ou momentos onde ocorre uma

encruzilhada de vários fluxos, que pode apresentar um “gargalo” na produção.

Na seção 3.3, referente ao processo de produção do mamão, observa-se a

aplicação desta ferramenta, que foi elaborada com o intuito de demonstrar

eficientemente todo o processo produtivo do mamão, que se inicia com a escolha da

Page 58: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

58

área para o plantio até o momento em que os caminhões deixam as lavouras

carregados da fruta com destino aos CEASA’s, que funcionam como centros de

distribuição do mamão para os varejistas.

No fluxograma da figura 9 apresentado na seção 3.3 verifica-se que o fluxo tem uma

seqüência lógica e que não apresenta congestionamentos na produção, no entanto,

vale ressaltar que a maneira como cada operação é conduzida afeta diretamente o

fruto, que por sinal possui casca bastante fina o que torna fácil a sua danificação.

Para que o mamão seja conservado, é interessante que os métodos utilizados para

o transporte da lavoura para o galpão, e do galpão para os centros de distribuição

sejam repensados, pois os métodos utilizados atualmente provocam danos

causando baixa qualidade do fruto.

As unidades produtoras devem também procurar novos meios para embalarem o

mamão, pois na forma a granel e em caixas de madeiras, o fruto também sofre

pequenas lesões, durante o manuseio, abrindo assim portas de entrada para

microorganismos (EMBRAPA – Empresa brasileira de pesquisa e agropecuária)

4.2 CÉLULAS DE PRODUÇÃO

As células de produção são utilizadas com o objetivo de organizar, da melhor forma

possível, o processo produtivo transformando os setores da empresa em clientes e

fornecedores uns dos outros.

Trazendo a utilização desta ferramenta para a área de plantação, cultivo, colheita e

transporte do mamão, sugere-se que os produtores façam uma divisão do trabalho,

estabelecendo as funções e as atividades específicas, de forma que não ocorra

tempo ocioso, ou seja, que cada grupo possa suprir a necessidade um do outro, no

lugar e momento certo.

Ao analisar o processo produtivo do mamão, percebe-se que esta ferramenta já vem

sendo utilizada, no entanto de forma não bastante correta, pois em vários momentos

Page 59: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

59

os embaladores ficam parados esperando que o mamão seja colhido para então

começarem a embrulhar e a alocar os frutos no meio de transporte a ser utilizado.

Para que estes pequenos problemas de atraso sejam solucionados, através das

células da produção, é importante que as tarefas e atividades sejam bem

distribuídas e programadas. Isso pode ser feito com reuniões, buscando a

participação de todos envolvidos no processo, e mostrando a melhor maneira para

se fazer às operações.

Um exemplo disso é no momento de fazer a colheita para uma carga, os colhedores

devem encontrar os frutos saudáveis nos pés de mamão, e isso é de

responsabilidade da equipe de monitoração da lavoura, que busca combater todos

os tipos de pragas e viroses que venham contra a plantação.

E para que os embaladores não fiquem “parados”, aguardando a chegada de uma

nova carreta com mamãos para serem embalados, faz-se necessário que duas

equipes façam o trabalho da colheita, e estas devem buscar uma sintonia perfeita,

cronometrando o tempo, para que quando uma está trazendo os frutos da lavoura

para o galpão a outra faça o percurso no sentido contrário.

A implantação desta ferramenta possibilitará as unidades produtoras uma nova

organização da produção, o que será responsável por reformar o sistema produtivo,

facilitando assim o fluxo, tornando-o mais rápido com um maior inter-relacionamento

entre as diversas áreas.

4.3 QUALIDADE NA ORIGEM

A qualidade na origem é um mecanismo que busca motivar a produção da qualidade

logo no primeiro esforço de produção. Sendo assim, a utilização desta ferramenta é

imprescindível, não só no setor em estudo, mas também nas diversas áreas, pois a

qualidade a muito tempo deixou de ser um diferencial competitivo e passou a ser

pré-requisito em qualquer setor.

Page 60: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

60

É de grande importância que os produtores procurem caminhos que os levem para

uma melhor aproximação com a qualidade, que deve começar no primeiro momento,

e é justamente na escolha da área a ser cultivada, procurando preencher os

requisitos estabelecidos pelos especialistas e órgãos competentes da área, tais

como: lugares com baixa declividade, longe de culturas que são hospedeiros de

viroses que danificam a plantação e que preferencialmente nunca tenha plantado

mamão. Vale ressaltar também que as demais etapas devem receber bons tratos, o

essencial é que busquem parceria com o INCAPER, para que o mesmo forneça um

profissional para o acompanhamento técnico da lavoura ou até mesmo a

contratação direta de um engenheiro agrônomo.

Agindo assim evita-se problemas maiores na produção, pois o agrônomo terá

capacidade para gerenciar da melhor forma quais os cuidados que a plantação

necessita para proporcionar os retornos desejáveis ao produtor. Ao optar por essa

assessoria as unidades produtoras terão um auxílio maior para fazer da melhor

forma possível as práticas agrícolas, respondendo questões como: Qual a melhor

adubação a ser feita? Quais defensivos agrícolas devem ser utilizados? Qual tipo de

irrigação optar? entre outros.

A qualidade das frutas passou a ser uma exigência dos mercados consumidores,

que buscam, além do aspecto externo, a garantia da qualidade interna, condições

estas que podem ser proporcionadas pela utilização de forma eficiente da

ferramenta qualidade na origem.

4.4 KANBAN

O kanban por ser uma ferramenta desenvolvida no Japão é bastante simples, e tem

a tendência de eliminar ações que podem comprometer a eficiência do processo.

Vale ressaltar que o Kanban pode ser formalizado não apenas como uma técnica ou

método, mas pode ser também um sistema que esteja voltado para a produtividade

do processo o que reflete diretamente nas áreas da qualidade e custos.

Page 61: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

61

Esta técnica utiliza uma estratégia de produção puxada a partir da frente, ou seja,

das fases seguintes, para que uma operação passe a atender a próxima etapa, faz-

se mister que as atividades anteriores tenham sido executadas.

Trazendo para a aplicação na produção do mamão, os “cartões de autorização”

podem ser utilizados para identificar que tipo de mamão está disponível para que

seja embalado, visto que na maioria das vezes, são feitas várias cargas

simultaneamente no mesmo galpão, então os cartões poderão servir para identificar

os frutos que estão no trator para serem alocados no caminhão, essa identificação

poderá ser por grau de maturação, tipo de mamão, para que as necessidades de

cada mercado consumidor possam ser atendidas.

Visto que no Kanban estão presentes os princípios do just in time tais como:

eliminação de perdas; redução da movimentação de materiais; flexibilização da

produção; racionalização de atividades em geral; entre outros. É interessante que o

processo produtivo seja reconsiderado, levando em consideração a eliminação dos

gargalos existentes no decorrer do processo.

Para eliminar as perdas, o processo de transporte de mamão a granel, por ser

responsável pelas elevadas perdas que ocorrem entre a produção e o consumo é a

fase que necessita de uma atenção maior, para que outro meio de transporte seja

utilizado com o objetivo de solucionar esse problema. O produtor poderá optar por

transportar os frutos em caixas de papelão ou de plástico, que apesar de ter um

custo maior pode possibilitar um retorno maior em termos de satisfação dos clientes,

que passarão a receber frutos com uma melhor aparência.

Os principais problemas para redução das perdas pós-colheita de mamão são

decorrentes de manejo impróprio da cultura na pré-colheita, colheita em estágio

inadequado de maturação, técnicas não integradas de controle de doenças e

condições que não são adequadas para transportar e armazenar os frutos. Como a

qualidade dos frutos é afetada por esses fatores, inerentes ao sistema produtivo, faz-

se necessário o ajuste dos mesmos para as condições regionais de produção para

determinada cultura.

Page 62: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

62

Em síntese, não existem estudos sistemáticos sobre o impacto desses fatores na

qualidade, bem como um sistema de produção e manuseio adequado de frutos de

mamoeiro (EMBRAPA, 1998).

É possível que ao implantar o Kanban possam aparecer exigências que dificultam a

sua aplicação, no entanto não é bom que essas restrições sejam vistas com

desvantagens do Kanban, pois na verdade são elementos que funcionam como

balizares no momento da implantação da Qualidade Total, principalmente, pela

eficiência que possibilitam nas atividades básicas de cada processo.

4.5 DIAGRAMA DE DEPENDÊNCIA

O diagrama de dependência está voltado para exploração da estrutura básica de um

grupo de atividades correspondentes a determinada questão. No entanto busca-se

uma separação das causas e dos efeitos, o que forma uma relação antecedende-

consequente que permite perfeita organização das ações a serem desenvolvidas.

Para construir um diagrama de dependência deve-se começar estabelecendo um

problema a ser considerado, que no caso da produção de mamão pode ser a

maneira como é feita a colheita, ou seja, as técnicas usadas no manuseio e

transporte da fruta até os galpões de embalagem.

Depois de definir qual o problema a ser estudado, começa então a se verificar quais

as prováveis causas e conseqüências do problema em questão, que nesse caso

podem ser citado como causas: falta de treinamento da mão-de-obra;

indisponibilização de estudos voltados para essa área, por parte dos órgãos

governamentais competentes; entre outros.

E como conseqüências podem-se listadas: frutos danificados; perda elevada da

produção; entre outros. Ao final pretende-se procurar uma estruturação melhor do

problema básico, ou seja, um conceito preciso do que seja efeitos e causas. Após

serem implantadas as melhorias necessárias, o diagrama pode ser refeito,

Page 63: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

63

eliminando as causas primárias já listadas, acrescentando outras observadas e

fazendo as alterações que supunham ser relevantes e a prática demonstrou não ser.

4.6 DIAGRAMA DE PROGRAMA DE DECISÃO

Um dos objetivos do diagrama de programa de decisão é justamente o de eliminar o

acontecimento de componentes inesperados e se possível minimizar sua influência

no processo. O diagrama procura identificar situações não esperadas, o que dá a

possibilidade de tomar uma decisão antecipada, caso sua ocorrência seja inevitável ,

é aconselhável listar todas as ações que poderam ajudar a minimizar seus efeitos.

Essa ferramenta no processo produtivo do mamão poderá ser aplicada na área onde

os acontecimentos não dependem pura e exclusivamente do produtor ou da unidade

produtora, ou seja, no ambiente externo. Um exemplo disso é o fato da possibilidade

de se trabalhar com seguros de carga, pois pelo fato de as rodovias estaduais e

federais estarem sucateadas e não oferecerem nenhuma segurança aos usuários o

transporte fica ameaçado, podendo ocorrer acidentes levando a perda total da

carga. Outra atitude também poderá ser o da busca de maiores informações sobre a

metereologia da região, o que possibilita um bom planejamento sobre melhores

técnicas e práticas agrícolas, como por exemplo, o tipo de irrigação a ser utilizado.

Um outro fator que chama a atenção é que essa ferramenta poderia auxiliar na

solução, é o fato de que em alguns períodos do ano o mamão simplesmente torna-

se escasso no mercado, fazendo com que o preço tenha um grande aumento. Neste

sentido, é válido que os produtores façam um planejamento caso isso ocorra eles

tenham produtos disponíveis para o mercado consumidor, e geralmente esse fato

acontece nos mesmos períodos, o que facilita o processo.

Essa questão pode ser resolvida se as unidades produtoras passarem a colher o

fruto na hora exata e indicada pelos especialistas, ou seja, no grau de maturação

mais indicado. Pois o que normalmente acontece é que no momento em que o preço

do produto tem um pequeno ajuste, a procura aumenta e o produtor passa a colher o

Page 64: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

64

mamão de todos os tipos e em qualquer estágio de maturação, utilizando produtos

químicos naqueles frutos que estão verdes para que alcancem o grau esperado.

Essas ferramentas apresentadas acima podem ter grande utilidade para que os

produtores de mamão melhorem o sistema produtivo desse produto. Desde que

sejam utilizadas de maneira correta, e que haja um comprometimento de todas as

partes envolvidas com o bom andamento dessa implementação.

Page 65: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

65

5 METODOLOGIA PARA O USO DAS FERRAMENTAS DE

CONTROLE DA QUALIDADE

Para que as ferramentas de controle da qualidade analisadas no processo possam

obter o resultado desejado, faz-se mister que seja realizado um bom trabalho de

conscientização juntamente com os produtores, engenheiros agrônomos, gerentes,

enfim todos os envolvidos no processo, para que os mesmos possam assimilar

melhor o que se pretende alcançar com esse trabalho.

Neste sentido, será elaborada uma cartilha, que esteja conforme as normas da

ABNT, que contenha gráficos, figuras ilustrativas, exemplos explícitos com dicas de

como essas ferramentas podem ser implantadas na produção do mamão. Vale

ressaltar que essa metodologia deverá conter uma linguagem simples possibilitando

um melhor aprendizado dos usuários.

Depois da elaboração dessa cartilha, deve-se seguir para o próximo passo que é

buscar parcerias com os próprios produtores, e se possível tentar a parceria com a

ASSIPES (Associação dos Irrigantes do Estado do Espírito Santo), para que

encontros, mensalmente, com os produtores interessados. Nesses encontros, os

participantes podem ter uma visão geral de todas as etapas de implementação

dessas ferramentas podendo inclusive sanar todas as dúvidas referentes a como

praticar o que está sendo proposto. Esse programa pode seguir as seguintes etapas:

� Fazer uma reunião inicial com os produtores e demais pessoas envolvidas,

mostrando a importância da utilização da Qualidade Total na produção de

mamão. Logo após essa primeira reunião, faz-se necessário programar

encontros mensais, para que o processo flua com rapidez e agilidade;

� Juntamente com as pessoas interessadas, escolher os problemas a serem

analisados e identificando as suas causas;

� Apresentar as ferramentas que podem solucionar as questões levantadas;

� Auxiliar os produtores na implementação dessas técnicas, com visitas

quinzenais as áreas em estudo, monitorando e avaliando todo o processo

para que tudo ocorra conforme o planejado;

Page 66: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

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� Acompanhar todos os resultados finais de cada implementação.

A figura 10 apresenta de forma detalhada e simplificada, as etapas que este

programa deverá cumprir.

Figura 10 - Etapas da metodologia a ser aplicada.

Na figura 10 estão os passos que devem ser seguidos. Antes de tudo é necessário

atrair os produtores, para que esse programa seja implementado de forma conjunta.

Depois de atrai-los, divulgando a relevância do uso das ferramentas da Qualidade

Total, começa então uma etapa de grande importância que é a identificação do

problema. Logo após deve ser apresentado as ferramentas que serão utilizadas,

sistematizando a metodologia de implementação das mesmas. Para que os

resultados desejados sejam alcançados, é interessante fazer uma avaliação e

acompanhamento periódico de todo esse processo, para sempre que for necessário

recomeçar.

Para garantir o alcance dos resultados é necessário que haja um envolvimento de

todos os recursos humanos participantes da cadeia produtiva. De fato, no contexto

da qualidade, é interessante que tenha grande envolvimento das pessoas, áreas e

Cooptação dos Produtores

Avaliar implementação

Relevância do uso das ferramentas da Q.T.

Identificar problemas

Apresentar ferramentas

Sistematizar metodologia de implantação das ferramentas

Acompanhar implementação

Page 67: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

67

setores nas tarefas que buscam maior direcionamento dos produtos e serviços da

empresa para o atendimento ao cliente.

Este envolvimento se formaliza quando são determinadas metas globais da

qualidade, cujo alcance depende de ações desenvolvidas em nível de setores e

indivíduos. A qualidade está sempre centrada em processos dinâmicos de melhoria

contínua, direcionando os esforços para otimização do processo.

A metodologia ora apresentada requererá maiores estudos quanto ao seu

desenvolvimento e implantação, bem como avaliação dos processos envolvidos,

pretende-se com esta ação dinamizar e contribuir para o desenvolvimento regional

da produção de mamão. Para tanto necessita-se de parcerias para viabilização

deste projeto, transpondo-o das margens de trabalho acadêmico para transforma-lo

em ação real e concreta do sistema produtivo.

Page 68: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

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6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

De um modo geral a agricultura tem grande influência na economia do município de

Pinheiros e neste sentido, é valido que sempre busque maneiras mais eficientes de

conduzir o sistema produtivo do mamão, pois assim, futuramente, a fruticultura da

região poderá apresentar grande competitividade, podendo até ganhar

oportunidades nacional e internacional, porque cada vez mais os consumidores têm

exigido produtos com qualidade.

Vale ressaltar também que o agronegócio, quando desenvolvido de forma moderna,

transforma-se em uma alternativa de investimento econômico, que tem grande

contribuição na geração de renda deste segmento, aumentando assim a

competitividade das agroindústrias de alimentos, dando assim possibilidade de

criação de novos empregos no setor rural, contribuindo para amenizar a grande crise

de desemprego que o Brasil enfrenta na atualidade.

b

A partir das análises apresentadas nessa pesquisa, foi possível indicar para os

produtores de mamão, ferramentas de controle da qualidade que podem trazer

melhorias contínuas na produção e comercialização dos seus produtos identificando

e selecionando as principais ferramentas de controle da qualidade existentes e que

são compatíveis com a área em estudo. Esta pesquisa ressalta ainda, que um dos

pré-requisitos estabelecidos pelos especialistas e órgãos competentes da área é que

seja escolhidos lugares que preferencialmente nunca tenham sido cultivado mamão,

o que futuramente poderá acarretar um grande problema para os produtores, ou

seja, não disponibilizarão de terras suficientes para cultivar o fruto.

Apesar dos grandes avanços que as frutas brasileiras tiveram nos últimos anos, elas

ainda apresentam grandes perdas e baixa qualidade, conseqüência da ausência do

gerenciamento em todos os processos produtivos, fazendo com que aumente os

prejuízos para os produtores e preços altos aos consumidores. Sendo assim, o

grande desafio, hoje, é produzir mais e melhor com baixos custos, oferecendo aos

clientes e consumidores produtos de qualidade a preços acessíveis.

Page 69: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

69

Atualmente, existe uma crescente busca e valorização para alimentos que

proporcionem melhorias na qualidade de vida e bem estar das pessoas, priorizando

a saúde humana e respeitando o meio ambiente. Neste aspecto se os produtores de

mamão passarem a adotar métodos adequados para fazer as práticas agrícolas

necessárias, desde o processo de plantação, passando pela colheita e chegando até

a comercialização, os elevados percentuais de danos e perdas atuais sofreriam uma

grande queda o que proporcionaria um ganho na produção.

As unidades produtoras da região de Pinheiros devem buscar maneiras de melhorar

continuamente o seu processo de plantação, cultivo, colheita, transporte e

embalagem do mamão, de acordo com as exigências do mercado, identificar as

oportunidades e necessidades dos clientes potenciais, para então proporcionar seus

produtos.

A busca pela melhoria contínua da qualidade deve ser incessante, principalmente

nessa área em estudo, pois agindo assim os produtores podem expandir seus

negócios. Isso resultará em um setor mais produtivo e competitivo, que certamente

será um dos grandes responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento da região.

Recomenda-se que a partir do trabalho realizado, as ferramentas de controle da

qualidade aplicáveis na agricultura possam ser estudadas com mais detalhes, tendo

em vista a grande importância do tema na atualidade, como fator de competitividade

para o setor.

Ao iniciar esse trabalho, não se pensou em esgotar o assunto, pois é de

conhecimento de todos a expansão e amplitude da área em estudo. Sendo assim,

sugere-se que seja realizada uma nova pesquisa direcionada para as deficiências

apontadas, visando solucioná-las e identificar novas oportunidades que podem ser

feitas pelos órgãos responsáveis por pesquisa e assistência técnica (Embrapa,

Incaper), alunos que tiverem interesse em estender a pesquisa ou até mesmo por

profissionais da área que tenham interesse pelo tema.

Page 70: ferramentas de controle da qualidade aplicáveis na cultura do

70

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