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FERRAMENTARIA MARÍTIMO

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FERRAMENTARIA

MARÍTIMO

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Sumário

1 Instrumentos de Medidas Mecânicas .............................................................. 51.1 Introdução ............................................................................................................ 51.2 Escala Graduada ................................................................................................. 71.3 Compasso ...........................................................................................................151.3.1 Identificação ........................................................................................................151.3.2 Tipos de Compasso ............................................................................................161.3.3 Utilização Prática ................................................................................................181.3.4 Cuidados.............................................................................................................201.4 Micrômetros ........................................................................................................211.4.1 Identificação e nomenclatura ..............................................................................211.4.2 Tipos e aplicações ..............................................................................................221.4.3 Princípio de Funcionamento ...............................................................................231.4.4 Utilização Prática ................................................................................................261.4.5 Normas de conservação .....................................................................................271.5 Calibre Vernier ....................................................................................................281.5.1 Identificação e nomenclatura ..............................................................................281.5.2 Tipos e aplicações ..............................................................................................291.5.3 Princípio de Funcionamento ...............................................................................301.5.4 Utilização Prática ................................................................................................371.5.5 Normas de conservação .....................................................................................381.6 Relogio Comparador ...........................................................................................391.6.1 Finalidades .........................................................................................................391.6.2 Funcionamento ...................................................................................................391.6.3 Aplicações ..........................................................................................................40

2 Ferramentas de uso comum ............................................................................412.1 Martelo e Macete ................................................................................................412.2 Chave de Fenda .................................................................................................452.3 Punções ..............................................................................................................492.4 Alicates ...............................................................................................................532.5 Torquês ...............................................................................................................552.6 Corta-Parafusos ..................................................................................................562.7 Torno de Bancada...............................................................................................572.8 Chave de Aperto .................................................................................................61

3 Ferramentas Para Corta Metais .......................................................................673.1 Tesouras Manuais ...............................................................................................673.2 Arco de Serra......................................................................................................703.3 Talhadeira e bedame ..........................................................................................743.4 Lima ....................................................................................................................79

4 Ferramentas de Furar Metais ...........................................................................844.1 Brocas.................................................................................................................844.2 Máquina de Furar................................................................................................874.3 Escareadores e Rebaixadores ............................................................................92

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5 Ferramentas de Abrir Rosca ............................................................................945.1 Rosca..................................................................................................................945.2 Macho de Rosca .................................................................................................975.3 Tarraxa de Rosca.............................................................................................. 100

6 Ferramentas para Tubos ................................................................................ 1056.1 Tubos ................................................................................................................ 1056.2 Operação de abrir rosca em tubo ..................................................................... 1076.3 Operação de Virar Tubos .................................................................................. 1096.4 Operação de Abrir Boca de Sino em Tubos...................................................... 110

7 Parafusos e Acessórios Afins ....................................................................... 1117.1 Parafusos e Porcas .......................................................................................... 1117.2 Arruelas ............................................................................................................ 1157.3 Pinos ................................................................................................................. 116

Biblografia ................................................................................................................. 117

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5FERFER

1 Instrumentos de Medidas Mecânicas

1.1 Introdução

Os marítimos em suas lides à bordo necessitam utilizar diversos instrumentos eferramentas de trabalho. O conhecimento adequado do seu emprego é fundamental parao bom desempenho das atividades cotidianas.

Esta disciplina apresenta informações básicas sobre os instrumentos de medidasmecânicas e de diversos tipos de ferramentas e acessórios empregados a bordo.

Por que surgiram os números

Naturalmente os primitivos sentiram necessidade de avaliar a sucessão dos dias.A quantidade de frutos que colhiam para o seu sustento e da quantidade de animais quepara serem divididos entre os componentes da sua tribo.

Dessa maneira surgiu o primeiro conjunto numérico.

Conjuntos dos Números Naturais

N* {1, 2, 3, 4, 5...}

Quando se acrescenta o símbolo “*” (estrela), indica que o zero foi excluído doconjunto. Porém entre os números 1 e 2 existem uma infinidade de valores.

Exemplos: {1,1/2,1/4,1/8,1/16,1/32,1/64,1/28...2}

Esses valores representam justamente as frações.

Fração é uma das partes de um inteiro que se divide em partes iguais. Se dividirmosuma barra de chocolate em 3 partes e comermos 2, restará um número fracionário.

Observe as frações:

2 numerador3 denominador

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1 meio ou 1 sobre 22

1 um terço ou 1 sobre 3 3

1 um quarto ou 1 sobre 4 4

2 é o numerador, indica quantas das partes divididas devem ser tomadas.

3 é o denominador, é ele que indicaca em quantas partes o “todo” foi dividido.

3 16 5 32

6 10

9 100

4 1000

16 16

2 2

4 4

1 6

1 7

1 8

1 9

8 4

um sexto; um sétimo; um oitavo; um nono

Observação

O traço de fração significa divisão. Assim, = 2 , isto é, 8 + 4 = 2

Quando o denominador de uma fração for de 11 em diante, lemos o numerador edenominador acrescentando a palavra avos.

Exemplos:

a) três dezesseis avos ou 3 sobre 16

b) cinco trinta e dois avos ou 5 sobre 32

Quando o denominador for 10, 100, 1000, lemos o numerador acompanhado dapalavra décimo, centésimo ou milésimo.

Exemplos:

seis décimos, nove centésimos, quatro milésimos

Quando numa fração o numerador e o denominador forem iguais, a fração seráigual ao inteiro.

= um inteiro; = um inteiro; = um inteiro

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7FERFER

Propriedade Fundamental da Fração

Quando multiplicamos ou dividimos ambos os termos (numerador e denominador)de uma fração pelo mesmo número, a fração não se altera, obtemos frações equivalentes.

Assim veremos que:

Isso significa que, se eu dividir uma maçã em 4 partes iguais e comer 3 partes (3/4)eu vou comer a mesma quantidade de maçã, caso eu divida ela em 8 partes e coma 6partes (6/8).

Isso é 3/4 = 6/8, de acordo com a propriedade fundamental da fração.

1.2 Escala Graduada

Identificação

A escala ou régua graduada é um dos mais simples instrumentos de medida linearutilizados nas oficinas. É constituída de uma régua em forma de lâmina, normalmente deaço inoxidável ou aço carbono, com faces planas e paralelas, onde estão gravadas asmedidas em polegadas e suas frações (pelo sistema inglês) e em centímetros e milímetros(pelo sistema métrico).

A sua graduação se faz em 1/2, 1/4, 1/8, 1/16 e 1/32 da polegada e em centímetrose milímetros.

Escala ou régua graduada

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Finalidade

A escala graduada é um instrumento de fundamental importância, utilizada nasoficinas mecânicas para medidas lineares como marcar linhas, medidas de comprimentocom face de referência, pontos de referência, e para regular abertura de compasso ouinstrumentos utilizados para transportar medidas, quando não há exigência de precisão.

As figuras a seguir mostram como pode ser feita a leitura com as escalas graduadas.

Medida com escala Emprego da régua de aço

Transferência de medidas Medida interna

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9FERFER

Tipos de Escala Graduada

A escala graduada apresenta-se sob vários tipos para as mais variadas tarefas demedições.

Escala de Profundidade

Utilizada para medir profundidade de furos, rasgos dechavetas e outros rebaixos.

Escala de Encosto Interno

Utilizada para medir comprimentocom a face interna de referência.

Escala de Encosto Externo

Utilizada para medição de comprimento de uma face externa com um encosto quedeve estar perfeitamente no plano perpendicular à face da peça para uma boa medição.

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Leitura da Escala em milímetro

A leitura é feita pelo sistema métrico decimal

A graduação da escala consiste em dividir 1 centímetro em 10 partes iguais.

Graduação de escala.

Na figura abaixo, temos a leitura das medidas 0 = 30, p = 34 e q = 40 milímetrosLeitura de medidas em espaços marcados.

Leitura da Escala em Polegada

Representação em polegada:

• ( “ ) - 1” = uma polegada; ou• (in) - 1 in = uma polegada

Intervalo referente a 1" (ampliado).

ortem1 sortemíced01

ortemíced1 sortemítnec01

ortemítnec1 sortemílim01

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11FERFER

Divisão da polegada nas graduações da escala.

As graduações da escala são feitas, dividindo-se a polegada em 2, 4, 8, 16 e emalguns casos, em 32 partes iguais.

Divisão de 1" por 2.

A distância entre traços é igual a 1/2" (1/2 polegada). Somando as frações, teremos:• 1/2” + 1/2” = 1”

Divisão de 1" por 4

Distância entre traços é igual 1/4" (1/4 da polegada). Somando-se as frações,teremos:

• 1/4" + 1/4" = 1/2"• 1/4" + 1/4" + 1/4" = 3/4"• 1/4" + 1/4" + 1/4" + 1/4" = 1"

Observação: Operando com frações ordinárias, sempre que o numerador e odenominador forem números que possam ser divididos pela mesma quantidade, devemossimplificar a fração.

Exemplo: + =

Simplificando, teremos: =

Divisão de 1" por 8.

1 2

2 ̧2 4 ̧2

1 4

1 4

2 4

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Distância entre traços é igual a 1/8. Somando as frações, teremos:• 1/8" + 1/8" = 2/8" = 1/4"• 1/8" + 1/8" + 1/8" = 3/8"• 1/8" + 1/8" + 1/8" + 1/8"= 4/8" + 1/2"• 1/8" + 1/8" + 1/8" + 1/8" + 1/8" = 5/8"• 1/8" + 1/8" + 1/8" + 1/8" + 1/8" + 1/8" = 6/8" = 3/4"

Divisão de 1" por 16.

A distância entre traços é igual 1/16". Somando as frações, teremos:• 1/16" + 1/16" = 2/16" = 1/8"• 1/16" + 1/16" + 1/16" = 3/16"

Divisão de 1" por 32.

A distância entre traços é igual 1/32". Somando as frações, teremos:• 1/32" + 1/32" = 2/32" = 1/16"• 1/32" + 1/32" + 1/32" = 3/32"• 1/32" + 1/32" + 1/32" + 1/32" = 4/32' = 2/16" = 1/8"

Exemplos de medidas:

Leitura de frações de polegadas em régua graduada.

Temos as medidas f = 1 1/16", g = 1 1/4", h = 1 3/4", e i = 15/16".

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Existe uma variedade de aplicações práticas aos mais diversos tipos de escalagraduada como você pode verificar:

Medição de Comprimento com Face de Referência

Medição de Comprimento com Face Interna de Referência

Transferência de Medida com Escala em Milímetro

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Medição do Diâmetro da Peça

Medição de Comprimento sem Encosta de Referência

Características da Escala Graduada

• Ser, de preferência, de aço inoxidável;• bom acabamento;• graduação uniforme; e• apresentar traços bem finos, profundos e bem visíveis.

Normas de Conservação

• Evitar quedas e contatos com outras ferramentas;• evitar flexioná-la, para que não se empene ou quebre;• limpá-la após o uso, removendo o suor e a sujeira; e• aplicar uma ligeira camada de óleo fino após o uso.

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1.3 Compasso

1.3.1 Identificação

Compasso é um instrumento de medida construído de aço-carbono, constituído deduas pernas, que se abrem e se fecham através de uma articulação. As pernas podemser retas, terminadas em pontas afiladas e endurecidas, de uma perna reta e outra curva.

O compasso de pernas retas é denominado de compasso de pontas. O com umaperna reta e outra curva é denominado compasso de centrar ou hermafrodita.

As pontas do compasso podem ser afiadas. A afiação é feita no esmeril ou napedra de afiar, e se faz pela parte externa. Ao se afiar, deve-se ter o cuidado de manter asduas pernas com o mesmo comprimento, o que é importante para se obter um bom traçado.

Finalidades

O compasso é um instrumento destinado ao traçado de arcos, circunferência,perpendiculares, divisão de ângulos, marcação de centro, etc.

É um dos mais antigos instrumentos de comparação. Depende do tato para mediruma peça, transfere a medida para uma escala graduada, calibre vernier ou micrômetro econseguem uma boa leitura.

A abertura do compasso poderá ser medida com auxílio de uma escala.

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1.3.2 Tipos de Compasso

Existem compassos de vários tipos, formatos e tamanhos, de maneira a seremutilizados em uma variedade de tarefas. Basicamente os principais tipos são os compassosde fricção e de mola.

Compasso de Fricção

As pernas do compasso de fricção são simplesmentearticuladas, sendo a abertura mantida apenas pela fricção ou peloaperto que se dá na articulação.

O seu uso não é recomendável, quando há necessidade demuita precisão. Existem compassos de fricção para váriasmodalidades de trabalhos.

Compasso de Pontas de Fricção

Utilizado para traçar circunferências de raios determinados epara transportar medidas lineares.

Compasso de Centrar de Fricção (Hermafrodita)

Utilizado para traçar centro de uma peça cilíndrica ou uma retaparalela a uma superfície plana.

Compasso de Fricção de Medidas Externas

Este compasso pode ser travado pela articulação e servepara efetuar medidas das faces externas de uma peça.

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Compasso de Fricção de Medidas Internas

Este compasso também pode ser travado pela articulação eserve para efetuar medidas das faces internas de uma peça.

Compasso de Molas

Este compasso possui geralmente umdispositivo de ajustagem constituído de um parafuso ede uma porca que dá tensão em uma mola, abrindo oufechando as pontas e permitindo a abertura desejada.

É um dos tipos de compasso mais utilizadosdevido à mola, ao parafuso e à porca de regulagem,fatores que o tornam um instrumento recomendávelquando há necessidade de maior precisão na medida.

Assim como ocorre com os compassos defricção, existem compassos de molas para váriasmodalidades de tarefas, tais como traçar linhas, circunferências, transportar medida, etc.

O limite máximo da abertura destes compassos é determinado pelo contato dasfaces internas das partes superiores das pernas, como mostrado na figura acima.

O fechamento do compasso é determinado pelo contato das faces internas inferioresdas pernas, nas proximidades das pontas.

Compasso de Pontas

Utilizado para traçar circunferências, arcos de circunferências,para transportar medidas.

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Compasso Hermafrodita

É constituído pela metade compasso de medida externae metade do de ponta. É utilizado para determinar o centro deuma peça cilíndrica e traçar uma reta paralela a uma superfícieplana.

É um instrumento de maior precisão e sensibilidade queos demais, devido à ação da mola, que o mantém sob tensão,e à possibilidade de aberturas com medidas mais precisas,por meio de parafuso e da porca de regulagem.

Compasso de Molas de Medidas Externas

É provido de um parafuso que permite ajustamentos finais.Nesse caso, depois que as pernas são ajustadas a uma medidaaproximada, o ajuste final é feito com alguns giros da porcarecartilhada.

Compasso de Molas de Medidas Internas

Também provido de parafuso que permite ajustamentos finais.

1.3.3 Utilização Prática

Centragem da base de uma peça cilíndrica

Quando se faz a centragem aproximada da base deuma peça cilíndrica, dá-se a abertura aproximada do raio e,com a face de contato em pontos opostos, traçam-se quatroarcos que se cortam. O centro fica no interior dessequadrilátero curvilíneo. Observe a figura.

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19FERFER

Traçado de uma linha paralela a uma superfície plana

Vale ressaltar que para a traçagem de umasuperfície, passa-se uma leve camada de verniz oualvaiade, com pincel na face da peça que vai receber otraçado, para que os traços se destaquem com nitidez

Acerta-se a medida na escala (a) e faz-se o traçado napeça (b).

Tomada e transporte de medida

Tomada a medida na escalagraduada e o transporte desta medidauma ou mais vezes, como mostra afigura.

Compasso utilizado para medir a espessura de uma peça

Medindo distâncias entre superfícies

Nesse caso as duas pontas do compassodevem tocar as superfícies ligeiramente. Isto éobtido por um ligeiro movimento de vaivém,sentindo-se o contato com a peça.

(a) (b)

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1.3.4 Cuidados

Para que o compasso esteja em boas condições de uso é indispensável que:

• as pontas sejam afiadas na pedra de afiar;

• as pernas estejam iguais; e

• o deslocamento das pernas se faça no mesmo plano.

Normas de Conservação

• os compassos devem estar bem ajustados.

• as pontas devem estar bem afiadas.

• devem ser mantidos isolados de outras ferramentas.

• deve-se proteger contra golpes e quedas.

• deve-se lubrificar após o uso.

• as pontas devem ser protegidas com madeira ou borracha.

• as pontas devem ser acertadas corretamente, na forma e no comprimento,empregando a pedra de afiar.

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1.4 Micrômetro

1.4.1 Identificação e nomenclatura

São instrumentos largamente empregados nas indústrias mecânicas, os quaispermitem medir, por leitura direta, quando a aproximação das medidas nas peças tem deser mais precisa do que permite o calibre vernier.

O funcionamento do micrômetro assemelha-se ao princípio do deslocamento deum parafuso, no sentido longitudinal, quando ele gira em uma porca. Todos eles funcionambaseados no mesmo princípio, são usados e lidos da mesma maneira, tanto os micrômetros,em polegadas, como os micrômetros, em milímetros, mudando apenas os valores dasdivisões.

Nomenclatura dos micrômetros:

1 - ferradura2 - contatos3 - haste4 - trava5 - escala fixa6 - tambor com escala móvel7 - catraca8 - punho

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Finalidades

Em um calibre vernier, pode-se fazer medidas com uma aproximação de 1/128polegada. Este grau de aproximação, entretanto, não será suficiente para os serviçoschamados de alta precisão.

Para medidas rigorosas que exigirem alta precisão devemos utilizar o micrômetro.

1.4.2 Tipos e aplicações

Existem micrômetros de vários tipos, a saber:

Micrômetro Externo

Micrômetro com Arco Profundo

Utilizado para medição de chapas.

Micrômetro com Disco

Utilizado para medição de papel, de cartolina, couro e borracha. Também éempregado para a medição de engrenagem.

Micrômetro com Batente Cilíndrico

Utilizado para medir a espessura de paredes de tubos.

Micrômetro para Medir Parede de Tubos

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23FERFER

Micrômetro para Medir Roscas

Micrômetro de Profundidade

Utilizado para medir profundidade de furos, ranhuras,canais de chavetas, etc. vem acompanhado com haste devários comprimentos que são introduzidas em um furo existenteno centro da base.

Micrômetro para Medidas Internas

Os micrômetros internos podem ter váriasaplicações, utilizando-se o conjunto de hastesintercambiáveis.

1.4.3 Princípio de Funcionamento

A construção do micrômetro se baseia no princípio do parafuso, que avança ourecua uma distância correspondente a uma volta completa do passo do parafusomicrométrico.

A escala fixa dispõe de uma graduação longitudinal de uma polegada decomprimento, dividida em 40 partes iguais. Daí, concluímos que cada divisão equivale a1/40 da polegada, que corresponde a 25 milésimo da polegada (0,025").

O tambor possui uma escala(móvel) dividida em 25 partes iguais;conseqüentemente, cada divisãoequivale a um milésimo da polegada deavanço da haste (0,001").

A haste do micrômetro (na qual épreso o tambor) é roscada e atarraxadaem uma porca fixa de maneira que, sedermos uma volta completa no tambor,haverá um deslocamento, avanço ourecuo, na haste do micrômetro igual a25 milésimo da polegada (0,025").

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Leitura do Micrômetro em Polegadas

• Leitura da Escala Fixa

Estando o micrômetro fechado, se dermos uma voltacompleta no tambor, teremos um deslocamento no parafusomicrômetro igual ao seu passo (0,025"), aparecendo oprimeiro traço na escala fixa. A leitura da medida será 0,025".Dando-se duas voltas completas, aparecerá o segundo traço:a leitura da medida será 0,050", e assim sucessivamente.

• Leitura do Tambor

Sabendo-se que uma volta do tambor equivale a 0,025", tendo o tambor 25 divisões,conclui-se que cada divisão do tambor equivale a 0,001".

Uma volta do tambor = 0,025"Número de divisão do tambor = 25Cada divisão do tambor = 0,025 =0,001”

25

Assim sendo, se fizermos coincidir o primeiro traço do tambor com a linha dereferência da escala fixa, a leitura será 0,001", o segundo traço 0,002"e o vigésimo quartotraço 0,024"

Sabendo-se a leitura da escala fixa e a do tambor,podemos ler qualquer leitura registrada no micrômetro.

Para efetuarmos a leitura, soma-se a leitura daescala fixa com a do tambor: 0,225" + 0,012" = 0,237"

Para efetuarmos a leitura do micrômetro, soma-se a leitura da escala fixa com a dotambor. Exemplo:

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25FERFER

Leitura do Micrômetro em Milímetros

• Leitura da Escala Fixa

A escala fixa dispõe de graduação longitudinal de 25 milímetros de comprimentodividida em 50 partes iguais. Daí, concluímos que cada divisão da escala corresponde a0,5 de milímetro.

Estando o micrômetro fechado, dando uma volta no tambor, termos deslocamentona haste igual ao passo do parafuso micrométrico (0,50mm), aparecendo o primeiro traço

na escala fixa. A leitura será 0,5 milímetro. Dando-se duas voltas completas, aparecerá osegundo traço, e a leitura será 1,00 milímetro, e assim sucessivamente.

• Leitura do Tambor

Sabendo-se que uma volta do tambor equivale a 0,50mm, tendo o tambor 50divisões, concluímos que cada divisão equivale a 0,01mm.

Uma volta do tambor = 0,050mmNúmero de divisão do tambor = 50Cada divisão do tambor = 0,50 = 0,01mm

50

Assim sendo, se fizermos coincidir o primeiro traço do tambor com a linha de

referência da escala fixa, a leitura será 0,01mm , o segundo traço 0,02mm e o quadragésimonono traço 0,49mm .

Sabendo-se a leitura das escala fixa e do tambor, podemos ler qualquer medidaregistrada no micrômetro.

Exemplo: Para efetuarmos a leitura da medida, somamos a leitura da escala fixacom a do tambor.

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26

Faça a leitura e escreva a medida na linha abaixo:

Solução do exemplo :2,5 mm (escala fixa)0,14 mm2,64 mm

1.4.4 Utilização Prática

A aplicação do micrômetro para diâmetros externos requer cuidados especiais,não só para obtenção de medidas precisas, como para a conservação do instrumento.Portanto, fique atento a alguns passos importantes:

Processo de Utilização

1o Passo: Faça a limpeza dos contatos:• utilize uma folha de papel limpo;• abra o micrômetro;• feche o micrômetro, usando a catraca, até prender a folha do papel; e• retire a folha do papel por baixo.

2o Passo• Feche o micrômetro, usando apenas a catraca.• Observe a concordância da escala fixa com o tambor.

3o Passo: Faça a medida:• gire o tambor a uma abertura maior que a medida da peça;• apóie o micrômetro na palma da mão esquerda;• prenda a peça entre os dedos indicador e médio;

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27FERFER

• encoste o contato fixo em uma das extremidades do diâmetro da peça;• feche o micrômetro, suavemente, usando apenas a catraca;• anote a medida;• abra o micrômetro e retire a peça sem que os contatos a toquem.

Medição do Diâmetro Externo

Utilização do Micrômetro de medida Interna

Utilização do Micrômetro para a Parede Interna do Tubo

1.4.5 Normas de Conservação

• Evitar contatos com outras ferramentas.

• Evitar choques e quedas.

• Evitar danificar entalhes prejudicando a sua escala.

• Limpar o micrômetro, secando-o com pano limpo e macio, após o uso.

• Guarda o micrômetro destravado, com os contatos ligeiramente afastado.

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28

1.5 Calibre Vernier

1.5.1 Identificação e Nomenclatura

Calibre Vernier é um instrumento finamente acabado, geralmente construído deaço inoxidável, apresentando escala graduada em milímetro e em polegada.

O instrumento compõe-se de uma régua graduada sobre a qual corre uma escalamóvel (cursor) denominada de nônio ou vernier, que permite leitura da menor divisão daescala móvel. A denominação nônio é dada pelos portugueses em homenagem a PedroNunes, a quem é atribuída a sua invenção; e a denominação vernier é dada pelos francesesem homenagem a Piere Vernier, que eles afirmam ter sido o inventor. O calibre Vernier étambém muito conhecido com o nome de paquímetro.

Calibre vernier com as suas principais partes.

1) escala fixa2) escala móvel3) orelha fixa4) orelha móvel5) bico fixo6) bico móvel7) nônio em polegadas8) nônio em milímetros9) parafuso de fixação10) vareta de profundidade

Finalidades

Freqüentemente, o mecânico necessita medir diâmetros externos e internos,comprimentos, espessura e profundidade de peças com precisão. Para isso, ele utiliza ocalibre vernier. Ele nos permite medir valores fracionários em milímetros e polegadas commuita precisão.

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29FERFER

Medição de peça cilíndrica

Medição externa

Medição interna

1.5.2 Tipos e aplicações

Calibre Vernier Universal

Utilizado para medidas interna, externa e de profundidade.

Calibre Vernier de Profundidade

Utilizado para medir a profundidade de furos não vazados,rasgos, rebaixos, etc.

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30

Calibre Vernier com Braços Alongados

Utilizado para medidas internas.

Calibre Vernier com Bicos Tipo Lâmina

Utilizado para medidas externas de pequena espessura.

1.5.3 Princípio de funcionamento

Leituras do Calibre Vernier pelo Sistema Métrico

Para efetuar medidas em um calibre vernier pelo sistema métrico, é necessárioconhecer os valores dos traços das escalas.

• Leitura da Escala Fixa

Realizada por meio do deslocamento do cursor.

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31FERFER

Se deslocarmos o cursor do calibre vernier até que o zero do nônio coincida com oprimeiro traço da escala fixa, a leitura medida é 1mm, no segundo traço 2mm , no terceirotraço 3mm, no décimo sétimo traço 17mm, e assim sucessivamente.

• Leitura da Escala Móvel

Por meio da escala móvel (nônio), podemos registrar várias frações do milímetro eo primeiro passo é conhecer qual a aproximação.

A aproximação é dada conforme a divisão da escala móvel (nônio). Existem calibresvernier que possuem 10 divisões na escala móvel (nônio), outros com 20 divisões e algunscom 50 divisões.

A aproximação se obtém, dividindo o menor valor da escala fixa pelo número dedivisões da escala móvel (nônio ou vernier) conforme a fórmula abaixo.

a = e onde: n

a = aproximaçãoe = menor valor da escala fixan = número de divisões do nônio (vernier)

Exemplos

O nônio com 10 divisões e substituindo os valores na fórmula teremos:e = 1mmn = 10 divisõesa = 1mm = 0,1mm

10 divisões

O nônio com 20 divisões e substituindo os valores na fórmula teremos:

e = 1mmn = 20 divisõesa = 1mm = 0,05mm

20 divisões

O nônio com 50 divisões e substituindo os valores na fórmula teremos:

e = 1mmn = 50 divisõesa = 1mm = 0,02mm

50 divisões

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32

Leitura da Escala em Milímetro com Nônio de 10 Divisões

Na escala fixa do calibre vernier, a leitura feita até antes do zero do nônio correspondeà leitura em milímetros inteiros.

Em seguida, deve-se contar os traços do nônio até o ponto em que um deles coincidircom um traço da escala fixa, para obtermos os décimos de milímetros.

Depois, soma-se o número lido na escala fixa ao número lido no nônio.

Exemplo

Quando o menor valor da escala fixa é 1 milímetro e a escala móvel ou o nônio tem10 divisões, podemos obter o valor da aproximação.

e = 1mmn = 10 divisõesa = 1mm = 0,1mm

10 divisões

Significa dizer que cada divisão do calibre vernier permite uma aproximação de0,1mm.

Em um calibre vernier que possui 10 divisões na sua escala móvel, quando fazemoscoincidir o primeiro traço do nônio com o primeiro traço da escala fixa, a abertura docalibre vernier será de 0,1mm, quando coincide com o segundo traço será de 0,2mm, como terceiro traço 0,3mm, e assim sucessivamente, como é mostrado nas figuras.

Escala em milímetros e Nônio com 10 divisões

0

0

ESCALA FIXA

ESCALA M VEL

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33FERFER

Leitura do Calibre Vernier pelo Sistema Inglês

• Leitura da Escala Fixa

O Sistema Inglês é a leitura do calibre vernier em polegada.

Para efetuarmos a leitura pelo sistema inglês, é necessário conhecermos bem todosos valores dos traços das escalas.

A escala fixa do calibre vernier é dividida em polegadas. Cada polegada é divididaem 16 partes iguais. Observe a figura.

Quando deslocamos o cursor do calibre vernier até que o primeiro traço do nôniocoincida com o primeiro traço da escala fixa, a leitura da medida será 1/16" , no segundotraço 1/8" , no décimo traço 5/8" .

Na figura a seguir, o zero do nônio está coincidindo no quarto traço após a sétimapolegada. A leitura é 7 1 (sete polegadas e um quarto). 4

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34

• Leitura da Escala Móvel (Nônio)

O calibre vernier nos permite, através do nônio, medir valores fracionários de maiorsensibilidade, e no primeiro passo devemos conhecer a aproximação do instrumento.

a = e n

e = 1 16

Se n = 8 divisões, então, substituindo os valores na fórmula temos:

Assim, uma divisão do nônio vale: 1” 128

Duas divisões do nônio valem 2” ou 1” e assim por diante. Observe a figura. 128 64

Assim, quando deslocamos o cursor do calibre vernier até que o primeiro traço donônio coincida com o da escala fixa, a leitura da medida será 1/128". Com o segundo traço1/64", com o terceiro traço 3/128" e, assim, sucessivamente.

8 16 1

a ==== Þ 128

1" a

8 1

x 161

a ====∴∴∴∴====

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35FERFER

Quando o quarto traço do nônio coincide com o da escala fixa. A leitura da medidaé: 1 + 1 + 1 + 1 = 4 . Simplificando, teremos 1” 128 128 128 128 128 32

Na figura ao lado, temos:

Soma de leituras da escala fixa e do nônio:

• Leitura da escala fixa:

• Leitura do nônio:

• A soma das duas leituras será:

Processo para a leitura de medidas no calibre vernier

Exemplo 1:

Multiplica-se o número de traços da escala fixa ultrapassados pelo zero do nôniopelo último algarismo do denominador da coincidência do nônio. O resultado da multiplicaçãosoma-se ao numerador, repetindo-se o denominador da coincidência do nônio.

• Número de traços na escala fixa ultrapassados pelo zero do nônio: 6.• Coincidência do nônio: 1/128.• Último algarismo do denominador da coincidência: 8.• Multiplicando 6 por 8 e mantendo o denominador ao resultado temos:

12832

441

4"

" ====

128"1

12833

41281

12832

4"

"

" ====++++

12849

128

1

12848 ====++++

Page 36: Ferramentaria 1

36

Exemplo 2:

Multiplicam-se 9 traços ultrapassados pelo zero do nônio pelo último algarismo dodenominador da coincidência, 4. O resultado, 36, soma-se ao valor encontrado nacoincidência do nônio.

Exemplo 3:

Multiplica-se 6 traços ultrapassados pelo zero do nônio pelo último algarismo dodenominador da coincidência do nônio 2. A coincidência é.

Exemplo 4:

64

37"

641

6436 ====++++

32

13"

321"

32

"12 ====++++

0

0

6

+ 1

32

x

= 13 32

Número de traçosda escala fixaultrapassados pelozero do nônio

Concordânciado nônio

Leitura damedida

0 1

0

9

+ 1

64

x

= 37 64

Número de traçosda escala fixaultrapassados pelozero do nônio

Concordânciado nônio

Leitura damedida

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37FERFER

São 4 traços ultrapassados pelo zero do nônio na escala fixa.

A coincidência é 7” 128

O último algarismo do denominador da coincidência é 8.

Multiplica-se 4 x 8 = 32

Soma-se 32” + 7” = 39” 128 128 128

Em medidas como a do exemplo acima, abandonamos a parte inteira e fazemos acontagem dos traços, como se iniciássemos a operação. No final, incluímos a parte inteiraantes da fração encontrada.

A medida é: 1 39” 128

1.5.4 Utilização Prática

Medir diâmetro externo é uma operação freqüentemente realizada pelo mecânico ,a qual deve ser feita corretamente, a fim de se obter medida precisa sem se danificar oinstrumento.

Visualização de medida de diâmetro externo.

Para que você possa executar este processo corretamente fique atento a algunsprocedimentos importantes:

• Segure o calibre vernier, utilizando a mão direita.• Abra o calibre vernier a uma abertura maior que o diâmetro da peça a ser medida.• Encoste o centro do encosto fixo em uma das extremidades do diâmetro da

peça.• Feche o calibre suavemente até que o encosto móvel toque a outra extremidade

do diâmetro.• Faça a leitura da medida.• O calibre deve ser aberto e a peça retirada, sem que os encostos a toquem.

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38

Medidas Externas

A peça deve ser colocada o maisprofundamente possível entre os bicos demedição para evitar desgastes naspontas.

Medidas Internas

As orelhas devem ser colocadas o mais profundamente possível. O calibre deveestar sempre paralelo à peça que está sendo medida.

Medidas de Profundidade

Apoia-se o calibre corretamente, evitando que ela fique inclinada.

1.5.5 Normas de Conservação

• Limpar bem o calibre antes do uso, a fim de eliminar sujeira depositada,especialmente nas superfícies de medição.

• Não forçar o calibre vernier ao colocá-lo e retirá-lo da peça.

• Não deixar o calibre vernier em contato com outras ferramentas.

• Limpar bem o calibre vernier após o uso.

• Guardar o instrumento em estojo apropriado.

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39FERFER

1.6 Relogio Comparador

É um instrumento de precisão e grande sensibilidade, que mostra visivelmente asvariações das dimensões de uma peça por meio de um mostrador.

1.6.1 Finalidades

É utilizado para verificar a correção de alinhamento ouposição de uma obra montada em uma máquina. Asensibilidade da leitura pode ser de até 0,001mm.

1.6.2 Funcionamento

O funcionamento do relógio comparador é baseado no movimento do apalpado(ponta de contato), o que é ampliado por meio de engrenagens localizadas no interior dorelógio.

A escala está montada em todo o perímetro do mostrador e é dividida em 100 ou1000 partes iguais, uma volta completa do ponteiro corresponde ao deslocamento de1mm do apalpador.

Mecanismo interno Mostrador

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O relógio comparador, para ser usado, necessita serem suporte adequado.

Para a leitura, ajusta-se o apalpador sobre asuperfície da peça depois de montado no suporte.

Ao tomar contato com a superfície, o apalpador sofredeslocamento, registrado no mostrador, por meio doponteiro.

1.6.3 Aplicações

Por meio do aro, faz-se coincidir o zero de escala com a posição do ponteiro.

A verificação é obtida, deslocando o relógio, de maneira que o apalpador percorravários pontos na superfície, observando-se as variações do ponteiro. Essas variaçõespodem para a direita do zero, indicando elevação ou para a esquerda do zero, indicandodepressão.

Verificação da excentricidade de uma peça montada na placa do torno.