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VOVÔ É UM SUPER-HERÓI Fernando Aguzzoli Juan Chavetta Categoria: 4º ao 5º ano do Ensino Fundamental Gênero literário: conto Temas: autoconhecimento, sentimentos e emoções; família, amigos e escola; outros te- mas: dificuldades na velhice isbn: 978-85-54130-03-9 Manual de Apoio ao Professor Uma história de compreensão, superação e resiliência Vovô é um super-herói

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VOVÔ É UM SUPER-HERÓI

Fernando Aguzzoli Juan Chavetta

Categoria: 4º ao 5º ano do Ensino FundamentalGênero literário: contoTemas: autoconhecimento, sentimentos e emoções; família, amigos e escola; outros te-mas: dificuldades na velhiceisbn: 978-85-54130-03-9

Manual de Apoio ao Professor

Uma história de compreensão, superação e resiliênciaVovô é um super-herói

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O escritor Fernando Aguzzoli

Fernando Aguzzoli é gaúcho de Porto Alegre, jornalista e estudante de filosofia na UFRGS. Em 2014, lançou Quem, eu?, seu primeiro livro contan-do sua experiência ao lado da Vovó Nilva, sua amada avó e melhor amiga, diagnosticada com Alzheimer. Hoje Fernando se dedica a diversos projetos voltados a familiares e idosos com mal de Alzheimer.

O ilustrador Juan Chavetta

Juan Chavetta é ilustrador e designer gráfico. Vive em Buenos Aires e trabalha com literatura infantil, publicidade e peças de teatro. É colabora-dor de jornais e revistas argentinas, publica suas ilustrações assiduamente em revistas voltadas ao público infantil e participa ativamente de eventos culturais e educativos. Sua ilustração ultrapassou a fronteira dos livros e seu traço moderno e lúdico é reconhecido internacionalmente.

A obraVovô é um super-herói

Para estudantes das séries finais do ciclo do Ensino Fundamental 1, a obra é uma narrativa em primeira pessoa, cujo narrador – um menino – vai descobrindo aos poucos a situação de saúde de seu avô, o personagem principal. Neto e avô residem com a família na mesma casa. O avô tenta ajudar nas tarefas domésticas, mas vive esquecendo o fogo aceso e é comum esquecer o lugar onde guarda seus pertences. Ele passa, então, por situações embaraçosas por causa do esquecimento.

Até então, o menino considera o avô apenas diferente dos outros avós que conhece: suas atitudes e brincadeiras fazem-no um verdadeiro super--herói. Assim, com muitas brincadeiras, os dois mantêm uma bela amizade, em que personagens fictícias criadas pelo avô vão sendo responsabilizadas

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pelas coisas que desaparecem ou deixam de ser feitas: ora uma fada, ora um duende. Até que numa noite, ao acordar, o menino ouve a mãe dizer que o vovô está doente e foi diagnosticado com Alzheimer.

Depois de preocupar-se durante toda a noite com o assunto, o menino, acreditando que Alzheimer fosse um monstro feroz, buscava uma forma de ajudar o avô a ganhar forças para vencer seu algoz. Ele faz um desenho de ambos, junto com o monstro Alzheimer, e entrega-o ao avô na manhã seguinte, perguntando-lhe se o tal monstro é muito bravo. O avô explica que ele vai continuar esquecendo muitas coisas e um dia, até mesmo, poderá esquecer o próprio neto. Mas o menino promete que nunca esquecerá o avô. Dessa forma lúdica e de uma leveza ímpar, ambos encontram uma forma de encarar o Mal de Alzheimer e continuarem uma amizade, repleta de brincadeiras próprias entre avô e neto, para toda a vida e mesmo além dela.

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A ilustração, em sua maioria em tons envelhecidos, documenta sob a perspectiva da lembrança do narrador, de maneira muito sensível e diver-tida, a relação entre avô e neto. Logo na página de rosto do livro, vemos o que parece um quadro, com os três personagens, sobre um fundo azul, repleto de figuras que podem ser estrelas, sóis planetas e outros elementos celestiais. Esse mesmo quadro aparecerá ao final da história, na página 27, enfeitando uma parede na casa do narrador que, então, já tem idade próxi-ma à de seu avô nas suas lembranças da infância, e carinhosamente sorri para o retrato. Além disso, no decorrer do livro, as páginas são ilustradas de forma a mostrar a leveza e a sutileza com que um tema tão doloroso e ainda pouco conhecido é tratado na narrativa. Como as ilustrações são também as lembranças que o narrador tem do período, podemos confrontar como o garoto registrou em sua mente cada momento, de diversão com o avô ou de tensão familiar. Assim, cenas como a das p.16-17, em que a “dupla de heróis” sobrevoa uma floresta, confrontam com cenas como a das p.9-10, que chegam a denotar incompreensão da mãe do menino, em relação ao idoso doente. As demais ilustrações vão dando conta das sutilezas e fantasias com que o tema é tratado no texto.

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No enredo, as etapas vão se sucedendo na medida em que o avô vai aos poucos relatando, por meio de fantasias, a sua situação de idoso, na qual doenças que vão aparecendo, como, no caso, o Mal de Alzhemeir. Os feitos do avô e as fantasias que ele cria vão constituindo repertório importante e pertinente para essa fase da escolarização (a partir de 9 anos), sobre as impli-cações das necessidades dos idosos, como amor e compreensão. Permitindo que o leitor leia por si só as entrelinhas, o narrador, mesmo não escancarando a informação logo no início da história, dá todos os elementos para nossa compreensão sobre o tratamento de empatia a ser dado aos idosos

Na perspectiva do texto verbal, a idade preferencial para o trabalho com “O Vovô é um super-herói” (9 e 10 anos) permite que as orações e os períodos sejam mais longos, podendo ser intercalados com diálogos, o que facilita e estimula um contato inicial com mecanismos de transcrição da fala, sinais de pontuação, coesão textual e, portanto, das ideias. Ao ler, por exemplo, a passagem seguinte (p.16 -17),

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“Outro dia passei pelo quarto do vovô e ele estava muito agitado, abrindo todas as gavetas e armários, até que abriu a janela, procurando algo no bosque.

— Mas que coisa, eu tinha certeza de que estava aqui em algum lugar…Ele então me viu parado e foi logo falando:— Meu jovem ajudante, preciso de você, não sei onde coloquei meus óculos,

você os viu?Eu disse que não.Vovô então levantou o dedo e fez cara de espanto.— Já sei o que está acontecendo, meu jovem parceiro. É o duende brincalhão.

a criança entra em contato com, ao menos, três expressões coesi-vas, sem as quais a sequência de informações não teria o mesmo enca-deamento lógico: o “e” marca a soma das ações concomitantes “menino passar pelo quarto” e “vovô estar agitado”; o “até que” marca o tempo maior que a média que o avô levou para concluir sua ação; já o “então”, na primeira ocorrência, introduz a interrupção da ação do avô, diante da presença do neto e seu consequente pedido de ajuda; e, finalmente, na segunda ocorrência, o “então” marca a conclusão lógica a que o avô chega, segundo a percepção de seu neto, diante dos fatos recentes: um duende havia escondido seus óculos.

Ainda sobre o texto verbal, a escolha lexical apresenta excelente equi-líbrio entre palavras conhecidas e as provavelmente desconhecidas ou de pouca aplicação cotidiana, como “duendes”, na página 17, e sua descrição, na página 19. Apresenta também um conjunto palavras de diferentes campos semânticos (como “moedas”, “curativos” e “banana”), que vai aos poucos construindo de forma sutil e fantasiosa a condição de esquecimento do avô. Veja o trecho:

“Procuramos por algum tempo e depois voltamos para casa. Lá achamos um barbante, algumas moedas, chaves, muitas folhas com palavras difíceis, uma caixa de curativo e até uma banana!

— Olhe ali — disse o vovô, apontando algo em cima do criado-mudo — São meus óculos!

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Mas então o duende apareceu em nossa frente com olhar de espanto. Eu pulei em cima dele e o vovô veio correndo com o barbante que tínhamos encontrado. Nós amarramos o duende brincalhão e recuperamos os óculos do vovô.”

Assim, a leitura em voz alta e compartilhada entre professora e alunos é fundamental, pois permitirá que as crianças percebam que este tipo de narrativa tem uma temática complexa – a história de um menino, amigo e parceiro do avô, que aos poucos vai percebendo que seu grande amigo, o avô, está doente e carrega o peso de uma doença ainda mal compreendida ou até certo ponto ainda desconhecida. Por isso mesmo, ela é objeto de reações variadas e de muitas incompreensões e conflitos dentro da própria família, além de eventualmente expor o avô a situações desconfortáveis.

Nessa construção narrativa, do ponto de vista temático, a obra permi-te variadas reflexões e trabalhos interdisciplinares, considerando o tema “autoconhecimento, sentimentos e emoções”. Ao trazer como protagonistas um menino e seu avô, “seu” super-herói, ameaçados em sua rotina rica de

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brincadeiras, o livro possibilita à professora levar as crianças ao reconheci-mento dos limites do corpo e a consequente reflexão sobre o envelhecimento. Essa reflexão pode e deve ser estendida para as transformações em cada fase da vida e sua própria finitude, sem perder de vista que a vida é feita de momentos alegres e momentos de tristeza, e ambos podem ser encarados de forma positiva.

Considerando o tema “família, amigos e escola”, o livro permite ao pequeno leitor aprender a possibilidade e, por vezes, a necessidade de uma vida harmoniosa na família, já que todos podemos passar por situações de vulnerabilidades, como diante de uma doença que exige paciência, amor e compreensão.

Sugestão de atividadesA obra e a BNCCA obra articula-se ao trabalho com o campo artístico-literário, envol-

vendo o desenvolvimento de competências e habilidades propostas na Base Nacional Comum Curricular (2017). Nesse sentido, a competência 9, específica de Língua Portuguesa, destaca:

Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizadora expe-riência com a literatura (BNCC, 2017, p. 85).

A obra articula-se também com o campo da vida cotidiana, proposto pela Base Nacional Comum Curricular (2017):

É um campo de atuação relativo à participação em situações de leitura, próprias de atividades vivenciadas cotidianamente por crianças, adolescentes, jovens e adultos, no espaço doméstico e familiar, escolar, cultural e profissional. Alguns gêneros textuais deste campo: agendas, listas, bilhetes, recados, avisos, convites, cartas, cardápios, diários, receitas, regras de jogos e brincadeiras (BNCC,2017, p.94).

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As propostas de atividades aqui enumeradas visam participar, portan-to, do desenvolvimento da prática de linguagem de “Leitura/escuta/escrita (compartilhada e autônoma)”, com foco nos objetos de conhecimento:

1. “Formação do leitor literário” (habilidade: “Ler e compreender, com certa au-tonomia, textos literários, de gêneros variados, desenvolvendo o gosto pela leitura”);

2. “Formação do leitor literário/Leitura multissemiótica” (habilidade EF35LP22: “Perceber diálogos em textos narrativos, observando o efeito de sentido de verbos de enunciação e, se for o caso, o uso de variedades linguísticas no discurso direto”).

(BNCC, 2017, p. 108-109)

A BNCC (2017, p. 70) expõe que “o tratamento das práticas leitoras com-preende dimensões inter-relacionadas às práticas de uso e reflexão”. Assim, cada atividade foi organizada a partir de tais inter-relações, conforme se indica em toda a proposta.

Ponto de partida

Adesão às práticas de leitura

• Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura, textos de divulgação científica e/ou textos jornalísticos que circulam em várias mídias.

• Mostrar-se ou tornar-se receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativa, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor.

Estratégias e procedimentos de leitura

• Estabelecer relações entre o texto e conhecimentos prévios, vivências, valores e crenças.

• Estabelecer expectativas (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre gênero textual, suporte e universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos.

• Articular o verbal com outras linguagens – diagramas, ilustrações, fotografias, vídeos, arquivos sonoros etc. – reconhecendo relações de reiteração, complementaridade ou contradição entre o verbal e as outras linguagens.

BNCC, 2017, p. 72

De olho na BNCC

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Por ser uma atividade coletiva, é importante organizar a sala de aula de modo que todos os estudantes possam visualizar o livro.

Antes de iniciar a leitura, é importante apresentar o livro às crianças e promover algumas atividades com leitura de ilustrações e de algumas informações paratextuais, como capa e quarta capa, conforme se sugere a seguir:

1. Mostrar a capa para os alunos e perguntar que personagem eles visua-lizam.

2. Mostrar a quarta capa (contracapa) para os alunos e, novamente, per-guntar o que eles visualizam. Caso não tenham notado que capa e quar-ta capa formam uma ilustração única, mostre-as ao grupo ao mesmo tempo.

3. Ler título do livro e nomes do autor e do ilustrador.4. Percorrer aleatoriamente várias páginas do livro, de modo que as crian-

ças visualizem, por meio das ilustrações, parte da trajetória dos prota-gonistas.

5. Resgatar o conhecimento prévio da turma sobre histórias que envolvem os diferentes personagens identificados nas ilustrações.

6. Pedir para que comparem os aparentes estados emocionais dos perso-nagens retratados na capa e na contracapa. Eles parecem estar vivendo a mesma situação?

7. Ler para as crianças as informações da quarta capa e solicitar da turma hipóteses sobre a correspondência entre texto de quarta capa versus ilustrações de capa e quarta capa.

Essa preparação para a leitura possibilita que as crianças antecipem, por exemplo, que a história a ser lida difere de outras conhecidas. Além disso, durante a visualização das ilustrações, pode-se encaminhar as crian-ças para a temática do monstro e depois do super-herói, que representam a doença e a superação, respectivamente.

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De olho na história

a) Leitura em voz alta

Reconstrução e reflexão sobre as condições de produção e recepção dos textos pertencentes a diferentes gêneros e que circulam nas diferentes mídias e esferas/campos de atividade humana

• Fazer apreciações e valorações estéticas, éticas, políticas e ideológicas, dentre outras, envolvidas na leitura crítica de textos verbais e de outras produções culturais.

BNCC, 2017, p. 70

Estratégias e procedimentos de leitura

• Estabelecer expectativas (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da fun-ção do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre gênero textual, suporte e universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos.

• Articular o verbal com outras linguagens – diagramas, ilustrações, fotografias, vídeos, arquivos sonoros etc. – reconhecendo relações de reiteração, complementaridade ou contradição entre o verbal e as outras linguagens.

BNCC, 2017, p. 72

Durante a primeira leitura, é fundamental destacar o ritmo da lei-tura, chamar a atenção para as diferentes formas em que o texto verbal se apresenta, diálogo e narração, em uma leitura fluida. A cada página, a professora, ou o leitor da vez, pode aproximar o livro das crianças para que elas observem as ilustrações.

Após essa primeira leitura, é importante dar espaço para que as crian-ças apresentem as suas percepções sobre a história, destacando de que mais gostaram. Pode-se aproveitar o momento para retomar algumas hipóteses levantadas inicialmente sobre por que o avô do menino vai criando dife-rentes personagens.

Além disso, o livro traz referências a personagens imaginários, cria-dos pelo avô do menino. O significado desses personagens poderá ser discutido, por exemplo, em um trabalho interdisciplinar, conforme se apontará mais adiante.

De olho na BNCC

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b) Estrutura da história

Reconstrução da textualidade, recuperação e análise da organização textual, da progressão temática e estabelecimento de relações entre as partes do texto.

• Estabelecer relações entre as partes do texto, identificando repetições, substituições e os elementos coesivos que contribuem para a continuidade do texto e sua progressão temática.

• Selecionar e hierarquizar informações, tendo em vista as condições de produção e re-cepção dos textos.

BNCC, 2017, p. 71

Nessa atividade, o objetivo é levar as crianças a identificarem elementos coesivos entre orações e períodos, como, por exemplo, conjunções e locuções conjuntivas, ainda que desconheçam a nomenclatura.

Para isso, a sala pode ser organizada em trios ou pequenos grupos. Cada um receberá uma parte da história. Faça uma segunda leitura, lendo pausadamente cada trecho, até que o grupo consiga identificar sua parte. Explore as palavras coesivas que eles reconheceram, anotando-as na lousa e explicando por que são coesivas, ou seja, de que maneira elas ligam as partes do texto, promovendo uma relação de sentido mais específica entre as informações.

Enquanto cada trio identifica a parte da história recebida, anote na lousa a ordem dos grupos para ajudá-los no decorrer da atividade.

c) Reler a história

Estratégias e procedimentos de leitura

• Localizar/recuperar informação.• Apreender os sentidos globais do texto.• Reconhecer/inferir o tema.

BNCC, 2017, p. 72

O objetivo dessa atividade é permitir que as crianças recontem trechos da narrativa. Para isso, nos mesmos trios ou grupos organizados anterior-

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mente, peça a cada um que escreva, de memória, sua parte da história, considerando a ordem dos grupos identificada na atividade antecedente.

A finalidade não é que os estudantes sejam fieis ao texto original, mas que recontem parte da história, apoiando-se, inclusive, na ilustração e nas palavras reconhecidas. Caso as crianças já estejam apropriadas do processo de produção textual, cada dupla de estudantes pode ficar responsável pela reescrita de duas ou três páginas.

Outra possibilidade é convidar as crianças a produzirem um texto coletivo junto com a professora. Nesse processo, a professora pode repro-duzir na lousa algumas frases, e, ao final de cada parágrafo, todos revisam o resultado.

Ponto de chegada: produção e exposição de cartazes

Compreensão dos efeitos de sentido provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos em textos pertencentes a gêneros diversos.

• Identificar e analisar efeitos de sentido decorrentes de escolhas de volume, timbre, inten-sidade, pausas, ritmo, efeitos sonoros, sincronização etc. em artefatos sonoros.

BNCC, 2017, p. 71

Estratégias e procedimentos de leitura

• Localizar/recuperar informação.• Apreender os sentidos globais do texto.• Reconhecer/inferir o tema.

BNCC, 2017, p. 72

Produção de textos- Planejamento de texto/Progressão temática e paragrafação (escrita compartilhada e autônoma).

• Organizar o texto em unidades de sentido, dividindo-o em parágrafos segundo as normas gráficas e de acordo com as características do gênero textual.

BNCC, 2017, p. 72

Após o término da leitura, pode ser proveitoso retomar o livro para aprofundar, por exemplo, o conhecimento sobre autor e ilustradora, revendo com eles elementos paratextuais.

De olho na BNCC

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Anos iniciais: práticas de linguagem

• No Ensino Fundamental – Anos Iniciais, aprofundam-se as experiências com a língua oral e escrita já iniciadas na família e na Educação Infantil.

• Assim, no Ensino Fundamental – Anos Iniciais, no eixo Oralidade, aprofundam-se o conhecimento e o uso da língua oral, as características de interações discursivas e as estratégias de fala e escuta em intercâmbios orais; no eixo Análise Linguística/Semiótica, sistematiza-se a alfabetização, particularmente nos dois primeiros anos, e desenvolvem--se, ao longo dos três anos seguintes, a observação das regularidades e a análise do funcionamento da língua e de outras linguagens e seus efeitos nos discursos; no eixo Leitura/Escuta, amplia-se o letramento, por meio da progressiva incorporação de estra-tégias de leitura em textos de nível de complexidade crescente. (p. 97)

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Produção de textos (escrita compartilhada e autônoma)

• Objetos de conhecimento: Planejamento de texto, Revisão de textos e Edição de textos

Estratégia de leitura, produção de textos (escrita compartilhada e autônoma): Habilidades

• (EF15LP01) Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa cotidianamente (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecendo para que foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem.

• (EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comunicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e forma do texto e seu tema, pesquisan-do em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações necessárias à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.

• (EF15LP06) Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para corrigi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação.

• (EF15LP07) Editar a versão final do texto, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, ilustrando, quando for o caso, em suporte adequado, manual ou digital se destinam.

• (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.• (EF15LP04) Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos expressivos

gráfico-visuais em textos multissemióticos.• (EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre

fenômenos sociais e naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais.

A professora pode realizar o reconto oral da história, resgatando o tema e alguns conceitos importantes aprendidos durante as atividades. Em se-

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guida, em duplas ou trios, propõe-se:

1. Ler pausadamente as partes da história, mostrando as ilustrações que identifiquem as etapas da doença.

2. Propor às crianças que pesquisem, nos diferentes meios de comunicação ou com pessoas conhecidas, as doenças que acometem pessoas de suas famílias e quais consequências a presença de uma pessoa doente traz para a rotina das famílias. A partir dessa pesquisa, as crianças também serão capazes de identificar que informações ainda são desconhecidas pela maioria das famílias entrevistadas e que, portanto, devem ser privilegiadas na elaboração dos cartazes.

3. Solicitar, com base em todas as informações, que as crianças façam os cartazes, pensando em informar a comunidade sobre a importância de sermos corresponsáveis na preservação da saúde e do bem estar dos idosos, bem como da necessidade do exercício da solidariedade, com-preensão e empatia com pessoas e famílias pelas enfermidades.

4. Organizar com as crianças uma exposição com os cartazes, produtos da reflexão.

Interdisciplinaridade

Competências gerais

• Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (in-clusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

• Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

O livro aborda, do início ao fim, questões relacionadas ao envelheci-mento e aos mistérios que envolvem a velhice e o acometimento de algumas doenças graves, como o Mal de Ahlzeimer, sem abrir mão da importância da

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amizade, do companheirismo e do respeito entre gerações diferentes. Isso permite um trabalho interdisciplinar, sobretudo, com Ciências Naturais, voltando-se, por exemplo, para as ameaças que as doenças representam para a qualidade de vida das pessoas e das famílias. Estas ameaças não são somente físicas, mas também emocionais, gerando sentimentos que inter-ferem sobremaneira na rotina e no bem-estar de todos os envolvidos. Em Ciências Humanas, o trabalho deve focar a compreensão, a interpretação e a expressão de sentimentos, crenças e dúvidas em relação a si mesmo e aos outros, de forma a exercitar o respeito às diferenças e promover os direitos humanos.

No site http://www.portalamigodoidoso – juntos por uma causa, existe uma série de informações e sugestões de projetos que tratam da questão do idoso. A pesquisa no site, além de estimular os alunos no uso da internet como ferramenta de pesquisa, ajuda a professora a abordar temas como respeito, direitos humanos e convivência em uma sociedade plural.

Autora: Kátia Chiaradia