fenomenologia husserl

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FENOMENOLOGIA FENOMENOLOGIA Vida e obra de Edmund Husserl Vida e obra de Edmund Husserl Contexto Contexto Introdução Introdução A Ideia da Fenomenologia (5 lições) A Ideia da Fenomenologia (5 lições)

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Page 1: fenomenologia husserl

FENOMENOLOGIAFENOMENOLOGIA

Vida e obra de Edmund HusserlVida e obra de Edmund HusserlContexto Contexto Introdução Introdução A Ideia da Fenomenologia (5 lições)A Ideia da Fenomenologia (5 lições)

Page 2: fenomenologia husserl

Vida e ObraVida e Obra

Nascimento Morávia na cidade Proznitz Nascimento Morávia na cidade Proznitz em 8 de abril de 1859 em 8 de abril de 1859

Morreu em Friburgo em 26 de abril de Morreu em Friburgo em 26 de abril de 1938.1938.

Page 3: fenomenologia husserl

Contexto Contexto

IdealismoIdealismoRealismoRealismoNaturalismoNaturalismoPsicologismoPsicologismo

Page 4: fenomenologia husserl

INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO

OBJETIVO DE HUSSERL:OBJETIVO DE HUSSERL:

Imprimir um impulso novo à investigaçãoImprimir um impulso novo à investigação

Filosófica para constituir uma ciência do Filosófica para constituir uma ciência do conhecimento.conhecimento.

Page 5: fenomenologia husserl

A FENOMENOLOGIA DE HUSSERL

A consciência é “consciência de”A consciência é orientada para as coisas.

Page 6: fenomenologia husserl

A IDEIA DA FENOMENOLOGIA A IDEIA DA FENOMENOLOGIA

A partir da leitura da obra “A Ideia da A partir da leitura da obra “A Ideia da Fenomenologia”, texto que resulta de Fenomenologia”, texto que resulta de cinco lições proferidas em Gottingem, no cinco lições proferidas em Gottingem, no período de 26 de abril a 2 de maio de período de 26 de abril a 2 de maio de 1907.1907.

A obra já apresenta a perspectiva A obra já apresenta a perspectiva madura da Fenomenologia de Edmund madura da Fenomenologia de Edmund Husserl.Husserl.

O DESAFIO DE HUSSERLO DESAFIO DE HUSSERL

Page 7: fenomenologia husserl

A palavra “FenomenologiaA palavra “Fenomenologia””

O sentido etimológico O sentido etimológico

(Verbo) - Trazer à luz, manifestar, mostrar(Verbo) - Trazer à luz, manifestar, mostrar

phainomenonphainomenon - O que se manifesta, estava - O que se manifesta, estava escondidoescondido

‘‘Fenômeno’, do grego Fenômeno’, do grego phainomenon,phainomenon, significa significa “aquilo que aparece”. A palavra deriva do verbo “aquilo que aparece”. A palavra deriva do verbo grego grego phainomenaiphainomenai: “eu apareço”. O que : “eu apareço”. O que “aparece” e aquilo que se mostra a luz, o “aparece” e aquilo que se mostra a luz, o “brilhante” (“brilhante” (phainophaino). ). (Husserl, 1990, p. 35)(Husserl, 1990, p. 35)

Page 8: fenomenologia husserl

Como Compreender o SENTIDO Como Compreender o SENTIDO FENOMENOLÓGICO da palavra “FENÔMENO”?FENOMENOLÓGICO da palavra “FENÔMENO”?

Trata-se, no caso, de uma relação Trata-se, no caso, de uma relação interdependente entre o aparecer e o que interdependente entre o aparecer e o que aparece, entre o sujeito do conhecimento e o aparece, entre o sujeito do conhecimento e o mundo conhecido, entre a consciência que mundo conhecido, entre a consciência que conhece e o mundo ou objeto que aparece ou se conhece e o mundo ou objeto que aparece ou se mostra cognoscível. Nesse sentido, mostra cognoscível. Nesse sentido, a palavra a palavra “fenômeno” é para a fenomenologia algo que “fenômeno” é para a fenomenologia algo que compreende, compreende, simultaneamente, tanto o aparecer quanto aquilo que aparece: : a relação indissociável entre o sujeito e o mundo, a consciência e seus objetos. (Husserl, 1990, p. 35)(Husserl, 1990, p. 35)

Page 9: fenomenologia husserl

Lição 1Lição 1

Page 10: fenomenologia husserl

Atitude intelectual natural e ciência Atitude intelectual natural e ciência naturalnatural

Page 11: fenomenologia husserl

Atitude intelectual filosófica(reflexiva)Atitude intelectual filosófica(reflexiva)

Page 12: fenomenologia husserl

A dupla tarefa da verdadeira crítica do conhecimento

Page 13: fenomenologia husserl

A nova dimensão da filosofia o seu A nova dimensão da filosofia o seu método próprio perante a ciênciamétodo próprio perante a ciência

Page 14: fenomenologia husserl

LIÇÃO 2LIÇÃO 2

O começo da crítica do conhecimento: o por em questão de todo o saber

A obtenção do solo absolutamente seguro, em ligação com a meditação cartesiana sobre a dúvida

O principio da redução gnosiológica

Page 15: fenomenologia husserl

O começo da crítica do conhecimento: o por em questão de todo o saber

Husserl trata de um questionamento integral. Husserl trata de um questionamento integral. Isso quer dizer que o mundo, a natureza física e Isso quer dizer que o mundo, a natureza física e psíquica, o homem e toda a entidade, bem psíquica, o homem e toda a entidade, bem como todas as ciências naturais que se referem como todas as ciências naturais que se referem a estes entes estão, a partir de agora , sob a estes entes estão, a partir de agora , sob questão. Esta suspensão radical de todo saber questão. Esta suspensão radical de todo saber referente a entidade do ente remete e toma por referente a entidade do ente remete e toma por exemplo a dúvida hiperbólica que Descartes exemplo a dúvida hiperbólica que Descartes opera em suas opera em suas Meditações Metafísicas.Meditações Metafísicas.

Page 16: fenomenologia husserl

A obtenção do solo absolutamente seguro, em ligação com a meditação cartesiana sobre a

dúvida

““Sempre que percepciono, represento, julgo, raciocino, Sempre que percepciono, represento, julgo, raciocino, seja qual for a certeza ou incerteza, a objetalidade ou a seja qual for a certeza ou incerteza, a objetalidade ou a inexistência de objeto destes atos, é absolutamente inexistência de objeto destes atos, é absolutamente claro e certo, em relação à percepção, que percepciono claro e certo, em relação à percepção, que percepciono isto e aquilo e, relativamente ao juízo, que julgo isto e isto e aquilo e, relativamente ao juízo, que julgo isto e aquilo.” aquilo.” (Husserl,1990, p. 54)(Husserl,1990, p. 54)

Em outras palavras, o que importa aqui é sobretudo uma Em outras palavras, o que importa aqui é sobretudo uma coisa: coisa: eu perceboeu percebo.. O “eu percebo” constitui aqui uma O “eu percebo” constitui aqui uma medida definitiva, um fundamento a partir do qual a medida definitiva, um fundamento a partir do qual a mobilidade da investigação poderá conquistar mobilidade da investigação poderá conquistar segurança, chão, solo. segurança, chão, solo. O ”eu percebo” é então uma intuição imanente que tem como garantias de si mesma a sua própria clareza e a sua própria distinção. .

Não podemos, como Husserl nos ensina, quando Não podemos, como Husserl nos ensina, quando colocamos radicalmente em questão tudo o que colocamos radicalmente em questão tudo o que transcende a experiência intuitiva e imanente do “eu transcende a experiência intuitiva e imanente do “eu percebo” tentar resgatar nenhuma transcendentalidade percebo” tentar resgatar nenhuma transcendentalidade exterior. exterior.

Page 17: fenomenologia husserl

A obtenção do solo absolutamente seguro, em ligação com a meditação cartesiana sobre a

dúvida

Temos então que, na redução fenomenológica, Temos então que, na redução fenomenológica, o pôr em dúvida radical do mundo empírico que o pôr em dúvida radical do mundo empírico que nos proíbe de admitir a existência de qualquer nos proíbe de admitir a existência de qualquer coisa que transcenda os atos do coisa que transcenda os atos do cogitocogito, as , as cogitationescogitationes..

Para Husserl toda e qualquer movimentação argumentativa ulterior deverá se fundar no dado absoluto intuitivo imanente: “eu percebo”. Apesar disso, porém, continua-se apartados do Apesar disso, porém, continua-se apartados do mundo que se coloca em questão. mundo que se coloca em questão.

Page 18: fenomenologia husserl

O principio da redução gnosiológica

Como é possível o conhecimento ? E isto vale, não só Como é possível o conhecimento ? E isto vale, não só para o problema da objetalidade transcendente, mas para para o problema da objetalidade transcendente, mas para a clarificação de toda possibilidadea clarificação de toda possibilidade.(Husserl,1990,p. 65)

Em toda inquirição teórico-cognoscitiva, quer se trate Em toda inquirição teórico-cognoscitiva, quer se trate deste ou daquele tipo de conhecimento, há que levar a deste ou daquele tipo de conhecimento, há que levar a cabo a redução gnoseológica, isto é, afetar toda a cabo a redução gnoseológica, isto é, afetar toda a transcendência concomitante com o líndice da transcendência concomitante com o líndice da desconexão, ou com um índice da indiferença, da nulidade desconexão, ou com um índice da indiferença, da nulidade gnoseológica, com um índice que afirma: não me importa gnoseológica, com um índice que afirma: não me importa aqui absolutamente nada a existencia de todas estas aqui absolutamente nada a existencia de todas estas transcendências, quer eu nela creia ou não; aqui não é o transcendências, quer eu nela creia ou não; aqui não é o lugar de sobre ela julgar; isso fica completamente fora de lugar de sobre ela julgar; isso fica completamente fora de jogo. jogo. (Husserl,1990,p. 65)

Page 19: fenomenologia husserl

Lição 3Lição 3 A realização da redução A realização da redução

gnosiológica: a gnosiológica: a desconexão de todo desconexão de todo transcendentetranscendente

O tema da investigação: O tema da investigação: os fenômenos purosos fenômenos puros

Impossibilidade do Impossibilidade do confinamento a dados confinamento a dados singulares; O singulares; O conhecimento conhecimento fenomenológico como fenomenológico como conhecimento de conhecimento de essênciasessências

Os dois significados do Os dois significados do conceito de conceito de apriore apriore

Page 20: fenomenologia husserl

A Fenomenologia, essa doutrina universal A Fenomenologia, essa doutrina universal das essênciasdas essências segue de acordo com o próprio segue de acordo com o próprio rigor da atitude filosófica, de acordo com a rigor da atitude filosófica, de acordo com a interrogação sistemática que interrogação sistemática que analisa as analisa as condições, os limites e as possibilidades de um condições, os limites e as possibilidades de um conhecimento das coisas mesmas. conhecimento das coisas mesmas.

Entretanto, para que se tenha presente a Entretanto, para que se tenha presente a grande dificuldade e o esforço depreendido, grande dificuldade e o esforço depreendido, necessário para que Husserl pudesse formular necessário para que Husserl pudesse formular uma “nova fenomenologia”, cita-se aqui uma “nova fenomenologia”, cita-se aqui passagens de anotações feitas em seu diário, passagens de anotações feitas em seu diário, em 25/11/1906, em que fica claro em 25/11/1906, em que fica claro o desafio e a o desafio e a grande decisão tomados por ele, de modo a grande decisão tomados por ele, de modo a justificar a sua própria pratica filosófica como justificar a sua própria pratica filosófica como tarefa radical: tarefa radical:

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««Em primeiro lugar, menciono a tarefa geral que tenho de Em primeiro lugar, menciono a tarefa geral que tenho de resolver para mim mesmo, se e que pretendo chamar-me resolver para mim mesmo, se e que pretendo chamar-me filosofo. filosofo. Refiro-me a uma critica da razão. Uma critica da razão lógica, da razão pratica e da razão valorativa em geral. Sem clarificar, em traços gerais, o sentido, a . Sem clarificar, em traços gerais, o sentido, a essência, os métodos, os pontos de vista capitais de uma essência, os métodos, os pontos de vista capitais de uma ciência da razão; sem dela ter pensado, esboçado, ciência da razão; sem dela ter pensado, esboçado, estabelecido e demonstrado um projeto geral, não posso verdadeiramente e sinceramente viver. Os tormentos da . Os tormentos da obscuridade, da duvida, que vacila de um para o outro lado, obscuridade, da duvida, que vacila de um para o outro lado, já bastante os provei. Tenho de chegar a uma intima já bastante os provei. Tenho de chegar a uma intima firmeza. “Sei que se trata de algo grande e imenso; sei que firmeza. “Sei que se trata de algo grande e imenso; sei que grandes gênios ai fracassaram; e, se quisesse com eles grandes gênios ai fracassaram; e, se quisesse com eles comparar-me, deveria de antemão desesperarcomparar-me, deveria de antemão desesperar...»...» (Husserl, (Husserl, 1990,p. 12) 1990,p. 12)

Page 22: fenomenologia husserl

A realização da redução gnosiológica: a A realização da redução gnosiológica: a desconexão de todo transcendentedesconexão de todo transcendente

Na exposição husserliana interessa saber como Na exposição husserliana interessa saber como podemos conhecer o transcendente.podemos conhecer o transcendente.

São livre de dúvidas a esfera de dados São livre de dúvidas a esfera de dados imanentes absolutos que são as imanentes absolutos que são as cogitationescogitationes: : ver, perceber puros. É no elemento destas ver, perceber puros. É no elemento destas cogitationescogitationes puras, que a auto-presentação de puras, que a auto-presentação de algo puramente intuído pode se dar, isto é, é no algo puramente intuído pode se dar, isto é, é no âmbito de um perceber puro que um fenômeno âmbito de um perceber puro que um fenômeno puro pode, com força ainda maior, se puro pode, com força ainda maior, se apresentar. O fenômeno puro se apresentaria apresentar. O fenômeno puro se apresentaria então para uma percepção pura absoluta. então para uma percepção pura absoluta. Husserl esclarece:Husserl esclarece:

Page 23: fenomenologia husserl

O tema da investigação – Os fenômenos puros O tema da investigação – Os fenômenos puros

A fim de obter o fenômeno puro, teria então de A fim de obter o fenômeno puro, teria então de pôr novamente em questão o eu, e também o pôr novamente em questão o eu, e também o tempo, o mundo, e trazer assim à luz um tempo, o mundo, e trazer assim à luz um fenômeno puro, a pura fenômeno puro, a pura cogitatiocogitatio. Mas posso . Mas posso também, ao percepcionar, dirigir o olhar , também, ao percepcionar, dirigir o olhar , intuindo-a puramente, para a percepção para intuindo-a puramente, para a percepção para ela própria tal como aí está, e omitir a referência ela própria tal como aí está, e omitir a referência ao eu ou dela abstrair: ao eu ou dela abstrair: então , a percepção visualmente assim captada e delimitada é uma percepção absoluta, privada de toda transcendência, dada como fenômeno puro no sentido da fenomenologia. (Husserl,1990, p.71 )

Page 24: fenomenologia husserl

Impossibilidade do confinamento a dados Impossibilidade do confinamento a dados singulares; O conhecimento fenomenológico como singulares; O conhecimento fenomenológico como

conhecimento de essênciasconhecimento de essências

No fenômeno puro os objetos de uma percepção pura são dados como existentes captados no ver puramente imanente desta. Somente desse modo, uma ciência dos fenômenos puros pode ainda se constituir. Esta percepção pura percebe imanentemente de forma singular; ela mesma enquanto vivência capta momentos singularmente percebidos. Diante disto Husserl pergunta:

“Não devia haver uma percepção intuitiva de outros dados como dados absolutos, por exemplo, de universalidades; de tal modo que um universal chegasse intuitivamente a dado evidente por si e de que fosse absurdo duvidar?” (Husserl, 1990, p.77 )

A resposta de Husserl é positiva, já que nos próprios juízos predicativos que elaborados sobre as cogitationes, de certa forma, se ultrapassa o alcance singular destas.

Page 25: fenomenologia husserl

A resposta de Husserl é positiva, já que nos próprios juízos predicativos que elaborados sobre as cogitationes, de certa forma, se ultrapassa o alcance singular destas.

Husserl termina a terceira lição defendendo a Husserl termina a terceira lição defendendo a necessidade de a fenomenologia ser uma investigação necessidade de a fenomenologia ser uma investigação universal das essências. Neste sentido e por essa universal das essências. Neste sentido e por essa razão, tem de ser possível razão, tem de ser possível uma intuição imanente das essências universais para que o próprio futuro da para que o próprio futuro da fenomenologia como ciência e método que elucida as fenomenologia como ciência e método que elucida as possibilidades do conhecimento possa realmente atingir possibilidades do conhecimento possa realmente atingir sua meta de crítica do conhecimento e fundamentação sua meta de crítica do conhecimento e fundamentação das ciências.das ciências.

Page 26: fenomenologia husserl

LiçãoLição 44

A ampliação da esfera de investigação por meio da intencionalidade

Auto presentação do universal ;o método filosófico da analise de essências

A evidencia como auto presentação

A não limitação à esfera da imanência ingrediente ; tema –toda auto presentação

Page 27: fenomenologia husserl

A ampliação da esfera de investigação por A ampliação da esfera de investigação por meio da intencionalidademeio da intencionalidade

Atendo-se a Fenomenologia do conhecimento, Atendo-se a Fenomenologia do conhecimento, esta trata da essência do conhecimento de esta trata da essência do conhecimento de modo direto e intuitivo. modo direto e intuitivo. (Husserl, 1990, p.83)

Elucidar a essência do conhecimento e trazer à Elucidar a essência do conhecimento e trazer à auto presentação as relações de essência de auto presentação as relações de essência de ambos os lados perscrutar esta referencia que ambos os lados perscrutar esta referencia que corresponde à essência do conhecimento. corresponde à essência do conhecimento. (Husserl, 1990, p.84)

Page 28: fenomenologia husserl

Autopresentação do universal ;o método Autopresentação do universal ;o método filosófico da analise de essências filosófico da analise de essências

Visam-se “as fontes do conhecimento”; as origens , que Visam-se “as fontes do conhecimento”; as origens , que importa intuir genericamente ; os dados absolutos importa intuir genericamente ; os dados absolutos genericos que constituem as medidas fundamentais genericos que constituem as medidas fundamentais universais, pelas quais há de medir todo o sentido. universais, pelas quais há de medir todo o sentido. (Husserl, 1990, p.84)

A cogitatio reduzida, não vale para nós como absoluto A cogitatio reduzida, não vale para nós como absoluto dar-se em si mesmo por ser uma singularidade, mas dar-se em si mesmo por ser uma singularidade, mas porque se revela precisamente como autopresentação porque se revela precisamente como autopresentação absoluta ao puro olhar, após a redução fenomenológica.absoluta ao puro olhar, após a redução fenomenológica.(Husserl, 1990, p.85)

Exemplo da intuição do vermelho “visa o vermelho em Exemplo da intuição do vermelho “visa o vermelho em geral” essência genérica do vermelho e do seu estar geral” essência genérica do vermelho e do seu estar dado na intuição genérica. dado na intuição genérica. (Husserl, 1990, p.85-86)

Page 29: fenomenologia husserl

A evidencia como auto presentaçãoA evidencia como auto presentação

O fundamental é não passar por alto que a evidencia é O fundamental é não passar por alto que a evidencia é esta consciência que efetivamente vê, que apreende esta consciência que efetivamente vê, que apreende seu objeto direta e adequadamente, que evidencia nada seu objeto direta e adequadamente, que evidencia nada mais do que o adequado dar se a si mesmo. mais do que o adequado dar se a si mesmo. (Husserl, 1990, p.90)

A não limitação à esfera da imanência ingrediente; tema A não limitação à esfera da imanência ingrediente; tema – toda auto presentação– toda auto presentação

A razão é conhecimento intuitivo, que se propõe A razão é conhecimento intuitivo, que se propõe justamente reduzir o entendimento à razão. p.92justamente reduzir o entendimento à razão. p.92

Portanto o menos possível de entendimento, mas o mais Portanto o menos possível de entendimento, mas o mais possível de intuição pura. possível de intuição pura. ((Husserl,1990, p.92 )

Page 30: fenomenologia husserl

Lição 5Lição 5 A constituição da consciência A constituição da consciência

do tempodo tempo A apresentação das essências A apresentação das essências

como o dar-se evidente da como o dar-se evidente da essência; a constituição da essência; a constituição da essência singular e da essência singular e da consciência da universalidade consciência da universalidade

O domínio de investigação no O domínio de investigação no seu mais vasto âmbito: a seu mais vasto âmbito: a constituição dos diversos constituição dos diversos modos de objetalidade no modos de objetalidade no conhecimento; o problema da conhecimento; o problema da correlação entre correlação entre conhecimento e objetalidade conhecimento e objetalidade do conhecimentodo conhecimento

Page 31: fenomenologia husserl

A constituição da consciência do tempoA constituição da consciência do tempo

Após dar como evidente o universal este passo Após dar como evidente o universal este passo leva a outros. leva a outros. (Husserl, 1990, p.97)

A recordação, ela não é coisa tão simples e já A recordação, ela não é coisa tão simples e já oferece , entrelaçada uma com as outras , oferece , entrelaçada uma com as outras , diferentes formas de objetalidade e do dar-se. diferentes formas de objetalidade e do dar-se. (Husserl, 1990, p.97)

Som ... Trecho de passado no modo de dado Som ... Trecho de passado no modo de dado evidente p.98 ...Na permanente variação que evidente p.98 ...Na permanente variação que experimenta traz ao fenômeno, à manifestação, experimenta traz ao fenômeno, à manifestação, o o ser temporal.ser temporal. (Husserl, 1990, p.98)

Page 32: fenomenologia husserl

A apresentação das essências como o dar-se A apresentação das essências como o dar-se evidente da essência; a constituição da essência evidente da essência; a constituição da essência

singular e da consciência da universalidadesingular e da consciência da universalidade ...Ao dar-se das essência, constitui-se ela não ...Ao dar-se das essência, constitui-se ela não

simplesmente na basesimplesmente na base da percepção e da retenção da percepção e da retenção com ela enlaçada – de modo que, por assim dizer – com ela enlaçada – de modo que, por assim dizer – tira do próprio fenômeno um universal – mas tira do próprio fenômeno um universal – mas também de modo que universaliza o objeto que também de modo que universaliza o objeto que aparece e põe em relação a ele uma universalidade. aparece e põe em relação a ele uma universalidade. (Husserl, 1990, p.98)..

Ex:Para a consideração de essência a Ex:Para a consideração de essência a representação da fantasia, percepção estão no representação da fantasia, percepção estão no mesmo pé de igualdade. mesmo pé de igualdade. (Husserl, 1990, p.99).

Page 33: fenomenologia husserl

O domínio de investigação no seu mais vasto âmbito: a constituição dos diversos modos de objetalidade no conhecimento;

o problema da correlação entre conhecimento e objetalidade do conhecimento

Na percepção com sua retenção constitui-se o Na percepção com sua retenção constitui-se o objeto temporal originário; só numa tal objeto temporal originário; só numa tal consciência pode o tempo ser dado. Assim na consciência pode o tempo ser dado. Assim na consciência da universalidade, edificada sobre a consciência da universalidade, edificada sobre a percepção ou fantasia, constitui-se o universal. percepção ou fantasia, constitui-se o universal. (Husserl, 1990, p.102).

Page 34: fenomenologia husserl

Lição 5dLição 5d

Exemplo da casa Exemplo da casa p.103p.103 O dar-se quer nele se manifeste algo de quer nele se manifeste algo de

verdadeiramente existente, algo de real ou algo verdadeiramente existente, algo de real ou algo de ideal, algo de possível ou algo de impossível, de ideal, algo de possível ou algo de impossível, é sempre um dar-se no fenômeno do conhecimento, no fenômeno de pensamento no sentido mais lato da palavra; e em toda parte, ; e em toda parte, na consideração de essências, há que na consideração de essências, há que prosseguir esta correlação subitamente tão prosseguir esta correlação subitamente tão assombrosa. assombrosa. (Husserl, 1990, p.106).

Page 35: fenomenologia husserl

O domínio de investigação no seu mais vasto âmbito: a constituição dos diversos modos de objetalidade no conhecimento; o problema da correlação entre conhecimento e objetalidade do conhecimento

Atos categoriais que são aqui sempre o que são aqui sempre o pressuposto dos enunciados evidentes. pressuposto dos enunciados evidentes. (Husserl, 1990, p.102)

A consciência que vê-prescindindo da atenção A consciência que vê-prescindindo da atenção -são atos de pensamento formados de tal e tal -são atos de pensamento formados de tal e tal modo, e as coisas, que não são os atos do modo, e as coisas, que não são os atos do pensamento, estão no entanto neles pensamento, estão no entanto neles constituídas, vêm neles a dar-se; e, por constituídas, vêm neles a dar-se; e, por essência, somente assim constituídas se essência, somente assim constituídas se mostram como aquilo que são. mostram como aquilo que são. (Husserl, 1990, p.103).

Page 36: fenomenologia husserl

A Intencionalidade da A Intencionalidade da ConsciênciaConsciência

“Suponhamos que o nosso olhar volta-se, com um sentimento de prazer, para uma macieira em flor no jardim...”

Onde está Onde está a macieira?a macieira?

Page 37: fenomenologia husserl

A Intencionalidade da A Intencionalidade da ConsciênciaConsciência

• A intencionalidade corresponde à correlação consciência-mundo, sujeito-objeto, mais originária que o sujeito ou o objeto, pois esses só se definem nesta correlação

• A intencionalidade fenomenológica é visada de consciência, produção de um sentido que nos permite perceber os fenômenos humanos em seu teor vivido.

Page 38: fenomenologia husserl

Sentidos da consciência

percepçãopercepção

imaginaçãoimaginação

desejodesejo ilusãoilusão

recordaçãorecordação

O fluxo dos O fluxo dos raios noéticosraios noéticos

Percepção: Consciência-mundoPercepção: Consciência-mundo

Page 39: fenomenologia husserl

CONSCIÊNCIA

Toda consciência é consciência de alguma coisa, determinando-se como atividade constituída por atos (percepção, imaginação, volição, paixão, etc.) com as quais visa algo e não como substância, pois possui um modo de ser definido pela capacidade de transcender, quer dizer, de dirigir-se a outra coisa que não seja ela mesma.

Page 40: fenomenologia husserl

Sentidos da consciência

Vivência intencional Conjunto de todas as vivências (unidade). Percepção interna das vivências psíquicas (ser

consciente). consciência é:

“Uma corrente de experiências vividas”, ou seja, as cogitata (imaginar, desejar, recordar, etc.), que se dão na percepção como absoluta.

Page 41: fenomenologia husserl

Redução eidéticaRedução eidética Posso abarcar o sentido da coisa? Posso abarcar o sentido da coisa?

percebe

Sujeito coisas (res)

fenômeno (se mostra)

O método Filosófico

Deve excluir tudo que não seja o sentido da coisa

Page 42: fenomenologia husserl

Quem e por que se busca o Quem e por que se busca o sentido?sentido?

Sujeito

Ato perceptivo: coisa +”tocar/ver a coisa”

Consciência “onde” o sujeito registra os atos perceptivos

transcendente

imanente

Conceito de vivencia

O homem é capaz de: 1 saber que realiza

atos perceptivos 2 refletir sobre eles

A reflexão é uma

consciência de segundo

grau

Page 43: fenomenologia husserl

Atos do sujeito Atos do sujeito

Sujeito

Realiza...II atos psíquicos

•Reações (impulsos p beber, comer)

•emoções

I atos corpóreos

•Instintos em geral sede , fome, sono)

III atos espirituais

Reflexões decisões avaliações controle

Page 44: fenomenologia husserl

Sujeitos em graus diversos de Sujeitos em graus diversos de presença e realização de atividadespresença e realização de atividades

Sujeito

.

Baixo grau de realização da estrutura comum

Ex pessoa em estado de coma

Baixo grau de desenvolvimento espiritual: dificuldade para refletir,

avaliar, decidirResultado:dificuldade para

controlar impulsos , emoções

Alto grau de desenvolvimento de toda estrutura geral (comum) a

todo ser humano:atividades espiritual, psíquica e corpórea

Estou impossibilitado de realizar a contento

minha estrutura

Estou pouco educado

espiritualmente

Estou plenamente educado:corpórea,

psíquica e espiritualmente

Page 45: fenomenologia husserl

Husserl busca fundamentar a análise da Husserl busca fundamentar a análise da atenção nos diferentes níveisatenção nos diferentes níveis

Percepção Recordação Imaginação Fantasia

Atenção como ato psíquico

Atenção como ato voluntário

Análise Atos psíquicos

sempre têm uma

motivaçãoEx motivação para beber ato psíquico

não beber ato voluntário

Page 46: fenomenologia husserl

Fundamentação das ciênciasFundamentação das ciências

Ciências

Fenomenologia

Page 47: fenomenologia husserl

CONCLUSÃOCONCLUSÃO

O problema originário foi a relação entre a vivencia O problema originário foi a relação entre a vivencia subjetivamente psicológica e a realidade nela subjetivamente psicológica e a realidade nela apreendida. p.107apreendida. p.107

1.1. Exige-se que o problema radical deve incidir antes na Exige-se que o problema radical deve incidir antes na relação entre conhecimento e objeto, relação entre conhecimento e objeto, mas em sentido mas em sentido reduzidoreduzido

2.2. Exige-se a evidencia de que o problema Exige-se a evidencia de que o problema verdadeiramente importante é verdadeiramente importante é o da doação última de o da doação última de sentido por parte do conhecimento e portanto o da sentido por parte do conhecimento e portanto o da objetalidade em geralobjetalidade em geral que só é o que é na sua que só é o que é na sua correlação com o conhecimento possível. p.107correlação com o conhecimento possível. p.107

Page 48: fenomenologia husserl

CONCLUSÃOCONCLUSÃO

3.3. Exige-se ainda a evidencia de que este Exige-se ainda a evidencia de que este problema só se pode resolver na esfera problema só se pode resolver na esfera da da evidencia puraevidencia pura, , na esfera do dar-se, que por na esfera do dar-se, que por ser absoluto é a norma supremaser absoluto é a norma suprema; e de que por ; e de que por conseguinte temos de perseguir uma a uma , conseguinte temos de perseguir uma a uma , no procedimento de intuir, todas as no procedimento de intuir, todas as configurações fundamentais do conhecimento configurações fundamentais do conhecimento e todas as configurações basilares das e todas as configurações basilares das objetalidades que nele, plena ou parcialmente objetalidades que nele, plena ou parcialmente vem a dar-se para assim determinar o sentido vem a dar-se para assim determinar o sentido de todas as correlações a elucidar. de todas as correlações a elucidar.