feliz feliz

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Out. | Nov. | Dez. 2014 Nº 271 Boletim Informativo dos Cooperantes LACTICOOP UM FELIZ Natal D E S E J A LACTICOOP D E S E J A FELIZ Natal e PRÓSPERO PRÓSPERO 2015 2015 Boletim Informativo dos Cooperantes

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Boletim Informativo dos Cooperantes

LACTICOOP

UM

FELIZNatal

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PRÓSPEROPRÓSPERO

20152015

Boletim Informativo dos Cooperantes

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Em cada ano que passa, a época de Natal traz sempre consigo um sentimento de esperança renovada para um novo ano que se avizinha, e são inúmeras as mensagens que se trocam entre famílias e amigos a formularem votos de saúde, paz e

prosperidade para o futuro.

Também nas empresas, nesta época é tempo de fazer o balanço da actividade do ano em curso e preparar o programa de acção para o novo ano.

No nosso sector de actividade, há já algumas certezas que poderão influenciar de alguma forma a necessidade de se continuarem e efectuar reajustamentos. Estamos a falar do fim do Regime de Imposição Suplementar e da entrada em vigor do novo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR2020).

Os sinais de retoma da economia nacional continuam a ser muito ténues, pelo que o futuro próximo continua a estar carregado de muitas incertezas, quanto à nossa capacidade de resistir e competir com concorrentes provenientes de economias mais consistentes. Apesar disso, a Direcção da Lacticoop pretende transmitir aos seus colaboradores, produtores de leite, e dirigentes das Cooperativas agrupadas uma mensagem de esperança num futuro melhor e desejar a todos um Santo e Feliz Natal.

A DIRECÇÃO

Joaquim Maria de São José CardosoJosé Jesus Oliveira MarquesCarlos Dias MotaJoaquim da Silva FernandesMário de Oliveira Moreira

Natal – Esperança Que Se Renova

A NÃO PERDER

Árvore do Mês - Sabugueiropag. #4

Programa de gestão DairyPlanpag. #9

Fatores que influenciam a estabilidade térmica do leitepag. #12

Acidose Ruminalpag. #14

Silagem de Ervapag. #16

Pagamento à vaca leiteiraem 2015pag. #18

Fertak - Fertinagropag. #21

// LACTICOOP | EDITORIAL

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// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS

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// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS

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A Câmara do Sabugal plantou “dois sabugueiros de verde, floridos de prata” a ladear um castelo também de prata sobre fundo vermelho no seu Brasão Municipal. Por

certo que na zona abundavam os sabugueiros, como na base da Serra da Estrela onde se fundou a povoação de Sabugueiro - Sabugária nos primórdios - e em mais umas tantas povoações mais pequenas por esse país fora. A espécie é espontânea em Portugal, consentida e por vezes cuidada, mas cultivada é principalmente no vale do Varosa e região de Tarouca para a produção de baga. Já maduros no princípio do outono, os cachos de baga concorrem num festival de cor em que dominam os vermelhos, com as videiras e outras caduciformes autóctones.

Em miúdo tínhamos os sabugueiros da zona inventariados por quintais porque não passávamos sem os canudos de ramos direitos para fazer os estoques e esguichos depois de retirada a medula que preenche o seu interior. Penso que não vale a pena tentar explicar aos miúdos de agora que brinquedos eram esses…

O sorriso malandro do meu pai, ele, um viticultor destacado na zona, dizia-nos que ter um sabugueiro no quintal equivalia a mais alguns almudes de vinho martelado que em nada abonava a imagem dos produtores em geral. Mais pragmático, o Marquês de Pombal, mandou que a árvore fosse erradicada nas cinco léguas que ladeiam o Douro a norte e a sul das suas margens e proibiu em absoluto a utilização da baga como corante dos vinhos.

“Saltei fogueiras de rosmaninho,Acendi o madeiro de Natal,

Cantei janeiras pelo povoado,Cheirei alecrim e loureiro,

Bebi chá de sabugueiro”

(Em forma de abraço-Fernando Pereira)

Nome científico: Sambucus nigraNome vulgar: Sabugueiro, sabugueiro negro, sabugueiro preto, flor de sabugueiro.

Família: Adoxaceae (Caprifoliaceae)Género: Sambucus

Características botânicas

Folhas: Caducas, apresentam-se opostas e pinadas com 5 ou 7 folíolos, elíticos, de 30 centímetros de comprimento e bordos serrados.

Flores: Brancas ou ligeiramente amareladas, muito pequenas e agrupadas em grande número em corimbos planos com cerca de 30 centímetros de largura. Normalmente são pentâmeras, com cinco sépalas, cinco pétalas soldadas, cinco estames e três carpelos que dão origem ao mesmo número de sementes. Quando abertas exalam uma fragância característica, fresca e frutada que lhe garantem ampla utilização na preparação de refrescos e infusões bem como na aromatização de bebidas.

Frutos: São drupas com cerca de 6 mm de diâmetro, inicialmente verdes, depois avermelhadas e negras ou negro-azuladas quando completa a maturação.

SabugueiroUma farmácia viva

As drupas, também designadas por sabugos e baga, encerram três sementes muito pequenas e são ricos em vitamina c e em potássio e libertam um suco vermelho-escuro utilizado correntemente como corante natural. A presença nos frutos de heterósidos cianogenéticos inibe o seu consumo em fresco ou antes de termicamente tratados pois podem provocar náuseas e vómitos.

Caule: O tronco e ramos mais grossos apresentam o ritidoma cinzento-acastanhado, ligeiramente suberoso e sulcados longitudinalmente. Nos ramos novos o ritidoma é mais acastanhado e pontilhado com lenticelas de coloração mais clara e são preenchidos com um material filamentoso semelhante a espuma esbranquiçada. Perfil: Arbusto ou pequena árvore de porte pequeno a médio, não ultrapassa os 12 a 14 metros de altura e apresenta ramificação densa, sendo os ramos frequentemente arqueados que alastram na horizontal. A copa assume formas diversas conforme as intervenções de que é objecto, podendo apresentar-se em sebe ou formas regulares bem dimensionadas nos casos de pomares para exploração de baga.

O sabugueiro é originário dos bosques frios e sombrios da Europa Central e Meridional mas depressa se estendeu por grande parte do Globo dadas as suas propriedades medicinais apreciadas desde tempos imemoriais.

Prefere solos ricos e húmidos, sendo mais frequente no norte do país e resiste ao frio não sendo a floração, bastante tardia, afectada. As flores estão carregadas de flavonoides, ácidos fenólicos, sais potássicos e outros princípios activos que lhes conferem propriedades sudoríferas, expectorantes e anti-inflamatórias, sendo muito usadas para o tratamento de gripes, constipações e inflamações das vias respiratórias. Mas é a baga do sabugueiro que valoriza cada vez mais a planta. E hoje ela já não é só a “mala de medicamentos” de Hipócrates, já ultrapassou a medicina clássica e tradicional tornando-se num ingrediente alimentar valioso e muito popular. É principalmente a sua capacidade corante que o torna cada vez mais procurado pelos mercados da Europa Central para utilização nos produtos alimentares e farmacêuticos. As novas tendências, que mediante legislação específica condicionam cada vez mais os corantes sintéticos para os mesmos fins, ajudaram um pouco, mas o seu consumo, nas mais variadas formas, virou moda.

No vale do Varosa, terras de Tarouca e concelhos limítrofes em geral, centenas de pequenos produtores dedicam-se à produção de baga de sabugueiro constituindo pequenos pomares ou cuidando das árvores em sebes de abrigo ou ao longo de caminhos. Organizaram-se para a comercialização da baga, exportando-a em fresco, seca ou até congelada, o que constitui um importante contributo para a melhoria do rendimento das explorações. O microclima que caracteriza o solar do sabugueiro, por estar protegido por um anel de serras e cordilheiras, será a razão principal para o êxito da cultura. Mas talvez os monges de Cister, que aqui edificaram o primeiro mosteiro em terras lusas, tenham contribuído com a sua sabedoria e espírito inovador para que tal se verificasse. Ou talvez não. Pode ser apenas um acto de rebeldia para contrariar a disposição do Marquês que precisamente nesta região tentou erradicar o sabugueiro…

Mário Cupido

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// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS

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Pioneer Hi-Bred Sementes de Portugal S.A.Campo Pequeno, 48 - 6º Esq. 1000-081 LisboaTel.: 217 998 030 - Fax: 217 998 050

O logótipo da DuPont Pioneer e o símbolo do trapezóide são marcas registadas da Pioneer Hi-Bred International Inc. Des Moines Iowa USA.

Produção de Pastone: Considerações sobre a técnica e a qualidade da conservação

O pastone, matéria-prima de crescente importância, que não é mais do que grão de milho conservado pela processo de ensilagem, é um alimento extremamente rico em amido, com valores que podem rondar os 65-75%, e pode ser incorporado na dieta em taxas elevadas.

Dado que o grão na maioria dos casos, à saída da debulhado-ra, não é conservável tal e qual, deve ser estabilizado através da prevenção da contaminação por microrganismos presentes no ambiente e na superfície dos grãos. A sua multiplicação implicará a degradação e redução da qualidade e, inclusive, o desenvolvimento de substâncias tóxicas.

Existem e são aplicáveis diferentes sistemas de conservação do grão, com diferentes custos, de acordo com as condições iniciais do produto colhido. O sistema mais comum de conservação do grão no nosso país é a secagem. Esta prática proporciona a redução da percentagem de humidade para um nível em que os fungos e outros microrganismos se tornam inativos.

O material seco tem a vantagem de permitir um fácil transporte. No entanto, começamos a assistir a um aumento da conservação do grão por processo de ensilagem logo após a colheita, vulgarmente conhecido como pastone.

Os princípios da ensilagem preveem uma redução do pH do alimento até um valor que inibe a atividade microbiana. Este valor pode variar com a matéria seca, mas um valor de conforto para esta forragem será entre os 4-4,5.

Ainda que o processo de ensilagem do grão seja cada vez mais comum, é importante conhecer as seguintes regras:

A) Humidade à colheita ideal: 33-29%. Em grão muito seco, poderá adicionar água distribuída uniformemente, até um máximo de 3%; com grão muito húmido, provavelmente a colheita não será fácil.

B) Moer o grão o mais depressa possível após a colheita. Produtos com humidade e uma fl ora microbiana presente podem facilmente desenvolver microrganismos.

C) Alterar a dimensão dos crivos da máquina de pastone conforme a humidade do grão e fi m da forragem. Para grão com humidade maior devem ser usados de crivos de malha mais larga.

D) Ensilar imediatamente após a moagem para evitar a exposição do amido a fungos e leveduras.

E) Usar microrganismos (inoculantes) de efi ciência comprovada, como o inoculante Pioneer® 11B91. A qualidade dos microrganismos presentes, de facto infl uencia o sucesso do processo de conservação, a acidifi cação da forragem e a estabilidade aeróbica durante o desensilamento. As perdas de matéria seca podem ser signifi cativas e deitar por terra todo o trabalho feito com a cultura.

Silagem de erva

No passado dia 10 de Outubro, a FENALAC – Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite, inaugurou a sua nova sede na cidade do Porto.Na cerimónia de inauguração esteve presente a Senhora Ministra da Agricultura e do Mar Drª Assunção Cristas, o que só por si revela a importância que o sector leiteiro representa no contexto da agricultura e

agroindústria nacional.

Aproveitando a presença da senhora Ministra a Fenalac desenvolveu uma iniciativa pública de promoção do leite nacional, que visou sensibilizar a população em geral para a importância do leite na dieta alimentar diária.Durante a sua intervenção a Senhora Ministra realçou o papel desenvolvido pela Fenalac na defesa e promoção do leite nacional e destacou ainda o diálogo construtivo permanente com as várias entidades da Administração, na procura de soluções que permitam dar a melhor resposta aos permanentes desafios com que a fileira do leite tem sido confrontada.

A Fenalac representa o sector lácteo cooperativo, sendo constituída por quatro grandes Organizações – Agros, Lacticoop, Proleite e Serraleite, que no ano de 2013 recolheram 863 mil toneladas de leite (66% do total do continente), proveniente de 3200 produtores de leite associados.

Fernandes da Silva

FENALACTem nova sede

Pub.

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Programa de Gestão DairyPlan

Um companheiro imprescindível para o produtor de leite

Está amplamente documentado que, de DairyPlan é um programa informático de eleição que a GEA Farm Technologies oferece aos seus clientes para a Gestão Integral da Exploração Leiteira. Menu Principal DairyPlanEm poucas linhas gostaríamos de vos dar a conhecer as principais características deste software de gestão, assim como os aspetos que consideramos mais interessantes para os produtores e profissionais do setor para fazerem de DairyPlan um companheiro imprescindível para o produtor de leite de vaca.

DaryPlan destaca-se acima de tudo pela sua facilidade de operação.

O menu principal do DaryPlan organiza-se pelas secções mais importantes para o maneio da exploração como são a Reprodução, a Saúde do rebanho ou a Alimentação. Encontramos diretorias específicas para entrada de dados ou imprimir relatórios importantes. Todas estas diretorias podem-se separar por nível de importância no controlo, dependendo da frequência com que se quer controlar seja diária, semanal, ou mensal.

DaryPlan permite integrar todos os dados da exploração.A partir do DairyPlan acedemos a toda a informação do animal selecionadaAo identificar cada animal na ordenha, reporta automaticamente a informação da quantidade de leite, os tempos da ordenha

e a condutividade eléctrica do leite produzido. No caso de estar equipado com sistemas de deteção de cios de colar ou pata Rescounter II, vai-nos indicar o nível de atividade entre ordenhas.A informação proporcionada permite-nos extrair informação muito valiosa para análise dos nossos animais.De entre elas gostaríamos de destacar as seguintes.

1º Curvas de fluxo de leite 2º Análise dos fluxos e dos

tempos de ordenha3º Curvas de lactação4º Curvas de atividade de um animal5º Alarmes de condutividade e redução de leite6º Estatística de produção de leite7º Controle de ordenha

O DairyPlan é uma ferramenta muito valiosa que nos ajuda a melhorar os dados produtivos e reprodutivos da exploração.

Se introduzirmos os dados de cada animal, tais como a data de parto, a data de inseminação, diagnóstico de gestação, data de secagem ou qualquer ação veterinária que consideramos de relevância, o programa

Menu Principal DairyPlan

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// LACTICOOP | DAIRYPLAN // LACTICOOP | DAIRYPLAN

nos devolverá informação crucial para tomarmos decisões rentáveis.O gráfico de cada situação reprodutiva de cada animal, listagens das vacas para inseminar, vacas para teste de gravidez, vacas de secagem ou vacas próximas do parto, são algumas delas. Também nos dará informação prática diária como ações de reprodução a realizar nesse dia como sincronizações e/ou tratamentos veterinários.

O Dairy Plan combinado com o sistema de deteção de cios de colar ou pata Rescounter II permite-nos obter gráficos e alarmes de atividade em intervalos de duas horas muito importante para determinar o momento ótimo da inseminação.

Dairy Plan ajuda a manter a informação do animal ordenada e atempada. Graças ao seu modo de ações veterinárias temos a possibilidade de guardar registos como mamites, cetoses, deslocamento do abomaso ou cocheiras. O mesmo é dizer, que tudo o que o produtor considere necessário ou importante para a sua exploração. A consulta do histórico é cómoda, fácil e fiável.

Um aspeto a destacar deste ficheiro é a possibilidade de desencadear ações veterinárias para que nos avise de futuras ações de maneio, como vacinações, descornagens, desparasitações, revisões ou tratamentos de cascos, entre outros. Uma das características do DairyPlan que resultam mais atrativas para o produto é a possibilidade de introduzir dados externos do controlo leiteiro realizado pelo organismo oficial (contraste leiteiro) proveniente de outras fontes externas. Assim, podemos completar a evolução do animal na sua lactação com os dados de gordura, proteína e células somáticas na análise de cada animal.

DairyPlan pode ligar-se a uma série de dispositivos externos que ajudam a completar a informação necessária para conseguir uma gestão integral: - Portas de seleção, boxes de alimentação, alimentadoras, balanças de pesagem, modo de controlo do tanque da ordenha Expert ou Rescounter para deteção de cios em novilhas, são só algumas das soluções que a GEA Farm Technologies pode conectar ao programa.DairyPan é um dos programas de gestão de explorações leiteiras com maior aceitação pelos profissionais do setor leiteiro, já que permite aumentar a sua produtividade ao dispor de informação rápida e fiável a fim de fundamentar melhor as suas conclusões e decisões.

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// LACTICOOP | QUALIDADE DO LEITE // LACTICOOP | QUALIDADE DO LEITE

A qualidade do leite é muito importante para as indústrias e produtores, influenciando assim os hábitos de consumo e produção de derivados. Por isso, é necessário conhecer

alguns conceitos sobre a qualidade do leite, referentes à composição e condições higiénico-sanitárias.Ao entregar a sua matéria-prima à indústria, o produtor tem o seu leite submetido a testes de avaliação, para verificar a sua qualidade. São efectuadas análises, conforme as normas vigentes, visando garantir produtos com o menor risco possível para a população. A qualidade do leite é definida pelos seguintes critérios:

Constituição físico-química

Na composição do leite, constam a parte líquida, representada pela água, e a parte sólida, representada por dois grupos de componentes: o extracto seco total e o extracto seco desengordurado.

Extracto seco total É representado pela gordura, açúcar, proteínas e sais minerais. Quanto maior esse componente no leite, maior será o rendimento dos produtos.

Extracto seco desengorduradoCompreende todos os componentes, menos a gordura (leite desnatado).Gordura - É o componente mais importante do leite. O leite enviado à indústria deve conter, no mínimo, 3,7% de gordura. Na indústria, a gordura dá origem à manteiga, sendo o seu teor responsável pelo diferencial no preço do leite pago ao produtor.

ÁguaMaior componente do leite, em volume. Há cerca de 88% de água no leite. Se, de alguma forma, água for adicionada ao leite, o peso do produto será alterado sensivelmente. Logo, isso constitui uma fraude.

Densidade

É a relação entre peso e volume. Assim, um litro de leite normal pesa de 1.028 a 1.033 gramas. Abaixo ou

acima desse intervalo, o leite pode ter a sua qualidade comprometida e ser recusado pela indústria. Deve-se considerar que um leite com um alto teor de gordura, como por exemplo, acima de 4,5%, terá provavelmente uma densidade abaixo de 1.028 gramas. Para evitar fraudes por adição de água, a densidade do leite é medida, diariamente, na indústria.

Conceitos sobre estabilidade do leite

A composição e a estabilidade térmica do leite são factores importantes para aumentar o tempo de prateleira de derivados lácteos de modo a garantir adequadas condições de processamento e proporcionar maior qualidade ao consumidor final (Barros, 2001).

Como se sabe o leite é uma solução que contem sais, lactose e proteínas dispersos em fase aquosa, glóbulos de gordura em emulsão e partículas hidratadas de proteína em suspensão coloidal (Walstra e Jenness, 1984). As proteínas do leite são divididas em duas classes principais. A primeira fracção que corresponde a aproximadamente 80% da proteína total do leite bovino, é formada pela caseína, A segunda Fracção compreende as proteínas do soro lácteo (Cheftel e tal., 1989).

A caseína é a proteína mais importante do leite e compreende cerca de 85% das proteínas lácteas. Sem entrar em considerações muito teóricas sobre esta proteína podemos dizer que é ela a responsável pela estabilidade do leite. As caseínas agregam-se formando grânulos insolúveis chamados micelas. A estrutura granular multimolecular das micelas de caseína é composta por várias proteínas similares, água e minerais (principalmente cálcio e fósforo). As moléculas individuais da caseína não são muito solúveis no ambiente aquoso do leite (González, 2001). No entanto, os grânulos das micelas de caseína mantêm uma suspensão “homogénea” do leite (suspensão coloidal do leite). Se esta estrutura se perde as micelas separam-se e a caseína fica insolúvel (formação de grumos). Portanto qualquer alteração que modifique esta estrutura provoca um desequilíbrio na “apresentação” do leite provocando a sua floculação (grumos).

Acidez do leite

Segundo Pereira et al. (2001), os testes para avaliação de acidez do leite são o pH e a acidez titulável. O teste da acidez titulável tem por objectivo detectar aumentos na concentração de ácido láctico, uma vez que esse ácido é formado pela fermentação da lactose por bactérias mesófilas (bactérias que actuam a uma temperatura ambiente), e consequentemente, pode indicar qualidade microbiológica inadequada da matéria-prima (Fonseca; Santos, 2000). O leite, logo após a sua obtenção, apresenta uma reacção ligeiramente ácida devido a alguns de seus componentes. Essa acidez, chamada de natural ou aparente, e causada pela albumina, pelos citratos, pelo dióxido de carbono, pelas caseínas e pelos fosfatos. A acidez adquirida, desenvolvida, ou real, consiste na soma da acidez natural com os ácidos resultantes da fermentação da lactose. Eleva-se rapidamente quando o leite é obtido sob más condições de higiene e é mantido sob temperaturas elevadas o suficiente para permitir a multiplicação dos microrganismos da flora natural do leite e dos microrganismos resultantes da contaminação (Velloso, 1998).

Segundo Fonseca e Santos (2000), a falta de higiene resulta na proliferação de bactérias mesófilas dos géneros Lactococcus, Streptococcus, Lactobacillus e algumas enterobacterias que fermentam a lactose, produzindo ácido láctico e baixando o pH do leite. A acidificação acarreta uma desestruturação das micelas de caseína e formação de coágulo. Esse e um dos problemas detectados com maior frequência na plataforma das indústrias de lacticínios. O teste do álcool e utilizado para avaliar a estabilidade do leite frente ao etanol. Consiste da mistura de partes iguais de leite e álcool (cuja concentração pode variar) e o resultado pode ser positivo (se ocorrer precipitação) ou negativo (sem precipitação). O leite com elevada acidez coagula no teste porque o álcool possui acção desidratante no leite ácido. As partículas de caseína tornam-se instáveis pela perda de cálcio, coagulando pela desidratação causada pelo álcool (Velloso, 1998).

Segundo Velloso (1998), leite “anormal” por outras causas que não a acidez elevada também pode coagular frente a prova do álcool (instabilidade da proteína). Esta situação tem sido observada de forma esporádica, sendo apontada diversas causas possíveis:

- Desequilíbrio nutricional na relação Ca:P (Cálcio : Fósforo);

Segundo Velloso (1998), silagens pobres em nutrientes, excesso de concentrados proteicos, ou factores capazes de alterar o equilíbrio cálcio-magnésio e dos fosfatos podem ocasionar reacções positivas na prova do álcool (Velloso, 1998).

Segundo Barros (2001), as variações da estabilidade do leite têm sido relacionadas com dietas ou pastos ricos em cálcio, com deficiências ou desequilíbrios minerais (Ca, P, Mg) e com mudanças bruscas da dieta, sendo inconstante a resposta à suplementação com minerais.

- Acção de microrganismos sobre a caseína;

- Vacas com mamites; A mastite altera a permeabilidade vascular das células secretoras de leite, afectando o equilíbrio salino do leite (Na, Cl, P e K) além disso, o leite com elevada contagem de células somáticas apresenta enzimas proteoliticas que podem causar a desestabilização das micelas (Henrique, 2009). - Presença de colostro; - Fase da lactação. Segundo Velloso (1998), resultados positivos ao teste do álcool podem ser obtidos com o leite de animais no inicio da lactação. Vacas em estádio avançado de lactação ou vacas velhas podem produzir leite positivo (Ponce, 2000).- Presença de agentes desinfectantes nos recipientes do leite. Concluindo o teste do álcool é realizado pelas indústrias de lacticínios para avaliar a qualidade do leite, em especial, para estimar a estabilidade térmica da matéria-prima, uma vez que ela sofrerá tratamentos térmicos intensos como pasteurização e UHT. O leite com baixa estabilidade térmica é identificado como aquele que se precipita ou forma grumos quando exposto ao teste do álcool ou fervura, e por este motivo é rejeitado pela indústria, devido as exigências do consumidor/vendedor quando compra este leite.

Essa análise não mede exactamente a acidez do leite, mas sim, verifica a sua tendência para coagular. O leite que coagula na prova não resiste ao calor, portanto, não pode ser misturado aos outros.

Muitos estudos têm sido efectuados sobre esta situação mas acabam por ser todos muito inconclusivos. Para chegar a alguma conclusão todos os factores aqui descritos teriam que ser verificáveis o que é muito difícil. A época do ano também é muito importante. Felizmente estas situações são sazonais e pontuais. Pensamos que aos universidades, nestas situações, nos poderiam ajudar a tornar mais perceptível qual as causa ou causas que originam estas situações Veremos o Futuro!

Ismael Machado e Rita Goncalves

Este artigo é uma compilação de vários trabalhos efectuados sobre este tema.Fontes:- Prova de álcool e sua relação com a qualidade do leite, www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/qualidade-do-leite_pr ;- ZAMELA, Maria Balbinotti, FISHER, Vivian; Factores que afectam a estabilidade do leite ao álcool, capitulo 8- MARCOS, Henrique, Biotec – Reprodução Animal, factores que afetam a estabilidade térmica do leiteao teste do álcool – Parte 1; - OLIVEIRA, Daniela S., TIMM, Cláudio D (2007); Instabilidade da caseína em leite sem acidez adquirida, Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias.

Factores que afectam aestabilidade térmica do leite

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// LACTICOOP | ACIDOSE RUMINAL

AcidoseRuminal

// LACTICOOP | ACIDOSE RUMINAL

Maximizar a produção de leite sem incorrer em acidoses tornou-se num dos grandes desafios de nutricionistas e produtores de leite, uma vez que alimentar a vaca

com alimentos altamente fermentescíveis de maneira a providenciar energia necessária para altas produções de leite aumenta o risco de acidoses.

A acidose é uma doença metabólica caracterizada por uma quebra do pH ruminal 6,4-6,5 para 5,5-5,8. Esta doença é causada pela ingestão elevada de alimentos ricos em hidratos de carbono não fibrosos (CNF) dos quais fazem parte os amidos e os açucares.

Tipos:Existem dois tipo de acidoses :

Acidose clinica ou aguda – caracterizada por uma quebra drástica do pH (<4,8) mantendo-se baixo por um período superior a 24 horas(owens et al.,1998) , causada normalmente por um acumular de ácido láctico no rúmen derivado ao consumo abrupto de hidratos de Carbono rapidamente fermentescíveis.

Os sintomas de uma acidose clinica compreendem: - Anorexia - Dor abdominal - Frequência cardíaca elevada - Respiração acelerada - Letargia - Diarreia - Morte

Acidose sub- clínica - é caracterizada por repetidas quebras no pH ruminal, mas ao contrário do que se passa na acidose clinica, o pH volta a recuperar para valores normais (figura 1). Estes episódios de baixo pH normalmente duram vários minutos ou várias horas. Os ataques longos (> 3-4 h) são motivo de preocupação porque afetam negativamente a digestão de fibras (Russell e Wilson, 1996), diminuem a capacidade de absorção do epitélio ruminal, podendo danificar o mesmo (Harmon et al., 1985).

Estas quebras no pH são causadas pela acumulação de ácidos gordos voláteis (Acético,Propiónico e Butírico) no rúmen. Aquando da digestão dos alimentos estes ácidos aumentam no rúmen fazendo com que o pH baixe, com o passar do tempo vão sendo absorvidos e tamponizados levando a um aumento do pH.

Os sintomas de uma acidose sub-clinica compreendem:

- Fraca Ruminação - Quebra na Ingestão - Quebra na Produção - Baixa na gordura do leite

Este dado não é muito fiável para vacarias de alta produção. As produções elevadas de leite podem mascarar o teor de gordura do leite, além disso os animais de alta produção tem uma capacidade elevada de ingestão com velocidades de transito do alimento através do rúmen muito rápidas . A conjugação destes fatores com a dieta poderá justificar que vacarias com baixo teor de gordura, por vezes mais baixo que o teor em proteína não apresentem sinais de acidose (Calsamiglia,S.,2014). Por outro lado, vacarias com bons teores em gordura poderão estar em acidose.

- Postura Arqueada(figura 2)- Fezes Moles- Fezes Espumosas - Fezes mal digeridas ( com muito grão e partículas acima dos 6mm)

Com o avançar do tempo:

- Perda de peso- Laminites-Abcessos

Prevenção:

A chave para a prevenção consiste na redução da quantidade de hidratos de carbono fermentescíveis consumidos em cada refeição. Isso requer tanto boa formulação da ração (equilíbrio adequado de fibras e CNF) com um bom maneio da manjedoura.

Os animais mais sujeitos a acidoses sub-clinicas são os animais recém-paridos,é por isso importante fazer um bom péri-parto de maneira a permitir que haja um

mudança gradual na população bacteriana do rúmen e uma adaptação das papilas ruminais ao aumento dos CNF no arraçoamento.Esta adaptação demora entre 4-6

semanas.

Como o risco de acidose aumenta com o aumento dos CNF no arraçoamento, deve-se tentar baixar a velocidade de fermentação providenciando ao animal forragens de boa qualidade e com um bom

nível de fibra efectiva permitindo assim um aumento da ruminação e consequentemente um aumento na produção de saliva que tem um efeito tampão.Cerca de 70% do NDF total do arraçoamento deve ser fornecido pela forragem.Deve-se tamponizar bem o arraçomento (bicarbonato de sódio, óxido de magnésio, tampões compostos).O NRC 2001 recomenda a utilização de 0,75% de bicarbonato de sódio na matéria seca do arraçoamento total.

A administração de leveduras tem um efeito positivo no ambiente ruminal,

Evitar um tempo de mistura prolongado do TMR(unifeed) afim de evitar uma redução do tamanho das partículas e o conteúdo de fibra efectiva.Evitar a heterogeneidade do unifeed evitando que o animal escolha,ou seja garantir um comprimento adequado de corte para a forragem e silagem.Garantir um espaço na manjedoura para todos os animais de maneira a evitar competição pelo alimento.

A acidose sub-clinica é uma doença subtil, cara, e muito comum em vacas de alta produção.fale com o seu nutricionista de maneira a optimizar a prevenção desta doença.

João Sousa

fig1 - Medições continuas do ph ruminal de uma vaca ao longo do dia.As setas indicam a altura em que foi fonecido concentrado para simular a acidose su-clinica.

fig3- Fezes de animais com acidose.

fig2- Vaca com acidose.

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// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS

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Silagemde Erva

Estamos no final do ano, e que ano… um ano que todos avaliam de muito difícil, complicado, de baixos rendimentos mas grandes colheitas. Destacamos as produções

de milho de batata de hortícolas e outras mais. As adversidades continuam pois em muitos casos as forrageiras de inverno estão em nossa casa mas em semente. Com as chuvas continuas no mês de Outubro e Novembro dificilmente se conseguiu semear. Mas temos que ter esperança que melhores dias virão, e falar em silagem de erva nesta altura é uma oportunidade para não esquecermos a sua importância.

Pensar e falar em silagem de erva era, até há alguns anos atrás, uma heresia. Hoje é um tema muito actual e os empresários agrícolas ligados á pecuária, vêm a erva como um excelente alimento, de grande valor nutricional. Com o sol que temos, no passado, não se viam grandes razões de preocupação para meter a erva debaixo de plástico, quando a podíamos trazer para casa em feno seco.

A intensificação, o crescimento das explorações e a falta de área agrícola disponível, fez com que todo paradigma mudasse e hoje ninguém desperdiça a oportunidade de fazer uma boa silagem de erva. Nem sempre se consegue mas tenta-se, sedo muito bom ter esta premissa como princípio.

O feno em fardos como sabemos, havendo área, condições físicas e meteorológicas para o fazer é interessante pelo custo de produção, no entanto, como no nosso sistema produtivo a rotação tipo é erva milho, quanto mais rápido tirarmos esta mais cedo semeamos o milho.

Em culturas permanentes como a luzerna ou prados de corte sendo diferente, a silagem traz grandes vantagens como veremos.

As razões para fazer silagem são muitas, destacamos a parte nutricional e a económica. De fato, uma boa silagem permite, boa qualidade nutricional, grande quantidade de matéria seca por unidade de área, logo detectamos imediatamente uma boa maneira de reduzir o custo de produção, quer em leite ou carne.Mas vamos falar de silagem nas várias vertentes vs feno seco.

Vamos começar por uma forragem muito específica já utilizada por vários empresários agrícolas, que é a luzerna. Como sabemos, a luzerna é uma das plantas mais nutritivas, palatáveis e de grande digestibilidade da sua fibra, mas também uma das mais delicadas.

Agronomicamente já falei dela noutro artigo, nesta mesma revista, no entanto quero relembrar a importância da perda da sua folha com facilidade, quando fazemos feno em rama. A perda da folha, representa perda nutricional e uma perda física, uma vez que ao levar o feno para o celeiro, o levamos mais pobre nutricionalmente e em menor quantidade pois a folha ficou no campo. Outro aspecto é o facto do processo de secagem trazer perdas de proteína na planta. O simples facto da planta estar menos tempo no campo permite nos levar para a exploração uma alimentação com um maior teor de proteínas.

Na colheita da luzerna em verde acontece o inverso do descrito anteriormente, pois permite aproveitar quase todas as folhas. A pré-fenagem que é uma prática agronómica indispensável para uma boa conservação das forragens ensiladas, deveremos ter muito em conta este aspecto. Seca em excesso, perda de folhas.

A silagem de erva ou luzerna é melhor do que erva seca também pelo seu teor proteico. Facilmente conseguimos fazer silagem com teores de proteína de 15% e até mesmo 17% com um teor de humidade de 40% ou mesmo menos. Nos fenos temos um teor de proteína mais baixo e se fizermos analises de varias amostras, do mesmo lote, as características nutricionais não são constantes. Elas devem-se às condições atmosféricas na altura da secagem e da uniformidade do crescimento.

Seguidamente e como facilmente nos apercebemos que ao fazer silagem, vamos reduzir em muito a permanência da cultura em campo, o que reduz o risco de o mau tempo muito frequente na primavera, todos nos lembramos do ano de 2014, e dos atrasos que a chuva provocou na sementeira do milho pois esta teimou em cair até finais de Maio.

A chuva é o maior problema para a erva fenada. Depois de molhada temos rapidamente a instalação de fungos, temos que o virar várias vezes para a secar e neste processo perdemos qualidade, folhas e energia. Mais

uma vez perder, perder.

Um outro factor importantíssimo é a qualidade da fibra e a palatabilidade da erva. A digestibilidade da fibra é maior na silagem que no feno. No que diz respeito à palatabilidade, podemos referir o que se verifica em estábulo, ou seja, as vacas preferem feno. Esta situação é importante nos meses de verão pois ao optarmos por fenos de qualidade permitem-nos que haja uma maior quantidade de ração ingerida, de elevado teor proteico minimizando as quebras de produção nesta estação complicada para bovinos de leite.

Uma outra vantagem da silagem de erva é, a uniformidade do alimento ao longo do tempo e ainda fazer uma melhor programação do alimento, tentando manter ao longo do ano uma alimentação o mais uniforme possível.

Quando pensamos que fazer feno é mais barato que fazer silagem, temos obrigatoriamente de fazer uma pequena reflecção. Fazer silagem custa mais, aproximadamente 20% mais que fazer feno e deve-se ao que é o trabalho de acondicionamento, corte e recorte, inoculante e plástico,

todavia não podemos esquecer que a forragem seca necessita de um armazém para a proteger do inverno, sendo que a silagem pode ficar num local de pouca aptidão agrícola, logo o custo global é maior no feno por este facto, armazenagem.

Outro factor importante no corte para silagem é a utilização de uma gadanheira acondicionadora pois permite retirar rapidamente grande quantidade de água diminuindo o tempo do alimento em campo, melhorando a sua qualidade pois a probabilidade de levar terra e fungos é menor.

O manuseamento destes dois tipos de alimento é distinto, a silagem exige um tipo de equipamento para desensilar enquanto o fardo de feno é bastante fácil, basta por vezes ter força de braços.

Hoje todos sabem fazer muito bem uma silagem de qualidade, bem acondicionada cortada na altura certa e com uma percentagem de humidade correcto, no entanto o tempo é o pior inimigo e este condiciona estes factores. Os serviços de avisos meteorológicos são altamente credíveis e é a eles que temos que recorrer quando estamos a programar o corte, assim minimizamos os

dissabores e mais uma vez os prejuízos.Com a aproximação do Natal e fim de ano, surge sempre na nossa mente a vontade de fazer uma retrospectiva do ano, contemplando o que correu bem e menos bem. Também é muito importante esta reflecção pois ajudar-nos-á nos exercícios posteriores. O balanço contabilístico dita friamente o resultado do nosso trabalho e ajuda-nos também a mudar coisas que estão menos bem.

Os nossos leitores são, sabemos gente de luta de perseverança e que procuram continuamente, com o seu trabalho, obter os melhores rendimentos utilizando as melhores técnicas, as melhores sementes e os melhores equipamentos, no entanto, como referi, a conjuntura não é muito favorável. Pessoalmente, tenho a esperança e aguardo mudanças positivas e é com elas que vos quero deixar, desejando a todos um feliz Natal e um Santo Ano Novo extensivo a todos os familiares. Até lá.

Fernando Taveira

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// LACTICOOP | PAGAMENTO À VACA LEITIRA

O pagamento à vaca leiteira em 2015Algumas considerações

Os produtores continuarão a ter um apoio à produção de leite em 2015 no âmbito da nova PAC. A legislação da União Europeia relativa à PAC publicada em 2013, permite que os

Estados Membros dediquem uma parte do orçamento que está destinado a pagamentos diretos aos seus produtores, não apenas a pagamentos desligados, mas a apoiar determinadas produções.

A opção nacional foi de, entre outros sectores, criar também um apoio aos produtores de leite, por vaca leiteira detida. Até 2014 manteve-se um pagamento aos produtores de leite, o pagamento complementar para leite de vaca, que tem sido atribuído aos produtores de leite que estejam a fazer entregas de leite, em função da sua quota leiteira. A partir de 2015 o pagamento tal como foi apresentado na legislação publicada, será pago pelas vacas de raça leiteira existentes na exploração, que tenham parido nos últimos 16 meses, ou novilhas num máximo até 20% do total de vacas elegíveis ao prémio.

O pagamento do prémio tal como é apresentado na legislação nacional, depende ainda da Comissão Europeia, que terá de aprovar este pagamento, não se conhecendo à data de elaboração deste artigo uma aprovação formal do mesmo. Por essa razão, as regras e montante do prémio poderão ainda sofrer alterações. Para que os produtores possam receber este pagamento em 2015 é necessário ter em atenção alguns aspetos.

Manifestem a intenção de candidatura ao prémio até ao dia 31 de Dezembro de 2014. Para tal deverão dirigir-se à sua organização. O termo “intenção de candidatura” com que o IFAP baptizou este formulário é enganador. É mais do que uma intenção de candidatura, é verdadeiramente uma candidatura. Só com a sua submissão até 31 de dezembro de 2014 será possível receber a ajuda e a submissão do formulário iniciará uma candidatura que não se prevê possa ser alterada no pedido único de 2015.

Conforme referi os animais elegíveis serão os de raça leiteira. Na legislação está publicada uma lista de raças

leiteiras que não é clara para ninguém sobre quais os animais elegíveis. Para sabermos que animais poderão ser elegíveis é necessário que haja resposta à questão:

“ Quais as raças no SNIRB que permitem o pagamento deste prémio?”. Será através do SNIRB que o IFAP irá controlar administrativamente a elegibilidade dos animais nos diversos aspetos, nomeadamente o da raça. O IFAP tarda em esclarecer esta questão, mas só quando estiver esclarecida o produtor poderá saber quais dos seus animais serão elegíveis.

A carta recentemente enviada pelo IFAP alertando para a necessidade de candidatura ao prémio e para a indicação de quais os animais presentes no SNIRA em nome do requerente que são vacas leiteiras ou aleitantes tem causado muita confusão. A realidade é que a generalidade dos produtores de leite que tem exclusivamente vacas leiteiras na exploração, aparecem com a indicação de ter no SNIRB algumas

vacas aleitantes em seu nome.

A solução será logo que possível procederem às correções necessárias no SNIRB para que fiquem com os seus animais devidamente classificados como leiteiros e elegíveis ao prémio. Mas, repito, urge a clarificação por parte do IFAP sobre quais as raças, no SNIRB, que permitem o pagamento da vaca leiteira.

O último parto das vacas para serem consideradas elegíveis terá de ter sido há menos de 16 meses. Só as que tenham parido há menos de 16 meses são elegíveis ao prémio ( na primeira versão divulgada pelo MAM eram 14 meses). Relativamente a este aspeto a preocupação deve ser a de que fiquem registados todos os partos no SNIRB, para que as vacas não percam elegibilidade. Sabemos que em situações como a morte de vitelos antes de serem brincados, não fica registado no SNIRB o parto dessa vaca.

Há um procedimento para o fazer e desde que seja cumprido, ficará no SNIRB registado o parto. Para tal os produtores deverão dirigir-se ao posto de SNIRB na sua cooperativa sempre que ocorram estas situações.Apenas serão pagos prémios pelas vacas e novilhas detidas na exploração durante 6 meses a contar do dia 1 de Fevereiro. Os produtores serão pagos pelos animais elegíveis que detenham entre 1 de Fevereiro e 31 de Julho. Há no entanto algumas dúvidas sobre a forma de verificação dos animais elegíveis em sede de apuramento.Para efetuar estes pagamentos em 2015, foram destinados 12.500.000 €. A título indicativo o valor de referência do pagamento por animal será de 82 €.

No entanto o valor pode ser mais elevado ou mais baixo, dado que o pagamento será efetuado em regime de envelope fechado, ou seja, se o número de animais elegíveis for superior ao previsto o pagamento será mais baixo que o valor de referência, se os animais elegíveis forem inferiores ao previsto o pagamento será mais elevado.Desde já e antes do final do ano, todos os produtores de leite deverão dirigir-se à sua organização para efectuar

UE Reembolsa 868 milhões de Euros aosAgricultores Europeus

A aplicação do mecanismo de disciplina financeira acarretou, no exercício de 2014,uma redução de 868 milhões de euros,na verba disponível para os pagamentos directos,

redução necessária para estabelecer a reserva de crise agrícola e para assegurar que a despesa total da PAC para as medidas de mercado e as ajudas directas ficariam dentro do limite máximo definido no Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020. No entanto, em 2014, não foi necessário utilizar a reserva de crise.Na verdade, as medidas de apoio disponibilizadas a partir de Agosto de 2014, consequência do embargo russo a alguns produtosagrícolas da UE, só irá elevar as despesas da UE no orçamento de 2015. Além disso,os montantes não utilizados do Fundo de Garantia Agrícola Europeu,noorçamento de 2014,foram mobilizados para evitar um corte para pagamentos dos agricultores.

De acordo com o regulamento adoptado, a Comissão Europeia prevê devolver aos agricultores dinheiro que tinha sido reduzido dos pagamentos directos em 2014.Como tal,cerca de 868 milhões de euros deverão ser ressarcidos aos agricultores europeus, sendo que no caso de Portugal, a verba rondará os 13 milhões de euros.O reembolso deve ser feito até 15 de Outubro de 2015.Estemecanismo de reembolso foi acordado na reforma da PAC de 2013 e é agora aplicada pela primeira vez. Convém, no entanto, não esquecer a obrigatoriedade de constituir uma nova reserva de crise para 2015.

A Comissão Europeia reduziu o reembolso dos pagamentos da PAC, para a Grécia, por causa dos contínuos problemas administrativos na gestão do chamado Parcelário Agrícola,o Sistema de Identificação de Parcelas (SIP).Segundo o novo Comissário Europeu para a Agricultura e Desenvolvimento Rural,Phil Hogan:”É a primeira vez que a Comissão utiliza esta nova opção de gestão de orçamento, mas é muito importante que as nossas regras orçamentaissejam respeitadas”.A Grécia fez progressos consideráveis nos últimos anos para suprir estas deficiências,no entanto, várias auditorias da Comissão, realizadas nos últimos 3 anos, têm demonstrado que o Parcelário grego ainda nãoestá conforme com as regras da UE. Como consequência,o máximo elegível de área registada no Parcelário é exagerado, o que levou a pagamentos irregulares efectuados aos beneficiários do regime de pagamento único. Uma auditoria realizada no início de Novembro confirmou que os objectivos do plano de acção da Grécia

ainda não foram cumpridos e que não seriam alcançados no futuro imediato,ou seja,para os pagamentos relativos ao ano de 2014.

Assim, a Comissão tomou como medida de precaução, e pela primeira vez, a redução do reembolso de pagamentos para a Grécia.O montante da redução corresponde ao valor considerado de risco para o fundo,estimado em cerca de 17 milhões de euros.

MARS - Boletim deAcompanhamento das Culturas Europeias- Previsões Agrícolas -

O período Outonal foi geralmente mais quente do que ohabitual na maior parte da Europa central e ocidental. Chuvas fortes e tempestades severas foram registrados durante a primeira quinzena de Outubro e durante as duas primeiras semanas de Novembro, principalmente em partes do sul e centro da Península Escandinava, França, Reino Unido, partes oeste e central da Península Ibérica e Itália, causando inundações locais.

A sementeira das culturas de inverno prosseguiu normalmente na maioria das regiões europeias, tendo sido prejudicada em algumas áreas por chuvas torrenciais. Na Itália e na Grécia ocidental, a sementeira de trigo duro foi adiada devido às condições do solo excessivamente húmido e chuvas excessivas.

Os principais atrasos na França foram no trigo duro nasprovíncias do sudeste. Condições secas persistentes no norte da Ucrânia, Bielorrússia e regiões limítrofes da Rússia estão a ter um impacto negativo na emergência das culturas de Inverno.

// LACTICOOP | CONFAGRI

a intenção de candidatura, analisar a situação do seu efectivo no SNIRB e na carta que foi dirigida pelo IFAP sobre o assunto, fazer as eventuais correcções necessárias,

de modo a que não deixem de receber a ajuda a que têm direito.

Engº Domingos Godinho (Confagri)

CulturaProdução Ton/ha

2013 Previsão 2014

Média 5 anos % 14/13 % 14/5

anos

Total Cereais 5.30 5.43 5.08 +2.4 +6.8

Total Trigo 5.59 5.63 5.34 +0.9 +5.6

Trigo Mole 5.82 5.86 5.57 +0.6 +5.1

Trigo Duro 3.28 3.19 3.21 -2.6 -0.5

Total Cevada 4.91 4.61 4.50 -6.1 +2.5

Primavera 4.55 3.91 3.96 -14.0 -1.2

Inverno 5.41 5.58 5.29 +3.2 +5.5

Milho 6.78 7.59 6.80 +12.0 +11.7

Centeio 3.95 3.48 3.46 -2.8 +11.0

Triticale 4.27 4.25 4.07 -0.6 +4.3

Outros cereais 3.29 3.33 3.34 +1.1 -0.2

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// LACTICOOP | FERTINAGRO

BOLETIM INFORMATIVO Montijo, 2 de Dezembro de 2014

Os organominerais peletizados melhoram em 40% o aproveitamento e assimilação dos nutrientes aportados O Grupo Térvalis desenvolveu umas novas fórmulas NPK com base orgânica, também conhecidas como organominerais, que substituem as fórmulas convencionais NPK com base mineral. Com elas conseguem-se os mesmos ou melhores resultados no campo e com um importante aforro económico para o agricultor.

Este desenvolvimento responde a um dos principais objectivos que marcam a filosofia do Grupo Térvalis e que consiste em obter os mesmos resultados ou melhores, aplicando novas tecnologias e combinações, com menos custo. Quer dizer, oferecemos mais por menos.

Com estas novas composições é possível definir equilíbrios NPK que, além de garantir extraordinários resultados com respeito às fórmulas comparativas convencionais, estão enriquecidos com 2% Mg, extractos húmicos, algas de origem natural e aminoácidos que se obtêm através de complexos processos que se realizam nas instalações com as que conta o Grupo Térvalis na fábrica de Utrillas.

Segundo ensaios e estudos realizados em distintos centros de investigação, foi demonstrado que o comportamento dos produtos NPK com base orgânica (procedente de estrume de ovelha) comparado a um mesmo equilíbrio NPK com base mineral melhora o aproveitamento das unidades NPK, como mínimo em 40% mais. Assim fica demonstrado nas tabelas adjuntas, que mostram os resultados obtidos a partir dos ensaios que se realizaram em todo o tipo de solos.

Foto: adubo organomineral peletizado

Hoje falámos de… ORGÂNICOS PELETIZADOS

O Produto é: Fertak, com complexo Efisoil®

Fórmulas Disponíveis: 5-8-15 / 8-6-18 / 4-6-10

Características: 1.- Equilíbrios NPK complexados com matéria orgânica.

2.- Produto registado pelo Ministério de Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente (Espanha).

3.- Alto teor em extractos húmicos, enriquecido com algas e aminoácidos.

4.- Até 40% mais eficiente que as fórmulas convencionais comparativas.

5.- Aforro económico para o consumidor final (AGRICULTOR).

Benefícios:

1.- Equilíbrios NPK adaptados a todo tipo de culturas, dependendo da necessidade que apresentam.

2.- Produto registado, o que garante ao Distribuidor/Revendedor e ao agricultor 100% dos resultados devido ao cumprimento de todas as normativas em vigor.

3.- Melhoram o complexo argilo-húmico dos solos, aproveitando eficazmente os nutrientes do produto assim como os já existentes no solo e os que se apliquem posteriormente. Além disso, está enriquecido com algas naturais, ricas em auxinas e citoquininas que favorecem a germinação e enraizamento inicial, assim como o desenvolvimento vegetal, permitindo aumentar as defesas das plantas e o seu efeito elicitor. Enriquecido com aminoácidos que servem como fonte de energia para as culturas, ajudando a superar os momentos de stress térmico, hídrico e salino. Também contribui para melhorar a absorção de nutrientes e a actividade microbiana dos solos.

4.- Eficiência mais que provada. Utilizando os nossos equilíbrios substituem-se os fertilizantes convencionais, garantindo os melhores resultados agronómicos.

5.- Poupança económica para o consumidor final, o agricultor, conseguindo-se para a sua exploração um aumento dos benefícios/rendimentos.

Traduzido e adaptado por Henrique Moreira www.fertinagro.com

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Ficha TécnicaBoletim Informativo Redacção:

Av. de Oita, 7 r/c - Apartado 923810-143 Aveiro - EC AVEIROTelef. 234 377 280Fax 234 377 281

Tiragem:1500 Exemplares

Periodicidade:Mensal

Depósito legal:217931/04

Recepção de anúncios:Todos os textos, publicidade e imagens devem ser entregues até ao dia 15 de cada Mês.

Colaboraram neste número:Fernandes da SilvaFernando TaveiraHenrique MoreiraHerminio CatarinoIsmael MachadoJoão SousaMário CupidoNuno CardosoRita Gonçalves

Execução Gráfica:Creativelab.pt - Rui MarinhoEmail: [email protected]

ImpressãoLitoprintZona indust. 3 MarcosVale do Grou - Apartado343754-908 Aguada Cima-ÁGUEDATelef.: 234 600 330

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// LACTICOOP | ANUNCIOS

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