feita de fumaça e osso

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LAINI TAYLOR & fumaça osso Feita de fumaça osso Feita de

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Material promocional. Copyright © 2011 by Laini Taylor (Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012) Todos os direitos reservados

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Page 1: Feita de fumaça e osso

L A I N I T A Y L O R

&fumaça ossoFeita de

LAINI TAYLOR mora em Port-land, no Oregon, com o marido, o ilustra-dor Jim Di Bartolo, e a filha, Clementine. Finalista do National Book Award em 2009, tem outros três romances publica-dos. Feita de fumaça e osso é seu quarto livro.

Arte de capa de Dave Caplan e Alison Impey.

© 2011 Hachette Book Group, Inc.

Fotos: garota © Lea Bernstein/arcangel-images; máscara e

fumaça © Shutterstock.

“Quando começar a ler, cancele tudo; você não vai querer largar este livro.”

E n t e rta i n m e n t W e e k ly

“Um romance de tirar o fôlego, sobre destino, esperança e a busca de si mesmo.”

T h e N e w Y o r k T i m e s

Não são só o cabelo azul e as várias tatuagens que fazem de Karou uma garota diferente. Ela não se lembra dos pais e, criada no covil de um demônio, não entende por que uma criança humana foi acolhida ali. Muito menos sabe o verdadeiro motivo por trás das estranhas missões que desempenha para seu protetor, recolhendo dentes ao redor do mundo. Em um instante ela pode estar fazendo rascunhos no Liceu de Arte em Praga e, minutos depois, estar no metrô de Paris, carregando presas de elefante, ou em Marrakech, negociando com um mendigo. Não é exatamente normal, mas em um universo em que anjos são seres temidos e o preço da magia é a dor, essa é a única vida que ela conhece. Pelo menos por enquanto.

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PELOS QUATRO CANTOS da Terra, mar-cas de mãos negras aparecem nas portas das casas, gravadas a fogo por seres alados que sur-gem de uma fenda no céu.

Em uma loja sombria e empoeirada, o esto-que de dentes de um demônio está perigosa-mente baixo.

E, nas tumultuadas ruas de Praga, uma jovem estudante de arte está prestes a se envolver em uma guerra sem precedentes.

O NOME DELA É KAROU. Seus cader -nos de desenho são repletos de monstros que podem ou não ser reais; ela desaparece e res-surge do nada, despachada em enigmáticas mis-sões; fala diversas línguas, nem todas humanas, e seu cabelo azul nasce exatamente dessa cor. Quem ela é de verdade? A pergunta a persegue, e o caminho até a resposta começa no olhar abrasador de um completo estranho.

Um romance moderno e arrebatador, em que batalhas épicas e um amor proibido unem-se na esperança de um mundo refeito.

Foto

: Ali

Smith

www.intrinseca.com.br

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Tradução de Viviane Diniz

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Para Jane,

por um mundo de possibilidades inteiramente novo

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Era uma vez um anjo e um demônio que se apaixonaram.

A história não acabou nada bem.

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Impossível de assustar

Caminhando para a escola pela calçada de pedras coberta de neve, Karou não teve nenhuma premonição sinistra para aquele dia. Parecia outra se-gunda-feira qualquer, sem nenhuma peculiaridade, a não ser por sua pró-pria natureza de segunda-feira, e por ser o mês de janeiro. Estava frio e escuro — no final do inverno o sol não se levantava antes das oito —, mas também muito bonito. A neve que caía e o fato de ainda ser bem cedo davam a Praga um ar fantasmagórico, como um ferrótipo, toda nublada e prateada.

Na estrada à margem do rio, o barulho dos bondes e dos ônibus passando situava o dia no século XXI, mas nas travessas mais silenciosas a tranqui-lidade do inverno poderia ter vindo de outra época. Neve, pedra e uma luz espectral, o ruído dos passos de Karou e o vapor que subia da caneca de café, ela sozinha, à deriva, perdida em pensamentos triviais: escola, ta-refas... Vez ou outra, mordia amargurada a parte de dentro da bochecha, e uma pontada de tristeza a invadia de repente, como as pontadas de tristeza costumam fazer, mas Karou as deixava de lado, determinada, disposta a acabar com tudo aquilo.

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Segurava a caneca de café em uma das mãos e mantinha o casaco fechado com a outra. Levava o portfólio de arte pendurado no ombro, e nos cabelos — soltos, longos e azul-pavão — uma trama de flocos de neve se formava.

Um dia como todos os outros.E então.Um rosnado, passos rápidos, e ela foi agarrada por trás, puxada com força

contra o peito largo de um homem enquanto mãos afastavam seu cachecol, e ela sentiu dentes — dentes — em seu pescoço.

Mordiscando.O agressor a estava mordiscando.Irritada, tentou se libertar sem derramar o café, mas mesmo assim um pouco

dele caiu do copo, na neve suja.— Droga, Kaz, me larga — repreendeu, enquanto se virava para o ex-namo-

rado.A luz do poste iluminava suavemente o rosto bonito dele. Beleza idiota,

pensou ela, empurrando-o para longe. Rosto idiota.— Como você sabia que era eu? — perguntou ele.— É sempre você. E nunca dá certo.Kazimir ganhava a vida pulando de trás das coisas, e ficava frustrado por

nunca conseguir provocar nem a menor reação em Karou.— É impossível assustar você — reclamou ele, fazendo o beicinho que con-

siderava irresistível.Até pouco tempo atrás, ela não teria resistido. Teria ficado na ponta dos pés

e passado a língua pelo lábio inferior do biquinho. Então, ela o lamberia lan-guidamente e o tomaria entre os dentes, provocando Kazimir antes de se perder em um beijo que a faria se derreter encostada a ele como mel no calor do sol.

Aqueles dias tinham definitivamente ficado para trás.— Talvez você simplesmente não seja assustador — disse ela, e seguiu

seu caminho.Kaz a alcançou e andou ao seu lado, com as mãos no bolso.— Mas eu sou assustador. O rosnado? A mordida? Qualquer pessoa normal

teria um ataque do coração. Menos você, que parece ter água gelada em vez de sangue correndo nas veias.

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E ao ver que ela o ignorava, acrescentou:— Josef e eu estamos começando um novo tour. O tour vampiresco do Cen-

tro Histórico. Os turistas vão amar.Vão mesmo, pensou Karou. Pagavam uma boa grana pelos “tours fantas-

magóricos” de Kaz, que consistiam em conduzir os turistas em grupos pelas intrincadas travessas de Praga na escuridão, parando em lugares de supostos assassinatos para que “fantasmas” pudessem saltar das entradas das constru-ções e fazê-los gritar. Ela já havia feito papel de fantasma em várias ocasiões, segurando no alto uma cabeça ensanguentada e gemendo enquanto os gritos dos turistas davam lugar às risadas. Tinha sido divertido.

Kaz tinha sido divertido. Não era mais.— Boa sorte — disse ela, olhando para a frente, sem emoção na voz.— Podíamos incluir você — disse Kaz.— Não.— Você poderia interpretar uma vampira sexy e perversa...— Não.— Atrair os home ns...— Não.— Você podia usar sua capa ...Karou fechou a cara.Carinhosamente, Kaz tentou persuadi-la:— Você ainda tem a capa, não tem, amorzinho? A coisa mais bonita que eu

já vi, você com aquela seda preta, na sua pele branca...— Cala a boca — sibilou ela, parando no meio da praça Maltesa.Meu Deus, pensou. Como havia sido estúpida em se apaixonar por aquele

reles atorzinho de rua bonito, vestir coisas para ele e lhe deixar lembranças como aquela? Incrivelmente estúpida.

Solitariamente estúpida.Kaz levantou a mão para tirar um floco de neve dos cílios dela.— Se encostar em mim, esse café vai parar na sua cara.Ele abaixou a mão.— Opa, calminha, Karou nervosinha. Quando você vai parar de brigar co-

migo? Eu já disse que sinto muito.

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— Pode sentir, então. Mas vá fazer isso em outro lugar. Eles falavam em tcheco, e o sotaque que Karou adquirira estava à altura da

pronúncia nativa de Kaz.Ele suspirou, irritado por ela continuar resistindo a seus pedidos de descul-

pa. Isso não estava no roteiro.— Vamos lá — tentou persuadi-la, a voz agressiva e suave ao mesmo tem-

po, como a mistura áspera e aveludada da voz de um cantor de blues. — Fomos feitos um para o outro, você e eu.

Feitos um para o outro. Karou esperava sinceramente que, se tivesse sido “feita” para alguém, não fosse para Kaz. Ela olhou para ele, o lindo Kazimir, cujo sorriso costumava agir sobre ela como um feitiço, compelindo-a a ficar ao seu lado. E antes parecia um ótimo lugar para se estar, como se as cores fossem mais brilhantes, as sensações mais intensas. Mas também era, como descobriu, um lugar bem popular, que outras garotas ocupavam quando ela não estava por perto.

— Peça a Svetla para ser sua vampira sexy e perversa — disse Karou. — A parte da perversidade ela já conhece bem.

Ele pareceu magoado.— Não quero Svetla. Quero você.— Lamento, mas não sou uma opção.— Não diga isso — falou Kaz, pegando a mão dela.Karou recuou, uma pontada de tristeza surgia apesar de todo o seu esforço

para parecer indiferente. Não vale a pena, disse a si mesma. Não chega nem

perto de valer.— Essa é a definição de perseguição, sabe?— Como assim? Não estou perseguindo você. Só estava indo na mesma

direção.— Claro — disse Karou.

Estavam a algumas casas da escola dela agora. O Liceu de Arte da Boêmia era uma escola particular de ensino médio que funcionava num palácio barroco cor-de-rosa conhecido por ter sido o local em que, durante a ocupação nazista, dois jovens nacionalistas tchecos tinham cortado a garganta de um coman-

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dante da Gestapo e escrito a palavra liberdade com o sangue dele. Um ato de revolta breve e corajoso antes de serem capturados e empalados nos florões em forma de ponta de lança que adornavam o portão do pátio. Agora alguns alunos zanzavam em volta daquele mesmo portão, fumando e esperando pelos amigos. Mas Kaz não era um aluno — com vinte anos, era bem mais velho que Karou —, e ela sabia que ele nunca saía da cama antes do meio-dia.

— Por que está acordado a essa hora?— Arrumei um novo emprego — respondeu ele. — Começa cedo.— O quê? Você está fazendo tours vampirescos de dia?— Não. É outra coisa. Um tipo de... exposição.Ele agora estava com um sorrisinho no rosto. Com um ar triunfante. Queria

que ela perguntasse qual era o novo emprego.Karou não ia perguntar. Com total indiferença, ela disse:— Bem, divirta -se. E saiu.— Você não quer saber o que é? — gritou Kaz, ainda com o sorrisinho no

rosto; Karou podia percebê-lo na voz dele.— Não ligo — ela gritou de volta, e entrou pelo portão.

* * *

Ela definitivamente deveria ter perguntado.

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LAINI TAYLOR mora em Port-land, no Oregon, com o marido, o ilustra-dor Jim Di Bartolo, e a filha, Clementine. Finalista do National Book Award em 2009, tem outros três romances publica-dos. Feita de fumaça e osso é seu quarto livro.

Arte de capa de Dave Caplan e Alison Impey.

© 2011 Hachette Book Group, Inc.

Fotos: garota © Lea Bernstein/arcangel-images; máscara e

fumaça © Shutterstock.

“Quando começar a ler, cancele tudo; você não vai querer largar este livro.”

E n t e rta i n m e n t W e e k ly

“Um romance de tirar o fôlego, sobre destino, esperança e a busca de si mesmo.”

T h e N e w Y o r k T i m e s

Não são só o cabelo azul e as várias tatuagens que fazem de Karou uma garota diferente. Ela não se lembra dos pais e, criada no covil de um demônio, não entende por que uma criança humana foi acolhida ali. Muito menos sabe o verdadeiro motivo por trás das estranhas missões que desempenha para seu protetor, recolhendo dentes ao redor do mundo. Em um instante ela pode estar fazendo rascunhos no Liceu de Arte em Praga e, minutos depois, estar no metrô de Paris, carregando presas de elefante, ou em Marrakech, negociando com um mendigo. Não é exatamente normal, mas em um universo em que anjos são seres temidos e o preço da magia é a dor, essa é a única vida que ela conhece. Pelo menos por enquanto.

LA

INI TA

YLO

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PELOS QUATRO CANTOS da Terra, mar-cas de mãos negras aparecem nas portas das casas, gravadas a fogo por seres alados que sur-gem de uma fenda no céu.

Em uma loja sombria e empoeirada, o esto-que de dentes de um demônio está perigosa-mente baixo.

E, nas tumultuadas ruas de Praga, uma jovem estudante de arte está prestes a se envolver em uma guerra sem precedentes.

O NOME DELA É KAROU. Seus cader -nos de desenho são repletos de monstros que podem ou não ser reais; ela desaparece e res-surge do nada, despachada em enigmáticas mis-sões; fala diversas línguas, nem todas humanas, e seu cabelo azul nasce exatamente dessa cor. Quem ela é de verdade? A pergunta a persegue, e o caminho até a resposta começa no olhar abrasador de um completo estranho.

Um romance moderno e arrebatador, em que batalhas épicas e um amor proibido unem-se na esperança de um mundo refeito.

Foto

: Ali

Smith

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