feira de sant’anna, em 183 “casas de farinha” para … · a presença do primeiro monarca...

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1 A EXPANSÃO DAS SANTAS CASAS NO RECÔNCAVO BAIANO DURANTE O OITOCENTOS: UMA POLÍTICA DE GOVERNO NO BRASIL IMPERIAL 1. INTRODUÇÃO As terras do Recôncavo baiano, nas quais correm as águas dos rios Subaé, Guaí, Paraguaçu e Jaguaripe, na agricultura, com base no trabalho de povos escravizados de origem indígena e/ou africana, foram utilizadas, principalmente, para o cultivo de cana- de-açúcar, fumo e mandioca. Nessa região em que se propagou a linha sul do povoamento, foram instaladas as primeiras vilas da Capitania da Bahia: Jaguaripe (1697), Cachoeira (1698), São Francisco da Barra de Sergipe do Conde (1698), Maragogipe (1724), Purificação e Santo Amaro (1727) e Valença, em 1799. Ademais, no período imperial, em 1831, foi criada a Vila de Nossa Senhora de Nazaré, territorialmente desmembrada de Jaguaripe e Feira de Sant’Anna, em 1832, separada que foi do território da Vila da Cachoeira. No campo econômico, em função da variedade de solos que permitia diferentes cultivares, foram instaladas manufaturas para processamento de produtos agrícolas destinados à exportação e abastecimento do mercado interno: Engenhos para a moagem de cana e produção de açúcar, “casas de farinha” para processamento de mandioca e “armazéns” para estocagem de fumo que era manufaturado, inicialmente, no ambiente doméstico. A cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) era cultivada, principalmente, nos terrenos de solos mais pesados, com maior teor de argila, conhecidos por massapês, presentes nas vilas de São Francisco do Conde, Santo Amaro e no Iguape, território da Vila da Cachoeira. (MILTON, 1979, p. 16; BARICKMAN, 2003, p. 36). No campo da assistência social, a partir do modelo implantado em Portugal no final do século XV, desde o Brasil colonial, passou a ser da responsabilidade das Santas Casas de Misericórdia a assistência aos necessitados. Abreu (2004), ao abordar as estratégias de intervenção social, no período entre os séculos XVI e XVIII, apresenta uma

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A EXPANSÃO DAS SANTAS CASAS NO RECÔNCAVO BAIANO DURANTE O

OITOCENTOS: UMA POLÍTICA DE GOVERNO NO BRASIL IMPERIAL

1. INTRODUÇÃO

As terras do Recôncavo baiano, nas quais correm as águas dos rios Subaé, Guaí,

Paraguaçu e Jaguaripe, na agricultura, com base no trabalho de povos escravizados de

origem indígena e/ou africana, foram utilizadas, principalmente, para o cultivo de cana-

de-açúcar, fumo e mandioca. Nessa região em que se propagou a linha sul do povoamento,

foram instaladas as primeiras vilas da Capitania da Bahia: Jaguaripe (1697), Cachoeira

(1698), São Francisco da Barra de Sergipe do Conde (1698), Maragogipe (1724),

Purificação e Santo Amaro (1727) e Valença, em 1799. Ademais, no período imperial,

em 1831, foi criada a Vila de Nossa Senhora de Nazaré, territorialmente desmembrada de

Jaguaripe e Feira de Sant’Anna, em 1832, separada que foi do território da Vila da

Cachoeira.

No campo econômico, em função da variedade de solos que permitia diferentes

cultivares, foram instaladas manufaturas para processamento de produtos agrícolas

destinados à exportação e abastecimento do mercado interno: Engenhos para a moagem

de cana e produção de açúcar, “casas de farinha” para processamento de mandioca e

“armazéns” para estocagem de fumo que era manufaturado, inicialmente, no ambiente

doméstico. A cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) era cultivada, principalmente, nos

terrenos de solos mais pesados, com maior teor de argila, conhecidos por massapês,

presentes nas vilas de São Francisco do Conde, Santo Amaro e no Iguape, território da

Vila da Cachoeira. (MILTON, 1979, p. 16; BARICKMAN, 2003, p. 36).

No campo da assistência social, a partir do modelo implantado em Portugal no

final do século XV, desde o Brasil colonial, passou a ser da responsabilidade das Santas

Casas de Misericórdia a assistência aos necessitados. Abreu (2004), ao abordar as

estratégias de intervenção social, no período entre os séculos XVI e XVIII, apresenta uma

2

visão do conjunto das confrarias1 lusitanas, bem como da importância das Misericórdias

para a assistência médica e hospitalar portuguesa. (ABREU, 2004, p. 12).

2. A EXPANSÃO DAS SANTAS CASAS NO RECÔNCAVO BAIANO

No Brasil, implantado desde o período colonial, somente na Capitania da Bahia

foram instaladas três Santas Casas. Após a independência, conforme demonstra o Gráfico

1, o modelo lusitano continuaria a servir de referência para o governo Imperial brasileiro,

responsável pela autorização e ajuda para funcionamento de oito novas Misericórdias na

Província da Bahia, seis das quais na região do Recôncavo.

Gráfico 1 - As Santas Casas da Bahia dos períodos colonial e imperial.

Fontes: Cerqueira (2009); Khoury (2004, v. I e II). Nota: Autor: Elaborado pelo autor deste artigo (2015).

A análise preliminar do processo de expansão das Santas Casas no Recôncavo da

Bahia demonstra a expressiva participação de agentes governamentais nos movimentos

em prol da fundação dessas irmandades. Em vista do fato, conforme registrado no Quadro

1, constata-se que das seis novas Santas Casas do Recôncavo baiano, apenas uma delas

teve um comerciante como o principal responsável pela fundação da irmandade, muito

embora apoiado pela Corte. As demais, em número de cinco, que representa 83% (oitenta

1Ao estudar a Santa Casa de Setúbal, Abreu (1990, p.33) diferencia as instituições em atividades à época em confrarias de artífices ou corporações profissionais e confrarias de devoção, entre as quais inclui as Santas Casas de Misericórdia.

3

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Periodo colonial

Periodo imperial

3

e três por cento) do total, foram instituídas sob a liderança de agentes públicos que

atuavam tanto no campo laico quanto no religioso.

Quadro 1 - Datas, locais e lideranças responsáveis pela fundação das Santas Casas no Recôncavo

da Bahia, durante o período imperial. ANO LOCAIS: VILAS E ARRAIAL FUNDADOR PROFISSÃO

1826 Vila de Nossa S. R. do P. da Cachoeira Dr. Antônio Vaz de Carvalho Juiz de Fora

1830 Arraial de Nossa Senhora de Nazaré Dr. José Gonçalves Martins Juiz de Fora

1846 Vila de Maragogipe Dr. Gustavo Xavier de Sá Juiz de Fora

1859 Vila de Feira de Sant’Anna Dr. Luiz Antônio P. Franco Juiz de Direito

1860 Cidade de Valença Cel. Izidro de Sena Madureira Comerciante

1866 Arraial de Oliveira dos Campinhos Pe. Antônio Pinheiro de Queiroz Religioso

Fonte: Cerqueira (2009); Nascimento (2011); Barbosa (1968).

Nota: Autor: Elaborado pelo autor deste artigo (2016).

Portanto, comprovado que, principalmente, foram agentes do governo imperial

que estiveram à frente das fundações das Santas Casas, pode-se asseverar que esse

movimento estava inserido no esforço da Corte brasileira em organizar um sistema de

assistência social no Brasil Imperial. Para tal, a exemplo do Decreto assinado pelo

Ministro da Regência Trina, o baiano Dr. José Lino dos Santos Coutinho, em favor da

Santa Casa de Cachoeira, o Governo imperial manteve a tradição de conceder às

Misericórdias brasileiras os privilégios régios concedidos às Santas Casas lusitanas:

A Regência, em nome do Imperador, tomando em consideração a

representação da Câmara Municipal da Villa da Cachoeira, sobre requerimento

do Provedor e Mesários da Santa Casa da Misericórdia da dita Villa, há por

bem que sejam applicados em benefício do seu Hospital os Legados Pios não

cumpridos, pertencentes ao seu Districto. E ordena que V. Excelência faça por

em execução acerca daquele Hospital o Artigo 2º da Lei de 6 de Novembro de

1827, ficando a incumbência de que, na data de hoje se officie à Repartição dos

Negócios da Justiça para expedir as ordens necessárias, a fim de que se efective

a entrega dos mencionados Legados (BNRJ, 1831, grifos nossos).

No caso em questão, a partir de então, na jurisdição do Distrito Eleitoral cuja sede

era a Vila da Cachoeira, através desse privilégio concedido pela Corte brasileira, a

Misericórdia cachoeirana passou a arrecadar recursos pleiteando os “Legados pios não

cumpridos”. Instituídos por testadores para realização de celebrações religiosas

objetivando a “salvação da alma”, os legados pios não cumpridos podiam ser destinados

à organização de “cortejo fúnebre” ou para celebração de missas de “corpo presente”,

“sétimo dia de falecimento” ou de forma seriada, quando então eram denominadas

“Capelas de missas”.

4

Corroborando ainda com a tese do esforço da Coroa na formação de um aparato

assistencial no Recôncavo baiano, as fontes registram que, mesmo nos momentos de

dificuldades financeiras, foram destinados recursos no orçamento da Província da Bahia,

em apoio a tais iniciativas:

Em consequência da falta de rendimentos dos Cofres Provinciais para

satisfazer as despesas decretadas, entendi de conveniência pública, e até de

necessidade, reduzir à metade as consignações que decretastes, no parágrafo

8º do art. 1º da Lei de 5 de agosto de 1848, para as obras das Casas de

Misericórdia de Nazareth, de Cachoeira, de Maragogipe, e de Santo Amaro,

nenhuma diminuição mandando fazer nas ordinárias para taes

estabelecimentos votados, declarando-lhes que serão pagas estas consignações

no seu total se afinal se reconhecesse sobrarem os fundos Provinciais (BAHIA,

1849. p. 11).

Ademais, na Província da Bahia, a ajuda financeira para a fundação, construção e

manutenção de abrigos, cemitérios e hospitais vinculados às Santas Casas de

Misericórdia, não se limitou aos valores disponibilizados no orçamento anual. As fontes

registram que, nas duas etapas da visita à província baiana, a Corte ofereceu “Óbolos” em

apoio às iniciativas assistenciais. Por conseguinte, conforme demostrado no Quadro 2, ao

longo da estada de D. Pedro II na Bahia, oportunidade na qual, além de Salvador, foram

também visitadas vilas do Recôncavo baiano, em todas as urbes que dispunham de uma

Santa Casa, o imperador fez doação de recursos financeiros para a irmandade local. (D.

PEDRO II, 1959, p. 264).

Quadro 2 - Doações feitas por D. Pedro II para as Santas Casas do Recôncavo baiano. CONFRARIA DATA VALOR EM RÉIS ($)

Santa Casa da Bahia 11/10/1859 5:000$000

Santa Casa de Nazaré 05/11/1859 1:100$000

Santa Casa de Feira de Sant’Anna 07/11/1859 2:000$000

Santa Casa de Cachoeira 09/11/1859 2:000$000

Santa Casa de Maragogipe 09/11/1859 1:500$000

Santa Casa de Santo Amaro 13/11/1859 1:000$000

Santa Casa de Valença 22/01/1860 3:000$000

Fonte: D. Pedro II (1859).

Nota: Autor: Elaborado pelo autor desta tese (2016).

Dessa forma, apoiadas pelos governos da Província e pela Corte, as Misericórdias

do Recôncavo baiano escreveram a sua trajetória em confluência com o poder local, uma

vez que, de forma similar ao que, ao longo da história, acontecerá em Portugal, sem

atritos, as Câmaras das vilas, além das responsabilidades assistenciais, transferiam para

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as Misericórdias instituídas “rendas, terrenos, casas, hospitais e capelas”. Assim, essas

irmandades, oportunizaram a participação das elites locais que, mantendo o poder

econômico e político, ao mesmo tempo, abraçaram causas sociais e ajudaram a estruturar

o Estado brasileiro. (SÁ, 2002, p.35).

2.1 A Santa Casa de Misericórdia de Cachoeira

No período imperial, a primeira Santa Casa na Província da Bahia, foi instituída

na Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira, segunda urbe mais antiga

do Recôncavo baiano que, instituída em decorrência da Carta Régia de 3 de setembro de

1696, foi instalada em 7 de janeiro de 1698. À época, separado do Termo de Jaguaripe, a

primeira vila do Recôncavo baiano, criada por Carta Régia de 22 de maio de 1693 e

instalada em 15 de dezembro de 1697, Cachoeira teve os limites territoriais estabelecidos,

conforme consta no livro da Câmara Municipal, em 4 de março de 1698. (FREIRE, 1998,

p. 105).

Nos Setecentos, foi pelo cais da Vila da Cachoeira que colonos e escravos

desembarcavam e seguiam pelo “Caminho do Sertão”, aberto em direção ao curso do Rio

São Francisco, para alcançarem a região da mineração nas “Gerais”. Após a criação da

Capitania de Minas Gerais, em 1720, esse “Caminho velho” teria a concorrência do

“Caminho novo” aberto das regiões de mineração das “Gerais” em direção ao porto da

Capitania do Rio de Janeiro. Esse novo trajeto reduziu de 25 (vinte e cinco) para 14

(quatorze) dias o tempo do percurso até um porto, contribuindo com o povoamento e

deslocamento do eixo econômico para o sul da colônia. (DIAS, 2002, p.45; WEHLING;

WEHLING, 1994, p.155).

Por sua vez, nos Oitocentos, a fundação da Santa Casa de Misericórdia de

Cachoeira, aconteceu em obediência à Decisão Imperial No64, de 20 de abril de 1826,

publicada após e em consequência da visita que o Imperador D. Pedro I fez à urbe, em 18

de abril daquele ano. A presença do primeiro monarca brasileiro em Cachoeira,

acompanhado de comitiva, fazia parte da programação definida pela Corte quando da

realização da primeira viagem à Bahia, após a Independência de Portugal.

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Na visita, após receber as chaves da urbe das mãos do Juiz de Fora e Presidente

do Senado da Câmara, Dr. Antônio Vaz de Carvalho, “num barracão, luxuosamente

erguido, no largo dos Arcos”, o Imperador D. Pedro I participou do Te- Deum Laudamus

na Igreja Matriz consagrada a Nossa Senhora do Rosário. Em seguida, na audiência

concedida aos súditos, o monarca ouviu de lideranças cachoeiranas pedidos para que a

Vila da Cachoeira fosse elevada ao “foro e cathegoria de cidade” com a denominação de

“nobre cidade do Paraguassú.” (MILTON, 1979, p.141).

Ademais, também mediante iniciativa liderada por Dr. Antônio Vaz de Carvalho,

D. Pedro I tomou conhecimento do pleito dos cachoeiranos para que autorizasse a

fundação de uma Santa Casa em Cachoeira. Assim, estabelecida uma Misericórdia na

vila, a irmandade poderia assumir o já centenário Hospital São João de Deus que, até

aquela data, mesmo após a independência, continuava na condição de patrimônio régio,

uma vez que, desde o ano de 1778, era administrado pelo Senado da Câmara e tinha os

seus dirigentes nomeados pelo Juiz de Fora da urbe:

Antônio Vaz de Carvalho, então Juiz de Fora, muito se empenhou, segundo

consta, para conseguir a Resolução Imperial de 20 de abril de 1826, que elevou

o Hospital de S. João de Deus à categoria de Santa Caza de Mizericórdia, com

todos os privilégios e regalias da Santa Caza de Lisboa, por cujo Compromisso

se reserva seguir. (MEIRELES, 1866, p.13).

Assim, em seguida à publicação da Decisão Imperial de 20 de abril de 1826,

através da qual D. Pedro I “Há por bem ordenar o seguinte: [...] que o hospital de São

João de Deus da dita villa seja erecto em Casa de Misericórdia, com aquelles privilégios

e prerrogativas que, geralmente, são concedidos aos mais estabelecimentos de caridade”,

lideranças cachoeiranas tomaram as providências no sentido de organizar a nova

irmandade. Para tal fim, em 28 de agosto de 1826, reaproveitando um livro contendo um

termo de abertura assinado por João Ricardo da Costa, e datado de 14 de outubro de 1824,

portanto, antes da fundação da Misericórdia cachoeirana, foram registradas as posses dos

irmãos que compuseram a primeira Mesa Administrativa da Santa Casa de Misericórdia

da Vila da Cachoeira. (CACHOEIRA, 1826, p.2).

2.2 A Santa Casa de Misericórdia de Nazaré

7

Desde o início da colonização, na região da foz do Jaguaripe, colonos, entre os

quais Gabriel Soares de Souza, autor da obra “Tratado Descritivo do Brasil em 1587”,

além do cultivo de cana-de-açucar, construíram engenhos para a moagem e produção de

açucar. Situado na margem direita do Rio Jaguaripe, o povoado que, desde 1753, sediava

a Freguesia de Nossa Senhora de Nazaré, em 1831, pelo Decreto de 25 de outubro,

adquiriu autonomia político-admnistrativa e foi elevado à Vila de Nossa Senhora de

Nazaré. Posteriormente, através da Resolução Provincial No 368, de 10 de novembro de

1849, a vila passou a ser denominada de Constitucional Cidade de Nazaré.

O movimento em prol da fundação de uma Santa Casa em Nazaré começou ainda

quando a urbe era apenas uma freguesia que fazia parte do Termo da Vila de Jaguaripe

que, por sua vez, situava-se na margem esquerda do rio homônimo. O marco cronológico

inicial é a data de 30 de agosto de 1830, quando da presença do Dr. José Gonçalves

Martins ao povoado. O magistrado, que era Juiz de Fora da Vila de Jaguaripe, na visita à

Freguesia de Nazaré, em uma reunião na residência do camarista Francisco José de A.

Cruz, defendeu a fundação de um hospital. (NAZARÉ, 2006, p. 1).

Em decorrência, no dia 5 de setembro de 1830, um grupo de moradores se reuniu

na Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, Matriz da Freguesia, com o objetivo de fundarem

uma irmandade assistencial. Em seguida, após a subscrição da lista de presentes e sob a

presidência do Dr. José Gonçalves Martins, foi procedida a eleição da Mesa

Administrativa da Santa Casa de Misericórdia de Nazaré, “constituída de dezesseis

membros, sendo quatro officiais e doze visitadores e de doze zeladoras”. (NAZARÉ,

2006, p. 5).

Empossada em 14 de setembro de 1830, a primeira Mesa Administrativa da Santa

Casa de Misericórdia de Nazaré foi constituída pelo Provedor o Dr. José Gonçalves

Martins, pelo Escrivão Francisco de Britto Feio, pelo Tesoureiro João Francisco de

Medina e pelo Procurador Capitão Francisco José dos Santos, substituído em seguida pelo

também Capitão Antônio Pereira da Cruz. Ademais, entre os doze visitadores, figuram os

cirurgiões e licenciados Gervásio Joaquim do Amparo e João Francisco Brandão.

Em 1º de fevereiro de 1831, portanto, menos de um ano após a eleição da Mesa

Administrativa, deu-se a inauguração do Hospital da Santa Casa de Nazaré, cuja

8

solenidade foi conduzida pelo Dr. José Gonçalves Martins, que também participou de

uma Missa celebrada na Igreja Matriz. A primeira sede do hospital, que contava com um

mínimo de 8 (oito) leitos, ficava situada na rua que dava acesso ao Cemitério Senhor dos

Aflitos. Posteriormente, no ano 1852, o hospital passou a funcionar em uma casa

reformada situada na Rua Padre Antunes. (NAZARÉ, 2006, p. 9).

2.3 A Santa Casa de Misericórdia de Maragogipe

A Vila de Maragogipe se originou da Freguesia de São Bartolomeu do

Maragogipe que foi criada por Carta Régia de 17 de dezembro de 1693, época em que o

território pertencia ao Termo da Vila de Jaguaripe. Em 16 de dezembro de 1724, a urbe

foi elevada à vila e, em 8 de maio de 1850, através de Lei Provincial no 389, em

reconhecimento à participação nas lutas pela Independência da Bahia, a sede do

município foi elevada à categoria de cidade com o título de “Patriota Cidade”.

Instituída em 1846 por iniciativa do Juiz de Fora Dr. Gustavo Xavier de Sá, a

Santa Casas de Maragogipe recebeu, na fundação, um patrimônio de “3/4 de légua

quadrada, uma casa velha de telha e um cemitério arcado de muros de alvenaria, com

gradil de ferro na frente”. No ano seguinte, através da Lei orçamentária aprovada em 2 de

fevereiro de 1847, em apoio à iniciativa para que a nova irmandade fosse possuidora de

um hospital, o Governo da Província fez contar no orçamente anual a destinação de R$

1:000$000 (um conto) de réis. (NASCIMENTO, 2011, p. 37; PEDREIRA, 1978, p. 5;

BAHIA 1847, p. 28).

O hospital da Santa Casa de Maragogipe teve a pedra fundamental das obras

lançada em 30 de agosto de 1847 e a construção continuou a ser apoiada pelo Governo

da Província através de valores consignados na Lei orçamentária da Província. Até 1848

o investimento do governo com as obras do nosocômio alcançou a soma de R$ 2:720$889

(dois contos vírgula setecentos e vinte mil vírgula oitocentos e oitenta e nove réis) da

receita total que era orçada em R$ 3:788$620 (três contos, setecentos e oitenta e oito mil

vírgula seiscentos e vinte réis). (BAHIA, 1848, p. 35).

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2.4 A Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana

O município de Feira de Santana, cuja sede foi elevada à cidade em 16 de junho

de 1873, atualmente, é um polo urbano dominante de um conjunto de regiões, abrangendo

parte do Nordeste da Bahia, de Irecê, do Piemonte da Chapada Diamantina, do Litoral

Norte, do Paraguaçu e do Recôncavo baiano. Anteriormente, quando a Província da Bahia

era presidida por Joaquim Pinheiro de Vasconcelos, Visconde de Montserrat, através do

Decreto de 13 de novembro de 1832, o atual município ganhou autonomia político-

administrativa e com o nome de Vila de Feira de Sant’Anna foi, geográfica e

politicamente, separado do Termo da Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da

Cachoeira.

As fontes creditam ao Juiz de Direito Dr. Luiz Antônio Pereira Franco, transferido

da Vila de Nossa Senhora de Nazaré para a nova Comarca de Feira de Santana, em 1855,

a liderança do movimento em prol da fundação de uma Santa Casa na Vila de Feira de

Sant’Anna. O magistrado, em 1851, quando residente em Nazaré, foi Provedor da Santa

Casa de Misericórdia da vila, portanto, conhecia os propósitos de uma instituição

assistencial que, fundamentada nos princípios da caridade cristã e da filantropia,

administrada por uma irmandade de leigos, desde os primórdios foi colocada sob proteção

régia.

Um evento marcante para a história política e social da Vila de Feira de Sant’Anna

viria a acontecer no final do ano de 1859. Na viagem em direção às províncias do Norte

do Brasil, o Imperador D. Pedro II, acompanhado da Imperatriz Tereza Cristina e uma

grande comitiva visitaram a Província da Bahia, onde, num primeiro momento,

permaneceram entre 6 de outubro a 19 de novembro.

Recebida em Feira, com pompa e festas, a Corte imperial que permaneceu na vila

nos dias 5 e 6 de novembro de 1859, após instalação do Paço Imperial na residência do

Coronel Joaquim Pedreira de Cerqueira, situada na Rua Direita, atual Rua Conselheiro

Franco, se dirigiu ao Te Deum na Igreja Matriz de Senhora Santana. No turno da tarde, o

diário do Imperador D. Pedro II, registra um compromisso com uma comissão de

moradores da vila. A comissão “suplicou a S. M. a graça de tomar sob sua Imperial

10

Proteção, um asilo de Enfermos, que se pretendia criar na vila, dignando-se S. M.

permitir que fosse dado a esse o nome de – D. Pedro II.” (D. PEDRO, 1959, p. 276).

O pleito, apresentado pela comissão, foi bem recebido pelo soberano que, além de

permitir que o estabelecimento fosse designado com o seu nome e para demonstrar o seu

efetivo apoio à iniciativa, fez doação de um óbolo, no valor de 2:OOO$OOO (dois contos

de réis). Demonstrando interesse, o Imperador D. Pedro II visitou um terreno e

determinou ao Dr. Bonifácio de Abreu, médico que acompanhava e assistia a Corte na

viagem, que ele, além de vistoriar a área, designasse nessa, o exato local onde se deveria

construir o nosocômio da Villa de Feira de Sant’Anna, a ser denominado de Imperial

Asilo de Enfermos D. Pedro II.

Um fato relevante é que, anteriormente à visita do imperador brasileiro, desde 25

de março daquele ano, esse mesmo grupo de cidadãos havia fundado a Irmandade da

Santa Casa de Misericórdia da Villa de Feira de Sant’Anna. Conforme destacado no

Compromisso da fraternidade, o objetivo da instituição era exercer a caridade:

Fazendo curar em seu hospital os enfermos pobres e desvalidos, e prestando-

lhes os soccorros espirituaes de que precisarem” como também “Dando

sepultura no Cemitterio, que tratará de estabelecer, quando não possa obter o

que já existe nesta Villa, a cargo da Câmara Municipal, os cadáveres, não só

dos enfermos de que trata o $ antecedente, mas também de quaesquer

indivíduos absolutamente miseráveis e desamparados. (FEIRA DE

SANTANA, 1860, p. 2).

Após a aprovação do Compromisso da Santa Casa pelo Arcebispo D. Romualdo

Seixas Dórea, em 19 de abril de 1860 e pelo Presidente da Província, Dr. Antônio da

Costa Pinto, em 13 de maio de 1860, foi dada a largada em prol da construção do hospital.

Inicialmente, o provedor Dr. Luiz Antônio Pereira Franco solicitou ao Governo Imperial,

em conformidade com a Lei no. 1099 de 1º de setembro de 1860, a concessão de quatro

loterias destinadas a arrecadar fundos objetivando a construção do edifício cuja planta foi

elaborada pelo engenheiro Trajano da Silva Rego. De acordo com a proposta apresentada,

os custos estimados com a construção eram da ordem de 26:905$780 (vinte e seis contos,

novecentos e cinco mil e setecentos e oitenta de réis).

O pedido ao Governo Provincial, entretanto, não obteve o resultado esperado, uma

vez que na lei no. 844 de 3 de agosto de 1860 que aprovou o orçamento da província,

destinou apenas a quantia de 2:000$000 (dois contos de réis) para a construção do hospital

11

da Villa de Feira de Sant’Anna. Em vista do fato, preocupados com a saúde da

comunidade, os dirigentes da entidade insistiram em encontrar alternativa. Finalmente,

concluíram que o mais viável era fazer adaptações em uma casa em ruínas, situada na

área da antiga Fazenda Cerca de Pedras, já pertencente à Irmandade, por doação do

Governo Imperial.

A velha casa, em mau estado de conservação era uma construção de adobes,

coberta de telha, subdividida, internamente, em duas salas e cinco quartos e com uma

fachada de frente na qual foram colocadas quatro janelas e uma porta. Para instalar o

hospital, foram realizadas obras de ampliação e reforma que, ao final, custaram 956$269

(novecentos e cinquenta e seis mil, duzentos e sessenta e nove réis) a Santa Casa O imóvel

passou a ter uma fachada com 88 palmos, aproximadamente 20 (vinte) metros, na qual

foram instaladas seis espaçosas janelas e duas portas simetricamente colocadas.

Internamente, a casa passou a dispor de uma sala para as reuniões da Mesa

Administrativa, um Oratório e duas enfermarias, uma masculina e outra feminina, cada

uma com três leitos. (CERQUEIRA, 2013, p. 72).

Externamente, a primeira sede do Hospital D. Pedro também recebeu melhorias

para propiciar bem-estar e “um lugar de recreio aos pacientes em estado de

convalescência”. Para tal, por um custo de 77$100 (setenta e sete mil e cem réis) foi

anexado ao edifício um amplo quintal com cerca de 850 m2. Esse espaço foi incorporado

ao hospital por um cercado de madeira, que, por sua vez, foram retiradas, sem custos, das

matas da Fazenda São João mediante autorização e apoio do Prior do Convento do Carmo

de Cachoeira. Das cercas construídas para formar o quintal as que eram paralelas às

paredes laterais do prédio tinham “93 palmos de frente a fundo e as que eram paralelas

à frente do prédio, em direção ao oeste, alcançava uma largura de 170 palmos”.

2.5 A Santa Casa de Misericórdia de Valença

Situada no baixo sul da Bahia a atual cidade de Valença, ainda com o nome de

Freguesia do Santíssimo Coração de Jesus de Valença, fazia parte do Termo da Vila de

Cairu. Ainda no período colonial, por Carta Régia de 23 de janeiro de 1799, separada de

12

Cairu, foi elevada à vila e, finalmente, alcançou a categoria de cidade pela Lei Provincial

no 368, de 10 de novembro de 1848.

Instalada cerca de 12 (doze) anos após a elevação da urbe à condição de cidade, a

Santa Casa de Misericórdia de Valença, cuja primeira Mesa Administrativa foi nomeada

em 4 de março de 1860, teve como idealizador o Coronel Izidro de Sena Madureira. Esse

comerciante foi também o responsável pela doação à irmandade de um edifício e um

terreno adjacente na Rua Conde dos Arcos. Para a reforma do edifício e instalação do

Hospital Nossa Senhora do Repouso, o Governo da Província da Bahia destinou,

consignada na Lei Provincial no 797 Art. 1º & 9º, a quantia de 5:100$000 (cinco contos e

cem mil réis) que somados à doação que D. Pedro II fez quando da sua visita a Valença,

no valor de R$ 3.000$000 (três contos de réis) representou a receita inicial da irmandade.

(BAHIA, 1860, p. 35).

Retornado de sua viagem ao Norte do Brasil, novamente em território baiano, o

Imperador D. Pedro II, após desembarcar na Ilha de Morro de São Paulo, em 22 de janeiro

de 1860, de “galeota”, deslocou-se para Valença, urbe que descreve como bem localizada

geograficamente. Além da boa impressão que teve da Igreja Matriz de Valença

“...elegante com bonitos alteres de talha cujo dourado ainda não se fez”, informou também

o Monarca ter se hospedado em uma casa “...muito boa e arejada” pertencente aos

“Madureira” e que um dos membros dessa família patrocinava a construção de um

hospital:

Há uma casa particular que o Isidro Madureira prepara, à sua custa, para

hospital; é suficiente para a localidade; porém foi mal construída na primitiva

{sic] e as obras materiais ressentem-se dos defeitos antigos (D. Pedro II, 1959,

p. 189).

Assim, à época, por iniciativa do Coronel Isidro de Sena Madureira que, após a

visita, foi agraciado com o título nobiliárquico de Barão do Jequiriçá, já estava em

construção um prédio no qual deveria funcionar um hospital. Portanto, é razoável admitir

que a fundação de uma Santa Casa em Valença com fim específico de assumir o hospital

em construção e, muito provavelmente, outras obras filantrópicas tenha acontecido por

sugestão do próprio Imperador brasileiro ou de um outro membro que acompanhava a

comitiva real.

13

2.6 A Santa Casa de Oliveira dos Campinhos, da Vila de Santo Amaro da Purificação

O atual distrito de Oliveira dos Campinhos, já no século XVIII, encontrava-se

situado no território da Vila de Nossa Senhora da Purificação e Santo Amaro e, pelo

Alvará Régio de 2 de abril de 1728, foi elevada à condição de Freguesia com o nome de

Nossa Senhora da Oliveira dos Campinhos. Em vista disso, o atual município baiano de

Santo Amaro da Purificação constitui-se no único caso na história das Misericórdias

brasileiras a sediar duas Santas Casas. (BARBOSA, 1968. p. 95;102).

Na sede da então Vila de Santo Amaro da Purificação, em 1778, mediante

iniciativa do Boticário Thomaz Teixeira de Araújo Santos, do Desembargador Cyriaco

Antônio de Moura e do vigário e licenciado José Batista Leitão, foi instalado o Hospital

de Nossa Senhora da Natividade. Posteriormente, mediante a confirmação do

Compromisso por Carta Régia datada de 11 de novembro de 1814, assinada por D. João,

Príncipe Regente de Portugal e Algarves, o nosocômio passou a ser administrado,

oficialmente, pela Santa Casa da Misericórdia de Nossa Senhora da Natividade de Santo

Amaro da Purificação. (PEDREIRA, 1978, p. 13).

Em Oliveira dos Campinhos, o Padre Antônio Pinheiro de Queiroz, nascido em

São Gonçalo dos Campos, nomeado para a função de vigário da Freguesia pelo Decreto

Imperial de 22 de abril de 1851 foi o responsável pela iniciativa de fundação de um outro

hospital no Termo de Santo Amaro, iniciado por volta de 1862. Anteriormente, durante a

epidemia do Cólera-morbo que se alastrou pelo Recôncavo baiano, a partir do ano de

1855, também em Oliveira dos Campinhos onde se cultiva cana-de-açúcar e abrigava

engenhos para moagem, foram contabilizados centenas de óbitos. (BARBOSA, 1968, p.

95;102;103).

O Hospital Nossa Senhora das Vitórias, foi inaugurado em 11 de novembro de

1866, após a visita do Padre Antônio Pinheiro de Queiroz ao Imperador D. Pedro II,

quando do retorno da viagem que o religioso fizera ao Oriente. Durante a licença,

previamente autorizada pela Corte, foram mantidos os respectivos vencimentos do

sacerdote, conforme termos do Padroado Régio, vigente no período colonial e mantido

durante o período imperial brasileiro. (BARBOSA, 1968, p. 103).

14

Posteriormente, já com o hospital em funcionamento, deu-se a fundação da

Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Oliveira dos Campinhos. O compromisso

da nova confraria foi aprovado pelo Arcebispo D. Manoel Joaquim da Silveira, em 24 de

janeiro de 1868, e pelo Presidente da Província da Bahia, Dr. José Bonifácio Nascimento

de Azambuja, em primeiro de abril do mesmo ano. A partir de então o Hospital Nossa

Senhora das Vitórias passou a ser uma unidade operacional de uma Santa Casa de

Misericórdia. (BARBOSA, 1968, p. 106).

5. CONCLUSÃO

Mesmo em fase de ascensão, a historiografia brasileira referente às Santas Casas

de Misericórdia e a assistência à saúde das populações, majoritariamente, enfoca os

grandes centros urbanos e apresentam como marco regulador do sistema de proteção

social a legislação federal editada na República Velha. A presente pesquisa, partindo do

pressuposto de que as instituições refletem a sociedade na qual se encontram inseridas,

com um outro olhar sobre o processo histórico, e a partir dos estudos em fontes dos

acervos das Santas Casas do Recôncavo baiano, revela informações sobre a História

Social das comunidades e permite uma melhor compreensão sobre o aparato assistencial

implantado na região ao longo do período Imperial.

Referente a esse modelo de assistência social, continuado no Brasil imperial por

D. Pedro I, no século XIX, pode-se afirmar que, embora separados por cerca de três

séculos, guarda semelhança àquele implantado pelo monarca português D. Manoel I, no

século XVI. Naquela época, ao definir a posição da Corte lusitana, quanto à assistência,

através de concessão e ajuda financeira para as confrarias, a Coroa portuguesa transferiu

para a sociedade civil o ônus pela prestação dos serviços sociais que, entretanto,

permaneceram sustentados em dogmas religiosos.

Quanto à fundação das Santas Casas no Brasil imperial, o processo que foi

iniciado pela Vila da Cachoeira, primeira Misericórdia brasileira instituída no período

imperial e a única diretamente autorizada a funcionar diretamente por D. Pedro I,

defendemos que a autorização para funcionamento marca o início de uma política

governamental de assistência social e que foi continuada no governo regencial e no

período do segundo reinado brasileiro. Além disso, a fundação da Irmandade cachoeirana

15

se deu em resposta aos pleitos das elites que, mobilizadas nas lutas pela Independência

da Bahia, abraçaram a causa da caridade e da filantropia como forma de contribuir na

estruturação do Estado brasileiro.

Ao final, conclui-se que, no período imperial, o movimento em prol da fundação

das Santas Casas no Recôncavo baiano, sinaliza em favor da importância da região no

contexto político e econômico da Província da Bahia, bem como aponta na direção da

participação das elites locais na estruturação do aparato assistencial do Estado

monárquico brasileiro. Ademais, diante do apoio político e econômico-financeiro do

governo e do envolvimento direto de agentes do Estado monárquico, na fundação de cinco

das seis Misericórdias do Recôncavo Baiano, é razoável admitir que o atual sistema de

proteção social do Estado brasileiro, tem os seus primórdios assentados nos governos do

período imperial.

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