feioso arrumadinho

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1 1 Feioso Arrumadinho 1. Feioso 2. Arrumadinho 3. Com Classe 4. Cópia 5. Divisão Percentual 6. Essa Questão de Deus 7. Antes do Paraíso 8. Depois do Inferno 9. O Dia do Senhor 10. O Senhor do Dia Vitória, terça-feira, 26 de maio de 2009. José Augusto Gava.

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o inferno em que transformaram um lindo planeta

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Feioso Arrumadinho

1. Feioso 2. Arrumadinho 3. Com Classe

4. Cópia 5. Divisão Percentual 6. Essa Questão de Deus 7. Antes do Paraíso 8. Depois do Inferno 9. O Dia do Senhor

10. O Senhor do Dia

Vitória, terça-feira, 26 de maio de 2009. José Augusto Gava.

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Capítulo 1 Feioso

Depois que escrevi o esboço da série de FC ASC

Adão Sai de Casa, onde imaginei pessoas vivendo muitos séculos, e como elas construiriam suas residências tanto em harmonia interna-pessoal quanto externa-ambiental, tenho meditado sobre como seriam as cidades se fossem efetivamente lógicas e dialéticas, dialógicas; se fossem totalmente harmoniosas em si e umas com as outras.

Com isso cheguei à conclusão de que nossas cidades são feiíssimas, são antros, verdadeiras disseminadoras de desassossego e do desgosto de viver – que elas desestabilizam as almas, inquietanto-as, induzindo-as ao sofrimento e à intranqüilidade.

QUASE TUDO É FEIO• os muros são feios:

(tanto público quanto privado)

Os muros (que nem deveriam existir) agora são essas coisas

deploráveis. • as calçadas são feias:

Calçadas atulhadas de porcarias e intransitáveis,

obrigando as pessoas a passar nas ruas, competindo com os carros.

• as ruas são feias:

Esburacadas sem qualquer responsável que se procure.

• as casas são feias:

Ruins logo de partida, abandonadas depois, quando tantos

necessitam.

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• o posteamento e a fiação são feios:

Excesso de postes, bancas de revistas, árvores,

barraquinhas, de tudo mesmo (que sofra o pedestre para deixar livres os carros).

• as latas coletoras de lixo e tudo mais:

Pelo lado de dentro das casas pelo menos as

pessoas cuidam da feiúra, ao passo que do lado de fora, que é público, ninguém quer cuidar, e as prefeituras só fazem o mínimo e não embelezam mesmo, não contratam os tecnartistas.

EMBELEZADORES

1. TECNARTISTAS DA VISÃO: poesia, prosa, dança, moda, pintura, desenho, fotografia, etc.;

(esses não serão chamados a embelezar cada logradouro e dar-lhe feição única na Terra)

2. TECNARTISTAS DA AUDIÇÃO: músicas, discursos, etc.;

3. TECNARTISTAS DO PALADAR: pastas, temperos, comidas, bebidas, etc.;

4. TECNARTISTAS DO OLFATO: perfumaria, etc.; 5. TECNARTISTAS DO TATO: cinema, teatro,

esculturação, paisagismo ou jardinagem, arquiengenharia, decoração, tapeçaria, urbanismo, etc.

Já que o logradouro NÃO É (RETRANS) REFORMADO-TRANSFORMADO em algo coletivo, coletivizado, não é mesmo nada de admirar que as pessoas não estejam felizes com o grupal, que elas se sintam mal, emburradas, iradas quando saem de suas casas, pois fora delas vivem como que entre inimigos.

QUE COISA FEIA! (o mundo que construíram é, fora as exceções, repelente)

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Uns inovam, fazendo coisas horrorosas.

Outros colocam nossos filhos aí.

Vão construindo essas monstruosidades.

Eis o destino que deram aos filhos de

Deus e da Natureza. Como foi possível que a soma das decisões

tivessem conduzido a algo tão repugnantemente feio? Tão assombrosamente horripilante?

Pessoas decidindo sozinhas, sem apoio ou amparo de instituições, de universidades, de governos foram incapazes de produzir tanto interna quanto externamente qualquer gênero de beleza relevante; e não há fusão harmônica com os logradouros, especialmente porque o excesso de proteção levou à construção de muros, de grades, de muros com vidro quebrado em cima, e até há no bairro onde por enquanto moro (Morada de Camburi, Vitória) a tal de “lâmina-faca”, se é este o nome, enrolada como nos campos de concentração (o que de fato são sem os proprietários perceberem) protegendo casas que, dizem foram avaliadas na fase pré-crise por 2,0 milhões de reais. O arame forma espirais, como nos campos hitleristas da Segunda Guerra (conforme a gente vê no cinema); não é mais arame farpado, são elegantes arame-faca.

OS BOIS BURGUESES E SUAS CASAS DE CONCENTRAÇÃO

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Os seres humanos endoidaram totalmente. Essas criaturas e suas construções são feiosas

mesmo, de arrepiar os cabelos da gente, quando passamos a reparar em como somos frágeis não apenas perante i (ELI, Elea, Ele-Ela, Deus-Natureza) como perante a própria humanidade e sua evolução, que deveria ter ido rumo à beleza.

Por quê não fomos capazes de ultrapassar as repulsivas construções pessoambientais?

1. PESSOAS FEIOSAS: PESSOAMBIENTES FEIOSAS

1.1. indivíduos descuidados; 1.2. famílias desatentas; 1.3. grupos ausentes; 1.4. empresas alheias;

2. AMBIENTES FEIOSOS: 2.1. cidades-municípios sem postura; 2.2. estados desconcertados; 2.3. nações desaprumadas; 2.4. mundo estéril.

É de tudo incrível que essas pessoambientes se achem ofertadas a Deus e, pior ainda, digam isso a todo instante.

O QUE OFERTARAM A DEUS

• logradouros feios (inclusive praças feias):

(as pessoas poderão pesquisar os exemplos)

Veja o que fizeram com o lindo mundo que Deus-Natureza nos

deu.

• quadras feias:

As quadras não irmanizam, não humanizam, não são feitas

para confraternização, são divididas por ruas.

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• bairros feios:

Vivendo assim os anjos viram demônios.

• acidentes geográficos remanescentes degradados:

Só para recuperar o que fizemos nossos filhos e netos vão

penar.

• quantidade difícil de aquilatar de feiúras:

As bocas dos canhões que atiram na Natureza. Foram fazendo “às galegas”, de qualquer jeito,

“como quem vai às goiabas”: os resultados são tangíveis, supervisíveis e todos podem aquilatá-lo onde quer que passem. O que esperavam? Se não programaram as ruas para serem belas, se elas são exclusivamente domínio dos carros (veja as várias cartilhas onde ataco os veículos), se não são voltadas aos seres humanos como lugar de passeio e estadia, para descanso e recuperação das forças físicas e psicológicas o que se pode desejar de diferente?

Capítulo 2 Arrumadinho

O máximo que se chegou foi o “arrumadinho”, algo

pobre; não é nenhuma obra de arte e muito menos obra prima. Não existe a profissão de embelezador de rua e as pessoas acharão até esquisito mencionarmos.

Ruas são lugares de passagem. O RETRATO TÍPICO DA RUA (pelo menos no Brasil, e no Espírito Santo também)

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A construção das sólidas ruas romanas já servia ao tráfego

das elites.

Entupiram nossas veias.

Degradamos tanta gente.

Nem precisamos esperar pela morte para estar no inferno.

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Calçadas, reservadas às pessoas.

Olhando a fotografia acima, há o leito da rua, banda de rodagem, e as calçadas. Carros andam no autopista e em geral pessoas nas calçadas que, não obstante, ficam atulhadas de postes, latas de lixo, bancas de revista, restos de construção, lixo avulso em sacos, e tanta, tanta coisa que é mesmo difícil de listar. Motos acreditam-se carros e naturalmente vão pelas ruas, assim como caminhões e picapes. Bicicletas não podem ir pelas calçadas porque os transeuntes reclamam e nem pelas ruas porque os motoristas dos carros reclamam. As ruas sequer servem à totalidade das pessoas, mormente aos moradores que estão próximos; poderiam ser ótimas praças, pois ficam defronte de grande quantidade de casas, com acesso imediato. Não obstante, as ruas são “arrumadinhas”. São, quase sempre, asfaltadas em razão da necessidade de circulação dos carros - seria preciso fazer uma lista em cada nação, estado, município-cidade de quantas famílias os possuem às vezes dois, três ou mais - em alta velocidade relativa. Os que andam a pé são deixados de lado.

Com quase 200 milhões de habitantes (com famílias de quatro pessoas como média) o Brasil possui uns 50 milhões de famílias; havendo em torno de 10 milhões de automóveis, temos uma relação direta de 5/1 ou 20 %, mas isso é exagerado, dado que muitas famílias possuem mais do que um.

FAMÍLIAS QUE POSSUEM CARROS (e quantidade deles; essa curva é atípica, há uma grande concentração na direita)

muitas famílias não têm nenhum

poucas famílias

têm muitos deles

Qual é a CS (Curva do Sino) do Brasil? Nós outros, todos, estamos pagando por quem usa,

principalmente por quem usa mais.

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Os donos de carros usam a pista central e também usam as margens como estacionamento e depois estacionam até nas calçadas, tamanho é o descalabro.

E isso não se dá apenas com ruas, acontece em toda parte e a respeito de tudo ou quase tudo; fora para os 2 % de ricos que detêm 50 % das riquezas do mundo; ou para os 13 % ou com os 20 % que ficam com 80 %, tudo mais é ruína – e é ruína justamente para “sobrar” mais para os superdesejosos de riqueza de beleza, estabilidade, sossego e tudo isso que prezam para nós e desprezam para os demais.

Então, é feioso, mas ao mesmo tempo é arrumadinho: não é definitivamente elegante e verdadeiramente nobre. É como se fosse uma gambiarra, algo mantido junto com chiclete, juntado com durex, colado com cuspe – é ordinário, é vagabundo e ninguém vai nos provar o contrário.

Enfim, a Terra podia ser um lindo planeta em todos os sentidos, pois para isso foi preparado até a primeira natureza biológica-p.2, mas a presença humana emporcalhou tudo. Não que desejemos o fim da humanidade, apenas a correção e a decência.

Capítulo 3 Com Classe

FORA DE MODA (a moda é um separador de classes e se confunde com a desestabilização dos que estão “por fora”, isto é, ela é passaporte para “estar por dentro” e por ela alguns pagam com a vida, ou desperdiçam as dos outros)

telemoda

Isso já foi moda, quando poucos usavam.

Brega é tudo que é popular (ou os das elites que teimam em se parecer com o

povo).

Jacu boy.

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Neste mundo as pessoas são conhecidas – por “estarem na moda”, vestindo roupas de marca ou de grife – como de um grupo explorador VERSUS grupo explorado, representando aquela relação 20/80 da população com 80/20 da riqueza. Algumas pessoas investem muito nisso se querem “subir na vida”, isto é, passar por cima das demais.

A ESCADA DO SUCESSO (é acarpetada ou forrada de gente e de suas peles)

Há receitas louvando os “vitoriosos”.

Para alguns o sucesso e a promessa do sucesso virou

igreja.

A sugestão de infinito leva à queda.

As roupas elegantes - assim como tudo que é elegante e especial - demandam muito tempo para serem confeccionadas pelos poucos artistas de “bom gosto”, pelos conhecedores das artes ou daquilo que poderíamos chamar “psicologia da atualização”, a linha ideal entre o passado e o futuro, e como tal são vestidas no presente pelas classes tenentes, que têm.

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Capítulo 4 Cópia

O que é a feiúra? Podemos dizer que é “identidade de massa”,

aquilo que vem da repetição, aquilo que é o decaimento e a degeneração contínua da cópia pelo processamento das mesmas idéias repetidamente, passando das classes A, B e C a D e E, daí acabando por produzir essa mesmice que é detestada. A mesma roupa “feia” usada pelas pobres, se usada por uma boneca da burguesia, uma modelo, torna-se objeto de cobiça como moda.

A feiúra, como tudo o mais no plano psicológico-p.3, é psicologia, é mental e não corporal; não se pode falar de um corpo feio e sim de mentes que julgam feio um corpo ou rosto ou o que for.

Dependendo, como depende da liberdade a beleza é um índice de anti-constrangimento; os constrangidos são “feios”; os limitados, os tolhidos, os contritos são “feios” – tudo que é travado é julgado feio e tudo que é livre é considerado belo. Mesmo a mulher feia da alta burguesia (como certas princesas da coroa britânica) tornam-se aceitáveis em razão do embelezamento e da liberdade.

Evidentemente roupas, pinturas, tinturas, jóias e bijuterias, chapéus e outros adereços justapõem-se como uma segunda natureza sobre a primeira natureza do corpo, com camadas e camadas de alterações.

São “feios” todos os pobres e são “belos” todos os ricos; os mesmos pobres de uma sociedade se ricos em outra serão considerados belos. Um africano pobre é “feio”, mas um descendente de africano rico dos EUA é “belo”. De fato, a Rede Cognata diz (de passagem) que rico = BELO = LIVRO = TOLO = BOBO = JACU e segue.

LIBERDADE E BELEZA = LEVEZA (tecidos leves = BELOS; evanescência é o sinal maior da beleza)

Livre, leve e solto.

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Vaporoso.

Transparente.

Branco e impoluto.

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Puro.

Simples de alma.

Como tudo, beleza e feiúra são julgamentos psicológicos, são psicologia, teoria do infocontrole da alma; e como tal são partes da Psicologia geral.

A PSICOLOGIA E A DISCUSSÃO DA BELEZA-0/BELEZA

• discussão das figuras ou psicanálises;

(= caos)

• discussão dos objetivos ou psico-sínteses; • discussão das produções ou economias; • discussão das organizações ou sociologias; • discussão dos espaçotempos ou geo-histórias

(as pessoas falam de “beleza das paisagens naturais”, mas existem-nas artificiais e sintéticas também).

OS EXTREMOS POLARES

A humanidade lixo.

oscilantes

A humanidade luxo.

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caos beleza (pobres ou 0/RICOS) ricos

98 % = 50 % da riqueza 2 % A humanidade-lixo e a humanidade-luxo são faces

da mesma moeda. Tudo que é arranjado, enjambrado, tosco, rude,

simplório é julgado “feio”. O Brasil, onde muito é assim, as coisas são consideradas feias, exceto as paisagens e as porções ricas, pois aqui as elites não pensaram no povo e não lhe proporcionaram com o dinheiro miúdo do consórcio popular chamado governo as obras que o engrandeceriam e o embelezariam. Os governos brasileiros fracassaram amplamente em todas as instâncias, exceto numas poucas.

Evidentemente é útil chamar a tais decididos copiadores do estrangeiro sem qualquer identidade nacional “copistas”; para zombar deles chamei-os de “héterocopistas”, os que copiam diferente, os que “adaptam ao gosto brasileiro”, os que diminuem o que é trazido de fora para adequá-lo à exploração local.

Essa cópia desbotada que é o Brasil é profundamente feia, é aquilo que chamei no título de “feioso arrumadinho”, o que é feioso, mas é arrumadinho para não parecer tão feio, tão horroroso.

Capítulo 5 Divisão Percentual

Apenas 2 % detêm mais da metade da riqueza mundial, diz ONU

05 de dezembro de 2006 • 12h44 • atualizado às 12h44

Dois por cento dos adultos do planeta detêm mais de metade da riqueza mundial, incluindo propriedades e ativos financeiros, revelou um estudo realizado por um

instituto de desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU) e divulgado na terça-feira.

Apesar de a renda global estar distribuída de forma desigual, a distribuição da riqueza é ainda mais distorcida, afirmou o estudo do Instituto Mundial de Pesquisa sobre a

Economia do Desenvolvimento, da Universidade das Nações Unidas. "A riqueza está fortemente concentrada na América do Norte, na Europa e nos países de alta renda da Ásia e do Pacífico. Os moradores desses países detêm juntos quase

90 por cento do total da riqueza do planeta", disse a pesquisa. O instituto, com sede em Helsinque, afirmou que o estudo era o primeiro de

abrangência mundial a respeito da questão, para a qual há poucos dados disponíveis. "Nós calculamos que os 2 por cento dos adultos mais ricos do mundo possuem mais

da metade da riqueza global enquanto os 50 por cento mais pobres, 1 por cento", disse Anthony Shorrocks, diretor do instituto.

Shorrocks comparou o quadro a uma situação hipotética em que, de um grupo de dez pessoas, uma teria 99 dólares e as demais, apenas 1 dólar.

"Se pensarmos que a renda vem sendo distribuída de forma desigual, a riqueza está distribuída de forma ainda mais desigual", disse o diretor do instituto.

A HUMANIDADE DIVIDIDA

Segundo o estudo, em 2000, um casal precisava de um patrimônio de 1 milhão de

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dólares para estar entre os 1 por cento mais ricos do mundo —um grupo que reúne 37 milhões de pessoas.

Mais de metade dessas pessoas moram nos EUA ou no Japão. E o estudo descobriu que um patrimônio líquido de 2.200 dólares por adulto colocaria

uma família na metade superior da distribuição de riqueza.

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restrições ao uso. Lista dos mais Ricos do Brasil

Dinheiro quase sempre está ligado ao poder, mas na Lista dos mais Ricos do Brasil, eu não acho que essa é uma frase verdadeira, pois nos 10 primeiros colocados existe

alguns sem muito alarde.

Lembrando que esses

Lista dos mais Ricos do Brasil 01 - Eike Batista - US$ 7,6 bilhões 02 - Joseph Safra - US$ 7,1 bilhões

03 - Jorge Paulo Lemann - US$ 5,2 bilhões 04 - Aloysio de Andrade Faria - US$ 3,4 bilhões

05 - Dorothea Steinbrunch - US$ 3,2 bilhões 06 - Antônio Ermírio de Moraes - US$ 2,7 bilhões

07 - Marcel Herrmann Telles - US$ 2,6 bilhões 08 - Moise Safra - US$ 2,2 bilhões

09 - Carlos Alberto Sicupira - US$ 2,05 bilhões 10 - Abílio dos Santos Diniz - US$ 1,6 bilhão

números são referentes ao dólar, para ter o valor correto em reais da quantia que esses ricaços dispõe em suas contas bancárias, multiplique esses

valores por dois. Fonte: Os 10 Mais.

Então, se 2 % detêm 50 % das riquezas e 50 % detêm 1 % delas, as relações são [(50 %/2 %) x 1.000 =] 25.000 para [(1 %/50 %) x 1.000 =] 20, 25.000/20 = 1.250/1, o que nos diz que um ser humano está aproveitando a Terra tanto quanto do outro lado 1.250 de nós. “Na média” estatística ficaria parecendo que cada um tem [(1.250 + 1)/2 =] 625,5, mas não é assim: uns estão acima muita coisa e outros abaixo, o contrário daquele muito, pouquíssimo.

Podemos concluir que a humanidade está MUITO dividida, e na hora em que essas partes tão distantes se chocarem vai ser um arraso total para ambos os lados, porque os ricos têm armas devastadoras enquanto os pobres têm uma vontade irresistível. Ademais, se os ricos matarem os pobres quem limpará suas sujeiras?

Capítulo 6 Essa Questão de Deus

Daí vem a pergunta: que “Deus” é esse que tolera

isso? Bem, não é i, mesmo, é uma invenção humana para justificar muitas coisas; i nos deu a liberdade e o que

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fazemos com ela, todas as melecas que aprontamos, não vem de i nem de nenhum demônio, vem dos seres humanos, vem de nós que as imputamos ao “capeta” ou a “Deus”. Vem da nossa falta de compreensão e de estudos, de dedicação, de caridade, de amor ao próximo, de compaixão com os desvalidos, vem da falta de identidade com os animais, vem de toda complacência e autocomplacência, de justificativas e de auto-justificativas a respeito dos erros alheios e nossos.

DISPLICÊNCIA GERAL (orgulho, insolência para com i e suas criações, violência com uns e outros)

Folgado de brincadeira.

Verdadeiramente folgado.

Substantivo

Singular Plural

Feminino displicência displicências dis.pli.cên.cia / dis.pli.cên.ci.asilabação + tonicidade

1. descontentamento 2. desagrado

3. tédio 4. aborrecimento

5. desgosto 6. desleixo

7. disposição daquele que não tem o menor cuidado com as coisas A displicência oposicionista foi tamanha que levou o senador Heráclito

Fortes, que chegou atrasado à sessão, a votar no que nem sabia o que fosse - com isso arrancando amenas risadas de seus colegas. (editorial do jornal O Estado de São Paulo

de 30 de novembro de 2006) 8. indolência, descuido, descaso, negligência, indiferença

Demasiado folgados e displicentes nos tornamos em oposição à rigidez excessiva no momento anterior, quando no século XVIII as crianças eram obrigadas a trabalhar 16 horas ou mais.

“Deus” tem sido usado para justificar nossas torpezas, nossas malignidades, pois em tese “foi Deus que nos fez assim”. Não foi, fomos nós que, usando indevidamente nossas liberdades, fizemos todas essas porcarias.

Capítulo 7 Antes do Paraíso

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Veja a cartilha Cidade Celestial nesta série para entender onde ela fica. Como foi dito lá, é aqui mesmo, só que não é AGORA MESMO, é em outro tempo.

Nós estamos ANTES do Paraíso e não fora; o Paraíso é para depois, para quando existirem os seres paradisíacos, os anjos (que devem surgir desses mesmos que existem agora, o que beira o incompreensível).

VISÕES DO PARAÍSO (onde foi preservado ou não foi destruído) – o Paraíso na Terra é associado a humanos não terem chegado lá (se formos para o Paraíso de Deus pode ser que, continuando como somos, o emporcalhemos)

Uns - não tendo pensado ou não tendo pensado o

suficiente - colocam o Céu ou o Paraíso no espaço fora da Terra ou alhures, e outros, pensando menos ainda, o colocam “noutra dimensão”; bom, mas no modelo consideramos que tudo deve comportar as dimensões MIC (memória, inteligência e controle) para os seres e MEI (matéria, energia, informação) para os teres ou vires-a-seres.

ONDE FICA O CÉU? ONDE FICA O PARAÍSO? (respostas da Internet – devem existir milhares, e todas elas ficam no trivial simples)

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Onde Fica o Paraíso?

As publicações da Sociedade Torre de Vigia apontam para um final deste "sistema de coisas" e o conseqüente estabelecimento de um paraíso aqui na terra em breve.

Sempre assim: "em breve". Para reforçar esta idéia, diz-se sempre que as testemunhas de Jeová já usufruem um certo paraíso em sentido espiritual, mesmo

que viva pobre e até miseravelmente em determinados países menos favorecidos do globo, o que serve para minimizar o sofrimento destes que esperam ansiosamente o

estabelecimento do Reino de Deus por este motivo ou daqueles que sofrem por outros motivos, outros tipos de dificuldades tão comum a todos, mesmo que

possuam maiores recursos. Uma tática bem tramada é a de mostrar que nas sedes da Sociedade, nas filiais e em qualquer construção patrocinada por Ela, aquele que ali estiver ou observar fotos se

sentirá no próprio paraíso real, cercado de belos parques e jardins, com belas e confortáveis construções, mais, imaginará que aqueles que vivem no local, os

betelitas, já estão mesmo é sob as bençãos reais

Esta foto da fazenda da Sociedade Torre de Vigia localizada em Wilkins, nos Estados Unidos, mostra

como existe uma preocupação com a beleza, a ilusão de conforto para quem as vê, a aparência

típica com a qual o paraíso é sempre representado nas ilustrações das revistas e outras publicações da

Sociedade, basta trocar os prédios ao fundo por uma casa típica de campo, colocar

que o Reino governado por Jesus Cristo irá trazer para os demais apenas num futuro

ainda incerto.

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algumas pessoas colhendo frutas, algumas crianças e animais selvagens em posição amigável e teremos uma

ilustração pronta do paraíso. Nesta outra foto o quadro já está mais completo, só faltam os animais e as frutas! Brincadeiras à parte, a verdade é que

este recurso tem sido usado nas últimas décadas justamente para causar a sensação citada antes, a de que os lugares

físicos da Sociedade Torre de Vigia já são, de certa forma, paraísos reais, concretos, muito mais que o

"paraíso espiritual" das demais testemunhas de Jeová, mortais comuns.

Alguém que esteja iniciando o estudo para se tornar uma

delas e visitar um destes lugares, terá uma impressão ainda mais favorável e este é o objetivo

sem dúvida. Recentemente foi inaugurado um centro de

produção multimídia em Patterson, EUA, que é a base da Sociedade Torre de Vigia para os outros tipos de

comunicação, para não dizer propaganda, que não a página impressa (apesar de ser o local onde são feitas as ilustrações das publicações impressas). São ou serão ali

desenvolvidos produtos como Fitas de Vídeo e Áudio, CDs, CD-ROMs, DVDs e qualquer outro tipo de mídia

que possa surgir e ser usado para a divulgação dos ensinos das testemunhas de Jeová.

Olhando estas fotos, podemos chegar a conclusão que a Sociedade se esmerou, ou até se excedeu, no objetivo de construir um local confortável e de visual

deslumbrante, no qual alguém pode se sentir no Reino de mil anos e longe das atribulações do velho mundo em que vivemos. A arquitetura, o acabamento, os

detalhes, tudo feito com extremo cuidado, provavelmente a um custo astronômico, mas digno de ser um local com a placa da Watchtower Society pendurada na portaria

principal. O leitor acha que o complexo de Patterson não se parece bem com as ilustrações de paraíso que inundam as publicações? É porque as fotos eram da portaria principal (a

primeira) e de um dos pátios localizado na parte interna (da torre com o relógio), mas, observe os belíssimos jardins que cercam o complexo. Agora temos um paraíso perfeito, com tudo o que Deus promete, apenas sem um detalhe: a vida eterna sem

dor e pranto, que ainda não é possível em Patterson. O resto já é realidade. Imagine-se o investimento feito no complexo de Patterson desde a compra de uma

área tão grande, num local onde a terra não deve ter um custo baixo, afinal é no estado de New York, EUA, passando pelo projeto arquitetônico, aprovação das

autoridades, os materiais de construção, a mão de obra (que em boa parte é voluntária mas os operários também se alimentam), o material de acabamento, a

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jardinagem, enfim, um investimento grandioso, milhões e milhões de dólares foram colocados neste projeto para que ele tivesse a aparência final que foram registradas

nestas fotos. Dinheiro que não é da Sociedade Torre de Vigia. Dinheiro que não é do corpo

governante. Dinheiro que é daqueles que sofrem na luta do dia-a-dia para ganhar o pão, trabalhando arduamente para obtê-lo e que o colocaram como contribuição, pagamento de publicações ou de outra forma, muitas vezes até ficando sem o pão

propriamente dito na sua mesa. Dinheiro que é daqueles mais privilegiados, que contribuíram sem muitas dificuldades, mas que não deixa de ser fruto do seu "labor e labuta" e que ninguém pode se apropriar e usar de forma leviana sem ter que acertar

as contas com Deus no momento adequado. A Sociedade Torre de Vigia não deveria possuir bens, muito menos edifícios

suntuosos e instalações luxuosas. Jesus Cristo, de quem Ela afirma seguir os passos, não os possuía, nem Paulo, nem Pedro, nem João. No entanto, as boas novas foram

pregadas naquela época em toda a terra habitada e de forma extremamente eficiente. Concordo que nos nossos dias há muito mais recursos, melhores e mais abrangentes meios pelos quais a mensagem pode ser pregada a ouvidos ou olhos

interessados, porém não há justificativa para gastar o dinheiro contribuído construindo beleza e luxo para os olhos, enquanto num prédio simples e bem

montado se pode obter os mesmos produtos. Portanto, se o leitor é uma das testemunhas de Jeová e apesar de lhe dizerem

constantemente que vive num paraíso espiritual, talvez esteja cansado de esperar o "em breve" das publicações da Sociedade, quer saber a resposta da pergunta: Onde

fica o paraíso? Em Patterson, estado de New York, Estados Unidos da América.

inferno

ANTES, DURANTE, DEPOIS DO PARAÍSO

PARAÍSO

inferno

Paraíso é a interrupção da infernalidade, da idade infernal e esta acontece antes da constituição e depois da dissolução do Paraíso. Só i (ELI, Elea, Ele-Ela, Deus-Natureza) é eterno e ESTAR-EM-i é que é o verdadeiro paraíso, mas a absorção, tal como vimos, diz respeito a ser-em-i, quando ser e devir se confundem. Pois tudo fora de i é onda: tudo nasce, cresce, diminui e morre.

NESTE MUNDO em que estamos o Jardim plantado deve ser construído – i conduz-nos até esse tempo e o Paraíso sempre se dissolve por incompetência dos racionais. Fora de i tudo é em última instância feioso arrumadinho; nos paraísos racionais é apenas mais bonitinho, só isso, porque a verdadeira beleza está em i.

Capítulo 8 Depois do Inferno

BOLAS DE GUDE (cada universo é como uma bolinha luminosa quando visto de fora; existem infinitos deles em i – um não sabe dos demais e todos se pensam únicos, pois não há comunicação, nem há gravidade que os aproxime)

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Então - para identificar completamente -, há i e

há os “feiosos arrumadinhos” em distanciamento crescente; quanto mais próximo de i mais belo e quanto mais belo é porque está mais perto de i. Do lado de cá, residindo na racionalidade, somos todos feios, por mais arrumadinhos que estejamos.

Posto isso, uns são melhores e outros são piores, uns estão melhores e outros estão piores.

Capítulo 9 O Dia do Senhor

Todos os dias são dias do Senhor, de i (ELI,

Elea, Ele-Ela, Deus-Natureza) – todo o tempo e todo o espaço. Se por livre querer deixamos de ser de i, se nos

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distanciamos, é porque há a liberdade-arbítrio: podemos ser livre-arbitrários à custa da chance de nos desviarmos.

COMO OS DIAS E AS NOITES PODERIAM NÃO SER DE i?

Tudo, em toda parte e em todo o tempo é berço para o nascimento da compreensão.

Todo dia é intimamente dia de festa e de exultação, sem rompantes e sem gritaria.

Todos os dias da semana são de i, não apenas o Domingo: este é o dia em que os

humanos param para consagrar.

Se você só comemorou os domingos, perdeu (365 – 52 =) 313 chances.

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TUDO, em toda parte e todo o tempo é de i, é i, e só é nosso por permissão: essa permissão de errar ou de acertar. Todos os dias o ser humano está em julgamento, todos e cada um, por tudo que se faz ou não se faz: e o que é a punição senão a presença dos nossos desacertos?

CRIATURAS MALTRATADAS (isso não desaparecerá nunca, ficará para sempre como inferno, como memória das nossas reduções)

Tudo que temos feito a i e suas criaturas temos feito a nós mesmos, porque fica na memória, e um dia iremos ver, ver com o mais profundo asco por nós mesmos.

Capítulo 10 O Senhor do Dia

Tudo isso atesta como somos fracos, feios.

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Claro que há o outro lado, senão desesperaríamos com tantas demonstrações de demência humana.

Quem nós iremos dizer que fez isso? O diabo? Pois se existe a liberdade!

Fomos nós! Fomos nós! Não há desculpas, não se pode atribuir ao demônio, ao capeta, a satanás, ao cão, seja ao que for que DE FORA esteja nos guiando a isso ou aquilo. Fomos nós! Fomos nós que produzimos esse “feioso arrumadinho” da Terra, t que é feio, mas é arrumadinho para parecer melhor: essa foi a nossa oferta a i. Não passou disso, não chegou a nada mais.

Todo o dia, 24 horas, é de i, TUDO mesmo, por toda parte é de i, é i, e dentro dele recebemos uma liberdade com a qual não sabemos lidar.

Olhando para tudo, para cada octante da Terra podemos ver nossas mãos e nossos pensamentos perversos. Que devemos consertar está mais do que claro, mas quando?

Possa o Senhor de tudo nos perdoar por termos sido insanos e covardes.

Vitória, quarta-feira, 24 de junho de 2009. José Augusto Gava.