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Page 1: Fazendo Negócios com a Índia - Internacionaliza BH...Atualidades POLÍTICAS DE DESMONETIZAÇÃO O Primeiro Ministro indiano, Nerendra Modi, no final de 2016 anunciou uma medida monetária

Fazendo Negócioscom a Índia

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Índia

Geografia da Índia

Nome Oficial: República da Índia (Bharat Juktarashtra). Área: 3.287.782 km²Capital: Nova DélhiPopulação: 1,30 bilhão de habitantes¹ – equivalente a mais de 17% da população mundial.Moeda: rúpia indiana Cotação²: R$ 1,00 = Rs (₹) 0,048Data Nacional: 26 de janeiro (Proclamação da República); 15 de agosto (Independência); 2 de outubro (aniversário de Gandhi).Forma de Governo: República ParlamentaristaPresidente: Ram Nath Kovind (desde julho de 2017)Primeiro-Ministro: Narendra Modi (desde maio de 2014)

LOCALIZAÇÃOA Índia está localizada no

centro-sul da Ásia, delimitada ao sul pelo Oceano Índico, pelo mar da Arábia a oeste e pela Baía de Bengala a leste, totalizando uma região costeira de 7 517 km de extensão. Suas fronteiras são

delimitadas pelo Paquistão, China, Nepal, Butão, Bangladesh, e

Myanmar (Birmânia).

PRINCIPAIS CIDADESMumbai, Calcutá, Nova Délhi,

Bangalore, Chennai, Jaipur, Hyderabad, Goa.

IDIOMASa Constituição da Índia

definiu como idioma oficial o hindi, juntamente com o

inglês para questões oficiais, aceitando o uso línguas

regionais para comunicações não oficiais. O Ato das

Línguas Oficiais, de 1963, definiu 23 línguas oficiais para

o país, além dos mais de 1000 dialetos locais.

RELIGIÃOhinduísmo 79,8%, islamismo

14,2%, cristianismo 2,3%, sikhismo 1,7%, budismo 0,7%, jainismo 0,4%, outras 0,7% e

não declarados 0,2% (em 2001).

PRINCIPAIS PORTOSHaldia Port (West Bengal), Paradip Port (Orissa), Chennai Port (Kamil Nadu), Tuticorin Port (Tamil Nadu), Kochi Port (Kerala), Marmagao Port (Goa), Mumbai Port (Maharashtra),

Kandla Port (Gujarat).

DENSIDADE DEMOGRÁFICA395,40 hab./km2 (ano de 2016)FUSO HORÁRIO

+ 8 h30min em relação à Brasília

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¹ Estimativa 2016² Consultado em 16/10/17

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Construção da Identidade NacionalOs primeiros homens a ocuparem a região que atualmente representa a Índia datam de cerca de 34000 anos atrás, e os primeiros registros do florescimento da civilização indiana são da Idade do Bronze, há cerca de 3000 anos. A vasta cultura indiana foi formada a partir da junção de diferentes civilizações ao longo dos séculos, com destaque para os drávidas (uma das populações mais antigas do sul do país), indo europeus, sarracenos, persas (com o exército de Alexandre, o grande), mogois e, por fim, os europeus. A partir do período de expansão marítima europeia, o território indiano passou a contar com um contato mais direto com o velho continente, até que em meados de 1600 a Companhia Inglesa das Índias Orientais foi fundada no país, levando aos poucos a Índia a cair sob domínio inglês. É interessante destacarmos que a presença portuguesa também foi intensa, contando até hoje com cidades que falam português na província de Goa.A religião exercia, e ainda exerce, grande influência na cultura e modo de vida dos indianos.

De acordo com o senso de 2001, a grande maioria da população segue a religião hindu (79,8%). Um dos pilares da religião hindu é que cada indivíduo, ao nascer, já tinha preestabelecido quais seriam suas funções e seu papel na sociedade. Crença essa que levava a uma hierarquização da sociedade a partir do sistema de castas. Em 1947, após os movimentos pacifistas iniciados em 1942, liderados por Mahatma Gandhi, Jawaharlal Nehru, para a independência da Índia do domínio Britânico, o país finalmente se tornou a República da Índia. A constituição foi escrita no mesmo ano, sendo um grande marco para o atual cenário social do país, nela foram definidos preceitos que alteraram significativamente a estrutura indiana: extinção oficial do sistema de castas; educação básica pública obrigatória para todos, igualdade de sexo, liberdade religiosa, proteção às minorias, liberdade de expressão, criação de diversas universidades – em especial com foco na educação voltada para a área tecnológica – dentre outros.

AtualidadesPOLÍTICAS DE DESMONETIZAÇÃO O Primeiro Ministro indiano, Nerendra Modi, no final de 2016 anunciou uma medida monetária polêmica a ser acatada por todo o país: a partir do dia 9 de novembro de 2016 todas as notas de 500 e 1000 rúpias deixaram de valer. As notas invalidadas representam 86% do dinheiro em circulação na Índia. Na Índia, 95% das transações são feitas em dinheiro, tornando-o assim o país com mais fluxo de papel moeda do mundo. Outros pontos relevantes da política de desmonetização foi o estabelecimento de um prazo de 50 dias para a troca das notas e um limite a ser monetário a ser respeitado em cada troca realizada – dessa forma incentivando a “digitalização da economia”, com os cidadãos abrindo contas em bancos e deixando de guardar dinheiro em casa. Tal medida controversa foi apenas a primeira tomada numa tentativa de reduzir a corrupção no país e expor as riquezas não tributadas do país.

REFORMA FISCALNo final do ano de 2016 o Senado indiano aprovou, por unanimidade, a maior reforma fiscal da história do país, que entrou em vigor em junho de 2017. A cobrança de muitos impostos indianos é feita de forma fragmentada, passando por impostos estatais e nacionais sobre um mesmo produto, cada região tendo certa liberdade para realizar tal cobrança. A reforma aprovada teve como objetivo unificar alguns desses impostos, passando a cobrar um único tributo para toda a nação, o foco sendo os impostos de bens e serviços. Os GST, na sigla substituirá cerca de quinze tributos, que ficam reduzidos a um com cinco categorias de entre 0% e 28%, classificados de acordo com o tipo de produto e serviço. O novo imposto irá abranger mais de 1.200 artigos e cerca de 500 serviços reduzindo as barreiras internas para o comércio nacional e facilitando a mobilidade de produtos entre estados, criando um mercado único com mais de um bilhão de cidadãos.

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FEIRAS INTERNACIONAIS DE NEGÓCIOS: uma das formas que os indianos utilizam para atrair investidores e interessados nos serviços prestados pelas indústrias do país é a organização de feiras internacionais de negócios durante todo o ano. As feiras costumam ser organizadas por setores, dentre os quais podemos destacar: tecnologia, farmacêuticos, construção civil, vestuário e outros. Comumente o Governo Indiano oferece incentivos para a participação em algumas das feiras, como reembolso de passagens e/ou hotéis.

POLÍTICAS DE LIBERALIZAÇÃO: no período entre 1947 e 1991, da independência da Índia ao final da Guerra Fria - na qual o país adotou uma política isolacionista, foi adotada como estratégia de desenvolvimento uma política focada no desenvolvimento para dentro, com incentivos para o setores tecnológico, industrial e econômico. A partir de 1991 a economia indiana, dando continuidade a processos já iniciados no decorrer da década de 1980, passou a ser efetivamente introduzida na globalização neoliberal. Assim, o país sofreu mudanças estruturais internas com o intuito de se integrar no sistema econômico internacional com maior competitividade e oferecendo novas oportunidades para a indústria nacional. A abertura econômica para o internacional levou a uma ascensão da Índia no cenário internacional, com grande destaque para o setor de serviços (tecnologia da informação e comunicação), passando a ser visto como um vantajoso parceiro comercial.

A relação entre Índia e Brasil tem se mostrado frutífera desde a independência indiana, quando em 1948 foram inauguradas as Embaixadas da Índia no Brasil e do Brasil na Índia. Dessa forma, ambos países compartilham de várias similaridades, sendo estas sociais, políticas, geográficas e econômicas, que contribuem para a otimização dessa relação ao longo dos anos. A Índia e o Brasil se destacam entre as maiores democracias no mundo e compartilham uma multiculturalidade, etnicidade e religiosidade que são expressadas na diversidade que é tão característica e respeitada nesses países. Durante os anos 1990 houve uma maior aproximação devido à adoção de políticas públicas que visavam a liberalização da economia, tornando os laços políticos e econômicos ainda mais intensos. Segundo o Ministério da Relações Exteriores do Brasil, os contatos políticos se estreitaram ainda mais nos anos 2000, quando várias oportunidades de cooperação foram identificadas através do estabelecimento de uma Política Estratégica.

A aproximação também se tornou evidente durante este período, quando em 2001 o instituto Goldman Sachs criou o termo BRICs para se referir às economias emergentes no mercado internacional, Brasil, Rússia, Índia e China, que compartilhavam de certas similaridades, como um crescimento acelerado, alto nível populacional e grande extensão territorial. De acordo com estudos da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), os países que fazem parte do BRICs também ganham expressividade devido à capacidade produtiva dos mesmos e considerável aumento de participação no comércio internacional.Com o intuito de institucionalizar ainda mais essa relação, em 2003, foi criado um fórum de cooperação entre Índia e Brasil, que incluía também a África do Sul, e ficou conhecido como IBAS.

A classe média e os desafios que ambos enfrentam diante da configuração do sistema internacional das potências tradicionais também são fatores significantes de aproximação de ambos os países, acarretando no fortalecimento das trocas comerciais, devido a potencialidade desses mercados consumidores, e intensidade da relação bilateral. Dessa forma, a conjuntura desses mercados, fazem com que sejam complementares, e não competidores, uma vez que os produtos e serviços demandados por um deles são suprimidos pelo outro, fazendo com que o comércio seja necessário e positivo para o equacionamento dessas questões.

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), as trocas comerciais entre Brasil e Índia ganharam notoriedade nos números, onde menos de U$ 500 milhões em 2000 aumentou para cerca de U$ 7,7 bilhões em 2010 de participação indiana no comércio exterior brasileiro. A aproximação entre Índia e Brasil também é

Relação India-BrasilRELAÇÃO BILATERAL

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expressada nos inúmeros acordos de cooperação assinados, acarretando em posições conjuntas em decisões e assuntos importantes, e no posicionamento de ambos em organizações internacionais importantes como o Conselho de Segurança da ONU e a Organização Mundial do Comércio (OMC), reivindicando uma nova ordem internacional que questiona a configuração tradicional estabelecida no sistema. Ao que tudo indica, o futuro dessa aproximação é promissor, já que ao longo dos anos os elementos econômicos também acarretaram em laços políticos, culturais e sociais, que somam em boas sinergias entre esses países.

Fontes: Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, Ministério das Relações Exteriores, Organização das Nações Unidas (ONU), Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Organização Mundial do Comércio (OMC).

Pauta de Exportação Brasileira

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I - ANIMAIS VIVOS E PRODUTOS DO REINO ANIMAL

II - PRODUTOS DO REINO VEGETAL

III - GORDURAS E OLEOS ANIMAIS OU VEGETAIS, ETC.

IV - PRODUTOS DAS INDUSTRIAS ALIMENTARES, BEBIDAS, ETC.

V - PRODUTOS MINERAIS

VI - PRODUTOS DAS INDUSTRIAS QUIMICAS OU INDUSTRIAS CONEXAS

VII - PLASTICOS E SUAS OBRAS,BORRACHA E SUAS OBRAS

VIII - PELES, COUROS, PELETERIA E OBRAS DESTAS MATERIAS, ETC

IX - MADEIRA, CARVAO VEGETAL E OBRAS DE MADEIRA, CORTICA

X - PASTA DE MADEIRA, ETC, PAPEL E SUAS OBRAS

XI - MATERIAS TEXTEIS E SUAS OBRAS

357.905

44.207.850

282.429.470

714.291.076

1.676.269.384

150.537.516

86.413.686

12.353.002

40.770.446

26.442.545

6.952.528

1.151.800

25.648.000

351.555.717

622.618.034

709.543.189

125.159.421

60.979.810

16.363.389

39.468.292

11.676.582

11.116.765

DESCRIÇÃOJan/Set 2017

(USD)Jan/Set 2016

(USD)

250.000.000.000

200.000.000.000

150.000.000.000

USD

100.000.000.000

50.000.000.000

0

Importação

Exportação

2014 2015 2016

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A Índia possui um legado milenar, que sofreu influência das mais ricas civilizações que foram moldando sua cultura ao longo dos anos. Em 15 de agosto de 1947, o país se tornou independente do domínio Britânico sob liderança de Mahatma Gandhi, que pregava uma revolução baseada na pacificidade. Com uma população que ultrapassa 1 bilhão de habitantes, hoje a Índia se destaca como um dos países mais populosos e a maior democracia do mundo e, segundo estimativa das Nações Unidas (ONU), em 2028 ultrapassará a população da China. Diante disso, a ONU também classificou três cidades indianas, Delhi, Mumbai e Calcutá, entre as dez megacidades do mundo. Esses fatores, trazem para a Índia uma grande diversidade que é expressada na cultura e nos mais de 1000 idiomas e dialetos falados no país, sendo o inglês o único idioma em comum entre todos. Os dados econômicos são também expressivos, sendo apontada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como o país que mais cresce no mundo com taxas consistentes de cerca de 7% ao ano desde a década de 1990. Mesmo diante de um cenário internacional de economia instável e crise, os indicadores econômicos indianos fazem com que o país seja apontado como a provável potência mundial antes da metade do século. O aumento de investimentos no país, ocasionado por políticas governamentais de incentivo, resultou no crescimento de renda da população, tornando a Índia uma grande potência em mercado consumidor. Atrelado a isso, a Índia é considerada umas das maiores potências mundiais agrícolas, tanto em produção quanto em consumo. O setor industrial também tem ganhado grande expressividade, se destacando o setor automobilístico, que tem crescido significativamente, indústria química, tornando a Índia o maior exportador de genéricos do mundo, e o setor têxtil. Nos últimos anos, o governo indiano tem investido intensamente na profissionalização do país, formando cientistas e profissionais das mais diversas áreas que possuem prestígio mundial. Diante disso, o setor de softwares tem tido um rápido crescimento como um dos grandes destaques da economia. Todo esse histórico proporcionou à Índia um ambiente favorável de negócios, fazendo com que o país tenha hoje um nível controlado de inflação, reservas internacionais, déficit público administrável e controle de capitais.

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XII - CALCADOS, CHAPEUS E ARTEFATOS DE USO SEMELHANTE, ETC

XIII - OBRAS DE PEDRA, GESSO, CIMENTO, ETC, PRODUTOS CERAMICOS

XIV - PEROLAS NATURAIS OU CULTIVADAS, PEDRAS PRECIOSAS, ETC

XV - METAIS COMUNS E SUAS OBRAS

XVI - MAQUINAS E APARELHOS, MATERIAL ELETRICO, SUAS PARTES

XVII - MATERIAL DE TRANSPORTE

XVIII - INSTRUMENTOS E APARELHOS DE OPTICA,FOTOGRAFIA

XX - MERCADORIAS E PRODUTOS DIVERSOS

XXII - TRANSACOES ESPECIAIS

4.228.897

8.509.515

108.293.253

139.151.553

65.696.619

67.065.946

10.848.933

1.235.609

414.514

1.747.705

4.349.422

48.095.217

140.263.128

63.159.850

15.244.218

8.785.233

692

494.957

Dados Macroeconômicos Gerais

Taxa de Crescimento do PIB: 7,3% ao anoPIB per capta: 1.614 US$Total de exportação: 317.544,64 milhões de US$ em 2016Total de importação: 459.369,46 milhões de US$ em 2016

Fonte: Secretaria de Comércio Exterior - Brasil

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SETORES POR REGIÕESAs atividades econômicas são distribuídas no território indiano de acordo com a potencialidade de cada região. O norte do país é caracterizado pelas terras férteis, concentrando boa parte da produção agrícola especialmente pelo Vale dos Ganges, fazendo com que a Índia tenha a maior área cultivável do mundo. As riquezas naturais da Índia, como minerais dentre outros, se concentram a leste se destacando os recursos hídricos do país. O oeste concentra boa parte das instituições financeiras que possuem grande expressividade na economia do país, sendo Mumbai a cidade que mais concentra atividades desse setor. Um dos setores mais proeminentes da Índia é o da tecnologia da informação, e a maioria das grandes empresas deste setor se concentram no sul do país sendo a cidade de Bangalore um dos destaques.

POR QUE INVESTIR? A Índia hoje se apresenta como uma das economias mais abertas e receptíveis a Investimento Direto Estrangeiro (IDE), devido a decisão do governo de em 2016 implantar reformas que liberalizaram ainda mais a economia. Os setores que mais atraem investimentos são os de serviços, telecomunicações, combustíveis, medicamentos, construção, automobilístico, tecnologia da informação, dentre outros. Com taxas de crescimento sólidas e um ambiente propício para negócios, a Índia não só é um atrativo para investimentos, mas também é um dos grandes investidores internacionais. O país hoje possui um ritmo acelerado de aquisições no exterior, e a América Latina tem sido um dos grandes alvos de investimentos indianos.

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Fontes: Banco Mundial, India Brand Equity Foundation (IBEF), Santander.

Como Negociar com Indianos

AGENDAR REUNIÃO Os indianos muitas vezes apreciam a pontualidade nos compromissos e o cumprimento dos mesmos. Eles não gostam de mudanças de última hora no horário ou local da reunião. Caso haja alteração de agenda, é de bom tom cancelar e deixar o contato com o responsável pelo encontro caso haja alterações. Nos últimos anos, há uma tendência para reuniões de almoço ou brunchs, que são boas oportunidades para discutir negócios.

ESCOLHENDO ROUPAS DE NEGÓCIOS• Para homens: o código normal de negócios para os homens é de terno e gravata. No entanto, já que a Índia tem um clima quente, muitas vezes, apenas uma camisa de manga comprida é utilizada. Também é importante escolher cores neutras, suaves e não muito brilhantes.• Para mulheres: ternos ou saias longas, que cobrem os joelhos, são mais recomendados, evitando sempre blusas decotadas. Pode-se usar um vestido casual, se convidado para uma reunião social.• Dica: Se um estrangeiro usa um traje indiano, esse tipo de atitude também é apreciada, e muitas vezes vista como um gesto de amizade.

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DIRETRIZES GERAIS DE CONVERSA

TEMAS SUGERIDOSEmbora existam muitos temas de conversa que os indianos se envolvem, há alguns que são bastante populares. São eles: política, cricket, filmes e, em tempos recentes, as reformas econômicas indianas. Tomando o tempo para fazer alguma preparação prévia sobre estes assuntos pode ser muito útil na construção de relacionamento e estabelecer sua aceitação.Eles se entusiasmam com discussões sobre políticas e de figuras políticas. Determinados temas políticos podem ser muito específicos, uma vez que algumas políticas na índia são de natureza regional, assim, sendo aconselhável se envolver apenas se você sabe sobre eles.Cricket na Índia é quase um passatempo nacional. A Índia produziu alguns jogadores de críquete de classe mundial e, mesmo aqueles que não jogam, são apaixonados pelo jogo. A Índia produz o maior número de filmes (cerca de 800-1000 anualmente) do todo o mundo. Há mais de 13 mil salas de cinema do país. Além do que mencionamos, é importante levar em conta que a Índia é uma civilização antiga e rica, e também que os cidadãos são orgulhosos de sua herança. Eles normalmente gostam de discutir tradições indianas e história, especialmente com um estrangeiro.

TÓPICOS A SEREM EVITADOSReligião: Normalmente, os indianos são um povo tolerante, e aceitam as diferenças religiosas. Entretanto, é aconselhável evitar discutir crenças religiosas. Porém, as práticas religiosas e rituais desempenham papéis importantes na vida dos indianos, e um inquérito sobre uma determinada prática religiosa será, normalmente, respondido de forma entusiástica.Paquistão: Devido a razões históricas, a relação da Índia com seu país vizinho, o Paquistão, nunca foi muito simpática. Os indianos mais instruídos veem isso como uma falha por parte de políticos de ambos os lados. No entanto, muitos indianos podem ser muito tendenciosos, emocionais e unilaterais quando se discute o Paquistão. Em geral, é aconselhável ficar longe de discussões sobre este tema.Desigualdade social: Uma parte da diversidade da sociedade indiana é a grande divisão entre ricos e pobres. Na Índia, pode-se frequentemente encontrar localidades ricas lado a lado com favelas. Os indianos são tão sensíveis e defensivos sobre a miséria, pois estão orgulhosos do crescimento econômico do país. Já que os indianos não discutem abertamente a pobreza do país, se um estrangeiro inicia uma discussão sobre isso, é provável que seja interpretado como uma crítica ou falta de educação.

• A maioria dos indianos gosta de desfrutar de uma boa conversa sobre uma variedade de tópicos. Mesmo em reuniões de negócios, é comum e normal iniciar as discussões com conversas informais sobre outros assuntos não relacionados ao principal. Em geral, os indianos são abertos e amigáveis, e em comparação com muitos países do Ocidente são calorosos.

• Para os indianos, é normal conversar tópicos como família.• Os indianos raramente expressam seu desacordo de forma direta; o desacordo aberto é considerado

hostil e agressivo. Normalmente, as divergências são abertamente expressas apenas com aqueles com quem construiu uma relação de confiança. Caso contrário, as divergências são expressas de forma indireta. Na maioria dos casos é aconselhável evitar expressar discordância direta.

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RELAÇÕES DE NEGÓCIOSTratamentos pessoais: Ao abordar uma pessoa, é aconselhável prefixar o nome com um 'Mr.', 'Mrs. ou 'Ms.', ou o título profissional da pessoa ('Doutor' ou 'Professor') a não ser que a pessoa lhe peça para se referir a ele por sua / seu primeiro nome.Em geral, as pessoas são tratadas pelo seu nome (sem o prefixo) apenas por seus conhecidos íntimos, familiares, ou por alguém que é mais velho ou superior em autoridade.Presentes adequados: Dar presentes é habitual na Índia, e é visto como um sinal de amizade. No entanto, em geral, não é esperado para o primeiro encontro. É aconselhável não dar presentes caros, a menos que você seja muito íntimo da pessoa. Normalmente, presentes grandes e caros são dados apenas por amigos da família e parentes próximos – e para ocasiões específicas da família, como um casamento. Use amarelo, verde ou azul nos papéis de embrulho. Branco e preto são consideradas cores pouco auspiciosas. Normalmente, os presentes não são abertos na presença do doador. No entanto, por vezes, o seu anfitrião indiano pode insistir que você abra o presente.

O que você deve saber antes de negociar: Como os demais aspectos da Índia, a cultura empresarial indiana também é muito diversificada e heterogênea. Entretanto os pontos seguintes ajudam nas negociações:

• Uma grande parte das empresas indianas é de propriedade familiar ou de membros de diferentes comunidades sociais. Entre estes, Parsi, Marwari, Gujarati e comunidades Chettiar são mais proeminentes, e controlam os interesses de algumas das maiores empresas da Índia.

• Embora muitas empresas sejam bastante modernas / ocidentais em seu trabalho e operações, e sigam as normas internacionais para fazer negócios – é bastante útil compreender a cultura da sua comunidade específica.

• Ao cumprimentar um indiano, sempre utilize a mão direita, utilizar a mão esquerda não é auspicioso. • Procure o máximo de informações possível sobre a empresa indiana com quem irá encontrar antes de

negociar e demonstre conhecimentos sobre a Índia, inclusive geograficamente e o setor do mercado em questão.

• Apresentação e troca de cartões de visitas são partes essenciais de fazer negócios na Índia. Você deve levar uma boa quantidade de cartões já que as pessoas trocam cartões de visita mesmo em situações não-comerciais.

• Inglês é a língua usada para a realização de negócios e, portanto, não é necessário fazer um cartão traduzido para qualquer dialeto indiano.

• Além disso, a pronúncia varia amplamente em todo o país, o que às vezes pode dificultar a compreensão do inglês. Você pode, no entanto, solicitar uma pessoa para repetir o que ele ou ela disse lentamente. Esse pedido de um estrangeiro não é considerado como uma descortesia.

Hospitalidade: A hospitalidade é um valor fundamental na cultura indiana, e o convidado é considerado o equivalente a um Deus. Indianos normalmente alteram sua rotina para acomodar as necessidades dos visitantes. Qualquer violação da etiqueta pelo hóspede é normalmente ignorada e nunca mencionada.Um estrangeiro que visitar a Índia é susceptível a receber convites sociais mesmo de pessoas que acabou de conhecer. Isto é comum porque os indianos gostam de fazer o visitante se sentir bem-vindo.A recusa direta a um convite (por exemplo, 'desculpe, eu não consigo chegar') pode ser vista como falta de educação, ou até mesmo arrogância. Se você tem que recusar um convite, é mais aceitável para dar uma resposta vaga e aberta, como 'vou tentar' ou 'eu vou confirmar com você mais tarde', etc.