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FAUVISMO FAUVISMO Professora: Cristiane Seibt

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FAUVISMO

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Page 1: FAUVISMO

FAUVISMOFAUVISMOProfessora: Cristiane Seibt

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• Liberta-se a cor!

• No século XX, já denominado por alguns historiadores de Século do Movimento, a arte tornou-se um organismo vivo, pulsante e compulsivo.

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• Com extrema rapidez, os estilos se sobrepunham. O homem buscava novos valores e crenças e as grandes cidades fervilhavam. Freud investigava as angústias humanas e sua teoria também tinha influência sobre a arte, fazendo com que, em suas criações, o artista se concentrasse mais numa visão interior e menos na realidade visual exterior. Além disso, as discussões da física em torno da relatividade e os trabalhos difundidos de Nietzsche, no continente europeu, contribuíam para um clima de debate que colocava em questão o indivíduo e sua percepção do mundo. Alguns artistas ainda assumiam posturas anarquistas e eram ousados no questionamento das estruturas: uma liberação ocorria no campo das artes sem precedentes históricos.

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• Assim, havia um movimento na arte da Europa Ocidental, no início deste século, que anunciava a ruptura com as regras obsoletas, liberava o tema, a forma e a cor para o artista, permitindo a sua livre expressão.

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• Cores fortes, vivas, puras e vibrantes, escala e perspectivas distorcidas, áreas de cor livremente pintadas e aplainadas, além de ritmos estilizados e muita ousadia: esses foram os ingredientes básicos com os quais o fauvismo fazia eclodir o processo das vanguardas europeias na arte, no princípio do século XX.

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• Em 1905, cores vibrantes, puras, sem nuanças e sem misturas, numa explosão contida apenas pelos limites do quadro, invadiram o Salão de Outono de Paris.

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• Os autores dessas obras eram alguns jovens pintores que Louis Vauxcelles, um famoso crítico da época, resolveu chamar de fauves, palavra francesa que traduzida para o português significa feras ou animais selvagens. Daí o nome fauvismo ou, na grafia, fovismo, como também aparece em muitos livros.

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• Esses jovens eram: Henri Matisse (1869-1954), Maurice de Vlaminck (1876-1958), André Derain (1880-1954), Othon Friesz (1879-1949).

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• A aurora desse novo estilo começara há algum tempo, bem antes dos trabalhos desses artistas ganharem o espaço de um Salão Oficial em 1905, ocasião em que o estilo ganhou de Vauxcelles seu nome.

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• Durante a exposição, a pintura desses jovens chocou o público. Foram chamados de loucos, além de serem motivo de risinhos e zombarias por muitos dos presentes.

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• As pessoas acostumadas a verem céus azuis, gramados verdes passaram a ver, nas telas desses fauvistas, pessoas com rostos verde-ervilha, céus pintados em amarelo-ocre e árvores pintadas com vermelhão-francês. Na época, um outro crítico de arte francês, chegou a acusá-los de jogarem um balde de tinta na cara do público.

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• O fauvismo, embora tenha durado poucos anos, segundo alguns estudiosos, de 1904 a 1908, segundo outros de 1905 a 1907, com certeza, foi o primeiro e mais importante movimento de vanguarda da arte moderna, no século XX e contribuiu para a radical ruptura com o passado.

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• Embora o fauvismo não tivesse um programa traçado, tampouco se constituísse numa escola com a intenção de um manifesto artístico, reunia um grupo de artistas que tinha em comum a mesma preocupação: inovar, buscando novos caminhos e linguagens para a pintura, mas não podemos desconsiderar a influência que os traços agressivos e as cores vibrantes de Gauguin e de Van Gogh exerceram sobre o fauvismo e, também, sobre seus precursores.

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• Muito longe de serem loucos, eram artistas que, com muita seriedade, experimentavam, ousavam e buscavam uma nova maneira de expressar suas emoções.

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• Esses pintores utilizaram temas de fácil compreensão, simplificaram as linhas, as formas, e utilizaram as cores como seus verbos, numa linguagem única. Acreditavam na cor como força emocional: ela não tinha mais o compromisso de representar o mundo real e era usada aleatoriamente.

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• Houve, como coloca Gil Perry, uma influência da cultura africana e da Oceania nas discussões estéticas dos fauves:

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• O apelo dos objetos africanos e da Oceania para os fauves tinha raízes nos mesmos interesses e pressupostos que embasavam o apelo à obra de Gauguin para o grupo. Eles significam o exótico ou o primitivo, redefinindo de acordo com um código artístico de vanguarda ocidental. Além do mais, a ausência de uma iconografia ou uma história acessíveis desses objetos permitia que eles fossem facilmente absorvidos numa cultura artística moderna. Essa descontextualização é uma das várias razões pelas quais os artistas modernos foram acusados de responder de modo etnocentrista à arte africana e da Oceania, atribuindo a suas aparências (significantes) sentidos ocidentais do século XX

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• Eram cores puras, sem misturas e tão luminosas que não precisavam mais imitar a luz da natureza, pois tinham luz própria!

• Outras importantes características da pintura fauvista:

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• planos lisos ou chapados, sem a preocupação de sugerir volume;

• acabamento espontâneo da obra, sem detalhes ou perfeccionismo;

• ausência da perspectiva tradicional ou, quando presente, uma perspectiva forçada ou distorcida, conveniente ao ângulo de visão do pintor.

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• Henri Matisse pode ser considerado o precursor do fauvismo, por ter se iniciado nesse estilo mais cedo que os outros. E isso se deveu ao contato que teve com as obras dos pós-impressionistas: Van Gogh, Gaughin e Cézanne e com os impressionistas: Seurat, Cross e Paul Signac.

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• Dos fauves, Matisse foi, sem dúvida, o nome de maior expressão e, por isso, eleito pelo grupo como seu porta-voz. Além de pintor, foi ilustrador, litógrafo e escultor.

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• Numa exposição de Van Gogh, Matisse conheceu Vlaminck e Derain e, visitando o estúdio que eles dividiam, tomou contato com a arte que praticavam e, para sua surpresa, soube que eles também já distorciam as formas e usavam as cores puras, como saiam dos tubos. Isso fez com que se aproximassem e passassem a trabalhar juntos, mas sem a pretensão de fundar um movimento.

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• Matisse e seus novos amigos foram os primeiros a colecionar máscaras africanas e a interessarem-se pela arte tribal de países da África e da Oceania. O contato com essa arte viria, mais tarde, a contribuir para a formação da arte moderna e seus elementos apareceriam nas obras de Picasso e no próprio cubismo.

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• Matisse, em suas obras, preocupava-se muito mais com a maneira de representar o objeto do que com o objeto em si, desconsiderando totalmente suas características quanto à forma e suas cores reais.

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• No verão de 1905, Matisse e Derain começaram a pintar juntos, no pequeno porto de pesca de Collioure, na costa do Mediterrâneo, produzindo uma série de trabalhos, com características muito semelhantes. A cor continuava sendo o grande tema desses artistas

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Henri Matisse, L´Odalisque, harmonia azul

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Henri Matisse, Janela aberta, Collioure (1905)

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• André Derain disse certa vez: “As cores, para nós, chegam a parecer cartuchos de dinamite”. Derain foi também um importante nome no cenário fauve, com uma maneira diferente de usar o pincel, fazia pontos e traços flamejantes, ao invés de pinceladas suaves, sugerindo movimento e criando um espaço dinâmico para deleitar os olhos de quem se deparasse com suas obras.

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• Durante as duas primeiras décadas do século XX, Derain manteve-se fiel ao fauvismo e fazia suas primeiras incursões no campo do cubismo. Mas seu trabalho perdeu o vigor, o colorido e a espontaneidade gestual de suas pinceladas, quando resolveu inspirar-se nos mestres acadêmicos franceses e voltar-se para a pintura tradicional. Nunca mais retornou às cores.

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Derain, A ponte cross bridge (1906)

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Charing Cross Bridge, de 1906, do pintor fauvista André Derain.

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• O porto de pesca de Collioure, na costa francesa, foi uma grande escola para os pintores André Derain e Henri Matisse exercitarem o fauvismo.

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• Maurice De Vlaminck (1876-1958) era um homem de excessos. Se resolvesse caminhar, caminhava 50 quilômetros num só dia, se fosse comer carne de porco, comia meio porco de uma só vez. Esses excessos são notórios em suas obras.

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• Um crítico, certa vez, comentou seu trabalho dizendo “ele pinta da mesma maneira que outros homens jogam bomba”. O excêntrico Vlaminck era um artista autodidata e se orgulhava de nunca ter pisado no Louvre ou, ainda, de não ter frequentado escolas de arte.

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• Em 1901, encantou-se com as obras de Van Gogh e juntamente com Derain passou a espremer os tubos de tintas diretamente sobre a tela, espalhando-as com espátula e, com essa linguagem, também entrou para a galeria dos fauves.

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Vlaminck, O rio Sena em Chatou (1906)

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• Raoul Dufy (1877-1953), um artista polivalente: foi pintor, gravador, ceramista, desenhista ilustrador, desenhista de estamparia de tecidos e decorador francês. Foi chamado de “o pintor das cores alegres” e era sem dúvida um grande colorista. Após ganhar uma bolsa, mudou-se para Paris, onde teve contato com os impressionistas.

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• Dufy, provavelmente, por ter passado pelo impressionismo no início de sua carreira, tem um traço e um colorido mais desprendido da realidade. Ao evoluir para o fauvismo, após ter conhecido Matisse, mostrou sua intimidade com as cores e seu total descompromisso com as formas naturais dos objetos, chegando a ser criticado por isso. Em resposta a esta crítica disse: “A natureza, meu caro senhor, é para mim apenas uma hipótese”.

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• O fauvismo foi perdendo força e se esvaziando à medida que seus criadores e adeptos amadureceram e migraram para outras tendências, mas a dedicação aos seus questionamentos estéticos abriu caminho para a abstração e para outros movimentos de vanguarda na arte europeia.

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Raoul, As três sombrinhas (1906)

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• Outros importantes fauvistas:

• Georges Rouault, Albert Marquet, Charles Camoin, Jean Puy, Kees van Dongen, Charles-Henri Manguin, Louis Valtat, Georges Braque e Othon Friesz.