faturamento hortifruticola do brasil

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batata palha

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  • 2 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

  • Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 3

  • A presente edio e a anterior da Hortifruti Brasil sinalizam que a cadeia de comercializao das frutas e hortali-as est cada vez mais complexa com o crescimento da renda e mudanas dos hbitos da populao brasileira. Segmen-tos que oferecem praticidade alimenta-o so os que mais crescem e agregam valor, proporcionando oportunidades de negcios para o setor produtivo de frutas e hortalias. Para tambm se beneficiar da renda adicional do consumidor bra-sileiro, o produtor ter de buscar canais alternativos de comercializao, alm do tradicional mercado de produtos frescos.

    Estatsticas sobre dois segmentos

    confirmam as mudanas nos hbitos do consumidor nacional: o crescimento do mercado de food service (servio de ali-mentao) e dos produtos hortifrutcolas industrializados. Conforme a Associa-o Brasileira das Indstrias da Alimen-tao (Abia), o mercado de food servi-ce no Pas faturou R$ 75,1 bilhes em 2010, 16,6% a mais do que os R$ 64,4 bilhes de 2009. O varejo alimentcio, por sua vez, teve receita bruta de R$ 179,5 bilhes, crescimento de 12,8% no mesmo perodo.

    O segmento de food service j foi analisado na edio de abril de 2009. Naquela ocasio, constatou-se que o distribuidor que atende as empresas de food service pode se tornar um importan-te parceiro do setor produtivo de frutas e hortalias.

    Quanto ao mercado de hortifrut-colas industrializados, este o foco da Matria de Capa desta edio. Segundo clculos da Hortifruti Brasil apresen-tados adiante, o segmento dos hortifru-tcolas processados em 2010 foi 13% maior que o de 2009, faturando mais de R$ 5 bilhes.

    A concluso da matria que as

    indstrias mais organizadas da hortifruti-

    cultura nacional, como a batata, tomate

    e suco de uva integral, podem ser alter-

    nativas de comercializao do produtor e

    proporcionar uma renda estvel sem a alta

    volatilidade do mercado fresco. No entan-

    to, ainda temos poucas unidades proces-

    sadoras que seguem esse modelo de par-

    ceria e todas buscam produtores prximos

    das suas unidades, limitando a entrada de

    fornecedores de outras praas.

    A respeito desses dois novos seg-

    mentos que tm crescido na hortifruti-

    cultura nacional, devem ser destacados o

    alto valor agregado que geram aos pro-

    dutos e o baixo percentual que o preo

    recebido pelo produtor representa do

    preo final, pago pelo consumidor. Essa

    participao, no entanto, poder elevar-

    -se medida que esse segmento cresa e

    aumente a sua dependncia em relao

    matria-prima.

    Nesse contexto, integrar-se mais

    aos servios de alimentao e s inds-

    trias de alimentao um desafio e tam-

    bm uma oportunidade de crescimento

    da cadeia produtiva dos hortifrutcolas.

    CADEIA DE COMERCIALIZAO DOS HORTIFRUTCOLAS EST MAIS COMPLEXA

    EDITORIAL

    Fernanda Geraldini (esq.), Ednaldo Borgato e Letcia Julio so os autores da matria sobre

    industrializao dos hortifrutis.

    4 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

  • Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 5

  • Trs agroindstrias batata processada, polpa de tomate e sucos de frutas so alvos de anlise da presente edio por conta do forte crescimento desse segmento no Pas e da necessidade do setor encontrar alternativas frente ao canal tradicional de comercializao in natura. Confira!

    Profissionais da rea explicam comoo produtor pode ser fornecedor daagroindstria como mais uma forma deescoar sua produo.

    Batata 26

    Cenoura 28

    Banana 32

    Ma 30

    Mamo 34

    Tomate 24

    Cebola 27

    Melo 29

    Citros 36

    Uva 35

    Manga 33

    FRUM 37

    CAPA 08

    Hortifruti Brasil Na iNtErNEtAcesse a verso on-line da Hortifruti Brasil no site: www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasilEntre tambm no blog e no twitter:

    www.hortifrutibrasil.blogspot.comwww.twitter.com/hfbrasil

    SEES

    a reproduo dos textos publicados pela revista s ser permitida com a

    autorizao dos editores.

    expediente

    a Hortifruti Brasil uma publicao do CEPEa - Centro de Estudos avanados em Economia aplicada - EsalQ/usP issN: 1981-1837

    Coordenador Cientfico: Geraldo Sant Ana de Camargo Barros

    Editora Cientfica: Margarete Boteon

    Editores Econmicos: Joo Paulo Bernardes Deleo, Larissa Pagliuca e Mayra Monteiro Viana

    Editora Executiva: Daiana Braga MTb: 50.081

    Diretora financeira: Margarete Boteon

    Jornalista responsvel: Ana Paula da Silva MTb: 27.368

    reviso: Alessandra da Paz, Daiana Braga e Flvia Gutierrez

    Equipe tcnica: Aline Mariana Rodrigues, Caroline Lorenzi, Diogo de Souza Ferreira, Ednaldo Borgato, Fernanda Geraldini, Fernando Cappello, Gabriela Mello, Helena Galeskas, Jennifer Campoli, Isabella Lourencini, Letcia Julio, Luana Kellen Manarim, Mayra Monteiro Viana, Margarete Boteon, Natlia Salaro Grigol, Rafael Augusto Tapetti, Renata Pozelli Sbio, Rodrigo Nardini e Thiara Venncio.

    apoio: FEALQ - Fundao de Estudos Agrrios Luiz de Queiroz

    Diagramao Eletrnica/arte: enfase - assessoria & comunicao 19 2111-5057

    impresso: www.graficamundo.com.br

    Contato: av. Centenrio, 1080 - Cep: 13416-000 Piracicaba (sP) tel: 19 3429-8808 - fax: 19 3429-8829 [email protected] www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil

    A revista Hortifruti Brasil pertence ao Cepea

    NDICE

    O brasileiro ainda no aprendeu a consumir frutas, verduras e legumes como fonte de ali-mentao. Precisamos catequisar melhor o consumidor brasileiro, fazendo-o crer que o consumo de frutas e hortalias saudvel e fundamental, principalmente no inverno quando estamos mais vulnerveis a doenas. Muito se fala e pouco de faz, porm precisa-

    mos um marketing forte principalmente jun-to ao pblico infantil e as donas de casa. Por incrvel que parea, a tal expanso do mer-cado brasileiro no se traduz em benefcios para a fruticultura. Ao invs de aumento de volume, houve diminuio para certos tipos de fruta.

    David Ferreira Itapetininga/SP

    6 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

    oPiNioConsumo brasileiro de frutas e hortalias

    AO LEITOR

  • EsCrEva Para Ns. Envie suas opinies, crticas e sugestes para:

    Hortifruti Brasil - Av. Centenrio, 1080 - Cep: 13416-000 - Piracicaba (SP)

    ou para: [email protected]

    Achei interessante a matria, pois mostra que devemos trabalhar muito para a mudana de hbitos alimentares e na promoo do consumo de frutas, verduras e legumes. S o aumento de renda no garante o aumento do consumo. No basta produzir bem e com qualidade se os meios de distribuio e transporte de nossos produtos esto precrios, no garantem a qualidade e diminuem a vida dos produtos antes de chegar mesa dos consumidores. Jos Loureno Pechtoll Santo Andr/SP

    A Matria de Capa mostra que podemos crescer muito na produ-o de hortifrutis, pois pessoas para consumi-los o Pas tem, bas-ta haver incentivo de consumo. preciso haver uma compensa-o por parte do governo para produtores de frutas e hortalias. Acredito que o aumento de renda esteja refletindo no maior con-sumo do brasileiro, pois trabalhamos em um projeto que est crescendo em funo do aumento de consumo de frutas.Carlos Tvora Tangar da Serra/MT

    A matria tem um levantamento coerente, relevante e de gran-de expressividade, tendo em vista a quantidade e qualidade de informaes via descritiva e grfica. Acredito ser um tema de grande desafio para todos ns da cadeia produtiva de HF. O aumento de renda tem beneficiado o setor, pois trabalho h tempos em multinacionais do segmento de HF e estamos num cenrio muito mais promissor. Sandro Marcel Carvalho Jundia/SP

    O aumento da renda do brasileiro no favoreceu necessaria-mente o consumo de hortifrutis, j que caiu o consumo de bata-ta. Gostaria de ver na revista uma atualizao da rea plantada dos ltimos anos, principalmente da cultura da batata. Emanuel Alexandre Coutinho Pereira Bueno Brando/MG

    Achei a matria muito importante, o aumento do consumo evi-taria tambm muitas doenas que no estamos dando muita im-portncia, sobretudos para as crianas em idade escolar. Sugiro abordar na revista sobre a alimentao de hortifrutis nas escolas.Adilson Pinto Saquarema/RJ

    Agradecemos todos os nossos leitores. Opinies, sugestes ou crticas so muito importantes! Com relao sugesto do lei-tor Emanuel, a cada Anurio (edio de dezembro) fazemos a atualizao de rea de batata nas principais regies de coleta de informaes do Hortifruti/Cepea. Ao leitor Adilson, suge-rimos conferir a edio de abril de 2010 sobre Alimentao Escolar, que dimensiona o consumo de frutas e hortalias nas escolas e mostra o potencial desse segmento de mercado ao setor hortifrutcola. Todas as edies da Hortifruti Brasil esto disponveis em www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil.

    Para receber a revista Hortifruti Brasil eletrnica, acesse www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/comunidade, faa seu cadastro gratuito e receba todo ms a revista em seu e-mail!

    Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 7

  • Por Fernanda Geraldini, Letcia Julio e Ednaldo Borgato

    Hortifrutcolas processadasrendem mais de R$ 5 bilhes em 2010

    Todas as pessoas tm necessidade de se alimentar, e a re-duo do tempo livre tem sido responsvel cada vez mais pelo aumento no consumo de alimentos industrializados, inclusive os hortifrutcolas. A agroindstria hortifrutcola j movimenta no Pas montante financeiro significativo e apresenta cresci-mento de mercado maior que o da fruta fresca destinada tanto ao mercado interno quanto ao externo.

    Considerando-se somente os principais produtos indus-trializados hortifrutcolas com foco no mercado brasileiro, co-mo sucos prontos, atomatados e batata processada, pode-se observar que o setor movimentou mais de R$ 5 bilhes em 2010. Na comparao dos mesmos itens, o crescimento de 2009 para 2010 foi de 13%.

    Esse avano motivado pelo ritmo de vida acelerado nos centros urbanos, bem como pela mudana na estrutura das famlias. Podemos citar como exemplo as mes que antes se dedicavam 100% ao cuidado do lar e agora trabalham fora e o aumento no nmero de pessoas morando sozinhas. Segun-do dados do Censo Demogrfico de 2010, realizado pelo Ins-tituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), o nmero de brasileiros morando sozinho triplicou em 20 anos, totalizando 6,9 milhes em 2010. O aumento do mercado consumidor nacional, patrocinado especialmente pela ampliao da clas-se C, tambm contribui para as agroindstrias expandirem seus investimentos no Pas.

    Para os hortifruticultores, o habitual o fornecimento da

    maior parte de seus produtos para o consumo in natura e de uma parcela menor indstria. No geral, a venda da matria--prima s agroindstrias vista como canal alternativo de es-coamento da produo, principalmente do produto que no aceito no mercado fresco. Mas em alguns setores, a diviso da oferta j no bem assim. A indstria da batata e a do toma-te, por exemplo, apresentam um setor de processamento mais organizado e trabalham com contrato de fornecimento para atender ininterruptamente sua demanda.

    As indstrias de batata e tomate processam variedades diferentes das que so comumente destinadas ao consumo in natura. Assim, tm relao mais formal com seus fornecedores atravs de contratos com especificaes da qualidade e do vo-lume a ser entregue, dispondo-se, inclusive, a oferecer linhas de financiamento para o produtor investir na cultura. J a indstria de suco, a relao entre o produtor e a indstria varia com o tipo da fruta, desde as mais formais como laranja e a uva, at as que se abastecem do excedente da produo, como a manga.

    Diante do forte crescimento das agroindstrias no Pas e da necessidade de o produtor encontrar alternativas ao canal tradicional de comercializao in natura, a Hortifruti Brasil analisa nesta edio os avanos desse segmento em trs setores que mais tm se destacado: o de batata, de tomate e o de suco de frutas. O propsito avaliar as oportunidades, os desafios, vantagens e desvantagens de o produtor tornar-se fornecedor de matria-prima para as agroindstrias hortifrutcolas.

    Faturamento superou R$ 5 bilhes em 2010

    R$ 2 bilhes R$ 1,6 bilho R$ 1,44 bilho

    Crescimento 2010/2009 (%) 23% 5% 18%Fontes: Nielsen e Secex; elaborao Hortifruti Brasil.* O faturamento da batata congelada, especificamente, considera somente o montante gasto com a importao do produto; no est incorporado o total gerado pelas agroindstrias nacionais de batata pr-frita congelada.

    Agroindstria hortifrutcola faturou mais de R$ 5 bilhes em 2010

    Sucos de frutas prontospara o consumo

    Atomatados Batata chips e congelada*

    Faturamento 2010 (R$)

    8 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

    CAPA

  • Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 9

  • BATATA PROCESSADA TOMA ESPAO DA IN NATURA

    Batata (matria-prima) consumida por brasileiros na forma processada: 800 mil toneladas/ano

    Batata nacional (matria-prima) processada: 300 mil toneladas/ano Principais produtos: batata chips ondulada, lisa, palha e congelada

    Faturamento (2010): 1,4 bilhes

    Produto Faturamento - milhes Crescimento de 2009 de R$ (2010) para 2010 (%)

    Batata ondulada 551 11%

    Batata lisa 222 19%

    Batata palha 334 12%

    Batata congelada* 338 36%Fonte: Estimativas dos autores com base em dados fornecidos pela ABBA, Nielsen e Secex. *Dados subestimados, pois foi considerado somen-te o valor de importao e no o faturamento com as vendas ao consumidor, alm do que a produo nacional no est contabilizada.

    Ao contrrio do produto in natura, que apresenta con-sumo em queda nos lares brasileiros, a demanda por produ-tos industrializados base de batata encontra-se em pleno crescimento, segundo dados da Pesquisa de Oramentos Fa-miliares (POF) do IBGE. Segundo essa pesquisa, o consumo por pessoa de batata in natura dentro de casa, em 2008, foi 24,1% menor que em 2002. J em relao batata congela-da, houve aumento de 37,3% no mesmo perodo. Esse cresci-mento no inclui as batatas industrializadas consumidas fora do lar (restaurantes e redes de fast food), onde houve tambm um forte aumento do consumo no perodo.

    Os principais produtos industrializados da batata so: chips ondulada, lisa, palha e pr-frita congelada. Segundo es-timativas da Associao Brasileira da Batata (ABBA), do total produzido no Pas, cerca de 10% so destinados ao proces-samento - o equivalente a aproximadamente 300 mil tone-ladas. A oferta final do produto , em boa parte, composta pela batata congelada importada, principalmente da Argen-tina e da Europa. Em 2010, o Brasil comprou cerca de 250 mil toneladas de batata congelada, segundo a Secretaria de Comrcio Exterior (Secex), o equivalente a 500 mil toneladas da matria-prima (1 tonelada da tubrculo in natura produz 500 quilos de pr-frita congelada). Somando-se a produo nacional (300 mil) e a importao, estima-se que o brasileiro tenha consumido naquele ano 800 mil toneladas da batata (volume in natura) na forma processada.

    O Pas tem desenvolvido seu parque industrial da pr--frita congelada. Uma das empresas de destaque a Bem Brasil Alimentos, que processou, em 2010, 80 mil toneladas

    de batata, o equivalente a 40 mil toneladas do produto con-gelado. Segundo pesquisa publicada pelo site Supermerca-do Moderno, a marca Bem Brasil a quarta mais conhecida (entre 200 marcas) pelos varejistas do Pas na categoria de batata congelada, somente atrs das gigantes das indstrias de alimentos: Perdigo, Sadia e McCain.

    Esta ltima a maior fornecedora de batata congelada no Pas. A McCain tem sua planta processadora na Argenti-na e comercializa com as principais empresas de alimentos instaladas no Brasil e tambm atravs de sua marca prpria. Em 2010, apesar de a Nielsen no revelar nmeros de fatu-ramento, as estimativas da consultoria so de que as vendas de batata congelada cresceram 10% em volume sobre 2009.

    J a produo de batata snack (salgadinhos), que inclui a ondulada, a lisa e a palha, boa parte produzida no Pas. A previso da ABBA de um processamento anual entre 150 mil e 200 mil toneladas de batata. O rendimento da batata chips menor que a congelada: 1 tonelada do tubrculo produz 250 quilos de batata chips. A maior processadora nacional desse tipo de produto a Elma Chips, do grupo PepsiCo. Em 2011, a Elma Chips divulgou que deve processar 140 mil toneladas de batata in natura, aumento de 12% sobre 2010 ano em que o processamento atingiu 125 mil toneladas de batata.

    O volume de vendas de batata snack tambm cres-cente. Segundo dados da Nielsen, em 2010, esse mercado subiu 7% frente a 2009, passando a 164,1 mil toneladas de batata in natura. O faturamento com as vendas desse produto, por sua vez, avanou expressivos 13,6% no mesmo perodo, totalizando R$ 1,1 bilho em 2010.

    FATURAMENTO ULTRAPASSA OS R$ 1,4 BILHO/ANO

    Batata processada

    10 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

    CAPA

  • Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 11

  • Indstria de alimentos

    A tendncia que o consumo tanto de batata snack quanto a congelada siga crescendo, puxado pela busca do brasileiro por comodidade ao preparar as refeies e tam-bm pela melhora da sua renda. Nesse cenrio, h francas oportunidades para a indstria nacional expandir-se. No segmento em que ainda forte a importao (batata conge-lada), os nmeros do Brasil j chamam a ateno em escala internacional.

    Segundo o Servio de Agricultura Estrangeira, do De-partamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em publicao feita em novembro de 2010, o Brasil o terceiro maior importador de batata congelada, atrs apenas dos Es-

    tados Unidos e do Japo. No mesmo relatrio apresenta-da a estimativa de que a Europa pode se tornar o principal fornecedor de batata congelada para o Brasil nos prximos anos, ultrapassando a Argentina. As importaes brasileiras da batata congelada europia seriam motivadas pelo Real valorizado aliado abundncia do produto na Europa, o que reduz drasticamente os preos. Alm disso, os custos de processamento da batata industrializada no Brasil pra-ticamente se igualam aos de importao, fato que motiva ainda mais as indstrias que comercializam esses produtos no atacado e varejo a adquiri-la fora do Pas ao invs de arcar com a produo.

    ONDE ESTO AS PROCESSADORAS DE BATATA NO PAS?A localizao da indstria processadora de batata

    de extrema importncia para a reduo dos custos de pro-duo. Por esse motivo, esto instaladas prximo s princi-pais regies produtoras da matria-prima. Alm de a batata ser perecvel, longas distncias implicariam perdas mecni-

    cas. A compra de batatas de regies mais distantes ocorre apenas quando h problemas de oferta nas praas prximas unidade de produo. Os estados onde esto as indstrias de batata so Paran, So Paulo, Minas Gerais, Bahia e Per-nambuco.

    Fonte: Hortifruti Brasil, 2011

    Produtor nacional

    Atacadista/Distribuidor

    Food service Varejo

    Consumidor final

    Planta processadora

    Importadoras de batata congelada

    CADEIA AGROINDUSTRIAL DA BATATA

    Localizao das maiores processadoras de batata no Pas

    Empresa Localizao 1. Itu, Sorocaba e Tiet (SP), Elma Chips (Grupo PepsiCo) 2. Curitiba (PR), 3. Porto do Suape (PE) e 4. Sete Lagoas (MG)

    Bem Brasil Alimentos 5. Arax (MG)

    Cooperativa Castrolanda 6. Castro (PR)

    Hortus Agroindustrial 7. Ibicoara (BA) 12

    3

    4

    5

    6

    7

    12 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

    CAPA

  • VALE A PENA SER FORNECEDOR DE BATATA PARA A INDSTRIA?

    Para se responder a essa pergunta, foram consultados representantes de grandes indstrias de batata chips (ondula-da e lisa), da indstria de batata pr-frita congelada (indstria e cooperativa de produtores), bem como fornecedores dessas empresas. No caso da batata palha tradicional, o mercado mais pulverizado e uma boa parcela dele abastecido com o refugo das lavadoras de batata fresca, sem uma formalizao da relao comercial entre agroindstria e o produtor. Exce-o a essa informalidade de relacionamento encontrada nas grandes empresas de batata chips ondulada e lisa, que tam-bm produzem a palha. As demais agroindstrias da batata, alvo de anlise desta edio, apresentam uma relao formal na aquisio da matria-prima com os produtores.

    Quanto aos valores recebidos pelos produtores, tanto as cooperativas quanto as indstrias os definem de acordo com o custo de produo da batata, estimando uma margem de lucro para o produtor. A maioria dos contratos anual, mas nos casos em que a regio no produz o ano todo, como no Paran, onde h a safra das guas e das secas, h a possibili-dade de fechamento por safra.

    Segundo os entrevistados, os preos pagos ao produ-tor no costumam oscilar tanto de uma safra para outra, bem como os custos de produo exceto em casos de perda de produtividade. Assim, para os bataticultores que comerciali-zam com as grandes indstrias, tal negociao considerada satisfatria devido estabilidade na receita.

    H requisitos para se tornar um fornecedor de batata para as processadoras. O produtor deve empregar as tecnolo-gias mais modernas de produo para garantir elevada produ-tividade, qualidade, padro e pontualidade na entrega.

    Um requisito importante a limpeza e a ausncia de defeitos na batata destinada industrializao. Esses fato-res podem auxiliar na eficincia do processamento no caso dos defeitos, podem causar tambm grandes perdas no descascamento. O alto teor de acar, por sua vez, tem influncia negativa sobre a formao da cor dourada no momento da fritura. A maturao dos tubrculos tambm influi na qualidade do produto final. Quanto mais madu-ros, maior ser o teor de slidos e, consequentemente, mais fcil ser o manuseio, armazenamento e processamento, resultando em um produto final de maior qualidade.

    Os requisitos de padro do tubrculo so forma, peso e tamanho. As indstrias preferem os maiores e arredonda-dos, j que facilitam o descascamento com menor perda. Alm disso, um tubrculo mais grado facilita a classifica-o e a embalagem do produto acabado garantindo as-sim o tamanho mais padronizado tanto para a batata chips quanto para a batata palito. No caso do peso, quanto mais pesada a matria-prima, maior o seu teor de slidos, favorecendo melhor textura e menor oleosidade ao produto final.

    O fornecedor deve produzir as variedades requeridas pelas processadoras. A indstria de batata chips demanda basicamente a batata atlantic, enquanto as empresas de ba-tata pr-frita congelada aceitam principalmente as varieda-des asterix e markies.

    O perfil do fornecedor atual de mdio a grande por-te porque h necessidade de se ter uma boa infraestrutura para manter o ritmo de colheita, independente de chuvas ou de outros contratempos.

    AGROINDSTRIA DA BATATA: Pontos fortes, fracos, desafios e oportunidades para o fornecedor

    FATORES INTERNOS

    FATORES EXTERNOS

    Pontos Fracos Em casos de altos preos no mercado in na-tura, o produtor no se beneficia, j que o preo recebido pr-fixado;

    No admite problemas com sazonalidade da oferta: o contratado para ser entregue em um perodo precisa ser cumprido.

    Ameaas A forte concorrncia com o produto impor-tado congelado, com preos competitivos, limita a ampliao do parque agroindustrial nacional da batata congelada.

    AJUDA ATRAPALHA

    Pontos Fortes As indstrias definem o preo pago pela saca de acordo com os custos de produo, so-mando uma margem de lucro ao produtor;

    Menor oscilao dos preos em comparao ao mercado in natura. O produtor est prote-gido contra oscilaes nos preos da batata.

    Oportunidades O consumo de batata pr-frita congelada e chips crescente.

    Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 13

  • Entre o final de 2010 e incio deste ano, as aqui-sies de plantas processadoras de tomate por gigantes da indstria de alimentos mundial movimentaram cerca de R$ 2 bilhes. Em setembro/2010, a Cargill comprou a principal processadora de tomate do Pas, a Unilever, por R$ 600 milhes e se tornou lder de mercado atravs das marcas: Pomarola, Tarantella, Elefante e Pomodoro. Em maro deste ano, a Heinz adquiriu a Quero por R$ 1 bilho, segundo estimativas de analistas divulgadas na im-prensa. Alm dos derivados do tomate, a Quero produzia vegetais em conservas, doces e condimentos.

    O objetivo dessas gigantes expandir suas vendas nos pases emergentes que tm registrado ampliao de seu mercado consumidor. A Heinz estima que, em 2015, o faturamento dos seus produtos nos pases emergentes ser superior ao obtido com as vendas na Amrica do Norte.

    No Brasil, a expanso da classe C e a busca por pro-dutos alimentcios semi ou prontos para consumo amplia-ram as vendas do molho de tomate em relao ao produto concentrado, como massa e o extrato de tomate. Segundo dados da Pesquisa de Oramentos Familiares, do IBGE, o consumo domiciliar de molho de tomate aumentou 56% de 2002 para 2008. Em contrapartida, o consumo de massa de tomate (mais concentrada) recuou 27%, se-gundo a mesma pesquisa. Paralelamente a essa mudana de consumo, verificou-se tambm maior produo de mo-

    lhos frente s massas de tomates, os quais tm maior valor agregado.

    Esse aumento da venda impulsionou tambm o vo-lume processado de tomate e, consequentemente, a rea cultivada. Entre 2002 e 2007, o volume mdio processado anualmente foi em torno de 1,2 milho de toneladas. En-tre 2008 e 2010, o volume j era de 1,7 milho de tone-ladas/ano. Entre 2002 e 2007, a rea de tomate destinado ao processamento era em torno de 15 mil hectares e, nos ltimos anos, ultrapassou os 20 mil hectares/ano.

    As importaes de catchup e outros molhos de toma-te tambm cresceram. O montante gasto com as importa-es dessa categoria saltou de R$ 2,3 milhes em 2005 para R$ 13 milhes em 2010, segundo dados da Secex.

    Ao contrrio do observado para a batata congelada, a produo de tomate industrial no Brasil significativa e boa parte dela que abastece o mercado nacional. Em 2010 foram processadas no Brasil 1,8 milho de tonela-das desta hortalia; no mundo, a indstria absorveu 37,2 milhes de toneladas, segundo o Conselho Mundial de Processadoras de Tomate.

    No h estatsticas especficas do segmento de ca-tchup no Pas, mas se observa que tambm uma catego-ria em franco crescimento. Estimativa do site Supermer-cado Moderno aponta que as vendas desse produto nos supermercados subiram 15% em 2010 frente a 2009.

    ENTRADA DE GIGANTES DO SETOR DE ALIMENTOS DEVE AMPLIAR OS DERIVADOS DO TOMATE

    Tomate (matria-prima) consumido por brasileiros na forma processada: 1,8 milho toneladas/ano

    Principais produtos: extrato de tomate, pur de tomate, molho de tomate refogado e catchup

    Faturamento (2010): 1,6 bilho

    Produtos Faturamento - milhes Crescimento de 2009 Atomatados de R$ (2010) para 2010 (%)

    Extrato de tomate 615 -1,9%

    Pur de tomate 101 -12,2%

    Molho de tomate refogado 863 +12,1%

    Catchup* - 15%

    Fonte: Estimativas dos autores com base em dados fornecidos pela Nielsen e WPTC. *No foi possvel estimar em valor absoluto o faturamento do segmento de catchup; por isso, apresenta-se apenas a estimativa de crescimento. S foi fornecido o crescimento, mas no o valor absoluto.

    FATURAMENTO ULTRAPASSA R$ 1,6 BILHO/ANO

    Atomatados

    14 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

    CAPA

  • Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 15

  • LOCALIZAO DAS AGROINDSTRIAS

    A rea destinada ao cultivo do tomate rasteiro no Bra-sil encontra-se atualmente entre 20 mil e 22,5 mil hectares, dependendo da safra, com produtividade mdia de 75 a 85 t/ha. As principais indstrias de processamento de tomate se concentram basicamente nos estados de Gois, localizando-

    -se nas cidades de Goinia e Nerpolis, e de So Paulo, em Mato e Araatuba. Segundo estimativas da Hortifruti Bra-sil/Cepea, esses dois estados detm 14.547 e 4.200 hectares, respectivamente, representando em 2011 cerca de 72% e 21% do total cultivado de rasteiro no Pas.

    CADEIA DE SUPRIMENTOS DA INDSTRIA DO TOMATE

    Indstria (processamento de polpa)

    Produtor

    Agroindstria de atomatados e catchup

    Food service

    Atacado/ distribuio

    Consumidor final

    Indstria processadora de tomate

    Importao de polpa

    Varejo

    Fonte: Hortifruti Brasil, 2011

    Localizao das maiores processadoras de tomate no Pas

    Empresa LocalizaoCargill Foods/Unilever 1. Goinia (GO)

    Heinz/Quero 2. Nerpolis (GO)

    Predilecta 3. Mato (SP)

    Brasfrigo S/A 4. Luzinia (GO)

    Hypermarcas 5. Araatuba (SP)

    Fugini Alimentos 6. Monte Alto (SP) e 7. Cristalina (GO)

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    16 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

    CAPA

  • AGROINDSTRIA DO TOMATE: Pontos fortes, fracos, desafios e oportunidades para o fornecedor

    FATORES INTERNOS

    FATORES EXTERNOS

    Pontos Fracos Produo exclusiva para a indstria impede que o produtor aproveite o mercado fresco em momentos de preos elevados;

    Falhas na produo podem comprometer a renda j que o preo pr-fixado e o produ-tor tem um saldo a pagar com a indstria por conta do fornecimento dos insumos.

    Ameaas O aumento das importaes devido ao Real valorizado e baixo custo em pases concor-rentes;

    Os preos pagos ao produtor nem sempre re-muneram o suficiente para incentivar investi-mentos na qualidade da matria-prima.

    AJUDA ATRAPALHA

    VALE A PENA VENDER PARA UMA PROCESSADORA DE TOMATE?

    O tomate destinado industrializao cultivado nos sistema rasteiro e diversas variedades do grupo de crescimento determinado so adaptadas a essa forma de cultivo. Os requisitos bsicos exigidos pela agroindstria que o fornecedor produza um tomate de brix (teor de slidos solveis), colorao e consistncia adequados.

    O brix influencia no rendimento industrial. Quan-to maior o teor de slidos solveis, maior o rendimento e menor o gasto de energia no processo de concentrao de polpa. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu-ria (Embrapa), o aumento de um grau brix na matria-prima implica incremento de 20% no rendimento industrial.

    J a colorao influencia na classificao do produto industrializado. Polpas, molhos e catchup tm cores pa-dronizadas, que devem ser mantidas em todos os lotes do produto. Dessa forma, prefervel que o tomate tenha cor vermelho-intenso.

    Quanto consistncia, importante porque deter-mina a mobilidade da pasta, do molho ou do catchup e est diretamente relacionada com a firmeza da matria--prima. Dessa forma, quanto mais consistente o tomate, melhor para a qualidade do produto final.

    Apesar de todos esses fatores, produtores comentam que as indstrias dificilmente rejeitam a matria-prima. Com o tempo, contudo, acredita-se que a classificao

    possa ficar mais rgida, com anlises para garantir a quali-dade dos tomates destinados ao processamento.

    A negociao entre produtores e indstrias costuma ser feita atravs da formalizao de contratos anuais de fornecimento. Quanto ao preo, pr-fixado no momento em que se fecha o contrato. Vrios fatores influenciam na formao do preo: custo de produo, preo internacio-nal da pasta de tomate, estoques nacionais e projeo de vendas no ano (crescimento econmico brasileiro).

    Com vistas a obter produto de melhor qualidade, as processadoras oferecem aos produtores suporte para o planejamento do plantio de modo que a colheita se en-caixe ao ritmo da indstria. Alm disso, fornecem a maior parte dos insumos, como sementes, fertilizantes e defen-sivos, alm de assistncia agrcola durante toda a safra. O gasto com insumos descontado no pagamento final aos produtores, que devem direcionar a safra exclusivamente indstria.

    Mesmo com esse suporte, as agroindstrias deman-dam um perfil especfico de produtor. No h nenhuma restrio quanto escala de produo, mas exigido que as propriedades possuam estrutura de irrigao. Alm dis-so, selecionam-se principalmente os fornecedores prxi-mos das unidades industriais para facilitar a logstica de entrega do produto e a qualidade da matria-prima.

    Pontos Fortes A indstria oferece insumos e presta assesso-ria agronmica;

    Preo pr-fixado. O produtor est protegido contra oscilaes negativas.

    Oportunidades Consumo crescente de molhos de tomate e catchups;

    A entrada de grandes empresas de alimentos no setor como a Heinz e a Cargill podem au-mentar a demanda por matria-prima.

    Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 17

  • FATURAMENTO DO SETOR DE SUCOS CRESCEU 23% EM 2010

    O consumo de sucos de frutas prontos para be-ber no Pas vem registrando altas taxas de crescimento. Segundo a consultoria Niel-sen, as vendas nacionais de sucos prontos para o consu-mo, em 2010, proporciona-ram o faturamento lquido de R$ 2 bilhes, 23% aci-

    ma do obtido em 2009. Ao todo, foram 500 milhes de litros somente no segmento nctares e sucos 100% fruta, avano de 19% sobre 2009. Em 2010, o suco mais consumido no Pas foi o de uva, seguido pelo de pssego e, em terceiro, o de laranja.

    A tendncia de crescimento robusto tambm para os prximos anos. Segundo projees da Canadean Consultoria, encomendada pela Associao das Indstrias de Refrigerantes e de Bebidas No-Alcolicas (ABIR), o mercado de sucos de fru-tas (incluindo 100% suco de fruta e os nctares) pode alcanar no Pas a marca de 582 milhes de litros em 2012, aumento de 19% sobre 2010.

    No mercado nacional de sucos, as cadeias da laranja, uva, manga, ma, maracuj, abacaxi/frutas tropicais so os

    destaques em nmero de processadoras. Quanto ao pssego, apesar de ser o segundo sabor mais consumido no Pas, boa parte dessa matria-prima importada.

    Para avaliar as oportunidades de se tornar fornecedor da indstria de sucos de frutas, a Hortifruti Brasil selecionou trs agroindstrias: a da uva, da ma e da manga. A indstria da laranja, que j foi avaliada em diversas edies da Hortifruti Brasil, foi suprimida nesta. Por sua vez, frutas tropicais como a uva e a manga ainda no haviam sido foco de anlise da pu-blicao.

    No geral, h boas razes para o produtor avaliar melhor esse canal de escoamento da produo. A principal a sua ele-vada taxa de crescimento. Outro fator que contribui a possi-bilidade de algumas agroindstrias absorverem o excedente de produo do mercado in natura, uma vez que indstrias como as que processam manga e ma recebem frutas que no pos-suem padro para o consumo fresco. Por outro lado, ainda pe-queno o nmero de processadoras no Pas. Encontram-se prin-cipalmente nos plos de produo de frutas de maior expresso nacional e costumam absorver basicamente a oferta prxima s fbricas. Alm disso, boa parte das bebidas base de frutas no Pas de nctares, que possuem percentual de suco de frutas em torno de 30% de seu volume.

    Sucos de frutas prontos para consumo

    CADEIA AGROINDUSTRIAL DO SUCO E POLPAS DE FRUTAS

    Indstria engarrafadora de sucos, nctares e outras bebidas

    Produtor

    Food service

    Consumidor

    Indstria processadora de suco concentrado

    Varejo

    Packing house

    Exportao Distribuio/Atacado

    18 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

    CAPA

  • FORNECIMENTO PARA INDSTRIA EVITA GASTOS COM DESCARTE DE MAS

    O foco do setor da ma a comercializao da fruta fresca, mas a produo de suco desta fruta tem sua relevncia econmica para a cadeia. Cerca de 90% do suco produzido vai para o mercado internacional. Em 2010, os embarques do suco de ma movimentaram US$ 32,9 milhes enquanto que a exportao da fruta fresca alcanou US$ 55,4 milhes, segundo a Secex.

    As empresas processadoras de ma para suco encon-tram-se nos dois maiores estados produtores da fruta: Santa Catarina e Rio Grande do Sul, garantindo maior facilidade no transporte da fruta indstria. As maiores esmagadoras encontram-se nas cidades de Videira (SC), Lages (SC) e Bento Gonalves (RS).

    O principal tipo de suco produzido nas indstrias brasi-leiras o concentrado, mas j h algumas processadoras que produzem o suco integral. A principal matria-prima so ma-s fora de padro para o comrcio fresco. Geralmente so destinadas indstria mas granizadas, com rachaduras, se-nescente, aquelas descoloridas, e at com alguma podrido. So aceitas todas as variedades, com predominncia da gala e fuji, que so as mais produzidas no Pas. Na produo de suco, essas variedades no apresentam grandes diferenas, havendo rendimento de no mximo 10% maior da fuji em relao gala. A maior restrio das processadoras quanto a frutas verdes e limites de resduos de pesticidas acima do nvel legal.

    Vender para a indstria uma forma de o produtor re-

    forar a receita obtida, j que a ma destinada a esse canal aquela que no seria aceita no mercado in natura. Caso as agroindstrias no absorvessem esse volume, produtores e empresas agrcolas perderiam esta fruta e, na maioria dos ca-sos, teriam que enterr-las, arcando com um custo adicional. No entanto, o preo que as indstrias pagam pela fruta bai-xo, suficiente para cobrir apenas 25% dos custos de produ-o, segundo agentes. Em mdia, uma indstria de suco paga R$ 0,10/kg de ma no incio da safra, podendo chegar a R$ 0,14/kg no decorrer do ano.

    No h um perfil especfico para o produtor ou empresa se tornar fornecedor de ma para a indstria. Contudo, as processadoras do suco costumam dar preferncia para aque-les que mantm fidelidade com determinada indstria ao lon-go do ano.

    Produtores da regio de Santa Catarina relataram que h alguns anos eram realizados contratos. No entanto, com o surgimento de outras agroindstrias na regio, como as de ge-lias, doces e frutas desidratadas, alm das indstrias de sidra e vinagre j existentes, a concorrncia pela fruta de indstria aumentou. Essas novas agroindstrias podem at pagar um preo maior pela ma, mas no conseguem absorver volu-mes elevados tais como as empresas tradicionais de suco.

    Quanto aos custos com frete para transportar a fruta, so pagos pela prpria indstria esmagadora. Segundo agentes, um caminho da indstria processadora vai buscar a fruta no pomar ou no packing house.

    VALE A PENAR SER UM FORNECEDOR DA AGROINDSTRIA DE MA?Pontos fortes, fracos, desafios e oportunidades para o fornecedor de ma para sucos

    FATORES INTERNOS

    FATORES EXTERNOS

    Pontos Fracos Os preos pagos pela indstria remuneram apenas 25% dos custos com a produo.

    Ameaas Produto ainda pouco consumido no mercado brasileiro;

    Importao de suco de ma, ainda que pe-quena, tem aumentado a cada ano.

    AJUDA ATRAPALHA

    Pontos Fortes O produtor tem um canal de escoamento pa-ra as frutas sem qualidade;

    O produtor deixa de gastar para enterrar as frutas sem qualidade e ainda recebe uma re-munerao (pequena) por elas.

    Oportunidades Novo mercado de suco integral de ma j sendo explorado por algumas empresas;

    Produto bem aceito no mercado internacional; Vendas domsticas de sucos devem aumentar 19% at 2012 (ABIR);

    Novos segmentos: fruta desidratada, gelias e doces.

    Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 19

  • 20 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

  • Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 21

  • INDSTRIA ABSORVE MANGA SEM A QUALIDADE EXIGIDA PELO CONSUMIDOR

    Mangas maduras so pouco convenientes e re-querem preparos especiais para o consumo, como a retirada da casca, sepa-rao da semente e fatia-mento da polpa.

    O estado de So Paulo o principal plo processador de manga,

    destacando-se o municpio de Taquaritinga. Outros plos agroindustriais de destaque so os municpios de Linhares (ES) e Araguari (MG). No geral, as indstrias de suco ad-quirem as frutas mais prximas de suas instalaes. J no caso da indstria de polpa, por se tratar de produto de maior valor agregado, viabiliza a aquisio da matria-prima a maiores distncias. As processadoras de polpa capixabas, por exemplo, compram a manga para industrializar at de estados vizinhos.

    O fornecimento da manga para as agroindstrias for-malizado atravs de contratos que costumam definir preo e volume a ser entregue. Caso haja necessidade de um vo-lume ainda maior de matria-prima, as processadoras com-plementam com compras no mercado spot (sem contratos).

    As variedades mais processadas normalmente so as mais produzidas na regio prxima indstria. Entretanto, h variedades que no so aceitas, como a bourbon. Em So Paulo, a maior porcentagem de manga industrializada englo-ba as variedades tommy atkins e palmer, enquanto no norte

    mineiro as principais so a tommy atkins, palmer e ub. A indstria de suco no to exigente com os aspectos exter-nos da fruta, como cor da casca e firmeza do fruto com ex-ceo da indstria de polpa, que exige frutos mais firmes. As caractersticas que proporcionam melhor produto so polpa mais amarelada, timo ponto de maturao e bom rendi-mento (obtido a partir de frutos com baixo teor de gua).

    A seleo do fornecedor baseada no seu nvel de tecnificao, que deve refletir na qualidade das suas frutas e na proximidade com a indstria. As despesas com transpor-te da roa at a indstria esto includas no valor descrito no contrato, ficando por conta dos produtores. No caso da regio de Taquaritinga, as empresas pagam entre R$ 0,28 e R$ 0,30/kg para a tommy atkins e de R$ 0,30 a R$ 0,35/kg para a palmer.

    O objetivo do produtor obter fruta de boa qualidade apta para mercado in natura. Porm, de forma geral, o volu-me destinado industrializao acaba sendo maior quando a safra elevada, j que gerado um excedente de produ-o. Entretanto, mesmo que a indstria remunere pouco o produtor, a alternativa favorece o escoamento do excesso de oferta ou at mesmo de frutas em estado de maturao mais avanado. H casos, inclusive, em que mesmo os produto-res mais distantes do centro industrial, que bancam maior despesa com o frete, realizam negcios com a processadora a fim de amenizar seus prejuzos. Sem essa alternativa, po-deria surgir um mercado marginalizado comercializao de frutos de pssima qualidade a baixo preo no mercado interno.

    VALE A PENAR SER UM FORNECEDOR DA AGROINDSTRIA DE MANGA?PONTOS FORTES, FRACOS, DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA O FORNECEDOR DE MANGA PARA SUCOS

    FATORES INTERNOS

    FATORES EXTERNOS

    Pontos Fracos Preos mais baixos que os pagos pelo merca-do de mesa;

    Restringe a maioria das compras s proprieda-des mais prximas da unidade.

    Ameaas Consumo de suco ainda limitado no Pas. A principal bebida base dessa fruta comer-cializada no Pas o nctar; praticamente no h a comercializao do suco 100% da fruta.

    AJUDA ATRAPALHA

    Pontos Fortes O produtor tem um canal de escoamento pa-ra as frutas inadequadas para o consumo in natura;

    Evita o aparecimento de mercados de fruta de baixa qualidade.

    Oportunidades O consumo de frutas em geral deve aumentar no Pas;

    Alm de sucos, a polpa da manga pode ser aproveitada para a indstria de cosmticos.

    Sucos de frutas prontos para consumo

    22 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

    CAPA

  • INDSTRIA ABSORVE MANGA SEM A QUALIDADE EXIGIDA PELO CONSUMIDOR

    PRODUO DE SUCO DE UVA

    EM EXPANSOA produo de suco de uva no Brasil est concentrada

    no estado do Rio Grande do Sul e vem crescendo tanto nesta regio quanto em outras. Plantas industriais com menor esca-la de produo so encontradas tambm nos estados de Santa Catarina, Paran, So Paulo e no Vale do So Francisco.

    O estado do Rio Grande do Sul responsvel por mais de 90% da produo brasileira de suco de uva, segundo agentes do setor. No geral, a regio composta por pequenos produtores com mdia de 3 hectares em produo da fruta.

    As uvas podem ser processadas tanto pelas indstrias privadas quanto pelas administradas em cooperativa. A prin-cipal diferena entre elas quanto ao tipo de suco produzido enquanto as indstrias privadas produzem suco concentra-do, as cooperativas produzem suco integral.

    Por ser, em sua maioria, fruticultura de pequeno porte, existem muitas cooperativas na regio que esmagam a uva de seus prprios associados. As indstrias privadas, por sua vez, adquirem a fruta de produtores com quem firmam contratos. H ainda, vincolas na regio, que produzem o suco de uva a partir de suas prprias parreiras.

    Para a produo do suco de uva no Brasil, as varieda-des utilizadas so diferentes das comercializadas no formato in natura. Normalmente, so as americanas rsticas: isabel (hbrida), concord e bord para suco tinto e niagara branca para suco branco.

    A variedade rstica utilizada para a produo de sucos e vinhos devido ao cultivo mais fcil que o das uvas de mesa. Essas variedades so mais utilizadas por conta do maior acmulo de acar na baga, caracterstica importante para a produo de suco e vinho.

    As cooperativas, de modo geral, so mais exigentes com a qualidade das frutas que as indstrias principalmente porque direcionam sua produo para o suco na forma inte-gral. Assim, a fruta deve conter um teor mnimo de slidos

    solveis, que de 15 graus brix para a produo do suco se enquadrar na legislao brasileira.

    As cooperativas s esmagam a fruta de seus cooperados; assim, cada fornecedor tem uma relao de exclusividade com sua cooperativa. A maior parte das cooperativas oferece suporte tcnico aos seus cooperados, na tentativa de garantir um cultivo eficiente, que gere frutas dentro dos padres de qualidade requeridos. No geral, segundo produtores, o preo pago pela uva, nestes casos, em torno de 20% menor que o recebido no mercado in natura. O produtor recompensado quanto ao teor de acar da sua uva, intensidade de cor e sa-nidade entre outros requisitos. Quanto ao frete, negociado com a cooperativa, mas, na maioria das vezes, o produtor quem arca com este custo.

    No caso das indstrias privadas, so produzidos princi-palmente sucos concentrados (68 graus brix) que sero forne-cidos a engarrafadoras de bebidas. Para se obter a fruta para o esmagamento, a indstria faz um acordo com produtores, sem exclusividade de fornecimento. Estes acordos costumam ser apenas para a safra corrente. Contudo, essas indstrias exigem menos que as cooperativas, tendo em vista o tipo de suco que produzem (concentrado).

    Assim, a negociao no feita por contrato fixo, porm os preos pagos pelas indstrias costumam acom-panhar o preo mnimo estipulado pelo governo federal. Em mdia, nesta safra, o preo pago ao produtor pela uva de R$ 0,52/kg, segundo agentes, o mnimo estipulado pelo governo (Companhia Nacional de Abastecimento - Conab). Entre 2007 e 2010, este valor girava em torno de R$ 0,46/kg, 13% abaixo do praticado neste ano. Em casos de boa qualidade da fruta maior rendimento, quantidade de ma-tria corante, quantidade de acar (brix), sabor, aroma e sanidade, entre outras caractersticas, o produtor pode ser bonificado.

    VALE A PENAR SER UM FORNECEDOR DA AGROINDSTRIA DE UVA?PONTOS FORTES, FRACOS, DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA O FORNECEDOR DE UVA

    FATORES INTERNOS

    FATORES EXTERNOS

    Pontos Fracos O preo pago pelas indstrias baseado no preo mnimo estipulado pelo governo, o que representa margem reduzida de lucro.

    Ameaas Importao de suco de uva est aumentando a cada ano, acirrando a competio no setor.

    AJUDA ATRAPALHA

    Pontos Fortes As variedades para suco exigem menores tra-tos culturais que as voltadas para o mercado de mesa;

    Oportunidades O suco de uva o principal sabor comerciali-zado no Pas no formato integral.

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    Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 23

  • Font

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    frias reduzem vendas e preo cai em julhoPreos mdios de venda do tomate salada 2A longa vida no atacado de So Paulo - R$/cx de 23 kg

    TomaTe Por Luana Kellen Manarim e Helena Galeskas [email protected] e PR iniciam transplantio de vero

    As atividades de transplantio de tomate da safra de vero 2011/12 iniciaram em julho nas regies de Itapeva (SP) e Reserva (PR). At o final de julho, 5% do total da temporada (78,9 milhes de ps) havia sido transplantado. Em agosto, Nova Friburgo (RJ) e Venda Nova do Imigrante (ES) tambm comeam a atividade. O plantio deve se intensificar em setem-bro, com Caador (SC), Urubici (SC) e Caxias do Sul (RS). At o momento, est prevista manuteno da rea em relao temporada 2010/11, com exceo da regio de Venda Nova, que inicialmente dever reduzir sua rea em 17%. O menor investimento nesta praa decorrente da dificuldade de produto-res em encontrar mo-de-obra rural na regio.

    Paty do Alferes e Sul de Minas encerram 1 parte da safra

    As regies de Paty do Alferes (RJ) e Sul de Mi-nas encerraram a colheita da 1 parte da safra de inverno 2011 em agosto. No geral, a temporada da regio fluminense teve preos elevados devido ao baixo volume colhido. O preo mdio recebido pe-lo tomaticultor de Paty, de abril a julho, foi de R$ 19,22/cx de 23 kg ponderado pela quantidade colhida e pela classificao do fruto (1A ou 2A) , gerando uma rentabilidade positiva de 27, em m-dia. Em relao ao Sul de Minas, a temporada sur-preendeu produtores da regio, visto que os preos

    estiveram altos durante toda a safra em torno de R$ 30,00/cx de 23 kg. J a produtividade foi baixa, com mdia de 220 cx /mil ps. A expectativa para a segunda parte da safra de inverno 2011 em ambas as regies de manuteno de rea 3,5 milhes de ps em Paty e de 4 milhes de ps na praa minei-ra. Diferente do que foi estimado em julho, o pico de oferta de So Jos de Ub (RJ), deve adiar para agosto, quando cerca de 1,44 milhes de ps sero colhidos. A temporada deve se encerrar em outubro. Esta mudana no calendrio ocorreu na tentativa de evitar que a concentrao de safra ocorresse junto com as demais regies que produzem no perodo.

    GO e SP entram em pico de colheita de rasteiro

    A concentrao de oferta de tomate rasteiro dever ocorrer em agosto e setembro nas regies de Gois e So Paulo. Estima-se que a produtivi-dade mdia das lavouras fique em torno de 85 t/ha, inferior obtida em 2010, quando o clima fa-vorvel permitiu rendimento mdio de 100 t/ha. Alm disso, considerando as duas regies, a rea de plantio reduziu apenas 1,77%. A produo de tomate rasteiro nessas praas voltada indstria, a qual deve comprar a maior parte da produo, j que o volume colhido deve ser baixo. Porm, se os preos do tomate de mesa (estaqueado) subirem nos prximos meses, um pequeno volume de ras-teiro pode ser destinado ao mercado de mesa.

    Nordeste investe na produo de rasteiro

    Em junho, produtores do Nordeste iniciaram o plantio de tomate rasteiro. A expectativa de agentes consultados pelo Cepea de aumento nos investi-mentos em rea este ano. No agreste de Pernambu-co, estima-se rea de 2 mil ha de tomate, aumento de 17% frente a 2010. Na Serra do Ibiapaba (CE), a rea pode somar 900 hectares este ano, 28% maior que o no ano anterior. Em Irec (BA), a rea esti-mada em 2,5 mil hectares, aumento de 13% frente a 2010. Apenas na Chapada Diamantina (BA) os in-vestimentos devem se manter em 580 hectares.

    Comea o transplantio da safra de

    vero

    24 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

  • Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 25

  • Vargem Grande do

    Sul intensifica colheita da

    safra de inverno em

    agosto

    Font

    e: C

    epea

    vargem entra no mercado e preo cai em julhoPreos mdios de venda da batata gata no ataca-do de So Paulo - R$ 38,78/sc de 50 kg

    BaTaTa Por Rodrigo Nardini e Helena [email protected] a ser ofertada em agosto deve ser menor que a de 2010

    Vargem Grande do Sul (SP), principal regio produtora da safra de inverno, deve intensificar a colheita de batata em agosto. Estima-se que 42% da rea dessa regio paulista seja ofertada no cor-rer do ms, rea ligeiramente superior colhida em agosto de 2010. J se considerada a rea total de todas as regies que ofertam em agosto, contudo, esta deve ser 7% inferior do ano passado. Esse cenrio est atrelado safra de inverno de 2010 no Sul de Minas Gerais, quando produtores adian-taram a temporada. Alm disso, em agosto do ano passado, o Sudoeste Paulista ainda estava ofertando 10% da rea da temporada das secas. Quanto produtividade em agosto, esta deve ser semelhante verificada na safra de inverno de 2010. Assim, a expectativa de agentes consultados pelo Cepea de que, em agosto, os preos se mantenham nos mesmos patamares observados no mesmo perodo do ano passado. Em julho, o preo mdio pago ao produtor pela gata especial, ponderado pelo calendrio de colheita nas regies que colhem a safra de inverno, foi de R$ 18,42/sc de 50 kg, valor praticamente semelhante ao mnimo estimado por produtores para cobrir os gastos com a cultura.

    Inicia plantio da safra das guas

    Em agosto, as praas paranaenses de Curitiba, Irati, Ponta Grossa, So Mateus do Sul e Guarapua-va iniciam o plantio da safra das guas 2011/12. O

    Sul de Minas tambm dar incio aos preparativos da temporada. Neste ms, devem ser cultivados cer-ca de 9% da rea total da temporada. Em setembro, as regies paranaenses, com exceo de Guarapu-ava, devem finalizar o plantio, enquanto as praas de gua Doce (SC) e de Bom Jesus (RS) comeam as atividades de campo nesse perodo, cerca de 23% da rea total da temporada das guas deve ser cul-tivada. Vale lembrar que essas estimativas podem variar conforme as condies climticas nas regi-es produtoras, j que chuvas em excesso podem limitar o plantio. A colheita da temporada das guas est prevista para iniciar em novembro.

    Safra das secas finaliza com cenrio positivo

    As regies que produziram a safra das secas de 2011, no geral, encerraram com resultado posi-tivo. No Sudoeste Paulista e no Paran, o preo m-dio pago ao produtor pela gata especial, ponde-rado pelo calendrio de colheita, foi de R$ 31,97/sc de 50 kg, valor apenas 8,6% superior ao mni-mo estimado por produtores para cobrir os gastos com a cultura, de RS 29,44/sc de 50 kg. J no sul de Minas Gerais, o preo mdio pago ao produtor ponderado pelo calendrio foi de R$ 35,27/sc de 50 kg, 25% superior ao mnimo, estimado em R$ 28,14/sc de 50 kg. Esse melhor cenrio verificado no Sul de Minas Gerais deve-se ao fato de a regio ter concentrado a oferta entre os meses de maio e junho, quando os preos estavam em patamares mais altos. O Paran e o Sudoeste Paulista, por ou-tro lado, ofertaram uma parcela mais significativa que o Sul de Minas em julho, ms em que Vargem Grande do Sul entrou no mercado e derrubou as cotaes. Alm disso, as chuvas que atingiram o Sudoeste Paulista e o Paran aumentaram os gastos com produtos fitossanitrios. No Sul de Minas, no houve excesso de chuva durante o plantio e, des-sa forma, os gastos com defensivos foram menores frente ao verificado nas outras duas regies.

    No 51 Congresso Brasileiro de Olericultura, realizado em Viosa entre 25 e 29 de julho, a equipe Hortifruti/Cepea recebeu da Associao dos Bataticultores do Sul do Estado de Minas Gerais (Abasmig) homenagem de Honra ao Mrito pela dedicao, profissionalis-mo e seriedade das informaes em economia apli-cada ao setor hortcola. Em nome de toda a equipe, apresento nossos sinceros agradecimentos. Recebe-mos a homenagem como um estmulo para fortale-cermos nossa parceria com o setor.

    26 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

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    Inicia safra paulista

    aumenta oferta no vale e preo caiPreos mdios recebidos por produtores do Vale do So Francisco pela cebola IPA-11 na roa - R$/kg

    CeBola Por Rafael Augusto [email protected] comea com menor oferta em SP

    As regies paulistas de Monte Alto e So Jos do Rio Pardo iniciaram a temporada 2011 no final de julho, com oferta de cerca de 3% do total da sa-fra. Tipicamente, essas praas ofertam, em mdia, 5% neste perodo. O menor volume disponvel em julho se deve s chuvas de fevereiro a abril, que atrasaram o plantio e deslocaram o calendrio de colheita. Com o clima chuvoso, estima-se quebra de produtividade de at 30% para as primeiras la-vouras colhidas em Monte Alto e So Jos do Rio Pardo. A rea total cultivada neste ano nas duas re-gies cerca de 5% inferior do ano passado, vol-tando, portanto, aos patamares da safra de 2009. A restrio da oferta de alguns tipos de semente hbrida e principalmente a baixa rentabilidade na safra anterior explicam a queda no cultivo. Entre setembro e outubro, a expectativa de que essas praas ofertem cerca de 60% a 65% do total da safra. Normalmente, este pico ocorria em agosto, com a oferta de 40% do total da safra.

    Geadas no Sul causam danos s lavouras

    As geadas que ocorreram no Sul do Pas no fi-nal de junho e incio de julho trouxeram prejuzos s lavouras de cebola. Em Irati (PR) e Ituporanga (SC), as lavouras recm-semeadas foram perdidas. J as plantas que estavam em estgio mais avanado de desenvolvimento no tiveram grandes problemas,

    de acordo com produtores locais. Em Lebn Rgis (RS), regio de maior altitude, o impacto da geada foi mais severo. As maiores perdas foram registradas nos canteiros de mudas, principalmente de crioulas que estavam recm-plantadas. As perdas nos cantei-ros podem reduzir em at 5% a rea cultivada na re-gio. Em So Jos do Norte (RS), no houve geadas o clima foi favorvel durante o desenvolvimento das mudas e permaneceu bom durante o transplantio. De modo geral, no Sul do Pas, a semeadura direta encerrou no final de julho, e o transplante de mudas vai at o fim de agosto. A safra est prevista para ini-ciar no final de outubro, com a colheita das super-precoces. A expectativa para a temporada 2011/12 de menor oferta frente anterior, visto que, alm da queda de 3,6% na rea de cultivo, a produtividade, de modo geral, pode ser afetada, em funo dos im-pactos de geadas e chuvas.

    Importaes reduzem 27% frente a 2010

    As compras brasileiras de cebola da Argen-tina terminaram em julho, quando as regies pro-dutoras no Brasil j estavam produzindo volume suficiente para abastecer o mercado domstico. De modo geral, neste ano, o volume importado foi 27% inferior ao registrado em 2010, segundo a Se-cretaria de Comrcio Exterior (Secex). Entre maro e julho, perodo de importao em 2011, a mdia das cotaes na fronteira de Porto Xavier (RS) foi de R$ 18,44/sc de 20 kg de caixa 3. Esse valor 37% inferior ao praticado no mesmo perodo de 2010, quando a mesma caixa foi comercializada a R$ 29,50, em mdia. Segundo importadores, a tem-porada de 2011 no foi boa para se trabalhar com cebola argentina, devido maior oferta nacional. Alm disso, esses agentes alegaram que os custos de transporte desde as lavouras na Argentina at a fronteira estavam mais altos, e os preos de comer-cializao no mercado brasileiro, baixos. Com-pradores comentam que, em algumas ocasies, o preo de venda das caixas 2 e 4 estava abaixo do valor de compra e de despesas com transporte e comercializao. Dessa forma, o ganho dos impor-tadores foi menor que no ano passado.

    Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 27

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    epea

    Cenoura Por Diogo de Souza [email protected]

    Cenoura valoriza em julho com escassez de ofertaPreos mdios recebidos por produtores de So Gotardo pela cenoura suja na roa - R$/cx 29 kg

    Perodo entre as safras de vero e de

    inverno mais longo neste

    ano

    Baixa oferta de cenoura em MG eleva preo

    A oferta de cenoura esteve bastante baixa entre o fim de julho e incio de agosto nas regies mineiras de So Gotardo, Santa Juliana e Uberaba. A menor disponibilidade se deve ao perodo de passagem da temporada de vero para a de inver-no e, tambm, s chuvas que ocorreram em maro, que atrasaram o plantio da raiz. A baixa oferta de cenoura, por sua vez, elevou seus preos nas lti-mas semanas. A mdia do valor pago ao produtor mineiro, de junho a julho, foi 65,4% superior do mesmo perodo de 2010. De acordo com colabo-radores mineiros, este buraco na oferta deve du-rar at o incio da colheita da safra de inverno na maioria das regies, que est previsto para meados de agosto. Com a entrada da nova temporada, as cotaes podem voltar aos patamares considerados normais da safra de inverno, j que a expectativa de produtividade elevada. Quanto safra de vero 2010/11, especificamente, que foi encerrada em ju-nho, o preo mdio da cenoura em Minas Gerais, de janeiro a junho, foi de R$ 17,46/cx de 29 kg, valor 70% superior ao mnimo estimado por produ-tores para cobrir os gastos com a cultura, conside-rando-se uma produtividade mdia de 45,25 t/ha.

    RS inicia a safra de inverno

    A maioria dos produtores de Caxias do Sul e de Antnio Prado (RS) iniciou a colheita de inver-

    no nas ltimas semanas de julho. Essas praas, por terem temperaturas mais amenas frente s demais regies durante grande parte do ano, possuem uma safra de inverno de maior durao, estendendo-se por aproximadamente nove meses. Neste ano, o incio da safra de inverno do Rio Grande do Sul est com baixa oferta, devido, principalmente, ocorrncia de geadas nas primeiras semanas de ju-lho, que atrasou o desenvolvimento da cenoura. A menor disponibilidade da raiz na regio aumentou a mdia de preos, que passou de R$ 9,96/cx em junho para R$ 12,33 em julho, alta de 23,7% no mesmo perodo de 2010, a elevao foi de apenas 6,5%. A baixa oferta de cenoura deve permanecer at o incio de agosto, quando a colheita da safra de inverno deve ser normalizada. Segundo colabo-radores do Cepea, as chuvas ocorridas em julho, que j acumulam 305 mm at o dia 28/07, confor-me os nmeros da Tempo Agora, vm dificultando os trabalhos de campo. Assim, o clima deve ser fator determinante do volume e da qualidade da cenoura ofertada na regio nesta temporada.

    Safra de vero fecha no azul

    A temporada de vero ser finalizada em agosto nas principais regies produtoras acompa-nhadas pelo Hortifruti/Cepea e o saldo deve ser positivo. De janeiro a junho deste ano, a produtivi-dade mdia, considerando todas as praas, foi de 1.543 t/ha, contra 1.641 t/ha da safra de vero de 2010, queda de 6%. As nicas regies que regis-traram aumento na produtividade foram as do Rio Grande do Sul, de 3,5%, e as da Bahia, de 4,3%. J as lavouras de Gois, Paran e Minas Gerais ti-veram queda no rendimento de 12%, 9% e 9%, respectivamente. Quanto aos preos da safra de vero, considerando-se todas as regies pesquisa-das pelo Cepea, a mdia da caixa suja de 29 kg no primeiro semestre deste ano foi de R$ 16,25, aumento de 25% em relao ao mesmo perodo da safra passada. Essa mdia foi 120% acima do valor mnimo estimado por produtores para cobrir os gastos com a cultura, de R$ 7,37/cx para uma produtividade mdia de 43,5 t/ha.

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    Menor demanda pressiona cotaesPreos mdios de venda do melo amarelo tipo 6-7 do Vale do So Francisco- R$/cx de 13 kg

    melo Por Natlia Grigol e Letcia Julio [email protected] de embarques ganha ritmo em agosto

    A temporada de exportao de melo da sa-fra 2011/12 do plo produtor da Chapada do Apo-di (RN)/Baixo Jaguaribe (CE) deve ser intensifica-da neste ms. Em julho, as atividades de colheita ainda foram lentas na regio. Nesta safra, a expec-tativa de agentes do setor de aumento nos em-barques em relao s safras anteriores, podendo chegar aos mesmos patamares dos registrados na temporada 2009/10. Entre agosto/09 e maro/10, o Brasil exportou 192 mil toneladas de meles, segundo dados da Secretaria de Comrcio Exterior (Secex). Caso seja confirmado o maior volume, a receita total (US$ FOB) em 2011/12 pode ser supe-rior da safra passada os preos devem se manter estveis, visto que boa parte dos contratos fecha-dos apresenta cotaes em dlar semelhantes s de 2010/11. Apesar desse cenrio, exportadores esto receosos quanto rentabilidade que ser obtida na campanha que se inicia. Isso porque, nesta safra, haver aumento das tarifas de transporte martimo, o que deve elevar as despesas com exportao. Alm disso, com o Real valorizado frente a outras moedas, o valor recebido pelo produtor/exportador em Real pode ser limitado. Entre janeiro e julho deste ano, o dlar teve mdia de R$ 1,62, 9,5% abaixo do registrado no mesmo perodo de 2010. A mdia do euro foi de R$ 2,28, 4% menor que no ano passado, na mesma comparao.

    Vale concentra produo no segundo semestre

    Tipicamente, o segundo semestre registra maior oferta de melo do Rio Grande do Norte/Cear, com o incio da safra nessa regio. No entanto, no pero-do que se inicia, boa parte dos produtores do Vale do So Francisco deve continuar com as atividades de colheita, diante da expectativa de clima firme e da rentabilidade satisfatria obtida no primeiro semes-tre deste ano. Essa boa rentabilidade est atrelada ao fato de que, ao contrrio do ano passado, neste ano, houve entressafra no Rio Grande do Norte/Cear, o que favoreceu o aumento dos preos recebidos por produtores do Vale. De janeiro a julho deste ano no Vale, o melo tipo 6-7 da regio teve mdia de R$ 19,41/cx de 13 kg, 25% acima dos valores pratica-dos no mesmo perodo de 2010, quando a caixa foi comercializada a R$ 15,48. De acordo com levanta-mentos do Cepea, de janeiro a julho/11, o valor re-cebido pela caixa da fruta no Vale esteve 39% acima do valor mnimo estipulado por produtores para co-brir os gastos com a cultura. Nos mesmos meses de 2010, o preo da caixa do melo esteve 21% acima do valor mnimo estimado por produtores.

    Demanda aquece, mas oferta pode ser maior

    A demanda por melo no deve ser suficiente para absorver a oferta da fruta no mercado doms-tico em agosto. Em julho, a procura foi limitada devido ao clima frio e s frias escolares. Apesar da expectativa de mercado mais aquecido, neste ms, a regio produtora do Rio Grande do Nor-te/Cear deve disponibilizar volume mais elevado de melo ao mercado interno, e essa oferta deve ser maior que a registrada em agosto de 2010. No Vale do So Francisco, a disponibilidade pode ser menor que no primeiro semestre deste ano, mas a regio ainda oferecer bons volumes ao mercado em agosto. Deste modo, as cotaes da fruta po-dem ser pressionadas neste ms. Em julho, o melo amarelo grado tipo 6-7 foi comercializado na Ce-agesp a R$ 19,76/cx de 13 kg, em mdia, recuo de 10% em relao ao ms anterior.

    Exportaes UE devem

    aumentar nesta safra

    Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 29

  • Pomares em dormncia

    ma Por Natlia Grigol e Letcia [email protected]

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    epeaJulho registra preo maior que 2010

    Preos mdios de venda da ma gala categoria 1 (calibres 80 -110) no atacado de So Paulo - R$/cx de 18 kg

    Frio deve favorecer macieiras no Sul

    Os pomares das regies produtoras de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul devem seguir em perodo de dormncia at meados de agosto. Neste perodo, as macieiras necessitam de, no mnimo, de 500 a 600 horas de frio abaixo de 7,2C para que a brotao seja satisfatria. At o final de julho, as horas de frio acumuladas nas regies de Fraiburgo (SC), So Joaquim (SC) e Vacaria (RS) foram, respecti-vamente, de 480, 579 e 503 horas. Neste ano, o frio est ainda mais rigoroso que em 2010, o que pode favorecer a brotao. Caso seja necessrio, em agos-to, os pomares podem receber aplicao de produ-tos para a quebra de dormncia. Essa prtica tem como objetivo favorecer a abertura de flores, que ocorre entre o final de setembro e incio de outubro. Em setembro, com vistas a obter boa qualidade para a prxima safra, so intensificadas as aplicaes de defensivos, o que se estende at o perodo de co-lheita (janeiro/12). No Brasil, so feitas de 20 a 25 aplicaes por ano para prevenir, principalmente, a sarna da macieira, mancha da gala e algumas pra-gas, como mosca das frutas e grafolita.

    Balana comercial pode ser negativa a partir de agosto

    A balana comercial do setor de ma foi po-sitiva no primeiro semestre deste ano, ou seja, as

    exportaes superaram as importaes da fruta. De janeiro a junho/11, segundo a Secretaria de Comr-cio Exterior (Secex), o Brasil obteve receita de cerca de US$ 36 milhes com os embarques, e gastou US$ 28 milhes com as compras. Assim, o saldo esteve positivo em US$ 8 milhes dados da Secex. No entanto, este cenrio pode ter alteraes a partir de agosto. A expectativa de que as importaes supe-rem as exportaes no segundo semestre, visto que os embarques j foram encerrados e a compra de mas tem aumentado. As importaes brasileiras esto em alta no apenas para a ma, mas tambm para diversos produtos, devido valorizao do Re-al em relao a outras moedas. No caso da ma, as taxas cambiais seguem ainda mais favorveis aos importadores das frutas argentinas e chilenas. Isso porque o Real segue valorizado frente ao dlar e, o dlar, valorizado frente ao peso. Como conseqn-cia, o cenrio atrativo para o importador brasileiro, alm do fato de a ma chegar a preos competitivos no mercado domstico. Em 2010, o peso foi cotado, em mdia, a R$ 0,45, valor 16% inferior ao de 2009, quando o peso valia, em mdia, R$ 0,54. Na parcial de 2011 (at julho), o peso foi cotado a R$ 0,40, 13% menos que o do mesmo perodo de 2010.

    Vendas lentas em julho, mas demanda pode aquecer em agosto

    O mercado domstico de mas deve aque-cer em agosto. Junho e julho, tipicamente, so me-ses de vendas mais lentas por conta do clima frio e das frias escolares. Com o aumento das tempera-turas, a expectativa de que os preos da fruta no Pas comecem a reagir a partir deste ms. A aposta de agentes de que, na mdia do segundo semes-tre, as cotaes sejam cerca de 25% superiores s de julho. No segundo semestre de 2010, a ma gala Cat 1 foi cotada a valores 31% maiores que os de junho daquele ano. J para fuji (Cat 1), os preos estiveram 24,8% superiores, na mesma compara-o. Em julho deste ano, em Vacaria (RS), a gala grada Cat 1 (calibres de 80 a 110) foi comercia-lizada a R$ 33,57/cx de 18 kg, em mdia, alta de 6,6% em relao ao ms anterior.

    30 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

  • Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 31

  • Preo da nanica sobe com pouca oferta no vale do ribeiraPreos mdios recebidos por produtores do Vale do Ribeira pela nanica - R$/cx de 22 kg

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    Banana Por Ednaldo [email protected] oferta garante resultados positivos no 1 semestre

    A oferta de banana nanica no mercado do-mstico est baixa. Esse cenrio vem mantendo os preos da variedade em patamares mais ele-vados. No primeiro trimestre deste ano, a safra de nanica do Vale do Ribeira (SP) teve quebra de 30%, devido a fortes vendavais. No norte de San-ta Catarina, no houve pico de safra, conforme era esperado, por conta das baixas temperaturas verificadas durante as noites na regio. Com is-so, a variedade seguiu valorizada durante os trs primeiros meses de 2011. J em maio, a cotao caiu, pressionada pelo pico de safra em Bom Je-sus da Lapa (BA). A partir de junho, a temperatura reduziu nas principais praas produtoras, desace-lerando a maturao dos cachos e, dessa forma, voltando a diminuir a oferta da fruta. Assim, no primeiro semestre, a caixa de 22 kg da nanica foi negociada a R$ 9,10 no Vale do Ribeira, valor 23% superior ao mnimo estimado por produto-res para cobrir os gastos com a cultura no mes-mo perodo. No norte catarinense, a variedade foi comercializada a R$ 5,93/cx de 22 kg, 12% acima do mnimo. Para o segundo semestre, a ex-pectativa de que os resultados sigam positivos, uma vez que a oferta nacional de nanica no de-ve aumentar significativamente.

    Demanda por banana deve ganhar ritmo em agosto

    A partir de agosto, o retorno das aulas pode elevar o consumo de banana. Geralmente, entre junho e julho, o clima frio e o perodo de frias escolares reduzem o consumo de frutas em geral. Dessa forma, com o provvel aumento da deman-da e com a manuteno da baixa oferta, a expec-tativa de que os preos da nanica continuem em alta em agosto. Na regio do Vale do Ribeira (SP), principal regio produtora de nanica, a va-riedade foi comercializada a R$ 10,01/cx de 22 kg em julho.

    Clima frio reduz qualidade

    O clima mais frio entre junho e julho, alm de ter desacelerado o desenvolvimento dos ca-chos, reduziu a qualidade da banana do Vale do Ribeira (SP) e do norte de Santa Catarina. Os ca-chos que se desenvolveram sob baixas tempera-turas tm apresentado chilling (escurecimento da casca). Vale ressaltar que, em julho, houve geadas nos bananais paulistas e catarinenses, intensifi-cando a reduo na qualidade, mas sem afetar a produtividade em ambas as praas. Como a oferta de banana no mercado domstico est baixa, a reduo na qualidade no refletiu em queda no valor da fruta. A estimativa de que a qualidade seja recuperada apenas a partir de setembro, com a previso de elevao das temperaturas.

    Enchentes no Vale do Ribeira destroem plantaes de banana

    No dia 02 de agosto, enchentes invadiram os bananais do Vale do Ribeira (SP). Foi a segunda maior enchente ocorrida na regio, desde a dca-da de 70, segundo agentes locais. Com o alaga-mento, o abastecimento de banana ficou compro-metido, uma vez que os bananais estavam imersos e, assim, os trabalhos de campo ficaram impossibi-litados. Alm da dificuldade de colheita, as plantas podem sofrer distrbios fisiolgicos, refletindo em queda na produo. De acordo com autoridades, estima-se que na cidade de Eldorado os danos te-nham sido mais severos, sendo que uma grande parte da rea destinada bananicultura dever ser replantada. Com relao s outras cidades da regio, como Registro, Sete Barras, Jacupiranga e Cajati, at o fechamento desta edio no se tm os prejuzos contabilizados, mas poder haver a necessidade de replantio nesses municpios.

    Baixa oferta de nanica

    mantm preos elevados

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    Maior oferta desvaloriza tommy no valePreos mdios recebidos por produtores de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) pela tommy atkins - R$/kg

    manga Por Aline Rodrigues [email protected]

    Floradas abrem em So Paulo

    Clima frio favorece abertura de flores em regies paulistas

    As baixas temperaturas, que vm sendo regis-tradas desde junho nas regies produtoras de Mon-te Alto e Taquaritinga (SP), tm favorecido a indu-o das gemas e permitido florao mais uniforme nos pomares de manga dessas regies. Caso no ocorram adversidades climticas durante o perodo de desenvolvimento dos frutos, produtores paulis-tas esperam que a colheita de manga tommy atkins comece em novembro, devendo seguir at janeiro. Quanto palmer, as atividades de campo devem iniciar em dezembro e terminar no final de maro, visto que o ciclo dessa variedade mais longo que o da tommy. Neste ano, a safra de tommy deve ser atrasada em relao do ano passado, quando a colheita da fruta se iniciou em outubro. Esse atraso, no entanto, favorvel aos produtores locais, visto que reduz a concorrncia com a tommy do Nor-deste, ofertada com mais intensidade em outubro e novembro.

    Aumento de oferta no NE deve reduzir cotaes

    Em agosto, o volume colhido de manga de-ve ter aumento expressivo nas regies de Livra-mento de Nossa Senhora (BA) e Petrolina (PE)/Juazeiro (BA), no Vale do So Francisco. As ativi-dades de campo nessas praas iniciaram em ju-lho. Com as duas regies entrando em produo na mesma poca, as cotaes da fruta no merca-

    do interno podem ser pressionadas a partir deste ms. Contudo, em Livramento, a falta de gua nos reservatrios locais tem limitado a irrigao, o que pode reduzir a produtividade. Outro fator que pode amenizar a queda de preos a ex-portao, que deve aquecer no perodo de maior oferta.

    Exportaes diminuem, mas receita aumenta

    O volume de manga exportado de janeiro a junho deste ano pelo Brasil foi de 32 mil tone-ladas, reduo de 28% frente ao do mesmo pe-rodo de 2010, quando os embarques somaram 38,3 mil toneladas. Os dados so da Secretaria de Comrcio Exterior (Secex). O menor volume enviado deve-se baixa oferta da fruta no pri-meiro semestre, sobretudo do principal expor-tador, Vale do So Francisco. Por sua vez, essa menor quantidade de manga no Vale ocorreu de-vido ao atraso nas indues florais em funo do calor excessivo no primeiro semestre deste ano. Apesar do menor volume embarcado, a receita adquirida entre janeiro e junho foi 3% maior que a do ano passado, pois a fruta brasileira esteve valorizada no exterior. Para o segundo semestre de 2011, o volume exportado deve ser mais sig-nificativo, visto que a oferta ser maior no Vale do So Francisco.

    Mxico pode encerrar embarques aos EUA em agosto

    O volume de manga embarcada pelo Mxico aos Estados Unidos vem reduzindo gradativamente desde o final de junho. Agentes tm expectativa de que as exportaes encerrem at o final de agos-to e sejam retomadas apenas em maro do ano que vem. Entre 25 a 29 de julho, o Mxico enviou cerca de 1,5 milho de caixas de manga, reduo de 21,4% frente semana anterior, segundo o Na-tional Mango Board. Nesse cenrio, a partir deste ms, as exportaes do Brasil aos Estados Unidos podem ser favorecidas, devido maior oferta do Vale do So Francisco.

    Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 33

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    Menor oferta valoriza formosa em julhoPreos mdios recebidos por produtores do Esprito Santo pelo mamo formosa - R$/kg

    mamo Por Aline Rodrigues e Jennifer Campoli [email protected] mais quente pode elevar oferta

    O volume de mamo deve aumentar na maioria das regies produtoras entre o final de agosto e incio de setembro, devido s temperatu-ras mais elevadas. Os meses de agosto e setembro devem ter clima mais quente devido ao final do inverno, fazendo com que as frutas que ficaram verdes no p durante o inverno amaduream mais rapidamente. Em julho, a maturao esteve mais lenta nas roas, diminuindo ligeiramente a oferta da fruta no perodo. Com a previso de aumento da disponibilidade nos prximos meses, os preos podem recuar. O retorno das aulas, no entanto, deve favorecer as vendas, limitando a queda nos valores. As baixas cotaes do mamo verificadas desde setembro do ano passado vm inibindo os investimentos nas lavouras, sobretudo nas do sul da Bahia e do Esprito Santo.

    Frio reduz qualidade no ES e BA

    As temperaturas mais baixas, que vm sendo registradas desde junho no Esprito Santo e no sul da Bahia, causaram mancha fisiolgica nas frutas des-sas regies. O sol intenso durante o dia e o frio noi-te levaram maturao menos uniforme do mamo. Alm disso, a baixa rentabilidade obtida por produ-tores desde setembro/10 resultou em menores tratos culturais nas lavouras de ambas as praas. Assim, houve ocorrncia de doenas como a pinta-preta, a

    antracnose e a mancha chocolate, que aparecem geralmente no vero. Em setembro, a previso que a mancha fisiolgica ocorra com menor intensida-de, em funo do clima, que pode ser mais quente devido proximidade do incio da primavera. Por outro lado, as elevadas temperaturas tambm podem aumentar a incidncia de doenas fngicas e, se pro-dutores continuarem deixando de realizar os tratos culturais nas lavouras, o nmero de problemas na qualidade da fruta deve ser mais elevado.

    Baixa rentabilidade limita investimentos

    No Esprito Santo, as reas mais antigas de mamo hava no foram substitudas neste primeiro semestre de 2011. Isso porque produtores tiveram baixa rentabilidade nos ltimos meses. De modo geral, mamonicultores ainda no tiveram retorno dos investimentos realizados no primeiro semestre do ano passado. O preo do mamo hava continua abaixo do valor mnimo estabelecido por produtores para cobrir os gastos com a cultura, situao verifi-cada desde setembro de 2010. De janeiro a julho, o preo mdio da variedade foi de R$ 0,22/kg no Esprito Santo, 40% abaixo do valor mnimo estima-do para cobrir os gastos. At o final deste ano, no h perspectivas de melhora no mercado de mamo, pois, com o clima quente a partir de setembro, a oferta deve aumentar, pressionando as cotaes.

    Clima chuvoso e frio diminui oferta no RN

    O volume de mamo colhido no Rio Grande do Norte teve reduo em julho devido ao clima frio e chuvoso. As precipitaes prejudicaram a qualidade da fruta, causando a mancha chocola-te, que se intensifica com o clima mais mido. Desta forma, mesmo com alguns problemas na qualidade do mamo, a menor oferta elevou ligei-ramente as cotaes. O hava potiguar foi negocia-do a R$ 0,70/kg em julho, alta de 2% frente ao ms anterior. A previso para setembro de clima mais seco, fator que dever elevar a disponibilidade de mamo no estado.

    Oferta de mamo deve

    aumentar a partir de

    agosto

    34 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

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    Com maior oferta, preo fica abaixo de 2010Preos mdios recebidos por produtores pela uva itlia - R$/kg

    uva Por Isabella Lourencini [email protected] oferta do Vale no mercado nacional

    O Vale do So Francisco deve aumentar a oferta de uvas sem sementes ao mercado nacional em agosto. A disponibilidade deve seguir de forma escalonada at o final do ano, mas com maior vo-lume frente ao mesmo perodo de 2010, por conta da menor quantidade destinada s exportaes. Segundo produtores, no segundo semestre, 50% da oferta deve ser destinada ao mercado nacio-nal, sendo que, no mesmo perodo de 2010, 40% da produo foi destinada ao Brasil. Quanto aos preos, de junho a julho, a uva sem sementes foi negociada a valores considerados satisfatrios, de-vido baixa oferta no Nordeste e diminuio das importaes da fruta do Chile e da Argentina. Co-mo forma de aproveitar esses patamares de preos, alguns produtores chegaram a vender a fruta com o brix abaixo do ideal. Em julho, a thompson e a cri-mson tiveram mdias de R$ 6,14/kg e de R$ 4,98/kg, respectivamente, valores 115% e 74,5% acima do mnimo estimado por produtores para cobrir os gastos com a cultura. As exportaes devem iniciar em setembro e, por enquanto, a produtividade est boa, com mdia de 27 t/ha de uvas sem sementes.

    Jales e Pirapora aceleram colheita

    Com o incio do pico de safra, a colheita tan-to de uvas finas quanto de rsticas (niagara) deve ser intensificada em Jales (SP) e em Pirapora (MG)

    em agosto. O maior volume de uva, por sua vez, deve pressionar as cotaes da fruta. Alm disso, o Vale do So Francisco tambm deve disponibilizar maior quantidade de uvas com semente no pero-do. A temporada em Jales e em Pirapora comeou no final de junho com a variedade rstica. Devido baixa oferta, os preos estavam altos em julho nesse ms, a mdia da niagara foi de R$ 3,19/kg em Jales e de R$ 4,24/kg em Pirapora. Estima-se que a produtividade seja boa nesta safra, com m-dia de 30 t/ha para as uvas finas e de 25 t/ha para a rstica em Jales e em Pirapora.

    Importao cresce quase 35%

    De janeiro a junho, a importao brasileira de uva totalizou 29,8 mil toneladas, volume 34% superior ao do mesmo perodo de 2010, segundo a Secex. Deste total, 63% das uvas foram provenien-tes do Chile e o restante, da Argentina. As principais variedades importadas foram: red globe, crimson e thompson. O aumento de uvas importadas deve--se, principalmente, baixa oferta da uva nacional e valorizao do Real. No segundo semestre, as importaes devem ocorrer em menor intensidade, j que boa parte das regies brasileiras produtoras de uva devem comear a colheita.

    Colheita na Califrnia intensifica em agosto

    Em 2011, a produo de uvas de mesa da Ca-lifrnia (EUA) deve aumentar 9% frente de 2010, totalizando 1,1 milho de toneladas, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A safra californiana iniciou em ju-lho, com cerca de 10 dias de atraso, por conta do clima frio e mido. Com a concentrao de oferta em agosto, os preos da uva devem cair. A exporta-o de uva da Califrnia ao Mxico deve aumentar neste ano, devido eliminao da tarifa de at 45% imposta aos Estados Unidos pelo pas mexicano em 2009, que reduziu 73% das exportaes entre 2009 e 2010, segundo o Fresh Plaza. Esse cenrio pode aumentar o espao para a fruta de outros pases, co-mo o Brasil, no mercado norte-americano.

    Maior oferta de uva em

    agosto

    Agosto de 2011 - HORTIFRUTI BRASIL - 35

  • Font

    e: C

    epea

    Alta no preo internacional

    eleva receita com

    exportaes do Brasil

    Pelo 4 ms consecutivo, preos da pra recuamPreos mdios recebidos por produtores paulistas pela pra na roa - R$/cx de 40,8 kg, na rvore

    CiTros Por Fernanda Geraldini, Mayra Viana, Caroline Lorenzi, Thiara Venncio e Margarete Boteon [email protected] com exportao de suco sobe 36% na safra 2010/11

    No ano-safra encerrado em junho, todos os tipos de suco de laranja exportados por empresas brasileiras tiveram aumento de receita recebida em dlar. Segundo a Secretaria de Comrcio Ex-terior (Secex), de julho/10 a junho/11, sucos de laranja proporcionaram receita cambial de US$ 2,1 bilhes, 36% superior obtida na temporada anterior. Esse aumento pode ser considerado uma recuperao, visto que, na temporada anterior (2009/10), houve diminuio no montante rece-bido. O ganho ocorreu principalmente devido valorizao do suco no mercado internacional. O preo mdio do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) subiu expressivos 37% (em d-lar) em relao temporada anterior e o de suco de laranja no concentrado (NFC) aumentou 7%. Na safra 2010/11, ainda que a demanda externa pe-lo produto brasileiro estivesse aquecida, o volume embarcado foi limitado pela baixa oferta de suco de laranja no Pas. A produo da fruta da tempo-rada passada teve forte quebra, totalizando apenas 292,7 milhes de caixas, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    Safra 2010/11 da Flrida fecha em 139 milhes de caixas

    Em julho, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou o ltimo relat-rio referente safra 2010/11 da Flrida, indican-

    do produo de 139 milhes de caixas, recuo de 0,7% frente ao relatrio de maio, mas 4% superior da temporada anterior. Daqui para frente, o setor segue atento s estimativas da safra 2011/12 do es-tado norte-americano. As primeiras estimativas pri-vadas podero ser realizadas em agosto pela multi-nacional Louis Dreyfus e pela consultora Elizabeth Steger, como normalmente ocorre.

    Preo da tahiti comea a reagir

    Depois de quase quatro meses de elevada oferta de lima cida tahiti no estado de So Paulo, a expectativa que, em agosto, ocorra reduo no volume de frutas disponveis. Dessa forma, aps li-geira reao nos preos em julho, os valores pagos pela fruta podem subir ainda mais. Para o segundo semestre, produtores acreditam em menor oferta de tahiti frente ao mesmo perodo do ano passa-do. Isso porque, com o atraso do pico de safra, as rvores estavam ainda carregadas de frutas entre os meses de abril e junho deste ano. Assim, a flora-o que deveria ocorrer naquele perodo, dando origem aos frutos colhidos no segundo semestre, abriram de forma pontual. Vale ressaltar que o cres-cimento dos frutos e abertura de novas floradas so altamente dependentes do clima daqui para frente.

    Inicia safra de murcote, mas ponc limita vendas

    A comercializao de tangor murcote deve ser mais aquecida a partir de agosto, com o encer-ramento da safra de ponc. A colheita da murcote foi intensificada no final de junho, j que o cali-bre da fruta estava satisfatrio. Alguns produtores tambm destinaram a fruta para processamento industrial, mesmo ainda no estando com a ma-turao ideal em todas as propriedades. Para esta safra, espera-se que o volume de murcote no es-tado de So Paulo seja semelhante ou at mesmo um pouco superior ao da temporada 2010/11. De acordo com produtores, a produtividade deve ser maior em alguns pomares, assim como ocorreu pa-ra a laranja na atual safra (2011/12).

    36 - HORTIFRUTI BRASIL - Agosto de 2011

  • FRUM

    Hortifruti Brasil: Segundo estimativas da Abir (As-sociao Brasileira das Indstrias de Refrigerantes e de Bebidas No-Alcolicas), as vendas de suco no Brasil devem crescer 19% de 2010 para 2012. O senhor concorda com esta estimativa? Acredita que h espao para tal crescimento deste setor no Brasil?Oscar L: Acredito que sim. As pessoas esto criando hbitos de consumo mais saudveis, esto se tornando mais exigentes e buscam produtos na-turais. Devido a esta educao da populao, acre-dito que teremos espao para este crescimento do consumo de suco.

    HF Brasil: As importaes brasileiras de sucos tm crescido, conforme mostram nmeros da Secex. O que estaria motivando esse comrcio: falta de ma-tria-prima para processamento no Brasil? Oferta de suco insuficiente para suprir a demanda inter-na? Ou, ento, o produto importado registra pre-os mais competitivos do que o brasileiro?L: Em nosso ramo de trabalho com suco integral, no sofremos com as importaes. Pelo contrrio, o mun-do elogia os sucos de uva elaborados em nosso Pas.

    HF Brasil: Como a relao das cooperativas com os produtores de uva? Quais so as exigncias quanto qualidade da fruta? H bonificao caso a fruta apresente qualidade superior exigida?

    L: A relao um compromisso de ambos os la-dos: a cooperativa se compromete em receber toda a produo do associado e vice-versa. A remunera